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ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL MARIANA OTERO NOGUEIRA SISTEMA APPCC NO CULTIVO DE MORANGOS ORGÂNICOS: ESTUDO DE CASO NITERÓI 2017

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ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA AGRÍCOLA E MEIO AMBIENTE

ENGENHARIA AGRÍCOLA E AMBIENTAL

MARIANA OTERO NOGUEIRA

SISTEMA APPCC NO CULTIVO DE MORANGOS

ORGÂNICOS: ESTUDO DE CASO

NITERÓI 2017

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MARIANA OTERO NOGUEIRA

SISTEMA APPCC NO CULTIVO DE MORANGOS ORGÂNICOS: ESTUDO DE

CASO

Trabalho de conclusão de curso apresentado

ao Curso de Engenharia Agrícola e

Ambiental, da Universidade Federal

Fluminense, como requisito parcial à

obtenção do título de Bacharel em

Engenharia Agrícola e Ambiental.

Orientadora:

ProfaDraRoberta Jimenez de Almeida Rigueira

Niterói

2017

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À minha avó (in memoriam), Luzia Otero, por ser minha inspiração de força e luta,

dedico.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, agradeço a Deus e Meishu Sama, por me permitirem chegar até

aqui, me ajudando a enfrentar todos os obstáculos.

Às minhas mãe, tia e irmã, que sempre estiveram comigo nas horas mais difíceis,

acreditando, investindo e torcendo por mim.

À minha orientadora, Profª Roberta, que me apoiou nesses três anos de convivência,

e foi mais que uma amiga, me aconselhando e estando sempre do meu lado.

A todos os meus amigos da Graduação, por terem dividido comigo momentos

preciosos, horas de estudo e compartilhado o desespero das provas e trabalhos.

A toda equipe da Horta da propriedade onde esse estudo foi realizado, por toda

paciência que tiveram para me ensinar, em especial aos colaboradores Igor e Celso,

por terem me ajudado diretamente, contribuindo de forma indispensável para a

elaboração do trabalho.

À minha cadelinha Dalila, por ter passado longas horas comigo, desde o início da

Graduação, estudando cálculo, física e estatística; apoiando-me incondicionalmente.

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“Todo mundo deseja a boa sorte, mas para ser afortunado, o homem precisa semear

o bem.”

Meishu Sama

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RESUMO

O morango é uma fruta apreciada em todo o mundo e, apesar do Brasil não estar

entre os maiores produtores, a região que se estende desde o Sul de Minas Gerais

até o Rio Grande do Sul apresenta condições naturais favoráveis para seu plantio.

Atualmente, há uma crescente preocupação no que diz respeito à segurança

alimentar. A agricultura orgânica aliada a sistemas de gestão de qualidade surge

como uma alternativa de garantia da segurança dos alimentos. O Sistema de

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) é uma das ferramentas

mais usadas e reconhecidas da gestão de qualidade dos alimentos. Neste contexto,

desenvolvido para aumentar a satisfação do consumidor e preparar as empresas

para a conquista de novos mercados. Portanto, o objetivo deste trabalho foi elaborar

o plano de Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) da cadeia

produtiva do morango orgânico de uma propriedade localizada no município de

Petrópolis (RJ). Foram encontrados quatro pontos críticos de controle, onde foi

identifica a possibilidade da presença de microrganismos patogênicos, como

Toxoplasma gondii,Staphylococccus aureus, Salmonellasp,Escherichia coli e

Shigellasp, Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Foram recomendadas medidas

preventivas e ações corretivas, a fim de garantir a segurança alimentar e a qualidade

na produção de morangos orgânicos.

PALAVRAS–CHAVE: qualidade, segurança alimentar, microrganismos patogênicos.

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ABSTRACT

Strawberry is a fruit appreciated all over the world and, although Brazil is not among

the largest producers, the region that extends from the south of Minas Gerais to Rio

Grande do Sul has favorable natural conditions for its planting. There is a growing

concern about food safety. Organic agriculture combined with quality management

systems emerges as an alternative to guarantee food safety. The Hazard Analysis

and Critical Control Point System (HACCP) is one of the most widely used and

recognized tools in food quality management. In this context, developed to increase

consumer satisfaction and prepare companies for the conquest of new markets.

Therefore, the objective of this work was to elaborate the Hazard Analysis and

Critical Control Points (HACCP) plan of the organic strawberry productive chain of a

property located in the city of Petrópolis (RJ). Four critical control points were

identified, where the presence of pathogenic microorganisms such as Toxoplasma

gondii, Staphylococcus aureus, Salmonellae, Escherichia coli and Shigellasp,

Aspergillus, Penicillium and Fusarium were identified. Preventive measures and

corrective actions were recommended to ensure food safety and quality in the

production of organic strawberries.

KEY WORDS: quality, food safety, pathogenic microorganisms.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Anatomia do morangueiro. . ..................................................................... 20

Figura 2 – Anatomia do morangueiro.. ..................................................................... 20

Figura 3 – Raízes primária e secundária do morangueiro. . ...................................... 21

Figura 4 – Folhas de três folíolos (trifoliadas) do morangueiro cultivado no Sítio em

estudo, cultivar Albion.. ............................................................................................. 22

Figura 5 – Flor do morangueiro cultivado no Sítio em estudo, cultivar Albion. . ........ 23

Figura 6 – Detalhamento do fruto do morango. ......................................................... 23

Figura 7 – Cultivar Albion. ......................................................................................... 24

Figura 8 – Cultivar Camarosa.. .................................................................................. 25

Figura 9 – Cultivar Oso Grande.. ............................................................................... 26

Figura 10 – Produção mundial de morangos por país/região. ................................... 27

Figura 11 – Perfil Epidemiológico – Doenças Transmitidas por Alimentos no Brasil

entre 2007 e 2017. .................................................................................................... 29

Figura 12 – Relação entre sistema de gestão, garantia e controle de qualidade. ..... 31

Figura 13 – Árvore de decisão para a determinação dos PCC‟s. .............................. 42

Figura 14 – Esquema da elaboração do Sistema APPCC.. ...................................... 45

Figura 15 – Amostras segundo a presença ou a ausência de resíduos. ................... 48

Figura 16 – Fluxograma do processo de produção dos morangos orgânicos. .......... 64

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Classificação dos perigos de acordo com a probabilidade de ocorrência

e severidade das suas consequências ...................................................................... 41

Quadro 2 – Principais diferenças das práticas culturais entre a produção

convencional e a Produção Integrada de Frutas (PIF) .............................................. 47

Quadro 3 – Produtos utilizados para o controle de pragas e doenças no morangueiro

.................................................................................................................................. 57

Quadro 4 – Identificação das etapas do processo da produção de morango orgânico,

identificação de perigos, medidas preventivas e pontos críticos de controle (PCC) . 65

Quadro 5 – Caracterização dos Pontos críticos de controle (PCC), atribuições, e

ações corretivas na produção de morango orgânico ................................................. 66

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária

APPCC Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle

BPAs Boas Práticas Agrícolas

BPFs Boas Práticas de Fabricação

CONSEA Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional

DHAA Direito Humano à Alimentação Adequada

DTA Doenças Transmitidas por Alimentos

DVA Doenças Veiculadas por Alimentos

EMATER-RJ Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado

do Rio de Janeiro

EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

FAO Food and Agriculture Organization

FDA Food and Drug Administration

GAP Good Agricultural Practices

HACCP Hazard Analysis and Critical Control Point System

ICMSF International Commission on Microbiological Specifications for

Foods

ISO International Organization for Standardization

MAPA Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MARA Ministério da Agricultura e Reforma Agrária

MS Ministério da Saúde

NACMCF National Advisory Committe on Microbiological Criteria for

Foods

OMC Organização Mundial do Comércio

ONU Organização das Nações Unidas

PARA Programa de Analise de Resíduos de Agrotóxicos em

Alimentos

PC Ponto Crítico

PCC Ponto Crítico de Controle

PI Produção Integrada

PIF Produção Integrada de Frutas

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POP Procedimentos Operacionais Padronizados

RDC Resolução da Diretoria Colegiada

SAN Segurança Alimentar e Nutricional

SEPES Serviço de Inspeção de Pescados e Derivados

SGQ Sistema de Gestão da Qualidade

WHO World Health Organization

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 14

2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 18

2.1. OBJETIVO GERAL ............................................................................................... 18

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................... 18

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA ....................... 19

3.1. DESCRIÇÃO DA FRUTA........................................................................................ 19

3.1.1. Albion ........................................................................................................ 24

3.1.2. Camarosa ................................................................................................. 25

3.1.3. Oso Grande .............................................................................................. 26

3.2. HISTÓRICO DE PRODUÇÃO .................................................................................. 26

3.3. SEGURANÇA ALIMENTAR .................................................................................... 28

3.4. BOAS PRÁTICAS AGRÍCOLAS ............................................................................... 32

3.5. SISTEMA APPCC – ENFOQUE GERAL .................................................................. 33

3.6. SISTEMA APPCC – FRUTAS ............................................................................... 46

3.6.1. Produção orgânica de frutas – morango ................................................... 48

3.6.2. Por que estudar o APPCC na produção orgânica de morangos ............... 52

4. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................... 53

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 60

6. CONCLUSÕES .................................................................................................. 68

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 70

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1. INTRODUÇÃO

O morangueiro (Fragaria x ananassaDuch) é uma hortaliça pertencente

à família Rosaceae, gênero Fragaria, com cerca de 18 espécies e quatro

híbridos (SILVA, 2011). A parte comestível é formada por um receptáculo

carnoso e suculento, de coloração vermelha viva, formando um pseudofruto.

Os frutos verdadeiros são os aquênios, estruturas diminutas, que contêm as

sementes presas ao receptáculo (OSHITA & JARDIM, 2012). É uma planta

nativa das regiões de clima temperado da Europa e das Américas (EMBRAPA,

2011). No Brasil, o morangueiro é cultivado em regiões de clima temperado e

subtropical, em pequenas propriedades, absorvendo mão-de-obra familiar

durante todo o ciclo da cultura, sendo produzido para consumo in natura ou

industrializado (CARDOSO, et al., 2012).

De acordo com dados da FAO (2015), em 2014 a produção mundial de

morangos foi liderada pela China, responsável por uma produção de

3.122.036toneladas, seguido dos Estados Unidos e México, com 1.377.573 e

458.972 toneladas, respectivamente. Segundo a Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) (2011), são cultivados cerca de 3,5 mil

hectares de morango em todo o Brasil e os estados que mais se destacam na

produção são Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito

Santo, Santa Catarina, Goiás, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No Rio de

Janeiro, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do

Estado do Rio de Janeiro (EMATER – RJ) (2016), a produção de morango em

2016 foi de aproximadamente 1.000 toneladas, concentrando-se nos

municípios de Nova Friburgo e Engenheiro Paulo de Frontin.

Apesar da grande apreciação do morango, verifica-se uma crescente

preocupação dos consumidores em relação ao consumo de frutos isentos de

resíduos químicos e produzidos de forma ambientalmente correta, contribuindo

assim, para a melhoria da qualidade de vida (SILVA, 2011). Nesse contexto, o

conceito de Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) torna-se importante e

dialoga com as expectativas do público de ter acesso a esse produto. O

Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA) define o

referido conceito como “a realização do direito de todos ao acesso regular e

permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem

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comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base

práticas promotoras de saúde, que respeitem a diversidade cultural e que

sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis”. Desta forma,

segundo Caporal&Costabeber (2003), a Segurança Alimentar e Nutricional não

poderá ser alcançada sem a construção de uma agricultura também

sustentável.

As Boas Práticas Agrícolas (BPAs), de acordo com Queiroz et al. (2009),

vêm de encontro a essa crescente preocupação com a segurança alimentar,

visando garantir a qualidade final do produto agrícola, bem como a saúde, o

bem-estar e a segurança do trabalhador rural e dos consumidores, além de

preservar o ambiente e agregar valor ao produto. Constituem-se de medidas

que devem ser adotadas na produção de alimentos, a fim de gerenciar os

perigos, envolvidos na mesma, a saúde do consumidor. São exemplos de

gestão de perigos os programas de Boas Práticas, incluindo os Procedimentos

Operacionais Padronizados – POP, e o sistema de Análise de Perigos por

Pontos Críticos de Controle – APPCC (PERETTI & ARAÚJO 2010).

Segundo Maia & Diniz (2009), o sistema de segurança alimentar mais

popular dos dias atuais é o APPCC, e este é uma ferramenta indispensável

para assegurar a conformidade dos alimentos. A aplicação do sistema APPCC

deve ser baseada em evidências científicas de riscos à saúde humana e

construída sobre um programa sólido de pré-requisitos como o BPA. Na

avaliação do sistema APPCC, devem-se considerar todos os perigos

associados a ingredientes, matéria-prima, práticas de produção e processo,

bem como estocagem, distribuição, comercialização do produto, entre outras

etapas (ROBERTO et al, 2008). É um sistema proativo que auxilia a prevenir,

muito mais que corrigir, problemas relacionados com a contaminação dos

alimentos na cadeia de produção e distribuição (BADARÓ et al., 2007).

De acordo com a Bastos e Alves (2007) frutas e hortaliças, como todo

produto da agricultura, são fontes potenciais de contaminantes que podem

oferecer riscos à saúde pública se medidas de segurança não forem adotadas

em toda a cadeia de produção. Microrganismos patogênicos, juntamente com

os deterioradores, podem contaminar os produtos de origem vegetal por fontes

diversas, e essa contaminação inicia-se na fase de produção, nos campos,

quando há o contato com o solo, água, fezes de animais, insetos e

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manipuladores; continua durante as etapas de colheita, manuseio, transporte

da matéria-prima até a indústria e durante processamento; e finaliza no preparo

do produto pelo consumidor (DANTAS, 2007). Neste contexto, segundo

Pinheiro e Adissi (2007), o sistema APPCC dissemina e apoia a implantação

das boas práticas agropecuárias e princípios de monitoração dos produtos

hortifrutícolas.

