escola básica e secundária de valença educação …biblioteca.muralhasdominho.com/le004.pdf ·...

20
Educação Sexual e Afetiva Se as mudanças são inevitáveis, porque precisas de ler sobre o assunto? Porque faz sentido saber o que se passa com o teu corpo, para que possas estar preparado. É tranquilizador conhecer os factos. Escola Básica e Secundária de Valença Biblioteca Escolar

Upload: lamdien

Post on 29-Sep-2018

218 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Educação Sexual e Afetiva

Se as mudanças são inevitáveis, porque precisas de

ler sobre o assunto? Porque faz sentido saber o que

se passa com o teu corpo, para que possas estar preparado. É tranquilizador conhecer os factos.

Escola Básica e Secundária de Valença

Biblioteca Escolar

SUMÁRIO

A adolescência .............................................................................................................................. 3

As principais transformações na adolescência ....................................................................... 4

Amores e paixões ........................................................................................................................ 6

Os adolescentes e o namoro ..................................................................................................... 7

A atração pelo outro .................................................................................................................. 8

O namoro acabou… e agora? ................................................................................................. 9

A sexualidade na adolescência .............................................................................................. 10

Adolescentes e homossexualidade ......................................................................................... 11

Métodos contracetivos .............................................................................................................. 12

Gravidez na adolescência ....................................................................................................... 14

Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (SIDA) ................................................................ 16

Glossário ........................................................................................................................................ 18

Webgrafia .................................................................................................................................... 19

2

A ADOLESCÊNCIA

3

Quando começa?

O início da adolescência é, em termos de ida-

de, muito variável. Começa com a puberdade,

ou seja, com a entrada em funcionamento dos

órgãos sexuais. Nas raparigas, isto acontece

normalmente a partir dos 10 anos, com o

aparecimento da primeira menstruação. Nos

rapazes, esta transformação ocorre a partir

dos 12 anos, com a possibilidade da primeira

ejaculação e o aparecimento de pelos axila-

res.

O que é?

A adolescência pode ser definida de várias formas:

� É o período da vida em que já não se é criança, mas ainda não se é adulto.

� É um período de transformações profundas, no corpo, nas relações com os pais e com as

outras pessoas, e em muitos outros aspetos da vida.

� É um período da vida em que a sexualidade já é possível e a independência raramente

é possível.

� É um processo de independência com todas as dificuldades e conflitos que os processos

de independência implicam.

� É um período rico em ideias, experiências, sonhos, projetos.

A adolescência é, portanto, o espaço de transição entre a infância e a idade adulta e tem

como limites a puberdade e a independência. É o conjunto de transformações na vivência do

corpo e na consciência de si próprio, nas relações com os pais, os companheiros, os adultos e

a sociedade em geral e na forma de encarar o futuro, desencadeadas pela maturação dos

órgãos sexuais e pelo desenvolvimento físico e intelectual, que criam o ser adulto.

O período da adolescência tem tendência a ser cada vez maior, já que, por vários motivos,

a puberdade acontece cada vez mais cedo e a independência, tanto social como económica,

acontece cada vez mais tarde.

Fonte: www.educacao.te.pt

AS PRINCIPAIS TRANSFORMAÇÕES NA ADOLESCÊNCIA

4

Transformações no corpo

O corpo cresce a um ritmo acelerado e, por vezes, desi-

gual e desproporcionado. Nas raparigas, desenvolvem-se

as glândulas mamárias e aparecem os pelos púbicos e

axilares. Nos rapazes, desenvolvem-se os órgãos sexuais,

aparecem os pelos púbicos, axilares e a barba e, em cer-

tos casos, acontece um ligeiro desenvolvimento das glându-

las mamárias.

Os órgãos sexuais entram em funcionamento. Aparece a

primeira menstruação nas raparigas e a possibilidade de

ejaculação nos rapazes.

Dão-se algumas transformações muito variadas provoca-

das pelas hormonas sexuais, que começam a ser produzi-

das na puberdade. Nos rapazes, dá-se a chamada

“mudança de voz”. Em ambos os sexos, a atividade hormo-

nal dá origem ao aparecimento de acne, que normalmente

desaparece passado algum tempo.

Transformações nas relações com os pais

� Passa a existir menos tempo para a convivência com os pais.

� O adolescente tem uma maior dificuldade em contar coisas da sua vida aos pais.

� Há uma maior tendência para pôr em causa e questionar ideias e posições da família, ou

mesmo o desejo de ser diferente.

� Passa a haver uma maior independência nas decisões.

� Por vezes, existe uma aparente indiferença ou mesmo hostilidade em relação aos pais.

