em tempo - 29 de dezembro de 2013

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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 Rituais e superstições não faltam para receber o novo ano com boas vibrações. Personalidades dão as dicas de como garantir prosperida- de em 2014. Elenco 16 e 17 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS. ANO XXVI – N.º 8.221 – DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ‘TIVEMOS QUE IMPROVISAR NAS FINANÇAS’ S UPLEMENTOS DENÚNCIAS • FLAGRANTES 8177-2096 Há cem anos, Sigmund Freud (foto), o fundador da psicanáli- se, publicava um de seus mais célebres textos, “Totem e Tabu”. Ilustríssima G2 e G3 Pesquisas de três universidades do Reino Unido apontam que ingerir frutas e verduras com frequência deixa as pessoas mais jovens e atraentes. Saúde F2 O mercado imobiliário, em 2014, será pontuado por compradores mais cautelosos em função de even- tos como a Copa do Mundo e as eleições. Salão Imobiliário 3 Prefeito Arthur Virgílio Neto (foto) faz balanço do primeiro ano de sua gestão, marcada pelo resgate da autoestima do manauense e pela execução de dezenas de obras, mesmo com aperto financeiro, que o levou a con- tingenciar verbas e enxugar secretarias. Apesar de achar precipitado falar em eleições, Arthur antecipa: “Está claro o perfil de quem não irei apoiar em 2014”. Com a Palavra A7 ARTHUR NETO MÁX.: 33 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS Um dos eventos esportivos mais aguar- dados do ano, a “Corrida Internacional São Silvestre”, em São Paulo, contará com a participação de amazonenses como Fabrício Pinheiro (foto). Pódio E2 Amazonenses rumo à ‘São Silvestre’ CORRIDA O sonho de se tornar milionário tem lotado as 85 casas lotéricas de Manaus por conta da Mega-Sena da Virada, que vai sortear mais de R$ 200 milhões nesta terça-feira. Economia B1 Quem quer ser um milionário? MEGA-SENA Diogo Nogueira (foto) volta a Ma- naus para se apresentar no Réveillon da cidade, na Ponta Negra. “Teremos até a Companhia de Dança Carlinhos de Jesus. Ninguém vai ficar parado”, garante. Plateia D1 Réveillon na cadência do samba DIOGO NOGUEIRA Ana Paula Maciel (foto) chegou ontem ao país após passar três meses na Rús- sia, onde foi presa por participar de um protesto em uma plataforma de petróleo no Ártico. Última Hora A2 Ativista brasileira já está em casa O economista José Laredo traça um panorama da Zona Franca de Manaus e afirma que o modelo está definhando, além de não ter atrativos suficientes para novas fábricas. Economia B2 Zona Franca em estado de alerta INSTABILIDADE DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO RICARDO OLIVEIRA REPRODUÇÃO DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

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EM TEMPo - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

VENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTEVENDA PROIBIDA

EXEMPLARDE

ASSINANTE

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

2,00

Rituais e superstições não faltam para receber o novo ano com boas vibrações. Personalidades dão as dicas de como garantir prosperida-de em 2014. Elenco 16 e 17

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA, ELENCO E CONCURSOS.

ANO XXVI – N.º 8.221 – DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

‘TIVEMOS QUEIMPROVISARNAS FINANÇAS’

SUPLEMENTOS

DENÚNCIAS • FLAGRANTES

8177-2096

Há cem anos, Sigmund Freud (foto), o fundador da psicanáli-se, publicava um de seus mais célebres textos, “Totem e Tabu”. Ilustríssima G2 e G3

Pesquisas de três universidades do Reino Unido apontam que ingerir frutas e verduras com frequência deixa as pessoas mais jovens e atraentes. Saúde F2

O mercado imobiliário, em 2014, será pontuado por compradores mais cautelosos em função de even-tos como a Copa do Mundo e as eleições. Salão Imobiliário 3

Prefeito Arthur Virgílio Neto (foto) faz balanço do primeiro ano de sua gestão, marcada pelo resgate da autoestima do manauense e pela execução de dezenas de obras, mesmo com aperto fi nanceiro, que o levou a con-tingenciar verbas e enxugar secretarias. Apesar de achar precipitado falar em eleições, Arthur antecipa: “Está claro o perfi l de quem não irei apoiar em 2014”. Com a Palavra A7

ARTHUR NETO

MÁX.: 33 MÍN.: 23TEMPO EM MANAUS

Um dos eventos esportivos mais aguar-dados do ano, a “Corrida Internacional São Silvestre”, em São Paulo, contará com a participação de amazonenses como Fabrício Pinheiro (foto). Pódio E2

Amazonenses rumo à ‘São Silvestre’

CORRIDA

O sonho de se tornar milionário tem lotado as 85 casas lotéricas de Manaus por conta da Mega-Sena da Virada, que vai sortear mais de R$ 200 milhões nesta terça-feira. Economia B1

Quem quer ser um milionário?

MEGA-SENA

Diogo Nogueira (foto) volta a Ma-naus para se apresentar no Réveillon da cidade, na Ponta Negra. “Teremos até a Companhia de Dança Carlinhos de Jesus. Ninguém vai fi car parado”, garante. Plateia D1

Réveillon na cadência do samba

DIOGO NOGUEIRA

Ana Paula Maciel (foto) chegou ontem ao país após passar três meses na Rús-sia, onde foi presa por participar de um protesto em uma plataforma de petróleo no Ártico. Última Hora A2

Ativista brasileira já está em casa

O economista José Laredo traça um panorama da Zona Franca de Manaus e afi rma que o modelo está defi nhando, além de não ter atrativos sufi cientes para novas fábricas. Economia B2

Zona Franca em estado de alerta

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Três mil pessoas atuarão em conjunto no RéveillonForça-tarefa com policiais militares, civis, guarda municipal e profissionais da saúde pronta para as festas da virada na cidade

Mais de três mil tra-balhadores entre bombeiros, poli-ciais, agentes de

trânsito, conselheiros tutela-res, e profissionais da saúde se preparam para oferecer segurança e comodidade as cerca de 600 mil pessoas que devem aproveitar as festas em comemoração à chegada de 2014, na capital.

A Polícia Militar irá dispo-nibilizar um contingente de 1.434 policiais que serão distribuídos nas três gran-des festas organizadas pela Prefeitura de Manaus e go-verno do Estado, no com-plexo turístico Ponta Negra, Zona Oeste; no Amarelinho, bairro Educandos, Zona Sul; e na avenida Itaúba, Jorge Teixeira, Zona Leste.

Somente para a festa na Ponta Negra, que deve reu-nir cem mil pessoas, estão confirmados 686 policiais militares. Segundo informa-ções repassadas pela asses-soria de imprensa do órgão, o policiamento será reforçado com dez policiais montados da cavalaria, uma aeronave que realizará patrulhamento

aéreo e uma lancha. Para a festa no bairro de Educandos, serão enviados 298 policiais e na avenida Itaúba, serão 450 PMs. A ação desenvolvida pela polícia irá testar estratégias de segurança integrada que serão utilizadas na Copa do Mundo de 2014.

Em parceria com a Polícia Militar, 140 guardas munici-pais serão deslocados para a Ponta Negra. Quarenta ho-

mens atuarão nas festas das Zonas Leste e Sul.

Um efetivo de 382 homens do Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) tam-bém irão prestar atendimento durante os festejos de Ré-veillon. Também serão dispo-nibilizadas oito embarcações e 39 viaturas entre carros,

motos e Unidades de Resgate. Também haverá plantão nos 14 postos espalhados pela capital e nos municípios de Parintins, Itacoatiara, Taba-tinga, Manacapuru e Tefé.

Para auxiliar os condutores, 279 agentes do Instituto Mu-nicipal de Engenharia e Fisca-lização do Trânsito de Manaus (Manaustrans) serão distribu-ídos nas principais avenidas e ruas de acesso às festas.

Samu a postosTambém serão disponibili-

zadas oito unidades do Ser-viço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) que irão atuar nas áreas de grande concentração popular. Sendo duas no Amarelinho, duas na avenida Itaúba e oito na Pon-ta Negra. Segundo a Semsa, o complexo também contará com uma unidade móvel de pronto atendimento, com oito leitos, sendo um de U.T.I.

Quinze servidores da Secre-taria Municipal de Assistên-cia Social e Direitos Humanos (Semasdh), em parceria com conselheiros tutelares e o jui-zado da infância, realizarão panfletagem na Ponta Negra, informando os visitantes so-bre a proibição do trabalho e exploração infantojuvenil.

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

MISSÃOForça-tarefa tem a missão de manter a paz e a segurança às pesso-as que forem receber o novo ano nos três luga-res que terão festas de Réveillon na cidade de Manaus. Três mil pesso-as estão envolvidas

Trio é preso após realizar sequestroTrio acusado de realizar se-

questro relâmpago na noite da última sexta-feira, foi preso momentos após liberar a víti-ma, uma mulher que não teve o nome divulgado. Eles foram encaminhados à cadeia pública Raimundo Vidal Pessoa.

Segundo informações re-passadas pela Polícia Civil, os homens usaram uma arma de pressão para ameaçar a condu-tora de um veículo, na avenida Djalma Batista e tentar forçá-la a sacar dinheiro em uma agência bancária. Deyvison de Almeida,

18, o primo, Rodrigo Pinho, 27 e o amigo Geibson de Souza, 19, foram presos em frente à Arena da Amazônia. Segundo a PC, Deyvison teria confessado que planejou o sequestro para conseguir dinheiro para com-prar roupas para a namorada.

RELÂMPAGO

‘Voo da liberdade’ traz ativistaAna Paula Maciel, a biólo-

ga do Greenpeace que ficou dois meses presa e depois mais 40 dias sob custódia do governo russo, voltou enfim neste sábado, ao Brasil. Ela desembarcou no aeroporto in-ternacional de Guarulhos, em São Paulo, às 7h05, vinda de Frankfurt, na Alemanha.

Ainda atordoada da viagem, que levou 12 horas, Ana Paula posou para os fotógrafos com um urso polar de pelúcia e uma bandeira com a frase “salve o Ártico” estampada. Ela falou com a imprensa, que a aguar-dava em Guarulhos, e disse que o voo foram as “12 horas para sua liberdade”.

“Foram 12 horas de viagem no avião da minha liberdade. Eu passei tantas vezes 12 horas na solitária, que 12 horas no avião foi barbada dessa vez”, afirmou a bióloga ao desembarcar. Ela deixou a Rússia cem dias após a

realização de um protesto con-tra a exploração de petróleo no Ártico que levou à prisão de 28 ativistas e dois jornalistas, em 19 de setembro.

A bordo do navio Artic Sunri-se, eles haviam se aproximado de uma plataforma de petróleo da empresa Gazprom e tentado colocar uma faixa no local. Na época, o Greenpeace alegou que o protesto foi pacífico e que o navio estava em águas internacionais. Ana Paula ga-rantiu que, apesar do desgaste da prisão, o protesto valeu a pena. “Muitas mais pessoas sabem os problemas que es-tão acontecendo no Ártico e a gente (do Greenpeace) vai continuar denunciando. Conti-nuar mostrando”, afirmou.

AcusaçõesA promotoria russa acusou

os ativistas de pirataria, o que podia gerar até 15 anos

de prisão. Depois a acusação foi aliviada para vandalismo, que poderia levar a 7 anos de prisão. Por causa da reação internacional, os “30 do Ártico”, como ficaram conhecidos os 28 ativistas e dois jornalistas detidos, começaram a ser liber-tados em 20 de novembro.

Ana Paula foi a primeira a sair da prisão e obteve o vis-to para regressar ao Brasil na sexta-feira. “A minha vida mudou, foi uma tremenda in-justiça o que aconteceu, uma tentativa frustrada de calar os protestos pacíficos e a liberda-de de expressão”, declarou no desembarque em São Paulo. “Recebi a anistia por um crime que eu não cometi e espero que o mundo tenha aprendido com isso. A gente não vai parar até eles nos devolverem o nosso navio”. Ela seguiu ontem para Porto Alegre, onde passará o Réveillon com a família.

AO BRASIL

Plano para resgatar desaparecidosIniciou ontem, as buscas

aos três homens desapa-recidos na BR-230, sul do Amazonas, desde o dia 16 de dezembro. Eles foram vistos, pela última vez, próximo à reserva indígena Tenharim, no quilômetro 85 da rodovia, já no município de Humaitá (distante a 590 quilômetros da capital).

O subcomandante do Po-liciamento do Interior, te-nente coronel Everton Cruz, informou à reportagem que, na manhã de ontem, uma equipe realizou um sobrevoo na área da reserva indígena em busca dos desaparecidos. Além disso, desembarcaram no município 40 policiais da

Polícia Rodoviária Federal (PRF). “Na sexta-feira chega-ram a Humaitá oito policiais federais, juntamente com o delegado Alexandre Alves”, informou Everton Cruz.

Da Polícia Militar já estão em Humaitá 40 homens de tropas especializadas que se juntaram aos outros 180 que já atuam no mu-nicípio, além do secretário de Segurança do Estado, coronel Paulo Roberto Vi-tal, que acompanha o caso pessoalmente. “Tivemos uma reunião na sexta-fei-ra, às 18h, com o pessoal da PF e do Exército para definir as estratégias da operação”, salientou.

TensãoA área está sob tensão devi-

do à desconfiança de amigos e familiares dos desapare-cidos de que eles tenham sido sequestrados e mortos por indígenas da reserva, que não seriam amigáveis, segundo afirmam moradores do local.

Na última quarta-feira, moradores e parentes dos desaparecidos do município de Humaitá, revoltados com a lentidão das investigações, teriam incendiado as sedes da Fundação Nacional do ín-dio (Funai), Fundação Nacio-nal de Saúde (Funasa), Casa do Índio (Casai) e 16 veículos durante os protestos.

HUMAITÁ

IONE MORENO

Complexo da Ponta Negra terá todo um aparato de segurança para quem for prestigiar o Réveillon

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Page 3: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 A3Opinião

O jornalismo impresso, falado e televisado – assim, por ordem de chegada ao mundo – do país, está perplexo e boquiaberto: Sandy está grávida. Qualquer interesse que ainda suscitem o Natal e o Ano-Novo, não impactam mais do que a boa-nova: Sandy está grávida – ora, Natal tem todos os anos, mas Sandy grávida... quanta diferença.

Mas quem é Sandy, afi nal? Para os que chegaram agora ao planeta Terra: é uma cantora pop, seja lá o que seja isso. Antes de ser isso, é fi lha de Durval Lima, o Chororó, mais destacado entre os representantes do gênero musical conhecido como sertanejo de garagem, um tipo de canção feita por quem só conhece o sertão pelo canal GNT. Chororó forma dupla com Chitãozinho (sertanejo de garagem só existe em dupla).

Sandy fi cou famosa desde cedo, cantando como menina-prodígio (a presidente exigiria a forma prodígia) ao lado do irmãozinho, conhecido genericamente por Júnior, também pop, até que fi cou adolescente demais para permanecer junto com ele, no mesmo no palco e no mesmo DVD/CD. Mas o que chamou atenção para ela não foi a interpretação de cançãozinhas água com açúcar, mas a audaciosa revelação de que sexo anal também é muito legal. Todo mundo achou que ela tinha fi cado adulta. Talvez adulta demais. Aí, ela casou.

Agora, ela voltou ao cartaz, como uma senhora grávida de três meses, na esteira do bom exemplo de Ivete Sangalo, que também, acreditem, fi cou grávida, e na contramão de Daniela Mercury que, para não fi car grávida, casou com uma jornalista, no melhor estilo até que a morte as separe. A importância de um fato está sofrendo mutação. Deve ser o aquecimento global. Mulheres engravidam desde que o mundo é mundo, como não existe nada mais importante e os homens teimam em não engravidar, Sandy é notícia. Meninos não fi cam grávidos. É o fi m do ano.

Contexto3090-1016 [email protected]

Para quem se dedica a suprir as neces-sidades de pessoas carentes. No Natal, muitos anônimos abriram mão da ceia para oferecer refeição e presentes a moradores de rua e famílias sem recursos.

Solidariedade

APLAUSOS VAIAS

Para vendedores que atendem o con-sumidor, em algumas lojas de Manaus, como se estivessem fazendo um grande favor, tamanha é a falta de compromisso com o próprio emprego.

Mau atendimento

Recém-empossado como presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Josué Filho disse que sua gestão será “a viagem do comandante experiente” e que ele vai buscar auxílio junto aos conselheiros decanos para navegar com menos tormentas possíveis.

Discreto nas críticas à gestão do filho Josué Neto à frente da Assembleia Le-gislativa do Amazonas (Aleam), Josué pai deu um leve puxão de orelha no filho ao dizer que em uma semana já mudou mais coisas no TCE do que Neto, durante 1 ano na gestão da casa legislativa. “Ele é muito manso no jeito de gerir a casa. Se escutasse mais os meus conselhos seria diferente”.

Comandante experiente

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Meninos não fi cam grávidos

O jornal é como um vício para quem se acostumou a ele e até há quem o compare ao pão matinal de cada dia que, como ele, goza de vida curta e depois das 9h perde o sabor e a validade.

Este jornal tem procurado ser um jornal para ser lido de verdade, uma fonte de leitura, como diz o seu dístico: “O jornal que você lê”.

Dito assim, até parece uma redundância, uma tautolo-gia, pois os jornais são adre-de feitos para isso mesmo, para oferecerem leitura aos que os compram.

Cabe, entretanto, uma expli-cação. Se um jornal se detém exclusivamente no plano factual e se coloca apenas como noticia-dor do que acontece à sua volta, na sua cidade, no seu país e mesmo no mundo, de pronto será superado pela maior velocidade da chamada mídia eletrônica, constituída pelo rádio, pela te-levisão e pela internet.

A sobrevida do jornal impres-so há, pois, de se fundamentar no oferecimento de matérias especiais, criadas pelo talento de jornalistas também espe-ciais, que tenham a sensibili-dade para perceber as pautas realmente originais e capazes de despertar o interesse do leitor. Esta é hoje a espinha dorsal de um bom jornal.

A ela se somarão as colunas, os editoriais e os artigos, onde o veículo se tornará “formador de opinião” e onde exercerá sua atividade crítica, naturalmente orientada por uma postura ide-ológica, que sempre desejamos seja o respeito ao Estado de Direito e à Democracia.

Os fatos que constituem o dia a dia da cidade, do país e do

mundo, evidentemente preci-sam compor e integrar a pauta diária de uma redação, mas não haverão de deter a importância maior e muito menos a exclusivi-dade dessa pauta. As matérias especiais, diferentemente, são aquelas que jazem por trás dos fatos explícitos e que muitas vezes até os geram e explicam. São essas matérias especiais que costumam receber os gran-des prêmios do jornalismo.

Às vezes, são matérias que apenas se dirigem à curiosidade natural do leitor. Ainda há pou-cos dias publicamos excelente material coletado e produzido pelos nossos jornalistas a res-peito do mais belo dos nossos pássaros, conhecido Galo da Serra, habitante das encostas do norte do Estado.

Também produziram ótimo material de economia, enfo-cando os resíduos ou restos da floresta sacrificada pela construção do campus da UEA e aí ultrapassaram o domínio da pura curiosidade.

No Brasil, como em pratica-mente todos os países ociden-tais, os veículos de comunicação que detêm a maior penetra-ção social estão em mãos de pessoas físicas, de empresas familiares, o que para uns é motivo de críticas, mas, quando comparados aos que mantêm a condição de órgãos estatais, se justificam plenamente. Importa sim que essas pessoas ou fa-mílias tenham consciência de que controlam as empresas, mas não os veículos, que pas-sam a ser propriedade social, necessariamente a serviço da sociedade em que se inserem, ou estarão fadados a uma vida curta, imposta pela precária credibilidade.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo

Diretor Executivo do Amazonas

EM TEMPO

Jornal nosso de cada dia

[email protected]

Regi

A sobrevida do jornal impresso há, pois, de se funda-mentar no oferecimento de matérias especiais, criadas pelo talento de jornalistas também especiais, que tenham a sensibilidade para perceber as pautas realmente originais e capazes de despertar o interesse do leitor”

Calibrando a arma

Perguntado se o TCE deve continuar rígido quanto à aplicação de multas vulto-sas aos maus gestores, Josué Filho disse ser a favor da aplicação de multas num va-lor menor e que serão pagas em curto prazo pelo gestor punido do que protelar essa quitação. “Há de se calibrar a arma, conforme a caça”.

Título

Em 2014, o governador de Pernambuco, Eduardo Cam-pos, vai receber o título de cidadão do Amazonas, após a propositura do deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) ter sido aprovada na Assembleia. Campos tam-bém é conhecido por ser pré-candidato à Presidência da República.

Parceiro

A homenagem, segundo Marcelo Ramos, é um re-conhecimento a Eduardo Campos, que fi rmou acordo com o governador Omar Aziz (PSD), criando o entreposto de Ipojuca, que centraliza a distribuição dos produtos da Zona Franca de Manaus para todo o Nordeste.

Atendimento normal

Por falar na Assembleia, o atendimento ao cida-dão feito pela Ouvidoria da casa segue funcionan-do normalmente durante todo o recesso parlamen-tar, por orientação do ou-vidor, deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD).

Mais quatro

As empresas que pagam tri-butos com base no lucro real, grupo que engloba grandes companhias, ganharam mais 4 anos para investir em pro-jetos de desenvolvimento no Norte e no Nordeste com de-dução no Imposto de Renda.

Recursos

A medida provisória 634, publicada no Diário Ofi cial da União, prorroga até 31 de de-zembro de 2017 os benefícios fi scais para as empresas que destinam recursos aos Fundos Fiscais de Investimentos da Amazônia (Finam) e do Nor-deste (Finor).

Fluxo

O incentivo fi scal acaba-ria nesta terça-feira (31). De acordo com a Receita Federal, a prorrogação evita que o fl uxo de recursos para os dois fundos seja interrompido.

Vai dar briga

A Câmara dos Deputados analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 270/13, do deputado Augusto Couti-nho (DEM-PE), que garante direito de propriedade ao morador de imóvel urbano público ocupado há mais de 10 anos, sem contestação do poder público.

É proibido

A Constituição Federal proíbe o direito de posse a quem utilizou um bem por determinado tempo, sem ser o proprietário. O proje-

to acrescenta artigo ao Ato das Disposições Constitu-cionais Transitórias garan-tindo o direito de moradia a esse cidadão.

Ora, pois!

O rebaixamento da Por-tuguesa, decretado em se-gunda instância pela perda dos pontos no Superior Tri-bunal de Justiça Desportiva (STJD), continua dando o que falar. Tanto é que torcedo-res da Lusa têm convoca-do nas redes sociais para a “missa de sétimo dia” por conta do descenso.

Indignados

“Missa de sétimo dia. Pela moralidade do futebol brasi-leiro” é a frase estampada no “convite” para a missa. Nos co-mentários, muitos torcedores deixaram clara a indignação com a diretoria da própria Portuguesa (pelo erro na es-calação) e com o Fluminense, que foi benefi ciado com a queda do time paulista.

Pois é...

A coisa está tão feia, que tem torcedor do tricolor ca-rioca deixando a camisa em casa para não ser insultado. Um dos admiradores da Lusa chegou a escrever que “os demais times deviam fazer W.O. contra o Fluminense” em todos os jogos e dar o título de 2014 ao time carioca. “Seria o melhor jeito de sentirem a verdadeira vergonha que são”, esbravejou o torcedor. Em ano de Copa do Mundo, esse Brasileirão ainda vai dar muito o que falar.

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Page 4: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

FrasePainelVERA MAGALHÃES

Dilma Rousseff despachou com Gleisi Hoff mann antes de partir para o recesso na Bahia. Dentre as recomendações, uma taxativa: nada de férias agora para ministros que tenham responsabilidade de dar respostas aos desastres naturais, como as chuvas no Espírito Santo e em Minas. Estão no grupo Alexandre Padilha (Saúde), Ideli Salvatti (Relações Institucionais), Marco Antônio Raupp (Ciência e Tec-nologia), Francisco Teixeira (Integração Nacional) e Miriam Belchior (Planejamento).

Castigo Também estão suspen-sas, por enquanto, as folgas dos ministros responsáveis por servi-ços essenciais durante as festas de fi m de ano e início das férias.

Castigo 2 É o caso de Morei-ra Franco (Secretaria de Aviação Civil), e de José Eduardo Cardozo (Justiça), cujas pastas são respon-sáveis por cuidar dos aeroportos e da segurança nas rodovias federais, respectivamente.

Doação Rubens Menin, dono da MRV, uma das maiores cons-trutoras do país, acertou no fi m da semana com o governador Renato Casagrande (PSB-ES) que, quando as águas das en-chentes baixarem, vai doar ma-terial de construção necessário à reconstrução das cidades.

Interesses A empreiteira não fi xou limites para a doação, que incluirá materiais como tijolo, ci-mento e telhas. A MRV tem empre-endimentos imobiliários espalha-dos por várias cidades do Estado, o mais atingido até aqui pelas chuvas de verão.

