em tempo - 18 de dezembro de 2011

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Delegado e ‘capanga’ Delegado titular de Boa Vista do Ramos, Fabiano Evangelista é acusado de ser segurança particular do prefeito Elmir Mota. Segundo o verea- dor Marlon Trindade, Evangelista “não cuida do município e, se fica na delegacia durante três ou quatro dias por mês, é muito”. Política A5 A cultura ficou órfã de três no- mes de peso: Joãosinho Trinta, o ator Sérgio Britto e a cantora Ce- sária Évora. Última Hora A2 Arte perde talento de carnavalesco JOÃOSINHO TRINTA Luxo, requinte e modernidade unem moda e um dos cartões- postais da capital do Amazonas. Elenco 20, 21 e 31 História e moda no Castelinho BOM GOSTO OPORTUNIDADES Última Hora A2 GOVERNO DO ESTADO Imigrantes escreveram na “Ilha Tupinambarana” uma história de sonhos, alegrias e tristezas, e hoje trabalham para construir um futuro auspicioso. Caderno Especial Berço das culturas japonesa e italiana PARINTINS ALBERTO CÉSAR ARAÚJO Com a Palavra A7 ‘Deixo de ser arcebispo de Manaus em maio de 2012’ ANO XXIV – N.º 7.509 – MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00 DOM LUIZ AM contratará executivos com salários de R$ 25 mil Economia B2 Lance! 2 a 7 Batalha final entre Neymar e Lionel Messi MUNDIAL DE CLUBES ALBERTO CÉSAR ARAÚJO 50 mil vagas de trabalho GIOVANNA CONSENTINI ‘Escola Solidária’ faz última edição de 2011 RAPHAEL ALVES Patrícia e Charles Oliveira, irmãos de “Frankzinho do 40”, foram mor- tos a tiros na madrugada de sábado, no Alvorada. Última Hora A2 ‘Irmãos do tráfico’ são assassinados NA CASA DE SHOW WILTON JR./AE

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO www.emtempo.com.br

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Page 1: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

Delegado e ‘capanga’Delegado titular de Boa Vista do Ramos, Fabiano Evangelista é acusado de ser segurança particular do prefeito Elmir Mota. Segundo o verea-

dor Marlon Trindade, Evangelista “não cuida do município e, se fi ca na delegacia durante três ou quatro dias por mês, é muito”. Política A5

A cultura fi cou órfã de três no-mes de peso: Joãosinho Trinta, o ator Sérgio Britto e a cantora Ce-sária Évora. Última Hora A2

Arte perde talento de carnavalesco

JOÃOSINHO TRINTA

Luxo, requinte e modernidade unem moda e um dos cartões-postais da capital do Amazonas. Elenco 20, 21 e 31

História e moda no Castelinho

BOM GOSTO

OPORTUNIDADES

Última Hora A2

GOVERNO DO ESTADO

Imigrantes escreveram na “Ilha Tupinambarana” uma história de sonhos, alegrias e tristezas, e hoje trabalham para construir um futuro auspicioso. Caderno Especial

Imigrantes escreveram na “Ilha Tupinambarana” uma

Berço das culturas japonesa e italiana

PARINTINS

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Com a Palavra A7

‘Deixo de ser arcebispo de Manaus em maio de 2012’

ANO XXIV – N.º 7.509 – MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES - DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO - PREÇO DESTA EDIÇÃO: R$ 2,00

DOM LUIZ

AM contratará executivos com salários de R$ 25 mil

Economia B2Lance! 2 a 7

Batalha fi nal entre Neymar e Lionel Messi

MUNDIAL DE CLUBES

ALB

ERTO

CÉS

AR A

RAÚ

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50 milvagas de trabalho

Última Hora A2

AM contratará executivos com salários de R$ 25 mil

Economia B2

Bentre Neymar e Lionel Messi

Bentre Neymar

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‘Escola Solidária’ faz última edição de 2011

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Patrícia e Charles Oliveira, irmãos de “Frankzinho do 40”, foram mor-tos a tiros na madrugada de sábado, no Alvorada. Última Hora A2

‘Irmãos do tráfi co’ são assassinados

NA CASA DE SHOW

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Page 2: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

A2 Opinião/Última Hora MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Líderes do tráfi co da Zona Sul, Charles Oliveira da Silva, chamado de “Camarão”, e Patrícia Oliveira da Silva, vulgo “Patrícia do 40”, foram abordados por um motoqueiro

Irmãos de ‘Frankzinho’ são executados a tiros

Os irmãos e líderes do tráfi co da Zona Sul de Manaus, Charles Oliveira da Silva, 27,

mais conhecido como “Cama-rão”, e Patrícia Oliveira da Silva, 30, vulgo “Patrícia do 40”, foram executados a tiros enquanto saíam de uma casa de shows às 4h de ontem. O homicídio duplo ocorreu na avenida Desembar-gador João Machado, no bairro do Alvorada, Zona Centro-Oes-te da capital amazonense.

De acordo com informações divulgadas pela Delegacia Es-pecializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), os irmãos foram abordados por um mo-toqueiro, não identifi cado, que disparou vários tiros contra a dupla, que foi assassinada em via pública. Os disparos partiram de uma pistola auto-mática modelo PT 40, arma de uso exclusivo da Polícia.

LiberdadeA dupla de irmãos foi presa

em outubro de 2009, durante operação “40 graus”, que com-batia o tráfi co de drogas na cidade, realizada pela Polícia Civil. Na ocasião, o pai e o marido de Patrícia também foram presos. Na casa da acu-sada, além de pasta-base de cocaína, foram encontradas três malas com cerca de R$ 200 mil e dez quilos da mesma

droga, além de uma pistola modelo 9 milímetros. Patrícia estava presa em 2009, e ga-nhou liberdade no último dia 23 de setembro.

O alvará de soltura de “Patrí-cia do 40” foi concedido pela desembargadora Encarnação das Graças Sampaio Salgado, da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Amazo-nas. “Camarão”, também estava

preso, mas ganhou liberdade há cerca de quatro meses.

Parentesco Acusados pelo tráfi co de en-

torpecentes, “Camarão” e “Pa-trícia do 40” são irmãos do tam-bém trafi cante Frank Oliveira da Silva, o “Frankzinho do 40”, 40 anos — que está preso no Complexo Penitenciário Anísio Jobim— com quem disputavam território na Zona Sul. Crime aconteceu quando os irmãos saíam de uma casa de shows

SHANA REIS

Arte perde três nomes marcantes

Morreram ontem, três gran-des personalidades. O carnava-lesco Joãosinho Trinta, o ator e diretor Sergio Britto e a cantora cabo-verdiana Cesária Évora.

Joãozinho Trinta com 78, morreu em São Luís (MA), sua cidade natal. Polêmico, criativo e fi el à máxima de que “pobre não gosta de pobreza, gosta de luxo”, o maranhense foi um dos principais responsáveis por modernizar o Carnaval do Rio.

Ele estava no UDI Hospi-tal desde o dia 3. Segundo o hospital, morreu às 10h (11h de Brasília) em decorrência de choque séptico (infecção gene-ralizada), causado por uma série de problemas, como pneumonia e infecção urinária.

O ator e diretor Sergio Brit-to morreu aos 88 anos. Ele estava internado no hospital Copa D’Or, no Rio, havia cerca de um mês, por problemas cardiorrespiratórios.

Segundo nota do hospital, sua morte foi causada por in-sufi ciência respiratória aguda. Por conta da morte do ator, o governador Sérgio Cabral de-cretou luto ofi cial de três dias no Rio de Janeiro. “Morre um dos maiores atores da história da dramaturgia brasileira. Culto, elegante, sarcástico, explorou todos os canais de comunicação para a sua arte. Entretanto, no teatro foi o maior”, disse

A cantora cabo-verdiana Ce-sária Évora morreu no Hospital Baptista de Sousa, na ilha de São Vicente, Cabo Verde.

A chamada “diva dos pés des-calços” era uma das cantoras de maior reconhecimento interna-cional de seu país. Ela estava internada devido a uma “insufi ci-ência cardiorrespiratória aguda e tensão cardíaca elevada”.

LUTO

Municípios enfrentam difi culdadesO presidente da Associa-

ção Amazonense de Muni-cípios (AAM), Jair Souto, se pronunciou ontem, so-bre declaração de suposta incapacidade técnica dos prefeitos do Amazonas, quadro do qual ele também faz parte, já que é prefeito de Manaquiri.

Souto ressalta que defen-deu os prefeitos ao apresen-tar dados que comprovam que a reeleição nos municí-

pios é menor que em outros Estados, por motivos como o controle da sociedade e dos órgãos públicos.

DificuldadesJair Souto ainda declara que

a população e os órgãos fi sca-lizadores precisam entender as difi culdades e desafi os que os prefeitos do Amazonas, um Es-tado com dimensões continen-tais enfrentam. “Muitas vezes os prefeitos são rotulados de

corruptos, mas ninguém leva em conta as difi culdades que enfrentamos no interior e os desafi os técnicos e geográfi cos que enfrentamos. Por isso esse rótulo não nos cabe”, afi rmou.

O presidente da AAM se declara defensor da clas-se que pertence. “Não por corporativismo, mas por conhecer e sentir na pele, todos os dias, o que é ser um prefeito no interior do Amazonas”, concluiu.

AAM

Última edição da ‘Escola Solidária’A última edição do projeto

“Escola Solidária”, que realiza serviços de atendimentos bá-sicos à população, foi realizada neste sábado (17), das 8h às 15h, no Centro de Educação de Tempo Integral Elisa Bessa Frei-re, localizado na avenida Itaúba, Jorge Teixeira, Zona Leste.

Na ocasião, a população con-tou com apresentações cultu-rais voltadas para o Natal e a participação especial do Papai Noel, que distribuiu doces para mais de 4 mil crianças.

A estimativa da Secretaria de Estado da Assistência Social e Cidadania (Seas) era atender 20 mil pessoas, com mais de 30 tipos de serviços gratuitos como emissão de documentos, en-caminhamentos para emprego, além de atendimento médico.

Além da Seas, o projeto conta com o apoio das secretarias de Estado da Saúde (Susam), Tra-balho e Emprego (Setrab), Edu-cação (Seduc), Cultura (SEC), Meio Ambiente e Desenvolvi-mento Sustentável (SDS), da Defensoria Pública, Ouvidoria Geral do Estado, Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AM), dentre outros órgãos.

ATENDIMENTOS

Durante o projeto “Es-cola Solidária”, houve também outras apresen-tações culturais, como fanfarras do projeto Esco-la Cidadã, corais e grupos de danças. Um dos desta-ques foram os bonecos de neve e duendes.

Para 2012, a programa-ção já está sendo prepara-da. “Vamos continuar com o projeto em 2012 e teremos

mais escolas atendidas a partir de março”, disse a secretária executiva da Seas, Graça Prola.

De acordo com Pro-la, em 2011 o projeto foi sucesso nas escolas que passou e ofereceu serviços à população. “Atendemos a um público estimado em 100 mil e ano que vem será muito mais”, enfatizou.

Projeto continuará em 2012

População contou com apresentações culturais de Natal

Contexto3090-1011/9982-2702 [email protected]

Pelo menos dois municípios do Amazonas já solicitaram do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) reforço efetivo da Polícia Militar (PM) por conta das desavenças eleitorais locais.

Borba e Boa Vista do Ramos já fi zeram as solicitações. Eles argumentam que os ânimos políticos estão exaltados por conta das denúncias que estão sendo feitas. Em Borba, o presidente da Câ-mara, Carlos Lopes (PCdoB), está sendo denunciado por corrupção de menores, favorecimento da prostituição, pedofi lia, improbidade administrativa e extorsão. Já em Boa Vista do Ramos, o prefeito Elmir Lima Mota (PSC) e o vereador Joaquim Teixeira aparecem em um vídeo em que Elmir entrega dinheiro a Teixeira.

No caso de Borba, o pedido foi feito pelo segundo vice-presidente da Câmara, Simão Peixoto. Amanhã, o presi-dente da Câmara de Boa Vista do Ramos, Marlon Trindade, ofi cializa o pedido. Tradicionalmente, mais um município recebe reforço em ano eleitoral: Tabatinga.

APLAUSOS

Reforço da PM em cidades do AM em confl ito político

MÉRITOO presidente do Tribunal de

Justiça do Amazonas (TJAM), desembargador João Simões, foi ao aerporto, na noite da última quinta (15), especial-mente para recepcionar o ministro do STF Mauro Camp-bell, que está em Manaus para receber, amanhã, a Medalha do Mérito Eleitoral de Manaus do TRE.

BALANÇOAliás, Simões dará uma

entrevista coletiva, amanhã, para prestar contas do TJAM, referentes a este ano. O de-sembargador passou o ano re-clamando da falta de recursos para o Judiciário amazonense, mas deve fechar o ano no azul, com a promessa, inclusive, de implantar novos projetos.

DE SAÍDAMesmo com a derrota

do PRTB no TRE em rela-ção ao mandato na CMM, o vereador Paulo De’Carli (PSDB), reafi rmou que renunciará no próximo dia 21. O PRTB, ex-par-tido de De’Carli, errou o nome do vereador no processo que

ingressou no TRE para reaver o mandato e colocou o nome do fi lho do vereador.

EMOCIONADOO ex-senador Arthur Neto

(PSDB) tomou posse na Aca-demia Amazonense de Letras (AAL), na noite da última sex-ta-feira (16), com direito a discurso emocionado.

DROGASA Prefeitura de Manaus fi r-

mou convênio com o Instituto Novo Mundo para fortalecer a rede de atenção a usuá-rios de crack e outras drogas sem comprometimento clíni-co grave. Os benefi ciados vão receber atendimento por meio de internação “leitos de aco-lhimentos”, em comunidades terapêuticas.

FÉRIASAmanhã tem início a últi-

ma semana de trabalhos dos parlamentares da Câmara Municipal de Manaus e da Assembleia Legislativa do Es-tado (Aleam). Os parlamen-tares fi carão de recesso até fevereiro.

Para a mudança de matriz energética no interior do Estado. Até abril, quatro municípios aderem ao gás.

Energia

VAIAS

Para o delegado de Boa Vista do Ramos, Fabiano Evangelista, acusado de participar de esquema de corrupção.

Delegado

ENCONTROSNa próxima semana, a primeira-dama e presidente do Fundo

de Promoção Social do Amazonas (FPS), Nejmi Jomaa Aziz, encerra o conjunto de encontros com gestores das coordena-ções distritais de Educação do Estado do Amazonas.

EDUCAÇÃOEstes eventos acontecem como forma de congratular escolas

e diretores de escolas pelo bom desempenho educacional, reconhecido pelo Prêmio Escola de Valor do governo de Omar Aziz (PSD).

SUSPEITOOs irmãos foram abor-

dados por um motoquei-ro, não identifi cado, que disparou vários tiros contra a dupla, que foi assassinada em via pú-blica. Os disparos parti-ram de uma pistola auto-mática modelo PT 40

GIOVANNA CONSENTINI

A02 - OPINIÃO - ÚLTIMA HORA.indd 2 17/12/2011 14:23:38

Page 3: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 A3Opinião

Editorial

Ao declarar, sexta-feira, num encontro com jornalistas, que não é “hora de dar aumento salarial para catego-ria nenhuma. Isso vale para todo mundo, eu não acho ninguém melhor do que ninguém”, a presidente Dilma Rousseff despertou a fúria do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Gabriel Wedy, que divulgou nota manifestando preocupação com o fato de a presidente terminar o ano sem repor a infl ação anual do teto do funcionalismo público, principalmente excluindo do Orçamento da União a proposta enviada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso.

Segundo a associação, “são crimes de responsabilida-de do presidente da República os que atentam contra a Constituição Federal e especialmente contra: o livre exercício do Poder Judiciário, a lei orçamentária e o cumprimento das leis”. O argumento do governo de que não existem recursos para o Judiciário “é falacioso”, diz a Ajufe. A proposta do STF é de R$ 7,7 bilhões, apenas os juízes federais arrecadam em média todos os anos nas Varas de Execução Fiscal R$ 10 bilhões.

“Como se não bastasse, a imprensa nacional, em tempos de demissão em série de ministros de Estado, divulgou que R$ 40 bilhões escoaram pela vala da corrupção nos últimos anos, apenas na esfera federal. Esses recursos poderiam ser investidos na Justiça do país”, diz a nota, como se a Justiça também não tivesse parte de respon-sabilidade nesse contexto. O documento afi rma ainda que “a democracia está em risco”, assim com um “dos seus principais pilares – a independência do Poder Judiciário”. Com um pouco mais de disposição, a reposição salarial do corpo funcional do Judiciário inspiraria Wedy a propor o impeachment da presidente Dilma Rousseff .

Não se discute quanta razão tem a Ajufe: todo trabalhador tem direito de reivindicar melhores salários, inclusive juízes de todas as instâncias do Judiciário. Mas existem questões que envolvem a “legalidade” no país que não despertam tanto, digamos, entusiasmo dessa associação classista. A Ficha Limpa, por exemplo, e o “mensalão”, que está às vésperas da prescrição. Juízes deveriam pensar mais de uma vez, antes de proclamar que a “democracia está em risco”.

[email protected]

[email protected]

Charge

Olho da [email protected]

Fala [email protected]

O Dia Mundial de Combate à Corrupção (9 de dezembro) é uma referência à Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção que foi assinada por diversos países em 9 de dezembro de 2003. A Frente Parlamentar de Combate à Corrupção acompanha a im-plementação da Convenção e de outros compromissos in-ternacionais assumidos pelo país, que tenham como objeto a prevenção e o combate à

entre R$ 50,8 bilhões e R$ 84,5 bilhões. Segundo levanta-mentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais de 16 mil processos de apuração de crimes de corrupção, improbi-dade administrativa e lavagem de dinheiro tramitaram, no ano passado, na Justiça Federal e nos tribunais superiores.

Antônio Jacinto Índio, por e-mail

www.emtempo.com.br

O fenômeno La Niña, que baliza o regime das águas nestes tempos de mudanças climáticas, inspira também o olhar a descobrir o que não pode ser visto com olhos que veem, mas não enxergam, porque é o olho humano que dá o toque de beleza na natureza.

RAPHAEL ALVES

Com um pouco mais,sai um impeachment

Dilma Rousseff bate recorde de aprovação popular, batendo até o antecessor tido como imbatível. Consolida, assim, o crescimento da hegemonia governo/petista que se expandiu do Congresso para a so-ciedade e aumenta gradativamente desde a eleição de Luiz Inácio da Silva em 2002. A última pesquisa Ibope mostra Dilma com índices de popularidade inéditos na compara-ção com os primeiros anos dos dois mandatos de Lula e de Fernando Henrique e carrega consigo duas no-tícias. A boa é que a maioria se sente bem e isso é ótimo. A má é que com números tão robustos o governo se sente no direito de tocar o bar-co em frente sem prestar atenção ao que de positivo o contraditório contém como material de trabalho para avançar por terrenos onde hoje viceja o atraso. Popularidade é bom e todo mundo gosta. Rende votos, vitórias eleitorais, aumenta a perspectiva de poder, infl a egos, mas cria cacoete de comportamento, alimenta vocações autoritárias e, por isso, o ideal é que seja usada em prol do coletivo e não do projeto de um só partido.

Evidentemente, não se propõe que o governo divida suas glórias com a oposição, muito menos que não faça uso eleitoral da vantagem que detém. O jogo democrático, óbvio, tem na disputa política sua preliminar. Mas, não precisa ne-cessariamente limitar-se a esse objetivo. Até porque popularidade não é atributo que tenha por si ga-rantia de permanência. Como vem, vai. Se há espírito público, o ideal é que no momento do auge essa força seja usada como instrumento de transformação. Uma arma de aperfeiçoamento, cujo manejo leve em conta uma velha lição: quanto mais poderoso é o poder mais o go-vernante deve compartilhá-lo com seus governados.

Do contrário, o mandatário alta-mente popular tende a ouvir só o que lhe interessa e a dizer só o que lhe convém, sem se considerar na obrigação de conferir substância e coerência às suas palavras. Foi o que aconteceu na entrevista que a presidente deu na sexta-feira. Para começo de conversa, previu um crescimento de 5% no PIB para 2012. Qual o raciocínio utilizado para chegar à conclusão? Nenhum. “Meu cenário é otimista”, afi rmou Dilma, reduzindo sua tese a mera conjectura. Algo autoritário, porque parte do pressuposto de que uma frase presidencial tenha o condão de conduzir uma realidade.

A presidente tampouco foi fi el aos fatos ao comentar o caso do ministro Fernando Pimentel que, segundo ela, “não tem nada a ver com o gover-no”. Teria a ver com o quê, então? Posta diante da comparação com o episódio envolvendo Antonio Palocci, fantasiou: “Ele quis sair”. Não quis, resistiu por 23 dias, saiu quando já era impossível fi car e foi incorpora-do à dita “faxina” como indicativo da intolerância da presidente em relação a “malfeitos”. Mas, se for verdade que Palocci só saiu porque quis, chega-se à conclusão de que por vontade de Dilma teria fi cado. Onde coerência da intolerante?

Com a mesma superfi cialidade própria dos que estão com a vida ganha e, portanto, não se acham devedores de conferir maturidade ao diálogo com o país, a presidente falou sobre a reforma ministerial. Rechaçou a hipótese de reduzir o número de ministérios - “não me venham com essa conversa, não é isso que faz a diferença no governo” -, choveu no molhado - “não tenho compromisso com qualquer prática inadequada” - e não disse o que pen-sa mesmo sobre o modus operandi da coalizão. Avisou apenas que todos terão “uma surpresa”.

Dora [email protected]

Dora KramerJornalista, escreve simultaneamente

no jornal “O Estado de S.Paulo”

Evidente-mente, não se propõe que o go-verno divida suas glórias com a opo-sição, muito menos que não faça uso eleitoral da vanta-gem que detém”

Modo de usar

corrupção. Composto por 71 artigos, o texto da Convenção é considerado um dos mais importantes documentos vin-culando à luta contra a cor-rupção, fenômeno que não é exclusivo e característico da cultura brasileira.

Por atingir escalas mundiais, o objetivo da Convenção é fortalecer o combate à cor-rupção no mundo inteiro. No Brasil, assim como em vários países, o Dia Internacional

Contra a Corrupção, desde 2004, é marcado por diversos eventos, debates, congressos, mobilizações e levantamento de resultados alcançados no combate à corrupção.

Segundo relatório publicado neste ano pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o custo médio da corrupção no país repre-senta de 1,38% a 2,3% do PIB, o equivalente a um valor

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Page 4: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

A Compensa, que já foi conhecida pela violên-cia e pelo tráfi co de drogas, mos-trou o cora-ção enorme de seus habitantes. Quatro vidas foram salvas pela solida-riedade de pessoas”.

