embrapa e aquicultura

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    Embrapa Informao Tecnolgica

    Braslia, DF

    2002

    Jlio Ferraz de Queiroz

    Jos Nestor de Paula Loureno

    Paulo Choji Kitamura

    Editores Tcnicos

    A Embrapa e a AqiculturaDemandas e Prioridades de Pesquisa

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Secretaria de Administrao Estratgica

    Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento

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    Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EmbrapaSecretaria de Administrao EstratgicaParque Estao Biolgica PqEB Av. W3 Norte (final)CEP 70770-901 Braslia, DFFone: (61) 448-4452Fax: (61) 347-4480

    Corpo editorialAntnio Flvio Dias vilaAntnio Raphael Teixeira FilhoIvan Srgio Freire de Sousa PresidenteLevon Yeganiantz

    Produo editorial e grfica

    Embrapa Informao TecnolgicaReviso de textoRaquel Siqueira de Lemos

    Normalizao bibliogrficaRosa Maria e Barros

    Editorao eletrnicaJos Batista Dantas

    Projeto grfico

    Tnisson Waldow de SouzaTiragem: 500 exemplares

    CIP-Brasil.Catalogao-na-publicao.Embrapa Informao Tecnolgica.

    Embrapa 2002

    A Embrapa e a Aqicultura. Demandas e prioridades de pesqui-sa / editores tcnicos Jlio Ferraz de Queiroz ; Jos Nestorde Paula Loureno ; Paulo Choji Kitamura. Braslia : EmbrapaInformao Tecnolgica, 2002.35 p. ; (Texto para Discusso ; 11).

    1. Aqicultura Cadeia produtiva. 2. Aqicultura Demandasde pesquisa. I. Queiroz, Jlio Ferraz de, ed. tc. II. Loureno,Jos Nestor de Paula, ed. tc., III. Kitamura, Paulo Choji, ed. tc.IV. Ttulo. V. Srie.

    CDD 639.8 (21. ed.).

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte,

    constitui violao dos direitos autorais (Lei no 9.610).

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    Julio Ferraz de QueirozOceanlogo, Doutor em Cincias Agrrias, Embrapa Meio Ambiente, Ro-dovia SP 340, Km 127,5, Bairro Tanquinho Velho, Jaguarina, SP, CEP13820-000, Fone: (19) 3867-8798 Fax: (19) 3867-8740, e-mail:

    [email protected].

    Paulo Choji KitamuraEngenheiro agrnomo, Doutor em Economia, Embrapa Meio Ambiente,Rodovia SP 340, Km 127,5, Bairro Tanquinho Velho, Jaguarina, SP, CEP13820-000, Fone: (19) 3867-8725, Fax: (19) 3867-8740, e-mail:

    [email protected] Nestor de Paula LourenoEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Aqicultura, Embrapa Amaznia Oci-dental, Rodovia AM 010, Km 29, Caixa Postal 319, CEP 69011-970, Fone:(92) 621-0300, Fax: (19) 622-1100, e-mail: [email protected].

    Newton CastagnolliEngenheiro agrnomo, Rua Jaime Ribeiro 319, S-16, CEP 14870-000,Jaboticabal, SP, Fone: (16) 3202-1361, Fax: (16) 3202-8407, e-mail:

    [email protected] ou [email protected] Eurico Possebon Cyrino

    Zootecnista, Ph.D. em Aqicultura, Escola Superior de Agricultura Luizde Queiroz, Departamento de Produo Animal, Setor de Piscicultura, Av.Pdua Dias, 11, Caixa Postal 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, Fone:(19) 3429-4135, Fax: (19) 4429-4285, e-mail: [email protected].

    Joo Donato Scorvo Filho

    Zootecnista, Doutor em Aqicultura, Agncia Paulista de Tecnologia dos

    Agronegcios Apta , Instituto de Pesca, Av. Francisco Matarazzo 455,So Paulo, SP, CEP 05001-900, e-mail: [email protected]

    Geraldo BernardinoEngenheiro de Pesca, M.Sc. em Ecologia de Recursos Naturais, Institutodo Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis Ibama , Av.Tancredo Neves, s/n, Belm, PA, Fone: (91) 274-1237, Fax: (91) 274-1429, e-mail: [email protected].

    Wagner Cotroni Valenti

    Bilogo, Doutor em Cincias Biolgicas, Centro de Aqicultura daUniversidade Estadual Paulista Jlio Mesquita Filho Unesp/Jaboticabal/

    Autores

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    Caunesp , Departamento de Biologia Aplicada, FCAV, Unesp, CEP 14884-900, Jaboticabal, SP, Fone: 55 (16) 3209-2623 ou 55 (16) 3203-2110, Fax:55 (16) 3203 2268, e-mail [email protected] [email protected].

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    Apresentao

    Textos para Discusso um veculo utilizado pela

    Secretaria de Administrao Estratgica SEA , da Em-

    presa Brasileira de Pesquisa Agropecuria Embrapa ,

    para dinamizar a circulao de idias novas e a prtica

    de reflexo e de debate sobre aspectos relacionados cin-

    cia, tecnologia, ao desenvolvimento agrcola e ao

    agronegcio.

    O objetivo da srie fazer com que uma comunida-de mais ampla, composta de profissionais das diferentes

    reas cientficas, debata os textos apresentados, contribu-

    indo para o seu aperfeioamento.

