ergonomia e processos de produção

56
UNIVERSIDADE DE SOROCABA PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO Giovani Rocha Rodrigues ERGONOMIA E PROCESSOS DE PRODUÇÃO Sorocaba/SP 2013

Upload: giovani-rocha

Post on 29-Dec-2014

2.523 views

Category:

Documents


3 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Ergonomia e processos de produção

UNIVERSIDADE DE SOROCABA

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO

CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Giovani Rocha Rodrigues

ERGONOMIA E PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Sorocaba/SP

2013

Page 2: Ergonomia e processos de produção

Giovani Rocha Rodrigues

ERGONOMIA E PROCESSOS DE PRODUÇÃO

Trabalho para o nono

semestre apresentado como

exigência para Avaliação do

Componente Ergonomia e

Processos de Produção da

Universidade de Sorocaba.

Orientadora: Prof. Ms.Lilian Zanoni Nogueira

Sorocaba/SP

2013

Page 3: Ergonomia e processos de produção

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................. 5

2 OBJETIVO ................................................................................... 17

3 DADOS DA EMPRESA ............................................................... 19

4 ATIVIDADES ANALISADAS ...................................................... 20

5 LEVANTAMENTOS DE DADOS ................................................ 20

6 METODOLOGIA .......................................................................... 21

6.1 ERGONOMIA FÍSICA .................................................................................. 22

6.2 ERGONOMIA COGNITIVA ........................................................................... 22

6.3 ERGONOMIA ORGANIZACIONAL .................................................................. 23

6.4 QUANTITATIVA ......................................................................................... 24

6.4.1 Critério de avaliação de Suzanne Rodgers .................................... 24

6.4.2 Critério de avaliação quantitativo de Moore e Garg ........................ 25

6.4.3 Critério de avaliação NIOSH para determinar os limites de

carregamento de peso. ...................................................................................... 26

6.4.4 Definições de dados e terminologia ................................................ 27

6.4.5 Cálculos das Variáveis ................................................................... 29

6.5 QUALITATIVA ....................................................................................... 35

6.6 INSTRUMENTOS UTILIZADOS ............................................................ 37

6.7 RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES GERAIS..................................... 37

6.8 CRITICIDADE:....................................................................................... 37

7. DATA DA AVALIAÇÃO ............................................................. 39

8. NORMA REGULAMENTADORA – 17 – NR 17 ........................ 39

9. ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO .......... 46

9.1 VERBALIZAÇÃO DOS TRABALHADORES ....................................................... 47

9.2 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ................................................................... 48

9.3 ANÁLISE DO AMBIENTE ............................................................................. 48

Page 4: Ergonomia e processos de produção

9.4 MATRIZ DOS TEMPOS E MOVIMENTOS ........................................................ 48

9.5 FERRAMENTAS DE ANÁLISE ....................................................................... 49

10. CONCLUSÃO ........................................................................... 49

11. CLASSIFICAÇÃO E DEMANDAS ........................................... 50

ANEXO 01 – FOTOS DAS ATIVIDADES E MOVIMENTOS DA

COLABORADORA .................................................................................. 51

ANEXO 02 – ÍNDICE MOORE E GARG....................................... 52

ANEXO 03 – MÉTODO SUE RODGERS ...................................... 53

ANEXO 04 – QUESTIONÁRIO BIPOLAR..................................... 54

ANEXO 05 – CARTA DE APRESENTAÇÃO ................................ 55

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................. 56

Lista de Figuras

Figura 1 ........................................................................................................... 21

Figura 2 ........................................................................................................... 25

Figura 3 ........................................................................................................... 28

Figura 4 ........................................................................................................... 29

Figura 5 ........................................................................................................... 31

Figura 6 ........................................................................................................... 32

Figura 7 ........................................................................................................... 33

Figura 8 ........................................................................................................... 34

Figura 9 ........................................................................................................... 34

Figura 10 ......................................................................................................... 35

Figura 11 ......................................................................................................... 47

Figura 12 ......................................................................................................... 49

Figura 13 ......................................................................................................... 49

Figura 14 ......................................................................................................... 50

Figura 15 ......................................................................................................... 51

Figura 16 ......................................................................................................... 51

Page 5: Ergonomia e processos de produção

5

1 INTRODUÇÃO

Análises ergonômicas do trabalho designam primordialmente as definições

sobre em que condições os trabalhadores executam suas atividades. Através de

esforços físicos, psíquicos ou cognitivos, estes trabalhadores atribuem valor às

necessidades dos empregadores, em produzir produtos, serviços ou atividades

diversas. Há desta forma uma relação entre “necessidade e capacidade” -

necessidade do empregador em receber “valor” através da força de trabalho de seus

subordinados e capacidade dos trabalhadores para atenderem estas demandas, em

função de limitações técnicas ou mesmo de suas capacidades humanas.

Cabe ressaltar que os seres humanos não podem ser padronizados, pois

possuímos diferenças antropométricas, fisiológicas e psicosociológicas que nos

tornam seres únicos, com individualidades que impossibilitam tal padronização. Esta

variabilidade propõe sempre uma “condição” de tomar como base os indivíduos mais

frágeis para reduzir desta forma sobrecargas à população, sempre tendo como

premissa conhecimento sobre o funcionamento humano.

A melhor maneira de solucionar esta demanda é utilizar estudos que

demonstrem capacitações para levantamento de peso, uso de força, velocidade,

vibrações, repetição, etc.

Assim, o ergonomista baseia suas análises em ferramentas específicas para

a sustentação de suas conclusões e assim deliberar sobre recomendações mais

pertinentes.

A utilização de ferramentas de análise como Sue Rodgers, Moore & Garg,

Niosh, Liberty Mutual entre outras, permitem ao ergonomista, fundamentar seus

estudos sobre elementos de sobrecarga no local de trabalho, deixando claro que

uma ferramenta de análise nunca deve ser considerada uma “Análise Ergonômica

do Trabalho” (AET), mas como um suporte à AET, isto porque as ferramentas

indicam condições de sobrecarga em diferentes partes do corpo, como por exemplo,

coluna, braços, mãos e dedos, etc. Diferentes da AET que deve conjugar além das

questões biomecânicas, elementos diversos como organização do trabalho,

questões psíquicas e cognitivas, relações interpessoais, satisfação do grupo além do

treinamento, conhecimento e domínio da atividade. Portanto uma AET é uma análise

Page 6: Ergonomia e processos de produção

6

detalhada das diversas demandas existentes, denotadas através de um relatório

complexo que vem indicar quais as sobrecargas existem e quais devem ser

priorizadas.

Os modelos de relatórios devem seguir recomendações básicas da IEA

(International Ergonomics Assotiation), sem declinar da NR17 e premissas da

ABERGO (Associação Brasileira de Ergonomia).

Desta forma concluímos sobre a importância da AET e principalmente sobre a

função do ergonomista como pesquisador das demandas, conjugador e interprete

destes elementos de sobrecarga. Todavia se faz necessário “experimentar” as

conclusões por meio do cruzamento de duas outras vertentes de demanda:

1. Desconfortos verbalizados pelos trabalhadores

2. Procura ao médico

Ocorre que em muitas situações os trabalhadores não buscam auxílio médico,

convivendo com desconfortos e sobrecargas. Considera-se nestes casos uma

“demanda reprimida” e retrata a primeira vertente da problemática, na segunda

situação, isto é, procura ao ambulatório, deve-se entender qual o percentual de

pessoas que buscam atendimento.

Desta maneira devemos esperar numa condição de sobrecarga definida por

uma criticidade, relação equivalente entre desconfortos verbalizados pelos

trabalhadores e busca pelo ambulatório. Na criticidade devemos considerar o

seguinte:

VERDE – menos de 10% dos trabalhadores podem vir a apresentar queixas.

AMARELO – entre 10 e 29% dos trabalhadores podem vir a apresentar

queixas.

VERMELHO – entre 30 e 60% dos trabalhadores podem vir a apresentar

queixas.

ROXO – mais de 60% dos trabalhadores podem vir a queixas.

Dentre as condições de trabalho também devemos, primar pelos aspectos

ambientais, físicos e organizacionais.

A Ergonomia, de forma simplificada, é a ciência aplicada que se dedica ao

estudo da adaptação do trabalho ao homem (nunca o inverso), visando conforto,

saúde e produtividade; possui caráter multidisciplinar, cujo enfoque visa o conforto

do trabalhador na realização de suas atividades, reduzindo as exigências

Page 7: Ergonomia e processos de produção

7

biomecânicas e cognitivas existentes, tendo como principais linhas de atuação as

condições reais do trabalho, antropometria e organização do trabalho.

O binômio conforto-produtividade anda de mãos dadas, ele não só é capaz de

dar adequado suporte às formas modernas de se administrar a produção, como

também prevenir a incidência das lesões por esforços repetitivos.

Os principais pré-requisitos para que uma solução seja considerada

ergonomicamente correta é:

• Requisito epidemiológico;

• Requisito biomecânico;

• Requisito fisiológico;

• Requisito psicofísico;

• Requisito de produtividade;

• Requisito satisfação.

Com finalidade de que as posturas assegurem conforto e não tragam

problemas de saúde aos trabalhadores é imperativo que haja variação de posições.

Posições estáticas são extremamente desconfortáveis e danosas. A variação

das posições durante a realização do trabalho privilegia a movimentação das

articulações e recuperação das estruturas.

O termo LER/DORT (lesões por esforços repetitivos ou distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho) refere-se a um conjunto de doenças que

atingem principalmente os membros superiores, acometendo músculos, nervos e

tendões, provocando irritações e inflamações. As LER/DORT são geralmente

causadas por movimentos repetitivos e contínuos com conseqüente sobrecarga do

sistema músculo-esquelético. O esforço excessivo, postura estática, stress e más

condições de trabalho também contribuem para aparecimento destas patologias.