Transformações nas relações com outros rapazes e raparigas

� Manifesta-se o desejo de ser aceite pelos outros, o que se nota pela importância que o

adolescente passa a dar ao seu aspeto exterior, nomeadamente no cabelo, no vestuário,

na beleza e na força.

� É por esta altura que se criam as “grandes amizades” e que nasce o gosto pelas conversas

intermináveis entre amigos.

� É também frequente a inserção em grupos mais ou menos definidos, compostos por rapa-

zes e raparigas.

5

� É na adolescência que aparece a atração entre rapazes e raparigas, as paixões, os

namoros, etc.

Transformações nas relações com os adultos

� Começa a nascer o desejo de ser reconhecido pelos adultos como pessoa com direitos e

deveres.

� Começam a criar-se relações de grande confiança com um adulto, tornado confidente.

� O adolescente passa a sentir-se cada vez mais capaz de relacionar-se diretamente com os

outros e com as estruturas sociais sem necessidade de intervenção e proteção familiares.

Transformações na forma de encarar o futuro

� O adolescente passa a ter uma maior preocupação com o futuro, aumentada também

pela necessidade de tomar decisões e fazer escolhas ou de enfrentar dúvidas relativas à

política e/ou à religião, etc.

� Acontece uma acentuação de desânimos, desistências e hesitações criadas pela frequente

oposição entre as dificuldades e esforços de realização dos seus projetos e o desejo de

gozar a vida, distrair-se, conviver.

� Há uma tendência para fazer grandes projetos irrealizáveis, mas também maior capaci-

dade para realizar os seus projetos.

Adaptado de Educação Sexual Só Para Jovens, Ana Maria Allen Gomes e Nuno Miguel, Texto Editora, 2000

Fonte: www.educacao.te.pt

6

AMORES E PAIXÕES

A ntes de te apaixonares ou de sentires amor parece que não consegues contro-

lar a tua impaciência, o teu desejo de que

alguém apareça e te “arrebata”, te deixe nas

nuvens. Mas o amor não se encomenda. Apa-

rece, sem data marcada! Idealizamos namo-

rados(as), construímos ideais.

Há muitas formas de definir o amor. Tantas

quantas pessoas diferentes o sentem. Geral-

mente, é consensual que o amor é um conjunto

de sentimentos e não um só. Esses sentimentos levam-nos a apreciar outra pessoa como

alguém muito especial, com quem nos preocupamos mais do que com a maioria das outras

pessoas que conhecemos. Uma maneira de distinguirmos o amor apaixonado do amor por um

amigo(a), pode ser o desejo e/ou a atração sexual.

O amor sereno é o sorriso, o que nos faz feliz quando estamos tristes. O que nos faz acre-

ditar de novo no mundo, nas pessoas, recuperar a nossa confiança. Damos e recebemos pra-

zer, amamos e sentimo-nos amados. Há tranquilidade.

Já quando nos começamos a apaixonar por alguém, existe uma sensação diferente. Pode

começar com uma sensação de angústia, de insegurança, aquela “dor no estômago” ou

aperto no peito quando o telefone toca ou se recebe uma mensagem. O coração acelera,

dizemos coisas que não nos “saem bem”, coramos quando recebemos um elogio, um “piropo”

ou uma frase mais romântica da pessoa por quem nos estamos a apaixonar.

Adormecemos a pensar na pessoa. Quando acordamos, lá esta ela ou ele na nossa cabe-

ça! Sorrimos ou ficamos ansiosos a pensar se a(o) vamos ver, quando, onde, como, o que vai

acontecer? O apetite, habitualmente, diminui e fantasiamos e imaginamos muito as situações.

Fazemos coisas que nunca tínhamos julgado ser capazes de fazer.

Resumidamente, uma pessoa apaixonada parece estar “no mundo da lua”, abstraído em

pensamentos a “dois palmos da terra”.

Fonte: http://juventude.gov.pt/

7

OS ADOLESCENTES E O NAMORO Qual é a época ideal para os jovens começarem a namorar? Existe uma época?

O namoro é uma etapa importante e necessária no

desenvolvimento do ser humano. E é na adolescência que se

inicia a atração sexual, acompanhada por mudanças físicas,

psicológicas e sociais. “Namorar é uma coisa boa”, afirma a

psicóloga clínica Helena Dagnino, “pois a paixão experimen-

tada pelos namorados produz energia e entusiasmo pela

vida, contribuindo, inclusive, para a formação da personali-

dade. A possibilidade de dar e receber amor alimenta a

autoestima, conduzindo os jovens ao equilíbrio emocional”.