A discussão sobre Segurança Alimentar e Nutricional dialoga com

princípios de produção agrícola mais sustentáveis e que garantam a inocuidade

dos produtos oriundos de seus sistemas. Nos desafios colocados pela

sociedade aos sistemas de produção agropecuários estão inclusos os itens

relacionados à necessidade de produção de alimentos, de fibras e de outras

matérias-primas em quantidade e qualidade adequadas e, também, a nova

exigência da sociedade de que essa produção não contamine o ambiente, não

exerça pressão inadequada sobre os recursos naturais e que leve em

consideração os aspectos relacionados à equidade social (CASTRO NETO et

al, 2010).

Neste sentido, de acordo com Oliveira et al. (2007), o sistema orgânico

visa o estabelecimento de sistemas agrícolas ecologicamente equilibrados e

estáveis, economicamente produtivos em grande, média e pequena escalas, de

elevada eficiência quanto à utilização dos recursos naturais de produção e

socialmente bem estruturados, resultando em alimentos saudáveis, de elevado

valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos, e em outros produtos agrícolas de

qualidade superior, produzidos em total harmonia com a natureza e com as

reais necessidades da humanidade. Segundo Camargo et al (2009), o morango

produzido no Brasil e no mundo é em grande parte proveniente de cultivo em

sistemas convencionais, caracterizado pelo uso intensivo de produtos

químicos, haja vista a suscetibilidade das cultivares a uma vasta gama de

doenças e pragas. O desenvolvimento e aperfeiçoamento de sistemas de

cultivos orgânicos para morangueiros permitem que haja disponíveis no

mercado produtos com menores níveis de contaminação e de maior qualidade,

contribuindo para o avanço da discussão sobre Segurança Alimentar e

Nutricional.

Segundo Alcântara (2009), não há garantia de que os produtos

orgânicos estejam livres de qualquer contaminação química ou biológica ao

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longo da cadeia produtiva. A implantação do sistema APPCC no cultivo

orgânico de morangos, além de contribuir para o aumento da credibilidade dos

alimentos provenientes desse tipo de agricultura e da confiança do consumidor,

melhora as características do produto e reduz os riscos de contaminação. A

redução de custos de produção é outra vantagem oriunda do emprego do

sistema APPCC, e que beneficia diretamente os consumidores, visto que

refletirá no preço final, também colaborando para o aumento da demanda pelo

morango orgânico. A adoção do APPCC facilita o comércio internacional da

fruta, visto que alguns mercados, como o europeu, de acordo com Oliveira et

al. (2007), estabelece normas e protocolos de qualidade, com critérios técnicos,

sociais e ambientais, associados às boas práticas agrícolas, que incorporam a

Análise de Perigos por Pontos Críticos de Controle.

Portanto, neste contexto é importante elaborar um plano de Análises de

Perigos e Pontos Críticos de Controle da cadeia produtiva do morango

orgânico que atenda uma propriedade agrícola. Desta forma poderá oferecer

ao mercado consumidor um produto que garanta a qualidade e a segurança

alimentar.

Diante do exposto o objetivo deste trabalho foi elaborar o plano de

Análises de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) da cadeia

produtiva do morango orgânico de uma propriedade localizada no município de

Petrópolis (RJ).

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2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho foi elaborar o plano de Análises de Perigos e

Pontos Críticos de Controle (APPCC) da cadeia produtiva do morango orgânico

de uma propriedade localizada no município de Petrópolis (RJ).

2.2. Objetivos específicos

Especificamente:

Identificar e analisar os perigos potenciais da cadeia produtiva do

morango orgânico, determinando os efeitos de fatores, da escolha

das cultivares a serem plantadas até a distribuição, sobre a

segurança do produto;

Identificar os pontos críticos de controle (PCC) da cadeia produtiva

do morango orgânico, baseando-se na análise de perigos;

Definir os limites críticos em que o produto estará adequado ao

consumo;

Definir os procedimentos de monitoramento do morango, ao longo da

cadeia produtiva, estabelecendo a frequência na qual os mesmos

serão realizados;

Definir as ações corretivas associadas ao PCC identificado; e,

Estabelecer procedimentos de verificação, onde os documentos

relacionados ao plano APPCC serão analisados.

Serão estabelecidos os procedimentos de registros e documentação.

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3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA E REVISÃO DA LITERATURA

3.1. Descrição da Fruta

O morangueiro (Fragaria x ananassaDuch.) é pertencente à família das

Rosáceas (ZANATTA et al., 2015), e é constituído por plantas de característica

herbácea, que apresentam porte baixo (15 a 30 cm de altura) e formação de

touceiras (SILVA, 2011). O morango é um pseudofruto, pois se origina de uma

única flor com vários ovários. O desenvolvimento de cada ovário produz uma

fruta (ANTUNES et al., 2011). Segundo Silva (2011), em sua superfície são

encontrados os frutos verdadeiros denominados aquênios, popularmente

conhecidos como sementes do morango.

A qualidade nutricional do morango está correlacionada com a presença

de açúcares solúveis, ácidos orgânicos, aminoácidos e alguns metabólitos

secundários (BRAGA, 2012). Embora apresente ciclo perene, tem comumente

cultivo anual ou bianual em decorrência de questões relacionadas à

fitossanidade e produtividade (ZANATTA et al., 2015). O ciclo de

desenvolvimento do morangueiro é composto por duas fases: vegetativa e

reprodutiva. A fase vegetativa consisti na propagação através de estolões,

surgimento de novas folhas e de coroas secundárias. A indução floral,

surgimento das flores e frutos fazem parte da fase reprodutiva (Figura 1).

Segundo Dal Picio (2010), o morango é formado pelo sistema radicular,

coroa, folhas, estolões ou estolho, flores e frutos (Figuras 1 e 2).

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Figura 1 – Anatomia do morangueiro. Fonte: Sítio em estudo – RJ.

Figura 2 – Anatomia do morangueiro. Fonte: Sítio em estudo – RJ.

De acordo com Dias (2013), as raízes da planta possuem aspecto

fibroso e são constantemente renovadas. Podem atingir de 50 a 60 cm de

profundidade, entretanto 95% das raízes estão localizadas nos primeiros 20 cm

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do solo, sendo divididas em primárias e secundárias. As raízes adventícias ou

primárias são grandes e perenes, com função de reserva, contribuindo também

para a absorção de água e nutrientes. As raízes fasciculadas ou secundárias

são longas e se desenvolvem lateralmente ao rizoma (PIRES et al, 2000), e

formam radicelas cuja a função é a absorção de água e nutrientes (DIAS, 2013)

(Figura 3).

Figura 3 – Raízes primária e secundária do morangueiro. Fonte: Sítio em

estudo – RJ.

O caule da planta é chamado de coroa e é cilíndrico com entrenós

curtos. (DAL PICIO, 2010). Segundo Palha et al.(2005), o morangueiro é

constituído por uma ou mais coroas onde crescem, em cada uma delas, folhas,

inflorescências, estolhos, coroas ramificadas e raízes adventícias. Ainda

segundo Palha et al., cada coroa funciona como uma unidade independente da

planta e é protegida pelas estípulas das folhas mais velhas e mortas.

Segundo Franque (2009), as folhas da planta do morangueiro são

formadas por um pecíolo e três folíolos (trifoliadas), mas existem clones com

quatro ou cinco folíolos (Figura 4). São formadas nos nós das coroas e estão

dispostas em espiral para maximizar a exposição à luz (DAL PICIO, 2010). Os

pecíolos possuem em sua base duas estípulas de proteção, onde se

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encontram os gomos. Estes gomos podem evoluir em estolhos ou novas

coroas (Palha et al., 2005).

Figura 4 – Folhas de três folíolos (trifoliadas) do morangueiro cultivado no Sítio

em estudo, cultivar Albion. Fonte: Sítio em estudo– RJ.

Os estolões são órgãos vegetativos que se formam a partir de gemas

axilares das folhas em condições de fotoperíodo superior a 13-14 horas e

temperaturas maiores do que 14°C (FRANQUE, 2009). De acordo com

Antunes et al. (2011), a técnica para a propagação do morango,

comercialmente, é por meio dos estolões, fazendo uso de sementes apenas

para casos de melhoramento genético. As mudas são formadas em séries nos

nós, a partir de pontas de estolões que enraízam. As novas plantas dependem

da nutrição e da água fornecidas pela planta matriz até o desenvolvimento do

sistema radicular, o qual ocorre aproximadamente 10/15 dias após a emissão

das folhas, com variações entre os cultivares (DAL PICIO, 2010).

De acordo com Costa (2012), as flores do morangueiro classificam-se

como perfeitas (hermafroditas) e imperfeitas (unissexuais). As hermafroditas

apresentam órgãos femininos e masculinos (pistilos e estames). As unissexuais

apresentam somente órgão feminino ou masculino, necessitando de pólen de

outras plantas para se reproduzir. SegundoPalha et al. (2005), as flores

possuem cinco sépalas e cinco pétalas, que são brancas e podem ter formato

desde elíptico a arredondado ou oval (Figura 5).

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Figura 5– Flor do morangueiro cultivado no Sítio em estudo, cultivar Albion.

Fonte: Sítio em estudo – RJ.

O morango conhecido comercialmente é uma infrutescência (ou

pseudofruto), que de acordo com Dias (2013), é formado por um receptáculo

carnoso, suculento e comestível, e pelos aquênios. Para Sanhueza et al.

(2005), os frutos verdadeiros são os aquênios duros e superficiais, vulgarmente

conhecidos como sementes, que podem chegar até 200, ou ainda, em frutos

maiores, totalizando 400 aquênios.

Figura 6 – Detalhamento do fruto do morango.Fonte: Hoffmann (2003).

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O comportamento fisiológico do morangueiro está ligado à temperatura e

fotoperíodo. Este último é o fator ambiental que controla a transição do

crescimento vegetativo para o reprodutivo (COSTA, 2012). As cultivares que

respondem às alterações do fotoperíodosão classificadas como de dias curtos,

ou seja, seu estímulo à floração ocorre a partir de dias com menos de 14 horas

de luz e temperaturas abaixo de 15ºC. As cultivares classificadas como neutras

ao fotoperíodo, não seguem este comportamento fisiológico (SILVA, 2011). Há

um terceiro grupo de cultivares conhecida como de dias longos, que

apresentaram relativa importância no passado, mas, atualmente, não há

produção comercial (COSTA, 2012).

Segundo a Oliveira et al. (2007), as principais cultivares utilizadas no

Brasil provém dos programas de melhoramento genético da Universidade da

Califórnia (Aromas, Camarosa, Camino Real, Diamante, Oso Grande, Ventana,

Albion, San Andreas, Monterey e Portola) e da Universidade da Flórida (Dover,

Sweet Charlie e Florida Festival).

As cultivares, cujo sistema de produção, qualidade e segurança foram

estudados neste trabalho, foram Albion, Camarosa, e Oso Grande.

3.1.1. Albion

A cultivar Albion é neutra ao fotoperíodo, vigorosa, de porte aberto e

ereto, sendo muito produtiva. Seus frutos são mais padronizados quanto à

forma e tamanho, de coloração vermelho escuro e polpa firme de coloração

avermelhada, com sabor muito apreciado (SANTOS, 2013) (Figura 7).

Figura 7 – Cultivar Albion. Fonte: Sítio em estudo– RJ.

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De acordo com Antunes et al. (2011), a cultivar foi lançada

comercialmente em 2004, pela Universidade da Califórnia (Davis), resultante

do cruzamento entre „Diamante‟ e uma seleção originária da Califórnia, EUA, e

possui poucos picos de produção. Possui boa resistência à murcha de

Verticilliumdahliae e Phytophtoracactorum, e resistência relativa à antracnose

causada por Colletotrichumacutatum. Quando manejada adequadamente,

apresenta tolerância ao ácaro rajado (Tetranychusurticae) (SILVA, 2011). É

uma cultivar indicada para consumo “in natura”.

3.1.2. Camarosa

A „Camarosa‟ é uma cultivar que necessita de menos de 14 horas de luz

e temperaturas abaixo de 15ºC, caracterizada por ser uma planta vigorosa,

com folhas grandes de coloração verde-escura. Possui frutos grandes de

epiderme vermelha, firme e de bom sabor doce e um pouco ácido, coloração

interna vermelha intensa (FONSECA, 2010). Lançada comercialmente em

1992, pela Universidade da Califórnia (Davis) (ANTUNES et al., 2011).

Susceptível à mancha de micosfarela (Mycosphaerellafragariae), à antracnose

(ColletotrichumfragariaeeColletotrichumacutatum) e ao mofo cinzento

(Botrytiscinerea) (SILVA, 2011). Própria para o consumo “in natura” ou para

industrialização (Figura 8).

Figura 8 –Cultivar Camarosa. Fonte: Sítio em estudo – RJ.

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3.1.3. Oso Grande

Cultivar lançada comercialmente em 1987, pela Universidade da

Califórnia (Davis). É uma cultivar de dias curtos (estímulo à floração ocorre a

partir de dias com menos de 14 horas de luz e temperaturas abaixo de 15ºC) e

de grande adaptabilidade; planta vigorosa, com folhas grandes e de coloração

verde-escura, ciclo mediano e elevada capacidade produtiva (ANTUNES et al.,

2011) (Figura 9).

Figura 9 – Cultivar Oso Grande. Fonte: Sítio em estudo – RJ.