Para já A Casa Civil deve enviar ainda esta semana ao Tribunal de Contas da União os esclareci-mentos pedidos pela ministra Ana

Arraes sobre os arrendamentos do porto de Santos (SP) e vários ter-minais portuários no Pará.

Para depois Já o questiona à contratação da EBP (Empresa Brasileira de Projetos), ligada a bancos, para realizar projetos sobre as concessões será respondido pela Secretaria dos Portos na volta do recesso do TCU, em fevereiro.

Tamo junto Dilma aceitou pror-rogar a Comissão Nacional da Ver-dade e disse ao grupo que reivindi-que tudo o que precisa do governo para executar seu trabalho.

É com vocês Mas a presidente deixou claro que cobrará do grupo um relatório consistente das inves-tigações no fi nal do novo prazo.

Ilustre O escritor Ariano Su-assuna, 86 anos, recuperado de infarto sofrido em agosto, colabora na elaboração da política cultural e educacional para o esboço de programa de governo de Eduardo Campos (PSB) à Presidência.

Gerações Suassuna, que foi secretário de Cultura de Campos e hoje é seu assessor especial, pretende resgatar, no texto, ideias do Movimento de Cultura Popular, do primeiro governo de Miguel

Arraes, nos anos 60, que reunia nomes como Paulo Freire e teve apoio de Darci Ribeiro, então ministro da Educação.

Palanque O escritor paraiba-no também promete ir para a rua fazer campanha para o neto João Suassuna, que será candi-dato a deputado federal pelo PSB de Pernambuco.

De dentro O economista Man-sueto Almeida, dos quadros do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), vinculado ao Ministé-rio da Fazenda, colaboradora na formulação da proposta econô-mica do presidenciável tucano Aécio Neves (MG).

Complicou O governo adiou para o primeiro trimestre a vota-ção do projeto de lei que amplia os benefícios para quem participa do Simples, sistema de recolhimento integrado de impostos e contribui-ções de empresas com receitas de até R$ 3,6 milhões.

Onde pega A medida, que tra-mita no Congresso, causaria per-das imediatas na arrecadação de tributos justamente no momento em que o governo se esforçava para dar sinais de austeridade fi scal para encerrar o ano.

Réveillon em Brasília

Contraponto

Conhecedor de uísque, o ministro aposentado do STF Sepúlveda Pertence, hoje de volta à advocacia, recebeu certa vez de presente uma garrafa especial. - Pertence, trouxe para você um uísque fabricado no Japão -- anunciou o amigo.Pertence olhou ressabiado para a garrafa e disse: - Você tem certeza que é bom?O amigo assegurou a qualidade do uísque. Ainda assim, o ministro saiu pela tangente: - Vamos fazer o seguinte: se você conseguir comprar um bom transistor escocês, eu prometo que tomo uma dose desse seu uísque japonês.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Cada um na sua

Tiroteio

DE MARCUS PESTANA (PSDB-MG), deputado federal, sobre o ministro do Desenvolvimento, pré-candidato ao governo, que visitou Minas com Dilma.

Pimentel cuida de tudo, menos de acelerar o PIB e reduzir o défi cit externo. Em Minas, por votos, distribui trator e usa o drama da chuva.

Ainda estamos em festa, ainda é Natal. Luzes, cores, sons, nos ajudam a entrar num novo ano carregado de esperanças. Mor-remos prematuramente quando nos roubam nossos sonhos.

A vida missionária me deu o pri-vilégio de viver o Natal em muitas partes do mundo. De uma noite de Natal me lembro muito bem. Estava no nordeste da Nigéria, na cidade de Makurdi, que tem uma forte presença muçulmana. Na noite de Natal, participei da missa e da ceia em um hospi-tal dirigido pelas irmãs fi lhas da caridade. Estavam presentes na celebração irmãs, religiosas missionárias de várias naciona-lidades, funcionários, médicos, médicas e alguns pacientes. O padre que presidiu a celebração era um missionário inglês há longos anos na região.

O que fi cou gravado na minha mente foi a sua afi rmação de que o nosso Deus, o Deus de Israel é um Deus de surpresas. A ação de Deus nem sempre segue a lógica humana, tendo seu fundamento na misericórdia e não no sacrifí-cio, e o mistério do Natal é uma manifestação desta lógica divina que nos surpreende e até pode nos amedrontar, mas que quando aceita nos enche de alegria e se torna boa nova, Evangelho.

Naquele lugar viviam pessoas que seguiam a lógica do Evange-lho. Um grupo de mulheres que tudo tinham deixado por amor ao reino de Deus, vivendo em comunidade internacional num contexto hostil e cheio de pe-rigos a serviço de pessoas que provinham de tradições religio-sas e culturais diferentes das suas. O nosso Deus surpreende, mas também surpreendem os que crendo nele ultrapassam os limites do bom senso e vivem

uma vida plenamente humana, porque livre e entregue no ser-viço aos outros, considerados como irmãos e irmãs.

Neste ano que está termi-nando, fomos surpreendidos por muitos acontecimentos que lidos a luz da fé nos mostram que o Senhor continua a caminhar com o seu povo. A eleição do papa Francisco foi uma destas surpresas. Quando pensávamos que a igreja vivia uma crise sem fi m, quando experimentávamos uma espécie de baixa estima institucional, eis que surge um homem que voltando à radica-lidade do Evangelho, à simpli-cidade da verdade, à beleza e atração de encontros humanos sem segundas intenções, mostra um rumo a seguir, transcen-de os limites da própria igre-ja, e não por acaso torna-se a personalidade do ano.

Prestes a se tornar o arce-bispo emérito de Buenos Aires, Bergóglio torna-se Francisco para restaurar a igreja, para devolver o sonho e a esperan-ça, para apontar caminhos, e cheio do Espírito anuncia uma boa notícia aos humilhados da terra, e afi rma a todos que a alegria não só é possível, mas que é a característica principal daquele que acredita.

No Brasil nos surpreendemos com a juventude nas ruas, mos-trando a sua cara, reivindicando, mas também dando testemunho da sua fé. Nada está perdi-do, tudo pode ser recuperado, os sonhos continuam latentes, Deus pode nos surpreender ain-da mais. Sufocados pela lógi-ca do mercado, amedrontados pela violência difusa, nos con-fortam as surpresas de Deus que anunciam a vitória final. Feliz Ano-Novo.

Dom Sergio Eduardo [email protected]

Dom Sergio Eduardo Castriani

Dom Sergio Edu-ardo Castriani

Arcebispo Metropolitano de

Manaus

Bergóglio tor-na-se Fran-cisco para restaurar a igreja, para devolver o so-nho e a espe-rança e cheio do espírito anuncia uma boa notícia aos humilha-dos da terra e afi rma a todos que a alegria não só é possível, mas que é a característi-ca principal daquele que acredita”

Surpresas

Olho da [email protected]

O olho do Natal incrustado na cúpula do Teatro Amazonas, na noite gloriosa em que o melhor produto dos amazonenses, a capacidade inventiva, está posto para o mundo ver, mira mais de cem mil pessoas que migraram dos seus lares distantes para fazer uma festa de luz no meio da cidade – sem piscar uma só vez de tão perplexo

DIEGO JANATÃ

O Renan diz que o dinheiro provém de negócios agro-pecuários. É sim, vem de uma vaquinha. Vaquinha

entre as empreiteiras (...) Eu quero ter uma fi lha com o Renan Calheiros. Mudo até de sexo! É que o Renan teve uma fi lha com uma jornalista (Mônica Veloso) e

o lobista é quem paga a pensão. De R$ 16,5 mil!

José Simão, colunista da “Folha de S.Paulo”, comentando, em 2007, outro dos delitos do presidente do Senado, que

usou, agora em dezembro de 2013, mais uma vez de forma irregular, avião da FAB para ir ao Recife fazer implante de

dez mil fi os de cabelo, um exemplo raro de pavulagem.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Page 5: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 A5Política

Famílias poderosas do AMPelo menos 13 grupos familiares dominam os bastidores da política e da vida pública no Estado, com ramificações nos três poderes constituídos: Executivo, Judiciário e Legislativo. Inclusive, ocupando os mais altos cargos destas esferas

No passado, a palavra mais correta para definir a inserção de famílias no poder

constituído era “oligarquia”. No presente, essa é uma re-alidade cada vez mais comum no Amazonas, onde a hege-monia no poder e na política local é centrada em grupos e, pelo menos, 13 famílias têm dado suas contribuições para isso, sob o argumen-to de promover a renovação das forças e massificar seus herdeiros no controle.

Carmo Ribeiro, Lins, Cas-telo Branco, Sampaio, Sou-za, Nicolau, Moutinho, Reis, Garcia, Serafim, o casal Be-zerra-Grazziotin, e ainda a família Braga, representados pelos irmãos Robério Bra-ga (secretário de Estado da Cultura) e o Lourenço Braga, chefe do gabinete civil da Prefeitura de Manaus. Estas são alguns exemplos de fa-mílias, cujos filhos nasceram e cresceram em um ambien-te cercado por tios, primos, avós que “fizeram carreira” na política do Amazonas.

Um dos exemplos é o prefei-to Arthur Neto e o filho, depu-tado estadual Arthur Bisneto, ambos do PSDB. Após ver o pai fazer carreira como deputa-do federal, prefeito e senador da República, Bisneto decidiu entrar na política e está em seu terceiro mandato como deputado estadual, depois de ter exercido meio mandato de vereador de Manaus e com forte apelo de sair candidato em 2014 à Câmara Federal. Outro membro da família que também se tornou político foi o cunhado de Arthur, Frank Bi Garcia (PSDB), ex-prefeito do município de Parintins.

Na família Nicolau, já são três membros fazendo carreira política: o pai, Luis Fernando,

que até o dia 15 deste mês era deputado federal, após assu-mir a suplência da titular da vaga, Rebecca Garcia (PP). O filho mais velho, Ricardo Nico-lau, como deputado estadual e Hiran Nicolau, que aos 25 anos de idade estreou este ano na carreira pública como vereador da Câmara Municipal de Ma-naus (CMM). Todos são filiados no PSD. Para Ricardo Nicolau, que já presidiu a Assembleia Legislativa do Estado (Aleam),

essa questão de seguir os pas-sos do patriarca foi uma suces-são natural. “Quando tinha 10 anos meu pai já era político, eu e meu irmão tivemos isso como referência. Claro que, o apoio dele nos ajudou muito a entrar nesse setor, mas hoje caminhamos com as próprias pernas, mas estamos sempre conversando sobre política e recebendo os conselhos dele”, disse o deputado.

Outra tradicional família do poder são os Moutinho: Ari Moutinho e Ari Moutinho Júnior, que ocupam atual-mente altos cargos de dois poderes diferentes. O pai é o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), e o filho, assumiu no últi-mo dia 18, a vice-presidên-cia do Tribunal de Contas do Estado (TCE) para um mandato de 2 anos.

HERANÇAA tradição de iniciar filhos e parentes no poder do Amazonas é traduzida como a continuidade da he-gemonia política e a perpetuação de pensa-mentos já consolidados nos bastidores ‘baré’

Com 40 anos na vida pública, o presidente do TCE, Josué Filho (1º à dir.) se diz orgulhoso dos passos do filho (à esq), na política

ALBERTO CÉSAR ARAÚJO/ALEAM

A mesma situação ocorre com o recém empossado pre-sidente do TCE, conselheiro Josué Cláudio de Souza Filho, pai do deputado estadual Jo-sué Neto (PSD), que também ocupa cargo de extrema im-portância no poder local: ele é o presidente da Assembleia Legislativa. “Eu já fui presi-dente daquele poder e ver o meu filho seguir os passos dá vontade de ficar lambendo a cria. Vejo o crescimento dele com muito orgulho. E isso ele fez com as próprias pernas, assim como meu pai fez comigo. Mas é claro que eu ainda dou muito conselho a ele, pena que algumas ve-

zes o Neto não me escuta”, comentou o conselheiro.

Com menos tempo na política local, mas com grande inserção no poder amazonense, os Castelo Branco conseguiram, em pouco mais de uma déca-da, delimitar seus espaços neste círculo. Atualmente, três integrantes da família possuem mandatos legisla-tivos, além de um outro que engatinha no Poder Execu-tivo, mas com um cargo de alta responsabilidade. To-dos do PTB, o pai, Sabino Castelo Branco, está em seu segundo mandato na Câma-ra Federal, sendo o deputa-

do mais votado nas eleições de 2006, quando se elegeu pela primeira vez. Antes, ele tinha assento na Câmara Municipal de Manaus.

Neste mesmo ano (2006), ele conseguiu eleger sua es-posa à época, Vera Castelo Branco, deputada estadual. Os dois, em 2008, elegeram o filho mais velho, Reizo Cas-telo Branco, como vereador e, no ano passado, quando se reelegeu, foi o mais vo-tado do pleito, com 18.109 votos. O filho do meio do clã, Reinner Castelo Bran-co, foi nomeado em março de 2013, vice-presidente da Junta Comercial do Estado

do Amazonas (Jucea). Também no segmento

pai e filho no poder estão o ex-deputado estadual e atual superintendente da Administração das Hidro-vias da Amazônia Ociden-tal (Ahimoc), Sabá Reis, e o presidente do Fundo de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Fumipeq), o vere-ador licenciado David Reis (PSDC), além do ex-prefeito Serafim Corrêa com o verea-dor Marcelo Serafim, ambos do PSB e ainda a deputada federal Rebecca Garcia e o pai Francisco Garcia, os dois do PP, que foi vice-governa-dor e deputado federal.

Josué tem orgulho da trajetória do filho

O casal formado pela se-nadora Vanessa Grazziotin e o titular da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), o ex-deputado es-tadual Eron Bezerra, ambos do PCdoB, discorda desta situação de que herdaram força política de parentes. Segundo Eron, ele e Vanessa se conheceram na década de 1970, em movimentos sindi-cais e cada um trilhou o seu caminho na área. “Não vejo

nada de extraordinário em quem lança um parente para concorrer a um cargo polí-tico. Esse segmento existe em qualquer profissão. Mas, no meu caso e de Vanessa foi diferente, a política nos casou. Ninguém serviu de exemplo. Temos uma filha que optou por não nos acom-panhar nesta trajetória. É médica e nos orgulhamos muito dela”, disse.

Já os irmãos, Carlos e Faus-

to Souza (PSD), entraram para o ramo após o ex-depu-tado estadual Wallace Souza, morto em 2010, trilhar este caminho. No ano passado, os irmãos Souza, como são conhecidos nos bastidores do poder, tentaram empla-car a irmã, Marluce como vereadora, mas sem êxito. Os irmãos Lins são outro exemplo nesta trajetória. O deputado estadual Belarmi-no Lins (PMDB), divide holo-

fotes com o irmão, Átila Lins (PSD), na Câmara Federal. Ambos estão na política há mais de duas décadas.

A vereadora Socorro Sam-paio também decidiu entrar na política após ver a irmã, a deputada estadual Con-ceição Sampaio, se eleger a um mandato na Câmara Municipal e, sem seguida, na Assembleia Legislativa. As duas são filiadas no partido progressita (PP).

‘A política nos casou’, diz Eron sobre Vanessa

Casal juntos há mais de 30 anos possuem hoje uma sólida carreira na política local: ele secretário de Estado e ela, senadora

O sociólogo e professor da Universidade Fede-ral do Amazonas (Ufam), Ademir Ramos, diz que a família na política, na verdade, tem origem na família patriarcal colonial, matriz da formação do Estado brasileiro.

“Essa questão de trans-ferir poderes é coisa de

oligarquia e se formou na Velha República e agora é uma questão de patrimo-nialismo”. Segundo Ramos, a questão da cultura dos bacharéis também existe em outras cidades, como no Pará, com a oligarquia de Jader Barbalho e no Ma-ranhão, com a família do senador José Sarney.

Origem vem das oligarquias

Sociólogo diz que famílias no poder têm origem oligárquica

ARQUIVO EM TEMPO

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Empresas repre-sentam no TCU e MP contra ANTT

Prejudicadas no leilão das linhas de ônibus do transpor-te rodoviário de passageiros, empresas menores e de freta-mento decidiram representar no Ministério Público Federal e Tribunal de Contas da União contra a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT). O grupo conseguiu suspender a licitação na Justiça Federal após denunciar que altera-ções feitas de última hora no edital favoreceram as gran-des empresas.

Só as poderosasA ANTT mudou o edital em

dezembro, limitando a licita-ção a empresas que fi zeram transporte regular com ônibus nos últimos anos.

Ficaram de foraCom a medida, foram ex-

cluídas do processo todas as empresas de fretamento e as que fazem transporte regular com veículos urbanos.

Processo aleatórioComo as antigas permis-

sões venceram em agosto de 2008, a ANTT concedeu au-torizações especiais a quem quis, nos últimos 5 anos.

Outro ladoANTT disse que foi intimada

e está tomando providências para revogar decisão da Jus-tiça, mas que não há previsão de reformulação do edital.

Livro-bomba agora está disponível na internet

Para enfrentar o esquema que tenta impedir a circulação do seu livro-bomba, pressio-nando livrarias ou comprando estoque dos exemplares, o delegado Romeu Tuma Jú-nior disponibilizou a obra na livraria virtual Amazon.com. “Assassinato de reputações”

(Ed. Topbooks, Rio, 557 pp, R$ 69) revela que na ditadura o então sindicalista Lula foi informante do Dops, polícia política chefi ada por seu pai, o lendário Romeu Tuma.

Fábrica de dossiêsCom autoridade de ex-

secretário nacional de Jus-tiça, Tuma Júnior também revelou a fábrica de dos-siês no governo Lula para destruir adversários.

Estado policialAlem dos dossiês, o governo

Lula usou o aparelho de Esta-do até para montar operações policiais para destruir os críti-cos, acusa Tuma Júnior.

BlindagemTuma Júnior conta que des-

cobriu a conta do mensalão nas Ilhas Cayman, mas o go-verno Lula e a Polícia Federal não quiseram investigar.

ImperdoávelCesar Borges (Transportes)

e Moreira Franco (Aviação Civil), que conseguiram des-travar os leilões para con-cessão de estradas e aero-portos, entraram na mira de Gleisi Hoff man (Casa Civil), que fracassou na missão. Falar mal deles é o esporte favorito da ministra.

Afi nando discursoMembros do PSDB apro-

veitam o recesso de fi m de ano para “mastigar” a cartilha do senador Aécio Neves (MG) com as bases das suas propostas de go-verno para as eleições à Presidência em 2014.

Triste repetecoEm 2009, o governo federal

anunciou com toda a pom-pa um convênio de R$ 21 milhões com a Prefeitura de Vila Velha (ES) para realizar obras de aduação no Canal do

Congo. Nunca aconteceram. É o canal que transbordou na semana passada e deixou o município alagado.

Bancada intactaO PSDB só vê vantagens

na candidatura de Cássio Cunha Lima ao governo da Paraíba. Além de favorito, caso saia vitorioso assumi-ria sua vaga no Senado ou-tro tucano, José Sobrinho, o Deca do Atacadão.

Vai rolar a festaA Swot Serviço de Festas e

Eventos levará quase R$ 2,7 mi-lhões da Secretaria de Direitos Humanos. Destinados a “apoio logístico, promoção e execução de eventos” no Nordeste.

Cadê a renovação?No Acre com a família, o

senador boliviano Roger Mo-lina aproveita os últimos 2 meses garantidos no Brasil: o refúgio provisório conquis-tado em agosto passado vence em 24 de fevereiro, pertinho do Carnaval.

Para lembrarHá exatos 25 anos o inte-

lectual e dramaturgo Vaclav Ravel chegava à Presidência da Checoslováquia. Ele foi o líder da chamada “Revolução de Veludo”, que elegeu o pri-meiro governo democrático desde 1948, após 40 anos de regime comunista. Vaclav Ravel faleceu em 2011.

Nova ondaInspirado na fi liação da mi-

nistra Eliana Calmon ao PSB, o presidente do SSD-MA, Sim-plício Araújo, convidou o juiz Márlon Reis, criador da Lei da Ficha Limpa, para disputar ao Senado pela sigla em 2014.

Pensando bem……ao estilo Dilma, a única

previsão para o início de 2014 é que vai chover.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

“Gosto de separar as coisas”

GLEISI HOFFMANN (CASA CIVIL), sobre o cargode ministra e seu próximo trabalho: ser candidata

PODER SEM PUDOR

Muy amigos

O alvo principal são os gestores públicos, que ficarão impedidos de praticar algumas condutas já na próxima quarta

TSE prevê proibições a partir de 1º de janeiro

Ministro Marco Aurélio (no meio) com os colegas Luciana Lóssio e João Noronha, membros do TSE

Em 5 de outubro do pró-ximo ano, serão realiza-das eleições gerais para escolha de presidente

da República, governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais. Os agen-tes públicos, estão proibidos de praticar algumas condutas já a partir de 1º de janeiro de 2014. Para o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Marco Aurélio, essas proibições visam ao equilíbrio da disputa. As vedações “são necessárias no que se busca o equilíbrio de uma disputa eleito-ral que ocorrerá no ano e aí houve uma opção política normativa do legislador, fi xando prazos para certos procedimentos”, destaca o ministro.

A partir de quarta-feira, fi ca proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte da administração pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de progra-mas sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público Eleito-ral poderá promover o acom-panhamento de sua execução fi nanceira e administrativa.

Também fi cam vedados os programas sociais executados por entidade nominalmente vin-culada a candidato ou por esse mantida, ainda que autorizados em lei ou em execução orçamen-tária no exercício anterior.

Já a partir de 8 de abril, até a posse dos eleitos, é proibi-do aos agentes públicos fa-zer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que ex-ceda a recomposição da per-da de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição.

A maioria das ações estão proibidas a partir de 5 de ju-lho, quando faltarão três meses para as eleições. Os agentes públicos não podem, por exem-

plo, nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens ou por ou-tros meios difi cultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex-ofício, remover, transferir ou exonerar servidor público, na circunscrição do pleito, até a posse dos eleitos, sob pena de nulidade de pleno direito.

No entanto, há exceções. É permitido, por exemplo, haver nomeação ou exoneração de

cargos em comissão e desig-nação ou dispensa de funções de confi ança; nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribu-nais ou Conselhos de Contas e dos órgãos da Presidência da República; e nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até 5 de julho de 2014.

A partir de 5 de julho, com exce-ção da propaganda de produtos e serviços que tenham concor-rência no mercado, também é vedado aos agentes públicos das esferas administrativas cujos cargos estejam em dis-puta na eleição autorizar publi-cidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais e estaduais, ou das respectivas entidades da admi-nistração indireta, salvo em caso de grave e urgente necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral.

Também não se pode fazer pronunciamento em cadeia de rádio e de televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e caracterís-tica das funções de governo.

Outra proibição é a contra-tação de shows artísticos pa-gos com recursos públicos na realização de inaugurações e o comparecimento de qual-quer candidato a inaugurações de obras públicas.

FISCALIZAÇÃOO ministro Marco Au-rélio explica que a fi s-calização de possíveis irregularidades deve ser feita pelos partidos políticos e pelo Minis-tério Público, a quem o eleitor deve recorrer para denunciar

NELSON JR/ASICS/TSE

Durante o governo Lula, o en-tão senador Arthur Neto (AM), líder do PSDB, tinha relações cordiais com o presidente do Banco Central, Henrique Mei-relles, um ex-tucano. Havia sido fi ador de uma espécie de pacto segundo o qual Meirelles seria poupado pela oposição. Mas, dian-te das primeiras denúncias contra Meirelles, Arthur mandou um recado por um amigo comum:

- Sinto muito, mas o pacto está rompido. Prepare a carcaça.

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 A7Com a Palavra

Frenético, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) termina o pri-meiro ano de gestão

em que a mensagem de “ur-gência” foi o balizador de suas ações. O calendário apontan-do diretamente para a Copa de 2014 fez da pasta de Infraestrutura e Habitação a mais demandada da prefeitu-ra, que, sem apoio financeiro do governo federal, precisou economizar e articular recur-sos dentro do próprio cofre para financiar o pacotão de obras da capital.

Arthur não nega que foi um ano com apertos financeiros, teve que liquidar mais da me-tade de uma dívida de R$ 365 milhões herdada da gestão passada, cortar gastos do custeio, enxugar secretarias e contingenciar verbas. A ro-tina apertada, com vistorias de obras até de madrugada, rendeu ao tucano uma piora no seu quadro de artrose em um dos joelhos. O prefeito tem um procedimento cirúr-gico marcado para o próxi-mo dia 10 de janeiro, mas não fala em se afastar para se dedicar a tratamentos de fisioterapia.

