em tempo - 9 de junho de 2013

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SÉRIE D MÁX.: 33 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO, SALÃO IMOBILIÁRIO E CONCURSOS ANO XXV – N.º 8.026 – DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ REBECCA RUMO A 2014 Assim que forem encerradas as inserções do PP na TV e no rádio, a secretária de Governo, Rebecca Garcia, encomendará uma pesquisa a um instituto nacional, “com todos os nomes envolvidos no processo eleitoral”, para avaliar sua possível candidatura ao governo do Estado. Última Hora A2 A poluição desenfreada do meio ambiente não inibe iniciativas de pre- servação pelos chamados “defensores da natureza”. Dia a dia C1 a C5 Amazonas não é tapete de sujeira ESPECIAL Com a ajuda de arquitetos é possível e garantir bom gosto e sofisticação na hora de decorar seu imóvel. Salão Imobiliário 9 DECORAÇÃO Dicas para a noite dos namorados ROTEIRO O presidente dos EUA, Barack Oba- ma, defende o programa do governo que grampeou milhões de números de telefones no país. Mundo B7 Grampo, ‘mal necessário’ para Obama TELEFONES IMÓVEIS O ex-prefeito Amazonino Mendes causou o maior burburinho com novo visual: está mais magro, jovial e bem-humorado. Contexto A3 Amazonino light e de bom humor REPAGINADO Consumir alho e cebola ajuda na redução do risco de doenças, como o câncer de intestino e do pâncreas. Saúde e Bem-estar F2 SEM CÂNCER O ex-presidente sul-africano Nel- son Mandela (foto), 94, foi internado ontem, em Pretória, com uma infec- ção pulmonar. Última Hora A2 Mandela internado em estado grave ÁFRICA DO SUL ALHO E CEBOLA O milagre dos peixes Projeto do governo do Estado vai elevar a produção assistida em tanques e igarapés para 100 mil toneladas, seis vezes mais do que a criação atual. O negócio vai movimentar R$ 500 milhões e beneficiar 80 mil pessoas em um período de 10 anos. Economia B1 a B5 Tribunal federal é avanço AVALIAÇÃO Política A5 EXPOSAMBA 2013 Os compositores amazonenses Júnior Rodrigues e Donádio de Tomaz Júnior (foto) disputam a semifinal da “São Paulo Exposamba 2013”. Plateia D3 Grande Prêmio do Canadá promete briga acirrada, prin- cipalmente entre Red Bull, Lotus e Ferrari . Pódio E8 O segredo do sucesso JOSÉ MELO Elenco 18 e 19 DIEGO CAJA DIVULGAÇÃO CHICO BATATA/AGECOM AP DIVULGAÇÃO Raras edições de Sade e Baudelaire integram coleção de 50 mil itens cedida por família de um bilionário colombiano a Harvard. Ilustríssima G3 Libertinagem e alucinação em Harvard LEITURA Pódio E3 Brasil enfrenta seu algoz Pódio E7 AP A expansão da piscicultura é uma alternativa sustentável como vêm provando os empreendedores do Amazonas FRANÇA Elenco 8 e 9 DIVULGAÇÃO RICARDO OLIVEIRA Naça na linha dura

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

SÉRIE D

MÁX.: 33 MÍN.: 24TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700

ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO, SALÃO IMOBILIÁRIO E CONCURSOS

ANO XXV – N.º 8.026 – DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

REBECCA RUMO A 2014Assim que forem encerradas as inserções do PP na TV e no rádio, a secretária de Governo, Rebecca Garcia, encomendará uma pesquisa a um instituto

nacional, “com todos os nomes envolvidos no processo eleitoral”, para avaliar sua possível candidatura ao governo do Estado. Última Hora A2

A poluição desenfreada do meio ambiente não inibe iniciativas de pre-servação pelos chamados “defensores da natureza”. Dia a dia C1 a C5

Amazonas não é tapete de sujeira

ESPECIAL

Com a ajuda de arquitetos é possível e garantir bom gosto e sofi sticação na hora de decorar seu imóvel. Salão Imobiliário 9

DECORAÇÃO

Dicas para a noite dos namorados

ROTEIRO

O presidente dos EUA, Barack Oba-ma, defende o programa do governo que grampeou milhões de números de telefones no país. Mundo B7

Grampo, ‘mal necessário’ para Obama

TELEFONES

IMÓVEIS

O ex-prefeito Amazonino Mendes causou o maior burburinho com novo visual: está mais magro, jovial e bem-humorado. Contexto A3

Amazonino light e debom humor

REPAGINADO

Consumir alho e cebola ajuda na redução do risco de doenças, como o câncer de intestino e do pâncreas. Saúde e Bem-estar F2

SEM CÂNCER

O ex-presidente sul-africano Nel-son Mandela (foto), 94, foi internado ontem, em Pretória, com uma infec-ção pulmonar. Última Hora A2

Mandela internado em estado grave

ÁFRICA DO SUL

ALHO E CEBOLA

O milagre dos peixesProjeto do governo do Estado vai elevar a produção assistida em tanques e igarapés para

100 mil toneladas, seis vezes mais do que a criação atual. O negócio vai movimentar R$ 500 milhões e benefi ciar 80 mil pessoas em um período de 10 anos. Economia B1 a B5

Tribunal federal é avanço

AVALIAÇÃO

Política A5

EXPOSAMBA 2013Os compositores amazonenses Júnior Rodrigues e

Donádio de Tomaz Júnior (foto) disputam a semifi nal da “São Paulo Exposamba 2013”. Plateia D3

Grande Prêmio do Canadá promete briga acirrada, prin-

cipalmente entre Red Bull, Lotus e Ferrari. Pódio E8

O segredo do sucesso

JOSÉ MELO

Elenco 18 e 19

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ULG

AÇÃO

CHIC

O B

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ECO

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AÇÃO

Raras edições de Sade e Baudelaire integram coleção de 50 mil itens cedida por família de um bilionário colombiano a Harvard. Ilustríssima G3

Libertinagem e alucinação em Harvard

LEITURA

Pódio E3

Brasil enfrenta seu algoz

Pódio E7

AP

A expansão da piscicultura é uma alternativa sustentável como vêm provando os empreendedores do Amazonas

FRANÇA

Elenco 8 e 9

a noite dos namorados

O presidente dos EUA, Barack Oba-ma, defende o programa do governo que grampeou milhões de números de telefones no país. Mundo B7

Grampo, ‘mal necessário’ para Obama

TELEFONES

milhões e benefi ciar 80 mil pessoas em um período de 10 anos.

EXPOSAMBA 2013Os compositores amazonenses Júnior Rodrigues e

Donádio de Tomaz Júnior (foto) disputam a semifi nal da “São Paulo Exposamba 2013”.

Libertinagem e alucinação

LEITURA

FRANÇAFRANÇA

Elenco 8 e 9

DIV

ULG

AÇÃO

RICARDO OLIVEIRA

SÉRIE D

Elenco 18 e 19

Pódio E3

AP

Naça na linha

dura

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Page 2: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Pesquisa é quem vai dizerse Rebecca será candidataAvaliação será feita por um instituto de nome nacional, que fará um raio-X político de todo o cenário eleitoral no Amazonas

Atual secretária de Governo, Rebecca Garcia (PP), aponta-da no meio político

como virtual candidata ao governo do Estado, vem se preparando para disputar a sucessão do governador Omar Aziz (PSD), que teve uma votação histórica na úl-tima eleição. Mas Rebecca não quer fazer isso sem um estudo prévio do quadro polí-tico que vai enfrentar e sobre os níveis de aceitação do seu nome junto ao eleitorado.

De acordo com a assesso-ria da deputada, assim que terminarem as inserções do Partido Progressista (PP) no rádio e na televisão Rebecca Garcia vai dar o primeiro passo para avaliar a possibilidade de sua candidatura. Deverá encomendar uma pesquisa sobre o cenário em Manaus e mais dez municípios para saber qual a real avaliação de sua possível candidatura. “O detalhe nessa pesquisa é que não há hipótese de vazar o resultado”, garantiu Rebecca a um de seus assessores na área de marketing político.

De posse dos resultados da

pesquisa, que deverá ser feita por um instituto de renome na-cional – e não por um “instituto carimbado” – avisa a secretá-ria –, Rebecca vai analisar todo o cenário eleitoral, com todos os nomes envolvidos.

“Esse estudo será uma es-pécie de raio-X político do Amazonas”, garante a depu-tada. Segundo adiantou ao

EM TEMPO a assessoria de Rebecca, o próprio PP vai ban-car a pesquisa.

A movimentação de Rebecca em Brasília, mostrando trânsi-to livre em alguns ministérios, tem sido intensa nos últimos dias. Na terça-feira, 4, ela conduziu, no Ministério das Cidades, a reunião que tratou sobre o Programa Água para Manaus (Proama) com a pre-

sença de técnicos do governo do Amazonas, da Prefeitura de Manaus e do secretário nacio-nal de Saneamento Ambiental, Osvaldo Garcia.

Rebecca também tem sido vista constantemente nas ações do governo, ao lado do governador Omar Aziz ou nas ações do Fundo de Promoção Social, que tem como presidente a primeira-dama Nejmi Aziz.

No último dia 5, Rebecca participou em Brasília de um encontro com os possí-veis candidatos a governo do Partido Progressista nas eleições do próximo ano. A reunião ocorreu na residência do presidente da sigla, o se-nador Ciro Nogueira. Segundo a secretária, o encontro foi importante para alinhar infor-mações sobre como o partido deverá caminhar nas eleições do próximo ano. Na reunião, também foram apontados os possíveis nomes que deverão concorrer ao cargo majotirá-rio em seus Estados, e o de Rebecca recebeu boa aceita-ção do partido. Na semana passada, Rebecca também se reuniu com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, onde o alvo das con-versas foi as eleições.

PRUDÊNCIAApesar de estar sen-do cotada para lançar candidatura em 2014, a atual secretária de Governo, Rebecca Garcia, deverá enco-mendar uma pesquisa eleitoral para avaliar suas possibilidades

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Rebecca Garcia tem demonstrado trânsito livre em Brasília e também prestígio com Dilma

DIVULGAÇÃO

Ação contra poliomielite aconteceu neste sábado

A primeira etapa do “Dia D de imunização contra a poliomielite” aconteceu on-tem em todo o país com a campanha de vacinação voltada a crianças com 6 meses até 5 anos de ida-de. Em Manaus, o evento de abertura aconteceu na policlínica Doutor Antônio Comte Telles, no São José 3, Zona Leste.

A iniciativa do Ministé-rio da Saúde, em parceria com Estados e municípios, estima vacinar 328,6 mil crianças em todo o Estado do Amazonas até o dia 21 de junho. O secretário de municipal de Saúde, Evan-dro Melo, explicou a im-portância da vacina. “Nos organizamos para que em qualquer área de Manaus,

seja zona urbana ou rural, tenha um posto fixo ou vo-lante. São duas gotas que irão proteger nossas crian-ças desse mal que há mais de 20 anos está erradicado do Brasil, mas que poderá ser reintroduzida, pois con-tinua circulando em todo o mundo”, disse.

“A doença pode matar ou então pode tornar a pessoa deficiente física, pois ela incapacita. E a proteção são apenas duas gotas, que pode salvar essa vida”, rei-terou o secretário.

Ainda de acordo com o titular da Semsa, os postos de saúde e locais de vaci-nação ficaram abertos ao público de 8h às 17h, para facilitar o atendimento a todas as criança.

CAMPANHAHomem é encontrado sem olhos

O corpo de um homem foi encontrado na manhã de ontem na rua Mucuim, no conjunto Atílio Andreazza, Japiim, Zona Sul. De acordo com policiais militares da 7º Companhia Interativa Comunitária, a vítima es-tava sem os olhos. A sus-peita é de acerto de contas entre traficantes.

O tenente Sátiro Júnior informou que por volta das 7h a Polícia Militar recebeu uma denúncia de morado-res de que um homem havia sido encontrado morto no local. Segundo Sátiro, a cena do crime indicava que a vítima foi assassinada em outro local. “O corpo ainda estava fresco, não exalava nenhum odor, o que indica que foi executa-do em outro local e apenas jogado ali por se tratar de uma área deserta, com pouca movimentação”, ob-servou o tenente.

O caso será encaminha-do para a Delegacia Espe-cializadas em Homicídios e Sequestros (DEHS). Em menos de um mês esse é o quinto caso de morte com requintes de cruelda-de. No dia 27 de maio, os corpos de Frank Oliveira Silva, “Frankzinho do 40”, e de Antônio Carlos Cos-ta, o “Tonga”, foram en-contrados dentro de duas malas pretas nas margens do rio Negro. Na última sexta feira (7), outros dois corpos ainda não identifi-cados foram encontrados esquartejados na praia da Ponta do Brito, no municí-pio de Iranduba, dentro de sacos pretos.

CRUELDADE

Nelson Mandela é internadocom infecção pulmonar

O ex-presidente sul-africa-no Nelson Mandela, 94, foi internado neste sábado em estado grave para tratar de uma infecção pulmonar que enfrenta há alguns dias. Se-gundo o governo do país, seu quadro é estável e ele foi transferido de sua casa, em um subúrbio em Johanesbur-go, para um hospital de Pre-tória depois que seu estado de saúde se deteriorou.

Em comunicado, o porta-voz do atual presidente, Jacob Zuma, disse que Mandela está em “estado grave, mas está-vel” e que os médicos estão

fazendo o possível para me-lhorar sua saúde de Mandela. No comunicado, Zuma desejou também a rápida recuperação do ícone antiapartheid e pediu respeito e privacidade.

Essa é a quinta vez que Mandela foi levado às pressas a um hospital nos últimos 2 anos. A última vez aconteceu em abril deste ano, quando foi diagnosticado com pneu-monia e ficou internado por dez dias. Mandela tem um histórico de problemas pulmo-nares que datam de quando ele contraiu tuberculose quando era prisioneiro político.

ESTADO GRAVE

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Page 3: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 A3Opinião

As diretorias dos bois-bumbás de Parintins desencavaram uma palavra antiga – pavulagem – que, fora da Ilha Tupinambarana, identifi ca aquele canoeiro que remou até uma “cidade grande”, conheceu todos os seus defeitos e nenhuma de suas virtudes. Com essa sabedoria, remaram, as diretorias, de volta ao curral, que hoje é arena, para continuarem a exercer uma outra vertente da pavulagem, a arrogância de donos de casa-grande, o mandonismo.

Pois ali, na casa-grande, as diretorias de Caprichoso e Garantido dedicam-se a rabiscar regulamentos e estatutos, que elas mesmas não respeitam. Márcia Auxiliadora Cardoso Baranda e Francisco Walteliton de Souza Pinto, presidentes do Caprichoso e do Garantido, respectivamente, produziram, um “regula-mento do credenciamento” para profi ssionais de comunicação que atuarão na cobertura jornalística do 48º Festival Folclórico de Parintins, com nove artigos (afora os parágrafos um, dois, único etc.) cheios de obviedades e um exemplo de grosseria explícita, no oitavo insight.

“O profi ssional de comunicação que durante a cobertura jornalística etc.”, e segue uma imitação barata do “Estatuto da Gafi eira”, samba antigo de Billy Blanco: “O distinto que fi zer o seguinte/ Subir nas paredes/ Dançar de pé pro ar/ Morar na bebida sem querer pagar/ Abusar da umbigada de maneira folgazã/ Prejudicando hoje o bom caboco de amanhã etc.”.

Os dois delegados também confundem as funções jornalísticas dos credenciados: os jornais têm direito a dois repórteres e quatro colunistas sociais. Burrice. Colunista social é repórter de setor. E, segundo o estatuto da gafi eira de Baranda e Pinto, devem fi car no fosso do bumbódromo, onde, com certeza estará, também, o público-alvo do colunismo social. O que mata dirigente de boi não é malária, é pavulagem.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para os compositores Júnior Rodrigues e Donádio Tomaz, que estão classifi cados para a semifi nal da São Paulo Exposamba 2013, levando o nome do Amazonas para a maior mostra de samba do país.

Júnior e Donádio

APLAUSOS VAIAS

Velhos camaradas Mais cordial, o Negão conver-

sou longamente com o sucessor, prefeito Arthur Virgílio.

Parece até que eram amigos desde pequenininhos.

MintchuraQuem andou espalhando que

Alfredo Nascimento (PR-AM) estava transferindo seu título de eleitor para Natal (sua terra) onde pretenderia se candidatar a deputado federal, está redon-damente enganado.

Durante entrevista à TV EM TEMPO, o senador Eduardo Bra-ga citou pelo menos três vezes o nome de Alfredo.

Juntos chegaremosUma prova de que o ex-mi-

nistro dos Transportes – que anda desgastado em Manaus – está mesmo nos planos do Braga para 2014.

Ele que fezNuma das vezes em que citou

Alfredo, Eduardo garantiu que a indicação do atual ministro dos Transportes, Cesar Borges, foi feita por Alfredo.

Assim como o diretor-ge-ral do Departamento Na-cional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Jorge Ernesto Pinto Fraxe.

Devolve meus R$ 0,10Os petistas vão entrar com

representação no Ministério Público para que a população seja ressarcida dos valores que foram cobrados a mais na pas-sagem de ônibus, desde março deste ano, que somam quase R$ 5 milhões, em virtude dos erros na elaboração dos cálculos da tarifa do ônibus.

ReduçãoA decisão foi tomada de-

pois que o prefeito Arthur Virgílio anunciou a redução de R$ 0,10 na tarifa de ônibus

da cidade, após revisão das planilhas de custo do sistema de transporte.

EncrenqueirosOs encrenqueiros que vão

infernizar a vida do prefei-to para que os empresários devolvam os R$ 0,10 são os vereadores Waldemir José e Bibiano Garcia; deputado esta-dual José Ricardo e o deputado federal Francisco Praciano.

Eu aviseiWaldemir José detona que

as planilhas apresentadas em audiência pública realizada na Câmara, no mês de abril, já apre-sentavam desconformidades.

– Estava claro e evidente que aqueles valores não eram re-ais. Na ocasião, questionei, mas minhas indagações não foram levadas em consideração.

Então, táDo ministro da Fazenda, Gui-

do Mantega, sobre a queda do PIB.

– Criar empregos é mais im-portante que crescer o PIB.

DiscutívelMantega também jura de pés

juntos que a crise não afetou a maioria da população.

Mas os críticos da econo-mia dizem que isso é discutí-vel. Senão vejamos: as faixas mais pobres do país corta-ram em 11% as compras de produtos básicos no primeiro bimestre do ano.

Pense nissoNão é só: a inadimplência no

país passou de 5,1%, no ano passado, para 6,49%, em abril deste ano; 18 milhões de pes-soas trabalham sem carteira assinada e 15 milhões por conta própria; 90 mil crianças de 5 a 9 anos trabalham, e 1,1 milhão entre 9 e 14 anos também (dados do IBGE).

Linha da pobrezaSe forem adotados os cri-

térios da ONU, praticamente todas as pessoas benefi cia-das pelo Bolsa Família vivem “abaixo da linha da pobreza” (que é de US$ 2, ou pouco mais de R$ 4, por dia).

To nem aíO Senado Federal não tem

qualquer pretensão de recor-rer ao Supremo Tribunal Fede-ral (STF) contra a promulgação da emenda constitucional que criou mais quatro tribunais regionais federais, inclusive um em Manaus.

Renan indiferentePelo menos é o que garante

o advogado-geral do Senado, Alberto Cascais.

Segundo ele, não há qual-quer orientação do presiden-te da casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesse sentido.

– A advocacia não tem ne-nhuma orientação de questio-nar em juízo, mesmo porque não há interesse.

Mais quatroO Congresso promulgou na

manhã de quinta-feira a emen-da constitucional que determina a instalação, em até seis meses, dos tribunais em Curitiba (PR), Salvador (BA), Manaus (AM) e Belo Horizonte (MG).

Copa na mídiaO clima de Copa das

Confederações e Copa do Mundo já tomou conta da publicidade brasileira.

Segundo levantamento da Controle da Concorrência, que monitora o mercado publicitá-rio na TV, Coca-Cola e Brahma foram, no mês de maio, os anunciantes com o maior nú-mero de inserções na TV aberta brasileira de campanhas que “pegam carona” nos eventos.

Para o soldado da PM que manchou o nome de uma instituição centenária, ao assaltar um posto de gasolina e roubar a quantia de R$ 57 e um apa-relho celular de um frentista.

Policial bandido

O ex-prefeito Amazonino Mendes foi um dos homenageados com a Medalha de Ordem do Mérito Jurídico, do Tribunal Regional do Trabalho, por serviços prestados ao Estado.

Quando ele chegou todo mundo se surpreendeu e o buchicho foi geral. Amazonino está mais magro do que quando deixou a prefeitura, remoçou e aparenta bom humor.

Amazonino light

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Quando o boi voa... e dá coice

O conceito de sociedade está longe de implicar homogenei-dade. Quando nos referimos à sociedade brasileira, sabemos que aí se incluem várias etnias; vários e diferentes espaços ge-ográfi cos que determinam por sua vez diferenças culturais e econômicas; classes ou es-tratos econômicos variados; peculiaridades linguísticas de acentuação fonética e de semântica etc.

Mas, por outro lado, nos sen-timos uma nação só; falamos um mesmo idioma; apropria-mos-nos de uma mesma área territorial; vivemos sob um mesmo Estado e um mesmo governo federativo. Somos, afinal, a Nação Brasileira, a Sociedade Brasileira, o Povo Brasileiro.

Investir nisso, que se acei-tou chamar “unidade nacional”, isto é, reconhecer as diferenças e as peculiaridades, respeitá-las, mas persistir na adesão à convicção de que somos uma só grande e heterogênea na-ção (que inclusive abriga várias nações indígenas) tem sido um objetivo da maioria daqueles que pensam o Brasil, da qual se excetuam certos segmentos que insistem e se esforçam, em nome de um populismo obtuso, em criar guetos ou em fragmentar a sociedade, como se, assim, estivessem a promover justiça social.

Começaram com as cotas para negros, para índios, para pobres, na política educacional, quando substituíram os universais crité-rios da competência acadêmica pela demagógica pertinência a uma etnia, a uma classe ou a uma cultura. Comprometeu-se a qualidade da educação levando seu nível à altura da clientela, em

lugar de promover a ascensão da população aos padrões de uma educação digna, nas próprias escolas públicas.

Agora foi a vez da ministra Marta Suplicy, da Cultura, fi el à ideologia e ao modo de gover-nar do seu partido, lançar, por meio do ministério que dirige, programa de apoio a criadores e produtores culturais, sob a condição impositiva de que apenas negros se poderiam candidatar. Um juiz federal do Maranhão mandou suspender a vigência do edital porque entendeu que se tratava de uma atitude segregacionista, propiciadora e estimuladora de uma forma de racismo, na medida em que estabelecia privilégio a uma etnia e, con-sequentemente, afrontava a Constituição Federal.

Mesmo que se delimitassem temas vinculados aos brasilei-ros de etnia negra, ainda as-sim não haveria razão alguma para excluir criações e produ-ções originárias de autores não negros. Afi nal, alguns dos melhores analistas da cultura negra brasileira provieram de outras origens étnicas.