Contraria-mente ao que acon-tece aquil, onde os partidos não se defi nem ideologica-mente, lá, são nítidas as diferen-ças entre os ideários democratas e republica-nos”.

João Bosco

Araújo

Estamos a uma semana do Natal e nada melhor do que lembrar a decisão dos pastores, depois de ouvirem a mensagem do anjo. “Vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu, o que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc 2,15). Ver o que acon-teceu em Belém é descobrir a presença de Deus em cada acontecimento, mas acima de tudo nas pessoas próximas ou não, preferencialmente, nas excluídas e necessitadas. Esta época do ano desperta um espírito de solidariedade que encan-ta, com arrecadações de cestas básicas e brinquedos e com a alegria de quem recebe esse gesto de amizade. Mas o espírito de solidariedade deve ultrapassar o ciclo natalino e avançar ano a fora. Dá para acreditar em dias melhores quando descobrimos que nosso povo é solidário em momentos complicados da vida.

Aconteceu em abril deste ano. Fábio Rafael com sua esposa e os dois fi lhos ainda pequenos voltava da casa de seus pais. Dirigia o carro em meio das chuvas da época. Na avenida Brasil o carro der-rapou, caiu dentro do igarapé e emborcou. Presos pelo cinto de segurança, tiveram difi culdades para soltarem-se e viram-se perdidos no meio das águas que enchiam o automóvel. Fábio conseguiu soltar-se, mas os outros não. A esposa desmaiou. Aí aconteceu o milagre da solidariedade. Bor-racheiros, que trabalham nas redondezas, correram, ajudaram o motorista, e tiraram as crianças. Um casal, que passava, parou o carro; a esposa que é médica prestou os primeiros socorros e acompanhou os acidentados ao hospital.

A Compensa, que já foi conhecida pela violência e pelo tráfi co de drogas, mostrou o coração enorme de seus habitantes. Qua-tro vidas foram salvas pela solidariedade de pessoas que tudo fi zeram sem interesse algum, por puro amor fraterno. É verdade que a família acidentada carregou por algum tempo a hepatite, as doenças de pele e disenterias, sequelas do indeseja-do mergulho no esgoto a céu aberto que ainda recebe o honroso nome de igarapé do Franco. Se o Franco estivesse vivo, o fato de ter dado o próprio nome ao igarapé o faria esconder-se tomado de vergonha. Entre parêntese, fi ca aqui um apelo para que se implante em Manaus um sistema de tratamento de esgotos. Cai mal para nós, amazonenses, ter avenidas e parques muitos bonitos, construídos ao longo de esgotos a céu aberto.

Retornando ao ocorrido na Compensa, estou certo de que, diante de gestos desse valor, dá para acreditar em dias melhores. A maioria de nosso povo tem sentimentos elevados e dignos de elogios. Desejei relatar o fato acima porque retrata bem o espírito que precisa tomar conta de nossas festas natalinas. Deus está perto de nós. Jesus é chamado por Isaías como Emanuel que sig-nifi ca Deus-conosco. A grande tarefa, que nos compete, é percebê-lo em tudo e em todos. Tem razão o padre Zezinho quando canta que o Natal não pode ser um dia e que as mães sejam Maria e os pais José. A solidariedade é marca de quem atende ao convite dos pastores: “Vamos já a Belém e vejamos o que aconteceu”.

PainelRENATA LO PRETE

Em conversas reservadas, Gilberto Kassab (PSD) atribui parcela expressiva de sua atual reprovação ao fator saúde pública. Entre os problemas identifi cados pela equipe do prefeito paulistano está o gargalo do atendimento nas AMAs --ambulatórios de especialidades cuja expansão foi promessa de campanha em 2008. Ciente de que será difícil desafogar essa demanda em 2012, quando tentará fazer seu sucessor, Kassab procurará atacar outra questão sensível para o eleitorado da periferia: segurança. A ideia é ampliar a “operação delegada”, que permite dar bônus salarial a PMs pela prestação de serviços extras em áreas violentas.

Horário eleitoral Além da ofensiva na seguran-ça, Kassab planeja en-tregar 150 escolas no próximo ano.

Igual... Um veterano da base aliada que acompa-nha a guerra particular em curso na Caixa Eco-nômica Federal observa: o grau de beligerância en-tre as partes –no caso, PT e PMDB– em quase tudo lembra a situação dos Correios que, no primeiro mandato de Lula, puxou o gatilho do escândalo do mensalão.

...mas pior A diferença, afi rma o governista, é que no caso da CEF as cifras envolvidas no litígio são incomparavelmente mais elevadas.

Dando bobeira Sem prejuízo das manifesta-ções públicas e privadas de apoio de Dilma Rous-seff a Fernando Pimentel, existe no Planalto quem considere que a atitude entre displicente e desa-fi adora do ministro do De-senvolvimento não está ajudando a virar a página do noticiário sobre suas nebulosas consultorias. Pelo contrário.

Dando bobeira 2 Se antes o governo dava como certo que o assun-to morreria junto com o ano, agora já se admite a possibilidade de que, passado o recesso das Festas, um ou outro es-tilhaço volte a incomodar em janeiro.

Empenhado Na con-tramão de outros caci-ques petistas, o deputado

João Paulo Cunha (SP), um dos réus no processo do mensalão, está dando a maior força ao colega Protógenes Queiroz (PC do B-SP) na empreitada de coleta de assinaturas para um requerimento de CPI sobre o conteúdo do livro “A Privataria Tuca-na”, do jornalista Amaury Ribeiro Júnior.

Também quero Não somente do Judiciário vêm pressões para que governistas incluam, de última hora, previsão de aumentos salariais no Orçamento de 2012: lí-deres partidários estão recebendo demandas se-melhantes de categorias como a Receita e a Polícia Federal.

Também quero 2 Apesar da categórica manifestação de Dilma Rousseff na sexta-feira passada contra todo e qualquer reajuste para o Judiciário, o Congresso ainda não entregou os pontos. Existe a expec-tativa de que o assunto seja tratado na reunião de coordenação do go-verno, marcada para amanhã.

Auxílio... O Procon de São Paulo monitorou 288 consumidores considera-dos “superendividados”. O órgão negociou contra-tos em atraso, sobretudo com bancos, promoven-do acordos extrajudiciais em 30% das audiências. Os inadimplentes, que se apresentaram volun-tariamente para partici-par do projeto, tiveram ainda aulas de educação fi nanceira.

Tiroteio

O que o ministro Fernando Pimentel recebeu foi uma indecente mesada paga pelo peleguismo patronal com recursos do contribuinte”

Contraponto

Logo depois de uma breve interinidade na Presidência da República, resultado da ausência simultânea da titular do cargo e do vice, Marco Maia (PT-SP) encontrou Dilma Rousseff durante uma solenidade no Palácio do Planalto e foi logo brincando:— Gostaria de saber quais são exatamente as prerrogativas de um ex-presidente...

Publicado simultaneamente com o jornal ‘Folha de S.Paulo’

DO DEPUTADO JUTAHY JR. (PSDB-BA), sobre as justi-fi cativas da Federação das Indústrias de Minas Gerais para ter contratado como consultor o ex-prefeito de BH, hoje integrante do primeiro escalão de Dilma.

(Sobre reajuste sala-rial), 2012 continuará

como manda a lei. Tem de apresentar

(projeto de aumento) até agosto. Se o Con-

gresso não aprovar para 2012, só para

2013

Até hoje, para mim, não tem sido fácil compreender como um negro que escapa, por várias características, até pelo extravagante nome que o vincula a raízes africanas e islâmicas, do padrão do estereótipo das elites norte-america-nas, tenha logrado alcançar, através do sufrágio direto da população, o elevado cargo de presidente dos Estados Unidos da América, uma das mais sólidas de-mocracias do planeta.

Sem participar diretamente dos pa-drões, critérios e valores que modelam a cultura norte-americana, ainda assim é possível supor que a desastrosa gestão George Bush, que envolveu seu país em guerras absurdas, gerou um aumento descabido do déficit público, adotou políticas públicas de favorecimento es-cancarado das classes sociais mais ri-cas, enfim, assumiu postura de governo inaceitável no mundo atual, tudo isso e muito mais, favoreceu diretamente a candidatura de Obama.

Embora pequenos partidos políticos existam nos Estados Unidos, concorrem diretamente apenas os dois grandes, o Democrata e o Republicano, que têm vez e decidem as eleições americanas.

Contrariamente ao que acontece no Brasil, onde os partidos políticos não se de-fi nem ideologicamente e, quando o fazem é apenas na sua constituição estatutária, frequentemente descartada em nome dos interesses fi siológicos, lá são bem nítidas as diferenças entre os ideários dos demo-cratas e dos republicanos.

Neste momento, quando já bem pró-ximo se encontra o tempo das eleições para um novo mandato presidencial, acirra-se a disputa entre as duas facções e mais nítidas mostram-se as diferenças políticas entre ambas.

Enquanto os democratas, com Obama à frente, tentam, ainda que cautelosa-mente, reduzir as diferenças entre as classes que constituem a sociedade americana, pela via da concessão de benefícios aos mais pobres, sustenta-da por maiores impostos a incidirem sobre os mais ricos, os republicanos defendem o status quo e os “direitos” dos detentores de grandes fortunas, sob a primária alegação de que esses representam o talento e o “way of life” da América. Até a política de saúde que o governo americano pretendeu desen-volver, em proveito da população mais pobre, tem sido bombardeada pelos republicanos, com a afirmação de que o Estado não deve ser paternalista em relação àqueles que não souberam ter sucesso na vida.

Hoje o objetivo dos republicanos é derrotar os democratas (na figura de Obama) a qualquer custo e, para isso, não têm hesitado sequer em agravar a crise econômica que o país enfrenta. E o pior, para Obama, é que os republicanos detêm, neste momento, o controle do Congresso estadunidense.

Como diz o meu amigo Abdul Hauache, a eleição americana é tão importante para o mundo, que todos deveríamos ter o direito de também dela participar.

Na esteira da sucessãopresidencial americana

Vamos agora a Belém para ver o acontecimento

Onde pega

Aposentadoria precoce

Frases

O PT governa o país há nove anos e não reviu nenhuma privatização, não investigou nenhu-ma irregularidade. Pelo contrário, agora o PT amplia as privatizações para os aeroportos

Aécio Neves, afi rma que o PT deu aval às administrações de Fernando Henrique Cardoso ao manter a política econômica e o programa

de privatizações.

A Presidência jamais esteve nos planos de Dilma. Quando criança queria ser bailarina,

porque achava bonito, ou entrar para o Corpo de Bombeiros, que nem era profi ssão de menina

Ricardo Amaral, ex-assessor da Casa Civil, fala do livro “A Vida Quer É Coragem”, sobre a

trajetória de Dilma Rousseff , de jovem militante à primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil.

Dilma Rousseff reafi rma a posição de que não é “hora de dar aumento

salarial para categoria nenhuma. Isso vale para todo mundo, eu não acho ninguém melhor do que ninguém”.

Diretor-executivo do Amazonas EM

TEMPO

Dom LuizSoares Vieira

Arcebispo de Manaus

O PT governa o país há nove anos e não reviu nenhuma privatização, não investigou nenhu-ma irregularidade. Pelo contrário, agora o PT amplia as privatizações para os aeroportos

afi rma que o PT deu aval às administrações de Fernando Henrique Cardoso ao manter a política econômica e o programa

A Presidência jamais esteve nos planos de Dilma. Quando criança queria ser bailarina,

porque achava bonito, ou entrar para o Corpo de Bombeiros, que nem era profi ssão de menina

ex-assessor da Casa Civil, fala do livro “A Vida Quer É Coragem”, sobre a

trajetória de Dilma Rousseff , de jovem militante à primeira mulher a ocupar a Presidência do Brasil.

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Page 5: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 A5Política

Delegado acusado de ser segurança de Elmir LimaDenúncia será formalizada amanhã na SSP-AM após divulgação de vídeo no qual prefeito “compra” mandato de vereador

O presidente da Câ-mara de Boa Vista do Ramos, verea-dor Marlon Trinda-

de (PT), protocolará amanhã, na Secretaria de Estado Se-gurança Pública (SSP-AM) o pedido de afastamento do delegado titular do muni-cípio, Fabiano Evangelista, e solicitará reforço policial para a cidade.

Segundo ele, o delegado e pelo menos um policial mili-tar fazem parte do grupo de segurança particular do pre-feito do município, Elmir Lima Mota (PSC). “Ele (delegado Fabiano Evangelista) só faz o que o prefeito manda. Não cuida da segurança do muni-cípio e se fica na delegacia durante três ou quatro dias por mês é muito”, disparou.

O presidente do Legislati-vo informou que esteve reu-nido no último dia 7 deste mês com o secretário de Segurança Pública do Ama-zonas, coronel Paulo Roberto Vital, para relatar os des-mandos dos policiais civis e militares no município. Ele denunciou a apreensão irre-gular de carros da Câmara e o abuso de autoridade dos policiais com os desafetos políticos do prefeito.

“Fiz vários boletins de ocor-rência aqui (em Boa Vista do Ramos) e em Manaus, mas nada foi feito. Apreenderam meu carro achando que eu estava dentro e tenho recebi-do ameaças por mensagens e ligações restritas. Vivemos em um estado de inseguran-ça total”, revelou.

ProvidênciasO secretário de Segurança

Pública do Estado, coronel Paulo Roberto Vital, con-firmou que esteve reunido com o presidente do Le-gislativo de Boa Vista do Ramos, mas disse que não recebeu a denúncia de que o delegado estaria envolvido

na equipe de segurança do prefeito. “Isso não chegou ao meu conhecimento. Se ele (Marlon Trindade) me provar que o delegado não está exercendo seu papel a SSP irá investigar e punir caso seja comprovado. Não iria nomear um policial ou um delegado para trabalhar para o prefeito. Ele (dele-gado) está lá para servir a sociedade”, garantiu.

O coronel informou que as denúncias recebidas no último dia 7 tratavam de desavenças políticas e que por isso não tomou nenhum tipo de providência. “Tudo o que me foi relatado trata de questões políticas e nisso não irei me envolver. Toma-rei providências quando isso tudo interferir na segurança

pública do município”, disse.A reportagem ligou para

a delegacia de Boa Vista do Ramos e a atendente —que preferiu não se identificar — informou que o delegado estaria em Manaus acompa-nhando o prefeito. Ela confir-mou que o titular da Delegacia não comparece diariamente ao local, mas disse que não estava autorizada a entrar em detalhes sobre a rotina dos policiais do local.

O EM TEMPO tentou conta-to com o prefeito Elmir Lima Mota (PSC) por meio de sua assessoria, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

DENÚNCIAPrefeito de Boa Vista do Ramos, Elmir Lima Mota (PSC), foi flagrado pagando aproximadamente R$ 100 mil em espécie para o vereador Joaquim Teixeira Bar-bosa (PSC)

Um segundo vídeo dispo-nibilizado na última quinta-feira (15) mostra o prefeito de Boa Vista do Ramos, Elmir Lima Mota (PSC), efetuando pagamentos em dinheiro a supostos servido-res da prefeitura. No vídeo, entregue ao Centro de Apoio Operacional e Combate ao Crime Organizado (Cao-Cri-me) do Ministério Público do Estado (MPE-AM) — coor-denado pelo promotor Fá-bio Monteiro — o prefeito chega a pedir até o troco de uma das servidoras.

Em dado momento, ele atende o celular e em tom de ameaça discute com uma terceira pessoa. Procurado pela reportagem para co-mentar o segundo vídeo, o prefeito informou que não responderia aos questiona-mentos da reportagem.

O titular do Cao-Crime do MPE, promotor Fábio Mon-

teiro, disse que irá analisar o vídeo e apurar os fatos. Segundo ele, ainda que as transações financeiras se-jam referentes aos salários

dos servidores, a operação é irregular. “Ele (Elmir) está hu-milhando os servidores que precisam entrar em uma fila para receber o seu salário. Isso é ilegal até mesmo por-que não está previsto na le-gislação trabalhista”, disse.

Prefeito descumpre legislação

O prefeito Elmir Lima Mota (PSD) se envolveu em um es-cândalo político durante a úl-tima semana. Ele foi flagrado pagando aproximadamente R$ 100 mil em espécie para o vereador Joaquim Teixeira Barbosa (PSC).

No vídeo disponibiliza-do na última quinta-feira (15), o parlamentar apa-rece recebendo o dinheiro e “guardando-o” na cueca após contar a quantia duran-te uma transação realizada supostamente no escritó-rio dos advogados Alysson Karré e Jhones Karré, em

Manaus. Eles representam o Executivo de Boa Vista do Ramos e em dado momento, aparecem nas imagens.

Durante entrevista a um programa de televisão local, o prefeito chegou a dizer que o dinheiro era referente à venda de um carro. Em outra entrevista, o prefeito informou que estaria sendo ameaçado de morte e que o dinheiro era para que as ameaças cessassem.

Segundo o vereador de opo-sição, Júnior Andrade (PT), — que entregou o vídeo na Supe-rintendência da Polícia Federal

no Amazonas e no Ministério Público do Estado (MPE-AM) — argumentou que o dinheiro era referente à compra de mandato do vereador.

O vídeo foi gravado no domingo (11) e na manhã da segunda-feira (12) seguinte, o vereador entregou o cargo na Câmara. Na quarta-feira (14), em seu lugar, foi empos-sado o vereador governista Rivaldo Anselmo (PSC).

De acordo com os vereado-res de oposição, com a “com-pra” o prefeito garante um voto favorável a sua absol-vição nas investigações de

uma Comissão Processante em trânsito no Legislativo.

Questionado a respeito de uma possível punição para os advogados por terem per-mitido a transação irregular dentro do escritório, o vice-presidente da Ordem dos Ad-vogados do Brasil seccional Amazonas (OAB-AM), Alberto Simonetti Neto, informou que não teve acesso ao vídeo. “Não vi as imagens e só irei me pro-nunciar quando tiver acesso ao conteúdo, até porque não sei se os advogados tinham conhecimento da atitude ilí-cita do cliente”, disse.

Vídeo flagra prefeito “comprando” vereador

FOTOS: REPRODUÇÃO

ANÁLISEOs dois vídeos se-rão analisados pela Superintendência da Polícia Federal (PF) no Amazonas e em 90 dias será emitido um laudo preliminar da perí-cia técnica

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Se bobear, Henrique Alves perde a presidência

A escolha de Henrique Eduar-do Alves (PMDB-RN) como su-cessor de Marco Maia (PT-RS) na presidência da Câmara dos Deputados não é uma questão fechada, apesar do acordo (por escrito) fi rmado entre os dois partidos. Foi isso o que insinuou o próprio Maia a jornalistas, nesta semana. O desejo de inviabilizar o projeto de Alves cresce no PT na mesma propor-ção que aumenta a popularida-de da presidente Dilma.

Rolo compressor“Desde a campanha, sempre

que Dilma cresce nas pes-quisas, o PT tenta ‘patrolar’ a gente”, lembra importante líder do PMDB.

Discurso padrãoPara o líder do PT, Pau-

lo Teixeira (SP), só o próprio PMDB pode inviabilizar Hen-rique Alves. “O PT está fi rme no acordo”, desconversa.

Mangas de foraAtual vice, Rose de Freitas

(PMDB-ES) adverte que elei-ção para presidente da Câ-mara “é uma disputa, não um processo automático”.

Má infl uênciaContrário “à vala comum de

Eduardo Cunha”, Osmar Terra (RS) diz que Henrique Alves terá apoio descolando-se do deputado fl uminense.

Pimentel cumpriu agenda intensa em Genebra

Verdade seja dita, o ministro Fernando Pimentel (Desenvol-vimento) cumpriu exatamente a agenda que estava prevista, aliás, intensa, na Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, em Ge-nebra, bem ao contrário do que circulou. Segundo o embaixa-dor do Brasil na OMC, Roberto Azevedo, ele manteve reuniões com ministros da África do Sul e Suécia, e foi a eventos multilaterais até históricos.

Brics na OMCPimentel representou o Bra-

sil na primeira reunião dos países Brics na OMC, agora com a Rússia, e de importante encontro do G-20.

Papéis defi nidosChanceleres como o brasi-

leiro Antônio Patriota é que se revezaram em discursos na OMC. A presença de Pimentel nem sequer era prevista.

A vida como ela éMinistros só comparecem a

eventos como a Conferência Ministerial da OMC para legi-timar o que já está negociado pelo corpo diplomático.

Pára-quedasO PSDB tenta convencer

o senador Álvaro Dias (PR) a disputar o governo do DF, em 2014. Ofereceu quatro inserções para o tucano

discorrer sobre combate a corrupção. A última vai ao ar segunda-feira.

Eterno retornoO hábito do cachimbo faz

a boca torta: o Ministério do Trabalho prorrogou o convênio de R$ 4 milhões com a Fun-dação Pró-Cerrado para quali-fi cação profi ssional. A mesma cujo dono “providenciou” um avião para o ex-ministro Carlos Lupi, de triste memória.

Strudel com chaticeO almoço de Robson Braga,

presidente da Confederação Nacional da Indústria, com jornalistas, quarta, tinha a sobremesa Strudel de maçã com chatily (sic)”, como cons-tava do cardápio. Deve ser de chatice.

Simples demaisBoas ideias não custam caro:

Fauzi Nacksour, diretor-geral do DER-DF, colocou três via-turas da Polícia Rodoviária às margens dos eixões Norte e Sul, de Brasília. E em duas sema-nas não houve um só acidente grave. É que, vendo a viatura, o motorista desacelera.

PrivatariaReferindo-se ao livro-denún-

cia “A privataria tucana”, o deputado serrista Jutahy Júnior (BA) ataca: “É preciso descobrir os mandantes desse jogo sujo. Quem se envolveu nessa lama tem que aparecer”.

Cláudio HumbertoCOM TERESA BARROS E LEANDRO MAZZINI

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Não me venham com essa conversa”PRESIDENTE DILMA , sepultando a pretendi-

da reforma ministerial

PODER SEM PUDOR

Nos anos 40, apesar do fi m da ditadura Vargas, o poder político era defi nido segundo a vontade dos “coronéis”, no interior. Era o caso de São Caetano, no agreste pernambucano. Lá, mandava o “coronel” João Guilherme. Na primeira eleição após o Estado Novo, ele destacou capangas para o trabalho, digamos assim, de “boca de urna”: fi cavam nas proximidades dos locais de votação perguntando aos eleitores se eles votariam no candidato do coronel. Se a resposta fosse “não”, os eleitores ouviam a “sugestão”:

- Acho melhor o senhor não votar, não. É para não atrapalhar a democracia.

Democracia garantida Embora a maioria dos 38 parlamentares da Câmara Municipal de Manaus – sem distin-

ção de bancada - concorde que as realizações de tribu-nas populares e de audiên-cias públicas resultem em pouco ou nenhum resultado prático à sociedade, a casa legislativa já promoveu, no período de fevereiro a de-zembro deste ano, 104 tri-bunas e 49 audiências.

