escola de atenas

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A obra "Escola de Atenas é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica do pensamento filosófico. O cenário arquitetônico é imaginário, mas sua escala, magnificência e harmonia representam os ideais da Alta Renascença, que buscava expressar sempre valores sobrehumanos.

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Obra de Rafael analisada e detalhada por Walny

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Page 1: Escola de Atenas

A obra "Escola de Atenas é uma alegoria complexa do conhecimento filosófico profano. Mostra um grupo de

filósofos de várias épocas históricas ao redor de Aristóteles e Platão, ilustrando a continuidade histórica

do pensamento filosófico.

O cenário arquitetônico é imaginário, mas sua escala, magnificência e harmonia representam os ideais da Alta Renascença, que buscava expressar sempre

valores sobrehumanos.

Page 2: Escola de Atenas

São 56 figuras em variadas vestes e cores, representando os mais variados campos do conhecimento como filosofia, astronomia, matemática, física, biologia, humanidades e muitos outros, é o que se poderia chamar hoje

altamente interdisciplinar. A distribuição espacial é de grande impacto, apesar de seu equilíbrio.

Page 3: Escola de Atenas

Bem ao centro vemos representadas as figuras de Platão e Aristóteles, dois grandes filósofos do mundo clássico debatendo. Eles seguram seus livros onde expõem e defendem as suas filosofias (Platão segura o Timeu e Aristóteles segura o que parece ser a Ética Nicomaquéia).

Page 4: Escola de Atenas

Percebemos bastante definidas uma estrutura de grupos distintos em torno das duas figuras centrais de Platão e Aristóteles. Platão, com o vulto de Leonardo da Vinci, ergue o indicador para o alto, simbolizando a teoria das formas (o poder das idéias abstratas e intangíveis). Aristóteles, com a mão espalmada para baixo, indica a realidade material da natureza, a terra, o que representa a percepção pelos sentidos, base de sua concreta teoria do conhecimento(filosofia natural e empírica).

Page 5: Escola de Atenas

Simbologia da dualidade que deve ser entendida como uma síntese necessária para a compreensão filosófica da existência: indica a busca do conhecimento pelo pensamento abstrato (Platão), e a busca do conhecimento pela investigação empírica da natureza material (Aristóteles), são as duas visões filosóficas da epistemologia (estudo do conhecimento) são complementares, mas que fundamentalmente a ciência depende da conjugação dos modelos abstratos (teóricos) com a sua validação final pela experimentação na natureza material (experimentos).

Page 6: Escola de Atenas

Notamos a presença de Sócrates em discussão com Alcebíades ouAlexandre, rei da Macedônia e discípulo de Aristóteles, que escuta atentamente as palavras de Sócrates. O filósofo grego enfatiza com os dedos os pontos de sua argumentação. O questionamento e a análise são o cerne da filosofia socrática.

Page 7: Escola de Atenas

O grupo abaixo cuja figura central e de Pitágoras, assistido por Averróis. Parmênides segura um livro, provavelmente seus poemas intitulado de “Sobre a Natureza”, que trata do caminho da verdade e do caminho da opinião.

Page 8: Escola de Atenas

Pitágoras está com um grupo de ouvintes atentos. Pitágoras também personifica a aritmética e a música. A presença da música ligada aos números é ilustrada pela lousa mostrada a Pitágoras por um belo menino e que contém as famosas relações da harmonia do diapasão musical.

Page 9: Escola de Atenas

Euclides (grupo embaixo, à direita), matemático grego do século III a. C. e discípulo de Sócrates, expõe um de seus princípios geométricos, com um compasso na mão. O grupo ao seu redor mostra alunos entusiasmados que parecem compreender um com conceito difícil . As duas magníficas figuras sustentando globos – globo celeste com Zoroastro (de frente) e globo terrestre com Ptolomeu (de costas).

Page 10: Escola de Atenas

Euclides é representado pelo vulto de Bramante, amigo e protetor de Rafael na corte de Júlio II e arquiteto de São Pedro, pois quando esta obra foi pintada, o papa Júlio II planejava a reconstrução da Catedral de São Pedro.

