em tempo - 27 de julho de 2014

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. MÁX.: 33 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS Por duas noites, Manaus vira a ca- pital da pizza, com a “Barraca do Bixi- ga”, que completa 30 anos em outubro servindo a deliciosa iguaria feita em forno de le- nha. Elenco 14 a 16 ANO XXVI – N.º 8.428 – DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ A MÁQUINA DEVORA O HOMEM 1. SE VOCÊ É DAQUELES QUE NÃO CONSEGUEM DES- GRUDAR DO CELULAR NEM POR UM MINUTO, SAIBA QUE PODE ESTAR SOFRENDO DE NOMOFOBIA, UM TERMO CRIADO NA INGLATERRA PARA DESIGNAR AS PES- SOAS COMPULSIVAS POR ESSE TIPO DE CONEXÃO. 2. COM TANTAS FUNÇÕES HÁ QUEM NÃO CONSIGA MAIS VIVER SEM ELE. NO ENTANTO, FICAR O TEMPO NO CELULAR PODE CAUSAR PROBLEMAS NOS RELACIONAMENTOS OU NO TRABALHO. 4. POR OUTRO LADO, HÁ QUEM USE O SMARTPHONE PARA INVESTIR EM PROJETOS PESSOAIS E PROFISSIONAIS. EM ANO DE ELEIÇÕES, CANDIDATOS TAMBÉM APOSTAM EM APLICATIVOS E REDES SOCIAIS PARA CONQUISTAR O VOTO DOS ELEITORES. POLÍTICA A5, DIA A DIA C2 E C3 E PLATEIA D1 NO AMAZONAS, PALESTINO SOFRE A DOR DE SEU POVO Os conflitos na Faixa de Gaza também refletem em Ma- naus. O empresário Mamoum Imwas, que mora na capital do Amazonas há 27 anos, já perdeu 17 parentes nas ofensivas de Israel contra os palestinos. Dia a dia C1 A nomofobia é uma abreviação de “no mobile phobia” que significa “medo de ficar sem celular” Mamoum lembra com tristeza do pai e dos irmãos que ainda estão em território palestino O favoritismo de Hamil- ton virou fumaça quando sua Mercedes pegou fogo no treino classificatório. Nico Rosberg se impôs e assegurou a pole position. Última Hora A2 FLAMENGO X BOTAFOGO O carro de Lewis Hamilton pegou fogo no início do treino PLATEIA O Núcleo de Dança do Liceu de Artes de Parintins vai participar, pela primeira vez, do Festival de Dança de Joinville. Plateia D3 Aos 70 anos, o compositor Edu Lobo (foto) tem sua trajetória narrada no livro “Edu Lobo: São Bonitas as Canções. Uma Biografia Musical”. Ilustríssima G3 Na lanterna, Flamengo faz a primeira partida sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, hoje, no clás- sico contra o Botafogo, no Maracanã. Pódio E6 DIVULGAÇÃO RICARDO OLIVEIRA DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO RUDY TRINDADE REFÉM DO CELULAR 3. PSICÓLOGA AFIRMA QUE O EXCESSO DE USO NAS REDES PODE CAUSAR DIMINUIÇÃO DO TEMPO COM A FAMÍLIA, DÉFICIT DE ATENÇÃO, DEPRES- SÃO E ANSIEDADE SOCIAL A USO DE SUBSTÂNCIAS. Cientistas afirmam que o suco de laran- ja previne infecções, mantém a saúde dos dentes e ajuda a com- bater hemorragias. Saúde F2

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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VENDA PROIBIDA

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PREÇO DESTA EDIÇÃO

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2,00

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. MÁX.: 33 MÍN.: 23

TEMPO EM MANAUS

Por duas noites, Manaus vira a ca-pital da pizza, com a “Barraca do Bixi-ga”, que completa 30 anos em outubro servindo a deliciosa

iguaria feita em forno de le-nha. Elenco 14 a 16

ANO XXVI – N.º 8.428 – DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

A MÁQUINA DEVORA O HOMEM

1. SE VOCÊ É DAQUELES QUE NÃO CONSEGUEM DES-GRUDAR DO CELULAR NEM POR UM MINUTO, SAIBA QUE PODE ESTAR SOFRENDO DE NOMOFOBIA, UM

TERMO CRIADO NA INGLATERRA PARA DESIGNAR AS PES-SOAS COMPULSIVAS POR ESSE TIPO DE CONEXÃO.

2. COM TANTAS FUNÇÕES HÁ QUEM NÃO CONSIGA MAIS VIVER SEM ELE. NO ENTANTO, FICAR O TEMPO NO CELULAR PODE CAUSAR PROBLEMAS

NOS RELACIONAMENTOS OU NO TRABALHO.

4.POR OUTRO LADO, HÁ QUEM USE O SMARTPHONE PARA INVESTIR EM PROJETOS PESSOAIS E PROFISSIONAIS. EM ANO DE ELEIÇÕES, CANDIDATOS TAMBÉM APOSTAM EM APLICATIVOS E REDES SOCIAIS PARA CONQUISTAR O

VOTO DOS ELEITORES. POLÍTICA A5, DIA A DIA C2 E C3 E PLATEIA D1

NO AMAZONAS, PALESTINO SOFRE A DOR DE SEU POVO

Os confl itos na Faixa de Gaza também refl etem em Ma-naus. O empresário Mamoum Imwas, que mora na capital do Amazonas há 27 anos, já perdeu 17 parentes nas ofensivas de Israel contra os palestinos. Dia a dia C1

A nomofobia é uma abreviação de “no mobile phobia” que signifi ca “medo de fi car sem celular”

Mamoum lembra com tristeza do pai e dos irmãos que ainda estão em território palestinoMamoum lembra com tristeza do pai e dos irmãos que ainda estão em território palestino

O favoritismo de Hamil-ton virou fumaça quando sua Mercedes pegou fogo no treino classifi catório. Nico Rosberg se impôs e assegurou a pole position. Última Hora A2

FLAMENGO X

BOTAFOGO

O carro de Lewis Hamilton pegou fogo no início do treino

PLATEIA

O Núcleo de Dança do Liceu de Artes de Parintins vai participar, pela primeira vez, do Festival de Dança de Joinville. Plateia D3

Aos 70 anos, o compositor Edu Lobo (foto) tem sua trajetória narrada no livro “Edu Lobo: São Bonitas as Canções. Uma Biografi a Musical”. Ilustríssima G3

Na lanterna, Flamengo faz a primeira partida sob o comando de Vanderlei Luxemburgo, hoje, no clás-sico contra o Botafogo, no Maracanã. Pódio E6

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CELULAR 3.PSICÓLOGA AFIRMA QUE O EXCESSO DE USO NAS REDES PODE CAUSAR DIMINUIÇÃO DO TEMPO COM A FAMÍLIA, DÉFICIT DE ATENÇÃO, DEPRES-

SÃO E ANSIEDADE SOCIAL A USO DE SUBSTÂNCIAS.

Cientistas afi rmam que o suco de laran-ja previne infecções, mantém a saúde dos dentes e ajuda a com-bater hemorragias. Saúde F2

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Page 2: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Ministros pedem extensão de cessar-fogo em Gaza

Ministros das Relações Ex-teriores dos Estados Unidos, da Europa e do Oriente Médio pediram, ontem, a extensão do cessar-fogo de 12 horas entre Israel e o Hamas na Fai-xa de Gaza, afirmou o ministro das Relações Exteriores da França, Laurent Fabius.

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, tem lidera-do os esforços internacionais para dar fim ao conflito de 19 dias em que 940 palestinos, muitos dos quais civis, foram mortos. Ele se encontrou com autoridades da Europa, do Catar e da Tuquia - importan-te interlocutores do Hamas - em reuniões em Paris.

“Todos nós pedimos que os envolvidos estendam o cessar-fogo humanitário que está atualmente em anda-mento”, disse Fabius a jorna-listas após reunião que incluiu os ministros das Relações Exteriores da Grã-Bretanha, França, Alemanha, Itália, Ca-

tar, Turquia e EUA.“Todos nós queremos ob-

ter, o mais rapidamente possível, um cessar-fogo duradouro e negociado que responda tanto às necessida-des de Israel em termos de segurança e às necessidades da Palestina em termos de desenvolvimento socioeco-nômico (de Gaza) e acesso ao território de Gaza”, acres-centou Fabius.

Os ministros, junto com o diplomata sênior da UE Pierre Vimont, reuniram-se no mes-mo dia em que Israel começou um cessar-fogo de 12 horas, durante o qual disse que vai continuar buscando túneis utilizados por militantes. O grupo islamista Hamas, que domina Gaza, disse que todas as facções palestinas respei-tarão a breve trégua.

Os EUA se recusam a ne-gociar com o Hamas porque consideram a facção palesti-na um grupo terrorista.

CONFLITO

Morre no Rio o astrônomo carioca Ronaldo Mourão

Morreu na noite de sexta-feira, aos 79 anos, o astrô-nomo carioca Ronaldo Mou-rão. Ele estava internado no Quinta D’Or, em São Cristó-vão, Zona Oeste do Rio. As causas da morte ainda não foram divulgadas.

Ronaldo Rogério de Frei-tas Mourão foi um dos mais importantes astrônomos no Brasil. As suas princi-pais contribuições astro-nômicas foram efetuadas no campo das estrelas du-plas, asteroides, cometas e estudos das técnicas de astrometria fotográfica.

Mourão ingressou na Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ) em 1956 e diplomou-se em física quatro anos depois. No mes-mo ano em que ingressou na universidade foi nomeado auxiliar de astrônomo do Ob-servatório Nacional.

Logo no início de suas atividades ele editou suas observações do planeta

Marte feitas antes mesmo de sua admissão. Algumas delas foram reproduzidas em revistas estrangeiras im-portantes da astronomia.

Em 1967 ele concluiu o doutorado na Universidade de Paris com menção “Très Honorables”. Em dezem-bro desse ano voltou para o Brasil, reassumindo suas funções como astrônomo no Observatório Nacional e de Pesquisador no Conselho Nacional de Pesquisa. No ano seguinte foi nomeado astrônomo-chefe da Divisão de Equatoriais.

Mourão também elaborou todos os verbetes sobre As-tronomia e Astronáutica do Novo Dicionário da Língua Portuguesa (1975 e 1986) de Aurélio Buarque de Holanda.

Em 1978, Mourão recebeu pelos seus trabalhos, o Prê-mio José Reis de divulgação científica, do Conselho Na-cional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

DESPEDIDAQuadrilha de fora do Estado suspeita de atuar na cidade

Na manhã de ontem, a De-legacia de Roubos, Furtos e Defraudações (DRFD) apre-sentou os suspeitos Ubiratan de Souza Lopes, 28, e Rafael Correia Aleixo, ambos de Mato Grosso, presos na sexta -feira por furtar duas residências. A dupla é suspeita de integrar uma quadrilha especializada em roubos de caixas eletrô-nicos em todo o Brasil.

O furto das casas aconte-ceu no dia 24 e a dupla foi reconhecida devido ao veícu-lo utilizado na ação, Voyage azul, o mesmo utilizado em assaltos em caixas eletrôni-cos. “Já estávamos monito-rando esse veículo faz algum tempo, depois de analisar uma série de filmagens dos locais dos roubos dos caixas”, revelou o delegado adjunto do Derfd, João Batista.

Ubiratan e Rafael foram

presos no bairro Campos Sales, pela equipe de inves-tigação da Polícia Civil. No carro foram achados indícios dos roubos, como duas tele-visões, um fogão e diversas ferramentas. Há suspeita de que a dupla participe de uma quadrilha em que o tipo de roubo praticado consiste em cortar caixas eletrônicos em um ponto específico, no local do dinheiro.

O delegado adjunto expli-cou que nenhum deles pos-sui qualquer ligação com o Estado. “No depoimento, o Ubiratan queria me dar o endereço de Mato Grosso”, explicou. “Essa quadrilha vem do outro Estado, ape-nas para assaltar e depois volta”, completou.

Enquanto não for con-firmado a participação da dupla na quadrilha, eles serão mandados para a cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa.

FURTOS

A negociação visa um cessar-fogo duradouro na área

Existem suspeitas de que a dupla integre uma quadrilha

A sorte, definitiva-mente, está de mal com Lewis Hamilton. Maior vencedor do GP

da Hungria, mais veloz em todos os três treinos livres, o britânico era franco favorito à pole position no treino clas-sificatório de sábado. Mas o favoritismo virou fumaça, lite-ralmente: logo nos primeiros minutos do Q1, Hamilton viu sua Mercedes pegar fogo em razão de um vazamento de óleo, abandonou e terá que largar em penúltimo, à frente apenas de Pastor Maldonado, que teve problemas em sua Lotus antes. Isso tudo uma semana depois de bater no Q1 na Alemanha em razão de um problema no freio.

Sem Hamilton pela frente, Nico Rosberg se impôs e as-segurou a pole position, sua sexta no ano. Mas não pense que o alemão teve vida fácil. Em uma classificação rechea-da de surpresas, a chuva resol-veu dar a cara no Q3, deixando a decisão da pole imprevisível até os instantes finais. Em uma pista parcialmente molhada, Rosberg teve como grande rival o compatriota e tetra-campeão Sebastian Vettel, da RBR. Com pneus para slick, os dois se revezaram na primeira

posição e o alemão da Merce-des levou a melhor no fim, com o tempo de 1m22s715.

Além do incêndio no carro de Hamilton, outra surpresa da atividade ficou por conta da eliminação de Kimi Rai-kkonen no Q1. A Ferrari e o finlandês confiaram que o tempo seria suficiente para se classificar para o Q2, mas o Homem de Gelo acabou su-perado por rivais e terá que largar em 17º, melhor para Jules Bianchi, que aproveitou e colocou mais uma vez a limitada Marussia no Q2.

MercedesMal começou o treino e

Maldonado já teve problemas, encostando sua Lotus fora da pista. Mas a grande surpresa ficou para um pouco mais adiante. Minutos depois, Ha-milton, grande favorito à pole position, viu sua Mercedes ter um vazamento de óleo e co-meçar a pegar fogo assim que entrou nos boxes. Mas ainda há mais surpresas guardadas para o fim. A Ferrari confiou demais na volta anotada por Raikkonen e o deixou nos bo-xes. Mas os demais pilotos melhoraram seus tempos e o finlandês acabou eliminado. Massa avançou em 14º.

Carro do favorito Hamilton pega fogo Mais veloz em todos os treinos livres para o GP da Hungria, inglês da Mercedes cai na classificação

Hamilton viu sua Mercedes pegar fogo em razão de um vazamento de óleo durante o treino

Em 1978 o astrônomo carioca foi homenageado no Rio

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Inscrições no Sisutec até hoje

Os interessados em concorrer a vagas gratuitas no ensino técnico têm até hoje para fazer a inscrição no Sistema de Sele-ção Unificada da Edu-cação Profissional e Tecnológica (Sisutec). O sistema oferece cursos técnicos gra-tuitos em instituições públicas, particulares e do Sistema S. O prazo terminaria sex-ta, mas foi prorroga-do pelo Ministério da Educação (MEC).

Nesta edição, são ofertadas 289.341 vagas. A inscrição deve ser feita no site do Sisutec.

PrioridadeAs vagas serão

preenchidas priorita-riamente por pessoas que tenham cursado o ensino médio com-pleto em escolas da rede pública ou, em instituições particu-lares, na condição de bolsistas integrais. Além disso, os candi-datos devem ter feito o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2013 e obtido nota na redação que não seja zero.

BRUNO GRAÇAEquipe EM TEMPO

EDUCAÇÃO

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Page 3: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 A3Opinião

Todos os 100 fi liados do PPS, empregados na administração do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) eram cargos de confi ança, quer dizer, não concursados. Todos esses 100 deixaram de ser de confi ança do governo municipal tucano, no momento em que o partido socialista, por ordem do Comitê Central, decidiu enveredar pela candidatura à Presidência do ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Chama-se a uma situação dessas de “incompatibilidade de gênio”, quando o casal não distingue mais entre o genial e o genioso.

Hissa Abrahão, não se pode esconder, é um “case” na mediocridade política de Manaus e do Amazonas. Aqui, já se sabe, a política é de baixa extração. Hissa fi cou ansioso demais em deixar a adolescência bem-sucedida e bem nutrida com muitos votos e elogios e se precipitou. Disse-se dele que era um jovem promissor. Não o satisfez. Forçou um apoio que deveria saber não receberia do prefeito (ainda mais que o PPS sob a regência nacional de Roberto Freire costuma atravessar o ritmo). Hissa transita mal entre os corredores do Butantã da política, onde circulam cobras criadas.

Hissa bateu o pé. Queria ser o candidato ao governo do Estado. O PPS regional, ao menos publica-mente, fez de conta que não era com ele. Hissa bateu sozinho com Arthur. O PPS é nanico no Amazonas e pela experiência histórica (surgiu de uma divergência do velho PCB, o Partidão, que ainda existe mais nanico) deveria saber de cor e salteado que um nome só não faz verão. O resultado se sabe: todos os 100 confi áveis deixaram de sê-lo e deveriam ter deixado o governo antes de serem expurgados. Protestam como se fossem funcionários dos quadros da prefeitura que tivessem sido demitidos sem justa causa. É uma questão de aliança. Não foi assim no começo da curta aventura? Os gênios não combinam.

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para a genial frase do imortal Ariano Suassuna ao defi nir a morte que o le-vou esta semana: “Não tenho medo da morte. Na minha terra, a morte é uma mulher e se chama Caetana. E o único jeito de aceitar essa maldita é pensando que ela é uma mulher linda”.

Imortal Suassuna

APLAUSOS VAIAS

A voz das ruas

O conteúdo não, mas a linha do programa dá para adiantar como será.

Omar Aziz vai para as ruas, falar muito com a população. Dali sairão as falas mais importantes dos programas.

Dá-lhe, Chico!

Sobre o jingle da campanha, Omar está cuidando pessoalmen-te.

O compositor escolhido é nada menos que Chico da Silva. Conside-rado o bam-bam-bam no gênero.

Jingle do Arthur

Chico da Silva carrega a façanha de ter feito um jingle em tempo recorde para a campanha de Arthur Neto para deputado federal, pelo o histórico Muda Amazonas.

Arthur encomendou o jingle e Chico começou a enrolar e nunca aprontava a música.

Cabra bom

Arthur perdeu a paciência e man-dou chamar o compositor.

— Tranquei o Chico numa sala e disse, “só sai daí quando fi zer a música!” – conta Arthur.

E Chico aprontou o jingle em dez minutos.

Do fundo do baú

A mais nova versão é porque o pré-candidato, José Melo (Pros), estava usando, na Fan Fest da Fifa, uma camisa com o número 90.

Segundo o governador, nada tinha a ver com o número de seu partido.

— Não tive tempo de comprar a camisa da seleção de 2014. Aí fui com uma camisa velhinha que guardo com carinho. A da Copa do Mundo de 1990, na Itália.

90 neles

Para confi rmar o que diz, Melo ainda pergunta:

— Alguém lembra do mote “Noventa neles, Brasil?”

Então, tá.

Corredor de drogas

Candidato ao Senado, o ex-go-vernador Omar Aziz (PSD) defen-de o fortalecimento da segurança de nossas fronteiras.

Para o ex–governador esta é a forma de evitar que drogas pro-duzidas em outros países entrem no Brasil.

Porta aberta

Aziz observa que o Brasil não produz drogas e armamento.

Quem produz são os países vizinhos e a maldita entra nas nossas fronteiras para, a partir do Amazonas, abastecer o país.

Façam algo

Omar não poupa Dilma, quan-do o assunto é segurança nas fronteiras.

— O governo federal não toma providência. E a droga hoje é a causa maior da nossa inseguran-ça no Amazonas.

Te quero verde

O Boletim Transparência Flores-tal da Amazônia Legal informa:

As terras indígenas (TI) têm apresentado o menor índice de desmatamento da Amazônia Legal. Em junho, o índice re-presentou apenas 1% do total de desmatamento verifi cado na região amazônica.

Branco devasta

De acordo com o relatório, nas áreas privadas, o desmatamento

de junho foi de 59%. O restante foi registrado em

unidades de conservação (27%) e assentamentos de reforma agrá-ria (13%).

Exploração racional

O resultado positivo tem a ver com o modo como as comuni-dades indígenas exploram os re-cursos naturais e protegem seus territórios.

Vigilância

O resultado também está li-gado a ações de vigilância, fi s-calização, prevenção de ilícitos e confl itos em terras indígenas, e gerenciamento de informações de monitoramento territorial e ambiental.

Como as cores

O Ministério da Saúde deverá adotar um sistema único de rotu-lagem nutricional codifi cado.

A ideia é colocar cores na parte frontal das embalagens de alimen-tos, procedimento utilizado no Rei-no Unido e em outras regiões.

Sinal vermelho

Vai funcionar assim.A partir dos teores de açúcar,

sal, gordura total, gordura sa-turada e calorias nos alimentos industrializados, um desenho em forma de sinal de trânsito irá alertar o consumidor sobre o alto risco para a saúde (sinal verme-lho), médio (amarelo) ou baixo risco (na cor verde).

Saudável

O objetivo é unifi car os diversos tipos de informação nutricional utilizados no país e tornar mais fácil para as pessoas a tarefa de fazer escolhas mais saudáveis.

Para candidato que paga R$ 50 para pessoas balançarem bandeiras de cam-panha o dia inteiro, sob um sol es-caldante. A maioria são pessoas de-sempregadas, que precisam muito do mísero dinheiro, mas, convenhamos, isso também é trabalho escravo.

Balançando bandeiras

Omar começa a gravar na próxima semana os programas eleitorais. Serão preparados inicialmente de três a quatro programas, que só serão editados quando

começar o horário eleitoral gratuito. Isto porque o candidato ao Senado do PSD quer sigilo absoluto sobre o conteúdo do programa.

— A equipe de marketing não revela o que o programa vai mostrar nem a pedido do papa Francisco! –, brinca o marqueteiro Jeff erson Coronel.

Programa eleitoral a sete chaves

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Incompatibilidade de gênio

Guaramiranga não é gente, nem bicho, nem fi gura mítica. Ainda as-sim, é o personagem principal de uma fábula que faz parte do folclore desta heroica e inexpugnável cidade de Manaus e muito diz da índole, do caráter e do senso de humor da sua gente. Este, sempre revelador da natureza de um povo.

Ao tempo dos ingleses, tinham eles nas mãos o poder sobre a cidade, ainda que aqui houvesse um gover-nador, mais de direito do que de fato, postado com toda a pompa lá no Palácio Rio Negro. Fácil de entender: senhores de três empresas vitais para a cidade, tinham o controle de tudo, além de que, pela cultura, já se en-contravam bem acima do padrão da sociedade manauense. Afi nal, podiam ler Shakespeare e na língua original.

Pela primeira dessas empresas, “Manaós Improvements Limited Com-pany”, tinham a concessão do forne-cimento de água à cidade e também do esgotamento sanitário. A segunda construiu e operava o porto de Ma-naus, fl utuante para acompanhar as variações do nível do rio Negro, os armazéns e ainda o prédio e o farol da Alfândega e Guardomoria, com blocos importados da Inglaterra, por isso tido como a primeira edifi cação pré-fabricada do mundo. Era a “Ma-naós Harbour Limited”.

Pela terceira empresa, a “Manaós Tramways and Light Company”, os ingleses iluminaram Manaus com altíssima qualidade e implantaram o sistema de bondes como trans-porte coletivo.

Nas mãos inglesas tudo funcio-nava rigorosamente bem. Parecia até fácil demais, o que começou a estimular a população a pensar que poderia prescindir dos britânicos e, inclusive, se livrar dos preços cobra-dos pelos serviços, se tudo passasse às mãos nativas. Certamente que, por trás, “gênios políticos” estimu-lavam a “rebelião”.

Acabaram por defenestrar os fi lhos de Álbion e logo os serviços come-çaram a perder qualidade e até o abastecimento do comércio, que os ingleses administravam e operavam por meio dos navios da Booth Line passou à precariedade.

Ora, eis que, excluindo-se os peixes e os produtos estritamente regionais, como a farinha d’água, a macaxeira, o cará e as frutas típicas da Amazônia, os alimentos básicos, como o feijão, o arroz, as gorduras de cozinha, além dos calçados e tecidos, tudo chegava a Manaus a bordo dos navios que faziam as linhas de cabotagem e dos outros, que provinham do exterior.

Criou-se, então, certamente obra dos políticos que não tinham como justifi car sua inépcia como gestores, um navio imaginário ou fantasma, que sempre estava a caminho, trazendo o sal, a banha, as estivas, os sapatos e os tecidos, de cuja falta a cidade se ressentia.

A essa nau misteriosa, que partia, mas não chegava, e que a população estava sempre a esperar, deram inclusive um nome: em lugar de “Esperança”, a última a morrer e jamais a se concretizar, que seria a mais adequada das designações, deram-lhe o majestoso nome de “Guaramiranga”, que em “nheenga-tu” há de ter um signifi cado, mas que não me compete elucidar.

Após um tempo, o povo, ingênuo, mas não burro, percebeu que o Guaramiranga era uma fi cção e, ao invés de investir contra, absorveu-a com senso de humor e, ainda hoje, se algo nunca chega ou não se cumpre, já está vindo... a bordo do Guaramiranga.

Ano de eleições como este, o Guaramiranga está a caminho, so-brecarregado como nunca, cheio de todas as coisas que nos faltam. É o que garantem os políticos, que já o anteveem subindo o rio e anunciam a sua chegada para breve.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Aí vem o Guaramiranga

[email protected]

A essa nau misteriosa, que partia, mas não che-gava, e que a população estava sem-pre a esperar, deram inclusi-ve um nome: em lugar de ‘Esperança’, a última a mor-rer e jamais a se con-cretizar, que seria a mais adequada das designações, deram-lhe o majesto-so nome de ‘Guaramiran-ga’”

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

FrasePainelBERNARDO FRANCO MELLO (INTERINO)

Preocupada com o pessimismo sobre os rumos da economia, a presidente Dilma Rousseff fará um esforço nas próximas duas semanas para tentar reanimar o setor produtivo. Ela venderá otimismo em encontros com industriais, microempresários e representantes do agronegócio. Os petistas sabem que o ambiente de desconfi ança pode comprometer a reeleição. Por isso, Dilma vai martelar a ideia de que o país superou gargalos e está crescendo, apesar da crise internacional.

Roteiro Nesta quarta-feira, Dilma visitará a Confederação Nacional da Indústria. No dia 6, estará na CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). No dia 7, sancionará a Lei Geral da Micro e Pequena Empresa.

Chão de fábrica A presi-dente também tentará vender otimismo a sindicalistas. No encontro da CUT, dia 31, e no evento com outras centrais sindicais, na semana seguinte, repetirá que o crescimento do emprego e da renda é mais importante que a expansão acanhada do PIB.

Balança Pesquisas internas do PT indicam ligeira recupera-ção do otimismo dos eleitores em relação à própria situação econômica. A estabilização de preços dos alimentos ajudou muito na mudança de humor. O medo da infl ação futura, no entanto, continua mais forte do que os petistas esperavam.

Feira livre Metáfora de um dirigente da campanha de Edu-ardo Campos (PSB) para des-crever o ritmo da arrecadação de recursos na disputa pre-sidencial: “Enquanto a Dilma consegue dez maçãs, o Aécio

arruma três, e o Eduardo, só uma...”

De grão em grão O co-mitê de Aécio Neves (PSDB) vem tentando se aproximar de grupos com bandeiras cada vez mais específi cas. A última investida é nos defensores de mudanças na legislação so-bre rótulos de embalagens. A causa reúne 60 mil adeptos no Facebook.

Vira-casaca O antropólogo baiano Antônio Risério, que ajudou a escrever os discursos de Dilma na eleição de 2010, mudou de time mais uma vez. Na pré-campanha deste ano, ele atuou na equipe de Eduardo Campos (PSB). Agora, traba-lha com os marqueteiros de Aécio.

Fiscal de poste Acusado pela ex-mulher de receber propina e manter conta não declarada na Suíça, o deputado Rodrigo Be-thlem (PMDB-RJ) se notabilizou, no início da gestão do prefeito Eduardo Paes, por comandar operações para prender foliões que urinavam na rua.

Com quem andas Em feve-reiro de 2013, Bethlem pediu exoneração do secretariado de

Paes para reassumir o manda-to de deputado federal por um dia. Objetivo: ajudar a eleger Eduardo Cunha (RJ) o líder do partido.

Operação resgate Na reu-nião que defi niu estratégias para tirar a candidatura de Alexandre Padilha do atoleiro, Dilma prometeu usar o cargo para ajudá-lo. Vai marcar mais agendas ofi ciais em São Paulo até outubro.