A musculatura se nutre predominantemente no período de relaxamento.

Quando há esforço muscular, a pressão interna do músculo torna-se maior que a

pressão arterial, com o conseqüente fechamento dos vasos e diminuição do aporte

sanguíneo na estrutura. Na contração muscular dinâmica, o músculo alterna

contração e relaxamento, ocorrendo melhor fluxo do sangue no relaxamento,

diferente da contração estática, quando o músculo permanece contraído, não

recebendo sangue adequadamente.

Page 8: Ergonomia e processos de produção

8

Os processos metabólicos, que deveriam ser aeróbicos, passam a ser

anaeróbicos, com a produção e acúmulo de ácido lático, que acaba por irritar as

terminações nervosas dos músculos, redundando em dor e sofrimento da estrutura.

Os músculos do corpo humano representam os “motores” que movimentam

as articulações. A sobrecarga e os esforços repetitivos facilmente lesam os

músculos e tendões, especialmente estes em virtude de serem menos

vascularizados, exigindo maior tempo para recuperação.

Segundo o atual conhecimento a respeito da origem das LER/DORT

devemos considerar:

• Se a atividade implica em movimentos forçados para os membros, em alta

frequência ou intensidade de força.

• Se o trabalhador é acometido de sobrecarga ocasionada por tecnologia

inadequada, equipamento impróprio ou com defeito, problemas com material,

problemas com o método ou com a própria mão-de-obra;

• Se o trabalho está sendo realizado com pressão excessiva, chefias

intransigentes e opressoras;

• Se as pausas ou mecanismos de regulação foram eliminados ou inexistem,

velocidades das linhas de produção sem controle, máquinas utilizadas como

determinante do tempo;

• Se determinados trabalhadores possuem maior predisposição às lesões;

• Se os trabalhadores encontram-se sem motivação ou frustrados, existem

problemas com organização do trabalho;

• Se ocorre a potencialização social das ocorrências de LER/DORT.

Os DORT são um problema de saúde pública, com repercussões sociais e

econômicas. Para cada categoria profissional, existe em tipo específico de exigência

motora e psicofisiológica. Desta forma existem tipos de acometimentos mais comuns

em determinadas funções, como a Síndrome de De Quervain para magarefes, ou

tendinites para digitadores.

Devemos considerar também que em algumas atividades há longa

permanência numa mesma posição, o trabalhador passará então a adotar posturas

que lhe pareçam mais confortáveis, mas que nem sempre são ideais ou

biomecanicamente adequadas, ocasionando, por exemplo, a ocorrência de algias

musculares que no início podem passar despercebidas, mas que, no decorrer do

Page 9: Ergonomia e processos de produção

9

tempo, tende a aumentar, podendo tornar-se motivo de afastamento do trabalho ou,

em casos extremos, incapacidade funcional. Também a combinação de fatores

individuais como o biótipo, idade e condições sócio-econômicas, associados a

situações biomecanicamente incorretas, podem gerar moléstias graves.

As principais fontes bibliográficas em ergonomia apontam as 12 principais

situações anti-ergonômicas:

• Realizar esforço muscular excessivo;

• Permanecer com o corpo ou segmento corporal fora do eixo natural;

• Ficar em pé, parado, durante a maior parte da jornada;

• Trabalhar com os braços acima do nível dos ombros;

• Permanecer sob contrações estáticas, mantidas por muito tempo;

• Ficar sentado, em posição estática ou forçada;

• Movimentar, carregar e levantar cargas muito pesadas;

• Realizar esforços longe do corpo;

• Realizar esforços com a coluna torcida e fletida ao mesmo tempo;

• Trabalhar com repetitividade de um mesmo padrão de movimento, sem o

devido tempo de repouso;

• Permanecer em posições forçadas do punho – fletido, estendido e em desvio

ulnar;

• Permanecer em posições forçadas do ombro, especialmente abdução.

De acordo com dados da apostila PA 15- PRODERG, os 10 Princípios da

Solução Ergonômica:

• Eliminação do movimento crítico ou redução da sua freqüência ou do tempo

na posição crítica;

• Treinamento dos profissionais envolvidos;

• Projeto ergonômico ou adoção de solução ergonômica conhecida;

• Rodízio em tarefas com exigências biomecânicas diferentes;

• Melhoria do método;

• Melhoria na organização do trabalho, tecnologia, no maquinário, na matéria

prima, no material, no método, no meio ambiente, preparo, controle de horas

trabalhadas, etc;

• Preparação física para o trabalho, ginástica de aquecimento, de

condicionamento ou compensatória;

Page 10: Ergonomia e processos de produção

10

• Orientações ao trabalhador e cobrança de práticas corretas;

• Mecanismo de regulação, através de pausas.

Ressalta-se alguns princípios importantes da biomecânica para a Ergonomia,

como a prevalência das articulações em posições neutras, manuseamento de pesos

próximos ao corpo, evitar curvar e/ou rotacionar o tronco, alternar posturas e

movimentos, restringir a duração do esforço muscular contínuo, prevenir a exaustão

muscular e instituir pausas. Cabe ressaltar que não existe “postura adequada”, uma

vez que é necessário variar as posturas no decorrer do trabalho.

Categorização e taxionomia dos problemas ergonômicos do sistema

homem-tarefa máquina

Disfunções Ergonômicas (interfaciais)

Problemas Posturais

• Posturas cifóticas e escolióticas, de pé e/ou sentadas, em função das

demandas, constrangimentos visuais da tarefa e da localização dos componentes

informacionais, das exigências de comando da tarefa e da localização dos

componentes acionais, da movimentação de cargas;

• Ângulos do tronco e/ou dos membros superiores e/ou inferiores que

impliquem em esforço muscular e restrições à circulação sangüínea ou ao

funcionamento dos órgãos internos.

Problemas Dimensionais

• Aplicação inadequada dos valores médios, sem considerar a adaptação das

dimensões aos usuários externos;

• Localização dos mostradores fora do campo de visão dos usuários

extremos: ângulo de visão de acordo com os requisitos da tarefa, raio de focalização

conforme as dimensões dos componentes sígnicos, movimentação da cabeça

dentro dos limites de conforto para postura flexível ou para a rigidez postural;

• Falta de conhecimento da população, hábitos e operações necessárias para

a realização da tarefa;

• Localização de comandos fora da área acional: ângulos biomecânicos de

conforto e esforço;

• Falta de espaço para a acomodação do tronco e/ou pernas;

Page 11: Ergonomia e processos de produção

11

• Falta de apoios, insuficiência ou má localização dos apoios existentes para

as mãos, cotovelos, pés e pernas.

Problemas Instrumentais

• Topologia dos componentes de painéis informacionais e/ou adicionais sem a

consideração dos critérios de priorização, ordenação e padronização;

• Arranjo físico dos subsistemas e componentes informacionais e/ou acionais

sem considerar os critérios de grupamento seqüencial e/ou funcional;

• Movimentação de componentes informacionais e/ou acionais sem considerar

os estereótipos de movimentos e os critérios de compatibilização.

Problemas Informacionais e Perceptuais

• Relação entre estímulo e resposta incompatível com as exigências da tarefa,

o tempo de exposição do sinal, a movimentação do operador, com os

constrangimentos ambientais e principalmente com a capacidade sensório-motora

do homem;

• Locação do objeto a ser percebido e discriminado fora do campo de visão

(ângulo de visão não compatível com as características do objeto a discriminar -

caracteres, pictogramas, cor; raio de focalização não estando de acordo com as

dimensões do objeto e a distância do observador ao objeto);

• Má visibilidade dos signos - palavras e símbolos gráficos; pouco contraste

de luminância entre figura e fundo;

• Má legibilidade dos caracteres alfanuméricos, em função de alturas,

larguras, espessuras, espacejamento e entrelinhamento em desacordo com a

acuidade visual;

• Má compreensão dos símbolos gráficos em função de incompatibilidade

cultural, novidade ou desconhecimento dos códigos utilizados;

• Má configuração dos signos: forma, contorno destaque em relação ao fundo;

• Falta de lógica na estrutura de apresentação dos elementos de informação a

serem discriminados - agrupamento e seqüência - provocando erros de

entendimento;

• Dificuldade na tomada de decisões, face ao número de fontes a consultar,

discrepância das informações disponíveis ou lentidão para acessar as informações

necessárias - sistema de arquivamento, tempo de respostas dos aparelhos, número

de operações;

Page 12: Ergonomia e processos de produção

12

• Má compreensão das abreviaturas, locuções descritivas e enunciados;

• Intensidade de iluminamento deficiente, principalmente em desacordo com

as exigências visuais da tarefa;

• Existência de reflexos, devido a superfícies brilhantes ou polidas, fontes

luminosas dentro do campo visual do operador, provocando ofuscamento e

superexposição repetitiva da retina.

