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II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho Florianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004 GT História do Jornalismo Coordenação: Prof. Dra. Marialva Barbosa (UFF)

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II Encontro Nacional da Rede Alfredo de CarvalhoFlorianópolis, de 15 a 17 de abril de 2004

GT História do JornalismoCoordenação: Prof. Dra. Marialva Barbosa (UFF)

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Ensaio da trajetória e do pensamento de Adísia Sá

Maria Érica de Oliveira Lima1

“(...) Indignei-me, desculpe a paixão, com que eu falei... eu sou assim, visceral. Se eu

gosto, gosto, se eu não gosto... todo mundo sabe que eu vou explodir”.

Adísia Sá2

Introdução

Em 1998, recém saída da graduação em Jornalismo, da PUC-Campinas, ingressei na

Universidade Metodista de São Paulo (Umesp), Programa de Pós-Graduação em

Comunicação Social, nível Mestrado, onde pude conhecer, pessoalmente, o prof. José

Marques de Melo, até então, para mim, referência histórica e bibliográfica do jornalismo

brasileiro. E isso foi muito encantador para uma estudante que só o conhecia dos livros.

Muito feliz nosso encontro, porque a partir daí, estive sempre disposta a aprender com o

prof. Marque de Melo. E assim foi durante o mestrado, como meu orientador, e até hoje, no

doutorado, como inspirador e “desbravador cultural”. E foi a inspiração do prof. Marques

que me fez escrever este ensaio.

Em um dos eventos na área de Comunicação, na Umesp, mais precisamente, o

Celacom (Colóquio Internacional sobre a Escola Latinao-Americana) de 1999, em conversa

informal com o prof. foi sugerido que eu escrevesse um artigo sobre a jornalista e também

professora, cearense, Adísia Sá. Assim, através do Marques de Melo soube muito mais da

importância de um simples registro. Adísia fez história: a primeira mulher jornalista

sindilicalizada no Estado, membro-fundador do “Grupo do Ceará”, escritora, etc, etc. Não 1 Jornalista, doutoranda em Comunicação Social (UMESP). Profa. de Comunicação FAE (São João da Boa Vista/SP) e FPM (Itu/SP).2 Em comentário sobre o Capital Estrangeiro na mídia brasileira. Entrevista concedida à Maria Érica de Oliveira Lima, realizada em Fortaleza, julho de 2003.

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tinha o porquê de não escrever. Como cearense, jornalista e orientanda do prof. Marques, me

propôs a colocar a idéia no papel. Porém, com os excessos de estudo sobre o objeto de

pesquisa no Mestrado; outros artigos paralelos ao tema; viagens a Congressos, etc, etc, a

idéia sugerida do prof. Marques estava, ainda, na gaveta. Mesmo com as minhas idas e

vindas ao Ceará, Fortaleza, não conseguia o devido tempo o artigo.

Passaram-se os anos: concluí o Mestrado; iniciei meu trabalho como Docente; o

Doutorado; produzindo outros artigos, etc. Porém, março de 2003, novamente, no Celacom,

o prof. Marques sentou-se ao meu lado, e baixinho, no ouvido, disse-me: “ainda aguardo o

artigo sobre a profa. Adísia Sá”. Esta frase atingiu mais do que a minha mente, o coração! E

propôs de maneira rigorosa e disciplinada, que nas férias de julho/2003, em Fortaleza, iria

contactar com a professora Adísia. E assim foi...

Numa quinta-feira, 03 de julho/2003, visitando a livraria da Fundação Demócrito

Rocha, na sede do grupo O Povo de Comunicação, Fortaleza (CE), pedi para a atendente

telefonar a redação e localizar o telefone da profa. Adísia Sá. Pois minha referência era o

Jornal O Povo, no qual, a jornalista sempre trabalhou. Para minha surpresa, Adísia Sá estava

na redação. Depois que me apresentei e expliquei minhas razões, a secretária de redação

transmitiu o recado e logo em seguida, passou o número do telefone residencial, para que eu

marcasse uma entrevista.

Numa quarta-feira, 09 de julho/2003, às 10h da manhã, iria me encontrar com a

professora e jornalista Adísia Sá em sua residência. No bairro Papicu, próximo à praia do

Futuro, eu que estava do outro lado da cidade, me senti muito bem, cumprindo um papel

muito importante enquanto pesquisador e jornalista, na eterna busca do aprendizado, do

descobrimento. No caminho em pensava: “vou ter uma aula fantástica hoje!” Além do

grande privilégio. Assim cheguei no apartamento da profa. e jornalista. E de fato, tive uma

grande aula.