Chama mais gente No encontro, petistas sugeriram à presidente criar um comitê suprapartidário de prefeitos paulistas. A ideia é que o gru-po seja coordenado por um político fi liado a outra sigla.

Novo rumo A vice-prefei-ta de São Paulo, Nádia Cam-peão (PCdoB), deve reforçar a articulação de Fernando Haddad (PT) com as subpre-feituras. Ela estava à frente do Comitê Especial para a Copa do Mundo.

Velho cargo O Mundial da Fifa acabou no dia 13, mas o comitê municipal ainda não foi extinto. Sua estrutura con-tinuará a existir ofi cialmente até 31 de agosto.

Em busca do PIB

Contraponto

Na entrevista em que anunciou o avanço do Brasil no ranking do IDH (Índice de Desenvolvi-mento Humano), Jorge Chediek, representante das Nações Unidas, arriscou um comentário sobre a Copa do Mundo. Diante da lembrança do fi asco da seleção brasileira, recuou:– Melhor não falar da Copa, né? – propôs, provocando certa desconfi ança por causa do sotaque.Para que não restassem dúvidas de que partilhava a tristeza dos brasileiros, ele esclareceu:– Eu sou argentino, viu? Também sofri a minha cota... – disse, lembrando a derrota na fi nal contra a Alemanha.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Unidos pelo fracasso

Tiroteio

DO DEPUTADO ANTÔNIO IMBASSAHY (PSDB-BA), LÍDER TUCANO NA CÂMARA, SOBRE A DECISÃO DO TCU DE ISENTAR A PRESIDENTE PELA COMPRA DA REFI-NARIA DE PASADENA.

Enquanto o governo comemora um prejuízo bilionário na Petrobras, Dilma copia Lula: ‘Não sei de nada’. A resposta virá nas urnas.

Se for confirmada a hipótese de que o avião que caiu na Ucrâ-nia foi derrubado por um míssil estaremos diante de mais uma tragédia anunciada. No entanto, será difícil achar e condenar os culpados de um crime, que sob todos os aspectos mostra-se hediondo. Quem disparou a arma letal que tiraria a vida de seres humanos, com suas histórias pessoais, familiares e sociais únicas?

Nos aviões que fazem estas longas viagens ligando países, regiões, culturas e regimes po-líticos tão diferentes reúne-se sempre uma espécie de recorte da humanidade. Neles viajam famílias em férias, cientistas, ativistas sociais, trabalhadores braçais, intelectuais, falando lín-guas diferentes, se expressando com gestos de diferentes raízes culturais. É como se toda a huma-nidade tivesse sido agredida, e todos sentimos que poderíamos estar naquele avião.

O dedo que puxou o gatilho ou apertou o botão não é mais cri-minoso do que aqueles que fabri-caram o artefato construído única e exclusivamente para matar e agredir. E os mísseis não são os únicos produtos da indústria de armamentos. Talvez nem sejam os mais letais, entre minas, bom-bas, morteiros, canhões, armas químicas e atômicas. Se não fos-sem produzidos, vendidos, se não dessem lucro não estariam ali ali-mentando confl itos, exacerbando ânimos, destruindo vidas. Gover-nantes e chefes de nações trocam hipocritamente acusações, mas a economia de seus países depende deste ciclo diabólico de confl itos regionais que consomem os ins-trumentos de morte.

Sugerir o desarmamento seria ingenuidade. Quantos ficariam

desempregados? Onde ficaria a nossa defesa? E assim vamos justificando a violência que mina a convivência humana e faz dos nossos tempos, tempos de bar-bárie. A tragédia do voo que saiu de Amsterdã veio lembrar que ninguém está seguro e que cedo ou tarde somos atingidos. Só quando a violência está tão difusa ou nos atingiu de maneira indelével, não conseguimos mais perceber a tragédia que a huma-nidade vive todos os dias.

É irracional conviver com este estado de coisas e o mínimo que podemos fazer é nos

recusarmos a qualquer tipo de violência nas nossas relações pes-soais, e isto inclui a recusa de portar ou possuir armas sob qual-quer justifi cativa. Inclui também deixar toda linguagem maldosa ou agressiva que crie clima para ações desvairadas de violentos em potencial. Aprendamos a usar a palavra, a convencer pelo diálogo respeitoso, a não cair na armadilha da calúnia e da fofoca.

Deus ao entrar na história en-trou como palavra. Uma palavra que se fez carne. Sonhemos com um mundo seguro e pacífico, sem nos iludirmos com o poder das armas,

que só alimentam a violência. As grandes tragédias causam tristeza e horror pelo impacto. Porém não nos esqueçamos das tragédias acumuladas que se refletem nos números de mortes violentas no nosso país. Isto tudo nos diz respeito e ninguém está imune, estamos todos no mesmo barco, ou em linguagem mais atual, no mesmo voo. Quando do plebiscito sobre o porte de armas, tivemos a oportunidade de mostrar que é possível viver desarmados, mas infelizmente a desperdiçamos.

Dom Sérgio Eduardo [email protected]

Dom Sérgio Eduardo Castrianiopiniao

Dom Sérgio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Deus ao entrar na história entrou como palavra. Uma palavra que se fez carne. Sonhemos com um mundo segu-ro e pacifi co, sem nos ilu-dirmos com o poder das armas, que só ali-mentam a violência. As grandes tra-gédias cau-sam tristeza e horror pelo impacto”

Mísseis

Olho da [email protected]

Por estar em posição privilegiada, debruçada sobre o rio Negro (sonho de todo em-preendimento imobiliário), a praça do Amarelinho no bairro Educandos, na Cidade Alta merecia um tratamento, digamos, padrão Fifa. Por ali passam turistas e mesmo que não passassem a praça é dos nativos, como o céu é do avião e o rio do regatão

[A cobertura eleitoral da imprensa brasileira] tende a reforçar os vícios da cobertura política tradicional e exacerbá-los. É quase ridículo que a gente faça esse papel de reprodutor das aspas dos candidatos. Eles podem fazer isso no Twitter, Facebook ou onde for

José Roberto de Toledo, presidente da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), afi rmou no congresso que a entidade realizou em São Paulo, que a

cobertura eleitoral da imprensa brasileira precisa fugir da mera repetição de declarações de candidatos.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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IONE MORENO

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Page 5: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 A5Política A5PolíticaCelulares darão o ‘toque’na campanha deste anoAparelho será um grande aliado no processo eleitoral deste ano. Expectativa é aproximar candidato do eleitor

Do campo virtual para o físico, as campa-nhas eleitorais nos últimos anos têm se

apropriado dos mecanismos dispostos especialmente nos telefones celulares que mais do que objetos, passaram a ser uma extensão dos usuários/eleitores. Para o pleito deste ano, o espaço de transmissão instantânea de dados no Ama-zonas está ainda maior, já que até dezembro de 2013, confor-me dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), mais de 4 milhões de aparelhos foram comercializados.

Para atingir a demanda de eleitores espalhados pela ca-pital e interior, os candidatos e suas equipes de trabalhoapos-tam em publicações além dos famosos selfi es, que viraram febre nas redes sociais. SMS,

vídeos de pequena duração, folders e até animações que combinam a utilização de jin-gles e ícones do whatsapp, circulam pelos celulares de centenas de pessoas, com o intuito de massifi car os nú-meros e propostas das co-ligações formadas em torno das candidaturas de deputa-dos estaduais, federais, sena-dor, governador e presidente da República.

Segundo o analista político, presidente da Action Pesqui-sas de Mercado, Afrânio So-ares, o uso do celular pelos

candidatos pode ser explicado pela praticidade de transporte e manuseio do instrumento, que além de tudo, possibilita a difusão rápida e barata de qualquer informação que se deseje repassar ao eleitor.

Mas, para ordenar a con-duta dos políticos por meio dos canais móveis, como são descritos pelo Tribunal Supe-rior Eleitoral (TSE), regras fo-ram estabelecidas por meio

da resolução 23.370, que determina a candidatos, partidos e coli-gações a criação

de mecanis-mo permitindo ao destinatário decidir pelo recebimento fu-turo de novas mensagens, no caso dos SMSs. Caso solicitado, o remetente pos-sui até 48h para suspender a ação de envio, ao risco de receber multa de R$ 100, para cada mensagem enviada após a notifi cação.

REFÉM DOCELULAR

No caso dos banners, o TSE veda no artigo 21, a veiculação de propaganda eleitoral paga. No artigo, os alvos são links patroci-nados em portais e redes sociais, mas a restrição se aplica também a ban-ners em aplicativos e sites móveis. Outra exigência do Tribunal, por meio do arti-go 22, de modo geral é a utilização de identifi cação em qualquer material que

seja destinado ao eleitor. “É livre a manifestaçâo do pensamento, vedado o anonimato durante a cam-panha eleitoral, por meio da rede mundial de com-putadores – internet (...) e por outros meios de comu-nicação interpessoal me-diante mensagem eletrôni-ca”. Se fl agrados gerando mensagens de maneira anônima, os candidatos, ou coligações, podem so-

frer multas entre R$ 5 mil e R$ 30 mil.

De maneira diferencia-da das demais formas de propaganda política, a destinação de conteúdo por aparelhos celulares é expressamente proibida pela justiça eleitoral, no prazo que compreende as 48 horas antecedentes a votação. Assim também acontece com a propagan-da na web.

Propaganda paga é irregular

Marcando presença cons-tante nas redes sociais e sempre com um telefone celular nas mãos, o deputa-do estadual e candidato ao governo do Estado, Marcelo Ramos (PSB), vem divulgan-do vídeos de curta duração que retratam a história da sua família e suas origens no interior. O projeto tem seu acompanhamento direto e está sendo produzido pela produtora Plano A, com sede localizada no bairro Adria-nópolis, Zona Centro-Sul de Manaus, e pelo publicitário Renato Bagre.

A ideia, de acordo com Ramos, é fazer o eleitor se identifi car com o seu passado e com os ideais do partido. Ele, que vê o celular como um instrumento de traba-lho, diz que está intensifi -cando o uso do aparelho, e que nos próximos dias os eleitores se depararão com mais novidades.

“Nosso objetivo é continuar usando esse meio, pois temos tido retorno positivo dos elei-

tores. Toda semana divulga-remos um ou dois vídeos para que ele possa se descobrir na nossa campanha. A rede social tem se mostrado o lu-gar mais democrático dessa

eleição, ela é um espaço de diálogo”, comentou.

Na campanha do governa-dor José Melo (PRÓS), para sua reeleição, estratégias estão sendo montadas para atingir públicos específi cos. De acordo com o coorde-nador de mídia digital, Luiz Júnior, no momento a equi-pe formada por 10 pessoas,

está focada em divulgar a imagem e a história de José Melo, para isso fotos e vídeos estão sen-do trabalhados nas mídias.

Já com uma rede de what-sapp montada, a equipe trabalhará em um segundo momento na exploração de depoimentos de eleitores, colhidos por meio do me-canismo. “O whatsapp será muito importante nesta fase, por meio dele os elei-tores saberão a localização do candidato e terão aces-so a informação e até aos jingles”, explicou.

Candidatos estão conectados

“Esse instrumento vem sendo bastante utilizado porque permite reproduzir conteúdos de maneira viral e praticamente com custo zero. Mas, não quer dizer que utilizá-lo com mais ou menos intensidade é garan-tia de perda ou vitória para os candidatos.

O interessante é que os usos dos celulares e das

mídias neles dispostas con-tribuem para a difusão das propostas de candidatos que pertencem a partidos relativamente pequenos. Contudo, o uso desses meios deve acontecer de maneira organizada, o eleitor que discorda de campanhas di-famatórias na televisão. O cuidado com o conteúdo e com a forma que ele é estru-

turado deve ser levado em consideração no momento de apertar a tecla enviar.

Atualmente não exis-te nenhuma pesquisa que contemple o grau de sa-tisfação dos eleitores, com as mensagens enviadas pelos candidatos por meio dos aparelhos móveis”, analisou o especialista Afrânio Soares.

‘Uso deve ser mais organizado’

DIFERENCIALO candidato ao go-verno Marcelo Ramos prepara vídeos para serem divulgados pelo celular. Já Eduardo Braga criou um jingle utilizando ferramentas do whatsaap para se aproximar dos eleitores

APOSTA Para atingir a deman-da de eleitores espa-lhados pela capital e interior, os candidatos apostam na utilização de aparelhos celulares. Mensagens de texto e WhatsApp serão ferra-mentas de uso

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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Page 6: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

A6 Política MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Fantasma do ‘mensalão’ prejudica PT em São Paulo

O presidente nacional do PT, Rui Falcão, admitiu a co-ordenadores de campanha que a repercussão negativa do julgamento do mensalão no eleitorado paulista deve inviabilizar o partido de fa-zer a mesma bancada de 26 deputados federais nas eleições deste ano. Segundo dirigentes, além do desgas-te da “marca PT”, o partido perdeu puxadores de votos importantes como João Paulo Cunha, preso condenado no mensalão.

Fora do páreo Puxadores de votos em SP,

os ministros Ricardo Berzoini (SRI) e José Eduardo Cardozo (Justiça) também estão fora da disputa este ano.

Sindicalistas órfãosA ausência de Berzoini nas

urnas difi culta obtenção de votos pelo PT no setor sindical, onde o ministro construiu sua trajetória política.

Desempenho pífi o Além de atrapalhar depu-

tados, o desgaste do PT em SP atinge em cheio Alexandre Padilha, que não sai do lugar nas pesquisas ao governo.

Bu! O fantasma que assom-

bra Padilha atende por ou-tro nome: Labogen, do do-leiro Youssef, que fechou parceria com a Saúde na gestão do ministro.

Concurso: Câmara torra R$ 3 milhões sem licitação

A Câmara dos Deputados gastou mais de R$ 3 milhões, sem licitação, na realização de concurso público no início deste ano. O lançamento apa-rece na Transparência da Casa como pago no último dia 30 de junho, dois dias antes da di-

vulgação do resultado fi nal do certame que oferecia salários altíssimos e arrecadou mais R$ 5 milhões com as inscrições dos 51.789 candidatos. Pela chance, cada um pagou entre R$ 110 e R$ 150.

Burro na sombraO motivo de tanta procura

eram os salários de R$ 12 mil para as vagas de policial legislativo e de R$ 25 mil para consultor legislativo.

Chance grátisA organizadora do concur-

so, CespeUnB, divulgou que houve 10.989 pedidos de isen-ção do pagamento da taxa de inscrição deferidos.

Prestando contasCespeUnB explica que as ins-

crições custeiam a segurança do processo e investimentos em tecnologia, além dos gas-tos na aplicação das provas.

Rombo Fernando Francischini (SD)

criou constrangimento em audiência, a portas fechadas, com Osvaldo Perrout (TCU) na CPI da Petrobras: “Onde PT vai arrumar Boeing para colocar os US$ 792 milhões que deve”, questionou

Mal sinal Especialista em marketing

eleitoral, o cientista político Antônio Lavareda considera ruim o cenário para reelei-ção da presidente Dilma, que tem o governo nas mãos, mas apresenta aprovação abaixo da casa dos 40%.

Polícia na CâmaraConhecido por comandar

helicóptero na operação da polícia que matou o trafi can-te “Matemático” em 2012, o Comandante Adonis decidiu apostar em carreira mais vantajosa: a de deputado federal, pelo PSD do Rio.

Quase tudoLobão Filho (PMDB) é o

mais rico na disputa ao governo do Maranhão. Com patrimônio de R$ 10 milhões, Lobinho tem de lanchas a helicóptero. O que falta? É o único que não tem carro, nem mesmo um popular.

Vale... O governador Simão Ja-

tene (PSDB) encontrou um jeito de atrapalhar a reelei-ção do senador e desafeto tucano Mário Couto. Além dele, o governador apoia outros quatro candidatos ao Senado no Pará.

... quanto pesaJá Helder Barbalho (PMDB),

também candidato ao go-verno do Pará, não tem a quem apoiar após a impug-nação, pelo Tribunal Regional Eleitoral, da candidatura de seu candidato ao Senado, o petista Paulo Rocha.

Caixa fechadoLideranças do PT estão em

pânico com a falta de pers-pectiva de ajuda fi nanceira em vários Estados. Nos basti-dores, corre que a presidente Dilma controla o caixa com mão de ferro e só libera di-nheiro a “aliados”.

Traição a PadimPrefeito Juazeiro do Nor-

te (CE), Raimundo Macedo abandonou Memorial Padre Cícero, que foi saqueado. O MP tenta localizar, no Rio de Janeiro, as peças roubadas e deve acionar a prefeitura para recuperar o museu.

Tudo em famíliaO senador Ivo Cassol (PP-

RO) exagerou na escolha de seus candidatos. Para governador, cravou a irmã Jaqueline e, ao Senado, a esposa Ivone.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

A tortura é como um câncer”

PRESIDENTE DILMA E CANDIDATA À REELEIÇÃO, durante instalação de Comitê de Combate à Tortura

PODER SEM PUDOR

O diabo em pessoaTem gente que acha um ato de heroísmo viajar

em aviões monomotores, apesar de toda a evo-lução tecnológica. Situação preta era há 50 anos, quando os teco-tecos mal conseguiam levantar voo. Era num desses que viajava o governador do Ceará, Virgílio Távora, em 1953, na companhia do coronel Mário Leal, quando houve uma pane. O pavor foi se agravando e, afl ito, Mário Leal desabafou:

- Coronelzinho, são quatro horas da tarde e, pelo visto nós ainda vamos ter tempo de jantar com os cãos do inferno!

Virgílio Távora não gostou do que ouviu, mas também não se importou. Estava prestando uma atenção danada nos movimentos do piloto, que fi nalmente conseguiu fazer o motor funcionar outra vez. Quando desembarcaram em Iguatu, no sertão cearense, Távora cobrou:

- Por que o senhor disse que nós íamos jantar com os cãos do inferno? Mário Leal olhou para o céu, coçou o cangote e disse, com todo respeito:- Excelência, senhor governador, eu sei com quem eu ando...

Maluf tem candidatura impugnadaA Procuradoria Regional Elei-

toral de São Paulo impugnou o registro de candidatura do deputado federal Paulo Maluf (PP) à reeleição. O motivo é a condenação de Maluf no Tribu-nal de Justiça de São Paulo pelo superfaturamento em obras do túnel Ayrton Senna durante sua gestão como prefeito da capital paulista. A decisão foi dada em novembro de 2013.

Pela Lei da Ficha Limpa, apro-vada em 2010, fi ca inelegível

por 8 anos quem é condenado à suspensão dos direitos políti-cos por ato doloso (intencional) de improbidade administrativa que represente lesão ao patri-mônio público e enriquecimen-to ilícito em decisão proferida por órgão colegiado.

Para a procuradoria, o caso de Maluf preenche todos esses requisitos.

Maluf tem o prazo de sete dias, contados a partir deste sábado (26), para contestar a

ação da procuradoria. Procu-rada, a assessoria de Maluf ainda não respondeu qual será a defesa do candidato.

Caberá ao Tribunal Regional Eleitoral do Estado julgar até 5 de agosto se o deputado poderá seguir candidato. Se a corte estadual decidir pela procedência da ação, o de-putado poderá recorrer ain-da ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e ao STF (Supremo Tribunal Federal).

SUPERFATURAMENTO

Apesar de 77% dos parlamentares tentarem a reeleição, os líderes de partido prometem empenho nos trabalhos da casa

Para líderes de bancada, Câmara será prioridade

Os trabalhos na casa legislativa retornam na próxima semana. Deputados prometem empenho

A visão de que os depu-tados são peças es-tratégicas no arranjo político, do ponto de

vista fi nanceiro e eleitoral, é reconhecido por lideranças de partidos. Um indicativo desse fator é a tentativa de reeleição da maioria da bancada atuante: tentando repetir um resultado positivo nas urnas, 398 dos 513 deputados vão se candidatar, neste ano, ao mesmo cargo. O número representa 77,58% da Câmara, segundo um levanta-mento do Diap.

Entre as maiores bancadas da casa, o índice é até maior. O PT terá 85% dos seus de-putados como candidatos. Já o PSD, o terceiro maior par-tido na Câmara, tem 80% de parlamentares dispostos a um novo mandato na Câ-mara. O 5º maior, o PP, re-gistra 82% nesse índice. Dos que não tentarão permane-cer na Câmara, 38 não serão candidatos, 19 vão tentar a eleição para deputado esta-dual e 21 vão disputar uma vaga no Senado.

O deputado federal Moreira

Mendes, líder do PSD na Câ-mara, nega que o partido,o terceiro maior na Câmara, pressione parlamentares pela reeleição. Ele afi rma, entretanto, que a bancada é uma prioridade da legenda, pois ajuda a conseguir mais verbas do fundo partidário e

tempo de TV.Acho que é um caminho

natural [tentar a reeleição]. To-dos eles [deputados] são muito bem colocados em seus Esta-dos e a chance de voltarem é grande. Não há interferência no diretório nacional e temos realmente liberdade na mon-

tagem de alianças estaduais. Há sempre um esforço muito grande do partido em eleger deputados federais, porque é pelo tamanho da bancada que você defi ne tempo de TV, fundo partidário e, principal-mente, espaço na Câmara dos Deputados.

O deputado Eduardo Cunha, líder do PMDB na Câmara, segue na mesma linha. “É normal [que a bancada fe-deral tente se reeleger]. As eleições têm uma renovação em torno de 50%. No nosso caso, alguns candidatos vão concorrer a governador, sena-dor. Há outros que desistem. O tempo de TV que o partido tem é por deputados fede-rais. Não adianta ter todos os governadores do país se não tivermos tempo de TV. A prioridade tem que ser de deputados federais.

O secretário de organização do PT, Florisvaldo Souza, se irritou ao falar de uma pos-sível preocupação do partido com tempo de TV ou fundo partidário. “O PT reelege mais que outros partidos”.

ÍNDICE O PT terá 85% dos seus deputados como candidatos. Já o PSD, o terceiro maior partido da Câmara Federal, tem 80% em campa-nha. o 5º maior parti-do, o PP, registra 82% nesse índice

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Page 7: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 A7Com a palavra

Com discursos enér-gicos, o advogado Marcelo Ramos (PSB), conseguiu projeção

política na Câmara Municipal de Manaus (CMM), onde foi vereador. Sob a tutela dos aproximadamente 19 mil vo-tos, que lhe renderam em 2010 o cargo de deputado estadual, ele agora almeja o Executivo, e para isso promove a ideia da renovação. Ao lado do perito em crimes de corrupção da Polícia Federal, Júnior Brasil, o advogado e pai de dois filhos, defende o diálogo e fiscalização na aplicação dos recursos públicos.

Com críticas explícitas às últimas gestões, Marcelo Ra-mos disparou em entrevista exclusiva ao EM TEMPO pro-postas otimistas e arrojadas, que contemplam a exploração de maiores recursos para a educação básica e superior.

EM TEMPO: Uma das es-tratégias utilizadas pelo senhor como candidato, é o discurso de renovação. E o perfil do jovem atual é o de descontentamento com a política praticada no país. O Amazonas possui cerca de meio milhão de eleitores jovens, bem divididos entre a capital e o interior. Como o senhor trabalhará junto a esse público?

Marcelo Ramos: Nosso objetivo é caminhar pelo Es-tado inteiro, ninguém pode ser governador de um pedaço do Amazonas, quem quer gover-nar o Estado tem que estar em todo lugar. Então, faremos um esforço para percorrer, dialo-gando principalmente com a juventude, mas também com a sociedade como um todo. Na verdade o desejo de mudança, o cansaço da velha política hoje não pulsa no coração só da juventude, pulsa no coração de pessoas que querem o bem do Estado.

Planejamos um Estado me-lhor, mais justo, fraterno e solidário, e é nisso que nós apostamos. Se você olhar a composição eleitoral não tem dúvidas de que a mudança neste processo sou eu. Mas, vejo agora todos tentarem se apropriar do discurso da mudança. A única mudança que esses caras fizeram nos últimos 32 anos foi da cadeira que eles sentam no poder e o saldo das suas contas ban-cárias. Nenhuma significativa para a vida do povo.

EM TEMPO: O senhor vive o seu primeiro mandato no parlamento estadual e está alçando o Executivo. A

sua chapa é muito atípica, com vereador pleiteando o Senado. O senhor tem um plano B?

MR: Primeiro que eu não divido em poderes grandes e poderes pequenos. O go-vernador não é melhor que um deputado, o executivo tem uma função e o legislativo tem outra. Infelizmente, os deputados historicamente se diminuem na relação com o go-vernador. Não penso em plano B, porque não entro em uma campanha pensando em per-der, penso em ganhar, estou muito tranquilo em relação a isso. Criei a convicção de que a política não tem que servir aos meus interesses.

EM TEMPO: O plano de governo que o senhor ca-dastrou no Tribunal Regio-nal Eleitoral (TRE) fala em transparência, participa-ção. O que o senhor vai le-var como destaque efetivo da sua campanha?

MR: Autonomia financeira da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), quem vai dar é o Marcelo Ramos. Ninguém mais fala e ninguém mais tem autoridade de falar disso, en-tão a autonomia financeira da UEA é uma bandeira minha, o fortalecimento do ensino de língua portuguesa e ma-temática como instrumento de melhoria dos índices edu-cacionais do Amazonas, são bandeiras minhas.

O Amazonas é o penúlti-mo do ensino de português e matemática. Se o aluno não domina essas disciplinas, ele não aprende as demais. Na saúde, o compromisso de criar hospitais de média comple-xibilidade em cada calha de rio é um compromisso meu. Ninguém nunca falou no Ama-zonas do programa de erradi-cação da desnutrição e isso é bandeira minha.

A falência da política de se-gurança pública, entendendo que o “Ronda no Bairro” deve ter sua essência resgatada e que assim é eficiente para resolver pequenos delitos. Ele não é suficiente para combater o crime organizado e o tráfico de drogas. Juntaremos a inte-ligência e as forcas especiais. Reprimir mas criar programas sociais que ajudem a reduzir os números de homicídios que o Amazonas tem hoje.

EM TEMPO: O programa de governo de alguns de seus opositores destaca muito a economia, e nes-se ponto falam da criação de novos polos. E no seu plano de governo, o senhor fala de diminuir a desi-gualdade social. Como o senhor fará isso?

MR: Eduardo Braga e José

Melo não podem falar disso. Porque eles governaram jun-tos, participam do governo desse Estado direta ou indi-retamente por mais de vinte anos. Por que não fizeram isso? Porque não otimizaram a Zona Franca de Manaus com um sistema de logísti-ca? Por que não fizeram um porto decente? Por que não lutaram para demarcar nos-sas hidrovias? Por que não lutaram para nos tirar dessa crise vivida pela telecomu-nicação no Estado? Por que não induziram uma atividade econômica para o interior? Eles não têm autoridade para falar sobre isso. Nós temos muita clareza de que promo-ver a justiça social, depende de fortalecer a economia do Estado.

E entendemos que são ta-refas essenciais para o nosso governo, dotar a Zona Fran-ca de infraestrutura neces-sária para que o polo seja competitivo, mesmo em um ambiente de competição de incentivos fiscais. Resolver o problema do porto, para que tenhamos instalações públi-cas decentes e que seja um marco regulatório portuário, fomentar que novos portos privados, mais eficientes do que estão aí, sejam instala-dos. Tornar navegáveis o ano inteiro as nossas rodovias, lutar por uma ligação rodo-viária com o resto do país e superar a crise de energia e telecomunicação.

EM TEMPO: Nesse pro-cesso eleitoral estamos acompanhando o troca-troca de acusações. É possível identificar acu-sações direcionadas en-tre os blocos. Percebemos que Eduardo Braga e José Melo, respondem as crí-ticas entre si, mas não respondem as suas críti-cas. O senhor avalia isso como uma tentativa de polarizar a campanha?

MR: Primeiro vejo uma tentativa de polarizar pela certeza de que se qualquer um dos dois ganhar, a vida deles está resolvida. São os mesmos grupos econô-micos, são os mesmos in-teresses, então para eles, quem ganhar é detalhe. As críticas que eles estabele-cem são rasas e rasteiras, e essas são muito fáceis de responder. Difícil é res-ponder por que colocaram 648 mil pessoas em extre-ma pobreza. Difícil é enten-der como eles colocaram o Amazonas como o campeão em casos de tuberculose. Eles não me respondem por que simplesmente eles não têm respostas para minhas perguntas.

EM TEMPO: O senhor fala que os grupos têm boas pessoas, em uma eventual ida sua para o governo. Os senhores mantêm alguém nas secretarias?