Problemas Acionais

• Calos nas mãos, dores nos dedos, pulsos, pés, braços ou pernas que tem

como causas os esforços repetitivos, a resistência ou vibração dos componentes

acionais, a flexão dorsal, palmar ou o desvio ulnar ou radial da mão em decorrência

da posição e movimentação dos comandos manuais ou pediosos;

• Manutenção precária, exigindo muita força para acionamento de volantes,

botoeiras, chaves ou alavancas;

• Conformação e dimensionamento de manípulos ou em punhaduras com

pontos e arestas que, por exercerem pressões localizadas, causam danos as mãos;

e com perfil formal que não propicia uma boa apreensão e/ou manipulação;

• Localização dos manípulos fora da área de alcance manual e dos ângulos

biomecânicos de conforto e esforço, o que acarreta constrangimentos posturais e

acidentários;

• Localização, angulação e dimensões de pedais fora dos limites

antropométricos e biomecânicos de conforto e esforço;

• Falta de racionalização e funcionalidade do arranjo físico dos componentes

acionais; priorização e locação nas áreas ótimas de alcance de componentes de

pouca utilização; grupamento de comandos com funções discrepantes dentro dos

mesmos limites; falta de consistência na relação leitura/acionamento:

desconsideração da seqüência de acionamento, resultando em dificuldade de

memorização e aprendizagem e prejuízo para a segurança do sistema;

• Movimentação de comandos que não atende a uma padronização em

relação aos similares; que não apresenta consistência de direção do ângulo de

referência com o suporte, e de sentido de orientação sobre o eixo de ação; que não

considera os estereótipos de movimentação; implicam acionamentos equivocados

com comprometimento das ações de controle;

Page 13: Ergonomia e processos de produção

13

• Falta de segurança acional com possibilidade de choques, queimaduras,

cortes, traumatismos, lesões temporárias ou permanentes e acidentes fatais;

• Dificuldade de visualizar e/ou acessar os subsistemas e elementos que

necessitam manutenção ou reparos;

• Peso dos objetos a levantar ou transportar que supera os limites

recomendados, segundo a distância da carga em relação a coluna vertebral, o curso

vertical e a sua frequência de movimentação.

Problemas Comunicacionais

• Má audibilidade das comunicações orais resultante de deficiência de

transdução e amplificação dos equipamentos;

• Deficiência na articulação das mensagens verbais por telefone ou alto-

falante;

• Falta de clareza e coerência interna de documentos e circulares burocráticas

e instrucionais;

• Treinamento instrucional a partir dos procedimentos que a gerência define,

sem considerar as condições reais e concretas do trabalho (operacionalização da

tarefa, equipamento, matérias primas, ambiente arquitetural, físico, químico e

natural) o que conflito entre a supervisão e a operação.

Problemas Operacionais

• Ritmo intenso e repetividade, falta de autonomia, pausas reduzidas e/ou

intervalos muito longos, excessiva exigência de precisão e tolerância reduzida no

programa do controle de qualidade; o que ocasiona sobrecarga mental e

psicopatologias do trabalho (depressão, agressividade, obcessividade);

• Pressão de prazos e de controles que acarretam tensões e comportamentos

ansiosos.

Problemas Organizacionais

• Parcelamento taylorizado do trabalho, o que propicia a falta de objetivação

da tarefa do operador - resultando no desinteresse e desmotivação;

• Isolamento do operador, controle excessivo da tarefa, falta de participação

do trabalhador, o que determina a desconsideração pelos resultados do trabalho,

com conseqüência para a produtividade (economia de recursos e qualidade dos

produtos);

Page 14: Ergonomia e processos de produção

14

• Jornada semanal, turno de trabalho e horário diário, que desconsideram o

biorritmo e excedem a capacidade de recuperação física e psíquica do operador.

Problemas Gerencias

• Falta de transparência ou inexistência de critérios de avaliação e decisão o

que propicia decisões arbitrárias com base em argumentos de autoridade;

• Falta de participação dos trabalhadores na gestão e nos lucros da empresa;

• Discrepâncias salariais; diferenças exageradas entre os maiores e menores

salários; falta de uma política de cargos e salários (indivíduos com funções e

responsabilidades iguais e níveis salariais desiguais);

• Deficiência de avaliação de desempenho e potencial nos programas de

treinamento e desenvolvimento do pessoal e de planejamento de carreiras, ausência

de critérios para promoções.

Problemas Econômico-Sociais

• Definição de prioridades de investimentos incompatíveis com as

necessidades da população e comum desenvolvimento social harmonioso;

• Insuficiência de recursos disponíveis para implementar a renovação de

recursos e a inovação tecnológica;

• Degradação da qualidade de vida; serviços de transporte, atendimento

médico, cultura e lazer.

Problemas Físico-Ambientais

• Iluminação e ruído fora dos limiares e limites recomendados para evitar

prejuízos sensoriais (visão e audição) ou para garantir a compatibilidade com as

exigências de visibilidade e demandas de atenção e concentração da tarefa;

• Temperatura, vibração radiação, pressão além dos limites determinados

para evitar custos orgânicos (doenças do aparelho circulatório e danos aos órgãos

internos).

Problemas Químico-Ambientais

• Doenças do aparelho digestivo, urinário e respiratório devido a elementos

tóxicos e aero-dispersóides;

• Doenças contagiosas devido a falta de higiene e assepsia que propicia a

proliferação de germes patogênicos (bactérias e vírus).

Problemas Arquiteturais

Page 15: Ergonomia e processos de produção

15

• Aeração, insolação e iluminação insuficientes para o conforto e bem-estar do

usuário;

• Falta de isolamento acústico e térmico com prejuízos sensoriais e orgânicos

para o operador;

• Insuficiência de espaço para a circulação de pessoas e equipamentos, o que

ocasiona contusões e acidentes;

• Dificuldade de comunicação interpessoal devido ao isolamento dos

operadores em compartimentos ou ao arranjo físico de vários postos de trabalho em

colunas ou filas.

Problemas Acidentários

• Exposição a quedas pelas condições do solo - irregularidades ou

escorregamento - ou pela precariedade de andaimes, rampas e escadas;

• Possibilidade de traumatismos e contusões face a falta de dispositivos de

proteção das máquinas - peças, componentes ou parte da matéria-prima que são

ejetados e atingem o homem - ou equipamentos inadequados para transporte de

cargas fardos e materiais;

• Factibilidade de colisões de máquinas, equipamentos e homens pela

exiguidades de espaço para circulação e movimentação de cargas e/ou pessoal;

• Explosões, incêndios, intoxicações fatais por vazamentos ou segurança

insuficiente.

Problemas Naturais

• Exposição a intempéries durante o trabalho, chuva, insolação ou frio intenso,

pressão atmosférica.

Disfunções do Elemento Humano do SHTM

Problemas Sensório-Fisiológicos (visão, audição, tato)

• Fadiga visual muscular face as frequentes acomodações do cristalino

resultantes da necessidade de descriminar objetos em diferentes distâncias, o que

ocasiona mudanças de focalização com mudanças de esfericidade do cristalino

através da contração do músculo ciliar;

• Desconforto visual, dores de cabeça e cansaço geral em função de

adaptações constantes da íris e da retina face aos diferentes tipos de iluminação nos

vários planos de visualização e as diversas apresentações da relação figura/fundo;

Page 16: Ergonomia e processos de produção

16

• Problemas de ofuscamento e conseqüente superexposição repetitiva da

retina, face aos reflexos sobre painéis e mostradores, a tremulação da imagem

gerada em tubos de raios catódicos, ao piscamento, mesmo imperceptível, da

iluminação provocada por lâmpadas fluorescentes;

• Surdez profissional como consequência da exposição ao ruído ou, por outro

lado, riscos de acidentes pela incomunicabilidade resultante do uso de protetores

auriculares inadequados;

• Deficiência tátil por queimaduras e dermatites freqüentes, ou ao contrário,

falta de tato pelo uso de luvas de proteção impróprias, ou mesmo exposição a

acidentes – luvas grandes que se prendem a ferramentas ou equipamentos.

Problemas Psiconeurofisiológicos

• Fadiga nervosa em conseqüência da busca constante de informações, do

tratamento de um número excessivo e da complexidade das mesmas informações,

da urgência de decisões a tomar e da possibilidade de ocorrência de disfunções que

colocam em risco todo sistema;

• Alteração do sistema digestivo e cardiovascular em decorrência da carga

mental e psíquica, face as funções cerebrais centrais - recepção, decodificação,

interpretação e tempos de reação - em tarefas que implicam vigilância e atenção

constantes na supervisão, monitoração e regulação de sistemas de controle e de

acompanhamento de processos contínuos.

Problemas Sócio-Relacionais

• Conflitos sociais consequentes da instabilidade dos objetivos, do

acirramento da competitividade entre pares e do autoritarismo da gerência;

• Atitudes vandálicas que denotam agressividade decorrente de disfunções

psicossociais.

Page 17: Ergonomia e processos de produção

17

2 OBJETIVO

Este relatório tem como objetivo principal avaliar e mapear as condições

ergonômicas nos postos e locais de trabalho em atendimento ao item 17.1.2 da

Norma regulamentadora NR 17 – “Ergonomia” descrita na Portaria n. 3.751, de

23/11/1990, além das referências técnicas vigentes contemplando:

- FUNDACENTRO - Fundação Centro Nacional de Segurança;

- ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas;

- NR 17 da Portaria 3.214/78.

- Melhoras Práticas Nacionais e Internacionalmente Aceitas (Americanas e

Francesas):

- ACGIH (American Conference of Governmental Industrial Hygienists);

- NIOSH (National Institute for Occupational Safety and Health);

- OSHA (Occupational Safety and Health Administration);

- OMS (Organização Mundial da Saúde);

- OIT (Organização Internacional do Trabalho);

- ISRS (International Safety Rating System);

- NFPA (National Fire Protection Association);

- INRS (Institute National de Recherche de Securité).

Embasado nos dados obtidos neste estudo técnico, relacionado às condições

de trabalho, das várias Áreas / Postos de Trabalho, em conformidade com a

legislação e as técnicas vigentes no país e orientações internacionais, trataremos

doravante este estudo técnico como um “guia priorizante” que contribuíra para a

melhoria contínua na adaptação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, proporcionando maior conforto e segurança para

a população.

Cabe ressaltar que o atual avanço tecnológico recentemente impetrado nos

meios produtivos, assim como em outros elementos do uso humano, propôs grandes

mudanças na forma como entendemos e operamos os sistemas. Há elevado contato

com o “novo”, que muitas vezes nos oferece resultados desconhecidos; inesperados

imprevisíveis. Se é necessário mudar para sobreviver, tornasse fundamentar

direcionar esta mudança em favor do ser humano.