A recepção foi calorosa e acolhedora. Diante de mim, estava a “jornalista baixinha”

como bem se inicia na orelha do livro “Traços de União”, e por daí em diante, começamos

a conversar. A comunicação fluía como algo mais precioso naquele momento. A profa. em

seu apartamento arejado; janelas amplas; vista bela e verde do mar cearense; o vento a

bailar sobre a sala; a estante e livros, medalhas e homenagens; fotografias expostas; móveis

clássicos – uma cadeira de balanço, na qual ela sentou – telefone ao lado, ou seja, o

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aconchego daquela que fez história no Ceará. Adísia Sá, por si só, inundava e iluminava

através de suas palavras o momento. A mim, coube ouvi-la. Ao gravador, gravar. Adísia em

sua postura era lembrança do passado e figura do presente; era voz e raciocínio rápido; era

idéias de ontem que se fizeram no hoje, no dia da entrevista. Era a inquietação existencial e

intelectual. Era, sem dúvida, simplesmente, a Adísia Sá.

Devo concluir que meu ensaio de registro – humilde e pequeno, diante da

personalidade que me foi indicada – e assim preferi fazê-lo – sem o rigor academicista – foi

escrito da forma que eu pudesse “brincar” um pouco com o texto, trazendo a leveza e

inspiração daquela manhã em que o vento e a comunicação bailavam na sala. Trazendo,

apenas, a história e a entrevista.

Quero ainda, agradecer, imensamente, ao prof. José Marques de Melo, pela

delicadeza e sensibilidade de apontar para mim, a preciosidade deste contato. E ele sabia!

Sempre soube da importância de documentar a memória do nosso jornalismo. Agradecer a

jornalista e professora Adísia Sá, pela rica entrevista, pela aula, pelos livros e

principalmente, pela personalidade visceral, que me fez acreditar, ainda mais, na eterna

busca de continuar buscando... É isso que nos mantêm vivos!

A Biografia

Maria Adísia Barros de Sá é natural de Cariré, Estado do Ceará. Sua formação

começou nos colégios 7 de Setembro (2o. ano primário em 1940); Imaculada Conceição (do

3o. ao 5o. primário, de 1941 a 1943 e ginasial de 1944 a 1947); Colégio São João (1o. e 2o.

científico, de 1949 a 1950); Imaculada Conceição (3o. ano científico, em 1951). Bacharel

em Filosofia Pura, 1954, pela Faculdade Católica de Filosofia. Licenciada pela Faculdade

de Filosofia, 1962, agregada, na época, à Universidade Federal do Ceará. Começou a

lecionar nos colégios Farias Brito, Santa Lúcia, Rui Barbosa e Justiniano de Serpa (onde foi

Diretora Geral) todos em Fortaleza. Posteriormente, foi professora da Universidade de

Fortaleza (Unifor), e professora titular da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da

Universidade Estadual do Ceará (UECE), hoje aposentada. É Livre-Docente, em 1979, com

grau de Doutora em Filosofia e Comunicação, pela Universidade Federal Rural de

Pernambuco. Professora emérita da UFC e Jornalista profissional desde janeiro de 1955.

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A professora Adísia Sá foi membro do grupo fundador do curso de Jornalismo da

UFC. Assim também como membro fundador e ex-presidente do Instituto Cultural Brasil-

União Soviética e da Associação Brasileira de Ouvidores, seção Ceará.

Em 1993 recebeu o título de cidadã de Fortaleza; em 1995 Maranguape (CE); 2002

em Mossoró (RN). Trabalhou nos jornais cearenses Gazeta de Notícias, O Estado, O Dia e

O Povo.

Foi comentarista da Rádio AM do grupo de comunicação O Povo, TV Jangadeiro,

TV Com e TV Manchete. Foi Diretora Executiva da Rádio AM O Povo. Como Ombudsman

no jornal O Povo, de Fortaleza, ocupou três mandatos (1994/1195 – 1997 – 2000). Ex-

ouvidora da AM O Povo (1989-1999). É sócia da Associação Cearense de Imprensa e do

Sindicato dos Jornalistas do Ceará.

