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Epidemias Universidade Estadual do Oeste do Paraná Estágio de Saúde Coletiva Ac.Paulo Henrique Klinger

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Epidemias

Universidade Estadual do Oeste do ParanáEstágio de Saúde ColetivaAc.Paulo Henrique Klinger

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Histórico

As “pestes” surgem com a transição do As “pestes” surgem com a transição do modelo feudal para o modelo mercantilista.modelo feudal para o modelo mercantilista.

A palavra “peste” é usada para indicar A palavra “peste” é usada para indicar qualquer doença com mortalidade elevada qualquer doença com mortalidade elevada que acomete um grande número de que acomete um grande número de pessoas ao mesmo tempo.pessoas ao mesmo tempo.

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Peste Negra"Como autodefesa não havia nada melhor que fugir da região antes que ficasse infectada e tomar purgativos de pípulas de aloés, diminuir o sangue pela flebotomia e purificar o ar pelo fogo, reconfortar o coração com o sene e coisas perfumadas e abrandar os humores com terra da Armênia e resistir à putrefação por meio de coisas ácidas. “

(Guy de Chauliac, médico)

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HistóricoFoucault, comentando a concepção de epidemia, da medicina das espécies, no século XVIII afirma:“ a epidemia tem uma espécie de individualidade histórica. Daí a necessidade de usar com ela, um método complexo de observação. Fenômeno coletivo, ela exige um olhar múltiplo; processo único,é preciso descrevê-la no que tem de singular, acidental e imprevisto”

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Histórico

Paralelamente, desenvolve-se no século XVIII, o conjunto de ações estatais sobre a saúde pública, que se convencionou chamar de "Polícia Médica“. A intervenção do Estado no que diz respeito à saúde se amplia, incluindo a fiscalização dos locais de trabalho, a obrigatoriedade da incineração ou sepultamento dos cadáveres, controle sobre o comércio de alimentos, saneamento das habitações e outras medidas visando a melhoria das condições de vida urbana.

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HistóricoNo século XIX, como um desdobramento das idéias desenvolvidas durante a Revolução Francesa a respeito das relações entre condições sócio-econômicas e saúde, consolida-se a concepção de Medicina Social, principalmente na França e na Alemanha, por influência do próprio desenvolvimento das ciências humanas nesses países.

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HistóricoVirchow, a partir do estudo da epidemia de tifo na Silésia em 1847 concluiu:As causas eram sociais, políticas e econômicas mais do que biológicas e físicas. A epidemia é vista como uma manifestação do desajustamento social e cultural.

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Histórico

No final do século XIX e início do século XX as epidemias aparecem relacionadas, inicialmente, à expansão imperialista das potências européias e dos Estados Unidos e, posteriormente, nos países do Terceiro Mundo.

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Elucidação de epidemia

O diagnóstico está correto ?De quem foi contraída a infecção ?Qual a via de disseminação da infecção, da fonte ao doente?Que outras pessoas podem ter sido infectadas pela mesma fonte de contágio?A quem o caso ainda pode transmitir a doença?

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Tipos de epidemias

De acordo com sua progressão no tempo, as epidemias podem ser classificadas em explosivas ou maciças e progressivas ou

propagada.

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EpidemiasAs investigações epidemiológicas de campo iniciam-se, com freqüência, sem hipótese claraGeralmente requerem o uso de estudos descritivos para a formulação de hipótesesPosteriormente serão testadas por meios de estudos analíticosNa maior parte das vezes, de caso-controle.Os conceitos e técnicas aplicadas nas investigações de campo têm por base a clínica médica, a epidemiologia e as ciências de laboratório

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Roteiro para investigação de epidemias

1. Confirmação do Diagnóstico da doença.2. Confirmação da existência de epidemia/surto.3. Caracterização da Epidemia.4. Formulação de Hipóteses Preliminares.5. Análises parciais.6. Busca ativa de casos.7. Processamento e análise final.8. Recomendações e medidas de controle.9. Relatório final.10. Divulgação.

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Roteiro para investigação de epidemias

Caracterização da Epidemia:

a) Relativa ao tempo

b) Relativas ao lugar

c) Segundo os atributos das pessoas

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Identificação da Fonte de Infecção e dos Modosde Transmissão

No contexto de uma investigação de uma epidemia as hipóteses são formuladas com vistas a determinar:

- O agente etiológico.- A fonte de infecção.- O período de exposição dos casos à fonte de

infecção.- O modo de transmissão.- A população exposta a um risco maior de

infecção.

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Identificação da População Exposta a Elevado

Risco de Infecção

Após a perfeita identificação da fonte e modo de transmissão, toma-se indispensável a caracterização da população exposta a elevado risco de infecção que por sua vez depende do tipo de agente, da natureza da fonte de infecção, da forma pela qual ocorre a transmissão e de atributos individuais de suscetibilidade.

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Investigação através de série de casos

O problema da falta de grupo-controle interno.O problema da falta de grupo-controle interno.

