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Entrevista
Entrevista
• Procedimento utilizado na investigação para a coleta de dados ou para diagnóstico e ou tratamento de um problema.
• Encontro entre duas pessoas a fim de que se obtenham informações a respeito de determinado assunto mediante uma conversação de natureza profissional.
• Conversa face a face de maneira metódica.
• Técnica em que o investigador se apresenta face ao investigado e lhe formula perguntas com objetivo de obtenção de dados que interessam à investigação.
• É uma forma de interação social e de diálogo assimétrico em que uma das partes busca recolher dados, e a outra é fonte de informação.
Objetivos quanto ao conteúdo
• Averiguação de fatos.
• Determinar a opinião acerca de fatos.
• Determinar os sentimentos e os anseios das pessoas.
• Determinar os planos de ações.
• Encontrar os motivos conscientes para a opinião.
• Serve para verificar hipóteses.
• Serve para analisar o sentido que as pessoas dão à sua prática.
• Serve para analisar determinados problemas.
• Serve para reconstituir processos de ação ou experiências passadas.
Tipologia
• Entrevista de diagnóstico: o objetivo é recolher a biografia do sujeito para analisar as suas características.
• Entrevista de inquérito: recolher junto de informadores qualificados as informações úteis à sua investigação.
• Entrevista de conselho ou terapêutica: readaptar socialmente o sujeito.
• Entrevista informal (não estruturada): Objetiva uma visão geral do problema pesquisado, quase uma conversa. Nestes casos, comumente recorre-se a informantes-chave, especialistas no assunto. Comum em estudos de caso, autobiografias, etc.
• Entrevista focalizada: Como a anterior, é uma conversa, mas sobre um tema específico. Exige a habilidade e sensibilidade por parte do entrevistador de não permitir que o tema da conversa se desvie do tema original.
• Entrevista por pautas: Explora no decorrer da entrevista os pontos, ou pautas, são ordenados e devem ter uma certa relação entre si. São feitas poucas perguntas diretas, deixa-se o entrevistado falar livremente enquanto se referir às pautas assinaladas. Necessário intervir quando o assunto fugir da pauta. Quando for interesse do tema, as atitudes culturais do respondente são consideradas respostas a uma entrevista por pautas.
• Entrevista estruturada: Apresenta uma relação padronizada e fixa de perguntas (questionário ou formulário), cuja ordem e redação permanecem invariáveis para todos os entrevistados, que geralmente são em grande número. Recomenda-se que o mesmo seja pré-testado em uma amostra da população.
• Entrevista face a face e por telefone: A modalidade mais antiga é a face a face, por via telefônica é uma modalidade que se expandiu pelo acesso de quase toda população a esse meio de comunicação.
• Entrevista com recursos visuais: Introduz-se na entrevista fotografias, desenhos, bonecos, charges, entre outros. Visa levar as pessoas a discutirem assuntos que poderiam ser perturbadores se tratados, diante de estranhos, por meio de perguntas diretas. As figuras e objetos representam situações que, dificilmente, poderiam ser descritas verbalmente.
Tipos de perguntas
• Fechadas;
• Abertas;
• Mistas;
Preparação da entrevista
• definição do propósito da pesquisa e o detalhamento dos objetivos,
• construção das questões.
• se entrevista informal: definir os tópicos de interesse, ficando o seu desenvolvimento por conta da habilidade do entrevistador.
• na estruturada, o roteiro deve ser o questionário.
• Regras gerais para elaborar um roteiro:
• Instruções para o entrevistador devem ser claras: como iniciar a entrevista, duração, local e circunstância em que pode ser realizada, como proceder em caso de recusa, etc. O entrevistador deve estar disposto a ouvir mais que falar.
• questões com linguagem clara, sem palavras ambíguas e adequadas ao entendimento do entrevistado.
• enunciado da questão deve dispensar qualquer tipo de informação adicional.
• a transição entre as questões deve vir explicitada no texto, por ex. “Agora, gostaríamos de saber...”.