    Os trabalhos trazidos a esta srie podero, em se-

    guida, ser submetidos a publicao em qualquer

    livro ou peridico. No se reserva aqui o direito de

    exclusividade de artigo ou monografia posta em discus-

    so.

    O leitor poder apresentar comentrios e sugestes,

    assim como debater diretamente com os autores, em semi-

    nrios especialmente programados, ou utilizando qualquer

    um dos endereos fornecidos: eletrnico, fax ou postal.

    O envio de trabalhos para esta coleo deve ser en-

    dereado Embrapa, Secretaria de Administrao Estra-

    tgica, Parque Estao Biolgica PqEB,Av. W3 Norte (final), CEP 70770-901, Braslia, DF. Fax:

    (61) 347-4480.

    Os usurios da Internet podem acessar os trabalhos

    pelo endereohttp://www.embrapa.br/novidades/publica/

    apresent.htm/. Para os usurios do Sistema Embrapa, basta

    clicar emnovidades, na Intranet.

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    A Embrapa e a AqiculturaDemandas e Prioridades de Pesquisa

    Jlio Ferraz de Queiroz

    Jos Nestor de Paula Loureno

    Paulo Choji Kitamura

    Editores Tcnicos

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    mbora a indstria da aqicultura no Brasil venha cres-cendo a uma taxa superior a 15% a.a., o potencial paraa expanso dessa atividade ainda pouco aproveita-do. Isso se deve, entre outras questes, falta de umapoltica efetiva para organizar e promover o desen-volvimento da aqicultura como produtora de alimen-

    tos. Muito embora no se tenha um diagnstico de ci-ncia e tecnologia para a atividade, possvel inferirque as pesquisas no tema, alm de dispersas territo-rialmente, se caracterizam pela falta de uma integraoentre os setores que compem os diversos elos de suacadeia produtiva. Nas condies atuais, no se tem umaidia real das potencialidades para o desenvolvimen-to da aqicultura no Brasil, das prioridades de pesqui-sa e das demandas do setor produtivo. Essa situaotem resultado em diversos problemas que esto retar-dando o desenvolvimento da atividade. Visualiza-se,portanto, um papel central da Empresa Brasileira dePesquisa Agropecuria Embrapa em termos deapoio aqicultura, visando otimizar o aproveitamen-to do potencial natural, material e de recursos huma-

    nos existentes no Pas, tendo em vista uma atuao na-cional. H quase que um consenso por parte da comu-nidade cientfica brasileira relacionada aqicultura,quanto necessidade da criao de um programa depesquisa ou de uma coordenao nacional de C&T, ouainda de um sistema articulado na forma de rede network com interfaces diretas com toda a cadeia

    produtiva. O presente trabalho coloca as demandas e

    Resumo

    .E

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    prioridades de pesquisa na rea de aqicultura comobase para a elaborao de um Programa Nacional deC&T. A idia reorganizar a atividade para otimizar

    a utilizao dos recursos materiais e financeiros exis-tentes no Pas. O objetivo final a preservao dabiodiversidade, a manuteno dos processos e siste-mas biolgicos dos ecossistemas aquticos e simulta-neamente a explorao sustentvel da aqicultura.

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    Brasil se destaca como um dos pases de maior poten-cial para a expanso da aqicultura, neste momentoem que crescente a demanda mundial por alimentosde origem aqutica no apenas em funo da expan-so populacional, mas tambm pela preferncia poralimentos mais saudveis (Bailey 1997, FAO 1999,

    Valenti et al., 2000). Nesse sentido, a falta de umacoordenao nacional no gerenciamento das pesqui-sas relacionadas aqicultura tem levado dispersoe redundncia de esforos isolados que nem sempreatendem as reais necessidades do setor. Como conse-qncia da falta de um programa nacional de apoio aodesenvolvimento da aqicultura, no foi possvel

    atividade de cultivo suprir a reduo de 1 milhopara 700 mil toneladas de pescado da atividadeextrativa. Como conseqncia, o Brasil desembolsaanualmente mais de US$ 350 milhes com a importa-o de pescado.

    Por sua vez, o retorno das atividades relaciona-das com a aqicultura para o Ministrio da Agricultu-

    ra, Pecuria e Abastecimento Mapa , a partir de1998, serviu de motivao para que a Embrapa assu-ma a responsabilidade pelas aes de P&D no tema.Nesse sentido, o Grupo de Trabalho Multiinstitucional,criado pela Embrapa, Portaria n 1.065, de setembrode 2000, produziu um relatrio detalhado com o le-vantamento e a priorizao de demandas regionais de

    pesquisa e vem induzindo novos projetos de pesquisa

    .O

    Introduo

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    em aqicultura. Integrantes desse grupo tm participa-do ainda das discusses e da elaborao do ProjetoPlataforma do Conselho Nacional de Desenvolvimen-

    to Cientfico e Tecnolgico CNPq , para o desen-volvimento da Carcinicultura Marinha, j publicadopela Associao Brasileira de Criadores de Camaro ABCC , CNPq e Mapa.

    So fatos que evidenciam o compromisso daEmbrapa com a Cadeia Produtiva da Aqicultura. Des-sa forma, a expectativa de que a Embrapa crie uma

    infra-estrutura mnima para coordenar e executar aesde pesquisa e desenvolvimento nessa rea, viabilizan-do e consolidando um centro de referncia. O apro-veitamento do concurso pblico recm-realizado poresta empresa proporcionar a formao de uma equi-pe tcnica especializada em aqicultura locada em re-gies e atuando em temas estratgicos, a qual poderatuar em forma de rede, com coordenao a partir do

    centro de referncia a ser viabilizado.

