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MOREIRA DE CÓNEGOS Rua Laurinda F. Magalhães, nº 42 Telefone 253 563 250 S. MARTINHO DO CAMPO Av. Manuel Dias Machado, 283 Telemóvel: 919 366 189 VILA DAS AVES Rua D.Nuno Álvares Pereira, 27 (Largo da Mariana) Telefone: 252 941 316 entre MARGENS QUINZENAL | 22 DE MARÇO 2018 | N.º 601 DIRETOR: AMÉRICO LUÍS FERNANDES APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES. TELF. E FAX.: 252 872 953 EMAIL: [email protected] PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, CRL 1,00 EURO PCP na rua contra as alterações na praça Conde São Bento e largo Coronel Batista Coelho ‘O que há no nome’ de Ana Luísa Amaral POESIA LIVRE HOMENAGEIA ANA LUÍSA AMARAL “Requalificação sim, mas noutros moldes”, defende o PCP perante o estudo prévio apresentado pela Câmara Municipal para a requalifi- cação da praça Conde São Bento e largo Coronel Baptista Coelho. Santo Tirso entre os melhores municípios da região norte Município sobe dois lugares, relativamente ao ano transato, no “Portugal City Brand Rank- ing”, estudo que anualmente mede o impacto da marca de todos os concelhos em matéria de estratégia de promoção ter- ritorial. PÁGINA 11 O novo rock português à escuta no antigo matadouro Colossal dá nome a festival de música promovido pela asso- ciação Alarido. É esta sexta e sábado no antigo Matadouro da cidade. As hostilidades co- meçam às 22h30. PÁGINA 3 Nazareno no Parque D. Maria II este fim de semana FOTO: CMST CD AVES DÁ DOIS PASSOS ATRÁS ANTES DA FASE DECISIVA

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Page 1: entre QUINZENAL | MARGENS DIRETOR: APARTADO 19 . 4796 …jornalentremargens.com/wp-content/uploads/2018/04/... · Paraguaii (na foto). Os três primeiros a tuam na noite de sexta-feira,

MOREIRA DE CÓNEGOSRua Laurinda F. Magalhães, nº 42

Telefone 253 563 250

S. MARTINHO DO CAMPOAv. Manuel Dias Machado, 283

Telemóvel: 919 366 189

VILA DAS AVESRua D.Nuno Álvares Pereira, 27

(Largo da Mariana)Telefone: 252 941 316

entreMARGENSQUINZENAL | 22 DE MARÇO 2018 | N.º 601 DIRETOR: AMÉRICO LUÍS FERNANDES

APARTADO 19 . 4796-908 VILA DAS AVES.TELF. E FAX.: 252 872 953

EMAIL: [email protected]: COOPERATIVA CULTURAL

DE ENTRE-OS-AVES, CRL1,00 EURO

PCP na rua contra asalterações na praçaConde São Bento elargo Coronel Batista Coelho

‘O que háno nome’

de AnaLuísa Amaral

POESIA LIVRE HOMENAGEIAANA LUÍSA AMARAL

“Requalificação sim, mas noutrosmoldes”, defende o PCP perante oestudo prévio apresentado pela

Câmara Municipal para a requalifi-cação da praça Conde São Bentoe largo Coronel Baptista Coelho.

Santo Tirso entreos melhoresmunicípiosda região norteMunicípio sobe dois lugares,relativamente ao ano transato,no “Portugal City Brand Rank-ing”, estudo que anualmentemede o impacto da marca detodos os concelhos em matériade estratégia de promoção ter-ritorial. PÁGINA 11

O novo rockportuguês àescuta no antigomatadouroColossal dá nome a festival demúsica promovido pela asso-ciação Alarido. É esta sexta esábado no antigo Matadouroda cidade. As hostilidades co-meçam às 22h30. PÁGINA 3

Nazareno noParque D. MariaII este fimde semana

FOTO

: CM

ST

CD AVESDÁ DOISPASSOSATRÁSANTES

DA FASEDECISIVA

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ATUALIDADE02 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

GANHE UM ALMOÇO PARA DUAS PESSOAS

DEVE O PREMIADO RACLAMAR O SEU JANTAR NO PRAZO DE 3 SEMANAS (SALVO OS SORTEADOS QUE RESIDAM NO ESTRANGEIRO)

O premiado com um almoço para duas pessoas desta quinzena,deve contactar a redação do Entre Margens.

Restaurante Estrela do Monte | Lugar da Barca - Monte | Telf: 252 982 607

No restaurante ESTRELA DO MONTE a feliz contemplada nesta segundasaída de março foi a nossa estimada assinante Maria Goretti

Valente F. Serra, residente na freguesia de S. Tomé de Negrelos.

||||| TEXTO: MIGUELMIGUELMIGUELMIGUELMIGUEL MIRANDMIRANDMIRANDMIRANDMIRANDAAAAA

Juntar uma voz rouca com uma docepode ser uma boa ideia. O resultadodeste forte contraste é evidente nosprojetos que unem Mark Lanegan eIsobel Campbell. O percurso do músi-co americano não se baseia apenasnesta interessante parceria. Colabo-rou com os Queens of the Stone Agee foi membro dos Screeming Trees.Fez parte do movimento grunge e, porisso, é conhecido atualmente comoum dos seus sobreviventes. A solo temuma carreira sólida, sendo “Whiskeyfor the Holy Ghost”, de 1994, um dosseus trabalhos mais elogiados. Apro-veita para exorcizar os seus demónios,banhando-os em álcool e nicotina.

Em 1999 resgata onze cançõespara construir o seu quarto álbum.São versões com fontes muito diversifi-cadas mas que nos parecem um pro-duto próprio. Aqui está talvez o grande

trunfo de “I’ll Take Care of You”: mú-sicas não escritas por ele mas queencaixam muito bem na sua habili-dade interpretativa. Folk, blues e countrysão combinados magistralmente. Apredominância acústica, os arranjossimples e as palavras nítidas ajudam-nos a uma absorção imediata. Caí-mos na ilusão de que “Carry Home”e “Creeping Coastline of Lights” sãograndes clássicos. De facto, os temasdos The Gun Club e The Leaving Trainsdistam mais na sonoridade do queno tempo. Quando chegamos a “Con-sider Me” associamos alguns elemen-tos a Elvis Costello. Curiosamente écomo se fosse um tiro ao lado. Eletambém já fez uma destas versões, aque dá título ao disco, escrita origi-nalmente por Brook Benton. Perto dofim implicamos com “Together Again”.A melodia de Buck Owens que nospisa a paciência é a mesma que fezJerry Garcia (Grateful Dead) se inte-ressar pela aprendizagem da steelguitar. “Boogie Boogie”, de Tim Rose,faz o encerramento. É outro desvio àcoesão das faixas mas olhamos de for-ma positiva para a diferença enérgica.

Mark Lanegan já actuou diversasvezes no nosso país. O Hard Club(Porto), o Cinema São Jorge (Lisboa)e o Theatro Circo (Braga) foram al-guns dos palcos nacionais onde deuconcertos. Quem esteve presente tes-temunhou uma personagem que em-presta a sua voz soturna para noitescarregadas de intimismo e atmosfe-ras melancólicas. |||||

A voz roucade um dossobreviventesdo grunge

Dentro de portas -- “I’ll Take Care of You”

“Em “I’ll Take Care ofYou” folk, blues ecountry são combina-dos magistralmente”.

O teatro comoimitação da vida

A primeira criação de 2018 do Tea-tro Oficina chega este fim de sema-na ao grande auditório do CentroCultural Vila Flor. “A Arte da Comé-dia”, assim se chama a peça, traz-nosum texto do comediante italianoEduardo de Filippo (1900-1984) emque a bela representação e o disfar-ce parecem enganar os novos polí-ticos locais, numa trama em que ovirtuosismo dos atores é posto à pro-va e discutido o papel do teatronuma cidade de província.

As personagens centrais são oator/diretor da companhia de tea-tro local (interpretado por João PedroVaz) e o novo presidente da câmaranomeado pelo governo para gerir acidade (interpretado por Valdemar

Santos), que debatem entre si o pa-pel do teatro municipal.

“A Arte da Comédia” nasce deuma série de conversas com o ence-nador Luís Miguel Cintra – que es-teve em residência artística em Gui-marães – sobre o que é o Teatro Ofi-cina, a sua história, a experiência evivência do teatro no território. Foi apartir desse encontro que surgiu asugestão deste texto, que imediata-mente despertou o interesse do dire-tor artístico da companhia local.

Nesta nova criação, a companhiade teatro de uma cidade que não éum grande centro, “mas ainda assimé uma capital”, viu o seu antigo bar-racão arder, local onde representa-ram “dois mil anos de teatro” e queestava sempre esgotado. No peque-no barracão, o público era assíduomas, quando a companhia se mudapara o teatro municipal (por favordo antigo presidente da câmara), opúblico não quer entrar, apesar dopreço ser o mesmo. Ao teatro muni-cipal ninguém vai ver os seus traba-lhos porque as pessoas cultas da ci-dade não gostam das peças popu-lares e o povo tem vergonha de en-trar no teatro municipal. E assim oteatro vai ficando vazio provando que“a crise do teatro é medonha emtoda a parte”.

Este é o ponto de partida de “AArte da Comédia”; um espectáculoem que o teatro é questionado per-manentemente como imitação davida e como reflexão sobre o queisso traz de útil, ou não, e até queponto é um instrumento de modifi-cação das pessoas, até político. Umacerta nostalgia irrompe aqui e ali masa ironia é incessante e é nessa ‘cal-deirada’ que a peça se torna umacomédia, no sentido alargado, nãosó do género, mas desta forma dearte “singular, sublime e única”. É pois,com a eleição deste texto, que o Te-atro Oficina inaugura o ano em quequer investigar a arte do teatro.

Mais informação em: www.ccvf.pt

O TEATRO OFICINA, DE GUIMARÃES, ESTREIA “A ARTEDA COMÉDIA”. A NÃO PERDER, ESTA SEXTA E SÁ-BADO, ÀS 21H30 NO CENTRO CULTURAL VILA FLOR

GUIMARÃES | TEATRO

“A ARTE DA COMÉDIA”NASCE DE UMA SÉRIE DECONVERSAS COM OENCENADOR LUÍSMIGUEL CINTRA SOBRE OQUE É O TEATROOFICINA, A SUAHISTÓRIA, A EXPERIÊNCIAE VIVÊNCIA DO TEATRONO TERRITÓRIO.FOTO DE ENSAIO

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ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018 | 03

Cristiano Machado - Comércio de Tintas, Lda.Av. Comendador Silva Araújo, nº 3594795-003 Vila das AvesTel/Fax: 252 941 105TLM: 919 696 844Email: [email protected] www.cinaves.com

SEXTA, DIA 23 SÁBADO, DIA 24Chuva. Vento fraco.Max. 13º / min. 7

Aguaceiros. Vento fraco.Máx. 14º / min. 96º

Aguaceiros. Vento fraco.Máx. 15º / min. 7º

DOMINGO, DIA 25

SANTO TIRSO | MERCADO NAZARENO

Em março, de manhãpinga a telha e àtarde sai abelha

SANTO TIRSO | FESTIVAL COLOSSAL

Na edição deste ano do Mercado Na-zareno há, desde logo, duas alteraçõesa ter em conta: a iniciativa realiza-se umasemana antes da Páscoa, ou seja, já apartir de amanhã, dia 23, prolongando-se até ao próximo domingo; a outra dizrespeito ao local, com a passagem doevento da Praça 25 de Abril para o Par-que D. Maria II.

Com um forte carácter religioso e cultu-ral, o Mercado Nazareno volta assim a ofe-recer aos visitantes uma viagem aos últi-mos dias de Cristo. A organização dá contaque mais de 100 atores e figurantes, emais de 20 animações cénicas, entre re-criações bíblicas e espetáculo romano,prometem transformar o Parque D. MariaII numa verdadeira aldeia histórica.

Já no próximo fim de semana, os visi-tantes poderão ainda acompanhar a elabo-ração de vários ofícios antigos, como amoagem do trigo, a talha ou a curtimentada pele, assim como ver algumas vivências

Este fim de semana, Santo Tirso vai an-dar como que entre Deus e o Diabo. Sea sua preferência tender mais para o la-do deste último, então dirija-se ao anti-go matadouro da cidade. É aí que terálugar, nas noites de 23 e 24 de março,a primeira edição do Festival Colossal,iniciativa promovida pela associaçãocultural Alarido (de Vila das Aves) que,com o apoio da Câmara Municipal, vaiabrir portas ao rock alternativo portu-guês e à eletrónica, num espaço quealia a arquitetura à natureza.

O edifício do antigo matadouro oufutura Casa da Juventude será então opalco para as atuações de Nu, El Señor,The Lazy Faithful, Psychtrus, Sunflowers eParaguaii (na foto). Os três primeiros atuamna noite de sexta-feira, os restantes nosábado, em ambos os casos a partir das22h30. Num e noutro dia, a partir da1h30, entram em cena os Djs da Alí-nea A, Peter Mor e Filipe Gonçalves.