Atualmente, a profa. e jornalista Adísia Sá é comentarista diária da Rádio AM O

Povo e articulista semana dos jornais O Estado e O Povo. Compõe o Conselho Editorial do

jornal cearense, O Povo. É Delegada do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará,

junto à Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ); da Comissão de Ética e Liberdade de

Imprensa, da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), desde 2001, Professora de

Comunicação Social da Academia de Polícia Militar General Edgard Facó.

Obras Publicadas

“Metafísica para quê”?

“Fenômeno metafísico”

“Introdução à Filosofia”

“Ensino de Filosofia no Ceará” (Organizadora)

“Ensino de Jornalismo no Ceará”

“Fundamentos científicos da Comunicação” (Organizadora)

“Biografia de um sindicato”

“Capitu conta Capitu”

“Clube dos ingênuos”

“Traços de união”

“O jornalista brasileiro” – em 2a. edição, revisada, ampliada e atualizada.

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A atuação como Jornalista e Radialista

A professora e jornalista Adísia Sá sempre foi atuante aos órgãos vinculados à

profissão de jornalista e radialista, como Sindicatos e Associações. Em 12 de agosto de

1954, ingressou na Associação Cearense de Imprensa. E em 16 de maio de 1956, ingressou

no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Ceará, cujo registro profissional é de no. 169.

Posteriormente, no Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão

dos agenciadores e trabalhadores em empresas de publicidade do Estado do Ceará,

matrícula, no. 3292, registro profissional, no. 1126. Em 20 de janeiro de 1984, era ainda

reconhecida como Produtora Executiva, locutora, entrevistadora, sob o registro profissional

1126.20.

Continuando a trajetória da profissional atuante, Adísia Sá, assumi vários por

diversos períodos cargos de direção e suplência na Associação Cearense de Imprensa.

1. Suplente de Diretoria – 1959 a 1961

2. Suplente de Diretoria – 1961 a 1963

3. Diretora de Ensino – 1965 a 1967

4. 2a. Secretária – 1969 a 1971

5. 1a. Secretária – 1971 a 1973

6. 1a. Secretária – 1973 a 1975

7. 1a. Secretária – 1975 – 1977

8. 2a. Vice-presidente – 1977 a 1979

9. 2a. Vice-presidente – 1979 a 1981

10. 2a. Vice-presidente – 1981 a 1983

11. 2a. Vice-presidente – 1992 a 1995 (sendo que em 1993 renunciou ao cargo,

afastando-se da entidade).

A atuação da Adísia Sá, sua trajetória profissional confunde com a história da

Imprensa no Estado do Ceará. Quando falamos em jornalismo, jornalista e sindicato não há

como não destacar a presença marcante da profa. Adísia. De 1959 a 1980, Adísia Sá foi

ultraparticipativa no Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará. Ocupando,

assim, vários cargos e funções:

1. Suplente de Diretoria – 1959 a 1961

2. Conselho Fiscal – 1961 a 1963

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3. Secretária – 1966 a 1968

4. Representante junto à Federação Nacional dos Jornalistas – 1966 a 1968

5. Representante junto a Fenaj (suplente) – 1968 a 1971

6. 1a. Secretária – 1971 a 1974

7. Representante junto a Fenaj – 1974 a 1977

8. Representante junto a Fenaj – 1977 a 1980

Também desenvolveu atividades na Federação Nacional dos Jornalistas, ocupando vários

cargos e funções:

1. Suplente de Diretora – 1966 a 1968

2. 2a. Secretária – 1971 a 1974

3. Representante junto a Contcop (Confederação dos Trabalhadores em

Comunicação e Publicidade) – Suplente – 1980 a 1983

4. Membro da Comissão Nacional de Ética e Liberdade de Imprensa – 1995 a 1998

5. Membro da Comissão Nacional de Ética e Liberdade de Imprensa – 1998 a 2001

6. Membro da Comissão Nacional de Ética e Liberdade de Imprensa – 2001 até os

dias atuais.

Na Universidade, a profa. Adísia Sá possui uma carreira repleta de atuações,

participações e implantações de projetos. Sua trajetória e biografia são fundamentais

quando citamos os grandes nomes que fizeram a história das universidades no Estado, no

caso específico, iniciando na Filosofia, e posteriormente, na área de Comunicação Social –

Jornalismo.