Além de ser benéfica para o amadurecimento do adoles-

cente, a paixão também é saudável para o corpo: “Namorar

faz bem ao coração, ao sistema nervoso e ao equilíbrio...”.

Como vemos, há muitas coisas boas no namoro.

Está na hora?

Para a especialista na área, Terezinha Cruz, do Comité de Adolescência da Sociedade

de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, o namoro é “um momento de experimentação, de

treino, durante o qual o adolescente passa da fase da infância, quando recebe passivamen-

te o afeto, à fase adulta do envolvimento afetivo-sexual. Idade exata para se iniciar um

relacionamento não existe. O ideal é que, no próprio contexto familiar, se aprenda a respei-

tar o outro, a tolerar as diferenças, a valorizar a vida e as pessoas”.

Fonte: www.pime.org.br/missaojovem/mjjovensnamoro.htm

Ilustração: Bloom

8

A ATRAÇÃO PELO OUTRO

A atração que uma pessoa sente por outra é uma expe-riência maravilhosa e embriagante. Descobrimos, ao

mesmo tempo, a ternura, a emoção do coração e do corpo

quando vemos o outro, no contacto com o outro.

Este prazer experimentado pela proximidade de alguém,

dá o desejo de o viver ainda mais intensamente, de ir mais

longe na relação.

Todos os gestos de ternura – dar as mãos, beijar, tocar, –

nos comprometem com o outro. Nenhum é inofensivo, quais-

quer que sejam os sentimentos que se vivam.

Por isso é importante dar tempo para saber se os gestos

que fazemos têm o mesmo significado para cada um de nós.

É por amor, por simples prazer, por necessidade de ternura?

Estas atitudes não nos comprometem mais do que aquilo que pensamos? Se vivemos todos os

gestos do amor e nos damos um ao outro, será que ainda podemos discernir verdadeiramen-

te com clareza quais são os nossos sentimentos?

Para viver da melhor forma esta relação de ternura, devemos estar atentos às reações e

à sensibilidade do outro.

Fonte: www.1000questions.net

VERIFICA OS RESULTADOS DO TESTE A QUE RESPONDESTE

Maioria de respostas negativas: Ainda não chegou a hora do grande amor. Aproveita a

tua idade para teres amigos e aproveitar a vida. O amor chegará oportunamente.

Maioria de respostas positivas: Tens uma personalidade forte e sabes o que queres de um

grande amor. Só que, para estar realmente preparado(a), precisas de ser um pouco mais

maleável, compreender também que a outra pessoa, às vezes, pode ter razão. És uma pes-

soa segura e tens uma grande capacidade de te enamorares. Boa sorte!

9

O NAMORO ACABOU… E AGORA?

O namoro acabou. É triste... estás em baixo. Inconsolável. Todos dizem que, com o tempo, isso vai passar... Grande

ajuda!

Estes conselhos são úteis se quiseres esquecer o infeliz do teu ex-

namorado, ou ex-namorada. Não importa quem terminou a rela-

ção, se namoravam há um ano ou um dia. Estas dicas podem ser

interpretadas de acordo com cada caso. Se te sentes no fundo do

poço, não custa tentar!

I will survive!

Evita músicas românticas e tristes: “I'm gonna miss you, I can't lie...” “I still believe, some-

thing you and me...” Nada disso. Ouve apenas música que te faça sentir melhor.

O telemóvel

Certamente falavam ao telemóvel todos os dias. E agora, quando se aproxima a hora em

que ele(a) ligava, ficas com o coração nas mãos. Tens vontade de lhe ligar... estavas tão

acostumada(o). Para ajudar, pega no telemóvel e liga a um amigo. Faz isso todos os dias,

até a vontade de falar com ele(a) ir passando.

Aquele apoio

Abusa da companhia dos teus amigos. Vai ao supermercado, leva o cão ao veterinário,

faz voluntariado, anda de bicicleta... Tenta não ficar em casa.

Cine Tristeza

Nada de filmes tristes e românticos. Assiste a documentários, comédias e filmes de terror.

Nada que te lembre o(a) ex.

Nem 8, nem 80

Sabes que tens de esquecer. Pensar em voltar atrás é a pior coisa que se pode fazer.

Quando esse pensamento se aproximar, conta até dez, bebe um copo de água e mantém-te

firme. Mas também não precisas de sair com outras pessoas para esquecer. Não vai ajudar.

Acredita, é possível que isso te deixe ainda mais triste. Aproveita o facto de estares solteiro.