Possui boa aceitação no mercado e é sensível a fungos de solo

(BERNARDI et al., 2005). Tolerante ao mofo cinzento (Botrytiscinerea) e

susceptível à mancha de micosfarela (Mycosphaerellafragariae) e à antracnose

(Colletotrichumfragariae e Colletotrichumacutatum) (ANTUNES, 2000).

Indicada para o consumo “in natura”.

3.2. Histórico de Produção

O morangueiro começou a ser cultivado no século XIII (BORGES, 2013),

quando, segundo Costa (2012), houve cruzamento natural entre

Fragariachiloensis, originária do continente americano, e Fragaria virginiana,

originária do continente europeu. É cultivado com sucesso em grande parte do

mundo. Na era romana, era valorizado por suas propriedades terapêuticas e

praticamente servia para todos os tipos de doenças (BORGES, 2013).

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O morango se tornou uma das frutas mais importantes no mercado

mundial de pequenas frutas (DAL PICIO, 2010). A produção de morangos no

mundo passou de 2.462.167 toneladas em 1990 para 7.739.622 toneladas em

2013 (FAO, 2015) (Figura 10).

EUA – Estados Unidos da América; UE28 – 28 países da União Européia.

Figura 10– Produção mundial de morangos por país/região. Fonte: FAO (2015).

Tratamento Estatístico: www.rgc.pt

De acordo com Antunes e Reisser Júnior (2007), o início do cultivo do

morangueiro no Brasil não é bem conhecido. Segundo Specht&Blume

(2009),tende-se a apontar que a introdução do cultivo do morangueiro ocorreu

por volta da década de 1950, no sul do estado de Minas. A produção brasileira

foi de 3 mil toneladas, em 2014 (FAO, 2015).A variação de rendimento por

hectare é alta, de 12 a 45 toneladas em média, sendo estas dependentes das

condições edafoclimáticas e pedológicas associadas ao uso de tecnologias de

produção (SPECHT & BLUME, 2009).

A produção de morangos concentra-se nas Regiões Sul e Sudeste do

país (FERNADES, 2013), sendo os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio

Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Santa Catarina, Goiás e Rio de Janeiro,

os maiores produtores. Segundo Fiuza (2017), a previsão é que em 2017, a

região sul de Minas Gerais produza quase 100 mil toneladas da fruta, com

aumento de 23% em relação ao ano passado.

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Para Fonseca (2010), a Região Serrana do Estado do Rio de Janeiro

possui características climáticas bastante favoráveis ao cultivo do morango, e o

município de Nova Friburgo destaca-se como o maior produtor, tendo chegado

a 250 toneladas da fruta, em 2012, segundo Moreira (2013).

3.3. Segurança Alimentar

O Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA) foi afirmado, em

âmbito internacional, pelo Pacto Internacional de Direitos Humanos,

Econômicos, Sociais e Cultural, e reafirmado no Brasil através da lei orgânica e

de emenda constitucional. A Lei 11.346/2006, em seu artigo 3o, explicita o

conceito de segurança alimentar e nutricional como a realização do direito de

todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em

quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades

essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que

respeitem a diversidade cultural e que seja ambiental, cultural, econômica e

socialmente sustentável (COTTA & MACHADO, 2013).

Os consumidores, de maneira geral, estão cada vez mais informados e

exigentes quanto aos padrões de qualidade dos alimentos que consomem

(CASTRO NETO et al., 2010). Durante muito tempo, essa qualidade do produto

era um diferencial das empresas. Entretanto, atualmente a qualidade tornou-se

uma condição necessária para a manutenção do produto no mercado (MAIA &

DINIZ, 2009). Tal conscientização converge com os preceitos de segurança

alimentar e de sustentabilidade difundidos atualmente (CASTRO NETO et al.,

2010).

O termo “Segurança Alimentar” é um conjunto de normas de produção,

transporte e armazenamento de alimentos, visando determinadas

características físico-químicas, microbiológicas e sensoriais padronizadas,

segundo os quais os alimentos seriam adequados ao consumo (MAIA & DINIZ,

2009). Sempre implica na necessidade de produção de alimentos em

quantidade e com qualidade, assim como na possibilidade de acesso da

população aos alimentos produzidos (CAPORAL E COSTABEBER, 2003). O

conceito de Segurança Alimentar teve sua origem na Europa do início do

século XX e refletia a capacidade de cada país de produzir sua própria

alimentação, evitando assim vulnerabilidades, e adquiriu uma perspectiva

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internacional com a criação da Organização das Nações Unidas (ONU) e da

Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO)

(CUSTÓDIO et al., 2011).

Para complementar o conceito de Segurança Alimentar, outro termo

importante é o de “Alimento Seguro”. Segundo Pinheiro et al. (2010), o termo

alimento seguro significa ausência total de microrganismos capazes de

ocasionar toxi-infecções alimentares e uma microbiota deteriorante

extremamente reduzida. A microbiota de um alimento é constituída por

microrganismos associados à matéria prima e por contaminantes, que foram

adquiridos durante os processos de manuseio e processamento (SOUSA,

2006), podendo o alimento ser contaminado em qualquer estágio, da produção

até o preparo para consumo. Existem aproximadamente 250 tipos de doenças

alimentares (OLIVEIRA et al., 2010), que são denominadas Doenças

Transmitidas por Alimentos (DTA), Doenças Veiculadas por Alimentos (DVA)

ou toxi-infecções. A incidência global de DTA é difícil de ser estimada, porém

há relatos de que no ano de 2000 cerca de 2,1 milhões de pessoas no mundo

foram a óbito devido a um quadro diarréico, sendo grande parte desses óbitos

atribuída ao consumo de água e alimentos contaminados (MELLO et al., 2010)

(Figura 11).

Figura 11 –Surtos Alimentares no Brasil – Dados atualizados em maio de 2017.

Fonte: Lanza (2017).

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Segundo Cavalli e Salay (2007), para a prevenção das doenças de

origem alimentar é primordial a incorporação de práticas voltadas para o

controle de qualidade e a segurança do alimento. Para garantir e controlar essa

qualidade adotaram-se sistemas e ferramentas de controle, padronização e

rastreabilidade (CRUZ & SCHNEIDER, 2010). Para Cordeiro (2004), existem

quatro “eras da qualidade”, indo desde a chamada “inspeção”, passando pelo

controle e garantia de qualidade, chegando à gestão estratégica da qualidade.

A era da inspeção tem início simultaneamente à de produção em massa.

Nesta época, a qualidade percebida pelos clientes era uma função dos

atributos de desempenho, utilidade e durabilidade do produto. As ferramentas

de controle de qualidade começaram a ser desenvolvidas na década de

1930(CORDEIRO, 2004). De acordo com Maia & Diniz (2009), algumas

empresas possuem seus sistemas próprios de Controle da Qualidade, que para

Marino (2006), envolve o uso de técnicas estatísticas, planos de amostragem,

variáveis e atributos, para detectar e tratar problemas relacionados à qualidade.

A era da “Garantia de Qualidade”, teve início entre as décadas de 1940

e 1950, nos Estados Unidos (CORDEIRO, 2004). Segundo Castro et al. (2007),

a Garantia da Qualidade é muito mais ampla que apenas inspeção e correção

após a produção. É um sistema completamente abrangente para uma efetiva

gestão da qualidade e envolve uma análise consciente do sistema de gestão

para prevenirem falhas e corrigir a causa dos problemas, não apenas tratando

dos seus sintomas. Para Maia & Diniz (2009), empresas que possuem

sistemas de Garantia de Qualidade promovem auditorias periódicas

independentes, proporcionando maior confiança entre os clientes e entidades

relacionadas.

De acordo com Cordeiro (2004), a partir de meados da década de 1970,

desenvolveu-se a ideia de “Gestão Estratégica da Qualidade”. A Gestão da

Qualidade consiste no conjunto de atividades coordenadas para dirigir e

controlar uma organização com relação à qualidade, englobando o

planejamento, o controle, a garantia e a melhoria da qualidade (SANTOS et al.,

2013). O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ) é a estrutura organizacional

elaborada para gerenciar e garantir a Qualidade, os recursos necessários, os

procedimentos de operação e as responsabilidades definidas. Segundo o

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Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer (2012), algumas das

principais razões que levam à implementação do SGQ são:

Maior satisfação dos clientes (sociedade e partes interessadas);

Melhoria da imagem, cultura e desempenho da organização;

Aumento da produtividade e redução de custos;

Melhoria da comunicação, moral e satisfação dos colaboradores;

Maior competitividade e oportunidade, tanto no mercado nacional

como internacional; e,

Implementação da Gestão da Qualidade com base em padrões e

normas nacionais ou internacionais, que compreende treinamento,

mapeamento, documentação dos processos produtivos e registro das

atividades realizadas por uma organização.

Figura 12 – Relação entre sistema de gestão, garantia e controle de qualidade.

Fonte: Peretti& Araújo (2010).

Para Maia & Diniz (2009), quando se refere à gestão da qualidade na

industrialização e manipulação de alimentos, torna-se obrigatório mencionar

sistemas como as Boas Práticas de Fabricação e Agrícolas, a Análise de

Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC) e Rastreabilidade; além dos

programas de 5S e certificações ISO.

A rastreabilidade é um mecanismo que permite identificar a origem do

produto desde o campo até o consumidor, podendo ter sido, ou não,

transformado ou processado (PORTO et al., 2005). É uma exigência que se

propõe a possibilitar a averiguação, através dos registros, do produto

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terminado, até por ventura, às matérias-primas. Esta possibilidade pode vir da

necessidade de apurar os motivos de não conformidades, dos erros em

serviço, das circunstâncias anormais de funcionamento, das contestações fora

ou dentro do período de garantia/validade e da performance em serviço. De

acordo com Maia & Diniz (2009), devido às exigências dos consumidores

quanto a certas características do produto, inclusive relacionado a controle

sanitário e questões ambientais, identificar o produto final é um dos objetivos

do processo de rastreabilidade, que apesar de ser um pré-requisito para os

sistemas de segurança alimentar, não identifica a ocorrência de episódios de

contaminação. O processo de rastreabilidade sempre deve estar relacionado

aos sistemas de gestão de qualidade, como as Boas Práticas Agrícolas e de

Fabricação e o APPCC.

3.4. Boas Práticas Agrícolas

A preocupação crescente com a segurança alimentar, especialmente

nas duas últimas décadas, tem exigido melhoria na qualidade sanitária dos

alimentos e das rações, passando a ser alvo de preocupação por parte dos

produtores, dos armazenadores, dos processadores, dos exportadores e dos

consumidores (QUEIROZ et al., 2009). Assim, métodos que tem por finalidade

a garantia da qualidade do produto são utilizados nos processos agrícolas,

como pro exemplo as Boas Práticas Agrícolas (BPAs) e de Fabricação (BPF),

que incluem os Procedimentos Operacionais Padronizados (POPs); e o

sistema de Análise de Perigos por Pontos Críticos de Controle (APPCC).

De acordo com Pinto et al. (2009), as Boas Práticas de Fabricação

abordam os procedimentos realizados pela indústria, conhecidos como

Procedimentos Operacionais Padronizados, quanto à higienização das

instalações, equipamentos e utensílios; controle de pragas e vetores;

segurança da água; saúde e hábitos higiênicos dos colaboradores; descrição

das tecnologias empregadas na fabricação dos produtos; prevenção da

contaminação cruzada; definição de responsabilidades e periodicidades;

análises e padrões utilizados na seleção e no controle de qualidade de

matérias-primas, ingredientes e produtos acabados; procedimentos de recall e

de atendimento ao consumidor.

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As Boas Práticas Agrícolas são pré-requisitos importantes na produção

de alimentos vegetais de qualidade, possibilitando decisões regulatórias

comerciais a fim de garantir a segurança alimentar (PASSOS & REIS, 2013).

Sua origem está ligada a iniciativas de grupos comerciais varejistas e

supermercados europeus que, em 1997, na Alemanha, prepararam um

protocolo contendo normas de Boas Práticas Agrícolas

(GoodAgriculturalPractices– GAP) (SOUZA, 2007).

Segundo Lima (2007), as BPAs consistem no sistema de cultivo e

manipulação de produtos agrícolas que respeita as exigências mínimas de

proteção ao ambiente, de preservação aos recursos naturais, do solo e da

água, abrangendo um conjunto de procedimentos aplicáveis na produção e na

colheita. Ainda de acordo com Lima (2007), a qualidade da água, a história do

solo e dos terrenos circundantes, os corretivos do solo, as características

sanitárias dos campos, o controle das doenças e pragas, os agroquímicos, a

saúde e higiene dos trabalhadores são fatores essenciais à boa qualidade dos

produtos e a base da sua certificação.

As BPAs são aplicadas em qualquer tipo de sistema de produção,

independentemente do produto, do tamanho da área explorada, das condições

climáticas e geográficas e dos insumos e tecnologias de produção utilizadas.

Devem ser adequadas às diversas realidades locais, socioeconômicas e

agroecológicas (SOUZA, 2007). A Produção Integrada (PI) e a produção

orgânica agropecuária são exemplos de sistemas considerados como BPAs.

As boas práticas são pré-requisito para a implementação do sistema de

Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (TIBOLA et al., 2009).

3.5. Sistema APPCC – enfoque geral

Em todos os países, a maior parte dos alimentos chega ao consumidor

através de um complexo processo de atividades como produção, manipulação,

elaboração, armazenamento, transporte e distribuição (ROSA & QUEIROZ,

2007). Para Afonso (2008), a cadeia alimentar se tornou mais complexa e,

consequentemente, a probabilidade de contaminação dos alimentos, do

desenvolvimento de agentes patogênicos e da introdução de novos perigos ao

longo das várias etapas também aumentou.

