escola planta conhecimento num semiárido pulsante de vidas

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1416 Janeiro/2014 Pedro II Escola planta conhecimento num semiárido pulsante de vidas E Conviver com o Semiárido é também promover uma educação de qualidade para as famílias agricultoras, adequada a sua realidade local, fortalecendo as boas práticas de sustentabilidade ambiental. Você confere a seguir a história de uma escola, no semiárido brasileiro, que virou referência na qualidade de ensino e desenvolvimento de práticas agroecológicas. A Ecoescola Thomas a Kempis foi fundada em fevereiro de 2001, cuja necessidade surgiu do anseio por uma educação formal voltada para a melhoria da convivência do homem e da mulher com o clima no semiárido. Funciona em uma área de 19 hectares, na propriedade Sítio Revedor, 2,5km do centro da cidade Pedro II, Piauí. Possui a Ecotrilha com uma enorme variedade de plantas nativas e biodiversidade local para visitações e estudos. A escola baseia-se em quatro pilares fundamentais para o processo educacional objetivando a formação cidadã; Aprender a fazer, Aprender o ser, Aprender a conhecer e Aprender o viver com os outros. Possui ensino regular fundamental (5ª a 8ª série) e médio (1º, 2º e 3º ano) e funciona em tempo integral, as 07:30 às 17:00 horas. Durante esse período são desenvolvidas, além das aulas regulares, técnicas agrícolas de criação e produção que constitui o diferencial da escola. Seu objetivo é promover uma educação comprometida com o desenvolvimento das capacidades do/a educando/a, assegurando-lhe a formação indispensável para o exercício da cidadania, fornecer–lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, permitindo- lhe uma convivência adequada com o semiárido.

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A escola trabalha uma proposta de ensino no semiárido onde as diversidades, particularidades e valores locais tem destaque promovendo uma educação contextualizada para filhos/as de agricultores/as.

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Page 1: Escola planta conhecimento num semiárido pulsante de vidas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1416

Janeiro/2014

Pedro II

Escola planta conhecimento num semiárido pulsante de vidas

E

Conviver com o Semiárido é também promover uma educação de qualidade para as famílias agricultoras,

adequada a sua realidade local, fortalecendo as boas práticas de sustentabilidade ambiental. Você confere a

seguir a história de uma escola, no semiárido brasileiro, que virou referência na qualidade de ensino e

desenvolvimento de práticas agroecológicas.

A Ecoescola Thomas a Kempis foi fundada em fevereiro de 2001, cuja necessidade surgiu do anseio por uma

educação formal voltada para a melhoria da convivência do homem e da mulher com o clima no semiárido.

Funciona em uma área de 19 hectares, na propriedade Sítio Revedor, 2,5km do centro da cidade Pedro II,

Piauí. Possui a Ecotrilha com uma enorme variedade de plantas nativas e biodiversidade local para

visitações e estudos.

A escola baseia-se em quatro pilares fundamentais para o processo educacional objetivando a

formação cidadã; Aprender a fazer, Aprender o ser, Aprender a conhecer e Aprender o viver com os outros.

Possui ensino regular fundamental (5ª a 8ª série) e médio (1º, 2º e 3º

ano) e funciona em tempo integral, as 07:30 às 17:00 horas. Durante

esse período são desenvolvidas, além das aulas regulares, técnicas

agrícolas de criação e produção que constitui o diferencial da escola.

Seu objetivo é promover uma educação comprometida com o

desenvolvimento das capacidades do/a educando/a, assegurando-lhe

a formação indispensável para o exercício da cidadania, fornecer–lhe

meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, permitindo-

lhe uma convivência adequada com o semiárido.

Page 2: Escola planta conhecimento num semiárido pulsante de vidas

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Piauí

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A Ecoescola Thomas a Kempis atende a um público

com idade entre 11 e 18 anos, filhos de agricultores/as

envolvendo três municípios, Pedro II, Milton Brandão e

Lagoa de São Francisco. Juntos os municípios somam

quase 50 mil habitantes.

Utiliza o método de educação contextualizada,

incluindo em seu dia a dia atividades pedagógicas,

esportivas, artísticas, produtivas e ambientais.

Desenvolve práticas específicas de caprinocultura,

horticultura, avicultura, apicultura e roça agroecológica.

OS DESAFIOS

1 - Alguns profissionais iniciantes levam um tempo para compreender o contexto semiárido e a metodologia

de uma educação contextualizada;

2 - Outro fator relevante é adequar as particularidades da educação formal a uma escola em tempo integral;

3 – Manter uma escola das 07:00 às 17:00 hs diariamente tem seu custo e a limitação financeira também é

um desafio constante.

OS FRUTOS –

1 - A Ecoescola assessora roças agroecológicas e

hortas sombreadas para famílias dos alunos nas

comunidades onde se economiza até 60% de água na

produção.

2 - Douglas Brandão estudou sete anos na escola e

através do incentivo da oficina de teatro trabalha

atualmente como produtor cultural na cidade de Pedro

II, além de cursar universidade. “Pra mim foi um grande

aprendizado de vida”, diz Douglas.

3 - Hélio Ulisses estudou da 5ª série ao 3º ano, se

identificou muito com a área de manejo animal. Com os conhecimentos adquiridos contribui com seus pais

na propriedade da família. Se tornou agente da ADAPI – Agência de Defesa Agropecuária do Piauí.

4 - Raimundo de Sousa estudou na Ecoescola. Depois fez o curso de técnico em agropecuária e atualmente

trabalha na própria escola ajudando a desenvolver a proposta educacional.

5 - Por incentivo dos técnicos e alunos do ensino médio, Seu Oliveira da localidade Barro dos Lopes,

abraçou a causa em produzir o alimento de sua família na roça agroecológica sendo, atualmente, um

exemplo bem sucedido de viabilidade em toda a região. “Nem imagino mais produzir numa roça que

desmata e queima a natureza”, diz seu Oliveira. É uma forma também dos alunos aplicarem os

conhecimentos teóricos e perceberem os resultados em um contexto real de agricultura familiar.

6 - A Ecoescola se tornou referência na área de escola com tempo integral e experiência em educação

contextualizada, na região.

7 - Recebe em média 90 visitantes por mês entre professores, alunos e profissionais da área agropecuária.

8 – Participa constantemente de seminários locais, estaduais e da RESAB.

“As limitações existem, mas as vitórias também”, diz a diretora Adeodata dos Anjos.

Realização Patrocínio

Raimundo de Sousa

Douglas

Brandão

Hélio

Ulisses

Roça orgânica

Seu Oliveira