Efeito da remoção da causa.Efeito da remoção da causa.

Traçado da curva epidêmica.Traçado da curva epidêmica.

Determinação do período de incubação.Determinação do período de incubação.

Coeficiente de ataque ou incidência.Coeficiente de ataque ou incidência.

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Investigação através de estudo caso controle

Para suspeitar ou incriminar um alimento, ou qualquer outro produto, como fator causal.

Nesta modalidade de investigação, a sua freqüência no passado dos casos, deve ser maior, em termos estatísticos, do que nos controles.

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História pregressa de injeção de gamaglobulina e de consumo de vegetais em pacientes com

hepatite e no grupo controle.

Inoculação de Inoculação de GamaglobulinaGamaglobulina

CasosCasos ControlesControles

SimSim 1313 5757

NãoNão 11 5050

TotalTotal 1414 107107

Excluídos três casos de hepatite com informação desconhecida sobre inoculação de gamaglobulina. Diferença entre casos e controles: p<0,05.

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História pregressa de injeção de gamaglobulina e de consumo de vegetais em pacientes com

hepatite e no grupo controle

Consumo de vegetaisConsumo de vegetais CasosCasos ControlesControles

SimSim 1111 5050

NãoNão 66 3535

TotalTotal 1717 8585

Excluídos 22 casos controles com informação desconhecida sobre consumo de vegetais. Diferença entre casos e controles: p>0,05.

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Investigação através de estudo coorte

Nesta modalidade de pesquisa tenta-se refazer os acontecimentos, pela identificação dos expostos e não expostos, para então calcular as taxas de ataque. Trata-se portanto de, de um “estudo coorte histório”.

Na elucidação de um episódio de intoxicação alimentar, um alimento será incriminado se houver taxa de ataque de intoxicação mais alta no grupo que consumiu o alimento.

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Taxas de incidência de gastroenterocolite entre consumidores e não-consumidores de maionese em

restaurante em Curitiba no dia 28/07/81

AlimentoCom Maionese

GastroenteriteGastroenterite TotalTotal IncidênciaIncidência

SimSim NãoNão

SimSim 5656 33 5959 9595

NãoNão 22 3737 3939 55

TotalTotal 5858 4040 9898 5959

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Critérios para notificação de doenças

MagnitudeMagnitude

Potencial de Potencial de disseminaçãodisseminação

Transcendência

Vulnerabilidade

Epidemias, surtos e agravos inusitados

Compromissos Internacionais

Regulamento Sanitário Internacional

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Epidemia de Dengue

2/5 da população mundial está sob risco de 2/5 da população mundial está sob risco de contrair dengue, ocorre anualmente cerca de contrair dengue, ocorre anualmente cerca de 50 milhões de casos.50 milhões de casos.

550 mil pessoas precisam de hospitalização 550 mil pessoas precisam de hospitalização e dessas pelo menos 20 mil morrem da e dessas pelo menos 20 mil morrem da doença.doença.

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Ministério da Saúde

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HanseníaseNos últimos seis anos, a média de CN detectados no Brasil é de 47.400 casos.

Média de 4.000 (8,4%) casos anuais em menores de 15 anos.

Coeficiente médio de detecção de 0,7/10.000 hab.

A hanseníase é diagnosticada em todas as regiões do país.

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Hanseníase

Ministério da Saúde

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Hanseníase

Ministério da Saúde

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Influenza AApós a declaração de transmissão sustentada em 16 de julho de 2009, o Ministério da Saúde passou a realizar o monitoramento apenas dos óbitos e casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS).

É importante o monitoramento de informações sobre os grupos de risco para desenvolvimento de doença grave, assim como o monitoramento da circulação do vírus no país visando entre outros motivos a identificação de eventual mutação.

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Influenza A

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AIDS

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AIDS

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AIDS

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AIDS

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ReferênciasReferênciasMinistério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Epidemias, histórico das doençasEpidemias, histórico das doenças . Disponível em: . Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfhttp://portal.saude.gov.br/portal/saude/visualizar_texto.cfm?idtxt=21725m?idtxt=21725DONALISIO, Maria Rita. DONALISIO, Maria Rita. Pandemia de InfluenzaPandemia de Influenza: : Seminário InternacionalSeminário Internacional.. Rev. bras. epidemiol. Rev. bras. epidemiol. [online]. [online]. 2005, vol.8, n.4, pp. 340-341. ISSN 1415-790X.2005, vol.8, n.4, pp. 340-341. ISSN 1415-790X.Pereira, Maurício Gomes. Pereira, Maurício Gomes. Epidemiologia Teoria e Epidemiologia Teoria e Prática. Prática. Guanabara Ed 1 Guanabara Ed 1 (21), pp 458-463.(21), pp 458-463.Rouquayrol, Maria Zelia. Rouquayrol, Maria Zelia. Epidemiologia e Saúde. Epidemiologia e Saúde. Guanabara Ed 6. (11), pp 335-339.Guanabara Ed 6. (11), pp 335-339.