Page 18: Ergonomia e processos de produção

18

O trabalho designa esforços que podem ser físicos, psíquicos ou cognitivos,

independentes ou conjugados entre si, este arrazoamento nos remete à

necessidade da observância sistemática das exigências. A coleta de dados técnicos,

verbalizações dos trabalhadores e envolvidos nos permitem formar um “quadro

panorâmico” destas exigências, que doravante denominaremos “demandas”.

O estudo das demandas representa, o grau de exigência existente para cada

atividade, a utilização de ferramentas de análise “Sue Rodgers, Moore&Garg, Niosh,

Questionário “Bipolar e Liberty Mutual” permite quantificar o risco existente,

sendo que a aplicação simultânea das ferramentas garante para o analista concluir

com tranqüilidade a real situação do trabalho, sem evidentemente declinar das

verbalizações e sobrecargas qualitativas.

Esta metodologia designa um caminho interessante para o desenvolvimento

de ações de contenção e eliminação dos riscos, pois permitirá concluir sobre fatores

de sobrecarga, assim como suas respectivas priorizações e criticidades.

Finalizando, podemos considerar que a ergonomia designa uma ferramenta

indispensável para o desenvolvimento técnico da empresa, principalmente se

aceitarmos que a tecnologia não possui limites e o ser humano possui!

As recomendações deverão ser entendidas como “direções” a serem

seguidas, todavia não foram elaboradas por especialistas no tipo de produto em

estudo, desta maneira, não designam PROJETOS, mas RECOMENDAÇÕES.

A multidisciplinaridade da ERGONOMIA requer análise conjunta de

profissionais das áreas técnicas, sociais e médicas da empresa, o que indica a

formação de um pequeno grupo de discussões destas AÇÕES RECOMENDADAS.

Portanto as recomendações deverão passar pelo “crivo” dos comitês locais,

adaptadas e aperfeiçoadas.

Page 19: Ergonomia e processos de produção

19

3 DADOS DA EMPRESA

Empresa: X² Indústrias Elétricas Ltda.

Endereço: Rua José Antônio Galvão, 885 – Prédio D

Bairro: Centro

Cidade: Boituva

Estado: São Paulo

Fone: (13) 3268 - 2617

CNPJ: 56.245.025/0001-09

Inscrição Estadual: 299.005.030.118

Grau de Risco: 3

Ramo / Principal Atividade: Fabricação de componentes elétricos

CNAE: 38.99-2-02

Page 20: Ergonomia e processos de produção

20

4 ATIVIDADES ANALISADAS

• Montagem de Bases NH

• Montagem da Chave Ergonfuse

• Montagem da Chave – Linha S/32

5 LEVANTAMENTOS DE DADOS

O levantamento das demandas ergonômicas do trabalho foi realizado através

da análise sistêmica, ou seja, reconhecimento in loco, análise dos postos de trabalho

através de técnica de fotografia, além de entrevistas com funcionários envolvidos,

utilização de cronômetro e trena, visando obterem-se os aspectos críticos de

mobiliário, equipamentos, maquinário, desconfortos físicos, ferramentas, condições

psíquicas e cognitivas, além da avaliação do ambiente, layout e fluxograma de

produção e organização do trabalho.

Os levantamentos das demandas ergonômicas dos postos de trabalho estão

baseados em Padrões Nacionais (NR 17) e Internacionais (OSHA), que visam

estabelecer limites de tolerância para execução de tarefas com a finalidade de

Prevenção de Lesões Ocupacional do Tipo Trauma Cumulativa em Coluna,

Membros Superiores e Membros Inferiores.

Page 21: Ergonomia e processos de produção

21

6 METODOLOGIA

Trata-se da forma como os dados são disponibilizados em favor da correta

compreensão dos resultados obtidos assim como conclusões e recomendações a

curto, médio e longo prazo ou criticidade das não conformidades A metodologia

refere um processo de construção da análise, seguindo às premissas contidas nas

literaturas de Allain Wisner, Cristopher Dejour e Antoine Laville, sem declinar dos

aspectos técnicos oriundos da linha anglo-americana, contidos ou consoantes ao

processo OSHA (Final Ergonomics Program Standard).

O ponto primordial para a construção de uma AET refere à experiência do

analista, que deverá levar em consideração os problemas encontrados através da

“sistemática de levantamento de dados” e principalmente as demandas oriundas das

verbalizações dos trabalhadores. Desta forma podemos considerar como “base” de

construção da análise a experiência e conhecimento dos trabalhadores que

executam as atividades. Esta experiência designa não somente questões e

demandas individuais, mas coletivas e organizacionais, uma vez que esses

trabalhadores, quando não conseguem seguir os procedimentos escritos, criam

“alternativas”, denominadas “estratégias”, que demonstram diferenças importantes

entre trabalho real e prescrito. Estas diferenças normalmente demonstram o

desconhecimento das engenharias sobre o real funcionamento ou como se faz o

funcionamento das operações realizadas pelos trabalhadores.

O ergonomista deverá compreender onde estão os problemas e produzir um

relatório conciso sobre as demandas e como a empresa deverá proceder para

reduzir ou eliminar tais fatores de sobrecarga.

Figura 1

Page 22: Ergonomia e processos de produção

22

6.1 Ergonomia Física

• Refere-se às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e

biomecânica em sua relação a atividade física. Verifica as forças envolvidas, peso,

tempo, ciclo, frio, calor, vibração, etc.

• Estuda: a postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos

repetitivos, distúrbios em estruturas musculoesqueléticas relacionadas ao trabalho,

projeto de posto de trabalho, segurança e saúde.

6.2 Ergonomia Cognitiva

• Refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio

e resposta motora conforme afetam interações entre seres humanos e outros

elementos de um sistema.

• Estuda: carga mental de trabalho, tomada de decisão, performance

especializada, interação homem computador, stress e treinamento conforme estes

se relacionam aos projetos envolvendo seres humanos e sistemas.

A partir da década de 1970, o desenvolvimento da microinformática

transformou radicalmente a relação humano-máquina; mudaram o trabalho e a

máquina. Se na era industrial a produção se dava por objetos mecânicos, físicos, na

era da informatização é a informação que é manipulada. As máquinas passam a ser

extensões para ampliação da ação física, ao passo que estas atuam como

extensões do cérebro.

Na interface das máquinas das máquinas, os elementos perceptual e

psicomotor estão onipresentes e os controles são analógicos. Enquanto as

máquinas industriais mecânicas têm comandos basicamente uni funcionais, as

máquinas computadorizadas têm caráter multifuncional e podem, teoricamente, ter

um número infinito de aplicações.

É importante notar que apesar de hoje o conteúdo da tarefa ser

predominantemente mental, os trabalhadores se queixam de perturbações físicas,

como dores nas costas e dor de cabeça, devido à forte concentração mental (Wisner

1994).

Page 23: Ergonomia e processos de produção

23

Fica claro então que em todo trabalho sempre vão existir ao menos três

aspectos: o físico, o cognitivo e o psíquico (definido como conflito entre consciente e

inconsciente, entre pessoa (ego) e a situação (organização do trabalho), cada um

deles podendo determinar uma sobrecarga).

A abordagem ergonômica vai depender de qual dos três aspectos tem maior

ênfase. (Wisner 1987)

6.3 Ergonomia Organizacional

• Refere-se à otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas

estruturas organizacionais, políticas e de processos. Designa como o trabalho é

realizado, organizado e estruturado. Estabelece a distribuição hierárquica, contudo

do trabalho, divisão das tarefas e responsabilidades, velocidade e cadência,

prescrições e estratégias.

• Estuda: comunicações, projetos de trabalho, organização temporal do

trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho,

cultura organizacional, organizações em rede, tele trabalho e gestão da qualidade.

Assim, a Ergonomia é definida como sendo o estudo de ordem técnico e

organizacional, visando identificar, mensurar e avaliar o grau de adaptação do

trabalho ao homem, trazendo à tona a discrepância com as Normas dos Riscos que

possam advir destas não conformidades.

A Análise ergonômica pode ser dividida quanto aos critérios utilizados no

levantamento e analise de dados. A analise pode seguir uma metodologia

quantitativa, qualitativa ou mesclar ambas buscando uma análise mais profunda e

fidedigna.

Page 24: Ergonomia e processos de produção

24

6.4 Quantitativa

Para a análise quantitativa das atividades, foram utilizadas as seguintes

ferramentas de análise:

6.4.1 Critério de avaliação de Suzanne Rodgers

Este critério de avaliação visa identificar o risco ergonômico através de um

check-list de verificação biomecânica. Este check-list avalia cada uma das grandes

partes do sistema musculoesquelético, e para o qual são observados o nível de

esforço, o tempo de esforço e a freqüência de esforços, conforme as orientações

abaixo:

• Classificação para o nível de esforço: segundo o check-list de Suzanne

Rodgers, o nível de esforço é classificado em (1) Leve, quando o esforço refere

utilização de 30% ou menos do esforço máximo , (2) Moderado, 30 a 70% do

esforço máximo e (3) Pesado quando o esforço utilizado ultrapassa 70% do esforço

máximo.

• Tempo de esforço: é o período de tempo em que uma parte do corpo

permanece ativa antes de repousar, o que não corresponde à quantidade de

unidades que são recrutadas ou quais tarefas são concluídas, mede-se o tempo total

do esforço.

• Esforços por minuto: é auto explicativo no questionário.