As informações são dos se-tores responsáveis pela organi-zação das respectivas sessões. Dessas, pelo menos 30 ocor-reram em dose dupla em um mesmo dia e seis em tripla.

O tema mais recorrente nas atividades é o relativo a da-tas comemorativas, somando o total de 27, seguido das reivindicações de categorias específi cas, totalizando 18, e o terceiro refere-se a projetos de entidades. O restante abor-da assuntos distintos, desde o problema da falta de água nos bairros e até temáticas atuais como a questão do bullying no ambiente escolar.

Os vereadores com a maior quantidade de propostas é o presidente da casa, Isaac

Tayah (PSD), com 16, o vice-líder do governo, Homero de Miranda Leão (PHS), com 11, e a oposicionista Lúcia An-tony (PCdoB) com 10.

Para o governista Wilker Barreto (PHS), apesar de ser uma forma de abrir as por-tas da CMM à população, ela declarou que, o avanço nas reivindicações levadas pelo cidadão comum e por repre-

sentantes da sociedade orga-nizada ao parlamento é inex-pressivo. “Avançamos pouco nas problemáticas trazidas ao Legislativo, o percentual de proveito é irrisório. Pergunto: o que de concreto resultou essas tribunas e audiências? Infelizmente, constato que parcela signifi cativa dessas atividades não tem a conti-nuidade necessária para que

seja viabilizado algum bene-fício real aos “reclamantes”, e por isso, perde-se a pratici-dade que poderia existir com essas ações”, ponderou.

Na avaliação do tucano Paulo De’Carli, boa parte das tribunas e audiências cons-tituem-se em meios de pro-moção dos políticos que as propõem, já que, quase todas as propostas visam atender classes específi cas, questões pontuais, e não de interes-se da coletividade. “A grande maioria é de interesse somen-te de um determinado seg-mento, promovendo apenas o mandato do autor da sessão, obrigando assim os demais vereadores a participarem de autopromoção parlamentar. São as chamadas tribunas “fl orzinha”, que só servem pra enfeitar”, alfi netou.

O vereador ainda acrescen-ta que por conta da predomi-nância desse tipo de sessões, acredita que seja necessária a criação de um conselho para decidir o que de fato é importante e prioritário à cidade. “Realmente não vejo praticidade e aplicação em sessões com essa caracte-rística, então, considero pri-mordial que um grupo defi na o que é ou não relevante a Manaus”, sugeriu.

CMM já promoveu neste ano 104 tribunas e 49 audiências, mesmo assim, parlamentares afi rmam ter poucos resultados

Parlamentares avaliam as tribunas na Câmara

De’Carli criticou também o excesso de tribunas na CMM, que segundo ele, prejudica o andamento no plenário, por dispensar um longo tempo às discussões pontuais em detrimento do debate global em prol da cidade. “Uma tri-buna por dia é até louvável, mas, no momento como esse em que estamos fazendo mutirão para zerar a pauta, ter duas tribunas seguidas é incompatível, um erro de quem as programa”, disse ao se referir às duas tribunas ocorridas na última quarta-feira (14), uma em dedicação

ao Ministério Público e outra ao Dia da Bíblia.

Hissa Abrahão (PPS) também apontou que o exagero na quantidade dessas tribunas tem sido um fator negativo no Le-gislativo da capital. Para ele, é preciso que essas ações sejam instrumen-tos de participação da sociedade na CMM. Mas, acentuou que a ausência de acompanhamento pós-tribunas e audiências é o ponto-chave da inefi-cácia das atividades. “As sessões quando realizadas

na medida certa, são sem dúvida, uma maneira de aproximar o cidadão da Câmara e para engrande-cer as ideias no plenário, porém, só irá funcionar com devida aplicação quando houver um acom-panhamento”, salientou.

A oposicionista Lúcia An-tony (PCdoB), que se classifi -cou como uma defensora das tribunas e audiências ressal-tou que elas servem como fomentadoras de refl exão e de direcionamento ao cami-nho, mesmo que não tenham resultados imediatos.

Muito debate e pouca prática

MEG ROCHAEquipe EM TEMPO

PROMOÇÃOPaulo De’Carli, diz que

boa parte das tribunas e audiências constituem-se em meios de promoção dos políticos que as pro-põe, já que maioria das propostas visam atender classes específi cas

HUDSON FONSECA

Vereador Paulo De’Carli afi rma que as tribunas promovem vereadores e só servem para “enfeitar”

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Page 7: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 A7Com a Palavra

Com mais de meio sé-culo de sacerdócio, o arcebispo da Região Metropolitana de Ma-

naus (RMM), dom Luiz Soares Vieira, aos 74 anos de idade, destaca nesta entrevista, que a falta de temor a Deus está sendo exercitada no limite pela sociedade, o que com-promete o seio familiar.

O arcebispo ainda realça ao EM TEMPO os aspectos so-ciais, econômicos e culturais e, os momentos marcantes da história que vivenciou, como a morte do papa Pio 12, revolu-ções comunistas, crises eco-nômicas, religiosas e políticas, além de sua intimidade com o papa João Paulo 2o.

Saúde, educação e segu-rança pública também foram abordados. Bispo há 27 anos, dom Luiz diz ainda, que seu ciclo frente à administração da arquidiocese de Manaus está chegando ao final, no dia 2 de maio de 2012, quando ele pretende se aposentar.

EM TEMPO – A saúde públi-ca será o tema da Campanha da Fraternidade de 2012. O que será feito para que o quadro problemático da saú-de no país seja revertido?

DOM LUIZ – Primeiramen-te, vamos mostrar que a saúde é um dom de Deus e, ensinar que a pessoa tem de pen-sar em defender sua própria saúde. Também vamos expor na campanha como a saúde vem sendo tratada pelo poder governamental, pelas pessoas que deveriam zelar por ela e não o fazem. O Sistema Único de Saúde (SUS) é conhecido como um dos melhores planos de saúde no mundo, mas, por que ele às vezes não funciona como deveria? Então vamos discutir isso com a sociedade. A saúde tem alguns gargalos, como a falta de médicos e enfermeiros, além de recur-sos que não são colocados suficientemente para o pleno funcionamento. No entanto, houve ganho em algumas áreas da saúde, mas exis-tem outras deficitárias e isso é uma vergonha. As casas de saúde em Manaus é um projeto interessante, se in-vestissem mais nisso não teríamos hospitais lotados, pois precisamos de um traba-lho de prevenção à saúde.

EM TEMPO – Falta vonta-de política para que o me-canismo público funcione para todos?

DOM LUIZ - O grande enig-ma é que os problemas sociais ficam escondidos. Se nós tivés-semos escola de qualidade para toda população, e não apenas

para quem pode pagar, talvez não existissem crianças e ado-lescentes consumindo drogas e entrando para a marginalidade, o que agrava o problema da violência. Um milhão de pessoas assassinadas ao longo dos últi-mos anos, como foi noticiado, é muita coisa. A falta de estrutura habitacional é outro ponto crucial. Leva-se água enca-nada à população, mas não se pensa no esgoto, porque é uma obra que ninguém vê, portanto, não traz voto.

EM TEMPO – O senhor está afirmando que isso se transformou em um proble-ma endêmico?

DOM LUIZ – Sim, as pesso-as ganham a eleição, tomam posse e já começam a fazer campanha política para ganhar a próxima, então não realizam aquilo que deveria ser feito em prol da sociedade, é uma distor-ção na vida política que é muito séria. Precisamos de uma nova geração de políticos que não tenham vícios do passado.

EM TEMPO – A família é o ponto chave para enfrentar as mazelas do cotidiano, como o tráfico de drogas, exploração sexual, traba-lho infantil, entre outros?

DOM LUIZ – Os jovens estão cada vez mais consumindo e vendendo drogas e entrando para outras atividades ilícitas para obter dinheiro fácil. Sem dúvida, a família é o ponto-cha-ve, mas está se fragilizando. Há crianças sem pais presentes, a escola não tem a possibilidade de subsidiar a família. Ainda temos o lado psicológico, pois sem a presença do pai e da mãe, uma criança que não é amada no momento certo vai ser uma criança infeliz a vida inteira e vai trazer consequências para a sociedade.

EM TEMPO – Essa violên-cia que o senhor menciona se deve à carência e à falta de temor a Deus?

DOM LUIZ – Dizer que as pessoas que temem a Deus são menos violentas é meio questionável, existem pessoas que se explodem com bombas no meio de multidão em nome de Deus, isso é fanatismo alia-do a violência. Eu diria que o conhecimento, o temor ao Deus verdadeiro, não um Deus de vingança, ajudaria até na recuperação de valores.

EM TEMPO – O senhor acredita que estamos pas-sando por uma mudança de valores muito rápida e “violenta”?

DOM LUIZ – Sim, fatos que sempre acreditávamos que eram certos e bons, de repente já não são mais, isso também atinge a sociedade, porque a

gente cai naquele relativismo, isso aqui é bom para você, isso é bom para mim, então nós vamos viver em uma sociedade sem alma e que está sujeita a tudo, inclusive a cair na mão de fanáticos ou de ditadores, uma sociedade sem opinião. Isso é um caso muito sério e que traz problemas para a convivência social e a paz no mundo.

EM TEMPO – Pesquisa-dores do Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern) anunciaram recentemente, que encontraram sinais da existência da partícula de bó-son de Higgs, mais conhecida como a “partícula de Deus”, teoricamente responsável pela criação do universo. Isso não preocupa a Igreja e traz um novo paradigma?

DOM LUIZ – Quem criou essa partícula e de onde veio? Isso não tem respostas, mas deve existir alguém ou alguma coisa que fez acontecer, como é que de repente houve uma explosão e aconteceu tudo isso, você pode aceitar que realmente o mundo veio de um átomo que é teoria? Isso é uma questão de intelec-tuais, pois os cientistas que são sérios não vão dizer que vão encontrar o começo, o princípio de tudo, porque isso vai além da ciência. O que está acontecendo é que mui-tos cientistas estão saindo do terreno da ciência para fazer teoria, aí eles dizem que só valem o que a ciência prova, mas, e antes? O dado é cien-tífico, mas não é teoria, esse é o grande problema.

EM TEMPO – O senhor acompanhou diversas transformações, crises políticas, revoluções, entre outros. O que mais lhe im-pressionou nesses 52 anos de sacerdócio?

DOM LUIZ – O mundo mudou bastante a partir da década de 60, assim como a Igreja Católica. Assisti coisas impres-sionantes como o fim da 2ª Guerra Mundial, o auge e o fim do comunismo. Nessa época já estava na Itália, vivíamos em um perigo de guerra por-que os ingleses e os franceses invadiram o canal de Suez, em razão da sua nacionalização fei-ta pelo general e presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser. Foi um conflito armado que opôs Israel a uma frente de países árabes, foi um período difícil. Anos antes, tivemos a revolução na Hungria e Tchecoslováquia e, ao mesmo tempo Mao Tse Tung, dominava a China. A im-pressão que nós tínhamos era que o comunismo iria dominar o mundo, mas, de repente tudo isso ruiu e houveram crises em todos os terrenos: religioso, político e econômico.

EM TEMPO – O que o senhor acha desses movi-mentos que estão surgin-do, a exemplo do “Ocupe Wall Street”?

DOM LUIZ – Isso é uma coisa nova e boa, pois o mundo estava muito apático. Os bancos estão mandando, instalaram um sis-tema mais financeiro do que econômico, hoje é tudo virtual você tira de um país seu dinheiro sem nunca ter estado lá.

EM TEMPO – O senhor passou um bom tempo estudando em Roma, na Itália. Como era sua rela-ção e ligação com o papa João Paulo 2O?

DOM LUIZ – Estudei teolo-gia em Roma até 1960 quando me tornei padre aos 22 anos, antes da idade permitida - 24 anos - e precisei de uma licença especial do papa João Paulo 2O, para poder exercer o ministério. A partir dessa data, seis outros papas passaram na minha vida. Lembro-me de quando o papa Pio 12 morreu, estava naquele momento na Universidade Gregoriana de Roma, logo depois foi eleito o papa João 6o. Foi uma ex-periência interessante. Tive a oportunidade de conhecer o papa João Paulo 2o. Ele recebia os bispos em reuni-ões e individualmente. Nós éramos muito próximos, ele era mais aberto que o atual papa Bento 16. Sempre que o visitava a primeira coisa que ele perguntava até mesmo pela quantidade de bispos, era a nossa idade e de onde éra-mos. Quando falava que era de Manaus, ele dizia – que calor, que calor. Ele se interessava muito pelo Brasil.

EM TEMPO – O senhor está prestes a deixar a administração da diocese da RMM?

DOM LUIZ – Sim, estou che-gando na reta final à frente a administração na arquidiocese. No dia 2 de maio de 2012 faço 75 anos de idade, quando vou entregar a carta de aposenta-doria ao governo da diocese. Ficarei como bispo, mas não à frente da administração.

EM TEMPO – Qual a refle-xão que o senhor faz destes 52 anos de sacerdócio?

DOM LUIZ – Isso é muito interessante porque a gente adquire muita sabedoria, co-meçamos a dar um peso de vida às coisas que vão aconte-cendo, a gente não se empolga com certas coisas. Depois, há a mudança moral, que, a meu ver é a coisa mais importante hoje. Temos ainda, a questão da ética na política, você faz um discurso político puritano, mas a prática é corrupta. Não há respeito à vida humana.

Dom LUIZ Soares VIEIRA

‘Sociedade SEM ALMA e OPINIÃO’

Há crianças sem pais presentes, a escola não tem a possibilidade de substituir a família. Uma criança que não é amada no momento certo vai ser uma crian-ça infeliz a vida inteira e vai trazer consequên-cias para a sociedade”

NÁFERSON CRUZEquipe EM TEMPO

FOTOS: ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Muitos cien-tistas são orgulhosos por acharem que são os donos da verdade, que só existe o conhecimen-to científico e que não pode existir outro, por isso não en-contram os verdadeiros fatos”

O mun-do mudou bastante a partir da década de 60, assim como a igreja. As-sisti coisas impres-sionantes como o fim da 2a Guer-ra Mundial, o auge e o fim do co-munismo”

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Page 8: EM TEMPO - 18 de dezembro de 2011

A8 Política MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Segundo os parlamentares, as articulações só começam em março e abril do próximo ano, quando as candidaturas serão definidas com as convenções, em junho

Vereadores se preparam para as próximas eleições

A exemplo dos possí-veis candidatos a pre-feito, os vereadores da Câmara Municipal

de Manaus (CMM) estão “tí-

midos” em relação às eleições de 2012, e desconversam quando os assuntos giram em torno das articulações políti-cas para o período eleitoral.

O presidente da casa legis-lativa, vereador Isaac Tayah (PTB), destaca que ainda

está cedo para falar sobre o futuro político da capital amazonense. O parlamen-tar declara que ainda está analisando o processo de candidatura, prospectando a situação do partido e como vereador na eleição futura.

O líder do governo na CMM, vereador Leonel Fei-toza (PSD), afirma que as articulações só começam a acontecer em março e abril, quando as candidaturas se-rão definidas com as con-venções, em junho.

O vice-presidente da Câmara, vereador Mas-sami Miki (PSL), detalha que está determinado a ser candidato à re-eleição. Embora líder regional do partido, Massami comenta que traçou diretrizes para que o diretório muni-cipal possa realmente fazer um trabalho, jun-tamente com os filiados, e os futuros pretensos candidatos da legenda, aproximadamente 38.

De acordo com o parla-mentar, a ideia de reno-vação é sempre um “ter-ror” para cada membro da casa. Massami des-taca que toda reeleição é difícil e cada mandato tem um desgaste. Entre-tanto, ele salienta que, em seu quarto mandato, tem procurado se dife-renciar dos anteriores, saindo às ruas da cida-de e apresentando mais projetos ao Legislativo.

Mesmo assim, ele afirma que vai ouvir lideranças do Estado,

como o senador Edu-ardo Braga (PMDB) e o governador Omar Aziz (PSD) para saber em qual rumo “marchar”.

O vereador Homero de Miranda Leão (PHS), vice-líder do Executivo na CMM, destaca que o partido está organi-zado, e deve se unir junto aos outros parti-dos da base do prefeito para formar um “cha-pão” para caminhar na próxima eleição. Se o prefeito optar por não se candidatar, Homero minudencia que eles se-guem com o candidato indicado pelo Executivo.

Apesar da concorrên-cia, o parlamentar en-fatiza que a sociedade amazonense é quem faz o julgamento dos can-didatos que colocou na casa e avalia sobre a permanência desses le-gisladores. “O controle de qualidade do parla-mento está na mão da sociedade, dos eleito-res”, ponderou.

Diretrizes para as reeleições

CANDIDATOVereador Leo-

nel Feitoza de-talha que, natu-ralmente, deve voltar como can-didato, mas ainda é um planejamen-to apenas para o próximo ano

Leonel Feitoza deve voltar como candidato nas eleições de 2012

ARQUIVO EM TEMPO/REINALDO OKITA

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

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[email protected], DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 (92) 3090-1045

‘Start’ para as usinas a gás no interior em 2012Quatro municípios que perpassam o gasoduto Coari-Manaus terão usinas de geração de energia elétrica movidas a gás

Foi dada a “largada” para a mudança da matriz energética no interior do Estado.

Até abril do próximo ano, os municípios de Anori, Anamã, Caapiranga e Codajás, per-corridos pelo gasoduto Coari-Manaus, terão um “upgrade” nos seus sistemas energéticos com a inauguração de quatro usinas termelétricas movidas a gás. Os empreendimentos, que demandaram aporte de R$ 32 milhões, aumentarão em 134% a capacidade de energia, conforme a Eletro-bras Amazonas Energia.

Segundo o diretor de Gera-ção e Operação do Interior da concessionária, Radyr Olivei-ra, as obras das usinas estão em pleno vapor e algumas devem ser entregues já no início de 2012. “A expectativa é de que as primeiras usinas, como é o caso da termelétrica de Codajás, sejam entregues em fevereiro. As obras estão em andamento e algumas em fase de fi nalização”, revela o dirigente, ao destacar que os empreendimentos benefi cia-rão 330 mil unidades consu-midoras do interior.

Ainda sobre as obras nos

municípios, Oliveira destaca que todos os procedimentos foram tomados para a via-bilização das obras e não há riscos de interrupções ou atra-sos no cronograma. “Todas as licenças foram concedidas pelos órgãos competentes, as obras estão em pleno vapor e todos os equipamentos a ser instalados nas termelétricas

já estão em Manaus”, asse-gura o dirigente, ao pontuar que, somente em equipamen-tos, foi destinado aporte de R$ 26 milhões.

Com as novas usinas, a capa-cidade de geração de energia nos quatro municípios será duplicada. Na termelétrica de Codajás, por exemplo, a po-tência, que atualmente é de 3.200 kilowatts, passará a ser de 5.484 megawatts.

[email protected], DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 (92) 3090-1045

‘Start’ para as usinas a

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

INVESTIMENTOA mudança da matriz enérgetica em quatro municípios do Amazo-nas demandou aporte de R$ 32 milhões. Com a conversão, as usinas termelétricas aumenta-rão em 134% a capaci-dade de energia

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Além da termelétrica de Codajás, as outras três usinas a ser entregues no primeiro quadrimestre de 2012 também proporcio-narão às cidades aumento da potência energética. Em Anori, onde a capacidade de energia atual é de 1.880 kilowatts, o volume passa-rá a ser de até 4.570 kilo-watts, após a instalação de cinco grupos geradores de 914 kilowatts cada.

No empreendimento de Caapiranga serão instala-

dos cinco geradores com capacidade de 433 kilo-watts. A expectativa é de que sejam gerados no mu-nicípio até 2.165 kilowat-ts, enquanto atualmente a concessionária dispõe de apenas 1.880 kilowatts. Já em Anamã, onde a Amazo-nas Energia disponibiliza 1.250 kilowatts, a implan-tação da nova termelétrica possibilitará ao município também 2.165 kilowatts, por conta da operação de cinco geradores.

Combustível aumenta potência

Os outros três municípios por onde o gasoduto Co-ari-Manaus passa — Ma-nacapuru, Iranduba e Coari — também terão avanços no que diz respeito à geração de energia, conforme garante a estatal. “Até setembro do próximo ano, os municípios de Iranduba e Coari esta-rão interligados a Manaus, o que ocasionará também em melhorias nessas duas cidades”, destaca o diretor de Geração e Operação do Interior, ao acrescentar que a interligação facilitará incluir os municípios ao Sistema Interligado Nacional (SIN)

após a conclusão das obras do Linhão do Tucuruí, pre-vistas para 2013.

O diretor também não descarta a possibilidade de instalação de uma usi-na termelétrica a gás em Manacapuru, já que há uma área própria nas proximida-des do gasoduto, caso haja a necessidade de ampliação da capacidade de energia na cidade. “A Petrobras disponi-bilizou um city gate (espaço) para a construção de uma termelétrica, o que não des-cartamos no futuro”, revela o executivo.

Em Coari, um Produtor In-

dependente de Energia Elé-trica (PIE) deverá entrar em atuação dentro de dois anos. “Vamos realizar um leilão para que um PIE possa vir a atuar não só em Coari, mas também em mais 33 localidades próximas ao mu-nicípio”, ressalta Oliveira.

Planos para o interiorSomados às entregas das

termelétricas, a Amazonas Energia também tem ou-tros planos voltados para o interior. Para solucionar problemas pontuais em tem-po hábil, a concessionária instalará pontos de aten-

dimento nos municípios de Parintins, Manacapuru, Tefé, Itacoatiara e Tabatinga.

“A ideia é agilizar o aten-dimento e a prestação de serviços no interior. Vamos descentralizar a atuação da Amazonas Energia para o fortalecimento no interior com a instalação das cinco regionais”, informa o diretor de Geração e Operação do Interior da concessionária, Radyr Oliveira, ao frisar que os escritórios atenderão não só os municípios nos quais passarão a funcionar, mas também as cidades e comu-nidades adjacentes.

Avanços para mais municípios até setembro

Em dois anos, um Produtor Independente de Energia Elétrica (PIE) deverá entrar em funcionamento no município de Coari

Corrida pelosinvestimentos em hotéis

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ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Em outubro último comple-taram-se 35 anos da morte de Cosme Ferreira, um visionário amazônida que nasceu no Ce-ará e veio criança para este Estado que chamava de seu e onde fi cou por mais de 80 anos. Obstinado pelo aprovei-tamento racional dos recursos naturais da fl oresta, seu bene-fi ciamento e agregação de va-lor, Cosme integrou uma legião de pensadores que fi zeram da pena e da conduta um arsenal de resistência e persistência para reinventar a Amazônia, após as quebradeiras da econo-mia do látex. É preciso revisitar sua obra, contextualizar seus apelos, ajustá-los aos novos tem pos, de questionamento do modelo ZFM, dos indícios de seu esvaziamento e obrigato-riedade de refl exão. Impõe-se ouvir o brado deste visionário, que jamais aceitou o fracasso da borracha nativa e tudo fez para cotejar e superar em solo amazônico os acertos da cul-tura extensiva da seringueira plantada nos domínios asiáti-cos da Inglaterra.