Se intitulando um homem “desinformado”, o tucano diz que não se sentiu atacado pelas manifestações de ju-lho de 2013 e que devolveu a Manaus uma autoestima que há anos não era sentida pela população. Distante do assunto eleições, Arthur Neto diz que em 2014, quando completará 69 anos de vida, terá uma extensa agenda de realizações antes de fa-lar do assunto e determina ainda que seu secretariado terá que cumprir 100% das metas propostas.

EM TEMPO – Este ano, todos os manauenses ti-veram alguma experiência com obras da prefeitura nas ruas. Foi, claramen-te, a maior demanda da gestão. O orçamento de meio bilhão de reais para a pasta de Infraestrutura e Habitação foi o suficiente

para atender a demanda?Arthur Neto - Tivemos

que improvisar muito finan-ceiramente. Fizemos con-tingenciamentos, poupamos inicialmente R$ 20 milhões, depois aumentamos a eco-nomia para R$ 25 milhões e terminamos 2013 com R$ 30 milhões para a execução das obras de inverno. Geralmente se espera que um prefeito diga que encontrou a casa arrumada, mas tive que liqui-dar dívidas passadas, fazer poupanças. Tudo isso sem nenhum centavo da União.

EM TEMPO – O primeiro semestre de 2014 ainda trará muitas demandas de infraestrutura à capi-tal, visto que a casa terá que correr para realizar o pacote ações para a Copa do Mundo. Tendo em vista que orçamento da Seminfh será menor, de R$ 449,6 milhões, o montante será o suficiente?

AN - Talvez eu aperte ain-da mais em 2014, principal-mente em custeio, que tem que ser mínimo. Os investi-mentos devem ser maiores. Eu dificilmente vou escapar de precisar deixar verba em poupança, como fiz nes-te ano em 12% e 15%. A economia será para suple-mentar os investimentos nos projetos da Seminfh.

EM TEMPO – O senhor tem afirmado que seus se-cretários cumpram 100% das metas estabelecidas para 2014, diferente do teto de 85% alcançado em 2013. Na área de infraes-trutura, o seu vice-prefei-to, Hissa Abrahão (PPS), fez um bom trabalho?

AN - As realizações da Se-minfh não são méritos de Hissa, meu vice, afinal há uma equipe por trás disso tudo, cuidada por mim, de muito perto. Eu sempre tratei a Seminfh muito intimamente, canto música de ninar para ela antes de dormir. Por conta disso, a pasta funcionou bem em 2013 e funcionará ainda melhor em 2014, na gestão do engenheiro civil Luiz Filho Silva Borges, que tem extre-

mo potencial.

EM TEMPO – O secre-tário de finanças, Ulisses Tapajós, tem falado que vai a Brasília pleitear a verba de R$ 150 milhões para obras na capital e que há outros projetos do município encalhados no Planalto, que somam R$ 1 bilhão. Onde serão apli-cados esses recursos? O senhor está animado com a possibilidade de receber este apoio?

AN - No dia que esse di-nheiro sair, eu espero que seja numa sexta-feira, para que possa tomar um porre à noite e só acordar domingo de tanta felicidade. Eu gosto muito de contar com o que tenho em mãos. Sem apoio da União ou não, Manaus estará pronta para a Copa. O que vier do governo fede-ral será bem-vindo, mas não estamos contando com isso. Esse montante é a totalidade de projetos que temos no Planalto, espero que deem atenção a eles. É até perverso não se investir em uma cidade como a nossa.

EM TEMPO – Protestos também marcaram este ano, na capital. Cerca de cem mil pessoas foram às ruas em junho e a prin-cipal reclamação foi o transporte público. O se-nhor avalia que foi alvo dessas vozes?

AN - Não me senti atingido pelas manifestações. Acre-dito que fui o prefeito que passou pelos protestos de forma mais tranquila. Se eu não fosse prefeito, eu tam-bém teria ido às ruas, afinal seria um tolo se dissesse que o transporte é uma maravi-lha, mas seria tolo também se dissesse que um prefeito é capaz de consertar em um ano um sistema viciado há décadas. Melhorei a quali-dade das ruas, entrego o T5 (terminal de ônibus no bairro São José, Zona Leste) no fim deste mês e vou entregar em fevereiro de 2014 o T3 (Ci-dade Nova, Zona Norte) e T4 (Jorge Teixeira, Zona Leste) finalizados. Vou extinguir o

terminal da Cachoeirinha (T2, Zona Sul) e estabeleci o siste-ma de consórcio operacional. Então, melhor do que antes, sem dúvida, está.

EM TEMPO – O senhor tem uma cirurgia de artro-se em um dos joelhos mar-cada pra janeiro de 2014. O seu ritmo frenético, com vistorias em obras até de madrugada, prejudicou a sua saúde?

AN - Eu tenho um joelho lesionado, que machuquei por duas vezes. A piora no qua-dro fez com que meu médico pedisse para eu realizar a cirurgia imediatamente, mas eu não pude, em razão do ca-lendário de obras. A cirurgia será feita em 10 de janeiro para retirada de fragmentos prejudiciais do joelho. Con-fesso que tem sido sofrido e não tenho me cuidado como o aconselhado pelo médico. Eu deveria praticar muscula-ção e pedalar, mas a agenda não deixa. Ele também pediu para eu não andar em ritmo esportivo, mas não faço outra coisa. Deverei sair usando muletas até me recuperar inteiramente fazendo rigo-rosas fisioterapias, mas não vou me afastar da prefeitura enquanto isso.

EM TEMPO – Em um cenário em que o PSDB descarta apoiar a possível candidatura de Hissa ao governo em 2014, o PP se aproxima do DEM e sina-liza interesse em compor com os tucanos, oferecen-do palanque para o pre-sidenciável Aécio Neves. A sua relação com a pro-gressista e pré-candidata, deputada Rebecca Garcia tem se estreitado?

AN - Eu não tenho como entrar nesse assunto ago-ra. É desrespeitoso com o meu governo. Sem dúvi-da, está claro o perfil de quem eu não irei apoiar em 2014. Segundo pesquisas, 90% dos manauenses não votariam em um candida-to mal relacionado com a prefeitura. Esse é o maior recado que eu posso dar ao pré-cenário estabelecido.

Arthur NETO

‘Canto MÚSICA DE ninar para A SEMINFH’

Quando pensei em me candidatar a prefeito, o fiz por duas razões: pri-meiro porque foi inevitá-vel, as pessoas queriam e eu não podia decep-cioná-las. A segunda, foi a oportunidade de servir a cidade. Passei muito tempo pensando nisso, meditando”

RAPHAEL LOBATOEquipe EM TEMPO

FOTOS: SEMCOM/DIVULGAÇÃO

Tenho muito orgulho do trabalho da CMM neste ano. Vota-ram maté-rias muito importantes. Os oposi-cionistas, às vezes equivocados, também me-recem para-benizações”

Confesso que tenho medo a respeito da minha saúde. Não quero am-pliar a minha artrose, nem precisar usar prótese, mui-to menos ter uma recupe-ração demo-rada. Tem sido sofrido”

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Ano de conquistas para os servidores da PMMDiversas categorias de várias secretarias e órgãos municipais foram beneficiados com projetos de lei aprovados na CMM

Neste ano os parla-mentares da Câ-mara Municipal de Manaus (CMM)

votaram no plenário várias mensagens do Executivo municipal que beneficiaram milhares de servidores muni-cipais com reajustes salariais de até 15%, incluindo profis-sionais da área da educação, saúde, trânsito e transporte.

Os servidores estatutários e celetistas do Instituto Munici-pal de Engenharia e Fiscaliza-ção do Trânsito (Manaustrans) foram os últimos beneficiados com os reajustes aprovados na casa na última sessão do ano, no último dia 18, com a aprovação do projeto de lei 525/20163, do Executivo municipal. O PL fixou os níveis salariais dos funcionários do Manaustrans, estabeleceu o quantitativo de cargos e em-pregos, criou funções e vanta-gens, reivindicações feitas há 14 anos. O projeto aprovado pela CMM garantiu um ganho real de, aproximadamente, R$ 700 para os funcioná-rios estatutários e R$ 1,5 mil para os celetistas.

Os profissionais do ma-gistério e o vencimento dos servidores administrativos do quadro de pessoal da Se-

cretaria Municipal de Educa-ção (Semed) também foram reajustados neste ano, com a aprovação do projeto de lei nº 240/2013, em maio. De acor-do com o documento vindo da prefeitura, o subsídio dos profissionais do Magistério e o vencimento dos servidores administrativos da Semed ficaram reajustados – se-

guindo o regime estatutário das categorias – em 10%, em duas parcelas. A primeira parcela de reajuste corres-pondeu a 6,59%, retroativa ao dia 1º de maio de 2013 e a segunda em 3,41%, corres-pondente a 1º de dezembro do mesmo ano.

A CMM também aprovou, por unanimidade, em junho, a mensagem nº 16/13 que fixa ní-

veis salariais dos servidores da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).

Os vereadores também aprovaram no dia 6 de no-vembro o projeto de lei nº 451/2013, de autoria do Executivo municipal, que concede o reajuste salarial de 7,22% aos servidores da Secretaria Municipal de Saú-de (Semsa), entre médicos, efetivos, celetistas e contra-tados em Regime de Direito Administrativo (RDA).

Oitenta e cinco cirurgiões-dentistas da Saúde da Família da Semsa foram beneficiados com a correção das tabelas de subsídios aprovada pela CMM. O projeto de lei nº 450/13, de autoria do Exe-cutivo e sancionado pelo prefeito, corrigiu os salários dos ‘dentistas da casinha’ e do médico com prorrogação da carga horária do Servi-ço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Servi-ço de Pronto Atendimento (SPA) e maternidade.

Também passou pelo ple-nário, o PL que reestruturou o quadro de pessoal da Pro-curadoria Geral do Município (PGM), que alterou e acrescen-tou dispositivos à lei nº 1.012 de 14 de julho de 2006. Dirigentes da cooperativa de cirurgiões-dentistas ‘brigaram’ na CMM pela correção de subsídios

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DISCUSSÃOA reforma do Plano de Cargos, Carreira e Sub-sídios (PCCS) dos mais de 12 mil profissionais da Educação municipal foi um dos temas mais discutidos pela Comis-são de Educação do Legislativo municipal

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 (92) 3090-1045Economia B4 e B5

Empresas do AM participam mais de licitações

DIEGO JANATÃ

Amazonenses sonham com a Mega-Sena da ViradaApostadores do Estado fazem planos antecipados para os mais de R$ 200 milhões que serão sorteados no Ano-Novo

Imagine gastar R$ 2 e ganhar em troca R$ 200 milhões? O sonho dos apostadores que lotaram

as fi las das 85 casas lotéricas manauenses para participar da Mega-Sena da Virada, pode se realizar às 20h25 (horá-rio de Brasília) da próxima terça-feira (31).

O “sortudo” que ganhar a bolada vai garantir uma renda mensal de R$ 1,2 milhão caso aplique o prêmio na poupança, o equivalente a R$ 40 mil por dia, conforme dados da Caixa Econômica Federal.

O gasto de R$ 2 se re-fere a aposta simples, com seis números jogados. Nes-ta situação, a chance de acertar a sena, com base em probabilidade feita pelo próprio banco, é de uma em quase 50 milhões.

O comerciante José Ma-tias Pereira, 58, decidiu lu-tar contra a matemática e fazer a aposta com apenas seis números. Confi ante, ele já tem uma lista de itens a comprar com a possível aqui-sição do prêmio: uma casa para os pais, um carro para ele e outro para a esposa, um apartamento para o fi lho mais velho, pacotes para via-gens em família e o restante seria guardado na poupança do fi lho mais novo.

A dona de casa Elídia Bran-dão, 26, resolveu participar da sua primeira aposta na Mega-

Sena da Virada junto com a sogra. Com pouca experiência, ela acabou fazendo seis jo-gos, três a mais do que esta-va disposta a pagar. Apesar da falha, que comprometeu a compra do dia, a dona de casa segue esperançosa.

A sogra dela, Lúcia Maria Ferreira, 61, comenta que a quantia deve ser utilizada para quitar as dívidas, fazer uma casa para os três fi lhos no terreno da família, pagar

a faculdade dos outros dois que ainda não contam com o diploma e comprar um carro para cada um. “Agora, resta só esperar”, destaca.

CostumeApostador nato, o professor

Eduardo Costa investiu mais na compra de cartelas, reali-zando pelo menos dez jogos por semana desde o início das apostas da Mega Sena da Virada, no dia 11 de novembro, o que já totalizou 70 senas e um gasto de R$ 140.

Com parte da letra da mú-

sica “Mais uma vez” em men-te, ele argumenta que “quem acredita sempre alcança”, por este motivo, confi a que o in-vestimento deve garantir re-torno a qualquer momento.

A universitária Olívia Mar-tins detalha que não costu-ma acreditar muito na sorte, mas decidiu fazer um jogo com sete números, o que lhe custou R$ 14 e aumentou sua probabilidade de acerto em relação as apostas regulares. A previsão da Caixa é que um jogador que aposte com sete números garante uma chance em 7.151.980.

ProcuraA previsão nacional, de acor-

do com o presidente do Sindi-cato dos Revendedores Loté-ricos do Estado do Amazonas (Sinrel/AM), Samuel Azevedo, é que o volume de apostado-res aumente nos três últimos dias que antecede o sorteio da Mega-Sena da Virada, cujo prêmio estipulado é livre de impostos. A aposta poderá ser feita até às 14h (horário de Brasília) do próximo dia 31.

O presidente explica que o prêmio da Mega-Sena da Vi-rada não acumula, e caso não haja ganhador com as seis dezenas sorteadas, o valor será somado ao rateio dos acertadores de cinco núme-ros. Se não houver ganhadores nessa faixa, os acertadores da quadra dividirão todo o prêmio e assim sucessivamente.

*Colaborou Jucélio Paiva

RENDAO ganhador que levar os R$ 200 milhões da Mega-Sena da Virada e aplicar o montante na poupança vai garan-tir uma renda mensal de R$ 1,2 milhão, de acordo com a Caixa Econômica Federal

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

Embora o prêmio esteja na faixa de R$ 200 milhões, há quem acredite que os valo-res devem ultrapassar os R$ 250 milhões. Funcionário da lotérica da família, a Loteca Feliz, localizada no Vieiral-ves, Alexandre Virgílio, co-menta que a Mega-Sena da Virada aumenta em 100% a procura por apostas, es-pecialmente, quando neste ano, a realização de jogos foi muito pequena.

Luana Santos, 33, funcio-nária da loteria Las Vegas, no bairro Aleixo, acredita que o número deve ser bem superior a previsão normal. Em virtude da Casa Lotéri-ca ter sido o lugar de onde saiu um dos quatro jogos vencedores do prêmio Loto Fácil, anunciado na semana passada, que rendeu R$ 475 mil ao apostador, a procura pela Mega-Sena da Virada aumentou. “Nossa demanda

cresceu bastante. As pes-soas acreditam que a sorte deverá aumentar por conta de já ter saído um ganhador daqui”, pontua.

DistribuiçãoA composição do prêmio

na primeira faixa de premia-ção, ou seja, na sena, repre-senta uma fatia de 65% da arrecadação do respectivo concurso, informou a Caixa Econômica Federal.

Aumento no número de apostas

Movimento nas casas lotéricas do Estado deverá aumentar até o dia 31 de dezembro

ARQUIVO EM TEMPO

IONE MORENO

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B2 Economia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

O que acontecerá em 2014, além da folia do Carnaval, da imprevisibilidade do futebol e da barganha eleitoral que defi nirá os rumos deste país ? A resposta está contida na pergunta e ela ironiza o debate da procura por novas saídas ou matrizes eco-nômicas do modelo econômico da ZFM, cuja única garantia é que permanecerá sob bombar-deio. Prorrogar seus benefícios exigirá muitas refl exões sobre os desafi os que lhe são inerentes. No ano velho, por vários caminhos, através de debates, envolvendo todos os setores acadêmicos, empresariais e órgãos públicos, a ZFM ensaiou a defi nição de um novo plano, alternativo, adicional e complementar, para a revisão de sua economia. A “base ecológica” se consubstanciou num mote que sugere aproveitar as riquezas da biodiversidade, da aquicultura, da mineração sustentável, entre outras obviedades, que para di-versifi car e interiorizar negócios e oportunidades. Essa prosa não terá agenda nem merecerá muita trela antes de 2015. Isso, porém não impede – muito pelo contrário - a aproximação entre institutos de pesquisa e universidades, sob

o bordão que reclama a aplica-ção, por exemplo, dos recursos do Fundo Amazônia em proje-tos chancelados pelos atores lo-cais. Dá razões, igualmente, para amaldiçoar a burocracia federal, distante e indiferente, que trava recursos e ações sintonizados com a demanda do beiradão. Um poder difuso, confuso e insolente que não entende o sentido em manter a fl oresta em pé necessariamente vinculada ao assegurar a digni-dade do IDH das pessoas. Nesse contexto, cabe ainda pautar as verbas de Pesquisa e Desenvolvi-mento, e outras taxas recolhidas no âmbito da Suframa, incluindo o Fundo de Turismo, que precisam ser alvo de estudos e debates na perspectiva do ano que vem depois da Avenida, da Bola e do Voto. Cabe, enfi m, entender, apoiar e viabilizar as Cadeias Produtivas da Afeam, a agência que conseguiu vislumbrar a urgente interativi-dade entre extrativismo do látex, das fi bras vegetais, do açaí e do buriti e seu contraponto em bio-tecnologia, um caminho promissor e irreversível.

Nesse ensaio da expectativa, o tema da hora e de todas as horas é a Educação, onde o Brasil

está retrocedendo a patamares de constrangimento. Ali, nos dos últimos lugares da corrida global da competitividade, na Ciência, na Economia, estamos na rabiola de tudo que daí decorre. Avan-çar na qualifi cação dos recursos humanos se tornou condição de sobrevivência. Desassossega sa-ber, porém, que há recursos de monta, mais do que os países centrais utilizam, para o setor. Um nível elevado de corrupção se atrela à escassez gerencial e à desarticulação entre os atores diretamente envolvidos. A acade-mia, para ilustrar a assertiva, não conversa amiúde com os profes-sores do ensino fundamental e médio, onde se revela e agrava o cenário educacional. Sem dúvida este é o maior de todos os gar-galos que embaraçam o modelo ZFM. É alvissareira e altruísta a iniciativa do pacto pela Educação, surgido no âmbito das entidades que gerenciam as empresas da ZFM, as que padecem da escassez de recursos humanos na rotina do setor produtivo. O Sistema S, Fie-am à frente, acaba de instalar uma estrutura educacional arrojada em Parintins, articulando Senai, Sesi e parceiros, neste monumental

desafi o que urge enfrentar. São alvissareiros, ainda, os indicado-res de interatividade entre o Polo Industrial e a UEA, após 13 anos de fundação desta Instituição, cujos alunos foram em 2013 para a rua, antes do movimento nacional, a fi m de exigir professores na área de Tecnologia e Inovação (SIC!)

Em 2015, não teremos mais desculpas para seguir esperando a defi nição do modelo de gestão do CBA (Centro de Biotecnologia da Amazônia). Tomara que a Suframa abdique da insensatez de conduzir a Instituição – não há expertise nem pessoal qualifi cado para tal na autarquia - e a entregue para quem sabe o que com ela fazer. Cabe, sim, à Superintendência le-var adiante a revisão das Verbas de P&D. São 1,3 bilhão por ano desembolsado pelas empresas de informática, uma verba que tende a aumentar e que precisa ser revista em seus benefícios. “Qual-quer país do mundo faria uma revolução tecnológica com este recurso”. As entidades da indús-tria formularam uma proposta que precis a ser tornada pública. O CAPDA, o órgão colegiado a quem compete gerenciar a dinheirama, depois da insensatez de remeter

ao agronegócio algumas dezenas de milhões destinados a projetos de Biotecnolgia, em sua última reunião do ano, pôs a mão na cabeça para não perder o juízo e deliberou com unanimidade pela adoção do Documento do Centro de Gestão e Estudos Estratégi-cos, uma entidade ligada ao Mi-nistério de Ciência, Tecnologia e Inovação, denominado Diretrizes Estratégicas para o Fundo Se-torial Amazônia - CT-Amazônia - proposta para discussão e deli-beração. Este foi um trabalho co-ordenado pela geógrafa Bertha Becker, depois de três décadas de pesquisa e intervenção na região. Um trecho aqui transcrito sugere o tema e o problema a ser, então, pauta de uma grande prosa que não dá mais para adiar: “No caso da Amazônia, um projeto de desenvolvimento sustentável exige a superação do falso dilema desenvolvimento X conservação. Ao lado das áreas protegidas, é urgente conceber e implementar um novo modelo de desenvolvi-mento capaz de utilizar – sem destruição – o seu capital natural para gerar e distribuir riqueza para as populações regionais, a região e o país.” Feliz 2015!

Alfredo MR Lopes [email protected]

Alfredo MR Lopes

Filósofo e ensaista

A academia, para ilustrar a assertiva, não conversa amiúde com os professo-res do ensino fundamental e médio, onde se reve-la e agrava o cenário educacional

ZFM: 2015 vem aí!

‘PIM está definhando’, diz especialista em ZFMDe acordo com o economista José Laredo, taxa de natalidade de empresas no parque fabril de Manaus está negativa

Faltam dez anos para o término da vigência do modelo, mas a Zona Franca de Manaus

(ZFM) está em estado de alerta. Nos últimos oito anos, de 2005 a 2013, a média de projetos de implantação (entre plenos e simplifi cados) teve queda de 3,35%, mostrando que os índi-ces positivos no faturamento e no quantitativo de empregos não são atrativos sufi cientes para novas fábricas a região. A “radiografi a” do modelo foi elaborada pelo economista José Laredo, proprietário da Controle Consultoria.

Em entrevista ao Amazonas Em Tempo, Laredo expôs o estudo baseado nas pautas de reuniões do Conselho de Admi-nistração da Suframa (CAS) e nos indicadores da Superin-tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).

Conforme o presidente da Associação dos Consultores Econômicos do Amazonas (Ascon), além da redução de

3,35% na evolução dos proje-tos de implantação, o estudo mostra que em média a taxa de natalidade de empresas no polo fabril representou saldo negativo de 1,22%. “Nasce menos empresas em média por ano no Polo Industrial de Manaus (PIM), que está decli-

nando, defi nhando”, pondera.A tese aponta ainda que as

fábricas instaladas na região não estão motivadas a de-senvolver em diversifi cações, ampliações e atualizações das linhas de produção, com queda de 2,81% na criação de proje-tos com este objetivo. José Laredo elaborou “radiografi a” sobre a Zona Franca

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Uma série de fatores infl uencia as estatísticas, segundo Laredo, dentre as quais a crise americana que refl etiu na Europa a partir de 2008 e o prazo de pror-rogação do PIM, que vence em 2023. “É difícil uma fábrica vir para cá para durar nove anos. Há retra-ção no desejo de investir dinheiro”, destacou.

Com base em informa-ções enviadas pela as-sessoria da Suframa, o superintendente da Zona Franca de Manaus, Thomaz Nogueira, diz não acredi-tar que haverá qualquer prejuízo com o atraso na aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 506/10, que presume a prorrogação do mode-lo por mais 50 anos, pelo fato de não existir qualquer questão política por trás do

atraso, apenas questões de rito legislativo.

A despeito da prorroga-ção, a ausência de integra-ção entre os três poderes executivos na promoção e venda sistemática do mo-delo também impacta na radiografi a negativa. Nes-te caso, o município parece ser o que mais falha na parceria. Segundo Laredo, a prefeitura está de “costas ao modelo há 46 anos”.

MunicípioO titular da Secretaria

Municipal de Finanças (Se-mef), Ulisses Tapajós, co-menta que ainda não exis-tem medidas específi cas para o Distrito Industrial, porém, a prefeitura pre-tende se aproximar cada vez mais do Polo, estabe-lecendo canais de diálogos com o setor.

Instabilidade infl uencia queda

RETRAÇÃOComportamento dos projetos de servi-ços deixa a desejar, com queda média de 15,36%, desaquecimen-to na implantação das atividades como trans-portadoras e armaze-nagem de cargas

LUANA GOMESEspecial EM TEMPO

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B3EconomiaMANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Manter um orçamen-to doméstico controla-do não significa viver sobre regras rígidas de economia. O presiden-te do Conselho Regio-nal de Economia no Amazonas (Corecon-AM), Marcus Evange-lista, explica que não é preciso abrir mão do lazer familiar. Com bom senso e uma pou-pança mensal de pelo menos 10% do total da renda da família é possível usufruir sem “aperto”. “Não com-prar a prazo, não assu-mir compromissos de última hora, comprar somente o necessá-rio e pagar com di-nheiro, abrindo mão, sempre que possível, de utilizar cartões e cheques. As dicas são antigas, mas se apli-cadas, podem garantir um futuro tranquilo”, aconselha Evangelista.