MR: É óbvio que nenhum dos atuais secretários será mantido. Estou pregando a mudança, o que quero dizer é se for falar de defesa do consumidor, o deputado es-tadual Marcos Rotta (PMDB), tem que ser ouvido. Não é que ele vai ser secretário, mas ele tem que ser ouvido, porque ele entende com o espírito público. Se eu for defender as questões da mulher, a deputada estadual, Concei-ção Sampaio (PP), tem que ser ouvida. Se eu for discutir economia, o Airton Claudino precisa ser ouvido.

Eleição não é uma briga de torcida e nem algo passional, na eleição você precisa andar com os melhores e eu procu-rarei os melhores secretários. No meu governo não vai ter partido político, e sim metas para serem cumpridas.

EM TEMPO: O senhor pre-tende diminuir o número de secretarias?

MR: Isso sem dúvidas, hoje secretário não define metas. Eles não têm planejamento, o Amazonas entre órgãos e secretarias possui 59 pastas, isso é irracional e despropor-cional. Não tenho ainda um número exato do que será, mas posso dizer que pelo menos 30 serão extintas.

EM TEMPO: A sua campa-nha ficou dividida em dois períodos, quando o senhor era pré-candidato ao lado de Hissa Abrahão, Rebecca Garcia e Henrique Oliveira. e após as homologações, quando os acordos de úl-tima hora levaram esses nomes a seguir para os blocos de José Melo e Edu-ardo Braga. Como o senhor recebeu essas noticias?

MR: Com ânimo eleitoral e com a confirmação do nosso discurso de mudança. Os que se diziam a mudança sucum-biram à tentação do poder, mas com tristeza sobre o aspecto que para mim é mui-to importante. Eu posso até eleitoralmente comemorar a saída deles, mas politica-mente acho que eles pres-taram um grande desserviço à democracia. Ela saiu mais pobre e arranhada, diminuiu o número de propostas e de debate, a quantidade de op-ções. Mas, principalmente, quando aquele que se diz o novo e mudança, cai por ques-tões republicanas ou por jogo do poder dos grandes caci-ques mais gente desacredita da política.

Marcelo RAMOS

‘Eleição não É UMA BRIGA de torcida’

Nosso objetivo é ca-minhar pelo Estado inteiro, ninguém pode ser governador de um pedaço do Amazonas. Quem quer governar tem que estar em todo lugar. Vamos dialogar muito com a juventude, e com toda a sociedade em geral”

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

O desejo de mudança e o cansaço da velha política não pulsa só no coração da juven-tude, pulsa no coração das pessoas que querem o bem do Estado”

É óbvio que nenhum secretário estadual será manti-do na pasta, caso assuma o governo. Estou pre-gando o discurso da mudança”

RAPHAEL LOBATO EJOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

TOYOLEX

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Cursos técnicos capacitam para o polo fabril

DIEGO JANATÃ

Amazonenses faturam um extra na Bolsa de Valores O que parece ser algo complicado, para alguns investidores locais comprar ações é uma forma de incrementar a renda

O que parece ser algo complicado no pri-meiro momento, a Bolsa de Valores,

para alguns investidores, é uma boa maneira de lucrar uma renda extra, uma vez que os rendimentos são elevados neste mercado.

Porém, para ter êxito e não “quebrar”, é essencial que o aplicador tenha noções bási-cas sobre este mercado, além de estar disposto a “correr” altos riscos de perdas, pois as variações nos preços das ações não garantem retorno do que foi investido.

A curiosidade e a vontade de conseguir uma renda extra levaram o gerente de mídias digitais, Márcio Lopes, 33, a “apostar as fi chas” na Bolsa de Valores. Segundo ele, antes pesquisou na internet como funcionava o mercado, e após seis meses de “treinamento” em sites especializados, teve coragem para investir.

Para investir na Bolsa de Valores, Lopes conta que começou com R$ 500, mas perdeu quase tudo em poucas semanas. Para evitar futuras perdas, ele passou a estudar mais o mercado e evitar os erros. “Quando você perde, passa a conhecer melhor o mercado e entende porque uma ação sobe e desce e qual o momento bom para investir ou comprar”, revela.

Após fazer a análise, Lopes investiu um valor mais alto - R$ 1 mil. A sacada maior, con-forme ele, foi em 2008, com a crise econômica global e a

explosão da bolha imobiliária nos Estados Unidos. “Estava com R$ 10 mil e comprei ações da Petrobras, que desa-baram. Porém, no dia seguinte as ações subiram 50% e, no outro, dia mais 50%, terminei com mais de R$ 35 mil em três ou quatro dias”, lembra.

Atualmente, Lopes tem R$ 26,5 mil em ações e a meta é chegar a R$ 1 milhão em seis anos. Segundo ele, já tem R$ 10,6 mil em ações da Oi e sua expectativa é chegar até o fi nal de 2014 com R$ 30 mil em ações da empresa. “No momento, só tenho ações da

Oi, mas pretendo diversifi car, comprar algumas ações da Petrobras, depois de empre-sas de energia e assim por diante”, acrescenta ele.

A única desvantagem da Bolsa de Valores, para Lopes, é investir sem conhecimento. A média de lucro segundo ele chega a 100% em cima do va-lor investido, sendo que ainda dá para ganhar até 200% se comprar e vender ações todos os dias. Mas no momento, a tática dele é manter as ações e ganhar com os dividendos (lucros da empresa).

VALORESNão há valores míni-mos para investir em na Bolsa de Valores, em formas como com-pra direta de ações, Fundos de Índices (ETFs), clubes de In-vestimento e Fundo de Investimento em Ações

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

Há cinco anos, o gerente de mídias sociais, Márcio Lopes, “criou coragem” para investir dinheiro na compra de ações na Bolsa de Valores, na tentativa de obter uma renda extra nesse mercado

Os brasileiros não con-fi am em investir na Bolsa de Valores. Conforme o inves-tidor Márcio Lopes, 1% da população do Brasil investe na Bolsa, enquanto que nos Estados Unidos, quase 80% da população faz aplica-ções no mercado.

Para o economista Ailson Rezende, o motivo é que os norte-americanos têm segurança jurídica maior que no Brasil.

Segundo ele, aplicar na Bolsa de Valores pode ren-der uma elevada rentabi-lidade ao aplicador, mas nesse mercado, os investi-mentos correm mais riscos que em qualquer outro tipo de cenário. “Os aplicadores têm que estar diariamente acompanhando as ações das empresas para iden-tifi car o momento certo de vender ou comprar as ações”, declara Rezende

Brasileiros confi am pouco

BOLSA DE VALORES

Veja o passo a passo para se tornar um investidor

1) Entenda o mercado por meio de pesquisas sobre como funciona a Bolsa de Valores;

2) Abra uma conta em uma das várias corretoras existentes;

3) Não deposite todas as suas economias. Invista um dinheiro que “não precisará”;

4) Escolha uma das seis formas de investimento;5) Procure entender o que influencia cada empresa;

6) Estude os setores (petrolíferos, de energia, de telecomunicações, varejista etc);

7) Invista em diferentes setores, pois os riscos de perder tudo é menor;

8) Acompanhe sempre a movimentação do mercado financeiro.

FONTE: Investidores

A Bolsa de Valores é o mercado organizado onde se negociam ações de ca-pital aberto (públicas ou privadas) e outros instru-mentos fi nanceiros como ações. O Brasil conta ape-nas com uma bolsa que é a BM&FBovespa, a Bolsa de Valores de São Paulo.

A empresa oferece uma ampla gama de produtos e serviços, tais como: nego-ciação de ações, títulos de renda fi xa, câmbio pronto e contratos derivativos refe-renciados em ações, ativos fi nanceiros, índices, taxas,

mercadorias, moedas, en-tre outros.

Na Bolsa, há diferentes opções de investimento, além de ações, que é a mais conhecida, além do tesouro direto (títulos pú-blicos federais), Certifi ca-do de Recebíveis Imobili-ário (CRI), que são títulos de longo prazo lastreados em créditos imobiliários, Debênture (títulos de cré-dito de médio e longo prazo emitidos por uma empre-sa), Ação, Fundo de Índice (ETF) e Fundo de Investi-mento Imobiliário.

Setor tem só uma empresa

Bolsa de Valores de São Paulo é a única existente no país

DIVULGAÇÃO

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Aplicativo une empresas e clientes pelo melhor preçoPlataforma com função de comunidade para realização de troca de informações é gratuita para consumidores e lojistas

De uns tempos para cá, é perceptível o aumento de sites e aplicativos que são

úteis e funcionais ao ajudar em diversas atividades do dia a dia, seja em casa ou no trabalho, como para fa-zer a lista de supermercado ou organizar uma agenda de reuniões e de outras tarefas a serem feitas. Em meio a tantas opções de sostwares grátis e pagos foi lançado um que é inusitado e completa-mente diferente: o ‘Dica de Preço’. Funciona como uma comunidade, na qual usuários compartilham informações sobre onde é possível en-contrar determinado produto pelo preço mais barato.

A princípio, o ‘Dica de Preço’ parece ser semelhante a ou-tros sites que realizam busca pelo melhor preço, mas ele se diferencia em dois aspectos: o aplicativo, na verdade, não é uma ferramenta de busca que lista todos os lojistas que dis-põem do produto procurado, porque a função primordial do programa é fazer com que as pessoas interajam entre si ao trocarem informações sobre qual loja fornece o produto com o melhor preço. “O propósito do ‘Dica de Preço’ é de coopera-

ção, de atuar em comunidade e conjuntamente com outros para um mesmo fim, que é efetuar a melhor compra ao conseguir encontrar o preço mais barato”, esclarece Leo-nídio de Oliveira Filho, sócio-criador do serviço.

Outro aspecto no qual o ‘Dica de Preço’ se distingue de seus concorrentes é que não apenas

consumidores, mas também os lojistas podem dar dicas de melhor preço e sem cus-tos com publicidade, fato que possibilita pequenos e médios comerciantes disputarem di-retamente com grandes em-presas e assim conquistarem clientes em potencial.

Uma característica que cha-ma a atenção no sostware é a possibilidade de ativar notifi-

cações no celular, que avisam quando o usuário está perto de um lugar com uma boa indicação de preço. Ao utilizar o aplicativo em aparelhos mó-bile, o usuário pode cadastrar uma dica de onde o produto foi encontrado ao registrar a lo-calização do estabelecimento através do sistema de GPS.

Assim, quando outros clien-tes estiverem próximos ao lo-cal, estes serão avisados que o mesmo produto procurado encontra-se mais barato nas proximidades onde se encon-tram. O raio de distância pode ser ajustado em configura-ções, mas só funciona para quem possui o aplicativo no smartphone. “Quando você se aproximar da região vai ser notificado e, ao abrir o pro-grama, receberá um mapa que indica a localização da loja”, diz Filho.

A ideia do serviço nasceu há onze anos com nome e fun-cionalidades diferentes, mas desde 2008 vem sendo apri-morado e foi lançado oficial-mente em 2014 em paralelo com seu aplicativo para celu-lar. Com apenas 3 meses do lançamento, o aplicativo está disponível a princípio para An-droid, mas a versão para IOS será lançada em breve.

REPRODUÇÃ

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Lançada em 2014, a ideia nasceu há 11 anos e a partir de 2008 começou a ser aprimorada

SOFTWAREO aplicativo Dica de Preço também benefi-cia o empresário lojista que está disposto a oferecer um preço “bacana” para os seus clientes. Para conferir o sostware, acesse www.dicadepreco.com.br

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Page 11: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

A ‘Copa das Selfi es’Operadoras de telefonia móvel registraram mais de 48 milhões de fotos enviadas durante dos jogos da Copa do Mundo do Brasil, a maioria delas fruto da moda selfi e de fotografar momentos de felicidade das pessoas

A odontóloga Andréa Ribeiro, 32, e o ad-ministrador de em-presas Nagib Salem,

37, não se conhecem. A única coisa que os aproxima é o que milhares de brasileiros fi zeram antes, durante e de-pois da Copa do Mundo. Eles, durante o Mundial, dentro e fora da Arena da Amazô-nia, produziram a partir dos seus smartphones fotos de si mesmos, com os amigos e a família, no estilo selfi e

de fotografar.A maioria das imagens fo-

ram postadas em sites de redes sociais, que somadas as dos milhares de torcedo-res alcançaram mais de 48,5 milhões de fotos enviadas durante o Mundial, por meio dos sinais das operadoras de telefonia celular.

Andréa, que foi à partida entre Honduras e Suíça, conta que, na companhia de cinco amigos fez mais de 20 sel-fi es. A odontóloga lembra que, antes do nome “selfi e” virar moda, a inclusão da câmera fotográfi ca nos aparelhos ce-lulares permitiu a ela começar a se autofotografar.

“É um estilo de fotografar por meio do qual buscamos re-gistrar momentos que nos dei-xam felizes. Antes eu já fazia quando não tinha ninguém por perto para fotografar. Agora, a quantidade de fotografi as aumentou e eu aprimorei a técnica. Hoje vejo melhor o ângulo e o enquadramento”, explica Andréa, que produz sel-fi es principalmente nos fi nais de semana, durante suas ati-vidades de Stand-Up Paddle

(Sup), sobre o rio Negro.O administrador Nagib, du-

rante a Copa do Mundo con-siderada a “Copa das Selfi es”, foi às partidas entre Itália e Inglaterra e a de Suíça con-tra Honduras, na Arena da Amazônia. Ele conta que não exagerou na quantidade de selfi es, que chegou a no máxi-mo seis, com a família e com amigos. As mesmas foram publicadas no Facebook e no Instagram. Ele afi rma que o sinal da sua operadora de te-lefonia móvel correspondeu com as expectativas. “Não tive problemas em publicar as selfi es de dentro da arena”, comenta.

O volume de dados trans-mitidos na Copa do Mundo do Brasil, de acordo com a operadora OI, foi o triplo do re-gistrado na Copa do Mundo da Fifa África do Sul 2010 (cerca de 25 terabytes) e equivale a mais de 80 milhões de fotos em resolução normal ou cerca de 20 milhões de fotos em alta resolução. Na Arena da Amazônia, o recorde de dis-positivos conectados simul-taneamente nas redes da OI

para Fifa foram 690, durante o jogo Inglaterra e Itália.

Nos 31 dias de competição a OI forneceu os serviços de telecomunicações e Tecnolo-gia da Informação (TI) para o Mundial de futebol da Fifa Brasil 2014. A companhia re-gistrou 74 terabytes de da-dos trafegados nas redes de mídia e informática providas para a Fifa e utilizadas pelos cerca de 20 mil profi ssio-nais de mídia, de 113 países credenciados para cobrir o evento.

Líder no mercado do Ama-zonas, a operadora telefô-nica Vivo, com alcance de 65,02% da clientela do Ama-zonas, foi responsável pela maioria do tráfego cursado na rede 3G e por 50% do tráfego de 4G nos estádios da Copa do Mundo no Brasil, consagrada como “Copa das Selfi es”. De acordo com a companhia, o desempenho da Vivo se deu pelo aumento da capacidade de sua rede e ao trabalho rigoroso de mo-nitoramento durante todo o evento, que envolveu mais de 800 profi ssionais.

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

Até o término da partida final da Copa do Mundo no Brasil, 404.299 mil disposi-tivos se conectaram na rede wi-fi exclusiva para a mídia e a Fifa nas 12 cidades-sede. A OI observou na Copa do Mundo o fenômeno da multiconexão, sen-do muito comum um único usuário estar co-nectado com dois a três dispositivos ao mesmo tempo, em função da utilização simultânea de computadores, ta-blets e smartphones.

O tráfego de dados total nas redes da ope-radora Oi para a Fifa mais que dobrou desde os primeiros dez dias do Mundial, quando a companhia já havia registrado volume de 32 terabytes de dados,

o que superou todo o volume de dados tra-fegados nas redes da Copa do Mundo da Fifa 2010 na África do Sul. Além de estabelecer um novo recorde, a Oi foi elogiada pela Fifa pela qualidade dos serviços prestados.

A Copa do Mundo 2014 também superou em tráfego de dados outros grandes even-tos esportivos interna-cionais, segundo infor-mações publicadas na internet. Nos 17 dias da Olimpíada de Inverno de Sochi (2014), o tráfego total foi de cerca de 34 terabytes. E durante o Superbowl 48 (fi nal do campeonato de futebol americano de 2014 nos EUA) foram utilizados 1,9 terabytes de da-dos.

Mais que na África do Sul

A odontóloga foi Andréa Ribeiro e o administrador de empresas Nagib Salem são dois exemplos de torcedores amazonenses que

transmitiram muitas fotos selfi es da Arena da Amazônia

FOTOS: DIVULGAÇÃO

REFÉM DOCELULAR

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Page 12: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 B5

Curso técnico é emprego certo no PIMPara garantir a ocupação das vagas nas áreas técnicas do Polo Industrial de Manaus, novas escolas de capacitação somam esforços com os centros de formação tradicionais e abrem inscrições para cursos que começam nesse segundo semestre

Seja para conseguir um emprego ou um salário melhor no Polo Industrial de Manaus

(PIM), o caminho mais rápido para alcançar o objetivo é a qualificação profissional, que pode ser obtida, entre outras formas, com o ensino técnico, mercado que começa a aque-cer nesse início de segundo semestre do ano, com a alta procura de jovens pela ca-pacitação em diversos tipos de serviço.

Na capital amazonense, muitas são as escolas que oferecem cursos para aten-der os chamados da indús-tria. Uma delas é a Premier Escola Técnica, que até o final do mês encerra as ins-crições para cursos de Mecâ-nica, Eletrotécnica, Seguran-ça do Trabalho e Logística, Automação, Edificações e Meio Ambiente.

Segundo o coordenador da Premier, Eduardo Rodrigues da Costa, em dois anos a esco-la já formou mais de 300 alu-nos e, hoje, conta com mais de 400 estudantes. “Apesar de a Premier ter apenas dois anos no mercado amazonense, a procura pelos cursos técnicos é muito boa”, afirma.

Outra escola técnica mais tradicional na cidade é o Centro Educacional Profes-sor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque (Escola Fuca-pi), onde as inscrições es-tão encerradas. Novas va-gas somente em novembro para cursos de Eletrônica Digital, Gestão de Proces-sos, Biotecnologia, Automa-

ção Industrial, Eletrotécnica, Logística, Química, Recur-sos Humanos, Segurança do Trabalho, Telecomunicações, Mecânica e Contabilidade.

Há 20 anos no mercado, a Fucapi já formou mais de 10 mil alunos. Hoje, em cada semestre, em média 800 pes-soas concluem o curso téc-nico no lugar. “A escola foi fundada com o propósito de atender as empresas instala-das no PIM”, frisa a diretora

Rosanna Lacouth.Segundo ela, dependendo

do curso, no primeiro mês o aluno já consegue uma co-locação no mercado. Outro fator que influencia, con-forme Rosanna, é a troca de informação entre alunos, que já estão no mercado de trabalho e oferecem vagas aos da turma que ainda não estão empregados.

A Central Única dos Tra-balhadores do Amazonas (Cut-AM) disse, por meio da assessoria de imprensa, que o PIM sofre com a carência de profissionais especializados, principalmente em áreas téc-nicas. Por isso, a maioria das pessoas com curso técnico é absorvida com facilidade.

A entidade destaca que to-das as empresas precisam de técnicos de diversas áreas em seus quadros de funcionários para operar desde a linha de montagem à manutenção das máquinas. As áreas de mecâ-nica e elétrica são os mais procurados pelas empresas.

O mercado para os técnicos, conforme a Cut-AM, emprega mais de 120 mil trabalhado-res. A entidade avalia que, apesar da oferta ser menor para os técnicos, o mercado está garantido, uma vez que, as empresas necessitam des-se tipo de especialista.

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

PRORROGAÇÃOA prorrogação por mais 50 anos da Zona Franca de Manaus (ZFM) é vista com otimismo pelos empre-sários, que acreditam na maior demanda de profissionais técnicos para a indústria

Premier Escola Técnica oferece entre os cursos o de Mecânica, Eletrotécnica, Logística e Edificação

DIEGO JANATÃ

O mecânico automoti-vo Leandro Pereira Mora-es, 29, aprendeu a traba-lhar na área com o tempo, mas com a evolução do mercado de trabalho, que exige a reciclagem do profissional com nova ca-pacitação, ele conta que buscou se aperfeiçoar para não ficar para trás. Segundo a concorrência na sua área de atuação é muito grande. “Nós não podemos parar no tem-po”, observa.

Por não ser formado na área em que atuava, o mecânico Leandro pre-cisou ficar afastado por algum tempo do posto de trabalho, uma vez que precisava obter maiores conhecimentos sobre as novidades do segmento. “Eu precisava me formar primeiro para seguir em frente com a profissão. Já estou no segundo módulo e falta só mais um para concluir o curso técnico de mecânica”, conta.

Já o industriário Joel Araújo Silva, 38, procu-rou fazer um curso téc-nico para ter um salário melhor e conhecimen-to sobre as máquinas.

“Eu sou curioso, queria saber como funcionava todo o processo que as máquinas faziam, pois só conhecia a programação e não o funcionamen-to interno. Uni o útil ao agradável”, sustenta.

Apesar de não ter

nenhum conhecimento em mecânica, Joel diz que está aproveitando o curso e mesmo com as dificuldades de ter que trabalhar e estudar, afirma que após con-cluir o curso ele preten-de conseguir um novo emprego. “O amor pela profissão é maior, por isso que eu luto e não pretendo desistir dos estudos”, frisa.

Requalificação é necessária

Os técnicos forma-dos nos cursos da Premier, segundo o coordenador Eduar-do da Costa, são to-dos absorvidos pelo Polo Industrial de Manaus. Ele diz que toda empresa tem uma parte fabril que funciona com movi-mentos mecânicos e eletrotécnicos, o que exige das empresas profissionais qualifi-cados para trabalhar na área. “Seja o polo de duas rodas ou o eletroeletrônico, to-dos absorvem esses estudantes”, revela.

Os alunos da Fuca-pi também entram no mercado de trabalho do PIM. “O aluno quan-do inicia seu curso já está se qualificando e passa a ser visto de forma diferenciada dentro da própria em-presa e, consequente-mente, já lhe é oferta-do melhorias”, afirma a diretora Rosanna.

Alunos são contratados por empresas

EXIGÊNCIADe acordo com a Central Única dos Trabalhadores, as empresas do PIM exigem cada vez mais profissionais especializados para compor seus quadros de funcionários

Entidade dos trabalhadores avalia que PIM sempre precisa de trabalhadores com formação técnica

Com 20 anos no mercado, a Fucapi formou mais de 20 mil alunos para a indústria do Amazonas

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 B5

Curso técnico é emprego certo no PIMPara garantir a ocupação das vagas nas áreas técnicas do Polo Industrial de Manaus, novas escolas de capacitação somam esforços com os centros de formação tradicionais e abrem inscrições para cursos que começam nesse segundo semestre

Seja para conseguir um emprego ou um salário melhor no Polo Industrial de Manaus

(PIM), o caminho mais rápido para alcançar o objetivo é a qualificação profissional, que pode ser obtida, entre outras formas, com o ensino técnico, mercado que começa a aque-cer nesse início de segundo semestre do ano, com a alta procura de jovens pela ca-pacitação em diversos tipos de serviço.

Na capital amazonense, muitas são as escolas que oferecem cursos para aten-der os chamados da indús-tria. Uma delas é a Premier Escola Técnica, que até o final do mês encerra as ins-crições para cursos de Mecâ-nica, Eletrotécnica, Seguran-ça do Trabalho e Logística, Automação, Edificações e Meio Ambiente.

Segundo o coordenador da Premier, Eduardo Rodrigues da Costa, em dois anos a esco-la já formou mais de 300 alu-nos e, hoje, conta com mais de 400 estudantes. “Apesar de a Premier ter apenas dois anos no mercado amazonense, a procura pelos cursos técnicos é muito boa”, afirma.

Outra escola técnica mais tradicional na cidade é o Centro Educacional Profes-sor Lynaldo Cavalcanti de Albuquerque (Escola Fuca-pi), onde as inscrições es-tão encerradas. Novas va-gas somente em novembro para cursos de Eletrônica Digital, Gestão de Proces-sos, Biotecnologia, Automa-

ção Industrial, Eletrotécnica, Logística, Química, Recur-sos Humanos, Segurança do Trabalho, Telecomunicações, Mecânica e Contabilidade.

Há 20 anos no mercado, a Fucapi já formou mais de 10 mil alunos. Hoje, em cada semestre, em média 800 pes-soas concluem o curso téc-nico no lugar. “A escola foi fundada com o propósito de atender as empresas instala-das no PIM”, frisa a diretora

Rosanna Lacouth.Segundo ela, dependendo

do curso, no primeiro mês o aluno já consegue uma co-locação no mercado. Outro fator que influencia, con-forme Rosanna, é a troca de informação entre alunos, que já estão no mercado de trabalho e oferecem vagas aos da turma que ainda não estão empregados.

A Central Única dos Tra-balhadores do Amazonas (Cut-AM) disse, por meio da assessoria de imprensa, que o PIM sofre com a carência de profissionais especializados, principalmente em áreas téc-nicas. Por isso, a maioria das pessoas com curso técnico é absorvida com facilidade.

A entidade destaca que to-das as empresas precisam de técnicos de diversas áreas em seus quadros de funcionários para operar desde a linha de montagem à manutenção das máquinas. As áreas de mecâ-nica e elétrica são os mais procurados pelas empresas.

O mercado para os técnicos, conforme a Cut-AM, emprega mais de 120 mil trabalhado-res. A entidade avalia que, apesar da oferta ser menor para os técnicos, o mercado está garantido, uma vez que, as empresas necessitam des-se tipo de especialista.

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

PRORROGAÇÃOA prorrogação por mais 50 anos da Zona Franca de Manaus (ZFM) é vista com otimismo pelos empre-sários, que acreditam na maior demanda de profissionais técnicos para a indústria

Premier Escola Técnica oferece entre os cursos o de Mecânica, Eletrotécnica, Logística e Edificação

DIEGO JANATÃ

O mecânico automoti-vo Leandro Pereira Mora-es, 29, aprendeu a traba-lhar na área com o tempo, mas com a evolução do mercado de trabalho, que exige a reciclagem do profissional com nova ca-pacitação, ele conta que buscou se aperfeiçoar para não ficar para trás. Segundo a concorrência na sua área de atuação é muito grande. “Nós não podemos parar no tem-po”, observa.

Por não ser formado na área em que atuava, o mecânico Leandro pre-cisou ficar afastado por algum tempo do posto de trabalho, uma vez que precisava obter maiores conhecimentos sobre as novidades do segmento. “Eu precisava me formar primeiro para seguir em frente com a profissão. Já estou no segundo módulo e falta só mais um para concluir o curso técnico de mecânica”, conta.

Já o industriário Joel Araújo Silva, 38, procu-rou fazer um curso téc-nico para ter um salário melhor e conhecimen-to sobre as máquinas.

“Eu sou curioso, queria saber como funcionava todo o processo que as máquinas faziam, pois só conhecia a programação e não o funcionamen-to interno. Uni o útil ao agradável”, sustenta.

Apesar de não ter

nenhum conhecimento em mecânica, Joel diz que está aproveitando o curso e mesmo com as dificuldades de ter que trabalhar e estudar, afirma que após con-cluir o curso ele preten-de conseguir um novo emprego. “O amor pela profissão é maior, por isso que eu luto e não pretendo desistir dos estudos”, frisa.

Requalificação é necessária

Os técnicos forma-dos nos cursos da Premier, segundo o coordenador Eduar-do da Costa, são to-dos absorvidos pelo Polo Industrial de Manaus. Ele diz que toda empresa tem uma parte fabril que funciona com movi-mentos mecânicos e eletrotécnicos, o que exige das empresas profissionais qualifi-cados para trabalhar na área. “Seja o polo de duas rodas ou o eletroeletrônico, to-dos absorvem esses estudantes”, revela.

Os alunos da Fuca-pi também entram no mercado de trabalho do PIM. “O aluno quan-do inicia seu curso já está se qualificando e passa a ser visto de forma diferenciada dentro da própria em-presa e, consequente-mente, já lhe é oferta-do melhorias”, afirma a diretora Rosanna.

Alunos são contratados por empresas

EXIGÊNCIADe acordo com a Central Única dos Trabalhadores, as empresas do PIM exigem cada vez mais profissionais especializados para compor seus quadros de funcionários

Entidade dos trabalhadores avalia que PIM sempre precisa de trabalhadores com formação técnica

Com 20 anos no mercado, a Fucapi formou mais de 20 mil alunos para a indústria do Amazonas

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Page 14: EM TEMPO - 27 de julho de 2014

B6 País MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

FARMABEM

Baixa força política feminina Avaliação consta do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud). Sem mulheres na política há um agravamento de gênero no país, afirma pesquisa

A baixa representação das mulheres na políti-ca agrava a desigualda-de de gênero no Brasil.