Cor da pele, peculiaridades culturais, linhagem genética, pertinência a uma etnia ou a um clã, nada disso pode substituir os critérios adequados e legíti-mos de seleção e classifi cação que uma situação venha a exigir conforme sua natureza.

Na verdade, quando, aparen-temente, se anuncia um projeto como se fosse para benefi ciar uma minoria dentro de uma sociedade, corre-se o risco de criar um gueto e de estabelecer fraturas raciais, econômicas ou mesmo culturais no univer-so de um todo social.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas EM

TEMPO

Sociedade fraturada

[email protected]

Charge

Mesmo que se delimitas-sem temas vinculados aos brasilei-ros de etnia negra, ainda assim não haveria ra-zão alguma para excluir criações e produções originárias de autores não negros. Afi nal, alguns dos melhores analistas da cultura ne-gra brasileira provieram de outras ori-gens étnicas”.

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Page 4: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

FrasePainelVERA MAGALHÃES

O Planalto ainda não defi niu o destino dos royalties da mineração, que dobrarão de 2% para 4% pelo novo código do setor, que será enviado ao Congresso no dia 18. Os ministérios da Fazenda e da Educação disputam o destino dos recursos. Aloizio Mercadante trabalha para que, assim como no caso do petróleo do pré-sal, a compensação paga pelas empresas seja destinada à Educação, enquanto Guido Mantega e Arno Augustin defendem que o dinheiro fi que com o Tesouro.

Salomônica Um das ideias estudadas pelo Planalto para solucionar a queda de braço é que os 2% já cobrados fiquem com o Tesouro, e o percentual excedente seja destinado à educação.

Bipolar Enquanto o ministro dos Transportes, César Borges, reclama do rigor do TCU (Tribunal de Contas da União) na fi scali-zação de obras, Gleisi Hoff mann vive lua de mel com o tribunal.

Bipolar 2 A titular da Casa Civil tem elogiado a disposição do órgão em acompanhar os estudos de concessões para ajudar a evitar problemas e atrasos. Ela foi ao tribunal pessoalmente apresentar as propostas aos ministros.

Aqui, não Após vazamento da última reunião de articula-ção política entre ministros e líderes do PT, Dilma Rousse-ff vetou que encontros com pauta eleitoral ocorram no Palácio do Planalto.

Precoce Causaram estranhe-za na cúpula do Banco do Brasil declarações de Benito Gama sobre sua nova função antes mesmo de ser empossado na

vice-presidência.

Sede ao pote O petebista disse que a vice de governo no BB será turbinada com inves-timentos em grandes projetos, como novos aeroportos.

Bis Será no dia 27, em São Paulo, o lançamento da can-didatura de Rui Falcão a um novo mandato na presidência nacional do PT. O ex-presidente Lula, que apoia a reeleição do deputado estadual, foi convida-do para o evento.

Hegemonia Falcão tem o apoio de quase todas as princi-pais tendências internas, como Construindo um Novo Brasil, Movimento PT, PT de Lutas e de Massa, e Novo Rumo. A Mensagem ao Partido deve ter candidato próprio.

Alpiste Do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), sobre a entrevista de Arlindo Chinaglia (PT-SP) dizendo que só 150 deputados são fi éis ao Planalto e que o PMDB às ve-zes atrapalha: “Ninguém pega passarinho gritando xô”.

Na paz... Walter Feldmann (PSDB), que atuou como ponte

da campanha de José Serra em 2012 com líderes religiosos, desempenha o mesmo papel na articulação da Rede, de Marina Silva.

...do Senhor O deputado participou na sexta-feira de café da manhã com pastores evangélicos na Feira Literá-ria Cristã. Ele disse que foi ao evento como “amigo dos amigos evangélicos”.

Baixa O governo paulista pode perder seu secretário de Saúde, Giovanni Guido Cerri. O médico quer deixar a administração para dedicar seu tempo à direção da Faculdade de Medicina da USP e a seu consultório particular.

Raio-X Cerri ainda não pro-curou Geraldo Alckmin (PSDB), mas a cúpula do Palácio dos Bandeirantes já detectou a insatisfação.

Reserva José Américo (PT), presidente da Câmara de São Paulo, vai assumir a prefeitura da capital paulista pela primeira vez. Ele fi ca no cargo na terça e na quarta, com a viagem de Fernando Haddad e da vice Nádia Campeão a Paris, para a apre-sentação da Expo 2020.

Mina de recursos

Contraponto

Famoso por usar sandálias no Congresso, o deputado Domingos Dutra (PT-MA) foi barrado por seguranças do Supremo Tribunal Federal, na última quarta-feira.Ao se deparar com a confusão, Paulinho da Força (PDT-SP) conseguiu convencer um dos seguranças da corte a “alugar” seus sapatos para o colega maranhense. Como os calçados fi caram largos e quase escorregavam dos pés de Dutra, seus passos faziam ecoar um “pof, pof” no plenário do Supremo. Paulinho fez graça.— Desse jeito, a sessão vai ser suspensa por barulho estranho e constante na plateia!

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Sapato dado não se olha a forma

Tiroteio

DO PRESIDENTE DA OAB, MARCUS VINICIUS FURTADO, sobre a promulgação dos quatro novos TRFs, criados da mesma forma que o CNJ e o CNMP.

Se o STF declarar inconstitucionais os novos tribunais, terá que extinguir os órgãos de controle do Judiciário. Não faz sentido.

Karina e Atila se conheceram quando eram jovens. Casaram-se, tiveram quatro filhas. Eram de famílias tradicionais e res-peitadas na pequena localida-de. Atila teve uma formação prática técnica e aceitou um convite para trabalhar numa cidade distante. Um dia, viu-se desempregado por motivos que variavam dos pessoais aos de conjuntura. A demanda pelo trabalho que fazia diminuiu, a firma teve problemas financei-ros, aos poucos foi caindo nas garras do álcool. Arruma tudo e vem para Manaus. No centro da cidade, aluga um quarto e uma cozinha. A mulher arru-ma trabalho, ele não. A queda é vertiginosa. Sem apoio de familiares, longe de amigos, o mergulho no mundo do vicio e da violência é fatal.

Esta história, que parece banal, mas que é história de seres humanos, é real, e é a história de milhares e milhares de migrantes que não deram cer-to. Também existem histórias de sucesso e de superação. Nos esquecemos facilmente que to-dos temos histórias parecidas. Todos somos migrantes ou filhos de migrantes. Viemos de algum lugar buscar trabalho, vida melhor, saúde de qualidade,educação.

Se já nascemos no país, no Estado, ou na cidade que vivemos, nossos pais e nossos avós vieram de terras e países distantes, do Líbano, do Marrocos, de Portugal, do Japão, da Itália, do Ceará, do Maranhão, do Pará, enfi m, do mundo inteiro.

Por que então é tão difícil acei-tar os migrantes? Alguém disse que é porque são os últimos que chegaram, incomodando, desinstalando, ameaçando nos-

sa paz e tranquilidade. Esquece-mo-nos da riqueza que trazem, da riqueza humana em primeiro lugar, mas também da rique-za material com seus conheci-mentos, suas capacidades, e até seu potencial de consumo.

O Brasil e a Amazônia sempre foram meta de migrações e dizem os especialistas que continuarão a ser. Os haitianos que buscam o nosso país, mas também os bo-livianos, colombianos, peruanos, africanos, continuarão a chegar. Eles suscitam a nossa solidarie-dade, mas também nos desa-fi am a alargar o nosso conceito de justiça. Nossas comunidades católicas, ajudadas a ser solidá-rias por religiosos e religiosas, que têm como carisma acolher, acompanhar e cuidar dos migran-tes têm se mostrado à altura do momento vivido.

Mas é evidente que a situação ultrapassa a solidariedade e exige postura de estadistas da parte dos que ocupam o poder, para que sejam elaboradas e colocadas em prática políticas públicas que enfrentem o pro-blema das migrações.

Neste mês de junho, nossa igreja se volta para essa situ-ação em parceria com organi-zações governamentais ou não. Se pensarmos nos milhões de refugiados no mundo, no tráfico de seres humanos, no trabalho escravo, na decadência econô-mica e moral de nossas cidades, podemos perder a esperança e cruzar os braços.

Para quem tem fé, isso é im-possível. Mas mesmo quem é simplesmente humano não per-manece na indiferença e faz o que é possível, e às vezes o possível é dar um quilo de alimen-to não perecível para atender às emergências.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castriani

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropo-litano de Manaus

Se pensar-mos nos milhões de refugiados no mundo, no tráfi co de seres humanos, no trabalho escravo, na decadência econômica e moral de nossas cida-des, pode-mos perder a esperança e cruzar os braços. Para quem tem fé, isso é impossí-vel”.

Os últimos que chegaram

Olho da [email protected]

Esta bola (sim, é uma bola) incrustada na gordura saturada do igarapé do Franco (aquele da famosa avenida Brasil) é o último suvenir do último jogo de futebol que aconteceu (não se sabe se na Colina, no Parque Amazonense ou no tão prematuramente saudoso Vivaldão) em Manaus, cidade-sede da Copa do Mundo de 2014. O que seria do mundo se não existisse um futuro?

Depois da descoberta do pré-sal, o investimento não apenas em eólica, mas em todas as outras energias renováveis diminuiu no país. Também não há subsídio do governo, especialmente aos pequenos produtores, como acontece na Europa

José Luz Silveira, professor do departamento de ener-gia da Unesp, repercute o estudo da Global Wind Energy Council, grupo internacional de organizações e empresas

do setor energético, que elegeu o Brasil como um dos paí-ses de maior potencial na geração de energia pelo vento.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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Page 5: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 A5Política

Três Estados do Norte sob a jurisdição do AmazonasManaus vai sediar, em seis meses, o Tribunal Regional Federal da 9ª Região. Acre, Rondônia e Roraima integram a área

A cidade de Manaus se prepara para receber, em seis meses, o novo Tribunal Regional

Federal (TRF) da 9ª Região que atenderá os Estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Para que o tribunal seja instalado é necessária a tramitação de projeto de lei de iniciativa do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para criação dos cargos de desembargador federal e de servidores, que deverá ser encaminhado ao Congresso Nacional no iní-cio do próximo semestre. As informações são do juiz fe-deral no Amazonas, Francisco Renato Codevila.

De acordo com Codevila, não é possível prever com exatidão o custo de criação de cada tribunal. Segundo o magistrado, o que determi-nará o custo é a quantidade de servidores. Para ele a Jus-tiça Federal, historicamente, é superavitária, ou seja, os benefícios fi nanceiros são su-periores aos custos, devido ao incremento na arrecadação de tributos federais. Ele tam-bém não soube dizer se será construído um prédio para abrigar o TRF da 9ª região e, em qual zona da cidade.

O Estado tem pelo menos 70 mil processos cíveis, cri-minais, previdenciários, am-bientais e executivos fi scais que tramitam no TRF da 1ª região, sediado em Brasília.

Lá são atendidos processos de mais 13 Estados brasi-leiros: Acre, Amapá, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Ma-ranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Piauí, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Em abril, o presidente do Su-premo Tribunal Federal (STF), ministro Joaquim Barbosa, cri-ticou a aprovação da propos-ta de emenda à Constituição (PEC) 544/2002 no Congresso e chegou a dizer que “esses tribunais vão ser criados em resorts, em alguma grande praia”. Outra crítica de Bar-bosa foi relacionada ao custo de implantação dos tribunais. Em reunião com associações de magistrados ele disse que o Conselho Nacional de Jus-tiça (CNJ) não foi ouvido. “Eu

estou dizendo é que órgãos importantes do Estado não se pronunciaram sobre o projeto que vai custar à nação, por baixo, R$ 8 bilhões”, afi rmou.

Consultado pelo EM TEMPO, o líder da presidente Dilma Rousseff (PT), no Senado, o se-nador Eduardo Braga (PMDB),

disse que o ministro deve ter se confundido por não conhecer a Amazônia. “Eu não conheço no Juruá nenhuma praia que seja como Ipanema ou como Copacabana. Eu não conheço no Purus também e não conhe-ço no Alto Rio Negro, nem no Alto Solimões”, alfi netou.

O senador afi rmou que a instalação de um TRF no Amazonas amplia o acesso à cidadania e é necessário um esforço coletivo para a consolidação. “É uma luta. Nós demos um passo importante porque a PEC foi promulgada na última quinta-feira pelo Congresso Nacional e agora precisamos que a Ordem dos Advogados do Brasil e os nos-sos juízes federais possam nos ajudar para que nós possamos

consolidar isso para o nosso povo”, acrescentou Braga.

O presidente da OAB-AM, advogado Alberto Simonetti Neto, também recebeu com entusiasmo a promulgação da PEC. Para ele o Legislativo federal cumpriu o seu papel e não há qualquer irregulari-dade na medida.

O juiz federal Francisco Co-devila, disse se sentir orgulho-so do TRF da 9ª Região ser sediado no Amazonas. “Sediar um tribunal federal é motivo de muito orgulho para o Esta-do, além de representar o re-conhecimento da importância do Amazonas para a Região Norte e para o país. Repre-senta, ainda, melhor acesso dos jurisdicionados ao Poder Judiciário”, fi nalizou.

LUCIANO FALBOEspecial EM TEMPO

VALTER CAMPANATO/ABR

DEMORAA PEC que pedia a ins-talação de mais quatro TRFs tramitava no Congresso há 11 anos. Ela foi aprovada em abril deste ano e, após dois meses e muita po-lêmica, foi sancionada na última quinta-feira

O presidente da cor-te máxima da Justiça brasileira, ministro Joaquim Barbosa, é um dos principais críticos da instala-ção de novos TRFs

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Page 6: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Aécio aproveita racha no PMDB para buscar apoio

Virtual candidato do PSDB à Presidência, o senador Aé-cio Neves (MG) tem pro-curado grupo dissidente do PMDB no Senado para tentar costurar aliança para 2014. Durante as conversas, ele engrossa o coro dos descon-tentes, acusando o governo Dilma de “maltratar” aliados e garante que – com a can-didatura de Marina Silva e Eduardo Campos (PSB) – a oposição tem 80% de chance de ir a segundo turno.

OportunidadeAécio também tem pro-

curado lideranças do PMDB dos doze Estados contrários à reedição da aliança com o PT em 2014.

Aécio, nãoA bancada do PMDB-RS,

que apoiou o tucano José Serra em 2010, garante que não há menor chance de se aliar a Aécio Neves.

À lutaCom o PT-CE negando-

lhe apoio para governador, o líder do PMDB, Eunício Oliveira, é uma bomba-relógio contra o governo, no Senado.

Pensando bem...... o diabo parece que está

gostando do que Dilma pro-meteu fazer com ele “quando é hora de eleição”.

Ministro indispõe banca-da do PMDB com Temer

Alvo de críticas no PMDB, o ministro Antônio Andrade (Agricultura) agora com-prou briga com o vice-pre-sidente Michel Temer, por quem foi indicado à pasta, em articulação com o mi-nistro Fernando Pimentel (Desenvolvimento). Andra-de tem se negado a no-

mear cargos prometidos à bancada alegando que as diretorias são ocupadas por indicações de Temer des-de a gestão do ex-ministro Wagner Rossi.

Jogo do empurraProcurado por peemede-

bistas, o vice Michel Temer foi peremptório ao declarar que não tem mantido qual-quer cargo na Agricultura.

Do alto do OlimpoA bancada do PMDB re-

clama que, além de não emplacar indicações, sequer consegue audiências com o ministro Antônio Andrade.

Na cozinha com DilmaA Presidência da Repúbli-

ca vai gastar nas cozinhas até R$ 74,2 mil com free-zer, fornos, 9 batedeiras, 9 liquidificadores e, epa!, faca elétrica.

Sai de baixoDilma recebeu em primeira

mão a informação da queda de 4 a 8 pontos percentuais na aprovação do seu de-sempenho, dependendo da classe social, e o motivo é o retorno da infl ação. Madame fi cou nervosíssima.

Viva MéxicoLongo artigo do chanceler

Antônio Patriota, na rede in-ternacional do Project Syndi-cate, faz parecer que o Brasil abdicou de um acalentado projeto: defendeu assento permanente no Conselho de Segurança da ONU... “para a América Latina e África”. Os mexicanos adoraram.

Não sou de ninguémCom receio de perder a

ampla aliança na disputa pela reeleição em 2014, o governador Renato Casa-grande (PSB-ES) tem dito aos quatro cantos que não

dará palanque a Dilma, nem a Eduardo Campos (PSB).

É o destinoAspirante ao Planalto em

2014, Aécio Neves (PSDB-MG) apelou às afi nidades em reunião com Paulo Hartung (PMDB-ES) essa semana. Lembrou que foram depu-tados e governadores no mesmo período.

Medo de rasteiraPresidente da Fiesp, Paulo

Skaf quer reunião com exe-cutiva do PMDB esta semana para tratar de sua candidatu-ra ao governo de São Paulo. Alvo de denúncias recentes, Gabriel Chalita não se vê fora do jogo.

Produtor é quem sofreO deputado Fábio Trad

(PMDB-MS) critica a demar-cação de terras de índios: “O governo tem mais de 30 mil hectares de terras con-fiscadas de traficantes de drogas. Por que não assenta os índios nelas?”.

Ciência sem fronteirasO vice-presidente Michel

Temer, que fez a primeira viagem ofi cial de um diri-gente brasileiro à Hungria, acertou o oferecimento de 449 bolsas de estudos para brasileiros, em 14 universi-dades do país.

Dança das cadeirasO PMDB da Câmara e Sena-

do está de olho na mudança de cargos nos principais ór-gãos do Nordeste: Codevasf, Sudene, Banco do Nordeste do Brasil e Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (DNOCS).

Pensando bem...... com escândalos torrando

dinheiro público desde a era Palocci, a Caixa não é Eco-nômica faz tempo.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Estamos à beira de um colapso”

PRESIDENTE DA FECOMERCIO-PI, Valdeci Caval-cante, sobre os altos índices de infl ação

PODER SEM PUDOR

Pleonasmo nos olhosPolítico tão esperto quanto simplório, Benedito

Valadares era governador de Minas quando encontrou na ante-sala de Getúlio Vargas o ministro da Educação, Gustavo Capanema, que estranhou seus óculos escuros.

- É uma conjuntivite nos olhos – ex-plicou Valadares.

- Benedito, isso é um pleonasmo! – rea-giu o ministro, professoral.

Valadares ignorou a observação e entrou para falar com Vargas. O presidente também estranhou os óculos escuros. Ele reagiu:

- Presidente, o médico lá em Minas disse que era uma conjuntivite nos olhos, mas o Capanema, que quer ser mais sabido que os médicos, me disse que é um pleonasmo!...

Segunda rodada de discussõesDando continuidade ao ci-

clo de debates sobre a neces-sidade ou não da redução da maioridade penal, os senado-res da Comissão de Consti-tuição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado realizam amanhã, às 15h, audiência pública para analisar possí-veis consequências, a efi cá-cia e a constitucionalidade da modifi cação legislativa.

Entre os convidados estão o desembargador do Tribu-nal de Justiça de São Paulo

Marco Antônio Marques da Silva; o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná João Kopytowski; e o defensor público-geral federal, Haman Tabosa de Moraes e Córdova. Também participa a presiden-te da Associação Nacional dos Defensores Públicos, Patrícia Kettermann, e o desembar-gador do TJRJ, José Muiños Piñeiro Filho.

A iniciativa das audiências públicas partiu do presidente da CCJ, senador Vital do Rêgo

(PMDB-PB), com objetivo de criar um ambiente nacional de discussão do assunto. Esta será a segunda das três audiências programadas. A primeira ocorreu em 3 de ju-nho, quando o presidente da OAB, Marcus Vinícius Furtado Coêlho, e a subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge, afi rmaram que a redu-ção da maioridade penal não diminuirá a criminalidade. A terceira audiência está agen-dada para o dia 17.

MAIORIDADE

Político tão esperto quanto simplório, Benedito Valadares era governador de Minas quando encontrou na ante-sala de Getúlio Vargas o

Valadares ignorou a observação e entrou para falar com Vargas. O presidente também

Levantamento do conselho mostra que apenas 95 órgãos do Poder Judiciário cumprem a resolução nº 151/2012

CNJ vai intimar tribunais que descumprem decisão

Conselheiro Wellington Saraiva, ouvidor-geral do CNJ, diz que Judiciário tem que publicar salários

Noventa e cinco ór-gãos do Poder Judi-ciário divulgam na internet as remune-

rações de seus magistrados, servidores e colaboradores. É o que mostra levantamento da Ouvidoria do Conselho Nacio-nal de Justiça (CNJ), realizado na última quinta-feira, sobre o cumprimento da Resolução CNJ 151/2012, que regula-mentou essa publicação. O número corresponde a 79% de um universo de 120 unidades da Justiça. Entre os órgãos judiciais que publicam os da-dos, o relatório revela que 22 o fazem com atraso e que outros 25 não divulgam as informações de acordo com as especifi cações do CNJ.

Entre os problemas na divul-

gação, está a falta de identifi -cação nominal e da lotação dos benefi ciários, como determina a resolução do CNJ. O conselhei-ro Wellington Saraiva, ouvidor-geral do conselho, considerou relevante o número de órgãos judiciais que não cumprem a norma na integralidade. Ele não descartou a possibilidade de essas unidades sofrerem algum tipo de sanção disciplinar. “A minha avaliação é a de que, infelizmente, o nível de cumpri-mento da resolução por parte dos tribunais, ainda não é o de-sejado pelo conselho. Acho que o CNJ terá de adotar uma postura mais enérgica com relação a essa matéria”, afi rmou.

Saraiva pretende intimar os órgãos judiciais que não se-guem a resolução em todas as

suas especifi cações. A resolu-ção nº 151 foi editada pelo CNJ em julho de 2012 para alterar um dispositivo da resolução nº 102, expedida em dezembro de 2009. Segundo o relatório, ainda não cumpriram a resolu-ção, o Superior Tribunal Militar; o Tribunal Regional Federal da 2ª Região; as seções judiciárias da Justiça Federal em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Paraná; os Tribunais Regionais Eleitorais do Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rondônia; os Tri-bunais Regionais do Trabalho da 1ª, 2ª, 3ª, 5ª, 9ª, 16ª e 18ª Regiões; e os Tribunais de Jus-tiça dos Estados de Alagoas, Amazonas, Minas Gerais, Mato Grosso, Pernambuco, Paraná e Rio Grande do Sul.

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MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 A7Política

Nosso gran-de desafio hoje é a transver-salidade. Precisamos entender que quan-do falamos em desen-volvimento sustentável, todos preci-sam traba-lhar juntos”

A secretária do Meio Am-biente e Desenvolvimen-to Sustentável do Estado do Amazonas (SDS) Nádia

Cristina d’Ávila Ferreira, comemo-rou a semana do meio ambiente com vitórias. Além dos dez anos de instalação do órgão no Amazonas e os baixos índices de desmata-mento no Estado, a SDS realizou a 4ª. Conferência Estadual de Povos de Comunidades Tradicionais do Amazonas, onde se discutiu o de-senvolvimento de políticas públicas nacionais e estaduais para povos e comunidades tradicionais.