Ficar sozinho tem muitas vantagens. Dedica-te a ti mesmo e investe no que te faz sentir bem

Exercício físico

É um lugar-comum dizer que o exercício físico liberta endorfina, uma substância que rela-

xa e dá prazer, fazendo com que te sintas naturalmente mais feliz. É um lugar-comum, mas é

um facto.

Fonte: www.gp1.com.br

10

A SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA

É durante a adolescência que a sexualidade se manifesta de uma forma mais clara e intensa e que se estabelece a

ligação entre a sexualidade e a afetividade. Esta ligação

existe de forma diferente nos rapazes e nas raparigas.

Assim, é a partir da adolescência que a sexualidade se

começa a manifestar, através de:

Sonhos sexuais

Os sonhos sexuais são todos os sonhos que representam

uma situação sexual, mesmo que não seja uma atividade

sexual perfeitamente clara. Estes sonhos são involuntários, como todos os sonhos, variam mui-

to de pessoa para pessoa e são acompanhados de excitação sexual.

Desejos e excitações sexuais

Os desejos e excitações sexuais aparecem nas raparigas habitualmente de forma menos

intensa do que nos rapazes e estão geralmente relacionados com a sua vida afetiva. Nos

rapazes, estas sensações estão ligadas aos mais diversos estímulos e muitas vezes não têm

qualquer relação com a vida afetiva.

Fantasias sexuais

As fantasias sexuais variam muito de pessoa para pessoa e têm um papel importante na

sexualidade de cada um.

Masturbação

A masturbação é qualquer processo utilizado para a autoexcitação e o alcançar do

orgasmo. Na maioria das vezes, é feita através do estímulo manual e ritmado das zonas

mais sensíveis dos órgãos sexuais. Não causa qualquer prejuízo físico ou psicológico ao orga-

nismo.

Nos adolescentes, a masturbação é uma forma possível de satisfazer o desejo sexual

através do prazer da excitação e do orgasmo. Nos rapazes, ela é também uma forma de

compensar a ansiedade, a insegurança e a frustração, pela “confirmação” da sua virilidade

e potência.

Relações sexuais

As relações sexuais são uma forma de expressão sexual do amor entre duas pessoas.

Na maioria dos casos, os adolescentes iniciam a sua vida sexual pelas carícias mútuas e

pela exploração do corpo do parceiro, deixando as relações sexuais propriamente ditas

para mais tarde.

11

A decisão de ter ou não relações sexuais é bastante mais complicada para as raparigas

do que para os rapazes porque implica uma série de dúvidas e receios relacionados com a

relação afetiva. Pelo contrário, os rapazes não hesitam na sua decisão de iniciarem a sua

vida sexual, não só pela força dos seus desejos, mas também para provarem a si próprios

que são capazes de terem relações sexuais e de satisfazerem uma rapariga e para terem a

certeza de que as raparigas gostam mesmo deles. Fonte: www.educacao.te.pt

ADOLESCENTES E HOMOSSEXUALIDADE

A questão da homossexualidade não é nova, mas o emergir da discussão sobre os direitos individuais e o maior respeito

pelas determinações e orientações de cada um, a introdução da

questão “HIV”, bem como os dados científicos, permitem atual-

mente debater este assunto com maior objetividade e sem tantos

preconceitos como os que, no passado, impediram durante muito

tempo uma leitura rigorosa da questão.

Como definir homossexualidade?

Pode designar-se homossexualidade como a atração sexual,

emocional e afetiva de pessoas de um género por pessoas do

mesmo género. Muitos adolescentes têm relações homossexuais

como parte da sua aprendizagem, experimentação e conhecimento do corpo. Por outro lado,

muitos dos homens e mulheres homossexuais tiveram as suas primeiras experiências durante a

adolescência, tendo sido no final desta que as suas determinações e opções se consolidaram.

O mundo está (felizmente) a mudar

Se, por um lado, ainda se observam frequentemente atitudes de exclusão (algumas vezes

de autoexclusão), é crescente a tolerância e mesmo a normalidade com que o assunto é feliz-

mente encarado. Para isso tem contribuído a afirmação pública de pessoas e individualida-

des de várias áreas relativamente ao facto de serem homossexuais.

Trata-se de entender que a sociedade é composta por indivíduos diferentes, na cor, no

tamanho, nas capacidades, na orientações sexuais e nas opções e estilos de vida.

As mesmas necessidades e padrões de desenvolvimento

Os adolescentes homossexuais partilham os mesmos padrões de desenvolvimento dos seus

congéneres heterossexuais, designadamente o estabelecimento de uma identidade sexual, a

decisão sobre os comportamentos, a gestão dos afetos, as opções relativas a ter ou não

relações, de que tipo e protegidas ou não, etc. Os riscos que correm, relativamente às doen-

ças de transmissão sexual exigem as mesmas estratégias de educação para a saúde.