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Um dos sistemas de controle através do qual se pretende assegurar a

produção de alimentos inócuos em nível mundial é o sistema de Análise de

Perigos e Pontos Críticos de Controle (ROSA & QUEIROZ, 2007), que consiste

numa abordagem sistemática e estruturada sobre o processo produtivo dos

alimentos e que permite, através da identificação de perigos, probabilidade de

sua ocorrência e de medidas para o seu controle, obter produtos de elevada

segurança (CARANOVA, 2008).

A aplicação do sistema originou-se no início da década de 60,

desenvolvendo alimentos para o programa espacial dos Estados Unidos

(PINZON et al., 2011), pela empresa Pillsbury Corporation. Segundo Caranova

(2008), em 1971 o APPCC foi apresentado pela Pillsbury à American

NationalConference for FoodProtection e a FDA (FoodandDrugAdministration),

que publicou os regulamentos para alimentos enlatados de baixa acidez e

acidificados. Posteriormente, em 1980, a recomendação de utilização do

sistema em empresas alimentares foi sugerida pela World Health

Organization(WHO), InternationalCommissiononMicrobiologicalSpecifications

for Foods(ICMSF) e pela FoodandAgricultureOrganization(FAO). Também, em

1985, a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos propôs a

aplicação do Sistema APPCC nos programas de segurança dos alimentos

(KERBER, 2016).

De acordo com Roberto et al. (2008), em 1993, a Comissão do

CodexAlimentarius incorporou o “Guidelines for theApplicationofthe HACCP

System” sendo este sistema reconhecido internacionalmente como uma

ferramenta de garantia da qualidade e segurança dos alimentos, recomendado

por órgãos como a OMC (Organização Mundial do Comércio). Também em

1993 a União Européia aprovou a Diretiva 93/43/CE do Conselho de 14 de

Junho, tendo esta sido transposta para o Direito Nacional através do Decreto-

Lei no67/98, de 18 de Março (CARANOVA, 2008).

No Brasil o sistema APPCC foi introduzido na década de 1990 pelo

Serviço de Inspeção de Pescados e Derivados - SEPES, órgão do Ministério da

Agricultura e Reforma Agrária – MARA, atual Ministério de Agricultura,

Pecuária e Abastecimento – MAPA (DIAS et al., 2010). Segundo Kerber (2016),

em 1993 o Ministério da Saúde (MS), através da Portaria no 1428/MS, de 26 de

novembro de 1993, estabeleceu a obrigatoriedade e os procedimentos de

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implementação do sistema APPCC para todas as indústrias de alimentos

reguladas por esse órgão, e, no ano de 1998, Ministério da Agricultura,

Pecuária e Abastecimento (MAPA), através das Portarias no 40 e no 48,

respectivamente, estabeleceu o manual de procedimentos para vinagres e

bebidas com base no Sistema APPCC, e determinou a obrigatoriedade da

implantação do Sistema APPCC em indústrias de alimentos de origem animal.

Para Bruno (2010), o Sistema APPCC é uma ferramenta com

características preventivas, baseada na identificação e no controle de perigos

de natureza biológica, química ou física, relacionados à saúde do consumidor,

em etapas específicas no processo de preparo dos alimentos, denominadas

pontos críticos de controle (PCC). Assim, de acordo com Roberto et al. (2008),

para a sua utilização, é necessário compreender alguns conceitos importantes,

tais como:

Perigo: agente físico, químico ou biológico de provável ocorrência,

que pode causar risco de doença ou injúria ao consumidor, caso

não seja prevenido, reduzido ou eliminado.

Risco: estimativa da probabilidade de ocorrência de um perigo

Árvore Decisória: sequência de perguntas para determinar se uma

matéria-prima ou etapa do processo é, na realidade, um ponto

crítico de controle.

Ponto Crítico de Controle (PCC): um local, uma prática ou

procedimento no qual um controle pode ser aplicado sobre um ou

mais fatores, os quais se corretamente controlados poderão

prevenir, reduzir ou eliminar o risco a um nível aceitável.

Ponto de Controle (PC): um local, uma prática ou procedimento na

qual a perda de controle pode ser corrigida em uma etapa

subsequente do processo e não resulta em riscos à saúde do

consumidor.

Limite Crítico: um valor máximo ou mínimo para o qual os

parâmetros biológicos, químicos e físicos podem ser controlados

para prevenir, reduzir ou eliminar a níveis aceitáveis a ocorrência

de um perigo.

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Medida Preventiva: fatores físicos, químicos ou quaisquer outros

que possam ser usados para controlar um perigo identificado.

Desvio: o não atendimento dos limites críticos estabelecidos.

Ações corretivas: procedimentos a serem tomados quando se

verificar que alguma variável se encontra fora dos limites críticos

estabelecidos.

Monitoramento: uma sequência planejada de observações ou

medidas para avaliar se o PCC está sob controle e para registrar

dados sobre as várias etapas para futuras verificações do plano

APPCC.

Plano APPCC: documento escrito, baseado nos princípios do

sistema APPCC, que direciona os procedimentos formais para

desenvolvimento e implementação desse sistema.

Sistema APPCC: resultado da implementação do plano APPCC.

Verificação: o uso de métodos, procedimentos ou testes além dos

usados no monitoramento de um processo para certificar se o

sistema APPCC está de acordo com o plano APPCC e se este

necessita de modificações para adequá-lo às necessidades de

segurança do produto.

Validação: revisão inicial pela equipe de APPCC para assegurar

que todos os elementos do plano APPCC estejam corretos.

O sistema APPCC é baseado em uma série de etapas características de

cada produto a ser monitorado, desde a obtenção da matéria-prima até a

chegada do produto ao consumidor (DIAS et al., 2010). Para executar

parâmetros de controle na indústria de alimentos, é necessária a elaboração de

um plano APPCC baseado na identificação dos PCC, que são os pontos do

processamento nos quais devem ser adotadas medidas preventivas, com o

propósito de prevenir ou eliminar os riscos à saúde do consumidor, que podem

ter origem de perigos físicos, químicos ou biológicos (KERBER, 2016). Assim,

há etapas preliminares a serem cumpridas para o desenvolvimento do sistema

APPCC:

Comprometimento da direção da empresa e formação da equipe

APPCC: Para Roberto et al. (2008), para a implementação de um

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sistema de qualidade é importante o envolvimento da

administração, dos gerentes e dos funcionários; pois todos devem

ter conhecimento de suas responsabilidades e funções para que o

sistema se torne efetivo. A equipe APPCC a ser constituída deverá

ser multidisciplinar, de forma a estar familiarizada com as

diferentes variáveis e especificidades das operações (SANTOS,

2009). Segundo Freitas (2011), em termos organizacionais, a

equipe deve ter uma estrutura funcional e não hierárquica, na qual

o coordenador nomeado tem como objetivo orientar e formalizar as

ações, devendo ser uma pessoa com conhecimentos e formação

no sistema APPCC. Para que a equipe apresente um trabalho

eficaz, o número ideal de integrantes é de três a cinco pessoas

(KERBER, 2016).

Descrição do produto e do processo: Esta etapa consiste na

elaboração de um documento que forneça informação detalhada

sobre o produto acabado e matérias-primas (FREITAS, 2011).

Deve-se examinar desde a matéria-prima, formulação até as

condições de distribuição do produto final (ROBERTO et al., 2008).

De acordo com Kerber (2016), a inocuidade do produto é a

principal razão da implantação do APPCC, portanto deve-se levar

em conta a descrição detalhada, incluindo o nome do produto, as

características físico-químicas (pH, atividade de água, teor de

gordura), os aspectos sensoriais, tratamentos antimicrobianos

(tratamento térmico e congelamento), materiais das embalagens,

vida de prateleira, condições de armazenagem e distribuição.

Todos os detalhes da composição e processamento do produto

devem ser entendidos pela equipe (SANTOS, 2009).

Intenção de uso e do tipo de consumidor: A identificação dos

potenciais compradores e consumidores, bem como a utilização

prevista para o produto, é um dado fundamental para a avaliação

rigorosa dos riscos a ele associados (FREITAS, 2011). Para

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Roberto et al. (2008), devem ser observados os hábitos do

consumidor, a forma de preparo do produto e o público alvo.

Elaboração e verificação do fluxograma detalhado do processo: A

construção de um diagrama de fluxo é da responsabilidade da

equipe e deve incluir todos os passos do processo (SANTOS,

2009). Para Kerber (2016) o fluxograma serve como referência

para a realização da análise de perigos, assim como para o

trabalho da equipe APPCC e demais colaboradores, e deve ser

apresentado de forma simples. Deve conter informações tais como

ingredientes, etapas do processo e embalagem, condições de

processamento, pH, atividade de água e contaminação biológica,

química ou física (ROBERTO et al., 2008). O fluxograma é de

formato livre, não existindo regras para a sua representação e tem

a vantagem de poder ser usado como base para a análise de

perigos (FREITAS, 2011).

Em 20 de março de 1992, o Comitê Nacional de Assessoria em

Critérios Microbiológicos para Alimentos

(NationalAdvisoryCommitteonMicrobiologicalCriteria for Foods, NACMCF)

adotou o documento denominado de “Sistema de Análise de Perigos e

Pontos Críticos de Controle”, o qual estabelece que o APPCC é um enfoque

sistemático para a inocuidade dos alimentos e que consiste em sete

princípios (NICOLOSO, 2010):

Princípio 1 – Identificação e Análise dos Perigos Potenciais

Esse princípio baseia-se na revisão teórica dos reais perigos

existentes no fluxograma de produção, identificando os perigos

significativos e estabelecendo medidas para sua prevenção (DIAS et al.,

2010). Consiste em uma série de perguntas relacionadas ao processamento

de um produto específico que ajudará a determinar os efeitos de vários

fatores sobre a segurança do alimento, sendo a chave para o preparo e

desenvolvimento do plano APPCC (ROBERTO et al., 2008). A equipe

APPCC deve listar todos os perigos físicos, químicos e biológicos que

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podem ocorrer em casa fase do processo (FREITAS, 2011), sendo esses

perigos descritos como:

Biológico: De acordo com Afonso (2008), os perigos biológicos são

os que representam o maior risco à inocuidade dos alimentos. Estão

normalmente associados às pessoas, matérias-primas e meio

ambiente (ar, água e equipamentos), sendo as bactérias as principais

responsáveis pelas intoxicações alimentares. Para Freitas (2011), os

perigos biológicos podem ser divididos em macro ou micro

organismos, sendo os últimos classificados como: os que interferem

na qualidade comercial e tecnológica do produto (alteram as

propriedades organolépticas, por exemplo); os que representam risco

para a saúde do consumidor, por liberarem toxinas; e os que causam

alterações benéficas nos alimentos (como vinho, iogurte e queijo, por

exemplo).

Químicos: Os perigos químicos podem contaminar os alimentos

através da matéria-prima (KERBER, 2016). Segundo Afonso (2008),

esse perigos podem ter uma origem natural, tais como as

micotoxinas, histamina, toxinas das plantas, algas ou moluscos; ou

serem introduzidos acidentalmente durante o processo, como por

exemplo, os pesticidas, metais pesados, medicamentos veterinários,

nitritos, nitratos, produtos químicos para lubrificação, agentes de

limpeza, tintas e revestimentos. Outra categoria de perigo químico

que está sendo evidenciada são os alergênicos (KERBER, 2016).

Estudos da FDA (FoodandDrugAdministration) apontam que, por ano

milhares de pessoas têm reações alérgicas aos alimentos, sendo os

alergênicos mais comuns os cereais que contêm glúten, ovos, frutos

do mar, peixe, amendoins, soja e leite. Só a aplicação de práticas

específicas pode controlar este perigo, mas a dificuldade em evitar

eficazmente as contaminações cruzadas entre produtos alergênicos

e não alergênicos em condições de coexistência levou algumas

empresas a separar fisicamente as produções, ou a mencionar a

possibilidade de existência de resíduos nos restantes produtos

(AFONSO, 2008). A Resolução RDC No 26, de 02 de julho de 2015,

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da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), determina as

condições para a rotulagem exigidas para os principais alimentos

causadores de alergias alimentares. Essa Resolução é aplicada a

todos os alimentos, bebidas, ingredientes, aditivos e coadjuvantes de

tecnologia, que forem embalados distante dos consumidores, até

mesmo os que são remetidos apenas ao processamento industrial ou

serviços de alimentação (KERBER, 2016).

Físicos: Para Roberto et al. (2008), os perigos físicos consistem em

materiais estranhos, nocivos à saúde do consumidor, tanto física

quanto psicológica, como metal, vidro, insetos, fragmentos de

madeira. De acordo com Afonso (2008), esses perigos podem estar

presentes nas matérias-primas ou terem sido incorporados durante o

processo, acidentalmente ou não (situações de sabotagem), e

embora a sua ocorrência seja rara, podem ter conseqüências

severas e um impacto negativo na imagem do produto e da empresa

que o comercializa.

Na análise de perigos, deverão incluir-se sempre que possível os

seguintes fatores: a probabilidade de ocorrência (risco) e a gravidade dos seus

efeitos prejudiciais para a saúde do consumidor (severidade); a sobrevivência

ou desenvolvimento dos microrganismos envolvidos; a produção ou

persistência de toxinas; substâncias químicas ou agentes físicos e as

condições que os podem originar (FREITAS, 2011).

Segundo Santos (2009), combinando a probabilidade de ocorrência de

um perigo e a severidade do mesmo pode-se diferenciá-los em diferentes

categorias de risco de acordo com a sua importância, como esquematizado no

Quadro 1.