A avaliação consta do Relatório de Desenvolvimento Humano de 2014, divulgado pelo Pro-grama das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

Além de apresentar o Índice

de Desenvolvimento Humano (IDH) 2013, com 187 países pesquisados, o Pnud divulgou o Índice de Desigualdade de Gênero (IDG) para 149 países. O indicador é elaborado com base em cinco dados: taxa de mortalidade materna, taxa de fertilidade na adolescência, proporção de mulheres no par-

lamento nacional, percentual de mulheres e homens com educa-ção secundária e a taxa de par-ticipação de mulheres e homens no mercado de trabalho.

De acordo com o Pnud, o Brasil ficou em 85º lugar no IDG, com nota 0,441. O indicador varia de 0 a 1, com o valor mínimo atri-buído a sociedades com menos

disparidades entre homens e mulheres. A Eslovênia, no les-te europeu, foi considerado o país com menor desigualdade de gênero, com IDG de apenas 0,021, seguida por Suíça (0,030) e Alemanha (0,046). As últimas posições ficaram com Afega-nistão (0,705), Chade (0,707) e Iêmen (0,733).

MortalidadeNo caso do Brasil, a taxa

de mortalidade materna é de 56 mulheres a cada 100 mil nascidos vivos; e a taxa de ferti-lidade na adolescência, de 70,8 mulheres a cada mil mulheres entre 15 e 19 anos. Na educa-ção, existem progressos, com as mulheres se qualificando um

pouco mais que os homens. A parcela da população adulta com educação secundária é 51,9% entre as mulheres e 49% entre os homens. Outros parâmetros, no entanto, apon-tam desafios. Em relação ao mercado de trabalho, continua a existir uma diferença consi-derável entre os sexos.

De acordo com o rela-tório, na América Latina e no Caribe, a taxa de mortalidade materna corresponde a 74 mu-lheres a cada 100 mil nascidos vivos, e a taxa de fertilidade na adoles-cência é de 68,3 mulhe-res a cada mil mulheres entre 15 e 19 anos. A proporção de adultos com ensino secundário totaliza 53,3% para mu-lheres e 53,9% para ho-mens, e a participação no mercado de trabalho equivale a 53,7% para mulheres e a 79,8% para homens. A representa-ção das mulheres na política está em 21,1% no continente.

O relatório revelou discrepâncias entre em relação aos membros do Brics, grupo das principais economias emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Na África do Sul, a taxa de morta-lidade materna chega a 300 mulheres para cada 100 mil nascidos vivos. A China registra níveis baixos de ferti-lidade na adolescência, com apenas 8,6 mães de 15 a 19 anos a cada mil nascimentos e o melhor IDG do grupo, na 37ª posição.

Pnud revela outros lados do Brasil

Aumentam suspeitas de assassinato

Uma fotografia do local do suposto acidente que resultou na morte da estilista Zuzu Angel, em abril de 1976, aumentou as suspeitas da Comissão Nacional da Verdade (CNV) do envolvi-mento das Forças Armadas no caso. A foto, apresentada pelo ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops) do Espírito Santo, Cláudio Guer-ra, mostra o coronel do Exército Freddie Perdigão ao fundo, perto do veículo acidentado. Apontado como autor de torturas e as-sassinato de pessoas durante o regime militar, Perdigão morreu na década de 90.

Mãe de Stuart Angel, inte-grante do Movimento Revolu-cionário 8 de Outubro (MR-8) que desapareceu em 1971, após ter feito críticas ao re-gime, Zuzu deu projeção in-ternacional ao caso e passou a ser considerada “presença incômoda para o regime, que tinha todo interesse em seu desaparecimento”, disse o pre-sidente da CNV, Pedro Dallari.

ZUZU ANGEL

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B7MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 Mundo

Faixa de Gaza: conflito semtrégua entre Israel e HamasEmbate entre países remonta ao início do século passado com uma migração em massa de judeus para a Palestina

Nos últimos dias, o mundo tem acompa-nhado a intensifica-ção do conflito entre

israelenses e palestinos, na Faixa de Gaza. Até o momento, mais de 900 pessoas morre-ram e 2 mil ficaram feridas na sequência dos ataques ini-ciados em julho. A nova espiral de violência foi desencadeada após o sequestro e homicídio, em junho, de três jovens judeus na Cisjordânia (um ataque que Israel atribuiu ao Hamas, grupo islâmico que controla a Faixa de Gaza) seguido da morte de um jovem palestino queimado em Jerusalém por extremistas judeus. A partir daí, tiveram início os lançamentos de fo-guetes do Hamas e os bom-bardeios de Israel.

O conflito entre israelenses e palestinos remonta ao início do século passado. Entre a segunda metade do século 19 e a primeira metade do século 20, uma migração em massa de judeus de vários países para a Palestina provocou uma mudança na demografia local. Majoritariamente ára-be, a região, que até 1917 pertencia ao Império Oto-mano e depois, até 1948, foi um protetorado britânico, passou a ter uma população judaica cada vez maior.

Nos primeiros anos de man-dato britânico na Palestina, houve confrontos entre árabes e judeus. Começou-se então a discutir o que fazer diante daquela situação. Em 1947, pouco antes da retirada dos britânicos, a Organização das Nações Unidas (ONU) pôs em prática um plano de divisão do território em duas partes: uma para os judeus e outra para os árabes. A insatisfação em torno do mapa definido pela ONU gerou uma guerra civil entre os dois povos.

Primeiras invasõesCom a saída dos britânicos,

em 1948, países árabes vizinhos tentaram invadir o recém-criado Estado de Israel. Mas, ao tér-mino do conflito, os israelenses mantiveram seu território e os palestinos perderam a chance de criar seu próprio Estado, já que Israel ocupou parte do território destinado aos palestinos pela ONU, o Egito passou a controlar a Faixa de Gaza e a Jordânia ficou com a Cisjordânia.

Para a pesquisadora do Nú-cleo de Estudos do Oriente Médio da Universidade Federal Fluminense (UFF), Gisele Cha-

gas, é uma visão simplista dizer que judeus e árabes “sempre se odiaram e sempre viverão em guerra”. Segundo ela, um dos principais pontos de discordân-cia entre os dois povos, no início dos conflitos, era a existência de projetos nacionalistas dife-rentes. Os povos discordavam sobre o que fazer com uma Palestina independente: uma Palestina árabe ou uma Israel judaica? “São dois projetos po-líticos distintos. São dois proje-tos políticos nacionais que vão disputar o mesmo território, que vão querer criar um tipo de comunidade política em que o outro projeto não está incluído”, afirma a pesquisadora.

Gaza e Cisjordânia se manti-veram sob ocupação estrangei-ra árabe até 1967, quando uma nova guerra, a Guerra dos Seis

Dias, entre Israel e as nações vizinhas, resultou na ocupação israelense da Faixa de Gaza e da Cisjordânia (incluindo a parte oriental de Jerusalém).

ColonizaçãoA partir daí, Israel assumiu

uma política de colonização de Gaza e da Cisjordânia com judeus, por meio de assen-tamentos. Por vários anos, a ONU considerou a ocupação dos territórios palestinos ilegal e determinou que Israel retor-nasse às fronteiras pré-1967, o que tem sido ignorado pelo governo israelense.

“A guerra de 1967 é o núcleo da problemática mais recente. E é o núcleo dificultador da solução de dois Estados [Isra-el e Palestina]. Se você olhar as fronteiras de 67, Jerusalém oriental teria que pertencer aos palestinos, que a querem como capital. E esse parece que é um dos pontos menos negociáveis por parte de Israel, que tem uma população decidida a ter Jerusalém como capital”, diz o coordenador do Laboratório de Estudos Asiáticos da Universi-dade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Leonardo Valente.

AFP

Quedas podem acabar com MalaysiaA segunda tragédia envolven-

do a Malaysia Airlines (MAS) em quatro meses aprofunda a diminuição das suas vendas de passagens, que já estava crítica, e forçará o governo a acelerar os projetos para salvar a companhia aérea, de acordo com especialistas. Em março, o voo MH370 desapareceu dos radares e até hoje não foi en-contrado. O Boeing 777 levava 239 pessoas a bordo. O mistério acentuou a crise na Malaysia Airlines, que, de janeiro a março,

havia registrado o maior preju-ízo em dois anos.

Agora, outra aeronave idên-tica da companhia foi abatida sobre o território controlado por separatistas perto da fronteira da Ucrânia com a Rússia, ma-tando todas as 298 pessoas a bordo. Conforme especialistas, os dois acidentes vão acentuar a situação econômica delicada em que a MAS já se encontrava. Em 2013, a empresa registrou um prejuízo de € 1,17 bilhão, devido a uma forte interferência

do governo e à falta de moderni-zação na gestão da companhia, além de um número muito ele-vado de funcionários.

InvestimentosA primeira reação do investi-

dor estatal Khazanah Nacional, que detém 69% da empresa, deve ser fechar o capital da MAS, o primeiro passo de uma grande reestruturação. “Mesmo que isso seja a mais pura coin-cidência, nunca aconteceu na história da aviação que uma

única empresa aérea tivesse dois aviões de corredor duplo desaparecendo em poucos me-ses”, disse Bertrand Grabowski, diretor-gerente do DVB Bank, especialista em aviação, que presta serviços bancários à Malaysia Airlines. “O apoio do governo precisa ser mais ex-plícito”, avaliou Grabowski. Em uma coletiva de imprensa em Kuala Lumpur, as autoridades do país não quiseram responder a qualquer pergunta sobre o futuro da Malaysia Airlines.

AVIÕES

Empresa aérea enfrenta crise após queda de suas aeronaves

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AÇÃO

Apesar da devolução de Gaza aos palestinos, o terri-tório passou a ser o principal foco de problema do conflito israelense-palestino, já que, em 2006, o Hamas, movimen-to fundamentalista islâmico, venceu as eleições parlamen-tares palestinas. Em seguida, o Hamas rompeu com o Fatah, organização política e militar palestina, tomando o controle de Gaza, enquanto seu rival político mantinha o controle sobre a Cisjordânia.

Visto como um grupo ter-rorista por Israel, pelos Esta-dos Unidos e por países eu-ropeus, o Hamas sofreu uma série de sanções por parte desses países. O governo is-raelense ampliou a vigilância sobre Gaza, aumentando seu controle sobre as fronteiras e restringindo a circulação de produtos e pessoas en-tre os dois territórios. Desde então, houve uma série de confrontos abertos entre as

duas partes: o governo isra-elense e o Hamas. “Há uma dificuldade de Israel aceitar certos grupos palestinos, entre eles o Hamas. E o Hamas tem uma dificuldade muito grande de negociar e até reconhecer Israel. A partir de 2006, a situação se deteriorou muito na Faixa de Gaza”, destaca Valente.

Em geral, os confrontos envolvem o lançamento de foguetes pelo Hamas a ci-dades de Israel e ataques de Israel a Gaza, por meio de bombardeios e ofensivas terrestres (quando militares israelenses entram no terri-tório palestino).

Além dos confrontos aber-tos que resultaram em cen-tenas de mortes (na maioria, de palestinos), a relação entre israelenses e palestinos nas últimas décadas tem sido marcada por atentados, con-flitos entre militares israelen-ses e civis palestinos.

Foco dos problemas palestinos

ESPIRALA nova espiral de vio-lência foi desencadea-da após o sequestro e homicídio, em junho, de três jovens judeus na Cisjordânia (um ataque que Israel atribuiu ao Hamas, grupo islâmico que controla Gaza)

Na guerra entre Israel e o braço armado palestino Hamas, mais de 900 pessoas já morreram, sendo a maioria das baixas civis e crianças

Patrulhamento de Israel guarda a fronteira com a Faixa de Gaza

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 (92) 3090-1041

O difícil problema dos lixões

Dia a dia C4-C5

RICARDO OLIVEIRA/ARQUIVO EM TEMPO

Coração partido pela guerraPalestino que mora em Manaus tem 17 parentes mortos e 200 feridos na guerra entre Israel e o grupo Hamas. Empresário de sucesso, ele lamenta as atribulações que têm tomado conta do Oriente Médio com milhares de vítimas

Assim em Manaus como na Palestina há quem relate e se preocupe com o terror instalado

por consequência dos confl itos entre o exército de Israel e o braço armado palestino, Ha-mas, que já matou mais de 900 pessoas dos dois lados, sendo maioria muçulmana.

O empresário do ramo da moda e do setor imobiliário em Manaus, Mamoum Imwas, 47, já perdeu 17 parentes no confl ito e contabiliza outros 200 feridos desde o início das ofensivas de Israel contra os residentes da Faixa de Gaza (que separa os dois países). “É terrível ver um país entrar na sua casa e trans-formar nosso território como se fosse seu quintal”, desabafa o palestino de Heblon, que mora na capital amazonense há 27 anos. “Vim para cá para me afas-tar daquela situação crítica e aproveitei a oportunidade para me estabelecer no comércio da rua Marechal Deodoro, onde outros parentes e amigos já haviam se instalado”, relembra. Hoje, Mamoum é dono de uma rede de lojas espalhadas em bairros e shoppings da capi-tal, Manacapuru e, em breve, em Itacoatiara.

Mamoum critica a posição neutra que o governo brasileiro tem adotado com relação a uma tomada de decisão que ajude a intensifi car o fi m dos confl itos no Oriente Médio. Por

outro lado, o empresário se diz desapontado com a chan-celaria de Israel que chamou o Brasil de “anão diplomático” por considerar que o uso das forças de maneira despropor-cional do país judaico poderiam ser enquadradas como crimes de guerra. “Será que eles (is-raelenses) se esqueceram de que foi o voto de Minerva de um brasileiro (Osvaldo Aranha) que instituiu aquela porção de terra como Estado?”, questiona o palestino.

Outro dado que revolta ain-da mais Mamoum Imwas é a justifi cativa de Israel para “in-vadir” o território árabe. Para o empresário, os israelenses utilizam o emblema da “segu-rança” para suas incursões em terras palestinas e a tomada do que há séculos pertenceria a eles. “Incentivados pelos Es-tados Unidos e Inglaterra - seus mais poderosos aliados - os hebreus incutiram na mente de todo o mundo que o Hamas é um grupo terrorista e que pre-

cisa ser destruído. Mentira! Na verdade, eles fazem parte de um partido político, legitimamente eleito pelo povo (eles venceram as eleições com a maioria dos votos válidos) e que defende com unhas e dentes sua popu-lação”, detalha.

A maior prova, diz Mamoum, de que Israel quer, na verdade, extinguir a Palestina é o fato de que dos quase 900 mortos nesse atual confl ito, 90% das baixas são de civis, incluindo um número muito grande de crian-ças e adolescentes. “O mundo nos apoia, menos os Estados Unidos e a Inglaterra, pois não entendem que apenas quere-mos o desbloqueio das frontei-ras porque até para se comer é preciso da anuência israelense”, critica o empresário.

RetornoO empresário Mamoum lem-

bra com tristeza do pai e dos irmãos que ainda se encontram em território palestino em meio ao fogo-cruzado com Israel, mas afi rma que todos os anos visita a Faixa de Gaza e leva recursos para ajudar os familiares. “La-mentável ver meu país sitiado e sem a possibilidade de ter uma vida normal”, observa.

Já em terras amazonenses, o empresário e outros palestinos lutam e sonham por uma pátria livre. Aqui em Manaus ele se casou com uma amazonense de descendência árabe e tem dois fi lhos. “Não odeio os judeus e, sim, o governo de Israel e os povos que o apoiam”, fi naliza.

DRAMAOutro dado que revolta ainda mais Mamoum Imwas é a justifi cativa de Israel para “inva-dir” o território árabe, usando o emblema da “segurança” para suas incursões em terras palestinas

Idoso caminha entre ruínas de casa atingida em bombardeio de Israel na Faixa de Gaza: crime

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AMMamoum Imwas com fotos do confl ito: dor com a perda de parentes no Oriente Médio

NÁIS CAMPOSEquipe EM TEMPO

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C2 Dia a dia

Selfi es demais, autPopularização das redes sociais via smartphones criou um fenômeno ao mesmo tempo narcisista e destrutivo

A popularização de ce-lulares conectados à internet permite que qualquer pessoa pos-

sa estar ligada 24 horas nas redes sociais, o principal ponto de encontro dos internautas no ciberespaço. O imediatismo da comunicação pela internet interfere na vida cotidiana e nas relações interpessoais e o excesso do uso delas tendem a viciar: cada curtida, comentário e compartilhamento resulta no prazer da exposição na web. Os especialistas em compor-tamento humano afi rmam que a nova geração aprende a se comunicar on line desde cedo, e assim confi guram seu cotidiano e as relações humanas.

A psicóloga Zuleide Câmara adverte que os excessos de uso nas redes sociais podem in-fl uenciar o comportamento hu-mano e até as relações sociais. “Vários estudos sustentam que o excesso de uso nas redes pode causar um impacto negativo nas relações sociais, com perda de parte do círculo social, diminui-ção do tempo de comunicação familiar, perder o interesse nos estudos e trabalho, levando a ter um comportamento soli-tário, o défi cit de atenção e hiperatividade (TDAH), depres-

são, ansiedade social por uso de substâncias”.

A excessiva presença nas redes sociais se justifi ca pelo prazer descoberto ao receber uma curtida ou comentário dos amigos nas redes sociais. Os internautas pontecializaram a sua popularidade com o tipo de fotografi a de autorretrato - os selfi es -, tão frequentes nos perfi s. Com a câmera do celular erguida, o internauta registra uma foto sua ou sua com várias pessoas – os “selfi es de grupo”, com o fotógrafo em destaque e o grupos em segundo plano, po-dendo ser na frente do espelho ou não, com compartilhamento imediato on-line via Facebook, Instagram ou MySpace.

A psicóloga afi rma que esse hábito, do ponto de vista so-ciológico, pode indicar a baixa autoestima no indivíduo que se apóia nas curtidas para diminuir o complexo de inferioridade ou característica de personalidade com paixão por si mesmo. “Tirar e postar muitos selfi es nas redes sociais tem a ver com condi-ções mentais relacionadas ao narcisismo, ou pode indicar um indivíduo com autoestima mui-to baixa. O exagero pode ser o recurso de uma pessoa sem confi ança ou senso de si mes-mo, o que pode torná-la vítima de outros problemas, como a bipolaridade, depressão e fobia social”, alerta sobre a mania.

A psicóloga salienta que a adesão ao ciberespaço supre a necessidade que as pessoas têm de se expressar e se re-lacionar de uma forma rápida em meio ao ativismo, com uma maneira fácil de comunicar. “As redes favorecem o mais tímido para se soltar, até por causa do período de latência entre escre-ver e falar”, diz Zuleide.

DependênciaA dependência do celular

e de todos os equipamen-tos que permitem o acesso aos perfi s na rede tem sido crescente, e apesar de serem vícios socialmente aceitos, são igualmente nocivos, pois alteram o comportamento das pessoas.

“Alguns especialistas acre-ditam que o uso excessivo das chamadas novas tec-nologias tornam as pessoas mais impacientes, impulsi-vas e esquecidas. Realmente é indiscutível a polêmica que existe acerca dos problemas que resultam desse proces-so tecnológico. O vício da internet, especifi camente as redes sociais caracteriza-se por ser uma dependên-cia psicológica e se torna evidente quando o viciado experimenta sintomas de abstinência, tais como: a de-pressão, desejos, insônia e irritabilidade”, diz. Imagem retrata a forma como os selfi es se popularizaram cada vez mais nas redes sociais

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BRUNO GRAÇA E DENY CÂNCIOEspecial para o EM TEMPO

DANOSSegundo a psicóloga Zuleide Câmara, a fal-ta de limites nas redes sociais, potencializada pelo acesso em smar-tphones, leva o indiví-duo ao egocentrismo e a uma ansiedade ex-cessiva por exposição

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MAQUIPEL

Selfi es demais, aut

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A psicóloga Zuleide Câmara defi ne o perfi l de “viciado” pela sua permanência acima de 40 horas semanais e a inquietação por estar off -line. “Os indivíduos possuem pou-ca capacidade de controle dos impulsos e não conse-guem deixar de fi car online, pois o computador ou celular torna-se a relação primária na vida deles. Em geral, os dependentes de internet têm difi culdade para se relacionar intimamente”, indica.

FenômenoA expressão selfi e virou fenô-

meno mundial no ano passado e foi registrada até no Dicioná-rio Oxford, o mais extenso da língua inglesa. O desejo de se

expor é tão grande que milhões de pessoas fazem quase todo tipo de ‘‘malabarismo’’ com caras e bocas em busca de um autorretrato perfeito. É preocupante a falta de limites da “selfmania”, pois o costume acaba provocando situações desastrosas, indiscretas e até levando à morte dos adeptos a esta moda. No mês passado, a italiana Isabella Fracchiolla, de 16 anos, ao tentar registrar um selfi e, se desequilibrou de um penhasco numa altura de 20 metros, em Taranto, no sul da Itália. A jovem esta-va em uma excursão escolar, parou para fazer a foto e, em busca do melhor ângulo para sua foto, se desequilibrou e caiu no mar.

Em muitos casos - de famo-sos ou anônimos - há extre-mos, como compartilhamento de fotos íntimas em troca de curtidas, como a hashtag “af-terSex”. “Essa falta de limite nas redes sociais leva o indiví-duo ao egocentrismo e a uma ansiedade excessiva por expo-sição’”, critica a psicóloga.

Existe uma nova moda de postar fotos nas redes sociais, como o Instagram e o Face-book, em funerais e enterros. No centro desta polêmica, o caso da selfi e em clima des-contraído, o presidente dos

EUA, Barack Obama, juntou-se ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, e a premier dinamarquesa, Helle Thor-ning-Schmidt, em autorretrato durante o funeral de Nelson Mandela. Para a psicóloga isso contraria o sentimento de perda e nega gesto de solidariedade para com a dor de alguém. “Observa-se que a imagem sempre é acom-panhada de alguma frase contrária ao sentimento de pesar, contudo revela apenas a necessidade de a pessoa se mostrar para os seus amigos. Essa mania transforma a tris-teza do acontecimento com diversão eu falta de respeito para com os familiares”.

Com base em estudos sobre este comportamento, a ana-lista revela que a “selfmania” preocupa os psicólogos. “Esse vício pelo selfi e perfeito está le-vando muitos jovens ao Trans-torno Dismórfi co Corporal, um tipo de ansiedade excessiva, tornando-se assim uma das doenças mentais com alta taxa de suicídios”.

FacilidadesCom as facilidades de ad-

quirir um smartphone e planos acessíveis de internet ofereci-dos pelas operadoras, o núme-ro de horas em redes sociais

só tende a aumentar.O advogado Raineri Ra-

malho, 27, conta que acessa todos os dias o Facebook via smartphone e, de casa, via notebook. “A rede é um ótimo espaço para encontrar, com-partilhar e discutir informa-ções sobre temas políticos e entretenimento, especialmen-te sobre seriados”, afi rmou.

Raineri contou que a rede infl uenciou de forma positiva no seu circulo de amizade. “É um tipo diferente de comuni-cação. Você tem contato com inúmeras pessoas da qual não teria de outra forma e cria laços que podem durar até por anos”, afi rmou. “Além disso, é um ótimo jeito de conhecer melhor os seus amigos ‘re-ais’ e descobrir os interesses deles”, explicou.

Com o propósito de unir pes-soas, as redes sociais aproxi-mam pessoas conhecidas que geralmente estão ocupadas ou moram longe uma das outras. A designer Priscilla Bitten-court, 26, utiliza a rede para falar principalmente com a sua família. “Com a rede, tenho contato com pessoas da minha infância, com os meus pais (que não moro mais) e é mais fácil para marcar encontros com as pessoas da faculdade já que todos trabalham”, ressaltou.

Obsessões que beiram o perigo e o absurdo

Algumas pessoas relatam que tiveram a vida real pre-judicada por estarem dando uma “olhadinha” no celular em um momento indevido.

Uma dessas pessoas é o estudante universitário Ma-teus Nunes, 22. “Já aconte-ceu de eu perder o ônibus, atrasar para compromissos e até receber reclamações em sala de aula porque esta-va no Facebook”, relatou.

Outro que costuma pas-sar situações similares é o programador Felipe Carva-lho, 27. “Uma vez, eu perdi

a explicação do assunto pelo professor e não con-segui participar direito da discussão em grupo. Em outra situação, parado em um sinal, um marronzinho me chamou a atenção por usar o celular”, contou.

Apesar das situações, o programador comenta que as redes infl uenciaram de modo positivo nos relacio-namentos dele. “Conheci muita gente pelas redes so-ciais e converso com todos normalmente nesse mundo online”, frisou.

Um olhar no momento indevido

O selfi e de Obama no funeral de Nelson Mandela: absurdo

REPRODUÇÃO

REFÉM DOCELULAR

oestima de menos

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FAMETRO FAMETRO

Resíduos sólidos, o drama do EstadoHá quatro anos em vigor, a Política Nacional de Resíduos Sólidos enfrenta difi culdades para implantação na região metropolitana de Manaus. Apesar disso, segundo a SDS, Amazonas ainda tem vantagens em relação a outros Estados

Quase quatro anos após a promulga-ção da lei 12.305, que estabelece a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, as diretrizes do plano de acabar com os “lixões” nos municípios brasileiros en-frenta ainda problemas para implantação no Amazonas. A falta de apoio fi nanceiro é a principal causa.

No Estado, a situação dos “lixões” é tratada pela Se-cretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável (SDS), que atua junto aos municípios para divulgação e gestão da lei. “Apesar da lei, os municípios possuem outras necessida-des básicas como saúde e educação. Esses municípios trabalham com esses neces-sidades com uma falta de re-cursos muito grande”, revelou a secretária da SDS, Kamila Botelho do Amaral.

Segundo Kamila, a Polí-tica Nacional de Resíduos Sólidos prevê diversas me-tas, entre elas, uma maior educação ambiental para a população. “Com maior nível de informação, haveria uma

consciência de consumo so-bre a destinação correta dos

resíduos, entre reciclagem ou reuso”, contou.

O movimento dos catadores está diretamente envolvido com a reciclagem e o sucesso dessa lei, pois obrigatoria-mente será através deles que o processo será executado. “Isso é uma oportunidade de geração de emprego, renda e especialmente uma valoriza-ção de uma nova chance de emprego”, afi rmou.

Os materiais que não po-dem ser reciclados são com-pactados em blocos e enter-rados em aterros sanitários devidamente preparados. Nesses locais é possível se destinar o chorume (líqui-do tóxico que sai daquela

massa) e também o meta-no que pode ser reintrodu-zido no solo ou destinado à produção de energia.

O subsecretário da SDS, Luiz Andrade, informou que para executar os planos ela-borados em cada município, seriam necessários R$ 182 milhões para resolver o pro-blema. “Além dos problemas de acesso aos recursos fede-rais, alguns municípios têm o agravante da inadimplência”, contou. Os alagamentos no interior geraram difi culdades para a implantação da lei. “O município de Anamã, por exemplo, tem época que fi ca

seis meses alagado. Então não há segurança de que aquele lixo não vá contaminar solo e água”, disse.

“Vamos ter que encontrar soluções muito criativas para a destinação”, concluiu Kami-la Botelho.

Apesar das difi culdades, o Amazonas é referência no Brasil no tema, segundo a SDS. “Nosso Estado é o úni-co onde o governo colocou recursos para apoiar elabo-ração de gestão ambiental”, afi rmou a secretária. “Tem Estado que não possui nem material educativo sobre o assunto”, comentou.

Incêndio em lixão:

tratamento na região

metropolitana ainda enfren-ta problemas

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EMPO Novo Airão, na região me-

tropolitana de Manaus, a 115 quilômetros da capital, atu-almente busca parceria para contornar a falta de verbas, além de procurar recursos humanos. Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Francisco Oliveira, o princi-pal desafi o é manter o aterro que a lei pede, o que, de acordo com ele, é muito caro. “Está acima dos recursos de Novo Airão”, afi rmou. “Além

disso, não dá retorno e temos outras prioridades, como a saúde e a educação”, comen-tou. O secretário afi rmou ain-da que a lei não foi pensada nas localidades de pequeno porte. “Somos um município pequeno, de apenas 14 mil habitantes. Só para manter o aterro, teríamos que uti-lizar todos os recursos da cidade”, contou.

Apesar da política de ca-tadores, o secretário afi rma

que a mudança pode levar um certo tempo. “Nós nun-ca tivemos essa política no município, então levará entre cinco a dez anos para começar a dar certo e gerar empregos e lucros”, afi rmou.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Manaca-puru, Daniel Guedes, explicou que o município caminha em passos lentos para cumprir a lei. Atualmente, possui um plano gestor aprovado pela

associação do município para transformar o antigo lixão em um horto.