Aldeia históricamuda-se parao Parque D. Maria II

da época, recriadas pontualmente.Neste mercado, haverá ainda lugar

para a representação de alguns locaissimbólicos como o “Calvário”, onde de-corre uma das representações mais dra-máticas da vida de Jesus, a “Crucifica-ção”. É um dos pontos altos da progra-mação e tem lugar pelas 22h30 de sá-bado. Destaque ainda na sexta-feira, pe-las 21h30, para “A Última Ceia” e nodomingo, pelas 18h00 para “A Ressur-reição de Jesus”.

O Mercado Nazareno junta aindadezenas de artesãos e uma zona degastronomia onde é possível experimen-tar várias iguarias tradicionais.

Durante os três dias em que decorrea iniciativa será ainda possível assistir aespetáculos de aves de rapina, com de-monstrações da beleza e habilidade des-tas aves, realizar passeios de dromedárioe assistir a lutas de gladiadores. Maisinformação em: www.cm-stirso.pt |||||

RECRIAÇÕES BÍBLICAS ACONTECEM DE 23 A 25 DE ABRIL

O novo rock portuguêsouve-se no antigomatadouro de Santo Tirso

COLOSSAL DÁNOME A FESTI-VAL DE MÚSICA

PROMOVIDOPELA ASSO-

CIAÇÃO ALA-RIDO. É SEXTAE SÁBADO NO

ANTIGOMATADOURO

DA CIDADE. ASHOSTILIDADES

COMEÇAM ÀS22H30.

“O Colossal é uma explosão de von-tades. Lançamo-nos para recuperar umedifício histórico com a ajuda das má-quinas políticas e comerciais do conce-lho. Usamos todos os materiais usadosque estavam no edifício para construiruma estética para o festival. E, por fim” –refere o presidente da Alarido, Daniel LealMachado – “chamamos grandes bandasdo rock alternativo português para dara jarda sonora a estas paredes”.

Os bilhetes, com o custo de 5 euros(para os dois dias há uma passe geralno valor de 8 euros), estão à venda naBiblioteca Municipal de Santo Tirso, noCentro Cultural de Vila das Aves, naLoja Interativa de Turismo e com os mem-bros da associação cultural Alarido. Paraalém do apoio da Câmara Municipalde Santo Tirso, o Colossal conta aindacom o apoio da Casa dos Reclamos, doRicardo Casteleiro Mediação de Segu-ros e do Restaurante O Costa. |||||

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DESTAQUE04 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

Termas das Caldas da Saúde‘veem com bons olhos’o regresso dascomparticipações do Estado

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

“Tivemos uma queda de 25% dosclientes termais nos anos de 2012 e2013”, quem o afirma é AdosindoFerreira (na imagem à direitra), diretorexecutivo das Termas das Caldas da

DESDE 2011, ANO EM QUE TERMINARAM AS COMPARTICIPAÇÕESAOS TRATAMENTOS TERMAIS, A QUEBRA NESTA TERAPÊUTICA FOIEVIDENTE E NEM COM OS BONS VENTOS DA ECONOMIA NOSÚLTIMOS ANOS OS NÚMEROS VOLTARAM AO QUE ERAM.REGRESSO DAS COMPARTICIPAÇÕES É BOA NOTÍCIA, MASTUDO DEPENDE DO MODELO COM QUE FOR IMPLEMENTADO.

Saúde, que em conversa com o EntreMargens traçou o panorama da saú-de termal em Portugal e o caso dasCaldas da Saúde em particular.

Em comunicado posteriormenteenviado, as Termas das Caldas da Saú-de, esclarecem que “o anúncio do

levantamento da suspensão da com-participação dos tratamentos termaispelo Serviço Nacional de Saúde éantes de mais o reconhecimento dosseus benefícios e uma boa notícia quejá tardava.”

Esses benefícios, segundo Adosin-do Ferreira são de vária ordem e “porvezes difíceis de mensurar”, traduzin-do-se de forma muito simplista emque as pessoas que fazem tratamen-tos termais “têm menos idas ao mé-dico de família, reduzem o consumode fármacos”, maioritariamente impor-tados, beneficiando o Estado tambémporque se utilizam “mão de obra erecursos nacionais muitas vezes dointerior do país, reduzindo assimetriasregionais.”

O departamento de economia,gestão e engenharia industrial da Uni-versidade de Aveiro realizou um es-tudo sobre o impacto socioeconómi-co dos programas de saúde e terma-lismo sénior de 1997 a 2007, com-participados pelos Estado. Os resul-tados não deixaram qualquer dúvi-da sobre o impacto económico posi-tivo a todos os níveis da atividade.“Por cada euro investido para finan-ciar o programa foram gerados naeconomia mais de quatro euros, amontante e a jusante da atividade.”

“Se essa era a realidade no pro-grama de termalismo sénior, por mai-oria de razão a comparticipação no

PORMENOR DA FACHADA DOEDIFÍCIO DAS TERMAS DAS

CALDAS DA SAÚDE E IMAGEM DOINTERIOR. À DIREIRA, EM

BAIXO, ADOSINDO FERREIRA

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ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018 | 05

Efetivamente, vemos com bons olhos a eventualidadeda retoma das comparticipações [mas] julgo quenão vai ser para breve, nem vai ser nos mon-tantes que estavam a ser comparticipados [até 2011]”

O dia mundial da água foi cria-do, em 1993, pela ONU para pro-mover a reflexão e discussão so-bre a importância da água, fo-cando-se, este ano, nas respos-tas baseadas na própria nature-za para os desafios da água noséculo XXI.

A natureza dá-nos tambémáguas termais de característicasdiversas, aproveitadas para finsterapêuticos em locais como Cal-das da Saúde, Vizela e Taipas.

Na Vila das Aves, a nascentetermal do Amieiro Galego, ape-sar de dispor de águas de idên-ticas propriedades às daquelasestâncias, nunca obteve o mes-mo estatuto, porventura porqueas águas não brotam “caldas”(quentes).

Ainda assim, durante largosanos foi possível a sua utiliza-ção em balneários pouco maisque rudimentares.

No dia mundial da água, ficaa pergunta: o que fazer no futu-ro com esta nascente?

Sistema Nacional de Saúde (SNS)”, teráum efeito elástico ainda superior. Odiretor executivo diz mesmo que “estaé a razão pela qual foi fácil conven-cer os políticos que que fazia sentidofazer a reposição.”

A atividade termal terapêutica éuma mais valia não só para os utentes,mas também para a economia, só queem 2011, em plena crise económicae financeira a chegada da troika obri-gou a cortes profundos e “cegos” noSNS e as comparticipações aos trata-mentos termais deixaram de existir.

“Em termos de clientes termais euposso falar de cerca de 25% dos cli-

entes que ainda não foi possível re-cuperar na totalidade. Neste momen-to estamos a recuperar esse merca-do, mas ainda num patamar muito bai-xo”, confessa Adosindo Ferreira.

Mais preocupante que a percen-tagem de clientes perdidos duranteesse período de tempo é a tipologiado utente que deixou de ir fazer ascuras ou tratamentos. “Muitas das pes-soas que deixaram de vir, estima-sepor força do fim das comparticipações,agravado pela crise económica, eramaquelas que mais precisavam.”

O crescimento do último ano abreboas perspetivas para os resultados

deste ano. “Que houve uma descidaacentuada no número de clientes, éverdade. Que temos assistido a umaretoma, também é verdade. Temosboas expectativas para o ano em cur-so tendo em conta o crescimento queconseguimos o ano passado. A re-toma das comparticipações será be-néfica para o setor, também nãotenho dúvidas que o será.”

A questão está no modelo queserá adotado para a retoma das com-participações por parte do Ministérioda Saúde. As notícias na imprensanacional, quer no Jornal Público, querno Jornal de Notícias apontam queo Governo vai avançar com a medi-da brevemente, cumprindo com oestipulado no Orçamento de Estado.

Adosindo Ferreira coloca algumasreticencias, quer na janela temporalde implementação da medida, querno modelo a estabelecer. “Efetivamen-te nós vemos com bons olhos aeventualidade da retoma das compar-ticipações”, começou por dizer odiretor executivo. “Julgo que não vaiser para breve, nem vai ser nos mon-tantes que estavam a ser comparti-cipados [até 2011]. A revisão que estáa ser trabalhada, no meu ponto devista, será em baixa nos montantesda comparticipação”, rematou.

“O receio do secretário de EstadoAdjunto e da Saúde é que haja umacorrida aos tratamentos termais” de-vido à proliferação de notícias sobreo assunto.

O CASO DAS TERMAS DASCALDAS DA SAÚDECom origem no século XIX, proprieda-de do colégio de jesuítas, as termasdas Caldas da Saúde dividem o seumodelo de negócio em três áreas, aterapêutica, o health club e o spa diri-gidas a públicos distintos que lhespermitem ter negócio durante todoano, época alta durante os meses deverão, época baixa durante os mesesde inverno.

“Neste momento as indicações te-rapêuticas do balneário das Caldas daSaúde, que são comuns à maioria dosbalneários em Portugal, são três: pele,vias respiratórias e reumáticas e mús-culo-esqueléticas”, esclareceu Adosin-do Ferreira. “Para além dessas três in-dicações terapêuticas, nós temos aatividade no balneário divide-se emtrês áreas: uma terapêutica e duas debem-estar e relaxamento”, continuou.

O cliente das termas é de tipologiavariada, já que para além das curas etratamentos, o negócio também se fazcom clientes que vão às termas “parase manterem em bom estado, fazer

um pouco de exercício físico, relaxar.”“Entre clientes termais habituais

estamos a falar na ordem dos 1300a fazer uma, duas ou mais curas porano”, a que se juntam segundo osnúmeros avançados cerca de 400clientes que visitam as termas duasou três vezes por semana. “Isto é pos-sível porque estamos perto de gran-des centros, numa área de influên-cia que ronda o milhão e meio dehabitantes”, onde temos uma boa pe-netração no mercado e onde está agrande maioria da clientela.

O mercado em expansão são asexperiências, ou dito por outras pa-lavras, o cliente ocasional que vai àprocura de valor acrescentado e dealgo diferente, potencial para o qualas Caldas da Saúde não estão muitovocacionadas. “Somos um balneáriomuito urbano, portanto, comparativa-mente com outras situações, não te-mos a capacidade de captação deutentes de longa distância”, justificouAdosindo Ferreira.

Para tal seria necessário um con-junto de investimentos à margem dastermas que permitisse a captação deoutro tipo de clientes, onde se incluia questão da hotelaria, mas o diretorexecutivo refere que esse não podeser um investimento das termas. “Ocrescimento da vertente hoteleira se-ria importante, claro que sim. A ofer-ta hoteleira adicional à que existeseria bem-vinda. Que sejamos nósos promotores desses projetos não.”

As Termas das Caldas da Saúdevão proporcionar até ao fim de Abril,um desconto que na prática será equi-valente à comparticipação, aindasuspensa, do Serviço Nacional deSaúde em antecipação da sua reto-ma por parte do Estado. |||||

22 DE MARÇO - DIAMUNDIAL DA ÁGUA

Percentagem da queda declientes termais registadano ano de 2012 e seguinte nasTermas das Caldas da Saúde

25%

“ADOSINDO FERREIRA, DIRETOR EXECUTIVO DAS CALDAS DA SAÚDE

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06 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

OPINIAO~

Textos, pretextose contextos

Tempus FugitGil Vicente (GV) tem sido na minhavida de estudioso das Letras e de pro-fessor de Língua e Literatura Portugue-sas uma arca de coisas novas e ve-lhas onde sempre apetece vasculhar.Com os alunos do 9º ano o currículooficial impunha-nos, não havia outroremédio, um “salto acrobático” noambiente moral e teológico do “Autoda Barca do Inferno” e, não fora a lin-guagem brejeira, o cómico das situa-ções e a denúncia da hipocrisia e da“reinação” das classes dominantes, nãosei como seria possível entrar nesta “vi-agem” com Mestre Gil à Proa. Tornou-se-me, no entanto, claro desde sempreque, se não pegamos nestes textos elhes não damos a força dramática queganham em palco, as personagens quepor eles perpassam são como jogosde sombras chinesas que esbracejame murmuram mas não ganham nervonem consistência. Felizmente tive a sor-te, o empenho e um grupo de amigose companheiros que, em ambiente es-colar, me ajudaram a fazer surgir ence-nações de o Auto da Barca do Inferno,do Auto Pastoril Castelhano, da Farsade Inês Pereira, do Auto da Índia edo Auto da Feira entre 1992 e 2000com alunos do 9º ano que, estes sim,foram os grandes protagonistas da des-coberta do grande dramaturgo danossa língua e os fundadores de umcoletivo de teatro que ainda hoje anda

INSCRITO NA D.G. DA C.S. SOB O Nº112933

DEPÓSITO LEGAL: 170823/01

PERIODICIDADE: QUINZENAL

DIA DE SAÍDA: QUINTA-FEIRA

TIRAGEM MENSAL: 4.000 EXEMPLARES.

ASSINATURAS: PORTUGAL - 16 EUROS / EUROPA - 30,00 EUROS / RESTO DO MUNDO - 33,00 EUROS

NÚMERO AVULSO: 1,00 EURO. PARA PAGAMENTO POR TRANSFERÊNCIA UTILIZAR NIB: 0035 0860

00002947 030 05. IBAN: PT50 0035 0860 00002947 030 05. BIC: CGDIPTPL

PROPRIEDADE: COOPERATIVA CULTURAL DE ENTRE-OS-AVES, C.R.L. NIF: 501 849 955

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DA CCEA: AMÉRICO LUÍS CARVALHO FERNANDES (PRESIDENTE); LUDOVINA

SILVA E JOSÉ ALVES DE CARVALHO (VOGAIS).