Deputado estadual e federal, empresário, jornalista e refi -nado poeta, Cosme escreveu, entre outros, Em Defesa da Borracha Silvestre Americana (1928); Notas Parlamentares sobre a Constituinte Amazonen-se (1935); Borracha, Problema Brasileiro (1938); Problemas da

Amazônia (1940); A Borracha na Economia Amazônica (1952); Novas Bases para a Política Econômica da Borracha (1953); Novos Ângulos do Problema Amazônico (1954); Economia da Produção (1956); Amazônia em Novas Dimensões (1961); Porque Perdemos a Batalha da Borracha (1965). Que beleza! Â Implantou a Companhia Nacio-nal de Borracha, de Plantações e de Guaraná, e previu o esva-ziamento da Zona Franca por não investir na industrialização dos produtos do extrativismo. “O melhor caminho para cuidar da fl oresta é dela extrair racio-nalmente seus frutos”. Cultura de grãos nas várzeas, juta e malva, pecuária bubalina, gua-raná , castanha e borracha, a heveicultura, especialmente a heveicultura. “Temos tudo para superar em qualidade e produti-vidade as plantações da Hevea brasiliensis na Malásia”.

O grito de alerta de Cosme Ferreira ecoa na ante-sala do novo milênio. É possível pro-mover a renascença do látex, com determinação e estudos, diz Muni Lourenço, da fede-ração da Agricultura, ao lado de Pedro Falabella na Afeam, e sua poronga de led, Valdeli-no Cavalcante, da Agência de Desenvolvimento Sustentável, além da curiosidade e excitação de alguns setores da academia, as bênçãos da Santa Aliança, a

reunião das entidades do setor produtivo, que até mudou de nome e agora se chama Ação Empresarial, para sinalizar a vontade politica e determina-ção efetiva de fazer. Por en-quanto 2011 encerra com 1,5 mil toneladas e a empresa que se instala no polo industrial d e Manaus vai demandar 3 mil para atender a produção de pneus para motos e bicicletas. O mais gratifi cante é asse-gurar junto à Conab o preço mínimo de R$ 3/kg, que dobrou este ano e já alcança R$5,5/kg para as mais de 2 mil famílias de novos seringueiros com o DNA cearense e adjacências nordestinas de uma batalha que não acabou. Se a Embrapa foi à África para compartilhar biotecnologia, o Inpa entende tudo de agroindústria no bioma tropical. Na sua obra Poweshist : As Mudanças de Poder, A lvin Tofl er já alertava para o papel do conhecimento na mudan-ça signifi cativa no conceito e exercício do poder. E no caso da Amazônia, conhe cimento não é apenas mais um recurso, ao lado dos tradicionais fatores de produção: trabalho, capital e terra, mas sim o maior recurso, a única possibilidade da mudança em seu paradigma de desen-volvimento na sustentabilidade e prosperidade de seus bio-negócios... como prenunciava Cosme Ferreira.

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e consultor ambiental

Impõe-se ouvir o brado deste visionário, que jamais aceitou o fracasso da borracha e tudo fez para cotejar e superar em solo amazônico a cultura extensiva da seringueira”

A nova batalha da borracha

Amazonas está entre os Estados que devem contratar executivos com salários que vão até R$ 25 mil, conforme estudo de uma empresa de recrutamento

As turbulências que vários países en-frentam parecem não afetar os planos

das empresas nacionais, que pretendem ampliar os inves-timentos no próximo ano. Segundo o estudo ‘Mapa de Perspectivas 2012’, executa-do pela empresa de recru-tamento Michael Page, 63% do empresariado brasileiro está disposto a investir em contratações, e o Amazonas está entre os Estados onde a oferta de vagas para executi-vos, com remuneração de até R$ 25 mil, pegará “carona” no bom momento.

O representante da Michael Page, Leonardo Souza, afi r-ma que os investimentos são mais esperados nos setores de petróleo e gás, mineração e de bens de consumo, que é o caso do Amazonas, onde se concentra o Polo Industrial de Manaus (PIM).

“Nós também acreditamos que haverá expansão eco-nômica, o que implicará no aumento da necessidade de profi ssionais com remunera-ções que vão de R$ 12 mil até R$ 25 mil”, acrescenta.

Ainda sobre o mercado amazonense, Souza destaca um dos fatores que deverá gerar resultados na contra-tações de profissionais no Estado - a execução dos pro-jetos aprovados pelo Con-selho de Administração da Suframa (CAS) e Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam).

O ano das oportunidadespara o mercado executivo

RICHARD RODRIGUESEquipe EM TEMPO

Além do Amazonas, que se-gundo a Michael Page, deverá ter destaque em contratações de executivos por conta do PIM, a empresa projeta alta demanda por profi ssionais no Estado do Pará. “O que move tanto a Região Norte quanto a Nordeste é o mercado interno, que vem crescendo e ainda tem muito potencial de ex-pansão. Especifi camente na Região Norte, o destaque de

contratação de executivos de-verá ocorrer no Amazonas, desempenho ocasionado pelo PIM, e no Pará, em função dos investimentos nos setores de mineração e portuário”, frisa o representante da recruta-dora, Leonardo Souza.

Efeitos da crise ‘respingam’ no BrasilMesmo diante das adversi-

dades econômicas enfrenta-

das em países europeus e nos Estados Unidos, o empresa-riado nacional acredita que os impactos deverão “respingar” no Brasil. Conforme a pes-quisa ‘Mapa de Perspectivas 2012’, mesmo diante de al-guns entraves que podem ser causados por conta da insta-bilidade econômica interna-cional ao mercado brasileiro, nada deverá frear os planos já traçados para o país.

Recrutamento na Região Norte

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Corrida por empréstimospara estruturar hotelariaEmpresários do setor, da capital, aproveitam a facilidade ao crédito e juros acessíveis para investir nos empreendimentos

De “olho” na Copa do Mundo de 2014, empresário Eduardo Torres faz planos para emprestar investimento de R$ 2 milhões

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

Estimulados pela facili-dade ao crédito e juros “convidativos”, empre-sários do setor hote-

leiro da capital impulsionam a corrida pelos empréstimos do Fundo Constitucional de Fi-nanciamento do Norte (FNO) para consolidar seus empreen-dimentos. Do total de R$ 616 milhões aplicados este ano pelo fundo, no Amazonas, em torno de 10%, ou R$ 61 milhões, foram destinados para a área de hotelaria, conforme dados do Banco da Amazônia, que administra o FNO.

“Em 2011, os empréstimos do setor cresceram em torno de 30%, na comparação com o ano passado. Este montante é resul-tado em boa parte do desejo dos empresários em fortalecer a infraestrutura hoteleira para apoiar a Copa de 2014”, afirma o superintendente regional do

banco, José Alves Bezerra.Segundo ele, as condições

facilitadas para a concessão do crédito, os juros acessíveis – que variam de 6,75% a 10% conforme o porte do empreen-dimento -, e o prazo de até 12 anos, com quatro de carência, para quitar o empréstimo, são fatores que contribuíram para o aumento na busca pelos fi-nanciamentos.

José Bezerra explica que para obter o crédito é preciso apre-sentar um projeto e preencher requisitos como, estar com os impostos regularizados. “De-pois da aprovação, o contrato é assinado e, em uma semana, o dinheiro é liberado”, afirma.

O presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restauran-tes e Similares do Amazonas, Roberto Tadros, afirma que é comum o empresário recorrer ao empréstimo do FNO para estimular seus empreendimen-tos. “Os juros são mais convi-dativos”, ressalta.

ANWAR ASSIEquipe EM TEMPO

Além do FNO, os proprie-tários de hotéis têm outras fontes para buscar recursos e incrementar os negócios. Em setembro deste ano, a Superintendência do De-senvolvimento da Amazônia (Sudam) lançou o Programa de Apoio à Construção de Hotéis para a Copa de 2014 (PACH Mundial 2014) que vai disponibilizar, por meio do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia (FDA), uma ver-ba de R$ 200 milhões para financiar a construção ou a modernização de hotéis em Manaus e Cuiabá.

Atualmente, a rede hote-leira da capital possui mais de 200 hotéis que oferecem 5,6 mil quartos ou 11,2 mil leitos. O setor privado deve investir na infraestrutura hoteleira R$ 317 milhões até 2014, conforme estima-tiva da Empresa Estadual de Turismo do Amazonas (Amazonastur), elevando para 16 mil a oferta de leitos em Manaus. O se-tor emprega 64 mil fun-cionários, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Amazonas (ABIH-AM).

Setor tem aporte de R$ 200 mi

Ao acreditar nos “bons ven-tos” que a Copa de 2014 pode trazer para o seu negócio, o empresário Eduardo Torres, 43, faz planos para pegar recursos de R$ 2 milhões do FNO e poder ampliar o hotel de sua propriedade, o Dez de Julho, no Centro. Ele quer elevar para 90 o número de apartamentos no local, com a construção de mais 30 unidades. “Tudo tende a melhorar com a Copa. Por este motivo, procurei me an-tecipar. Espero que depois dos jogos, seja criado um novo atrativo para o turis-mo”, completa.

Caso consiga o dinhei-ro, será a segunda vez que

o empresário recorre aos créditos para expandir os negócios. Há sete anos, ele já havia emprestado do FNO R$ 350 mil, na época, com carência de dois anos e juros abaixo de 1%, para reformar o empreendimento, com a instalação de condicionado-res de ar e frigobar novos. “Só não peguei ainda este novo empréstimo por causa da burocracia do governo quanto aos prédios históri-cos. Os juros são baixos e o prazo é bom. Esse recurso me ajudou a melhorar o meu hotel, que passou a receber uma clientela um pouco mais elitizada”, en-fatiza Eduardo Torres.

‘De olho’ na Copa do MundoHotéis estruturam espaços para atrair turistas na Copa

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Qualquer negócio para conquistar consumidoresLojistas da capital apostam nas facilidades de pagamento e até em brindes, para atrair consumidores neste fim de ano

Fim de ano é época de presentear, aproveitar o décimo terceiro e a facilidade ao crédito

para comprar ou realizar um desejo de consumo. É com essa expectativa que as lojas da capital apostam nas ven-das parceladas, descontos à vista e até brindes para ofe-recer aos clientes os produtos considerados “queridinhos do ano” – os smartphones e ta-blets. Tudo para competir no mercado e levar a tecnologia às mãos do consumidor.

Além da grande variedade de produtos, dos mais aces-síveis aos mais caros, neste final de ano os consumidores contam com inúmeras facili-dades de pagamento. Para aproveitar o melhor período das vendas, lojistas garanti-ram maior volume de mer-cadorias e até aumentaram o número de parcelas, sem juros, no cartão de crédito. O setor estima que o paga-mento da segunda parcela do décimo terceiro também deve estimular as compras a partir do dia 20, mas a expectativa é de que o cartão ainda seja a principal escolha para as

compras dos consumidores. É que as opções de parce-

lamento vão de pelo menos três vezes até 12 vezes. Para o presidente da Associação Co-mercial do Amazonas (ACA), Gaitano Antonaccio, esta será a forma preferida pelos consu-midores, por conta do endivi-damento da população neste período. Mas, segundo ele, é preciso ter cautela ao optar pelas compras no cartão de crédito, especialmente se o consumidor já tiver adquirido outras dívidas.

Antonaccio lembra que o Natal é a única data na qual todos são presentea-dos. Apesar de não responder pela maioria das vendas, ele ressalta que o setor de in-formática deve ter grande procura. Considerados como uma aposta nacional do co-mércio de eletrônicos para o período, os smartphones e tablets podem ser encon-trados nas lojas da capital a preços que vão de R$ 500 e ultrapassam os R$ 3mil. E os comerciantes do segmento garantem: celulares são sem-pre a maior procura do período e, com preços mais acessíveis, até quem nem imaginava po-derá iniciar 2012 com um smartphone na mão.

LARISSA VELOSOEspecial EM TEMPO

As câmeras digitais estão entre as apostas para o fim de ano. Após sucessivas quedas no preço, já é possível com-prar o aparelho a partir R$ 198, na loja Ram-sons, por exemplo.

Já os tablets custam a partir de R$ 600 até R$ 3 mil. A média de pre-ços foi encontrada nas lojas Info Store, Mirai Panasonic e Ramsons, onde o cliente pode pagar em até oito, dez e 12 vezes sem juros, respectivamente.

Além da facilidade, vale até “presentear” o cliente. A loja Mirai Pa-nasonic oferece como brindes, um cartão de memória e uma capa para quem comprar uma câmera digital, em qualquer loja da rede de eletrônicos.

‘Queridinhos’ com preços acessíveis

Com as facilidades de pagamento, até quem não esperava pode adquirir um smartphone

SHANA REIS

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Novos empreendimentos tomam conta da capitalPatrimônio e Urbis encerram o ano com saldo de construções positivo e projeto de três lançamentos para 2012

O setor da constru-ção civil promete “sitiar” a capital amazonense com

mais empreendimentos no próximo ano. Como parte dos investimentos, a Patrimônio Incorporadora e a Urbis En-genharia planejam lançar em 2012 três novos conjuntos habitacionais, voltados para os públicos A, B e C.

O diretor executivo da Ur-bis, Marco Bolognese, desta-ca que um dos lançamentos será um residencial vertical na Vila Municipal, no bairro Adrianópolis. De acordo com o diretor, seguindo a linha das duas parcerias, o projeto pro-mete ser ousado e campeão em vendas.

Presente em São Paulo, Ri-beirão Preto, São Bernardo, Fortaleza, Teresina, Natal, Belém e Manaus, Patrimônio e Urbis Engenharia preten-dem transformar a capital amazonense em um dos prin-cipais polos de investimento imobiliário. Um dos reflexos dessa meta é a entrega, na segunda quinzena de janeiro de 2012, do residencial The Place - um edifício comer-cial com 180 salas, no bairro Adrianópolis, com infraestru-tura de alto padrão.

VendasTodos os empreendimentos

da Patrimônio e Urbis – o Smi-le Parque de Flores, o Smile Village Cidade Nova, o Mundi Resort, o Vila Gaia e o Concept – estão com percentual médio de venda de mais de 70%. E valorizações que ultrapas-sam a casa dos 30%, como destaca o diretor executivo da Patrimônio Incorporadora, Marcelo Junqueira.

Para ele, as vendas são resul-tados dos investimentos em produtos de qualidade, com conceito e focados em seus públicos-alvo. Como é o caso dos residenciais Smiles, que têm foco no público B e C, e por essa razão estão localizados estrategicamente em bairros de grande potencial de cres-cimento e com diversidade de classes socais.

Já o Mundi Resort Resi-dencial está na sua terceira e última fase de unidades habitacionais comercializa-das, com 75% de todo o residencial vendido.

O mais novo e luxuoso pro-duto da parceria Patrimônio e Urbis, o Concept, lançado no final do ano passado, teve 100% de sua primeira fase comercializada, ainda no mês do lançamento.

O diretor executivo da Urbis, Marco Bolognese, revela que a parceria Pa-trimônio e Urbis fecha o ano com um saldo de 280 mil metros quadrados em construção e 1,8 mil empregos diretos e indi-retos gerados, em cinco empreendimentos.

As empresas encerram o ano consolidando a pri-meira fase do Vila Gaia, condomínio na região da avenida das Torres e en-tregam até o final do ano o residencial de lotes Reserva do Parque, no bairro Ponta Negra.

Para Bolognese, com a entrega dos produtos, o mercado imobiliário se expande com quali-dade. “O mercado em Manaus deve continuar em expansão desde que haja qualidade de obra”, ressalta.

Empresas fecham oano no ‘azul’

Residenciais que serão lançados pela Patrimônio e Urbis serão voltados às classes A, B e C

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Governo quer fronteira brasileira mais protegidaO país pretende estimular o desenvolvimento econômico nas fronteiras para inibir organizações criminosas internacionais

O governo federal es-tuda formas de pro-mover a ocupação efetiva das regiões de

fronteira do país, desenvolven-do a economia e garantindo a infraestrutura necessária, tan-to para atrair novos habitantes quanto para que quem já vive ao longo dos mais de 16 mil quilômetros de fronteiras na-cionais não deixe a área.

A informação, que já havia sido parcialmente antecipada em outubro deste ano, foi con-firmada na última quinta-feira (15), pelo vice-presidente da República, Michel Temer, du-rante o anúncio dos resultados dos seis primeiros meses de execução do Plano Estratégico de Fronteiras, do qual Temer é o coordenador-geral.

A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) está con-cluindo um plano de ocupação sustentável das áreas de fron-teiras na Amazônia. De acordo com o ministro Moreira Franco, a proposta é aproveitar os es-forços que os governos fede-rais, estaduais e municipais têm feito para combater a prática de crimes como a entrada de drogas e de mercadorias con-trabandeadas no país e levar serviços públicos aos residen-tes em comunidades isoladas

de áreas fronteiriças amazôni-cas, além de estimular o desen-volvimento econômico por meio de atividades sustentáveis.

“Estamos aguardando a se-gunda fase do Plano Estraté-gico de Fronteiras para que tenhamos condições de sair da ação exclusivamente dissu-asória e repressiva e juntar a elas o esforço de consolidarmos as populações nessas áreas, garantindo assim resultados sociais e econômicos a essa ação de proteção da fronteira”, disse Moreira Franco.

Presentes ao anúncio, os mi-nistros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Defesa, Celso Amorim, destacaram a impor-tância de ocupar ou fixar as populações que já vivem nessas regiões como forma de coibir atividades ilícitas.

“Fixar essas pessoas na área é uma forma adicional de demarcar território e de vivificá-lo, demonstrando à criminalidade que o Estado está presente, o que é um fa-tor de grande dissuasão para os criminosos nas fronteiras”, disse Amorim, confirmando a intenção de ampliar a presença das Forças Armadas nas áre-as. “Acho que, no longo prazo, deverá haver um aumento do número de pelotões”. Operação “Ágata 3” levou soldados da força de segurança a ocuparem a fronteira com a Bolívia

Já o Ministério da Justiça planeja investir recursos na ampliação do número de policiais federais e rodoviários federais nessas áreas, construindo residências e melhorando os salá-rios desses profissionais a fim de motivá-los a se fixarem. “Não é simples fixar e dar boas con-dições de trabalho aos policiais que atuam nas fronteiras. Faltam resi-dências, os custos de vida às vezes são muito elevados. Por isso, temos que melhorar a remu-neração dessas pessoas e, criar condições para que elas vivam em condi-ções dignas”, comentou Cardozo, destacando a importância da integra-ção das forças federais, estaduais e municipais no combate ao crime.

Investimento em número de policiais

DIVULGAÇÃO

Índice de Expectativa do Consumidor fica estável

A confiança do consumidor permaneceu estável entre os dias 2 e 5 deste mês, na comparação com a pesqui-sa anterior, feita entre os dias 17 e 21 de novembro, informou a Confederação Na-cional da Indústria (CNI), que na sexta-feira (15) divulgou o Índice Nacional de Expec-tativa do Consumidor (Inec). Em dezembro, o índice ficou em 113,4 pontos, igual ao de novembro. Segundo a CNI, o índice está acima da média histórica, mas 3,2% abaixo do de dezembro de 2010.

Compõem o Inec expectati-vas sobre desemprego, com-pras de bens de maior valor, renda pessoal e inflação, além de uma avaliação da situação financeira e do endividamento no período pesquisado. Pela metodologia da CNI, o au-mento do indicador reflete melhora no item avaliado.

Em novembro, a expectativa de desemprego entre os con-sumidores passou de 126,9

pontos para 123,7 pontos. No item renda pessoa, a expecta-tiva passou de 114,9 pontos para 115,9 pontos e, no caso da inflação, de 102,1 pontos para 105,4 pontos. A situa-ção financeira foi de 114,4 pontos para 114,7 pontos e a de compra de bens de maior valor, como móveis e eletro-domésticos, de 114,5 pontos para 114,9 pontos. Houve recuo de 107,4 pontos para 105,5 pontos na expectativa de endividamento.

Para a CNI, o pessimismo dos brasileiros quanto ao de-semprego e ao endividamento está comprometendo as com-pras de Natal.

Recentemente, o governo anunciou medidas para esti-mular o consumo como forma de combater os efeitos da crise mundial na economia brasilei-ra. Foram reduzidos o Imposto sobre Produtos Industrializa-dos (IPI) da chamada linha branca e o Imposto sobre Fi-nanceiras (IOF) de operações.

DEZEMBRO

Programa evita clientelismoO governo federal assinou

com os Estados da Região Centro-Oeste termos de compromisso para tirar da miséria 557 mil pessoas das áreas urbana e rural de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Fede-ral. Em seu discurso, Dilma sublinhou caráter de políti-ca de Estado do combate à miséria, agora com adesão de todos os Estados.

“Governadores de diferen-tes partidos podem e são capazes de conviver em um programa com a mesma ban-deira”, disse. Segundo a pre-sidente, o enfrentamento da extrema pobreza ocorre por meio de várias ações, entre elas o programa Bolsa Famí-lia cuja sistemática de repas-ses aos beneficiários (cerca de 13 milhões de famílias) é feita por “método impessoal” e que “evita clientelismo”.

Dilma Rousseff associou o crescimento econômico à

inclusão social com inclusão produtiva dos mais pobres na economia. “Nosso país mudou de paradigma de visão quando nós percebemos que para o país crescer nós precisávamos crescer junto com eles, e nós teríamos que elevar o nível de renda das populações mais pobres do país. Na nossa con-cepção, não há como este país ser rico se tiver pobres”.

Durante ao evento, a presi-dente comemorou o fato de o governo ter ampliado este ano o cadastro de famílias beneficiárias do Bolsa Família em mais 407 mil registros (50% da meta de 800 mil famílias); ter inscrito 71 mil pessoas em vagas do Pro-grama Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec); ter incluído 82 mil agricultores no Programa de Aquisição de Alimentos de Agricultura Familiar (PAA); e viabilizar a instalação de 315 mil cisternas.

BOLSA FAMÍLIA

Dilma, ao lado dos governadores da Região Centro-Oeste

A ampliação das ações sociais foi atribuída à busca ativa como é chamado o conjunto de estratégias para loca-lizar e atender as po-pulações pobres. Para Dilma Rousseff, a es-

tratégia dará sustenta-bilidade às ações sociais do programa Brasil sem Miséria, intensificando o atendimento à popula-ção carente. “Em 2012, vamos fazer muito mais que isso”, disse.