“Tentamos primeiramente, há cinco anos, transformar o local em um aterro controla-do, mas não deu certo. Agora vamos desativar e utilizar o es-paço como um horto fl orestal, para colocar mudas. Mas isso levará tempo, pois o terreno está bastante danifi cado, já que serviu por 30 anos como um lixão”, explicou.

Recursos são priorizados para outras áreas

A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina o fim dos lixões em todos os municípios brasileiros até este ano

Apesar de terem alugado um galpão para os cata-dores de Manacapuru, o secretário afi rmou que o espaço ainda não é ideal. “É necessário um galpão próprio para reciclagem, mas não é possível fazer tudo só com recursos mu-nicipais”, comenta. “É ne-cessário um apoio maior federal e do Estado. Temos trabalhado junto com o Ipa-am (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas)”, comentou.

De acordo com o secre-

tário municipal de Meio Ambiente de Presidente Figueiredo, Haroldo Mar-ques, o município busca cumprir os prazos estabele-cidos pelo governo, enquan-to depende dos recursos federais. “Atualmente, já defi nimos o local onde será instalado o aterro sanitário e estamos em processo de ter a posse do terreno”, explicou. “Dependemos de recursos federais, pois isso é um processo complexo, que custará cerca de R$ 7 milhões”, contou.

Difi culdades em Manacapuru

Lixão em Autazes: cena que se repete em várias cidades

De acordo com dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), alguns Estados resolveram o pro-blema do “lixão”, mas com determinação dos prefei-tos e com pressão de di-versos órgãos.

O Rio de Janeiro conse-guiu, com apoio financeiro do Estado, que 98% dos municípios dispusessem

os resíduos em aterro li-cenciado e em muitos ater-ros privados.

No Rio Grande do Sul, restam somente três mu-nicípios que ainda mantém lixão - 494 resolveram o problema. Aterros priva-dos licenciados recebem o resíduo da maioria dos municípios.

No Espírito Santo, a

maioria dos 78 municí-pios destina para aterro privado licenciado.

Os lixões trazem conse-quências ambientais ne-gativas como mau cheiro, contaminação do solo e da água, proliferação de ani-mais peçonhentos e aves que podem inclusive afetar aeroportos próximos, com risco de acidentes aéreos.

Estados conseguem atingir meta

Atualmente, não existe tratamento adequado ao lixo doméstico urbano nos municípios

BRUNO GRAÇAEspecial para o EM TEMPO

QUESTÃOSegundo o subsecretá-rio da SDS, Luiz Andra-de, para executar os planos elaborados em cada município, seriam necessários recursos da ordem de R$ 182 milhões para resolver o problema dos lixões

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Resíduos sólidos, o drama do EstadoHá quatro anos em vigor, a Política Nacional de Resíduos Sólidos enfrenta difi culdades para implantação na região metropolitana de Manaus. Apesar disso, segundo a SDS, Amazonas ainda tem vantagens em relação a outros Estados

Quase quatro anos após a promulga-ção da lei 12.305, que estabelece a

Política Nacional de Resíduos Sólidos, as diretrizes do plano de acabar com os “lixões” nos municípios brasileiros en-frenta ainda problemas para implantação no Amazonas. A falta de apoio fi nanceiro é a principal causa.

No Estado, a situação dos “lixões” é tratada pela Se-cretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável (SDS), que atua junto aos municípios para divulgação e gestão da lei. “Apesar da lei, os municípios possuem outras necessida-des básicas como saúde e educação. Esses municípios trabalham com esses neces-sidades com uma falta de re-cursos muito grande”, revelou a secretária da SDS, Kamila Botelho do Amaral.

Segundo Kamila, a Polí-tica Nacional de Resíduos Sólidos prevê diversas me-tas, entre elas, uma maior educação ambiental para a população. “Com maior nível de informação, haveria uma

consciência de consumo so-bre a destinação correta dos

resíduos, entre reciclagem ou reuso”, contou.

O movimento dos catadores está diretamente envolvido com a reciclagem e o sucesso dessa lei, pois obrigatoria-mente será através deles que o processo será executado. “Isso é uma oportunidade de geração de emprego, renda e especialmente uma valoriza-ção de uma nova chance de emprego”, afi rmou.

Os materiais que não po-dem ser reciclados são com-pactados em blocos e enter-rados em aterros sanitários devidamente preparados. Nesses locais é possível se destinar o chorume (líqui-do tóxico que sai daquela

massa) e também o meta-no que pode ser reintrodu-zido no solo ou destinado à produção de energia.

O subsecretário da SDS, Luiz Andrade, informou que para executar os planos ela-borados em cada município, seriam necessários R$ 182 milhões para resolver o pro-blema. “Além dos problemas de acesso aos recursos fede-rais, alguns municípios têm o agravante da inadimplência”, contou. Os alagamentos no interior geraram difi culdades para a implantação da lei. “O município de Anamã, por exemplo, tem época que fi ca

seis meses alagado. Então não há segurança de que aquele lixo não vá contaminar solo e água”, disse.

“Vamos ter que encontrar soluções muito criativas para a destinação”, concluiu Kami-la Botelho.

Apesar das difi culdades, o Amazonas é referência no Brasil no tema, segundo a SDS. “Nosso Estado é o úni-co onde o governo colocou recursos para apoiar elabo-ração de gestão ambiental”, afi rmou a secretária. “Tem Estado que não possui nem material educativo sobre o assunto”, comentou.

Incêndio em lixão:

tratamento na região

metropolitana ainda enfren-ta problemas

de recursos HU

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EMPO Novo Airão, na região me-

tropolitana de Manaus, a 115 quilômetros da capital, atu-almente busca parceria para contornar a falta de verbas, além de procurar recursos humanos. Para o secretário municipal de Meio Ambiente, Francisco Oliveira, o princi-pal desafi o é manter o aterro que a lei pede, o que, de acordo com ele, é muito caro. “Está acima dos recursos de Novo Airão”, afi rmou. “Além

disso, não dá retorno e temos outras prioridades, como a saúde e a educação”, comen-tou. O secretário afi rmou ain-da que a lei não foi pensada nas localidades de pequeno porte. “Somos um município pequeno, de apenas 14 mil habitantes. Só para manter o aterro, teríamos que uti-lizar todos os recursos da cidade”, contou.

Apesar da política de ca-tadores, o secretário afi rma

que a mudança pode levar um certo tempo. “Nós nun-ca tivemos essa política no município, então levará entre cinco a dez anos para começar a dar certo e gerar empregos e lucros”, afi rmou.

O secretário municipal de Meio Ambiente de Manaca-puru, Daniel Guedes, explicou que o município caminha em passos lentos para cumprir a lei. Atualmente, possui um plano gestor aprovado pela

associação do município para transformar o antigo lixão em um horto.

“Tentamos primeiramente, há cinco anos, transformar o local em um aterro controla-do, mas não deu certo. Agora vamos desativar e utilizar o es-paço como um horto fl orestal, para colocar mudas. Mas isso levará tempo, pois o terreno está bastante danifi cado, já que serviu por 30 anos como um lixão”, explicou.

Recursos são priorizados para outras áreas

A Política Nacional de Resíduos Sólidos determina o fim dos lixões em todos os municípios brasileiros até este ano

Apesar de terem alugado um galpão para os cata-dores de Manacapuru, o secretário afi rmou que o espaço ainda não é ideal. “É necessário um galpão próprio para reciclagem, mas não é possível fazer tudo só com recursos mu-nicipais”, comenta. “É ne-cessário um apoio maior federal e do Estado. Temos trabalhado junto com o Ipa-am (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas)”, comentou.

De acordo com o secre-

tário municipal de Meio Ambiente de Presidente Figueiredo, Haroldo Mar-ques, o município busca cumprir os prazos estabele-cidos pelo governo, enquan-to depende dos recursos federais. “Atualmente, já defi nimos o local onde será instalado o aterro sanitário e estamos em processo de ter a posse do terreno”, explicou. “Dependemos de recursos federais, pois isso é um processo complexo, que custará cerca de R$ 7 milhões”, contou.

Difi culdades em Manacapuru

Lixão em Autazes: cena que se repete em várias cidades

De acordo com dados da Confederação Nacional de Municípios (CNM), alguns Estados resolveram o pro-blema do “lixão”, mas com determinação dos prefei-tos e com pressão de di-versos órgãos.

O Rio de Janeiro conse-guiu, com apoio financeiro do Estado, que 98% dos municípios dispusessem

os resíduos em aterro li-cenciado e em muitos ater-ros privados.

No Rio Grande do Sul, restam somente três mu-nicípios que ainda mantém lixão - 494 resolveram o problema. Aterros priva-dos licenciados recebem o resíduo da maioria dos municípios.

No Espírito Santo, a

maioria dos 78 municí-pios destina para aterro privado licenciado.

Os lixões trazem conse-quências ambientais ne-gativas como mau cheiro, contaminação do solo e da água, proliferação de ani-mais peçonhentos e aves que podem inclusive afetar aeroportos próximos, com risco de acidentes aéreos.

Estados conseguem atingir meta

Atualmente, não existe tratamento adequado ao lixo doméstico urbano nos municípios

BRUNO GRAÇAEspecial para o EM TEMPO

QUESTÃOSegundo o subsecretá-rio da SDS, Luiz Andra-de, para executar os planos elaborados em cada município, seriam necessários recursos da ordem de R$ 182 milhões para resolver o problema dos lixões

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C6 Dia a dia

Contra a dor da absTratamento contra a dependência química busca na religiosidade uma arma para a reabilitação dos internos

A força que vem da fé tem sido a principal saída para a grande maioria dos internos

do Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz. A fé que “move montanhas” ajuda a resga-tar a cidadania daqueles que a perderam para o mundo das drogas. Cultos, missas e reuniões religiosas têm sido cada vez mais frequentes dentro da unidade que fi ca localizada no quilômetro 53, na rodovia AM-010 (Ma-naus-Itacoatiara), em Rio Preto da Eva.

É por meio da crença reli-giosa que os internos buscam força para continuar o trata-mento no centro de reabilita-ção, pois, segundo eles, é ár-duo por conta da abstinência da droga, principalmente no início do programa terapêu-tico. Muitos afi rmam que se não fosse a fé em Deus, já teriam desistido de se tratar e retornariam para o mundo das drogas.

Para reforçar o ânimo, no período de internação, os residentes optaram por conciliar a religião com o tratamento médico. Desde a inauguração do centro de re-abilitação, há quatro meses, eles se reúnem em grupos para fortalecer a fé divina. O resultado tem mostrado bons

frutos. “Antes eu questionava a Deus e também, as Escri-turas Sagradas. Perguntava por que sofria tanto e nunca era ajudado por Ele. Hoje mudei meu conceito, ganhei uma nova vida e oportunida-de graças aos ensinamentos deixados por Ele”, conta o re-sidente Adriano Costa, 26.

Na busca incessante pelo

fortalecimento da fé como al-ternativa de tratamento, eles passaram a estudar as Es-crituras Sagradas, de forma individual. No entanto, logo perceberam a necessidade de contar com a orientação de pessoas especializadas no assunto bíblico para o forta-lecimento espiritual.

Um pastor de igreja evan-gélica e um padre têm auxi-liado, voluntariamente, os re-sidentes no esclarecimento deixado nas escrituras e dado

o suporte necessário para eles continuarem o tratamen-to espiritual. Os exemplos ensinados na Bíblia ajudam os residentes a manter bons modos além da mostrar o res-peito e amor ao próximo.

Os líderes religiosos dispo-nibilizam de seu tempo para reunir com os residentes no centro de reabilitação pelo menos uma vez por semana. “Colaboramos voluntaria-mente para que os residen-tes tenham a oportunidade e uma chance de conhecer profundamente a palavra de Deus. Sabendo associar o tratamento clínico com o espiritual, eles conseguirão se livrar das drogas”, afi rma o pastor da Igreja Pentecos-tal do Brasil – Shamhah, do município de Rio Preto da Eva, Rivaldo Bezerra.

Mesmo com a divisão de religião, ambos os líderes re-ligiosos, são bem recebidos e respeitados pelos residentes. “Não importa a religião, o Deus é o mesmo, a doutrina é a mesma, o livro da sabe-doria é o mesmo. Por isso unimos força para entender a palavra divina como suporte na mudança de nossas vi-das”, ressaltou Márcio Gibson Campos, residente que foi liberado a fazer a primeira visita domiciliar neste fi m de semana.

Internos do Centro de Reabilitação Ismael Abdel Aziz encontram na religião uma forma de apoio para a libertação da de-pendência química, buscando na palavra de Deus o apoio necessário à luta

CRENÇASCultos, missas e reuni-ões religiosas têm sido cada vez mais frequen-tes dentro do Centro de Reabilitação em Dependência Quími-ca Ismael Abdel Aziz, localizado no km 53 da rodovia AM-010

tinência, muita fé

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Contra a dor da abs

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Seguindo os passos de Adriano Costa, o residente Leandro (nome fi ctício), se une a outros internos que aproveitam a madruga-da para fazerem preces e orações. Todos os dias eles acordam às 5h para jejuar. “Temos um compromisso com Deus. Esse sacrifício vale a pena por mostrar que nos curvamos diante dEle”, fi nalizou Márcio Gibson.

A unidade de tratamento não tem fi nalidade religiosa e deixa os residentes livres para seguir sua própria re-ligião. Muitos afi rmam não se importar qual doutrina seguir, mas sim em saber que a fé em Deus serve de premissa para se adotar qualquer ensinamento reli-gioso. “Temos como princípio a imparcialidade na tomada de decisão por seguir uma religião, por isso deixamos que os residentes escolham o que é melhor para eles. Damos os suportes necessá-

rios para que eles superem a dependência química e se a religião contribui para isso, damos total apoio”, informa a diretora do Centro de Rea-bilitação, Anna Lopes.

Na unidade de tratamento, todos os fi ns de semana, os religiosos revezam entre a realização de cultos e mis-sas. Assim todos os residen-tes são contemplados com os ensinamentos bíblicos. “É com imenso prazer que celebramos as missas com os residentes do centro de reabilitação. Nós organiza-mos para trazer uma pala-vra amiga, para fortalecer seu corpo e o espírito, pois sabemos que é disso que eles necessitam”, afi rma o padre Robert.

CélulasPelo menos quatro vezes

por semana, os residentes se reúnem em células de 12 pes-soas, onde debatem sobre as escrituras sagradas. Estu-

dam os versículos e capítulos da Bíblia e buscam aprender para que possam aplicar em suas próprias vidas.

O pedagogo e cuidador dos residentes, Aldenir de Alcântara Lima Júnior, mem-bro da Igreja Assembleia de Deus Família de Honra, dá apoio aos residentes que se dedicam a seguir as doutri-nas religiosas. Ele ressalta que o importante é a fé em Deus para conseguir tudo que se deseja.

O sistema de células ado-tado pelos residentes é igual ao de Jesus com seus 12 apóstolos. Alguns residentes já pensam em montar suas próprias células quando re-ceberem alta médica. Outros querem estudar teologia e seguir a carreira de pastor. “Se Deus me permitir o dom de ser um pastor e ajudar a resgatar vidas para ele, aceitarei com muita honra”, disse o residente Márcio Gi-bson Campos, 41.

Livres para seguir sua religião

Um padre e um pastor dividem espaço do CR e dedicam seu tempo para auxiliar os internos

Após o preparo teológi-co ministrado pelo pastor, cada residente da “célula de 12”, montará sua própria célula com novos internos do centro de reabilitação, e assim dar continuidade a divulgação dos ensinamen-tos deixados por Jesus no período que esteve na terra. “Somos apóstolos de Deus. Procuramos fazer o que nos é ensinado. O maior ensina-mento é o amor ao próximo e isso fazemos diariamente com nossos colegas”, ressal-ta o residente Leandro.

Para que os residentes continuem praticando a palavra divina, o pastor distribuiu gratuitamente 20 Bíblias para quem pos-suía a escritura sagrada, como é conhecido o livro,

pelos residentes.

HistóriaPercebendo que as drogas

são problemas de saúde e de segurança pública, o gover-no do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde, construiu e mantém o Centro de Reabilitação em Dependência Química Isma-el Abdel Aziz. O centro, que é gerenciado pelo Grupo Gös – organização social tem ca-pacidade para internar 120 pacientes, sendo homens, mulheres e adolescentes com idade superior a 14 anos, por um período de 90 dias, que pode se estender pelo mesmo período, caso haja necessidade.

Durante este tempo, os pacientes recebem acom-

panhamento médico e todo o suporte terapêutico para auxiliar na recuperação de seu quadro de saúde. Entre as atividades terapêuticas desenvolvidas estão ofi ci-nas de artesanato, música, informática, corte e costu-ra, panifi cação, piscicultura, jardinagem e horticultura. Também participam de ati-vidades de esporte e lazer.

Os pacientes tratados no centro são encaminhados pela rede de saúde mental, formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e Policlínicas. Vale ressal-tar que nem todo depen-dente químico necessita de internação e somente um profi ssional da área pode avaliar e encaminhar o paciente a internação.

Apoio pelas escrituras sagradas

Grupos de internos se reúnem para ler e conversar sobre os ensinamentos bíblicos

tinência, muita fé

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Fauna e flora amazônicas retratadas em gravurasExposição retrata espécies de animais e plantas da região - e do mundo - que são exóticas, extintas ou em risco de extinção

Entrou em cartaz na úl-tima sexta-feira (25) a exposição “Ilustrações da Flora e da Fauna” do

artista plástico Haroldo Ayres, 62, que reúne gravuras utili-zando a pirogravura e o lápis de cor, técnicas praticamen-te esquecidas pelas gerações atuais. As gravuras retratam espécies da fauna e da flora da Amazônia e do mundo que são exóticas, extintas e em risco de extinção.

O público pode conferir a mostra do artista até o dia 29 de agosto, no Paiol da Cultura do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/ MCTI), com entrada pelo Bosque da Ciência, localizado na rua Otávio Cabral, s/n, bairro Petrópolis.

Resultado de 5 anos de tra-balho, Ayres traz ao público cerca de 200 pranchas feitas de papelão reutilizado com gra-vuras de borboletas, anfíbios, aves, primatas e répteis. Este ano Ayres completa 40 anos de Artes Plásticas.

Fonte de informação para a produção científica, antes da descoberta da fotografia, por exemplo, era comum os artistas acompanharem as expedições científicas com o propósito de retratar a fauna, a flora, paisa-gens entre outros aspectos da

biodiversidade de determinada região, inclusive da Amazônia.

“A ilustração científica é um apoio à produção científica, sendo utilizada mais especifi-camente para retratar caracte-rísticas e destaques da espécie. Isso, muitas vezes, a fotografia não consegue alcançar porque há outros fatores que influen-ciam como luz e tempo”, conta

Ayres, que foi ilustrador cientí-fico do Inpa entre 1974-1984 e há 16 anos faz exposição no instituto, além de ter partici-pação no projeto Circuito da Ciência ensinando as crianças a fazerem papel reciclado.

A mostra de Ayres faz uma homenagem a três cientistas: o naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), o natu-ralista, geógrafo e antropó-

logo britânico Alfred Wallace (1823-1913) e o engenheiro, naturalista e botânico bra-sileiro João Barbosa Rodri-gues (1842-1909), que foram homens que deram grandes contribuições à ciência e uti-lizavam para registrar a des-cobertas de novas espécies as técnicas que apresentadas atualmente por Ayres.

João Barbosa Rodrigues é considerado o pai da ilustração científica no Brasil. Um dos tra-balhos mais conhecidos dele que data do século 19 é sobre as orquídeas do Brasil. Ele veio ao Amazonas em 1871, onde passou 3 anos, período no qual descobriu e descreveu 72 espé-cies de palmeiras. O resultado do trabalho pode ser encontra-do na publicação Enunmeratio Palmarum Novarum.

O espaço funciona de ter-ça-feira a sexta-feira das 9h às 12h e das 14h às 16h30 (entrada). Sábados, domin-gos e feriados das 9h às 16h. Na segunda-feira o bosque é fechado para manutenção. A entrada custa R$ 5. Crianças até 10 anos, idosos a partir de 60 anos e grupos religio-sos, comunidades carentes agendados previamente não pagam. A solicitação pode ser feita via ofício.

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Exposição de gravuras no Bosque da Ciência ficará aberta ao público até dia 29 de agosto

HISTÓRIAO trabalho de Haroldo Ayres levou 5 anos, resultando em cerca de 200 pranchas fei-tas de papelão reuti-lizado com gravuras de borboletas, anfí-bios, aves, primatas e répteis

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MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

1 A Arte de ZoarE outras 11 indicações para a festa literária. Pág. 2

2 Quem me dera agoraEdu Lobo por Eric Nepomuceno. Pág. 3

4 Wagão já montou a tenda novaDiário de Paraty. Pág. 6

5 Do arquivo de Ivan FernandesRio de Janeiro, 1972. Pág. 7

3 Oba, oba, oba, CharlesAs Artimanhas de um marginal em Paraty. Págs. 4 e 5

Capa‘O Retiro dos Escritores’ (2014), ilustração deGrant Snider

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O MELHOR DA CULTURA EM 12 INDICAÇÕES

BRASILEIRO

Ilustríssima Semana

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Ilustração de Millôr para arevista “O Cruzeiro” (1958)

DEBATE | DIREITO AUTORALTrês agentes literárias discute-

ma importância do seu ofício para o mercado editorial. Refl etindo sobre o assunto, estarão Nicole Witt, responsável por emplacar brasileiros na Alemanha, Lúcia Riff , principal agente literária do país, e Mariana Teixeira Soares, que garimpa novos talentos.

Casa da Cultura de Paraty | tel. (24) 3371-2325 | sex. (1º), às 16h | R$ 12

FILMES | NOITES DE CINEMAA mostra exibe na quinta ‘Jards’,

de Eryk Rocha, sobre o músico Jar-ds Macalé; na sexta, ‘Mr. Sganzerla - Os Signos da Luz’, de Joel Pizzini, sobre o cineasta Rogério Sganzer-la (1946-2004); e, no sábado, a série de TV ‘CrônicasNÃODitas’, de Tatiana Lohmann, que tematiza a ditadura. As sessões acontecem sempre às 22h.

Casa da Cultura de Paraty | tel. (24) 3371-2325 | qui. a sáb., às 22h | grátis

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LIVRO | MARCELO GLEISEREm ‘A Ilha do Conhecimento’, o físico e colunista da Folha

traça a história da investigação humana sobre o universo nas perspectivas científi cas e fi losófi cas, sem desconsiderar o papel da religião. ‘Será que existem limites fundamentais para o que a ciência pode explicar?’ é uma das perguntas que motivam o autor.

Record | R$ 52 | 364 págs.

Juntar os desenhos bem-humorados às frases lapidares do homenageado desta Flip é a ideia do volume ‘Millôr 100 + 100: Desenhos e Frases’. O jornalista Sérgio Augusto extraiu o melhor do pensamento do carioca (1923-2012), enquanto o ilustrador Cássio Loredano selecionou as imagens. Uma mostra no espaço do Instituto Moreira Salles em Paraty traz os desenhos reunidos na publicação.

IMS | R$ 50 | 264 págs. | Casa do IMS na Flip | r. do Comércio, 13, Paraty | de qui. a sáb., das 10h às 22h; dom., das 10h às 16h. | grátis | até dia 3/8

LIVRO E EXPOSIÇÃO | MILLÔR

LIVROS | MILLÔR 2O inédito ‘Guia Millôr da História do Brasil: de Cabral a Lula’

reúne suas charges, textos e frases sobre o país publicados em jornais e revistas ao longo da vida. A editora também relança os infantis ‘ABC do Millôr’ e ‘Poesia Matemática’.

Nova Fronteira | ‘Guia’ - R$ 49,90 | 176 págs. | ‘ABC’ - R$ 34,90 | 64 págs. | ‘Poesia’ - R$ 34,90 | 32 págs.

LIVRO | REINALDO‘A Arte de Zoar’ compila os melhores cartuns do humorista feitos para publicações como

a revista ‘piauí’ e o jornal ‘O Globo’. Divididos por temas, os desenhos tratam de extra-terrestres, de crises trazidas pela tecnologia, de cirurgia plástica e outros assuntos.

Objetiva | R$ 49,90 | 144 págs.

TEATRO | EU, MALVOLIOPara comemorar os 450 anos de nascimento de Shakespeare, o ator britânico Tim

Crouch recria ‘Noite de Reis’. O personagem que ganha destaque é o servente Malvólio, que revisita sua vida cheia de assédio moral e enganos. Encenada em inglês, a monta-gem terá legendas.

Casa da Cultura Paraty | tel. (24) 3371-2325 sáb., às 20h | R$ 12 | inteira

REVISTA | SERROTEO número 17 da publicação quadrimestral reúne ensaios como os de Rubén Gallo, sobre

a recepção de Freud no México, e do também mexicano Juan Villoro, convidado desta Flip, sobre o exotismo na América Latina. Entre as imagens que ilustram o volume estão obras de Francis Als, Rodrigo Andrade e Frank Stella.

IMS | R$ 42,50 | 240 págs.

‘A Arte de Zoar’ compila os melhores cartuns do humorista feitos para publicações como a revista ‘piauí’ e o jornal ‘O Globo’. Divididos por temas, os desenhos tratam de extraterrestres, de crises trazidas pela tecnologia, de cirurgia plástica e outros assuntos.

Objetiva | R$ 49,90 | 144 págs.

LIVRO | VLADÍMIR SORÓKINEm ‘Dostoiévski-Trip’, enquanto esperam um vendedor misterioso, cinco homens e duas

mulheres que não se conhecem têm discussões sobre autores da literatura, como Kafka, Céline e o russo que dá nome ao texto. É uma peça em um ato que pode ser lida como romance daquele que é considerado um dos grandes nomes da nova geração de escritores da Rússia.

trad. Arlete Cavaliere | Ed. 34 | R$ 32 | 104 págs.

LIVRO | MATHIEU LINDONPublicado na França em 2011 e vencedor do Prêmio Médicis, ‘O que Amar Quer Dizer’

traz o relato autobiográfi co da amizade do autor com o fi lósofo Michel Foucault. Além disso, Lindon busca compreender sua relação com o pai, Jerôme, editor da Éditions de Minuit.

Cosac Naify | R$ 39 | 288 págs.

LIVRO | MOHSIN HAMID‘Como Ficar Podre de Rico na Ásia Emergente’ transcorre num país fi ctício que remete

ao Paquistão do autor. O protagonista do romance, espécie de antimanual de autoajuda empresarial, busca o topo da cadeia social ao estilo ‘self-made man’.

trad. Sonia Moreira | Companhia das Letras | R$ 37 | 176 págs. | R$ 26 (e-book)

Cartum de Reinaldo de ‘A Arte de Zoar’

Ilustração de Millôr para a revista ‘O Cruzeiro’ (1958)

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G3MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Música 2O grande circo místico

Na geração de Edu Lobo, to-dos eram, em maior ou menor medida, jovens de classe média, universitários formados no contato permanente com livros. Todos ou quase todos, além da sensibilidade natural para a palavra cantada, tinham o hábito da leitura, o que foi decisivo para que a produção musical dessa geração tivesse alto nível de qualidade e também de exigência no que se referia às letras de canções.

No caso de Edu, foram rarís-simos os casos em que compôs uma música a partir de letras ou poemas. Mesmo assim, pelo me-nos uma dessas raras exceções resultou numa canção especial-mente bem realizada, “O Tempo e o Rio”, um poema de Capinam musicado por ele. A verdade é que Edu sempre preferiu trabalhar em parceria, ou seja, escrever a música, pedir a letra ao parceiro, e depois pouco a pouco irem ajustando re-sultado até chegar à forma fi na, dada em conjunto.

Edu também nunca teve o me-nor acanhamento de pedir a um parceiro que fi zesse mudanças na letra. Nos seus tempos de juven-tude, e com a ousadia típica da idade, chegou a pedir a Vinicius que refi zesse partes de uma letra.

ERIC NEPOMUCENO

Edu Lobo e sua trupe de parceiros musicais

RESUMOAos 70 anos, o com-positor Edu Lobo tem sua trajetória narrada em “Edu Lobo: São Bonitas as Canções - Uma Biografi a Musi-cal” (Edições de Janei-ro), e é um dos con-vidados da Flip, onde debate nesta sexta (1º) com Cacá Diegues. O trecho aqui destaca-do traz histórias das suas parcerias, com destaque para a com Chico Buarque.