    De acordo com os tcnicos do Departamento dePesca e Aqicultura DPA/MAA , o Programa deP&D em Aqicultura a eles atribudo bastante ambi-cioso, especialmente, no que diz respeito s metas deproduo. A preocupao nesse contexto que um pascom dimenses continentais como o Brasil e com uma

    diversidade de instituies pblicas e privadas atuan-do na rea de aqicultura no poder atingir um est-gio de desenvolvimento competitivo sem uma coorde-nao nacional que garanta uma viso estratgica eintegrada dos projetos de pesquisa em desenvolvimen-to, e mais, que facilite a cooperao.

    Dessa forma, apesar do crescimento acelerado

    da indstria da aqicultura brasileira nos ltimos anos,

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    pode-se afirmar que o aproveitamento racional eotimizado do potencial da aqicultura no Pas aindaincipiente. Todavia, mesmo com esse estgio de de-

    senvolvimento, a expanso dessa indstria tem geradoimportantes mudanas sociais, econmicas e ambien-tais no meio rural brasileiro. Em contrapartida, temtambm causado uma diversidade de problemas deordem tcnica e ambiental (Castagnolli 1996, Valentiet al., 2000). So aspectos que evidenciam com clare-za tanto o potencial e os problemas da aqicultura bra-

    sileira quanto a necessidade urgente de organizar asaes dos diferentes segmentos, visando um desenvol-vimento sustentvel do setor.

    Diante desse quadro, a Embrapa vem, desde1999, buscando uma melhor articulao com os dife-rentes atores envolvidos no desenvolvimento daaqicultura comunidade tcnico-cientfica, rgos

    pblicos e setor produtivo com o objetivo de ofere-cer uma efetiva colaborao nesse processo. A Em-presa tem promovido inmeras reunies e eventos vi-sando a elaborao de um planejamento estratgicopara a atividade no mbito nacional. Como resultadodessas iniciativas, ficou evidente a expectativa de to-dos os setores da cadeia produtiva aqcola por uma

    ao mais efetiva em P&D como ncora para a conso-lidao dos diferentes elos da cadeia produtiva.

    Essas questes foram posteriormente avaliadaspela Diretoria-Executiva da Embrapa, chegando-se concluso de que a Empresa, como rgo de pesquisacom competncia no tema e abrangncia nacional,deveria assumir efetivamente a coordenao da pes-

    quisa e desenvolvimento da aqicultura no Brasil.

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    Caminhando nesse sentido, sugeriu-se a criao de umProjeto Estratgico de Pesquisa para a Aqicultura como objetivo de dar maior dinamismo s aes relacio-

    nadas ao tema no mbito do Sistema Nacional de Pes-quisa Agropecuria SNPA.

    Entretanto, para que a Embrapa possa vir a de-sempenhar o papel de coordenadora nacional de umprograma de pesquisa dessa natureza, fundamentalcompor uma equipe de pesquisadores de alta compe-tncia, e tambm dispor de uma base fsica adequada

    e do mesmo nvel para operacionalizar as suas aesde pesquisa e de coordenao/articulao interinstitu-cional.

    A alternativa para que a Embrapa oferea tal con-tribuio para a aqicultura nacional a curto prazo,em carter emergencial, basear todas as aes desseprojeto estratgico a partir do estabelecimento de umconsrcio institucional, ou ainda de parcerias com ou-tros rgos de pesquisa, ensino, extenso e desenvol-vimento. Nesse sentido, foram realizadas reunies comrepresentantes de vrias instituies, visando encami-nhar as primeiras aes estratgicas desse projeto.

    .V

    Prioridades Regionais de Pesquisa

    isando embasar o Projeto Estratgico da Embrapa, asdemandas de pesquisa em aqicultura foramestabelecidas a partir de cinco reunies regionais:

    a) em Campo Grande, MS, em outubro de 2000, orga-

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    nizada pela Embrapa Pantanal; b) em Florianpolis,SC, em dezembro de 2000, organizada pela Universi-dade Federal de Santa Catarina UFSCatarina; c) em

    Manaus, AM, em dezembro de 2000, organizada pelaEmbrapa Amaznia Ocidental; d) em Recife, PE, emmaro de 2001, organizada pela Universidade Fede-ral Rural de Pernambuco UFRPE e pela EmpresaPernambucana de Pesquisa Agropecuria IPA; e) emJaguarina, SP, em abril de 2001, organizada pelaEmbrapa Meio Ambiente.

    importante destacar que em 1998 o CNPq rea-lizou um levantamento de carter mais abrangente, detodo o setor produtivo da Aqicultura, visando definiro Panorama Nacional da Aqicultura. Esse trabalhoresultou na publicao de um livro intitulado

    Aqicultura no Brasil Bases para um Desenvolvi-

    mento Sustentvel (Valenti et al., 2000). Alm disso,

    o Departamento de Pesca e Aqicultura DPA , doMinistrio da Agricultura MA , tambm realizouum trabalho minucioso com o objetivo de definir ascadeias produtivas prioritrias para focar sua atua-o no desenvolvimento da aqicultura nacional.