A avaliação do critério de Suzanne Rodgers apresenta uma boa correlação

com os dados obtidos por análise epidemiológica. Permite um mapeamento fácil da

empresa e apresenta a vantagem de possibilitar uma priorização nas ações

corretivas, inclusive permitindo verificar qual segmento corpóreo deveria ser passível

de uma ação ergonômica prioritária. Os scores deste check-list são obtidos através

da combinação da seqüência de valores obtidos em relação ao nível de esforço,

tempo de esforço e esforços por minuto, conforme a tabela abaixo (Vide figura 2).

Outros valores obtidos que não estão presentes nesta tabela, terão a classificação

como verde, com exceção dos valores 133, 233, 333, 144, 244 e 344. Pois tais

valores são inexistentes.

Page 25: Ergonomia e processos de produção

25

Figura 2

6.4.2 Critério de avaliação quantitativo de Moore e Garg

O critério quantitativo de Moore e Garg baseia-se na multiplicação de seis

fatores, possibilitando dimensionar um índice de sobrecarga para os membros

superiores.

Este critério é conseguido através da seguinte formulação:

Índice de Sobrecarga para Membros Superiores:

FIE X FDE X FFE X FPMP X FRT X FDT.

Descrição de cada valor:

FIE: Fator de intensidade do esforço

Page 26: Ergonomia e processos de produção

26

FDE: Fator de duração do esforço

FFE: Fator de freqüência do esforço

FPMP: Fator de postura da mão e punho

FRT: Fator ritmo do trabalho

FDT: Fator duração do trabalho

Interpretação:

• Valor do índice de sobrecarga para membros superiores menor que 3: baixa

probabilidade de aparecimento de doenças osteomusculares

• Valor do índice de sobrecarga para membros superiores entre 3 e 7:

probabilidade moderada em relação ao aparecimento de doenças osteomusculares

• Valor do índice de sobrecarga para membros superiores maior que 7: alto

probabilidade em relação ao aparecimento de doenças osteomusculares

Neste caso, quanto mais o índice identificado for maior que 7, maior será a

probabilidade.

6.4.3 Critério de avaliação NIOSH para determinar os limites de carregamento

de peso.

Este critério de análise de carregamento de pesos foi desenvolvido pelo

National Institute for Occupational Safety and Health (NIOSH, EUA). Durante o

desenvolvimento desta metodologia, chegou-se à conclusão de que, para formular

um critério consistente, este, deveria levar em conta quatro aspectos: o

epidemiológico, o psicológico, o biomecânico e o aspecto fisiológico.

O critério NIOSH foi revisto em 1994 tendo sido refeitas tais recomendações,

tendo sido proposto então o LIMITE DE PESO RECOMENDADO (LPR) e o índice de

levantamento (L.I.).

Para o estabelecimento destes dois índices, o grupo preferiu estabelecer que

para uma situação qualquer de trabalho de levantamento manual de cargas, existe

um limite de peso recomendado (LPR), cuja fórmula de cálculo é dada, e consiste na

multiplicação da constante 23 (LC) e mais seis variáveis. Uma vez calculado o LPR,

compara-se o valor da carga real com o RWL, obtendo-se então o LI (índice de

levantamento), que é a relação entre o peso real e o LPR.

Page 27: Ergonomia e processos de produção

27

Quando o valor obtido do índice de levantamento for menor que 1,0, a chance

de ocorrência de lesão músculo esquelética será considerada de baixo risco,

podendo considerar que o trabalhador estará trabalhando em condição segura; se a

relação for entre 1 a 2, aumenta-se o risco; se a situação de trabalho apresentar o

valor maior que 2, tão mais aumentada é a chance de aparecimento de lesões na

coluna vertebral

A fórmula de cálculo do limite de peso recomendado:

LPR : LC X HM X VM X DM X AM X FM X CM

HM (25/H): Fator que determina a distancia horizontal do individuo à carga

VM (1-0,0075|VC/2,5-30):Fator que determina a altura vertical da carga

DM (0,82 + 4,5/D): Fator que determina a distancia vertical de deslocamento

da carga AM: Fator relacionado a freqüência de levantamento de carga (calculado

em minutos).

FM (1- 0,0032 X A): Fator de rotação lateral do corpo

CM: Fator relacionado a qualidade da pega.

6.4.4 Definições de dados e terminologia

A lista de definições abaixo poderá ser usada para aplicação da equação

revisada NIOSH. A descrição detalhada de cada termo será discutida nas seções

individuais posteriores, incluindo os métodos para tomar as medidas e exemplos de

aplicação.

Tarefa de Levantamento: Definido como o ato de manusear um objeto de

tamanho e massa conhecidos com as duas mãos, sem assistência mecânica com

movimento vertical do objeto.

Peso da Carga (L): Peso do objeto a ser levantado/abaixado, em

quilogramas, incluindo o container.

Localização Horizontal (H): Distância entre as mãos e o ponto médio dos

tornozelos, em centímetros (medir a origem e o destino da tarefa).

Localização Vertical (V): Distância entre as mãos e o piso, em centímetros,

(medir a origem e o destino da tarefa). Veja a figura 1.

Page 28: Ergonomia e processos de produção

28

Distância Vertical Percorrida (D): Valor absoluto entre as distâncias

verticais da origem e o destino da tarefa, em centímetros.

Ângulo Assimétrico (A): Medida angular entre o frontal do trabalhador e o

objeto, entre o início e término da tarefa, em graus. (medir a origem e o final da

tarefa). Veja figura 2.

Posição Neutra do Corpo: Descreve a posição do corpo, quando as mãos

estão diretamente à frente e há o mínimo de torção das pernas, tronco, ou ombros.

Frequência da Tarefa: É a média entre o número de tarefas por minuto

acima do período de 15 minutos.

Duração da Tarefa: A duração da tarefa pode ser especificada pela

distribuição do tempo de trabalho e de recuperação (modelo de trabalho). A duração

é classificada como curta (1 hora), moderada (1 a 2 horas), ou longa (2 a 8

horas),dependendo do modelo de trabalho.

Classificação: A classificação da qualidade da pega pode ser boa, razoável

ou pobre.

Figura 3

Page 29: Ergonomia e processos de produção

29

Figura 4

6.4.5 Cálculos das Variáveis

Componente Horizontal

Distância entre o ponto médio dos tornozelos e o ponto médio da pega das

mãos (Centro da carga), em centímetros (medir a origem e o destino da tarefa).

Multiplicador Horizontal (HM):

O Multiplicador Horizontal é dado por 25/H, para H medido em centímetros.

Se H é menor que 25 cm, então o multiplicador HM é igual a 1,0. HM decresce com

o aumento do valor de H. Se H é maior que 63 cm, então HM é igual a zero.

Componente vertical

Distancia entre as mãos e o piso, em centímetros, (medir a origem e o destino

da tarefa). V é medido verticalmente do piso ao ponto médio de agarre das mãos.

Multiplicador vertical

Para determinar o Multiplicador Vertical (VM), o valor absoluto ou desvio de V

em relação a altura ideal de 75 cm deve ser calculada. A altura de 75 cm é a medida

entre as articulações dos dedos das mãos ao piso, de uma pessoa média (1,65cm).

Quando V é igual a 75 cm, o Multiplicador Vertical é igual a 1,0. O valor de

VM decresce linearmente com o aumento ou diminuição do valor V a partir de 75

Page 30: Ergonomia e processos de produção

30

cm. Ao nível do piso, VM é igual a 0,78 a 175 cm VM é igual a 0,7. Se V é maior que

175 cm, então VM é igual a zero.

Componente de distância percorrida

O valor absoluto entre as distâncias verticais de origem e o destino da tarefa,

em centímetros. Para levantamentos de carga, D pode ser calculado pela subtração

entre a Localização Vertical (V) do destino e da origem da carga. Para colocação da

carga, pela subtração da origem do destino.. Nota; a equação leva somente em

consideração elevação (vertical) da peça.

Multiplicador da distância vertical percorrida

O multiplicador da distância (DM) é (0,82 + (4,5/D)). Para D menor que 25 cm,

deve se considerar D= 25 cm, e DM é igual a 1,0. O multiplicador da distância,

decresce gradualmente com o aumento da distância percorrida D. Para D = 175 cm,

DM = 0,85. Portanto a faixa DM está entre 1,0 e 0,85.

Componente Assimétrico

Assimetria refere-se ao levantamento que indica e termina fora do plano

sagital médio do trabalhador. Em geral o levantamento assimétrico pode ser evitado.

Nos casos inevitáveis, há uma significativa redução dos limites utilizados para um

levantamento simétrico.

Multiplicador assimétrico

O multiplicador assimétrico (AM) é dado pela equação 1- (00,0032XA). Onde

A é o ângulo de assimetria do tronco em relação aos pés. O valor máximo de AM é

1.0, quando a carga é manuseada diretamente a frente do corpo. O valor de AM

decresce linearmente com o aumento do ângulo de assimetria (A). Para A = 135º,

AM = 0,57. Se A é maior que 135º, então AM=0, e a carga é igual a zero.

Componente da freqüência

O multiplicador da Freqüência é definido pelo número de levantamentos por

minuto (frequência), o montante de tempo envolvido da atividade de levantamento

(duração) e a distância vertical do objeto para o piso. A freqüência do levantamento

refere-se a média de tarefas realizadas por minuto, medidas num período maior que

15 minutos.

Duração da tarefa

Page 31: Ergonomia e processos de produção

31

A duração da tarefa é classificada em três categorias, curta/moderada/longa.

Estas categorias são baseadas no padrão de tempo de trabalho contínuo e tempo

de trabalho para recuperação.

1. Trabalho de curta duração é definido como tarefas de 1 hora ou menos,

com tempo de recuperação de 1.2 vezes do tempo de trabalho.

2. Trabalho de duração moderada é definido como tarefas de 1 à 2 horas,

com tempo de recuperação de 0.3 vezes do tempo de trabalho.

3. Trabalho de longa duração é definido como tarefas que tem a duração

entre 2 à 8 horas, não há pesos admitidos para tarefas com duração superior a 8

horas.