Mais dicas para manter o equilíbrio

bom senso e uma pou-pança mensal de pelo menos 10% do total da renda da família é possível usufruir sem “aperto”. “Não com-prar a prazo, não assu-mir compromissos de última hora, comprar somente o necessá-rio e pagar com di-nheiro, abrindo mão, sempre que possível, de utilizar cartões e cheques. As dicas são antigas, mas se apli-cadas, podem garantir

Como entrar 2014 sem pendências do ano velhoEspecialistas consultados pelo EM TEMPO garantem que é possível deixar para trás dívidas do passado. Mas, para que isso ocorra, empregar o dinheiro de forma correta é fundamental

A proximidade do fi m de ano inspira planos também no campo fi nanceiro. Começar

2014 no “azul”, livre de dívidas e manter as fi nanças equili-bradas durante os próximos 12 meses constitui um desafi o para a maior parte das famí-lias. Para economistas ouvi-dos pelo EM TEMPO, “limpar” o nome logo nos primeiros meses do ano, controlar o orçamento doméstico e evitar compras a prazo são algumas das atitudes que devem ser tomadas para entrar e sair de 2014 com o pé direito.

O primeiro passo, de acordo com o economista Martinho Azevedo, é consultar as dívidas em entidades como o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e a Serasa para iniciar uma negociação logo nos primeiros dias do ano. “É importante frisar que esses órgãos servem ape-nas para a consulta da dívida por Cadastro de Pessoa Física (CPF). As negociações devem ser feitas diretas com o credor, sem intermediários”, destaca.

Segundo o especialista, a me-lhor atitude do devedor é, com

a lista de pendências em mãos, procurar os credores – lojas ou instituições bancárias – e demonstrar interesse em quitar os débitos. “Especialmente no início do ano, os credores têm todo interesse em limpar o nome e liberar o crédito para que os devedores voltem a consumir. Para nenhuma empresa é vanta-gem gastar com interceptação judicial e contratação de tercei-rizadas para cobrar as dívidas. Por esse motivo, a melhor saída é sentar de frente para o credor”, ressalta Azevedo.

O economista diz ainda que até para pagar as dívidas é necessário saber calcular o or-çamento mensal. “Na pressa de limpar o nome, um erro recorrente de quem está devendo é parcelar a dívida em montantes impossíveis de serem pagos. Nesses casos, o trabalhador paga uma parcela da dívida e não consegue ar-car com as demais, voltando a se endividar, agora com juros maiores”, alerta.

Equilíbrio fi nanceiro Com as dívidas quitadas, o

trabalhador deve, conforme sugere o economista Herlon Paes, iniciar um planejamento para os 12 meses do ano com

JULIANA GERALDOEquipe EM TEMPO

o objetivo de evitar que a si-tuação se repita. A defi nição de prioridades para o ano que começa, deixando a aquisição de bens de consumo mais ca-ros para o futuro é uma das estratégias apontadas.

Para executar o plano, a sugestão do especia-

lista, é que cada chefe de família adote uma planilha com os gran-des gastos que pretende fazer no

ano. “Se a ideia para 2014 for modernizar a sala, por

exemplo, ele pode com-prar uma estante em

um mês, um sofá em outro e a televisão LCD em outro, ou seja, dividir os gastos. Se um impre-visto ocorrer, a planilha pode ser replanejada. O importante é que os gastos mensais como comprar, em especial no cartão de crédito, não ultrapasse 30% da renda por mês”, sugere.

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 B5

De acordo com dados obtidos junto ao Sebrae, a Prefeitura de Manaus ad-quire somente 1% de suas compras das microempre-sas, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais. Conforme a gerente da UAPP do Sebrae no Amazonas, Lamisse Ca-valcanti, a administração municipal tem dado mais

prioridade para a realiza-ção de obras que permi-tem maior participação de grandes empresas.

Em 2012, a prefeitura lici-tou em torno de R$ 64,5 mi-lhões, economia de em torno 19,38% em relação a 2011. A gestão municipal promove licitações até R$ 80 mil, em respeito a Lei Complemen-tar n.º 123/2006, contudo o

índice de participação dos empreendedores de peque-no porte ainda é baixo.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou, por sua vez, que o órgão tem feito recomendações aos entes governamentais para implantar leis que be-nefi ciam os micros e pe-quenos empresários nas licitações públicas.

Prefeitura compra apenas 1%

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Aumento foi favorecido pelo esforço conjunto que governo do Estado, prefeituras do interior e entidades privadas como o Sebrae realizaram para incrementar a participação de pequenos empresários nas compras públicas

Presença em licitações é ampliada no AM

O esforço conjunto do governo do Estado, das prefeituras do interior e das entida-

des privadas para estimular a participação de micro e peque-nas empresas em licitações tem surtido efeito positivo no Amazonas. Dados mais recen-tes mostram que até outubro de 2013, micro e pequenos empresários representavam 28,2% das compras públicas do governo amazonense, ín-dice que equivale a R$ 316 milhões de tudo o que foi adquirido por meio de pregão eletrônico pela Comissão Ge-ral de Licitação (CGL).

Em 2012, essa participação foi de apenas 13%, com volume comprado de R$ 260 milhões. A tendência é que esse porcentual tenha um aumento em função de alguns projetos adotados no Amazonas que vão incrementar as aquisições governamentais das empresas de pequeno porte nos próximos anos, inclusive, nos municípios do interior do

Estado. “É preciso preparar o empresário para estar apto para participar das licitações, em especial, por causa do gran-de volume da compra”, afi rma o diretor-técnico do Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae) no Amazonas, Maurício Seff air.

A meta é elevar a participação para 30%, considerado ideal pelo Sebrae. O índice pode ser alcançado se os governos esta-duais e municipais aplicassem com mais zelo o artigo 48 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas - LC n º 123/2006, dispositivo que permite a reali-

zação de licitação diferenciada no valor de até R$ 80 mil voltada exclusivamente para as micro e empresas de pequeno porte.

UniãoNa esfera federal, a participa-

ção nas compras públicas neste ano chegou a 80%, aproxima-damente 25% a mais do que o índice registrado em 2011 (65%) e 10 pontos porcentuais a mais do que no ano passa-do, quando foi verifi cado que 70% das aquisições da União eram provenientes de micro e pequenas empresas.

Apesar do crescimento, os empresários ainda enfrentam alguns gargalos como o acesso à internet e a logística que difi -culta o deslocamento do interior para a capital do Estado para poder participar das licitações governamentais. “Precisamos ampliar o cadastro de micro e das empresas de pequeno porte ativas como fornecedores do governo federal”, avalia a ge-rente da Unidade de Articulação em Políticas Públicas (UAPP) do Sebrae no Amazonas, Lamisse Said da Silva Cavalcanti.

PERFILNo Amazonas, existem em torno de 75,6 mil empresas, sendo 3.025 de pequeno porte, 34.942 micros empre-sas e 37.676 empre-endedores individuais, conforme dados colhi-dos pelo Sebrae

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Jander Filgueras tem planos para

participar do “fi lão” das licitações para vender seus servi-

ços e produtos para o governo

Dono de um empre-endimento de pequeno porte, o empresário Jander Filgueras, 45, está “de olho” em uma oportunidade para poder vender seus serviços e produtos para o Esta-do, negócio que consi-dera como um “fi lão”. Ele fi cou otimista depois que o governo sinalizou com a adoção de medi-das que facilitaram as aquisições governamen-tais vindas das micro e pequenas empresas.

Filgueras prevê que a partir do próximo ano, ele começará a partici-par de licitações públicas para poder expandir os horizontes da Solalux, empresa de sua proprie-dade situada na Zona Centro–Sul, que é espe-cializada na comerciali-zação de soluções para a parte de iluminação, incluindo, as obtidas di-retamente da energia solar. “Estou buscando informações, pois temos produtos interessantes que conseguem baixar o valor da conta de luz em até 80%”, afi rmou.

O empresário Ricardo Collyer, 34, que é só-cio-proprietário da PAD, empresas do ramo de vendas de artefatos de concreto e pisos de alta resistência, afi rma que possui interesse em de-senvolver o seu portfólio de clientes. “O Estado faz compras com volumes elevados”, declara.

Empresários se planejam para o futuro

Apesar de representarem quase metade das empre-sas registradas no Amazo-nas, os micros e pequenos empreendedores enfrentam alguns gargalos para se tor-narem fornecedores de ór-gãos federais, estaduais e municipais. Para “desatar o nó”, o Sebrae tem ajudado a mudar essa realidade.

Um dos projetos da en-tidade é o “Fomenta”, que consiste na realização de seminários, na capital e no interior do Estado, com pa-lestras, cursos e ofi cinas que esclarecem sobre temas re-lacionados a legislação e ao conhecimento técnico dos certames públicos. Com as informações, os empresá-

rios se capacitam para as oportunidades do mercado de compras públicas.

Conforme o Sebrae, em 2013, foram realizados 11 Seminários “Fomenta”, no interior do Estado, com a participação de 1.827 pes-soas entre gestores públicos estaduais e municipais, em-presários e consultores.

Sebrae ‘desata’ os gargalos

Expansão no interior do Estadoe Urucará.

Em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus, onde a lei geral foi implemen-tada neste ano, as compras públicas das micro e pequenas empresas giram em torno de 22%. Para o prefeito do mu-nicípio, Neilson Cavalcante, o índice é signifi cativo, pois se já aproxima dos 30%, que é o por-centual ideal das aquisições g o v e r - namentais .

empresa de sua proprie-dade situada na Zona Centro–Sul, que é espe-cializada na comerciali-zação de soluções para a parte de iluminação, incluindo, as obtidas di-retamente da energia solar. “Estou buscando informações, pois temos produtos interessantes que conseguem baixar o valor da conta de luz em até 80%”, afi rmou.

O empresário Ricardo Collyer, 34, que é só-cio-proprietário da PAD, empresas do ramo de vendas de artefatos de concreto e pisos de alta resistência, afi rma que possui interesse em de-senvolver o seu portfólio de clientes. “O Estado faz compras com volumes

índice é signifi cativo, pois se já aproxima dos 30%, que é o por-centual ideal das aquisições g o v e r - namentais .

“Quando a administração pública direciona, por meio da legislação, as compras governamentais para aten-der esse nicho de empre-sários, com certeza, ela faz circular mais fácil os recursos dentro do próprio município, favorecendo a economia local”, explica Cavalcante.

De acordo com dados da Prefeitura de Presi-dente Figueiredo, somen-te em 2013, o município realizou 166 contratos com micros e pequenas empre-sas escolhidas por meio de licitações, que juntas receberam em torno de R$ 17,1 milhões em 2013.

Compras de pequenas empresas são 22% em Presidente Figueiredo,

diz prefeito Neilson Cavalcante

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AÇÃO

Ao se preparar para ven-der para o governo do Ama-zonas, o micro e pequeno empresário adquire a ex-periência necessária para se tornar apto também para usufruir das compras das prefeituras do interior do Estado. De acordo com a gerente da UAPP do Sebrae Amazonas, Lamis-se Cavalcanti, a Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas já foi implan-tada, atualmente, em 11 cidades amazonenses.

Porém, segundo ela, a meta é dobrar esse nú-mero, com a adoção da lei geral em Manaus, onde a legislação foi regulamen-tada, mas não implantada, e em ao menos outros dez municípios. São eles: Bar-celos, Boa Vista dos Ramos, Boca do Acre, Itacoatiara, Maués, Parintins, Santa Isabel do Rio Ne-gro, São Ga-briel da Cachoei-ra, São P a u l o de Oli-vença

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 B5

De acordo com dados obtidos junto ao Sebrae, a Prefeitura de Manaus ad-quire somente 1% de suas compras das microempre-sas, empresas de pequeno porte e empreendedores individuais. Conforme a gerente da UAPP do Sebrae no Amazonas, Lamisse Ca-valcanti, a administração municipal tem dado mais

prioridade para a realiza-ção de obras que permi-tem maior participação de grandes empresas.

Em 2012, a prefeitura lici-tou em torno de R$ 64,5 mi-lhões, economia de em torno 19,38% em relação a 2011. A gestão municipal promove licitações até R$ 80 mil, em respeito a Lei Complemen-tar n.º 123/2006, contudo o

índice de participação dos empreendedores de peque-no porte ainda é baixo.

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) informou, por sua vez, que o órgão tem feito recomendações aos entes governamentais para implantar leis que be-nefi ciam os micros e pe-quenos empresários nas licitações públicas.

Prefeitura compra apenas 1%

MICRO E PEQUENAS EMPRESAS

Aumento foi favorecido pelo esforço conjunto que governo do Estado, prefeituras do interior e entidades privadas como o Sebrae realizaram para incrementar a participação de pequenos empresários nas compras públicas

Presença em licitações é ampliada no AM

O esforço conjunto do governo do Estado, das prefeituras do interior e das entida-

des privadas para estimular a participação de micro e peque-nas empresas em licitações tem surtido efeito positivo no Amazonas. Dados mais recen-tes mostram que até outubro de 2013, micro e pequenos empresários representavam 28,2% das compras públicas do governo amazonense, ín-dice que equivale a R$ 316 milhões de tudo o que foi adquirido por meio de pregão eletrônico pela Comissão Ge-ral de Licitação (CGL).

Em 2012, essa participação foi de apenas 13%, com volume comprado de R$ 260 milhões. A tendência é que esse porcentual tenha um aumento em função de alguns projetos adotados no Amazonas que vão incrementar as aquisições governamentais das empresas de pequeno porte nos próximos anos, inclusive, nos municípios do interior do

Estado. “É preciso preparar o empresário para estar apto para participar das licitações, em especial, por causa do gran-de volume da compra”, afi rma o diretor-técnico do Serviço Bra-sileiro de Apoio às Micro e Pe-quenas Empresas (Sebrae) no Amazonas, Maurício Seff air.

A meta é elevar a participação para 30%, considerado ideal pelo Sebrae. O índice pode ser alcançado se os governos esta-duais e municipais aplicassem com mais zelo o artigo 48 da Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas - LC n º 123/2006, dispositivo que permite a reali-

zação de licitação diferenciada no valor de até R$ 80 mil voltada exclusivamente para as micro e empresas de pequeno porte.

UniãoNa esfera federal, a participa-

ção nas compras públicas neste ano chegou a 80%, aproxima-damente 25% a mais do que o índice registrado em 2011 (65%) e 10 pontos porcentuais a mais do que no ano passa-do, quando foi verifi cado que 70% das aquisições da União eram provenientes de micro e pequenas empresas.

Apesar do crescimento, os empresários ainda enfrentam alguns gargalos como o acesso à internet e a logística que difi -culta o deslocamento do interior para a capital do Estado para poder participar das licitações governamentais. “Precisamos ampliar o cadastro de micro e das empresas de pequeno porte ativas como fornecedores do governo federal”, avalia a ge-rente da Unidade de Articulação em Políticas Públicas (UAPP) do Sebrae no Amazonas, Lamisse Said da Silva Cavalcanti.

PERFILNo Amazonas, existem em torno de 75,6 mil empresas, sendo 3.025 de pequeno porte, 34.942 micros empre-sas e 37.676 empre-endedores individuais, conforme dados colhi-dos pelo Sebrae

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Jander Filgueras tem planos para

participar do “fi lão” das licitações para vender seus servi-

ços e produtos para o governo

Dono de um empre-endimento de pequeno porte, o empresário Jander Filgueras, 45, está “de olho” em uma oportunidade para poder vender seus serviços e produtos para o Esta-do, negócio que consi-dera como um “fi lão”. Ele fi cou otimista depois que o governo sinalizou com a adoção de medi-das que facilitaram as aquisições governamen-tais vindas das micro e pequenas empresas.

Filgueras prevê que a partir do próximo ano, ele começará a partici-par de licitações públicas para poder expandir os horizontes da Solalux, empresa de sua proprie-dade situada na Zona Centro–Sul, que é espe-cializada na comerciali-zação de soluções para a parte de iluminação, incluindo, as obtidas di-retamente da energia solar. “Estou buscando informações, pois temos produtos interessantes que conseguem baixar o valor da conta de luz em até 80%”, afi rmou.

O empresário Ricardo Collyer, 34, que é só-cio-proprietário da PAD, empresas do ramo de vendas de artefatos de concreto e pisos de alta resistência, afi rma que possui interesse em de-senvolver o seu portfólio de clientes. “O Estado faz compras com volumes elevados”, declara.

Empresários se planejam para o futuro

Apesar de representarem quase metade das empre-sas registradas no Amazo-nas, os micros e pequenos empreendedores enfrentam alguns gargalos para se tor-narem fornecedores de ór-gãos federais, estaduais e municipais. Para “desatar o nó”, o Sebrae tem ajudado a mudar essa realidade.

Um dos projetos da en-tidade é o “Fomenta”, que consiste na realização de seminários, na capital e no interior do Estado, com pa-lestras, cursos e ofi cinas que esclarecem sobre temas re-lacionados a legislação e ao conhecimento técnico dos certames públicos. Com as informações, os empresá-

rios se capacitam para as oportunidades do mercado de compras públicas.

Conforme o Sebrae, em 2013, foram realizados 11 Seminários “Fomenta”, no interior do Estado, com a participação de 1.827 pes-soas entre gestores públicos estaduais e municipais, em-presários e consultores.

Sebrae ‘desata’ os gargalos

Expansão no interior do Estadoe Urucará.

Em Presidente Figueiredo (a 107 quilômetros de Manaus, onde a lei geral foi implemen-tada neste ano, as compras públicas das micro e pequenas empresas giram em torno de 22%. Para o prefeito do mu-nicípio, Neilson Cavalcante, o índice é signifi cativo, pois se já aproxima dos 30%, que é o por-centual ideal das aquisições g o v e r - namentais .

empresa de sua proprie-dade situada na Zona Centro–Sul, que é espe-cializada na comerciali-zação de soluções para a parte de iluminação, incluindo, as obtidas di-retamente da energia solar. “Estou buscando informações, pois temos produtos interessantes que conseguem baixar o valor da conta de luz em até 80%”, afi rmou.

O empresário Ricardo Collyer, 34, que é só-cio-proprietário da PAD, empresas do ramo de vendas de artefatos de concreto e pisos de alta resistência, afi rma que possui interesse em de-senvolver o seu portfólio de clientes. “O Estado faz compras com volumes

índice é signifi cativo, pois se já aproxima dos 30%, que é o por-centual ideal das aquisições g o v e r - namentais .

“Quando a administração pública direciona, por meio da legislação, as compras governamentais para aten-der esse nicho de empre-sários, com certeza, ela faz circular mais fácil os recursos dentro do próprio município, favorecendo a economia local”, explica Cavalcante.

De acordo com dados da Prefeitura de Presi-dente Figueiredo, somen-te em 2013, o município realizou 166 contratos com micros e pequenas empre-sas escolhidas por meio de licitações, que juntas receberam em torno de R$ 17,1 milhões em 2013.

Compras de pequenas empresas são 22% em Presidente Figueiredo,

diz prefeito Neilson Cavalcante

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AÇÃO

Ao se preparar para ven-der para o governo do Ama-zonas, o micro e pequeno empresário adquire a ex-periência necessária para se tornar apto também para usufruir das compras das prefeituras do interior do Estado. De acordo com a gerente da UAPP do Sebrae Amazonas, Lamis-se Cavalcanti, a Lei Geral das Micros e Pequenas Empresas já foi implan-tada, atualmente, em 11 cidades amazonenses.

Porém, segundo ela, a meta é dobrar esse nú-mero, com a adoção da lei geral em Manaus, onde a legislação foi regulamen-tada, mas não implantada, e em ao menos outros dez municípios. São eles: Bar-celos, Boa Vista dos Ramos, Boca do Acre, Itacoatiara, Maués, Parintins, Santa Isabel do Rio Ne-gro, São Ga-briel da Cachoei-ra, São P a u l o de Oli-vença

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Pelo menos em sete comunidades onde existem Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), pesquisa revela que há, entre os jovens, baixa escolaridade e desemprego

Jovens de áreas pacificadas não estudam ou trabalham

De acordo com a pesquisa da Federação das Indústrias do Rio, grande parte dos jovens que moram nas favelas são carentes de escolas

Cerca de 34% dos jo-vens de 18 a 29 anos de idade que moram em comunidades pa-

cificadas do Rio de Janeiro, não trabalham, nem estudam. O dado consta do estudo Somos os Jovens das UPPs, divulgado pelo Sistema Firjan (Federa-ção das Indústrias do Rio de Janeiro). Na faixa de 15 a 18 anos, o percentual dos jovens que não estudam, nem traba-lham cai para 12%.

O levantamento foi feito com 1.652 jovens de 15 a 29 anos de sete comunida-des com unidades de Polícia Pacificadora (UPPs): Jacarezi-nho, Manguinhos, Mangueira, Prazeres/Escondidinho, São Carlos, Vidigal e Coroa/Fal-let/Fogueteiro. São áreas nas quais a Firjan desenvolve o Programa Sesi Cidadania.

De acordo com a Firjan, os números apontados no estu-do mostram a necessidade de investimento em educa-

ção nessas comunidades. Um dos dados revela que 46% dos jovens entre 15 e 17 anos ainda não chegaram ao ensino médio, e dos que têm 18 anos ou mais, 57% não conseguem completar o ensino regular escolar.

ResponsabilidadesOutros dados apontados no

estudo mostram a precoci-dade com que os jovens das comunidades pesquisadas assumem responsabilidades de adultos: 17% dos que têm entre 15 e 29 anos tiveram filhos entre os 12 e os 17 anos, e 13% dos que estão na faixa de 15 a 17 anos já ajudam financeiramente suas famílias.

Segundo a Firjan, um fator positivo apontado no diag-nóstico é o grande avanço dos jovens de hoje em relação à geração anterior. Enquanto 48% dos maiores de 21 anos pesquisados no estudo têm

pelo menos o ensino médio completo, entre seus pais e mães a escolaridade é bem menor, de 14% e 16%, res-pectivamente. Com relação ao ensino superior, apenas 3% dos pais chegaram à univer-sidade, contra 12% de seus filhos maiores de 21 anos.

O estudo aponta ainda a importância dada à educação pelos jovens de hoje das comu-nidades contempladas com UPPs, mesmo entre aqueles que não conseguiram chegar ao ensino médio. Valorizado por 94% dos jovens, o fato de ter um diploma é considerado por 20% deles o aspecto mais importante para o mercado de trabalho.

NúmerosEm novembro, o IBGE divul-

gou o “Síntese de Indicadores Sociais – Uma Análise das Condições de Vida dos Bra-sileiros”, onde um em cada cinco jovens brasileiros de 15

a 29 anos não trabalhava, nem frequentava a escola em 2012, sendo que cerca de 70% eram mulheres. O grupo, cha-mado de “nem-nem”, reúne 9,6 milhões de pessoas e era maior entre os jovens de 18 a 24 anos de idade (23,4%). No subgrupo de 15 a 17 anos, a proporção foi 9,4%.

Entre as mulheres “nem-nem”, 58,4% tinham pelo menos um filho. A proporção cresce com a idade: 30% das meninas com idade entre 15 e 17 anos, 51,6% entre 18 a 24 anos e 74,1% do grupo entre 25 e 29 anos.

De acordo com a coordena-dora-geral da pesquisa, Ana Lúcia Saboia, não é possível atestar uma causa direta en-tre ter filho e não trabalhar nem estudar. “Precisamos ter uma estrutura melhor de creches, por exemplo. Nós mulheres sabemos como é difícil conciliar trabalho com filho”, comentou ela.

Juizados especiais estão funcionando no recesso

Apesar da interrupção de fim de ano dos trabalhos do Poder Judiciário, os jui-zados especiais instalados em sete dos principais ae-roportos brasileiros fun-cionarão durante o reces-so forense, que começou no final de semana. Cria-dos em 2007 para tentar agilizar a resolução de problemas relatados por usuários do transporte aéreo, os juizados são operados pelos tribunais de Justiça estaduais e pelos tribunais regionais federais (TRFs). Eles aten-dem a queixas cujo valor da causa não ultrapasse 20 salários mínimos, ou, atualmente, R$ 13.560.

Segundo o Conselho Na-cional de Justiça (CNJ), a decisão visa a atender ade-quadamente aos usuários durante as festas de fim de ano, quando aumenta o número de pessoas via-jando de avião. Os pro-blemas mais relatados são violação, furto e extravio de bagagens, atraso e cance-lamento de voos e também overbooking, ou seja, a ven-da de passagens além da capacidade da aeronave.

ConflitosO objetivo de concilia-

dores e juízes é tentar so-lucionar os conflitos entre usuários, empresas aéreas e administradores portuá-rios por meio de um acordo amigável. Quando a con-ciliação não é possível, o processo é encaminhado e redistribuído ao Juizado Es-pecial Cível da comarca de residência do passageiro.