    Deve-se destacar a grande complementaridadeentre os resultados obtidos pelas reunies regionaisorganizadas pela Embrapa e os trabalhos conduzidospelo DPA sobre as cadeias produtivas. Essa comple-mentaridade converge para que a Embrapa d priori-dade s cadeias produtivas da tilpia, do camaromarinho e dos moluscos, anteriormente definidas peloDPA, alm de estimular novos projetos de pesquisaem reas que podero compor novas cadeias produti-

    vas no futuro, como por exemplo: pirarucu, surubins e

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    peixes nativos do Pantanal e do Sul, alm das trutas edos camares de gua doce, e tambm de outras esp-cies de peixes para atender aos pesque-pague no

    Sudeste.

    Em relao ao panorama nacional, verificou-seque a produo da indstria da aqicultura no ano de2000 foi de aproximadamente 140 mil toneladas. Osdados indicam a liderana atual do Estado de SantaCatarina, com quase 20% do total nacional, seguidopelo Estado do Rio Grande do Sul, com cerca de 15%.Isso evidencia o sucesso dos programas de fomento atividade na Regio Sul, apesar do clima desfavor-vel, em comparao a outras regies do Pas. A Re-gio Sul participa atualmente com quase 50% da pro-duo nacional, seguida pelo Nordeste (23%) e Su-deste (18%).

    Os principais grupos de organismos aquticosproduzidos no Pas so os peixes de gua doce, cama-res marinhos, ostras e mexilhes, camares de guadoce e rs. O cultivo de peixes de gua doce ocorreem todo o Pas e corresponde a 80% da produoaqcola nacional, seguido pelos camares marinhos,com 14%. Atualmente esto sendo cultivadas mais de64 espcies de organismos aquticos no Brasil. Asespcies mais cultivadas so as tilpias e as carpas,seguidas pelos tambaquis, surubins, camares de guasalgada e moluscos.

    A Tabela 1 apresenta uma relao das espciesde peixes de gua doce prioritrias para compor osnovos projetos de pesquisa em aqicultura do Sistema

    Nacional de Pesquisa Agropecuria SNPA nos pr-

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    Fonte:Reuniesregionaiscoma

    toresdosetorprodutivo.

    Tabela1.

    EspciesprioritriasparaaaqiculturanasRegiesNorte,

    Nordeste,

    Centro-Oeste,

    Sudeste,

    Su

    lenombitonacional,

    2000/2001.

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    ximos 5 anos. As principais espcies so: tilpia-do-nilo (Oreochromis niloticus) e tilpia-vermelha (h-brida de Oreochromis spp.), em todas as regies do

    Pas, com exceo do Norte, em razo das restriesambientais; surubim (Pseudoplatystoma fasciatum),em todas as regies, com exceo do Sul; pintado(Pseudoplatystoma corruscans), no Nordeste, Cen-tro-Oeste e Sudeste; tambaqui (Colossomamacropomum), no Norte, Nordeste e Sudeste; doura-do (Salminus maxillosus), no Centro-Oeste e Sul; pacu

    (Piaractus mesopotamicus), no Centro-Oeste e noSudeste. Na Regio Norte, o pirarucu (Arapaimagigas) prioritrio, em virtude de sua importnciasocioeconmica.

    Levando-se em considerao as caractersticasambientais de cada regio, importante observar que,apesar da aqicultura ainda no apresentar um desen-

    volvimento significativo na Amaznia, essa regiopossui um enorme potencial para a expanso dessa ati-vidade. Nesse contexto, a aqicultura ser fundamen-tal para suprir a demanda regional crescente de prote-na animal, podendo, ainda, contribuir para diminuir apresso exploratria sobre os estoques naturais de umnmero ainda reduzido de espcies na Amaznia, como

    por exemplo o pirarucu (Arapaima gigas), o tambaqui(Colossoma macropomum) e a tartaruga (Podocnemisexpansa), favorecendo a sua preservao.

    Em relao piscicultura de gua doce na Re-gio Nordeste, poucas mudanas ocorreram desde olevantamento realizado pelo CNPq em 1998. As esp-cies mais cultivadas so a tilpia-do-nilo (Oreochromis

    niloticus) e a tilpia-vermelha. Os sistemas de produ-

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    o de peixes em tanques-rede localizados nos reser-vatrios do Baixo So Francisco, na regio de Pene-do, AL, vm se expandindo e alcanando uma produti-

    vidade superior a 160 kg/m3/ciclo. Nos ltimos anos,o cultivo de grandes bagres, como o pintado e osurubim, tem se difundido na regio.

    Na Regio Centro-Oeste, o cultivo de espciesnativas como o pintado (Pseudoplatystomacorruscans), o surubim-cachara (Pseudoplatystoma

    fasciatum), o pacu (Piaractus mesopotamicus), apiraputanga (Brycon microlepis), o dourado (Salminusmaxillosus) e o piavuu (Leporinus macrocephalus) a atividade com maior expresso, porm, com des-taque para o pintado, o surubim, o pacu e a piraputanga,em decorrncia da maior demanda e preos.

    Durante os ltimos anos, vrias empresas tm

    investido no cultivo intensivo dessas espcies nessaregio, com resultados satisfatrios em funo daotimizao dos sistemas, e tambm do avano tecno-lgico baseado no aumento do conhecimento sobre abiologia das espcies. Conseqentemente, a expansoda piscicultura na regio Centro-Oeste tem diminudoo esforo pesqueiro sobre as espcies nativas, possi-bilitando a manuteno dos estoques naturais.

