empório #3 - dez 2009

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NOVAS REGRAS PARA OS CARTÕES Revista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis - Ano 1 - nº3 Comércio investe nas contratações temporárias para as vendas de fim de ano Saiba o que pode – e o que deve – mudar no mercado de cartões de crédito no Brasil EMPREGO SPC: Seminário promove eficiência na gestão do crédito, da concessão à cobrança

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Revista da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis - Ano 1 - Número 3

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Page 1: Empório #3 - DEZ 2009

novas regras para os cartões

Revista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis - Ano 1 - nº3

Comércio investe nas contratações

temporárias para as vendas de fim de ano

Saiba o que pode – e o que deve – mudar no mercado de cartões de crédito no Brasil

emprego

SPC: Seminário promove eficiência na gestão do crédito, da concessão à cobrança

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2 Empório | outubro 2009

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outubro 2009 | Empório 3

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4 Empório | outubro 2009

índice

Palavra do Presidente Uma relação desigual

OportunidadeVagas temporárias no comércio

AlertaRedução na jornada de trabalho prejudica a economia

Lojistas defendem

novas regras para

os cartões de crédito

Conscientização Casa do Imposto atrai 3 mil visitantes

Legalidade Governo do Estado cria conselho contra a pirataria

0706

08

16

14

10Foto

s: Carlos pErEira

Page 5: Empório #3 - DEZ 2009

outubro 2009 | Empório 5

Radar LojistaMobilização da CDL aumenta concorrência no

mercado de passagens aéreas da Capital

Capacitação14o Seminário de SPC promove eficiência na gestão de crédtio

SPC RespondeO que fazer para tirar o nome do SPC?

CDL DIRETORIA 2009

Presidente: Osmar Silveira

Vice-Presidente: Nilton José Cardoso

Diretor Secretário: Pedro Paulo de Abreu

Diretor Financeiro: Laerte Alves de Andrade

Diretor de SPC e Serviços: Marco Aurélio dos Santos

Diretor de Relações Públicas: Diego Almir Coelho

Diretor de Assuntos Públicos e Políticos: Kissao Alvaro Thais

Diretor de Assuntos Econômicos: Itamar José da Silva

Diretora de Desenvolvimento: Sara Toscan Camargo

Diretor de Marketing: Ronaldo Koerich

CONSELHO FISCALAntônio Guimarães JúniorJorge VasquesHumberto Moacir Koerich

SUPLENTESAldo NienkötterAntônio Pereira OliveiraCarlos Eugênio Koerich

18

20

22

Rua Felipe Schmidt, 679, CentroFlorianópolis - SC - CEP 88010.001

(48) 3229 7000

[email protected]

Produção

(48)3025 [email protected]

Impressão

(48)3225 [email protected]

CDl Na iNtErNEt

Acessewww.cdlflorianopolis.org.br

e confira essas e outras notícias do varejo

Divulgação azul

Evento Florianópolis se prepara para Convenção Nacional Lojista de 2010

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Page 6: Empório #3 - DEZ 2009

6 Empório | outubro 2009

Em uma cidade com o perfil de Florianópolis não é viável ser lojista sem operar com cartões de débito e crédito, o que é extensivo para todo o litoral catarinense, especialmente pela presença massiva de turistas, que o utilizam pela segurança e pela ampla aceitação. Nos últimos anos esta ferramenta se expandiu entre as classes C e D, substituindo as formas mais tradicionais de compra com car-nês ou cheques pré-datados.

Entretanto, diante da relação de-sigual entre as administradoras de cartões, lojistas e consumidores, as vendas com essa ferramenta se tor-naram um prejuízo recorrente para o comércio. O movimento lojista, lidera-do pelo catarinense Roque Pellizzaro Junior, que preside a Confederação Nacional, tem avançado na luta por equidade neste processo.

É um caso típico onde as virtudes podem se transformar em camisa-de-força. O varejo não pode abrir mão de operar com cartões, mas o desgaste em utilizá-los não os faz compensadores. Na matéria de capa desta edição, mostramos a necessidade imperiosa de aprovar no Congresso Nacional as leis que assegurem a reciprocidade nos ga-nhos. O lobby das grandes bandeiras multinacionais é poderoso, contudo a representatividade das CDLs e a influência dos lojistas junto a seus representantes no parlamento fe-deral são capazes de mudar o fim deste imbróglio.

Também quero compartilhar al-gumas alegrias – como a exitosa participação na 50ª Convenção

Nacional do Comércio Lojista, em Vitória (ES), onde vendemos cerca de 1.300 inscrições para o evento do próximo ano, em Florianópolis. Em um esforço que uniu a CNDL, a Federação das CDLs de Santa Cata-rina e a nossa entidade, mostramos a boa imagem que detemos em ní-vel nacional e o potencial que Floria-nópolis detém para sediar grandes eventos empresariais. Sentimo-nos lisonjeados, mas, é claro, isso au-menta nossa responsabilidade em organizar um evento de magnitude e qualidade sem precedentes.

Outra demanda de interesse públi-co que a CDL ponteou e tem obtido resultados favoráveis é o aumento da oferta de vôos para a capital ca-tarinense, inclusive com a operação de outras companhias aéreas, redu-zindo as tarifas hoje praticadas.

Em comum, os três assuntos – quase todos abordados na pre-sente edição da revista Empório – mostram que demos passos largos rumo ao triunfo, mas ainda temos muito a fazer. A participação dos nossos associados e tantos outros empresários do comércio de Floria-nópolis é que fará a diferença.

Obrigado pelo apoio e boa leitura.

OSMAR SILVEIRAPresidente da CDL

de Florianópolis

O varejo não pode abrir mão de operar com

cartões, mas o desgaste

de utilizá-los não os faz

compensadores

uma relação desigualpalavra do presidente

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outubro 2009 | Empório 7

alerta

carga horária reduzida é prejudicial para a economiaEmenda em discussão no Congresso pode gerar desempregoe levar comerciantes à informalidade

Preocupados com a aprovação desta proposta polêmica, representantes do varejo catarinense foram a Brasília no dia 25 de agosto para tentar sensibili-zar os parlamentares das consequên-cias negativas que esta medida pode trazer para a economia. “O Brasil já tentou essa estratégia quando reduziu

a diminuição da jornada de tra-balho de 44 para 40 horas, em discussão no Congresso, não é a

solução mais eficiente para gerar em-prego e estimular a economia brasilei-ra. Pelo contrário, caso a proposta de emenda constitucional seja aprovada (ver box), a tendência é que muitos comerciantes acabem partindo para a informalidade ou sobrecarregando os trabalhadores já contratados. “Os mi-cro e pequenos empresários, que são maioria no estado, não têm condições de absorver os custos de mais contra-tações com a redução da carga horá-ria”, afirma Osmar Silveira, presidente da CDL de Florianópolis.

