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UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO BÁSICA: PARA ALÉM DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES Ana Maria de Mattos Guimarães Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada - UNISINOS Capes/Programa Observatório da Educação CNPq

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Encontro puc minas

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UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO BÁSICA: PARA ALÉM DA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES

Ana Maria de Mattos Guimarães

Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada -UNISINOS

Capes/Programa Observatório da Educação

CNPq

Mostrar a importância do papel dauniversidade para além da formação inicial deprofessores, a partir de narrativas dedocentes e das diferentes identidades quenelas se constituem.

A constituição da profissionalidadedo professor de Língua Portuguesa:a formação de futuros docentes em foco

(Apoio Fapergs)

Por uma formação continuada cooperativa para o desenvolvimento do processo educativo de leitura e produção textual escrita no ensino fundamental

(Apoio CAPES-Obeduc)

Geração de Dados Entrevistas antes e após entrada em sala de aula

InteracionismoSociodiscursivo

(Bronckart, 2006);

Construção social do significado através da interação (Boutet,1997)

Identificação de fatores para a constituição do docente como ator do processo de ensino

GÊNEROS TEXTUAIS SEQUÊNCIA DIDÁTICA na formação inicial;

PROJETOS DIDÁTICOS DE GÊNEROS, na formação continuada

Ator : as formas textuais colocam o actante como a fonte de um processo em que lhe são atribuídas capacidades, motivações e intenções

Agente: ao actantenão são atribuídas capacidades, responsabilidades, intenções e motivações

É capaz de pilotar um projeto de ensino

Assume a postura de quem avalia o contexto de ensino em que está inserido, negocia para gerenciar reações, interesses e motivações dos seus alunos e mantém ou reconfigura o seu planejamento de acordo com a necessidade da sala de aula.

Discursos produzidos pelos falantes

apresentam traços observáveis vinculados a uma rede de valores semânticos que podem revelar o que os entrevistados pensam sobre determinado assunto ou como é sua relação com o objeto da pergunta feita

eu explícito com

verbo + agentivo

Pleno

sujeito nulo com

verbo + agentivo

Alto

eu explícito com

verbo –agentivo

Médio

a gente = nós Médio

Tu genérico

a gente genérico

Baixo

Construções sociais

Cada um de nós vive uma variedade de identidades potencialmente contraditórias

(Weeks,J,1990, p. 88)

Identidades na formação : aluno-professor

PERTENCIMENTO

é na verdade assim ãh tendo: em vista agora todas as entrevistas que a gente fez com professores, todas as situações que a gente >já passô de observação de aula< ou de aplicação de projeto eu acho que o ser professor tu nunca tá totalmente preparado.

que nem eu já peguei professores com trinta anos de experiência que eles olham pra gente e- de- e dizem assim bom >vocês que estão chegando agora o que vocês podem falá pra gente?< entã:o na verdade tu sai daqui com uma carga de conhecimento teórico (.) e um poco de experiência mas tu vai te prepará na: no atuá (Aluna-professora: 7º. Sem. Letras)

(.) mas eu não tive essa experiência de chegánuma sala de aula e ensiná português (1seg) mas ãh ensináportuguês é torná os alunos aptos a usArem a língua (.) de forma adequada nas situaçõesque eles vivem

Na representação No estágio

é eu comece:i na verdade assim os conteúdos <não fui eu> que escolhi né a escola propôs que eu trabalhasse aquilo. eucomecei ãhtrabalhando com acentuaçã:o na nova [ortografia]

AMANDA: (...) daí a professora titular da turma veio falácomigo =que era pra mim fazê:: não um artigo de opinião mas uma dissertação (.) [e que era]

RAFAELA: [uma dissertação?]

AMANDA: ãh ãh. (01 seg.) e eu tinha trabalhando artigo de opiniã@o com eles e que era pra mim fazê a introduçã:o, <dois (.) ãh parágrafos> de argumento, >argumento positivo, argumento negativo e conclusão<. e daí toda proposta, toda discussão, tudo que eu tinha feito era a mesma coisa que bom não precisava tê feito. >porque eu fiz< toda discussão pra eles deba[terem]

RAFAELA: [hum hum] te entendo

AMANDA: e daí ela vem com uma: dissertação (.) número de parágrafos, número de linhas, [estrutura]

RAFAELA: [e tu seguiu] essa ideia dela? =

AMANDA: = não.

RAFAELA: e como tu te sentiu?

AMANDA: (02 seg.) era minha aula, era o que eu tinha planejado (.) eu tinha me proposto a fazê aquilo (.) como é que: (.) dez minutos antes ela vem e pede muda

PERTENCIMENTO (Weeks,1990)

Aproximar reflexões produzidas/em

produção em nível acadêmico ao fazerprofissional de docentes de Língua Portuguesa

para, num processo cooperativo,

alavancar o desempenho dos alunos no

que diz respeito à leitura e escrita como

práticas sociais, vistas como pilares de

uma educação preocupada com os desafios dofuturo que os espera.

Wells, 2007

◦ Estabelecimento de uma cultura de interação entre os saberes teóricos da academia e os saberes experienciais dos professores, regida pelo diálogo, pela mediação e pela exploração de novas possibilidades de ação.

