embargos terceiro liminar meacao mulher casada imovel

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª VARA 00ª VARA CÍVEL CÍVEL DE CURITIBA - PR. DE CURITIBA - PR. PEDE A PEDE A SUSPENSÃO SUSPENSÃO IMEDIATA IMEDIATA DO PROCESSO PRINCIPAL DO PROCESSO PRINCIPAL (CPC, art. 1052) (CPC, art. 1052) Distribuição por dep. ao Proc. nº. 005566.2007.07.0003- Distribuição por dep. ao Proc. nº. 005566.2007.07.0003- 001 001 (CPC, art. 1049) (CPC, art. 1049) Intermediada por seu mandatário ao final Intermediada por seu mandatário ao final firmado – firmado – instrumento procuratório acostado instrumento procuratório acostado – causídico inscrito – causídico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, sob o na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Paraná, sob o nº 112233, com seu escritório profissional consignado no nº 112233, com seu escritório profissional consignado no timbre desta, onde, em atendimento à diretriz do art. 39, timbre desta, onde, em atendimento à diretriz do art. 39, inciso I, do Estatuto de Ritos, indica-o para as inciso I, do Estatuto de Ritos, indica-o para as intimações necessárias, comparece, com o devido respeito intimações necessárias, comparece, com o devido respeito

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bargos Terceiro Liminar Meacao Mulher Casada Imovel

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EXMO

EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00 VARA CVEL DE CURITIBA - PR.

PEDE A SUSPENSO IMEDIATA DO PROCESSO PRINCIPAL

(CPC, art. 1052)

Distribuio por dep. ao Proc. n. 005566.2007.07.0003-001

(CPC, art. 1049)

Intermediada por seu mandatrio ao final firmado instrumento procuratrio acostado causdico inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seo do Paran, sob o n 112233, com seu escritrio profissional consignado no timbre desta, onde, em atendimento diretriz do art. 39, inciso I, do Estatuto de Ritos, indica-o para as intimaes necessrias, comparece, com o devido respeito presena de Vossa Excelncia, MARIA DAS SANTOS (Embargante), casada, comerciria, inscrita no CPF(MF) sob o n. 333.444.222-11, residente e domiciliada na Rua X, n 0000 Curitiba(PR) CEP n. 55666-77, para ajuizar, com fulcro nos arts. 1046, 3, da Legislao Adjetiva Civil, a presente AO DE EMBARGOS DE TERCEIRO,

( com pedido de medida liminar )em face de ( 1 ) BANCO ZETA S/A (Embargado), instituio financeira de direito privado, possuidora do CNPJ(MF) n. 88.777.555/0001-44, com endereo sito na Rua dos bancos, n. 0000, em Curitiba(PR) CEP n. 55666-77, ( 2 ) JOSU DAS QUANTAS (Embargado), casado, empresrio, residente e domiciliado na Rua X, n 0000 Curitiba(PR) CEP n. 55777-66, inscrito no CPF(MF) sob o n. 444.777.333-22, em razo das justificativas de ordem ftica e direito, abaixo delineadas.(1) CONSIDERAES INICIAIS ( i ) DA TEMPESTIVIDADE CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 1048 Os Embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto no transitada em julgado a sentena e, no processo de execuo, at cinco (5) dias depois da arrematao, adjudicao ou remio, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

Contata-se que a presente ao tem por fundamento desconstituir ato constritivo judicial (penhora), em face de ao de execuo por ttulo extrajudicial.

Na ao supracitada, a fase processual que ora apresenta-se a intimao da Embargante acerca da constrio judicial do imvel de sua parcial titularidade. (CPC, art. 655, 2)

Como se depreende do mandado de intimao da penhora realizada, cuja cpia ora anexamos, a Embargante fora intimada da penhora em 00/11/2222. (doc. 01)

Dessarte, temos que a presente Ao de Embargos de Terceiro fora manejada dentro do quinqudio legal, tendo-se em conta a data que a Autora tomara conhecimento da constrio judicial, ou seja, dia 00/11/2222.