O dirigente acredita que a diminui-ção da jornada não é uma alternativa viável no momento atual do comércio varejista e representa uma intervenção no processo de livre negociação entre empresa e trabalhador. A proposta prevê ainda ampliação do adicional da hora extra de 50% para 75%, o que representa mais um risco para a saú-de financeira dos comerciantes. “En-quanto a produtividade cai os custos aumentam. A equação vai contra a criação de empregos”, avalia Silveira. Para o presidente da CDL, ao contrá-rio do que acreditam os defensores da proposta, a redução da jornada de tra-balho pode até mesmo resultar em um aumento nos índices de desemprego.

a jornada semanal de 48 para 44 horas, em 1988, e o emprego não aumentou. Ao contrário, as empresas encolheram seus quadros, compraram tecnologias poupadoras de mão de obra e o de-semprego cresceu”, lembra Sérgio Me-deiros, presidente da Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC).

o movimENto lojista NaCioNal sE maNiFEstou

Em BrasÍlia CoNtra rEDução Da jorNaDa

Divu

lgaç

ão C

NDl

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 231/95 foi aprovada em

junho por uma comissão especial criada pela Câmara dos Deputados.

Para entrar em vigor, ela precisa agora ser aprovada por três quintos

dos parlamentares em dois turnos de votação, na Câmara e no Senado.

De acordo com o relator da proposta na Câmara, deputado Vicenti-

nho (PT/SP), todos os partidos já assinaram um requerimento dando

preferência para que o projeto siga

para o plenário, mas não há

previsão de quando ele

será votado. Mesmo assim,

ele avalia que a redução da

jornada deva ser apreciada

ainda em 2009.

aprovação DEpENDE DE 3/5 Da CÂmara

3/5 = 308 votos

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8 Empório | outubro 2009

oportunidade

a aproximação das festas de fim de ano e a perspectiva de recu-peração do consumo depois da

crise fazem com que o comércio se prepare para reforçar suas equipes de vendas. De acordo com estima-tiva da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), cerca de 139 mil vagas temporárias serão abertas em todo o país para atender à demanda para este Natal. Calcula-do com base na previsão de um cres-cimento de 7% nas vendas no fim de ano, o número de vagas previstas é 5% superior ao resultado de 2008.

O cenário, otimista em âmbito na-cional, esfria um pouco quando che-ga ao varejo catarinense. De acordo com a Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC), a retração de 6,76% nas vendas registrada nos oito

temporada de empregosRecuperando-se de um ano de crise, varejo da Capital prevê a abertura de 2,5 mil vagas temporárias para atender demanda dos próximos meses

primeiros meses do ano deve frear o ritmo das contratações temporárias. De acordo com Sérgio Medeiros, presidente da FCDL/SC, o número de vagas deve ser 20% menor do que em 2008. Mesmo assim, 20 mil vagas temporárias devem ser criadas no varejo estadual.

Na Capital, nem mesmo o poten-cial turístico do verão que se apro-xima será capaz de reverter a ten-dência de redução nas contratações temporárias. A expectativa da CDL de Florianópolis é de uma queda de 10% a 15% em comparação ao mesmo período do ano passado. “Acreditamos que sejam abertas 2,5 mil vagas para a temporada, mas se mantivermos os números de 2008 já será positivo”, avalia Osmar Silveira, presidente da CDL.

O funcionário temporário tem

praticamente os mesmos direitos

e benefícios legais que o efetivo. A

principal diferença é que ele não

tem direito a aviso prévio e nem

à multa rescisória, devido ao pra-

zo determinado de seu contrato.

Confira abaixo os principais direi-

tos do trabalhador temporário:

• Registro na carteira profissional;

• Remuneração equivalente à dos

efetivos;

• Jornada máxima de oito horas

diárias e de 44 horas semanais;

• Pagamento de horas extras,

não excendo duas horas por dia;

• 13º salário proporcional;

• Pagamento de férias proporcio-

nais, acrescidas de 1/3 de férias;

• Vale-transporte;

• Benefícios e serviços da Previ-

dência Social;

• Depósito do FGTS, que substitui

a indenização do tempo de serviço;

• O trabalho temporário conta

como tempo de serviço para apo-

sentadoria;

• O contrato deve ser de até três

meses, podendo ser renovado por

mais três, mediante autorização

do Ministério do Trabalho.

vaga tEmporária, DirEitos iguais

Fonte Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem)

Carlos pErEira

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outubro 2009 | Empório 9

não deixe esta vaga escaparSe você conseguiu um emprego temporário no comércio, saiba o que é preciso fazer para aumentar as chances de ser efetivado

Carlos pErEira

FuNçõEs mais proCuraDasSegundo pesquisa anual da Associação Brasileira das Empresas de Serviços

Terceirizáveis e de Trabalho Temporário (Asserttem), os profissionais mais solicitados

neste final de ano serão atendentes de loja, analistas de crédito, empacotadores,

estoquistas, fiscais de loja, operadores de telemarketing, além – é claro – de pessoas

para fazer o papel de Papai Noel.

a s pessoas que se candidatam a uma vaga temporária dividem-se basicamente em dois perfis. Há

aqueles que esperam continuar no em-prego após o encerramento do contrato e outros que buscam apenas uma renda extra no fim do ano. Para quem tem o

objetivo de continuar trabalhando no comércio, o caminho é um só: desta-car-se entre os demais funcionários contratados nas mesmas condições.

É importante ter em mente que seu desempenho está sendo observado de perto pela administração da loja. Por

isso, o funcionário temporário deve procurar agir como se já fosse efetivo, combinando dedicação à empresa e compromisso com os resultados. Saber trabalhar em equipe e ter um bom rela-cionamento com os colegas é outro re-quisito muito valorizado no comércio. Atitudes como estas fazem com que suas chances de ser efetivado aumen-tem consideravelmente.

Empresas varejistas em processo de expansão têm mais possibilidades de reter o funcionário, em função de pro-jetos de ampliação do número de pon-tos de venda. A experiência adquirida durante o contrato temporário torna-se uma vantagem tanto para o traba-lhador quanto para o lojista, reduzindo custos de treinamento. Para o varejis-ta, além de suprir a demanda imediata em um período de alto movimento, o temporário ainda pode ser contratado mais tarde para cobrir férias ou licença dos efetivos.