Page 11: Escola de Atenas

A monumentalidade da arquitetura representada no afresco é certamente de influência de Bramante, enquanto a colocação nos nichos das figuras de Apolo (à esquerda), deus do Sol, que segura uma lira, representa a harmonia e a sobriedade, como também o esclarecimento filosófico e o poder civilizador da razão. Minerva (à direita), que preside a paz e a guerra defensiva. Encarnação da sabedoria, ela é a padroeira tradicional das instituições dedicadas à busca do conhecimento e da realização artística. As duas figuras acentuam a complementaridade entre a perfeição da Beleza (Apolo) e a universalidade da Sabedoria (Minerva).

Page 12: Escola de Atenas

Duas figuras destacam-se pelo seu relativo isolamento: Diógenes, reclinado na escadaria, em pose certamente displicente e quase depreciativa , esparramada nos degraus, um pensador, que detestava as posses materiais e vivia dentro de uma barrica – de onde veio seu apelido de “ o cão”. Heráclito, com a mão no rosto escrevendo sobre um bloco de mármore, e em atitude pensativa.

Page 13: Escola de Atenas

O vulto de Heráclito, vestido com roupas de pedreiro, na realidade retrata Michelangelo. Claramente melancólico mostra que costumava chorar devido à tolice humana. Cabe aqui uma curiosa observação: uma análise da base do afresco ("intonaco") mostra que se trata de um "pentimento", figuras colocadas após o término do trabalho. A generosa interpretação de alguns críticos é de que Rafael introduziu a figura de Heráclito (com o vulto de Michelangelo) após o término do afresco e após ter visto, com admiração e com a cumplicidade de Bramante, a Capela Sistina, pintada pelo grande rival. Este "pentimento" seria assim uma nobre homenagem ao seu competidor na corte de Júlio II.

Page 14: Escola de Atenas

Por fim o auto-retrato de Rafael (boina preta) com seu colega e amigo Sodoma (boina branca) junto à coluna inferior direita, como que observando os espectadores e também chamar nossa atenção e ser notado.

Page 15: Escola de Atenas

Esta figura gorducha, com uma coroa de folhas de parreira, é Epicuro, o grande filósofo grego que ensinava que a felicidade reside em buscar os prazeres da mente.

Page 16: Escola de Atenas

Observe as personalidades em que Rafael se inspirou para pintar o rosto dos diferentes filósofos gregos- homenagem às pessoas de seu tempo: 1: Zenão de Cítio ou Zenão de Eléia? 2: Epicuro 3: Frederico II, duque de Mântua e Montferrat? 4: Anicius Manlius Severinus Boethius ou Anaximandro ou Empédocles? 5: Averroes? 6: Pitágoras? 7: Alcibíades ou Alexandre, o Grande? 8: Antístenes ou Xenofonte? 9: Hipátia (Francesco Maria della Rovere or Raphael's mistress Margherita.) 10: Ésquines ou Xenofonte? 11: Parménides? 12: Sócrates? 13: Heráclito (Miguel Ângelo). 14: Platão segurando o Timeu (Leonardo da Vinci). 15: Aristóteles segurando Ética a Nicômaco? 16: Diógenes de Sínope? 17: Plotino? 18: Euclides ou Arquimedes acompanhado de estudantes (Bramante)? 19: Estrabão ou Zoroastro? (Baldassare Castiglione ou Pietro Bembo). 20: Ptolomeu? R: Apeles (Rafael). 21: Protogenes ( Sodoma ou Pietro Perugino).

Page 17: Escola de Atenas

Platão com o rosto de Da Vinci

Pitágoras explicando sua teoria. Tabela com alguns símbolos musicais e o número triangular

1+2 +3 +4

Zaratustra e Ptolomeu

Page 18: Escola de Atenas

Averróis e Pitágoras

Raffaello Sanzio (auto-retrato)

Page 19: Escola de Atenas

Platão e Aristóteles

Euclides manuseando um compasso. Euclides de Alexandria viveu por volta de 300 a. C. e participou da Escola de Alexandria, ligada à famosa biblioteca de Alexandria. Escreveu aproximadamente 12 tratados sobre ótica, astronomia, música e mecânica. Euclides é mais conhecido por ter sistematizado o conhecimento em Geometria de sua época, organizando-o em uma estrutura axiomática. Esta apresentação faz parte de sua obra Os Elementos, que exerceu grande influência no desenvolvimento e no ensino da Matemática por mais de 1500 anos.