Fonte: Cordeiro, Mário - Adolescentes e homossexualidade. [em linha]. O Site da Educação

12

MÉTODOS CONTRACETIVOS

A s relações sexuais, mesmo que seja a primeira vez ou só uma vez, podem ter como consequência a gravidez.

O único método cem por cento eficaz para evitar a gravidez

é a abstinência, isto é, não ter relações sexuais. Mas os métodos

contracetivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, per-

mitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura.

Qual o método contracetivo mais eficaz?

O grau de eficácia varia de método para método. Em alguns

casos, como com a pílula e o preservativo, o grau de eficácia

depende, também, da forma mais ou menos correta e continua-

da de utilização do método. Alguns têm contraindicações e efei-

tos colaterais. Assim, antes de optares por um método contrace-

tivo, deves marcar uma consulta de planeamento familiar ou consultar o teu médico.

Há alguns fatores que devem ser ponderados e analisados pelo médico ou profissional de

saúde, como, por exemplo, a idade e o estilo de vida, se se tem ou pretende ter mais filhos,

o estado da saúde em geral, a necessidade de proteção contra infeções de transmissão

sexual, etc.

E, sobretudo, lembra-te que a responsabilidade pela prevenção da gravidez não deseja-

da cabe sempre aos dois parceiros.

Quais são os métodos contracetivos disponíveis?

� Contraceção hormonal oral (vulgarmente conhecida como pílula)

� Contraceção hormonal injetável

� Contraceção hormonal-implante

� Dispositivo intrauterino (DIU)

� Preservativo masculino

� Espermicida

� Abstinência periódica/autocontrolo

� Contraceção cirúrgica

� Contraceção de emergência

O preservativo é o único método contracetivo que, simultaneamente, protege contra as

infeções de transmissão sexual.

O que são métodos contracetivos reversíveis?

A maioria dos métodos contracetivos são reversíveis, isto é, permitem à mulher engravidar

13

quando ela ou o seu parceiro deixam de os usar. São exemplo: os preservativos, a pílula, o

DIU, as hormonas injetáveis e o implante.

Quais são os métodos contracetivos definitivos?

São os que têm um efeito permanente. Estes métodos, como a laqueação de trompas,

para a mulher, e a vasectomia, para o homem, implicam a realização de intervenções cirúr-

gicas.

Como tenho acesso aos métodos contracetivos?

Os métodos contracetivos são fornecidos gratuitamente nos centros de saúde e hospitais

públicos. Todas as pessoas têm direito ao acesso a consultas e serviços de planeamento fami-

liar, independente do seu sexo, idade ou estado civil.

Como é que os jovens menores de idade têm acesso aos métodos contracetivos?

Nas consultas, gratuitas, de planeamento familiar. Os jovens adolescentes são um dos

alvos prioritários das consultas de planeamento familiar. Não é necessária autorização dos

pais, do encarregado de educação ou do adulto responsável pelo menor para que este

tenha acesso às consultas de planeamento familiar e aos métodos contracetivos.

Aconselha-te junto do seu médico ou em consulta de planeamento familiar.

Fonte: http://www.portaldasaude.pt/

14

GRAVIDEZ NA ADOLESCÊNCIA

A adolescência implica um período de mudanças físi-cas e emocionais que é considerado, por vários auto-

res, um “momento de crise”. Não podemos descrever a

adolescência como uma simples adaptação às transforma-

ções corporais, mas sim como um importante período no

ciclo de vida, que corresponde a diferentes mudanças,

tanto a nível social e familiar como sexual.

Gravidez desejada e gravidez indesejada

Uma gravidez indesejada na adolescência ocorre por várias razões: porque o método

contracetivo falhou ou pela má utilização do mesmo; porque não se utilizou qualquer prote-

ção durante as relações sexuais; por falta de informação; pela existência do pensamento

mágico de que “só acontece aos outros”, ou ainda, por crendices e mitos à volta das relações

sexuais, como por exemplo: na primeira vez não há risco de ficar grávida ou que quando

“se faz de pé” não há problema!

Existem, também, gravidezes que são desejadas durante a adolescência e que são deter-

minadas por padrões culturais ou por questões mais complexas, como, por exemplo, o sentir

que estando grávida se consegue o amor do namorado; a fantasia de que a gravidez lhe

trará mais afeto, atenção por parte dos outros; como forma de sair de casa dos pais mais

rapidamente ou até mesmo pela idealização de que o bebé lhe trará o “papel da sua

vida”.