    A aqicultura na Regio Sudeste caracteriza-da pela produo de um nmero muito grande de es-pcies aquticas. Durante os ltimos anos, tem seobservado uma tendncia para a produo de tilpiaem tanques-rede e tambm de peixes carnvoros comoo pintado, o dourado e o surubim, em funo da de-

    manda dos inmeros pesque-pague existentes na

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    regio (Lovshin & Cyrino 1998). Os pesque-pague vmse destacando como uma das principais atividades donovo rural brasileiro na Regio Sudeste. Em estudos

    recentes, foi constatado que somente na bacia do RioPiracicaba essa atividade contribuiu com mais deUS$ 70 milhes/ano (Kitamura et al., 1999).

    Atualmente, uma das maiores preocupaes dosetor aqcola regional a qualidade da gua e dosefluentes, e tambm das condies sanitrias dos sis-temas de cultivo. O transporte de peixes para essesempreendimentos em geral, e para os pesque-pagueem particular, tem sido efetuado sem qualquer vigi-lncia sanitria, o que significa que estudos relacio-nados ao impacto sobre as populaes de espciesnativas devem ser considerados prioritrios.

    A Regio Sul apresenta o maior nmero de es-

    pcies cultivadas, sendo os peixes de gua doce osmais representativos. No Rio Grande do Sul, predo-minam os cultivos de carpa-comum (Cyprinus carpio),carpa-capim (Ctenopharyngodum idella), carpa-ca-bea-grande ( Aristichthys nobilis) e carpa-prateada(Hypophtalmichthys molithix). Em Santa Catarina, pre-dominam as carpas e as tilpias, e, no Paran, existeuma predominncia das tilpias. Alm disso, na re-gio serrana de Santa Catarina, so cultivadas trutasda espcie Oncorhyncus mikiss e o bagre-americano,(Ictalurus punctatus) cultivado nos mais diversos sis-temas de produo.

    Somente nos ltimos anos vem aumentando o in-teresse pelos peixes nativos da regio, tais como o

    jundi (Rhandia spp.), o curimba (Prochilodus

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    lineatus), a Piracanjuba ( Brycon orbignyanus), osuruvi (Steindacneridium scripta), o dourado(Salminus maxillosus) e a piava ou piapara (Leporinus

    obtusidens), em virtude de sua utilizao nos sistemasde policultivo e nos pesque-pague. O cultivo de molus-cos representa uma importante parcela da produoaqcola da Regio Sul, em razo da sua relevnciasocioeconmica. O cultivo de peixes consorciado produo de sunos muito difundido no oeste de SantaCatarina e no Vale do Itaja e representa uma parcela

    fundamental da receita de agricultores familiares.

    Assim, em termos de cenrios para a aqiculturanacional, de uma maneira geral, houve um consensoentre os participantes das reunies regionais organi-zadas pela Embrapa sobre as tendncias da piscicul-tura nacional no que diz respeito necessidade de con-solidar os cultivos de carpas e tilpias na Regio Sul;redondos e surubins na Regio Sudeste; peixes nati-vos no Centro-Oeste; tilpias e surubins no Nordeste;tambaqui e pirarucu no Norte.

    Em relao carcinicultura, a predominncia de camaro marinho da espcieLitopenaeus vannameino Nordeste. O cultivo de camares de gua doce da

    Malsia (Macrobrachium rosenbergii) e do camaro-canela (Macrobrachium amazonicum) continuar a serpraticado em todos os Estados do Brasil, mas compredomnio dos Estados do Rio de Janeiro e EspritoSanto. Apesar da pequena participao da produode camares de gua doce, a carcinicultura continen-tal apresenta grande potencial para expanso nas Re-

    gies Norte, Nordeste e Sudeste.

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    E, finalmente, em termos de perspectiva para aaqicultura nacional, unnime a idia de quea malacocultura representada pelo cultivo de moluscos

    ostras e mexilhes no Sul, principalmente no Esta-do de Santa Catarina, continuar crescendo em ritmoacelerado durante os prximos anos.

    No caso especfico da maricultura definidacomo o cultivo de organismos aquticos marinhos ,as estatsticas indicam um crescimento a uma taxa m-dia superior a 10 % ao ano desde 1990, enquanto aproduo pesqueira manteve-se no mesmo patamar oudiminuiu com a reduo dos estoques mundiais. A car-cinicultura e a mitilicultura so as atividades que maiscrescem no Brasil, com taxas anuais de 27% e 145%,respectivamente, conforme dados do CNPq. A mari-cultura no Brasil est bem representada pelos cama-res marinhos, sendo o camaro-cinza-do-equador

    (Litopenaeus vannamei) a espcie prioritria.