DIREÇÃO, ADMINISTRAÇÃO E REDAÇÃO: LARGO DR. BRAGA DA CRUZ, Nº 234 (ANTIGO EDIF. DA ESCOLA DA PONTE)

APARTADO 19 - 4796-908 AVES - TELEFONE E FAX: 252 872 953

DIRETOR: AMÉRICO LUÍS CARVALHO FERNANDES.

REDAÇÃO: PAULO R. SILVA E LUDOVINA SILVA.

O ESTATUTO EDITORIAL DO ENTRE MARGENS PODE SER LIDO EM:

HTTPS://JORNALENTREMARGENS.WORDPRESS.COM/ESTATUTO-EDITORIAL/

COLABORADORES: JOSÉ PACHECO, JOSÉ PEREIRA MACHADO, TIAGO GROSSO, NUNO MOTA, MIGUEL MIRANDA,

ADÉLIO CASTRO, FELISBELA FREITAS, FELISBELA LUÍS FREITAS, MARIA ANTÓNIA BRANDÃO, HUGO RAJÃO, ASSUNÇÃO

LINO, CELSO CAMPOS, ELSA CARVALHO, LUÍS AMÉRICO FERNANDES.

DESIGNER GRÁFICO: JOSÉ ALVES DE CARVALHO.

REPORTER FOTOGRÁFICO: VASCO OLIVEIRA.

COMPOSIÇÃO E PAGINAÇÃO: JORNAL ENTRE MARGENS.

COBRANÇAS/DISTRIBUIÇÃO E PUBLICIDADE: MANUEL AZEVEDO.

IMPRESSÃO: EMPRESA DO DIÁRIO DO MINHO, LDA.

RUA DE S. BRÁS, 1 - GUALTAR 4710 -073 BRAGA

ENTRE MARGENS - Nº 601 - 22 DE MARÇO 2018

por aí muito ativo, o Grupo Aviscena.Mas continuando a falar de GV, pois

há sempre ponta por onde lhe pegar,dei recentemente com um auto em quenunca reparara com olhos de ver, o“Auto da Lusitânia”. Aparentementedesordenado nas 3 partes que o cons-tituem, foi fruto talvez de ajustamen-tos sucessivos, feito expressamente pa-ra o nascimento do príncipe Manuel,ocorrido no Alvito no primeiro de no-vembro de 1531 mas representadosó em meados de 1532, quando afamília real regressou definitivamentea Lisboa. A corte de D. João III andoudispersa pelo sul fugindo à peste quelavrava na capital e a rainha consorte,Catarina de Austria, não havia manei-ra de ter um parto venturoso: depoisde um príncipe morto nos primeirosdias de vida e de duas das três fême-as nado-mortas, ao fim de treze anosde apreensões, lá deu à luz o “muitodesejado” príncipe D. Manuel que foimotivo de grande regozijo. O núcleofundamental desta alegoria mitológi-ca que G.V. faz representar em Lisboa“porque não pôde presentá-lo em Al-vito” conta-se em poucas palavras: “Li-sabeia, ou Lisboa, é uma Ninfa que seuniu com o Sol dando à luz Lusitâniaque, por sua vez, se apaixona por umcaçador grego de seu nome Portugal;Lisabeia, cheia de ciúmes pela filha,morre e é enterrada no local onde maistarde seria construída a cidade de Lis-boa; entretanto Portugal casa com a prin-cesa Lusitânia. A esta justificação deperenidade da coroa lusitana e da suafixação à cidade de Lisboa, GV viriaacrescentar-lhe um Prólogo inicial eum divertimento conclusivo em queduas personagens simbólicas e enig-máticas, Todo o Mundo e Ninguém,

como que resumem uma judiciosaqualificação dos seres humanos, emque “Todo o Mundo é mentiroso” e“Ninguém diz a verdade”, “Todo omundo é lisonjeiro” e “Ninguém de-senganado”. Mas o que mais me es-panta é que GV tenha apresentadono prólogo, numa crónica saborosada vida lisboeta quotidiana, em quenos é dado ver uma família judaica nosseus afazeres e lazeres numa oficinade alfaiataria: Lediça, a moça da casa,é cortejada por um cortesão e apa-rentemente faz-se desatendida e de-sinteressada; o ambiente é de poucaou nenhuma ambição até ao momen-to em que Jacob, o pai, regressa à cenaa anunciar que a oficina tem que sereconverter numa oficina de represen-tação de autos para el-Rey que regressaà capital, proclamando: “Já vedes que elRey he aqui/ e temos já aqui el Rey/ santomais que Rey davi / e a sua bem assom-brada/ natural Raynha Esther”... É bemverdade que é uma forma messiânicade abordar o renascimento real rela-cionando-o com a história bíblica, oRei David aqui é D. João III e a RainhaEsther é D. Catarina de Áustria. Mastenhamos presente que é justamenteem fevereiro de 1531 que GV dirigeao rei D. João III uma carta sobre ostumultos provocados pelos padresfranciscanos em Santarém que, insen-sata e injustamente, acusaram os ju-deus e os cristãos novos de terem provo-cado a ira de Deus que, por culpa dosseus pecados, ordenou um tremor deterra que foi sentido de forma violen-ta naquela localidade. Gil Vicente tevea frontalidade de criticar publicamen-te os frades e de os culpar pelos tu-multos perante o rei, assunto de quefalaremos num próximo artigo. ||||||

Luís Américo Fernandes

Tiago Grosso

Talvez haja um fundo de verdadeem dizer que o tempo voa. Porém,talvez não passe disso e a veloci-dade a que o tempo passa sejauma consequência das nossas pró-prias falhas e ambições.

Numa vida conscientementefinita, querer ter tempo para tudoé um objetivo inalcançável. Não é,no entanto, razão suficiente paranos dissuadir de tentar e, por nãoconseguirmos encontrar lacunassuficientes para colocar tudo o quequeremos fazer, dizemos que otempo passa demasiado rápido.

Mais sucumbimos às nossaspróprias falhas de design e adiá-mos as nossas tarefas, ocupamoso tempo a tentar ganhar vontadede fazer outras coisas, procrastiná-mos indefinidamente para não li-dar com as nossas ambições e obje-

tivos difíceis de concretizar. E, nestemar de distrações a que chamamosentretenimento, desligamos da reali-dade e dizemos que o tempo voa.

Talvez seja, então, melhor tra-duzir a expressão latina no títulode forma literal, não para “o tem-po voa”, mas sim para “o tempofoge”. De facto, o tempo foge denós porque o deixamos andar sem-pre enquanto ficamos parados emlamúrias de efemeridade.

Conclui-se, portanto, que temosduas alternativas a esta situação:ou deixamos o tempo passar eaproveitamos o nosso assento con-fortável no qual não residem am-bições longínquas demais; ou con-trariamos a nossa natureza e cor-remos atrás do tempo enquantoas pernas nos permitirem. |||||

“O tempo foge de nósporque o deixamosandar sempre en-quanto ficamosparados em lamúriasde efemeridade.

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CARTOON // VAMOS A VER...

Publiquei dois dicionários: um deles,sobre absurdos da Educação; outro,sobre utopias. Como sói dizer-se, nãohá dois sem três: farei um dicionáriode valores. E, se todos os dicionáriosobedecem à ordem alfabética, come-cemos pela letra A… de autonomia.

Há quase quarenta anos, partimospara a reinvenção da Escola da Pon-te. Não partimos de problemas, masdaquilo que nós éramos para aquiloque queríamos ser, porque nós éramoso problema... Bem cedo, compreende-mos que, se reelaborássemos a nos-sa cultura pessoal e profissional, tam-bém estaria em nós a solução, porqueum professor não ensina aquilo quediz; o professor transmite aquilo que é.

Nos primórdios do projeto, reali-zamos um exercício simples: escreve-mos num papel os dez valores queorientavam as nossas vidas. Três va-lores surgiam em todos os papéis: li-berdade, solidariedade, responsabi-lidade. Porém, quando quisemos ope-racionalizar o valor “liberdade”, depa-ramo-nos com um obstáculo: nãoexiste uma ciência da liberdade. Elapoderia ser ensinada, mas esse ensi-no não passaria por uma didáticaespecífica, mas por uma gramática queexplicasse as transformações. O con-ceito que encontramos desenvolvido,em termos ditos teóricos, foi o de au-tonomia, conceito de vasto aspeto se-mântico e com muitos apêndices:autoestima, autoconfiança, autocon-trole, autodisciplina…

Autonomia não é um conceito iso-lado, nem se define em referência aoseu oposto – define-se na contradi-tória complementaridade com a de-pendência, no quadro de uma rela-ção social aberta. O conceito de sin-gularidade lhe é próximo, mas situa-se aquém da autonomia, porque o re-conhecimento da singularidade con-siste na aceitação das diferenças inte-rindividuais, enquanto autonomia é oprimeiro elemento de compreensãodo significado de “sujeito” como com-plexo individual. Ou, como diria Ed-

DICIONÁRIO DE VALORES‘Capital do Reino só há uma’

‘Capital do Reino só há uma’ é umaexpressão, certamente conhecida docaro leitor e muito utilizada quandonum país outras regiões reivindicaminvestimentos e eventos feitos na Ca-pital do País. Essencialmente signifi-ca que a sede de um país ou conce-lho terá de ser superior em todas asdimensões às restantes localidades.Ao longo da nossa história temosvários episódios destas questões anível nacional, e o mais recente foia questão da localização da Agên-cia Europeia do Medicamento nacandidatura que o Governo Portu-guês apresentou em Bruxelas.

Podemos claramente transportaresta visão para uma realidade conce-lhia, onde a sede do concelho é clara-mente a capital desse ‘pequeno reino’.

Em Santo Tirso ao longo destes44 anos de Democracia assistimosa debates entre as diferentes fregue-sias e a Câmara Municipal de SantoTirso sobre os investimentos feitosna cidade e nas Freguesias. O Sr.Presidente da Câmara já o disse que“capital do reino há só uma” e quepor isso as freguesias não podempedir o mesmo que a cidade de San-to Tirso. Nada mais de acordo, mas

“Esta ideia paroquial de que tudo o que se faz na sede do conce-lho serve também as freguesias e que por isso as freguesias játêm esse investimento indirecto origina uma gestão que dispersao concelho a partir da sua sede.RUI MIGUEL BAPTISTA

cada freguesia tem a sua idiossincra-sia, tem a sua identidade e ao mes-mo tempo tem o seu caminho dedesenvolvimento, que não deve serparado em detrimento de outros.

No nosso concelho a sede do con-celho deveria ser a locomotiva que pu-xa as restantes carruagens, mas nãoSanto Tirso é uma locomotiva quesegue noutra linha e a uma veloci-dade diferente, não tendo um efeitode alavanca para todo o território.

Vamos falar de exemplos mais re-centes: na Cidade assistimos a obrasimportantes e que são uma mais-va-lia para todos, mas a sua prioridadeé que é questionável. A ligação ciclá-vel e pedonal que a CMST está a fa-zer da Rotunda Timor Lorosae para aErmida (S.ta Cristina do Couto) umaobra de 427.173,89 euros, coloca-nos esta questão: Estes 400.000 eu-ros não seriam mais úteis investidosna rede viária de várias freguesias doconcelho? Porque não antes das viascicláveis na “capital do reino” acabar-mos primeiro com as ruas em terraem todas as freguesias? Por exem-plo na Vila das Aves temos a Rua doParque Industrial da Barca (em San-to Tirso não devem saber onde é!)está em terra e de Inverno é intransi-tável e com um orçamento de 90mil euros para ser pavimentada einfra-estruturas de águas pluviais.

Temos ainda na sede do conce-lho uma intervenção na Rua Antó-nio Oliveira Salazar que passa naFábrica do Teles, sem dúvida ficaráum acesso mais digno aquele polo,

mas não seria mais pertinente colo-car passeios na “Estrada da Barcanas Aves”? Ou iniciar em Vilarinho aEstrada de Paradela (é uma questãode segurança para os seus utentes).

Um concelho maior, com mais po-pulação gera mais receita e permiteter mais capacidade de investimentona qualidade de vida. Contudo comopodemos pedir que as pessoas paranão saírem de Vilarinho para Vizelase, por exemplo depois das eleiçõesnão mais se falou na ligação de Para-dela? Como podemos pedir às pes-soas da Vila das Aves para não iremmorar para Riba D’Ave com melho-res acessibilidades e mais oferta dehabitacional? Como podemos pediraos habitantes de Agua Longa paranão irem para Alfena se Agua Lon-ga tem uma rede viária miserável.

Esta ideia paroquial de que tudoo que se faz na sede do concelhoserve também as freguesias e quepor isso as freguesias já têm esseinvestimento indirecto origina umagestão que dispersa o concelho apartir da sua sede. Devíamos ter umapolítica agregadora onde as fregue-sias evoluíam a par com todo o con-celho e que as pessoas se fixassemnas mesmas gerando massa críticaem cada uma delas.