A professora traçou assim sua carreira acadêmica:

1. De 1969 a 1984 – Faculdade de Filosofia do Ceará – sendo aprovada no

concurso para Professor Adjunto, na área de Metafísica;

2. Em 1970 – Universidade Federal do Ceará – concurso para Professor

Assistente (preenchimento de vagas junto ao antigo curso de Jornalismo –

então curso de Comunicação Social, do Departamento de Comunicação

Social e Biblioteconomia);

3. Em 1980 – Universidade Federal do Ceará – concurso para Professor

Titular, promovido para o preenchimento de vaga junto ao curso de

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Comunicação Social, do Departamento de Comunicação Social e

Biblioteconomia;

4. De 1973 a 1976 – Universidade de Fortaleza (Unifor);

5. Em 1984 – Universidade Federal do Ceará – aposenta como Professor

Titular;

6. Em 1984 – Universidade Estadual do Ceará – aposenta como Professor

Titular.

Atualmente, a profa. Adísia Sá leva o nome da Cátedra de Jornalismo da Faculdade

Nordeste (Fanor), a primeira cátedra da instituição, e terá aulas quinzenais aos sábados, de

8h às 12 horas, sobre Ética e Legislação, que é oferecida no sexto semestre, sendo

ministrada em conjunto pela profa. Adísia e o prof. de Direito, Oscar Dalva Filho.

De acordo com matéria do Jornal O Povo (11 de fevereiro de 2004) esta é uma

grande homenagem a profa. e jornalista:

(...) fundadora da Associação Brasileira de Ouvidores - Seção Ceará, onde foi primeira presidente, e atualmente é membro da Comissão de Ética da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj). Para ela, a idéia é original no Estado e ''extremamente interessante''. Outro aspecto ressalta, é que serão dois professores abordando na mesma sala as visões jornalísticas e jurídicas em relação à questão.

Em seguida, apresento a entrevista da Adísia Sá para que possamos, através de

suas palavras, por si só, compreender seu pensamento.

Entrevista3

Qual o atual projeto de pesquisa e estudo da profa.?

Bem, eu tenho 13 obras publicadas, mas estou pensando em fazer um trabalho que venha ao

encontro com uma reflexão muito minha e particular. Atualmente, aqui no Ceará, nas

Faculdades de Filosofia, estão restaurando meus trabalhos sobre metafísica, como a

publicação, “Metafísica, para quê”, na qual, eu fiz há muitos anos, logo que entrei no

magistério como desafio aos meus estudantes.

3 Fragmentos da entrevista de Adísia Sá, concedida à Maria Érica de Oliveira Lima, realizada em Fortaleza, julho de 2003.

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Eu quero fazer um livro, uma Teoria do Jornalismo, de inspiração filosófica de jornalismo,

que eu já venho explanando há tempos na Revista de Comunicação da Universidade

Federal do Ceará, que foi objeto da minha tese de titulada, da Federal, e de Livre-Docente,

e que meus examinadores disseram que era uma linha original, que eu deveria explorar.

Mas, com a prática do jornalismo e do magistério, não tive tempo de aprofundar nesta

questão, somente agora, poderei fazê-lo. Esse é o livro dos meus sonhos: uma Teoria

Filosófica do Jornalismo e da Ética, que é hoje, a linha que eu mais desenvolvo. Inclusive,

proferindo palestras em vários lugares do Brasil, para profissionais de várias áreas.

O que a profa. pretende abordar nesta obra?

Por exemplo, na Filosofia do Jornalismo, vou falar da Teoria do Conhecimento,

Agnosologia, eu quero me basear na trindade que é: existe algo, é possível conhecer, é

possível transmitir e a partir daí eu vou dizer: “existe o fato, o jornalista pode conhecer o

fato, ele pode transmitir. E daí vem todo à reflexão e questionamento, agnosiológico,

metafísico e ético”. Então eu algo que desejo aprofundar, até porque não há muita literatura

nesta área e pela minha experiência do jornalismo na prática, e o estudo da ética e o

enriquecimento do Ombudsman.

Como foi o encontro com o Jornalismo no Ceará?

