escoamento variado em canais
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5 – ESCOAMENTO VARIADO EM CANAIS
Prof. Doalcey Antunes Ramos
Ref.: Hidráulica Básica, Rodrigo de Melo Porto
• O escoamento é dito variado quando o tirante não é constante ao longo do canal, porque:– A inclinação do fundo do canal não é constante;
– A forma e a área da seção transversal variam na direção do escoamento;
– Existe uma obstrução numa porção do canal.
• Tais escoamento são classificados como:
– Gradualmente variados se
– Bruscamente variados se numa distância relativamente curta.
– Existem vários tipos possíveis de configuração possíveis para a superfície livre do escoamento [ y = y(x) ].
1~dxdy
1<<dxdy
5.1 – Seção de Controle
• Controlam as profundidades do escoamento em trechos do canal a sua seção de montante ou a sua seção de jusante, dependendo do tipo de escoamento que está ocorrendo.
• Uma seção onde ocorre o regime crítico, por exemplo, é uma seção de controle.
5.1 – Seção de Controle
• Considere um vertedor de parede espessa, em um canal de seção retangular de largura b, mantido em regime permanente:
5.1 – Seção de Controle• Imaginemos uma comporta colocada sobre o vertedor de parede
espessa no final, a jusante.
yo= Eo
• Quando a comporta de controle de jusante estiver totalmente fechada, não haverá escoamento e a água estará parada, com altura yo = Eo
(energia específica disponível), situação correspondente ao ponto A da curva y x q.
A
Aq
y
5.1 – Seção de Controle
• Abrindo-se parcialmente a comporta até a posição B, ocorrerá uma pequena vazão e o tirante no vertedor cairá, pois haverá transformação de energia potencial em cinética.
yo= Eo
A
A
B
B
q
y
yB
5.1 – Seção de Controle
• A profundidade nesse momento é a crítica, yc, ponto C da curva de vazão. A partir desta situação, a comporta não mais influirá no escoamento e a vazão e o tirante não mais se alterarão. O elemento controlador do escoamento está a jusante da seção correspondente, e o escoamento é FLUVIAL.
yo= Eo
A
A
CC
q
y
yC
• Continuando a abrir a comporta de jusante, a vazão vai crescendo e o tirante diminuindo, até que se atinja o valor da vazão máxima dada pela equação 4.1, e compatível com a energia específica disponível Eo.
3max
27
8oEgq ⋅⋅⋅⋅====
5.1 – Seção de Controle
• Quando esta estiver fechada, a vazão será nula (não há água na estrutura), portanto y=0 (ponto D na curva).
yo= Eo
A
Dq
y
• Agora, vamos deixar a comporta de jusante totalmente aberta e operar outra a montante. Quando esta estiver fechada, a vazão será nula (não há água na estrutura), portanto y=0 (ponto D na curva).
yBB
5.1 – Seção de Controle
• Neste caso o elemento controlador do escoamento está a montante da seção correspondente e o escoamento é TORRENCIAL.
yo= Eo
A
Dq
y
• Continuando a abrir a comporta de montante, a vazão e o tirante crescerão até atingir, como no caso anterior, o regime crítico, o ponto C da curva.
yC
C
3max
27
8oEgq ⋅⋅⋅⋅====
5.1 – Seção de Controle
• O regime subcrítico é controlado por alguma característica colocada sua jusante e as perturbações originadas em determinada posição propagar-se-ão para montante:
– SEÇÃO DE CONTROLE DE JUSANTE.
• O regime supercrítico é controlado por uma característica colocada a sua montante:
– SEÇÃO DE CONTROLE DE MONTANTE.
5.1 – Seção de Controle
• Uma barragem em um rio determina uma seção que controla o escoamento a montante e, através do vertedor, controla o escoamento a jusante.
Remanso
Ressalto
5.2 – Ressalto Hidráulico
• O ressalto hidráulico é um fenômeno natural que ocorre em um canal quando a velocidade da corrente se reduz bruscamente ao encontrar um tirante maior no sentido de jusante.
• Em um ressalto hidráulico, um escomento torrencial de elevada velocidade (a montante) se transforma em um escoamento fluvial de baixa velocidade (a jusante).
• Em correspondência com isso uma profundidade supercrítica y1, baixa, se transforma em uma profundidade subcrítica y2, alta. Essas profundidades são conhecidas , respectivamente, como profundidade
inicial e profundidade subsequente de um ressalto hidráulico.
• Na região onde ocorre o ressalto hidráulico, verificam-se ondulações, turbulências e redemoinhos. Esses movimentos são acompanhados deuma significativa perda de energia ao longo do ressalto.
5.2 – Ressalto Hidráulico
• O ressalto hidráulico é um fenômeno natural que ocorre em um canal quando a velocidade da corrente se reduz bruscamente ao encontrar um tirante maior no sentido de jusante.