De acordo com a CNDL, a expec-tativa é que pelo menos 18 mil traba-lhadores sejam efetivados no comércio brasileiro no início de 2010. Com um percentual de 13% de efetivação, os re-sultados nacionais devem ser superio-res à média histórica de 10%.

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10 Empório | outubro 2009

matéria de capa

a s elevadas taxas de juros cobra-das pelos cartões de crédito são apontadas pelos lojistas como

uma das principais causas do aumen-to da inadimplência no país. Atual-mente, o consumidor que entra no chamado “crédito rotativo” – ou seja, que não conseguiu quitar a fatura do cartão – tem que pagar em média 12% ao mês de juros. Em um ano esse índice acumulado pode chegar a 400%, o que acaba afastando milhares de pessoas do comércio formal. E não é só isso. Além do ônus decorrente de uma cobrança que pode ser considerada abusiva (já que a taxa básica de juros no país é de 0,69% ao mês), o consumidor sofre ainda com o repasse dos custos operacionais para os preços.

Mas, se depender dos varejistas, essa situação está prestes a mudar. Depois de muita pressão por parte

da CNDL, das FCDLs e das CDLs em todo o país, em uma ação que incluiu audiências e manifestações públicas no Congresso Nacional, o Banco Central divulgou no início de outubro uma série de propostas para regulamentar o mercado de cartões. Entre as medidas estão, além da re-dução das taxas, o uso compartilhado

das máquinas leitoras de cartões por diferentes bandeiras e a cobrança di-ferenciada para compras em dinheiro e com cartão de crédito, atualmente proibida por uma portaria do Minis-tério da Fazenda.

De acordo com estudo produzido pelo BC com o apoio dos ministérios

da Fazenda e da Justiça, a indústria de cartões no Brasil é hoje excessiva-mente verticalizada e não tem repas-sado aos clientes as reduções de custo obtidas com ganhos de escala. Atual-mente, os cartões Visa e Mastercard, juntamente com suas credenciadoras Visanet e Redecard, representam 91% dos 66,6 milhões de cartões ativos no

Brasil, entre as modalidades de débito e crédito. De acordo com o diagnóstico do BC, em cinco anos o volume de tran-sações com cartões passou de 1,4 bilhão (2002) para 3,9 bi-lhões (2007). Nesse período, a taxa média paga pelos lojis-

tas aos credenciadores foi de 5% para a operação de cartão de crédito, sem contar o aluguel das máquinas.

“No mercado brasileiro, onde apro-ximadamente 40% dos pagamentos no comércio são feitos com cartões de crédito, as duas principais operadoras detêm o poder de impor serviços e

Além de pagar juros abusivos, o consumidor sofre ainda com o repasse de custos operacionais para os preços no comércio

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outubro 2009 | Empório 11

novas regras para os cartões

Campeões de reclamação no Procon e com taxas que chegam ao dobro das cobradas pelos bancos no cheque especial, os cartões de crédito finalmente podem ser regulamentados no país

outubro 2009 | Empório 11

equipamentos ao varejo, cobrando os preços que desejarem”, ressalta Roque Pellizzaro Junior, presidente da Con-federação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). Um comerciante de pequeno porte, por exemplo, paga às administradoras uma taxa de 4,5% so-bre as vendas feitas com car-tão e recebe somente após 30 dias. Se ele quiser antecipar esse repasse, tem que pagar mais 10%. “Invariavelmen-te, esse custo acaba sendo transferido em parte para o consumidor, até por uma questão de sobrevivência das empresas de menor porte”, diz Osmar Silveira, presiden-te da CDL de Florianópolis. “Por isso, outra demanda de extrema importância para o varejo é a redução desta taxa e a definição de um prazo menor para a loja receber das operadoras”, completa o diri-

gente. A intenção é fazer com que o lo-jista receba em dois dias, a exemplo do que já ocorre em outros países.

Outra bandeira do movimento lojis-ta é o fim dos custos com o aluguel das máquinas leitoras de cartões. Além de todas as taxas operacionais, o lojista

precisa pagar um valor mensal para poder utilizar as leitoras. Atualmente, existem no cerca de 2 milhões de má-quinas em operação no comércio. Com um aluguel girando em torno dos R$ 120, as operadoras garantem uma re-ceita de mais de R$ 200 milhões todos

os meses apenas com a locação das máquinas. “Queremos ti-rar esse montante da indústria dos cartões e transferi-lo para o consumo brasileiro”, afirma o presidente da CNDL. Nos EUA, não há pagamento de aluguel e as empresas operam somente com uma máquina para todas as bandeiras.

Com relação às máquinas, ao menos uma destas circuns-tâncias já começou a mudar. Trata-se da necessidade de ter equipamentos exclusivos para realizar as transações de cada operadora. A Redecard já abo-liu essa exclusividade e seus ter-

• Integração das redes usadas pelas diferentes

bandeiras de cartões para que os lojistas só neces-

sitem ter uma máquina de cobrança.

• Extinção da portaria número 118/1994 que

proíbia a diferenciação de preços para diferentes

formas de pagamento (cartão ou dinheiro).

• Reduzir o atual prazo de 30 dias para receber o

reembolso das vendas efetuadas no cartão de cré-

dito ou reduzir as taxas cobradas para eventuais

antecipações deste repasse.

• Abertura da atividade de credenciamento e o

fortalecimento de esquemas nacionais de cartões

de débito, entre outras medidas.

o quE quErEm os lojistas

Page 12: Empório #3 - DEZ 2009

12 Empório | outubro 2009

Em julho deste ano, dados do

Banco Central apontaram um re-

corde no nível de endividamento

do consumidor brasileiro relativo

a movimentações com cartões de

crédito. Somando crédito rotativo,

parcelamento com juros e saques

chegou-se a um valor de R$ 14,56

bilhões. Outro recorde foi registra-

do no valor das dívidas acumuladas,

que chegaram a R$ 26,49 bilhões

no dia 31 de julho.

Além de resultar na inadimplência

que tanto preocupa o comércio, o

aumento do endividamento com em-

préstimos de altíssimo custo – como

é o caso do cartão – retira das fa-

mílias a capacidade de consumo até

que elas consigam normalizar seu

orçamento doméstico. Para piorar

a situação, muita gente que tomou

crédito mais barato no pior período

da crise pode estar com dificuldades

uso DE Cartão aumENta o risCo DE iNaDimplêNCia

para pagar os compromissos atuais.