Mestre em Biologia de Água Doce e Pesca no Interior pelo Instituto Nacional de Pesquisas do Amazonas (INPA/FUA), Nádia Ferreira possui pós-graduação em Gestão pela Qualidade Total pelo Instituto Euvaldo Lodi (IEL). Titular da SDS há 8 anos, Nádia está no governo do Estado há uma década, onde já atuou como coordenadora do programa de “Desenvolvimento Sustentável do Gasoduto Coari-Manaus”. No ano passado, Nádia foi uma das finalistas do prêmio nacional Cláudia. Sua indicação foi devido ao incentivo e a elaboração do “Pacto da Amazônia”, que levou a voz dos povos amazônidas para a Rio+20.

Em conversa com o EM TEMPO, a secretária falou sobre os avan-ços que a SDS já realizou nessa década e dos planos futuros para os próximos dez anos. “Avançamos muito, mais ainda teremos muito mais para avançar”.

EM TEMPO – A SDS está completando dez anos, qual o balanço que a senhora faz sobre o órgão?

Nádia Ferreira – A secretaria de Meio Ambiente passou a ser um marco no Estado após a criação do SDS. Anteriormente, apenas o Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) fazia a formulação, implementação e a fiscalização dessa política aqui na nossa região. Havia uma sobrecar-ga e com a chegada da SDS, nos últimos dez anos avançamos muito, não só nos decretos, formulações e das resoluções e instruções nor-mativas. Tivemos uma mudança de comportamento e do direcio-namento de uma política pública. Começamos a ter políticas voltadas para o meio ambiente e dar um novo direcionamento ao Estado, mas isso foi um somatório de forças. Outro grande marco foi a participação da

população. Criamos mais de sete conselhos onde a sociedade se torna mais próxima e consciente. Fomos o primeiro do país a criar o conselho de povos e populações tradicio-nais e tudo isso vem trazendo um resultado positivo.

EM TEMPO – Quais são as pro-postas para a próxima década?

NF – O futuro que queremos para o Amazonas é a continuidade desse trabalho que estamos implantando hoje. Não podemos retroagir. Ve-mos no âmbito nacional o enfra-quecimento da temática ambien-tal, mas na região não podemos permitir que isso aconteça.

EM TEMPO – Como está o índice de preservação das áre-as verdes?

NF – Nos últimos dez anos redu-zimos em 60% o desmatamento. Na Amazônia toda tivemos quase 30% de diminuição e, se olharmos em geral, em todo o país podemos perceber o esforço que os Estados brasileiros estão fazendo para di-minuir esse cálculo. No Pará, o índice de desmatamento era 8 mil quilômetros quadrados e atual-mente está em 1,5 metros quadra-dos. Nesta Conferência lançamos um programa estadual de controle prevenção de desmatamento com ações e metas para 2015. Vamos continuar perseguindo essa redu-ção do desmatamento. Agora vale ressaltar que esses índices são relativos ao desmatamento ilegal. Não somos contra o progresso e o avanço da cidade, mas não pode-mos deixar que esse crescimento regional seja a qualquer custo.

EM TEMPO – Na semana passada foi o Dia Mundial do Meio Ambiente. Tivemos o que comemorar?

NF – O Brasil tem o que co-memorar pelo que vem fazendo. Podemos dar exemplo para o mun-do. Estamos buscando diminuir a emissão dos gases efeito estufa. O que precisa é que outros seto-res, como indústria e comércio, também busquem melhoria para reduzir essas emissões. O Ama-zonas é a grande pérola da coroa. Em termo de área somos a maior região de terras protegidas. Muito já fizemos, mas ainda teremos muito mais a fazer.

EM TEMPO – Como está o orçamento da secretaria?

NF – Nosso recurso é pequeno, precisamos ampliar os valores. Nossas equipes técnicas são pe-quenas diante do trabalho que exe-

cutamos. Temos a necessidade de concurso público para nossa sede, não só na SDS, mas também para o Ipaam. Se quisermos um Ama-zonas cada vez mais verde e forte teremos que fortalecer e muito a área ambiental pelo Estado.

EM TEMPO – Estamos nos pre-parando para Copa do Mundo em 2014 e um dos apelos do Amazonas para atrair o turista será a questão ambiental. Va-mos fazer bonito aos olhos dos estrangeiros?

NF – O Amazonas ficou em pri-meiro lugar em uma pesquisa da Fifa quando se perguntou ao turista qual seria o local onde ele gostaria de assistir aos jogos. Ficamos lado a lado com o Pantanal (MT). Cabe a nós criarmos as condições para esse público se surpreender. A beleza cê-nica já tem, mas precisamos investir mais nesse segmento do turismo.

EM TEMPO – Nesta semana um deputado estadual declarou que a SDS só tem nome e fama, mas não possui recursos para desempenhar atividades na de-fesa do meio ambiente. O que a senhora fala disso?

NF – Concordo em dizer que temos nome e fama. Somos a única secretaria ambiental do país que tem a ISO – 9000. Porém, mais famosa que a SDS são as comunidades e povos tradicionais, que são os principais guardiões da nossa floresta. Em relação ao orçamento, acho que não bas-ta apenas investir em dinheiro, temos também que ter gestão de recursos para saber aplicar esses repasses. Agora, pelo leque de ações que expandimos nesses dez anos, acho que deveríamos ter um aumento de recursos sim. Recursos esses que poderiam vir com ajuda inclusive desse parla-mentar em propor na Assembleia Legislativa do Estado o aumento da nossa verba.

EM TEMPO – Qual a notícia que daqui há anos a senhora não gostaria mais de repassar como informação?

NF – Nosso grande desafio hoje é a transversalidade. Precisamos en-tender que quando falamos em de-senvolvimento sustentável, todos precisam trabalhar juntos. Ainda temos uma grande dificuldade em relação a isso. Outra coisa que não gostaria de noticiar é a demora nas regularizações fundiárias. Pessoas que vivem anos nessa área, nascem e morrem, mas não conseguem o título definitivo de suas terras.

Nádia FERREIRA

‘Temos QUE avançar MAIS’

O futuro que queremos para o Amazonas é a continuidade desse tra-balho. Não podemos retroagir. Vemos no âmbito nacional o en-fraquecimento da te-mática ambiental”

O Ama-zonas é a grande pérola da coroa. Em termo de area somos a maior re-gião de ter-ras protegi-das. Muito já fizemos, mas ainda teremos muito mais a fazer”

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIEGO JANATÃ

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

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EconomiaCa

dern

o B

[email protected], DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 (92) 3090-1045Economia B2 e B3

Expansão da piscicultura atrai investidores

DIEGO CAJA

Em busca de alternativas eco-nômicas para a Zona Franca de Manaus (ZFM), o governo do Amazonas vai investir na

“multiplicação dos peixes” em cativei-ros para transformar o Estado em um dos grandes polos de piscicultura do Brasil. O audacioso projeto prevê ele-var a produção assistida em tanques e igarapés para 100 mil toneladas – seis vezes mais do que a criação atual -, um negócio sustentável que movimentará R$ 500 milhões e bene-fi ciará 80 mil pessoas em um período de 10 anos.

O governador Omar Aziz destaca que a expansão da piscicultura é uma das prioridades econômicas do Amazonas. Nesse sentido, o governo realizou estudos técnicos para ver a viabilidade da proposta, incluindo o mapeamento das regiões com vo-cação para a atividade, e chegou à conclusão de que o peixe em cativeiro é uma das promessas do futuro para a economia da região.

Além das pesquisas, foi adotada também uma série de medidas para incentivar os produtores e eliminar os gargalos que pudessem impedir o avanço da piscicultura no Estado. Um dos entusiastas do projeto, o vice-go-vernador José Melo afi rma que, depois

d o petróleo e gás, o peixe é um dos produtos mais viáveis para fomentar a economia do Amazonas. “Estudos econômicos internacionais afi rmam que o mundo precisa de proteína animal, que está mais escassa. Antes, essa proteína era buscada no mar. Nos últimos 70 anos, a população mais que dobrou, elevando a procura pelo consumo de peixe, cuja oferta nesse tempo caiu devido à pesca predatória, gerando escassez desse tipo de alimento. É para suprir essa demanda que vamos investir na piscicultura no Estado”, salienta, ao ressaltar que não há um valor limite para os investimentos.

Segundo José Melo, a grande aposta será na produção de tambaqui com peso médio de até 2,5 quilos. Porém, o Estado vai apoiar, ainda, a criação do pirarucu com até 11 quilos no máximo, matrinxã e também do surubim. “A maior aposta será no tambaqui devido à facilidade de criação desse peixe que possui uma capacidade de agregar mais carne em curto espaço de tem-po”, explica o vice-governador.

Sustentabilidade A expansão da piscicultura no

Amazonas é considerada uma ati-vidade sustentável uma vez que as áreas a serem usadas para a ativida-

d e já es-tão de-gradadas. Para alguns especialistas, a criação de pei-xes em igarapés vai contribuir para a preservação dos rios e também das espécies naturais. “Os investimen-tos na piscicultura vão levar em consideração o respeito ao meio am-biente, uma vez que queremos desenvol-ver a economia da região sem prejudicar a natureza”, ressa l ta o titular da Secre-taria de Estado da Produção Ru-ral (Sepror), Eron Bezerra.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Para alavancar a produção, o Amazonas conta com alguns fatores ao seu favor. O prin-cipal deles é deter conheci-mento tecnológico sufi ciente para criar peixes em cativeiros desde as larvas até chegar ao peso ideal para a comer-cialização.

Atualmente, no Estado, há três formas para a criação de peixes: tanques redes, tanques escavados – que é o método mais prático hoje -, e o uso de igarapés de água corrente.

Outro fator que “joga” para o sucesso do projeto é a deci-são política do governo Omar

Aziz em apoiar a expansão da piscicultura no Amazonas. O compromisso adotado foi determinante para eliminar alguns gargalos que podiam afetar os planos para incre-mentar a atividade na região como o preço da ração, que em determinados casos chega a representar mais de 50% dos gastos do produtor, a acidez da água e o rigor das leis ambientais.

Devido à intervenção do governo, a saca de ração de 25 quilos poderá ser estabi-lizado em R$ 31 para todo o Estado graças aos sub-

sídios que serão concedidos pelo poder público a todos os produtores.

Para municípios como o de Benjamin Constant (a 1.575 quilômetros de Manaus), que hoje paga R$ 65 pela saca da ração, a economia será de 52,3%. “O valor de R$ 31 será o menor preço no Amazonas, pois o governo subsidiará a diferença”, revela José Melo.

Medidas benefi ciam a atividade

Governo elimina os gargalos

O negócio sustentável de R$ 500 milhões para alavancar a piscicultura no Estado e suprir a demanda da população por alimentos à base de proteínas

A multiplicação

DIE

GO

CAJ

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do peixe no Amazonas

Além da ração, o governo também vai subsidiar o preço do calcário, que hoje varia entre R$ 480 a R$ 600 a tonelada, para que passe a custar um valor de R$ 120 a R$ 135, com economia de 80%. O calcário é usado para corrigir a acidez da água e evitar a morte de peixes.

Legislação Quanto à questão am-

biental, que era outro garga-lo fundamental que impedia o crescimento da piscicul-

tura, o governo conseguiu aprovar uma lei que ampliou o número de hectares que podem ser explorados sem licença dos órgãos ligados ao meio ambiente. “O Ama-zonas está preparado para deixar de ser um minipro-dutor para entrar na fase da produção em alta escala. Sairemos de uma economia incipiente para uma maior”, enfatiza o vice-governador José Melo.

Leia mais em B2, B3, B4 e B5

também das espécies naturais. “Os investimen-tos na piscicultura vão levar em consideração o respeito ao meio am-biente, uma vez que queremos desenvol-ver a economia da região sem prejudicar a natureza”, ressa l ta o titular da Secre-taria de Estado da Produção Ru-ral (Sepror), Eron Bezerra.Bezerra.

sídios que serão concedidos pelo poder público a todos os

Para municípios como o de Benjamin Constant (a 1.575 quilômetros de Manaus), que hoje paga R$ 65 pela saca da ração, a economia será de 52,3%. “O valor de R$ 31 será o menor preço no Amazonas, pois o governo subsidiará a diferença”, revela

Medidas benefi ciam a atividade

biental, que era outro garga-lo fundamental que impedia o crescimento da piscicul-

José Melo.Leia mais em

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

O consumo de pescado no Brasil – uma das opções alimentares mais recomendadas pelos especialistas em nutrição - é bastante variado e com grande potencial de negócios a ser desenvolvido. Na Região Norte, espe-cifi camente no Estado do Amazonas, o consumo per capita é de 54 kg/ano, já no Rio de Janeiro é de 16 kg/per capita/ano, enquanto que a média brasileira está ao redor de 6 kg/per capita/ano, bastante baixa quando comparado aos países europeus e americanos, segundo a Embrapa. De acordo com a FAO, a agência da ONU responsável pela alimentação, a captura máxima mundial de espécies aquáticas tradicionais já atingiu os limites sustentáveis de 100 milhões de toneladas por ano. Enquanto isso, a demanda mundial continua a crescer em ritmo acelerado, em decorrência do aumento populacional e da procura por alimentos com baixos teores de gordu-ra e colesterol. Dado que as possibilida-des reais e concretas de expansão da captura pesqueira estão praticamente esgotadas, a alternativa natural para o suprimento desse mercado passa a ser o cultivo de organismos aquáticos – a aquicultura.O Amazonas, a des-peito de ter todos os requisitos para fazer do peixe um dos negócios mais promissores na indústria de alimentos, importa de outros Estados grande

parte do pescado que consome. No Brasil, país com um litoral de 8 mil km, o consumo diário de peixe é de apenas 20 gramas per capita, ou 7,1 quilos por ano, fi cando muito abaixo do consumo recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), de 12 quilos. Há 20 anos, não mais do que 10% ou 12% do suprimento de proteí-nas animais na Europa e na América do Norte vinham de animais aquáticos, principalmente, é claro, de peixes de água salgada (e mamíferos marinhos, como as baleias). Há 10 anos, mais de 25% das proteínas animais con-sumidas nos Estados Unidos vinham de peixes, e não de animais terrestres, como bois, suínos ou carneiros (so-mente as aves tiveram crescimento). E cerca da metade desse suprimento de proteína animal aquática vem de fazendas aquáticas, e não da pesca. Em 40 anos, é possível que essa pro-porção alcance 60% duas ou três vezes o que é hoje. As fazendas aquáticas podem ser a mais importante das novas indústrias e certamente a mais revolucionária, disse Peter Drucker, um pensador austríaco que defendia a revolução dos costumes e dos mer-cados com a ferramenta imbatível do conhecimento.

Para quem tem a maior área de es-pelho d’água do planeta para produção de peixes de água doce, e habita a

região com maior diversidade biológica do planeta, com a maior potenciali-dade de produção de alimentos de que se tem notícias na aldeia global, ter a cesta básica mais cara do país, com itens absolutamente oriundos de outros Estados, o constrangimento é singular. Os negócios da alimentação, portanto, além de monumental desafi o, parecem ser os que prometem mais rentabilidade para os que saírem na frente do enfrentamento desse enigma. Diria Peter Drucker a respeito: “... um negócio terá sucesso e lucratividade se o empresário vender o produto certo, para o cliente certo, com a distribuição adequada, por um preço razoável e no momento oportuno”. Considerando que os negócios da alimentação manipulam uma necessidade básica e essencial da condição humana, portanto, uma demanda perene, qualquer empreen-dimento vai assegurar bom retorno sempre e quando essa demanda for corretamente equacionada. E este é o xis da equação.

Drucker defendia categoricamente a substituição das fazendas tradicio-nais por fazendas aquáticas para a produção ambientalmente correta de proteínas. O fi lósofo, que virou guru da administração, não fez referência à Amazônia, a seus milhares de quilô-metros quadrados de espelho d’água e de sua ictiofauna com mais de três mil

espécies, mas se assustaria com a in-diferença dos gestores diante de tanta potencialidade. As espécies de peixes produzidas em cativeiro na região e vendidas nos supermercados de Ma-naus são procedentes de Rondônia e Roraima, onde os custos operacionais são mais baixos, incluindo o preço da ração. Observe que estes Estados não têm Zona Franca. O Amazonas dispõe de incentivos fi scais mas seu investi-mento em pesquisa para desenvolver tecnologia de criação extensiva de peixe em cativeiro é tímido. Temos a maior reserva mundial de silvinita, a principal matéria-prima de fertilizante e adubo (potássio), um produto que o Brasil importa 92% de outros países para a produção de alimentos. Mas não sabemos desenvolver uma ração adequada para que os peixes mante-nham em cativeiro as peculiaridades e sabor do peixe em seu hábitat original. Este seria um novo parque industrial no Amazonas, entre outros coerentes com a biodiversidade que Deus deu - o polo de aquicultura - e um modo inteligente de integrar a Zona Franca ao resto do país, com tempero de murupi e farofa de Uarini homogênea, fresca e inigualável. E, de quebra, manteríamos acesos os alertas de Drucker, lembrando que “a melhor forma de prever o futuro é criá-lo...” sem tantas delongas, porém!

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaísta

O planeja-mento não diz respeito às decisões futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes”. P.D.

Piscicultura, economia com sabor!

Expansão da piscicultura atrai investidores de fora Empresários locais e de outros Estados do país prospectam o mercado amazonense para ampliar negócios na região

O despertar de uma nova era para a pisci-cultura do Amazonas já atrai o interesse de

empresários locais e de outras regiões. Proprietário de 350 hectares de tanques de peixe no Estado do Acre, o empresário Miguel Araújo, 55, pretende in-vestir em torno de R$ 3 milhões para expandir seus negócios para o Amazonas.

Ele tem planos de construir 50 hectares de tanque em Boca do Acre (a 1.028 quilômetros de Manaus) para criar peixes em cativeiro, em particular, o tambaqui, que depois serão ven-didos para benefi ciamento em frigorífi cos da região. “Estamos montando também uma fábrica de ração no Acre. Ao todo, pro-jetamos um aumento de 30% nos negócios”, afi rma ao revelar que, em uma segunda etapa, vai vender a produção para o vizinho Peru.

O empresário amazonense Raimundo Chico, 49, dono da Frigopesca, que há 20 anos trabalha com o benefi ciamento do pescado, destaca que os pla-nos do governo para alavancar a piscicultura na região vai dar certo se houver planejamento. Sem revelar valor, ele conta que vai investir para ampliar a produção atual de 500 to-neladas de peixe em cativeiro para 3 mil toneladas. “Dentro desse projeto, é importante haver assistência técnica, pois o produtor nem sempre tem o conhecimento necessário para expandir o negócio. Em Rondô-nia, a piscicultura só deu certo porque o governo abraçou a causa, dando assistência téc-nica”, argumenta.

Conforme o vice-gover-

nador José Melo, o Estado autorizou o Instituto de De-senvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) a contratar novos técnicos para dar assistência nos municípios polos da piscicultura.

FomentoO governo permitiu também a

concessão de linhas de crédito por meio do Programa Ama-zonas Rural. No fi nal do mês de maio, o governador Omar Aziz assinou um protocolo de intenções com o Banco da Ama-zônia e Banco do Brasil para incrementar o crédito rural em R$ 300 milhões.

Os recursos vão incrementar

a piscicultura em municípios como o de Humaitá (a 590 quilômetros de Manaus), onde o governo construirá um Cen-tro Tecnológico de Produção de Peixe com investimentos de R$ 2 milhões. Ao todo, 193 pro-dutores serão benefi ciados na região. “A piscicultura se tornará a grande fonte econômica do Estado daqui a alguns anos. O povo amazonense tem essa vocação”, comentou na época Omar Aziz. A expectativa é que sejam construídos até 2 mil hectares de lâminas d’água para a piscicultura no Estado.

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CAPACIDADEUm hectare de cria-ção de peixe mede 1,5 mil metros quadrados. Em cada hectare é possível criar cerca de 8 toneladas de peixe, beneficiando até quatro pessoas

A falta de assistência técni-ca é uma das principais recla-mações de micro e pequenos empresários para desenvolver a piscicultura no Amazonas. Conforme o secretário exe-cutivo de Pesca e Aquicultura do Amazonas, Geraldo Bernar-dino, 90% dos produtores de peixes em cativeiros no Estado são micro e pequenos empre-

sários. “Os grandes criadores ainda são poucos. Porém, a tendência é essa situação mu-dar no futuro”, projeta.

No Amazonas, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Se-brae) disponibiliza recursos para capacitar empresários da piscicultura. O órgão tem apoiado o setor com orien-

tação e capacitação geren-cial e tecnológica, suporte ao associativismo, acesso a mercados, feiras e seminários, estudos de viabilidade, capa-citação em gestão, estímulo à comercialização e apoio às políticas públicas.

Em maio, o Ministério da Pesca e Aquicultura fechou parceria com o Sebrae para

desenvolver ações tecnológi-cas, econômicas e sociais para o setor pesqueiro. O acordo garante a capacitação para piscicultores no mercado, o desenvolvimento de pesqui-sas, aumento da produção e comercialização. Segundo o diretor-presidente do Sebrae, Luiz Barreto, a parceria forta-lecerá o empreendedorismo.

Piscicultores recebem assistência do Sebrae

Vindo do Acre, onde mora atualmente, Miguel Araújo afi rma que vai investir R$ 3 milhões para criar peixes em cativeiros no AM

DIEGO CAJÁ

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Novo projeto vai gerar economia nas despesasPara empreendedores que atuam há décadas no Amazonas, incentivos vão ajudar a diminuir os gastos com a atividade

Animado com as novas perspectivas para a piscicultura no Estado, o empresário Edson

da Silva Barros, 63, dono da Chácara Três Irmãos, empreen-dimento situado no Km 23 da AM-010 (que liga Manaus a Ma-nacapuru), pretende ampliar sua produção para 150 toneladas por ano. Hoje, ele cria 60 tone-ladas de peixes em igarapés, em especial, tambaqui e matrinxã, em uma área equivalente a 4 hectares. Com os investimen-tos, a criação será feita em um espaço de 10 hectares.

Há 12 anos na atividade, Ed-son calcula que somente devido aos incentivos que o governo vai dar para subsidiar a ração, ele terá uma economia de R$ 41 mil com os alimentos que compra para dar aos peixes. “Esse projeto vai aumentar a nossa produtividade, economia e vai contribuir para o escoa-mento da produção”, analisa ao ressaltar que parte da sua criação de matrinxã é vendida para fora do Estado.

O empresário defende tam-bém que o novo projeto de ex-pansão da piscicultura possa acabar com a burocracia que

o produtor enfrenta na hora de pegar o crédito. “É muita demora para liberar os recur-sos. É preciso desburocratizar para não prejudicar aquele que produz e gera emprego”, avalia Edson.

Para o piscicultor Antônio Mota Filho, que trabalha no Km 23 da AM-354 (estrada de Manaquiri), o apoio do governo

vai ajudá-lo a dobrar a produção atual para 6 toneladas. “Com os subsídios, poderemos comprar ração mais barata”, opina.