É certo que ‘Capital do Reino sóhá uma’… Lisboa e mais nenhuma…mas temos de ter também cidadescomo o Porto, Coimbra ou Braga, nãopode ser Lisboa e o resto tudo comoFreixo de Espada à Cinta. ||||| Texto es-crito de acordo com a antiga ortografia.

gar Morin, a componente egocêntricadeste complexo é englobada numasubjetividade comunitária mais larga,porque ser sujeito é ser autónomo,sendo ao mesmo tempo dependente.

Desde o início, prevaleceu umamatriz axiológica bem definida no pro-jeto da Ponte. Tudo aquilo que fize-mos decorreu de valores. Não penseque tais valores foram mero ornamen-to de um Projeto Político-Pedagógico(PPP). Eles foram assumidos integrale praxiologicamente pela equipe. Elevados às últimas consequências, nasmudanças que, gradual e responsa-velmente, introduzimos nas práticas,até a celebração do primeiro contra-to de autonomia de que há memóriano mundo da Educação.

A autonomia exprime-se comoproduto da relação. Não existe auto-nomia no isolamento, mas na rela-ção EU-TU, no sentido que MartinBuber lhe outorga. É, essencialmente,com os pais e os professores que acriança encontra os limites de umcontrole que lhe permite progredirnuma autonomia, que é liberdade deexperiência e de expressão dentro deum sistema de relações e de trocassociais. Conclusão: a autonomia con-vive com a solidariedade. Certo dia,acolhemos na Ponte um jovem ex-cluído de outra escola. Na primeiraida à casa de banho, o jovem urinouno cesto dos papéis. Na reunião daAssembleia de Escola, um aluno pe-diu a palavra e disse:

- Eu faço parte da Responsabilidade doRecreio Bom, que também cuida das ca-sas de banho. Quero dizer-vos que, nestasemana, um de nós urinou no cestodos papéis. E quero pedir a ajuda de to-dos para ajudarmos um de nós a nãovoltar a fazer isso. |||||

Rui Miguel Baptista

Autonomia

José Pacheco

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ATUALIDADE

www.ortoneves.pt

EsclarecimentoINDÁQUANa sequência do editorial publicadono dia 8 de março de 2018 no JornalEntre Margens, da autoria de Amé-rico Luís Fernandes, que aborda otema da obrigatoriedade de ligaçãoà rede pública de distribuição deágua, cumpre à INDAQUA SantoTirso/Trofa esclarecer alguns pontos.

A obrigatoriedade de ligação aosserviços de abastecimento público deágua ou de saneamento de águasresiduais está consagrada no Decre-to-lei n.º 194/2009, de 20 de agos-to. Esta obrigação legal justifica-secomo forma de garantir a qualidadeda água consumida e a gestão raci-onal e sustentada dos recursos hí-dricos. A preocupação em alargar onúmero de habitações ligadas aossistemas públicos de abastecimentode água é, assim, partilhada não sópelas Entidades Gestoras na sua ge-neralidade, mas também pelo legis-lador, pela Entidade Reguladora dosServiços de Água e Resíduos (ERSAR)e pela Direção Geral de Saúde, porse tratar de um problema fundamen-talmente de saúde pública.

A água da rede pública é sujeitaa um rigoroso controlo de qualidade.Anualmente, e em cumprimento coma legislação em vigor, é elaborado umPlano de Controlo de Qualidade daÁgua, que é submetido à aprovaçãoda ERSAR. A título de exemplo, noano de 2017, a Indaqua Santo Tirso/Trofa efetuou 771 análises regula-mentares de controlo de qualidadeda água na torneira do consumidor.

Consequentemente, a utilizaçãode origens alternativas, com água nãocontrolada, representa potencialmenteum risco grave de saúde pública.

Importa, no entanto, referir que aligação ao sistema público de abas-tecimento de água não determina oabandono das captações particula-res, mas sim a separação física dosdois sistemas (público e particular),dado que apenas é permitida a uti-lização da captação particular parafins não-domésticos, como a rega dejardins, lavagem de passeios ou car-ros, entre outros.

A referida separação física dossistemas, estabelecida na legislação,é necessária para assegurar a au-sência de qualquer risco de intro-dução, nem que de forma inadverti-da, de água de origens particulares,com os conhecidos riscos para asaúde pública, na rede pública deabastecimento.

Por outro lado, a obrigatoriedadede ligação procura promover umagestão racional dos recursos hídricose económicos associados, indepen-dentemente do facto de a entidadegestora ser de capitais privados oupúblicos. Os sistemas de abasteci-mento de água são sistemas inte-grados que procuram a universali-dade do serviço.

A verdade é que, as tarifas pagaspela água suportam não só os custosoperacionais, mas também os custosde investimento necessários paradesenvolver uma rede universal. Ouseja, o conceito de obrigatoriedadede ligação assegura também a intro-dução de equidade entre cidadãos,distribuindo os elevados custos de in-vestimento num sistema universal en-tre todos, e não apenas naqueles que,por ventura, se ligam por terem mai-or consciência ambiental ou social,

ou por não terem fontes alternativas.Devemos recordar que há poucos

anos a cobertura do serviço no Muni-cípio de Santo Tirso chegava apenasa 34% da população, e que foraminvestidos mais de 14M Euros paraaumentar a referida taxa de cobertu-ra até aos 95% atuais, em linha comas melhores práticas internacionais.

Ainda assim, verifica-se que astaxas de adesão não tiveram um cres-cimento semelhante, dado que, emSanto Tirso, cerca de 7.400 locaisde consumo com rede pública dis-ponível ainda não estão ligados.

Para além das questões anterio-res, a utilização de água de origenspróprias não permite a cobrança doscustos inerentes aos serviços públi-cos de drenagem de Águas Residu-ais e de recolha de Resíduos Sóli-dos Urbanos, faturados em funçãodo consumo medido de água darede pública, o que, não sendo re-ceita desta Concessionária, consti-tui uma injustiça social para quemlegitimamente paga estes serviços.

Em resumo, a ligação à rede éuma obrigatoriedade legal, que faztodo o sentido por razões de saúdepública, por uma gestão eficiente dosrecursos hídricos e por razoes deequidade social.

A Indaqua vai continuar com esteprocesso de consciencialização daspopulações e está certa de que, coma proatividade e empenho de todosos cidadãos informados e consci-entes, será possível, também no quese refere à adesão e ao consumode água da rede pública, atingir ní-veis similares aos dos países maisdesenvolvidos. |||||

“O que a votação demonstra inequi-vocamente é que, à semelhança doque acontece no PS/Santo Tirso, osmilitantes estão coesos em torno daestratégia política que o presidenteda Federação tem vindo a seguir”, re-conheceu, no final do ato eleitoraldo último sábado, o presidente doPS/Santo Tirso.

Para Joaquim Couto, “a participa-ção no ato eleitoral é tanto mais signi-ficativa quanto se sabia que havia ape-nas uma candidatura única, o que acon-tece pela segunda vez consecutiva,inédito em matéria de eleições paraa Federação Distrital do PS/Porto”.

O líder do PS/Santo Tirso não temdúvidas de que, “uma vez mais, o par-tido soube estar à altura das respon-sabilidades”, proporcionando a Ma-nuel Pizarro um expressivo triunfoconcelhio, ligeiramente acima, aliás,da média distrital. “Quero, por isso,

Manuel Pizarro com99% dos votosem Santo Tirso

POLÍTICA | PS

OS MILITANTES DO PS LOCAL DERAM UMA ESMAGADORAVITÓRIA A MANUEL PIZARRO NA ELEIÇÃO PARAPRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DISTRITAL DO PS/PORTO

agradecer a todas e a todos os mili-tantes que, demonstrando um gran-de sentido de responsabilidade po-lítica, não ficaram em casa e, apesardo mau tempo que se fez sentir nodia das eleições, foram votar”.

Em linha com os resultados paraa eleição do presidente da Federa-ção Distrital do PS/Porto, esteve a elei-ção dos delegados ao XVIII Congres-so Distrital, que se realiza, dia 24,em Paredes, com a lista adstrita àmoção de orientação política deManuel Pizarro, intitulada “Renovara Confiança | Por um Norte Mais For-te”, a também vencer de forma esma-gadora em Santo Tirso.

No dia 10, teve também lugar aeleição da presidente do Departa-mento Federativo das Mulheres Socia-listas do Porto. Candidata única, Tere-sa Fernandes ganhou as eleições emSanto Tirso com 100% dos votos. |||||

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ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018| 09

“As nossas preocupações sãs as mesmas das pessoas: a descaracterizaçãodaquilo que consideramos o centro histórico, dos nossos jardins, dosbancos vermelhos. O que não significa que isto não precise de obras, porque precisa”.MARIA AUGUSTA CARVALHO, PCP SANTO TIRSO

||||| TEXTO: PPPPPAULAULAULAULAULOOOOO RRRRR. . . . . SILSILSILSILSILVVVVVAAAAA

“Requalificação sim, mas noutros mol-des”, esta seria a síntese mais óbviada argumentação do PCP perante oque foi proposto e apresentado à po-pulação tirsense pela Câmara Mu-nicipal como estudo prévio para re-qualificação da Praça Conde São Ben-to e Largo Coronel Baptista Coelho.

A polémica relativa à requalifica-ção de ambos os espaços surgiuquando Joaquim Couto apresentoupublicamente a intenção de os re-qualificar, um investimento na ordemdos 2,6 milhões de euros, onde sepretende privilegiar a mobilidade ver-de e a sustentabilidade da cidade.

Na sequência da discussão públi-ca que se seguiu, Daniel Azevedocriou uma petição online que atingiumais de duas mil assinaturas a mani-festar-se contra as alterações propos-tas pelo município no estudo prévio,naquilo que considera ser “descarac-terização do centro de Santo Tirso.”

Segundo o PCP, “a câmara come-

PCP na rua contra as alteraçõesna praça Conde São Bentoe largo Coronel Batista CoelhoINICIATIVA DA CONCELHIA DO PARTIDO COMUNISTA PORTUGUÊS VEIO PARA A RUA PROTESTAR AS ALTERAÇÕES PRO-POSTA POR UM ESTUDO PRÉVIO PARA A REQUALIFICAÇÃO DOS DOIS ESPAÇOS HISTÓRICOS NO CORAÇÃO DA CIDADE

Em comunicado enviado às redações,a concelhia do CDS Santo Tirso de-fende que “a única solução aceitávele justa para as populações dos con-celhos de Santo Tirso, Valongo e par-ticularmente, aos habitantes do Valedo Leça, que não tem alternativa aopórtico da A41 entre Alfena e Maia,é a sua eliminação.”

No texto dos centristas tirsensespode ler-se ainda que os 20 cênti-mos que aquelas populações sãoobrigadas a pagar para aceder aoautoestrada que os liga à capital dedistrito é descriminação “relativamentea outras populações do distrito.”

“Este pórtico penaliza gravementeas populações e trabalhadores quetêm de se deslocar por motivos dasua vida pessoal, familiar e profissio-nal, e não tem em conta as micro, pe-quenas e médias empresas e conti-nuará a ser um obstáculo ao desen-volvimento do nosso concelho”,acrescentam.

A concelhia do CDS deixa aindauma pergunta no ar: “valerá a penacontinuarmos a pertencer à Área Me-tropolitana do Porto?” |||||

CDS quereliminação depórtico da A41COMISSÃO POLÍTICA DIZQUE AS POPULAÇÕES DOVALE DO LEÇA ESTÃOA SER DESCRIMINADAS

çou bem ao abrir a discussão emtrês sessões públicas que foram mui-to participadas” onde as pessoas pu-deram expor as suas preocupações,devendo agora ouvir essas opiniõese fazer alterações em concordância.

“As nossas preocupações sãs asmesmas das pessoas”, disse ao En-tre Margens, Maria Augusta Carva-lho. “A descaracterização daquiloque consideramos o centro históri-co, dos nossos jardins, dos bancosvermelhos”, continuou a líder comu-nista tirsense. “O que não significaque isto não precise de obras, por-que precisa. Para embelezar, paramelhorar, para fazer algo que fiqueenquadrado na traça que caracteri-za os espaços”.

Estamos preocupados com os “es-paços verdes e jardins, com a faltade alternativas de estacionamento,com a pressão urbanística e a perdade qualidade de vida, com o au-mento do ruído noturno e princi-palmente com as verbas envolvidas”,acrescenta Maria Augusta Carvalho.

“Não nos parece prioritário gastartanto dinheiro nesta intervençãoquando há tanta coisa, do mais bá-sico, que ainda está por fazer.”

Em resposta à iniciativa, em co-municado, o Partido Socialista lamen-ta que “o PCP esteja a instrumen-talizar questão da intervenção urba-nística na cidade para fins eleito-ralistas e a contribuir oportunistica-mente para a desinformação em tor-no das praças”. Os socialistas ga-rantem que ainda não existe “qual-quer decisão tomada em relação aofuturo das praças, pelo que é irres-ponsável o PCP de Santo Tirso afir-mar que está previsto o desapareci-mento dos jardins e do traço origi-nal das praças.”

Por sua vez, Maria Augusta Carva-lho salienta que o PCP tem feito o tra-balho de contacto com a população,sobretudo os comerciantes locais.“Por todo o lado onde entramos nãotivemos uma única pessoa que nosdissesse, concordo com isto”, ga-rantiu. “Portanto a nossa posição está

ao lado da maioria da população.”Durante o fórum aberto no pas-

sado sábado, em plena praça Con-de São Bento, ouviram-se vozes devários quadrantes, entre eles DanielAzevedo, criador da petição online,frisou que “este assunto não é ide-ológico, é transversal à sociedade”,adicionando que “a câmara trem queter em conta a indignação demons-trada nas sessões públicas”, já quese não levarem, “aquelas sessõessão uma fraude.”