Programa amplia em 2012

WILSON DIAS/ABR

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B7PaísMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Tratamento será feito em casa

O Sistema Único de Saú-de (SUS) passou a oferecer em dezembro medicamen-to preventivo para trata-mento de crianças com hemofilia grave dos tipos A e B em casa. O medi-camento é indicado para quem tem até 3 anos de idade e tenha sangramento ou hemorragia em articula-ções do corpo. O remédio já estava disponível no SUS, a novidade é que agora os pais podem levar o medica-mento para tratar a criança em casa.

O tratamento é recomen-dado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A criança toma o medica-mento para repor regular-mente o fator de coagula-ção no sangue. Com isso, previne lesões nas articula-ções e diminui as chances de sangramentos.

Para ter direito ao remé-dio, a criança precisa ter ca-dastro em um dos 35 centros de tratamento de hemofilia – a maioria deles vinculados aos hemocentros dos Esta-dos ou municípios. Depois de uma avaliação médica e psicológica, os pais ou res-ponsáveis assinam termo de compromisso sobre o uso do medicamento pela criança em casa.

A hemofilia é uma doença genética e hereditária no sangue que provoca falha na coagulação.

HEMOFILIA

O Ministro da Saúde espera que lei ajude, com advertências e penalidades, a diminuir número de fumantes no Brasil

Lei federal vai proibir o cigarro em local público

Com o fim dos fumó-dromos em locais fechados, o ministro da Saúde, Alexandre

Padilha, espera diminuir o con-sumo de cigarros e outros produtos derivados do tabaco entre os jovens. “Essas me-didas devem contribuir para diminuir o consumo nesse pú-blico”, disse o ministro.

Segundo ele, o teor das mensagens de advertência e as penalidades para os estabelecimentos que des-cumprirem a lei devem ser definidas no primeiro trimes-

tre de 2012. O ministério, de acordo com Padilha, pretende promover uma campanha, no rádio e na televisão, para orientar a população sobre as novas regras.

Desde a última quinta-fei-ra (15) está proibido o fumo em locais fechados de acesso público em todo o país, como bares, restaurantes e boates, inclusive nos chamados fumó-dromos, áreas reservadas para os fumantes. É o que prevê lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff. Até agora, a restrição vigorava apenas nos

Estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e do Paraná, deter-minada por leis estaduais.

A nova lei prevê preço míni-mo para os cigarros, aumento da carga tributária sobre os produtos derivados do tabaco e proíbe a propaganda nos locais de venda. Em 2012, o cigarro deve ficar 20% mais caro. Por sugestão do Ministério da Saú-de, Dilma vetou o artigo da lei que permitia aos fabricantes de cigarros fazer propaganda em ocasiões como festivais de música e eventos esportivos, sem citar os produtos.

Campanhas do Dia Nacional de Combate ao Fumo em locais públicos traz um cigarro gigante

MARCELLO CASAL JR/ABR

Cerco a importados com falsa declaração de origem

A partir de março do ano que vem, os importadores serão corresponsáveis pelas informações dos produtos fornecidos pelos vendedores de países estrangeiros. O objetivo é fechar o cerco à entrada de importados com falsa declaração de origem. Segundo o coordenador-geral de Administração Aduaneira da Receita Federal, Dario da Silva Brayner, o respaldo dos empresários brasileiros deve ser feito por meio de contrato com o exportador.

As mudanças constam da lei 12.546, publicada no Diá-rio Oficial da União de quin-ta-feira (15). As alterações entram em vigor em 70 dias. As mudanças complementam a medida provisória 540, que trata do Plano Brasil Maior, política industrial lançada pelo governo federal em agosto.

“Quando não se tem domí-

nio do produto, será protegido por meio contratual. Com isso, o importador poderá pedir res-sarcimento por alguma incor-reção. Agora, os dois estão vinculados. O importador é solidariamente responsável pelas informações apresen-tadas pelo exportador-produ-tor relativas aos produtos que tenha importado”, explicou.

O mecanismo de falsa de-claração de origem é utiliza-do por alguns países para driblar o recolhimento dos custos relacionados à apli-cação, pelo Brasil, do direito “antidumping” – usado quan-do um país comprova que o exportador fixa preços muito abaixo dos valores de merca-do do país importador, para eliminar a concorrência.

Além disso, as investigações de defesa comercial serão ba-seadas na origem declarada do produto.

ESTRANGEIROS

Feira dos importados conhecida como feira do Paraguai (DF)

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Grupo de pesquisadores aponta medidas simples para baixar temperatura global

Soluções para crises do clima

Enquanto os governos procrastinam até 2020 para começar a resolver a crise do clima, um gru-

po de pesquisadores apontou uma maneira de retardá-la. Eles afirmam que medidas simples podem abaixar a temperatura global em 0,5ºC até 2050.

As ações atacam emissões de fuligem (carbono negro) e de metano, que ficam pouco tempo no ar, mas ajudam a esquentar o planeta.

Essas substâncias são co-nhecidas conjuntamente como forçadores climáticos de vida curta, ou SLCFs, na sigla em inglês. O combate a elas tem a vantagem de não depender de acordos internacionais com-plicados e de não enfrentar lobbies poderosos.

Além disso, tem dois efeitos colaterais desejáveis: salva vi-das em países pobres e bene-ficia a agricultura.

Isso porque a fuligem, produ-zida em fogões a lenha na África e por ônibus e caminhões na Ásia, é uma causa importante de mortes por complicações respiratórias.

O metano, por sua vez, é um dos precursores do ozônio troposférico, um poluente que é tóxico para humanos -mas também para plantas.

Um relatório lançado com pouco alarde pelo Pnuma (Pro-

grama das Nações Unidas para o Meio Ambiente), durante a conferência do clima de Dur-ban, identificou um pacote de 16 ações para combater esses poluentes.

Se implementadas até 2030, elas poderiam evitar, por ano, 2,4 milhões de mortes e per-das agrícolas de 32 milhões de toneladas.

Além disso, poderiam aju-

dar a atrasar por algumas décadas a elevação da tem-peratura global de 2,5ºC a 4ºC neste século -resultado que a conferência de Durban não fez nada para evitar.

“Os SLCFs não são parte da negociação, mas eles são re-levantes, porque nos ajudam a recuperar parte do tempo perdido”, disse o diretor-exe-cutivo do Pnuma, o alemão Achim Steiner.

POLUIÇÃOA fuligem produzida em fogões a lenha na África e por ônibus e caminhões na Ásia, é uma das causas importantes de mortes por compli-cações respiratórias em todo o mundo

A fuligem produzida por ônibus e caminhões na Ásia é a causa de mortes por complicações respiratórias para a população

DIVULGAÇÃO

O combate internacional à mudança climática teve seu maior avanço político desde a criação do Proto-colo de Kyoto, no fim dos anos 1990. A COP-17, a conferência do clima de Durban, África do Sul, ter-minou na madrugada de sexta-feira (15) lançando a base para um futuro acor-do contra as emissões de gases-estufa, que envolve metas para Estados Unidos e China, os dois maiores poluidores do planeta -mas só após 2020.

Também foi aprovada uma controversa extensão do acordo de Kyoto, que envolve apenas a União Europeia e mais um pu-nhado de países e que por enquanto não tem nem in-tervalo de tempo definido para vigorar.

E foi lançado o chamado Fundo Verde do Clima, que tem a promessa de US$

100 bilhões anuais a partir de 2020 para combater as emissões e promover ações de adaptação à mudança climática nos países em desenvolvimento.

Embora não façam rigo-rosamente nada para com-bater o aquecimento global hoje - exceto manter os compromissos fracos que os países já haviam adotado na conferência de Copenha-gue, em 2009, e que deixam o mundo no rumo de um aquecimento de 2,5ºC a 4ºC neste século -, as decisões adotadas em Durban têm caráter histórico.

A principal delas, um tex-to de uma página e meia batizado de Plataforma de Durban, estabelece um calendário para criar “um protocolo, outro instrumen-to legal ou um resultado acordado com força legal” em 2015, que possa entrar em vigor até 2020.

Resoluções globais em Durban

Sentença de pena de morte cai ao menor nível nos EUA

As novas sentenças de pena de morte nos Estados Unidos caíram para o menor nível em 35 anos, segundo estudo do Centro de Informações sobre Pena de Morte, localizado na capital federal.

O levantamento aponta que neste ano 78 pessoas receberam a pena capital, o que representa queda de 30% em relação ao ano passado, quando 112 pessoas foram assim sentenciadas. Em 2000, haviam sido 224. O resultado de 2011 representa o menor patamar desde que a pena de morte foi reinstalada em 1976 nos EUA.

O centro aponta mudanças

na legislação e em procedi-mentos nos Estados, a maior resistência dos jurados à pena e o alto custo para executar os condenados como fatores que contribuíram para a redução.

O número de Estados que adotam pena de morte vem caindo, segundo Richard Die-ter, diretor-executivo do centro. Dos 50 Estados nos EUA, 34 adotam a pena. Illinois teve a pena de morte abolida no Oregon houve declaração de moratória. Houve declínio no número de execuções, com 43 até o dia 15 de dezembro, sem nenhuma marcada para 2011. Em 2010, 46 pessoas foram mortas - no Texas foram 13.

CORREDOR

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Dia a diaCade

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Cozinheiras comunitárias no Educandos

Cada vez mais consu-mido pelo “reinado” das comunicações instantâneas e virtu-

ais, dos e-mails, mensagens de celular e redes sociais, pes-soas que ainda tentam manter viva a antiga tradição de es-crever cartas ou cartões-pos-tais fazem, hoje, o diferencial no mercado. Afi nal, uma carta feita à mão desperta o interes-se do destinatário e sempre representa mais afeto.

O consultor empresarial Lúcio de Sá Barbosa, 61, é um exemplo dos adeptos a tradição. Ele diz ter acesso à internet, uma conta de e-mail, scanner, blog, fax e pertencer a outras redes sociais, mas quando vai fazer um comuni-cado a alguém ou a um órgão, prefere a carta. “Sou uma pes-soa que gosta de interagir e percebi que, hoje, os contatos são similares e precisam de um aparato eletrônico para se comunicar. Percebi que usan-do a boa e velha carta à mão, poderia fazer o diferencial e ser atendido com mais aten-ção”, comenta.

Lúcio revela que, sema-nalmente, envia mais de 50 cartas para jornais, revistas, igrejas, escolas e políticos. Todas elas, com sugestões e estratégias de melhorias para o ambiente. Acostuma-do à leitura, ele aproveita o conhecimento para colabo-rar com a vida de alguém. “Quando leio alguma coisa sobre projetos sociais, que envolvem crianças e jovens, e acho a ideia interessante, tiro cópia desse material, escrevo uma carta à mão e deixo nas escolas para que aquele pro-jeto seja também estendido a outras comunidades. Foi uma forma que encontrei de ajudar”, comenta.

Para o espanto do consul-tor, as respostas recebidas também são feitas por carta.

“Muitos retornos que recebo também são de cartas feitas à mão”, revela.

Quem também utiliza car-tas para se corresponder com amigos e família é a aposenta-da Ivanilde Reis Saldanha, 62. Ela comenta que, apesar de possuir computador em casa, não sabe acessar a internet. A família, que mora do interior do Pará, também não tem acesso à tecnologia. As cartas são, portanto, a forma encon-trada para manter contato.

“Tenho irmãos, primos e amigos no Pará, mas até con-seguir uma ligação é compli-cado. Por isso, escrevemos cartas e mantemos contato constante. Acho muito mais bacana receber uma corres-pondência assim, porque de-monstra um afeto maior, você sabe que a pessoa tirou um tempo corrido do dia a dia para se dedicar a você”, diz.

A professora de dança Bea-triz Lira, 52, confessa também ainda não ter se adaptado às ferramentas da internet. Ela utiliza cartas para se co-municar com parentes no Sul do país.

“Apesar da facilidade do telefone e celular, eu gosto de escrever cartas, e prin-cipalmente receber. Quando vou até a minha caixa de correios e, em meio a tantas contas, recebo uma carta da minha irmã, fi co muito feliz e emocionada, até esqueço das contas”, comenta.

Sobre a tradição da corres-pondência pessoal, a diretora dos Correios, Luquezie Mus-tafá Lemos, explicou que, em Manaus, são distribuídas 6 milhões de correspondências por mês na capital amazonen-se, sendo somente de pessoas físicas, 30 mil cartas. No perí-odo de fi m de ano, a demanda cresce. “Com o advento da tec-nologia, sabemos que quanti-dade de cartas pessoais vem diminuindo, mas em Manaus, a tradição ainda não perdeu o encanto”, explica.

Amantes à moda antigaNo mundo moderno, onde mensagens instantâneas e redes sociais são a forma mais utilizada para se comunicar entre as pessoas, algumas ainda fazem questão de manter a tradição e o sentimentalismo e optam por escrever as cartas

ISABELLA SIQUEIRAEquipe EM TEMPO

O adolescente Rian Reis Dias, 16, comenta que nunca recebeu ou enviou uma carta, e diz achar antiga essa ma-neira de se corresponder. “Eu nunca comprei um envelope para enviar uma carta. Acho isso antigo, ninguém lê. O máximo que enviei foi um

cartão de Natal”, revela.A psicóloga Laura Gomes

comenta que esse processo não faz parte do cotidiano da turma que nasceu na era da internet, mas comenta que a carta escrita à mão tem um valor sentimental muito maior que um e-mail ou um

twitter de 140 caracteres. “Hoje as pessoas procuram praticidade e querem oti-mizar o tempo. Talvez até estejam esquecendo valores importantes da vida. Para muitos, parar 15 minutos para escrever uma carta, comprar um envelope e ir até

uma agência dos Correios, é perder muito tempo. Mandar um e-mail em cinco minutos é muito mais prático. Porém, quando a pessoa recebe uma carta, o sentimento de cari-nho é muito maior do que receber uma correspondên-cia eletrônica”, enfatiza.

Geração que nunca selou um envelope

Aos 61 anos, Lúcio Barbosa faz questão de manter a tradição de se corresponder com as pessoas por meio de cartas

FOTOS: ALBERTO CESAR ARAÚJO

IONE MORENO

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C2 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Mais do que uma simples cozinha, um segundo larProjeto “Cozinheira Comunitária” leva, além da comida, espaço para descontração e aprendizado

cozinha, um segundo lar

Um projeto que vai muito além de um restaurante popular. A cozinha comunitá-

ria, localizada próximo a feira da Panair, no Educandos, Zona Sul, há quase um ano tem levado a moradores de ruas, crianças, defi cientes físicos e desempregados da área, além de uma refeição diária, digni-dade e conhecimento sobre os seus direitos de cidadãos, graças ao projeto “Cozinheira Comunitária”. Uma iniciativa da Prefeitura de Manaus, o projeto se mantém com in-centivos e doações de amigos e parceiros.

À frente do “Cozinheira Co-munitária”, a coordenadora Marília Ribeiro diz que, todos os dias, mais de 200 pratos de comida são servidos no local. Os alimentos como carnes, peixes e perecíveis chegam até a cozinha por meio da doação de um supermercado local. As verduras são doadas pela Secretaria Municipal de Produção e Abastecimento (Sempab). Na cozinha, cinco cozinheiras da comunidade recebem uma bolsa da Se-cretaria Municipal de Assistên-cia Social e Direitos Humanos (Semasdh) para prepararem os almoços.

Marília explicou que a ideia da prefeitura é criar a cozi-nha em bairros onde o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é baixo. “Começamos aqui no Educandos com o pro-jeto-piloto, que vai completar um ano em janeiro, e é um sucesso. Percebemos que as pessoas valorizam esse espa-ço”, comemora.

A cozinha comunitária abre às 11h30, mas todos os dias é possível encontrar crianças andando pelo salão bem an-tes desse horário. “Eu falo para eles: se vocês não têm para onde ir é melhor fi car aqui na cozinha do que na rua sem fazer nada. Aqui eu coloco um vídeo, principal-mente de músicas, para eles fi carem ouvindo”, diz.

Os cardápios são variados e não há reclamação de quem frequenta o local. Para tra-balhar na cozinha, todas as

mulheres precisam usar tou-ca e todos os alimentos são bem conservados.

Uma das alternativas en-contradas para a arrecadação de verdura é a parceria com os feirantes. Uma caixa de papelão é deixada na feira e os alimentos que não são vendidos, mas estão em boas condições como frutas, verdu-ras e legumes são utilizados na alimentação dos benefi ciados pelo programa. Os alimentos deixados na caixa são recolhi-dos às terças, quintas e sex-tas-feiras.

Quem precisa tem acessoPara ter acesso ao almoço

na cozinha comunitária, não precisa ter cadastro, apenas

o controle de pessoas. “Não vamos barrar ninguém, mas aqui é um espaço para quem realmente precisa. E eu sei que o “Cozinheira Comunitá-ria” já mudou a vida de mui-tas pessoas aqui. Tem gente que chega a desmaiar aqui na porta às segundas-feiras, porque não comeu nada no fi m de semana”.

Há três dias, a diarista Elaine Cristina, 34, começou a fre-quentar a cozinha comunitá-ria. Ela diz que nem todo dia consegue trabalho nas casas, e que ter um local para comer já alivia sua situação. “Eu me preocupo com meus fi lhos. Te-nho três e quando eu almoço aqui já é um dinheiro que entra para levar para casa”.

Aos 52 anos, Raimundo Sou-za trabalha próximo à feira da Panair cortando madeiras. Para ele, não há almoço melhor que o da cozinha comunitária. “Eu quero que isso aqui fi que por um bom tempo. Todo dia eu almoço aqui e acho muito bom”.

FOMESegundo Marília Ribei-ro, entre as pessoas assistidas pelo projeto, existem algumas que até mesmo desmaia-ram na frente do local após ter passado al-guns dias sem comer

Marília administra a cozinha comunitária com a ajuda de cinco cozinheiras da comunidade, que recebem bolsas da Semasdh

MÔNICA FIGUEIREDOEquipe EM TEMPO

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Quem participa do projeto “Cozinheira Co-munitária” ganha mui-to mais que um prato de comida. “Aqui, eles recebem incentivos e orientações como tirar a carteira de trabalho e emitir documentos”.

Para realizar as ati-vidades, Marília Ribeiro tem a ajuda das amigas voluntárias. O projeto “Cozinheira Comunitá-ria” também está na Co-lônia Oliveira Machado, Zona Sul. Existem estu-dos para ser implanta-do, também, nas zonas Sul e Oeste.

Local para apoio e orientação

Criançada, além de comer no local, também utilizam o espaço para passar o tempo e aprender

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C3Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

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C4 Dia a dia

Amor que ignora a morteOito anos após a morte do filho Robson, em um acidente de trânsito, a servidora pública Raimundo Braga mantém em sua casa uma cúpula em homenagem ao filho. Até a moto do jovem, com 19 anos na época, está exposta no local

Uma cúpula de vidro na entrada de uma casa, na rua Caná-rio, no Vale do Ama-

nhecer, Petrópolis, Zona Sul, chama a atenção de quem passa por ali. Dentro dela, estão muitos objetos que tra-zem à tona a lembrança do estudante Robson da Silva Diniz, com 19 anos na época. O espaço é a forma encontra-da pela mãe dele, a servidora pública Raimunda Maria Silva Diniz Braga, 50, de homena-geá-lo. Robson morreu atro-pelado por uma caçamba, que transportava areia, quando pilotava uma moto, no dia 31 de dezembro de 2003, na avenida Penetração 2, no São José 2, Zona Leste. Desde lá, a vida de Raimunda e da família é ajudar as pessoas a superar a dor da perda de um ente querido.

“Quero sim ajudar as pesso-as a superar a dor pela perda de uma pessoa amada, como era o Robson. Por isso quero levar aos outros a boa lembrança que tenho do meu filho, um menino cheio de vida, de ale-gria e que partiu muito cedo”, diz a servidora pública.

A dor de “dona Rai” começou na noite do último dia do ano de 2003. “Meu filho estava muito feliz e ajudando um colega a comprar uma moto.

Ele decidiu testá-la quando foi atropelado por uma ca-çamba”, lembra.

Para superar a perda, ela decidiu homenagear o filho criando a cúpula. Dentro dela estão, entre outros objetos, o uniforme de brigadista da empresa 3-C, empresa ter-ceirizada que presta serviços à Moto Honda, onde Robson trabalhava. Também existem

imagens de santos e fotogra-fias das fases do rapaz.

Fora da cúpula estão, ainda, dois cartazes expostos com imagens de Robson e do pai dele, também morto de forma trágica. Edson Souza Diniz, 51, foi assassinado a tiros em um assalto a uma lan house, na rua Topázio, no Jorge Teixeira, Zona Leste, no dia 1º de maio de 2009. Entre as recorda-ções, o que mais chama a atenção é uma moto Honda, modelo Titan, cor azul, que pertencia a Robson.

O tempo fez com que a dor da família se transformas-se em vontade de contar a história de Robson e ajudar as pessoas que passam pelo mesmo problema, a perda de um ente querido. A irmã, a pedagoga Rosane Silva Diniz Figueiredo, 30, diz que o grande objetivo dela e da

mãe é escrever um livro que conte a história do jovem, mas faltam recursos. “Que-remos ajuda para escrever e publicar um livro, mas tenho fé em Deus que vamos con-seguir escrever, publicar e mostrar ao mundo essa bela história”, afirma.

A família desenvolve ou-

tras iniciativas sempre li-gadas a Robson. Uma de-las é ajudar a comunidade carente da igreja de Nossa Senhora Aparecida, no Ar-mando Mendes, para qual a família destina, todo mês, os R$ 700 da pensão de morte do estudante.

E a luta da família tem dado

resultado. “Muitas pessoas nos procuram com mensa-gens de otimismo, amor e esperança ao verem o que estamos fazendo. Outros anônimos e pessoas que passaram pelo mesmo dra-ma nosso, também fazem o mesmo e deixam mensagens junto ao túmulo dele”.

Planos de publicar um livro sobre Robson

A moto de Robson é o objeto que mais chama a atenção Maria diz que espaço e fotos são para homenagear o filho

FOTOS: JOEL ROSA

REVERÊNCIAA servidora pública Raimundo Maria diz que a cúpula, montada na entrada da casa dela, é uma forma de lembrar de forma especial do filho víti-ma de um acidente de trânsito em 2003

NILSON BELÉMEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 C5

Nesta semana, a en-fermeira Camilla Corrêa Alves de Mou-ra Araújo dos Santos

foi flagrada espancando até a morte um filhote de yorkshire, em Goiás. Não menos cruel foi o acidente ocorrido no Parque das Laranjeiras, Zona Centro-Sul, no início de dezembro, em que um motorista atropelou uma cadela, desceu do carro e arremessou-a, ainda viva, para dentro de uma lixeira, juntamente com as formi-gas. Na tentativa de garantir aos animais um tratamento digno, sem maus-tratos ou abandonos — levando em consideração que atualmente existem, nas ruas da capital amazonense, cerca de 350 mil cachorros e gatos órfãos abandonados à própria sorte —, foi aprovada na Câmara Municipal de Manaus (CMM) uma lei que prevê a posse responsável de cães e gatos e visa conscientizar e punir os proprietários que não cuida-rem adequadamente de seus bichinhos de estimação.