Convm ressaltar notas de jurisprudncia com esse enfoque:

APELAO CVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. TEMPESTIVIDADE. INTERPRETAO EXTENSIVA DOS ARTS. 1.046 E 1.048 DO CPC CINCIA INEQUVOCA DO ATO EXPROPRIATRIO. AUSNCIA DE PROVA. CINCIA QUE NO SE PRESUME. RECURSO PROVIDO. A contagem do prazo para a propositura dos embargos de terceiro inicia-se com a cincia do ato de constrio, independente do trnsito em julgado da sentena. A cincia do terceiro deve ser inequvoca e referir-se especificamente constrio judicial que recai sobre imvel no pertencente s partes da ao principal. A cincia do ato expropriatrio no pode ser presumida. (TJMT - APL 143135/2012; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Marcos Machado; DJMT 17/04/2013; Pg. 11)

APELAO CVEL. EXECUO FISCAL. EMBARGOS DE TERCEIRO. TEMPESTIVIDADE. INTERESSE DE AGIR. PRVIA ARREMATAO. EFICCIA. INTEMPESTIVIDADE. Intempestividade dos embargos de terceiro no configurada. Na esteira da jurisprudncia do STJ, "nas hipteses do terceiro-embargante no possuir cincia do processo de execuo, especificamente, a respeito do ato de constrio judicial, deve-se considerar como termo a quo a data do efetivo ato de turbao". Interesse de agir. Manifesto o interesse de agir do embargante, proprietrio do imvel em razo de prvia arrematao, em manejar embargos de terceiro visando a impedir o seu praceamento. Eficcia da arrematao. Inexistem elementos suficientes para infirmar a eficcia da arrematao do imvel previamente realizada, no havendo nestes autos prova de m-f do embargante. Apelao desprovida. (TJRS - AC 220493-87.2012.8.21.7000; Vacaria; Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Heleno Tregnago Saraiva; Julg. 27/02/2013; DJERS 26/03/2013)

Em consonncia com o magistrio de Antnio Cludio da Costa Machado, temos que:Segunda, o processo de execuo ou fase de cumprimento de sentena: quanto a essa, indubitvel que a regra se mostra plenamente lgica e, por isso, aplicvel, no podendo a oposio dos embargos ultrapassar o prazo de cinco dias a partir dos atos referidos, desde que devidamente formalizados . . . (MACHADO, Antnio Cludio da Costa. Cdigo de Processo Civil interpretado e anotado: artigo por artigo, pargrafo por pargrafo. 4 Ed. So Paulo: Manole, 2012, p. 1770)

Tempestivo, desta feita, o ajuizamento da presente ao.

( ii ) LEGITIMIDADE ATIVA

A ao de execuo em mira (Proc. n. 7777.444.3333.2.88.0001), ora por dependncia, tem como partes o Embargado (Banco Zeta S/A) e, no plo passivo da mesma, singularmente o senhor Josu das Quantas, esposo da Embargante.

Destarte, verifica-se que a Embargante no parte na relao processual acima citada.

Todavia, consoante prova ora carreada com esta inaugural (doc. 02), a Embargante casada sob o regime de comunho universal de bens com o segundo Embargado. (Josu das Quantas)

Neste contexto, temos que a Embargante parte legitima para defender a posse e propriedade do bem em espcie, pois define o Estatuto de Ritos que:

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 1046 Quem, no sendo parte no processo, sofrer turbao ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreenso judicial, em casos como o de penhora, depsito, arresto, seqestro, alienao judicial, arrecadao, arrolamento, inventrio, partilha, poder requerer que sejam manutenidos ou restitudos por meio de embargos. ( . . . ) 3 - Considera-se tambm terceiro tambm o cnjuge quando defende a posse de bens dotais, prprios reservados ou de sua meao.

( destacamos )

A propsito:APELAO CVEL. EMBARGOS DE TERCEIROS. DEFESA DA MEAO. LEGITIMIDADE ATIVA.

Cnjuge que no figurava como r nos autos da ao principal na poca da propositura dos embargos. Sentena de extino do feito sem julgamento do mrito (art. 267, VI, CPC) reformada. Legitimidade reconhecida. Anlise do mrito. Exegese do art. 515, 3 do CPC. Prova testemunhal e documental comprovando a posse anterior exercida pela embargante. Posse mantida. Embargos de terceiro procedentes. Recurso conhecido e provido. (TJSC - AC 2012.070019-0; So Francisco do Sul; Terceira Cmara de Direito Civil; Rel. Juiz Saul Steil; Julg. 30/10/2012; DJSC 07/11/2012; Pg. 186)