Eu entrei no jornalismo em 1955, por uma seleção. Então me apeguei logo as entidades da

classe, principalmente, a Associação de Imprensa, junto ao Sindicato, mas o mesmo tinha

muita resistência a presença de qualquer pessoa; era formado por membros muito jovens

que acreditavam que apenas jornalistas poderiam ser sindicalizados. Depois de algum

tempo, eles me observando, descobriram mesmo que eu era jornalista, e a partir daí, pôde

me sindicalizar – tive meu registro – e foi a primeira mulher jornalista, sindicalizada, no

Estado do Ceará. E passei 15 anos como sendo a única mulher jornalista sindicalizada, no

Estado, depois, como os estudos, evolução, chegaram minhas ex-alunas, inclusive, Ivonete

Maia, a primeira mulher, presidente de Sindicato de Jornalista do Brasil e ela se tornou

presidente duas vezes, e presidente da Associação Cearense de Imprensa, que tem quase 80

anos, e foi a única mulher presidente. Então nós fizemos, nesta oportunidade, uma geração

de sindicalistas, que eu sempre estive muito ligada às lutas das categorias de magistério e

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de jornalista. Sempre eu tive a linha de frente. Porque achava que eu tinha esse

compromisso. E foi como membro do Sindicato de Jornalista e da Associação Cearense de

Imprensa, que lendo os nossos estatutos que vi lá em um dos seus artigos, o parágrafo sobre

a “criação do curso de Jornalismo”.

Foi a partir daí, desta informação, que a profa. resolveu trabalhar no magistério em

Comunicação Social, com o curso de Jornalismo?

Sim, eu disse: “vamos lutar para cumprir o estatuto!” Fizemos um grupo e depois publiquei

o livro “Ensino de jornalismo no Ceará”, no qual, eu destaco esta história. Então eu fui do

grupo fundador, professora, entramos na Universidade como prof. assistente, pois os

concursos se davam por títulos, e muitos de nós éramos oriundos de outras áreas, mas

tínhamos mais de 10 anos de profissão. Eu particularmente, quando entrei, tinha mais de 15

anos de profissão. Então eu fiz o livro “Ensino de jornalismo no Ceará”, em que eu conto

esta história. Mas, infelizmente, com o passar do tempo, não houve continuidade, pois o

ideal, seria acompanhar, registrando, como eu fiz no Sindicato, publicando a Biografia.

Portanto, não teve ninguém que continuasse o registro da história e evolução do curso de

jornalismo.

Suas obras são referências no Estado do Ceará e no Brasil. Como a profa. destaca essa

importância?

Eu acredito que não são obras definitivas, mas são obras que no futuro, todos que forem

estudar ou refletir sobre a Associação de Imprensa ou mesmo o Jornalismo, vão ter que

passar por estes livros. Porque tudo que eu escrevi está documentado. Então, se alguém for

escrever a história ou reaver, vai ter de recorrer a estas obras. A não ser que queiram

ignorá-las. Mas, mesmo assim, não poderão ignorar plenamente, porque há registros,

documentos privativos do próprio livro.

Quando a profa. terminou o livro “Jornalista Brasileiro”, inclusive a 2a. edição surgiu

uma outra inspiração. Conte-nos...

Eu tinha vontade de escrever uma pequena biografia de uma mulher, a quem eu devo meu

ingresso em rádio. Que é outra faceta na minha vida. O jornalismo, o magistério de

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jornalismo e o magistério de filosofia foram as minhas áreas, sempre, então quando me

aposentei em 1983, fui imediatamente chamada pela mulher do presidente do grupo O Povo

de Comunicação, e fui conversar com Demócrito, presidente do grupo e ouvi: “você não vai

se aposentar”. E lá eu fui ficando. Um belo dia estava eu na redação fazendo a análise do

jornal diário – que futuramente seria o ombudsman, que eu fui a primeira a implantar –

quando chega na redação a Diretora da Rádio dizendo: “Adísia me ajude, pois faltou um

debatedor de hoje e será que você poderia entrar?” Bem, eu disse que de rádio eu só

entendia de ser ouvinte. Mas, eu fui e me transformei ante o microfone. Descobri duas

Adísias: a Adísia calma, de Filosofia, de Jornalismo, e não a “Adísia panfletária”,

“briguenta”, que eu apareci no rádio. E isso me deu muita credibilidade junto à sociedade

cearense, um exercício muito importante... Esse debate que eu comecei a fazer no rádio

ficou, até hoje, no inconsciente do povo daqui. Até hoje eu encontro com as pessoas e elas

têm como referência à “Adísia do rádio”. Mas eu causava mal estar pelas denúncias,

inclusive, de governo, comerciantes, empresários, outras instituições. Então, a Dona