O projeto de lei, de autoria do vereador Wilton Lira, dis-ciplina a criação, propriedade, posse, guarda, uso e transpor-te de cães e gatos em Manaus. Apesar de ter tido veto parcial do Executivo, o projeto ganhou

aprovação de todos os parla-mentares da casa legislativa, e agora é lei. “Em uma visita ao Centro de Zoonoses, vi a irresponsabilidade das pesso-as que agendam viagens e se esquecem dos animais ou os abandonam pelas ruas. Esse projeto veio da minha paixão por animais e de solicitações de veterinários e de ONGs (organizações não governa-mentais)”, afirmou.

Entre outros pontos, o proje-to trata de todas as responsa-bilidades dos criadores sobre os animais, como o registro, a vacinação, o controle repro-dutivo e a obrigatoriedade de se oferecer um espaço ade-quado para a criação. Mul-tas e sanções estão previstas para quem desrespeitar as novas normas. O vereador afirma que caberá ao Centro de Zoonose e à Secretaria de

Saúde fiscalizar e repreen-der os infratores da maneira prevista . “Cabe à sociedade, ONGs e associações, cobrar do Poder Executivo a execu-ção da lei”, lembrou.

A veterinária Raquel Gaia disse acreditar que a nova lei, se aplicada, pode incenti-var a criação responsável dos animais. “Um cachorro vive no mínimo 12 anos. Nesse tempo, a pessoa tem que ter consciência que vai ter gasto com vacina, alimento, espaço adequado. Precisamos de uma lei que se faça cumprir”, disse. Gaia explica que se deve pen-sar muito antes de adquirir um animal e escolher de acordo com as necessidades de cada pessoa. “Cada raça tem um especificidade. Já chegou ao meu consultório uma família que disse que dava pouca co-mida para um fila, para ele não fazer muito cocô. O cachorro estava desnutrido”, disse.

Gaia lembra o caso do pi-tbull Bruce, 7, resgatado de uma construção no Parque 10, Zona Centro Sul, abandonado, doente e desnutrido. “Jogaram óleo quente nele e o deixaram no sol, sem água ou comida. O dono de uma paciente me alertou. Tentamos falar com o proprietário, mas não conse-guimos. Se houvesse multas, as pessoas não fariam isso”. Após receber cuidados, Bruce foi adotado pela veterinária.

Animais protegidos por leiNa tentativa de reduzir ou até mesmo acabar com os maus-tratos a animais, sejam praticados por proprietários ou não, lei municipal foi aprovada e pode resultar em multas e punições aos responsáveis por violência e descaso

Ive RyloEquipe EM TEMPO

A vice-presidente do Grupo de Proteção aos Animais (GPA), Érica Schloemp, aprovou a nova lei e solicitou a execução de uma emen-da, que pede pela subs-tituição da marcação e registro de animais em carteirinha para o mi-crochip. “A lei certamen-te precisará de um tem-po para que os órgãos competentes se ajus-tem a essas propostas. Para que as leis sejam aplicadas, é prioritário que a Secretaria Muni-cipal de Saúde devolva o poder de fiscalizar e multar os maus tuto-res de animais para o Centro Municipal de Zo-onoses, que atualmente está restrito a capturar e matar animais de rua. As únicas autoridades que atendem a crimes são a Delegacia de Meio Ambiente (Dema) e o Batalhão da Polícia Am-biental”, disse.

Órgãos precisam se adaptar

ZELOSegundo a veterinária Raquel Gaia, ao deci-dir criar um animal de estimação, a pessoa precisa ter em mente o cuidado e os custos que serão necessários para mantê-lo em se-gurança e saudável

Donos desrespeitam cada vez mais os bichos de estimação

DIVULGAÇÃO

FOTOS: JOEL ROSA

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C6 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

SSP-AM estuda interligar postos à polícia do EstadoViolência e ameaça de paralisação de serviços faz com Estado estude o interligamento de câmeras dos postos às do Ciops

Com o aumento de assaltos a postos de combustíveis em Manaus, empresários

ameaçam paralisar atividades durante o período noturno, momento em que os bandi-dos mais agem para cometer furtos ou roubos. Para evitar prejuízos à sociedade, princi-palmente aos consumidores, a Secretaria de Segurança Pú-blica do Estado do Amazonas (SSP-AM) anuncia a possibili-dade de interligar o sistema de monitoramento por câmeras dos estabelecimentos ao Cen-tro Integrado de Operações de Segurança (Ciops).

Os números da SSP-AM apontam um aumento de ocor-rências de roubo a postos de combustíveis em toda a cidade. O comparativo é referente ao período entre 2009 e 2011. Durante esses anos, os roubos, ataques com armas em punho e com violência, aumentaram de 146 em 2009, para 502 este ano.

Já os furtos — quando ban-didos apenas levam objetos de valor ou dinheiro sem es-tarem armados — apresen-taram oscilação. Em 2009,

foram registrados 421, em 2010 foram 567 e neste ano, o número foi reduzido para 108, até o momento.

Os números mostram que os ataques ficaram cada vez mais violentos, pois o aumento de roubos mostra a vulnerabili-dade de funcionários e clientes dos postos de combustíveis.

Com os ataques, empre-sários do setor chegaram a anunciar a paralisação das atividades à noite, uma vez que para eles seria muito caro contratar seguranças particu-lares. O empresário Humberto Sales, proprietário do Grupo Trairi, possui oito postos de ga-solina em sua rede. Para cada um deles, seriam necessários quatro seguranças armados, custo aproximado de R$ 20 mil por mês (cada segurança está avaliado em R$ 5 mil).

“Nós somos o setor que mais arrecada impostos para o Es-tado. Se tivermos, ainda, que pagar segurança particular, é melhor fechar as portas”.

Sales, que há dois meses per-deu um de seus funcionários durante um assalto, ressalta, também, a falta de pessoas para atuar no segmento, uma vez que, com o aumento dos ataques, todos temem exercer a profissão de frentista.

NÁDUA MOURAEquipe EM TEMPO

Para que o problema dos assaltos possam ser reduzidos, o secretário de Segurança, coronel Paulo Roberto Vital, dis-se ao EM TEMPO que vai convocar uma reu-nião com o sindicato e empresários do setor de combustível para dis-cutir as medidas que poderão ser tomadas para garantir seguran-ça aos clientes e aos funcionários.

Vital tratou o encontro como uma “troca de in-teresses”, pois sabe da importância de garan-tir a segurança nesses estabelecimentos, para que cidadãos de bem não sejam punidos por criminosos. “Não posso permitir que os usuá-rios sejam prejudicados com o fechamento dos postos à noite”.

Vital vai discutir soluções

Uma das propostas divul-gadas anteriormente pelos empresários e pelo sindica-to de combustível, a ligação das câmeras dos postos de gasolina ao sistema da SSP-AM é praticada em outros Estados brasileiros.

Em Manaus, devido ao grande número de arras-tões aos postos de combus-tível, o secretário de segu-rança Paulo Roberto Vital diz que algumas medidas estão sendo tomadas para combater a prática.

“Nós já iniciamos um trabalho nos postos, colo-cando policiais à paisana e viaturas descaracteriza-das, assim ficará mais fácil prender o grupo, que acre-dito ser o mesmo que atua em toda a cidade”.

Policias trabalham à paisana

Cada vez mais, a violência atinge funcionários e clientes dos postos de combustíveis

HUDSON FONSECA

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C7Dia a diaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

A lei que proíbe o uso de castigos físicos em crianças, mesmo em ambientes familia-

res, conhecida nacionalmen-te como a “Lei da Palmada”, ainda é motivo de polêmica em todo o país. Aprovada

na última quarta-feira (14), na Câmara dos Deputados, a lei segue para o Senado e, se passar, vai punir os pais que repreenderem seus filhos com castigos violentos ou degradantes.

Nos casos de reincidência, os pais que praticarem esse tipo de agressão poderão ser, até mesmo, afastados dos

filhos. A lei busca proteger crianças e adolescentes de repressões físicas que resul-tem em lesão, sofrimento ou ridicularização.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Or-dem dos Advogados do Brasil no Amazonas (OAB-AM), Epi-táfio Almeida, diz ser contra qualquer ato que possa pre-

judicar a formação da criança. Ele afirma que os pequenos necessitam de correção, mas que, no entanto, ela precisa ser equilibrada.

“Os pais não podem des-carregar a ira em seus filhos. Acredito que o diálogo e a conscientização são as melho-res formas de correção. No en-tanto, sou a favor da palmada,

desde que não seja cometida em excesso. Afinal, a violência pode causar marcas para o resto da vida das crianças e adolescentes”, comenta.

A fisioterapeuta Ana Paula Rocha, 39, mãe de uma menina de 5 anos, afirma que a lei veio em “boa hora” e salienta que os pais que espaçam seus filhos devem ser punidos.

“Qualquer agressão física ou verbal gera traumas se-veros nas crianças. Eu sou to-talmente a favor da conversa e do diálogo, pois toda ação gera uma reação. Se você trata uma criança de forma violenta, ela será violenta. É preciso ter fiscalização e punir esses pais que espaçam seus filhos”, opina.

Aprovada na última quarta-feira pela Câmara dos Deputados, a lei que proíbe correções físicas a menores ainda causa polêmica a cada nova aprovação. Profissionais e pais discutem direitos sobre os filhos, na hora de aplicar disciplina

Fim polêmico da palmadaAURIANE CARVALHOEquipe EM TEMPO

A fisioterapeuta Ana Paula Rocha diz que cria a filha com a “lei do merecimento”, pois ensina a menina que tudo tem consequên-cia. Segundo ela, se a criança fizer algo erra-do, pode perder alguma coisa que gosta. “Eu não bato, mas converso muito. Se ela fizer algo de errado, fica sem ga-nhar o que muito queria ou perde algo que gos-ta”, ensina.

Já a pedagoga Viviane da Silva dos Santos, 37, teme a proporção que a lei pode causar. Embora seja mãe de dois filhos, de 11 e 4 anos, nunca precisou usar a força bruta, mas é totalmente a favor de uma palma-da. “Sou contra a lei, porque proíbe a cor-reção que damos aos nossos filhos. Nós pre-cisamos dar limites a eles. Não significa dizer que é preciso espancá-los, mas corrigi-los. Sou contra a violência”.

Para a pedagoga, o diálogo e a conscienti-zação são os caminhos para evitar que os fi-lhos sigam exemplos errados, mas em al-guns casos, é preciso ter pulso forte para que eles não caiam na marginalidade.

“Eu prefiro que meus filhos sejam corrigi-dos por mim agora, a serem pela “polícia” futuramente. Vejo que muitos pais perdem esse controle e aca-bam se arrependen-do”, destaca.

Sobre a leiA lei, de autoria da de-

putada Maria do Rosá-rio (PT-RS), altera a lei 8069, de 13/07/1990, o Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA), e da lei 10.406, de 10/01/2002, o Novo Código Civil, estabe-lecendo o direito da criança e adolescente de não serem subme-tidos a qualquer forma de punição corporal.

“A criança e o ado-lescente têm direito a não serem submeti-dos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, no lar, na escola, em instituição público, privado ou em locais públicos”, escla-rece a lei.

Educar agora para não sofrer depois

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

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[email protected], DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011 (92) 3090-1042Página D3

Entrevista com LuizaPossi

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AÇÃO

A peça “A Paixão de Aju-ricaba”, um clássico do teatro amazonen-se, escrita e dirigida

pelo dramaturgo e diretor Márcio Souza, fará em janei-ro uma turnê pelas cidades de Rennes, Toulouse, Aix en Provence e Paris, na França. Um dos grandes sucessos do Teatro Experimental do Sesc (Tesc), o espetáculo que teve sua primeira montagem feita em 1974, recebeu o convite há dois anos para ir ao “velho mundo” pela professora Rita Godet, diretora do departa-mento de línguas e literatura portuguesa da Universidade de Rennes.

De acordo Márcio Souza, a demora para a realização da turnê deve-se a logística ne-cessário para levar fi gurinos e cenários para a Europa. “Tive-mos que deixar tudo preparado para não haver contratempos, afi nal são várias cidades que serão percorridas”, diz. Não é a primeira vez que a peça, que foi o primeiro grande sucesso do Tesc, é montada em outro país. Em 2006, “A Paixão de Ajuricaba” foi encenada na Colômbia, pelo grupo “Tea-tro do oprimido”, com dire-ção de Augusto Boal. Mas, é a primeira vez que parte em turnê pela Europa, diz o dramaturgo que espera uma boa receptividade do público europeu ao texto amazônico.

Ele avalia que, por não ser um evento comercial, os ex-pectadores são bem recepti-vos ao que for apresentado. “É um evento que contemplará várias universidades. Em Tou-louse, por exemplo, existem mais teatros do que cinemas e a própria universidade tem teatro, onde funciona o cen-tro de teatro experimental. Em Aix en Provence existe o curso de língua portuguesa e um teatro moderníssimo que decidiu participar do projeto.

É uma plateia que tem lon-ga tradição em frequentar teatros e é assídua nessa frequência. Por isso deve ter boa aceitação”, afi rma.

Na opinião do diretor, que assiste a muitos espetáculos na França e afi rma que os teatros nunca estão vazios, a plateia que acompanhará os eventos está acostuma-da a assistir a peças em idiomas estrangeiros. Ele também enfatiza que é uma excelente oportunidade para que o elenco do Tesc faça um intercâmbio, juntando as experiências do Brasil e da Europa com o teatro.

“Não podia ficar apenas nessa troca de experiências e pronto, buscamos institui-ções para benefícios futu-ros”, sugere.

O resultado foi a proposta de dois convênios. O primeiro será feito entre Sesc e Senac que farão convênios com uma faculdade de Turismo, na área de culinária e administração cultural. A faculdade de Ren-nes também fará um convênio, mas com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) para troca de alunos em mes-trados na área de Geografi a e Teatro. “Está previsto que os dois convênios sejam as-sinados em março”, afi rma. Ele explica parte do elenco do grupo estuda na UEA.

Nos dias 6 e 7 de janeiro haverá apresentações de “A Paixão de Ajuricaba” somente parta convidados e no dia 8 de

janeiro o grupo segue para a Europa para iniciar a turnê dia 11. O Tesc volta para Manaus no dia 24 de janeiro.

TrajetóriaApós 37 anos desde sua

primeira montagem é natural que “A Paixão de Ajuricaba” te-nha sofrido mudanças, mas a essência do texto permanece o mesmo, avalia Márcio Souza. Ele recorda que o espetáculo teve várias apresentações, sendo apresentado, inclusive, em São Paulo e no Rio de Ja-neiro por outras companhias. Márcio também diz que por várias vezes, o Tesc, já tentou “afogar” Ajuricaba, mas ele sempre acaba ressuscitando. “Nunca conseguimos deixar de montar”, diz.

O dramaturgo analisa que em 1974 era época da di-tadura militar e, com isso, a história do herói indígena Ajuricaba, que mostrava a resistência dele a dominação dos europeus, era uma mon-tagem épica. “Nesse período, a história confrontava com os rigores da época”, explica. Com o tempo, as montagens subsequentes vão responden-do o que o momento pede. Em 2003, com novo elenco, já tinha conotação distinta, segundo o dramaturgo.

“Ainda tinha uma conotação épica, entretanto não tinha mais a questão do comba-te e resistência à ditadura. Essa montagem atual é mais dramática e não trabalhamos com a tragédia. Ela é menos épica”, completa.

Souza também lembra que em 1974 “A Paixão de Aju-ricaba” alcançou um grande sucesso na cidade e que ne-nhuma sessão fi cava vazia. “O teatro tinha uma língua coerente daquele período. O que mudou foi o público que frequentava as peças que es-tavam em cartaz em Manaus, que era formado essencial-mente por estudantes univer-sitários e professores.

CHRIS REIS Equipe do EM TEMPO

HEROÍSMOamazônico no palco europeu

NOVIDADEAlém das apresenta-ções, o Tesc negocia a assinatura de dois con-vênios, um deles com a faculdade de Rennes para o intercâmbio de mestrados na área de Geografi a e Teatro

Com 37 anos de existência, peça “A paíxão de Ajuricaba”, que mostra o herói da Amazônia, será apresentada em três cidades francesas

A montagem local será apresentada em quatro cidades francesas, entre elas a capital Paris

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A montagem de 1974 conta a história do herói amazonense Ajuricaba. Ele reuniu mais de 30 tribos indígenas contra os inva-sores europeus. Ele infl uen-ciou várias tribos sobre a sua verdadeira identidade e

libertou muitos de seus ir-mãos. O herói foi pego pelos portugueses e transportado para Belém para ser vendido como escravo.

Seguindo viagem em uma canoa com outros índios prisioneiros, o guerreiro

consegue infl uenciá-los e juntos rebelam-se contra os soldados. Mas, em des-vantagem, são derrubados a tiros. Vendo que não tinha saída, Ajuricaba lança-se ao rio, aos 28 anos, preferindo a morte à escravidão.

A infl uência de um guerrilheiro

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

‘Surto’ realiza última apresentaçãoCom oito anos em cartaz

e contabilizando mais de um milhão de espectadores, a peça “Surto”, do Rio de Janei-ro, realiza hoje, no Teatro Di-recional (Av. Mário Ypiranga Monteiro, 1.300, Adrianópo-lis), sua última apresentação na cidade.

O texto retrata a história de quatro atores cansados do fracasso, da vida comum,da manipulação da mídia, de si-

tuações que viram referência de um mundo de cabeça para baixo, resolvem dar um giro de 360° em suas vidas, parar no mesmo lugar e tirar sarro dessa realidade.

Dessa forma, brincando com o fato do ser humano se permitir rir do que carrega de pior como preconceito, luxú-ria, ganância e outros pecados que fazem com que a vida seja um pouco mais divertida, “Sur-

to” se transformou em uma peça cult, daquelas que as pessoas assistem inúmeras vezes. De um humor ácido e mordaz e de raízes, no melhor do besteirol dos anos 80.

O elenco é formado pelos atores Rodrigo Fagundes, do humorístico global “Zor-ra total”, Wendell Bendela-ck e Flávia Guedes. O texto, a concepção e a direção são coletivos.

TEATRO

O espetáculo de humor já foi assistido por mais de um milhão de espectadores, no Brasil

DIVULGAÇÃO

Triton’s Band e Nelly Miranda, hoje

A Triton’s Band fará a ani-mação do almoço de hoje, no Manaus Plaza Shopping, a partir das 13h. Em duas horas de apre-sentação, a família de artistas que compõem o grupo tocará as canções mais conhecidas dos fãs da Música Popular Brasilei-ra, homenageando estrelas da MPB. Para criar o clima de des-contração no início da noite, a cantora Nelly Miranda também fará apresentação musical, no horário de 19h30 às 21h30.

Além do repertório “made in Brasil”, a seleção da Triton’s Band, para este domingo, inclui sucessos de bandas de rock nacional, para agradar os ad-miradores deste estilo musical – Barão Vermelho, Legião Urba-na, Cazuza, Titãs, Ultraje a Rigor, entre outras. Já Nelly Miranda fará uma releitura de clássicos da MPB e cantará as músicas da nova geração, dando seu toque pessoal a canções que fi zeram sucesso na voz de Ana Caro-lina, Seu Jorge e Djavan.

DIVERSÃOMárcia Nôvo será atração de Réveillon no Tarumã

Em um ambiente acon-chegante no clima do Rio de Janeiro, Márcia Nôvo pro-mete agitar a virada do ano. Para isso, convidou a banda Vai Garotão, MC Jones, JB DJ e, para encerrar a festa, a Bateria da Vitória-Régia, além da parceria com Théo Alves, criador do “Jack Free”, que proporcionará bebida li-berada até as 6h.

A Copacabana Chopperia será inaugurada na próxima semana, com uma temática

que remete ao melhor da noite carioca. “No Brasil, a virada do ano sempre foi o “primeiro grito de Carnaval” e será esse o clima da nossa festa. Esse Réveillon vai ter a cara do Rio, com todo o seu swing, charme e elegância”, declara Théo.

A bebida é liberada com água, refrigerante, coquetel sem álcool, cerveja Brahma, caipirinha, caipiroska, caipi-fruta, capeta, martini, run, vodka, campari e tequila.

AGITO

A cantora é conhecida por apresentar canções de samba-rock

DIVULGAÇÃO

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[email protected] - www.conteudochic.com.br

A Fundação Dr. Thomas promove no próximo dia 25, a tradicional festa de Carnaval, o CarnaIdoso, regado a samba e animação. Neste ano a instituição inova mais uma vez. O formato do evento será diferente, iniciando no estacionamento da instituição e seguindo até o Parque Municipal do Idoso.

. A festa será iniciada às 15h no estacionamento da Fundação Dr. Thomas, com a participação dos idosos residentes, usuários do parque, grupos de idosos de vários bairros da cidade e convidados. As atrações serão a banda da Polícia Militar e trio elétrico.

. Às 17h seguindo o trio elétrico, a micareta do CarnaIdoso vai levar os foliões até o Parque do Idoso. A festa seguirá no ginásio coberto, com a presença da bateria da Escola de Samba da Grande Família e seus principais destaques e a atração nacional Mumuzinho da Mangueira.

>> Competições na cidade

O governador Omar Aziz e o ministro Mauro Campbell na ses-são homenagem da “Medalha Mérito Judiciário” do Tribunal Regional do Trabalho

Sídia Góes com vestido poderoso da estilista Mabel Magalhães para boutique Flag, em jantar poderoso

. O calendário de festas na boate Musique Nuit, no próximo dia 22, será palco do lança-mento ofi cial do projeto Plug Acústico. No comando da noite, a badalada cantora e compositora Luiza Possi.

. De acordo com a proposta do projeto, a diversidade musical e a

interação com o público são fatores pontuais. Portanto, o repertório es-colhido por Luiza, inclui sucessos que marcaram os dez anos de carreira da artista, além de novas composições do último DVD, intitulado “Seguir cantando”. O pré-show será do ta-lentoso Pedro Lobo que começa a conquistar o cenário nacional.

>> Balada acústica

. A Rede Atlântica promete realizar um dos Réveillon mais chiques da cidade. Para agitar a festa da virada, três atrações musicais garantiram o tom certo da noitada no hotel Park Suites, na Ponta Negra.