Tambm por esse prisma o entendimento de Araken de Assis:Mas os bens prprios ou os reservados, exatamente porque integram o patrimnio do cnjuge, e no o do executado, o qual responder, nos termos do art. 591, pelo cumprimento da obrigao, escapam a constries por dvidas alheias (retro, 38.2). Tambm os bens meao da mulher, individualmente considerados, se tutelam mediante embargos de terceiro, ressalvada a responsabilidade prevista no art. 1.644 do CC-02 (dvida contrada em proveito da economia domstica). (ASSIS, Araken de. Manual de Execuo. 15 Ed. So Paulo: RT, 2013, p. 1382)(no existem os destaques no texto original)( iii ) LEGITIMIDADE PASSIVALITISCONSRCIO NECESSRIO-UNITRIOCDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 47 H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo.

Tendo em vista que a ao de execuo fora ajuizada contra o senhor Josu das Quantas (Embargado), faz-se necessria a incluso do mesmo no plo passivo da demanda junto com o primeiro Embargado, eis que a deciso judicial originria deste processo os atingir diretamente.(CPC, art. 47)

Sobre o assunto, o Colendo o Superior Tribunal de Justia j decidiu que:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. MATRIA CONSTITUCIONAL. VIOLAO AO ART. 535 DO CPC. NO OCORRNCIA. AO RESCISRIA. ART. 485, V, DO CPC. VIOLAO A LITERAL DISPOSIO DE LEI. EMBARGOS DE TERCEIRO. LITISCONSRCIO PASSIVO NECESSRIO UNITRIO. EXEQUENTE E EXECUTADO. CONSTRIO SOBRE BEM HIPOTECADO. 1. admissvel que no Recurso Especial em ao rescisria se aponte contrariedade aos dispositivos legais que dizem respeito aos fundamentos do acrdo rescindendo. Precedentes da Corte Especial. 2. No compete ao Superior Tribunal de Justia, em Recurso Especial, o exame de violao a dispositivos da Constituio Federal. 3. Se as questes trazidas discusso foram dirimidas, pelo Tribunal de origem, de forma suficientemente ampla, fundamentada e sem omisses deve ser afastada a alegada violao ao art. 535 do Cdigo de Processo Civil. 4. Nos embargos de terceiro, h litisconsrcio necessrio unitrio entre o exequente e o executado, quando a constrio recai sobre imvel dado em garantia hipotecria pelo devedor. Ofensa ao art. 47, do CPC, segundo o qual "h litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de Lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo. " 5. Recurso Especial provido. (STJ - REsp 601.920; Proc. 2003/0189958-8; CE; Quarta Turma; Rel Min Isabel Gallotti; Julg. 13/12/2011; DJE 26/04/2012)

Na mesma trilha, observamos o seguinte julgado:

EMBARGOS DE TERCEIRO. LITISCONSRCIO NECESSRIO PASSIVO.

Ao de resciso contratual cumulada com pedido de reintegrao de posse movida apenas contra um dos cnjuges. Impossibilidade. Aplicao dos artigos 47 e 10 1 inciso I, ambos do Cdigo de Processo Civil. Sentena anulada a partir da citao, porm convalidado o ato em relao ao ru. Recurso provido. (TJSP - APL 9131943-46.2007.8.26.0000; Ac. 6256847; So Jos do Rio Preto; Stima Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Mendes Pereira; Julg. 29/08/2012; DJESP 06/11/2012)

Endossa este raciocnio as lies de Daniel Amorim Assumpo Neves, quando assim professa:

" Os embargos de terceiro so ao de conhecimento de rito especial sumrio, de que dispe o terceiro ou a parte a ele equiparada, sempre que sofra uma constrio de um bem do qual tenha posse (como senhor ou possuidor) em razo de deciso judicial proferida num processo do qual no fora partcipe. O objetivo da ao de embargos de terceiro desconstituir a constrio judicial com a consequente liberao do bem. Tambm pode ser utilizada preventivamente, com o propsito de evitar a realizao da constrio. (NEVES, Daniel Amorim Assumpo. Manual de Direito Processual Civil. 4 Ed. So Paulo: Mtodo, 2012. Pg. 1.419)

Deflui desses conceitos que os embargos de terceiro devem ser manejados, em face das partes que esto em litgio no processo principal (execuo), ou seja, exequente e executados (litisconsrcio passivo necessrio-unitrio). (2) BREVE EXPOSIO FTICA

A ao de execuo em mira (Proc. n. 7777.444.3333.2.88.0001), ora por dependncia, tem como partes o Embargado (Banco Zeta S/A) e, no polo passivo da mesma, singularmente o senhor Josu das Quantas, esposo da Embargante.