Nesse sentido, José Alberto Ri-beiro, deputado na assembleia mu-nicipal pelo PCP, tem a certeza que“sempre que a sociedade se interes-sa e o demonstra, faz a diferença”.

O próximo passo para o PartidoComunista é entregar uma resoluçãona Assembleia Municipal onde rea-firmam que uam decisão final sobreas praças “não pode deixar de ter emconsideração tudo o que já foi mani-festado pelos tirsenses”, “não estan-do contra a necessidade de uma inter-venção para melhorar” os espaços. |||||

POLÍTICA | PCP

POLÍTICA | CDS

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ATUALIDADE

VILA DAS AVES |ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DOS BOMBEIROS

||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Demitiu-se o associado em relação aoqual havia sido solicitada, na Assem-bleia Geral anterior, a instauração deum procedimento disciplinar por mo-

ORDEM DE TRABALHOS PREVIA DELIBERAÇÃO SOBRE PROCESSO DISCIPLINARA ASSOCIADO MAS A DEMISSÃO DESTE INVIABILIZOU A DISCUSSÃO

Assembleia Geralda AssociaçãoHumanitária unânimea aprovar as contas

Em comunicado enviado à redação do En-tre Margens, os signatários “repudiam” as“insinuações injuriosas, desonestas e men-tirosas sobre o presidente da AssociaçãoHumanitária” que se continuam a verificar.

Em sinal de união com a figura do pre-sidente da Direção recentemente eleita,Carlos Valente, afirmando que “estão emperfeita sintonia com todas as decisões quevão sendo assumidas, as quais são semprepreviamente debatidas em reuniões efetua-das para o efeito.”

Em mensagem dirigida aos sócios, podeler-se ainda que a instituição tem “uma dire-ção coesa, com vontade acrescida de traba-lhar para se continuar a melhoria das con-dições de trabalho” dos Bombeiros. Diri-gindo-se a estes, afirmam “ser uma honrapoder ser útil a quem tão dedicadamentesacrifica a sua vida pessoal a bem dos seussemelhantes”.

A comunicação foi subscrita por Sebas-tião Alves, Albino Machado, Adílio Pinhei-ro, Carla Fernandes, José Patrício, GasparCarneiro, Fernandino Carvalho, ManuelMarques, Paula Soares, Carlos Carvalho eJosé Torres. |||||

DIREÇÃO REPUDIAUTILIZAÇÃO DAS REDESSOCIAS PARA ATAQUESAO PRESIDENTE

tando ter havido oportunidade, nes-te ano, de aperfeiçoar a generalida-de das condições de trabalho, a me-lhoria dos meios e a consolidaçãofi-nanceira da instituição. Fez referên-cia à sintonia com o comando e ocorpo de bombeiros e salientou a for-mação que tem sido proporcionadaaos elementos do corpo ativo, des-crevendo os cursos frequentados pe-los bombeiros. Referiu depois algunsnúmeros que dão a ideia dos servi-ços prestados: 3 mil serviços de emer-gência pré-hospitalar, mais de 18 mildoentes transportados, 550 mil qui-lómetros percorridos, 16 incêndiosurbanos e industriais, 182 incêndi-os florestais e 87 acidentes de via-ção. E descreveu os investimentos emequipamento e fardamento, em veí-culos novos e o montante de despe-sas de funcionamento e de conser-vação. Só em gasóleo, a despesa se-manal é de cerca de 1200 euros,referiu, somando cerca de cem mileuros as despesas de conservação ecombustíveis. Referiu ainda obras re-alizadas, os respetivos custos e acomparticipação de beneméritos nes-sas despesas.

O presidente da direção teve ain-da oportunidade de esclarecer ossócios que não houve despedimentosmas revogação de contratos de tra-balho por acordo, que deram origemao pagamento de compensações, deacordo com a lei. E referiu-se, tam-bém, a um caso ocorrido já em 2018que deu origem a um acordo de re-vogação de contrato de trabalho,com um montante de 3mil e 500euros que só se refletirão nas contasde 2018, vincando não se tratar dedespedimento.

Os subsídios da Câmara Munici-pal somaram 53 mil euros, de quefaz parte um subsídio anual de 23mil euros, valor muito díspar do queacontece nos concelhos de Famalicãoe Trofa. Os donativos de empresas eparticulares somaram mais de 193mil euros. A comparticipação do IRSde muitos anónimos que indicaramos bombeiros como destinatário daparticipação prevista na lei, atingiu umtotal de 4 350 euros.

O período de discussão de ou-tros assuntos foi preenchido comquestões colocadas sobre apoios ca-marários, campanha de novos volun-tários e sobre ação judicial contraquem continua, nas redes sociais ede forma anónima, a denegrir dirigen-tes da corporação, tendo Carlos Valen-te, em resposta, dado conta do pros-seguimento da queixa, que já está noMinistério Público. |||||

tivo intervenções escritas que teve narede social Facebook, as quais coloca-vam em causa o bom nome da insti-tuição e seus dirigentes, muito espe-cialmente o do presidente da direção.

Assim, Adalberto Carneiro, presi-dente da mesa da Assembleia Gerale instrutor do processo disciplinar,considerou não se justificar a discus-são e deliberação previstas na ordemde trabalhos. Isto apesar de ter lidoalguns excertos de publicações quecomprovadamente o referido ex-asso-ciado escreveu e depois de esclarecerque a carta registada enviada a darconhecimento do processo e do pra-zo de apresentação de defesa não foirececionada, tendo sido devolvida.

Carlos Valente, presidente da dire-ção, fez a apresentação do relatórioe contas da gestão de 2017, salien-

O presidenteda direçãosalientou queem 2017 seaperfeiçoou ageneralidadedas condiçõesde trabalho, amelhoria dosmeios e aconsolidaçãofinanceira dainstituição.

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ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018 | 11

SANTO TIRSO | ESTUDO

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De acordo com os resultados publi-cados na última edição do estudo,Santo Tirso ocupa a posição 51 a ní-vel nacional e a posição 17 entre os86 municípios considerados comosendo da região Norte, tendo subi-do um lugar.

A “Bloom Consulting” é uma em-presa de consultores internacionaisespecializada no desenvolvimento de“marcas” de país, de região ou de ci-dade, analisando e desenvolvendoes-tratégias e ferramentas de medi-ção para “destinos” de todo o mundo.Esta empresa publicou a quinta edi-

Santo Tirso entre os melhoresmunicípios da região norteMUNICÍPIO SOBE DOIS LUGARES, RELATIVAMENTE AO ANO TRANSATO, NO “PORTUGAL CITY BRAND RANKING”, ESTUDO QUEANUALMENTE MEDE O IMPACTO DA MARCA DE TODOS OS CONCELHOS EM MATÉRIA DE ESTRATÉGIA DE PROMOÇÃO TERRITORIAL

ção do seu estudo “Portugal City BrandRanking” baseando-se num algoritmoproprietário em que são considera-das diversas fontes de informação,relacionadas com as dimensões Ne-gócios, Visitar e Viver para a forma-ção deste algoritmo.

Os resultados finais deste rankingnão só medem as perceções sobreum município, mas também classifi-cam o desempenho da sua marca deuma forma tangível e realista. O pro-cedimento utilizado torna possível,segundo a empresa, avaliar o desem-penho e a eficácia dos diversos muni-cípios portugueses na captação de in-vestidores, turistas e novos residentes.

“Os parâmetros avaliados demons-tram que a nossa estratégia de pro-moção tem funcionado, com resulta-dos práticos e animadores. O conjun-to de iniciativas que temos criado comvista a projetar o município, nos últi-mos quatro anos, tem contribuído deforma decisiva para tornar Santo Tirsoum concelho mais atrativo e mais com-petitivo, e, ano após ano, vamos dem-onstrando que estamos um passo maisà frente”, congratulou-se o presiden-te da Câmara Municipal, Joaquim Cou-to em nota divulgada à imprensa.

Comparando, no ranking global,com os municípios vizinhos, temosGuimarães acima do município tir-

sense, em grande destaque e na po-sição 5; a Maia ocupa a posição 6,Vila do Conde e Póvoa de Varzim es-tão em oitavo e décimo segundo lu-gares respetivamente. Abaixo encon-tram-se Paços de Ferreira (37), Trofa(38), Lousada (39) e Vizela (52).

As dimensões eleitas para avaliaro desempenho de cada município(“Negócios”, “Visitar” e “Viver”) deramorigem a listas ordenadas para cadauma delas, supondo-se obtida daí aposição global. Na região norte, o mu-nicípio de Santo Tirso aparece na po-sição 15 no que respeita à dimensão“Negócios” (em que Guimarães ocu-pa a posição 4 e Famalicão tem a po-

sição10) e ganha claramente a Fa-malicão na dimensão “visitar” (posi-ção 24, com 32 para Famalicão). Nadimensão “Viver”, Famalicão ganhanovamente (posição 10, contra 18 deSanto Tirso, que perde no confrontocom todos os vizinhos que se encon-tram à sua frente no ranking global. |||||

“Os parâmetrosavaliados demonstramque a nossa estratégiade promoção temfuncionado”,diz Joaquim Couto.

CAMINHADA DA PRIMAVERAPara assinalar a entrada na nova estação, a Câmara de Santo Tirso promove este sábado, dia 24, a tradi-cional Caminhada da Primavera. Os participantes têm encontro marcado na Câmara de Santo Tirso pe-las 9h00, com saída em carro próprio até à Igreja Paroquial de São Tomé de Negrelos pelas 9h15. Opercurso a efetuar será o PR 5ST – “Moinhos de Fojo”, com uma distância de 6,8km e grau de dificulda-de médio. Mais informação e inscrições através do site do município.

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12 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

ATUALIDADE

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“O que há no nome”de Ana Luísa Amaral

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“Escrevo porque preciso e porque medá um profundo e enorme prazer”,confessou Ana Luísa Amaral no fi-nal da sessão que a homenageouno âmbito da iniciativa ‘Poesia Livre’,este ano dedicada aos versos e ri-mas de autoria feminina.

“Estou muito feliz, é uma iniciativamaravilhosa, para mim é uma honrater sido a homenageada deste encon-tro, sobretudo porque se pauta pelaspalavras escritas por mulheres, comtemas que dizem respeito às preocu-pações das mulheres”, frisou a acla-mada poetisa, autora de uma vasta bi-bliografia, maioritariamente na poesia,mas com incursões pela ficção narrati-va, teatro, livros infantis e um extensoe reconhecido percurso na academia.

Feminista convicta, Ana Luísa Ama-ral não perdeu oportunidade de en-treligar a lírica e o ato da poesia como contexto político e social corrente,dominado pelo “neoliberalismo abso-lutamente desenfreado, pela descri-minação, sexismo, homofobia e peloódio às diferenças.”

“Basta pensar no que aconteceu noBrasil recentemente”, assinalou a po-etisa. “Aquela mulher foi assassina-da, e ver as reações de pessoas que

‘POESIA LIVRE’ HOMENAGEOU A POETISA NORTENHA COM EDIÇÃODEDICADA AOS VERSOS NO FEMININO. A AUTORA, ENSAÍSTA E ACADÉMICA,FEMINISTA CONVICTA, FALOU DA NECESSIDADE E PRAZERDA ESCRITA NUM MUNDO QUE PERDEU O SENTIDO DO HUMANISMO

deveriam ter responsabilidade políti-ca quase a desculpabilizaram aquiloque foi um assassínio torpe, vergo-nhoso veio mais uma vez provar queem momentos de grande convulsãosocial, as mulheres são aquelas quecontinuam a sofrer mais”, concluiu.

No caos estilhaçado da socieda-de contemporânea, a importância dasletras e do universo simbólico é vitalpara o seu entendimento. O huma-nismo e as letras vivem tempos con-turbados, encarcerados entre o seuvalor “imaterial” e de mercado, numatensão constante que têm vindo aperder, pelo menos no que diz res-peito à população geral.

“O problema está quando as hu-manidades, a imaginação, a criação,aquilo que é visto como inútil por-que não dá lucros imediatos, é colo-cado de lado”, elucidou Ana LuísaAmaral. “A escrita é como toda a arte,um bem imaterial, um bem da huma-nidade, um bem de que nós sereshumanos precisamos”, continuou. “Euiria mais longe, a poesia lírica podefuncionar como uma fortíssima fontede resistência ao mundo em que vi-vemos”, disse em jeito de remate.

A POESIA QUE SE ESPALHAComo já é tradicional, o “Poesia Li-

vre” juntou um conjunto de atividadesque partem dos centros nevrálgicosdas palavras, das bibliotecas, das sa-las de aula, e disseminam-se pelasruas, pelos transportes públicos, pe-los cafés e pastelarias, pelas salas deespetáculos com o intuito de abran-ger o maior número possível de pes-soas da comunidade.

Tiago Araújo, vereador da cultu-ra, fez um balanço positivo às ativida-des da edição 2018, relevando a im-portância da temática ser “poesia nofeminino”. Segundo o vereador, “o tes-temunho da Ana Luísa Amaral é im-portante, sobretudo quando se de-bate a poesia no feminino, termos cáalguém com o currículo da Ana LuísaAmaral é importante para demons-trar a relevância das mulheres nahistória da literatura”.