Nesses casos, alguns optam, por

exemplo, por pagar apenas o valor

mínimo do extrato do cartão. A situ-

ação preocupa porque os juros do

cartão são os mais altos, o que pode

transformar um problema pontual

em uma bola de neve, se não houver

reorganização do orçamento.

A primeira regra para quem dese-

ja organizar seu gasto com cartões

é fazer um orçamento e avaliar o

quanto da renda está comprometi-

da com o pagamento de prestações

e crediário. O ideal é que esse valor

não ultrapasse os 30% de sua ren-

da, mas a meta é se manter abaixo

dos 15%. Enquanto o percentual de

comprometimento da sua renda

com o pagamento de prestações e

dívida não cair abaixo até esse pon-

to, procure evitar gastos de consu-

mo que não sejam essenciais.

matéria de capa

o ENDiviDamENto aCumulaDo Dos BrasilEiros Com CartõEs ChEga a r$ 14,56 BilhõEs

12 Empório | outubro 2009

minais agora permitem passar cartões de várias bandeiras. A exclusividade da Visanet, por sua vez, só termina no ano que vem. Com o fim dessa prá-tica, o lojista poderá oferecer em seu estabelecimento várias bandeiras de cartão com apenas um terminal no ponto-de-venda, diminuindo os cus-tos operacionais.

Atualmente não há uma legislação específica para regular a indústria de cartões de débito e crédito no Brasil. A recente divulgação das propostas do Banco Central, contudo, não significa a implantação imediata de novas regras. O setor terá até o final do ano para dis-cutir as mudanças e, ao contrário do que desejam os lojistas, não deve ser subordinado ao controle direto de ne-nhum órgão federal. Por não serem consideradas instituições financeiras, as operadoras permanecem livres da fiscalização do BC. A saída, portan-to, deve ser a autorregulação baseada em uma legislação que garanta maior concorrência e transparência do se-tor, viabilizando o ingresso de outras empresas e o fim da verticalização que hoje faz com que uma única empresa se encarregue de todas as etapas das transações com cartão.

Uma das medidas que o governo pretende incluir em uma futura le-gislação para o setor é a definição de um prazo para mudanças contratuais na relação entre administradoras e lo-jistas. Sem uma regra específica, hoje as empresas de cartão podem mudar o contrato quando desejarem, o que prejudica principalmente os pequenos comerciantes. Resta aos lojistas aguar-dar o desenrolar das negociações entre administradoras, autoridades econô-micas e poder legislativo – sem deixar de pressionar os agentes do mercado para garantir que as novas regras aten-dam às demandas do varejo e não pre-judiquem o consumidor.

Carl

os p

ErEi

ra

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outubro 2009 | Empório 13

mudanças urgentes

EMPÓRIO Porque é tão impor-tante regulamentar o mercado de cartões no país?PELLIZZARO Não há como negar o sucesso dos cartões como meio de pagamento. O problema é que hoje 69,3% deles estão nas mãos de pessoas de baixa renda, mais propensas a cair na armadilha do crédito rotativo. Tan-to que cerca de 40% dos registros no SPC são por causa de dívidas no car-tão. É quase uma agiotagem: a pessoa paga pelo produto que comprou, mas não consegue pagar os juros extorsi-vos de até 12% ao mês.

EMPÓRIO Em média, quanto cus-ta hoje para o lojista brasileiro operar com cartão de crédito?PELLIZZARO Hoje, paga-se cerca de 5% de taxa, outros 5% para antecipar o valor das vendas e mais o aluguel das máquinas. O Brasil tem cerca de 2 mi-lhões de maquininhas em operação, alugadas a R$ 120 por mês, em média. Assim, são R$ 200 milhões mensais que as operadoras recebem apenas

por esse aluguel. Nos Estados Uni-dos, por exemplo, não há pagamento de aluguel e as empresas operam com uma máquina apenas.

EMPÓRIO Nos EUA, o presidente Barack Obama recentemente sancionou uma lei para limitar os abusos dos cartões de crédito. É uma tendência a ser seguida? PELLIZZARO Mesmo em um mer-cado onde os custos são cerca de um quinto menores que os nossos, Oba-ma chamou as empresas de cartões e disse que as taxas praticadas eram muito elevadas e precisavam ser redu-zidas. No Brasil, há uma necessidade urgente de regulamentação, e quem deve fazer isso é o Banco Central, que hoje não tem controle nenhum sobre a indústria dos cartões.

EMPÓRIO Qual a expectativa da CNDL quanto à possibilidade de mudanças nas regras para os cartões?PELLIZZARO Hoje temos sete ou oito projetos para regulamentar os

cartões tramitando no Congresso. Um deles prevê diferenciar a venda à vista daquela paga com cartão, por exemplo. Se isso for aprovado, a loja poderá dar desconto para quem pagar em dinhei-ro e a concorrência entre as bandeiras vai aumentar. Outra possibilidade é passar a classificar as operadoras de cartão como instituições financeiras, o que as deixaria sob a supervisão do Banco Central.

Como o senhor vê a atual situa-ção de duopólio no mercado de cartões de crédito no país?PELLIZZARO Atualmente as duas maiores redes de cartões (Visanet e Redecard) detêm quase 100% do mer-cado, fazendo desde o credenciamento dos lojistas até o fornecimento das má-quinas. O varejo brasileiro vê esta situ-ação com muita preocupação e é por isso que insistimos junto ao governo federal para que proceda a urgente re-gulamentação do setor, por intermédio do Banco Central e dos ministérios da área econômica.

outubro 2009 | Empório 13

Divulgação CNDl

O presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) Roque Pellizzaro Junior vem mantendo uma agenda intensiva de encontros com parlamentares e lideranças do governo para expor as demandas do varejo com relação à regulamentação dos cartões. Na entrevista a seguir, você confere alguns dos argumentos que o movimento lojista têm levado às mesas de discussões em Brasília.

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14 Empório | outubro 2009

conscientização

n o primeiro final de semana de ou-tubro, quem entrava no shopping Iguatemi de Florianópolis pela

garagem do piso G1 se surpreendia ao encontrar um ambiente decorado como se fosse o interior de uma casa, com di-reito a cozinha, sala e banheiro. A gran-de diferença é que ali tudo tinha uma etiqueta de preço. E não apenas isso: junto do valor final cobrado ao consu-midor, os produtos e móveis traziam a informação sobre o quanto o governo arrecada de impostos a cada venda. Ao visitar a Casa do Imposto, muita gente se surpreendeu ao saber, por exemplo, que paga 45% de imposto sempre que compra uma garrafa d’água.