Antes de decidir engravidar, a rapariga e o rapaz devem pensar e falar entre si e talvez

com os amigos ou com um adulto em quem confiem, na responsabilidade que é ter um filho,

como um filho altera completamente a nossa vida e daquilo de que é preciso prescindir

depois de se ter um filho: sair com os amigos, idas à discoteca…

Será que estou grávida? Será que ela está grávida?

Se existiram relações sexuais desprotegidas – pelos mais variados motivos – e a mens-

truação não apareceu na altura em que deveria surgir, não vale a pena entrar em pânico,

mas também não adianta “fingir” que não é nada. É preciso refletir um pouco sobre a situa-

ção e avançar para um teste de gravidez. Este pode ser comprado na farmácia e levado

para fazer em casa (com a primeira urina da manhã) ou então pode ser feito na própria

farmácia (levando a urina num recipiente esterilizado). Pode ainda fazer-se o teste no Cen-

tro de Saúde numa consulta de planeamento familiar ou num Centro de Atendimento a

Jovens.

15

Se deu negativo…

São muitas as raparigas e rapazes que já passaram por este tipo de experiência, sentin-

do certamente o mesmo pânico, os mesmos medos, tendo as mesmas dúvidas, as mesmas

preocupações e partilhando a mesma esperança de que o resultado vai dar negativo e tudo

“não passou de um susto” ou que “felizmente desta escapámos”. Dessa vez tiveram sorte,

mas é importante lembrar de que nem sempre a sorte anda connosco. Após esta experiência,

é importante pensarem no método contracetivo que melhor se adapta a vocês, pois não vale

a pena correr riscos desnecessários.

Devem marcar uma consulta de Planeamento Familiar, quer no Centro de Saúde da área

de residência ou outro, dirigirem-se a um Gabinete de Apoio a Jovens ou ligar para a

Sexualidade em Linha, no caso de haver alguma dúvida quanto ao método que utilizam ou

para obterem contactos de Espaços de Atendimento a Jovens na área da Sexualidade.

Deu positivo. E agora?

Uma gravidez precoce não planeada implica sempre uma tomada de decisão. Indepen-

dentemente da decisão que se venha a tomar, é importante procurar o apoio de uma ou

mais pessoas para que esta possa ser uma reflexão ponderada, de forma a conseguir lidar

melhor com a situação.

Neste momento surgem perguntas como: “o que vão dizer os meus pais?”, “como vai ser o

meu futuro?” ou “será que devemos prosseguir com a gravidez?”. Qualquer que seja a vossa

decisão, não deve ser fácil.

Procurem ajuda falando com alguém da vossa confiança: o pai ou a mãe ou outro fami-

liar, um professor, um amigo. Tens, também, a Sexualidade em Linha, a Linha Opções e a

Linha Saúde 24 onde poderás encontrar o apoio de técnicos especializados em Saúde

Sexual e Reprodutiva.

Fonte: http://juventude.gov.pt/PortalJuventude

16

SÍNDROMA DA IMUNODEFICIÊNCIA ADQUIRIDA (SIDA)

A infeção VIH/sida tem uma história relativa-mente recente, mas já dramática à escala

mundial. O número de doentes continua a aumen-

tar, apesar de todos os esforços promovidos

pelos governos e diferentes organismos ligados à

saúde e à educação a nível mundial. Presente-

mente, a infeção VIH/sida não tem cura e a pre-

venção é a única medida eficaz.

O que é a sida?

A sida (Síndroma da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença não hereditária causada

pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV, em inglês) que enfraquece o sistema imu-

nitário do nosso organismo, destruindo a nossa capacidade de defesa em relação a muitas

doenças.

O doente infetado pelo VIH vai ficando progressivamente fragilizado e pode contrair

várias doenças que o podem conduzir à morte. Estas doenças são designadas por

“oportunistas”, uma vez que, por norma, não atacam as pessoas com um sistema imunitário

saudável.

O que é o VIH?

O VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana) é o agente causador da sida. Este agente

pode ficar incubado no corpo humano por tempo indeterminado, sem que o infetado mani-

feste os sintomas da sida. Quando uma pessoa está infetada com o VIH diz-se que é seropo-

sitiva.

Uma pessoa seropositiva pode não ter quaisquer sinais da doença, aparentando mesmo

um estado saudável durante um longo período, mas tem o vírus presente no seu organismo e,

por isso mesmo, pode transmiti-lo a outra pessoa.

O que é o sistema imunitário?