Destarte, verifica-se que a Embargante no parte na relao processual acima citada.

Todavia, consoante prova ora carreada com esta inaugural (doc. 02), a Embargante casada sob o regime de comunho universal de bens com o segundo Embargado. (Josu das Quantas)

Por este norte, constata-se que a Embargante sofrera constrio em sua meao do imvel sito na Rua X, n. 0000 Centro, em Curitiba(PR), matriculado sob o n 9999, fl. 94 do Livro 2-OGP, do 00 Ofcio do Registro de Imveis de Curitiba/PR. (doc. 03) Referido imvel, urge asseverar, fora adquirido muito antes da contratao da dvida exequenda, ou seja, na data de 11/33/0000.

(3) NO PLANO DE FUNDO DESTA AO ( i ) DA ILEGALIDADE DA CONSTRIO JUDICIAL(PENHORA)

Os presentes Embargos tem por objetivo excluir a constrio do bem cogitado, quando o Embargante apresenta-se como co-proprietaria, na medida de sua meao.

Primeiramente, devemos destacar que a hiptese em estudo no traduz a contratao de emprstimo para consumo familiar, nos moldes do que destaca o art. 1664, do Cdigo Civil. Em verdade, como observa-se do contrato exequendo, o ento Executado, ora segundo Embargado, sofrera a execuo em face de dvida da empresa Sol da Terra Ltda. (doc. 04) Na ausncia de bens da sociedade empresria em lia, fora

Registre-se, mais, que quaisquer condues em sentido contrrio, o nus ser revertido Embargada. (CPC, art. 333, inc. II)

Dessa forma, a meao do bem imvel constrito, deve ser afastada da constrio judicial guerreada. (CC, art. 1667)

de todo oportuno, ainda, gizar as lies de Humberto Theodoro Jnior:Assim, para discutir o ttulo, a dvida e regularidade do processo executivo, a mulher agir na qualidade de litisconsorte do marido e ter de ser valer dos embargos de devedor. Mas, para defender os bens reservados ou sua meao, o caminho normal sero os embargos de terceiro (art. 1046, 3), ainda que tenha sido intimada da penhora e tenha assumido a condio de litisconsorte passiva do processo executivo. que, ao defender ditos bens, o ttulo jurdico invocado pela mulher diverso do que se achava envolvido no processo de cobrana do dbito do marido. Embora parte na execuo, a mulher se apoiar em ttulo jurdico que tornar seus bens particulares intangveis pela execuo da dvida do marido. (THEODORO JNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 42 Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2010, vol. 3, p. 284)

necessrio no perder de vista o entendimento jurisprudencial:APELAO CVEL. POSSE. EMBARGOS DE TERCEIRO. MEAO. BENEFCIO FAMILIAR INDEMONSTRADO. O embargado, credor, no provou que o aval foi firmado em benefcio da famlia. Desta forma, procede o levantamento da penhora sobre a meao da embargante. Deveras, quando a dvida contrada por um cnjuge, sem necessidade de autorizao do outro (art. 1.643, do CC), a presuno de que a dvida foi contrada em benefcio da famlia. Dessa forma, salvo demonstrada a ausncia de benefcio familiar pelo cnjuge, possvel a penhora da meao. Entretanto, quando a dvida contrada pelo cnjuge, sem a observncia da autorizao da mulher (como o aval e a fiana, art. 1.647 do CC), a presuno de que a dvida no foi contrada em benefcio da famlia. Assim, salvo provada a vantagem familiar pelo credor (condio de scio ou administrador do avalista), impossvel a penhora da meao. Precedentes. Deram provimento ao apelo. Por maioria. (TJRS - AC 172610-52.2009.8.21.7000; Trs de Maio; Dcima Oitava Cmara Cvel; Rel Des Elaine Maria Canto da Fonseca; Julg. 28/03/2013; DJERS 24/04/2013)

