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Manejo sanitário na aquicultura Drª Silvia Guimarães de Souza Departamento de Zootecnia – Faculdade de Agronomia - UFRGS

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Manejo sanitário na aquicultura

Drª Silvia Guimarães de SouzaDepartamento de Zootecnia – Faculdade de

Agronomia - UFRGS

Drª Silvia Maria Guimarães de Souza 2

Roteiro

� 1- Introdução;� 2- Boas Práticas de Manejo;� 3- Ações políticas, sociais, econômicas e ambientais; � 4- Âmbito Nacional;� 5- Âmbito Internacional; � 6- Considerações Finais;� 7- Bibliografia.

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1. Introdução

� Aquicultura;� Obstáculo;� Dupla cadeia produtiva;� FAO 2004;� Intensa importação e exportação;� Uso irresponsável de antimicrobianos;� Editorial da OIE.

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2. Boas práticas de manejo :qualidade da água

� Verificar a quantidade e a qualidade da água disponível;

� Preferencialmente nascentes dentro da propriedade;

� Verificar possíveis contaminações;� Construir filtro para prevenir a entrada de

peixes indesejáveis e predadores;� Monitorar periodicamente a qualidade da

água.

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2. Boas práticas de manejo :qualidade da água

� Sistema de recirculação;� Maior controle do ambiente: físico, químico

e biológico;� No Brasil é pouco adotado;

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2. Boas práticas de manejo:nutrição e alimentação

� Assegurar dieta com nutrientes e ingredientes de boa qualidade;

� Alimento deve ser distribuído adequadamente;

� Atenção especial ao armazenamento da dieta;

� Não usar dejetos animais na alimentação.

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Peixe Subnutrido

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2. Boas práticas de manejo :manejo de viveiros

� Toda a área do entorno dos viveiros deve ser limpa e gramada;

� Profundidade;� Após despesca: desinfecção e pousio.

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2. Boas práticas de manejo :manejo de viveiros

� Estabelecer criteriosamente as espécies a serem criadas;

� Adquirir alevinos de produtores idôneos;� Verificar a uniformidade do lote adquirido;� Examinar uma amostra dos peixes para verificar

sintomas clássicos de doenças em peixes;� Se possível acompanhar a despesca e a embalagem

dos alevinos comprados;� Manuseio cuidadoso dos peixes e aclimatação no

momento de soltura.

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2. Boas práticas de manejo :quarentena

� Período mínimo: 30 dias;� Viveiro afastado na parte mais baixa da

propriedade com pedilúvio. � Se manifestar doença, tratar e encerrar

a quarentena 7 dias após o término do tratamento.

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2. Boas práticas de manejo :SITUAÇÃO NO BRASIL

� Recursos humanos com falta de cultura no tipo de atividade;

(captura, transporte, manipulação)

� Clima tropical e subtropical; (temperaturas altas)

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Recursos humanos com falta de cultura no tipo de atividade; (captura, transporte,manipulação)

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Recursos humanos com falta de cultura no tipo de atividade; (captura, transporte,manipulação)

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Recursos humanos com falta de cultura no tipo de atividade; (captura, transporte,manipulação)

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Recursos humanos com falta de cultura no tipo de atividade; (captura, transporte,manipulação)

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FISIOLOGIA DO ESTRESSE

SGA - Síndrome Geral da Adaptação

Alterações comportamentais e fisiológicas

1° Reação Alarme

2°Fase de Resistência

3° Fase de Exaustão

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� Liberação catecolaminas pelas células

cromafínicas situadas na porção anterior do

rim.

� Liberação de cortisol pelo tecido interrenal.

1ª Reação AlarmeAlterações Primárias

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1ª Reação AlarmeAlterações Primárias

- Vasodilatação branquial;- Vasoconstrição sistêmica e aumento da

força contração do coração;- Mobilização do glicogênio hepático

(elevação primária da glicemia).

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2ª Fase de ResistênciaAlterações Secundárias

Efeitos metabólicos tais como:- alteração da glicemia, ácido láctico, glicogênio

hepático e muscular.

Efeitos hematológicos tais como:- alterações no hematócrito e no número de

linfócitos, além de efeitos hidrominerais e na osmolaridade do plasma.