O argumento era direto: “Vinicius, não dá para cantar essa letra! Você faria outra?”. Ele acabou fazendo, e reconheceu publicamente que, quando um garoto vinha e dizia que a letra não estava pronta, sentia-se renovado. Quis dizer, com essa afi rmação, que achava normal que Edu, o garoto em questão, pedisse a ele para refazer trechos de determinadas letras (quais, nem um nem outro jamais contou). Mas Edu se lembra de uma cena de Vinicius, dias depois dessa primeira vez em que pediu mudanças em uma letra. Era uma encontro des-contraído, em que o poeta deixou o uísque descansando no copo, olhou Edu nos olhos e disse: “Não entendi aquilo que você fez comigo. Se fosse o Tom, não aconteceria jamais. Enfi m, tudo bem, não se preocupe: você ainda é um garoto”. Edu recorda cada detalhe daquela conversa, mas insiste: “Eu devolvi a letra para ele porque não podia, não posso cantar uma coisa de que não gosto, não importa quem tenha escrito”.

Essa liberdade, Edu teve tam-bém com outros parceiros. Todos eles, letristas de primeira linha. Alguns, como Capinam e Cacaso, vinham diretamente da poesia es-crita. Outros, como Gianfrancesco Guarnieri e Ruy Guerra, de outras áreas, como a dramaturgia, no caso de Guarnieri, e o cinema, origem de Ruy Guerra.

EscolhasA afi nidade com cada um dos

seus parceiros sempre fez com que Edu soubesse exatamente quem chamar para escrever as letras das músicas que acabava de fazer. Foi o que aconteceu com Capinam em “Ponteio”, por exemplo, ou com Paulo Cesar Pinheiro em “Vento Bravo”, e com Aldir Blanc em “Ave Rara”. O trabalho de Edu para projetos de teatro ou de musicais fez com que se aproximasse de diversos parceiros, nomes como Gianfrancesco Guarnieri, Vianinha e o próprio Vinicius de Moraes, em trilhas para fi lmes e também em peças de teatro.

Das canções escritas especial-mente para o cinema, o teatro e a televisão, nem todas tiveram vida própria, sobrevivendo ao pró-prio tempo de cada uma dessas realizações. Outras, ao contrário, ganharam longas sobrevidas. “Upa, Neguinho” é um exemplo redondo. Ou “Beatriz” e “Valsa Brasileira”,

dizendo isso a ele, e perguntou se não topava escrever. Chico dis-se que sim, e pediu para ouvir a música. Edu mandou uma fi ta com a melodia, e assim nasceu “Moto Contínuo”. Foi a primeira aproximação autoral, e uma das poucas músicas que fi zeram sem estar ligada a algum projeto de peça, balé ou fi lme. Mas é de sua parceria com Chico Buarque em projetos que surgiu o maior número de canções “clássicas” da dupla. E essa parceria, especialmente pro-dutiva, levou um bom tempo para surgir. Quando aconteceu, ali, em 1980, parecia já consolidada.

Nesse mesmo ano, Edu escre-veu a trilha instrumental para um espetáculo do Balé Teatro Guaíra, de Curitiba, “Jogos de Dança”. Eram seis temas criados com a ideia de serem dançados.

Edu escreveu tudo, as músicas e os arranjos, e o espetáculo foi muito bem-sucedido. Tanto que, dois anos depois, veio um novo convite, do mesmo grupo, para que ele criasse outro espetáculo.

Edu sugeriu que essa nova em-preitada tivesse também canções, e não apenas música instrumental. Queria voltar a trabalhar num tipo de composição que sempre exerceu uma atração especial sobre ele: um espetáculo musical. Começava a nascer “O Grande Circo Místico”.

“Quando chegamos à conclusão de que seria um musical baseado no poema de Jorge de Lima, por ideia de Naum [Alves de Sou-za], eu imediatamente pensei no Chico para fazer as letras. Não havia possibilidade de ser outro: tinha de ser ele, que aceitou na mesma hora. Foi nosso primeiro trabalho de fôlego, no total fi ze-mos onze canções. Trabalhamos tão bem, que poderiam ter sido mais”, detalhou Edu.

DinastiaJá naquele primeiro projeto, o

processo de criação foi rigoroso. O diretor Naum Alves de Souza fez

Um trecho da canção dizia: “Pro-curando bem/ Todo mundo tem pereba/ Marca de bexiga ou vacina/ E tem piriri, tem lombriga, tem ameba/ Só a bailarina que não tem”. “Parece uma caixinha de música, uma cirandinha, e o interessante é que no espetáculo – e no disco – ela cria um contraste. Você tem aquela orquestra imensa, aque-la orquestração brilhante, aquela massa sonora, com muitas músicas tristes, muitas letras que refl etem situações dramáticas, e de repente vem a caixinha de música... uma coisa mais leve”.

Enquanto compunham as can-ções do balé, os dois imaginavam a voz que seria convocada para can-tar os personagens. “Lily Braun”, por exemplo, foi feita com os autores já pensando em Gal Costa. Milton Nascimento foi outro escolhido sem vacilar: assim que “Beatriz” fi cou pronta, os dois concluíram: “O Milton. Tem de ser o Milton”.

Da mesma forma que a perso-nagem Lily Braun foi construída basicamente por Chico, Beatriz tampouco aparece na obra de Jorge de Lima. No poema, o nome do personagem é outro: Agnes. “E aí, pensamos: o que rima com ‘Agnes’? Era impossível”. Chico mudou o nome para Beatriz, estendeu e completou a personagem criada pelo poeta, e a canção tornou-se clássica já ao nascer.

Se em “O Grande Circo Místico” a canção “Beatriz” tinha na voz de Milton Nascimento o destino deter-minado, e se “Lily Braun” nasceu endereçada a Gal Costa, “A Bela e a Fera” foi dirigida a Tim Maia. “O personagem era mesmo uma fera”, comenta Edu, “o halterofi lista que dava nó em paralela, almoçava rolimã, o homem mais forte do planeta, tórax de Superman e co-ração de poeta. Ora, se não fosse o Tim, quem seria?”

Edu mal o conhecia. Tinham se encontrado umas poucas vezes em corredores de gravadoras ou de emissoras de televisão.

RAFAEL CAMPOS ROCHA | Deus, essa gostosa

ambas feitas com Chico Buarque, seu parceiro mais constante, com quem compôs 42 canções.

Nos tempos de início de carreira dos dois, o contato entre Edu e Chi-co era restrito a breves encontros em São Paulo.

Ambos eram contratados da TV Record, muito poderosa na época, sobretudo em razão dos festivais de música popular. Assim, encon-travam-se eventualmente nos estúdios da emissora, na rua da Consolação. Mas a relação se limi-tava a isso. “Não tínhamos grande proximidade”, conta Edu. “No es-quema da televisão daquele tempo, éramos postos para competir. Eu ganhava um festival, ele ganhava outro. Mas é claro que entre nós não havia nenhuma animosidade, um não tinha nada contra o outro. Só não éramos próximos, não éra-mos amigos como fi camos tempos depois e continuamos até hoje”.

Era como pertencer a grupos diferentes. Edu vinha das reuniões promovidas ao redor de Vinicius nos apartamentos da zona sul do Rio. Assim como os também jovens Dori Caymmi, Marcos Valle, Francis Hime. Chico morava em São Paulo e tinha outras amizades e rela-ções. Havia os amigos de colégio e os da faculdade de arquitetura, com quem mantinha mais contato. Quando começou a se apresentar em programas de televisão, suas companhias mais constantes eram os integrantes do MPB-4, Miltinho, Magro, Aquiles e Ruy Faria.

Gostava de estar com composi-tores da velha guarda, como Nelson Cavaquinho, por quem tinha ad-miração ilimitada. Edu e a turma do Rio eram mais de reuniões fechadas; Chico e a turma de São Paulo eram mais de serestas e noites varadas em bares.

A primeira aproximação profi s-sional dos dois aconteceu por inter-médio de Ruy Guerra, parceiro de Edu em várias canções e parceiro de Chico na autoria da peça e das letras das músicas de “Calabar: O Elogio da Traição”. Em 1973, tempos do general Emílio Médici, quando o regime militar endureceu intensamente, foi Ruy Guerra quem sugeriu que Edu se encarregasse dos arranjos da trilha da peça, proi-bida antes da estreia, e também do disco, que acabou tendo parte das letras ceifada pela censura.

Sete anos mais tarde, Edu termi-nou uma música e achou que ela pedia uma letra do Chico. Telefonou

um roteiro inicial, partindo de um poema do poeta parnasiano Jorge de Lima (1893-1953), de sua fase espiritualista, publicado em 1938 no livro “A Túnica Inconsútil”. Os versos contam a história do fi lho de um médico da aristocracia que se apaixona por uma equilibrista. Da união desse casal improvável surge uma dinastia circense.

Em seguida, já com a parti-cipação de Edu e Chico, foram sendo detalhados os personagens apenas esboçados no poema ori-ginal. Outros foram criados espe-cialmente para o musical. Os dois se reuniam, e pouco a pouco iam criando os personagens.

Partiam de perguntas básicas. Como seria a Lily Braun? Que tipo de música seria a do seu personagem? “Surgiu a ideia de um blues”, conta Edu, “mas um blues sofi sticado, mais para jazz que propriamente para blues. E o Chico, na letra, conta quem é Lily Braun, estende a história do perso-nagem muito além do que estava no poema original. Na verdade, ele inventou essa Lily Braun.”

A “Ciranda da Bailarina”, outra canção símbolo de “O Grande Cir-co Místico”, surgiu por acaso. Era quase uma brincadeira que Edu começou a esboçar no violão. A canção cresceu, foi para o piano, e quando fi cou pronta, Edu explicou a Chico que era a sua versão do “Poema Enjoadinho”, do Vinicius de Moraes. Aquele que diz, entre um verso e outro: “Filhos?/ Melhor não tê-los!/ Mas se não os temos/ como sabê-lo?”. E a saga segue com as estripulias das crianças que bebem xampu, engolem botões, chupam gilete, ateiam fogo no quarteirão, para concluir: “Porém, que coisa/ Que coisa louca/ Que coisa linda/ Que os fi lhos são”.

Edu achava que aquela canção “enjoadinha” merecia letra. “E Chico fez uma letra extremamente en-graçada”, diz ele, “extremamente bem-feita. Eu morri de rir quando ouvi a primeira vez”.

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G4 MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 G5

Poesia

RESUMONa esteira da reedi-ção de Leminski, Ana Cristina César e Waly Salomão, encontro literário de Paraty re-cebe ex-integrante do coletivo carioca que fazia teatro e música e “dizia poesia” nos anos 1970. Autores, estudiosos e edito-res analisam como a geração que nasceu à margem do mercado editorial é agora assi-milada por ele.

3Marginais em festa

“Mãe, será que você não po-deria ir para um lugar menos pe-rigoso?” A repórter americana Janine di Giovanni estava pres-tes a embarcar para Benghazi, na Líbia, quando seu fi lho Luca, de seis anos, a surpreendeu

Charles Peixoto levaNuvem Cigana à Flip

PATRÍCIA CAMPOS MELLO

VANESSA BARBARAILUSTRAÇÃO ANDRÉ FARKAS

com a pergunta.Ela havia passado quatro

anos longe das guerras que dominaram sua vida. Teve que assistir à morte do líder pales-tino Yasser Arafat, em 2004, e a boa parte da Guerra do Iraque (2003-11) pela TV. Es-tava feliz assando bolos em casa e levando Luca à aula de natação, em Paris.

Mas chegou o momento em que teve de voltar à estrada. “Cobrir confl itos é o que eu faço, é o que sou. É minha identidade”, disse Janine à Folha.

Enquanto a maior parte das mulheres sofre para conciliar fi lhos e carreira, a babá que faltou e a reunião com o chefe, algumas têm desafi os ainda maiores. Assistir à peça do fi lho de cinco anos na escola ou cobrir a guerra no Afeganistão?

Janine é uma das poucas jor-nalistas que dividem seu tempo entre cuidar de fi lhos e cobrir confl itos – já esteve na Bósnia, Iraque, Afeganistão, Chechênia, Serra Leoa, Líbia e Síria para revistas e jornais como “Vanity Fair”, “The New York Times” e “The Guardian”.

Janine lançou no ano passado o livro de memórias “Ghosts by Daylight: Love, War, and Re-demption” (Fantasmas à luz do

dia: amor, guerra e reden-ção) [Bloomsbury, 320 págs., US$ 18], em que narra a vida de correspondente de guerra, sua paixão por um colega repórter e a maternidade.

Para Janine e o cinegrafi s-ta francês Bruno Girodon, foi amor à primeira vista no Holi-day Inn de Sarajevo, em 1993, o enclave dos jornalistas na Guerra da Bósnia (1992-95). A caminho de uma entrevista coletiva no prédio da ONU, de repente Bruno se ajoelhou na sua frente e declarou, fi tando Janine e sorrindo: “Não me olhe assim!”.

Os dois se reencontraram na guerra civil da Argélia, em 1998, e lá começaram a namorar. Nos anos seguintes, tiveram encontros românticos e tem-pestuosos na Alemanha, Tora Bora, Kosovo – e uma briga homérica em Jalalabad, no Afe-ganistão. Até que, um dia, na Costa do Marfi m, o telefone via satélite tocou. “Vamos nos casar, vamos ter um fi lho”, dizia Bruno, de Ruanda.

Luca nasceu dois anos de-pois, fruto de uma gravidez difícil. Janine e Bruno deixaram a vida cigana e se mudaram para Paris. Mas o casamento não resistiu à opressora paz

doméstica. Bruno começou a beber e se internou em uma clínica para se tratar do alcoolismo.

“Bruno e eu vivíamos muito bem sob estresse e adrenalina, mas nunca tínhamos morado juntos em circunstâncias nor-mais”, diz ela. “Pessoas que têm esse emprego não são pessoas convencionais, que colocam seu lixo em pacotes organizados e arrumam as coisas em caixi-nhas. Eu e Bruno vivemos uma história de amor em meio a guerras, tivemos um fi lho, mas aí tudo começou a degringolar, talvez por causa de tudo o que nós já vimos, que mudou nossas vidas para sempre. Como pode-ríamos ter uma vida normal?”

Quando Luca fez cinco anos, Janine voltou ao front. Sua úl-tima viagem foi para a Síria. Bruno esteve na Líbia no ano passado e levou um tiro no rosto, mas sobreviveu. Este ano, na Síria, teve pedra nos rins e precisou ser removido.

VantagensJanine acha que as corres-

pondentes de guerra têm al-gumas vantagens em relação a seus colegas homens. As mulheres não são vistas como uma ameaça em ambientes de confl ito – por isso pas-sam em “check points” com mais facilidade, por exemplo. E também têm acesso à me-tade da população nos países islâmicos que está vetada aos jornalistas do sexo masculino: as mulheres. Em muitos países muçulmanos, mulheres só fa-lam com mulheres. Mas há des-vantagens. “Acabo de voltar de Damasco. Tive muito medo. Estava sozinha e acordava de madrugada pensando: alguém vai arrombar esta porta e me levar. Ia para uns subúrbios no sul e pensava: não quero fi car muito tempo aqui, quero aca-bar logo meu trabalho e sair”,

disse à Folha.“A maioria das

pessoas que conhe-ço e que foram mortas fi caram em algum lugar mais tempo do que deve-riam. O instinto delas dizia ‘vá embora’, e elas não escutaram. Sempre segui meus instintos, mas agora eles são ainda mais importantes. Se acontecer algo comigo, e o Luca?”

Janine deixou de viajar tanto – antes, passava 250 dias por ano longe de casa. Agora, viaja uma semana por mês.

A sul-africana Lara Logan, uma bonita loira de grandes olhos verdes, é a principal cor-respondente da rede de TV americana CBS. Em 2011, Lara cobria as manifestações da Pri-mavera Árabe na praça Tahrir, no Cairo, quando foi cercada por cerca de 200 homens.

Eles rasgaram sua roupa, chamando-a, aos berros, de judia e israelense. Despida à força, olhou para cima e viu que homens tiravam fotos com seus celulares. “As mãos deles me estupravam repeti-

damente”, contou.Lara escreveu o principal de-

poimento do livro recém-lança-do “No Woman’s Land: on the Frontlines with Female Repor-ters” [versão Kindle, US$ 16], compilado e editado por Han-nah Storm e Helena Williams. “Não entendo como sobrevivi àquela noite na praça Tahrir. No meu trabalho, as pessoas que vi serem atacadas por uma multi-dão acabaram mortas. Lembro de implorar pela minha vida. Lembro de desistir. Lembro de reagir. Lembro de aceitar a morte”, escreveu.

“Quero que o mundo saiba que não tenho vergonha do que aconteceu comigo. Não fui simplesmente atacada – fui atacada sexualmente. E acho que isso não deve impedir as mulheres de fazerem esse tipo

de trabalho”.

“Seria ridículo dizer que, por ser mulher, nós entendemos melhor uma menina queniana que perdeu a mãe para a Aids, ou uma garota de Darfur que foi estuprada pelos Janjawe-ed [milícia árabe do Sudão]. Mas, por sermos mulheres, as meninas normalmente fi carão mais à vontade para dar de-talhes de sua história”, escre-ve Ann McFerran, correspon-dente há 40 anos, de jornais como os britânicos “Sunday Times” e “Guardian”.

Frances Harrison, que traba-lhou por mais de 20 anos na BBC, em lugares como Paquis-tão, Bangladesh e Irã, conta que, quando seu fi lho tinha sete anos, ela recebeu uma proposta para ser correspondente em Cabul, no Afeganistão. Recusou. “Eu precisava passar mais tem-po com meu fi lho, que estava tendo ataques de pânico na escola”, conta.

“Não tínhamos ideia de quan-to à atmosfera de tensão, com amigos sendo ameaçados de morte, havia sobrecarregado meu fi lho”.

Em Londres, seu status de “correspondente e mãe” era um tabu. “Isso não podia ser discutido abertamente para não parecer discriminação ou favoritismo. Sempre senti que tinha alguma coisa a esconder, a ponto de ter coberto protestos com bombas de gás lacrimogê-neo sem contar para ninguém

que estava grávida de sete meses”.

Segundo Fran-ces, tradicional-mente o correspon-dente internacional sempre foi jovem e homem. Só em 1986 a BBC pro-moveu a primeira mulher ao cargo. “Desde então, a maioria das cor-respondentes é formada por ‘ho-mens honorários’ – solteiras e sem fi lhos –, o que é um preço alto a se pa-gar por uma carrei-ra emocionante”.

HemingwayA vida da correspon-

dente de guerra por ex-celência Martha Gellhorn é

prova desse preço. Gellhorn cobriu a Guerra Civil Espa-nhola (1936-39), a Segun-

da Guerra Mundial (1939-45), a Guerra do Vietnã (1954-75) e até a invasão dos EUA no Panamá, em 1989, quando já estava com 81 anos.

Teve um casamento atribula-do e infeliz com o escritor Ernest Hemingway. Durante uma de suas viagens para cobrir a Se-gunda Guerra, o autor de “Por Quem os Sinos Dobram” man-dou-lhe uma carta que dizia: “Você é uma correspondente de guerra, ou minha mulher na minha cama?”.

Ela não podia nem ouvir falar no nome de Hemingway, que a traiu, a humilhou e roubou suas fontes durante os quatro anos de união. O casamento foi retratado este ano no fi lme da HBO, “Hemingway & Gellhorn”, do diretor Philip Kaufman, com

Nicole Kidman e Clive Owen. O canal exibe o longa no Brasil dia 27, às 21h.

Martha Gellhorn morreu aos 89 anos, em Londres, sozinha. Quase cega, suicidou-se. O en-redo é mais uma regra do que exceção entre seus pares. Gloria Emerson, a outra decana das correspondentes, famosa por sua cobertura no Vietnã, teve uma vida igualmente acidenta-da e uma velhice solitária. Ela se matou em seu apartamento em Nova York, em 2004.

A americana Marie Colvin teve fi m trágico. Morreu aos 56, na Síria, durante o cerco a Homs, em fevereiro deste ano. O edifício onde ela es-tava foi bombardeado pelo Exército sírio. Marie usava um tapa-olho – perdeu a visão do olho esquerdo em 2001, por causa de estilhaços de granada, em Sri Lanka.

Muitas jornalistas temem que o ataque a Lara Logan possa restringir a atuação das corres-pondentes de guerra. “Acontece com mais frequência do que as mulheres contam. As mulheres não querem falar sobre isso, porque acham que, se falarem, não vão mais ser enviadas para cobrir confl itos”, diz Janine.

Para Judith Matloff , dire-tora do International News Safety Institute e professora da Universidade Columbia, o perigo não depende do sexo do jornalista.

“Nós, mulheres, entramos na profi ssão sabendo dos riscos. Existe a possibilidade de es-tupros, mas existe também a chance de pisar em uma mina e perder as pernas, como aconte-ceu com o fotógrafo português João Silva, do “The New York Times”. Sendo muito honesta, prefi ro ser atacada sexualmen-te do que nunca mais poder andar”, escreve Judith.

“Ninguém está apontando uma arma para nossa cabeça e nos obrigando a fazer este tra-balho. Precisamos estar cons-cientes de que podemos morrer, fi car horrivelmente feridas ou aleijadas, ou ser estupradas”, acha Janine. “Mas, se você pen-sar muito, não faz nada”.

Ou, nas palavras de Mar-tha Gellhorn: “Salte antes de olhar. Se olhar antes, acaba não saltando”.

FAMÍLIANeto do poeta Ronald de Carvalho, a quem deve o nome de batis-mo, Carlos Ronald de Carvalho, ele procurou evitar sempre qual-quer vínculo coma produção poética do antepassado

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Poesia

RESUMONa esteira da reedi-ção de Leminski, Ana Cristina César e Waly Salomão, encontro literário de Paraty re-cebe ex-integrante do coletivo carioca que fazia teatro e música e “dizia poesia” nos anos 1970. Autores, estudiosos e edito-res analisam como a geração que nasceu à margem do mercado editorial é agora assi-milada por ele.

3Marginais em festa

“Mãe, será que você não po-deria ir para um lugar menos pe-rigoso?” A repórter americana Janine di Giovanni estava pres-tes a embarcar para Benghazi, na Líbia, quando seu fi lho Luca, de seis anos, a surpreendeu

Charles Peixoto levaNuvem Cigana à Flip

PATRÍCIA CAMPOS MELLO

VANESSA BARBARAILUSTRAÇÃO ANDRÉ FARKAS

com a pergunta.Ela havia passado quatro

anos longe das guerras que dominaram sua vida. Teve que assistir à morte do líder pales-tino Yasser Arafat, em 2004, e a boa parte da Guerra do Iraque (2003-11) pela TV. Es-tava feliz assando bolos em casa e levando Luca à aula de natação, em Paris.

Mas chegou o momento em que teve de voltar à estrada. “Cobrir confl itos é o que eu faço, é o que sou. É minha identidade”, disse Janine à Folha.

Enquanto a maior parte das mulheres sofre para conciliar fi lhos e carreira, a babá que faltou e a reunião com o chefe, algumas têm desafi os ainda maiores. Assistir à peça do fi lho de cinco anos na escola ou cobrir a guerra no Afeganistão?

Janine é uma das poucas jor-nalistas que dividem seu tempo entre cuidar de fi lhos e cobrir confl itos – já esteve na Bósnia, Iraque, Afeganistão, Chechênia, Serra Leoa, Líbia e Síria para revistas e jornais como “Vanity Fair”, “The New York Times” e “The Guardian”.

Janine lançou no ano passado o livro de memórias “Ghosts by Daylight: Love, War, and Re-demption” (Fantasmas à luz do

dia: amor, guerra e reden-ção) [Bloomsbury, 320 págs., US$ 18], em que narra a vida de correspondente de guerra, sua paixão por um colega repórter e a maternidade.

Para Janine e o cinegrafi s-ta francês Bruno Girodon, foi amor à primeira vista no Holi-day Inn de Sarajevo, em 1993, o enclave dos jornalistas na Guerra da Bósnia (1992-95). A caminho de uma entrevista coletiva no prédio da ONU, de repente Bruno se ajoelhou na sua frente e declarou, fi tando Janine e sorrindo: “Não me olhe assim!”.

Os dois se reencontraram na guerra civil da Argélia, em 1998, e lá começaram a namorar. Nos anos seguintes, tiveram encontros românticos e tem-pestuosos na Alemanha, Tora Bora, Kosovo – e uma briga homérica em Jalalabad, no Afe-ganistão. Até que, um dia, na Costa do Marfi m, o telefone via satélite tocou. “Vamos nos casar, vamos ter um fi lho”, dizia Bruno, de Ruanda.

Luca nasceu dois anos de-pois, fruto de uma gravidez difícil. Janine e Bruno deixaram a vida cigana e se mudaram para Paris. Mas o casamento não resistiu à opressora paz

doméstica. Bruno começou a beber e se internou em uma clínica para se tratar do alcoolismo.

“Bruno e eu vivíamos muito bem sob estresse e adrenalina, mas nunca tínhamos morado juntos em circunstâncias nor-mais”, diz ela. “Pessoas que têm esse emprego não são pessoas convencionais, que colocam seu lixo em pacotes organizados e arrumam as coisas em caixi-nhas. Eu e Bruno vivemos uma história de amor em meio a guerras, tivemos um fi lho, mas aí tudo começou a degringolar, talvez por causa de tudo o que nós já vimos, que mudou nossas vidas para sempre. Como pode-ríamos ter uma vida normal?”

Quando Luca fez cinco anos, Janine voltou ao front. Sua úl-tima viagem foi para a Síria. Bruno esteve na Líbia no ano passado e levou um tiro no rosto, mas sobreviveu. Este ano, na Síria, teve pedra nos rins e precisou ser removido.

VantagensJanine acha que as corres-

pondentes de guerra têm al-gumas vantagens em relação a seus colegas homens. As mulheres não são vistas como uma ameaça em ambientes de confl ito – por isso pas-sam em “check points” com mais facilidade, por exemplo. E também têm acesso à me-tade da população nos países islâmicos que está vetada aos jornalistas do sexo masculino: as mulheres. Em muitos países muçulmanos, mulheres só fa-lam com mulheres. Mas há des-vantagens. “Acabo de voltar de Damasco. Tive muito medo. Estava sozinha e acordava de madrugada pensando: alguém vai arrombar esta porta e me levar. Ia para uns subúrbios no sul e pensava: não quero fi car muito tempo aqui, quero aca-bar logo meu trabalho e sair”,

disse à Folha.“A maioria das

pessoas que conhe-ço e que foram mortas fi caram em algum lugar mais tempo do que deve-riam. O instinto delas dizia ‘vá embora’, e elas não escutaram. Sempre segui meus instintos, mas agora eles são ainda mais importantes. Se acontecer algo comigo, e o Luca?”

Janine deixou de viajar tanto – antes, passava 250 dias por ano longe de casa. Agora, viaja uma semana por mês.

A sul-africana Lara Logan, uma bonita loira de grandes olhos verdes, é a principal cor-respondente da rede de TV americana CBS. Em 2011, Lara cobria as manifestações da Pri-mavera Árabe na praça Tahrir, no Cairo, quando foi cercada por cerca de 200 homens.

Eles rasgaram sua roupa, chamando-a, aos berros, de judia e israelense. Despida à força, olhou para cima e viu que homens tiravam fotos com seus celulares. “As mãos deles me estupravam repeti-

damente”, contou.Lara escreveu o principal de-

poimento do livro recém-lança-do “No Woman’s Land: on the Frontlines with Female Repor-ters” [versão Kindle, US$ 16], compilado e editado por Han-nah Storm e Helena Williams. “Não entendo como sobrevivi àquela noite na praça Tahrir. No meu trabalho, as pessoas que vi serem atacadas por uma multi-dão acabaram mortas. Lembro de implorar pela minha vida. Lembro de desistir. Lembro de reagir. Lembro de aceitar a morte”, escreveu.

“Quero que o mundo saiba que não tenho vergonha do que aconteceu comigo. Não fui simplesmente atacada – fui atacada sexualmente. E acho que isso não deve impedir as mulheres de fazerem esse tipo

de trabalho”.

“Seria ridículo dizer que, por ser mulher, nós entendemos melhor uma menina queniana que perdeu a mãe para a Aids, ou uma garota de Darfur que foi estuprada pelos Janjawe-ed [milícia árabe do Sudão]. Mas, por sermos mulheres, as meninas normalmente fi carão mais à vontade para dar de-talhes de sua história”, escre-ve Ann McFerran, correspon-dente há 40 anos, de jornais como os britânicos “Sunday Times” e “Guardian”.

Frances Harrison, que traba-lhou por mais de 20 anos na BBC, em lugares como Paquis-tão, Bangladesh e Irã, conta que, quando seu fi lho tinha sete anos, ela recebeu uma proposta para ser correspondente em Cabul, no Afeganistão. Recusou. “Eu precisava passar mais tem-po com meu fi lho, que estava tendo ataques de pânico na escola”, conta.