RECURSO APELAO ACIDENTE DE TRNSITO RESPONSABILIDADE CIVIL EMBARGOS DE TERCEIRO. 1. A esposa do devedor, que com ele possui patrimnio comum, dispe de embargos de terceiro para defesa de sua meao. Precedentes do Colendo Superior Tribunal de Justia. Pertinncia da medida reconhecida. 2. Hiptese que trata de dvida referente a condenao judicial decorrente de ato ilcito praticado pelo falecido cnjuge da embargante, que no revela hiptese de dvida contrada em favor da famlia. Embargos julgados improcedentes. Irregularidade. Direito meao que deve ser reconhecido. 3. Tratando-se de bens imveis e, portanto, indivisveis, devem eles ser levados por inteiros hasta pblica, reservando-se meeira a metade do valor obtido com a venda. Exegese do artigo 655-B do Cdigo de Processo Civil. Embargos julgados procedentes para liberar da constrio judicial a meao da autora. Sentena reformada. Recurso provido. (TJSP - APL 0002506-49.2010.8.26.0114; Ac. 6652290; Campinas; Vigsima Quinta Cmara de Direito Privado; Rel. Des. Marcondes D' ngelo; Julg. 10/04/2013; DJESP 23/04/2013)

APELAO CVEL. NEGCIOS JURDICOS BANCRIOS. EMBARGOS DE TERCEIRO. CNJUGE. AUSNCIA DE INTIMAO. CONVALIDAO DO ATO. BEM INDIVISVEL. RESERVA DE MEAO. 1. Nulidade da penhora: A interposio dos presentes embargos de terceiro pela embargante, defendendo sua meao, tem o condo de sanar a ausncia da intimao da penhora, em ateno aos princpios da instrumentalidade, da necessidade e ausncia de prejuzo. 2. Resguardo da meao: No tendo a dvida sido contrada em favor da entidade familiar, de ser resguardada a meao da embargante. Caso em que a meao dever ser ressalvada no produto alcanado com a venda judicial da totalidade dos bens penhorados. 3. Compensao da verba honorria: Vai permitida a compensao dos honorrios advocatcios, nos termos da Smula n 306 do STJ. Apelo da embargante desprovido; apelo do embargado parcialmente provido. (TJRS - AC 579910-63.2010.8.21.7000; Venncio Aires; Dcima Segunda Cmara Cvel; Rel. Des. Umberto Guaspari Sudbrack; Julg. 14/03/2013; DJERS 19/03/2013)

( ii ) NUS DA SUCUMBNCIA PRINCPIO DA CAUSALIDADE

De acordo com os princpios que regem a matria, no se pode, em tese, negar que o Embargante, se vencedor na demanda, ter direito a receber, dos Embargados, o pagamento dos honorrios de seu advogado. No importa se a penhora se deu por concorrncia ou no dos Embargados. O processo no haver de resultar em dano para quem tenha razo, de h muito observou Chiovenda. E isso ocorreria caso o Embargante no tivesse ressarcimento das despesas que teve para defender seus direitos em juzo.

Aplicando-se a teoria da causalidade, hoje de regra aceita, no se pode duvidar de que os Embargados, vencidos, devero arcar com aquelas despesas (STJ, Smula 303).

No mesmo sentido:

APELAO CIVEL. EMBARGOS TERCEIRO. AQUISIO DE I MV EL. TERCE IRO DE B OA. F. AUS NCIA DE AVERB AO NA MATRCUL A DO IMVE L. P RES UNO DE B OA. F. POSS E COMPROVADA. RECURSO IMPROVIDO. PRINCPIO DA CAUSALIDADE. NUS SUCUMBNCIA. EMBARGANTE DEU CAUSA AO. RECURSO ADESIVO IMPROVIDO. Os embargos de terceiro tm por objetivo excluir da constrio os bens de quem, sendo proprietrio ou possuidor, e no sendo parte no processo, sofrer esbulho ou turbao por ato judicial sua posse, ou sua posse e seu domnio. Existncia de anterior de contrato compra e venda mas com transferncia no registrada no cartrio de registro de imveis. Prova da posse. nus da sucumbncia a cargo do embargante porque deu causa a penhora e ao ajuizamento da ao. (TJMS - APL 0127489-66.2007.8.12.0001; Campo Grande; Primeira Cmara Cvel; Rel. Des. Joenildo de Sousa Chaves; DJMS 29/11/2012; Pg. 14)

EMBARGOS DE TERCEIRO.