Em sua segunda edição, o evento re-cebeu cerca de 3 mil pessoas nos dias 3 e 4 de outubro. Organizada desde o ano passado pela CDL Jovem de Florianópolis, a Casa do Imposto acontece sempre no final de semana dedicado nacionalmente à promo-ção da consciência tributária, com o apoio da Confederação Nacional dos

Jovens Empresários (Conaje). “Nosso objetivo é despertar no consumidor um alerta para que ele saiba o peso que os impostos têm em cada produto que compramos”, diz Renan Stringhi-ni, presidente da CDL Jovem. “Além disso, também queremos provocar uma certa indignação, que nos leve a exigir do governo mais clareza sobre

Evento organizado pela CDL Jovem mostrou os efeitos da carga tributária nos preços ao consumidor

casa do impostoatrai 3 mil visitantes

Da moto à moBÍlia, toDos os proDutos tiNham EtiquEtas iNFormaNDo o pEso Dos impostos

Fotos: Carlos pErEira

Page 15: Empório #3 - DEZ 2009

outubro 2009 | Empório 15

a triButação EmButiDa Nos prEços E a Falta DE rEtorNo

Na qualiDaDE Dos sErviços púBliCos DEixaram os

CoNsumiDorEs iNDigNaDos

a aplicação na sociedade dos recursos arrecadados”.

E indignação foi mesmo a sensação predominante entre as pessoas que passaram pela Casa. Ao observar aten-tamente uma etiqueta que mostrava os 38% de tributos que incidem sobre o preço de uma TV, o professor uni-versitário Gustavo Hickins desabafou: “A gente paga muito e recebe pouco de volta. Isso tudo deveria voltar para a gente na forma de educação, saúde e segurança”. Acompanhado da namo-rada, o analista de siste-mas Fernando Pinheiro disse ter ficado espan-tado ao conhecer a rea-lidade dos impostos so-bre o consumo no país. “Alguma noção da carga tributária nós tínhamos. Mas ficamos bastante impressionados ao saber que isso gira em torno de 50%, em média. Temos que saber o quanto estamos pagando para poder cobrar do governo depois”.

O Brasil é um dos campeões mundiais não só na cobrança de impostos (ver quadro ao lado), mas também no mau uso destas receitas. Pagamos uma carga pesadíssima para termos como retorno serviços públicos de péssima qualidade

e insuficientes para a maioria da popu-lação. “O cidadão paga 40% de imposto ao comprar um rolo de papel higiênico e 45% de imposto numa garrafa d’água,

mas se precisar de um bom atendimento médi-co tem que pagar plano de saúde; se quer uma boa escola tem que pagar uma mensalidade alta; se pensa em uma aposenta-doria tranqüila, é obriga-do a custear um plano de previdência complemen-tar”, observa Stringhini.

Uma carga tributária desse tamanho acaba inibindo o consumo e a geração de novos postos de trabalho. “Uma das bandeiras da CDL de Florianópolis é justamente a redução da carga tributária e a transparência nas contas públicas, de forma que o contribuinte saiba onde está sendo aplicado o seu dinheiro”, con-clui o presidente da CDL Jovem.

Nos quadros abaixo, que mostram

a relação entre Produto Interno Bru-

to (PIB) e carga tributária, vemos

que o Brasil cobra mais impostos

que países ricos como EUA, Japão,

Espanha e Canadá. Na América La-

tina não tem para ninguém: nossa

carga tributária é quase o dobro da

do Chile, por exemplo.

suÉCia 51% Do piB

DiNamarCa 49%

FraNça 44,5%

alEmaNha 38%

Brasil 36%

CaNaDá 31%

EspaNha 29%

Eua 27%

japão 21%

Brasil 36% Do piB

argENtiNa 29%

ChilE 21%

mÉxiCo 12%

Brasil É um Dos CampEõEs muNDiais DE triButação

No muNDo

Na amÉriCa latiNa

A redução da carga tributáriapode estimular o consumo no país e gerar novos postos de trabalho

PARA QUE SERVEM OS IMPOSTOS?Os impostos geram os recursos para que os governos mantenham os sistemas

públicos de saúde, educação, obras de infraestrutura e sua estrutura administrati-

va. Porém, no Brasil muito pouco do que se arrecada em impostos retorna para o

bem comum. Em 2008, por exemplo, o governo federal arrecadou R$ 701 bilhões

em tributos, mas o orçamento da União previa gastar apenas R$ 47,6 bilhões em

investimentos públicos. Porém, menos da metade disso (R$ 10,7 bi) acabou sendo

gasto conforme planejado. A pergunta que fica sem resposta é: para que foram

destinados os quase R$ 37 bilhões que deixaram de ser investidos?

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16 Empório | outubro 2009

Omês de novembro foi marcante para o comércio de Florianópolis, que viu duas vitórias no combate

à falsificação. No dia 3, a Assembleia Legislativa aprovou, por unanimida-de, o projeto de lei 008/2009, que cria o Conselho Estadual de Combate à Pi-rataria, primeiro com esta abrangên-cia no país. Usando camisetas com o slogan “O legal é ser original”, um gru-po de lojistas organizados pela CDL acompanhou a sessão e distribuiu car-tilhas aos presentes sobre prejuízos e formas de restringir esta ilegalidade.

A sanção dos deputados ao projeto

enviado pelo governador é o resulta-do de uma batalha iniciada em 2007, quando o Núcleo de Videolocadoras da CDL de Florianópolis organizou uma passeata pelo centro da cidade e mobi-lizou vários lojistas e empresários para solicitar à Assembleia e à Câmara de Vereadores da Capital a criação de um órgão oficial para coibir o comércio de produtos piratas. “Este tipo de delito já supera, em movimentação, o tráfico de drogas no mundo”, atesta Sara Camar-go, diretora da CDL e coordenadora do Núcleo de Videolocadoras.

O Conselho Estadual será formado

por 37 membros, incluindo represen-tantes de órgãos governamentais e de entidades públicas e privadas. Sua atuação será focada na coordenação de ações para reduzir os delitos contra a propriedade intelectual no mercado catarinense, incluindo a criação de mecanismos para receber denúncias, a promoção de campanhas educativas de estudos sobre os danos da pirataria na economia estadual. Vários segmen-tos são seriamente afetados pela disse-minação dos produtos falsos: do setor de óticas a medicamentos, locadoras, brinquedos, entre outros.

novas armas contra a pirataria

legalidade

Duas semanas após a criação do órgão estadual, o prefeito em exercí-

cio Gean Loureiro, assinou, na CDL, projeto de lei para instalação de ór-

gão semelhante na Capital, responsável por definir políticas de combate

à pirataria e avaliar o resultado das ações. “Ou unimos forças ou perma-

neceremos impotentes diante do avanço da ilegalidade”, disse Loureiro,

que encaminhou no mesmo dia o projeto para apreciação da Câmara.