“Não tínhamos ideia de quan-to à atmosfera de tensão, com amigos sendo ameaçados de morte, havia sobrecarregado meu fi lho”.

Em Londres, seu status de “correspondente e mãe” era um tabu. “Isso não podia ser discutido abertamente para não parecer discriminação ou favoritismo. Sempre senti que tinha alguma coisa a esconder, a ponto de ter coberto protestos com bombas de gás lacrimogê-neo sem contar para ninguém

que estava grávida de sete meses”.

Segundo Fran-ces, tradicional-mente o correspon-dente internacional sempre foi jovem e homem. Só em 1986 a BBC pro-moveu a primeira mulher ao cargo. “Desde então, a maioria das cor-respondentes é formada por ‘ho-mens honorários’ – solteiras e sem fi lhos –, o que é um preço alto a se pa-gar por uma carrei-ra emocionante”.

HemingwayA vida da correspon-

dente de guerra por ex-celência Martha Gellhorn é

prova desse preço. Gellhorn cobriu a Guerra Civil Espa-nhola (1936-39), a Segun-

da Guerra Mundial (1939-45), a Guerra do Vietnã (1954-75) e até a invasão dos EUA no Panamá, em 1989, quando já estava com 81 anos.

Teve um casamento atribula-do e infeliz com o escritor Ernest Hemingway. Durante uma de suas viagens para cobrir a Se-gunda Guerra, o autor de “Por Quem os Sinos Dobram” man-dou-lhe uma carta que dizia: “Você é uma correspondente de guerra, ou minha mulher na minha cama?”.

Ela não podia nem ouvir falar no nome de Hemingway, que a traiu, a humilhou e roubou suas fontes durante os quatro anos de união. O casamento foi retratado este ano no fi lme da HBO, “Hemingway & Gellhorn”, do diretor Philip Kaufman, com

Nicole Kidman e Clive Owen. O canal exibe o longa no Brasil dia 27, às 21h.

Martha Gellhorn morreu aos 89 anos, em Londres, sozinha. Quase cega, suicidou-se. O en-redo é mais uma regra do que exceção entre seus pares. Gloria Emerson, a outra decana das correspondentes, famosa por sua cobertura no Vietnã, teve uma vida igualmente acidenta-da e uma velhice solitária. Ela se matou em seu apartamento em Nova York, em 2004.

A americana Marie Colvin teve fi m trágico. Morreu aos 56, na Síria, durante o cerco a Homs, em fevereiro deste ano. O edifício onde ela es-tava foi bombardeado pelo Exército sírio. Marie usava um tapa-olho – perdeu a visão do olho esquerdo em 2001, por causa de estilhaços de granada, em Sri Lanka.

Muitas jornalistas temem que o ataque a Lara Logan possa restringir a atuação das corres-pondentes de guerra. “Acontece com mais frequência do que as mulheres contam. As mulheres não querem falar sobre isso, porque acham que, se falarem, não vão mais ser enviadas para cobrir confl itos”, diz Janine.

Para Judith Matloff , dire-tora do International News Safety Institute e professora da Universidade Columbia, o perigo não depende do sexo do jornalista.

“Nós, mulheres, entramos na profi ssão sabendo dos riscos. Existe a possibilidade de es-tupros, mas existe também a chance de pisar em uma mina e perder as pernas, como aconte-ceu com o fotógrafo português João Silva, do “The New York Times”. Sendo muito honesta, prefi ro ser atacada sexualmen-te do que nunca mais poder andar”, escreve Judith.

“Ninguém está apontando uma arma para nossa cabeça e nos obrigando a fazer este tra-balho. Precisamos estar cons-cientes de que podemos morrer, fi car horrivelmente feridas ou aleijadas, ou ser estupradas”, acha Janine. “Mas, se você pen-sar muito, não faz nada”.

Ou, nas palavras de Mar-tha Gellhorn: “Salte antes de olhar. Se olhar antes, acaba não saltando”.

FAMÍLIANeto do poeta Ronald de Carvalho, a quem deve o nome de batis-mo, Carlos Ronald de Carvalho, ele procurou evitar sempre qual-quer vínculo coma produção poética do antepassado

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G6 MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

4

A cidade jamais esteve tão ansiosa

É bom para o moral

Diário de ParatyO MAPA DA CULTRA

Paraty nunca esperou a Flip com tanta ansiedade. A festa literária, evento mais importante para o turismo e o comércio locais, este ano ganhou uma relevância ainda maior, por causa do fi asco que foi a Copa do Mundo para a região.

Restaurantes, pousadas e agências de turismo tinham esperança de faturar alto com a multidão de turistas que, acreditavam eles, invadiria a cidade. Mas a tão prometida “invasão gringa” não aconteceu, e o turista brasileiro, que sempre aproveita as férias do meio do ano na região, também su-miu, afugentado pelos preços altos de passagens e hotéis.

O resultado foi um mês de junho atí-pico. O dono de um empório no Centro Histórico, que vende vinhos, doces e cachaças locais, disse que foi o pior mês de junho do estabelecimento em 15 anos. O secretário-adjunto de turismo de Paraty, Gabriel Costa, considerou o resultado aquém do esperado. “Parece que só algumas cidades-sede se favo-receram com a Copa”.

Costa diz que a Flip não é o evento com a maior taxa de ocupação de hotéis na região – Réveillon, Carnaval e a Festa da Cachaça atraem mais gente – mas é o que traz mais lucro e visibilidade. “Na Flip, Paraty ganha uma divulgação imensa em TVs e jornais, e isso ajuda o turismo durante o ano todo”.

Roberto Maia Sampaio, dono de uma conhecida pousada na cidade, a Águas de Paratii, calcula que seu faturamento em junho e julho caiu mais de 50% em relação ao ano passado. O movimento foi tão fraco que ele próprio decidiu

ANDRÉ BARCINSKI

tirar férias e foi com a família para Natal, uma das cidades-sede da Copa. “Cheguei logo após os jogos em Natal e percebi que o desastre do turismo não aconteceu só em Paraty, mas no Brasil todo. Hotéis estavam às moscas e dando descontos incríveis. Havia hotéis de luxo convidando pessoas na rua para conhecer os quartos. Nunca vi um desespero igual”.

MudançasQuem for à Flip perceberá algu-

mas mudanças no evento. A Ten-da do Telão, que fi cava na praia do Pontal, será erguida no Centro Histórico. E a Tenda dos Autores, que recebe os principais debates, mudou de modelo.

Segundo a organização do even-to, a capacidade da sala será a mesma, mas a visibilidade do palco vai melhorar. “A tenda nova é mais comprida e todos os assentos têm uma boa visão do palco”, diz Izabel Costa Cermelli, do Conselho Diretor da Flip.

Os operários que participam da montagem da tenda aprovam: “Essa tenda é bem mais fácil de montar”, diz Wagner Malvão, o po-pular Wagão, que desde a primeira Flip, em 2003, coordena uma equipe de moradores da região contrata-da para auxiliar na montagem e desmontagem de tendas, palcos e estruturas. “Este ano temos 80 locais na equipe. O pessoal já conta com esse trabalho para ajudar no

orçamento em casa”.

Livro de ruaÉ só chegar a época da Flip e

eles aparecem: são os “escritores de rua”, autores que vendem seus livros pela cidade. Alguns, como o casal que vende literatura de cordel fantasiado de Lampião e Maria Bonita, são velhos conhecidos de frequentadores da feira.

Mas a abordagem a clientes em potencial não é das mais simpáti-cas. Muitos usam a mesma frase: “Você gosta de literatura?”. É uma estratégia de vendas agressiva e até constrangedora: se o cliente diz que não gosta, passa por ignorante; se diz que gosta, já é uma desculpa para o autor sacar o livrinho e fazer sua propaganda.

Na ponte que liga o Centro His-tórico às tendas principais da Flip, alguns poetas são menos insisten-tes na abordagem: simplesmente leem trechos de suas obras. Se o cliente gosta, geralmente para e fi ca ali, apreciando.

Outra novidade este ano: o show de abertura, geralmente um evento concorridíssimo e com ingressos es-gotados no primeiro dia de vendas, será aberto ao público.

A localização do palco também foi mudada, da praia do Pontal para a praça da Matriz, dentro do Centro Histórico. Assim, ninguém precisará de ingresso para ouvir Gal Costa abrindo a Flip na próxima quarta-feira, dia 30.

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G7MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 G

5 A patota do ‘Pasquim’

Arquivo AbertoMEMÓRIAS QUE VIRAM HISTÓRIAS

Rio, 1972

Instantâneo, autoria pro-vável do Duayer, fotógrafo, depois cartunista. Bom nas duas posições. Circa 1972. Eu, dezoito anos. Meu pai, portanto, 48. Menos de cin-quenta. Doze anos mais novo do que eu hoje. Foto-made-leine. Ela me transporta no tempo, de forma inexorável.

Vamos lá. O que foi fo-tografado? Eu, aos dezoito anos, tendo a meu lado, à esquerda, meu pai e, à direi-ta (direita?), o Henfil. Neste momento, eu e Henfil, Henfil e eu, éramos muito, muito próximos. Fins de semana passados na casa do meu avô, em Petrópolis, nós com as respectivas namoradas.

Ladeando meu pai, Caulos, que como Henfi l era exatos dez anos mais velho do que eu, assim como Ziraldo era dez anos mais velho do que Henfi l, e meu pai, dez anos mais velho que Ziraldo.

Na época, negão-gigante, hoje afrodescendente (com altura avantajada ou coisa

que o valha), este era Luiz Rosa. Era, pois já morreu. Foi o modelo da capa do livro “Cabeça de Negro”, de Paulo Francis, cuja di-reção de arte me coube, com a foto do Milton Mon-tenegro feita na própria redação do “Pasquim”.

Luiz era um brutamon-tes incapaz de matar uma mosca; se alguém o fi zesse na sua frente, choraria por ela.

O que mais está na foto?

Tudo. Tudo. Tudo. Uma exuberante alegria e des-contração do grupo. Um orgulho mútuo, patente. Um prazer irreproduzível, presente em todos, pelo fato de estarem ali. Na patota. A mão afetuo-sa e carinhosa de Ivan Lessa sobre o ombro de seu admirado-admirador e amigo, Sérgio Augus-to. Corda e caçamba. Um olhar meloso de tanta ad-miração do Ivan para o Jaguar. E vice-versa.

Meu pai observando o

que se passava abaixo dele. Com indisfarçá-vel satisfação. Hen-fil de olhos fechados para contestar a alegria (senão não seria Hen-fil) que compartilhava, adorava a zorra, mas sem admitir. Com o país naquela situação? Se-riedade, companheiros. Infelizmente o país con-tinua na mesma situa-ção e Henfil se foi.

Ziraldo, sentado, des-contraidamente, na cer-teza de estar aos pés do venerado amigo e mentor, meu pai. Meio que pai dele, irmão mais velho ou o mais próximo disso. Mais próximo mesmo.

E uma certeza abso-luta. Nítida na foto. A de que aquela alegria, palpitante na foto, não havia se iniciado ali. Cer-tamente vínhamos, não todos, não os mesmos sempre, ao contrário, misturados, chegados

na redação em grupo.

Diversos, mas variáveis. Nunca constantes. Jamais desacompanhados.

Ziraldo, Caulos e eu, Henfi l e eu. Meu pai, Ziraldo e eu, Ivan, meu pai, Jaguar e Sérgio, Hen-fi l, meu pai e Jaguar, e todos as outras combinações possí-veis, tentem as variáveis da análise combinatória e vejam onde isso vai parar.

E, também e sobretudo, a certeza de que a alegria não parava ali, mas continuava. Sempre. Sem hora ou local para terminar. Roda viva? Patota. Patota viva. Como nunca mais.

A festa continuava, na casa do Henfil, do Caulos, do Ziraldo, do Ivan, do meu pai, no bar, no botequim e, sobretudo, na redação. Assim como a conversa, as ideias, o riso, a discussão do fato, o barato, o bicho, a fossa, a Anta de Tênis, o governo, o “top-top”, o “sifu”, o “mifu”, o “tifu”, o “putz”. Tudo moto contínuo.

O Putz? Putzgrila, como éramos felizes!!! E curtíamos...

DIVULGAÇÃO

ARQUIVO PESSOAL

Sônia Freyre, filha do sociólogo brasileiro Gilberto Freyre, a estudiosa Fátima Quintas e Newton Moreno

Praia de Boa Viagem, na orla de Recife (Pernambuco), cidade onde está localizada a Fundação Gilberto Freyre, antiga casa do sociólogo, hoje ponto turístico aberto à visitação pública

IVAN FERNANDES

De pé, da esq. para a dir.,Henfi l, Ivan, Millôr, Caulos e Luiz Rosa; sen-tados, Jaguar, Ziraldo, Ivan Lessa com a mão sobre Sérgio Augusto

ACERVO PESSOAL

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[email protected], DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014 (92) 3090-1042 Plateia D7

Almirzinho ansioso para vir a Manaus

Novas possibilidades Gente interessada em produzir fi lmes têm nos aparelhos celulares modernos, e em seus aplicativos, a chance de produzir obras com um caráter mais profi ssional

para o audiovisual

A primeira vez que o fo-tógrafo Jimmy Chris-tian decidiu adotar as possibilidades artís-

ticas de um aparelho celular foi para produzir o projeto “Planopanorama”. A iniciativa gerou exposições fotográfi cas com imagens em grandes di-mensões de Manaus e Brasília. O equipamento utilizado não era dos mais modernos, mas essa opção foi proposital, pois para o profi ssional exercitar a criatividade não requer o uso de meios muitos sofi sticados. Assim, Jimmy “limitou-se” aos recursos de fi ltro, panorâmico e o efeito da pixel digitalização presentes no aparelho antigo.

O “Planopanorama” marcou o início de uma nova fase na trajetória do fotógrafo, voltada para a arte contemporânea. Mas, esse projeto foi encer-rado em 2013. O interesse de Jimmy Christian agora é a pro-dução de fi lmes pelo celular. Um desses de sua autoria chama-se “Fogo no Cerrado” e pode ser assistido pelo canal www.youtube.com/user/JimmyChris-tians. “Fui estudar cinema em

Brasília e esse novo projeto se desenvolveu pelo uso do iPhone, com o lançamento de aplicativos de fi lmagens que possibilitam a divulgação de vídeos pelo WhatsApp e pelo Instagram”, comenta.

“Fogo no Cerrado” aprovei-ta imagens de um fenômeno comum no cerrado da região central do país para mostrar o delírio de um fotógrafo neuróti-co de guerra. “Registrei as cenas imprimindo a plasticidade de um fi lme antigo”, diz o profi s-sional, que utiliza também os

fi ltros exclusivos dos aplicativos para iPhone.

E essa nova fase artística já rendeu bons frutos. “Fogo no Cerrado” foi selecionado para a 13ª Mostra do Filme Livre, em abril deste ano, em Brasília. “Esse fi lme também já rodou pe-los circuitos de São Paulo e Rio de Janeiro”, comemora Jimmy, que assina tudo em “Fogo no Cerrado”, exceto a operação de câmera, dividida com Villy Gouveia, e a edição, realizada por Jhonatan Luiz. “Eu poderia ter montado o fi lme com um aplicativo, mas quis exibir algo mais bem acabado”, justifi ca.

Jimmy Christian afi rma que, de agora em diante, pretende fi lmar somente por meio do telefone e revela já ter planos

para produzir até um longa-metragem. Para ele, só existem vantagens nas possibilidades de produzir fi lmes com essa tec-nologia. “O aparelho é leve, você não precisa carregar o peso de uma câmera profi ssional. Tudo é muito mais fácil”.

O fotógrafo considera essa iniciativa também uma forma de exibir trabalhos diferentes. “Nesse universo do audiovisual é tudo muito parecido e temos que realizar projetos novos para chamar a atenção”, analisa.

CaptaçãoDesde que tinha um aparelho

celular Nokia com resolução de 1.3 megapixels e câmera VGA, o jornalista Rômulo Araújo já fazia vídeos curtos. Mas, sua produção começou a aumentar quando trabalhou como vide-orrepórter num site local, em 2010. Hoje, ele conta que pode fazer fi lmes com um caráter mais profi ssional com os re-cursos sofi sticados de áudio e vídeo de muitos celulares.

“Toda a captação eu faço pelo celular. Eu só não edito meus trabalhos diretamente no apa-relho. Para a edição eu extraio as imagens e uso sost wares específi cos, como o Adobe Pre-miere e o Sony Vegas”, revela o jornalista, que atualmente possui um iPhone.

Rômulo divulga a sua pro-dução em três sites: www.osegundoregistro.com.br, http://vimeo.vimeo.com/ose-gundoregistro e www.youtube.com/user/romuloaraujoam. Os vídeos mais descompromissa-dos ele posta no YouTube e os mais profi ssionais ganham espaço no Vimeo, como o fi lme “A Copa do Mundo em Manaus”. “É a visão de um torcedor que participou dos eventos do mun-dial na cidade”, explica.

POSTAGENSRômulo Araújo divul-ga seus vídeos mais descompromissados no YouTube e os mais profi ssionais no Vimeo, como o fi lme “A Copa do Mundo em Manaus”, todo produzi-do pelo celular

O produtor audiovisual Anderson Mendes obser-va que, hoje, os realizado-res de projetos audiovisu-ais da cidade costumam produzir suas obras com o uso de câmeras foto-gráfi cas DSLR (sigla para Digital Single-Lens Re-fl ex). “Elas possuem um custo baixo em relação a equipamentos profi ssio-nais de cinema”, diz. Ele observa ainda que a atual geração de smartphones oferece uma qualidade de imagem bem próxi-ma da de uma câmera DSLR. “Temos, inclusive, modelos que fi lmam em 4k, ou seja, 4 vezes a resolução full HD de câ-meras DSLR”.

Para o produtor, essas novas tecnologias coope-ram para tornar os tra-balhos audiovisuais mais acessíveis ao público. “O uso dessas mídias, in-clusive os tablets, servi-ram para democratizar a forma de expressão au-diovisual para um maior número de pessoas que nunca pensaram em con-tar suas histórias nessas mídias”, analisa.

Anderson cita ainda exemplos no mercado nacional e internacional. “Tem sites como o Pho-tojojo.com, que vende um kit que você pode incluir num iPad e o transformar numa câmera fi lmadora e ilha de edição, onde a pessoa grava o seu vídeo, edita e compartilha na internet”, diz.

Qualidade de imagem superior

O jornalista Rômulo Araújo (à direita) realiza toda a captação de seus fi lmes pelo celular, exceto a edição

Filme de Jimmy Christian feito em celular foi exibido em festival

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REFÉM DOCELULAR

Rômulo Araújo enfatiza que a cultura local é o assun-to que mais desperta o seu interesse. “Vou para muitos shows e eventos como lança-mentos de livros”, conta.

Entre as vantagens do uso de smartphones para a pro-dução audiovisual, ele cita as dimensões modestas desses aparelhos. “Eu percebo em relação a entrevistas, por exemplo, que as câmeras profi ssionais e os microfo-nes intimidam as pessoas na hora de falar. Quando

uso o celular parece que elas fi cam mais à vontade e até esquecem que estou com um equipamento”, observa.

Já a desvantagem de se produzir um fi lme pelo celu-lar, Rômulo acredita que vai depender do foco da produ-ção. “Se você quer um do-cumentário como qualidade para exibir num festival, vai ter que usar um equipamen-to profi ssional. Mas, como produções mais descontra-ídas para divulgar em blogs, vale a pena”.

Vantagens e desvantagens

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

. O segmento de bicicletas do Polo Industrial de Manaus (PIM) vai receber, em breve, mais uma empresa, que deve aumentar a concorrência entre as fabricantes do setor.

. O superintendente da Suframa, Thomaz Noguei-ra, visitou na sexta-feira as instalações da futura fábrica da Bike Norte, cujas obras estão em fase avançada. Segundo o presidente da Bike Norte, João Claudino Jr., a planta fabril está com 95% de sua construção concluída e fi ca no km 2 da BR-174.

. Com inauguração estimada para meados de novembro deste ano, a fábrica tem cerca de oito mil metros quadrados de área construída com previsão de expansão de acordo com a demanda. Inicialmente, a expectativa é de gerar de 120 a 150 novos postos diretos de trabalho. Em até 3 anos, a iniciativa da empresa é de fabricar 300 mil unidades/ano das “magrelas” e empregar, de forma direta, aproximadamente 400 trabalhadores. Boa!

>> Reforço

Silvia Tuma e Lupercínio de Sá Nogueira com Cleide Avelino em concorrido dinner-party no Diamond

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

MAURO SMITH

. A prorrogação dos incentivos fi scais do modelo Zona Franca de Manaus até 2073 começa a produzir ótimos frutos.

. Segundo João Claudino Jr., presi-dente da Bike Norte, a aprovação da emenda à Constituição, que prorroga a ZFM, foi de essencial importância para que a Bike Norte se instalasse na capital amazonense.

. “Com esse resultado, temos garan-tia, competitividade e sustentabilida-de, pois o investimento que fazemos aqui é para longo prazo”, explicou.

>> Importância

. A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária (DVisa Manaus), iniciou na sexta-feira, a inspeção em 14 salões de beleza da Zona Leste.

. Na ação foram encontrados estabelecimentos sem o licenciamento sanitário, apreendidos mate-riais de manicure e pedicure, produtos com prazo de validade vencido e constatada a falta da autoclave, equipamento de esterilização de alicates, pinças de metal e tesouras, exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

. Com o efetivo na equipe de 28 fi scais, a Visa

Manaus tem orientado os proprietários quanto ao cumprimento das normas sanitárias e de legalização dos estabelecimentos junto à Prefeitura de Manaus. Muito bem.

>> Fiscalização

. A Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) vai realizar nesta segunda-feira, solenidade no auditório da Prefeitura de Manaus.

. O evento será para marcar o início da assinatura dos contratos de permissão do serviço de transporte por mototáxi. Programado para acontecer às 9h, a solenidade também servirá para apresentar ofi -cialmente a moto, capacete e colete padronizados que identifi carão os mototaxistas regularizados. A licitação, encerrada no último dia 24 de abril, sele-cionou 1.679 profi ssionais.

>> Permissão

. Já começaram as vendas do próximo show de Ivete Sangalo em Manaus.

. Será no dia 22 de agosto na Arena da Amazônia.

>> Bilheteria

>> Objeto de desejo. Uma das marcas

mais chiques do mun-do, Saint Laurent Paris, revigorou a griffe e lança uma linha supercool de bolsas.

. Nesta edição, bolsa “Université” com monograma YSL, de couro vermelha. Sen-sacional.

da Vigilância Sanitária (DVisa Manaus), iniciou na sexta-feira, a inspeção em 14 salões de beleza da Zona Leste.

sem o licenciamento sanitário, apreendidos mate-riais de manicure e pedicure, produtos com prazo de validade vencido e constatada a falta da autoclave, equipamento de esterilização de alicates, pinças de metal e tesouras, exigido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Manaus tem orientado os proprietários quanto ao cumprimento das normas sanitárias e de legalização dos estabelecimentos junto à Prefeitura de Manaus. Muito bem.

>>

que identifi carão os mototaxistas regularizados. A licitação, encerrada no último dia 24 de abril, sele-cionou 1.679 profi ssionais.

Os ótimos Zeca Nascimento e Menga Junqueira, em tarde de almoço cinco estrelas

Liana Mendonça de Sou-za e Ediene Vieiralves em noite très chic

Levon e Cris To-pdijian

enchendo de charme

evento high society na

cidade

MAURO SMITH

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Os cuidados com o corpo e a mente da mulher vêm sendo trabalhados de forma intensi-va pelas professoras de dança do Serviço Social da Indústria (Sesi Amazonas). A novidade na programação da instituição são as oficinas de dança que têm início no dia 1º de agosto (sexta-feira), com a dança do ventre, envolvendo esporte e lazer.

De acordo com a professora Rafaela Nascimento, a dança do ventre tem se difundido nos dias atuais por unir todas as características que formam a mulher modelo da atualidade, trabalhando sua independên-cia, feminilidade, sensualida-de, força e persistência.

“É uma dança para a qual não há necessidade de ter um corpo ideal, rompendo velhos preconceitos que ligam esta modalidade à vulgaridade e tornando mulheres mais feli-zes consigo mesmas”, explica a professora.

BenefíciosAs adeptas da prática da

dança do ventre acumulam benefícios como elevação da autoestima, tranquilidade e aumento dos hormônios fe-mininos, além de promover massagem nos órgãos inter-nos da mulher, como útero,

ovários e intestino.A programação, com du-

ração de duas horas, será realizada pelas professoras de danças do Sesi, Rafaela Nascimento e Sarah Castro, que vão apresentar variações desse estilo que concentra re-petições no ventre com movi-mentos de encaixe, desencai-xe e ondulações pélvicas, bem como de todo o corpo.

A oficina de dança do ventre ocorrerá no dia 1º, das 19h às 21h, na sala de dança do Clu-be do Trabalhador, localizado na alameda Cosme Ferreira, 7.399, São José 1.

A inscrição para participar desta programação custa R$ 15 e as vagas são limitadas. Mais informações pelos telefones 3216-1037 e 3216-1039.

Aulas serão realizadas no Clube do Trabalhador, no São José 1

NOVIDADE

VANTAGENSDurante duas horas, as professoras Rafaela Nascimento e Sarah Castro apresentarão variações da dança do ventre. Entre as vantagens da prática está a elevação da autoestima

DIVULGAÇÃO

Sesi promove oficina de dança do ventre em agosto

Liceu estreia em JoinvilleInstrutores do Núcleo de Dança do Liceu de Artes de Parintins vão participar, pela primeira vez, do festival de dança anual realizado em Santa Catarina

O Núcleo de Dança do Liceu de Artes de Parintins vai parti-cipar, pela primeira

vez, do Festival de Dança de Joinville, em Santa Catarina, que está em sua 32ª edição e é considerado o mais im-portante do país e um dos mais significativos da Amé-rica Latina.

Seis instrutores e a coor-denadora do núcleo de dança

viajaram para Santa Catarina com o apoio do governo do Amazonas, por meio da Se-cretaria de Estado de Cultura. O festival acontece até o dia 2 de agosto.

De acordo com a diretora do Liceu, Andressa Oliveira, eles participarão de oficinas, workshops e palestras volta-das para os mais variados estilos de dança. “Quando voltarem, aplicarão o conhe-

cimento adquirido em sala de aula e em aulas práticas de iniciação à dança, baby class, dança de salão e danças ur-banas”, assegura.

Andressa diz ainda que a comitiva vai permanecer 10 dias no evento. “A partici-pação desses profissionais em um festival tão renoma-do mundialmente é a prova de que estamos seguindo o caminho certo e que a se-

cretaria ainda tem muito a oferecer aos novos talentos artísticos da região”, afirma o secretário de Estado da Cultura, Robério Braga.

Além da mostra competitiva e das oficinas, o festival ofe-rece aos seus participantes palcos abertos com apresen-tação de dança, Feira da Sa-patilha e diversos encontros entre dançarinos de todas as regiões do país.

A equipe de Parintins participará de eventos como workshops

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

O conteúdo por trás do silêncio de ‘Até o fim’

RESENHA

PERFIL

MICAEL SILVA Servidor público, músico e cinéfilo

Iniciando minha participa-ção nesse espaço, trago uma recomendação que pode ter passado desper-

cebida esses últimos meses. Trata-se de “Até o Fim” (All Is Lost, EUA 2013), dirigido por J. C. Chandor (Margin Call) e protagonizado por Robert Redford, disponível nas loca-doras e atualmente também no Netflix.

A história é simples, nada mais que a trajetória de sobre-vivência de um personagem sem nome em um veleiro, que ao acordar certo dia, perce-be um vazamento de água em seu camarote e descobre ter colidido em um container. Seus problemas estão apenas começando, e a partir daí ele inicia as mais variadas tare-fas emergenciais, para retirar água do interior da embarca-ção, vedar o rombo, consertar as avarias no rádio e fiação elétrica. E isso ainda não seria o pior, pois uma tempestade se aproxima.

Mas o que esse filme faz diferente de outras aventuras de naufrágio ou outros dramas de confinamento/isolamento, tão em voga esses tempos?