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Quadro 1–Classificação dos perigos de acordo com a probabilidade de

ocorrência e severidade das suas consequências

Probabilidade

Severidade Reduzida Moderada Alta

Reduzida Negligenciável Tolerável Moderado

Moderada Tolerável Moderado Considerável

Alta Moderado Considerável Intolerável

Fonte: SANTOS (2009).

Princípio 2 – Identificação dos Pontos Críticos de Controle (PCC)

A determinação dos PCC‟s deve ser rigorosa e cuidadosa. Há sempre a

tendência de designar demasiados PCC‟s, na tentativa de precaução, o que se

traduz posteriormente na perda de credibilidade e difícil exequibilidade do plano

APPCC. Por outro lado, um número reduzido de PCC‟s pode ser ainda pior, já

que poderá originar a distribuição de produtos efetivamente perigosos para a

saúde dos consumidores (SANTOS, 2009).

Os PCC‟s devem cuidadosamente identificados, documentados e

utilizados somente para propósitos de segurança do produto, evitando-se o

desenvolvimento de planos complexos, extensos e caros, dificultando a sua

execução e manutenção tanto em termos tecnológicos quanto econômicos

(ROBERTO et al., 2008).

Para Freitas (2011), a identificação de um PCC necessita de uma

abordagem lógica que deverá ser auxiliada pela aplicação da “Árvore de

Decisão” recomendada pela CodexAlimentarius, e esta deve ser utilizada com

flexibilidade e bom senso, respondendo a cada questão de acordo com a sua

sequência lógica para cada perigo identificado nas diversas fases do

fluxograma (Figura 13).

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Figura 13 – Árvore de decisão para a determinação dos PCC‟s. Fonte:

SANTOS (2009).

Princípio 3 – Definição dos Limites Críticos

De acordo com Dias et al. (2010), são determinados valores máximos e

mínimos de acordo com a legislação pertinente ao produto, com variações no

grau de rigor desses resultados, sempre menores do que estabelecido na

legislação. Para Kerber (2016), os padrões do limite crítico também podem ser

determinados por meio de bibliografia científica, literatura, levantamento de

dados, ou até mesmo por experiência prática, desde que seja fundamentado

por estudos laboratoriais e não haja legislação válida ou bibliografia científica.

Os limites críticos podem ser baseados em fatores como tempo,

temperatura, teor de água, atividade de água, entre outros parâmetros que

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podem ser controlados durante o processamento e a devem ter embasamento

científico (ROBERTO et al., 2008). Também podem ser utilizados padrões de

acidez titulável, viscosidade, concentração de aditivos, salinidade e

concentração máxima de resíduos químicos (KERBER, 2016). A determinação

dos limites críticos pode considerar uma margem de segurança, estipulando os

valores próximos aos reais limites críticos, para assim, diminuir a ocorrência de

desvios (KERBER, 2016).

Princípio 4 – Definição dos Procedimentos de Monitoramento

Os procedimentos de monitoramento devem permitir detectar facilmente

a perda de controle de um PCC, isto é, identificar os limites relativos aos limites

críticos estabelecidos (FREITAS, 2011).

O monitoramento começa com a determinação de quando, onde, e

quem irá realizar a tarefa (DIAS et al., 2010). Os procedimentos comumente

utilizados baseiam-se em observações e tendem a ser expeditos de modo a

dar um resultado em tempo real. Por esta razão, raramente se utilizam os

testes microbiológicos devido ao tempo que necessitam para a sua realização

(SANTOS, 2009).

Segundo Roberto et al. (2008), os procedimentos de monitoramento

devem ser de preferência contínuos ou então se deve estabelecer previamente

sua frequência; e as medidas de monitoramento incluem temperatura, tempo,

pH, teor de água e observações visuais do processo e do produto.

Os documentos e registros de PCC devem ser assinados pelo

encarregado formal da empresa ou pelo executor da função (KERBER, 2016).

Princípio 5 – Definição das Ações Corretivas

De acordo com Dias et al. (2010), as ações corretivas são desenvolvidas

para cada ponto crítico de forma a controlar o desvio nos limites críticos ou

faixa de segurança para garantir a segurança do sistema e do processo. Estas

ações compreendem a identificação dos responsáveis pela execução,

elaboração de procedimentos que descrevam os meios e as ações a executar,

registro pelo responsável da execução das medidas tomadas (FREITAS, 2011).

Para Santos (2009), caso ocorra um desvio, é necessária uma ação

rápida, devendo o processo ser ajustado e colocado novamente sobre controle

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e novas medidas relativas ao produto serem estabelecidas durante o período

de desvio. A análise das causas na origem dos desvios observados é

fundamental para evitar a sua recorrência.

Princípio 6 – Estabelecimento dos Procedimentos de Verificação

Os procedimentos estabelecidos devem permitir verificar se o sistema

APPCC está em conformidade com o plano e se é apropriado para o

produto/processo em estudo (FREITAS, 2011).

Durante a verificação, todos os documentos relacionados ao plano

APPCC devem ser analisados, incluindo a revisão dos PCC‟s, revisão dos

desvios e inspeções do processo para observar se os PCC‟s estão sob

controle, coleta aleatória de amostras e análises, revisão dos limites críticos e

dos registros (ROBERTO et al., 2008). Para Freitas (2011), há ainda outros

métodos de verificação, como análise das reclamações de mercado; execução

de análises às matérias-primas e aos materiais de embalagem no ato da

recepção, aos produtos intermédios e acabados.

Segundo Kerber (2016), a verificação deve ser feita por encarregado que

não seja o mesmo responsável pelo monitoramento, o qual deve verificar

frequentemente os registros do monitoramento e serve para comprovar a

eficácia do Sistema APPCC. A verificação deve ser realizada sempre que

houver dúvidas quanto à segurança do alimento ou envolvimento do alimento

como veículo de doenças, ou para validar o Plano APPCC no caso de

alteração na matéria-prima, processo e equipamentos.

Princípio 7 – Estabelecimento dos Procedimentos Efetivos de Registros e

Documentação

Todos os registros empregados no Sistema APPCC devem ser

catalogados e mantidos na empresa para comprovar, em eventuais auditorias,

que o produto é seguro para o consumo e que são tomadas ações corretivas

para os desvios dos limites críticos (KERBER, 2016).

O registro poderá assumir diferentes formas: gráfico, texto, suporte

informático (SANTOS, 2009). De acordo com Freitas (2011), alguns exemplos

de registros são: boletins das ações de monitoramento, folhas de registro dos

desvios dos limites críticos e das ações corretivas tomadas, gráficos dos dados

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de controle de PCC, modificações introduzidas ao sistema APPCC, resultados

de auditorias internas e externas. Como exemplos de documentação: análise

de perigos; identificação dos PCC‟s; determinação dos limites críticos; atas das

reuniões, onde deverão estar evidenciadas as decisões tomadas pela equipe

APPCC relativamente ao estudo; procedimentos de controle de PCC

(FREITAS, 2011).

Para Kerber (2016), os registros devem estar guardados em local

acessível e não deve haver rasuras, os quais devem estar preenchidos

integralmente de forma clara, com as assinaturas de quem os executou,

permitindo, assim, a verificação dos desvios e ações corretivas por um maior

período de tempo.

O sistema APPCC simplifica as ações de segurança de alimentos,

quando se podem determinar poucos pontos críticos de controle e suas

respectivas medidas de controle. Utilizando essa ferramenta a indústria pode

garantir a segurança de seus produtos de maneira prática, lógica e econômica

(DIAS et al., 2010).

Figura 14 – Esquema da elaboração do Sistema APPCC. Fonte: AFONSO

(2008).

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Segundo Roberto et al. (2008), os benefícios decorrentes da

implementação do sistema APPCC atingem o governo, a cadeia produtiva de

alimentos e os consumidores:

Para o governo: melhoria e redução dos custos com a saúde

pública, maior eficiência e resultado no controle de alimentos,

facilidade no comércio nacional e internacional de alimentos,

aumento da confiança dos consumidores quanto à segurança dos

alimentos.

Para a cadeia produtiva: aumento da confiança dos consumidores

e do governo, redução do custo de produção, melhoria das

características do produto.

Para os consumidores: redução dos riscos de doenças de origem

alimentar, aumento da conscientização dos princípios básicos de

higiene.

3.6. Sistema APPCC – frutas

A produção de alimentos com segurança exige cuidados especiais, para

que se eliminem, quase na sua totalidade, os riscos de

contaminaçãoprovocados por perigos físicos, químicos e biológicos a que

esses alimentos estão sujeitos (SERAFIM & SILVA, 2012). O sistema

convencional de produção agrícola não atende às demandas de uma produção

de alimentos seguros, de alta qualidade e ambientalmente corretos, impostas

pelos mercados internos, mas, principalmente, para o mercado externo,

afetando prejudicialmente às exportações (MENDONÇA et al., 2014).

Para Moretti & Mattos (2009), oferecer alimentos seguros é um desafio

que os diversos atores envolvidos nas diferentes cadeias produtivas tem

enfrentado, e com frutas e hortaliças não é diferente. A aplicação de medidas

preventivas no campo, como boas práticas agrícolas, e na manipulação na fase

de pós-colheita, bem como na implantação de sistemas de garantia de

qualidade, como o APPCC (Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle),

são extremamente importantes na prevenção de perigos potencias ao

consumidor.

As frutas e hortaliças, como qualquer produto agrícola, podem estar

contaminadas com agentes patológicos e oferecerem riscos à saúde dos

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consumidores, se não forem aderidas medidas de segurança em toda a cadeia

produtiva. Dentre os processos adotados na busca de padrões de segurança e

inocuidade, destacam-se as “boas práticas agrícolas” (BPA), a “análise de

perigos e pontos críticos de controle” (APPCC) e a “produção integrada” (PI)

(MORETTI & MATTOS, 2007).

O sistema de produção integrada de frutas (PIF) foi implementado no

Brasil, a partir de 1998, destacando-se pela credibilidade conferida às frutas

produzidas. Esse sistema de produção surgiu com o intuito de atender à

necessidade de se obter um sistema de produção agrícola sustentável que

pudesse proporcionar segurança ao produtor e ao consumidor, com

rentabilidade (FACHINELLO et al., 2011). A “produção integrada” (PI) de frutas

e hortaliças permite a obtenção de produtos de alta qualidade, priorizando

métodos mais seguros do ponto de vista ecológico e buscando minimizar os

efeitos secundários indesejáveis do uso de agrotóxicos e adubos inorgânicos

(MORETTI & MATTOS, 2007). Produzir frutas no campo e manter suas

características originais na pós-colheita de acordo com as normas de

segurança alimentar é um aspecto relevante na Produção Integrada de Frutas

(PIF) (MENDONÇA et al., 2014). O sistema APPCC e as Boas Práticas

Agrícolas são ferramentas usadas em conjunto, que auxiliam a PIF e tem por

finalidade garantir a segurança do alimento.

Quadro 2– Principais diferenças das práticas culturais entre a produção

convencional e a Produção Integrada de Frutas (PIF)

Prática cultural Produção convencional PIF

Manejo do solo Uso intensivo de máquinas

agrícolas Preparo mínimo

Agroquímicos Uso excessivo Uso controlado

Adubação Adubos químicos Adubos químicos e orgânicos

Controle fitossanitário Uso exagerado Monitoramento de pragas e

doenças

Pós-colheita Uso de agroquímicos Não utiliza

Legislação Não possui IN1 20/2001 (MAPA

2)

1Instrução Normativa.; 2Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Fonte: MENDONÇA et al. (2014).

Além da Produção Integrada há outros sistemas de produções

sustentáveis, como a Produção Orgânica, que atrelados a procedimentos que

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buscam padrões de segurança alimentar, como o sistema APPCC, conferem

aos alimentos oriundos de seus processos garantia para o alcance da

inocuidade.

3.6.1. Produção orgânica de frutas – morango

Segundo Neto et al. (2010), nos desafios colocados atualmente pela

sociedade aos sistemas de produção agropecuários estão inclusos os itens

relacionados à necessidade de produção de alimentos, de fibras e de outras

matérias-primas em quantidade e qualidade adequadas e, também, a nova

exigência de que essa produção não contamine o ambiente, não exerça

pressão inadequada sobre os recursos naturais e que leve em consideração os

aspectos relacionados à equidade social.

Para Santos & Monteiro (2004), os alimentos produzidos de acordo com

os princípios e práticas da agricultura convencional, normalmente apresentam

resíduos dos compostos químicos utilizados, e, no caso dos agrotóxicos, por

exemplo, considerados indispensáveis e insubstituíveis para a produção

convencional de alimentos, estão sendo vistos como contaminantes dos

alimentos e degradadores do meio ambiente. Segundo Roel (2002), a pouca

diversidade genética é praticamente regra geral, e a mecanização agrícola é

uma constante, transformando o solo em substrato morto.

Um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros

está contaminado pelos agrotóxicos, segundo análise de amostras coletadas

em todas os 26 estados do Brasil, realizada pelo Programa de Analise de

Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) da ANVISA (2011) (Figura 15).

Figura 15 – Amostras segundo a presença ou a ausência de resíduos. Fonte:

ABRASCO (2015).

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Destaca-se também que o nível médio de contaminação das amostras

dos 26 estados brasileiros está distribuído pelas culturas agrícolas da seguinte

maneira: pimentão (91,8%), morango (63,4%), pepino (57,4%), alface (54,2%),

cenoura (49,6%), abacaxi (32,8%), beterraba (32,6%) e mamão (30,4%)

(Tabela 1) (ABRASCO, 2015).

Tabela 1: Amostras analisadas por cultura e resultados insatisfatórios. Fonte:

ABRASCO, 2015.