Ele sugere que o governo adote medidas para amenizar as difi culdades que o produtor tem na época do verão, quando a água dos viveiros tende a secar. “O poço artesiano de 80 metros custa R$ 6 mil”, calcula.

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Edson Barros avalia que terá uma redução de gastos com a ração dos peixes de quase 22% com os subsídios governamentais

CONSUMOAproximadamente R$ 90 milhões é quanto a piscicultura movimenta hoje no Amazonas. Já com o pescado, esse valor é de R$ 540 milhões, montante que deverá chegar a R$ 1,2 bilhão em 2023

DIEGO CAJÁ

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Polos fortalecerão a produção de peixes Ao todo, o Estado foi dividido em cinco áreas onde serão incentivadas a prática da piscicultura no Amazonas

Como parte da estraté-gia para desenvolver a piscicultura no Esta-do, o governo dividiu o

Amazonas em cinco polos de criação de peixes em cativei-ros. São eles: Polo Madeira, com sede em Humaitá, Polo Manaus e região metropolita-na, que será fi ncado em Ma-nacapuru, Polo Alto Solimões, cuja base será em Benjamin Constant, Polo Boca do Acre, que benefi ciará o município de mesmo nome, e o Polo Baixo Amazonas, centralizado em Parintins.

Além desses polos, a pisci-cultura será praticada tam-bém na área onde está a hidrelétrica de Balbina (a 180 quilômetros de Manaus).

De acordo com o vice-go-vernador José Melo, Humaitá foi escolhida como sede do Polo do Madeira devido ao fato de reunir as condições necessárias para a criação de peixes em cativeiro, incluindo, campos naturais, lençóis freá-ticos situados a dois metros do solo e acidez da água propícia para a piscicultura.

Além de Humaitá, esse polo vai benefi ciar também os produtores das cidades de Labréa, Manicoré, Novo Aripu-anã, Apuí, Canutama, Borba e Nova Olinda

Por sua vez, para incre-mentar a produção do peixe, o Polo de Manaus e região

metropolitana foi subdividi-do em três áreas: Manaca-puru- Iranduba- Novo Airão, Manaus-Itacoatiara- Presi-dente Figueiredo-Rio Preto da Eva e do Careiro Castanho – Careiro da Várzea – Mana-quiri-Autazes.

Já o Polo do Alto Solimões vai ser a base dos criado-res de municípios como o de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Fonte Boa, Jutaí, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins. Com sede em Parintins, o Polo do Baixo Amazonas vai abranger ainda os municípios de Bar-reirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã e Urucará.

Balbina Conforme explica o secretá-

rio executivo de Pesca e Aqui-cultura do Amazonas, Geraldo Bernardino, a piscicultura no Polo de Balbina será feita em duas áreas. Uma delas será cedida para a população local manter a sua própria produção. A outra será exclu-sivamente de uso empresa-rial, ou seja, destinada para a construção de fábrica de ração, indústrias, entre outros empreendimentos voltados para a atividade em larga escala. “Balbina atenderá o mercado industrial e também abastecerá a rede pública de ensino como produtos para a merenda escolar”, conta Ge-raldo Bernardino.

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polo vai benefi ciar também os produtores das cidades de Labréa, Manicoré, Novo Aripu-anã, Apuí, Canutama, Borba e Nova Olinda

Por sua vez, para incre-mentar a produção do peixe, o Polo de Manaus e região

empreendimentos voltados para a atividade em larga escala. “Balbina atenderá o mercado industrial e também abastecerá a rede pública de ensino como produtos para a merenda escolar”, conta Ge-raldo Bernardino.

Meta é de 100 mil toneladas

Atualmente, a produção de peixes em cativeiro é de 16,5 mil toneladas, conforme da-dos da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Amazonas. Até 2015, essa quantidade irá mais que dobrar para alcançar 35 mil toneladas.

Porém, o projeto do Estado é mais audacioso. Até 2023, a produção deverá chegar a 100 mil toneladas, permitin-do desta forma que metade de todo peixe consumido no Amazonas venha da pisci-cultura. “O excedente que sobrar irá ser usado para benefi ciamento da in-dústria para produzir peixe enlatado ou será exportado para países vizi-nhos como a Colômbia e a Vene-zuela. A meta do Estado é grande”, enfatiza o vice-go-vernador José Melo.

Com o crescimento da pro-dução, os lucros também vão ter um incremente, permitin-do que o piscicultor chegue a ganhar em torno de 25 mil por safra. Para facilitar o escoamento, o Estado vai

investir em infraestrutura e logística. Segundo o secre-tário executivo de Pesca e Aquicultura do Amazonas, Geraldo Bernardino, o gover-no tem planos para construir 5 mil quilômetros de vicinais. “A revitalização das estradas permitirá ao produtor trazer insumos e escoar a pro-dução”, des-taca.

Peixes serão criados em tanques ou nos próprios igarapés

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Enquanto o Amazo-nas se prepara para se tornar uma “potência” na piscicultura, Ron-dônia praticamente “domina” esse merca-do no norte do país, inclusive, exportando parte de sua produção o Estado. Segundo o superintende federal da Pesca e Aquicultura de Rondônia, a pisci-cultura cresceu mais de 300% nos últimos dois anos.

De acordo com a Agência de Defesa Sanitária Agrossilvo-pastorial de Rondônia (Idaron), aproximada-mente oito mil pro-priedades rurais têm criatórios de pesca-do. O Estado vizinho possui hoje mais de nove mil hectares de lâmina d’água em pro-dução com as devidas licenças ambientais emitidas. Até o final deste ano, a produção deverá atingir 50 mil toneladas.

Em torno de 80% dessa produção se destinam ao Ama-zonas, em particular, para a capital Ma-naus. Dados da Secre-taria de Pesca e Aqui-cultura do Amazonas dão conta de que o consumo médio de peixe do amazonense é de 45 quilos por pes-soa/ano, quase que quatro vezes mais do que a mundial.

Rondônia é ‘potência’ na piscicultura

Na avaliação do deputa-do estadual Orlando Cidade, que é presidente da Comis-são de Agricultura, Pesca, Abastecimento e Desenvol-vimento Rural da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o Ama-zonas tem potencial para se tornar um grande produtor de peixes em cativeiro. Para o parlamentar, o Amazonas deve seguir o exemplo de Rondônia, cuja produção de tambaqui para este ano deve chegar a 42 mil toneladas. “Já a produção de pirarucu no nosso Estado vizinho deverá chegar, em 2014, a 2,2 mil toneladas graças à distri-buição dos 220 mil alevinos realizada neste ano”, ressal-

tou o deputado, que visitou o Estado vizinho em maio deste ano para conhecer os projetos de piscicultura em Rondônia.

No entanto, Cidade salien-ta que para o Amazonas crescer é preciso que o go-verno elimine as barreiras que impedem a expansão da atividade. “O governador Omar Aziz lançou o progra-ma Amazonas Rural e exis-tem leis específi cas para promover o setor primário. Mas, o Instituto de Prote-ção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) está indo contra a vontade do gover-no do Estado e as leis do programa Amazonas Rural”, observa o deputado.

Amazonas pode crescer mais

Para José Melo, piscicultura vai baratear preço do peixe

Ao longo dos últimos 10 anos, a Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) apoiou projetos de pesquisa direcio-nados à piscicultura local, em particular, direcionados para atividades em Manacapuru, Careiro da Várzea, Barce-los, São Gabriel da Cacho-eira, Maués, dentre outros. O órgão chegou a lançar um edital em conjunto com outras secretarias estaduais denominado Programa Es-tratégico de Transferência de Tecnologias para o Setor Rural (Pro-Rural), que prevê um aporte de R$ 1,6 milhão para apoiar a transferência de tecnologias para a pis-cicultura em diversos mu-nicípios no Estado. “Em 10 anos, já investimos mais de R$ 3,3 milhões em projetos relacionados à piscicultura e que esta área continuará merecendo um olhar especial e diferenciado da fundação”, afi rma a Fapeam, por meio da assessoria de imprensa.

Ao todo, na última década, foram apoiados mais de 17 projetos de pesquisa direta-mente ligados à piscicultura no Amazonas, com impacto direto em mais de 10 muni-cípios do Estado.

Fapeam investe em pesquisas

A piscicultura desponta como uma das mais promissoras ati-vidades para o futuro da econo-mia do Amazonas. Ela vai gerar emprego e renda para milhares de pessoas em todo o Estado

Geraldo Bernardino, secretário-executivo da Pesca

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 B5

Polos fortalecerão a produção de peixes Ao todo, o Estado foi dividido em cinco áreas onde serão incentivadas a prática da piscicultura no Amazonas

Como parte da estraté-gia para desenvolver a piscicultura no Esta-do, o governo dividiu o

Amazonas em cinco polos de criação de peixes em cativei-ros. São eles: Polo Madeira, com sede em Humaitá, Polo Manaus e região metropolita-na, que será fi ncado em Ma-nacapuru, Polo Alto Solimões, cuja base será em Benjamin Constant, Polo Boca do Acre, que benefi ciará o município de mesmo nome, e o Polo Baixo Amazonas, centralizado em Parintins.

Além desses polos, a pisci-cultura será praticada tam-bém na área onde está a hidrelétrica de Balbina (a 180 quilômetros de Manaus).

De acordo com o vice-go-vernador José Melo, Humaitá foi escolhida como sede do Polo do Madeira devido ao fato de reunir as condições necessárias para a criação de peixes em cativeiro, incluindo, campos naturais, lençóis freá-ticos situados a dois metros do solo e acidez da água propícia para a piscicultura.

Além de Humaitá, esse polo vai benefi ciar também os produtores das cidades de Labréa, Manicoré, Novo Aripu-anã, Apuí, Canutama, Borba e Nova Olinda

Por sua vez, para incre-mentar a produção do peixe, o Polo de Manaus e região

metropolitana foi subdividi-do em três áreas: Manaca-puru- Iranduba- Novo Airão, Manaus-Itacoatiara- Presi-dente Figueiredo-Rio Preto da Eva e do Careiro Castanho – Careiro da Várzea – Mana-quiri-Autazes.

Já o Polo do Alto Solimões vai ser a base dos criado-res de municípios como o de Amaturá, Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Fonte Boa, Jutaí, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, Tabatinga e Tonantins. Com sede em Parintins, o Polo do Baixo Amazonas vai abranger ainda os municípios de Bar-reirinha, Boa Vista do Ramos, Nhamundá, São Sebastião do Uatumã e Urucará.

Balbina Conforme explica o secretá-

rio executivo de Pesca e Aqui-cultura do Amazonas, Geraldo Bernardino, a piscicultura no Polo de Balbina será feita em duas áreas. Uma delas será cedida para a população local manter a sua própria produção. A outra será exclu-sivamente de uso empresa-rial, ou seja, destinada para a construção de fábrica de ração, indústrias, entre outros empreendimentos voltados para a atividade em larga escala. “Balbina atenderá o mercado industrial e também abastecerá a rede pública de ensino como produtos para a merenda escolar”, conta Ge-raldo Bernardino.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

polo vai benefi ciar também os produtores das cidades de Labréa, Manicoré, Novo Aripu-anã, Apuí, Canutama, Borba e Nova Olinda

Por sua vez, para incre-mentar a produção do peixe, o Polo de Manaus e região

empreendimentos voltados para a atividade em larga escala. “Balbina atenderá o mercado industrial e também abastecerá a rede pública de ensino como produtos para a merenda escolar”, conta Ge-raldo Bernardino.

Meta é de 100 mil toneladas

Atualmente, a produção de peixes em cativeiro é de 16,5 mil toneladas, conforme da-dos da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Amazonas. Até 2015, essa quantidade irá mais que dobrar para alcançar 35 mil toneladas.

Porém, o projeto do Estado é mais audacioso. Até 2023, a produção deverá chegar a 100 mil toneladas, permitin-do desta forma que metade de todo peixe consumido no Amazonas venha da pisci-cultura. “O excedente que sobrar irá ser usado para benefi ciamento da in-dústria para produzir peixe enlatado ou será exportado para países vizi-nhos como a Colômbia e a Vene-zuela. A meta do Estado é grande”, enfatiza o vice-go-vernador José Melo.

Com o crescimento da pro-dução, os lucros também vão ter um incremente, permitin-do que o piscicultor chegue a ganhar em torno de 25 mil por safra. Para facilitar o escoamento, o Estado vai

investir em infraestrutura e logística. Segundo o secre-tário executivo de Pesca e Aquicultura do Amazonas, Geraldo Bernardino, o gover-no tem planos para construir 5 mil quilômetros de vicinais. “A revitalização das estradas permitirá ao produtor trazer insumos e escoar a pro-dução”, des-taca.

Peixes serão criados em tanques ou nos próprios igarapés

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Enquanto o Amazo-nas se prepara para se tornar uma “potência” na piscicultura, Ron-dônia praticamente “domina” esse merca-do no norte do país, inclusive, exportando parte de sua produção o Estado. Segundo o superintende federal da Pesca e Aquicultura de Rondônia, a pisci-cultura cresceu mais de 300% nos últimos dois anos.

De acordo com a Agência de Defesa Sanitária Agrossilvo-pastorial de Rondônia (Idaron), aproximada-mente oito mil pro-priedades rurais têm criatórios de pesca-do. O Estado vizinho possui hoje mais de nove mil hectares de lâmina d’água em pro-dução com as devidas licenças ambientais emitidas. Até o final deste ano, a produção deverá atingir 50 mil toneladas.

Em torno de 80% dessa produção se destinam ao Ama-zonas, em particular, para a capital Ma-naus. Dados da Secre-taria de Pesca e Aqui-cultura do Amazonas dão conta de que o consumo médio de peixe do amazonense é de 45 quilos por pes-soa/ano, quase que quatro vezes mais do que a mundial.

Rondônia é ‘potência’ na piscicultura

Na avaliação do deputa-do estadual Orlando Cidade, que é presidente da Comis-são de Agricultura, Pesca, Abastecimento e Desenvol-vimento Rural da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o Ama-zonas tem potencial para se tornar um grande produtor de peixes em cativeiro. Para o parlamentar, o Amazonas deve seguir o exemplo de Rondônia, cuja produção de tambaqui para este ano deve chegar a 42 mil toneladas. “Já a produção de pirarucu no nosso Estado vizinho deverá chegar, em 2014, a 2,2 mil toneladas graças à distri-buição dos 220 mil alevinos realizada neste ano”, ressal-

tou o deputado, que visitou o Estado vizinho em maio deste ano para conhecer os projetos de piscicultura em Rondônia.

No entanto, Cidade salien-ta que para o Amazonas crescer é preciso que o go-verno elimine as barreiras que impedem a expansão da atividade. “O governador Omar Aziz lançou o progra-ma Amazonas Rural e exis-tem leis específi cas para promover o setor primário. Mas, o Instituto de Prote-ção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) está indo contra a vontade do gover-no do Estado e as leis do programa Amazonas Rural”, observa o deputado.

Amazonas pode crescer mais

Para José Melo, piscicultura vai baratear preço do peixe

Ao longo dos últimos 10 anos, a Fundação de Ampa-ro à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) apoiou projetos de pesquisa direcio-nados à piscicultura local, em particular, direcionados para atividades em Manacapuru, Careiro da Várzea, Barce-los, São Gabriel da Cacho-eira, Maués, dentre outros. O órgão chegou a lançar um edital em conjunto com outras secretarias estaduais denominado Programa Es-tratégico de Transferência de Tecnologias para o Setor Rural (Pro-Rural), que prevê um aporte de R$ 1,6 milhão para apoiar a transferência de tecnologias para a pis-cicultura em diversos mu-nicípios no Estado. “Em 10 anos, já investimos mais de R$ 3,3 milhões em projetos relacionados à piscicultura e que esta área continuará merecendo um olhar especial e diferenciado da fundação”, afi rma a Fapeam, por meio da assessoria de imprensa.

Ao todo, na última década, foram apoiados mais de 17 projetos de pesquisa direta-mente ligados à piscicultura no Amazonas, com impacto direto em mais de 10 muni-cípios do Estado.

Fapeam investe em pesquisas

A piscicultura desponta como uma das mais promissoras ati-vidades para o futuro da econo-mia do Amazonas. Ela vai gerar emprego e renda para milhares de pessoas em todo o Estado

Geraldo Bernardino, secretário-executivo da Pesca

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Page 14: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

B6 País MANAUS, DOMINGO, 9 DE MAIO DE 2013

Lei do lixo caminha devagar e resíduos vão para lixõesMunicípios são obrigados a abolirem os lixões até 2014 e prevê que todos tenham responsabilidade pelos resíduos que geram

“Os acordos setoriais es-tão ainda em negociação entre as partes envolvidas. É um processo válido, mas que tem se mostrado muito len-to”, afi rma Carlos Silva Filho, diretor executivo da Abrelpe, associação que reúne em-presas de limpeza pública e tratamento de resíduos.

Os setores que estão mais avançados na formulação dos acordos para gestão

dos resíduos são lâmpa-das e embalagens. A

indústria de eletro-eletrônicos apre-

senta até 13 de junho sua proposta ao governo. Na

lanterna está o setor de me-

dicamentos, que ainda não possui um plano.

No caso das embalagens, uma das quatro propostas enviadas ao governo reúne 22 associações e grandes

empresas de bens de consu-mo. Defende que empresas, cooperativas de catadores e recicladoras já estão aptas a cumprir a lei, sem que seja preciso estruturar um novo modelo para a reciclagem no país.

Mas propõe a meta de aumentar a taxa de reci-clagem de embalagens em 20% até 2015 - hoje esse índice varia conforme o tipo de resíduo. O plástico PET

chega a 57%; embalagens longa vida, 27%.

“A coleta seletiva deve ser intensifi cada nas regiões metropolitanas das 12 cida-des-sede da Copa de 2014, que respondem por 38% dos resíduos gerados no país”, diz André Vilhena, diretor do Cempre (Compromisso Em-presarial para a Reciclagem), que coordenou a proposta encaminhada ao governo.

Entre os fabricantes de lâmpadas, a preocupação é com os custos da logística reversa - que é o recolhimento dos materiais pelo fabricante após o fi m de sua vida útil.

“A logística reversa de uma lâmpada pode custar tanto ou mais do que o próprio produto”, afi rma Isac Roi-zenblatt, diretor técnico da Abilux, associação que repre-senta a indústria de ilumi-nação. A proposta do setor prevê a criação de pontos de coleta nas lojas.

Caminha devagar a aplicação da “nova” lei de manejo do lixo. Sancionada

em 2010 após quase 20 anos de tramitação no Con-gresso, a política de resídu-os sólidos foi considerada avançada ao propor uma nova abordagem para a ges-tão do lixo nas cidades.

Entre outros pontos, a lei obriga os municípios a abolirem os lixões até 2014 e prevê que todos tenham

responsabilidade pelos re-síduos que geram: indústria, comércio, prefeituras e con-sumidores.

Mas, por ser complexo, o cumprimento da lei exige muita negociação. A desti-nação correta de resíduos como lâmpadas e eletroe-letrônicos ao fi m de sua vida útil, embalagens e medicamen-tos depende de acordos entre a indústria, o

varejo e o governo que, pas-sados três anos, ainda estão sendo formulados.

Na prática, não há um plano de abrangência nacional para o descarte de resíduos.

O varejo também deve-rá receber os eletroele-trônicos, segundo o plano que o setor apresentará ao governo. As lojas serão responsáveis por arma-zenar o lixo eletrônico e encaminhá-lo à indústria. A má notícia para o con-sumidor é que ele deverá pagar parte dessa conta. “Uma forma de viabili-zar economicamente o sistema é a adoção de uma taxa, a ser paga pelo consumidor no ato da compra, em vez de o custo fi car embutido no preço dos produtos”, diz

Vanderlei Niehues, dire-tor da Abree (Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos).

A fabricante de compu-tadores HP mantém um programa de recolhimen-to de equipamentos que abrange 200 pontos em todo o país. O plástico coletado já entra como insumo na fabricação de novas impressoras, mas o sistema é oneroso. “Esta é uma equação que ainda não fechamos”, diz Kami Saidi, diretor de susten-tabilidade da HP.

Armazenar lixo terá um custo

Outro ponto da lei que parece longe de se concretizar é a meta imposta às prefeituras de eliminar os lixões até 2014. Hoje, mais de 3 mil municípios continuam descartando em lo-cais inadequados um volume de 24 milhões de toneladas de lixo por ano. “Há prefeitos falando em estender esse prazo, mas o governo não trabalha com a hipótese do adiamento”, diz Zilda Veloso, diretora de Am-biente Urbano do Ministério do Meio Ambiente.

O fi m dos lixões até 2014, será?

AVANÇOSOs setores que estão mais avançados na formulação dos acordos para gestão dos resí-duos são lâmpadas e embalagens. A indústria de eletroeletrônicos apresenta até 13 de junho sua proposta

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B7MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 Mundo

Grampo é mal necessário, e Congresso sabe, diz ObamaGoverno obteve uma autorização judicial secreta que permite monitorar chamadas de milhares de usuários de celulares

O presidente dos EUA, Barack Oba-ma, defendeu nesta semana o

programa do governo que grampeou milhões de nú-meros de telefones nos EUA. “Ninguém está ouvindo seus telefonemas. Não é sobre isso que é o programa”, afir-mou o americano, para quem “isso nos ajuda a obter pis-tas de possíveis terroristas”. “Você pode reclamar sobre o (clima) de Grande Irmão (“Big Brother”), mas, quando olha os detalhes, vê que consegui-mos equilibrar isso bem.”

A história foi revelada pelo jornal britânico “The Guar-dian”. Segundo a publicação, o governo americano obteve uma autorização judicial se-creta que permite à Agên-cia Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) monitorar chamadas de mi-lhares de usuários celulares da operadora Verizon. Pos-teriormente, o jornal ame-ricano “Washington Post” publicou que os EUA tinham acesso direto aos dados dos servidores das gigantes de tecnologia Apple, Facebook, Google e Microsoft. As em-presas negam a história.

Segundo Obama, o papel

das agências de inteligência do governo é olhar números, transferências de dados e chamadas. Isso não dá a elas, disse, o direito de escutar o conteúdo de chamadas, ler e-mails ou identificar nomes de pessoas.

“Para isso, eles teriam de ir a um juiz federal (para conseguir autorização)”, dis-

se o presidente americano. O sigilo da operação servia para evitar colocar vidas em risco desnecessariamente, segundo Obama. Até então o presidente dos EUA não havia se pronunciado sobre a notícia dos grampos.

Ele comentou o assunto ao responder à pergunta de uma jornalista durante uma cerimônia na Califórnia.

DefesaComo fez ao defender o uso

de drones (veículos aéreos não tripulados) em ações que mataram militantes da Al Qaeda e ao menos quatro civis americanos, Obama de novo envolveu o Congresso em sua explicação para as denúncias recentes. Segun-do o presidente, políticos dos dois partidos foram “ampla-mente informados” sobre o programa de monitoramento de dados.