Multiplicador da Frequência (FM)

O Multiplicador da Frequência (FM) é obtido diretamente na tabela da figura 5,

a partir dos dados acima. Para tarefas com freqüência menor que 0.2 por minuto,

considere 0.2 tarefas/minuto. Para tarefas não freqüentes (F< 0.1 tarefas/minuto),

mas com tempo suficiente de recuperação, devemos utilizar a categoria curta

duração (1 hora).

Figura 5

Page 32: Ergonomia e processos de produção

32

Componente de Pega

A pega natural das mãos no objeto pode afetar, não só a força máxima que o

operador deve exercer, mas também a localização vertical das mesmas, durante o

levantamento. Uma boa pega irá reduzir a força máxima requerida e aumentar o

peso aceitável de levantamento, enquanto uma pega pobre irá aumentar esta força e

reduzir o peso aceitável. O analista deve classificar a pega em boa, razoável ou

pobre. As três categorias estão definidas na tabela da figura 6.

Figura 6

1. Uma alça ótima tem 1.9 a 3.8 cm de diâmetro, 12 cm de largura, 6.5 cm de

espaço para mãos.

2. Um espaço para pega ótimo tem 3.8 cm de altura, 12 cm de largura,

contorno semi-oval, espaço de 5 cm para os dedos/mãos, superfície lisa mas não

escorregadia e 0.6 cm de espessura do recipiente.

3. O recipiente ideal tem 40 cm de largura frontal, 30 cm de altura, superfície

lisa mas não escorregadia.

a. O trabalhador deve ser capaz de introduzir os dedos sob a caixa de

papelão com um ângulo de 90°.

b. O recipiente não é considerado ótimo quando sua largura frontal for maior

que 40 cm, altura maior que 30 cm, rugosa ou escorregadia superfície, quinas vivas,

centro de massa assimétrico, conteúdo instável ou é requerido o uso de luvas.

Page 33: Ergonomia e processos de produção

33

c. O trabalhador pode ser capaz de pegar o objeto confortavelmente, sem

desvios excessivos de punho ou posturas forçadas, e a pega não deve requerer

força excessiva.

Figura 7

Considerações importantes: Características de um contêiner ou caixa de boa

qualidade:

• Comprimento: 40 cm

• Altura: 30 cm

• Superfície de alguma compressibilidade e não escorregadia.

Características de uma alça ótima ou de ponto de pega ótimo

• Alça de formato cilíndrico, superfície com algum grau de compressibilidade,

não derrapante, diâmetro de 1,8 a 3,7 cm, comprimento maior ou igual a 11 cm,

espaço para caber as mãos de no mínimo 5 cm.

Page 34: Ergonomia e processos de produção

34

• O corte para a pega numa caixa oval deve ter uma altura de no mínimo 7,5

cm, comprimento maior ou igual a 11cm, forma semi oval, espaço para os dedos de

no mínimo 3,2cm, superfície com algum grau de compressibilidade e largura de

contêiner de no mínimo 1,0cm.

• Possibilidade de flexão dos dedos próxima a 90 graus debaixo da caixa.

Tabela de atualização da pega

Figura 8

Índice de Levantamento

Como definido anteriormente, o Índice de Levantamento (LI) fornece a

estimativa relativa do estresse físico associado ao trabalho manual de levantamento.

Figura 9

A formula de cálculo do limite de peso recomendado:

LPR : 23 X FDH X FAV X FDVP X FFL X FRLT X FQPC

FDH (25/H): Fator que determina a distancia horizontal do individuo à carga

FAV (1-0,0075|VC/2,5-30):Fator que determina a altura vertical da carga

FDVP (0,82 + 4,5/D): Fator que determina a distancia vertical de

deslocamento da carga FFl : Fator relacionado a freqüência de levantamento de

carga (calculado em minutos).

Ver figura 3.

FRLT (1- 0,0032 X A): Fator de rotação lateral do corpo

FQPC: Fator relacionado a qualidade da pega (Figuras 4 e 5)

Page 35: Ergonomia e processos de produção

35

O scores obtidos pela equação de Niosh, podem ser interpretados conforme o

quadro abaixo:

Figura 10

Interpretação para resultados de LI

Quando LI < 1,0, considera-se que a atividade apresenta baixo risco de gerar

lesões.

Se LI >= 1,0, admite-se que a atividade apresenta risco moderado.

Se LI >= 2,0, admite-se que a atividade apresenta alto risco.

6.5 QUALITATIVA

Para a realização da ANÁLISE QUALITATIVA, deve-se utilizar as seguintes

técnicas:

A. Análise da demanda do estudo;

B. Análise da população trabalhadora;

C. Análise da tarefa e da atividade de trabalho;

D. Entrevista com o trabalhador e levantamento da demanda de queixa

oculta;

E. Aplicação do Questionário Bipolar

A. Análise da demanda do estudo:

Avaliar as condições ergonômicas dos postos de trabalho in loco, visando

prevenir riscos e propor medidas para redução gradativa de situações de trabalho

causadoras de dor, desconforto, dificuldade e fadiga excessiva no trabalho.

B. Análise da população trabalhadora:

Analisar a população trabalhadora através da realização de entrevista, de um

funcionário de cada área analisada, com escolha aleatória.

C. Análise da tarefa e da atividade de trabalho:

Page 36: Ergonomia e processos de produção

36

Analisar a tarefa e da atividade de trabalho, através de observações in loco e

entrevistas realizadas individualmente, dentro da empresa em seu posto de trabalho,

buscando informações complementares sobre:

- normas de trabalho;

- modo operatório;

- conteúdo do trabalho;

- ritmo de trabalho.

D. Entrevista com o trabalhador e levantamento da demanda de queixa

oculta

A entrevista com o trabalhador se deu in loco, e a opinião expressa pelo

colaborador é considerada essencial, devido as seguintes razões:

• A atividade não pode ser reduzida ao que é observado. Os raciocínios, o

tratamento das informações, o planejamento das ações só podem ser realmente

compreendidos por meio das explicações dos operadores.

• As observações e medidas são sempre limitadas em sua ação. Assim, o

colaborador poderá ajudar a interpretar essas observações num quadro temporal

mais geral.

• Nem todas as conseqüências do trabalho são aparentes. A fadiga, eventuais

distúrbios sofridos nem sempre tem tradução manifesta; o operador pode expressá-

las e relacioná-las como características da atividade ou não.

E. Para o levantamento das demandas ou queixas ocultas, utilizou-se o

Questionário Bipolar

Baseado na publicação de Cornell, que avalia o índice de desconforto

relacionado ao local do corpo, freqüência do desconforto e a evolução do

desconforto relacionado ao tempo de trabalho. O questionário é auto aplicável, do

qual o colaborador necessita apenas enumerar de 1 a 5 cada item anteriormente

referido no próprio questionário.

Para o preenchimento do mesmo, foram distribuídas cópias dos

questionários, de acordo com a quantidade de colaboradores presentes nos postos

de trabalho.

Page 37: Ergonomia e processos de produção

37

6.6 INSTRUMENTOS UTILIZADOS

• Fotos e vídeos dos postos de trabalho, para evidenciar as atividades e

maneiras de execução;

• Trena para mensurar alguns pontos no posto de trabalho;

• Observações dos postos de trabalho para avaliação do posto de trabalho:

tomada de medidas (espaço para membros inferiores, altura da bancada, assento,

etc).

• Aplicação das Ferramentas de Analise Proderg, Moore e Garg, Suzzanne

Rodgers, Questionário Bipolar e Niosh, para análise da condição ergonômica

de um posto;

• A medição do nível de iluminamento (quando realizada mediante a natureza

da tarefa) é realizada no campo de trabalho (plano horizontal de ação de trabalho

específico, de acordo com o item 17.5.3.3 da NBR-17 – “Ergonomia”, onde os níveis

são os estabelecidos na NBR-5413, norma brasileira registrada no INMETRO).

6.7 RECOMENDAÇÕES E SUGESTÕES GERAIS

As recomendações e sugestões, descriminadas em cada análise, obedecem

à Portaria MT/OS nº 3.751 de novembro de 1990, NR-17.

Os dados obtidos nesta análise, através de entrevistas, observações,

ferramentas de análise, fotos, filmagem e as avaliações ambientais, foram

analisados e confrontados, servindo de base para as ações ergonômicas sugeridas

em cada análise, respectivamente.

6.8 CRITICIDADE:

Com base nas várias recomendações e nos requisitos da OMS (Organização

Mundial da Saúde), OIT (Organização Internacional do Trabalho) e demais

instituições internacionais, elaborou-se uma matriz de criticidade, que expressa o

grau de risco para cada elemento pesquisado, conforme as seguintes premissas:

Page 38: Ergonomia e processos de produção

38

Foram coletadas, para cada informação as principais evidências objetivas;

• Foram realizadas avaliações específicas para cada elemento avaliado

• O posto de trabalho foi caracterizado por 4 (quatro) principais variáveis

(esforço muscular, frequência do esforço, ciclo de trabalho e porcentagem do

esforço em relação ao ciclo de trabalho).

Assim sendo, considerou-se como padrão de criticidade, conforme a matriz

apresentada abaixo, que será considerada como a referencia para as conclusões

apresentadas neste documento e que nortearão o grau de prioridade e importância

das medidas corretivas e/ou individuais a serem executadas, estudadas, planejadas

e implementadas pela organização.

Os elementos de controle descritos, analisados cujos resultados das

pesquisas de campo, apontarão, com base nas diretrizes da matriz de criticidade

genérica, as respectivas criticidades de cada elemento de controle.

Page 39: Ergonomia e processos de produção

39

7. DATA DA AVALIAÇÃO

• Setembro de 2013.