Albanisa, que a presidente do grupo, na época, uma vez disse-me na redação: “olha, eu

tenho sido muito pressionada para lhe tirar do rádio, mas enquanto for presidente do grupo,

você fala neste rádio. Você tem total liberdade de falar”. Então eu resolvi, depois, escrever

a biografia desta mulher, uma forma de agradecer. Mas quando eu comecei a escrever, vi

que todos os outros personagens eram secundários em relação à figura do fundador do

Jornal O Povo, Demócrito Rocha. Então eu fiz o livro “Traços de união”, em que eu conto a

biografia de Demócrito Rocha, que é o avô do atual presidente; a biografia de Dona Creusa,

a mulher dele; a biografia de Dona Albanisa, a filha; a biografia de Dona Lúcia Duma, a

única filha viva de 86 anos; e de Paulo Sarasate, de João Dummar, genros de Demócrito,

porque casaram com as duas filhas que ele teve: Paulo Sarasate com Albanisa e João

Dummar que era o marido de Lúcia Dummar, o pioneiro na radiodifusão no Ceará. Então

esse “Traços de União” registra esta história.

Como foi a participação da jornalista e da professora Adísia Sá na literatura?

Sabemos que a profa. tem um livro que aborda um tema muito interessante, da

personagem de Machado de Assis, conte-nos...

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Eu estava lendo Machado de Assis, relendo a personagem Capitu, e por “brincadeira”,

achei de escrever a releitura da Capitu sob a ótica da própria Capitu. Porque Machado não

dá vez as mulheres, muito menos a Capitu, não é? (risos). Ele apresenta, condena e ela não

fala. Então eu fiz “Capitu, conta Capitu”. Mas sempre na minha cabeça o livro de Teoria do

Jornalismo voltado a uma ética filosófica, etc.

E o Ombudsman, como foi a atuação, a vivência da jornalista Adísia Sá?

Tenho um livro sobre o Ombudsman, talvez o livro mais fraco que tenho, nesta época eu

estava, inclusive, numa fase de transição e transformação existencial – desde jovem eu

tenho algo que me acompanha na reflexão maior que é sobre Deus. Sou formada, criada e

educada em colégios católicos, mas eu não me sentia lá, e de repente, por uma mera

coincidência, mas que no mundo não há coincidências, houve um momento que eu comecei

ler sobre o Judaísmo e estou nesta linha – então no momento que eu fiz este livro sobre o

Ombudsman, então eu estava neste dilema, se me converto ou não e o livro não saiu como

eu gostaria. Contudo, é um registro do momento, participativo, pois como intelectual,

jornalista, bem como cita Gramsci, tem de ser orgânico mesmo... Então, o livro tem essa

idéia de registro, de experiência, de vivência, interferindo no momento e sendo interferido.

Isso para mim é o intelectual orgânico. O intelectual não é aquele que está apenas na

universidade. Ele está lá, mais também, aqui, na prática, na vivência. Este livro vai retratar

este mundo de efervescência, daquele trabalho, daquela luta.

Foram 4 anos de mandato do Ombdusman. Fui pioneira nisto. Tenho mania de pioneirismo

(risos). E pensava: “será que ninguém imagina a ouvidoria num jornal”? Daí fundaram a

Associação, fui a primeira presidente, sobre este assunto e até hoje participo de palestras

sobre ombdusman e ouvidoria, principalmente, no campo da ética.

Profa. Adísia e as amizades intelectuais, as influências, os homens-mulheres geradores

de idéias e atitudes. O que profa. destacaria?

Veja, são pessoas iluminadas: Luiz Beltrão, José Marques de Melo, Anísio Teixeira, Paulo

Freire; aqui no Ceará, o Lauro de Oliveira Lima... Veja são pessoas que geraram idéias, e

ainda hoje geram, criadores, mágicos. Eu lembro que aqui no Ceará falavam: “vamos sair

atrás do Lauro gravando o que ele diz, pois assim poderemos criar novas coisas”. Então eu

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sempre achei que o dinamismo, que estes amigos possuem ou possuíam, sempre foi

referência para mim. Eu não nasci para ser burocrata. Dirigi a rádio, e quando estava

angustiando o presidente, eu saí, pois ele dizia: “tu vais deixar o debate, vai ser Diretora” e

eu pensava: “tu estás querendo me tirar do microfone”. E quando eu terminei de dirigir a

rádio eu disse: “então, agora, vou voltar ao microfone”. Mas, o presidente veio com outra

novidade: “não Adísia, vamos criar a figura do Ombudsman”. Bem, Demócrito, que eu

chamo carinhosamente de “meu galego” ele de qualquer forma me tirou do debate, mas não

do microfone em si, pois eu tenho hoje, todo dia, uma participação no programa matinal na

Rádio O Povo e daí podem aflorar as idéias.