Em São Paulo, as equi-pes do juizado do aeroporto internacional de São Pau-lo/Guarulhos – Governador André Franco Montoro, atenderão das 11h às 22h, entre segunda-feira e sex-ta-feira. Aos sábados, do-mingos e feriados, o aten-dimento será oferecido das 15h às 22h. Já no aeroporto de Congonhas, o juizado funcionará de segunda a sexta, das 10h às 19h e das 14h às 19h, aos sába-dos, domingos e feriados. Ambos vão funcionar nas vésperas e nos feriados de Natal e Ano-Novo. No Rio de Janeiro, o juizado do aero-porto internacional do Rio de Janeiro/Galeão-Antonio Carlos Jobim funcionará 24 horas por dia.

AEROPORTOS

CNJ determinou um sistema de mutirão nos aeroportos

Cidadão vai ‘vigiar’ programas sociaisO governo federal disponi-

bilizará, em janeiro, um portal que vai permitir à população monitorar os programas so-ciais, é o mesmo instrumento usado pela presidente Dilma Rousseff e pela Casa Civil para fiscalizar as ações. Segundo a chefe da Casa Civil, ministra Gleisi Hoffmann, dos cerca de 40 programas monitorados atu-almente, com mapas referen-ciados, três estarão no portal a partir do próximo mês: Mais Médicos, Minha Casa, Minha Vida e Desastres Naturais.

“Queremos esses programas disponíveis agora em janeiro porque é importante a popu-lação nos ajudar a fiscalizar e acompanhar os programas”,

disse Gleisi. A ministra ressal-tou que muitos dados estão no Portal da Transparência e no Sistema Integrado de Ad-ministração Financeira (Siafi), mas nem sempre de uma forma gerencial, que permita à popula-ção ajudar na fiscalização.

O sistema disponibilizado traz um mapa do país com pontos marcados em cada mu-nicípio onde os programas são executados e dá uma visão geral na qual o cidadão poderá selecionar um local para mais detalhamento. Segundo Glei-si, no programa Mais Médicos, será possível obter o número de profissionais com nome e dados de cada um, bem como do tutor responsável, além de

um mapa com a localização da unidade de saúde onde eles atendem. As informações são atualizadas a cada envio de profissionais.

No Minha Casa, Minha Vida, serão disponibilizados dados de todos os empreendimen-tos registrados, os nomes das construtoras, a data de início e término das obras e o número de unidades. O cida-dão também poderá acessar fotos das obras.

De acordo com a ministra, o sistema com dados sobre de-sastres naturais ainda precisa ser mais bem estruturado por-que muitos dados de estados e municípios chegam desen-contrados ao sistema.

PORTAL

Ministra Gleisi Hoffmann afirma que o cidadão vai poder monitorar os programas do governo

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MARCELLO CASAL JR/ABR

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B7MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 Mundo

Relatório da ONU tem afegã de 13 anos vendida pelo paiNações Unidas lançou, em relatório, as experiências de mulheres violentadas no Afeganistão nos últimos 30 anos

A “ONU Mulheres” lançou um relatório sobre experiências violentas vividas por

afegãs durante 30 anos, en-tre 1978 e 2008. Os depoi-mentos foram colhidos pela agência das Nações Unidas em sete províncias, incluindo Cabul e Kandahar. Para a ONU Mulheres, o relatório “Como um Pássaro com Asas Quebradas” dá voz às civis afegãs que “foram negadas a um lugar na História”. Nos de-poimentos, elas relembram episódios de violência física ou sexual e falam sobre seu trauma psicológico.

A agência nota que as mu-lheres ficaram especialmente vulneráveis durante o regime Talebã, com medo de que seus filhos fossem sequestra-dos. Muitas afegãs contaram que não acreditam em justiça para os criminosos.

Segundo a ONU Mulhe-res, pelo código penal do Afeganistão, estupros são muitas vezes tratados como adultério e tanto o respon-sável como a vítima podem enfrentar sanções criminais. Em alguns casos, as mu-lheres são obrigadas a se casar com o estuprador para “manter sua honra.”

MedoOutro destaque do relatório

vai para os casamentos for-çados. Uma mulher conta que aos 14 anos, foi obrigada pelo próprio pai a se casar com um homem de 65 anos. O pai tinha medo de que a filha fosse se-questrada pelo Talebã. O marido morreu cinco anos depois, a deixando com dois filhos.

Já uma moradora de Kan-dahar relata que aos 13 anos, foi vendida para um homem es-tranho para que seu pai pudesse saldar suas dívidas. Outra afegã foi obrigada a se casar com um comandante do Talebã.

RecomendaçõesSegundo a ONU Mulheres,

metade das entrevistadas ti-nham entre 10 e 14 anos de idade quando foram forçadas a se casar. O relatório conclui que estupros e outras formas de violência sexual foram usa-dos como arma de guerra e que o conflito exacerbou os casamentos forçados.

A ONU Mulheres pede ao governo do Afeganistão que ponha um fim imediato à cul-tura da impunidade e garanta que os autores de crimes de violência contra mulheres e meninas sejam responsabili-zados por seus atos. No relatório da ONU, meninas relatam os episódios de violência física ou sexual e falam sobre os traumas dessas experiências

NYTIMES

Sudão do Sul à beira da guerra civil

CRISE

O Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou por unanimidade uma resolu-ção para reforçar com 5.500 capacetes azuis a missão no Sudão do Sul (UNMISS), o que eleva o número de soldados na região para 12,5 mil. “Não há solução militar para este conflito. É uma crise política que requer uma solução pací-fica”, disse o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, após agradecer ao Conselho de Se-gurança pela pronta resposta. Os soldados serão transferi-dos das missões de Congo, Darfur, Costa do Marfim, Li-béria e da região sudanesa de Abyei para ajudar a frear a escalada de violência que deixou milhares de mortos nos últimos dias.

O embaixador do Sudão do Sul na ONU, Francis Deng, saudou a resolução. “Eu asseguro que meu governo está fazendo todo o possí-vel, nessas difíceis circuns-tâncias, para restabelecer a ordem e a estabilidade.”

Guerra civilO ministro alemão do Ex-

terior, Frank-Walter Stein-meier, também elogiou a resolução. “Precisamos evi-tar que o conflito se torne uma guerra civil motivada por razões étnicas”, disse. A correspondente da DW Hannah McNeish disse que no país já se fala em guerra civil. “A situação escalou de um conflito político para as-sassinatos étnicos generali-

zados”, disse McNeish, que está na capital do Sudão do Sul, Juba. Segundo ela, civis armados se juntaram a vá-rias facções militares e estão atacando etnias rivais.

Os tumultos no país come-çaram quando o presidente Salva Kiir acusou o ex-vice-presidente Riek Machar de uma tentativa de golpe de Estado. A disputa política entre eles está por trás do conflito, já que ambos per-tencem a etnias diferentes. Kiir faz parte da etnia Dinka, o maior grupo étnico do Sudão do Sul, enquanto Machar per-tence à comunidade étnica Lou Nuer. Ambas as tribos têm travado violentos confli-tos desde a independência do Sudão do Sul, em 2011.

Crise política, vira conflito étnico e deixa Sudão próximo a um colapso e guerra civil

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 (92) 3090-1041

Vem mais chuva por aí, afi rma Inmet

Dia a dia C3

IONE MORENO

Moradores reivindicam melhoria no transporteInvestimentos em veículos e alteração de rota à capital integram as reclamações de moradores de Iranduba e Cacau-Pirêra

Moradores do Cacau-Pirêra, distrito do município de Iran-duba (há 22 quilômetros da capital) reivindicam melhorias no transporte intermunicipal. Além de investimentos nos veículos, eles solicitam mo-difi cações na rota, que pas-se a levar os passageiros da vila até o centro de Manaus, e não somente até o bairro da Compensa, Zona Oeste, como acontece.

A integrante da associação dos moradores do Cacau-Pi-rera, a secretária Marta He-lena Andrade, explicou que tanto o ônibus que parte da sede do município, quanto o que sai do Cacau-Pirêra com destino à capital, desembar-ca no bairro da Compensa. “Tem muita gente que sai daqui e trabalha como domés-tica no Centro, ou nos bairros de Educandos, na Chapada e na Cidade Nova. Então essas trabalhadoras tem que sair mais cedo de casa, e pegar dois, às vezes, três ônibus para chegar ao destino. Se a rota fosse até o Centro, se-ria melhor para distribuir os trabalhadores”, defendeu.

Segundo ela, além de per-derem menos tempo - com a extensão da rota até o Centro - os trabalhadores ainda gastariam menos com as passagens. “Da sede do Iranduba a tarifa de ônibus custa R$ 3,50 e do Cacau R$ 2,50. E, o trabalhador ainda tem que pagar mais uma ou

duas passagens só de ida”, pontuou a secretária.

Andrade ressaltou tam-bém as condições dos ve-ículos responsáveis pelo transporte entre os municí-pios, que segundo ela mere-cem manutenção. “Não tem conforto”, ressaltou.

Por meio de nota, a Su-perintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) informou que a criação de um serviço de transporte que possa atender essa demanda está em discussão, visto que

se trata de um transporte in-termunicipal e por isso envolve órgãos das prefeituras e o governo do Amazonas. Além da criação de linhas de ôni-bus, estuda-se a possibilidade de haver um meio de trans-porte fl uvial até o porto de Manaus, no Centro.

A SMTU informou também que existe um projeto de cons-trução de cinco terminais de integração, construído após a construção da ponte Rio Negro, para servir de ponto de apoio aos viajantes.

Com a construção da ponte Rio Negro, moradores que habitam a sede de Iranduba e o distrito de Cacau-Pirêra reclamam que as rotas de ônibus praticadas não atendem as suas necessidades

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Afora os transtornos de locomoção, os usuários de transporte coletivo do en-torno da ponte também reclamam da falta de segu-rança na área. O estudante universitário Átila Salles, 21, que mora no município de Manacapuru e estuda em Manaus, reclama da falta de estrutura no local.

Segundo ele, antes os co-letivos deixavam os estudan-tes no porto de São Raimun-

do e, agora, com a ponte, eles estão fi cando na Compensa, próximo à ponte.

Conforme Átila, a esta-ção onde o ônibus fi ca em Manaus não tem uma ilu-minação adequada. Essa falta de iluminação é, se-gundo ele, extremamente prejudicial não só à clas-se estudantil mas a toda a população que necessita do transporte coletivo, uma vez que no período da noite,

os usuários fi cam expostos à ação de assaltantes.

“De vez em quando passa uma viatura da Polícia Mili-tar aqui nas proximidades, mas mesmo assim, não é garantia de que estamos em segurança”, declara.

Para a estudante univer-sitária Perla Novo, 22, que também estuda em Ma-naus, o ideal seria que os usuários pudessem contar com terminal e um posto

de polícia, pois somente assim a população que se utiliza do serviço poderia ficar menos preocupada com a ação de bandidos no local e não ficaria sobres-saltada, com medo, e mui-tas vezes receosa de ficar aguardando um coletivo.

“Tem que ter uma estrutura decente aqui, pois, o ônibus nos deixa na rua, em um ponto de ônibus que não tem nem cobertura”, disse.

Segurança pública e estrutura em terminal

Sem um terminal adequado, com abrigo coberto, população aguarda pelos coletivos em locais sem o mínimo de estrutura

MANUTENÇÃOAlém de reclamarem da rota dos ônibus, os moradores tam-bém pedem que seja dada manutenção aos veículos que saem de Cacau-Pirêra ou da sede de Iranduba com destino à capital

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C2 Dia a dia

A necessidade de tornar os rios amazônicos mais viáveis à nave-gação, resultou nos

últimos anos na instalação de vários portos, em alguns municípios da região, por par-te do poder público federal e estadual. Mais de 20 portos foram entregues para operar nos municípios, entretanto a maioria continua com proble-mas devido a má qualidade nas obras executadas e a falta de mão de obra qualifi cada para neles operar.

A responsável pela gestão desses portos é a Administra-ção das Hidrovias da Amazônia Ocidental (Ahimoc). O órgão é vinculado ao Ministério dos Transportes, responsável pela promoção e desenvolvimento das atividades de execução, acompanhamento e fi scaliza-ção de estudos, obras e ser-viços de hidrovias, dos portos

fl uviais e que lhe venham a ser atribuídos pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

Alguns portos são obras pro-blemáticas como é o caso do porto do município de Humaitá - localizado a 590 quilômetros de Manaus -, na região do rio Madeira, inaugurado em 2010. A obra que custou R$ 12,8 milhões aos cofres públicos foi danifi cada pela cheia dos rios. Pedaços de madeira foram lan-çados contra a estrutura que foi arqueada.

No porto de Itacoatiara - situado a 176 quilômetros da capital -, a ponte que dá aces-so ao cais cedeu difi cultando o acesso dos passageiros. De acordo com o deputa-do Sidney Leite (DEM), este porto é de suma importância, pois faz transbordo de car-gas de madeira e grãos, o que movimentava a economia do município.

O porto de Parintins - a 369 quilômetros de Manaus -, está operando com permissão da autoridade marítima, mas com algumas restrições. Uma delas é a de só poder receber 2,5 mil toneladas de porte bruto.

No município de Tefé - a 523 quilômetros da capital -, o convênio foi cancelado devido à demora no processo de efe-tivação, assim como em Fonte Boa - a 678 quilômetros -, que está com as obras paradas, pois passa por uma avaliação técnica, e tem a previsão de entrega para março de 2014.

Portos comprometidos no AM Numa região onde boa parte dos moradores dependem das estradas fluviais, os portos instalados em alguns municípios deixam a desejar

ABANDONOA hidrovia do Solimões-

Amazonas é umas das prin-cipais hidrovias brasilei-ras. Porém o transporte é subaproveitado. O seu signifi cado econômico e social é de grande impor-tância, pois permite um transporte de baixo custo

De acordo com a lei nº 8.630/93, que regulamenta o regime de trabalho no porto organizado, com o objetivo principal de regular proce-dimentos que permitam uma gestão sem riscos aos trabalhadores portuários. O profi ssional deve ter a prévia habilitação, mediante treina-mento realizado em entida-de indicada para conhecer a legislação, os controles documentais, planilhas, bem como níveis de segurança.

Entretanto, somente os

portos de Tabatinga e Parin-tins, possuem profi ssionais treinadas, ou seja, portuá-rios. Os demais, operam com pessoas sem qualquer quali-fi cação ou mesmo noção da legislação. De acordo com o deputado estadual Sidney Leite, a concessão da admi-nistração dos portos é reali-zadas por meio de critérios políticos. “Eu andei sabendo que o Sabá Reis (Superinten-dente da Ahimoc) faz acordos políticos para administrar o porto”, informa.

Lei versus apadrinhamentos

Ponte que dá acesso ao porto cedeu, em Itacoatiara

ARQUIVO EM TEMPO

Portos instalados no Amazonas apresentam problemas como infra-estrutura, segurança e material humano

ADRIANA PIMENTELEspecial EM TEMPO

Na terra do boi-bumbá, Parintins, o porto local opera com restrições, recebendo apenas 2,5 toneladas de porte

ARQUIVO EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 C3

Portos comprometidos no AM

Porto de Tabatinga é um dos poucos no Amazonas, onde os trabalhadores são portuários, conforme determina a lei, que regula o regime de trabalho no local

Para o deputado estadual Sidney Leite (DEM) exis-tem vários gargalos tanto para as empresas navais, indústria e comércio, como para os passageiros. Al-guns portos ainda não são suficientes para serem con-siderados seguros.

Em virtude de posiciona-mento dos novos portos, alguns tiveram que operar em terra. Entretanto de acordo com o engenheiro naval Pedro Nunes, este não seria um problema, pois é necessário verificar a ca-pacidade do convés para operar, existem estruturas capazes de operar em terra e na água.

“Tem que cobrar quem construiu para que possa dar condições de atender mesmo em períodos de seca“, afirma.

ProvidênciasConforme a representante

da Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Ive-te Coelho, todos os portos licitados entre 2005 e 2008 para o interior estão em fase de revisão do projeto. Se-

gundo Coelho, os mesmos deverão ser entregues até o final de 2014.

O Dnit sinalizou também um investimento de R$ 180 milhões que deverão resol-ver, a situação de 13 portos no interior do Amazonas.

Na última sexta-feira (27), mais um porto foi entregue, o do município de Coari - a 363 quilômetros de Manaus -, que é também um im-portante porto de escoa-ção de mercadoria para o interior do Amazonas. A obra recebeu verba do go-verno federal e custou R$ 11,2 milhões, sendo R$ 3,8 milhões de contrapartida do governo do Estado.

Melhorias previstas em 2014

Porto de Humaitá também apresenta problemas

SATISFAÇÃOA equipe do EM TEM-

PO, fez contato com o superintendente da Ahi-moc, Sabá Reis, pelo tele-fone xxxx- 7340, mas não obteve respostas sobre a situação dos portos do Amazonas, até o fecha-mento desta edição

REPRODUÇÃO

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 C5

Estudos dobrados para viabilizar sonhos e desejosPlanos para a idade adulta, incluindo-se aí um posto de trabalho, ainda que seja sob influência do pai ou da mãe, levam crianças a definir seus papéis no futuro

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

O sucesso nas olimpíadas tem levado estudantes do Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM) a investir, desde cedo, em estudos e carreiras

ALB

ERTO

CÉD

SR A

RAÚ

JO

Fã de matemáti-ca, Kelly Laisse Viana, 12, aluna do 7º ano do CMPM, venceu o nervo-sismo e arrebatou uma medalha de bronze, já na primeira participação da olimpíada. “Foi muito difícil, estudei bastante, mas achei que não es-tava preparada porque estava difícil e estava nervosa. Achei que não tinha passado. Nem quis olhar no site”, revela.

Acreditando que não tinha se saído bem, a menina nem procurou sa-ber o resultado. “Minha mãe chegou tremendo, e me falou que eu tinha ganhado a medalha de bronze”, recorda.

O resultado positivo no concurso escolar in-centivou Kelly Viana a planejar nova maratona de estudos para poder participar da próxima olimpíada que deve acon-tecer no ano de 2014. Apesar da pouca idade, ela revela acreditar na importância dos estu-dos para a garantia de um futuro melhor.

Superação garantevitória

Ciente da visibilidade que ganha um estudante que se destaca na olimpíada, a alu-na Glenda Ribeiro da Silva, 14, que cursa a 9º série na mesma escola, também pre-tende investir no concurso. No primeiro ano em que a menina participou da olimpía-da, já arrebatou uma menção honrosa. “Acho que em 2014 vou tentar novamente, eu me empolguei um pouco. Não es-perava nada e já que consegui. Penso no meu currículo, no

meu futuro, na facilidade de entrar na universidade, nas escolas”, avalia.

Apesar da pouca idade e da fala mansa, Glenda também já analisou as possibilidades e inclusive já ponderou o que pretende fazer profissional-mente. “O que eu estudo aju-da em tudo, na universidade, no currículo, no futuro e tudo mais. Penso em tentar uma vaga na Nokia, mas quero passar no CMM (Colégio Mi-litar de Manaus). Penso em

ser anestesista, acho que tem a ver comigo. Desde crian-ça queria qualquer área da medicina. Antes pensava em pediatria, mas fui pensan-do e acho que anestesista é melhor”, ressalta.

Esforçada, a menina cultiva um boletim invejável e diz ter facilidade tanto nas maté-rias que envolvem cálculos, como em outras áreas. “Me dou bem em todas as ma-térias, não tenho dificuldade. Não tenho ainda uma maté-

ria preferida”, destaca. Apesar de ter facilidade em aprender e o interesse pelos estudos, a menina duvidava que pu-desse conseguir uma boa colocação na competição.

Ao contrário de alguns pais, o dilema da mãe de Glenda, Maria Clênice Ribeiro da Silva, 44, é tentar frear um pouco o envolvimento da menina pelos estudos. “Não cobro, procuro deixá-la tranquila, mas ela sempre quer perfeito, não aceita um erro”, conta.

Empolgação para participar das olimpíadas

Glenda Ribeiro da Silva, estudante da 9ª série do CMPM, planeja ingressar em uma universidade e sonha em ser anestesista

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Foi-se o tempo em que “ser grande” era a úni-ca resposta de uma criança ao ser questio-

nada sobre seus planos para o futuro. Hoje muitas delas sabem o que querem e, mais, arquitetam planos para viabi-lizar os desejos.

“Eu pretendo seguir carreira de juíza, que acho legal, ou carreira militar, porque minha mãe gosta disso. Também vou me esforçar para, mais para frente, tentar uma vaga na Nokia, no curso de mecatrô-nica porque envolve mate-mática, e é coisa que gosto. Acho muito legal mexer com robótica”, disse a estudante Mayla Catarina Ribeiro Cam-pos, 12, que cursa o 7º ano da escola estadual Waldock Fricke de Lyra, o 3º Colé-gio Militar da Polícia Militar (CMPM), localizado no bair-ro Parque São Pedro, Zona Norte de Manaus.

Em 2013, ela conquistou uma das 11 medalhas de bronze abocanhadas pelo co-légio durante a 9ª Olimpía-da Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), realizada pelo Instituto Na-cional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Foram 11

medalhas de bronze, uma de prata e 23 menções honrosas. Em 2012, foram três meda-lhas e 16 menções, sendo que uma delas também foi conquistada pela menina.

Mayla conta que sempre foi incentivada pela mãe a gostar de matemática e, na escola encontrou nos profes-sores a atenção suficiente e motivação para vencer as

questões. “Para a olimpíada, o professor Maxuel sempre fazia dinâmica e nos passa-va provas já aplicadas. Ele sempre falava ‘raciocínio ló-gico, pensamento rápido’. A minha professora Elisandra Rosa também me incentivou bastante”, lembrou-se.

Apesar de não acreditar que poderia ter uma boa colocação no concurso nacional, a estu-dante tentou manter a calma e

dar o melhor de si no momento da avaliação. “Tentei fazer até o último momento. Não ima-ginei que ia ganhar, não me empenhei muito. Me esforcei, mas não com o objetivo de ganhar nada”, disse.

No fim de novembro, o resultado da prova foi di-vulgado e Mayla soube da conquista pela mãe. “Minha mãe me ligou muito feliz, foi demais. A minha mãe sempre me incentivou, me cobrava muito, ela fala que é para eu ser exemplo para minha irmã”, apontou.

Para a menina, mais que o título de fera em matemáti-ca, a medalha é importante porque pode ser o passaporte para voos maiores, podendo garantir, inclusive, uma bolsa em outras escolas da capital. Por isso, Mayla nem esperou o ano terminar para programar os compromissos para 2014. No próximo ano, a agenda da estudante está tomada com a escola, cursos preparatórios e de inglês. “Meu objetivo é ganhar uma medalha de prata ou ouro. Minha mãe vai me colocar no cursinho prepa-ratório. Também vou estu-dar inglês para participar do programa Jovem Embaixador, tudo para facilitar o acesso a vagas em outros colégios”, revelou a estudante.

VITÓRIAA estudante Mayla não acreditava que poderia ter uma boa colocação na Olimpíada Brasilei-ra de Matemática das Escolas Públicas, mas no fim de novembro de 2013 o resultado con-firmou sua conquista

Além das conquistas na olimpíada de matemática, o diretor do 3º Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM), o tenente-coronel Rudney Caldas comemo-rou o bom desempenho das turmas que pode ser cons-tatado na redução de es-tudantes de recuperação. A escola comporta 2,5 mil alunos nos três turnos.

Contudo, há 2 anos o oficial lembra que a fama da escola se resumia ao bai-xo desempenho dos alunos - que alcançaram a nota 3.1, na avaliação do Índi-ce de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2011 - e a frequente ame-aça do tráfico de drogas na redondeza. A estrutura do prédio também assustava, segundo o diretor, a picha-ção se estendia da parede até no teto. “Os meninos tinham uma apresentação pessoal horrível e havia ca-sos de droga. A primeira

providência que tivemos foi uma intervenção nos banheiros, todos os vasos eram entupidos e quan-do tentamos desentupir alguns, não conseguimos. Quando desobstruímos os vasos encontramos cartei-ras. Eu acho que eles fur-tavam as carteiras e enfia-vam nos vasos, deu muito trabalho”, lembrou-se.

Se a estrutura degrada fosse a única preocupação, o choque da nova adminis-tração não teria sido tão grande. “Nossa realidade foi bem dura, quando che-gamos. No primeiro diag-nóstico percebemos que tínhamos alunos no 7º ano analfabetos”, revelou.

A realidade foi transfor-mada após a demanda dos próprios moradores que após mobilização, abaixo-assinado e inúmeros pedi-dos de intervenção, conse-guiram que a metodologia da escola fosse alterada.

Desempenho é comemorado

Tenente-coronel Rudney Caldas, diretor do 3º Colégio Militar da Polícia Militar, comemora as vitórias alcançadas pelos alunos

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JO

De carrasco para o que-ridinho dos estudantes. Para o coronel, o gosto dos alunos pelo estudo da matemática surgiu após a motivação. “Começamos com concurso interno de matemática. Verificamos os meninos que tinham mais habilidade e colocamos como representante da tur-ma. Fazíamos aos sábados sabatina de matemática, bingo e percebemos que os meninos se animaram e resolvemos inscrevê-los na Olimpíada de Matemá-tica. Para nossa surpresa ganhamos em 2012, uma medalha de prata e duas de bronze”, afirmou.