8. NORMA REGULAMENTADORA – 17 – NR 17

Norma Regulamentadora -17

Ergonomia (117.000-7)

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que

permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas

dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e

desempenho eficiente.

17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao

levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos

e às condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização do

trabalho.

17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características

psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise

ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de

trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.

17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:

17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o

peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o

levantamento e a deposição da carga.

17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade

realizada de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o

transporte manual de cargas.

17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a 18

(dezoito) anos e maior de 14 (quatorze) anos.

Page 40: Ergonomia e processos de produção

40

17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas,

por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua

segurança. (117.001-5 / I1)

17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de

cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias

quanto aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua

saúde e prevenir acidentes.

(117.002-3 / I2)

17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas,

deverão ser usados meios técnicos apropriados.

17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o

transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente

inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a

sua segurança. (117.003-1/ I1)

17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração

de vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico

deverão ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador

seja compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a

sua segurança. (117.004-0 / 11)

17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento

mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico

realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não

comprometa a sua saúde ou a sua segurança. (117.005-8 / 11)

17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.

17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o

posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. (117.006-6 /

I1)

17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as

bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador

condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes

requisitos mínimos:

Page 41: Ergonomia e processos de produção

41

a) ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o tipo

de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e com a

altura do assento; (117.007-4 / I2)

b) ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;

(117.008-2 / I2)

c) ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e

movimentação adequados dos segmentos corporais. (117.009-0 / I2)

17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos

requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para

acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil

alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do

trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser

executado. (117.010-4 / I2)

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos

seguintes requisitos mínimos de conforto:

a) altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função exercida;

(117.011-2 / I1)

b) características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

(117.012-0 /I1)

c) borda frontal arredondada; (117.013-9 / I1)

d) encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região

lombar. (117.014-7 / Il)

17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados

sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte

para os pés, que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador. (117.015-5 /

I1)

17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé,

devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser

utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. (117.016-3 / I2)

17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.

17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem

estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza

do trabalho a ser executado.

Page 42: Ergonomia e processos de produção

42

17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,

datilografia ou mecanografia deve:

a) ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser ajustado

proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando movimentação

freqüente do pescoço e fadiga visual; (117.017-1 / I1)

b) ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo

vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que provoque

ofuscamento. (117.018-0/ I1)

17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados

com terminais de vídeo devem observar o seguinte:

a) condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do

equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e

proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; (117.019-8 / I2)

b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao

trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; (117.020-1 / I2)

c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de

maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam

aproximadamente iguais; (117.021-0 / I2)

d) serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.

(117.022-8 / I2)

17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados

com terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as

exigências previstas no subitem

17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas e levando-se em conta

a análise ergonômica do trabalho.

17.5. Condições ambientais de trabalho.

17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às

características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser

executado.

17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam

solicitação intelectual e atenção constante, tais como: salas de controle, laboratórios,

escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são

recomendadas as seguintes condições de conforto:

Page 43: Ergonomia e processos de produção

43

a) níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma

brasileira registrada no INMETRO; (117.023-6 / I2)

b) índice de temperatura efetiva entre 20ºC (vinte) e 23ºC (vinte e três graus

centígrados); (117.024-4 / I2)

c) velocidade do ar não superior a 0,75m/s; (117.025-2 / I2)

d) umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. (117.026-0 /

I2)

17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no

subitem

17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas

relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será

de até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.

17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos

postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva

e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.

17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,

natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.

17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.

17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de

forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais

de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma

brasileira registrada no INMETRO. (117.027-9 / I2)

17.5.3.4. A medição dos níveis de iluminamento previstos no subitem 17.5.3.3

deve ser feita no campo de trabalho onde se realiza a tarefa visual, utilizando-se de

luxímetro com fotocélula corrigida para a sensibilidade do olho humano e em função

do ângulo de incidência. (117.028-7 / I2)

17.5.3.5. Quando não puder ser definido o campo de trabalho previsto no

subitem

17.5.3.4, este será um plano horizontal a 0,75m (setenta e cinco centímetros)

do piso.

17.6. Organização do trabalho.

Page 44: Ergonomia e processos de produção

44

17.6.1. A organização do trabalho deve ser adequada às características

psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser executado.

17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em

consideração, no mínimo:

a) as normas de produção;

b) o modo operatório;

c) a exigência de tempo;

d) a determinação do conteúdo de tempo; e) o ritmo de trabalho;

f) o conteúdo das tarefas.

17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica

do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise

ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:

a) para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar

em consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores; (117.029-5 /

I3).

b) devem ser incluídas pausas para descanso; (117.030-9 / I3).

c) quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou

superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir um retorno

gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior ao afastamento.

(117.031-7 / I3)

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo

o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:

a) o empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos

trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no número individual

de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado, para efeito de remuneração e

vantagens de qualquer espécie; (117.032-5).

b) o número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve ser

superior a 8 (oito) mil por hora trabalhada, sendo considerado toque real, para efeito

desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado; (117.033-3 / I3)

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o limite

máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo restante da jornada, o

trabalhador poderá exercer outras atividades, observado o disposto no art. 468 da

Page 45: Ergonomia e processos de produção

45

Consolidação das Leis do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos,

nem esforço visual; (117.034-1 / I3)

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de

10 (dez) minutos para cada 50 (cinqüenta) minutos trabalhados, não deduzidos da

jornada normal de trabalho; (117.035-0 / I3)

e) quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual ou

superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao número de

toques deverá ser iniciado em níveis inferiores do máximo estabelecido na alínea "b"

e ser ampliada progressivamente. (117.036-8 / I3).

Page 46: Ergonomia e processos de produção

46

9. ANÁLISE ERGONÔMICA DO POSTO DE TRABALHO

Posto de trabalho

• Montagens de Bases NH

Descrição técnica do posto de trabalho

Posto de trabalho caracterizado montagem de bases NH realizada em

bancadas.

• Peça – Base NH / 10;

• Produção: ± 250 bases / dia;

Obs: Na última semana de agosto foram montadas em média 1600 bases;

• Esforço para realização do torque na apertadeira:

- Parafuso Phillips 6x25: 4,77 Kgf – 12 torques;

- Parafuso sextavado 10x35: 1,27 Kgf – 6 torques;

- Parafuso 4x14: 0,50 Kgf - 8 torques;

- Parafuso 2,5x16: 0,70 Kgf - 4 torques;

- Tempo médio para cada parafusamento: 2 segundos

• Esforço para realização do torque na apertadeira para Base NH3

- Parafuso Phillips 6x25: Média de 8,3 Kgf – 12 torques;

- Parafuso Sextavado 12x35: Média de 2,01 Kgf – 6 torques;

- Tempo médio para cada parafusamento: 3 segundos;

Page 47: Ergonomia e processos de produção

47

9.1 Verbalização dos Trabalhadores

• Em entrevista com as colaboradoras foram feitas referências a desconfortos

na realização das atividades principalmente na utilização da parafusadeira

(apertadeira) em função da quantidade e da postura dos punhos na operação.

Figura 11

Observação:

Mediante aplicação do Questionário Bipolar foram identificadas queixas de

severos desconfortos no punho, braço e ombro predominante (direito) que se

manifestam diariamente e evoluem com o decorrer da jornada de trabalho. Segundo

informações de uma das colaboradoras entrevistadas sente também dormência nos

braços.

Page 48: Ergonomia e processos de produção

48

9.2 Organização do Trabalho

As atividades no posto de trabalho são desenvolvidas por 01 colaboradora e

são realizadas adotando postura alternada (mediante base montada) ortostática

(colaboradora em pé) e sentada com predominância para a postura ortostática. O

turno de trabalho desenvolvido no posto de trabalho é das 7:30 às 17:18hs sendo 1

hora para o almoço (das 11:30 às 12:30hs), não foi verificada a presença de rodízio

formalizado, a colaboradora realiza movimentos de preensão palmar, desvio radial e

ulnar do punho, flexão do punho, pinça pulpar e flexão ombro (direito) no

desempenho das atividades no posto de trabalho. Não foi identificada a presença de

vibração, no entanto foram identificados riscos ergonômicos referentes a posturas

inadequadas associadas ao esforço que podem ocasionar o aparecimento de

problemas osteomusculoligamentares de origem biomecânica relacionada à

atividade executada, dentre as patologias predominantes encontram-se as

tendinites.

No posto de trabalho são realizadas atividades montagem de bases NH

iniciando o processo colocando o dispositivo de montagem na bancada, em seguida

coloca porca M10, arruela de pressão M10 (6), arruela lisa (6), contato lira (6), base

(3), 4 parafusos Phillips em cada base (total de 12) e 2 parafusos sextavados em

cada base (total de 6), dá torque em todos ao parafusos (phillips e sextavado).

Retira a base do dispositivo de montagem e faz inspeção (teste) manual, em

seguida coloca conector (2) para unir as bases, coloca 8 parafusos, dá o torque,

coloca as capas NH2 (3), coloca os visores e em seguida libera a base para

processo de embalagem.

9.3 Análise do Ambiente

• Verificar PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

9.4 Matriz dos Tempos e Movimentos

Ciclo: ± 110 segundos para torque em 12 parafusos 6x25 – NH3.

Page 49: Ergonomia e processos de produção

49

Figura 12

9.5 Ferramentas de Análise

• Métodos Suzzanne Rogers (Sue Rodgers) – Índice Moore Garg

10. CONCLUSÃO

Figura 13

COM QUEIXAS

Page 50: Ergonomia e processos de produção

50

11. CLASSIFICAÇÃO E DEMANDAS

Figura 14

Page 51: Ergonomia e processos de produção

51

ANEXO 01 – Fotos das Atividades e Movimentos da

Colaboradora

Figura 15

Figura 16

Page 52: Ergonomia e processos de produção

52

ANEXO 02 – Índice Moore e Garg

Etapa: Nome da etapa

Classificação Caracterização Mult. Enc.