O presidente da CDL reforça a necessidade de métodos mais eficientes

para cercar os piratas: “além de ações de prevenção, é necessário cons-

cientizar a população dos malefícios do comércio de produtos falsifica-

dos, que não gera empregos e alimenta o tráfico de drogas”.

CAPITAL TAMBÉM PREPARA CONSELHO

Empenho de núcleos da CDL impulsiona criação de conselhos estaduais e municipais dedicados a frear a invasão dos produtos piratas e contrabandeados

assiNatura Do projEto oCorrEu Na sEDE Da CDl

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outubro 2009 | Empório 17

a CDL de Florianópolis acelera os preparativos para sediar o maior encontro do varejo na América

Latina: a Convenção Nacional do Co-mércio Lojista. Chegando a sua 51ª edição, o evento acontece de 26 a 29 de setembro de 2010 e reunirá a nação lo-jista para trocar experiências e discutir o futuro do comércio no país. A CDL também aproveita a ocasião para co-memorar seus 50 anos de atividade, a serem completados em 1º de agosto.

Promovida anualmente pela Confe-deração Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), a 51ª Convenção conta com a organização da Federação das CDLs de Santa Catarina (FCDL/SC), além da CDL de Florianópolis. De acordo com a organização, 2,5 mil pessoas já confirmaram presença e a expectativa é chegar a 5 mil inscritos até a data da Convenção. Uma programação espe-cial está sendo preparada para receber os participantes, incluindo a Feira Na-cional Lojista e os encontros nacionais da CDL Jovem e da Mulher Empre-endedora, além de debates e palestras com grandes nomes do varejo nacional e internacional.

“Referência nacional, o varejo ca-tarinense quer promover um amplo debate com representantes do setor de todo o país sobre associativismo, cenário econômico, oportunidade de negócios, qualificação profissional e outros temas que auxiliem no desen-volvimento do comércio brasileiro”, afirma Osmar Silveira, presidente da CDL de Florianópolis.

FlorianÓpolis espera 5 mil pessoas para convenção 2010No ano em que completa cinco décadas de atividade, CDL da Capitalorganiza a 51ª edição do maior evento do varejo na América Latina

Para participar da Conven-ção Nacional de 2010, o inte-ressado deve acessar o site www.51convencaolojista.com.br e preencher a ficha de inscrição. Só serão aceitas inscrições feitas via internet, até o dia 10 de se-tembro de 2010. Após esta data, só poderão ser feitas no local do even-to. O pagamento é efetuado por meio de boleto bancário, com descontos e vencimentos de acordo com a data da inscrição. Por-tanto, quanto mais cedo você se inscrever, menos custo terá.

Serão cinco faixas de preço. Quem confirmar presença até

SAIBA COMO SE INSCREVER

evento

DATA DE INSCRIÇÃO VALOR

Até 30/12/2009 R$ 290,00

Até 30/05/2010 R$ 340,00

Até 31/07/2010 R$ 390,00

Até 10/09/2010 R$ 420,00

Na data do evento R$ 460,00

o dia 30 de dezembro de 2009 terá um bom desconto, pagando apenas R$ 290. Por sua vez, as inscrições feitas no local custarão R$ 460. Entre estes dois extre-mos, os valores variam entre R$ 340 e R$ 420.

Confira abaixo a tabela completa com os valores e as datas para pa-gamento. A orga-nização do evento também oferece a possibilidade de pagamento parce-lado para grupos organizados pelas CDLs, com no mí-

nimo 10 integrantes. O custo por participante será de R$ 290 e o pagamento poderá ser feito em até 10 vezes.

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18 Empório | outubro 2009

Mais de 300 pessoas, entre va-rejistas e funcionários do co-mércio, estiveram reunidas no

CentroSul na manhã do dia 26 de ou-tubro para tratar de um assunto que costuma dar muita dor de cabeça para as lojas: a concessão de crédito e a co-brança dos inadimplentes. Promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Florianópolis, o 14º Seminário de SPC trouxe dois especialistas nas áre-as financeira e jurídica para expor aos participantes formas de garantir mais segurança e eficiência na administra-ção das vendas a prazo. “Nosso obje-tivo com o seminário é melhorar cada vez mais nosso serviço de proteção ao crédito e garantir um Natal mais tran-quilo tanto para o lojista quanto para o consumidor”, afirma Osmar Silveira, presidente da CDL de Florianópolis.

Com o mote “Vender é importante. Mas vender e não receber não adianta nada”, o professor Renivaldo José Seb-ben, consultor financeiro da CDL de Joinville, falou sobre a relação estreita entre os processos de concessão e de cobrança. De acordo com ele, quanto maior for o cuidado do lojista no mo-mento de conceder o crédito ao con-sumidor, menores serão seus custos para receber. “Ainda mais se obser-varmos que 41% do PIB brasileiro está hoje comprometido com crédito e que a inadimplência tem crescido em to-das as classes sociais”, alertou. Para Se-bben, o lojista que vende a prazo sem

consultar o SPC está correndo um ris-co 25% maior de não receber.

Sebben destacou ainda a importância de integrar a cobrança ao processo de vendas e treinar muito bem os funcio-nários encarregados dessa tarefa. “Co-brar é negociar. Por isso é importante saber lidar com gente, conhecer o perfil do devedor e a origem da dívida, além das normas da empresa e a legislação”. Ele aconselhou os lojistas a definirem uma política clara de cobrança e man-

ter um setor exclusivamente dedicado a esta função, “nem que seja uma pessoa só, trabalhando meio período”.

Logo após a palestra de Sebben, foi a vez da advogada Vivian Meira Ávi-la Moraes, assessora jurídica do SPC Brasil, falar sobre os aspectos legais da gestão de crédito no varejo. Ela ressaltou as precauções que devem ser tomadas para reduzir as chances de ações judiciais por dano moral de-correntes de cobranças consideradas abusivas. De acordo com ela, empre-sas são condenadas em todo o país por não observarem regras básicas, como deixar claro para o cliente sua política de venda a prazo, conferir atentamen-te documentos para evitar fraudes e registrar formalmente todos os docu-mentos relacionados à divida. Isso in-clui títulos de crédito, ficha cadastral e contratos. “Não basta agir certo. É pre-ciso comprovar por escrito que a loja agiu de acordo com a lei e não deixar margem para ações”, aconselhou.