E a história do Grupo Fundador do pensamento da Escola de Comunicação do

Ceará?

Nós tínhamos uma Revista Científica em Comunicação, mas com a saída do grupo

fundador, apesar de toda a deficiência que enfrentamos, muitas coisas boas foram feitas e

produzidas. Éramos da prática da redação... Tinha o prof. Geraldo Costa, Ubaldo Landim,

Luís Campos, Filizardo Mont´Alverne, Faria Guilherme – que foi muito importante porque

ele era muito burocrata (risos) e gostava de coisas muito organizadas, sem sombra de

dúvida, o inspirador da Revista e enquanto ele esteve à frente, o veículo manteve sua

periodicidade – mas com a saída dele, assim como do grupo fundador, neste momento,

foram entrando nossos ex-alunos e estes não tinham o perfil do grupo. Não tinham a

vivência prática e histórica, digamos assim. Esta Revista foi muito interessante. Por

extensão apareceram novos pensadores, uma nova geração, como a Júlia de Miranda

Canoco, Doutora, fez análises sobre editoriais; Gilmar de Carvalho também Doutor e muito

expressivo na Comunicação e Cultura; a Márcia Vida na área do Radiojornalismo, também

Doutora, enfim, aquela geração passada deixou sementes, e outros jovens que continuaram

a pesquisa e reflexão. Porém, a maioria de maneira isolada. Não houve mais aqui no Ceará,

depois do nosso grupo, algo que pudesse ser considerado a continuidade.

Como funcionava a integração do “Grupo do Ceará”?

Nós discutíamos muito e visando a produção, a publicação. A Revista de Comunicação –

que tinha o perfil, a preocupação de analisar o comportamento dos veículos de

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comunicação, uma produção local. Coisas do Ceará – permitiu e muito a capitalização, pólo

de produção, tipo: “o que você vai escrever; o que você vai falar, etc”. Eu sempre segui a

mesma linha, mas tive a continuidade depois. Tem o prof. José Camilo de Araripe, que foi

um bom companheiro lá dentro, e foram, aos poucos, entrando outros, mas o grupo

fundador denominado “Grupo do Ceará” fez história!

Contudo, devo destacar aqui, sobre a existência desse grupo, e faço em justiça, as duas

personalidades muito importantes na história do Jornalismo Brasileiras: Luiz Beltrão e José

Marques de Melo. A criação da escola, aqui, deve-se muito a esses dois importantes nomes.

Eles sempre estiveram a nossa disposição. Mantínhamos um contato constante. O prof.

Beltrão vinha aqui (Fortaleza), nós íamos lá (Recife); o prof. José Marques muito

requisitado no Brasil todo, mas ele sempre encontrava um tempinho para nós. E dizia

naquele jeito alagoano de ser: “Adísia (o sotaque bem forte) o que está fazendo; Adísia não

esqueça disso; Adísia produza isso, etc” e nos encontrávamos em Congressos, etc. Este

grupo deixou registros importantes, principalmente, na Revista de Comunicação. Ou seja,

nós marcamos a história. A Escola de Comunicação Social da UFC está aí, com 30 anos. Já

temos “netos” ou seja, professores ex-alunos de ex-alunos nossos, do “Grupo do Ceará”.

Sem dúvida que há uma continuidade daquela semente plantada, uma continuidade não

sistemática, mas referencial, histórica. Então, mesmo que hoje, a uma precariedade, às

vezes, aqui ou acolá, a Escola (UFC) tem o retrato histórico do “Grupo do Ceará”. Os

outros professores do grupo estão todos aposentados e foi uma passagem, sem sombra de

dúvidas, que valeu muito a pena!

Como a profa. e a jornalista Adísia Sá vê a prática do jornalismo hoje?