No de amostras

analisadas

NA > LMR

> LMR e NA

Total de

insatisfatórias

(1) (2) (3) (1+2+3)

no % n

o % n

o % n

o %

Abacaxi 122 20 16,4 10 8,2 10 8,2 40 32,8

Alface 131 68 51,9 0 0,0 3 2,3 71 54,2

Arroz 148 11 7,4 0 0,0 0 0,0 11 7,4

Batata 145 0 0,0 0 0,0 0 0.0 0 0.0

Beterraba 144 44 30,6 2 1,4 1 0,7 47 32,6

Cebola 131 4 3,1 0 0,0 0 0,0 4 3,1

Cenoura 141 69 48,9 0 0,0 1 0,7 70 49,6

Couve 144 35 24,3 4 2,8 7 4,9 46 31,9

Feijão 153 8 5,2 2 1,3 0 0,0 10 6,5

Laranja 148 15 10,1 3 2,0 0 0,0 18 12,2

Maçã 146 8 5,5 5 3,4 0 0,0 13 8,9

Mamão 148 32 21,6 10 6,8 3 2,0 45 30,4

Manga 125 5 4,0 0 0,0 0 0,0 5 4,0

Morango 112 58 51,8 3 2,7 10 8,9 71 63,4

Pepino 136 76 55,9 2 1,5 0 0,0 78 57,4

Pimentão 146 124 84,9 0 0,0 10 6,8 134 91,8

Repolho 127 8 6,3 0 0,0 0 0,0 8 6,3

Tomate 141 20 14,2 1 0.7 2 1,4 23 16,3

Total 2.488 605 24,3 42 1,7 47 1,9 694 27,9

no - número de amostras

(1) - amostras que apresentaram somente IA (Índice de Agrotóxico) não autorizados (NA); (2) - amostras somente com IA autorizados, mas acima dos limites máximos autorizados (> LMR); (3) - amostras com as duas irregularidades (NA e > LMR); (1+2+3) - soma de todos os tipos de irregularidades.

O consumo de alimentos contendo resíduos de agrotóxicos, a médio e

longo prazo, pode levar a problemas hepáticos (cirroses) e oftalmológicos,

distúrbios do sistema nervoso central, do sistema reprodutivo, câncer e efeitos

mutagênicos e teratogênicos (SANTOS & MONTEIRO, 2004).

Diante desse cenário, para Caporal (2008), em diversos países surgiram

versões de agriculturas alternativas, com diferentes denominações: orgânica,

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biológica, ecológica, biodinâmica, regenerativa, permacultura, natural; cada

uma delas seguindo determinados princípios, tecnologias, normas, regras e

filosofias, segundo as correntes a que estão aderidas.

O sistema orgânico visa o estabelecimento de sistemas agrícolas

ecologicamente equilibrados e estáveis, economicamente produtivos em

grande, média e pequena escalas, de elevada eficiência quanto à utilização

dos recursos naturais de produção e socialmente bem estruturados, resultando

em alimentos saudáveis, de elevado valor nutritivo e livres de resíduos tóxicos

(MADAIL et al., 2007). O princípio da agricultura orgânica pode variar de região

para região, mas há um princípio mínimo que deve ser seguido conforme os

regulamentos do CodexAlimentarius, que define agricultura orgânica como um

sistema de produção integrado o qual promove e realça agros-sistemas

saudáveis, incluindo biodiversidade, ciclos biológicos e atividade biológica do

solo (SANTOS & MONTEIRO, 2004).

De acordo com Alves et al. (2012), é provável que a história da

agricultura orgânica tenha tido seu início na década de 20, relatada em um livro

chamado “Um testamento agrícola” de 1940, escrito pelo trabalho do

pesquisador inglês Albert Howard, que, em viagem à Índia, observou as

práticas agrícolas de compostagem e adubação orgânica utilizadas pelos

camponeses daquele local.

Com o término da II Guerra Mundial, na década de 1940, segundo Alves

et al. (2012), ocorreu o surgimento de um conjunto de práticas que compunham

o chamado “Pacote Tecnológico” da Revolução Verde. Burityet al. (2010)

afirmam que essa experiência visava aumentar a produtividade de alguns

alimentos, associado ao uso de novas variedades genéticas, fortemente

dependentes de insumos químicos; e que a segurança alimentar foi

hegemonicamente tratada como uma questão de insuficiente disponibilidade de

alimentos.

Para Roel (2002), o ano de 1962 é um momento-chave na história da

agricultura mundial, pois foi o ano em que Raquel Carson publicou seu livro

Primavera Silenciosa, marco reflexivo com inúmeras denúncias sobre

contaminações ambientais e sobre a elevada mortalidade de animais silvestres

causada por agrotóxicos.

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No final da década de 80 e início da década de 90, o conceito de

segurança alimentar passou a incorporar também a noção de acesso a

alimentos seguros (não contaminados biológica ou quimicamente); de

qualidade (nutricional, biológica, sanitária e tecnológica), produzidos de forma

sustentável, equilibrada e culturalmente aceitáveis (BURITY et al., 2010). O

sistema orgânico, por fazer parte dos estilos de produção sustentáveis

promovidos pela corrente da Agroecologia, segundo Caporal (2008), tem como

eixo central a necessidade de produção de alimentos em quantidades

adequadas e de elevada qualidade biológica para toda a sociedade, numa

perspectiva que favorece a busca da segurança alimentar e nutricional

sustentável.

No Brasil, segundo Neto et al. (2010), na década de 1980 já eram

visíveis as consequências da transformação da agricultura e, com o

crescimento da crítica à agricultura convencional, aumentou o interesse pelas

práticas agrícolas consideradas alternativas; e a partir de 1990, com a abertura

internacional do mercado e a estabilização cambial, perceberam-se novas

oportunidades de inserção e novos mercados para produtos orgânicos.

No Rio de Janeiro, os produtos orgânicos chegaram aos supermercados

a partir de 1996. Entretanto, ainda hoje persistem pontos de estrangulamento

para os produtores comercializarem através desse canal: o baixo volume de

produção; a descontinuidade na quantidade e na qualidade ofertada; a fraca

infraestrutura de produção e comercialização; a baixa disponibilidade de

recursos produtivos (capital e mão-de-obra); a fraca organização dos pequenos

produtores e trabalhadores rurais; a baixa remuneração aos produtores pelo

produto orgânico e a escassa promoção dos alimentos orgânicos (FONSECA

et al., 2009).

A demanda de mercado para frutas e vegetais orgânicos tem aumentado

regularmente nos últimos anos (SANTOS & MONTEIRO, 2004) e a cultura do

morangueiro está inserida nesse contexto. A produção e o consumo de

morangos inócuos para o consumo humano, livres de contaminações

microbiológicas e de resíduos de agrotóxicos, produzidos com uma clara

consciência de respeito ao homem e aos recursos naturais converte-se em

uma oportunidade viável para a fruticultura (MATTOS & ANTUNES, 2007).

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Segundo Camargo et al. (2010), o cultivo do morangueiro em sistemas

agroecológicos tem demonstrado viabilidade técnica, econômica, social e

ecológica, tornando um grande atrativo em função, principalmente do valor

agregado ao produto e do menor impacto ao ambiente.

3.6.2. Por que estudar o APPCC na produção orgânica de morangos

O sistema produtivo do morangueiro tem evoluído no decorrer dos anos,

em função das exigências do consumidor e da necessidade do produtor em

atendê-lo de imediato (MADAIL et al., 2007). O morango produzido no Brasil e

no mundo é em grande parte proveniente de cultivo em sistemas

convencionais, caracterizado pelo uso intensivo de produtos químicos,

podendo receber até 45 pulverizações com agrotóxicos durante o ciclo da

cultura, haja vista a suscetibilidade das cultivares a uma vasta gama de

doenças e pragas (CAMARGO et al., 2009).

De acordo com Dominato& Pierre (2017), é importante garantir um

produto de qualidade e seguro que não cause danos aos consumidores. Assim,

o cultivo de morangos utilizando as práticas de manejo do sistema orgânico,

como o uso de adubos orgânicos e biofertilizantes, é uma alternativa para se

obter um produto com qualidade. Segundo Santi& Couto (2011), os morangos

orgânicos são mais nutritivos e melhores para o solo e para o meio ambiente,

pois foram observadas maiores concentrações de antioxidantes, compostos

fenólicos e vitamina C na fruta e que permaneceram mais tempo sem

apodrecer.

Para Alcântara (2009), os alimentos orgânicos são mais suscetíveis à

contaminação microbiológica do que os convencionais, uma vez que o

ambiente úmido associado à utilização de adubos orgânicos, constituídos de

fezes provenientes de animais, pode favorecer a contaminação. Medidas

preventivas, como a implantação das Boas Práticas Agrícolas (BPA) e do

sistema de Análise dos Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), são

importantes para diminuir o risco do alimento ser contaminado.

Há uma carência de pesquisas científicas que estruturem o sistema

APPCC, assegurem sua implementação e avaliem os resultados obtidos para

morangos cultivos na agricultura orgânica.

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4. MATERIAL E MÉTODOS

O presente estudo foi realizado em um sítio produtor de alimentos

orgânicos, localizado em Itaipava – Petrópolis (RJ). Desde 1989, a propriedade

é dedicada ao cultivo de hortaliças orgânicas e fornece produtos para

restaurantes e cestas domiciliares. O morango é uma das principais culturas do

sítio, por ser um dos produtos mais apreciados e vendidos. São cultivadas três

variedades diferentes de morango, sendo elas: Albion, Oso Grande e

Camarosa.

O município de Petrópolis tem o clima caracterizado como Tropical de

Altitude, com inversos secos e verões úmidos. Segundo a Prefeitura Municipal

de Petrópolis, o índice pluviométrico é de aproximadamente 2.400 mm anuais;

a média anual de temperatura fica em torno dos 19°C, sendoa temperatura

média nos meses mais quentes (outubro a março) em torno de 23°C, e nos

meses mais frios (abril a setembro), de 15°C.

Foram utilizadas as cultivaresAlbion, Camarosa, e Oso Grande por se

desenvolverem entre 12 e 25 °C.

As práticas recomendadas para cada etapa da produção de morangos

orgânicos, para se obter frutas de qualidade aliado a um bom volume produtivo,

adotadas para a execução deste trabalho foram:

Escolha da Cultivar

A escolha da cultivardeve serrealizada considerando características

como a produtividade, qualidade da fruta, fotoperiodismo, resistência às

principais pragas e doenças.

É fundamental saber a procedência das mudas, que necessitam ser de

viveiros registrados no MAPA.

A variedade Oso Grande, por exemplo, possui resistência ao Mofo

Cinzento (Botrytiscinerea), o que beneficia a qualidade da fruta e contribui para

a segurança alimentar.

Segundo Bernardi et al. (2005), o transporte das mudas deve ser feito

em veículos com carrocerias fechadas ou cobertas com lona, para evitar que o

ar venha secar as folhas e as raízes, o que dificultaria o “pegamento”.

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Preparo do Solo

Primeiramente, escolhe-se o local que abrigará os canteiros com os

morangueiros, que deve:

Possuir boa incidência de luz, não havendo barreiras próximas

(como árvores, construções) que sombreiem o local;

Possuir inclinação de 2% a 3%, para ajudar na drenagem;

Protegido da chuva e ventos. O uso de estufas e/ou ambientes

protegidos é a melhor opção para o cultivo do morango;

Sem antecedentes de plantio de solanáceas, como tomate e

pimentão, e de outro morangueiro.

Para o preparo do solo, é aconselhável a realização de uma análise,

para verificar a necessidade de correção de pH com o uso de calcário. De

acordo com Pagotet al. (2005), o pH ideal para a cultura do morangueiro é 6,0;

e a análise do solo deve ser feita no mínimo 120 dias antes do plantio,

corrigindo-se a acidez com antecedência de pelo menos 90 dias.

Após a etapa de correção, é recomendável o uso de adubo verde para

incorporar matéria orgânica. O uso de leguminosas, como a mucuna-aña, e de

consórcios como o milheto e a crotalária são aconselháveis.

Os canteiros podem ser feitos manualmente, utilizando enxada, mas é

recomendado o uso de encanteiradores tracionadas por microtratores.

Dependendo do implemento utilizado, cada passada do microtrator pode deixar

de 1 à 3 canteiros prontos. Segundo Pagotet al.(2005), a largura do canteiro

deverá ser de 80 a 90 cm no topo, ficando cerca de 50 a 60 cm destinado ao

caminho; e a altura do canteiro deverá ser de 20 a 30 cm nos terrenos planos e

15 no cm nos terrenos inclinados.

É importante cobrir os canteiros, com plástico (“mulching”) ou materiais

naturais, como palha de arroz, pois há insetos que vivem no solo e se

alimentam dos morangos, inutilizando-os. O mulching de plástico preto é muito

utilizado, mas existe uma tendência para o uso do mulching dupla face (preto e

prata ou preto e branco), que são mais apropriadas ao cultivo de culturas

sensíveis ao calor, diminuindo o aquecimento do solo e a amplitude térmica

entre o dia e a noite. Essa cobertura também é fundamental para manter a

umidade do solo e reduzir o surgimento de plantas espontâneas.

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Plantio

O morangueiro é sensível ao fotoperíodo, necessitando de dias longos

(com mais de 14 horas de luz solar) e temperaturas mais altas (maiores de

15ºC) para estimular seu crescimento vegetativo, e consequentemente, a

produção de mudas; e dias curtos (com menos de 14 horas de luz solar) e

temperaturas mais baixas (menos que 15 °C) para florescer.