Segundo Vivian, o lojista deve se preparar para garantir a segurança não apenas no momento da concessão do crédito, mas também nos processos de registro, cobrança e recebimento. Na hora de registrar o inadimplente, por exemplo, uma das recomendações é fazer a inserção no banco de dados por parcela, incluindo o valor prin-cipal e a data de vencimento de cada pagamento. Depois de receber, é pre-ciso agilidade para retirar o nome do

estratégias e atitudes para um crédito seguro

capacitação

Práticas eficientes da concessão à cobrança foram tema do 14º Seminário de SPC, que reuniu mais de 300 pessoas no centro de eventos CentroSul

“Não basta agir certo. É preciso comprovar por escrito que a loja agiu de acordo com a lei e não dar margem a ações judicias”

Vivian Meira Ávila

Fotos: Carlos pErEira

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outubro 2009 | Empório 19

cliente do SPC em um prazo de 48 ho-ras. O detalhe é que isso deve ser feito mesmo no caso de pagamento parcial. “Se o consumidor atrasar a próxima parcela, faz-se um novo registro”, ex-plicou a advogada.

Ao final da palestra, a assessora do SPC Brasil expôs novas determina-ções legais e jurisprudências que têm influenciado as decisões dos juízes, bem como deu exemplos de cuidados a serem tomados para se defender no caso de ser acionado judicialmente. “Temos que combater a ‘indústria do dano moral’ no país e questionar as ações na justiça de forma fundamenta-da”, acrescentou. No encerramento do evento, os palestrantes uniram-se a re-presentantes de grandes lojas da cidade em uma mesa-redonda para responder a perguntas e dúvidas da plateia.

O 14º Seminário de SPC teve o pa-trocínio das empresas Carioca Cal-çados, Prevident, Sindilojas, Sebrae, Sicredi e Unimed.

Antes da negativação da dívida, a empresa tem que comunicar o cliente ou a notificação do SPC já é suficiente?R: Pelo Código de Defesa do Consumidor o SPC é responsável pelo aviso da inclusão do registro. O lojista associado não é obrigado a comunicar.

Qual o prazo de permanência do registro no SPC?R: No máximo cinco anos, a partir da data de vencimento do débito.

É possível registrar débitos relativos a serviços contratados por telefone ou por terceiros autorizados verbalmente?R: A recomendação é que não seja registrado este tipo de débito porque, em caso de reclamação do consumidor, o associado deverá provar a forma de concessão de crédito através de Nota Fiscal, Nota Promissória, Cupom Fiscal, entre outros, todos com assinatura do consumidor confirmando o recebimento do serviço ou produto.

Se o consumidor entrar com ação judicial discutindo a quantia de-vida, isso obriga a suspensão do registro no SPC?R: Se o registro estiver correto, não será necessário suspender ou cancelar. Mas em caso de incorreção no registro, seja no valor ou data, a recomendação é que o mesmo seja cancelado.

DúviDas ComuNs soBrE gEstão DE CrÉDito

ao Fim Do sEmiNário, palEstraNtEs sE juNtaram a rEprEsENtaNtEs DE lojas Da Capital para troCar ExpEriêNCias E rEspoNDEr DúviDas Da platEia

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20 Empório | outubro 2009

radar lojista

mobilização lojista estimula concorrência no setor aéreoAzul Linhas Aéreas começa a operar a partir do dia 15 de dezembro no aeroporto internacional Hercílio Luz

No dia 10 de novembro, os as-

sociados da Câmara de Dirigentes

Lojistas de Florianópolis foram às ur-

nas para eleger a nova diretoria da

entidade para 2010. O empresário

Osmar Silveira (Casa do Papel) foi re-

eleito para mais um ano de mandato

como presidente da CDL, a partir de

1º de janeiro. Pedro Paulo de Abreu

(Carioca Calçados) foi conduzido à vi-

ce-presidência, Nilton José Cardoso

(Le Postiche) assume o cargo de di-

retor secretário e João Batista Lohn

(Supermercados Imperatriz) será o

diretor de Assuntos Públicos e Polí-

ticos. Os demais cargos da diretoria

continuam com a mesma composi-

ção da atual gestão.

“2010 será um ano especial, em

razão das comemorações dos 50

anos de nossa CDL – primeira entida-

de do gênero em Santa Catarina – e

da realização da Convenção Nacional

do Comércio Lojista em Florianópolis,

que deve reunir cinco mil empresá-

rios do setor”, declarou Silveira.

silvEira É rEElEito prEsiDENtE Da CDl DE FloriaNópolis

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Associativismo é escolher bandei-ras e lutar pelo bem comum. Foi o que levou a CDL de Florianópolis a iniciar, em junho deste ano, campa-nha para que a população da Capital e turistas tenham mais opções de voo a partir do aeroporto Hercílio Luz, que pratica uma das tarifas mais ca-ras do país. “Florianópolis é uma referência turística mas o custo das passagens aqui é absurdamente maior do que nas capitais mais próximas. É mais barato se deslocar até Curitiba ou Porto Alegre do que embarcar na Ilha”, atesta Osmar Silveira, presiden-te da CDL.

Ao longo do ano, a CDL mobilizou empresas aéreas, entidades de classe, autarquias da União e governo do Es-tado para trazer mais voos, aumentar a concorrência e reduzir o preço das passagens. Em setembro, a diretoria

da Agência Nacional de Aviação Ci-vil (Anac) recebeu uma comitiva da CDL, acompanhada do presidente da Confederação Nacional, Roque Pelli-zzaro Junior, para discutir a questão. Segundo a Agência, haveria espaço para pelo menos duas novas empre-sas operarem em Florianópolis.

E pelo menos uma delas, a Azul Linhas Aéreas, estará oferecendo voos para Campinas, Rio de Janeiro e Salvador, segundo informações da empresa, a partir do dia 15 de dezem-bro. “A vinda da Azul é o primeiro resultado de nossa mobilização, mas vamos continuar buscando mais al-ternativas. Florianópolis vai receber 5 mil pessoas na Convenção Nacio-nal Lojista de 2010 e a economia da cidade depende de um fluxo maior de turistas, seja para passeio ou para negócios”, defende Silveira. silvEira: “2010 sErá um aNo EspECial”

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outubro 2009 | Empório 21

ótiCas quErEm muDar rEgras DE FisCalização

O Núcleo Setorial de Óticas da CDL

de Florianópolis solicitou à agência

municipal de Vigilância Sanitária a re-

visão dos procedimentos utilizados na

fiscalização dos estabelecimentos do

ramo. A intenção é readequar algu-

mas normas relativas à presença de

técnicos óticos nas lojas, além de ou-

tras obrigatoriedades como ter pare-

des e prateleiras brancas na área de

estoque ou não poder utilizar carpete

na área de vendas.