REFLEXÃO + PRÁTICA

CARNIN, A. , 2013

Sem resposta ativa do professor e, posteriormente, do aluno, não se podedizer que houve desenvolvimento.

Estímulo à autonomia.

Estímulo à autoria.

ARTICULAÇÃOENTREREFLEXÃOEPRÁTICA

Projetos didáticos de gênero

PDGs

Alargamento da noção de sequência didática:

Leitura (incluindo a do não-verbal e a do multissemiótico) e escrita colocadas lado a lado

Leitura como diálogo entre os sentidos atribuídos ao texto por seu autor e aqueles dados pelo seu leitor, por sua vez, transformado em autor

Sentido co-construído

Focar, no máximo, em dois gêneros, numa relação clara com as práticas sociais da comunidade a qual se destina

Circulação dos textos produzidos/preocupação com a interlocução projetada.

O momento histórico – o que nos leva a escolher temas

A constituição sócio-histórica de uma determinada escola e de seus aprendizes – o que nos leva às práticas sociais

A escolha de um gênero que contemple tema/prática social

A necessidade de trabalhar com gêneros de diferentes domínios

Ultrapassar o conhecimento cotidiano de gênero:

Gênero = tipo

Gênero “argumentar”

Partir do conhecimento cotidiano para a desenvolvimento do conceito de gênero que queremos atingir

Gênero artigo de opiniãox debate x

carta de reclamação

Não se trata de ensinar um gênero pelogênero, pelo conhecimento e/ou identificaçãode suas características composicionais

Trata-se de ensinar a usar o gênero,apropriar-se dele para agir com eficiência emoutras práticas sociais

Cuidar a transposição de gêneros e práticassociais para a esfera da escola, para não“escolarizá-las” em demasia

Construções sociais

Cada um de nós vive uma variedade de identidades potencialmente contraditórias

(Weeks,J,1990, p. 88)

Identidades na formação continuada: professor tradicional X professor inovador/ ATOR

(PROF) porque (.) eu penso a↓ssim (.)nem- nesse contexto nessa realidade (.) daqui da es↓cola (.) tu ficáensinando, muita gra↓mática (.) é complicado (.) po:rque:: (.) eles têm que abstrair demais e::: (.) não chega- não sei se chega a ter uma utilidade muito grande pra eles então eu penso que: que a interpretação de te:xto ↓né (.) e a questão de eles: (.) conseguirem produzir ↓textos (.) de diferentes (.) gêneros uhum é importante (.) ma::s ao mesmo tempo eu fico. (.) me culpa:ndo porque será que eu não deveria dar um pouco mais de gramática porque eles vão chegar lá no ensino mé:dio, (.) e eles não vão sabe o que °é:° um adjetivo, um substantivo, (.) (Professora D.).

(ALE) i:: (.) como tu acha que teus alunos vão usá o que aprendem na escola?

(PROF) (.) nos contextos ↑fora da es↓cola (.) conseguem (.) apli↑cá (.) algun:s (.) ↓sim, algun:s (.) ↓não, porque alguns o contexto fora da escola é mu:ito (.) cruel né (.) mui↓to oe- sei lá será que pro traficante pro qual ele trabalha vai consegui usá o traficante vai exigi que ele saiba escrevê produzi um te:xto uhum xx

(ALE) muito distante da realidade né

(PROF) é

(Professora D.).

↑a eu acho que tá sendo bem- bem produtiva

assim eu tô- entrei esse ano (.) nesse projeto

não foi só assim por a:i vou participá do projeto

mas pra tentá mudá realmente

mhm

pra tentá aplicá assim eu tô tentando assim

>às vezes< eu- eu lembro uma coisa >ops mas a

gente falô lá que não é legal eu vou começá

a não fazê porque nem sempre tu se dá conta

de que as coisas que tu faz não são legais<

mhm

muitas vez- se tu se desse conta > que não era

legal tu não fa↑ria né<

(.)

sim

e com o projeto tu consegue se dá conta a::i eu

faço i:sso eu posso mudá eu tenho que mudá nem

sempre a mudança vem na ho:ra né

mhm

[eu] tenho motivação de ↑ai

>eu vou fazê, eu vou mostrá pros colegas<

a: se eu tivé uma dificuldade eu vou

conversá eu vou perguntá:, eu tenho

com quem compartilhá: (.) tem pessoas

que entende do que eu- do que eu tô

querendo dizê:

e: aqui eu acho que assim o projeto

não

↑foi só meu o projeto foi do ↑grupo

>eu acho que ↑todos os projetos<

têm

um pouquinho de cada um né:

...

PERTENCIMENTO (Weeks,1990)

Mudança passa também pelo trabalho cooperativo entre academia e escola

teoria alimenta prática e vice-versa.

IMPORTÂNCIA DE O TRABALHO DA UNIVERSIDADE IR ALÉM DA FORMAÇÃO INICIAL

www.generosdetexto.com.br

Desenvolvimento profissional dos professores: instrumento essencial para o desenvolvimento social do Brasil