O sistema imunitário é uma rede complexa de várias células e moléculas. Um dos grupos

de células do sistema imunitário é constituído por glóbulos brancos e, dentro desta classe, há

um tipo de células designadas linfócitos. Os CD4+ comandam o sistema imunitário, para que

a resposta aos agentes estranhos ao organismo seja efetuada rapidamente, de forma eficaz

e sequencialmente correta. Se este tipo de linfócitos deixar de funcionar corretamente, ou se

forem destruídos, o sistema imunitário deixa de ser eficaz e a pessoa adoece gravemente.

Como retardar o aparecimento da sida em seropositivos?

A duração do período entre a entrada do vírus no organismo e o diagnóstico da sida

depende, significativamente, dos cuidados que a pessoa tem, nomeadamente em ter uma

vida com comportamentos considerados saudáveis: boa higiene pessoal, boa nutrição, não

fumar e praticar desporto. O aparecimento da sida pode ainda ser retardado pela correta

utilização dos medicamentos que retardam a multiplicação do vírus e dos que previnem as

doenças oportunistas.

Quais são as formas de transmissão do VIH?

A transmissão sexual é a principal forma de transmissão em todo o mundo. As secreções

sexuais de uma pessoa infetada podem, com grande probabilidade, transmitir o VIH sempre

que exista uma relação sexual sem preservativo.

Outra via de transmissão é o contacto com sangue infetado, pelo que a partilha de serin-

gas, agulhas, escova de dentes, lâminas de barbear e/ou material cortante com a pessoa

infetada pelo VIH constitui risco de transmissão. Os utensílios e objetos mencionados, depois

de utilizados, devem ser colocados em contentores rígidos com abertura e tampa ou, então,

em garrafas de água ou sumo vazias, de material rígido e grosso, que também são excelen-

tes para este fim. Embora represente um risco menor, não devem ser partilhados objetos cor-

tantes onde exista sangue de uma pessoa infetada. É o caso, por exemplo, dos piercings, ins-

trumentos de tatuagem e de furar as orelhas e alguns utensílios de manicura.

Da mãe para o filho durante a gravidez, parto e/ou amamentação. Se a mãe estiver

infetada pode transmitir a infeção ao bebé durante a gravidez, através do seu próprio san-

gue, ou durante o parto, através do sangue ou secreções vaginais. Há ainda o risco de con-

tágio durante o período de aleitamento.

Como não se transmite o VIH?

� Através do ar, alimentos, água, picadas de insetos e outros animais, louça, talheres, sani-

tas ou qualquer outro meio que não envolva sangue, esperma, fluidos vaginais ou leite

materno;

� Através da urina, suor, lágrimas, fezes, saliva, secreções nasais ou vómitos, desde que

estes não tenham sangue misturado;

� Através de contactos sociais, como o beijo na face, um abraço ou um aperto de mão.

Quais são as pessoas potencialmente mais vulneráveis?

As pessoas sexualmente ativas que têm relações sexuais não protegidas. Os jovens, por

terem relações espontâneas e apreciarem as frequentes mudanças de parceiros, são o grupo

mais vulnerável, exceto se procurarem manter relações sexuais protegidas, usando preserva-

tivo, desde o início da relação. No trocar de seringas e agulhas, pode haver também perigo

de contaminação.

Fonte: http://www.portaldasaude.pt/

17

GLOSSÁRIO Adolescência > Fase do desenvolvimento

humano que marca a transição entre a

infância e a idade adulta. Caracteriza-se

por alterações a nível físico, mental e

social.

Arrebatar > Entusiasmar, empolgar.

Congénere > Do mesmo género; da mes-

ma espécie.

Discriminação > Tratamento de pessoas

ou grupos de forma injusta ou desigual,

com base em argumentos de sexo, raça,

religião, etc.

Género > Conjunto de seres com caracte-

rísticas comuns; espécie.

Hereditário > Que se transmite por repro-

dução; genético.

HIV > Vírus da imunodeficiência humana.

Homossexualidade > Atração sexual e/

ou relação amorosa entre indivíduos do

mesmo sexo.

Hostilidade > Agressividade.

Infeção > Doença originada por agentes

patogénicos (vírus ou bactérias) introduzi-

dos num organismo.

Linfócitos > Tipo de leucócito, ou glóbulo

branco, presente no sangue, fabricados

pela medula óssea vermelha.

Maturação > Processo de desenvolvimento

dos seres vivos no sentido de tornar o

organismo apto para a reprodução.

Objetividade > Imparcialidade de opi-

nião ou atitude que não se deixa influen-

ciar por sentimentos ou preferências.