O desempenho dos es-tudantes na olimpíada chamou a atenção das escolas particulares. E, o aluno que conquistou me-dalha de prata ganhou uma bolsa em outra escola. “Se a gente conseguiu desen-volver esse menino para

chamar atenção do mer-cado é isso que a gente quer”, afirmou.

Com um pouco mais de estudo, incentivo e espe-rança renovada no ano que entra, não será surpresa ver

o sucesso dos estudantes. “Estávamos batalhando para a medalha de ouro, não conseguimos, mas che-gamos muito perto. Vamos tentar em 2014, quem sabe não será o nosso ano?”, sugere o coronel.

Motivação ajudou estudantes

Com o incentivo dos professores, estudantes do 3º Colégio Militar passaram a ter mais motivação para estudar matemática

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CONQUISTAA estudante Mayla não acreditava que poderia ter uma boa colocação na Olim-píada Brasileira de Matemática das Es-colas Públicas, mas o resultado confir-mou sua conquista

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 C5

Estudos dobrados para viabilizar sonhos e desejosPlanos para a idade adulta, incluindo-se aí um posto de trabalho, ainda que seja sob influência do pai ou da mãe, levam crianças a definir seus papéis no futuro

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

O sucesso nas olimpíadas tem levado estudantes do Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM) a investir, desde cedo, em estudos e carreiras

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Fã de matemáti-ca, Kelly Laisse Viana, 12, aluna do 7º ano do CMPM, venceu o nervo-sismo e arrebatou uma medalha de bronze, já na primeira participação da olimpíada. “Foi muito difícil, estudei bastante, mas achei que não es-tava preparada porque estava difícil e estava nervosa. Achei que não tinha passado. Nem quis olhar no site”, revela.

Acreditando que não tinha se saído bem, a menina nem procurou sa-ber o resultado. “Minha mãe chegou tremendo, e me falou que eu tinha ganhado a medalha de bronze”, recorda.

O resultado positivo no concurso escolar in-centivou Kelly Viana a planejar nova maratona de estudos para poder participar da próxima olimpíada que deve acon-tecer no ano de 2014. Apesar da pouca idade, ela revela acreditar na importância dos estu-dos para a garantia de um futuro melhor.

Superação garantevitória

Ciente da visibilidade que ganha um estudante que se destaca na olimpíada, a alu-na Glenda Ribeiro da Silva, 14, que cursa a 9º série na mesma escola, também pre-tende investir no concurso. No primeiro ano em que a menina participou da olimpía-da, já arrebatou uma menção honrosa. “Acho que em 2014 vou tentar novamente, eu me empolguei um pouco. Não es-perava nada e já que consegui. Penso no meu currículo, no

meu futuro, na facilidade de entrar na universidade, nas escolas”, avalia.

Apesar da pouca idade e da fala mansa, Glenda também já analisou as possibilidades e inclusive já ponderou o que pretende fazer profissional-mente. “O que eu estudo aju-da em tudo, na universidade, no currículo, no futuro e tudo mais. Penso em tentar uma vaga na Nokia, mas quero passar no CMM (Colégio Mi-litar de Manaus). Penso em

ser anestesista, acho que tem a ver comigo. Desde crian-ça queria qualquer área da medicina. Antes pensava em pediatria, mas fui pensan-do e acho que anestesista é melhor”, ressalta.

Esforçada, a menina cultiva um boletim invejável e diz ter facilidade tanto nas maté-rias que envolvem cálculos, como em outras áreas. “Me dou bem em todas as ma-térias, não tenho dificuldade. Não tenho ainda uma maté-

ria preferida”, destaca. Apesar de ter facilidade em aprender e o interesse pelos estudos, a menina duvidava que pu-desse conseguir uma boa colocação na competição.

Ao contrário de alguns pais, o dilema da mãe de Glenda, Maria Clênice Ribeiro da Silva, 44, é tentar frear um pouco o envolvimento da menina pelos estudos. “Não cobro, procuro deixá-la tranquila, mas ela sempre quer perfeito, não aceita um erro”, conta.

Empolgação para participar das olimpíadas

Glenda Ribeiro da Silva, estudante da 9ª série do CMPM, planeja ingressar em uma universidade e sonha em ser anestesista

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Foi-se o tempo em que “ser grande” era a úni-ca resposta de uma criança ao ser questio-

nada sobre seus planos para o futuro. Hoje muitas delas sabem o que querem e, mais, arquitetam planos para viabi-lizar os desejos.

“Eu pretendo seguir carreira de juíza, que acho legal, ou carreira militar, porque minha mãe gosta disso. Também vou me esforçar para, mais para frente, tentar uma vaga na Nokia, no curso de mecatrô-nica porque envolve mate-mática, e é coisa que gosto. Acho muito legal mexer com robótica”, disse a estudante Mayla Catarina Ribeiro Cam-pos, 12, que cursa o 7º ano da escola estadual Waldock Fricke de Lyra, o 3º Colé-gio Militar da Polícia Militar (CMPM), localizado no bair-ro Parque São Pedro, Zona Norte de Manaus.

Em 2013, ela conquistou uma das 11 medalhas de bronze abocanhadas pelo co-légio durante a 9ª Olimpía-da Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep), realizada pelo Instituto Na-cional de Matemática Pura e Aplicada (Impa). Foram 11

medalhas de bronze, uma de prata e 23 menções honrosas. Em 2012, foram três meda-lhas e 16 menções, sendo que uma delas também foi conquistada pela menina.

Mayla conta que sempre foi incentivada pela mãe a gostar de matemática e, na escola encontrou nos profes-sores a atenção suficiente e motivação para vencer as

questões. “Para a olimpíada, o professor Maxuel sempre fazia dinâmica e nos passa-va provas já aplicadas. Ele sempre falava ‘raciocínio ló-gico, pensamento rápido’. A minha professora Elisandra Rosa também me incentivou bastante”, lembrou-se.

Apesar de não acreditar que poderia ter uma boa colocação no concurso nacional, a estu-dante tentou manter a calma e

dar o melhor de si no momento da avaliação. “Tentei fazer até o último momento. Não ima-ginei que ia ganhar, não me empenhei muito. Me esforcei, mas não com o objetivo de ganhar nada”, disse.

No fim de novembro, o resultado da prova foi di-vulgado e Mayla soube da conquista pela mãe. “Minha mãe me ligou muito feliz, foi demais. A minha mãe sempre me incentivou, me cobrava muito, ela fala que é para eu ser exemplo para minha irmã”, apontou.

Para a menina, mais que o título de fera em matemáti-ca, a medalha é importante porque pode ser o passaporte para voos maiores, podendo garantir, inclusive, uma bolsa em outras escolas da capital. Por isso, Mayla nem esperou o ano terminar para programar os compromissos para 2014. No próximo ano, a agenda da estudante está tomada com a escola, cursos preparatórios e de inglês. “Meu objetivo é ganhar uma medalha de prata ou ouro. Minha mãe vai me colocar no cursinho prepa-ratório. Também vou estu-dar inglês para participar do programa Jovem Embaixador, tudo para facilitar o acesso a vagas em outros colégios”, revelou a estudante.

VITÓRIAA estudante Mayla não acreditava que poderia ter uma boa colocação na Olimpíada Brasilei-ra de Matemática das Escolas Públicas, mas no fim de novembro de 2013 o resultado con-firmou sua conquista

Além das conquistas na olimpíada de matemática, o diretor do 3º Colégio Militar da Polícia Militar (CMPM), o tenente-coronel Rudney Caldas comemo-rou o bom desempenho das turmas que pode ser cons-tatado na redução de es-tudantes de recuperação. A escola comporta 2,5 mil alunos nos três turnos.

Contudo, há 2 anos o oficial lembra que a fama da escola se resumia ao bai-xo desempenho dos alunos - que alcançaram a nota 3.1, na avaliação do Índi-ce de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2011 - e a frequente ame-aça do tráfico de drogas na redondeza. A estrutura do prédio também assustava, segundo o diretor, a picha-ção se estendia da parede até no teto. “Os meninos tinham uma apresentação pessoal horrível e havia ca-sos de droga. A primeira

providência que tivemos foi uma intervenção nos banheiros, todos os vasos eram entupidos e quan-do tentamos desentupir alguns, não conseguimos. Quando desobstruímos os vasos encontramos cartei-ras. Eu acho que eles fur-tavam as carteiras e enfia-vam nos vasos, deu muito trabalho”, lembrou-se.

Se a estrutura degrada fosse a única preocupação, o choque da nova adminis-tração não teria sido tão grande. “Nossa realidade foi bem dura, quando che-gamos. No primeiro diag-nóstico percebemos que tínhamos alunos no 7º ano analfabetos”, revelou.

A realidade foi transfor-mada após a demanda dos próprios moradores que após mobilização, abaixo-assinado e inúmeros pedi-dos de intervenção, conse-guiram que a metodologia da escola fosse alterada.

Desempenho é comemorado

Tenente-coronel Rudney Caldas, diretor do 3º Colégio Militar da Polícia Militar, comemora as vitórias alcançadas pelos alunos

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De carrasco para o que-ridinho dos estudantes. Para o coronel, o gosto dos alunos pelo estudo da matemática surgiu após a motivação. “Começamos com concurso interno de matemática. Verificamos os meninos que tinham mais habilidade e colocamos como representante da tur-ma. Fazíamos aos sábados sabatina de matemática, bingo e percebemos que os meninos se animaram e resolvemos inscrevê-los na Olimpíada de Matemá-tica. Para nossa surpresa ganhamos em 2012, uma medalha de prata e duas de bronze”, afirmou.

O desempenho dos es-tudantes na olimpíada chamou a atenção das escolas particulares. E, o aluno que conquistou me-dalha de prata ganhou uma bolsa em outra escola. “Se a gente conseguiu desen-volver esse menino para

chamar atenção do mer-cado é isso que a gente quer”, afirmou.

Com um pouco mais de estudo, incentivo e espe-rança renovada no ano que entra, não será surpresa ver

o sucesso dos estudantes. “Estávamos batalhando para a medalha de ouro, não conseguimos, mas che-gamos muito perto. Vamos tentar em 2014, quem sabe não será o nosso ano?”, sugere o coronel.

Motivação ajudou estudantes

Com o incentivo dos professores, estudantes do 3º Colégio Militar passaram a ter mais motivação para estudar matemática

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CONQUISTAA estudante Mayla não acreditava que poderia ter uma boa colocação na Olim-píada Brasileira de Matemática das Es-colas Públicas, mas o resultado confir-mou sua conquista

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C6 Dia a dia

Atenção com crianças deve ser constante Sair com os pequenos pode se tornar uma grande dor de cabeça, caso ocorra um desaparecimento

As compras de fi nal de ano podem se tornar um pesadelo, para algumas famílias, em

virtude da grande concentra-ção de pessoas, nas ruas do Centro e também nos shop-ping centers da cidade. Entre a população que se encontra nas lojas é possível presenciar situações complicadas com famílias que vão juntas e não prestam atenção às crianças, e o que ocorre é o desapare-cimento dos pequenos.

Quando o caso ocorre, o desespero e as compras ter-minam no exato momento em que foi confi rmada a au-sência da criança. Muitos não sabem o que fazer, e outros até aguardam um prazo de 24 horas para realizar a denúncia do desaparecimento.

A delegada titular da Delega-cia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Dep-ca), Linda Gláucia de Moraes, salienta que o cuidado com as crianças deve ser contínuo nesta época do ano.

“Os familiares devem ter pre-caução em qualquer momento, e nesse tempo de festas, não é aconselhável levar as crianças para esses lugares ou em algum tipo de aglomeração, pois corre riscos, principalmente quando uma criança é deixada com outra criança, pois os seques-tradores procuram esse tipo de caso”, salienta.

Caso ocorra algum sumiço, Linda Gláucia explica que a fa-mília não deve esperar passar 24 horas para a realização da denúncia, e sim ir com urgên-cia a qualquer delegacia para comunicar o ocorrido. “Assim podemos fechar todos os meios de saídas e entradas da ci-dade e realizar a divulgação da imagem do menor na im-prensa e termos um resultado positivo”, observa.

Entre o trabalho da Depca está por primeiro a identifi -cação do local do crime, para saber se há testemunhas que viram o sequestro, câmeras que fi lmaram o momento da ação, além do fechamento de todas as saídas da cidade, por meio de ofícios comunicando que a criança desaparecida não saia do município.

A questão de trote também atrapalha o período de inves-tigação. “Isso é um trabalho sério e a família está sofrendo sem a criança perto dela, então pedimos que a população não faça os trotes, pois prejudica o nosso trabalho”, salienta a titular da Depca.

Ocorrências Caso recente aconteceu com

a menina Tamara de Oliveira da Silva, 3, que foi sequestrada na tarde do último dia 24, no momento em que se encontrava com o irmão de 13 anos, em uma loja de departamentos, localiza-da na avenida Floriano Peixoto, no centro de Manaus.

Uma mulher morena, de altura baixa e cabelos ruivos, abordou o irmão da vítima perguntando se eles tinham ganhado presen-tes de Natal e pediu que ele escolhesse, pois iria comprar o brinquedo que desejasse.

Na ocasião, a suspeita en-tregou uma nota de R$ 20 e pediu que o irmão da vítima comprasse uma boneca para Tamara na loja ao lado, en-

quanto ela aguardava com a menina o retorno do garoto. Quando o irmão da vítima re-tornou, sua irmã e a suspeita haviam desaparecido.

Na manhã do dia seguinte, um motorista de táxi não identifi ca-do foi abordado nas proximida-des do bairro Mauazinho, Zona Leste, por uma mulher morena, cabelo encaracolado e alta, que estava com uma criança, e pediu que ele as levassem até o Morro da Catita, localizado no bairro Jorge Teixeira, quarta etapa.

Quando chegaram ao destino fi nal, a mulher desceu do carro deixando Tamara e informou ao taxista que iria a sua casa buscar o dinheiro, pois a corrida estava dando o valor de R$ 80. Após uma hora e meia de espera o ta-xista resolveu procurar a mulher que não foi encontrada.

Por volta das 13h30 o mo-

torista de táxi procurou a 13ª Companhia Interativa Comuni-tária (Cicom) e apresentou a criança e relatou os fatos. Por causa do desaparecimento de Tamara, uma guarnição achou que a criança tinha as mesmas características de Tamara e a levou para a sede da Depca.

Na delegacia os pais reconhe-ceram a fi lha, e detalharam que o cabelo da criança havia sido cortado, como também as rou-pas que ela vestia não eram as mesmas que ela trajava no mo-mento em que desapareceu.

Um dia depois de Tamara ser entregue à família, o taxista José Roberto Souza Maia retornou à delegacia e revelou ser marido da suposta sequestradora e pro-curou a polícia pelo fato de o caso ter repercutido em toda a cidade. A suposta sequestrado-ra, Paloma Priscila de Oliveira, 21, também esteve na Depca, onde disse ter encontrado as crianças com fome e por isso resolveu comprar um lanche e em seguida levou na loja para comprar uns brinquedos, mas quando procurou o irmão de Tamara, ele não se encontra-va mais no local e por isso resolveu levar a menina para casa. A suspeita foi indiciada pelos crimes de lesão corporal e sequestro, enquanto o marido taxista vai responder pelo crime de favorecimento pessoal.

Outro caso aconteceu com o autônomo Francisco Martins, 35, que foi ao shopping com a família e no momento em que sua esposa, a dona de casa Letícia Moreira, 32, entrou em uma loja, deixou o carri-nho em que estava o fi lho do casal em posse do pai.

Ao continuar a andar no shopping Francisco se dis-traiu com o preço de alguns aparelhos celulares e deixou o carro com o fi lho nos cor-redores do estabelecimento. Quando se atentou ao que havia acontecido, se deslocou imediatamente para o local em que havia deixado o fi lho, e vários curiosos rodeavam o carrinho do bebê.

AÇÃOTrabalho da Depca bus-

ca identifi car o local do crime, além de imagens e testemunhas, seguido do fechamento de todas as saídas da cidade, para evitar que a criança desa-parecida, porventura pos-sa deixar o município

Delegada Linda Gláucia de Moraes salienta que atenção aos fi lhos deve ser redobrada, durante compras em locais movimentados

Algumas dicas para evitar transtornos como os dos casos relatados ao lado, são bem simples de serem seguidas, e que servem não apenas para ser utilizadas no final de ano, mas tam-bém no período de férias, quando ocorrerem viagens ou em outras situações.

Procure colocar pul-seira de identificação nos pequenos, com o nome da criança e um telefone de contato.

Evite deixar seu fi-lho sozinho, mesmo que você acredite que a criança se encontra em um local seguro.

Crianças maiores e adolescentes têm mais facilidades para decorar telefones dos pais. Se pos-

sível, deixe com eles um aparelho celular.

Vista a criança com cores fáceis de serem localiza-das, pois em locais de muita aglomeração será mais fá-cil ele ser identificado.

Evite se distrair. Às ve-zes o simples gesto de olhar uma vitrine, aten-der a um celular ou mes-mo parar para falar com um conhecido pode fazer com que a criança se dis-tancie e acabe sumindo de suas vistas.

Segure firme a mão da criança, principalmente em locais públicos. Isso torna difícil para eles se perderem como eles po-dem segui-lo muito fa-cilmente e evita que os pequenos fiquem vagando

por conta própria. Tenha uma conversa com

seu filho em casa, antes de sair, e explique porque ele deve permanecer perto de você e também sobre onde você vai passear. As crianças pequenas quando são perdidas muitas vezes choram e não sabem o que

fazer nessa situação. Saber como pedir ajuda

pode significar que se uma criança está perdida, pode pedir ajuda sem hesitar e assim se tornar mais fácil para você encontrá-los.

Caso a criança tenha sumido identifique ime-diatamente se o lugar tem câmeras de segurança, que monitorem o local.

Não hesite em pedir ajuda especializada, caso

comprovado o desapareci-mento da criança. A polícia está aí para ajudar.

Há muitas coisas que você pode fazer quando o seu filho está perdido, mas se você tomar medi-das preventivas, vai garan-tir que o seu filho não se perca em algum lugar.

Dicas para não perder os fi lhos de vistaORIENTAÇÃO

Há muitas coisas que você pode fazer quando o seu fi lho se perde, mas se medidas preventivas forem adotadas, vai ga-rantir que o seu fi lho não se perca em algum local, evitando transtor-nos para você

ISABELLE VALOISEquipe EM TEMPO

Autoridades policiais, acostuma-das a lidar com a recuperação de crianças desaparecidas, orientam aos pais para evitar a distração ao olhar uma vitrine ou mesmo parar para falar com um conhecido

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 C7

Atenção com crianças deve ser constante

Imagem de circuito de loja mostra o momento em que mulher aborda menino e a irmã, fugindo em seguida com a menina

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PlateiaCa

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o D

[email protected], DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 (92) 3090-1042 Plateia 3

Governo assina lei que limita meia-entrada

DIVULGAÇÃO

Estou viajan-do por todo o Brasil com o último CD lançado e pretendo preparar um DVD para gravar em 2014 mes-mo. (...) Sou bem tranqui-lo, e sempre entro com o pé direito no palco”

Diogo NOGUEIRA

‘Faremos um REPERTÓRIO para ninguém FICAR PARADO’

O ano de 2013 trouxe muitas alegrias e rea-lizações. Gravei um ál-bum em que faço ho-menagem às mulheres que tanto admiro e que tem enorme importân-cia na minha vida. En-fi m, foi um ano de mui-to trabalho e de muita dedicação”

FOTOS: WASHINGTON POSSATO/DIVULGAÇÃO

Sempre fui muito bem recebido em Manaus e adoro fa-zer shows na cidade (...) Vamos apresentar um show completo, ao lado de bailarinos da Cia de Dan-ça Carlinhos de Jesus”

GUSTAV CERVINKAEquipe EM TEMPO

Pouco mais de 1 ano depois, o cantor de samba Diogo Noguei-ra está de volta a Ma-

naus para se apresentar em outro evento público, dessa vez nada menos do que o Réveillon da cidade. O show da virada com o artista na-cional e internacionalmente conhecido, segundo o próprio falou ao EM TEMPO, é com-posto de músicas animadas e contará com a presença de bailarinos da companhia do dançarino mais famoso do Brasil, Carlinhos de Jesus.

Há pelo menos 3 anos, o artista comparece à capi-tal amazonense para fazer shows. Nogueira esteve em Manaus em agosto de 2011, quando veio apresentar a performance da turnê “Sou Eu”. Uma das características da cidade que mais marca-ram o artista é a recepti-vidade do público. “Sempre fui muito bem recebido em Manaus e adoro fazer shows na cidade”, destacou.

Filho do músico João No-gueira, que também repre-senta sua principal influên-cia artística, ele é admirador de outros nomes consagra-dos como os compositores Monarco, Nelson Sargento, Dona Ivone Lara, Cartola, Nelson Cavaquinho e Can-deia, além de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Martinho da Vila, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Jorge Aragão, Ar-

lindo Cruz e tantos outros bambas que fazem a história da música brasileira.

O Réveillon da cidade é uma promoção da Funda-ção Municipal de Artes e Cultura (ManausCult). Diogo Nogueira é a atração princi-pal, no anfiteatro da Ponta Negra. Contudo, a prefeitura anunciou que o axé da banda Oz Bambaz vai agitar um palco montado na Zona Les-te e que, além das atrações nacionais, haverá show de artistas amazonenses e di-versas atrações distribuídas em espaços voltados para todo o tipo de público.

EM TEMPO – O que sig-nificou 2013 para a sua carreira?

Diogo Nogueira – Estou muito feliz e 2013 foi um ano de muitas realizações. Gravei um CD em homenagem às mulheres, que tanto admiro e que tem importância enorme na minha vida. Foi um ano de muito trabalho, muita dedica-ção, fi z shows importantes no Brasil e no exterior, conheci nossa “mãe” África, e apro-veitei para fazer uma home-nagem a esse continente no meu show atual.

EM TEMPO – Como está a repercussão de “Mais Amor” (mais recente ál-bum lançado)?

DN – O CD teve ótima re-percussão e vejo as pessoas cantando direto durante os shows. A música “Quem Vai Chorar Sou Eu”, que eu tive

a felicidade de ter o Zeca Pagodinho cantando comigo, é um sucesso, e em janeiro vou gravar o clipe dela.

EM TEMPO – Você tem um certo equilíbrio na quantidade de álbuns lan-çados que foram gravados em estúdio e ao vivo. Exis-te preferência por algum desses formatos em de-trimento ao outro?

DN – Não teve nenhuma estratégia. Apenas deixei que os fatos acontecessem

na minha carreira. Gosto de gravar discos em estúdio, ir para a estrada com o show desse disco, amadurecendo, cantando outras músicas no-vas, e depois registrando a turnê em um DVD. Foi assim que aconteceu, até mesmo no DVD de Cuba (de 2012), que foi um desvio de percurso, mas que é um registro fi el do show que eu já vinha apresentando pelo Brasil.

EM TEMPO – O show previsto para a festa

de Réveillon de Manaus é semelhante ao que foi apresentado em meados de 2012 por aqui?

DN – Vamos apresentar um show completo, com “ban-dão”, Companhia de Dança Carlinhos de Jesus, e vamos fazer um repertório especial para ninguém ficar parado. Vamos celebrar este ano de 2013 e a chegada de um ano especial.

EM TEMPO – Aliás, ano passado você estava tra-balhando bem a divulga-ção do disco gravado em Cuba. Como está essa li-gação da sua música com o mercado e o público estrangeiro?

DN – Continuo indo ao ex-terior, levando o nosso sam-ba para todos os lugares, e este ano fiz cinco shows na África. Ano que vem deve-mos fazer uma nova turnê na Europa e nos Estados Unidos.

EM TEMPO – Está produ-zindo algo novo em estú-dio neste momento?

DN – Estamos viajando todo o Brasil com esse CD novo e vamos preparar um DVD para gravar em 2014.

EM TEMPO – Réveillon sempre lembra simpatias, oferendas etc. Você é su-persticioso?

DN – Sou bem tranquilo, sem maiores superstições, mas sempre entro no palco com o pé direito.

Diogo Nogueira, uma das vozes contemporâneas do samba mais conhecida no Brasil, vem anualmente a Manaus, desde 2011

REGISTROO cantor carioca afi r-ma que, embora tenha vários álbuns lançados tanto gravados em estúdio quanto ao vivo, não preferência por um formato ou outro, porque ambos possuem seus atrativos

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Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. A ilha caribenha de Saint Barthélémy – St. Barth para os íntimos - será palco de uma série de atrações especiais para comemorar a chegada de 2014, e uma das mais esperadas é a exibição do projeto solo do bailarino, ator e fotógrafo russo Mikhail Baryshnikov, que fi ca aberta ao público até o dia 4 de janeiro na galeria de arte contem-porânea Space SBH.