“Se algum político pensa diferente, deveria falar.” O presidente dos EUA acres-centou que o Judiciário do país tem instrumentos para impedir que haja abusos no programa - o que, ele repetiu, não houve.

“Temos juízes que não se submetem a pressões e fo-ram empossados para olhar sobre nossos ombros. Eles têm um sistema (que coíbe abusos) que garante que não haja abusos.”

“Não se trata de dizer ‘con-fie em mim’, sabemos quem são os caras maus”. Mas se as pessoas não desconfiarem só do Executivo, mas também do Legislativo e do Judiciário, teremos problemas”, disse Brack Obama. Barack Obama disse que o papel das agências de inteligência é monitorar dados e chamadas

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MONITORADOSO jornal americano “Washington Post” publicou que os EUA tinham acesso direto aos dados dos servi-dores das gigantes de tecnologia Apple, Facebook, Google e Microsost

‘Bashar al-Assad não decide nada’Um primo do ditador Bashar

Assad disse a um programa de TV britânico que Bashar não controla as decisões de seu governo nem consegue mais deixar o cargo sem que haja derramamento de sangue.

“Muita gente acha que é um show de um homem só, Bashar sempre vai levar a culpa por ser presidente. Mas por trás das câmeras há outros controlando tudo”, afirmou ele, em entrevista ao talk show “Newsnight”.

Segundo Ribal Assad, dire-tor da Organização pela De-mocracia e Liberdade na Síria, o serviço secreto, os militares e o partido Ba’ath são quem decidem os rumos do governo. Bashar apenas herdou os ho-mens que já trabalhavam para seu pai, Hafez Assad.

“Bashar não é o pai dele. Ele não construiu o regime, só herdou.” O primo do ditador afirmou ainda ver como sem retorno a situação atual de Bashar, envolto em um con-flito que já matou milhares no país. “Ele não pode sair mais nem se quiser, porque

(os que controlam o governo) não deixariam.”

SequestroOutra informação que depõe

contra Assad e seu governo é a notícia que dois jornalistas franceses, um repórter da emis-

sora “Europe 1” e um fotógrafo, foram sequestrados na quinta-feira, 6, na região de Aleppo por um grupo de identidade desconhecida.

A emissora “Europe 1” con-firmou que desde ontem não tem notícias de seu repórter Didier François e nem do jovem

fotógrafo Edouard Elias, que acompanhava François desde que ambos tinham entrado na Síria pela fronteira turca. A emissora lembrou que François é um jornalista experiente e que já esteve várias vezes na Síria nos últimos meses.

Segundo a “France Info”, os dois jornalistas foram se-questrados por quatro homens quando estavam em uma zona teoricamente sob o controle dos opositores do regime de Bashar al Assad.

Poucas horas após tomar co-nhecimento do fato, o presiden-te da França, François Hollande, que se encontra em visita de Estado ao Japão, admitiu em Tóquio que “não tem contato com estes dois jornalistas” e ressaltou que seu governo ainda “não conhece as circunstâncias exatas” dos desaparecimentos. “Exijo a libertação imediata des-tes dois jornalistas, já que eles não representam nosso país. Estas são pessoas que traba-lham para que o mundo possa ter informação do que está ocor-rendo”, disse Hollande.

DECLARAÇÃO

Ajuda a sírios vai custar US$ 5 biA ONU estima que 10,25

milhões de sírios, metade da população, precisarão de ajuda humanitária até o fi-nal de 2013, a um custo de mais de US$ 5 bilhões de dó-lares, disseram as agências humanitárias da ONU.

As novas previsões, em um plano atualizado de resposta à crise na Síria, inclui mais do que uma du-plicação da população de refugiados, dos atuais 1,6 milhão para 3,45 milhões, espalhados por Líbano, Jordânia, Turquia, Iraque e Egito.

Mas a avaliação não pre-vê aumento no número de sírios dentro do país que precisarão de ajuda entre agora e o final do ano, fixando o número em 6,8 milhões.

O Programa Mundial de Alimentos da ONU), que entregou 500 milhões de refeições na Síria até ago-ra neste ano, estima que

seus custos semanais subi-rão dos quase 20 milhões de dólares atuais para 36 milhões de dólares após se-tembro. O programa diz ter um déficit de financiamento em cerca de 725 milhões de dólares.

“Esses números são enor-mes. Eles não são susten-táveis a longo prazo”, disse o diretor-executivo adjunto do programa, Amir Abdulla. O coordenador regional de emergência na Síria do programa, Muhannad Hadi, disse: “Chegamos a um estágio na Síria em que algumas das pessoas, caso não recebam comida do Programa Mundial de Alimentos, simplesmente não comem.”

O Conselho de Segurança da ONU também pediu ao governo sírio “acesso ime-diato” para as organizações humanitárias à população civil de Qousseir (Centro-Oeste), antigo reduto rebel-

de reconquistado na quarta pelo Exército.

OfensivasDepois da reconquista,

com a ajuda crucial do Hez-bollah libanês, a cidade de Qousseir, devastada por duas semanas de combates intensos, o Exército lançou um ataque contra Boueida al-Charqiya, de acordo com o Observatório Sírio dos Di-reitos Humanos (OSDH).

Centenas de feridos e de civis de Qousseir fugiram dessa localidade, segundo o OSDH, que se baseia em uma vasta rede de militan-tes e de fontes médicas civis e militares.

Em uma declaração unâ-nime, incluindo a Rússia, aliada de Damasco, o Con-selho de Segurança exigiu ao governo sírio um “acesso imediato, seguro e sem en-traves” aos civis que preci-sam de ajuda humanitária de urgência em Qousseir.

ALERTA

QUEM MANDASegundo Ribal Assad, diretor da Organiza-ção pela Democracia e Liberdade na Síria, o serviço secreto, os militares e o parti-do Ba’ath são quem decidem os rumos do governo

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 (92) 3090-1041

Os resíduos de todos nósALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Página C6

Iniciativas para o meio ambiente

Acabou a Semana do Meio Ambiente, mas as preocupa-ções tratadas em eventos, exposições e outros even-

tos que marcaram a data espe-cial, no último dia 5, permanecem e merecem atenção frequente.

Um dos temas da 3ª. Conferência Municipal do Meio Ambiente, encerrada na sexta-feira (7), tratava da situação dos resíduos sólidos. E isso é o que não falta na capital amazonense. O processo começa nas ruas, ou melhor, com as pessoas que nelas caminham e, por total falta de conscientização e res-ponsabilidade com o lugar onde vivem, descartam principalmente embalagens

plásticas e latas - cujo tempo de decom-posição afeta e muito a natureza - fora dos lugares adequados. Não é incomum ver detritos espalhados a poucos centí-metros de lixeiras - quando estas ainda permanecem poupadas do vandalismo.

O caminho dos resíduos acaba em geral nos igarapés da cidade. Os cursos de água que cortam a capital perderam o encanto do passado, apesar das tentativas de mu-dar o panorama, como o Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). Hoje acabam se tornando tapetes de sujeira, como o da ima-gem desta página, no bairro São Raimundo, Zona Sul.

Felizmente, há quem ainda leve o as-sunto muito a sério, cumprindo sua parte. São esses dois lados - o dano e a pre-servação - que mostraremos nas páginas seguintes. Prova de que a confi ança no ser humano ainda persiste.

Leia mais nas páginas C2 a C5

M. ROCHA/DIVULGAÇÃO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Manaus se orgulha em ser a capital brasileira do superlativo. E não tinha como ser de outra maneira. Dentro do maior Estado do país,

que abriga o maior rio do mundo, com as temperaturas mais altas das redondezas, a metrópole - que se tornou cenário de gastos bilionários - exibe também a segunda maior ponte do planeta. Discussões a parte, a ponte Rio Negro facilita o acesso aos municípios que ainda guardam recortes da fl oresta com a maior biodiversidade da Terra.

Em Iranduba, do outro lado da ponte, no mu-nicípio que “recebe a ponte”, a fl oresta ainda resiste à especulação imobiliária, e quase que completamente imersa, reluz abaixo de um sol que não dá trégua. Mas, visto de perto, o brilho que surge de dentro dos mururis (planta fl utuante) é fruto do lixo lançado sem piedade que desbota o verde.

Embalagens plásticas nas mais variadas formas, caixas de papel, latas, vidros, isopor, tecido, esponja, pneus, restos de comida e até mesmo animais mortos formam um tapete de sujeira que “adorna as plantas”, cobre o rio e acompanham o viajante pelas curvas milionárias da estrada.

A sujeira não apenas enfeia a paisagem, mas já começa a trazer prejuízo a quem depende dela para sobreviver. Sob o sol escaldante o autônomo Isac Moraes, 24, tentava livrar da rede de pesca a captura daquela manhã: o lixo. “Quando chove e venta, a malhadeira fi ca toda cheia de lixo, e não é fácil de tirar. Dá muito trabalho. Peixe que é bom, nada, mas lixo tem muito”, constatou.

Ele explica que nos fins de semana, quan-do a quantidade de visitantes é maior, a produção de lixo também é grande. “Gosto muito de pescar, e como estou desempre-gado resolvi ver se pego o almoço hoje, mas até agora nada”, disse.

Ao longo da estrada, embalagens plásticas ocupam o acostamento. Em alguns pontos porém, o lixo fora organizado dentro de sacos plásticos que ainda não haviam sido coletados.

Junto com a família, o autônomo Olímpio Souza, 42, aproveitou a manhã para pescar pela primeira vez no local. “Realmente ‘tá’ um pouco sujo. Isso é péssimo, porque polui tudo. Nós viemos preparados já com sacos plásticos para recolher toda a sujeira”, garantiu.

Origem ‘não identifi cada’Mais à frente, o cenário encontrado na

comunidade do Cacau Pirêra, distrito de Iranduba, não acompanha a arquitetura monumental da ponte e rodovia bilionária. As condições das ruas em sua maioria, esburacadas, sem asfalto ou calçadas nem de longe lembram a estrada de acesso. O tratamento dado aos resíduos sólidos também surpreende.

Na parte do distrito que sempre é “visita-da” pela cheia do rio Negro, as casas fi cam rodeadas de lixo, de origem “não identifi ca-da”. “No ano passado, a Defesa Civil fez um mutirão e limpou tudo. Este ano ainda não teve. Mas é sempre assim, toda vez que o ‘rio sobe’ traz um monte de lixo”, disse a agricultora Aldeneide Pinheiro, 35.

E de onde vêm todas essas toneladas de lixo? “Aqui em casa a gente produz pouco lixo e sempre eu coloco dentro do saco e levo para o ponto de colheita na rua. Acho que falta é mais consciência do povo, porque nem todo mundo faz isso e joga em qualquer lugar. Se tivesse mais consciência não fi caria desse jeito”, observou.

A agricultora mora há dois anos no local, que segunda ela, é bem diferente de sua cidade natal. “Lá em Manaquiri é mais lim-po, as ruas não fi cam desse jeito. Quando o lixo fi ca acumulado atrai um monte de bicho, já vi cobra e até jacaré aqui perto de casa”, lembrou.

Com o assoalho da casa coberto de água, a artesã Dreyd de Souza, 39, diz que mesmo com as evidentes difi culda-des impostas pelo regime do rio, ela não deixa de juntar os resíduos e levar até a rua por onde o caminhão de limpeza pública passa. “Coleta tem, mas com a cheia fi ca cada vez mais difícil e longe jogar o lixo no local certo, e as pessoas acabam jogando no rio”, reconheceu.

Para evitar o contato com o mau cheiro e um ambiente cada vez mais insalubre, a artesã e o marido recolhem o lixo que bóia próximo à casa deles. “Nós enchemos uma canoa de lixo e de mato, levamos pra (rua) principal para o lixeiro levar. Se não, o cheiro fi ca terrível, porque vem muita coisa podre, resto de comida. Tem um vizinho que vende banana frita, ele descasca a banana e joga a casca no rio e vem parar tudo aqui em casa. É triste, se todos zelassem seria bom”, apontou.

Nem mesmo as casas flutuantes, dispostas longe da margem escapam dos problemas citados pelos vizinhos de “terra firme”. Sacos cheios de lixo bóiam sobre o “quintal e o jardim” dos flutuantes.

Garrafas Pet, embalagens de marga-rina, de produtos de higiene pessoal e de limpeza, calçados velhos, cachorros e gatos mortos são lançados no rio. “É muito feio aquele monte de lixo acu-mulado. O pessoal joga aqueles sacos velhos com negócio podre. Junta muito carapanã e cobra”, disse o pescador Nilson Nelson Silvino, 29.

Ele garantiu que o lixo fabricado pela família dele tem a destinação correta. “A gente também junta esses que o pessoal joga no rio, porque faz mal pra gente”, observou.

Com uma população aparentemente pouco preocupada com a destinação correta dos resíduos sólidos, o Estado dos excessos pode pecar pela falta de cuidados e respeito a maior fl oresta tropical do planeta.

Um compromisso de todosManter o ambiente limpo é compro-

misso de todos, defendeu o prefeito do município de Iranduba, Xinaik Medeiros. Para ele, conscientizar a população é uma tarefa das mais difíceis e depende de investimentos em longo prazo. “O ser humano é complicado. A prefeitura tem que andar junto com a população, com trabalhos de conscientização que devem iniciar na escola, mostrando para a criança a importância de manter o município e o Estado. Isso depende muito do esforço e responsabilidade de todos nós”, afi rmou.

Até 60 toneladas de lixo são recolhi-das pela prefeitura por dia ao longo do distrito de Cacau Pirêra, na estrada, na sede do município e inclusive os resíduos lançados nos rios Negro e Solimões. “Quando o rio seca é pior ainda. Muito lixo é recolhida”, comentou. Um repasse de R$ 70 milhões, fi rmado após parceria com o governo do estado e o município para implementar, até o fi m do ano, me-lhorias na comunidade. Segundo Xinaik, o dinheiro será usado no aterro as áreas alagadas, na recapagem do asfalto e construção de calçadas e em campanhas de conscientização.

Garrafas e restos plásticos jogados na proximidade da ponte Rio Negro: falta de educação

C2 Dia a diaa diaa MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

No outro lado da ponte Rio Negro, aumento do fl uxo de pessoas resultou no crescimento da poluição, mas ninguém assume a autoria do crime ambiental na região

sem donoO rio se torna opção de descarte para os moradores do distrito

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OlixoIVE RYLOEquipe EM TEMPO

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

A cadeia da esperançaOs processos de reciclagem de resíduos se consolidam como o melhor meio para reaproveitar sem agredir nossa natureza, gerando um excelente potencial econômico para quem quer tirar proveito fi nanceiro ecologicamente correto

Uma verdadeira ca-deia opera na reci-clagem dos resíduos sólidos, onde cada

etapa é fundamental para o resultado fi nal, quando o lixo transforma-se em algo útil e, ainda, gera emprego e renda para centenas de pessoas. Mas, principalmente realiza uma ação positiva em relação ao meio ambiente. Além dos catadores, tem as indústrias que compram o material e reciclam e, ainda, as que fazem um trabalho de recolhimento sustentável do que seria descartado, se adequando à lei 12.035.

Atuando numa das pontas dessa questão estão aproxi-madamente 500 catadores de resíduos sólidos, que realizam em Manaus o recolhimento do material, seleção, prensagem e direcionamento às indús-trias que fazem a reciclagem. É o que explica Raul Lima, presidente da Associação de Reciclagem e Preservação Ambiental (Arpa) e subcoorde-nador do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis. “Nós somos os au-togestores de tudo que faze-mos e também administramos a cooperativa”, confi rma.

Com cinco galpões para fa-zer todo o processo de seleção dos resíduos sólidos (papelão, PET, papel, plástico), a as-sociação, que existe há sete anos, recolhe em média 160 toneladas de papelão e 10 toneladas de garrafas pet mensalmente, o que equivale a uma arrecadação de R$ 38 mil, que é dividida entre os 42 associados. Todo trabalho é realizado de segunda a sába-do. Ainda segundo Raul, o que não é usado na reciclagem é transformado em artesanato para ser vendido. “A gente não desperdiça nada”, resume

No outro vértice dessa questão está o Grupo Sovel, especializado em reciclagem

de papel e que possui duas empresas: a indústria de papel Sovel, que produz somente pa-pel reciclado, e a outra que pro-duz caixa de papelão e vende para fábricas de embalagens. De acordo com Gastão Justo, gerente industrial da Papel Sovel, existe toda uma cadeia de reciclagem que envolve um complexo processo de cole-ta. “As cooperativas coletam, selecionam e nos entregam. Mas, também trabalhamos com algumas empresas que coletam nas fábricas deten-toras da gestão de resíduos sólidos”, disse.

Os números impressio-nam. No total, a Sovel fabrica 2 mil toneladas de papel para embalagem e 300 to-

neladas para fins higiênicos, que usam matéria-prima di-ferente. Gastão explica que, atualmente, o grupo traba-lha com aproximadamente 300 colaboradores diretos. Porém, como o ciclo de re-ciclagem de papel envolve parte dos fornecedores nas indústrias e catadores de papel nas ruas, o número passa de 1,5 mil empregos indiretos. Ainda segundo o gerente, o papel que é utili-zado para fazer embalagem de papelão é comprado pela Sovel de R$ 200 a R$ 250 a tonelada, dependendo da qualidade, enquanto nos pa-péis para fins de higiene sanitária o valor vai de R$ 500 a R$ 800 a tonelada.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

As cooperativas co-letam, selecionam e nos entregam. Mas, também trabalha-mos com algumas empresas que cole-

tam em fábricas

Gastão Justo, gerente da Papel Sovel

Reciclagem de papelão na empresa Sovel: coleta, seleção e entrega do material são feitas pelas cooperativas e fábricas de gestão de resíduos sólidos, colaborando com a preservação ambiental

Material coletado de igarapé no Iranduba: potencial econômico

Produção pode chegar a 2 mil toneladas de papel por mês

O meio ambiente tam-bém agradece a reciclagem de papel, que evita a der-rubada de várias árvores. “Para cada tonelada de papel reciclado, em tor-no de 34 árvores não são derrubadas. Além disso, a economia chega a 60% do que seria gasto se fôsse-mos plantar uma árvore, esperar 5 anos para ela crescer e, então, chegar e cortar”, avalia Gastão, completando que somente podem ser utilizadas árvo-res de refl orestamento.

Como a lei da susten-tabilidade 12.035 obriga todas as fábricas a darem um fi m ecologicamente correto aos resíduos só-lidos, a Termotécnica da Amazônia, que fabrica EPS (isopor), implantou um programa de reciclagem do produto. Segundo expli-ca Lucilene Vieira de Lima, líder de sustentabilidade da empresa, o isopor é 100% reciclável e reapro-veitável e a Termotécnica possui em todas as suas fábricas postos de recebi-

mento e reciclagem de em-balagens pós-uso e para industriais de isopor.

“Além do material da empresa, grande parte do isopor das fábricas do Polo Industrial é recolhido para a seguir passar por um processo de reciclagem, quando torna-se o PCR, ou plástico. Nós damos um destino ecologicamente correto ao que seria jo-gado fora. Damos solução a um problema”, resume, completando que o outro destino desse material se-ria a incineração, que custa em média R$ 0,70 o quilo do resíduo, enquanto que o mesmo material pode ser vendido por R$ 0,30.

“A incineração, além de ser cara, não contribui em nada ao meio ambiente. Por isso, nosso traba-lho contribui na questão ecológica e também na melhoria das condições de vida de famílias que sobrevivem da coleta e separação dos materiais que tem como destino a reciclagem”, conclui.

Nossas árvores agradecem

Cada tonelada de papel reciclado evita corte de 34 árvores

FOTOS:DIEGO CAJA

JOEL ROSA

Dia a

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 C5

A bióloga Miceia de Paula, 25, lem-brou que a responsa-bilidade ecológica é um dever.

“Percebo que se não houver desde já pro-jetos que incentivem práticas de preser-vação nos balneários existentes, acontece-rá o mesmo destino de famosos locais na cidade, como o igara-pé do Tarumã e a ponte da Bolívia”, frisou.

“A preservação am-biental é um dever de todos e vejo que é uma obrigação de recom-pensarem a natureza”, fi nalizou a bióloga.

Práticas incentivadas desde cedo

Os defensores da naturezaEm balneários públicos e particulares há quem lute contra a falta de conscientização de muitos frequentadores, para manter o lugar sempre aprazível e preservado

Comércio na praia da Lua: comerciantes mais conscientes

Piscina da chácara Paraíso Tropical, no Tarumã: exemplo de harmonia entre homem e natureza

Lixeira colocada na praia da Lua: depósitos muitas vezes são ignorados pelos frequentadores, que continuam poluindo a área

Petrônio Cavalcante e parte do lixo coletado na praia da Lua: muita gente ainda ignora as lixeiras e os avisos deixados no lugar

FOTOS: IONE MORENO

Calor, sombra e água fresca. Essa talvez seja uma das frases mais pronunciadas pelo

manauense após uma longa e agitada semana de trabalho. O primeiro lugar que talvez venha à mente seja um gostoso e limpo balneário para o lazer.

Manaus dispõe de algumas opções desse que é um lugar normalmente lembrado para diversão e turismo, disponíveis em locais públicos e privados. Mas será que a população que frequenta esses locais tratam com o devido valor esses re-dutos de conforto e beleza? A dúvida maior é imaginar se daqui a alguns anos teremos o mesmo cenário paradisíaco na região mais cobiçada e procu-rada do planeta.

Um desses locais muito pro-curados é a praia da Lua, à margem esquerda do rio Negro e distante 23 quilômetros de Manaus. Tradicionalmente des-tino de muitas famílias amazo-nenses, a praia dispõe de atra-tivos como bares, restaurantes e cadeiras de praia.

Funcionário há 15 anos em um dos restaurantes na praia, Petrônio Cavalcante, 42, co-mentou que ali ainda há falta de respeito com a natureza. “Esta-mos sempre procurando deixar o local limpo, pois o cliente que frequenta no mínimo espera um local adequado. São poucos os que possuem consciência eco-lógica. Alguns clientes sujam, mas não vamos discutir com eles, pois de nada iria adiantar, até para não perder a clientela”. “O movimento é muito grande nos fi nais de semana e às vezes fi ca realmente muito bagunça-da a praia, quando está fora do período de cheia. No local é proibido fazer fogueira, mas em compensação sempre fi cam

muitas garrafas e resíduos de comida, e nos resta apenas informar e recolher o lixo, mas seria ideal se cada um fi zesse sua parte”, ressaltou.

Comerciante na praia, Rai-mundo da Silva, 33, explicou que existe sensibilização no local. “Infelizmente muitos dos clientes e turistas que nos vi-sitam aqui na praia ainda não possuem o hábito de jogar o lixo nos cestos ou então recolher de-pois que consomem as comidas que trazem ou compram aqui”, falou. “Mesmo sendo comer-ciantes aqui, fazemos um traba-lho de serviço de preservação, tanto limpando o local quanto informando as regras de uso da praia. Cada trecho da praia

tem cestos para recolhimento de resíduos que depois separa-mos”, explicou.

A Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) dispõe da Comis-são Especial de Divulgação e Orientação da Política de Lim-peza Pública (Cedolp), voltada à sensibilização e orientação oferecida à população em geral da zona urbana da cidade.

Brevemente, o serviço será disponibilizado à zona rural e outros locais cuja concentra-ção de pessoas em busca de lazer é grande, incluindo bal-neários como a própria praia da Lua, praia do Tupé além de outros balneários.

EXEMPLONa praia da Lua, a 23 quilômetros de Ma-naus, entre os vários atrativos naturais ain-da há falta de respeito com a natureza, caben-do aos comerciantes locais manter sempre a limpeza

LUCIANO LIMAEquipe EM TEMPO

Muito conforto e preservaçãoOs balneários públicos

ainda concorrem direta-mente com o conforto e segurança disponíveis em balneários situados em áreas particulares, e a po-pulação mais exigente não abre mão desses requisitos básicos na hora do descan-so ou diversão.

Atualmente aberto ape-nas para eventos fechados, a chácara Paraíso Tropical, no bairro Tarumã, nas pro-ximidades do Sistema de Proteção da Amazônia (Si-pam), dispõe de uma pisci-na grande com tuboágua e cascata, campo de futebol gramado, banheiros com acessibilidade para defi -cientes físicos, área para confraternizações, além de cozinha, churrasqueira e playground.

A proprietária do local, a empresária Eliza Soa-res, é uma defensora do meio ambiente. “Tenho a chácara há 11 anos,

gosto e defendo muito a natureza. Antes ele era aberto ao público, mas resolvi apenas alugar para grupos”, relatou. “O que deve ser levado em consideração é a proxi-

midade do balneário com os bairros, a facilidade de acesso e o conforto contam muito na hora da procura. Aqui é bastante requisitado por empre-sas”, acrescentou.

TEMPO

11é o período de existên-cia da chácara Paraíso Tropical, um local de uso racional do ambiente

ANOS

Um diferencial para o futuroA professora de ciências

Girlane Brandão, 24, garante que a consciência ambiental pode ser o diferencial no fu-turo. “Trabalho diretamente com projetos de alfabetiza-ção científi ca e o que mais percebo é a preocupação dos alunos e outros professores em colaborar com projetos que ajudem a comunida-de com foco na preserva-

ção”, observou. “São ideias ecologicamente corretas e com uma grande preocupa-ção com a terra e o bem-estar da população. Isso é louvável em um cenário mundial onde o planeta ne-cessita de maior atenção”, destacou a professora.

Assim como a coleta feita rotineiramente nas ruas da capital, vale lembrar que

a praia da Lua e comu-nidades ribeirinhas tam-bém possuem uma coleta de resíduos realizada pela Semulsp. A coleta é feita de maneira peculiar com a utilização de uma balsa “S.O.S. Igarapé”, que faz o recolhimento do mate-rial semanalmente nas segundas, quartas e sextas-feiras.

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Lixeira instalada na praia da Lua: turistas e ma-nauenses ainda deixam muita sujeira no lugar Petrônio Cavalcante e

parte do lixo coletado na praia da Lua: muita gente ainda ignora as lixeiras e os avisos deixados no lugarUm diferencial para o futuro

a praia da Lua e comu-nidades ribeirinhas tam-bém possuem uma coleta de resíduos realizada pela Semulsp. A coleta é feita de maneira peculiar com a utilização de uma balsa “S.O.S. Igarapé”, que faz o recolhimento do mate-rial semanalmente nas segundas, quartas e sextas-feiras.

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 C5

A bióloga Miceia de Paula, 25, lem-brou que a responsa-bilidade ecológica é um dever.

“Percebo que se não houver desde já pro-jetos que incentivem práticas de preser-vação nos balneários existentes, acontece-rá o mesmo destino de famosos locais na cidade, como o igara-pé do Tarumã e a ponte da Bolívia”, frisou.

“A preservação am-biental é um dever de todos e vejo que é uma obrigação de recom-pensarem a natureza”, fi nalizou a bióloga.

Práticas incentivadas desde cedo

Os defensores da naturezaEm balneários públicos e particulares há quem lute contra a falta de conscientização de muitos frequentadores, para manter o lugar sempre aprazível e preservado

Comércio na praia da Lua: comerciantes mais conscientes

Piscina da chácara Paraíso Tropical, no Tarumã: exemplo de harmonia entre homem e natureza

Lixeira colocada na praia da Lua: depósitos muitas vezes são ignorados pelos frequentadores, que continuam poluindo a área

Petrônio Cavalcante e parte do lixo coletado na praia da Lua: muita gente ainda ignora as lixeiras e os avisos deixados no lugar

FOTOS: IONE MORENO

Calor, sombra e água fresca. Essa talvez seja uma das frases mais pronunciadas pelo

manauense após uma longa e agitada semana de trabalho. O primeiro lugar que talvez venha à mente seja um gostoso e limpo balneário para o lazer.

Manaus dispõe de algumas opções desse que é um lugar normalmente lembrado para diversão e turismo, disponíveis em locais públicos e privados. Mas será que a população que frequenta esses locais tratam com o devido valor esses re-dutos de conforto e beleza? A dúvida maior é imaginar se daqui a alguns anos teremos o mesmo cenário paradisíaco na região mais cobiçada e procu-rada do planeta.

Um desses locais muito pro-curados é a praia da Lua, à margem esquerda do rio Negro e distante 23 quilômetros de Manaus. Tradicionalmente des-tino de muitas famílias amazo-nenses, a praia dispõe de atra-tivos como bares, restaurantes e cadeiras de praia.

Funcionário há 15 anos em um dos restaurantes na praia, Petrônio Cavalcante, 42, co-mentou que ali ainda há falta de respeito com a natureza. “Esta-mos sempre procurando deixar o local limpo, pois o cliente que frequenta no mínimo espera um local adequado. São poucos os que possuem consciência eco-lógica. Alguns clientes sujam, mas não vamos discutir com eles, pois de nada iria adiantar, até para não perder a clientela”. “O movimento é muito grande nos fi nais de semana e às vezes fi ca realmente muito bagunça-da a praia, quando está fora do período de cheia. No local é proibido fazer fogueira, mas em compensação sempre fi cam

muitas garrafas e resíduos de comida, e nos resta apenas informar e recolher o lixo, mas seria ideal se cada um fi zesse sua parte”, ressaltou.

Comerciante na praia, Rai-mundo da Silva, 33, explicou que existe sensibilização no local. “Infelizmente muitos dos clientes e turistas que nos vi-sitam aqui na praia ainda não possuem o hábito de jogar o lixo nos cestos ou então recolher de-pois que consomem as comidas que trazem ou compram aqui”, falou. “Mesmo sendo comer-ciantes aqui, fazemos um traba-lho de serviço de preservação, tanto limpando o local quanto informando as regras de uso da praia. Cada trecho da praia

tem cestos para recolhimento de resíduos que depois separa-mos”, explicou.

A Secretaria Municipal de Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp) dispõe da Comis-são Especial de Divulgação e Orientação da Política de Lim-peza Pública (Cedolp), voltada à sensibilização e orientação oferecida à população em geral da zona urbana da cidade.

Brevemente, o serviço será disponibilizado à zona rural e outros locais cuja concentra-ção de pessoas em busca de lazer é grande, incluindo bal-neários como a própria praia da Lua, praia do Tupé além de outros balneários.

EXEMPLONa praia da Lua, a 23 quilômetros de Ma-naus, entre os vários atrativos naturais ain-da há falta de respeito com a natureza, caben-do aos comerciantes locais manter sempre a limpeza

LUCIANO LIMAEquipe EM TEMPO

Muito conforto e preservaçãoOs balneários públicos

ainda concorrem direta-mente com o conforto e segurança disponíveis em balneários situados em áreas particulares, e a po-pulação mais exigente não abre mão desses requisitos básicos na hora do descan-so ou diversão.

Atualmente aberto ape-nas para eventos fechados, a chácara Paraíso Tropical, no bairro Tarumã, nas pro-ximidades do Sistema de Proteção da Amazônia (Si-pam), dispõe de uma pisci-na grande com tuboágua e cascata, campo de futebol gramado, banheiros com acessibilidade para defi -cientes físicos, área para confraternizações, além de cozinha, churrasqueira e playground.

A proprietária do local, a empresária Eliza Soa-res, é uma defensora do meio ambiente. “Tenho a chácara há 11 anos,

gosto e defendo muito a natureza. Antes ele era aberto ao público, mas resolvi apenas alugar para grupos”, relatou. “O que deve ser levado em consideração é a proxi-

midade do balneário com os bairros, a facilidade de acesso e o conforto contam muito na hora da procura. Aqui é bastante requisitado por empre-sas”, acrescentou.

TEMPO

11é o período de existên-cia da chácara Paraíso Tropical, um local de uso racional do ambiente

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Um diferencial para o futuroA professora de ciências

Girlane Brandão, 24, garante que a consciência ambiental pode ser o diferencial no fu-turo. “Trabalho diretamente com projetos de alfabetiza-ção científi ca e o que mais percebo é a preocupação dos alunos e outros professores em colaborar com projetos que ajudem a comunida-de com foco na preserva-

ção”, observou. “São ideias ecologicamente corretas e com uma grande preocupa-ção com a terra e o bem-estar da população. Isso é louvável em um cenário mundial onde o planeta ne-cessita de maior atenção”, destacou a professora.

Assim como a coleta feita rotineiramente nas ruas da capital, vale lembrar que

a praia da Lua e comu-nidades ribeirinhas tam-bém possuem uma coleta de resíduos realizada pela Semulsp. A coleta é feita de maneira peculiar com a utilização de uma balsa “S.O.S. Igarapé”, que faz o recolhimento do mate-rial semanalmente nas segundas, quartas e sextas-feiras.

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Lixeira instalada na praia da Lua: turistas e ma-nauenses ainda deixam muita sujeira no lugar Petrônio Cavalcante e

parte do lixo coletado na praia da Lua: muita gente ainda ignora as lixeiras e os avisos deixados no lugarUm diferencial para o futuro

a praia da Lua e comu-nidades ribeirinhas tam-bém possuem uma coleta de resíduos realizada pela Semulsp. A coleta é feita de maneira peculiar com a utilização de uma balsa “S.O.S. Igarapé”, que faz o recolhimento do mate-rial semanalmente nas segundas, quartas e sextas-feiras.

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Conscientização para todosAinda na esteira da Semana do Meio Ambiente, o Grupo Chibatão vai promover a Semana Ambiental para mobilizar 2,5 mil pessoas com palestras e oficinas, inclusive com simulação de retirada de óleo das águas do rio Negro, amanhã

A c o n s c i e n t i z a ç ã o para preservar os recursos naturais, os benefícios sociais e

econômicos da reciclagem de resíduos e a recuperação de áreas degradadas são os temas da 3ª Semana do Meio Ambiente que o Grupo Chiba-tão realiza entre os dias 10 e 14 de junho em todas as cinco unidades da companhia em Manaus, com a participa-ção de 2,5 mil colaboradores diretos em 55 atividades que incluem de palestras a ofici-

nas de compostagem.O evento marca o primeiro

aniversário do Programa de Gerenciamento de Resíduos Sólidos da companhia, que nos últimos 12 meses já reciclou 240 toneladas de madeira, papel, vidro, me-tal, plástico, pneus e bate-rias de veículos resultantes das atividades de transpor-te, logística e operações no maior porto privado da América Latina.

A semana começa com o exercício simulado de vaza-

mento de produtos químicos nas águas do rio Negro na segunda-feira, às 8h, no Ter-minal Portuário Alfandega-do Chibatão, com a partici-pação das equipes técnicas de segurança e ambiental do porto, que utilizarão cerca de 100 quilos de pipoca para treinar os procedimentos a serem executados nesse tipo de emergência.

Também no primeiro dia de atividades acontecem as pa-lestras “Fauna e Flora”, com técnicos da Secretaria Mu-

nicipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), “Preservação dos Recursos Hídricos”, com profissionais do Instituto de Proteção Am-biental do Amazonas (Ipaam) e “Processo de Tratamento de Resíduos Oleosos”, com pro-fissionais contratados pelo próprio grupo.

Ainda amanhã estão pro-gramadas as apresentações dos grupos teatrais ArtCena e Garis da Alegria, formado por funcionários da Secretaria Mu-nicipal de Limpeza e Serviços

Públicos (Semulsp), às 12h30 e 13h, respectivamente.

ExposiçãoDurante toda a semana,

os colaboradores poderão participar de oficinas prá-ticas, como coleta seletiva, sensibilização ambiental e reciclagem de papel, mate-riais de informática, sucata ferrosa, processamento de pneus e compostagem.

Uma exposição de peças produzidas com materiais reciclados do Instituto Ama-

zônia Viva e a distribuição de mudas aos colaboradores serão feitas de forma itine-rante em todas as empre-sas da companhia. A meta é distribuir entre 150 a 300 plantas de espécies nativas nos cinco dias do evento.

De acordo com a coordena-dora da Semana Ambiental do Grupo, Dicléa Pereira, as filiais da empresa em Por-to Velho (RO) e Belém (PA) também irão realizar pales-tras, debates, mobilizações e oficinas no período.

Amanhã, equipes técnicas de segurança e ambiental do porto Chibatão farão um exercício simulado de vazamento de produtos químicos no rio Negro, abrindo a Semana Ambiental da empresa

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Prevenção cresce no EstadoAmazonas registra mais de 60 mil exames preventivos e mamografias em quatro meses, o que já representa mais de 30% daqueles realizados nas duas modalidades no ano passado, indicando melhor diagnóstico precoce do câncer

Dados da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Es-tado do Amazonas

(FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saú-de (Susam), apontam que nos primeiros quatro meses deste ano foram registrados, na rede pública de saúde do Amazo-nas e laboratórios conveniados ao SUS, 66,3 mil exames de mamografia e Papanicolau, o equivalente a 31% dos 213 mil realizados ano passado.

Os procedimentos são utiliza-dos para prevenir ou detectar de forma precoce os cânceres de colo uterino e de mama, os dois tipos mais frequentes da doença entre as mulheres no Es-tado. Conforme informações do Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC-FCe-con), o número de mamografias realizadas em 2013 já chega a 15,4 mil, 30,6% das 50,2 mil registradas em 2012.

Já os preventivos, os quais podem detectar o vírus do HPV (Human Papillomavirus), responsável por mais de 90% dos casos de câncer de colo uterino, já chegam a 50,9 mil este ano, 31,3% dos 162,7 mil feitos no ano passado. A partir desse exame específico pode-se evitar o aparecimento do câncer de colo de útero, uma vez que as lesões precursoras podem ser tratadas antes que cheguem à doença.

O diretor-presidente da FCe-

con, Edson de Oliveira Andrade, destacou que o câncer de colo uterino é o único 100% prevení-vel. “Basta fazer o Papanicolau a cada três anos – no caso das mulheres que nunca apresenta-ram alterações em exames an-teriores. A partir dele é possível detectar o HPV e tratá-lo antes que ele leve ao desenvolvimento do câncer”, explicou.

“Já a mamografia, indicada para mulheres com idade a partir dos 40 anos, pode de-tectar nódulos e levar à iden-tificação precoce do câncer de mama, proporcionando um tratamento ainda na fase inicial da doença e evitando, em parte dos casos, a retirada total da mama”, completou. De acordo com a chefe do DPCC, enfermei-ra Marília Muniz, um cronogra-ma de treinamentos está sendo desenvolvido pelo setor, este ano, para a coleta dos exames preventivos e realização dos exames clínicos da mama.

LUTAOs procedimentos da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Ama-zonas apontam que nos primeiros quatro meses deste ano foram registrados 66,3 mil exames preventivos

Os exames de mamografia realizados este ano chegaram a 15,4 mil, ou 30,6% dos 50,2 mil registrados em todo o ano passado

O ginecologista e mas-tologista da FCecon, Ger-son Mourão, explica que, no caso do Papanicolau, o exame continua com o Padrão Ouro de eficácia no que diz respeito ao diag-nóstico precoce, o qual já existe há mais de 60 anos. Ele destaca, ainda, que no caso do câncer de colo ute-

rino, outra arma contra a doença é a vacina contra o HPV, vírus que causa a doença. Ela será fornecida a partir de julho na rede pú-blica estadual, abrangendo meninas com idade entre 11 e 13 anos.

“Algo que podemos obser-var é que, apesar do número de diagnósticos precoces,

estamos descobrindo mais doenças pré-invasoras, que são as denominadas lesões de alto grau. Essas têm mais chances de desenvolver um câncer. Por isso, descobrin-do inicialmente a doença, consequentemente conse-guiremos reduzir o número de mortes relacionadas”, explicou o especialista.

Ele ressalta, ainda, que a realização frequente do Papanicolau tem propicia-do também cirurgias mais conservadoras, se compa-radas às feitas há 60 anos. Na prática, as cirurgias são mais simples e preservam o útero, o que possibilita, por exemplo, que a mulher pos-sa engravidar no futuro.

Uma arma eficaz na luta contra o câncer

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[email protected], DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013 (92) 3090-1042 Plateia 3

Amazonensesna semifi nalda ‘Exposamba’

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Os novos conselheiros municipais de cultura

Conheça os oito representantes da sociedade civil que tomam posse, amanhã, no Conselho Municipal de Política Cultural

Está marcada para as 17h de amanhã a ce-rimônia de posse dos novos membros do

Conselho Municipal de Polí-tica Cultural (ConCultura). A solenidade envolvendo os oito candidatos eleitos pela socie-dade civil do setor artístico e os oito representantes do Poder Executivo indicados pe-los seus respectivos secretá-rios municipais acontece nas dependências da Academia Amazonense de Letras (AAL). Os novos conselheiros assu-mem os cargos para gestão de 2013 a 2015.

O EM TEMPO apresenta os eleitos para representar as categorias de música, dança, artes visuais, teatro, proje-tos especiais, literatura, cul-tura étnica e cinema e vídeo. Cada um deles foi escolhido em fóruns setoriais de seu respectivo segmento, no mês passado. Para todos eles um pensamento está bem claro: a esperança de exercer, por meio do ConCultura, infl uência para que sejam criadas polí-

ticas públicas para a cultura local e, dessa forma, garantir a perenidade dos compromis-sos dos governos municipais ao longo do tempo.

Por ordem de realização dos respectivos fóruns, desde o dia 13 de maio, os eleitos demo-craticamente são os artistas profi ssionais Alcides Januário de Souza Filho (dança); Dou-

glas Barroso Rodrigues (tea-tro); Júnior Rodrigues (cinema e vídeo); Cristóvão Coutinho (artes visuais); José Seráfi co (literatura); Ellen Mendonça (música); Rosimere Maria Vieira Teles (cultura étnica); e Eliel Cavalcante dos Santos (projetos especiais).

Via de regra, o pleno do ConCultura é formado por 16 integrantes, sendo oito repre-sentantes do poder público, indicados pela administração municipal, e oito que repre-sentam a sociedade civil. Cada membro do conselho tem uma remuneração mensal para o cargo no valor de R$ 1,5 mil.

Segundo o presidente do ConCultura, o escritor e dra-maturgo Márcio Souza, o im-portante é entender que o conselho não produz peça, não edita livros, nem CDs. A fi na-lidade é a de produzir ideias para as políticas culturais do município e tem como objetivo pôr em prática a política que for defi nida pela administra-ção, acompanhar, propor mu-danças e fi scalizar, o que não implica em poder de veto ou aprovações ofi ciais.

Os demais componentes do ConCultura, indicados pelo po-der público, são: Fábiola dos Santos (Semed), Ednaldo Pe-reira Sousa (Semtrad), Júlio Pedrosa (Semmas), Márcio Braz (Manauscult), Laila Bru-na Aguiar (Semdej), Marcelo Magaldi Alves (Semef), Nívea Maria dos Santos (Semcom).

MúsicaA cantora e agora conselhei-

ra municipal Ellen Mendonça, espera seguir como interlocu-tora entre a classe musical e a administração pública. “Só vamos conseguir ter um con-selho efetivamente atuante e que traga resultados com essa convergência de inte-resses dos conselheiros. Uma das nossas p remissas é que se trabalhe a trans- versali-

d a d e e n t r e as artes, o que pode ser muito saudável”, diz.

Como desafi o, Ellen Men-donça aponta que a cadeia produtiva de música, não so-mente os músicos, precisa se inserir mais nas discussões políticas sobre as decisões

em relação às necessidades da classe. “Como saber do que a classe precisa se não houver interação? Qual a demanda que existe? As pessoas só procuram as entidades como sindicato, ou mesmo o Fórum de Música, quando estão com interesse próprio e os interes-ses precisam ser coletivos. O futuro é agora, e se o indivíduo não começar a viver nessa plataforma de compartilha-mento, está fadado ao fracas-so”, diz. Ellen Mendonça está profi ssionalmente na música desde 1994.

Artes visuaisO conselheiro e artista plás-

tico Cristóvão Coutinho tem história maciça no segmento local, incluindo mais de 9 anos como curador de exposições do Centro de Artes da Uni-versidade Federal do Ama-zonas (Caua), e experiência acumulada no Instituto Itaú Cultural. Além disso, mantém suas atividades de artista e ainda este ano deve lançar nova exposição.

A partir de 1985, Coutinho começou suas produções em desenho, utilizando diversas

técnicas, até mesmo caneta hi-drocolor em papel couchê e spray, c r i a n d o o b r a s

convencio- nalmente chamadas de grafi te. Com es-pecialização em Minas Gerais, Coutinho acredita que Manaus está bem servida de eventos culturais, mas falta fomento e formação para a cultura, de maneira permanente.

“Não estou aqui para fi gu-rar. Minha função é ajudar a propor alternativas e soluções para as defi ciências que a ci-dade tem nesse sentido. Não podemos mais ser provincia-nos. É preciso pressionar para mudar”, enfatiza.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

das nossas p remissas é que se trabalhe a trans- versali-

d a d e e n t r e

papel couchê e spray, c r i a n d o o b r a s

CONSELHOO pleno do ConCultura é formado por 16 integrantes, sendo oito represen-tantes do poder públi-co, indicados pela ad-ministração municipal, e oito que representam a sociedade civil

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. O governo do Amazonas, por meio do Instituto de Pesos e Medi-das (Ipem-AM), em parceria com o Detran-AM, dará inicio na próxima segunda-feira, à campanha edu-cativa “Condução Segura” tendo como alvo os veículos do transporte escolar.

. De acordo com o diretor-presi-

dente do Ipem-AM, Márcio André Brito, a ação é de caráter educativo. “Neste primeiro momento iremos realizar a campanha de forma educativa, levando orientação aos condutores do transporte escolar para que fi quem atentos sobre a importância e condições de uso do equipamento cronotacógrafo,” disse.

. Brito ressaltou ainda que o instituto já vem realizando essa campanha há um ano para veículos que utilizam o cronotacógrafo e, na próxima segunda-feira, inten-sifi cará para os condutores do transporte escolar, pois, a partir do mês de julho, a fi scalização des-ses equipamentos será de forma rigorosa. O cronotacógrafo é um equipamento obrigatório em todos os veículos que transportam mais de dez pessoas, como vans, ônibus de transportes de passageiros, ôni-bus de viagem e de transportes escolares. Além dos caminhões que transportam cargas acima de 4.536 kg e veículos que transpor-tam produtos perigosos.