Para começar, o diretor, dife-

rentemente de seu filme an-terior, dispensa os diálogos e se firma em uma narrativa silenciosa, em que o que importa é observar esse personagem, sobre o qual o espectador nada sabe. Não importa conhecê-lo, seu passado, sua moti-vação, basta ater-se ao primitivo instinto de so-brevivência, e perceber sua grande habilidade que se manifesta nos pe-quenos detalhes. Nesse afã, vale destacar a primoro-sa interpretação de Redford, que transmite com o rosto tudo o que precisamos saber, e permite uma identificação imediata com aquele perso-nagem, sem que seja preciso cenas de flashback ou narra-ção em off. Percebemos sua calma metódica e disciplina enquanto tenta resolver seus sucessivos infortúnios, ou o desespero que lhe acomete en-quanto afunda durante a tem-pestade, ou a sua luta entre a resignação e a perseverança conforme o tempo se esvai e lhe escoa a chance de ser resgatado. O que não significa que o personagem deixe de ser intrigante. De fato, o roteiro

e s -conde informações básicas sobre aquele homem, plantando pistas que permi-tem ao espectador completar o todo, mas a verdade é que a única coisa que se pretende é a busca da sobrevivência, pura e simples.

Além disso, o diretor escolhe planos mais contemplativos que a maioria dos outros filmes que se passam em um único espaço, acertando ao apostar em um clima intimista, que é interrompido por momentos extremamente tensos, mas sem ritmo de videoclipe.

Há muita poesia no filme, por meio de uma rica interpre-tação do não dito, em que o

silêncio é eloquente e expressivo, à medida em que somos tocados pela dignida-de daquele homem, de sua solidão e paz de espírito em momentos de extrema incer-teza e instabilidade.

Depois de passar batido, muito em função de ter sido ignorado pelo Oscar, é ne-cessário resgatar essa pe-quena obra-prima, sensível e redentora.

Na tentativa de salvar-se, o homem sem nome nos pre-senteia com uma profunda humanidade, que reflete em nós de uma forma poderosa o maravilhoso dom da vida.

Há muita poesia no fil-me, por meio de uma rica interpreta-ção do não dito, em que o silêncio é eloquente e expressivo, à medida em que somos tocados pela dignidade daquele homem, de sua solidão e paz de espírito”

Ingressos à venda para ‘diva’ IveteOs fãs de Ivete Sangalo já

podem garantir a participação no evento que promete marcar a história da Arena da Amazô-nia. O show da musa baiana será no dia 22 de agosto e contará, ainda, com apresen-tações do cantor Saulo (ex-Banda Eva) e de Luan e Forró Estilizado (finalista do reality show musical Superstar).

Ivete apresentará show da turnê do DVD comemorativo

aos 20 anos de carreira. Os grandes sucessos como “Cole-ção”, “Flor do reggae”, “Se eu não te amasse tanto assim”, “Tempo de Alegria”, “Festa”, “Sorte Grande” e “Dançando” estão garantidos.

O cantor Saulo, ex-Banda Eva, fará sua primeira apre-sentação em carreira solo em Manaus. Além das novas músicas de trabalho, o can-tor relembrará os hits que o

SHOW

Cantora baiana Ivete Sangalo faz show, dia 22 de agosto, na Arena da Amazônia

consagraram.Já Luan e Forró Estilizado,

um dos finalistas do reality show musical Superstar, pro-mete repetir a performance apresentada no programa, que agradou os brasileiros e rendeu o terceiro lugar no reality. Um dos sucessos da banda é a música “Solteiro na Sexta”. Eles também agrada-ram com o “forrock”, no qual misturaram o forró nordestino com o rock de Led Zeppelin.

Os ingressos estão disponí-veis a partir de hoje (sexta-fei-ra, 25) por meio dos sites www.iveteemmanaus.com.br, www.ingresse.com e www.blueti-cket.com.br, também nas lojas físicas Magic Feet (Manaua-ra Shopping), Sandálias e Tal (Amazonas Shopping), Mr. Pi-zzo (Dom Pedro) e lojas Asya Fashion (Centro e Shopping Cidade Leste).

Os ingressos custam: pista R$ 30; front stage R$ 120 e camarote stage Cia. Athletica R$ 300. Os valores são de meia e podem ser parcelados nos cartões Visa e Master.

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Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoSai Jack Bauer... Na Globo há uma forte

decepção com os índices de estreia da nova temporada de “24 Horas – Viva um novo dia”.

Lançado na aberta poucos dias após seu encerramento na Fox, não passou de 8 pontos no domingo passado e existe certo temor sobre o que poderá acontecer em suas próximas apresenta-ções. De qualquer maneira, a exibição da série continuará até 28 de setembro.

...Entra Clayton Conservani Enquanto isso, a Globo já

avalia outras possibilidades para colocar no ar, depois do “Fantástico”, quando “24 Ho-ras” chegar ao fi m. É o caso do “Planeta Extremo”, que vai estrear um formato de programa de temporada.

São 9 episódios, que já es-tão inteiramente fi nalizados e agradaram bastante o alto comando da emissora.

Se tudo se confi rmar... Portanto, a partir de 5 de

outubro deve começar a nova temporada do “Planeta Ex-tremo”, com apresentação de Clayton Conservani e Carol Barcellos.

Os dois como protagonis-tas de gravações que incluem cachoeiras congeladas, rios

de lava, ultramaratonas, ex-pedições a vulcões e mergulho em caverna.

O problema dos domingos... Para a Globo, depois das

11 da noite, quando aca-ba o “Fantástico”, sempre atende pelo nome de Silvio Santos, geralmente com o “Jogo dos pontinhos” ou pe-gadinhas, novas e antigas.

O crescimento da sua audiência nesta faixa de horário é sempre muito grande.

Acelerando o passo Na semana que passou,

Marília Gabriela adiantou três gravações do “De frente com Gabi”.

Recebeu, como entrevistados, Anitta, Pitty e a dupla Zezé di Camargo e Luciano.

Pilotando A Rede TV! tem gravado vários

pilotos, para escolher um que atenda suas necessidades na faixa de todas as manhãs.

A ideia é fazer uma coisa bem viva, calçada em bases jornalísticas.

Dois temposFabrício Belsoff , o diretor César Rodrigues e Marcos

Palmeira nos bastidores de gravações de “A Segunda Vez”, nova série do Multishow que estreia dia 11, às 22h30.

Na trama, o jornalista Raul (Palmeira), após perder o em-prego e a mulher, se envolve com o mundo da prostituição de luxo. A produção é baseada em livro de Marcelo Rubens Paiva. Marcos Palmeira também está em “O Rebu”.

Bate-rebate• A comédia “Retratos

& Canções”, com Rodrigo Sant’anna, Paulinho Serra, Dani Moreno, Flávia Garrafa e Wilson de Santos continua em fase de ensaios..

• ... Para estrear no teatro Augusta, em São Paulo, no dia 1° de agosto. A tempora-da vai até 28 de setembro.

• Encerrada “Em Famí-lia”, Ronny Kriwat, que fez o filho de Laerte (Gabriel Braga Nunes), vai aguardar um próximo chamado...

• ... Que pode ser da Glo-bo ou até mesmo de outra emissora...

• ... Ele tinha contrato por obra para a novela.

• O diretor Edson Spinello ainda não retomou as gra-vações da série “Na mira do crime”, que será exibida na Fox.

• Várias cenas desse pro-grama policial ficaram “pen-duradas”.

‘Geração Brasil’, erro de avaliação

A Globo tem problemas com “Geração Brasil”. A novela está longe de apresentar os resultados que dela se esperava.

Houve um erro de avaliação dos seus autores e de quem permitiu apostar numa história que não tem coisa nenhuma com a faixa das 7 da noite. O público do horário sempre se mostra receptivo a tramas descompromissadas, com base em comédias leves e bem temperadas.

É difícil saber se ainda há condições de virar esse jogo.

Ainda vai demorar um pouqui-nho mais para Ricardo Boechat reassumir suas funções no “Jor-nal da Band”.

O seu retorno ao informativo só irá acontecer na edição do dia 11 de agosto.

Ficamos assim. Mas ama-

nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Ao longo dos últimos três anos em que venho exercendo a prática de articulista no EM TEMPO tenho buscado discutir os mais variados aspectos da cultura brasileira e mundial pro-curando elucidar o modo como as expressões culturais de di-ferentes tipos sejam eles polí-ticos, sociais, econômicos etc são compreendidos pelos mais diferentes povos, sobretudo pela sociedade brasileira.

Assim acontece com pessoas também. O escritor Márcio Souza em entrevista à extinta revis-ta “Amazônia” disse que perdera muitos leitores por conta do cargo que ocupava no governo Fernan-do Henrique como Presidente da Fundação Nacional de Arte – FU-NARTE. O modo de administrar de FHC, modo racional, dinâmico e moderno, não se alinhava ao ain-da típico pensamento brasileiro de que o Estado é o pai-patrão da sociedade, o começo e o fi m de tudo. O populismo encrustado até a alma no ambiente político somado a morte de Tancredo Neves e o nervosismo em torno do Plano Real foi gerando sen-timentos céticos por parte dos analistas e da imprensa quanto ao futuro do Brasil, o que acabou por estigmatizar o governo.

As polêmicas envolvendo as privatizações, que hoje o governo petista pratica e chama de con-cessões, deram ao ex-presidente a alcunha de neoliberal. O que é uma grande bobagem, claro. Com a distância que nos permite, podemos ver que o que foi feito era nada mais que o certo e justo que deveríamos exigir de um re-presentante eleito pelo povo, que fosse capaz de ajustar as contas públicas ao nosso orçamento e não arrotar pseudossocialismo sem nem saber o conceito e suas

variantes ao longo da história.A ex-primeira ministra britâ-

nica Margaret Tatcher, falecida ano passado, também enfrentou duras críticas por conta de seus cortes e privatizações. Hoje, os britânicos agradecem. Ora, se uma determinada indústria não rende ao governo, encontra-se sucateada, não tem condições de competir no mercado e o Estado não consegue solucionar estes e outros problemas, o melhor para a Nação, sem dúvida, é a privati-zação. É dever do chefe de estado cuidar de nossa economia.

Também temos visto vários depoimentos de pessoas que não ouvem mais Gilberto Gil por conta de sua participação como Ministro da Cultura no governo petista ou ainda àqueles que não assistem mais aos filmes do Elia Kazan por este ter sido delator de vários colegas artis-tas durante o caça às bruxas no macarthismo.

Há, sem dúvida, muitas confu-sões e a primeira é a de confun-dir o indivíduo com a pessoa. O segundo é a constante falta de informação e compreensão de alguns grupos políticos (intelec-tuais, partidos, sindicatos, igreja etc.) em torno de diferentes ques-tões. Não há um lampejo pro-gressista e praticamente todos são levados ao conservadorismo mais tacanho.

Sempre fui socialista e sem-pre serei. Qualquer vitória das classes oprimidas, na diminui-ção das desigualdades, repre-sentamuma vitória para mim. O que não aceito é o baixo índice intelectual de muitos dos nos-sos, onde o coração tem tido mais substâncias que a cabe-ça, manipulado da forma mais vil para atender aos interesses eleitoreiros.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio Brazator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural

O modo de administrar de FHC, modo racio-nal, dinâmi-co e moder-no, não se alinhava ao ainda típico pensamento brasileiro de que o Esta-do é o pai-patrão da sociedade, o começo e o fi m de tudo”

Crise do pensamento

JULIANA COUTINHO/DIVULGAÇÃO MULTISHOW

Mário Adolfo

Elvis

Regi

Gilmal

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Programação de TV

5h Jornal Da Semana6h Igreja Universal7h Brasil Caminhoneiro7h30 Planeta Turismo8h30 Vrum9h Sorteio Amazonas Da Sorte (Local)10h Domingo Legal 14h Eliana18h Roda A Roda Jequiti18h45 Sorteio Da Telesena19h Programa Silvio Santos23h De Frente Com Gabi0h Nikita1h Rizzola & Isles2h Pessoa De Interesse3h20 Big Bang4h Igreja Universal

SBT

5h Santo Culto Em Seu Lar5h30 Desenhos Bíblicos7h Desenhos Bíblicos8h30 Record Kids - Pica Pau9h Amazonas Da Sorte 10h Domingo Show 14h15 Hora Do Faro 18h20 Domingo Espetacular 22h15 Tela Máxima - “A Caixa” 0h15 Programação Iurd

RECORD

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 É tempo de pensar de modo novo sobre o trabalho e o uso de sua criatividade. As no-vas possibilidades que se abrem no trabalho podem ser coibidas por velhos medos.

TOURO - 20/4 a 20/5 É necessário pensar de maneira nova, pois só assim poderá também sentir de maneira nova. O momento propicia encaminhar de modo renovado suas soluções de vida.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Livre-se das velhas cangas e pesos que os pensamentos antigos lhe impõem. Aceite a realidade como ela é, sem torná-la mais difícil ainda. Simplifi que as coisas.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 Plutão afl ige Mercúrio e exige que você negocie de maneira nova nos assuntos materiais. Coloque o que é seu verda-deiramente a serviço da relação com as outras pessoas.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Um dia para você encontrar novas soluções para antigos problemas no trabalho. O modo habitual de lidar com os afazeres práticos pode não funcionar muito bem hoje.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 É tempo de estar bastante solto do passado, para ingressar em um novo modo de ser. Veja o quanto seu velho jeito está inadequado para o que idealiza sobre si mesmo.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Plutão afl ige Mercúrio e indica o fato de que certas amizades não são como você pensa ou deseja que elas sejam. Nem todos os apoios convergem como você esperava.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 As relações de trabalho podem não estar contribuindo o sufi ciente para os bons re-sultados. A má comunicação emperra seu trabalho. Mude o jeito de se comunicar.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Sem planejar direito o aspecto fi nanceiro de seu trabalho, este não pode se desenvolver a contento. Não deixe as pontas soltas, amarre-as de maneira que você saiba onde estão.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 O confl ito com as pessoas revela possíveis desacordos que estavam embutidos. Talvez você tenha que enxergar os outros e a si próprio de uma outra maneira.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Conteúdos profundos e perturbadores afl o-ram na relação a dois. A comunicação sincera entre vocês é a melhor saída; assim como uma comunicação sincera sua consigo mesmo.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Procure alinhavar as grandes ideias com a prática imediata. Se você se prender à rotina e a velhos procedimentos irá se afastar dos projetos que tem em mente.

Cruzadinhas

“Refém” é a atração da noite de hoje, em “Domingo Maior”

REPRODUÇÃO

BAND5h Power Rangers – Zeo6h Popeye6h30 Santa Missa No Seu Lar7h30 Sabadão Do Baiano

GLOBO

Cinema

CONTINUAÇÕES

Juntos e Misturados: EUA. 10 anos. Cinemark 5 – 11h20, 14h, 16h40, 19h20, 22h20 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 6 – 13h30, 16h10, 18h50, 21h40 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 3 – 14h, 17h45, 20h50 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 13h10, 16h10, 20h (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h30, 20h45 (dub/diariamente), 17h15 (leg/diariamente); Kinoplex 2 – 14h, 16h30, 19h, 21h30 (dub/diariamente); Playarte 5 – 13h40, 16h, 18h20, 20h50 (dub/diariamente), 23h10 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate: EUA. Livre. Cinemark 2 – 11h10, 15h50 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 2 – 13h20, 15h30, 17h50 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 13h, 18h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h, 16h15 (dub/diariamente); Kinoplex 1 – 18h50 (dub/diariamente).

Transformers - A Era da Extinção: EUA. 12 anos. Cinemark 1 – 12h40, 16h45, 20h40 (dub/diariamente), Cinemark 3 – 11h40, 15h40, 19h40 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sábado), Cinemark 7 – 13h45, 17h40, 21h40 (3D/dub/diariamente); Cinépo-lis Millennium 2 – 20h10 (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 3 – 13h40, 17h10 (3D/dub/diariamente), 20h40 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 5 – 14h10, 17h40, 21h10 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 12h, 18h40 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 5 – 13h40, 17h, 20h40 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 6 – 15h, 19h, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 22h25 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 2 – 17h20 (leg/diaria-mente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 18h45 (3D/dub/diariamente), 15h, 22h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 14h15, 21h45 (dub/diariamente), 17h45 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 8 – 13h30, 19h30 (dub/diariamente), 16h30, 22h30 (leg/diariamente). Kinoplex 5 – 13h30, 17h, 20h30 (3D/dub/diariamente).

Como Treinar o Seu Dragão 2: EUA. Livre. Cinemark 2 – 13h20, 18h20 (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 7 – 14h30,

17h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 15h50, 21h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 15h10 (dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 10 – 13h15, 15h45 (dub/diariamente); Kinoplex 1 – 16h30 (dub/diariamente); Playarte 9 – 13h30, 15h40, 17h50, 20h (dub/diariamente), 22h10 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 10 – 12h40, 14h50, 17h, 19h10, 21h20 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

A Culpa é das Estrelas: EUA. 12 anos. Cinépolis Millennium 7 – 19h30, 22h20 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 14h30, 17h30, 20h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 18h15 (dub/diariamente), 21h15 (leg/diariamente); Kinoplex 1 – 20h50 (dub/diariamente); Playarte 3 – 13h15, 15h50, 18h25, 21h (dub/diariamente), 23h35 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Malévola: EUA. 10 anos. Cinemark 2 – 21h15 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sábado); Kinoplex 1 – 14h10 (dub/diariamente).

Os Homens São de Marte... E É Pra Lá Que Eu Vou: BRA. 14 anos. Playarte 2 – 12h35, 14h45, 16h55, 19h05, 21h15 (diariamente), 23h25 (somente sexta-feira e sábado).

No Limite do Amanhã: EUA. 12 anos. Playarte 8 – 13h40, 16h, 18h20, 20h40 (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

X-Men – Dias de um Futuro Esquecido: EUA. 12 anos. Playarte 4 – 12h50, 15h20, 17h50, 20h20 (dub/diariamente), 22h50 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Planeta dos Macacos – O Confronto: EUA. 12 anos. O fi lme é a conti-nuação direta do remake “Planeta dos Macacos: A Origem” (2011). Seguirá a trajetória do macaco Caesar (Andy Serkis) 15 anos após a revolução animal ocorrida no primeiro fi lme. Desta vez, o animal deve enfrentar um grupo organizado de seres humanos sobreviventes, que planejam reconquistar o domínio do planeta. Cinemark 4 – 11h, 14h10, 17h, 20h (3D/dub/diaria-mente), 23h (3D/dub/somente sábado), Cinemark 6 – 12h, 15h (dub/exceto domingo), 18h, 21h (dub/exceto quarta-feira), Cinemark 8 – 13h, 16h, 19h, 22h (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 1 – 13h, 19h (3D/dub/diaria-mente), 16h, 22h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 4 – 12h, 15h, 18h, 21h (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 14h, 16h50, 19h40, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 12h40, 15h30, 18h30, 21h30 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 2 – 15h40, 22h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 13h30, 16h30, 19h30, 22h20 (dub/diariamente); Ciné-polis Ponta Negra 1 – 18h25 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h10, 21h (dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 5 – 13h, 19h (3D/dub/diariamente), 16h, 22h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 18h30 (dub/diariamente), 21h30 (leg/diariamente); Kinoplex 3 – 13h20, 16h, 18h40 (3D/dub/diariamente), 21h20 (3D/leg/diariamente), Kinoplex 4 – 15h40, 18h20, 21h (dub/diariamente), 13h (dub/somente sábado e domingo); Playarte 1 – 12h30, 15h10, 17h50 (3D/dub/diariamente), 20h30 (3D/leg/diariamente), 23h10 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 13h20, 15h55, 18h30, 21h05 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), 13h21, 15h56, 18h31, 21h06 (dub/diariamente), 23h41 (dub/somente sexta-feira e sábado).

ESTREIA

4h35 Santa Missa5h35 Amazônia Rural 6h05 Pequenas Empresas, grandes Ne-gócios 6h40 Globo Rural7h35 Fórmula 1 - Grande Prêmio da Hungria

8h Power Rangers + Popeye9h30 Popeye9h45 Informercial – Polishop10h15 Power Rangers – Zeo10h45 Verdade E Vida11h Irmão Caminhoneiro – Boletim11h05 Pé Na Estrada11h30 Copa Petrobras De Marcas12h Band Esporte Clube14h O Grande Momento Do Fu-tebol14h30 Campeonato Brasileiro - Atlé-tico-pr X Fluminense16h50 3º Tempo19h Só Risos20h Polícia 24h21h Pânico Na Band0h Canal Livre1h30 Show Business2h25 Popeye3h Igreja Universal

9h55 Auto Esporte10h15 Esporte Espetacular 11h40 Esquenta13h Temperatura Máxima - KUNG FU PANDA 215h Campeonato Brasileiro - Atlético PR x Fluminense17h Domingão do Faustão19h45 Fantástico22h02 24 Horas23h15 Domingo Maior - REFÉM1h06 Obrigado Senhor1h10 Hino Nacional1h15 Encerramento Previsto (Manuten-ção Mensal)

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 27 DE JULHO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

‘Manaus sabe o que é bom samba’ Um artista que, talvez mui-

tos não conheçam, mas que agora ganha visibilidade ao assumir os vocais de um dos grupos de samba mais antigos e que fazem grande sucesso no país. Este é Almirzinho, um

carioca de 43 anos, fi lho do grande sambista

Almir Guineto e o novo vocalis-

ta do grupo Revelação. O talento do músico poderá ser c o n f e r i d o pelos ma-n a u e n s e s no próximo dia 9, quan-do ele, jun-tamente com Xande de Pila-res e a banda completa do Revelação se apresentam na arena externa

do Studio 5. Em entrevista,

Almirzinho desta-cou que em agosto

será a segunda vez que virá a capital ama-

zonense para um show, mas que agora tem um gostinho diferente. “O público de Ma-naus é muito receptivo e

sabe o que é um bom samba. No show do Revelação, va-mos relembrar os sucessos que marcam gerações e algumas novidades também. Vamos surpreender, podem esperar“, adianta.

Almirzinho está no grupo há um pouco mais de dois meses e ressalta que foi bem recebido pelo Brasil afora. “No geral as pessoas estão aceitando muito bem essa nova formação. Exis-tem aqueles que ainda estra-

nham, é claro, mas é algo que o tempo vai ajudar a melhorar. O Revelação é um dos maiores grupos de samba, tem milhares de fãs e não quero apagar a história que o Xande construiu com grupo e os fãs”, disse.

Antes de assumir os vocais do Revelação, Almirzinho tinha um projeto solo no Estado de São Paulo, onde morava. Du-rante esse tempo o cantor gravou dois CDs de MPB, um deles lançado na Espanha.

Quando recebeu o convite para ser o novo vocalista do grupo, ele assume que fi cou surpreso. “Primeiro tomei um susto, né. Um dos maiores grupos de samba de Brasil. Caraca! (sic)”.

Almirzinho reconhece a gran-de responsabilidade em assu-mir o posto de um artista com o talento do Xande de Pilares. Cobrança que ele também es-barra por ser fi lho do sambista consagrado pelo público, Almir Guineto. No entanto, o cantor afi rma que “está sabendo levar bem a situação”. Depois de aceitar o convite, ele deixou São Paulo e se mudou para o Rio de Janeiro, por conta dos compromissos com o grupo.

Raízes no sambaAmirzinho já é um velho co-

nhecido dos músicos do Re-velação. Ele participava das apresentações do grupo ca-rioca em um bloco de Carnaval em Salvador. “Já tinha uma proximidade com todos eles, somos parceiros de longa data e isso facilitou muito.”

O músico carioca percorre o Brasil com a turnê de des-pedida do cantor Xande de Pilares e ressalta que o público está comparecendo. “O frio na barriga sempre vai existir, mas depois de duas músicas o pú-

blico se solta e entra no clima”, brinca o novo vocalista.

Ao ser questionado sobre o samba no Brasil na atualida-de, o fi lho de Almir Guineto é incisivo ao dizer que o “samba mudou sua cara, ou seja, se modernizou, mas que não pode deixar de perder sua raiz”. Ele complementa: “O samba tem sua identidade própria. O mais importante é que as pessoas, os músicos e amantes do gêne-ro não deixem o samba morrer, independente do crescimento e preferência por outros ritmos. O Brasil tem muitos talentos que se destacam em todos ritmos, mas o samba é espe-cial. É um patrimônio cultural que está prestes a completar 100 anos. É muita história”, completa Almirzinho.

ENTREVISTA

SERVIÇOSHOW DO REVELAÇÃO 360º

Quando:Onde:

Quanto:

Pontos de vendas:

9 de agostoArena externa do Studio 5Pista: R$ 50 (estudante) / Área VIP: R$ 130 / Mesa Premium: R$ 200 por pessoa (estudante)Óticas Veja, Minds Idiomas, Sinhazi-nha.com, Bar Cho-pp Brahma (todos para pista), loja da Fábrica de Eventos no Shopping Cida-de Leste (pista e área VIP); stand da Fábrica de Eventos no Amazonas Shopping (área VIP e mesa premium)

Cantor carioca Almirzinho (à direita) está prestes a assumir em defi nitivo a linha de frente do grupo de samba e pagode, “Re-velação”

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ULG

AÇÃO

A sempre elegan-te Sandra Backsman Braga está trocando de idade hoje. Os cum-primentos da coluna.

Ontem, com festa, o Temaki Lounge Sushi Bar do Shopping Ponta Negra apresentou seu novo cardápio assinado pelo chefe William Katô. Teve show de Elias Mo-reira, que participou da segunda temporada do The Voice Brasil, e o DJ Fábio Albuquerque.

O projeto “Música na Praça”, do Manaus Plaza Shopping, apre-senta, neste domingo, o grupo Moinhos de Vento. O show acon-tece na praça de ali-mentação do centro de compras, de 19h às 21h, e é gratuito.

Hoje, a partir das 15h, no Pagodão do Lappa tem a festa PagOdonto assi-nada pelos formandos de Odontologia da Faculdade do Amazonas. Os grupos Nosso Jeitto, Vem K Sam-bar e Nosso Caso serão os responsáveis pela anima-ção com Brahma liberada até às 18h.

O Novotel Manaus está de cara nova e transpira modernidade para quem quiser fazer eventos e reuniões no Distrito Industrial.

Sala de Espera

A Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado vai sediar, amanhã, o “Encontro Amazônico sobre Hepatites Virais”. O evento reunirá autoridades nacionais e in-ternacionais, em palestras e mesas redondas sobre o tema, informa a diretora-presidente da FMT-HVD, Graça Alecrim.

Explanação

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Plateia

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Em visita ao prefeito Arthur Virgílio Neto, a superinten-dente do aeroporto Eduardo Gomes, Socorro Pinheiro, foi só elogios com a avaliação positiva do efeito Manaus entre os turistas, no período da Copa com um crescimento de 300% de visitantes

MAU

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MIT

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Na próxima quarta-feira, será realizada a cerimônia de abertura da 37ª edição dos Jo-gos Escolares do Amazonas. A maior competição esportiva do Amazonas tem a chancela das secretarias Sejel e Seduc. Para esta temporada são es-perados 17 mil participantes, incluindo atletas, professo-res, técnicos da capital e de 32 municípios do interior do Estado. A solenidade do Jeas acontecerá às 16h, na Arena Amadeu Teixeira.

Certame

O prefeito Arthur Neto encerrou com louvor a entrega de ordens bancárias do Aluguel Social e de kits emergenciais para as famílias da cidade que tiveram suas casas atingidas pela cheia do rio Negro. O trabalho foi realizado (pesso-almente) pela atuante primeira-dama de Manaus, Goreth Garcia Virgílio, secretária da Semasdh. As últimas famílias a receberem as ordens bancárias e os kits são moradoras do Puraquequara e da Colônia Antônio Aleixo, na Zona Leste. Nas duas localidades foram atendidas respectivamente 38 e 64 famílias.

Ação Social

Segundo Philip Kotler são três os maiores desafi os que os gestores de ma-rketing enfrentam, atu-almente: atrair a atenção das pessoas, comprovar o retorno do investi-mento e diferenciar-se dos concorrentes. Kotler estará em Manaus, ama-nhã, e falará sobre esses e outros temas durante o semi-nário “Como criar, conquistar e domi-nar mercados”, no Studio 5 Centro de Convenções. As inscrições podem ser feitas pelo www.hsm.com.br.

Foco

Quem comandará uma, será o apresentador Rômulo Sena do Amazon Cidades no lançamento da sua nova cria “O valor dos provérbios”. Quando? No dia 15 de agosto, no delicioso Fran’s Café. Só para 100 convivas. O evento que promete ser badaladíssimo reunirá a ala puro-poder de Manaus.

Noite de autógrafos

Para estrelar a nova campanha do bem, Nejmi Jomaa Aziz prepara um megaencontro com a sua poderosa

“Rede Solidária” em torno do Dia das Crianças em outubro. Aliás, a ex-pri-meira-dama orquestrará, nos próxi-mos dias, um jantar entre amigos e empresários no endereço chique do Ephigênio Salles do tipo bem seleto.

Sérgio Martins e sua Márcia, formando par dos mais ani-mados, nos do-mínios de festa divertida no Zefi nha Bistrô celebrando o badalado cirur-gião plástico Euler Filho

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