Já a poeta esclareceu que “poesialivre é quase uma redundância, por-que a poesia é sempre livre”, elogi-ando a tipologia da iniciativa: “a po-esia andou por aí, espalhada pelacidade. Andou como deve andar. E

SANTO TIRSO | POESIA LIVRE

‘Brexit’ impedeexportação dolicor deSingeverga

Citado pela agência lusa, Albino No-gueira, responsável pela produção dolicor no Mosteiro de Singeverga, Roriz,relatou que um empresário português,especializado em vinhos e licores, radi-cado em Londres, questionou o mostei-ro sobre a possibilidade de comerciali-zação do produto.

“Ele veio cá, viu como produzimos olicor mas, depois, temeroso com os im-postos que poderiam vir com o ‘Brexit’acabou por abandonar a ideia e o ne-gócio não se concretizou”, referiu opadre Albino Nogueira.

O licor é produzido artesanalmen-te no Mosteiro beneditino de Singe-verga há 72 anos, a partir da destilaçãode diversas especiarias e ervas aromáti-cas nunca foi vendido para fora do país.Segundo o responsável, “por várias ve-zes recebeu propostas de exportação”,que nunca se concretizaram por seremoriundas de mercados que não ofere-ciam garantias de confiança.

O referendo que em 2016 ditou asaída do Reino Unido da União Euro-peia, e cujo processo de negociaçãoainda decorre, teve implicação na tradi-ção portuguesa de exportação de bebi-das alcoólicas para o Reino Unido. |||||

RESULTADO DO REFERENDONO REINO UNIDO OBSTRUIUUMA OPORTUNIDADE DE NE-GÓCIO QUE LEVARIA O LICORPELA PRIMEIRA VEZ A VIAJARINTERNACIONALMENTE

SANTO TIRSO | LICOR

ANA LUÍSA AMARAL LADEADAPOR TIAGO ARAÚJO,

VEREADOR DA CULTURA, E OPROFESSOR ANTÓNIO OLIVEIRA

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Estou muito feliz, é uma iniciativa maravilhosa. Para mim éuma honra ter sido a homenageada deste encontro, sobretudoporque se pauta pelas palavras escritas por mulheres,com temas que dizem respeito às preocupações das mulheres”.

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Inicialmente, esta dramatização poética aque o grupo deu o nome “Femina”, maisnão é do que uma insinuação poéticasugerida pelos efeitos sonoros balbuci-antes do poema de Florbela Espanca, “serpoeta é ser mais alto…”. A cena é jocosae divertida e passa-se nume escritório co-mo tantos outros, com duas secretárias-tipo, uma, aparentemente humilde, servi-

não escondida pelos livros, fechadapor leituras em salas.”

CONTACTO COM ALUNOSParte da visita de três dias de AnaLuísa Amaral a Santo Tirso, a escrito-ra encontrou-se com alunos em vá-rias escolas do concelho, permitin-do-lhes algo que raramente lhes épossível, contactar com um autor queestudam nas aulas.

Recebida na escola secundária D.Afonso Henriques, na ultramodernasala biblioteca, repleta de alunos do12º ano, ao som da música produzi-da por dois saxofones e uma guitar-ra, Ana Luísa Amaral não passoudespercebida. Primeiro, porque peranteum cenário tecnologicamente clíni-co, branco, iluminado, as vibrantescores da indumentária criavam umcontraste analógico com o que a ro-deava, muito simbólico.

E não demorou muito a cativar oimaginário daquelas que ouvem fa-lar sobre a sua obra e o seu processode trabalho. É uma contadora de his-

tórias contagiante, que diz se lembrardas circunstâncias onde escreveu ca-da poema. “Eu não comecei tarde aescrever, comecei tarde a publicar”, dis-se em resposta a uma pergunta daaudiência. Diz que vive num caos or-ganizado e que é mais difícil para siorganizar um livro, do que escreverpoesia. “Um livro tem que ter coerên-cia, um poema é apenas um poema.”

No final, por entre histórias decrescimento com a poesia e a litera-tura, lá citou alguns dos seus heróis,ou como quis referir-se, poetas e po-emas pelos quais se apaixonou. Evo-cou Sophia de Mello Breyner e EmilyDickinson, entre tantos outros.

Ana Luísa Amaral diz que escre-ve sobre coisas, e “essas coisas po-dem ser preocupações de ordem so-cial, memórias de infância, episódiosdo quotidiano transfigurados.” Coi-sas portanto. O que deseja é simples.Que “essas minhas memórias sobreas quais eu efabulo possam de algu-ma forma ser partilhadas por outraspessoas. Que quem leia se reveja.” |||||

TEATRO AVISCENA SUBIU AO PALCO DO CENTRO CUL-TURAL DE VILA DAS AVES, DE PLATEIA REPLETA,PARA APRESENTAR UM ESPETÁCULO QUE FUNDIUA LÍRICA E A DRAMATURGIA, NO FEMININO, É CLARO

çal e dedicada ao trabalho, outra, seduto-ra e sexy capaz de olhares lânguidos parao patrão e a quem este naturalmente des-culpa perfeitamente toda a negligência;aqui, o mundo masculino é o do poder,o da brejeirice e da hipocrisia mas, a pou-co e pouco, vão-se adensando os sinaisde falsidade e inconsistência… A secre-tária sobre quem pesa a prepotência, oónus da exigência e da responsabilida-de deixa-se vencer pelo cansaço; a espo-sa sobre quem caem as responsabilida-des do lar e da educação dos filhosirrompe, sem ninguém contar, pelo escri-tório e entra em transe ao ver a seduçãorecíproca entre o marido e a funcionária,o que a motiva a “arremessar” um dos po-emas mais cáusticos, da autoria de HelgaMoreira, “Agora que falamos de morrer”,como já a anterior personagem sonharacom outro poema anestesiante de Flor-bela, “Mãezinha”. E o drama vai-se aden-sando até atingir o auge com um poemade Amália Rodrigues, ela própria poeta efadista, autora de “A Lágrima”, interpreta-do de forma digna e magnificente porumas das componentes do grupo.

E, a verdade seja dita que, a partirdaqui, a rutura entre o masculino e o fe-minino, a rutura com a subordinação nãocessa de se operar e a ordem anteriordo escritório como que se subverte aoponto de a mulher sexy e atrevida assu-mir a sua auto-estima, até no domínioafetivo, declamando “Lua Adversa”, deCecília Meireles, enquanto a secretáriahumilde e servil, depois de dar um mur-ro na mesa, dizendo “basta” ao patrão,declama “O mar dos meus olhos” deSophia de Mello Breyner. Com isto, asmulheres saem dos “bastidores” e assu-mem todo o protagonismo do espetáculoe da vida enquanto vão digerindo coleti-vamente o poema de Cecília Meireles “Tutens um medo”.

E foi assim, com a sala repleta do Cen-tro Cultural Municipal de Vila das Avese uma grande ovação que o grupoAviscena foi recebido no passado sába-do, dia 17 de março, na sua terra dandoum testemunho vincado do seu amor àarte e à Poesia Livre. |||||

O dramaimiscuído depoesia de“Femina”

Rua da Indústria, 24 - 4795-074 Vila das Avestelefone 252 820 350 | fax 252 820 359E-mail: [email protected]

José Miguel Torres

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Rua de Romão 183 | Vila das AvesTelm.: 93 332 02 93 | Telf.: 252 871 386

“ANA LUISA AMARAL, ESCRITORA

POESIA LIVRE | TEATRO

APRESENTAÇÃO DE‘FEMINA’ LOTOUAUDITÓRIO DOCENTRO CULTURAL

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14 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

CULTURA

VILA DAS AVES | EXPOSIÇÃO

Miguel Ângelo revisitado

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Alunos do pré-escolar até ao nonoano. Professores e auxiliares. Toda acomunidade educativa do agrupa-mento de escolas de São Martinhometeu “mãos à obra” e deu o seu me-lhor na tentativa de ‘recriar’ e, no pro-cesso, homenagear um dos maiores“artistas de todos os tempos”, nomeproeminente do movimento renas-centista italiano, Miguel Ângelo.

Autor de obras como os frescosda “Capela Sistina”, a “Criação deAdão” ou as esculturas a ”Pietá” e“David”, o multifacetado artista mos-

A MOSTRA ‘RECRIAR, OLHANDO” PATENTE NO CENTRO CULTURAL MUNICIPAL DEVILA DAS AVES (CCMVA), ESTE ANO LEVOU A COMUNIDADE ESCOLAR DE SÃOMARTINHO ATÉ À RENASCENÇA PARA UM TRIBUTO AO GRANDE MESTRE, MIGUEL ÂNGELO

‘Westway Lab’ é janelapara a europacom Manel Cruzcomo cabeça de cartaz

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Ao longo de quatro dias, o “WestwayLab” será o local para um encontroentre público, artistas e figuras derelevo da indústria musical nacio-nal e internacional com o CentroCultural Vila Flôr (CCVF) como cená-rio principal, mas espalhando-se pelacidade vimaranense e os seus lu-gares históricos e relevantes.

Segundo Rui Torrinha, diretor ar-tístico do Festival, “cada edição é úni-ca do ponto de vista da configura-ção, de quem participa e sobretudodo ponto de vista de conteúdos queproduz. Produzir conteúdos únicosque resultam das conferências, dasresidências, não é uma assembla-gem de coisas que conhecemos, éde facto um laboratório vivo e issofaz com que cada edição seja única.”

No total, serão 28 concertos di-vididos pelos palcos do CCVF e pe-las ‘city showcases’ em bares e lo-cais de convívio da cidade, em queManel Cruz é cabeça de cartaz, dia14 de abril, meia noite no grandeauditório. Aliás, o último dia de fes-tival está recheado de concertos pa-ra assistir. Logo a partir das 15h as“city showcases” disseminam-se pelacidade com Vita and the Wolf, Eliza-bete Balcus, Mathilda, Gobi Bear,Daily Misconceptions, Joana Guer-ra, Time for T e Nery.

O serão ficará preenchido comespetáculos de Dear Telephone, nopequeno auditório, às 21h45, Leyya,às 22h30 no grande auditório, oshomens da casa Toulouse, no CaféConcerto pelas 23h15 e após oconcerto do ex-Ornatos Violeta, oCafé Concerto recebe ainda o ja-ponês Stereociti para fechar.

DE 11 A 14 DE ABRIL, GUIMARÃES SERÁ PALCO E ANFI-TRIÃO DA 5ª EDIÇÃO DO FESTIVAL QUE REÚNE PROJETOSDE CRIAÇÃO, RESIDÊNCIAS ARTÍSTICAS, CONFERÊNCIAS,CONVERSAS E MÚSICA, MUITA MÚSICA UM POUCOPOR TODA A CIDADE. ÁUSTRIA É PAÍS EM DESTAQUE

trou-se tarefa hercúlea para os estu-dantes que, com idades compreendi-das entre os 4 e os 15 anos, foraminterpretando à sua maneira as clás-sicas obras de arte, algumas mesmocom twist moderno.

“Miguel Ângelo foi um artista fan-tástico, uma referência do renascimen-to e do mundo da arte”, referiu JoséQueijo Barbosa, diretor do agrupa-mento de escolas de São Martinho.“É um artista complicado para se tra-balhar com alunos tão jovens, masmais uma vez os professores soube-ram pegar no tema, abordá-lo comos mais novos e conseguir fazer oseu melhor”, salientou, acrescentan-do ainda que na exposição estãopatentes peças na “vertente plástica,muitas telas, desenhos e trabalhostridimensionais.”

Esta mostra é especial porque en-volve toda a comunidade escolar, alu-nos de todas as idades, professorese não só, cada um com o seu olharespecífico para a obra do artista. “Elesolham de forma diferente, como éóbvio. Uns já bateram esta temáticanas aulas, os pequeninos olham sem-pre com muita admiração”, afirmou.“Todo o mundo da cor, da pintura, da

escultura, para eles é sempre um fas-cínio. Os trabalhos que estão aquiresultam desse trabalho conjunto”.

O objetivo, diz, é “fazer algo boni-to, vistoso, grandioso, mas ao mesmotempo económico” e, por isso mesmo,alguns dos trabalhos foram feitos como recurso a materiais recicláveis ou aobjetos perdidos ou inutilizáveis. Tudoisso na perspetiva de trabalhar as com-petências dos alunos, “o saber fazerque só pode surgir com a experimen-tação, com o erro” no âmbito dastecnologias, da parte artística, do res-peito pelo ambiente e património.”

Queijo Barbosa aproveitou aindapara adiantar que a atividade de finaldo ano letivo, este ano, vai ser com-pletamente nova. “Não vamos ter aFeira Medieval, não vamos ter Multi-Festa, não vamos o Viver Portugal.Vamos ter uma área nova, o AquaFest”,anunciou o diretor. A Festa da Águaonde serão apresentados os traba-lhos desenvolvidos ao longo do ano,relacionados com a temática da água,com uma pequena feira, o habitualcortejo pelas ruas de Vila Nova doCampo e, ao final da noite, um espe-táculo de luz, som e imagem de ho-menagem da Expo 98. |||||

Na dia 13 de abril, as primeira no-tas começam por ouvir-se pelas 17hno Black Box do CIAJG com o pal-co “Why Portugal”, que servirá de pla-taforma para os concertos de Moon-shiners, Isaura, OMRI e Stereossauro.A noite dará destaque ao país con-vidado do festival, a Áustria. Primei-ro com a receção no Paço dos Du-ques e mais tarde, em palco, o CaféConcerto recebe Cari Cari, pelas21h45 e às 22h30, no GrandeAuditório, Avec apresenta-se ao pú-blico vimaranense. A fechar, o gran-de auditório recebe Molly pelas24h e no Café Concerto MOSTSA.