    Em termos de futuro dessa atividade, ressalta-se a necessidade de pesquisas que tenham como obje-tivo estudar as espcies nativas de camares marinhos(Penaeus brasiliensis, Penaeus schmitti e Penaeus

    paulensis), e a adoo de estratgicas para diminuir adependncia de espcies exticas. Ainda em relao maricultura, so prioritrias pesquisas com ostra nati-va (Crassostrea rhizophorae) e ostra japonesa(Crassostrea gigas) e mexilhes (Perna perna), prin-cipalmente na Regio Sul, onde o cultivo desses orga-nismos possui um papel de destaque na socioeconomialocal. Em relao aos peixes marinhos, identificou-seuma demanda regional para projetos de pesquisa com

    arabaiana (Seriola lalandi), carapeba (Moharra

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    rhombea), garoupa (Epinephelus sp.) e robalo(Centropomus sp.) (Paiva 1997). Entre as espcies devalor comercial que poderiam ser cultivadas, desta-

    cam-se o robalo (Centropomus argentinensis eCentropomus undecimalis), o linguado (Paralichthiyssp.) e o peixe-boi (Odontesthes argentinensis).

    A Tabela 2 apresenta uma relao das reasprioritrias de pesquisa em aqicultura, no mbito re-gional e nacional. Em ordem decrescente de priorida-de, destacam-se as seguintes reas de pesquisa e de-

    senvolvimento:

    a) Reproduo e larvicultura (peixes e camaresde gua doce e moluscos).

    b) Gentica e melhoramento (peixes e camaresde gua doce e camares marinhos).

    c) Nutrio e alimentao (peixes de gua docee marinhos e camares de gua doce).

    d) Sistemas de cultivo (peixes de gua doce emarinhos e moluscos),

    e) Tratamento ps-colheita (peixes e camaresde gua doce e moluscos).

    Apesar de os resultados das reunies no apon-tarem as doenas e sanidade como reas prioritriasde pesquisa no mbito nacional, isso no significa queos estudos relacionados a essas reas no tenham im-portncia. Nesse aspecto, a avaliao realizada pelaEmbrapa identificou que pesquisas relacionadas a es-sas reas devero ser consideradas prioritrias para apiscicultura de gua doce e para a carcinicultura ma-

    rinha, as quais so justamente os setores da aqicultura

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    Tabela

    2.

    LinhasdepesquisaprioritriasparaaaqiculturanasRe

    giesNorte,

    Nordeste,

    Centro-

    Oeste,

    Sudeste,

    Suleno

    mbitonacional,2000

    /2001.

    Fonte:Reuniesregionaiscoma

    toresdosetorprodutivo

    Legenda:1-peixesdeguadoce;2-p

    eixesmarinhos;3-camarodeguadoce;4-camaromarinho;5-o

    strasemexilhes.

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    com maior expresso no contexto nacional. Conseqen-temente, projetos de pesquisa que tenham como obje-tivo desenvolver mtodos e tcnicas de profilaxia de

    enfermidades de organismos aquticos devero ter pri-oridades em contextos especficos em funo da in-tensificao dos sistemas de cultivo de peixes e ca-mares.

    Entre as inmeras linhas de pesquisa referentess diversas reas que compem as atividades deP&D da cadeia produtiva da aqicultura considera-das prioritrias, destacam-se:

    a) Reproduo e larvicultura (fisiologia, cicloreprodutivo de espcies regionais, tcnicas decultivo larval, formao de plantel de reprodu-tores e tcnicas de reproduo e comporta-mento).

    b) Nutrio e alimentao (requerimentosnutricionais de espcies de peixes regionais,arraoamento e estudos de comportamento ali-mentar, formulao de raes com insumos al-ternativos regionais, manejo nutricional dealevinos, recria, engorda e terminao).

    c) Melhoramento gentico (banco ativo de

    germoplasma de espcies de valor socioeco-nmico, estudos sobre precocidade, tolern-cia a baixas temperaturas e a doenas, mto-dos alternativos de produo de lotes monos-sexo, seleo de linhagens para diferentes sis-temas de produo).

    d) Sanidade e doenas (qualidade da gua na

    captao, no viveiro e dos efluentes, tcnicas

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    de diagnstico e profilaxia de parasitas e en-fermidades, efeitos de componentes dietticose do estresse sobre mecanismos de defesa or-

    gnica).e) Sistemas de cultivo (sistemas e tcnicas de

    manejo de peixes e moluscos, custos da pro-duo de peixes em viveiros e tanques-rede,avaliao do impacto ambiental dos diversossistemas de produo, zoneamento emonitoramento ambiental das reas de culti-

    vo, avaliao do potencial de cultivo de es-pcies nativas de peixes e crustceos).

    f) Qualidade de gua (caracterizao e monito-ramento hidrolgico dos esturios e das uni-dades produtivas, monitoramento e avaliaodo impacto ambiental dos sistemas de produ-o intensivos, sistemas de tratamento mec-nico e biolgico de efluentes, microbiologiade sistemas de cultivo de peixes e camares).

    g) Outros (capacitao de mo-de-obra e trans-ferncia de tecnologia, tecnologia de proces-samento, sanidade e certificao, competiti-vidade e aes voltadas ao marketing e

    estudos de mercado, e processamento e de-senvolvimento de produtos alternativos deri-vados de pescado).

    Na Tabela 3, esto relacionados os principaisproblemas e restries, identificados pelos participan-tes das reunies regionais, e que esto afetando outrosaspectos da cadeia produtiva da aqicultura no Pas.

    Entre eles, destacam-se as regulamentaes ambientais

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    Fonte:Reuniesregionaiscoma

    toresdosetorprodutivo.

    No

    ta:osnmerossignificamo

    rdemdeprioridadeaserdada,sendo1a

    mxima.

    Tabela

    3.