• questões potencialmente ameaçadoras (a entrevista face a face não garante ao entrevistado o anonimato) devem ser elaboradas de forma mais leve.
• as questões abertas exigem mais tempo nas entrevistas e estão sujeitas à ênfase dado por quem registra as respostas.
• ordenamento das perguntas deve favorecer o rápido engajamento do respondente na entrevista e a manutenção do seu interesse.
Estabelecimento do contato inicial (abordagem)
• o entrevistador precisa ser bem recebido.
• avisar da visita com antecedência, via comunicação escrita ou divulgação da mídia.
• como quebra-gelo falar amistosamente sobre qualquer tema que no momento possa parecer interessante ao entrevistado.
• A seguir, explicar a finalidade da entrevista, o objetivo do trabalho, o nome da entidade ou pessoas que patrocinam, a importância para a comunidade e/ou pesquisador e particularmente a importância da colaboração pessoal do entrevistado.
• deixar claro que a entrevista, se for o caso, tem caráter estritamente confidencial e que as informações prestadas ficarão no anonimato.
• a manutenção de uma atmosfera de cordialidade e simpatia é essencial durante a entrevista. O entrevistado deve sentir-se livre de qualquer coerção.
Formulação das perguntas
• nas estruturadas, a formulação segue-se a rota prevista;
• nas não estruturadas o desenvolvimento das perguntas depende do contexto da conversação.
• só devem ser feitas perguntas diretas quando o entrevistado estiver pronto para dar a informação desejada e na forma precisa;
• em primeiro lugar devem ser feitas as perguntas que não conduzam a recusa em responder, ou que possam provocar algum negativismo;
• deve ser feita uma pergunta de cada vez;
• as perguntas não devem deixar implícitas as respostas;
• manter na mente as perguntas mais importantes até que se obtenha as informações adequada sobre elas.
Estímulo a respostas completas
• “Você não acha que...” pode sugerir resposta, não sendo recomendada em entrevistas.
• como sugestão: “Poderia contar um pouco mais a respeito?”, “Qual a sua ideia em relação a este ponto?”, “Qual o dado que lhe parece mais exato?”.
• respostas “não sei” indicam a não disposição do entrevistado para pensar.
• sugestão: “Entendo que este é um problema que geralmente não preocupa muito as pessoas, mas gostaria que me falasse um pouco mais a respeito”.
Registro das respostas
• Anotá-las ou fazer uso de um gravador. A anotação posterior esbarra nos limites da memória e na possibilidade da distorção decorrente dos elementos subjetivos que se projetam na reprodução da entrevista.
Orientação para entrevistas estruturadas (manuais),
• dispor o formulário sobre a mesa ou superfície lisa;
• situar em uma mesma linha visual o entrevistado e o formulário, de modo a observar a cada um sem grandes movimentos, que distrairiam o entrevistado;
• começar a anotar somente depois que o entrevistado começar a falar;
• usar ponto de exclamação (!!) quando o tom da resposta assim o pede;
• anotar alguns aspectos e atitudes do entrevistado que possuam alguma significação útil;
• anotar as mesmas palavras do entrevistado e evitar resumir ou parafrasear as respostas;
• incluir tudo o que se referir ao objeto da pergunta e anotar em síntese as informações paralelas, mesmo que estas não se refiram diretamente ao assunto.
• Sequência penta-dimensional:
• As primeiras perguntas deverão ser para detectar se o indivíduo sabe algo sobre o assunto.
• Na segunda é para ver se o indivíduo já refletiu sobre o assunto.
• Na terceira focalizar o entrevistado sobre um determinado tema específico.
• Na quarta e quinta são as perguntas relativas a esse tema específico.
Atuação
• Deve-se evitar as críticas.
• Quando se usa o papel deve-se evitar olhar para ele.
• Deve-se estabelecer frases para as transições. ex. já percebi este ponto, já está esclarecido, fale agora disto....
• Manifestar interesse no que o entrevistado está a dizer.