Execuo com lastro em financiamento com garantia hipotecria. No oposio do credor hipotecrio/exequente. Acolhimento parcial dos embargos de terceiro. nus de sucumbncia. Condenao da instituio financiadora. Pedido de excluso da condenao nos nus sucumbenciais. Acolhimento. Princpio da causalidade. Cabimento. Smula 303, do STJ. Recurso conhecido e provido. Incabvel, em princpio, a condenao do banco ru na sucumbncia em embargos de terceiro, onde ao exeqente impossvel o conhecimento de venda anterior de imvel atravs de contrato no registrado no cartrio de imvel respectivo. "Em embargos de terceiro, quem deu causa a constrio indevida, deve ser responsvel pelo pagamento dos honorrios advocatcios, diante do princpio da causalidade". (Smula n. 303, STJ). (TJSC - AC 2012.013167-0; Cricima; Segunda Cmara de Direito Comercial; Rel. Des. Dinart Francisco Machado; Julg. 06/11/2012; DJSC 19/11/2012; Pg. 204)

(4) REQUERIMENTO DE MEDIDA LIMINAR

Tendo em vista quea) Houve indevida constrio de bem(turbao da posse);

b) que a posse em estudo de boa-f e anterior promoo da ao executiva;

c) sendo a Embargante casada com o segundo Embargado e, pois, legtima proprietria da metade do bem constrito;

d) verificado que a Embargante terceiro em relao ao executiva.

torna-se mister que Vossa Excelncia, com supedneo no art. 1051 do Caderno Processual Civil, conceda medida liminar no sentido de:( i ) expedir mandado de manuteno de posse em favor da Embargante, com a suspenso imediata da ao executiva em apreo;( ii ) caso Vossa Excelncia que a prova documental, acostada com a presente pea vestibular, no foi suficiente para comprovar a posse, o que se diz apenas por argumentar, sucessivamente pede seja designada audincia preliminar para oitiva das testemunhas a seguir arroladas(CPC, art. 1050, 1):a) Antnia(qualificao completa art. 407, do CPC);

b) Francisco( qualificao completa art. 407, do CPC)

c) Maria( qualificao completa art. 407, do CPC)

(5) PEDIDOS E REQUERIMENTOS

Posto isso, comparece o Embargante para requerer que Vossa Excelncia tome as seguintes providncias:

A) Levando-se em conta que os Embargados tm patronos diversos nos autos da ao principal(Ao de Execuo), requer a intimao de seus patronos para, querendo, aps cumprida a medida liminar, , no prazo de 10 (dez) dias, contestar a presente ao (CPC, art. 1050, 3 c/c art. 1053);

b) julgar procedente os pedidos formulados nesta Ao de Embargos de Terceiro, tornando sem efeito a constrio guerreada(penhora) sobre a meao do imvel e, confirmando a liminar requerida e concedida, ordenar o parcial levantamento da penhora incidente sobre o imvel objeto da matrcula n..., do 00 Ofcio de Registro de Imveis de Curitiba/PR, condenando os Embargados, a ttulo de sucumbncia, em honorrios e custas processuais;

c) deferir a prova do alegado por todos os meios de provas admitidas em direito(art. 5, inciso LV, da Lei Fundamental.), notadamente pelo depoimento pessoal dos Embargados, oitiva das testemunhas arroladas nesta pea processual, juntada posterior de documentos como contraprova, percia, tudo de logo requerido.

D-se causa o valor de R$ 00.000, 00 ( .x.x.x ), que o mesmo da Ao de Execuo cogitada, a qual deu origem contrio.

Respeitosamente, pede deferimento.

Curitiba(PR), 00 de maio do ano de 0000.

Beltrano de Tal Advogado - OAB(PR) 112233

A presente Ao Incidental instruda com cpia integral do processo de execuo n. 112233-44.2010.11.06.0001, onde declara-se como sendo autnticos e conferidos com os originais todos os documentos ora colacionados, sob as penas da lei.

CDIGO DE PROCESSO CIVIL

Art. 365. Fazem a mesma prova que os originais:

[ . . . }

IV - as cpias reprogrficas de peas do prprio processo judicial declaradas autnticas pelo prprio advogado sob sua responsabilidade pessoal, se no lhes for impugnada a autenticidade.

Art. 736. O executado, independentemente de penhora, depsito ou cauo, poder opor-se execuo por meio de embargos.

Pargrafo nico. Os embargos execuo sero distribudos por dependncia, autuados em apartado e instrudos com cpias das peas processuais relevantes, que podero ser declaradas autnticas pelo advogado, sob sua responsabilidade pessoal.

Data Supra

Beltrano de Tal

Advogado OAB(PR) 112233

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