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3ª Fase de ExaustãoAlterações Terciárias

- Falhas no mecanismos de adaptação;- Esgotamento do peixe por sobrecarga

fisiológica;- Queda do desempenho produtivo e

reprodutivo;- Diminuição da resistência às doenças.

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Estresse

A magnitude e a duração da resposta ao estresse são

dependentes da severidade e da duração do estressor a

que os peixes foram submetidos.

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Estresse

Estresse está relacionado negativamente ao bem estar animal.

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3.Ações políticas, sociais e econômicas

� As diferentes regiões produtivas apresentam histórias diferentes:

� No tempo;� Na condução dos problemas de

sanidade aquícola;� Na cultura dos atores envolvidos.

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Exemplo 1

Segundo Bondad-Reantaso et al. In Disease and health management in Asian aquaculture, Veterinary Parasitology, 2005

“A doença dos pontos brancos (Icthyophthirius) na Indonésia gerou perdas econômicas (10 000 Florins), sendo equivalentementemaior que aquela encontrada num surto similar ocorrido em salmonídeos na Europa entre 1919-1928.”

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Exemplo 2

“The Fish Site, 2010”-Tailândia – Yellowhead disease and white spot disease

US$ 650 milhões- Noruega – US$ 50 milhões- Austrália – US$ 30 milhões

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4. Âmbito Nacional

� SANIDADE DE ANIMAIS AQUÁTICOS E AS NOVAS ATRIBUIÇÕES DO MINISTÉRIO DA PESCA E AQUICULTURA;

� Dr. Henrique César Pereira FigueiredoCoordenador-Geral de Sanidade Pesqueira e Aquícola –Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA).

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4. Âmbito Nacional

� O MPA representa o Brasil em organismos internacionais como a FAO, Rede de Aquicultura das Américas e OIE (apoio ao MAPA).

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4. Âmbito Nacional

� Rio Grande do Sul� As ações relativas à normatização e à

fiscalização da Sanidade Aquícola tiveram início em 1998 e ainda hoje não estão ativas.

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Rio grande do Sul� Projeto de Lei � Dispõe sobre o Programa de Aqüicultura, no Estado do Rio Grande do Sul, e dá outras

providências.�

� Art. 1.º A produção, comércio e o trânsito de animais aquáticos e produtos de animais aquáticos, no Estado do Rio Grande do Sul, ressalvadas as disposições das legislações federal e estadual vigentes, obedecerão ao disposto nesta Lei.

� Art. 2.º A introdução e a reprodução de espécies exóticas no Rio Grande do Sul obedecerão as resoluções expedidas pelo Ministério do Meio Ambiente e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

� Parágrafo Único Para os efeitos desta Lei, considera-se espécie exótica aquela que tiver origem e distribuição geográfica de outras bacias hidrográficas, independente de Estado ou País.

� Art. 3.º Os produtores e distribuidores de animais aquáticos e produtos de animais aquáticos, que desenvolvam atividades relacionadas com a reprodução, cultivo e comercialização e outras atividades dos animais aquáticos, deverão estar registrados pelo Órgão Oficial responsável pela conservação do meio ambiente, indicar um Responsável Técnico pela Produção e cadastrar-se junto às Inspetorias Veterinárias e Zootécnicas – IVZs da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Rio Grande do Sul....

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4. Âmbito Nacional

� UEM – Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiopatologia e Aquicultura – NUPELIA

� Neste núcleo verificamos que o Laboratório de Ictioparisitologia trabalha muito com ecologia e taxonomia de parasitas de peixes em ambientes naturais e não em cativeiro. Numa equipe de 22 pessoas, apenas 1 pós-graduando é veterinário.

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4. Âmbito Nacional

� Pesquisa dos Grupos de Pesquisa no Brasil em sanidade aquícola

� http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/detalhegrupo.jsp?grupo=I22A5064GPX6IR

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4. Âmbito Nacional

� Interface : Cadeia do Peixe Capturado x Cadeia do Peixe cultivado;

� Exemplo:� Trematódeo digenético : Ascocotyle;

� Parasita da tainha entra na lista de risco do Ministério da Saúde : 29 de junho de 2010.

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ZOONOSE - Ascocotyle = Phagicola (Fagicolose)Trematódeo digenético

Helobia aus

tralis

Mugil spp.