    Problemase

    restriesidentificad

    asparaaaqicultura

    nasRegiesNorte,

    Nordeste,

    Centro-Oeste,

    Sudeste,S

    ulenombitonacional,2000/2001.

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    restritivas, as doenas e sanidade, a qualidade da gua,a deficincia de assistncia tcnica e a qualidade epreo da rao. Comparando as informaes obtidas

    durante as reunies regionais promovidas pelaEmbrapa com as concluses do trabalho desenvolvi-do anteriormente pelo CNPq, possvel notar que v-rios problemas e restries identificados pelo citadotrabalho ainda permanecem sem soluo.

    Entretanto, quando esses problemas so consi-derados de forma especfica de cada regio, nota-seuma grande variao. Por exemplo, na Regio Norte,os principais problemas e restries, em ordem de-crescente de prioridade, so:

    a) Deficincia de assistncia tcnica.

    b) Disponibilidade, qualidade e custo das ps-larvas e alevinos.

    c) Restries ambientais e qualidade de gua.

    No Nordeste, o principal problema a disponi-bilidade e a qualidade das larvas e alevinos, seguidopela qualidade e preo da rao e a deficincia deassistncia tcnica, alm das restries ambientais re-ferentes ao cultivo de camares marinhos.

    No Centro-Oeste, as doenas e sanidade apare-cem em primeiro lugar, seguidas pelas restriesambientais e mercado.

    No Sudeste, estratgias e estudos sobre comer-cializao e marketing dos produtos aqcolas so asmaiores preocupaes. Regulamentaes ambientais

    restritivas, problemas com qualidade de gua e defi-

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    cincia de assistncia tcnica tambm so considera-dos como um entrave para a expanso da aqiculturana Regio Sudeste.

    No Sul, as regulamentaes ambientais restriti-vas e o custo das ps-larvas e alevinos, aparecemcomo os principais problemas, seguidos de doenas esanidade, mercado e qualidade de gua. Ainda que adeficincia de assistncia tcnica seja citada comoproblema para a expanso da aqicultura na RegioSul, vale observar que essa regio dispe do melhor

    sistema de extenso rural existente no Brasil.

    Embora tenham sido identificados vrios pro-blemas e restries de ordem tcnica e socioeconmicaque esto afetando o desenvolvimento da aqiculturano Pas, certamente a questo ambiental limitante;caso no seja tratada com a devida seriedade e com-petncia, os problemas ambientais podero impedirque o Brasil se torne, nos prximos anos, o maior pro-dutor de alimentos de origem aqutica. Nesse sentido,e conforme identificado pelos trabalhos anteriores co-ordenados pelo CNPq, entre as questes ambientaisque necessitam de ajustes destacam-se:

    a) Definio de normas para uso e gesto am-

    biental e zoneamento de reas destinadas acarcinicultura marinha.

    b) Outorga da gua, prevista na poltica nacio-nal de recursos hdricos (Lei n 9433, de8.1.97), critrios para cobranas e valores aserem praticados.

    c) Normas e taxas para registro de aqicultor e

    obteno de licenas ambientais.

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    d) Normas e procedimentos para a introduo,reintroduo e transferncia de espciesaquticas.

    e) Normas sobre o uso de guas pblicas daUnio para fins de aqicultura e a sua gesto,baseadas no Decreto n 2.869, de 9.12.98, queregulamenta o uso de guas pblicas.

    Ainda com relao aos problemas e restries, possvel concluir que a maior parte dos atores da

    cadeia produtiva da aqicultura ainda pleiteia solu-es e apoio governamental, principalmente em rela-o ao financiamento do setor produtivo, como:

    a) Aumento do tempo de carncia nos financia-mentos bancrios.

    b) Diminuio das taxas atuais de juros.

    c) Agilizao na liberao de recursos.d) Criao de linhas de crdito especialmente

    para os mdios e grandes produtores, e paraos setores de transformao.

    e) Maior definio e clareza quanto s normasde emprstimo para o setor aqcola.

    f) Diminuio das exigncias legais (leia-se ga-rantias bancrias) para que os pequenos pro-dutores tenham acesso s linhas de crdito.

    g) Criao de uma espcie de Proagro para oprodutor aqcola.

    h) Criao de linhas de crdito especficas paraarmazenamento e distribuio da produo

    aqcola.

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    partir da anlise integrada das prioridades regionaisde pesquisa, visualiza-se que a Embrapa poder apro-veitar as oportunidades que se abrem nos diferentespontos de vista estratgico, poltico e de P&D. Emtermos de posicionamento estratgico:

    a) Constituir um Ncleo de Gesto Tecnolgicana rea de aqicultura; atender s demandasde P&D regionais do agronegcio aqcola.

    b) Dar nfase transferncia de tecnologia emaqicultura, dentro de um conceito de P&D.

    c) Desenvolver metodologia para o estabeleci-mento de um sistema de zoneamento aqcola

    nacional.

    Em relao ao campo poltico, ressalta-se a ne-cessidade de:

    a) Definio clara das atribuies e competn-cias de atuao da Embrapa na rea daaqicultura.

    b) Implementao de um Centro Nacional de Re-ferncia em Aqicultura.