. Além da mostra do bailarino, outras atrações são muito aguardadas, como a tradicional Champagne Lounge do hotel Isle de France, que acontece hoje e irá oferecer as melhores safras de champanhe ao redor da piscina em um sunset que acompanha a exposição do famoso fotógrafo de moda Marco Gla-viano, conhecido por suas magnífi cas obras de nu realizadas em St. Barth.

. Já no dia 30, o centro da ilha receberá o lançamento do novo livro de Djordje Varda, um dos maiores de-signers de fl ores do mundo. O evento acontecerá no charmoso restaurante Le Carre, entre a Cartier e Hermés, junto com a festa Snow Ball organiza-da pela agência de locação de casas Si Barth, pertencente à Ashley Lacour, de uma das famílias mais antigas e tradicionais da ilha. No dia 31 é a vez do famoso DJ David Guetta animar a festa da virada de ano em um dos clubes mais descolados do mundo, o Nikki Beach, e logo depois, no dia 4 de janeiro, é a vez do Brasil invadir a famosa ilha, quando o Conexão St. Barth, junto com Carole Gruson, um dos grandes nomes da alta sociedade do balneário, realizarão a festa “Co-nexão Brazil” no restaurante Le Ti St Barth, o preferido das celebridades francesas e americanas. O DJ Paulo Boghosian animará a noite que tem decoração com obras da artista plás-tica brasileira Beatriz Chachamovits e outras atrações surpresas. Para mais informações acesse www.conexaost-barth.com. Temporada très chic.

>> Réveillon chic

Angela e Juarez de Lima, anfi triões no tradicional almoço de Natal

NAOCA RESTAURANTE

. Angela e Juarez Bulbol de Lima foram anfi triões da tarde do dia 25, orquestrando o tradicional almoço de Natal no endereço do condomínio Ephigênio Salles.

. Tarde cheia de charme, comemorando a data mais bonita e iluminada do ano! Delicias no lunch, iguarias fi níssimas regadas a vinho e champanhe. Tarde ótima!

. Mais de 15 mil pessoas são esperadas para o Réveillon, que será rea-lizado pela primeira vez na orla do Amarelinho, no Educandos, Zona Sul.

. As bandas Guetto e Vai Garotão são as principais atrações da festa, que inicia às 19h30, e também terá shows de boi, forró, samba e pagode, entre outros gêneros musicais. A festa é uma realização da Prefeitura de Manaus, por meio da Fundação Municipal de Cul-tura, Turismo e Eventos (ManausCult). Esta será uma das festas de Réveillon da cidade, além do principal evento da virada, na Ponta Negra, com o cantor Diogo Nogueira de atração principal.

>> Show pirotécnico. A Paradise Turismo está lançando em Manaus um cruzeiro sensacional

que vai agradar os amantes da boa mesa.

. A primeira edição do Royal Gourmet está marcada para o dia 4 de abril de 2014, a bordo do Splendour of the Seas, em um cruzeiro que visitará Buenos Aires, Montevidéu e Punta Del. Este saindo de Santos.

. Dentre as atividades, workshops de vinho, drinks, aulas práticas de culinária e degustação dos pratos preparados pelos chefs convidados, além de atividades gastronômicas para toda a família.

>> Royal gourmet

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– St. Barth para os íntimos - será palco de uma série de atrações especiais para comemorar a chegada de 2014, e uma das mais esperadas é a exibição do projeto solo do bailarino, ator e fotógrafo russo Mikhail Baryshnikov, que fi ca aberta ao público até o dia 4 de janeiro na galeria de arte contem-porânea Space SBH.

atrações são muito aguardadas, como a tradicional Champagne Lounge do hotel Isle de France, que acontece hoje e irá oferecer as melhores safras de champanhe ao redor da piscina em um sunset que acompanha a exposição do famoso fotógrafo de moda Marco Gla-

Moisa Guerreiro

Gisele Maranhão, Rebecca Garcia eEmanuelle Gil

O bonitón João Gabriel Bulbol de Lima

Marcelinho e Emanuelle Gil emolduran-do Bárbara Lins de Queiróz

Fernando Coelho Jr.

Luccas e a mãe, Sueli Nascimento, ele aniversariante do dia 31, comemorando a data em Londres

>> ChristmasFOTOS: DIVULGAÇÃO

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Entra em vigor nova lei que limita meia-entradaAs regras não valerão para a Copa do Mundo de 2014 nem para as Olimpíadas de 2016. Nestes eventos, a venda de ingressos é regulada pela Lei Geral da Copa. Emissão de carteiras de estudante fica restrita a poucas entidades

O texto da lei publicada anteontem, que estabelece regras para a emissão de meia-entrada no Brasil e limita a venda de ingressos pela metade do preço, ainda precisa de regulamentação

O governo federal pu-blicou sexta-feira, no Diário Oficial da União (DOU), a lei

que estabelece regras para a emissão de meia-entrada no país e limita a 40% a venda de ingressos pela metade do preço. O texto ainda precisa ser regulamentado.

De acordo com a nova lei, terão direito ao benefício estudantes, jovens de baixa renda e deficientes. A lei deter-mina que os estabelecimentos comerciais e culturais deverão disponibilizar em local visível ao público as informações atu-alizadas sobre o número total de ingressos e a quantidade disponível para venda pela metade do preço.

No entanto, o texto não informa qual órgão público fiscalizará os produtores de eventos. Isso deverá ser for-malizado na regulamentação da lei, que ainda não tem data para acontecer.

As regras não valerão para a Copa do Mundo de 2014 nem para as Olimpíadas de 2016. Nestes eventos, a venda de ingressos é regulada pela Lei Geral da Copa.

A cota de 40% era uma antiga reivindicação de pro-dutores culturais, que afirma-ram, durante a tramitação do projeto no Congresso, que os

preços dos ingressos poderão sofrer uma redução com a vigência da lei.

AssociaçõesO texto determina que ape-

nas a Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG), a União Nacional dos Estudan-tes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaris-tas (Ubes), os diretórios cen-trais dos estudantes (DCEs) e os diretórios acadêmicos poderão emitir as carteiri-nhas de estudante.

No entanto, em caso de fraude, a presidente ame-nizou as sanções previstas ao vetar a perda definitiva de autorização para emissão do documento estudantil. Fi-cam estabelecidas apenas multas e suspensão tempo-rária da autorização para quem emitir irregularmente as carteirinhas.

Na justificativa do veto, a presidente explica que a com-posição das entidades estu-dantis é “dinâmica por sua própria natureza” e por isso uma pena definitiva “prejudi-caria, de um lado, dirigentes da associação que jamais participaram de quaisquer ir-regularidades e, de outro, os próprios estudantes filiados, que teriam mais dificuldades para obter a sua carteira”.

Outros dois vetos foram feitos ao texto da lei. Um acaba com a possibilidade de desconto no transpor-te público local e o outro retira do texto a meia-en-trada para idosos. Segundo o governo, o benefício já está garantido no Estatuto do Idoso e não entra na

cota de 40% estabelecido na nova lei.

No caso dos deficientes, quem os acompanhar tam-bém poderá utilizar a meia-entrada. No entanto, a lei não especifica as regras para os acompanhantes.

Já os jovens que podem ter acesso ao benefício de-

vem ter entre 15 e 29 anos e possuir renda familiar de até dois salários mínimos. Eles têm ainda que estar inscritos no Cadastro Único para programas sociais do governo (CadÚnico).

A lei da meia-entrada determina também que as entidades estudantis

deverão manter e dis-ponibilizar um banco de dados com o registro de todos os estudantes que possuem a carteirinha. Os estabelecimentos comer-ciais deverão ter acesso a essas informações.

Por Mariana Haubert

Veto para descontos em transporte público

Acompanhantes de deficientes também poderão utilizar a meia-entrada, segundo a lei, mesmo sem especificar regras

ARQUIVO EM TEMPO/HUDSON FONSECA

DIVULGAÇÃO

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UNIMED

A maturidade de BeyoncéRESENHA

PERFIL

Bruno Mazieri Editor do caderno Salão Imobiliário

A cantora norte-ameri-cana Beyoncé é des-sas artistas mundiais que pouco precisa

provar algo para alguém, seja para gravadoras ou fãs – que vale ressaltar são muitos. Com uma série de Grammys adquiridos ao longo de anos de carreira, importantes ex-periências cinematográfi cas (“Dreamgirls” e “Motown”) e, acreditem ou não, até mesmo na moda com a grife House of Deréon, ela se fi rmou e promete fi car no mercado por muito tempo. Prova disso, foi o sucesso na vendagem do seu mais recente álbum homônimo – batendo a mar-ca de mais de 1 milhão de cópias via iTunes - e que foi lançado em uma madrugada de uma sexta-feira, quando todos menos esperavam.

Contendo 14 faixas, o disco “Beyoncé” é, sem dúvida, o momento mais maduro da cantora. Não apenas pelo fato de arriscar uma es-tratégia diferenciada para seu lançamento, mas pela qualidade sonora. Indo na contramão de todos os seus outros trabalhos, no qual o “bate cabelo”, por assim di-zer, era predominante, o novo disco vem cheio de um R&B poderoso e, claro, com pita-das de pop, para não dizer que não falamos de fl ores.

Desde seu terceiro traba-

lho “I Am... Sacha Fierce” – que contém o sucesso “Single Ladies” – Beyoncé parece que faz questão de contar e cantar por meio de suas músicas, cenas do cotidiano vivido por ela mes-ma e por pessoas que a cercam. Um desses casos é a décima terceira faixa do atual CD intitulada “He-aven”, onde descreveu com todo sentimento que lhe é peculiar, o sofrimento da perda de uma amiga de sua mãe, Tina Knowles.

Seguindo no mesmo cami-nho, a faixa “Pretty Hurts”, uma dessas baladas sofridas de dar dó, mostra a eterna busca para ser uma mulher perfeita e o quanto isso causa um sofrimento. Já com um lado mais sensual, surge “Drunk in Love”, onde divi-de os vocais com o marido Jay-Z. Repetindo a parceria que já permeou os inúmeros trabalhos da cantora. “Em-briagada”, ela canta o amor de uma maneira que poucas cantoras de sua geração con-seguem fazer.

Ainda no quesito parceria, ela dá espaço para outros dois cantores: o rapper Drake em “Mine”, onde questiona a situação de uma relação amoros e; a lenta “Superpo-wer”, com Frank Ocean que compôs “Miss You”, presente no CD “4”. Vale lembrar que

ainda tem a dan-çante “Flawless”, mostrando todo seu lado feminista com a presença da escritora ni-geriana Chimamanda Ngozi Adichie. Porém, a que prome-te ser o grande sucesso deste álbum é “XO”. Uma balada melosa, mas que é gostosa de ouvir repetidamente.

Para selar o trabalho, Beyoncé foi buscar inspira-ção em sua fi lha, Blue Ivy Car-ter, batizando a composição somente de “Blue”. Demons-trando todo o sentimento de mãe, a artista canta aos quatro cantos o quanto se sente abençoada e o quan-

to é feliz ao lado de sua “cria”.

E quem acha que acaba por aí está muito enganado. Jun-tamente com o CD, Beyoncé lançou 17 clipes que contam a assinatura de importantes nomes como Todd Turso – que também é diretor criativo da cantora – e Terry Richardson. Entre erros e acertos – mais acertos do que erros, por fa-vor – a cantora fechou 2013 do jeito que o povo e os fãs gostam: com boas novidades. E como os próprios críticos da Billboard decidiram, foi o melhor álbum do ano.

Contendo 14 faixas, o disco “Beyoncé” é, sem dúvidas, o momento mais maduro da cantora. Não apenas pelo fato de arriscar uma estratégia diferenciada para seu lançamento, mas tam-bém pela qualidade sonora”

lho “I Am... Sacha Fierce” – que contém o sucesso “Single Ladies” – Beyoncé parece que faz questão de contar e cantar por meio de suas músicas, cenas do

ma e por pessoas que a cercam. Um desses casos é a décima terceira faixa

aven”, onde descreveu com todo sentimento que lhe é peculiar, o sofrimento da perda de uma amiga de sua

nho, a faixa “Pretty Hurts”,

um lado mais sensual, surge ainda tem a dan-çante “Flawless”, mostrando to é feliz

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Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoBem diferente – 1Na Globo de hoje tem

pouca coisa de um ou dois anos atrás.

Hoje, no caso dos ato-res, por exemplo, muito poucos ficam um tempo maior parados. Só por absoluta estratégia.

Bem diferente – 2 Adriana Esteves e Dé-

bora Falabella são exem-plos clássicos das que, estrategicamente, foram de forma proposital exclu-ídas das escalações mais recentes das novelas ou séries.

Ambas tiveram papéis muito marcantes em “Ave-nida Brasil” e ainda preci-sam de um tempo maior para que Carminha e Nina caiam definitivamente no esquecimento.

Trabalhos corretos “Amor à Vida” tem atu-

ações muito boas. Paolla Oliveira, por exemplo, tem na Paloma muito prova-velmente o seu melhor trabalho na televisão.

Ela sabe usar suas cenas, às vezes só na base da expressão ou do olhar.

Aposta nelaSabe-se, no entanto,

que a atuação de Vanes-

sa Giácomo é uma das que mais agrada ao autor Walcyr Carrasco.

Ele, o Walcyr, não fala nada, mas algumas pes-soas revelam que a gran-de quantidade de cenas da personagem Aline não acontece por obra do acaso. Aliás, os dois já fizeram vários trabalhos juntos.

Pé da situação

Luciano Borges, o novo diretor de espor-tes da Rede TV!, só ago-ra completa um mês à frente do departamento. Um período que ele usou para tomar contato com os diversos setores da emissora.

O seu trabalho, efeti-vamente, começará em janeiro, inclusive com a possibilidade de acertar algumas contratações.

Por outro lado...Sabe-se que João Emanuel Carneiro, o autor de

“Avenida Brasil”, já tem, pelo menos, o rascunho da sua próxima novela na Globo.

Uma história, de acordo com pessoas próximas, emaranhada de mistérios e trabalho que, segundo as previsões, só estará no ar no primeiro semestre de 2015.

Bate-rebate•Rogério Ceni e a Globo te-

rão um novo encontro ainda na primeira ou segunda semana de janeiro.

•Mesmo com contrato re-novado no São Paulo, a sua participação na cobertura da Copa do Mundo não pode ser descartada.

•Fala-se, inclusive, que o Cen-tral da Copa seria uma das opções.

•A Globo vai levar “Além do Horizonte” até o fi m, conforme os planos traçados.

•E nem poderia ser diferente, porque a substituta no horário, “Geração Brasil”, também só agora ganhará maior embalo na sua produção.

•O movimento nas emissoras de televisão, entre o Natal e a chegada do Ano Novo, é quase nenhum.

•Apenas as novelas continuam sendo gravadas e o jornalismo trabalhando a meia marcha.

A reação do humorAté bem pouco tempo se reclamava

da falta de bons humorísticos na televi-são. Eram a “Praça” e o “Zorra Total” de sempre e mais nada. Como não existiu um trabalho mais consistente, os grandes redatores de humor foram desaparecen-do e sem reposição. Hoje, verifi ca-se, a situação já é outra. “Praça” e “Zorra” continuam, mas a comédia voltou ao cartaz em seriados muito bons.

DIVULGAÇÃO

A Rede TV! terá em 2014 os direitos de transmissão do campeonato brasileiro da Série B, com a participação de clubes com grandes torcidas.

Além de Ceará, Joinville, San-ta Cruz, América MG e tantos outros, a eles irão se juntar Vasco, Náutico e Ponte Preta que caíram este ano.

Ficamos assim. Mas ama-nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

O ano de 2013 foi recheado de acontecimentos importan-tes, geradores de importantes reflexões sobre a conjuntura política nacional, fatores consi-derados imprescindíveis para o pensamento histórico-político brasileiro. Fomos acossados pela quebra de todos os tipos de violação, de todos os tipos de direito, dos civis aos direitos políticos e deste para os direi-tos humanos. Policiais milita-res subjugaram os estudantes da capital pernambucana com gás lacrimogêneo e bombas de “efeito moral”; Pinheirinho (SP) fora invadida de forma brutal por policiais a base de cacetetes, revólveres, sprays de pimenta e muita boçalidade agredindo mulheres, crianças e ferindo nossa dignidade. A invasão na Cracolândia tam-bém se utilizou deste mes-mo ato truculento de extrema direita provando a todos os brasileiros que muitos dos nos-sos políticos são desprovidos de inteligência, sem qualquer lampejo intelectual, adotando medidas paliativas que ape-nas empurram a sujeira para debaixo do tapete.

Fomos surpreendidos pelos telejornais com a declaração de políticos caçoando de nosso regime democrático, jornalis-tas ameaçados por autoridades públicas e os ditos policiais re-chaçando protestos pacíficos, nos advertindo que as formas autocráticas de poder estão em jogo e de que está na hora de tomarmos algumas providên-cias. Fernando Henrique Cardo-so (FHC) já disse em entrevista que “todos sabem que quan-do você organiza um governo você tem que partilhar poder com os partidos. Mas você não

está partilhando poder, você está partilhando oportunida-des de ter bons contratos”, e isto certamente quer dizer que contratos não se limitam apenas a transações econô-micas entre políticos/partidos, empresas e licitações do go-verno. Contratos de natureza simbólica que assegurem um futuro promissor para filho de um, contratos que assegurem a permanência no poder de outros, prebendas relacionadas a favores sexuais na forma de agenciamentos, enfim, são algumas das estratégias que marcam a identidade política nacional e que FHC não deixa de sugerir.

Portanto, em primeiro lugar, temos que compartilhar infor-mações. As redes sociais são as principais ferramentas de acesso e que tem cumprido papel decisivo nesta questão. Um segundo ponto é manter-mos um discurso afiado, com-petente e racional que faça valer um plano de metas que se julgue eficiente e que deses-tabilize a política reacionária das altas esferas. Em terceiro, nada nos impede de continu-armos protestando das mais diferentes formas seja através de passeatas, caras pintadas, artigos e utilizando alguns re-cursos da boa mídia - ou o que sobrou dela – cada um a seu modo.

É possível imaginarmos um Brasil verdadeiramente repu-blicano e democrático, um pla-no de ações sociais que fuja da quase inevitável tentação do populismo à la PT, mas sempre observando a coerência e a destreza de um povo forte capaz de enfrentar obstáculos e mudanças decisivas.

Márcio [email protected]

Márcio Braz*ator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural

Fomos sur-preendidos pelos tele-jornais com a declaração de políticos caçoando de nos-so regime democrático, jornalistas ameaçados por autori-dades públi-cas e os di-tos policiais rechaçando protestos pacífi cos”

A mudança em novos tempos

Manu estreia no horário nobreA cantora pop teen Manu

Gavassi, 20, jura que não caiu de paraquedas no mundo das novelas. Segundo ela, desde pequena tem vontade de ser atriz. Fez o curso de teatro Célia Helena por seis anos e o de Wolf Maya por três meses, “para ter noção de TV”. Além disso, os pais eram atores quando se conheceram.

Tanta preparação para estre-ar no horário nobre da Globo como Paulinha, uma jovem... cantora. Fará parte do elenco de “Em Família”, novela das 21h de Manoel Carlos, que estreia em fevereiro e fala sobre o universo

da música, erudita e pop.Manu já gravou cenas da per-

sonagem em Goiânia, mas em nenhuma delas cantou. “Ainda estamos conversando, mas a ideia é que eu interprete músi-cas de minha autoria mesmo”, afi rma.

Esta não é a primeira vez que a cantora atua na TV. Em 2011, fez uma participação no seriado infantojuvenil “Julie e os Fantasmas”, coprodução da Band e da Nickelodeon.

Prestes a completar 21 anos, Manu diz que não pretende mu-dar de estilo, como fi zeram os cantores teen de sua geração

Justin Bieber e Miley Cyrus - que adotaram uma atitude ra-dical para tentar conquistar um público mais velho. “Respeito muito o público que começou comigo, não quero atravessar ninguém, nem mostrar que ‘ago-ra eu cresci’.”

Antes de gravar sua primeira cena na novela, ela disse que es-tava nervosa e chegou a ouvir do diretor, Jayme Monjardim, que estava muito magra. “Já comeu, Manu?”, perguntou o diretor. “Sim, bastante”, respondeu, com a reverência de funcionário em primeiro dia no emprego.

Por Isabelle Moreira Lima

TV

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D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Programação da TV

3h15 Jornal Da Semana Sbt4h Igreja Universal 5h Pesca Alternativa6h Brasil Caminhoneiro6h30 Aventura Selvagem7h30 Vrum8h Amazonas Da Sorte

SBT

O programa humorístico “Divertics” vai ao ar todos os domingos na faixa das 14h, na Rede Globo

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 As mudanças na carreira profi ssional podem ser maiores do que aquilo que esperava ou imaginava. Mas uma verdade com relação a ela estará mostrando que precisa ser assim.

TOURO - 20/4 a 20/5 Você está em fase nova, em especial para os planos de trabalho e de vida. Momento de morrer para certas convicções morais. Não há porque se prender a antigos dogmas. GÊMEOS - 21/5 a 21/6 É preciso aceitar transformações que estão inexoravelmente em curso. Momento de en-cerrar de vez os ciclos e as situações que já perderam completamente o sentido. CÂNCER - 22/6 a 22/7 Parcerias e associações podem passar hoje por crise profunda. As formas antigas devem dar lugar a novas essências, na vida a dois e nas associações formadas por você. LEÃO - 23/7 a 22/8 Hoje é o dia certo para se desfazer de velhas rotinas - e talvez isso aconteça até contra sua vontade. Há coisas e situações na vida doméstica que não têm mais razão de ser. VIRGEM - 23/8 a 22/9 Momento de morrer para certos sentimentos no amor, fl orescendo outros, de essência re-novada. Não fi que achando que a alegria vai de roldão nesse morrer. Novas nascerão. LIBRA - 23/9 a 22/10 Mágoas antigas e velhas ambientações emo-cionais negativas devem ser transformadas radicalmente. Pare de alimentar sentimentos velhos, simplesmente mude-se para outros. ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Há aspectos de seu jeito de se comunicar que talvez se mostrem, até de súbito, fora do tempo e da ordem pretendida. E você se dará conta de que algo deve mudar. SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Momento de especial revelação para você, em particular quanto aos desejos voltados à materialidade e quanto aos valores a partir dos quais avalia a sua vida. CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Momento de morrer para certos aspectos de sua personalidade que não deseja mais culti-var nem manter. Você tem passado por isso algumas vezes, pois lhe é necessário. AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 Hoje é dia de você abrir mão daquilo que é ruim e lhe faz mal. Deixe de teimar com convicções que só atrapalham a vida. Deixe também de alimentar seus problemas. PEIXES - 19/2 a 20/3 Novos sonhos podem então passar a habitar sua mente. Mas, para isso acontecer, é preciso que antes caiam por terra os sonhos que não mais correspondem a você.

CruzadinhasCinema

Questão de Tempo: Reino Unido. 12 anos. Cinépolis 10 – 15h (leg/diariamente); Cinemais Millennium – 16 h40, 19h20, 21h50 (leg/exceto terça-feira).

Ender´s Game - O jogo do extermi-nador: EUA. 10 anos. Cinemark 8 – 13h10 (dub/exceto quarta-feira), 15h50, 18h30, 21h10 (dub/exceto terça-feira), 23h50 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 10 – 20h45 (leg/exceto terça-feira); Playarte 4 – 14h, 16h20 (dub/somente terça-feira), 14h, 16h20, 18h40, 21h (dub/exceto terça-fei-ra), 18h40, 21h (dub/somente quarta-feira), 23h20 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 14h25, 16h45 (dub/diariamente), 19h (dub/somente terça-feira, quarta-feira e quinta-feira); Cinemais Plaza – 14h15, 16h25, 18h40, 21h (dub/ somente terça-feira, quarta-feira e quinta-feira).

A Vida Secreta de Walter Mitty: EUA. 10 anos. Cinemark 2 – 18h20, 21h (dub/exceto terça-feira), 23h40 (dub/somente sexta-feira e sábado), Cinemark 3 – 13h40 (dub/exceto quarta-feira), 16h30, 19h10, 22h (dub/exceto terça-feira); Cinépolis 2 – 17h50 (leg/exceto terça-feira); Cinépolis 6 – 13h30 (leg/exceto uarta-feira), 19h15 (leg/exceto terça-feira);

Playarte 9 – 18h30, 20h50 (dub/exceto ter-ça-feira), 18h30, 20h50 (dub/somente quar-ta-feira), 23h10 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 16h50, 21h10 (dub/exceto terça-feira); Cinemais Pla-za – 19h, 21h35 (dub/exceto terça-feira).