Segundo Santi& Couto (2011), a recomendação geral de épocas de

plantio no centro-sul de Brasil, visando à produção de frutos comerciais, é:

- Fevereiro e Março, nas regiões que apresentam altitudes acima de 700

metros;

- Abril, nas regiões que apresentam altitudes que variam de 600 a 700

metros; e,

- Maio, nas regiões que apresentam altitude de 500 a 600 metros.

Regiões com altitude inferior a 500 metros de altitude, não apresentam

condições ideais para o plantio do morangueiro, comprometendo o

desenvolvimento das plantas e o rendimento de frutos.

O plantio deve ser feito manualmente e as mudas são preparadas,

retirando-se as folhas e deixando apenas de 2 a 3 folhas sadias. As raízes são

cortadas de forma a permanecerem com aproximadamente 10 cm de

comprimento. A cova que receberá as mudas deve ter profundidade suficiente

(de 20 à 30 cm) para abrigar o sistema radicular, que se espalha ao redor da

planta. De acordo com Antunes et al. (2011), deve-se evitar enterrar a coroa,

deixando-a no nível do solo, pois é a partir dela que se formará tanto a parte

radicular quanto a aérea. Se o plantio for muito fundo, haverá dificuldade de

emissão de novas folhas e de estolões.

A adubação de plantio deve ser específica com a utilização composto

orgânico ou qualquer outro material adequadamente decomposto, que deve ser

preferencialmente “rico” (ou seja, de boa qualidade), pois o morango é planta

exigente em nutrientes (SANTI & COUTO, 2011).

Após o plantio, deve-se irrigar as mudas, para garantir a aderência da

terra nas raízes. Segundo Antunes et al. (2011), o morangueiro pode ser

irrigado por aspersão ou por gotejamento, sendo o primeiro sistema o mais

utilizado na produção de mudas e/ou no estabelecimento das plantas no

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campo; e o segundo mais indicado após o estabelecimento das mudas até a

colheita.

Manejo Cultural

O morangueiro produz melhor em solos areno-argilosos (ANTUNES et

al., 2011), e é uma cultura exigente em potássio e nitrogênio. No sistema

orgânico, os adubos de cobertura utilizados podem ser à base de torta de

mamona, como fonte de nitrogênio, e de cinzas, como fonte de potássio. Outra

forma muito eficaz de realizar a adubação em cobertura na cultura do morango

é através do emprego de biofertilizante líquido enriquecido (em N e K) (SANTI

& COUTO, 2011).

Os biofertilizantes podem ser adicionados diretamente no sistema de

gotejamento, realizando-se a fertirrigação nos morangueiros. A fertirrigação é

uma técnica que fornece nutrientes a planta, na fase que a cultura do morango

necessita, propiciando melhora nos rendimentos, menos consumo de água,

melhor padrão de qualidade para exportação, e facilita o controle fitossanitário

(GARCIA, 2012). A periodicidade da aplicação de biofertilizantes depende do

vigor das plantas, podendo ser realizada a fertirrigação duas vezes

semanalmente ou até quinzenalmente.

Além do nitrogênio e do potássio, o morango também necessita de boro,

para o enchimento do fruto. Esse nutriente também pode ser adicionado ao

sistema de gotejamento, e ficar disponível a planta via fertirrigação.

As principais doenças que afetam o morangueiro são causadas por

fungos e bactérias, que podem estar presentes no solo, na água, em mudas e

restos de plantas infectadas. De acordo com Santi& Couto (2014), as doenças

mais comuns são as manchas foliares causadas por Mycosphaerella, podridão

de frutos ou „mofo cinzento‟, causado por Botrytis e flor preta ou Antracnose,

causada por Colletotrichum. A limpeza dos canteiros de morango, fazendo a

retirada das folhas secas e dos frutos já doentes, é uma prática importante para

redução de problemas sanitários. A poda deve ser realizada com cuidado, pois

pode haver propagação de doença através do equipamento usado (tesoura de

poda, por exemplo). O ideal é que haja a desinfecção do equipamento a cada

planta, podendo ser em uma solução de água e cloro, por exemplo. O uso de

biofertilizantes e o controle da umidade no solo também colaboram para a

prevenção de doenças.

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O morangueiro também pode ser alvo do ataque de insetos (pulgões,

broca do morango e lagarta-rosca) e ácaros, que podem vir nas mudas ou em

áreas próximas com infestação.

Segundo a Embrapa (2013), para controlar doenças e pragas no

morangueiro, são utilizados produtos alternativos, como caldas, que são

pulverizadas sobre as plantas, e também o controle biológico, que utiliza outros

microrganismos ou insetos para controle (Quadro 3).

Quadro 3 – Produtos utilizados para o controle de pragas e doenças no

morangueiro

PRODUTO FINALIDADE

Calda sulfocálcica Controle de ácaros

Calda bordalesa Doenças foliares

Ácaros predadores Controle de ácaros

Fungo antagonista Controle do mofo cinzento (Clonostachysrosea)

Armadilhas atrativas Captura massal da broca do morangueiro

Fonte: EMBRAPA (2013- adaptado).

De acordo com Motta (2008), a calda sulfocálcica é constituída

essencialmente por polissulfetos de cálcio, é o resultado de uma reação entre o

óxido de cálcio (da cal virgem) e o enxofre, quando dissolvidos em água e

submetidos à fervura. Possui ação inseticida, acaricida e fungicida. É um

produto eficiente, de custo relativamente baixo, preparado com elementos que

também são nutrientes para as plantas (cálcio e enxofre). Um cuidado que se

deve observar no preparo e manuseio da calda sulfocálcica é o de que a

mesma é altamente alcalina e corrosiva, podendo danificar recipientes de

metal, corroer materiais plásticos, roupas e a pele (SCHWENGBER et al.,

2007).

A calda bordalesa foi utilizada, pela primeira vez, por volta de 1882, em

Bourdeaux, na França, para controlar o míldio em videira (MOTTA, 2008). É

uma suspensão obtida pela mistura de sulfato de cobre (CuSO4 ) com cal

virgem ou hidratada (CaO) (SCHWENGBER et al., 2007) em água. Sua maior

eficiência é para o controle de doenças fúngicas (míldio, ferrugem, requeima,

pinta preta, cercosporiose, antracnose, manchas foliares, podridões, entre

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outras), mas também atua contra doenças causadas por bactérias e tem efeito

repelente contra alguns insetos, como a cochonilha e o pulgão. É

recomendável a pulverização de calda bordalesa, para evitar a propagação de

doenças, após a poda e limpeza dos morangueiros.

Os ácaros fitófagos atacam principalmente as folhas do morangueiro,

provocando mosqueamento ou clorose, bronzeamento, perda de vigor, redução

na produção, desfolhamento, murchamento permanente, atrofiamento podendo

causar a morte das plantas (KOVALESKI et al., 2006). Ácaros das famílias

Tetranychidae são relatados como pragas importantes da cultura do morango

(FERLA et al., 2007). O emprego de ácaros predadores tem se destacado em

vários países, inclusive no Brasil, como ferramenta viável para o controle

biológico aplicado de ácaros e insetos-praga em diversas culturas (POLETTI,

2016). De acordo com Kovaleskiet al. (2006), os fitoseídeos são os ácaros mais

comuns e os mais importantes no controle dos ácaros fitófagos, destacando-se

os das famílias Erythraeidae, Cunaxidae, Phytoseiidae e Stigmaeidae.

Os microrganismos antagonistas manifestam capacidade supressiva

para determinadas doenças das plantas, que pode, em algumas situações,

permitir a sua utilização na proteção das plantas contra doenças (PALLERO, et

al., 2016). Os princípios do controle biológico baseiam-se na relação

antagônica entre microrganismos, como: predação, competição, amensalismoe

parasitismo (BIZI, 2003). O fungo antagonista mais utilizado para o combate do

mofo cinzento no morangueiro, segundo Sanhueza&Calegario (2006) é o

Gliocladiumroseum, pulverizado nas plantas na concentração de 106 conídios

(esporo assexuado, usado para reprodução do fungo) por mL.

Segundo Botton & Nava (2010), o emprego de iscas colocadas no

interior de armadilhas de solo tem sido eficiente para o controle da broca-das-

frutas. Como atrativo na isca, podem ser usados feromônios. De acordo com

Moliterno (2017), os principais métodos relacionados à utilização de feromônios

são o monitoramento, a confusão sexual e a captura em massa; onde a técnica

do monitoramento permite o conhecimento da flutuação populacional do inseto-

praga; a técnica da confusão sexual baseia-se na saturação do ambiente com

feromônio sexual dificultando o encontro entre os sexos, promovendo a

diminuição da população em campo; a técnica da captura em massa consiste

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em atrair e capturar o máximo de indivíduos possível, com o intuito geral de

promover um decréscimo na população.

Colheita

Recomenda-se que a colheita dos frutos destinados ao consumo “in

natura” seja realizada quando estes apresentarem 75% da superfície

avermelhada (ANDRADE, 2013). De acordo com Antunes et al. (2011), a

colheita é iniciada cerca de 60 a 80 dias após o plantio, dependendo do clima e

da região, dos tratos culturais e da forma de produção, podendo se estender

até os meses de dezembro ou janeiro, para cultivares de dias curtos.

Segundo Cantillano (2010), os frutos do morangueiro são muito

delicados e pouco resistentes, devido à sua epiderme delgada, grande

percentagem de água e alto metabolismo, o que exige muitos cuidados durante

a colheita, que é realizada manualmente e diariamente, ou no máximo a cada

três dias. As horas mais quentes do dia são impróprias para a colheita, porque

aceleram o processo de deterioração da fruta. Recomenda-se, por isso, colher

as frutas nas primeiras horas da manhã (ANTUNES et al., 2011). A

classificação dos morangos deve ser feita, no mínimo, de acordo com o

tamanho e coloração (maturação). Embalar na mesma caixa morangos de

diferentes tamanhos, graus de maturação, cores, sanidade e qualidade, além

de desagradar o consumidor, desvalorizam o produto (GALEGÁRIO et al.,

2005).

As cestas de colheita, normalmente devem ser feitas de taquara ou

madeira, com uma ou mais divisões para pré-classificação, e devem ser

forradas com papel limpo e apropriado (CASTILLANO, 2010). Recomenda-se o

uso de luvas para prevenir contaminação por microrganismos e injúrias

mecânicas nos frutos.

Armazenamento e Beneficiamento

Os morangos podem ser colocados em embalagens diretamente no

campo ou serem levados para locais abrigados do sol. A escolha da

embalagem a ser usada é um ponto importante da etapa de beneficiamento e,

segundo Cunha Júnior et al. (2012), requer o conhecimento de diversas

variáveis como respiração do fruto e permeabilidade da embalagem. Assim

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como na colheita, é importante o uso de luvas nesta etapa da produção, para

evitar danos mecânicos e contaminação das frutas.

Uma das técnicas mais eficientes para aumentar a durabilidade de frutos

e minimizar as perdas pós-colheita é o armazenamento à baixa temperatura. A

refrigeração deve ser utilizada para diminuir a taxa respiratória, a perda de

água e retardar o amadurecimento e senescência dos frutos (BRAGA, 2012). A

temperatura deverá ser reduzida de modo rápido, em poucas horas, para cerca

de 5ºC, e depois as frutas já embaladas deverão ser colocadas em câmaras

frias, à temperatura de 2 ºC a 4 ºC e umidade controlada de 90%, processo que

aumenta o período de conservação para 7 dias (ANTUNES et al., 2011).

Baixas concentrações de O2 e altas concentrações de CO2 também exercem

efeito benéfico à conservação dos morangos (GALEGÁRIO et al., 2005).

Transporte e Distribuição

A comercialização de morangos a grandes distâncias é dificultada

devido à sua perecibilidade, decorrente principalmente da suscetibilidade ao

desenvolvimento de agentes patogênicos (CUNHA JÚNIOR et al., 2012).

A refrigeração é a principal técnica para minimizar as perdas. Assim,

segundo Galegárioet al., 2005, o caminhão transportador dos morangos deve

estar limpo e refrigerado (de 10°C às 12°C) antes do início do carregamento

das caixas. A temperatura nas caçambas é mais elevada próximo às paredes

que no centro, por isso, o palete deve ser posicionado no centro, tomando

cuidado para que as caixas se mantenham empilhadas.

Deve-se ficar atento mistura de cargas e monitorar a temperatura dos

outros produtos antes do carregamento para que os morangos não sejam

aquecidos pelo contato com produtos não resfriados. Para Cantillano (2013),

nessas condições, os morangos devem ser comercializados em até 24 horas.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com as recomendações a serem tomadas no processo de

produção de morangos orgânicos, foi observado na propriedade em estudo:

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Escolha da Cultivar

As cultivares escolhidas para o ano de 2017 foram a Albion, Oso Grande

e Camarosa. A propriedade adquiriu as mudas de viveiro registrado pelo

MAPA. O transporte das mudas foi feito por um dos caminhões refrigerados

(temperatura em torno de 8 °C, sem controle da umidade relativa) da

propriedade, em caixas usadas no local para a colheita dos diversos produtos

existentes. Essas caixas possuem fendas no fundo e nas laterais, e as mudas

vem separadas de acordo com as variedades. Não são usados forros nas

caixas para o transporte.

Preparo do Solo

Foram plantadas quatro estufas, com cinco canteiros em uma e três canteiros

nas outras, e três ambientes protegidos, com quatro canteiros cada. Os

canteiros localizados nas estufas foram feitos com o auxílio da tobata e

acabados manualmente com enxada; os canteiros localizados nos ambientes

protegidos foram feitos com o auxilio da enxada rotativa tracionada pelo

microtrator da propriedade. Todos os canteiros foram preparados com

adubação verde (milheto + crotalária)e EM (coquetel com microrganismos

eficazes), e protegidos com o “mulching” dupla face (branco e preto). Não

foram plantadas solanáceas ou outros morangueiros nas estufas e nos

ambientes protegidos antes do cultivo dos morangos.