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Lenta evolução do conhecimento das zoonoses no Brasil!!!!

� Ex. Ascocotyle ( Phagicola)� Castro, 1994 ... A infecção por Phagicola é uma zoonose ainda emergente e

carente de estudos...

� Simões; Santos & Barbosa... Acta Tropica, 2010

� Parasita entra na lista de risco do Ministério da Saúde.

Transcorreram 16 anos!!!

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4. Âmbito Nacional

� No Brasil os caminhos do tratamento e da prevenção de enfermidades ainda são muito precários.

� Como o peixes ornamentais são importantes na balança comercial brasileira, existem ações sanitárias.

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5. Âmbito Internacional

OIE

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5. Âmbito Internacional

� Editorial da OIE dia 02/05/2012� Prevenção e Controle das Doenças dos

Animais Aquáticos: O que a OIE estáfazendo?

� Dr. Bernard Vallat afirma que a organização está incentivando a que todas as unidades de ensino em M.V. do mundo promovam uma visão geral dos problemas sanitários dos animais aquáticos. Também sugere a busca de recursos internacionais para o problema.

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Aquatic Animal Health Code

� Este precioso documento foi elaborado em reunião de especialistas em 2011 no Panamá;

� Além do “Aquatic Code” existe também o “Guide to the use of the aquatic animal health code”;

� Manual of Diagnostic Tests for Aquatic Animals

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Enfermidades dos Peixes de notificação obrigatória à OIE

� Epizootic haematopoietic necrosis� Epizootic ulcerative syndrome� Infection with Gyrodactylus salaris� Infectious haematopoietic necrosis� Infectious salmon anaemia� Koi herpesvirus disease� Red sea bream iridoviral disease� Spring viraemia of carp� Viral haemorrhagic septicaemia

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Âmbito Internacional Notificação à OIE

� As informações recebidas em 21/05/2012 Bar da Dr Keren-Yaacov, veterinário-chefe, Legislação, Autoridade de Segurança Alimentar norueguês, Brumunddal, Noruega

� Resumo� Tipo de relatório: A notificação imediata� Data de início:21/05/2012� Data de confirmação primeiro do evento21/05/2012� Relatório data21/05/2012� Data de apresentação à OIE: 21/05/2012� Motivo da notificação: Primeira ocorrência de uma doença da lista� Manifestação da doença: doença clínica� Agente causal:Vírus da anemia infecciosa do salmão� Natureza do diagnóstico :Laboratório (avançado), � Este evento pertence à uma zona definida dentro do país

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Estratégias para o combate de doenças na aquicultura asiática

� Observância dos códigos internacionais;� Desenvolvimento e implementação de diretrizes

regionais;� Estratégias nacionais da sanidade animal aquática;� Novas técnicas de diagnóstico e terapêutica;� Novas medidas de biossegurança: analise de risco,

epidemiologia, vigilância, notificação e plano emergencial em resposta a epizootias;

� Pesquisa direcionada;� Fortalecimento institucional � Qualificação de mão de obra:

educação;treinamento;extensão e unidades de diagnóstico.

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Vacinação

Métodos de vacinação dos peixes

� Administração parenteral;� Imunização oral;� Infiltração hiperosmótica;� Pulverização.

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Probióticos

� São microrganismos inofensivos que auxiliam o hospedeiro a se proteger das bactérias patogênicas;

� Entre os meios de proteção estão:� Produção de substâncias antimicrobiana;� Adesão ao muco;� Maior conversão alimentar;� Imunoestimulação.

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Manejo Sanitário EfetivoFonte : FAO, 2000

� Recursos humanos;� Infra-estrutura;� Disponibilidade de informação e dados;� Conhecimento básico nas pisciculturas;� Financiamento de Programas Sanitários;� Compromisso político e prioridade do governo;� Resposta dos piscicultores, indústria e consumidores;� Nível de interação entre as partes interessadas;� Fatores ambientais.

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Considerações Finais

� A sanidade aquícola depende hoje de altos investimentos;

� Formação de GT para assessorar os representantes oficiais na OIE;

� Fortalecimento institucional e desenvolvimento de recursos humanos; (educação, treinamento,extensão e serviços de diagnóstico)

� .

OBRIGADA

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