“Essas exigências são mais adequa-

das a clínicas, farmácias e hospitais.

Estão distantes da realidade do nosso

segmento”, afirma Gilberto Quevedo,

coordenador do núcleo de óticas. De

acordo com ele, a gerência da Vigi-

lância Sanitária mostrou-se aberta às

mudanças e aguarda uma proposta

dos lojistas, a ser definida na próxima

reunião do núcleo.

convenção de 2010 é sucesso em vitÓria

Já está disponível aos associados o novo cartão de Natal da

CDL de Florianópolis. Com o preço de R$ 0,50 por unidade, o

cartão é destinado aos lojistas que desejam enviar seus votos

de boas festas a clientes, fornecedores e parceiros. A frente do

cartão exibe um desenho e uma mensagem que se adequam

a todos os ramos do varejo, enquanto o verso é reservado

para o lojista escrever sua mensagem exclusiva em um for-

mato semelhante ao dos cartões postais.

A intenção da CDL Jovem, que organiza o projeto, é distri-

buir cerca de 5 mil unidades no comércio local e destinar os

recursos arrecadados para a distribuição de brinquedos a

crianças carentes durante a Campanha de Natal. Para enco-

mendar seus cartões entre em contato com Gabriel, na sede

da CDL, ou pelo telefone 3229 7027.

Na FrENtE Do Cartão,

palavras quE rEmEtEm ao

Clima NataliNo. No vErso,

Espaço para mENsagENs ExClusivas

ComÉrCio gaNha Novo moDElo DE Cartão para o Natal 2009

A CDL de Florianópolis comemora o sucesso da delegação catarinense na 50ª Convenção Nacional do Comércio Lojista, que aconteceu de 20 a 23 de setembro em Vitória (ES). Além de conferir de perto as discussões sobre o futuro do varejo brasileiro, o grupo trabalhou com afinco na promoção da próxima edição do evento, programa-da para setembro de 2010 na Ilha da

Magia. No estande instalado na Feira Nacional Lojista, anexo à Convenção foram colhidas mais de mil inscrições de quase todos os estados. Para pro-mover as vendas, foram realizados sorteios e promoções, além da degus-tação de ostras da fazenda marinha Freguesia. Na oportunidade, também foram exibidos um vídeo promocional e os jingles da Convenção de 2010.

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ação promoCioNal No EvENto Do EspÍrito saNto rENDEu mais DE mil iNsCriçõEs DE toDo o paÍs

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22 Empório | outubro 2009

spc responde

como tirar meu nome do spc?O Serviço de Proteção ao Crédito

(SPC) tem como norma enviar sem-pre uma notificação ao consumidor que é incluído no cadastro de restrição ao crédito. Mesmo assim, muita gente só descobre que está cadastrada quan-do vai ao comércio e tenta fazer uma nova compra com cheque ou no credi-ário. Ao consultar o sistema e verificar a existência do registro, o atendente da loja deve orientar o cliente a se di-rigir ao Departamento de Assistência ao Consumidor (Deacon), na sede da CDL, para obter informações sobre como funciona o sistema.

As atendentes do Deacon estão pre-paradas para dar um atendimento personalizado e profissional ao con-sumidor, esclarecendo quaisquer dú-vidas que ele possa ter com relação à dívida. O objetivo é prepará-lo para que ele possa procurar o lojista já com

sErviço tamBÉm poDE rEgistrar pEssoa jurÍDiCa

O banco de dados do SPC sempre teve tradição no cadastro de

Pessoa Física, sendo há vários anos uma referência na área. Mas a

necessidade de auxiliar os associados na redução da inadimplência

em negociações com empresas, fez com que o SPC passasse a

investir também no cadastro de CNPJ, um serviço que até alguns

anos atrás costumava ser feito por cartórios ou outros bancos de

dados. “O Serviço de Proteção ao Crédito resolveu investir também

nessa área e hoje um CNPJ é tão importante quanto um CPF para

nós”, diz Tânia Hoffmann, gerente do SPC da CDL de Florianópolis

A CDL orienta o lojista associado para que nunca deixe de regis-

trar dívidas não pagas, mesmo que o cliente seja uma empresa.

Notas fiscais, boletos bancários ou notas promissórias não pagas

não devem ser deixados “na gaveta”. A gerente de SPC ressalta

que, mesmo que o SPC não possua função de cobrança, o fato de

ter alguma pendência registrada no sistema já gera um tipo de

“pressão” junto à empresa devedora quando ela for tentar captar

crédito no mercado.

O que fazer para resolver dívidas no comércio e sair do cadastro de inadimplentes

todas as informações em mãos para tentar negociar o pagamento.

É comum as pessoas se sentirem constrangidas em voltar até a loja onde estão devendo para falar com o gerente. Mas é importante ter sempre em mente que o principal interesse do lojista é receber. Portanto, não se aca-nhe em sugerir uma renegociação da dívida em condições que você possa realmente pagar e veja o que o lojista tem para oferecer em contrapartida.

O papel do Deacon é fazer a media-ção e orientar um primeiro contato en-tre as partes. A partir daí, a negociação é livre. Se não houver acordo, cabe ao credor decidir que atitude tomar, po-dendo encaminhar o débito para uma empresa de cobrança ou mesmo partir para uma ação judicial. O consumidor, caso tenha razão para isso, pode recor-rer ao Judiciário ou ao Procon.

Evite recorrer a terceiros que

anunciam serviços do tipo “limpe

seu nome”, ou semelhantes. A úni-

ca coisa que eles podem fazer é

agir de forma paliativa, por meio

de uma ação judicial determinando

que o nome do ciente seja retirado

do cadastro. Nesse caso, você fica-

rá entre 60 e 90 dias com o nome

“limpo”, mas logo voltará a ser re-

gistrado pois o lojista com certeza

irá recorrer na Justiça.

Resolver diretamente com o

credor, com a ajuda do Deacon, é

muito mais simples e definitivo. É

importante lembrar que o registro

no SPC prescreve após cinco anos,

mas a dívida com o lojista não.

atENção:

Carlos pErEira

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outubro 2009 | Empório 23

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