Ainda na noite de 13 de abril,Valter Lobo e André Barros sobemao palco do Pequeno Auditório, pe-las 23h15, para apresentarem emestreia absoluta o projeto Lobos deBarro, resultado da criação artísticacomissariada pelo Festival.

“Este é um festival internacionaldesde a primeira hora. A cada anoque passa a comitiva internacionalé cada vez maior, ou seja, o festivalcongrega cada vez mais interessesa nível internacional quer de ban-das, quer de profissionais que vãotodos os anos na primavera a Gui-marães”, frisou Rui Torrinha.

Ao longo deste fim de semanaalargado, o “Westway Lab” será an-fitrião de um conjunto de Confe-rências Pro, situados no Palácio VilaFlôr, onde se destaca a presença dePeter Smidt, fundador do Eurosonic.

A entrada no Festival terá trêsníveis de acesso. O “Total”, que dáacesso a todos os concertos com ovalor de 12 euros e o “Stage” comacesso aos concertos de Manel cruz,Leyya e espetáculos gratuitos, como valor de 7,5 euros. |||||

GUIMARÃES | MÚSICA

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DESPORTOENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018 | 15

CD AVES | LIGA NOS

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FOTO: VVVVVASCOASCOASCOASCOASCO OLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRAOLIVEIRA

A deslocação à capital para defrontaro tetra campeão nacional mostrouum Desportivo das Aves cheio depersonalidade que colocou os ‘encar-nados’ em sentido com uma ótima or-ganização defensiva e o aproveitamen-to cirúrgico dos lances de bola para-da e de remates a meia distância.

José Mota não pôde contar comPonck e Arango, jogadores empres-tados pelo Benfica, o que sobretudono caso central obrigou a uma mexi-da nuclear na dupla de centrais aven-se. O técnico optou pela inclusão deJorge Fillipe, central brasileiro, pela pri-meira vez no campeonato, que cum-priu na perfeição o seu papel. Na fren-te de, Mota decidiu por oferecer maisconsistência no meio-campo, com apresença de Nildo Petrolina em de-trimento de uma peça mais acutilante.O músculo e a capacidade atlética

DUPLA JORNADA FORA DE PORTAS FRENTE A ADVERSÁRIOS DA PRIMEIRAMETADE DA TABELA ACABARAM COM DUAS DERROTAS. VISITAS À LUZE A GUIMARÃES COMPLICARAM, MAS OS PUPILOS DE JOSÉ MOTADERAM UMA BOA RESPOSTA EM CAMPO. A SETE JORNADAS DOFINAL, NA LUTA PELA PERMANÊNCIA, TUDO SE DECIDIRÁ AO PONTO

Dois passos atrásantes da fase decisiva

vantagem ‘encarnada’ para 2-0. ODesportivo nunca mais conseguiureagir e o encontro terminou mesmocom a vitória por 2-0 do Benfica.

GUIMARÃES COMPLICASITUAÇÃO NA TABELANo fim de semana seguinte, o Despor-tivo fez a curta deslocação ao terre-no do Vitória de Guimarães para de-frontar uma equipa da casa em con-vulsão após a chegada de José Peseiroe a precisar de resultados positivos.

A formação avense, com Ponck deregresso ao onze e a inclusão de Bra-ga na zona criativa do meio-campoem vez do castigado Paulo Machado,entrou mal no encontro e o Vitóriaaproveitou para se colocar em vanta-gem logo aos 7’ através da conversãode uma grande penalidade. O peru-ano Hurtado inaugurou o marcador.

Só que os vimaranenses não es-tão a atravessar uma boa fase, e nasbancadas do D. Afonso Henriques no-ta-se isso. Muita intranquilidade quefacilitou a entrada do Aves na partida,finalmente. Depois de se ver a per-der, o Desportivo assumiu o contro-lo do jogo e foi à procura do empate.

O jogo abriu-se e as oportunida-des de golo surgiram em ambas asbalizas. Nildo Petrolina e Amílton es-tiveram quase a igualar o marcador,mas do lado dos da casa Héldon porpouco não aumentou a vantagem,levando a bola a bater no poste dabaliza de Adriano Facchini.

O empate que já se justificava aca-bou por aparecer aos 39’ por intermé-dio de Amílton. Uma bela jogada deenvolvimento pelo lado esquerdo, coma bola a circular de Vítor Gomes paraNélson Lenho que, por sua vez, vê aexcelente desmarcação do ala na gran-de área, colocando a bola nos pés dobrasileiro que rematou para o fundo

da baliza. Resultado ao intervalo.A substituição forçada de Vítor

Gomes por Falcão foi um duro golpeno futebol avense que perdeu quali-dade e intenção e deu ao Vitória deGuimarães a oportunidade de ter maisbola e consequentemente mais hipó-teses de chegar à vantagem. Algo queaconteceu mesmo aos 71’, quandoHurtado bisou e deu nova vantagemaos vimaranenses.

A reação do Desportivo já não foia mesma do primeiro tempo. Elhounie o regressado de lesão AlexandreGuedes entraram na partida para di-namizar o ataque, mas nada de rele-vante saiu até ao final da partida. Ojogo ficou quezilento, cheio de para-gens forçadas e a expulsão de JoséMota após desacatos e palavras en-tre os bancos de suplente.

O Desportivo acabou mesmo der-rotado por 2-1 o que deixa o fundoda tabela com quatro equipas empa-tadas com 25 pontos, dois pontosacima da linha de água apenas trêsda lanterna vermelha.

A próxima jornada joga-se a 29de março, onde o CD Aves recebe emcasa o Vitória de Setúbal num jogoimportantíssimo entre adversáriosdiretos na luta pela manutenção. ||||||

18 - ESTORIL27 23 17 - FEIRENSE27 22

CLASSIFICAÇÃO J P

1 - FC PORTO 27 70

2 - BENFICA 27 68

3 - SPORTING 27 65

4 - BRAGA 27 615 - RIO AVE 27 40

7 - BOAVISTA 27 36

9 - V. GUIMARÃES 27 33

10 - PORTIMONENSE 27 31

11 - TONDELA 27 29

6 - MARÍTIMO 27 39

27

13 - PAÇOS FERREIRA 27 25

16 - CD AVES

27 2514 - MOREIRENSE

27 25 15 - V. SETÚBAL27 25

12 - BELENENSES 27 29

368 - CHAVES

V. SETÚBAL 1 - PORTIMONENSE 1

TONDELA 1 - MARÍTIMO 2

ESTORIL 1 - PAÇOS FERREIRA 1

FEIRENSE 0 - BENFICA 2FC PORTO 2 - BOAVISTA 0

MOREIRENSE 2 - BELENENSES 1

CD AVES - V. SETÚBALMARÍTIMO - FEIRENSE

V. GUIMARÃES 2 - CD AVES 1

BOAVISTA - TONDELAPORTIMONENSE - MOREIRENSEPAÇOS FERREIRA - CHAVES

BENFICA - V. GUIMARÃES

RIO AVE - ESTORIL

JORNADA 27 - RESULTADOS

BRAGA - SPORTING

CHAVES 1 - BRAGA 4SPORTING 2 - RIO AVE 0

BELENENSES - FC PORTO JORN

ADA

DE

29 M

ARÇO

A 2

ABR

IL

fizeram com que o Desportivo nuncase desposicionasse, sendo que asoportunidades de golo escassearamnos primeiros 45 minutos.

O segundo tempo foi diferente.O Benfica entrou em campo com ou-tra atitude, mais pressionante e crioumais dificuldades aos forasteiros. Asoportunidades de golo iam-se suce-dendo, primeiro André Almeida, de-pois Rafa e ainda Zivkovic estiverampróximos de marcar. Pelo Aves, PauloMachado dispôs de uma ocasião pri-morosa, mas o resultado manteve-seem branco até ao minuto 71’.

Aí chegados, Jonas, goleador má-ximo da competição, fez mais uma vezo gosto ao pé na recarga a um rematede Fejsa, com o oportunismo do avan-çado brasileiro a fazer a diferença.

O estrago estava feito e o Aves res-sentiu-se, ainda mais quando apenasquatro minutos volvidos, Rúben Diasaproveitou mais uma recarga, destavez a remate de Jimenez e dilatou a

No jogo como Vitória deGuimarães, oDesportivo dasAves acabouderrotadopor 2-1 oque deixano fundo databela comquatro equi-pas empa-tadas com25 pontos.

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16 | ENTRE MARGENS | 22 MARÇO 2018

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A edição de 2018 do campeonatonacional de corta mato, que decor-reu em Monforte, Portalegre, no pas-sado fim de semana, será certamentede boas memórias para o atletismodo Clube Desportivo São Salvador.

O pódio alcançado na competi-ção coloca o clube entre os grandesdo atletismo nacional, situando-se nacompetição por equipas somenteatrás de Sporting, grande dominadordos campeonatos, e Benfica, num fei-to perfeitamente extraordinário.

Na prova longa do setor femini-

CLUBE ALCANÇOU O PÓDIO NOS NACIONAIS DE CORTE MA-TO POR EQUIPAS ATRÁS APENAS DE SPORTING E BEN-FICA. SARA MOREIRA É VICE NA COMPETIÇÃO FEMININA.

São Salvador é‘terceira força’ do cortamato nacional. SaraMoreira segunda

Um set ganho em dois jogos, dei-xam as até agora invencíveis avensesnuma situação delicada no campeo-nato. Frente ao AA José Moreira, oDesportivo foi completamente surpre-endido e consequentemente derro-tado pela margem máxima pela for-mação da casa. Os parciais foramequilibrados, mas o Aves nunca con-seguiu assumir as rédeas da partida.No final 3-0 para as da casa por25-20; 25-20; 25-18.

No caso da partida, com a EscolaPedro Eanes Lobato, os protagonis-tas foram outros. As pupilas de Ma-nuel Barbosa entraram bem no en-contro e venceram o primeiro set por21-25. Daí em diante a sorte nãosorriu à equipa avense, a que se jun-taram os sistemáticos erros da equi-pa de arbitragem. A equipa da casavenceu os três sets seguintes pelamais pequena das margens, pelosparciais 25-22; 25-20; 25-23.

O Desportivo das Aves é agora3º classificado na segunda fase docampeonato nacional da II Divisão.Na próxima jornada, o Desportivodas Aves recebe o Ginásio de SantoTirso em jogo a contar para a sétimajornada da prova, Domingo, 15 demarço pelas 17 horas. ||||||

Dupla derrotacoloca sonhoda subidaem apurosJORNADAS FORA DEPORTAS COM ADVERSÁRIASCOMPETENTES DERAMAMARGOS DE BOCAÀS ATLETAS AVENSES

FUTEBOL | CAMPEONATO DE PORTUGAL

No passado fim de semana os cam-penses receberam o U. Torcatense,numa partida que terminou empa-tada a zero no Estádio Comenda-dor Abílio Ferreira de Oliveira. Esteempate surge em completo contras-te com os acontecimentos da jor-nada anterior, derrota em Fafe numjogo eletrizante.

No Estádio Municipal de Fafe,o São Martinho adiantou-se nomarcador aos 12’ por Damien Fur-tado, mas os da casa lançaram-seà procura do prejuízo e deram avolta ao marcador ainda antes doapito para o intervalo. Landinho aos

LUGAR NA PRIMEIRA METADE DA TABELA PARECEESTAR GARANTIDO, MESMO COM RESULTADOSMENOS POSITIVOS NAS ÚLTIMAS JORNADAS.

São Martinhonão mexe

27’ e Nené aos 43’ deram vanta-gem à equipa de Fafe.

No segundo tempo, Diogo Bian-chi, aos 62’ voltou a empatar tudoa duas bolas, mas já nos descon-tos, bem dentro do tempo extra,Micael Freire deu uma vitória emcima do apito à formação da casaque ocupa o 3º lugar da tabela.