. O evento, que terá temática inspirada nos cassinos de Las Vegas, contará com a presença de Márcia Nôvo durante o almoço, na piscina com borda infi nita, às margens do rio Negro. Além disso, haverá ceia especial e apresentação da banda Amazon Beach, com o cantor Edilson Santana, e do DJ Alexandre Prata na festa da última noite do ano. Imperdível!

>> Réveillon chique

Emannuelle Gil e Ale Brandrão em evento chique de contraternização

. A Gucci criou dois modelos de bicicleta em parceria com a fabricante Bianchi. O design usado nas peças foi criado pela diretora-criativa Frida Giannini.

. Os dois modelos Bianchi by Gucci levam as listras caracterís-ticas da grife e são especifi camente desenvolvidas para ciclismo urbano ou em “off road”, como a versão na cor preta, feita com fi bra de carbono.

. Como os ciclistas também precisam estar à altura da bike, Frida desenvolveu uma série de acessórios que inclui capacete e luvas. Um luxo!

>> Objeto de desejo. Hoje, a partir das 9h, Manaus ganhará um parque te-

mático exclusivo para crianças, em uma iniciativa inédita para esse público no município.

. A Cidade da Criança é um ambiente de muita diversão, onde os pequenos poderão ter contato direto com a nature-za, além de atividades sócio-educacionais. O parque ocupa uma área de quase dois hectares, no local onde funcionava o antigo Horto Municipal, no Aleixo.

. A estrutura conta com praça de alimentação e de jogos, cinema, biblioteca, labirinto, playgrounds, além de trilhas ecológicas, área para plantio de horta e a Vila Feliz, onde ocorrerão atividades como noções de trânsito e preservação do meio ambiente.

>> Diversão & inauguração

A solenidade do prêmio “Escola de Valor” foi marcada por dupla e criativa homenagem. O Conselho Estadual de Educação condecorou o governador Omar Aziz com o prêmio “Governador de Valor” e dona Nejmi Jomaa Aziz com placa de condecoração e com o informal título de “Primeira-Dama da Educação”.

>> Honras

Ângela e Juarez Lima no encontro que movi-mentou o casarão do Ephigênio Sales

. O Grupo LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton S.A. agora detém a marca francesa Moynat, uma das melhores pro-dutoras de malas de viagem. Bernard Arnault, presidente e diretor-executivo do grupo, nomeou Ramesh Nair como novo diretor criativo.

. Há 15 anos, o mesmo aconteceu com Marc Jacobs, que fi cou responsável por reinventar a Louis Vuitton e o resultado não poderia ser melhor. Dessa vez, Ramesh Nair é quem tem a missão de injetar contemporaneidade na marca de malas de viagem centenária.

>> Luxo

Interino GUTO OLIVEIRA

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Luiza Possi (des)plugadaEm entrevista ao EM TEMPO, cantora fala do show acústico, montado para a sua primeira apresentação em Manaus em dez anos de carreira, e que será apresentado nesta quinta-feira, dentro da abertura do projeto “Plug acústico”

A cantora e composito-ra carioca Luiza Possi aterrissa nesta quin-ta-feira na cidade. Ela

solta a voz para o público local em uma apresentação peculiar e diferenciada, em relação às que vem apresen-tando pelas demais cidades do país. Aqui, ele será acom-panhada apenas de um violão e teclados.

De acordo com a própria artista, em entrevista para o EM TEMPO, a energia do show marcado para Manaus será proporcionalmente diferen-ciada. “Fazer apresentações em formato acústico é algo que traz sempre mais proximi-dade com o público. A ideia de fazer algo assim, na verdade, surgiu em abril, quando fiz algo no sentido no projeto “Estúdio Showlivre.com”, pela internet. É uma outra ‘vibe’, muito agregadora”, diz.

Luiza traz no repertório mui-to do seu mais recente traba-lho, “Seguir cantando”, lança-do há dois meses. “O álbum reflete muito momentos da minha vida, aliás, como tudo nessa profissão, onde não existe muitos essa distinção do que é apenas profissional. São os nossos momentos pes-soais que geram novas obras, novas composições. A ideia, inclusive, é justamente essa, de que o importante é seguir em frente, independentemen-te dos obstáculos”, afirma.

A subjetividade em “Seguir cantando” tem uma correlação com a opinião de Luiza Possi sobre esperanças e expectati-vas. “É um ensinamento apren-dido em casa, que continuo

incorporando até hoje. A ex-pectativa é um desejo pronto. Dessa forma, é inevitável que haja a frustração, porque as coisas não acontecem como a gente quer”, diz.

“Seguir cantando” parece ser um lema na atualidade da vida de Luiza, que acredita que este fim de ano não está com tanto clima de “desfecho”. “Es-tou encarando esse período fingindo que nada está aconte-cendo. Não fiz amigo secreto nem nada. Tem muito show marcado e só espero que 2012 seja uma continuação do que

me aconteceu este ano. Não estou com o sentimento de acabar o ano e continuo com-pondo bastante. Já dá até para pensar num próximo disco, mas é muito cedo para isso, eu sei”, analisa a cantora.

Luiza Possi vem a Manaus para participar como um das atrações do projeto “Plug Acústico”, cuja ideia é trazer shows de artistas renomados e novos talentos, apenas nes-te formato. Luiza vem acom-panhada de Conrado Goys (guitarra e violão) e Kecco Brandão (teclado).

GUSTAV CERVINKAEquipe do EM TEMPO

SERVIÇOPLUG ACÚSTICO COM LUIZA POSSI

Quando:

Onde:

Quanto:

Vendas:

Informações:

Quinta-feira, às 22hMusique Nuit (avenida Mário Ypiranga, 1.010, Adrianópolis)R$ 50 (mulher) e R$ 70 (homem)Dress to (Ma-nauara Shop-ping)/ Musique Nuit/ Petit Musique (altos do Temaki Lounge, Vieiralves)(92)3321-4556

Fazer apresenta-ções em formato

acústico é algo que traz sempre mais

proximidade com o público

Luiza Possi, cantora ‘Pousar nua, não! Não rola’

EM TEMPO: Na época de Twitter e Facebook, mui-tas coisas deixam de ser controladas e/ou escondi-das. Quais os benefícios que você colhe por meio das novas mídias?

Luiza Possi - Muitos. É gostoso ver como começa a formar uma teia de pesso-as de mesmos gostos, que curtem seu trabalho e se descobrem, criando víncu-los sólidos, até. É só preciso saber lidar com a privacida-de. Foi difícil aprender com isso. Lembrar de só escre-

ver de onde está chegando, não que está indo para algum lugar, é importante, por exemplo.

EM TEMPO: Embora não tenha vindo aqui duran-te este período de sua carreira, existe alguma relação entre você e a cidade de Manaus?

LP- Na verdade, acho que já fui pequena para aí. Co-nheço algumas pessoas daí, sim. O Sérgio Carvalho é um deles. É um excelente baixista, que gravou no meu

primeiro disco.

EM TEMPO: Em 2009, você concedeu uma en-trevista para a “Playboy”, na qual você disse que não tem nada contra em posar nua, mas ainda não havia encontrado razão para fazer isso. Dois anos depois, você já encontrou essa razão?

LP- Não tem nada a ver comigo isso. Fico honrada como mulher em saber que tem pessoas que esperam por isso, mas não rola.

ENTREVISTA

Luiza Possi irá se apresentar, na Musique Nuit, ao lado dos músicos Conrado Goys (violão) e Kecco Brandão (teclado)

EDUARDO LOPES_REPRODUCAO

Niemeyer completa 104 anos Para o arquiteto Oscar

Niemeyer, é tempo de sorrir. Na festa em que comemorou seus 104 anos, na noite de sexta, ele se disse feliz pelos avanços do país. “A arquitetu-ra me ocupou a vida inteira, mas o (tempo) que sobrou eu procurei atuar na parte da política brasileira, para fazer um país mais progressista”, disse. “O Brasil tem melhora-do ultimamente, com o Lula, que é amigo do brasileiro. Depois de um tempo a gente pode sorrir um pouco.”

O aniversário foi comemo-rado em seu escritório em

Copacabana, na zona sul do Rio -antes, ele passara o dia em casa atendendo a te-lefonemas com felicitações vindos de todas as partes do mundo.

Alegrou-se também ao ou-vir de amigos que moradores de Avilés, na Espanha, reuni-ram-se em frente ao Centro Cultural Niemeyer, projetado por ele, para cantar parabéns. A manifestação fez parte dos protestos contra o fechamen-to do centro após menos de um ano de funcionamento -o novo governo da região anunciou que não vai renovar

a licença de operação devido aos custos. A administração atual vê motivos políticos.

Para a mulher de Niemeyer, Vera Lúcia, a paixão pelo tra-balho é o segredo da lon-gevidade do arquiteto. “Isso absorve a cabeça dele, ele está sempre pensando em algum projeto novo ou na revista”, contou.

A revista a que ela se refere é a “Nosso Caminho - revista de arquitetura, arte e cultura”. Impressionado com o “vigor juvenil” de Niemeyer, o ator Marcos Frota aproveitou a ocasião para tentar conven-

cê-lo a desenvolver os traços de um projeto de uma univer-sidade do circo em Brasília.

“Tem um espaço no parque da cidade onde quero fazer a Unicirco. Falei isso para ele e ele lembrou que o plano dire-tor já prevê um circo naquela área”, disse Frota. “Isso é que é memória.”

Fisicamente, no entanto, Niemeyer demonstra alguns sinais de fragilidade. Movi-menta-se com ajuda de uma cadeira de rodas, tem dificul-dades de audição e a voz soa um pouco fraca. Nada, porém, que o impeça de sorrir.

PERSONALIDADE

O arquiteto Oscar Niemeyer fez aniversário na última sexta

DIVULGAÇÃO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Cileno apresenta sucessos, hojeHoje, a partir das 19h, o

palco Palmeira da Tacacaria Parintins, no Centro Social Urbano (CSU) do Parque Dez, terá um dos mais conheci-dos compositores e intér-pretes da música amazo-nense, Cileno, que realizará um poket show acústico ao sabor de voz e violão, regado ao tacacá. O cantor é o autor dos sucessos “Feira hippie”, “Luzis”, “www Ilove you”, “O amor está no ar”, “Mimo de beija-flor” e tantos outros, bastante conhecidos do público de Manaus.

Segundo Bruna Iannuzzi, gerente do empreendimen-to, a ideia de trazer o cantor para um show na tacacaria foi de alguns clientes. “Como sempre estamos convidan-do nomes conhecidos do pú-blico local, para nós o nome de Cileno foi uma sugestão

dos clientes da casa”, explica Bruna. Para ela, receber o artista é uma honra. “Ele, como todos sabem, é um dos maiores expoentes da

moderna música que se faz em Manaus. Consegue falar desse lado mais romântico e ao mesmo tempo urbano da capital e, por isso, muita gente se identifica com o

som dele”, destaca a em-presária.

O show marca o encer-ramento em 2011 das ati-vidades musicais no palco da Tacacaria Parintins, mas, segundo Bruna, a direção da casa já estuda novas ideias para o ano de 2012. O formato de sempre cha-mar artistas da terra, aos domingos, deve continuar assim como novas ideias estão em estudo. “Temos hoje um retorno muito bom do público, até porque nos-so empreendimento ainda é recente, mas a participa-ção está acima da média”, declara. Ainda segundo ela, novas iniciativas deverão marcar 2012. “Queremos as promoções que são, na verdade, um complemento do grande atrativo que é o nosso tacacá”, finaliza.

MÚSICA

O cantor amazonense é um dos nomes mais conhecidos do Estado, pelo apoio ao reggae

‘Melancolia’, dirigido por Lars Von Trier, em DVDO filme, comentado pela crítica mundial, retrata o fim do mundo por meio de um planeta que se choca com a Terra

“Me l a n c o l i a” , agora lança-do em DVD pela Califór-

nia, provavelmente é um dos melhores lançamentos deste ano, talvez o melhor. Acaba de ganhar o prêmio de melhor filme europeu de 2011, prova de que a besteira cometida por seu diretor, o falastrão Lars Von Trier em Cannes, quando disse que podia compreender Hitler, foi colocada em seu devido lu-gar. Que lugar? Na lata de lixo das inutilidades, desses frissons de momento de que são feitos muitas vezes os festivais de cinema, eventos nos quais cada vez menos o que importa de fato são os filmes.

Em “Melancolia” o que se vê é um mergulho de cabeça em uma experiência intelectual e sen-sorial. As primeiras sequências soam como o prelúdio de uma ópera, que anuncia o que virá. O filme se desdobra em duas partes, um díptico cujas lâminas são intituladas com os nomes das duas irmãs - Justine (Kirsten Dunst) e Claire (Charlotte Gains-bourg). Irmãs de temperamen-tos opostos, sínteses também de disposições contrárias de estar no mundo.

Na primeira parte do díptico, vemos Justine se preparando para um casamento suntuo-so, realizado em uma casa de

campo. A linguagem estética, aqui, embora mais caprichada, parece a dos primeiros filmes do dogma, em especial pela câmera na mão. A festa bur-guesa se prepara, enquanto a noiva, com tudo agora ao seu alcance, felicidade, empre-go, promoção, marido novo e encantador, se prepara para arruinar a vida, peça por peça. Claire tenta impedi-la. Em vão.

É uma demolição em regra que se anuncia.

A segunda parte é a de Claire. Justine arruinou-se a tal ponto que precisa até ser alimentada na boca para sobreviver. Quem dela cuida é a irmã. O que Justine tem de desordenada, Claire tem de centrada. Há, no entanto, uma ameaça pairando, sob a forma de um enorme planeta, chamado Melancolia, que pode chocar-se com a Terra.

A linguagem do filme muda nessa segunda parte. Torna-se intensa, suntuosa, grave à medi-da que a ameaça se aproxima e torna-se concreta. Nesse ponto, há uma curiosa (porém com-preensível) inversão. Justine, tão inadaptada para o mundo, parece serena e centrada para o que seria a iminência do fim. Claire, tão centrada, é o deses-pero em pessoa. Faz sentido. Uma, de acordo com sua pers-pectiva, não tem mais nada a perder; a outra, pelo contrário, tem sólidos motivos para se apegar a uma vida que parece ameaçada. Melancolia afeta o eixo gravitacional da Terra e também das irmãs.

Que Von Trier dê o nome de Melancolia ao seu apocalipse não me parece gratuito. Já se chamou a depressão de mal do século. A nossa frágil felicidade, o nosso vão equilíbrio não sobre-vive sem o Prozac e sem o Ri-votril. São os paraísos artificiais que garantem a contrapartida para o progresso tecnológico e a vida ultracompetitiva. Mas será isso a vida? Porém, Von Trier não fala nem de depressão, mas de melancolia, o termo an-cestral da tristeza sem objeto. É mesmo de um fim de mundo literal e simbólico que este filme impressionante trata.

Por Luiz Zanin Oricchio Uma das atuações mais comentadas foi a da atriz Kirsten Dunst, que protagoniza Justine

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SINOPSEO filme mostra a vida diferente de duas irmãs - Justine e Claire -, que juntas acompa-nham o fim do mundo, que acontece por meio de um planeta chama-do Melancolia, ao se chocar com a Terra

MÚSICASNo repertório do artis-ta, estão músicas como “Luzis”, “www ilove you”, “Feira hippie” e “O amor está no ar”. A apresentação acon-tecerá na Tacacaria Parintins, no Parque Dez de Novembro

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Uma ação sociocul-tural promete fazer a alegria dos mora-dores do chamado

Parque Residencial Cachoei-rinha, localizado no bairro de mesmo nome. Hoje, volun-tários que compõem a co-munidade cristã Abrigo R15 promovem a quarta edição do projeto “Natal na rua”, por meio do qual além de distribuir cestas básicas às famílias carentes, organizam diversas atividades culturais, que inclui shows, teatro, dan-ça, exposições e brincadeiras para as crianças.

O evento conta com pro-gramação em três ambientes distintos ao ar livre, sendo dois palcos e uma praça de alimentação. Além disso, são utilizadas as salas de aula do Centro de Educação Tecnoló-gica do Amazonas (Cetam), instalado no segmento da avenida Marques da Silvei-ra, onde será executado o projeto, limitado perpendi-cularmente pelas avenidas Codajás e Japurá.

Um dos palcos será dedica-do às apresentações de rock, cujos nomes confirmados até agora são das bandas SPH, Tattva, MB-4 e Snatch. Neste mesmo espaço, haverá uma área reservada para a prática de skate e grafite. Outro palco

será reservado para apresen-tações diversificadas, como shows de MPB, ventríloquo (Odinei Aguiar) e exposições de esculturas em papel mar-che, produzidas pelo artista Oscar Filho; fotografias, se-lecionadas pelo fotoclube “A Escrita da Luz” e pinturas diversas. Uma praça de ali-mentação será criada pela organização, para garantir a energia do público, com produtos a preços simbóli-

cos. “Além disso, as crianças contam com diversas opções de lazer, incluindo piscina de bolinhas e cama elástica”, diz uma das voluntárias da orga-nização, Marta Silva.

BelezaNas salas cedidas pelo

Cetam, os visitantes encon-tram oportunidades como corte de cabelo, oficina de automaquiagem e até uma

brinquedoteca. “Um grupo de pedagogos voluntários dará todo o apoio para direcionar algumas brincadeiras e jogos educativos, entre as crian-ças”, afirma Marta.

SocialDe acordo com Marta, o

local é escolhido pela proximi-dade da sede do Abrigo R15 e pelo fato de que, naque-le endereço, vivem pessoas atendidas e beneficiadas com as obras do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim). “Nossa intenção não é só levar produ-tos diversos e cestas básicas. A ideia é levar cultura para eles. Até um coral do próprio abrigo se apresentará, com repertório de músicas na-talinas tradicionais”, afirma. Na programação geral, estão incluídas as performances de um grupo de dança do próprio Prosamim e da companhia de arte Três Pilares.

Ao todo, cerca de 200 ces-tas básicas serão entregues às famílias cadastradas. Interessados em contribuir como voluntários ou de or-dem financeira, devem en-trar em contato pelo telefo-ne (92)9102-3808. O Abrigo R15 é uma comunidade cristã que existe desde fevereiro de 2007, com o objetivo de criar um ambiente em que pessoas diferentes possam ter comu-nhão entre si e com Deus.

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Prosamim celebra o NatalVoluntários do Abrigo R15 organizam shows musicais, exposições e atividades lúdicas em plena rua, com o intuito de oferecer aos moradores do local uma opção de diversão natalina próximo as suas casas e em contato com artistas

Ainda hoje, a Orquesta Sinfônia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), se apresenta na Igreja São João Batista, a partir das 20h, com entrada gratuita. Grandes obras da música internacional e o trabalho recente do brasileiro Da-nilo Guanais compõem um repertório marcado pela harmonia entre o clássico e o popular, que prome-te conduzir o público em uma espécie de viagem por

quase 300 anos de pro-dução artística de alguns dos maiores compositores de todos os tempos.

A orquestra, que é for-mada por profissionais de vários países e alunos do curso de música da escola superior de artes e turismo da UEA, tem a regência do maestro Zacarias Fernan-des e abrirá a apresentação com “A Christmas festival”, do norte-americano Leroy Anderson, que reuniu melo-

dias tradicionais de Natal de várias regiões como base para “Um festival de Natal”, livre tradução para o nome de uma canção quase obri-gatória em festas de fim de ano de todo o mundo, desde sua criação em 1950.

O Concerto de Natal fe-cha sua apresentação com “Pompa e circunstância”, do britânico Edward Elgar, que na noite do próximo domingo deve simbolizar o sentimento de amor.

Orquestra realiza concerto, hoje

Na programação do evento estão apresentações musicais, espetáculos de teatro, entre outros

AÇÕESA noite temática terá três ambientes que contarão com ativi-dades culturais. Entre elas shows musicais brincadeiras para crianças, além de cor-tes de cabelo e oficina de maquiagem

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Horóscopo

ÁRIES - 21/3 a 19/4Um dia criativo para a atuação no trabalho, participando de grupos que lhe favoreçam. No amor, o dia é carregado de compromissos e deveres, fi cando de fora a diversão.

TOURO - 20/4 - 20/5Seus planos podem ser impedidos de se realizar, mesmo que minimamente. Não espere realizar seus anseios e planos neste dia, assim poderá se frustrar menos.

GÊMEOS - 21/5 A 21/6Momento de supressão do prazer e de imposição dos deveres, em especial nas relações amorosas. Seus desejos fi cam bloqueados. Há dias em que as coisas são assim mesmo.

CÂNCER - 22/6 A 22/7Talvez se sinta meio sozinho, vendo as pesso-as afetivamente distantes. No lar, é preciso cumprir à risca seus deveres. As obrigações se impõem mesmo que a sua revelia.

LEÃO - 23/7 A 22/8Os compromissos formais se impõem sobre a afetividade no convívio humano. A orga-nização no trabalho é condição para obter hoje os resultados que pretende.

VIRGEM - 23/8 A 22/9Os sentimentos amorosos esfriam um pou-co, pois as condições não favorecem em nada realizar o que deseja. Mas esta é apenas uma condição passageira. Espere a hora certa.

LIBRA - 23/9 A 22/10Você tende a se sentir incomodado com certas situações emocionais e afetivas no ambiente familiar. Não fi que tentando se defender tanto assim.

ESCORPIÃO - 23/10 A 21/11 Obstáculos se interpõem em sua rotina, e aquilo que deseja se realizar pode ser impe-dido. A preocupação com o amor gera uma sombra que escurece suas relações.

SAGITÁRIO - 22/11 A 21/12O desejo de encontrar-se com certos amigos ou pessoas queridas pode ser frustrado. Também assim com algumas expectativas pessoais, em especial na vida fi nanceira.

CAPRICÓRNIO - 22/12 A 19/01Você tende a recuar diante do que deseja, em especial na profi ssão, talvez por insegu-rança ou medo. As responsabilidades pesam sobre o convívio amoroso.

AQUÁRIO - 20/1 A 18/2As atividades que mais lhe agradam po-dem ser impedidas de se realizar. Uma frustração pode acontecer. Mantenha a grandeza de atitude, encarando a situação com fi losofi a.

PEIXES - 19/2 A 20/3As relações pessoais trazem sentimentos intensos, mas as situações sociais não colaboram e talvez não possa viver com as pessoas, como gostaria, esses senti-mentos.

GREGÓRIO QUEIROZ

Cruzadinhas

Cinemark - Studio 5 - av. Rodrigo Otávio, 555 - Distrito Industrial - Informações: (92) 3613- 8345 / R$ 9 (matinê / seg., ter. e quin); R$ 12 (noite / seg., ter. e quin); R$ 14 (matinê / sex., sáb., dom. e feriados) e R$ 17 (noite / sex., sáb., dom. e feriados); R$ 10 (quarta).