Intensidade do esforço ( FIT )Leve Tranquilo 1.0Médio Percebe-se algum esforço 3.0Pesado Esforço nítido; sem expressão facial 6.0Muito Pesado Esforço nítido; muda a expressão facial 9.0Próx. máximo Usa tronco e membros 13.0

Duração do Esforço ( FDE )< 10% do ciclo 0.510-29% do ciclo 1.0

30-49% do ciclo 1.5

50-79% do ciclo 2.0

> 80% do ciclo 3.0

Frequencia do Esforço ( FFE )

< 4 por minuto 0.5

4 - 8 por minuto 1.0

9 - 14 por minuto 1.5

15 - 19 por minuto 2.0

> 20 por minuto 3.0

Postura da Mão-Punho ( FPMP )

Muito boa Neutro 1.0

Boa Próxima do neutro 1.0

Razoável Não neutro 1.5

Ruim Desvio nítido 2.0

Muito ruim Desvio próximo do máximo 3.0

Ritmo do trabalho ( FRT )

Muito lento = < 80% 1.0

Lento 81 - 90% 1.0

Razoável 91 - 100% 1.0

Rápido 100 - 115%(apertado porém acompanha) 1.5

Muito rápido > 115% ( apertado, não acompanha ) 2.0

Duração do trabalho ( FDT )

= < 1 hora por dia 0.25

1 - 2 horas por dia 0.50

2 - 4 horas por dia 0.75

4 - 8 horas por dia 1.0

> 8 horas por dia 1.5

ÍNDICE ( FITxFDExFFExFPMPxFRTxFDT ) =

< 3.0 Baixo Risco

Interpretação 3.0 - 7.0 Duvidoso

> 7.0 Risco

Análise dos postos de trabalho - Índice de Moore e Garg

Observações

RESULTADO

Page 53: Ergonomia e processos de produção

53

ANEXO 03 – Método Sue Rodgers

VERDE Outros

Empresa:

NÍVEL 1- Baixo TEMPO 1= 0 a 6 seg ESFORÇOS 1 = 0 a 1 AMARELO 1 2 3

DE 2- Moderado DE 2= 6 a 20seg POR 2 = 1 a 5 1 3 2

ESFORÇO 3- Pesado ESFORÇO 3= 20 a 30seg MINUTO 3 = 5 a 15 2 1 3

4 > 30seg 4 > 15 2 2 2

E D E D E D 2 3 1

3 1 2 2 3 2

OMBROS

TRONCO 2 2 3

MÃOS-PUNHO

DEDOS

PERNAS 3 2 3

PÉS / DEDOS 3 3 1

3 3 2

X X 4

Igual ao moderado porém

com aplicação de força

A cabeça esta flexionada

acima de 20º

Aplica força ou sustentando

pesos com os braços

separados do corpo

Levantando ou aplicando

força com rotação

Grande força com flexão

do tronco

Aplicação de grande força

com rotação

Levantamento de cargas

com os braços extendidos

(F > 2Kg)

Pinçamento com dedos

Moderado angulo do punho especial mente Punho angulado com força

PUNHOS em flexão (F > 1 Kg)

DEDOS Superfície escorregadia

( F > 2Kg)

Exercendo grandes forças

para levantamento de

algum objeto

Agachar-se exercendo

força

Exercendo grandes forças

para levantamento de

PÉS algum objeto

Agachar-se exercendo

força

Peso do corpo sobre os dois pés Peso do corpo sobre um pé

DEDOS Girar o corpo sem exercer força

JOELHOS Peso do corpo sobre os dois pés Peso do corpo sobre um pé

Girar o corpo sem exercer força

TORNOZELOS

Flexão para frente

Parado, caminhando sem flexionar-se Inclinar-se sobre a mesa de trabalho

Punho reto, com aplicação de força

para agarre pequena ( F< ou = 1 kg) Uso de luvas com força moderada

(1 <F< ou = 2,5 Kg)

PERNASFlexão para frente

Parado, caminhando sem flexionar-se Inclinar-se sobre a mesa de trabalho

ANTE-BRAÇOS Aplicação de pouca força ou moderada (1 <F< ou = 2,5 Kg)

levantando pequena carga

próxima ao corpo (< ou = 1 kg)

MÃOS

Aplicação de pequena força em Area de agarre grande ou estreita

objetos próximos ao corpo

próximo ao corpo

Trabalho próximo ao nível da cabeça

BRAÇOSBraços ligeiramente afastados do

corpo sem carga Rotação do braço, exigindo força

OMBROS

Braços ligeiramente abduzidos Braços abduzidos sem suporte

Braços estendidos com algum suporte Braços flexionados (nível Do ombro)

TRONCO

Inclina ligeiramente para o lado Flexiona para frente sem carga

Flexiona ligeiramente o tronco Levanta carga de peso moderado

PESADO ( 70 - 100 % )

PESCOÇO

A cabeça gira parcialmente A cabeça gira totalmente para o lado

A cabeça esta ligeiramente para frente A cabeça esta totalmene para trás

A cabeça está para frente aprox. 20 º

NÍVEL DE ESFORÇO RESULTADO

BAIXO ( 0 - 30% ) MODERADO ( 30 - 70% )

VERMELHO

VIOLETA

METODO SUE RODGERS

NOME DO SETOR:

Setor:

PESCOÇO

BRAÇOS 3 1 3

3 2 2 3 2 1

Page 54: Ergonomia e processos de produção

54

ANEXO 04 – Questionário Bipolar

POSTO DE TRABALHO:

AVALIADOR: DATA:

E D

Olhos

Cabeça

Trapézio

Ombro

Braço

Toráxica

Cotovelo

Antebraço

Lombrar

Nádega

Coxa

Joelho

Panturrilha

Tornozelo

DESCRIÇÃO DO FREQUÊNCIA EVOLUÇÃO

DESCONFORTO DURANTE A

JORNADA

5 INSUPORTÁVEL 5 todo o dia 5 INSUPORTÁVEL

4 SEVERO 4 muitas vezes por dia 4 SEVERO

3 MODERADO 3 1 vez por dia 3 MODERADO

2 PEQUENO 2 3-4 vezes por semana 2 PEQUENO

1 AUSENTE 1 1-2 vezes por semana 1 AUSENTE

Baseado (Cornell)

NOME:

Questionário Bipolar

Page 55: Ergonomia e processos de produção

55

ANEXO 05 – Carta de Apresentação

Curso de Engenharia de Produção

Á empresa .....

A/C.......

Carta de Apresentação e solicitação de autorização para pesquisa para disciplina de

Ergonomia

Os alunos ....................................................., orientados pelos Prof. Ms. Lilian Zanoni

Nogueira e Prof. MS. Delvio Venzani solicita autorização desta conceituada instituição para realização

de uma pesquisa para a disciplina de Ergonomia e Organização, do 10º Semestre da Graduação em

Engenharia de Produção. A pesquisa tem como objetivo geral pesquisar como se consolida as ações

de ergonomia em empresas de Sorocaba e analisar um posto de trabalho aplicando o conhecimento

adquirido em sala de aula na disciplina de Ergonomia.

A metodologia de pesquisa baseia-se na entrevista com os gestores, engenheiros, equipe de

segurança do trabalho e observação do trabalho. Ao final da investigação será entregue o resultado

da pesquisa para a empresa .

Salientamos que o nome da empresa será mantido em sigilo para futuras publicações sobre

artigo de ergonomia.

Os pesquisadores desse estudo não terão nenhuma remuneração da empresa e nem

pagarão nada a este para o desenvolvimento da pesquisa.

A data para início da pesquisa está prevista para agosto/2013.

Agradecemos se puderem conceder a parceria para essa pesquisa.

Sorocaba, agosto de 2013.

____________________________ Prof. Ms.Lilian Zanoni Nogueira (11) 993603012

Docente da disciplina de Ergonomia e Processos de Produção

____________________________

Prof. Ms. Delvio Venanzi Coordenador do Curso de Engenharia de Produção

____________________________ NOME DO ALUNO

Discente do Curso de Engenharia

Autorização da empresa

Declaro que tenho ciência da pesquisa referida acima, e autorizo que a pesquisa seja realizada nessa instituição Assinatura:______________________________

Nome:____________________________

Cargo: ____________________________ Carimbo Institucional:

Page 56: Ergonomia e processos de produção

56

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO.

Manual de aplicação da norma regulamentadora nº 17. 2.ed. Brasília:

MTE/SIR, 2002.

OLIVEIRA, Natã Morais. Ergonomia & design; Ergonomia & projeto. Campina

Grande: UFCG/CCT/DDI, 2002 (Apostila – Curso de Graduação em Desenho

Industrial).

SANTOS, Venétia; ZAMBERLAN, Maria Cristina. Projeto ergonômico de salas

de controle. s.l.: Fundación MAPFRE, Sucursal Brasil, s.d. Disponível em

http://www.ergonomia.com.br. Acesso em 11 de março de 2003.

VERDUSSEN, Roberto. Ergonomia; a racionalização humana do trabalho. Rio

de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1978.

VELÁSQUEZ, Francisco Farrer; LOZANO, Gilberto Minaya; ESCALANTE,

José Niño; RIPPOLÉS, Manuel Ruiz. Manual de Ergonomía. Madrid, España:

MAPFRE, 1994

VIDAL, Mário César. Introdução à Ergonomia. Rio de Janeiro: COPPE/UFRJ,

s.d. (Apostila – Curso de Especialização em Ergonomia Contemporânea)