>> Campanha educativa

. A empresária Janice Honorato orquestrou coquetel para apresentar a JH Studio, nova joalheria da cidade, movimentando o Vieiralves onde antes funcionou o JS Studio, em noite pra lá de movimentada.

. A empresária Janice atua há muitos anos no mercado de jóias em Goiânia ao lado do marido Antonio Carlos Magalhães e do fi lho Rafael Campos, e na noite de abertura do espaço local, mostrou lindas peças de design e fabricação própria. Coquetel regado a champagne.

>> Ouro

>> A Braga Motors e Evelise Pessoa convidam para o even-to de apresentação da nova BMW x3, terça-feira na con-cessionária da avenida Djalma Batista.

>> Brivaldo Barros decola para o Rio para o aniversário da neta Maria Eduarda, fi lha de Marcela Barros. A festinha terá doces amazônicos de so-bremesa.

>> Os 15 anos de Luana, fi lha de Isaac e Lilia Mamede Ramos, foram comemorados ontem com festão no Rio Negro Clube.

>> A 1ª Semana da Saúde Masculina, que será promovida pela Câmara Municipal de Ma-naus, entre os dias 10 e 13 deste mês, contará com palestra do brilhante urologista Cristiano Paiva, na terça-feira. A semana voltada para a saúde do homem incluirá exames e ações impor-tantes. Aplausos de pé.

>> A empresária Gê Castelo Branco inaugura em Manaus, no dia 19, a franquia da Schutz, no Manauara Shopping.

>> Vitrine

Rafaella e Taiko Fernandes

Letizia Barros e Lucia Viana

. Em comemoração aos seus 156 anos, a Burberry lança uma linha de relógios mecânicos que deve se tornar “it” entre os clientes da label na próxima temporada.

. Trata-se do “The Britain”, um lançamento para homens e mu-lheres inspirado no icônico tren-ch coat da marca, valorizando o design britânico e o trabalho manual, em uma tabela de cores tradicional, já conhecida pelos fãs da grife. Chic, não?

. A empresária Gê Castelo Bran-co inaugura em Manaus, no dia 19, a franquia da Schutz, no Manauara Shopping.

>> Objeto de desejo

Ao lado do Governador Omar Aziz, a primeira-dama Nejmi Aziz acompa-nhou o anúncio de novos projetos para as cidades da região do Alto Soli-mões. Os benefícios vão gerar inúmeras oportuni-dades para a população na área da saúde, educa-ção e infraestrutura

Os empresários Antonio Carlos Magalhães, Janice Honorato e Rafael Campos, no co-quetel do JH Studio

CÉSAR CATINGUEIRA

CÉSAR CATINGUEIRACÉSAR CATINGUEIRA

BARROS

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Thomas Stelzer, secretário-geral adjunto da ONU, Marianne Feldmann, embaixadora da Áustria e Carlos Alástico, diretor regional do Bradesco, no jantar em torno da visita do representante da ONU a Manaus

Martha Cibelle Lusto-za Pereira, dando uma circulada na cena jovem da cidade

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Bambas locais na maiormostra de samba paulistaOs compositores Júnior Rodrigues e Donádio de Tomaz Júnior disputam a semifinal da “São Paulo Exposamba 2013”

Imagine participar de uma roda de samba onde es-tão reunidos nada menos que Noel Rosa, Adoniran

Barbosa, Ciro Monteiro, Car-tola, Nelson Cavaquinho, Mo-reira da Silva, Dicró, Bezerra da Silva, Jovelina Pérola Ne-gra, Clara Nunes, Clementina de Jesus e outros bambas do samba numa nuvem do céu dando a maior “palhinha”. A cena divina foi o mote dos compositores amazonenses Júnior Rodrigues e Donádio de Tomaz Júnior para es-crever “Divino Porre”, onde o protagonista da história toma um porre de scoth e delira, sonhando encontrar com os grandes nomes do samba que já passaram para o andar de cima.

Júnior Rodrigues e Donádio, os únicos compositores da Re-gião Norte que estão classifi-cados para a semifinal da “São Paulo Exposamba 2013”, a maior mostra de composições inéditas do país, que vai dar prêmios que chegam a R$ 225 mil. Na quinta-feira, 6, foi dis-putada a primeira semifinal, no Sesc Pompeia.

Já teve início, também, a

votação pela internet que irá definir, pelo voto popular, quem são os 12 compositores que defenderão seus sambas na grande final da “São Paulo Exposamba 2013”, a maior mostra do gênero do Brasil. Para votar, basta acessar o site: http://votacaoexposam-ba.globo.com.

A segunda etapa, em que

os amazonenses estão clas-sificados, ocorre no dia 13 de junho, também no Sesc-Pompeia. Carregando na mala todos os sonhos dos amazonenses que admiram sua música, Júnior Rodrigues e Donádio viajam para São Paulo no dia 12.

“Na votação popular, que será feita pela internet, vamos preci-sar da ajuda de nossos amigos

que conhecem nosso trabalho. A votação está aberta até o dia 13, dia da final, e pode ser feita pela internet – htpp://vo-tacaoexposamba.globo.com”, informou Rodrigues.

Ao retornar da primeira fase, onde obteve a classificação para a semifinal, Júnior Rodri-gues conta que apesar de toda a informação e aproximação que os meios virtuais pos-sibilitam para divulgação, a localização geográfica de Ma-naus ainda surpreende quando apresenta um trabalho de qua-lidade. “Senti isso no ensaio quando executávamos nosso samba com a banda que acom-panhou todos os concorrentes e pelos elogios que recebemos do maestro Ivan Paulo: “Vocês são de Manaus?’”, disse.

Na hora da apresentação, revela o compositor, “não tí-nhamos torcida, parentes nem amigos, mas quando acabou a defesa do samba, parecia que estávamos em Manaus com toda a família reunida, aplaudindo o ‘Divino Porre’, foi emocionante”, conta Júnior, para quem “ser de Manaus é um ponto positivo para o evento”.

“Como trata-se de um concur-so nacional, quanto mais longe o seu alcance, maior a credibilida-de”, aposta o amazonense.

DIVINO PORRENo samba de Júnior Rodrigues e Donádio o protagonista toma um porre e vai parar no céu, numa rodada de samba com Noel, Cartola, Moreira da Silva e outros

MÁRIO ADOLFOEquipe EM TEMPO

Ao lado de Donádio de Tomaz, Júnior Rodrigues representa a Região Norte na competição

Concerto no Teatro Amazonas O concerto com as árias

das mais famosas óperas do mundo será exibido em Ma-naus neste domingo, no Te-atro Amazonas, às 19h, com entrada gratuita. A monta-gem, que foi apresentada no município de Itapiranga, encerra o 17º Festival Ama-zonas de Ópera (FAO).

O Coral Infantil de Itapi-ranga – que participou do espetáculo naquele municí-pio – foi convidado especial-mente para a performance em Manaus para interpretar “O Caderno”, de Toquinho, “Coro dos Pequenos Sol-

dados”, trecho da ópera “Carmen”, de Georges Bi-zet, e “Amazonas Moreno”, de Osmar Gomes e Celdo Braga, que foram sucesso na primeira récita.

DestaqueO pequeno e talentoso

tecladista Paulo Eike Ser-rão Santos, o menino de 10 anos natural de Itapiranga, que foi outro sucesso no primeiro concerto, também não poderia faltar. Ele es-tará novamente ao lado da Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA), sob re-

gência do maestro Marcelo de Jesus, interpretando “O Caderno”. O Coral Infantil de Itapiranga conta com 58 crianças e adolescentes de 6 a 16 anos.

O secretário de Cultura Robério Braga está ani-mado com a iniciativa do Governo do Amazonas de trazer para Manaus o es-petáculo já apresentado em Itapiranga, e ainda do mesmo jeito.

“É importante porque valo-rizamos e identificamos o sur-gimento desses novos valores do Estado”, destacou.

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Filmes antigos de super-heróis: parte 1

RESENHA

PERFIL

Augusto Severo é músico

Os fãs de quadrinhos não têm do que re-clamar atualmente. Desde a virada do

século 20 para o 21, o cine-ma tem apostado cada vez mais no delicado mundo das adaptações do universo dos super-heróis. E, com o passar do tempo, o nível de quali-dade das produções não só aumentou como a receptivi-dade do público leigo também se ampliou bastante - e hoje em dia quase não existe um ser humano no planeta Terra que não conheça o Homem de Ferro com a cara do Robert Downey Jr. Mas e os fi lmes an-tigos baseados em heróis dos quadrinhos, será que fi zeram sucesso como os atuais?

Mesmo que os fi lmes de super-heróis (e também sé-ries, importante lembrar) já façam parte da realida-de televisiva há bastan-te tempo (vide anos 60 e 70), os heróis tornaram-se uma espécie de campo minado para os estúdios de Hollywood que ousas-sem se arriscar a ganhar dinheiro com isso, mesmo que para isso tivessem que mudar muito da história original – até mesmo toda ela – para que o fi lme ou

série se tornasse comercial para quem não fosse fã. Não que eu reclamasse de uma Julie Newmar como a Mulher-Gato, ronronan-do no seriado clássico do Batman-Adam West.

Já vimos desprazeres como Michael Keaton in-terpretando o Batman em 89 e 92 (o que Tim Burton tinha na cabeça ao ima-ginar Keaton como Bruce Wayne?). No segundo fi lme moderno do Batman, fo-mos presenteados com uma belíssima interpretação de Danny DeVito na pele de Pinguim, além de Michelle Pfeiff er eternizada como a Mulher-Gato. Porém, o que se destaca tanto no pri-meiro quanto no segundo “Batman” é a insuperável reprodução estética de Go-tham City (mais sombria ainda no segundo fi lme), que sob os olhos do diretor Tim Burton se levantava como um opressivo e frio mo-numento gótico. Anos de-pois, os outros fi lmes que se seguiram caricaturaram tanto a imagem do herói (armadura com mamilos, como se esquecer disso?) que o Batman virou motivo de piadas por muito tempo,

até que em 2005 Christo-pher Nolan salvou de uma vez por todas a reputação do “Cavaleiro das Trevas” (obrigado, Nolan!).

O “Superman” de 1978 é um clássico. Foi muito bem adaptado dos quadri-nhos. Aliás, o fi lme é tão icônico que mesmo tendo atuado em dezenas de ou-tros grandes sucessos, é justamente no “Superman” que o ator Crhistopher Re-eve foi imortalizado. Vesti-do como Superman, Reeve serviu inclusive de modelo para a reformulação es-tética do personagem, ou seja, o próprio herói do quadrinho foi redesenhado para parecer mais com o ator. Quando morreu, em 2004, Reeve foi homena-geado em todos os jornais do mundo, que noticiavam sua morte como “A Mor-te do Superman”. A atual aposta de ZackSnider no novo fi lme “Man of” (Ho-mem de Aço, no Brasil) coloca Henry Cavill como o novo Superman, mas será que ele chegará aos pés de Christopher Reeve?

Pouca gente lembra, mas em 1989 o Justiceiro, um dos grandes anti-heróis

da Marvel também foi adaptado para o cinema, interpretado por Dolph Lundgren. Aliás, esse fi lme é um dos que segui-ram bem à risca a adapta-ção, resultando numa quase transcrição tanto do ritmo como do cenário do herói em suas publicações oitentis-tas. Mas a Caveira Branca, símbolo estampado no peito do personagem dos qua-drinhos, é completamente ignorada! Claro, com exce-ção do “Justiceiro: Zona de Guerra” (2008), a tentativa de ressuscitar Frank Castle do exílio cinematográfi co ainda não foi válida.

Esse foi apenas um ape-ritivo do que já assistimos (e relembramos). Em breve vamos tocar em adapta-ções mais delicadas: Capi-tão América, Hulk e outros heróis, cujos fi lmes clássi-cos ainda dão o que falar!

super-heróis: parte 1

O “Superman”, de 1978, é um clássico, foi muito bem adap-tado dos quadrinhos

Desde a virada do século 21, o cinema tem apos-tado cada vez mais no delicado mundo das adaptações do universo dos super-heróis. E o nível de qua-lidade das produções só aumentou”

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoNovo humorístico Nesses próximos dias,

Jorge Fernando deve fechar inteiramente o elenco do novo progra-ma humorístico, que ele irá dirigir na TV Globo no segundo semestre.

Ainda não há nenhuma defi nição sobre estreia ou dia de exibição.

Curioso issoA Nativa FM, que andou

divulgando notícias da-qui sem o devido crédito, agora tem um horóscopo no ar, mas não revela o seu astrólogo.

Só se for aquele caso do Áries de hoje virar Touro amanhã.

Crescimento progressivoVerifica-se que a am-

pliação no horário do jor-nal da manhã, no SBT, apresentado pelo César Filho, vai se dando por puro merecimento.

Começou com meia hora, pulou para uma e, a partir de amanhã, serão duas.

É quase um circoAquele que sofre de in-

sônia ou por algum motivo, resolveu dormir mais tar-de, certamente já viu o que alguns religiosos têm feito nas madrugadas. Coisas que até Satanás duvida.

Uns chegam a se vestir de branco, da cabeça aos pés, para operar as suas curas possíveis quando acompanhadas das goti-nhas dos milagres.

É muita folga Como explicar que os apre-

sentadores titulares dos tele-jornais precisam de dois dias de folga, normalmente aos sábados e domingos, quando outros profi ssionais da própria TV e do jornalismo mesmo, só têm uma?

Que trabalho exaustivo é esse, que para muitos não passa de uma horinha por dia? E isso não é de agora.

Homens trabalhandoA Band trabalha com previ-

são de julho ou agosto para o término dos trabalhos do seu

estúdio de vídeo no Jockey Club de São Paulo.

Ou seja, mais dois meses de obras pela frente, con-trariando todas as previsões iniciais.

Ninguém fala Heloísa Périssé foi escalada

e depois dispensada do elen-co de “Joia Rara”, novela de Duca Rachid e Thelma Guedes, próxima da Globo na faixa das 18h.

Isto, como já foi colocado, por causa de um novo progra-ma, “Segunda Dama”, que ela deve estrear ainda este ano.

Dança paulistana Hoje, no “Domingão do Faustão”, tem mais uma eliminatória

da “Dança dos Famosos”. É novamente a vez dos homens. Um irá para a repescagem. O programa será transmitido dos estúdios da TV Globo, em São Paulo. Tatá Weneck e Sérgio Mallandro serão outras atrações do programa.

Bate-rebate• O “Quem fica em

pé?”, do Datena, em sua segunda tempora-da, será apresentado aos domingos, 8 da noite...

• ...Entre outras coi-sas, pretende-se com isso criar uma boa alavanca para o “Pâ-nico”.

• Mesmo com todos os trabalhos nos pra-zos previstos, a dire-ção da TV Gazeta ainda não tem uma data para a grande reforma...

• ...Toda a grade de programação, com foco na cidade de São Paulo, terá uma se-melhança muito forte com os canais fecha-dos.

• O hospital de “Amor à vida” é uma perfeita bagunça. É um entra e sai que ninguém en-tende.

•Tiago Leifert só voltará para o “Globo Esporte”, de São Paulo, depois da Copa das Confederações.

Intervalo atrapalha o ‘Jornal da Band’

No futebol, muitas vezes se perde um jogo por simples detalhe. Audiên-cia na televisão é a mesma coisa. O “Jornal da Band”, sempre muito bem conceituado como conteúdo, tem nos seus longos, e às vezes desnecessários intervalos. As repetições das mesmas mensagens e, sobretudo, a reexibição de chamadas de outros programas, como “Simpsons” ou “Agora é Tarde”, levam qualquer telespectador a jogar a toalha. São tantas, em quantidade tão absurda, que chega a ser um desrespeito a quem está assistindo. Ou alguém está calculando mal.

Gugu Liberato preten-de reativar os estúdios da sua GGP, em Alpha-ville, ocupado pela Azul Linhas Aéreas até setem-bro. Com o mercado mais aquecido, há o desejo de investir muito forte em novos produtos.

Ficamos assim. Mas

amanhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

DIVULGAÇÃO/TV GLOBO

Já disse em muitos artigos que a chegada (ou retorno) de David Assayag ao Caprichoso provo-cou mudanças importantes na estrutura musical de ambos os bumbás. Se no lado azul houve-ram melhoras significativas nas composições das toadas tanto do ponto de vista melódico (como a variação no uso das notas, al-cances e ritmo) quanto das letras (imagens e sintaxe) e harmonia, no lado vermelho Sebastião Jú-nior devolve ao festival um tipo de levantador de toadas esquecido há muito, e que nos faz lembrar figuras emblemáticas como Pau-linho Faria e Emerson Maia.

O levantador de toadas, dentro da estrutura dramática da festa de Parintins, é aquele que recebe os chamados do amo para saudar e louvar o boi e as maravilhas da fazenda – no caso, a grande fazenda, a Amazônia, com seus rios, mitos, lendas e costumes. Ele, portanto, é o cantante da festa, um “levantador” de toadas de exaltação, que ao longo da tradição foi ganhando status de pop star e tornou-se a principal atração dos currais bovinos e outros eventos do gênero.

A justificativa em apontar a diferença entre cantor de toadas e levantador de toadas - que de modo algum são “contrários”, mas complementares - nos é dado pelos fatos: hoje, a legitimação por parte das torcidas em tor-no de conceitos como afinação, “bela voz”, tom e timbre gerou uma máxima estética perigosa, presa ao simples ato de torcer (paixão) perdendo a sua confi-guração artística e função. O levantador de toadas é aquele que levanta as toadas, que nivela as paixões pelo boi e pelas coisas da fazenda a um nível superior de sublimação, é o condutor dos

elos emotivos entre a arena e o público, seja ele qual for.

Sendo assim, o que menos im-porta são os conceitos formais e acadêmicos de “afinação” que ganha outro sentido no modelo de composição da festa. Carisma, empatia, potência vocal, capa-cidade de comunicar e emocio-nar pela interpretação musical e, principalmente, reconhecer o seu papel enquanto personagem dentro da estrutura dramática do auto do boi de Parintins são fatores decisivos e imanentes ao levantador de toadas, só vis-to, nos últimos anos, em quatro artistas que assumiram o posto: Arlindo Júnior, David Assayag, Edilson Santana e, agora, Se-bastião Júnior, todos com graus distintos de autoconsciência.

Os últimos álbuns e apresenta-ções do Boi-Bumbá Garantido já sentem as mudanças orquestra-das pela chegada de Sebastião Júnior. Dono de um carisma ímpar e de uma poderosa voz, o levanta-dor do vermelho se utiliza, ainda, de outros atributos performáti-cos, como músico, instrumentista e ator, de modo a comunicar com eficiência os quadros dramáticos desse teatro ainda que enjeita-do. Já David Assayag, sem dúvi-da, o nome mais expressivo do Festival Folclórico de Parintins, provocou uma mudança radical na estrutura de composição das toadas do Caprichoso. Se antes os compositores se limitavam ao tom e alcance de barítono de seus antigos levantadores – à exceção de Edilson Santana - o agudo de Assayag e suas qualidades como intérprete e, sobretudo, modulação rítmica e passeios sonoros com incríveis modificações tonais, garantiram o sucesso de mais um excelente álbum neste ano de 2013.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio BrazAtor, diretor e

membro do Núcleo de Antropologia Visual da Ufam

(Navi)

O levanta-dor de toa-das, dentro da estrutura dramática da festa de Parintins, é aquele que recebe os chamados do amo para saudar e louvar o boi e as ma-ravilhas da fazenda”

O auto dos bois – análise crítica 1

‘Carrossel’ em clima romântico

TV

A rotina dos alunos da escola Mundial, em “Car-rossel” (SBT), não é feita apenas de aulas, travessu-ras e confl itos com a dire-tora. Os pequenos também estão preocupados com o primeiro amor. No decorrer da trama, algumas paque-ras aproximaram meninos e meninas do folhetim. Ofi -cialmente juntos, a espevi-tada Valéria (Maisa Silva) e o gentil Davi (Guilher-me Seta) vivem brigando, como todo bom casal, mas sempre fi cam juntos nova-mente. “Ela é muito mando-na. Acho que tem que ser assim”, defende Maisa.

Enquanto os colegas so-nham com um futuro jun-

tos, Laura (Aysha Benelli) ainda vive suspirando pelo inteligente Daniel (Thomaz Costa). Entre os dois há uma pequena paquera, e ela faz questão de dizer que ele é bonito, inteligente e romântico. Mas, segundo Costa, tudo indica que o menino ainda não está a fi m de compromisso. “Ele sabe das intenções dela, mas está mais preocupado em estudar”, opina.

Um casal que começou a despertar a atenção do público na última semana foi Marcelina (Ana Vitó-ria Zimmermann) e Mário (Gustavo Daneluz). Ela mor-re de medo de que alguém descubra que está apaixo-

nada pelo colega e, por isso, escreve o que sente em seu diário. Ele, embora seja duro com os próprios senti-mentos, já demonstrou ter carinho pela amiga. “Essa história é complicada, pois tudo é muito secreto entre eles. Mas vão rolar algu-mas cartinhas. Já do futuro, eu ainda não posso dizer”, diz Daneluz.

A grande torcida é pelo casal Cirilo (Jean Paulo Campos) e Maria Joaquina (Larissa Manoela). Depois de maltratar muito o cole-ga, nem mesmo o fato de ele ter se tornado rico fará com que ela o veja com outros olhos. “Eles formam um bonito casal”, disse.

Um dos casais mais comentados é Valéria (Maisa Silva) e Davi (Guilherme Seta)

REPRODUÇÃO

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Page 30: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Programação da TV

5:30 Jornal da Semana6:00 Arnold6:30 Pesca Alternativa7:30 Brasil Caminhoneiro8:00 Aventura Selvagem8:30 Vrum9:00 Amazonas da Sorte10:00 Domingo Legal14:00 Eliana18:00 Vamos Brincar de Forca18:45 Sorteio da Telesena19:00 Programa Sílvio Santos23:00 De Frente com Gabi0:00 True Blood1:00 O Mentalista2:00 Rizzoli & Isles4:30 Igreja Universal

SBT

GLOBO

REDE TV

4:40 Sagrado4:55 Santa Missa em Seu Lar5:55 Amazônia Rural6:02 Pequenas Empresas, Grandes Negócios7:00 Globo Rural7:55 Auto Esporte8:30 Esporte Espetacular 11:40 Temperatura Máxima. Filme: Alvin e os Esquilos 212:35 Esquenta! 13:50 Fórmula 1: Grande Prêmio do Canadá.