Cinemais Plaza – Manaus Plaza Shopping - av. Djalma Batista, 2.100, Chapada - Infor-mações: (92) 3215- 1530 / R$ 6 (seg.); R$ 8 (quar.), R$ 10 (ter. e quin.), R$ 12 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 13 (noite / sex., sáb., dom. e feriado).

Cinemais Millennium – Millennium Sho-pping - av. Djalma Batista, 1.661, Chapada - Informações: (92) 3215- 1530 / R$ 7 (seg.); R$ 9 (quar.), R$ 12 (ter. e quin.), R$ 14 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 16 (noite / sex., sáb., dom. e feriado).

Playarte – Manauara Shopping - av. Mário Ypiranga, 1.300, Adrianópolis – Informações: (92) 3236-5143 / R$ 14 (matinê / seg. ter. e quin), R$ 16 (noite / seg., ter. e quin.), R$ 10 (quar.), R$ 16 (matinê / sex., sáb., dom. e feriado) e R$ 18 (noite / sex., sáb., dom e feriado).

Severiano Ribeiro – Amazonas Shopping - av. Djalma Batista, 482, Chapada - Informações: (92) 32151617 / R$ 10 (seg., ter. e quin.), R$ 8 (quar.) e R$ 12 (sex., sáb., dom. e feriados).

Local e valoresNoite de Ano Novo – 10 anos: Playarte 9 - 13h30, 16h, 18h30 (leg/ diariamente), 21h (leg/ seg), 13h30, 18h30, 21h (leg/ sex, sab e dom), 23h30 (leg/ sex e sab); Cinemark 2 – 13h30,16h20, 19h, 22h20 (leg/ dia-riamente).

A pele que habito – 16 anos: Playarte 8 -17h40 (leg/ diariamente), 20h10 (leg/ sex, sab, dom, seg, qua), 22h40 (leg/ sex e sab); Cinemark 3 – 19h30 (leg/diariamente).

O Gato de Botas - Livre: Playar-te 6 – 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (dub/ diariamente); 21h30 (dub/ sex, sab, dom e seg); Playarte 7 - 13h30, 15h30, 17h30, 19h30 (dub/ diaria-mente) 21h30 (leg/ qua); Cinemark 4 - 11h40, 13h50, 16h, 18h10 (dub/dia-riamente).

Os Muppets - Livre: Playarte 7 - 13h (dub/diariamente) 15h20 (dub/ sex, sab, dom, seg, qua); Cinemark 4 – 15h (dub/diariamente).

Operação presente - Livre: Playarte 7 – 14h, 16h10 (dub/ dia-riamente), 18h20 (dub/ sex, sab, dom e seg); Cinemark 4 – 12h40 (3d/dub/diariamente).

Os especialistas – 14 anos: Playarte 7 - 20h30 (leg/ sex, sab, dom, seg) e 23h (leg/ sex, sab).

Meu país – 14 anos: Playarte 8 – 14h, 16h, 18h20 (diariamente) e 20h (ter e qui).

Amanhecer – parte 1 – 14 anos: Playarte 4 – 12h50, 15h30, 18h10

(dub/ diariamente), 20h50 (dub/ sex, sab, dom, seg, qua), 23h30 (dub/ sex e sab); Cinemark 4 – 17h50, 21h10 (dub/diariamente); Amazonas 5 – 14h (dub/ diariamente); Amazonas 6 - 13h30, 16h, 18h30, 21h (dub/ diariamente).

O palhaço - Livre: Playarte 10 – 13h (diariamente).

Não se preocupe, nada vai dar certo – 12 anos: Playarte 4 - 14h, 16h10, 18h20 (dub/ diariamente) e 20h30 (dub/ ter e qui).

Entre segredos e mentiras – 16 anos: Cinemark 8 – 20h20 (dub/ dia-riamente).

O filme dos espíritos – 10 anos: Playarte 2 - 13h, 15h10, 17h20, 19h30 (diariamente) e 21h40 (ter/qui).

Todo mundo tem problemas se-xuais – 14 anos: Playarte 4 – 20h (diariamente).

Bruna surfistinha – 16 anos: Playarte 5 – 13h, 15h20 (diariamente) e 17h40 (ter).

Família vende tudo – 12 anos: Playarte 6 - 14h, 16h, 18h (diariamen-te) e 20h (ter/ qui).

Assalto ao Banco Central – 12 anos: Playarte 7 - 14h, 16h, 18h20 (diariamente) e 20h30 (ter e qui) . Brasil animado – Livre: Playarte 9 - 14h50, 16h40, 18h30 (dub/diariamente) e 20h20 (dub/ ter e qui).

Onde está a felicidade? – 12 anos: Playarte 10 - 15h, 17h30 (dub/diariamente) e 20h (dub/ ter e qui).

CONTINUAÇÕES

CinemaPRÉ-ESTREIAS

Missão Impossível 4 – Protocolo fan-tasma: EUA. Livre. Acusado pelo bombardeio terrorista ao Kremlin, o agente da IMF Ethan Hunt é desautorizado junto com o resto da agência quando o Presidente dá início ao “Protocolo Fantasma”. Deixado sem qualquer recurso ou apoio, Ethan tem que encontrar uma maneira de limpar o nome de sua agência e prevenir um outro ataque. Para complicar ainda mais as coisas, Ethan é forçado a assumir esta missão com uma equipe de co-legas fugitivos da IMF cujos motivos pessoais ele não conhece completamente. Playarte 1 – 13h, 15h40, 18h20 (leg/ diariamente) e 21h (leg/ qua e qui); Playarte 6 12h, 14h40, 17h20 (dub/ diariamente) e 20h (dub/ qua); Cinemark 1 – 11h30, 14h30, 17h30, 20h30 (dub/ diariamente); Amazonas 6 - 13h, 15h45, 18h30 21h15 (dub/ diariamente)

Compramos um zoológico: EUA. Li-vre. Benjamin, um pai solteiro (Matt Damon) que vive uma incrível história de superação. Após a morte da esposa, Benjamin e seus fi lhos mudam-se para o interior da Califórnia para renovar e reinaugurar um zoológico em decadência. Sem nenhuma experiência prévia, a família verá seus valores transformados pelo convívio com os animais. Playarte 9 – 16h (dub/ sex, sáb e dom).

ESTREIARoubo nas alturas: EUA. 12 anos. Josh

Kovacs gerencia um condomínio residencial de alto padrão em Nova York por mais de uma década. De repente, um dos inquilinos, Arthur Shaw é preso pelo FBI por fraude. Josh pensa se tratar de um engano, mas logo descobre que a aposentadoria de todos os funcionários do condomínio foi desviada por Arthur. Após um dos trabalhadores tentar cometer suicídio, Josh toma uma decisão: roubar o apartamento de Arthur, na luxuosa cobertura do prédio, e encontrar os US$ 20 milhões desviados. Porém, ele percebe que vai precisar da ajuda de alguém que realmente entenda do assunto. Playarte 3 – 14h, 16h10, 18h20 (leg / diaria-mente) e 20h30 (leg / qua); Playarte 5 – 14h, 16h10, 18h20 (leg / diariamente), 20h30 (leg/ 20:30 (sex, sab, dom e seg)e 22h40 (leg / sex e sab); Cinemark 3 – 12h10, 14h50, 17h10 e 22h10 (dub/ diariamente); Amazonas 5 – 14h, 16h20, 18h50, 21h20 (dub/ diariamente) e 16h30, 18h50 e 21h20 (dub/ qua e qui)

DIVULGAÇÃO

Programação de TV

04h00 – Arnold

04h30 – Aventura Selvagem

– reprise

05h30 – Pesca Alternativa

06h30 – VRUM

07h00 – PGM Manazinha

07h30 – Programa Expressão

(Local)

08h00 – Sorteio Amazonas dá

Sorte (Local)

09h00 – Domingo Legal

13h00 – Eliana

17h00 – Roda a Roda Jequiti

17h40 – Sorteio da Telesena

17h45 – Programa Sílvio Santos

22h00 – De Frente com Gabi

23h00 – Série: O Mentalista /

The Mentalist

00h00 – Série: Divisão Criminal /

The Closer

01h00 – Série: V - Visitantes

02h00 – Encerramento

SBT GLOBO RECORD

REDE TV

03h24 – Santa Missa em Seu Lar04h26 – Sagrado: Compacto – Salvação04h37 – Amazônia Rural05h06 – Pequenas Empresas – Grandes Negócios05h43 – Globo Rural06h30 – Futebol 2011: Mundial de Clubes – Santos x Barcelona (final)07h30 – Esporte Espetacular(Copa da República de Ciclismo)10h30 – Aventuras do Didi11h05 – Festival de Promessas – Especial Gospel12h18 – Esquenta13h35 – Temperatura Máxima. Operação Babá15h22 – Domingão do Faustão18h30 – Fantástico20h56 – Domingo Maior. Filme: O Pacificador22h50 – Sessão de Gala. Filme: O Caçador de Pipas00h58 – Corujão I. Filme: O Lutador02h37 – The Beast03h25 – Festival de Desenho

04h30 – Desenhos Bíblicos05h40 – Todo Mundo Odeia o Chris – HD08h00 – Amazonas dá Sorte – local09h00 – Record Kides – local10h30 – Tudo é Possível com Ana Hickmann – PGM14h30 – Programa do Gugu – PGM18h30 – Domingo Espetacular – PGM – HD21h00 – Repórter Record – HD22h00 – Série: AEX (1ª Tempora-da – inédita)23h00 – Programação IURD

05h30 – Igreja Internacional da Graça – local08h15 – Programa Viva Amazô-nia – local08h45 – Break Obrigatório09h50 – Campeonato Italiano – Juventus x Novara12h00 – Igreja Internacional da Graça – local

13h00 – Programa Esporte Per-formance – local14h00 – Programa Luta Tribal – local (reprise)14h30 – Programa Amigos do Volante – local15h00 – Break Obrigatório15h05 – Igreja Internacional da Graça – local16h15 – Ritmo Brasil16h45 – Belas na Rede17h50 – O Último Passageiro19h00 – Pânico na TV21h30 – Dr. Hollywood22h30 – É Notícia23h30 – Bola na Rede00h00 – Igreja Internacional da Graça – local

TV CULTURA03h55 – Abertura da Estação/ Hino Nacional04h00 – Via Legal04h30 – Brasil Eleitor05h00 – Palavras de Vida06h00 – Santa Missa07h00 – Viola, Minha Viola08h00 – Curta Criança08h30 – Janela Janelinha

09h00 – Carrossel da Saudade – Local 10h00 – ABZ do Ziraldo10h30 – Anima TV Tromba Trem10h45 – Anima TV Carrapatos e Catapultas11h00 – Turma do Pererê11h30 – Catalendas11h45 – Cocoricó12h00 – Viva Memória – Reprise – Local13h00 – Stadium 14h00 – Amazônia com Brunce Parry15h00 – Ver TV16h00 – De Lá Pra Cá16h30 – Cara e Coroa17h00 – Papo de Mãe18h00 – Conexão Roberto Dávila19h00 – EsporTVisão 20h30 – Curta TV21h00 – MPTV – Reprise21h30 – Roda Viva Amazonas – Reprise – Local22h30 – Lado – B – Local – Re-prise23h00 – Média Nacional00h00 – Hino Nacional / Encerra-mento da Emissora

BAND03h45 – Espaço Vida Vitoriosa I05h00 – Sol Brilhante05h30 – Santa Missa06h30 – Fé na Verdade07h30 – Conexão Cargas08h30 – Brasil Caminhoneiro09h00 – Infomercial10h00 – Auto +10h45 – Itaipava GP Brasil (HD)

11h40 – O Brasil Torceu na Band (HD)13h15 – Gol, o Grande Momento do Futebol (HD)14h45 – Futebol 2011 (HD) – ao vivo – Torneio Internacional de Futebol Feminino16h45 – Terceiro Tempo (HD)17h45 – As Aventuras de Jeff Corwin18h15 – Caçadores de Relíquias19h00 – Um Tio da Pesada19h20 – Família Moderna19h45 – Bones (HD)20h45 – Domingo no Cinema HD – Fei-tiço Mortal22h45 – Acerto de Contas (HD)23h30 – Canal Livre (HD)00h30 – Isto é Manaus01h00 – Show Business – reapresentação

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

Mistura de ritmos com Johnathan

O cantor Johnathan Dantas fará show eclético amanhã, na praça de alimentação do Manaus Plaza Shopping. O músico adianta que o reper-tório incluirá diferentes es-tilos, para agradar todos os públicos – de Música Popular Brasileira a sertanejo univer-sitário. A apresentação acon-tecerá no horário de 18h30 às 20h30.

Para deixar a sua marca, Johnathan Dantas, mostrará como fazer uma mistura de ritmos, sem perder seu es-tilo pessoal. O artista dará voz a sucessos do pop rock de Skank, Cássia Eller, Jota Quest, Cazuza, entre outros. De sertanejo universitário, lembrará hits de Jorge & Ma-teus e Luan Santana.

O artista também promete resgatar clássicos da Músi-ca Popular Brasileira, pas-sando pela Bossa Nova e Jovem Guarda e mostrará, ainda, duas canções auto-rais – “Canção da mata” e “Sobrou sedução”.

MIX

Roger Waters fala sobre ObamaO ex-Pink Floyd Roger Wa-

ters disse em entrevista à revista “Rolling Stone” que gostaria que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tivesse “colhões”. Waters se diz “muito de-cepcionado” com a política internacional do atual go-verno americano e diz que, embora Obama ainda seja sua opção de voto, queria que o presidente fosse mais

corajoso. “Estou muito, mui-to decepcionado com sua política internacional. Ob-viamente, vai contra tudo o que eu acredito. Por outro lado, as alternativas à ree-leição de Obama seriam tão desastrosas se você olhar para os candidatos”, disse Waters. “Apoio Obama em sua candidatura. Mas espe-ro que ele tenha mais “co-lhões” e comece a governar

da forma que eu e muitas pessoas que o apoiaram da outra vez gostaríamos”.

Waters particiou do 12º Festival Amazonas de Ópe-ra (FAO), apresentando “Ça Ira”, dividida em três atos, que conta história de fran-ceses que lutaram por muito tempo a favor dos ideais de igualdade, liberdade e fra-ternidade, durante o perío-do da Revolução Francesa.

POLÊMICA

Ex-Pink Floyd afi rma que Obama deveria ter “colhões” e governar de maneira decente

DIVULGAÇÃO

Beach Boys anunciam que farão turnê mundial

Uma das bandas mais famosas do mundo, Beach Boys, anunciou na tarde da última sexta-feira, dia 16, que fará uma turnê em 2012 com seus membros fundadores - Brian Wilson, Mike Love, Al Jardine, Bruce Johnston e David Marks.

O grupo será um dos headliners do New Orleans Jazz & Heritage Festival, que acontece entre 27 de

abril e 6 de maio, nos Es-tados Unidos.

Além disso, a banda anunciou que pretende lançar um disco novo. “O aniversário é muito es-pecial para mim, porque sinto saudade dos garotos e será emocionante fazer um novo disco com eles e estar novamente no palco com eles”, disse Wilson, um dos integrantes.

INTERNACIONAL

No próximo ano, a banda celebra os 50 anos de carreira

DIVULGAÇÃO

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

D7Plateia

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Em reconhecimento à intensa agenda de visita às escolas da rede pública estadual da capital e interior, para a divulgação em palestras e eventos de campanhas sociais relevantes na área de educação, saúde, meio ambiente e assistência social, a primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz foi homenageada com uma placa de condecoração do Conselho Estadual de Educação, representado pela presidente Fernanda Melo, durante recente cerimônia do prêmio Escola de Valor

Foi para celebrar a edição 2011 do tradicional encontro de troca de panetones grifados que Márcia Martins e Sandra Lúcia Saraiva pilotaram, no Empório dos Reis, uma happy hour das mais diver-tidas. Por lá, o alto astral da Confraria Sobrenoma-da regada às comidinhas de Selma Reis deram o tom ao vaivém do espí-rito natalino. Confi ra os confetes-com-fl ashes.

::::: Ho-ho-ho

Lincoln Frota está trocando de idade hoje. Os cum-primentos da coluna.

Na próxima quarta-feira, tem festim de confraternização dos assíduos frequentadores do Empório dos Reis com hora para começar e terminar, digo das 20h às 23h. Quem está no comando é a linda Deborah Camely.

Hoje, o atuante presidente da A Grande Família,

Gilberto Ferreira faz apresentação dos protótipos das fantasias para o Carnaval 2012, às 20h, na festejada quadra do São José. Ontem, aconteceu a primeira eli-minatória da Rainha Gay da escola com uma assídua disputa entre 15 candidatas. O evento já virou tradição por aquelas bandas carnavalescas.

A Vivo realizou, a esperada Confraria Vivo, no Restaurante Banzeiro, no meio da semana. O encontro gourmet pilotado pela Vivo Empresas deu aos convidados a oportunidade de combinar sabores com vinhos, por meio da harmonização gastronômica comandada pelo chef Felipe Schaedler, que ensinou os convidados a conectar sabores e refi nar o pa-ladar. Um sucesso!

No climão natalino, a empresária Dacy Venâncio agen-dou para a próxima quarta-feira, no templo da beleza D&A o festão de confraternização. No menu: além da animação da anfi triã, várias garrafas de champanhe, comidinhas e muita bossa não faltarão. Eu vou!

::::: Sala de Espera

A Refi naria de Manaus está apoiando a campanha rea-lizada pelos Correios – “Papai Noel do Correios”. Das cem cartinhas levadas para a refi naria, mais da metade já foi “adotada” pelos funcionarios da Reman. O objetivo é que até amanhã, todas as cartinhas sejam atendidas, manten-do assim, acesa a magia do Natal para muitas crianças carentes de nossa cidade.

::::: ApoioCom o final de ano batendo à porta, inúmeras são as promo-ções lançadas no mercado para incentivar o consumo de produtos aqui e acolá. Mas, muito cuidado porque em alguns casos, as dores de cabeça superam a alegria de ser sorteado nas tais campanhas. Fica a dica da coluna.

::::: Confuso

Quando afi nal de contas a tal BR-319 fi cará pronta? Essa novela de mais de 10 temporadas não acaba nunca? Até quando fi caremos ilhados no norte do país? O pior é que o governo federal vem aqui, anuncia prorrogação da ZFM mas, nos dar logística que é bom nada! Depois que o povo fi car desemprega-do e partir para cima da fl oresta, as ONGs e os organismos internacionais vêm reclamar de desmatamento. Ai já será tarde.

::::: Como perguntar não ofende

Chegando fi nal de ano, a classe toda espera os convites fartos para as confraternizações de entidades do poderoso circuito empresarial lo-cal. Depois da CDLM, agora será a vez da Fieam receber os jornalistas. Segundo amigo da coluna, essa é a mais concorrida porque, digamos, oferece uns mimos básicos no sor-teio. Telas de LCD e viagens para Parintins e outras cidades do país. Sabe como é, não é? De graça até injeção na testa.

::::: Alegria da classe

Leitores da coluna pedem socor-ro. Em época natalina, onde as lojas e ruas da cidade fi cam abarrotadas de gente, é quase impossível fazer compras e trafegar no centro de Manaus, principalmente, nas ave-nidas 7 de Setembro e Eduardo Ribeiro. Como se não bastassem o exagero das bancas de camelôs, o trânsito caótico, o lixo produzido por tudo isso junto, as lojas do lugar têm que agora dividir espaço com as bancas esfumaçantes de “churrasco de gato” e os carrinhos de verduras. Que tal? O pior que ninguém faz nada. Se é que vocês me entendem...

::::: Poluição total, lamentável

Adriane Antony e Menga Junqueira

Baby Rizzato e Sandra Lúcia Saraiva

Camila Saraiva e Marina Silva

Baby Rizzato e Sandra Baby Rizzato e Sandra Lúcia SaraivaLúcia Saraiva

Kátia Sebben e Zenaldo Mota

Denize Santana e Selma Reis Eliane Schneider e Márcia Martins

Letízia Barros e Renata Levy

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D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 18 DE DEZEMBRO DE 2011

HQ sobre Kardec requerconhecimento da doutrina Trechos da adaptação de Carlos Ferreira e Rodrigo Rosa deixam a desejar para quem desconhece o espiritismo

A França do século 19, em plena ebulição do iluminismo e aberta aos questionamentos

a respeito das “mesas girató-rias” que eram febre na época e a história do cientista e professor Léon Denizard Ri-vail e que, depois de 50 anos de ceticismo, trocou de nome para Allan Kardec, tornou-se o decodificador da doutrina espírita. A história pode ser conferida de maneira lúdica na histórica em quadrinhos (HQ) “Kardec”, que foi lança-do pelo selo Bárbara Negra, Editora LeYa Brasil.

Não por acaso, o livro tem esse formato, afinal os quadri-nhos são atualmente um gêne-ro literário que explora novos temas. Com 127 páginas, o livro tem roteiro de Carlos Ferreira e (belos) desenhos de Rodrigo Rosa - vencedores do “HQ Mix 2011” com a adapta-ção do clássico “Os sertões”, de Euclides da Cunha. O prefá-cio é de ninguém menos do que Marcel Souto Maior, o mesmo que escreveu o livro “As vidas de Chico Xavier”.

A obra reconstitui, por meio de histórias em quadrinho feitas em preto e branco, tudo que levou à conversão do então cético Denizard e dá uma luz (sem fazer trocadilho) para entendermos a gênese do espiritismo, que se tornou moti-vo de

c u r i o s i -dade após vários

livros e filmes lançados.O livro acompanha o cien-

tista durante sua investi-gação sobre os fenômenos sobrenaturais, que acon-teciam na França naquele período de questionamen-tos e reuniões de “mesas

girantes”, em que objetos se moviam-se e sua busca por respostas para entender a existência humana.

Leitura indicada para quem tem quer saber mais sobre a doutrina, e também para quem já conhece. Porém, em algumas passagens do livro, os leitores que não têm muito conhecimento da história de Allan Kardec e do Espiritismo podem se perder um pouco no roteiro, mas nada que uma procura por sites de busca não os ajude a entender. Afinal, como diz o espiritis-mo, conhecimento é bom para entender e depois acreditar.

A ideia do livro, ori-ginalmente de Carlos, diferente do que mui-tos possam imagi-nar, surgiu bem antes

do boom dos filmes espí-ritas no Brasil,em meados de 2007. Porém, foi apenas em 2009 quando o filme “Chico Xavier” foi lançado e com sucesso de bilheteria é que a editora resolveu entrar de cabeça no projeto. Os auto-res da HQ realizaram intensa pesquisa histórica e visual sobre Allan Kardec e a época em que tudo aconteceu.

CHRIS REISEquipe EM TEMPO

A obra reconstitui, por meio HQ’s feitas em preto e branco, a conversão de Allan Kardec

FOTOS: DIVULGAÇÃO

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