Com estes resultados, o São Mar-tinho encontra-se na sexta posiçãoquando faltam seis jornadas para ter-minar o campeonato. Na próximajornada, jogada este domingo, oscampenses deslocam-se a Montale-gre para defrontar o clube local. ||||||

+ D

ESPO

RTO JUNIORES A - FASE MANUTENÇÃO - ZONA NORTE

-Jornada 4: Desportivo das Aves 1-3 BoavistaClassificação: Desportivo das Aves 6º;

DIVISÃO ELITE – AF PORTO (SÉRIE 2)- Jornada 24: Tirsense 1-2 Paredes- Jornada 24: Vilarinho 0- 2 Aliados Lordelo- Jornada 25: Folgosa da Maia 1 – 0 FC Vilarinho- Jornada 25:Lixa 2-0 TirsenseClassificação: Tirsense 5º; Vilarinho 10º

DIVISÃO DE HONRA – AF PORTO (SÉRIE 2)- Jornada 24: SC Rio de Moinhos 2-0 Tirsense B- Jornada 25: Tirsense B2-1 Vila CaizClassificação: Tirsense B 15º

1ª DIVISÃO – AF PORTO (SÉRIE 2)- Jornada 23: S. Lourenço Douro 2-0 UDS Roriz- Jornada 24: UDS Roriz 1-0 ADC FrazãoClassificação: UDS Roriz 8º

2ª DIVISÃO – AF PORTO (SÉRIE 1)- Jornada 22 Vandoma 1–3 Monte Córdova- Jornada 23: Monte Córdova 1–2 Bougadense BClassificação: Monte Córdova 9º

no, a atleta Sara Moreira arrecadoumais um pódio, desta vez um segun-do lugar, seis segundos atrás da com-panheira de equipa no Sporting,Catarina Ribeiro que concluiu a dis-tância em 29.6 minutos. Inês Mon-teiro, por sua vez, garantiu o pódiocem por cento leão.

Joaquim Figueiredo, atleta do Clu-be Desportivo de S. Salvador do Cam-po, sagrou-se, há pouco, campeãoeuropeu de três mil metros em M50,no 12.º Campeonato da Europa deMasters, que decorre em Madrid. Oatleta cumpriu a prova com o tempode 9:25.90 minutos. |||||

ATLETISMO

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ENTRE MARGENS | 22 MARÇO | 17

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As diferenças entre as duas equipaseram por demais evidentes, mas areceção a um grande do desporto na-cional, campeão em título, o clima eraclaramente de festa. E foi nesse climaque o Desportivo das Aves se apresen-tou personalizado frente aos leões.A diferença pontual de 53 pontosna tabela classificativa não se fez sen-tir, pelo menos não de forma tão acen-tuada, durante o primeiro tempo.

O Sporting vencia, é claro, por 2-0no interregno, mas o encontro dispu-tava-se com boa réplica do lado avense.Apenas nos minutos finais da pri-

Sporting dá chapacinco nas AvesRECEÇÃO AO CAMPEÃO NACIONAL, SPORTING CP, FOI PROMISSORA MAS TERMINOUEM DERROTA PESADA PERANTE UM PAVILHÃO REPLETO.AVES NÃO DESCOLA E TEM APENAS 8 PONTOS EM 21 JORNADAS.

Quatro Medalhas paraVila das Aves nosCampeonatos Nacionais

No dia 13 de março, os atletas daAR Rebordões participaram no Es-tágio da Primavera, promovido pe-lo Team Machado Karate Dojo, situ-ado em Stª Eulália – Vizela, para reali-zarem os exames de graduação.

Os exames contaram com a pre-sença do mestre Joaquim Fernandes,na qualidade de examinador, 6ºDan de karate, atual Presidente doConselho de Arbitragem da Fede-ração Nacional de Karate e ÁrbitroInternacional, bem como, do mestreJoaquim Machado, responsável pe-lo Team Machado Karate Dojo, edo mestre Jorge Machado, treina-

marcador. Contudo, em cima da bu-zina Cardinal estabeleceu o resulta-do final de 5-1 no pavilhão do Clu-be Desportivo das Aves.

A equipa de Vila das Aves deslo-cou-se a Oeiras para defrontar o Le-ões de Porto Salvo, formação que dis-puta a permanência no principal cam-peonato do futsal nacional. Os anfi-triões colocaram-se na dianteira domarcador aos 16’ por intermédio deDanny. O Leões de Porto Salvo, mes-mo antes do final do primeiro tempodispôs de uma castigo máximo de-fendido por Cláudio Carvalho.

O Desportivo conseguiu igualaro encontro através de um golo naprópria baliza do guarda-redes Bru-no Marques, aos 24’. Partida muitasdisputada parecia que ia sorrir àscores avenses com a expulsão poracumulação de amarelos de Dannyaos 35’, contudo quem aproveitou obalanço ofensivo do Aves foram osda casa que em dois minutos resol-veram o encontro. Aos 37’, RúbenSantos colocou o Leões de Porto Sal-vo na liderança e no minuto seguin-te, João Marçal pôs ponto final noencontro, estabelecendo o 3-1 final.

No próximo dia 31 de março, oAves recebe no seu pavilhão o ADFundão, equipa que está a lutar pelapresença no play-off. Formação avenseocupa o 14º e último lugar da clas-sificação com 8 pontos, menos dezque o penúltimo classificado. |||||

meira parte, o marcador mexia paraos verde e branco, quando Pany Vare-la, aos 14’ fazia o 1-0. A vantagemleonina traduzia o seu ascendente napartida, mas colocava os homens deHugo Oliveira na discussão do encon-tro. Mesmo quando o italiano Rodol-fo Fortino, aos 18’, aumentou a van-tagem, o resultado parecia justificado.

No segundo tempo as comportasabriram e a superioridade do Sportingveio ao de cima com a tranquilidadedo resultado. O brasileiro Dieguinhofez o 3-0 logo seguido do quartogolo por Diego Cavinato. A respostaavense surgiu aos 35’, quando RafaelLopes carimbou o golo de honra pe-rante os seus adeptos e atenuou o

A novidade desta edição foi a rea-lização do primeiro campeonato na-cional Parakarate, direcionado espe-cificamente para os karatecas porta-dores de várias deficiências, ondeo atleta do Karate Shotokan Vila dasAves André Mesquita (com Trisso-mia 21) conseguiu um brilhante 3ºlugar na categoria de deficiência in-telectual. Resultado muito importanteresultado para o André porque com-petiu com atletas mais graduados ecom mais tempo de modalidade. Re-levante também para o clube quetem neste momento 3 atletas a trei-nar com esta deficiência.

Noutras provas, o Shotokan con-seguiu mais 3 medalhas para Viladas Aves. Ana Pinto conquistou o

3º lugar em kumite (- 55kg), e fi-cou ainda em 3º lugar kumite equi-pas feminino. Manuel Ribeiro tam-bém conseguiu um importante, o 3ºlugar em kumite (+84kg); uma ca-tegoria com bons atletas, onde teveque combater bem a nível técnico etático para subir ao pódio. Não fo-ram ao pódio o Emanuel Fernandese Júlio Silva, num desempenho po-sitivo mas não o suficiente para che-gar ao pódio. |||||

AR Rebordões participano Estágio da Primavera

dor da secção de karate da Associ-ação Recreativa de Rebordões, Em-baixador para a Ética no Desporto(PEND) e atual treinador da SeleçãoNacional de Karate – Zona Norte.

Os exames de graduação foramum sucesso, tendo todos os atletasobtido a validação e como tal, conse-quentemente, conseguiram a mu-dança de cinto. A Associação Re-creativa de Rebordões propôs os se-guintes atletas para exame de gra-duações: 7º Kyu: Bernardo Dias Fer-reira; 6ºKyu: Tiago Oliveira Maia; 5ºKyu: João Filipe Sousa; 4º Kyu: RuiMiguel Alves Costa. |||||

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A FECHARPróxima edição

do Entre Margensnas bancas

a 05 de abril

ASSOCIAÇÃO INTERNACIONAL DAS CIDADES EDUCADORAS (AICE)

|||||| TEXTO: AMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICOAMÉRICO LUÍSLUÍSLUÍSLUÍSLUÍS FERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDESFERNANDES

Realizou-se em Changwon, na Repú-blica da Coreia, entre 14 e 16 do cor-rente mês de março, a AssembleiaGeral da Associação Internacionaldas Cidades Educadoras (AICE). Deacordo com informação prestada pelaCoordenação da Rede Territorial Por-tuguesa das Cidades Educadoras,estiveram presentes no evento repre-sentantes dos municípios de Alen-quer, Braga, Cascais, Gondomar, La-gos, Lisboa, Matosinhos, Paredes, San-to Tirso e Valongo.

De referir que, para além da Assem-bleia Geral da AICE, os municípiosparticiparam numa Conferência orga-nizada pela UNESCO sobre “Desen-volvimento do Turismo Sustentável emCidades Educadoras”.

Integrado no programa da Assem-bleia Geral, Santo Tirso e Lisboa par-ticiparam no Painel de Autarcas com

JOAQUIM COUTO E SÍLVIA TAVARES, VEREADORA DA EDUCAÇÃO,MARCARAM PRESENÇA NA ASSEMBLEIA GERAL DA ASSOCIAÇÃOINTERNACIONAL DAS CIDADES EDUCADORAS REALIZADA NA COREIA DO SUL

Santo Tirso representadona Assembleia Geral dasCidades Educadorasrealizada na Coreia

outros autarcas da Coreia do Sul. Lis-boa, em representação da Rede Terri-torial Portuguesa das Cidades Educa-doras, participou ainda na reunião doComité Executivo desta Associação.

“Partindo das aprendizagens pro-porcionadas por este trabalho em re-de, pela cooperação, debate e parti-lha de ideias geradas em torno des-te movimento, Santo Tirso tem conse-guido projetar, divulgar e enriqueceras atividades e projetos desenvolvi-dos na área da educação”, refere aCâmara Municipal em comunicadode imprensa divulgado esta semana.

Segundo a mesma fonte, “a parti-cipação assídua e interessada de San-to Tirso nestes espaços de partilha ede debate tem sido destacada e va-lorizada, quer no contexto nacional,quer internacional”. A autarquia su-blinha, de resto, o facto de “SantoTirso ter sido o município escolhidopara acolher o último Encontro Na-

cional da Rede Territorial Portuguesadas Cidades Educadoras” (ver edi-ção anterior). Realizado no passadodia 26 de fevereiro, no Mosteiro deSingeverga, este registou “um nível departicipação ímpar, tendo conseguin-do reunir um total de 95 represen-tantes de 44 municípios de todo opaís” destaca a autarquia tirsense.

CIDADES EDUCADORAS /MUNICÍPIOS EDUCADORESQuando se fala de cidades educa-doras não é imediato perceber-se deque se trata, muito embora se possa,desde logo, subentender intençõese procedimentos. Não tem sido dadaimportância ao esclarecimento doconceito e, aqui como noutras situa-ções, a singularidade da instituiçãomunicipal prevalece sobre o conceitode cidade e, pelo menos no casoconcreto de regiões como a nossa,seria mais acertado falar-se em mu-nicípios educadores. De facto, nemSanto Tirso cidade abrange toda aárea do concelho nem é absoluta-mente incontestável que que a re-presentação da cidade seja privilégiodo município.

Admitamos então que se trata demunicípios educadores, compreen-dendo cidade e seus arredores. A redeportuguesa a que se refere a notíciaintegra-se numa associação interna-cional de cidades educadoras que seestende a 482 cidades de 32 paí-ses. Trata-se de um movimento cujosprimórdios se situam no ano de 1990quando, em Barcelona, foi aprovadaa versão inicial da Carta das Cida-des Educadoras, que estabelecia “osprincípios essenciais do impulso edu-cador da cidade”. Trata-se da neces-sidade de trabalhar proactivamenteno sentido de contrariar os fatoresdeseducativos, com o “objetivo per-manente de aprender, trocar, parti-

lhar e, por consequência, enriquecera vida dos seus habitantes. A cidadeeducadora deve exercer e desenvol-ver esta função paralelamente às suasfunções tradicionais (económica, so-cial, política de prestação de serviços),tendo em vista a formação, promo-ção e o desenvolvimento de todosos seus habitantes”.

Um provérbio africano garanteque para educar uma criança é pre-ciso uma aldeia inteira e, a leiturados princípios orientadores das Ci-dades Educadoras parece alargar esseconceito no sentido de ser a cidadea perfazer tal intenção em relação atodos os seus habitantes, como umaextensão do direito fundamental detodos os indivíduos à educação. Odiálogo entre gerações, a troca deexperiências, a inclusão são outrasdas intenções definidas, assim comoa harmonia entre a transformação eo crescimento da cidade e a perpe-tuação de construções e símbolosque constituam referências claras aopassado, a acessibilidade e o orde-na-mento. A cidade educadora deve-rá oferecer a todos os seus habitan-tes, enquanto objetivo cada vez maisnecessário à comunidade, uma for-mação sobre os valores e as práticasda cidadania democrática: o respei-to, a tolerância, a participação, a res-ponsabilidade e o interesse pela coi-sa pública, seus programas, seus bense serviços.

A Carta das Cidades Educadoras,que pode ser facilmente encontradae lida, integralmente na internet, es-tabelece ainda que “o projeto edu-cador explícito e implícito na estrutu-ra e no governo da cidade, os valoresque esta encoraja, a qualidade de vidaque oferece, as manifestações queorganiza, as campanhas e os projetosde todos os tipos que prepara, deve-rão ser objeto de reflexão e de parti-cipação”, e é nesse sentido que podeser tomado este texto. De acordo comos princípios referidos, a cidade edu-cadora deverá refletir sobre a suaatividade neste contexto. ||||

UM PROVÉRBIOAFRICANO GARANTEQUE PARA EDUCARUMA CRIANÇA ÉPRECISO UMAALDEIA INTEIRA E, ALEITURA DOSPRINCÍPIOSORIENTADORES DASCIDADESEDUCADORASPARECE ALARGARESSE CONCEITO NOSENTIDO DE SER ACIDADE A PERFAZERTAL INTENÇÃOEM RELAÇÃO ATODOS OSSEUS HABITANTES