Plantio

As mudas foram separadas em três tamanhos diferentes (pequeno, médio e

grande), e primeiramente, foram plantadas as grandes, seguidas das médias e

das pequenas. Toda a manipulação feita com as mudas foi realizada sem o uso

de luvas, o que pode acarretar na proliferação de doenças. Após o plantio dos

morangueiros, foi pulverizada solução com Trichodermil, um fungicida que

contém linhagem selecionada do fungo Trichodermaharzianum e contribui para

o controle de patógenos e ciclagem de nutrientes. Todas as mudas foram

plantadas no mesmo dia, como é recomendado.

Manejo

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A limpeza dos morangueiros foi realizada com tesoura e tesoura de

poda. Não foi realizada a desinfecção dos instrumentos durante a limpeza, de

uma planta para outra, fato que pode contribuir para a disseminação de

doenças, o que compromete a qualidade da fruta.

As fertirrigações foram realizadas utilizando biofertilizantes preparados

na propriedade, feitos com insumos aceitos pela certificadora que concede o

selo de produtor orgânico ao sítio. A periodicidade das fertirrigações foi

calculada anteriormente, respeitando as fases vegetativas do morangueiro. As

pulverizações foram feitas de acordo com o surgimento das doenças e insetos.

A água utilizada na irrigação/fertirrigação dos morangueiros é

proveniente de uma mina e de um poço artesiano com 110 metros de

profundidade, ambos localizados dentro da propriedade. São feitas análises

anuais da água oriunda do poço artesiano, que apresentam resultados

satisfatórios, de acordo com a CONAMA 357/05. Não são realizadas análises

na mina de água.

Há uma população de gatos, de aproximadamente 15 animais, que vive

nas proximidades das estufas e ambientes protegidos dos morangueiros.

Foram observadas fezes e urina dos felinos em alguns canteiros. As fezes dos

gatos são veículos de uma doença, causada por um protozoário, chamada

Toxoplasmose, que, segundo Vasconcelos (2003), pode causar cefaléia, febre,

cansaço, mialgia, adenomegalia e perda de apetite.

Colheita

A colheita é realizada manualmente, sem o uso de luvas. Os morangos

são colocados em caixas de plástico, com furos no fundo e nas laterais, na

maioria das vezes, sem nenhum forro. Foram observados episódios onde

alguns funcionários colhiam os morangos e faziam uso de suas camisas no

lugar das caixas plásticas, colocando as frutas diretamente em contato com

suas roupas.

Tanto a ausência das luvas na hora da colheita, abrigar os morangos

nas vestimentas, e não usar nenhum tipo de forro nas caixas usadas na

colheita são fatores que contribuem para a proliferação de microrganismos,

como as chamadas enterobactérias (gêneros Escherichia sp, Salmonellaspe

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Shigellasp) e os coliformes totais, e consequentemente, para a contaminação

dos morangos.

Segundo Oliveira (2009), o aumento da demanda por produtos frescos

organicamente cultivados tem aumentado o risco de contaminação por

coliformes fecais. A contaminação pode ocorrer no processo de produção, no

processamento, ou até mesmo por contaminação cruzada, sem que a

qualidade aparente do produto seja prejudicada. Vários são os fatores que

podem ocasionar a contaminação em alguma fase do processo, que vai do

plantio na fazenda até a mesa do consumidor: água usada na irrigação,

fertilizantes de origem animal, mão contaminada do trabalhador rural, ou, na

fase de processamento, desinfecção ineficiente, entre outros.

Armazenamento e Beneficiamento

Após a colheita, os morangos são selecionados e classificados em dois

padrões: A e B. Os morangos de padrão A não possuem injúrias, como furos e

partes amassadas, e são colocados em pequenas caixas plásticas, com 300 g,

para comercialização. O processo é realizado sem o uso de luvas, o que pode

acarretar a proliferação de microrganismos, como as enterobactérias e os

coliformes fecais. Os morangos de padrão B possuem furos e/ou estão

amassados, e são deixados nas caixas de colheita. Tanto as frutas do padrão

A quanto do B são armazenados em uma das câmaras frias pertencentes ao

sítio em estudo, onde permanecem sob uma temperatura de,

aproximadamente, 4°C e uma umidade relativa de 60%.Segundo Lopes (2011),

os morangos são suscetíveis a proliferação de fungos toxigênicos (gêneros

Aspergillus, Penicillium e Fusarium), responsáveis pela produção das

chamadas micotoxinas. Assim, apesar dos morangos permanecerem por um

tempo muito curto (menos de 24h) na câmara fria para que as micotoxinas

possam ser produzidas, o monitoramento das condições de temperatura e

umidade da câmara fria que abriga os morangos é essencial para inibir o

surgimento desses microrganismos.

Os morangos não sofrem resfriamento inicial. Somente são submetidos

à refrigeração após serem selecionados, classificados e embalados.

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Transporte e Distribuição

As caixas de morango são comercializadas junto com outros produtos, em

cestas entregues nos domicílios. As entregas são realizadas em caminhões

refrigerados, com a temperatura em torno de 8°C. A umidade relativa não é

monitorada, e todos os caminhões são higienizados semanalmente, com

detergente neutro e ácido peracético.

Figura 16 – Fluxograma do processo de produção dos morangos orgânicos.

Diante dos resultados obtidos foram elaborados os Quadros 4 e 5. No

Quadro 4 estão descritos os resultados da análise de perigos, desde a escolha

das cultivares a distribuição do produto. O Quadro 5 contém a descrição do

plano APPCC aplicado à escolha da cultivar ao transporte dos morangos da

propriedade em estudo.

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Quadro 4– Identificação das etapas do processo da produção de morango orgânico, identificação de perigos, medidas preventivas

e pontos críticos de controle (PCC)

ETAPAS DO PROCESSO PERIGO IDENTIFICADO MEDIDAS PREVENTIVAS PCC

Escolha da cultivar Não foram identificados perigos. - Continuar seguindo as recomendações para essa etapa.

NÃO

Preparo do Solo Não foram identificados perigos. - Continuar seguindo as recomendações para essa etapa.

NÃO

Plantio - Biológico: Proliferação de microrganismos. - Uso de luvas para manipulação das mudas e plantio. NÃO

Manejo

- Biológico: Proliferação de microrganismos durante a limpeza, contaminando plantas sadias; possibilidade da presença de microrganismos patogênicos na água da irrigação de 4 estufas; e possibilidade da presença do protozoário Toxoplasma gondii, responsável pela Toxoplasmose.

- Seguir as recomendações para essa etapa; - Desinfecção do equipamento de poda durante a limpeza dos morangueiros; - Análise da água proveniente da mina; - Retirada da população de gatos das proximidades da produção.

SIM

Colheita - Biológico: Proliferação de microrganismos, como as enterobactérias e coliformes fecais.

- Seguir as recomendações para essa etapa; - Uso de luvas durante a colheita; - Utilizar apenas de caixas limpas e forradas durante a colheita.

SIM

Beneficiamento - Biológico: Proliferação de microrganismos, como as enterobactérias, coliformes fecais e fungos toxigênicos.

- Seguir as recomendações para essa etapa; - Resfriamento rápido inicial, antes dos morangos serem selecionados e embalados; - Monitoramento das condições ambientais da câmara fria; - Uso de luvas para embalar os morangos.

SIM

Transporte e Distribuição -Biológico: Proliferação de microrganismos, como as enterobactérias, coliformes fecais e fungos toxigênicos.

- Seguir as recomendações para essa etapa; - Monitoramento das condições ambientais do caminhão; - Transportar as embalagens de morango separadas do restante dos itens da cesta de produtos.

SIM

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Quadro 5–Caracterização dos Pontos críticos de controle (PCC), atribuições, e ações corretivas na produção de morango orgânico

PCC/ETAPA DO PROCESSO

PERIGO PONTO DE CONTROLE

LIMITE CRÍTICO

MONITORAMENTO/ FREQUÊNCIA

REGISTROS RESPONSÁVEL AÇÕES

CORRETIVAS VERIFICAÇÃO

PCC 1/Manejo Biológico

- presença de felinos nos canteiros, acarretando na possibilidade de existir o protozoário Toxoplasma gondii

- um único animal já compromete a inocuidade do morango, devido à presença de oocistos do protozoário nas fezes

- necessidade de verificar os anticorpos IgG

1, IgM

2 e IgA

3 dos

funcionários da horta, no mínimo uma vez ao ano, até a retirada completa de todos os felinos

- Resultados dos exames sanguíneos

- Encarregados pela Horta e Responsável pelo RH

- Retirada completa de todos os felinos existentes - continuar com o aviso da necessidade da lavagem do morango na embalagem

- Supervisão da população de felinos e da retirada completa da mesma - Avaliação dos Exames Sanguíneos

PCC 2 /Colheita Biológico

- Análise microbiológica devido a possibilidade da presença de microrganismos como, Staphylococccus aureus, Salmonellasp, Escherichia coli e Shigella sp.

- De acordo com a Resolução N

o12 (2001)

da ANVISA

- Retirar uma amostra logo após uma das colheitas, antes de entrar na câmara fria

- Resultados das análises

- Encarregados pela Horta

- Obrigatoriedade do uso de luvas na hora da colheita - Revestir o fundo das caixas de colheita com papel apropriado, evitando o contato dos morangos com a terra.

- Supervisão da operação

1–Imunoglobulina G

2–Imunoglobulina M

3–Imunoglobulina A

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Continuação Quadro 5

PCC/ETAPA DO PROCESSO

PERIGO PONTO DE CONTROLE

LIMITE CRÍTICO

MONITORAMENTO/ FREQUÊNCIA

REGISTROS RESPONSÁVEL AÇÕES

CORRETIVAS VERIFICAÇÃO

PCC3/ Armazenamento e

Beneficiamento Biológico

- Análise microbiológica devido a possibilidade da presença de microrganismos como Staphylococccus aureus, Salmonellasp, Escherichia coli e Shigellasp; e fungos toxigênicos como Aspergillus, Penicillium e Fusarium

- De acordo com a Resolução N

o12 (2001)

da ANVISA - Não pode haver a presença de qualquer micotoxina na fruta

- Retirar uma amostra logo após a saída da câmara fria, antes de entrar no caminhão de entrega

- Resultados das análises

- Encarregados pela Horta

- Refrigeramento inicial rápido (chegar aos 5ºC), antes do beneficiamento. - Obrigatoriedade do uso de luvas durante o beneficiamento - Não colocar os morangos próximos a outros alimentos dentro da câmara fria

- Supervisão da operação

PCC 4/ Transporte e Distribuição

Biológico

- Análise microbiológica devido a possibilidade da presença de microrganismos como Staphylococccus aureus, Salmonellasp, Escherichia coli e Shigellasp; e fungos toxigênicos como Aspergillus, Penicillium e Fusarium

- De acordo com a Resolução N

o12 (2001)

da ANVISA - Não pode haver a presença de qualquer micotoxina na fruta

- Retirar uma amostra logo após a saída do caminhão, antes de ser entregue ao consumidor.

- Resultados das análises

- Encarregados pela Horta

- Não colocar a caixa de morangos junto com outros alimentos dentro das cestas - Não colocar as caixas de morangos dispostas próximas as paredes do caminhão - Controlar a umidade relativa do caminhão

- Supervisão da operação

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6. CONCLUSÕES

- A produção de morangos orgânicos da propriedade necessita de ações

corretivas, a fim de garantir a inocuidade e a segurança alimentar do produto.

- A implementação de cuidados durante o plantio e o manejo, como o uso de

luvas durante o plantio e a desinfecção da tesoura durante a limpeza, podem

contribuir para a diminuição de agentes contaminantes, reduzindo perdas.

- A possibilidade da presença do protozoário Toxoplasma gondiié confirmada

quando se observa a quantidade de gatos existentes na propriedade. Todos os

animais têm acesso aos canteiros de morangos e defecam sobre o produto.

- A higiene de alguns funcionários que lidam com os morangos e a ausência

do uso de luvas dos processos de colheita e beneficiamento podem acarretar

contaminação cruzada, beneficiando microrganismos como Staphylococccus aureus,

Salmonellasp, Escherichia coli e Shigella sp.Recomenda-se adotar uma caixa de

luvas descartáveis, fixada na entrada de cada estufa de morangos, destinada ao

manuseio dos frutos no momento da colheita.

- Recomenda-se a realização de treinamentos, voltados para práticas de

higiene e promoção a saúde, para todos os colaboradores da propriedade, com

ênfase nos funcionários que trabalham diretamente com o manuseio dos morangos.

- O controle da temperatura e da umidade relativa do ar ambiente, da câmara

fria e do caminhão, devem ser monitorados, a fim de evitar a proliferação de fungos

produtores de micotoxinas como Aspergillus, Penicillium e Fusarium. Recomenda-se

a permanência dos morangos por, no máximo, 24 horas na câmara fria, antes de

serem transportados.

- Recomenda-se que os morangos devam ser transportados em caixas

separadas dos demais produtos das cestas, e destinadas ao consumidor na hora da

entrega. O calor contido em outros alimentos pode acelerar o processo metabólico

do morango, contribuindo para a sua deterioração.

- Recomenda-se que os funcionários que lidam diretamente com a terra, com

fezes de felinos, devem realizar exames anuais para a contagem dos anticorpos

IgG, IgM e IgA. Esses exames podem ser realizados em conjunto com os exames

ocupacionais obrigatórios pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

- Recomenda-se melhor controle da gestão de pessoas e dos processos

envolvidos desde a produção até a comercialização dos morangos.

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