15:00 Futebol 2013: Amistoso da Seleção - Brasil x França.17:00 Domingão do Faustão19:45 Fantástico22:05 Revenge22:50 Compacto da Fórmula 1 - Grande Prêmio do Canadá23:45 Domingo Maior1:10 Sessão de Gala 2:45 Corujão4:20 Festival de Desenhos

4:45 Bíblia em Foco5:00 Santo Culto em Seu Lar5:30 Desenhos Bíblicos8:00 Record Kids

5:00 Igreja Mundial

5:50 Popcorn TV

6:30 Santa Missa no Seu Lar

7:30 Fé na Verdade

8:30 Desenho

9:00 Expressão Esportes

9:30 Mackenzie em Movimento

9:45 Infomercial

10:30 Campeonato Brasileiro de Marcas

11:30 Gol, O Grande Momento do Futebol

12:00 Fórmula Truck

13:30 Terceiro Tempo

14:30 Futebol 2013

16:50 Terceiro Tempo

18:20 Polícia 24h

19:10 As Detetives

20:10 Os Simpsons

21:00 Pânico na Band

0:15 Canal Livre

1:15 Las Vegas

1:35 Show Business

3:00 Igreja Mundial

RECORD

6:30 Igreja Internacional da Graça

7:30 Igreja Internacional da Graça

8:30 TV Kids

9:00 TV Shopping Manaus

10:00 Super Oferta

10:30 A Questão É

11:00 Igreja Internacional da Graça

12:00 Fique Ligado

13:00 Esporte Performance

14:00 Encircuito

15:30 A Questão É

16:00 TV Kids

16:45 Video Mania

17:30 Ritmo Brasil

18:10 O Último Passageiro

19:30 Te Peguei

20:30 Teste de Fidelidade

22:30 TV Shopping Manaus

23:30 Dr. Hollywood

0:30 É Notícia

1:30 Bola na Rede

2:30 Igreja Internacional da GraçaGlenda Kozlowski apresenta o “Esporte Espetacular”, hoje

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Você pode cair em armadilhas e cometer atos de auto-sabotagem. Naturalmente, poderá fazê-lo sem ter a menor consciência disso. Cuide bem de suas emoções.

TOURO - 20/4 a 20/5 Você se envolve com as pessoas de uma maneira que as relações saem do controle e mergulham por águas desconhecidas e misteriosas, mas também inebriantes.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Você se dedica ao trabalho com afã e um certo otimismo cego. Atente para a realidade na situação profi ssional, e aí poderá usar essa força emocional que lhe toma por inteiro.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Sua mente está altamente inspirada e se eleva às camadas mais altas da percepção e do entendimento. Você sonha alto. Inebrie-se com o melhor que possa sonhar para a vida.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Você se envolve com as pessoas de uma ma-neira que você mesmo não percebe direito como é. É um envolvimento profundo, com certeza, mas de contornos indefi nidos.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 O nível de sutileza emocional presente nas relações pessoais e na vida a dois exige muita atenção e cuidado de sua parte. Há muito mais em jogo do que aquilo que você percebe.

LIBRA - 23/9 a 22/10 As tarefas práticas do dia serão tingidas pela alta imaginação e pela fantasia mais ampla que você possa conceber. Atenção para não se perder no excesso de subjetividade.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Os sentimentos amorosos lhe inebriam de uma maneira que fazem você se perder de si mesmo e mergulhar fundo em emo-ções e relacionamentos que lhe tomam por completo.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você mergulha fundo em suas raízes emocionais e familiares. Poderá conhe-cer dimensões profundas de si mesmo e compreender melhor as motivações de sua alma.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 O contato com as pessoas e situações de coti-diano abrem as portas para outras dimensões e situações inimaginadas. Mantenha o foco e a orientação em suas conversas.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Você se delicia com algum bem material ou sensação corpórea que venha a entrar em contato neste dia. Algum excesso pode ser cometido em nome do que lhe inebria.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Lua e Netuno reunidos em seu signo indica a forte presença da subjetividade e da imagi-nação tomando seu espaço interior. Procure manter ao menos um pé na realidade.

BAND

CruzadinhasCinemaCinemaPRÉ-ESTREIA

Star Trek - Além da Escuridão: 12 anos. EUA. Quando a tripulação da En-terprise é chamada de volta para casa, eles descobrem que uma força de terror incontrolável, de dentro de sua própria organização, detonou a frota e tudo aquilo que ela representa, deixando nosso mundo em situação de crise. Tendo contas pessoais a ajustar, o Capitão Kirk lidera uma caçada humana em um mundo em zona de guerra para capturar um homem que é por si só uma arma de destruição em massa. Cinemais Millennium – 21h (3D/diariamente); Cinemais Plaza – 19h10 (3D/dub/diariamente); Playarte 1 – 21h10 (3D/leg/diariamente), 23h59 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado).

A Fuga do Planeta Terra – Livre: Cinemark 2 – 12h50, 15h10 (dub/diariamente); Cinemais Millennium – 16h50 (3D/dub/diariamente); Ci-nemais Plaza – 14h20, 16h20 (dub/diariamente); Playarte 1 – 15h10, 19h15 (3D/dub/diariamente).

Faroeste Caboclo - 16 anos: Cinemark 2 – 17h40, 20h, 22h20 (dia-riamente), Cinemark 3 – 13h10, 15h30 (diariamente), 23h10 (somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 14h50, 17h, 19h10, 21h20 (diariamente); Cinemais Plaza – 18h30, 20h50 (diariamente), 15h10, 17h20, 19h40, 21h50 (diariamente); Playarte 8 – 12h50, 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (diariamente), 23h40 (somente sexta-feira e sábado).

Velozes e Furiosos 6 – 14 anos: Cinemark 4 – 17h30, 20h30 (dub/exceto terça-feira e quinta-feira), 22h30 (dub/somente terça-feira e quinta-feira), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 6 – 13h, 15h50, 18h50, 21h50 (dub/diariamente); Cinemais Millennium – 14h, 16h40, 19h15, 22h (leg/diariamente), 13h30, 16h, 18h30, 21h10 (dub/diariamente); Cinemais Plaza – 14h, 16h30, 19h30, 22h (dub/dia-riamente), 13h30, 16h, 18h40, 21h20 (dub/diariamente); Playarte 3 – 12h20, 15h, 17h40, 20h20 (dub/diariamente), Playarte 9 – 13h20, 16h, 18h40 (dub/diariamente), 21h20 (leg/diariamente), 23h59 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Se Beber, Não Case 3 – 14 anos: Cinemark 5 – 12h30, 14h50, 17h10, 19h40, 22h10 (dub/diariamente), Cinemark 7 – 11h20 (dub/somente sábado e domingo), 13h40, 16h, 18h30, 21h10, 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (leg/dia-riamente); Cinemais Plaza – 14h40, 16h50, 19h, 21h15 (dub/diariamente); Playarte 5 – 13h25, 15h30, 17h35, 19h40, 21h45 (leg/diariamente), 23h50 (leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 12h25, 14h30, 16h35, 18h40, 20h45 (dub/diariamente), 22h50 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Reino Escondido – Livre: Cinemais Millennium – 14h40, 18h50 (3D/dub/diariamente); Playarte 2 – 13h, 15h10, 17h20 (dub/diariamente); Playarte 1 – 13h, 17h05 (3D/dub/diariamente).

Homem de Ferro 3 - 12 anos: Cinemais Plaza – 14h10, 16h40, 21h40 (dub/diariamente), Playarte 2 – 21h25 (dub/diariamente), 23h59 (dub/so-mente sexta-feira e sábado).

O Massacre da Serra Elétrica: A Lenda Continua - 18 anos: - Playarte 3 – 22h55 (dub/somente sexta-feira e sábado).

O Último Exorcismo: Parte 2 - 14 anos: Playarte 2 – 19h30 (leg/diariamente).

CONTINUAÇÕES

Depois da Terra: 14 anos. EUA. Um pouso forçado deixa o adolescente Kitai Raige (Jaden Smith) e seu lendário pai Cypher (Will Smith) encalhados na Terra, 1.000 anos depois que eventos cataclísmicos forçaram a humanidade a fugir. Com Cypher gravemente ferido, Kitai deve embarcar em uma perigosa jornada para pedir ajuda, enfrentando terreno desconhecido, evoluídas espécies animais que agora dominam o planeta, e uma implacável criatura alienígena que escapou durante o acidente. Pai e fi lho devem aprender a trabalhar juntos e confi ar um no outro se quiserem alguma chance de voltar para casa. Cinemark 1 – 12h (dub/somente sábado e domingo), 14h20, 16h40, 19h20, 21h40, 0h (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 3 – 18h, 20h40 (dub/diariamente); Cinemais Millennium – 15h20, 17h30, 19h40, 21h50 (leg/diariamente); Cinemais Plaza – 15h, 17h10, 19h20, 21h30 (dub/diariamente); Playarte 7 - 12h40, 14h45, 16h50, 18h55, 21h (leg/diariamente), 23h05 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Royal Opera House - Nabuco: 12 anos. EUA. A trama é baseada na história bíblica do rei Nabucodonosor e é centrada em sua captura dos hebreus, sua luta contra Abigail, sua fi lha inescrupulosa, a punição divina contra ele e sua salvação fi nal. A rica música de Verdi oferece melodia, poder e puro drama numa escala que faz jus aos épicos temas da ópera, tais como o patriotismo, a fé, o amor e a redenção, invocando toda a grandeza da Orquestra e do Coro do Royal Opera House. Cinemark 4 – (somente terça-feira e quinta-feira).

Odeio o Dia dos Namorados: 14 anos. BRA. O fi lme conta a história de Débo-ra (Heloisa Pérrisé), uma diretora de criação de uma agência de publicidade que privilegiou a carreira em detrimento da vida pessoal. Avessa a questões afetivas, Débora tem que aprovar uma importante campanha publicitária, cujo tema é ro-mance, e o cliente é simplesmente um ex-namorado, Heitor (Daniel Boaventura), que ela dispensou de forma humilhante há alguns anos. Com a ajuda do fantas-ma do amigo Gilberto (Marcelo Saback), ela repensa, em situações hilárias, sua relação amorosa com o ex. Cinemark 8 – 12h10 (somente sábado e domingo), 14h30, 16h50, 19h10, 21h30, 23h50 (somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 15h, 17h10, 19h20, 21h25 (diariamente); Cinemais Plaza – 14h30, 16h45, 18h50, 21h10 (diariamente); Playarte 4 – 14h15, 16h20, 18h25, 20h30 (diariamente), 22h35 (somente sexta-feira e sábado).

O Grande Gatsby: 14 anos. EUA. O Grande Gatsby conta a história do aspirante a escritor Nick Carraway que sai do centro-oeste e chega à Nova York na primavera de 1922, em meio a uma era de falta de moral, do ápice do jazz, dos reis beberrões e de ações exorbitantes. Perseguindo o sonho americano, Nick acaba vizinho de um misterioso e festeiro milionário, Jay Gatsby, além de conhecer sua prima Daisy e seu marido mulherengo e de sangue azul, Tom Buchanan. Cinemais Millennium – 15h30, 18h40, 21h30 (3D/leg/diariamente); Playarte 10 – 12h35, 15h25, 18h15, 21h05 (leg/diariamente), 23h55 (leg/somente sexta-feira e sábado).

REPRODUÇÃO

ESTREIA

9:00 Amazonas da Sorte10:00 Record Kids12:00 Tudo a Ver14:00 Programa do Gugu18:30 Domingo Espetacular22:15 Tela Máxima0:15 Programação IURD

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Deninho Gama, Melynda Freire, David Reis, Lucilene Castro, Leandra Vasconce-los, André Anzoategui e Alê Mourão estão trocando de idade hoje. Os cumprimen-tos da coluna.

Residente há mais de seis anos de um dos clubes notur-nos de maior renome interna-cional, o Sirena, o DJ Ricardo Menga chega, no próximo dia 22, em Manaus para apresen-

tar o seu mais recente álbum gravado, o “Miami Tour 2013”, que vem repleto de house mu-sic, deep e progressive – na Musique Nuit, e ainda terá como line up local os DJs Glau-ciney D’Góes e Ritex.

Na próxima semana, nos dias 15 e 16, das 9h às 18h, será realizada a segunda etapa do Campeonato Ama-zonense de Arrancada, na pista Amazonas Dragway,

localizada na estrada do município de Iranduba, 7 minutos após a ponte Rio Negro.

A pró-reitora de extensão da USP, professora-doutora Sel-ma Pimenta, fará a palestra de abertura do 15º. Semi-nário de Estágio Supervisio-nado, promovido pelo curso de Pedagogia da UniNorte. O tema será “A importância do estágio supervisionado para

os cursos de licenciaturas” e o evento acontece amanhã, às 18h30, no teatro Maria Hercília Tribuzy.

Mais um empreendimen-to da boa gastronomia abre na cidade. É o Bodega da Vila, localizado na Maceió. No Dia dos Namorados a casa terá um espaço reser-vado para os casais apaixo-nados com menu exclusivo e preços especiais. Que tal?

::::: Sala de Espera

Plateia

A primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz recebendo o carinho da população de Benjamin Constant, durante viagem com o governador Omar Aziz no interior do Estado. O gesto refl ete a gratidão dos cidadãos daquele município que vão passar a contar com relevantes ações para melhoria da qualidade de vida

Com certo atraso chega às lojas os CDs/DVDs do Garantido e Caprichoso. Os tais produtos são itens de colecionadores e objetos de alta procura, mas, neste ano, chegaram às prateleiras quase em cima da folia bovina. É bom que as diretorias repensem nos lança-mentos para o ano que vem, afinal os torcedores não merecem esperar tanto pelas obras que contêm a trilha musical do evento.

::::: Atrasado

Brilhante, assim foi a recepção da joalheria Jaqueline Chagas para apresentar às finas da cidade a nova coleção da grife Pandora. E cá pra nós? Uma peça mais linda que a outra, preços acessíveis e tudo escolhido a dedo para o pú-blico exigente da badalada loja do Manauara Shopping.

::::: Noite de novidades

Márcia Martins

Lutty ChagasEliane Schneider e Lúcia Viana

Hellen Belota Alen-car e Sandra Lúcia SaraivaLúcia Saraiva

Najla Akel

Mônica Bonfi m

Como o sol senegalês começou a dar o ar da graça em Manaus, já está mais do que na hora da prefeitura iniciar os trabalhos de reparo nas ruas da cidade. São tantos buracos, que nós, pobres motoristas, temos a impressão de que estamos dirigindo na lua. Pela fé!

::::: Está na hora

Florence Fleck com a impecável anfi triã e sua mama Auriane Chagas

HERICK PEREIRA/AGECOM

FOTOS: JANDER VIEIRA

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Page 32: EM TEMPO - 9 de junho de 2013

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 9 DE JUNHO DE 2013

Conselho de cultura ganha reforço

Teatro, dança, cinema e vídeo, literatura, cultura étnica e projetos especiais completam as áreas de abrangência do Conselho Municipal de Cultura

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Conheça as seis áre-as de abrangência e seus representantes no novo Conselho

Municipal de Cultura.

TeatroDouglas Rodrigues é diretor

da companhia de teatro Arte e Fato, que existe há pelo menos 15 anos. No Festival de Teatro da Amazônia, é campeão de prêmios, somando cerca de 30 deles, além de ser contem-plado por diversos prêmios de editais re- gionais e nacionais. Para ele, o Amazo-nas é um Esta- d o rico, mas a cul- t u -ra não faz parte como herdeira de toda essa qualifi -cação fi nanceira. “Nós estamos en-tre os cinco maio-res detentores do tesouro público. Existe uma po-lítica voltada para eventos na cidade, da qual não sou contra, mas acredito que isso poderia estar no mesmo nível de produção artística da cidade, incluindo

todos os segmen-tos. Não existem

l e i s q u e ampa- rem a produção cultural na cidade de Manaus. O Pará, Es-tado menos rico que o nosso, tem pelo menos quatro leis que garantem isso. Nós não temos nenhuma. O Conselho, obviamente, não tem o poder de criar ou aprovar leis, mas cabe a ele propor soluções para tal”, diz.

O novo conselheiro acredita que é preciso conscientiza-ção dos gestores do Exe-

cutivo para o tema. “A cultura precisa ser inserida, inclusive, no cardápio turístico da cidade. Existe uma di-

ferença enorme entre espetáculos para tu-

ristas e a fomentação da cultu-ra. O turista quando vem aqui não leva um pedaço do teatro. Ele leva impressões artísticas. Artistas temos demais, mas falta apoio. Os editais não trazem segurança de conti-nuidade por falta de leis que obriguem isso. Temos hoje um chamado “ar cênico”, cheio de defi ciências na elaboração e conceitos”, observa.

LiteraturaJosé Seráfi co é professor

aposentado da Univer-s i d a d e Fe d e r a l do Ama- z o n a s

(Ufam) e exerceu a função de diretor da Faculda-de de Estudos Sociais e Fa-culdade de Direito, que

pertencem à mesma

ins t i tu i ção . “Minha postura

como conselheiro é contribuir para a construção de polí-

ticas culturais, dan-do rumo e estimulan-

do a cultura na cidade. Essa foi minha motiva-

ção. Acredito que estamos bem-servidos de criadores,

de autores. Mas estamos mal do ponto de vista de tornar públicas as criações. É muito difícil viver do labor da litera-

tura”, observa.O autor da obra “Bússo-

las”, que transforma ícones da história mundial e dos livros em “nortes” para a huma-nidade, crê que o conselho pode interferir não apenas no apoio político para que sejam minimizadas as difi culdades. “Também no traçado de polí-ticas que induzam a dedicação de orçamento para a cultura”, comenta.

Cinema e vídeoIdealizador de festivais de

curtas-metragens, como os de fi lme de um minuto e o “Curta 4”, Júnior Rodrigues, acredita que Manaus não possui um bom histórico de apoio ao cinema. “Sempre foi tratado o cinema com distan-ciamento e poucos investi-mentos das prefeituras ante-riores. A constituição desse conselho está com uma men-talidade plural, sem admitir a sobreposição de uma arte em relação à outra, e acre-dito que será responsável por instalar uma revolução cultural. Es- tamos, en-fi m, com uma re-presen- t a ç ã o

para o audiovisual, mas fun-damentalmente, precisamos reconhecer que somos uma cultura amazônica e revelar os talentos daqui”, diz.

Cultura étnicaRosimere Teles, que integra

a Associação de Mulheres In-dígenas do Alto Rio Negro (Amarn), reforça o otimismo e a consciência de estar as-sumindo uma grande respon-sabilidade ao ingressar no ConCultura. “Estou muito feliz em poder fazer parte dessa conquista, pois é uma cate-goria nova a tomar assento”, afi rma Rosimere, nascida no

município de São Gabriel da Cachoeira, de etnia arapaso.

Para ela, de fato, foi uma sur-presa ao ser eleita e saber que sua cadeira representa além dos g r u p o s i n d í - g e n a s .

“ Q u a n d o aceitei me inscrever, descobri que tinha muitos concorrentes que nem imaginava. Nas eleições pude ver que outros candidatos não tiveram apoio de suas classes. Contudo, acredito que está melhorando a participação, sobretudo dos indígenas, para contribuir nas discussões so-bre políticas públicas, prin-cipalmente em Manaus, que lhe dizem respeito. Via muita gente brigando, mas sem pre-paro para dizer o que queria. Tenho uma responsabilidade muito grande aqui, pois não são só os indígenas sendo representados, mas os afro-descendentes e outras classes também”, declara.

Teles acredita que sua expe-riência vai fortalecer a cons-trução de políticas públicas de fato dentro do município. “Se fala muito em Copa, mas as diretrizes têm que continuar depois disso e além”, conclui.

DançaA l c i d e s J a n u á r i o

de Sou- za Filho pratica- m e n t e

n a s - ceu na dança, so- bretudo na dança folclórica, onde dirige

com o pai o grupo Dança Nordestina Cabras do Capitão Cabileira, que existe há mais de 25 anos em Manaus, Alci-des está ciente de que tem um desafi o pela frente. Ele espera, por meio do Conselho, intervir na construção de olhar para a impulsão dessa arte no município. “É preciso mais incentivo para a produção de dança, em todas as suas mo-dalidades, do balé ao mais contemporâneo”, diz.

Projetos EspeciaisPraticamente, todos os de-

mais componentes de cultura, que não pertencem ao gênero específi co citado, estão con-templados nessa categoria. O conselheiro Eliel Cavalcante apresenta como exemplo de fator que merece um olhar do poder público, a c u l t u r a de ances-trais. “A r e g i ã o

ribeirinha tem uma contribuição muito grande na cultura, por exemplo. Temos música, culinária, adereços e vestimentas, etc. O que nos-sos antepassados deixaram está soterrado. Na cerâmica indígena, por exemplo, temos gráfi cos riquíssimos, mas fal-ta educação para observar isso, senão vai se perder, por puro desconhecimento. É preciso trazer de volta, “de-senterrar” isso”, reforça.

Cavalcante tem cerca de dez anos de envolvimento nisso, por meio da Associa-ção Comunitária da Agrovi-la, visitando comunidades e prospectando conhecimen-to. Formado em artes, o con-selheiro pretende propor que sejam analisados possíveis incentivos para a pesquisa sobre essa riqueza. “Temos que tentar arregimentar essa atividade, propor ex-posições, etc”, diz.

todos os segmen-tos. Não existem

l e i s q u e ampa- rem a

cultural. Es- tamos, en-fi m, com uma re-presen- t a ç ã o

sua cadeira representa além dos g r u p o s i n d í - g e n a s .

A l c i d e s J a n u á r i o de Sou- za Filho pratica- m e n t e

n a s - ceu na

do poder público, a c u l t u r a de ances-trais. “A r e g i ã o

No total, oito segmentos artísticos, entre eles a dança, estão representados no conselho

Representantes da sociedade civil assumem, ama-nhã, cadeiras no ConCultura para discutir políticas públicas na área

FOTOS: IONE MORENO

gionais e nacionais. Para ele, o Amazo-nas é um Esta- d o rico, mas a cul- t u -ra não faz parte como herdeira de toda essa qualifi -cação fi nanceira. “Nós estamos en-tre os cinco maio-res detentores do tesouro público. Existe uma po-lítica voltada para eventos na cidade, da qual não sou contra, mas acredito que isso poderia estar no mesmo nível de produção artística da cidade, incluindo

tem pelo menos quatro leis que garantem isso. Nós não temos nenhuma. O Conselho, obviamente, não tem o poder de criar ou aprovar leis, mas cabe a ele propor soluções para tal”, diz.

O novo conselheiro acredita que é preciso conscientiza-ção dos gestores do Exe-

cutivo para o tema. “A cultura precisa ser inserida, inclusive, no cardápio turístico da cidade. Existe uma di-

ferença enorme entre espetáculos para tu-

(Ufam) e exerceu a função de diretor da Faculda-de de Estudos Sociais e Fa-culdade de Direito, que

pertencem à mesma

ins t i tu i ção . “Minha postura

como conselheiro é contribuir para a construção de polí-

ticas culturais, dan-do rumo e estimulan-

do a cultura na cidade. Essa foi minha motiva-

ção. Acredito que estamos bem-servidos de criadores,

de autores. Mas estamos mal do ponto de vista de tornar públicas as criações. É muito do ponto de vista de tornar públicas as criações. É muito do ponto de vista de tornar

difícil viver do labor da litera-

aposentado da Univer-s i d a d e Fe d e r a l do Ama- z o n a s

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