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Heráclito ( rosto de Michelângelo)

Page 21: Escola de Atenas
Page 22: Escola de Atenas

Com seus sessenta e um anos de idade, Platão recebe em sua Academia um jovem macedônio que atendia pelo nome de Aristóteles, que aos vinte anos parte para Atenas, a fim de estudar a fundo a arte de “filosofar”.

Em Atenas existiam apenas dois lugares onde se podia aprender filosofia: A Academia de Filósofos Políticos e a Academia de Platão.

É então que Aristóteles faz sua mais importante escolha, que determinou o caminho de todo o seu trabalho como filósofo, Aristóteles decide ser pupilo de Platão.

E apesar de se tratar de mestre e aluno, e ambos se gostarem e se respeitarem muito, Platão e Aristóteles tiveram pensamentos e atividades filosóficas muito opostas.

Raros foram os momentos em que os dois foram coniventes num mesmo pensamento.

Page 23: Escola de Atenas

Tal como muitos filósofos antes dele, Platão quisera encontrar algo que fosse eterno e imutável, diferente das coisas que ele via à sua volta, dessa forma foi que ele encontrou as “idéias perfeitas”, que superavam toda e qualquer coisa do mundo sensorial.

Platão considerava os fenômenos naturais como uma mera projeção destas idéias, eram imperfeitos e irreais. Tinha-se portanto, primeiro a “idéia” pássaro e conseguinte todos os pássaros do mundo sensível.

Aristóteles concordara com este pensamento, entretanto ele acreditava que a “idéia” pássaro nada mais era de que um conceito criado pelos homens, após terem visto um número considerável de pássaros, ou seja, a “forma” pássaro não existia, ela era composta a partir de características definidas por sua espécie.

Para Aristóteles as formas estavam dentro das próprias coisas, eram assim, suas características próprias, suas essências.  (O que Platão chamara outrora de Forma, por Aristóteles era dito Essência)

Page 24: Escola de Atenas

Com isso Aristóteles quis dizer que não existe nada na consciência humana que já não tenha sido antes experimentado pelos sentidos, as idéias e pensamentos eram portanto, oriundos do que víamos e ouvíamos.Aristóteles acreditava que a realidade é composta de várias coisas

isoladas, constituídas por substância e essência.

A substância é a matéria a partir da qual um corpo é formado, ao passo que, a essência são as características peculiares do mesmo.

A substância sempre almeja a possibilidade de assumir determinada forma que lhe é inerente, assim como uma semente de girassol almeja tornar-se um girassol. Porém, isso não significa que todas as sementes de girassol chegarão a se transformar numa flor, afinal, a terra pode não ser fértil o suficiente, entre outros fatores.

Contudo, é fato que uma semente de girassol jamais irá se tornar um carvalho ou uma macieira – por exemplo –, uma vez que estas possibilidades não lhe são inerentes.

Page 25: Escola de Atenas

Aristóteles costumava dizer que enquanto seu tutor usou apenas a razão, ele conciliou-a aos sentidos.

Os sentidos para Platão não “prestavam”, pois ludibriavam os homens, afastando-os da razão.

Platão encontrava-se tão entretido nas formas eternas, que não se importou muito em registrar os processos naturais, Aristóteles por outro lado centrava-se justamente nestas mudanças da natureza,

pois sendo filho de um renomado médico na Macedônia, Aristóteles cresceu tendo grande apreço pelas ciências naturais.

Platão e Aristóteles diferem-se até mesmo na forma de escrever, enquanto Platão poetizava e criava mitos, Aristóteles escrevia numa linguagem bastante técnica, como verbetes de uma enciclopédia.

Ele foi um homem extremamente metódico, que queria sobretudo, colocar ordem nos conceitos dos homens, foi assim que ele criou a ciência da “lógica”, constituída de normas que pudessem considerar

algumas conclusões como “logicamente” válidas.