    J em relao a P&D, as oportunidades se abrempara:

    a) A coordenao dasaes pela Embrapa atra-

    vs de projetos de pesquisa integrados na rea

    .A

    Estratgias de Ao

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    de aqicultura de acordo com as prioridadesregionais.

    b) A realizao de parcerias com os diversos

    segmentos da cadeia produtiva da aqicultura.c) O desenvolvimento, em conjunto com o setor

    produtivo e com rgos ambientais, de instru-mentos de gesto ambiental que resultem emcdigos de conduta para as atividadesaqcolas.

    d) O desenvolvimento de pesquisa participativana rea econmica e socioambiental, tendo oagronegcio e os ecossistemas aquticos in-tegrados s microbacias hidrogrficas comounidade de gesto ambiental.

    e) O desenvolvimento de pesquisa de mercadoabrangente, direcionada para o atendimentodas demandas do consumidor, considerandoo escoamento da produo em escala e a pos-sibilidade de abertura de novos canais decomercializao.

    So aes que podero ser implementadas nombito do Projeto Estratgico de P&D em Aqicultura,recentemente elaborado pelo Grupo de Trabalho

    Multiinstitucional para o Sistema Embrapa de Pesqui-sa. Trata-se de um projeto estratgico cujo objetivo induzir a formao e a consolidao de uma base deP&D em aqicultura, visando ancorar o incrementoda produo nacional de pescado, por meio de um es-foro conjunto e coordenado entre a Embrapa e outrosrgos de pesquisa nacionais e internacionais, pbli-cos e privados, e do setor produtivo envolvidos nessa

    rea. O projeto ter o desenvolvimento tecnolgico

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    como centro, todavia sempre associado a um amploprograma de extenso e transferncia de tecnologia,organizando as cadeias produtivas do Aquanegcio.

    Para tanto, a Embrapa dever gerenciar uma rede depesquisas no tema e, paralelamente, participar ativa-mente da capacitao de produtores e tcnicos emaqicultura em todas as regies fisiogrficas do Bra-sil, conforme prioridades previamente definidas.

    Finalmente, destaca-se que, em termos de aese articulaes para a implementao do projeto estra-

    tgico j elaborado, a Embrapa necessitar, entre ou-tras aes:

    a) Organizar as demandas regionais dentro desua programao anual.

    b) Organizar um banco de dados das aes emP&D em aqicultura, conduzidas pela

    Embrapa e por outras instituies, visando oestado da arte do setor.

    c) Identificar as necessidades de pessoal e re-cursos materiais e financeiros para atender asdemandas regionais de P&D.

    d) Identificar as necessidades de treinamento, emtodos os segmentos do setor produtivo, bem

    como a transferncia de tecnologia a tcnicose produtores da rea de aqicultura.

    e) Buscar parceiros entre os segmentos do setorprodutivo da aqicultura visando a implanta-o do projeto estratgico.

    f) Acompanhar e avaliar a execuo do projetoestratgico com vistas a possveis ajustes de

    rumo.

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    Como resultados esperados da implementaodo Projeto Estratgico de P&D, podem ser desta-cados:

    a) A organizao de banco de dados nacionalsobre o estado da arte da aqicultura (pesqui-sa e produo).

    b) O estabelecimento e a consolidao de equi-pes de pesquisa multidisciplinares emultiinstitucionais, com atuao integrada,

    formao de massa crtica especializada naextenso rural e na transferncia de tecnologiaem aqicultura.

    c) O desenvolvimento e a disponibilizao detecnologia para a produo de organismosaquticos voltada para pequenos produtores.

    d) O aumento da produo nacional de pescado

    de forma sustentvel em funo do aprimora-mento das tcnicas j existentes e do desen-volvimento de novas tecnologias.

    e) O aumento das exportaes de pescado, coma conquista de novos mercados internacionais.

    f) O fortalecimento de toda a cadeia produtiva

    da aqicultura, segmentos mais integrados ecompetitivos nas dimenses econmica, so-cial e ecolgica , e a criao de empregos eauto-empregos.

    O objetivo final a preservao da biodiversi-dade, a manuteno dos processos e sistemas biolgi-cos dos ecossistemas aquticos e simultaneamente a

    explorao sustentvel da aqicultura.

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    .

    Referncias

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    Ttulos lanados:

    Texto para Discusso, 1A Pesquisa e o Problema de Pesquisa:

    Quem os Determina?

    Texto para Discusso, 2Projeo da Demanda Regional

    de Gros no Brasil 1996 a 2005

    Texto para Discusso, 3Impacto das Cultivares de Soja da Embrapa

    e Rentabilidade dos Investimentosem Melhoramento

    Texto para Discusso, 4Anlise e Gesto de Sistemasde Inovao em Organizaes

    Pblicas de P&D no Agronegcio

    Texto para Discusso, 5Poltica Nacional de C&T

    e o Programa de Biotecnologia do MCT

    Texto para Discusso, 6Populaes Indgenas e

    Resgate de Tradies Agrcolas

    Texto para Discusso, 7Seleo de reas Adaptativas ao Desenvolvimento

    Agrcola, Usando-se Algoritmos Genticos

    Texto para Discusso, 8O Papel da Soja com Referncia

    Oferta de Alimento e Demanda Global

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    Texto para Discusso, 9Agricultura Familiar

    Prioridade da Embrapa

    Texto para Discusso, 10Classificao e Padronizao de Produtos,

    com nfase na Agropecuria:Uma Anlise Histrico-Conceitual

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    Produo editorial, impresso e acabamento