Para mim, o jornalismo aqui no Ceará, a vinda de novas máquinas e equipamentos,

principalmente, do jornal chamado, O Jornal, de Bonaparte, ele revolucionou a imprensa,

porque ele trouxe diagramadores, ele trouxe pessoas voltadas para as editorias que nós não

tínhamos, então mudou a cabeça. E a partir daí a imprensa cearense começou se adequar ao

novo jornalismo, mais profissional. Daí os novos jornalistas que chegavam também vinham

com uma visão teórica muito boa e, com isso, o jornalismo ganhou muito, a imprensa

escrita ganhou muito, talvez, o que menos ganhou foi o rádio, a televisão, por questões

históricas, por uma incompatibilidade entre a categoria dos jornalistas e a estrutura dos

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veículos. Então, os próprios jornais se industrializaram, haja vista, os que existiam eram de

grupos econômicos. Aqui, no Ceará, o único que vinha do jornalismo mesmo era o grupo O

Povo de Comunicação. Então isso pesou muito para o suas dívidas, já que, o jornal precisou

se informatizar também, se industrializar, e isso fizeram com que, até hoje, tenhamos

heranças de dívidas, inclusive, estamos aí na lista das empresas que devem o INSS. Eu fui

até prestar depoimento. Eu fiz uma análise histórica. O jornal tinha que se atualizar e o

dinheiro que entrava todo dia era investido no próprio jornal. A família não era rica. Eu até

falo e repito que Demócrito Rocha (avô do presidente atual do grupo) não deu uma casa

própria para sua família... ou seja, tudo que ele fez, conseguiu, ficou no jornal. Então, o

dinheiro do outro lado da família, dos netos, vem do João Dummar, um dos homens mais

ricos do Ceará, e não dos Rochas. Lúcia, a filha do Demócrito, fundador do jornal, mãe do

Demócrito – neto – hoje presidente, continua o legado da família.

Conclusão

Em mais de uma hora de entrevista, sobre os mais diversos assuntos: filosofia,

comunicação, jornalismo, sindicato, associações, grupos de mídia, literatura, novos

projetos, histórias de ontem e de hoje, a profa. e jornalista Adísia Sá está retratada neste

simples ensaio que visa contribuir para o registro da história do jornalismo brasileiro.

Precisaríamos de muito mais para aprofundar e captar todo o pensamento da Adísia.

Contudo, a intenção é valorizar nossa história e personalidades. Revelar, descortinar o

progresso das idéias, atitudes e sementes plantadas, como a do “Grupo do Ceará”, fundador

do hábito da discussão acadêmica que originou, posteriormente, na publicação da Revista

de Comunicação Social da Universidade Federal do Ceará. E enquanto estiveram unidas na

UFC, as idéias, através da revista, se fizeram presente no cenário nacional. Como a do

número 1 – 2, vol. XII que apresenta artigos da profa. Adísia Sá – “Os meios de

comunicação de massa e os grupos dominantes no Ceará”; prof. Geraldo Jesuíno da Costa –

“Planejamento e produção gráfico-industrial nas imprensas universitárias”; prof. Gilmar de

Carvalho (da nova geração) – “Propaganda no Ceará: do propósito de escrever uma

história”, entre outros. Hoje o curso conta com uma publicação científica (em outro

formato, perfil, etc), que é resultado, certamente, do “Grupo do Ceará”.

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Porém, o grupo não existe mais, enquanto constituição de idéias. Assim como bem

disse a profa. Adísia Sá, hoje, muitos pesquisadores, aqui no Ceará, trabalham isolados.

Portanto, minha conclusão se refere a uma reflexão sobre os processos modernos de

trabalhar às pesquisas e às idéias, que foram modificando ao longo dos tempos. Hoje,

muitos perderam o prazer do contato dos colegas de departamento, do trabalho de

construção, do registro e da evolução dos campos científicos enquanto novas descobertas a

serem compartilhadas. Muitos perderam a oportunidade de está atrelando tecnologia,

capital, com o exercício do pensar e fazer política acadêmica por vocação, competência e

melhorias. Contudo, hoje, uma série de outras questões mais amplas e profundas, internas e

externas, vão, aos poucos, redesenhando o quadro de grupos de estudo, de idéias, de

instituições de ensino superior no País.

Referências Bibliográficas

O POVO. Fortaleza, 11 de fevereiro de 2004.

REVISTA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL. Vol. XII, número 1 – 2. Universidade

Federal do Ceará, Centro de Humanidades, Departamento de Comunicação Social e

Biblioteconomia, Fortaleza, 1982.

SÁ, Adísia. Traços da união. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha, 1999.

SÁ, Adísia. Entrevista concedida à Maria Érica de Oliveira Lima. Fortaleza, julho de 2003.