F1
F2
∆E
E2 E1
∆E
y
E
yC
y2
y1
5.2 – Ressalto Hidráulico• Uma vez conhecida a vazão em um dado canal, a perda de altura
energética ao longo do ressalto, ∆E, poderia ser determinada, simplesmente, pela medição das profundidades no início e após o ressalto, usando-se ao mesmo tempo a curva da energia específica do gráfico E x y, o que, entretanto, não é prático.
F1
F2
∆E
E2 E1
∆E
y
E
yC
y2
y1
5.2 – Ressalto Hidráulico• A razão entre y1 e y2 em um ressalto pode ser determinada pela
consideração do equilíbrio de forças e das quantidades de movimento imediatamente antes e após o ressalto.
F1
F2
∆E
E2 E1
∆E
y
E
yC
y2
y1
5.2 – Ressalto Hidráulico• O equilíbrio entre as forças hidrostáticas F1 e F2, representadas pelos
dois diagramas de pressões, e as quantidades de movimento da vazão através das seções 1 e 2, por unidade de largura d canal, pode ser expresso por
F1
F2
(((( ))))1221 VVqFF −−−−⋅⋅⋅⋅====−−−− ρρρρ• Substituindo as seguintes
grandezas na equação da quantidade de movimento:
211
2yF
γγγγ====
222
2yF
γγγγ====
11
y
qV ====
22
y
qV ====
• E simplificando, temos :
++++⋅⋅⋅⋅====
2
2121
2yy
yyg
q
5.2 – Ressalto Hidráulico
• Esta última equação pode ser apresentada sob uma forma mais adequada ao emprego, com seja:
−−−−++++==== 181
2
1 2
11
2R
Fy
y
• Onde FR1 é o número de Froude da corrente que se aproxima do ressalto.
1
11
yg
VFR
⋅=
5.2 – Ressalto Hidráulico
• A perda de carga no ressalto é igual à diferença de energia antes e depois do ressalto. Desta forma:
++++−−−−
++++====−−−−====∆∆∆∆
g
Vy
g
VyEEE
22
22
2
21
121
• No caso particular do canal retangular, a equação anterior pode ser desenvolvida chegando-se a::
(((( ))))
21
312
4 yy
yyE
⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅⋅
−−−−====∆∆∆∆
5.3 – Comportas de Fundo Planas
• Um tipo de controle utilizado em canais é uma comporta plana, a maioria das vezes vertical e de mesma largura que o canal (sem contrações laterais).
• Esse dispositivo hidráulico controla as características do escoamento fluvial a montante e torrencial a sua jusante.
• Trata-se, basicamente, de uma placa plana móvel que, ao se levantar, permite graduar a abertura do orifício e controlar a vazão produzida.
• A vazão descarregada pela comporta é função do tirante d’água a sua montante e da abertura do orifício inferior.
• Dependendo da condição hidráulica de jusante, o escoamento após a comporta pode ser livre, em geral seguido de um ressalto hidráulico, ou afogado.
5.3 – Comportas de Fundo Planas
• O escoamento pode ser tratado através da lei dos orifícios, observando que a lâmina líquida descarregada pelo orifício de abertura d, a partir do ponto A, sofre uma contração vertical até alcançar um valor y1 a uma distância L.
Hy0
V02/2g
y2
y1 = Cc . d
V22/2g
V12/2g
∆∆∆∆h
d
L ~ 1,3 d
A
5.3 – Comportas de Fundo Planas• A determinação da vazão descarregada pode ser feita através de um balanço de energia
e continuidade, entre as seções 0 e 1, considerando descarga livre e desprezando as perdas de cargas entre as duas seções.
Hy0
Vo2/2g
y2
y1 = Cc . d
V22/2g
V12/2g
∆∆∆∆h
d
L ~ 1,3 d
A
21
2
120
2
0 22 yg
qy
yg
qyEH +=+==
• Esta última equação desenvolvida fica:
• Levando em consideração a lei dos orifícios e a contração na saída, a equação anterior toma a forma:
5.3 – Comportas de Fundo Planas
1010
2
yy
gyyq
+⋅⋅=
02 ygdCq d ⋅⋅⋅=
21
2
120
2
0 22 yg
qy
yg
qyEH +=+==
• Recentemente, Swamee (1992) apresentou equações para Cd, para escoamento livre ou submerso, e uma relação geométrica para definir a separação entre escoamento livre e submerso.
1. Descarga livre:
5.3 – Comportas de Fundo Planas
072,0
0
0
15611,0
+
−=
dy
dyCd
2. Descarga afogada:
( ) ( )
1
7,020
72,0
2
72,0
22
7,020 81,032,0
−
−+
−
−⋅= yyy
d
yyyyCC dda
3. Condição para existência de descarga livre:
72,0
220 81,0
≥
d
yyy