Preconceito > Opinião (favorável ou des-

favorável) formada antecipadamente, sem

fundamento sério ou análise cítica.

Puberdade > Fase entre a infância e a

adolescência, na qual se verifica o desen-

volvimento dos caracteres sexuais secundá-

rios e a aceleração do crescimento.

Púbicos > Os pelos púbicos localizam-se

na região frontal da pelve, acima e à vol-

ta dos órgãos sexuais masculino e femini-

no.

Seropositivo > Designa o doente em cujo

soro sanguíneo foi detetada a presença

de determinado anticorpo; portador do

vírus da sida.

Síndroma > Conjunto bem determinado

de sintomas que não caracterizam uma só

doença, mas podem traduzir uma modali-

dade patogénica.

Sistema imunitário > O sistema imunitário

compreende todos os mecanismos pelos

quais um organismo multicelular se defen-

de de invasores externos, como bactérias,

vírus, protozoários, ou fungos.

Tabu > Interdição social, religiosa ou cultu-

ral de abordar determinado assunto ou

adotar determinado comportamento; aqui-

lo que não é discutido ou mencionado por

pudor ou educação.

Tolerância > Aceitação e respeito por

opiniões contrárias.

18

WEBGRAFIA

19

Os adolescentes e o namoro. [em linha]. Missão Jovem. [consult. 17-12-2009]. Disponí-

vel na Internet: <www.pime.org.br>

CORDEIRO, Mário - Adolescentes e homossexualidade. [em linha]. O Site da Educação.

[consult. 17-12-2009]. Disponível na Internet: <www.educacao.te.pt>

Crepúsculo, a moderna história de amor entre uma mortal e um vampiro conquista

fãs no mundo inteiro. [em linha]. Cineminha. [consult. 17-12-2009]. Disponível na Inter-

net: <http://cineminha.uol.com.br>

Durante o namoro, quais são os limites? [em linha]. [consult. 17-12-2009]. Disponível

na Internet: <www.1000questions.net>

Educação sexual na adolescência. [em linha]. O Site da Educação. [consult. 18-12-

2009]. Disponível na Internet: <www.educacao.te.pt>

Gravidez na adolescência. [em linha]. Portal da Juventude. [consult. 17-12-2009]. Dis-

ponível na Internet: <http://juventude.gov.pt/PortalJuventude>

Métodos contraceptivos. [em linha]. Portal da Saúde. [consult. 17-12-2009]. Disponível

na Internet: <www.portaldasaude.pt>

O namoro acabou? Dicas para esquecer de vez seu ex! [em linha]. GP1. [consult. 17-

12-2009]. Disponível na Internet: <http://www.gp1.com.br/noticias/o-namoro-acabou-

dicas-para-esquecer-de-vez-seu-ex-1216.asp>

Síndroma da Imunodeficiência Adquirida (SIDA). [em linha]. Portal da Saúde. [consult.

17-12-2009]. Disponível na Internet: <www.portaldasaude.pt>

Um sítio fiável, na Internet, ao qual podes recorrer para esclareceres as tuas dúvidas

e elaborares trabalhos relacionados com a saúde e a sexualidade juvenil:

http://juventude.gov.pt/Portal/SaudeSexualidadeJuvenil/TemassSexualidade/

LIVROS SOBRE PUBERDADE E ADOLESCÊNCIA

20

� Adolescentes como nós, Jennifer Moore-Mallinos. Editorial Presença.

� Eu sou 100% assim, Elinor Greenwood. Civilização.

� Falemos de sexualidade, Lluís Cugota Mateu. Plátano Editora.

� Guia sexual para adolescentes, Alicia Gallotti. Dom Quixote.

� Guia da sexualidade para raparigas. Porto Editora.

� Guia da sexualidade para rapazes. Porto Editora.

� Guia da sexualidade: 101 perguntas e respostas. Porto Editora.

� A minha sexualidade dos 9 aos 13 anos, Jocelyne Robert. Porto Editora.

� O que me acontece na puberdade? Mariela Castro Espín. Editorial Presença.

� O que me está a acontecer, Alex Frith. Porto Editora.

� O que me está a acontecer, Susan Meredith. Porto Editora.

� Que se passa aí em baixo? Karen Gravelle. Gradiva.

� O teu corpo em mudança, Gerry Bailey. Porto Editora.

� Pensamentos e sentimentos, Helen Greathead. Porto Editora.

� Sexo e puberdade, Louise Spilbury & Mike Gordon. Texto Editores.

� Tudo o que deves saber sobre os rapazes, Marla Coole. Gradiva.

� Tudo sobre a adolescência, Susan Meredith. Edicare.