Minhocas: BRA. Livre. Cinemark 2 – 11h50, 14h (exceto quarta-feira), 16h10 (ex-ceto terça-feira); Cinépolis 10 - 13h15 (exceto quarta-feira); Cinemais Millennium – 14h40 (diariamente); 14h20 (diariamente).

O Hobbit – A Desolação de Smaug: EUA. 12 anos. Cinemark 1 – 11h10 (dub/exceto quarta-feira), 14h40 (dub/exceto sexta-feira e sábado), 18h10, 21h50 (dub/exceto ter-ça-feira); Cinemark 4 – 13h30 (dub/exceto quarta-feira), 17h10, 20h50 (dub/exceto ter-ça-feira); Cinépolis 1 – 13h05 (3D/leg/exceto quarta-feira), 16h45, 20h30 (3D/leg/exceto exceto terça-feira), Cinépolis 4 – 17h15 (3D/dub/exceto terça-feira), 21h (3D/leg/exceto terça-feira); Playarte 1 – 17h20 (3D/dub/exceto terça-feira), 17h20, 20h30 (3D/leg/somente quarta-feira), 20h30 (3D/leg/exceto terça-feira), 23h40 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado); Playarte 9 – 12h, 15h05 (dub/somente terça-feira), 12h10, 15h20

(exceto terça-feira), Playarte 10 – 13h30 (leg/somente terça-feira), 13h30, 16h40, 19h50 (leg/exceto terça-feira), 16h40, 19h50 (leg/somente quarta-feira), 23h (leg/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Millennium – 14h10, 17h30, 20h40 (dub/exceto terça-feira), 18h30, 21h30 (3D/dub/exceto ter-ça-feira); Cinemais Plaza – 18h30, 21h40 (3D/dub/exceto terça-feira), 14h30, 17h40, 20h50 (dub/exceto terça-feira).

Um Time Show de Bola: ARG/ESP. Livre. Cinemark 3 – 11h20 (dub/exceto quarta-feira).

Carrie, a Estranha: EUA. 16 anos. Playarte 8 – 13h15, 15h20 (dub/somente ter-ça-feira), 16h, 21h (dub/exceto terça-feira), 21h (dub/somente quarta-feira), 23h05 (dub/somente sexta-feira e sábado); Cinemais Plaza – 17h10, 19h40, 21h50 (dub/exceto terça-feira).

Última Viagem a Vegas: EUA. 12 anos. Playarte 2 – 19h10, 21h20 (dub/somente quarta-feira), 19h10, 21h20 (dub/exceto ter-ça-feira), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Crô: BRA. 12 anos. Cinemark 5 – 12h40 (exceto quarta-feira), 17h20 (exceto terça-feira), 22h10 (exceto terça-feira e quarta-feira); Playarte 3 – 13h30, 15h30 (somente terça-feira), 13h30, 15h30, 17h30, 19h30, 21h30 (exceto terça-feira), 17h30, 19h30, 21h30 (somente quarta-feira), 23h25 (so-mente sexta-feira e sábado); Cinemais Mil-lennium – 14h50, 19h10 (exceto terça-feira); Cinemais Plaza – 15h20, 17h30, 19h30, 21h30 (exceto terça-feira).

Vovô Sem Vergonha: EUA. 14 anos. Playarte 7 – 12h30, 14h30, 16h30 (leg/exceto terça-feira), 13h, 15h (leg/somen-te terça-feira), 17h, 19h, 21h (leg/somente quarta-feira).

Jogos Vorazes – Em Chamas: EUA. 14 anos. Playarte 8 – 13h10, 18h05 (dub/exceto terça-feira), 18h05 (dub/somente quarta-feira); Cinemais Plaza – 15h10 (dub/dia-riamente).

Bons de Bico: EUA. Livre. Playarte 2 – 13h10, 15h10 (dub/somente terça-feira), 13h10, 15h10, 17h10 (dub/exceto terça-feira).

Confi ssões de Adolescente: BRA. 12 anos. Baseado no livro homônimo de Maria Mariana, que também originou a peça teatral e a série televisiva. O fi lme mostra agora, em 2013, as confi ssões e confusões de irmãs adolescentes que vivem os amores, dúvidas, decisões e aventuras de sua geração. O difícil rito de passagem dos 13 aos 19 anos. Cinemark 1 – 14h40 (somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 10 – 18h15 (exceto terça-feira); Cinemais Millennium – 19h (somente sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira); Cinemais Plaza – 21h (somente sexta-feira, sábado, domingo e segunda-feira).

REPRODUÇÃO

PRÉ-ESTREIA

CONTINUAÇÕES

REDE TV

RECORD

GLOBO4h Santa Missa Em Seu Lar

5h Amazônia Rural

5h30 Pequenas Empresas, Grandes Negócios

6h05 Globo Rural

6h55 Auto Esporte

7h30 Esporte Espetacular

10h45 Cinema Especial

12h05 Temperatura Máxima

14h05 Divertics

15h25 Domingão Do Faustão

18h45 Fantástico

21h10 Junto E Misturado

21h55 Domingo Maior

23h35 Sessão De Gala

1h25 Corujão

2h45 Havaii Five - 0.

3h40 Festival De Desenhos

3h45 Bíblia Em Foco4h Santo Culto Em Seu Lar4h30 Desenhos Bíblicos7h Desenhos Bíblicos7h30 Record Kids8h Amazonas Da Sorte 9h Record Kids 10h Domingo Da Gente 13h15 O Melhor Do Brasil 17h20 Domingo Espetacular 21h15 Tela Máxima22h15 50 Por 1 23h10 Programação Iurd

6h30 Igreja Int.da Graça7h30 Igreja Int.da Graça8h30 Amazonas Dragway Na Tv 9h Rompendo Barreiras 10h Tv Kids 10h30 A Questão É 11h Igreja Da Graça

Frozen, Uma Aventura Congelante: EUA. Livre. Acompanhada por um alpinista, a jovem Anna parte numa jornada por perigosas montanhas de gelo na esperança de encontrar a lendária Rainha da Neve e acabar com a terrível maldição de inverno eterno que assola o reino. de 11 anos de idade, com difi culdades em se adaptar no condomínio de minhocas onde vive. Um dia, ele é acidentalmente escavado e levado para fora da terra. Começa uma série de aventuras, nas quais o garoto deve enfrentar o vilão BigWig até conseguir voltar para casa. Cinemark 5 - 14h50 (dub/dia-riamente), 19h30 (dub/exceto terça-feira); Cinépolis 4 – 14h15 (3D/dub/exceto quarta-feira); Playarte 1 -12h50, 15h05 (3D/dub/diariamente); Cinemais Millennium – 14h, 16h10 (3D/dub/diariamente); Cinemais Plaza – 14h10, 16h20 (3D/dub/diariamente).

Até Que a Sorte Nos Separe 2: BRA. 10 anos. Juntos novamente, Tino e Jane mais uma vez estão em difi culdades fi nanceiras. O saldo bancário do casal é salvo graças ao inesperado falecimento de tio Olavinho, que deixou para eles uma herança de R$ 50 milhões. Como o último desejo do tio foi que suas cinzas sejam jogadas no Grand Canyon, Tino e família aproveitam a viagem para dar uma esticada até Las Vegas. Cinemark 6 – 12h50 (exceto quarta-feira), 15h20 (diariamente), 17h50, 20h30 (exceto terça-feira), 23h10 (somente sexta-feira e sábado), Cinemark 7 – 11h30, 13h50 (exceto quarta-feira), 16h20, 18h50, 21h30 (exceto terça-feira), 0h (somente sexta-feira e sábado); Cinépolis 5 – 14h (exceto quarta-feira), 16h30 (diariamente), 19h, 21h30 (exceto terça-feira), Cinépolis 7 – 13h (exceto quarta-feira), 15h30 (diariamente), 18h. 20h40 (exceto terça-feira), Cinépolis 9 – 14h30, 17h (diariamente), 19h30, 22h (exceto terça-feira); Playarte 5 – 12h50, 15h (somente terça-feira), 12h50, 15h, 17h10, 19h15, 21h20 (exceto terça-feira), 17h10, 19h15, 21h20 (somente quarta-feira), 23h25 (somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 13h30, 15h40 (somente terça-feira), 14h, 16h10, 18h20, 20h30 (exceto terça-feira), 18h20, 20h30 (so-mente quarta-feira), 23h25 (somente sexta-feira e sábado); Playarte 7 – 20h31 (exceto terça-feira); Cinemais Millennium – 15h10, 17h20, 19h30, 21h40 (exceto terça-feira), 14h20, 16h30, 18h40, 20h50 (exceto terça-feira). Cinemais Plaza – 14h50, 17h, 19h10, 21h20 (exceto terça-feira), 14h, 16h10, 18h20, 20h30 (exceto terça-feira).

Álbum de Família: BRA. 10 anos. Baseado no livro de mesmo nome, August: Osage County conta a história de três irmãs que são obrigadas a voltar para casa e cuidar da mãe viciada em drogas (Meryl Streep), depois que o pai alcoólatra as abandona. O encontro provoca diversos confl itos e revela segredos do passado de cada um. Cinépolis 2 – 14h50 (leg/diariamente), 21h10 (leg/exceto terça-feira); Cinépolis 6 – 16h15 (leg/diariamente), 22h15 (leg/exceto terça-feira). Cinemais Millennium – 14h30, 17h, 19h35, 22h (leg/exceto terça-feira).

ESTREIA

9h Domingo Legal

13h Eliana

17h Roda A Roda Jequiti

17h45 Sorteio Da Telesena

18h Programa Sílvio Santos

22h De Frente Com Gabi

23h Série

0h Série 2

1h Série 3

2h20 Big Bang

3h Igreja Universal

12h Fique Ligado

13h En Circuito

14h30 A Questão É

15h Ad & D

15h30 Tv Kids

15h45 Vídeo Mania

16h15 Ritmo Brasil

17h Mornigng Show – Melhores Momentos

18h30 Te Peguei Na Tv

20h15 Teste De Fidelidade

21h35 Tv Shopping Manaus

22h35 Dr Hollywood

23h30 Fique Ligado (Reprise)

0h30 É Notícia

1h30 Bola Na Rede

2h Good News Especial

2h30 Igreja Int. Da Graça

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Page 31: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

O estilo sem igual da nossa primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, que, neste ano, realizou grandes ações em prol das famílias ama-zonenses. Sua dedicação e tra-balho com o Fun-do de Promoção Social continuam alegrando a vida de milhares de pessoas em nosso Estado. Aplausos e felicita-ções para 2014!

HER

ICK

PERE

IRA

Receber o Ano-Novo vestindo branco é preciso, já que é a cor da paz e traz bons fl uidos. O que não se pode é vestir branco e manter o coração “escuro” feito nuvem carregada. A você que pas-sou 2013 desejando o mal alheio, desejo que o branco não fi que só no guarda-roupa, mas na alma inteira, viu? Dê uma chance a você mesmo e faça o bem em 2014. É bom e Papai do céu pode lhe perdoar. Amém!

::::: Branco sempre!

Tudo pronto para o megashow de Réveillon no revitali-zado parque Ponta Negra. Com atrações locais e artistas convidados, a ManausCult espera um grande público assim como foi na inauguração da segunda etapa do complexo turístico. O sambista-colírio Diogo Nogueira é o chamariz para a grande festa da virada. Que venha 2014!

::::: Réveillon

A julgar pela disputa acirrada pelo palco do Réveillon em Parintins, 2014 promete ser um ano quente para os rumos da Ilha Tupinambarana. Na festa dividida entre prefeitura e uma associação folclórica, rolam todos os mexericos dignos de um “fofocário” popular. De suposta doença grave da cantora Joelma a possíveis quedas “acidentais” de energia, vale tudo para esvaziar a festa do outro. Pela fé!

::::: Feliz Ano-Novo?

A coluna fi ca feliz com os espaços revitalizados como a praça do Congresso, Ponta Negra e a Djalma Batista, que está recebendo fi nalmente calçadas decentes, mas é preciso dotar ou mesmo revitalizar a arborização desses locais. A praça do Congresso, por exemplo, possui árvores esquálidas e outras semimortas. É preciso replantar também em partes do boulevard Álvaro Maia e isso tem que ser feito logo, porque afi nal, as plantas levam um bom período para crescer.

::::: Planta já!

Para 2014 nada mais causa expectativa do que o futuro do centro histórico de Manaus. O local é um teste e tanto para o poder público e deverá ser um dos mais visitados destinos de turistas que vêm a Manaus por ocasião da Copa.

::::: Expectativa

Realmente a equipe de comunicação do governador Omar Aziz está de parabéns. As peças publicitárias vin-culadas na TV aberta sobre os feitos para o homem do interior são lindas e merecem aplausos. Com estética de cinema, os comerciais encantam e mostram as obras desse que é o mais bem avaliado governador de Estado no Brasil. Aplausos ao Omar Abdel Aziz – o meu, o seu, o nosso administrador nota mil.

::::: Perfeito!

Exemplos que este colunista mostra sobre como “não fazer” em matéria de obras para o ano que se aproxima. Na iniciativa pública a “bola do Mindu”, que recebeu um “canhão nuclear”; as paradinhas com formato de “cabo de guarda-chuva”, que são “medonhas”. Na iniciativa privada os estacionamentos dotados de palmeirinhas, que não dão sombra; e os estacionamentos sem árvore alguma. Oremos.

::::: Não faça assim...

Como nem tudo são fl ores é impossível não observar o crescimento acelerado no preço dos estacionamentos alternativos em Manaus. Como se não bastassem os estacionamentos ofi ciais que cobram caro, os espaços no Centro estão cada vez mais disputados e o valor mais ácido. É a tendência, já que a indústria automo-bilística não para de vender e o transporte público é caótico. Fazer o quê?

::::: Piorando

::::: Noite agradabilíssima

O estilo sem igual da nossa primeira-dama Nejmi Jomaa Aziz, que, neste ano, realizou grandes ações em prol das famílias ama-zonenses. Sua dedicação e tra-balho com o Fun-do de Promoção Social continuam alegrando a vida de milhares de pessoas em nosso Estado. Aplausos e felicita-ções para 2014!

HER

ICK

PERE

IRA

já que é a cor da paz e traz bons fl uidos. O que não se pode é vestir branco e manter o coração “escuro” feito nuvem carregada. A você que pas-sou 2013 desejando o mal alheio, desejo que o branco não fi que só no guarda-roupa, mas na alma inteira, viu? Dê uma chance a você mesmo e faça o bem em 2014. É bom e Papai do céu pode lhe perdoar. Amém!

:::::

Realmente a equipe de comunicação do governador Omar Aziz está de parabéns. As peças publicitárias vin-culadas na TV aberta sobre os feitos para o homem do interior são lindas e merecem aplausos. Com estética de cinema, os comerciais encantam e mostram as obras desse que é o mais bem avaliado governador de Estado no Brasil. Aplausos ao Omar Abdel Aziz – o meu, o seu, o nosso administrador nota mil.

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Exemplos que este colunista mostra sobre como “não fazer” em matéria de obras para o ano que se aproxima. Na iniciativa pública a “bola do Mindu”, que recebeu um “canhão nuclear”; as paradinhas com formato de “cabo de guarda-chuva”, que são “medonhas”. Na iniciativa privada os estacionamentos dotados de palmeirinhas, que não dão sombra; e os estacionamentos sem árvore alguma. Oremos.

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Como nem tudo são fl ores é impossível não observar o crescimento acelerado no preço dos estacionamentos alternativos em Manaus. Como se não bastassem os estacionamentos ofi ciais que cobram caro, os espaços no Centro estão cada vez mais disputados e o valor mais ácido. É a tendência, já que a indústria automo-no Centro estão cada vez mais disputados e o valor mais ácido. É a tendência, já que a indústria automo-no Centro estão cada vez mais disputados e o valor

bilística não para de vender e o transporte público é caótico. Fazer o quê?

:::::

Noite agradabilíssima::::: Noite agradabilíssimaAssim foi a inauguração do gazebo e lounge Zeca Nascimento na laje chique de Pedrinho Aguiar. O evento do tipo seleto contou com a presença dos amigos mais chegados do anfi trião, da boa MPB ao vivo e do

serviço de comidinhas das grifes gas-tronômicas do Zefi nha Bistrô,

Barbacoa, Palazzolo e Bu-ff et Denise Coelho, sob os

cuidados da fi el escudeira Cleide Souza. Confi ra os confetes-com-fl ashes de hoje. Aliás, hoje, a coluna entra em férias merecidas e retorna em janeiro – revigo-radíssima. Um feliz 2014!

Liduína Maga-lhães e Zeca Nascimento

Menga Junqueira, Cid Soares e Lúcia Viana

Raual Sampaio, Odenir Machado, Ana Rebelo e Rita Bacuri

Marco Antônio Villela e sua Gracinha

Antônio Serra e sua Eliana

Marilza Mascarenhas

Julinho e Zenaldo

Mota

Zeca com Hamida Yacub

Janete Fernandes e Arlindo Paiva

Rodrigo e Cleide Souza com Pedrinho Aguiar

Manoel Netto e Anilton Silva

Pedrinho Aguiar e a primeira-dama de Manaus, Goreth Garcia Ribeiro

FOTOS: JANDER VIEIRA

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Page 32: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

Tayna Pimentel é atração do Réveillon do Lappa BarA festa contará com atrações musicais, bufê de frios e salgados, open bar e meia-noite uma queima de fogos especial

A cantora Tayna Pimentel é uma das atrações do Réveillon do Lappa Bar, cuja direção preparou

uma festa especial para a ce-lebração da chegada de 2014. Segundo o socioproprietário Alex Cavalcante Júnior, uma das principais preocupações dos or-ganizadores do evento é com relação ao conforto e a segu-rança. Localizado no Vieiralves, o local contará com uma série de atrações musicais, open bar das 22h às 6h (cerveja Stella Artois, vodca, caipirinha, caipi-rosca e água), mesa de frios e salgados e, meia-noite, uma queima de fogos especial. Os ingressos já podem ser adquiri-dos ao preço de R$ 80 (mulher) e R$ 120 (homem).

“Sabemos que as pessoas que procuram festas na Vira-da do Ano, sempre priorizam espaços que possam oferecer algo de qualidade. Portanto, o manauense que for até o La-ppa Bar contará com todas as regalias necessárias para uma diversão segura e com confor-to”, explica Júnior. Ele destaca também as atrações musicais como parte essencial da festa. “Contaremos com a presença da Tayna Pimentel que foi uma das grandes revelações da música

local de 2013. Apesar de ser do Ceará, ela adotou Manaus como sua cidade para viver e se firmar profissionalmente”,diz.

Além dela, a casa vai contar, ainda, com a presença do grupo Calçada do Samba que firmou parceria com o Lappa desde o início de suas atividades. E, já nas primeiras horas do primeiro dia de 2014, o público recebe a bateria de uma escola de samba surpresa.

Responsável por uma das vozes mais bonitas da cidade atualmente, Tayna Pimentel que é exclusiva da casa e, recentemente lançou novo CD, promete agitar a noite do local. Tudo porque a cantora

está preparando um repertório “para cima”, como ela mesma fez questão de ressaltar. “Por se tratar de uma festa de final de ano, nada mais justo do que levar animação para o público. Então selecionamos canções de Ivete Sangalo, Chiclete com Banana e outras atrações da Bahia. Vamos tocar muito axé e swingueira”, comenta. Ela estará devidamente acompa-nhada de sua banda formada por Misael Moda, Anderson de Oliveira e Tiago Cavalcante – todos na percussão –, Ronal-do Bass (baixo), Josias Júnior (bateria) e Neto Luz (guitarra, violão e produção).

Presença garantida desde a inauguração do local, a ban-da Calçada do Samba mudará o seu repertório – sempre li-gado ao pagode e ao samba – para apresentar as tradicio-nais marchinhas de Carnaval, muito comuns nessa época do ano e que já é uma prévia para o evento mais aguardado de 2014. Porém, vale destacar, o samba de raiz estará presente com composições do Fundo de Quintal, por exemplo. A noite encerrará com uma escola de samba surpresa apresentando o melhor dos sambas de enredo das últimas décadas.

SERVIÇORÉVEILLON DO LAPPA BAR

Quando

Onde

Quanto

Informações

Terça-feira, dia 31, a partir das 22hLappa Bar (rua Rio Mar, 98, Vieiralves)R$ 80 (mulher) e R$ 120 (homem)(92) 3584-3567

REPRODUÇÃ

O

A cantora Tayna Pimentel será uma das atrações da noite do Réveillon do Lappa Bar, dia 31

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MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 [email protected] (92) 3090-1010

1 A nova origem das espécies. De FreudFamoso ensaio ‘Totem e Tabu’ completa cem anos. Págs. 2 e 3

2 Um poema que não se esforça para conversarA imaginação de Matilde Campilho. Pág. 4

G01 - ILUSTRISSIMA.indd 1 27/12/2013 23:04:51

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G2 MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 G5

Reportagem

RESUMONo fi nal de 1913, Sig-mund Freud publicou um de seus mais céle-bres textos, “Totem e Tabu”. Nesse ensaio, o fundador da psicaná-lise visava recontar a história da formação do homem, tomando como mito fundador da cultura e símbolo do mecanismo sacri-fi cial de nossa socie-dade um parricídio antropofágico.

3Freud e uma nova origem da espécie

Pode-se dizer que a recepção do ensaio “Totem e Tabu”, de Sigmund Freud, condensa de modo exemplar a história da re-cepção da psicanálise. Se esta foi recebida, desde o seu início, de maneira ambígua, com de-tratores radicalmente destru-tivos e leituras entusiásticas, esse ensaio, escrito a partir de 1912 e publicado em 1913, até hoje divide seus leitores.

“Totem e Tabu”, esse traba-lho que procurava um público mais amplo, para além dos psicanalistas, como escreveu Freud na apresentação ao livro, visava formular nada menos do que uma nova “cosmologia”: Freud se coloca, assim, não só ao lado de Sófocles, como escreveu Lévi-Strauss, mas ao lado de Hesíodo, autor da “Teogonia”.

Os homens, na era de Da-rwin, não descendem mais de deuses, mas, sim, de maca-cos. Freud assume a tarefa de narrar a origem da homi-nização a partir de um passo fundante, que o jogou dentro da vida em sociedade, regida por regras (tabus) e não mais apenas pela força do patriar-ca despótico (fi gura cuja força

MÁRCIO SELIGMANN-SILVA ILUSTRAÇÃO ESTELA SOKOL

“Eu sou todo ‘Totem e Tabu’” (Freud em carta a Sándor Ferenczi, em 11/8/1911)

se manifesta nos totens). Essa narrativa do pacto social

já tinha sido feita por inúmeros fi lósofos modernos: mas Freud foi o primeiro a realizá-la na era de Darwin, ou seja, após a “queda” de nossa origem nobre e divina e no contexto da mo-dernidade avançada.

Foi justamente um pensador que, aos olhos da Europa antis-semita, “veio de fora”, ainda que tenha vindo de seu interior mais profundo (nasceu no antigo Im-pério Austríaco, em cidade que hoje integra a República Tche-ca), quem tomou sua pena para redigir novamente a história de nossa origem.

Se Darwin tornara “indigna” e abjeta nossa origem, Freud deu um passo a mais, ao colocar no centro da cultura um assassina-to e um repasto antropofágico. Para ele, tornamo-nos humanos após uma insurreição dos fi lhos, membros da horda primeva, que, revoltados contra o des-potismo do pai, tomaram-lhe o poder, o mataram e o de-voraram. Essa história estaria esquecida, enterrada na origem da humanidade.

Mas, do ponto de vista de Freud, não existe esquecimen-to. Essa verdade está apenas recalcada. Sua sombra se lança sobre toda nossa história e o complexo de Édipo é a atualiza-ção individual de um drama so-cial. Essa narrativa sintetizava todo um saber antropológico,

etnológico, fi losófi co, histórico, social e psicanalítico.

A partir da sua ciência e de sua posição histórica, Freud teve a possibilidade aberta de rede-senhar nossa origem e, assim, nossa identidade. De seu lugar deslocado, dentro e fora, ele se sentiu à vontade para realizar pontes entre diversas áreas, pôr em circulação um saber que tendia a se cristalizar em disci-plinas estanques, alienadas de seu objeto: o ser humano.

De representante de um grupo social que era vítima de uma razão monológica e cega à diferença que tendia, por meio de uma identifi cação mecânica com o próprio e de uma rejeição feroz do “outro”, a excluir e matar o “diferente”, Freud conseguiu dar uma vi-rada histórica e se tornar um

designer da nova humanidade pós-Darwin.

OutrofóbicoSeu design, no entanto, era

tudo menos uma teoria monoló-gica. Ao invés de uma antropo-logia calcada na exclusão, Freud vai descrever e desconstruir esse mecanismo outrofóbico e a razão genocida tanto em “To-tem e Tabu” quanto em ensaios como “Psicologia das Massas e Análise do Eu” ou “O Mal-estar na Cultura”.

Sua percepção crítica do me-canismo sacrifi cial na base da costura do amálgama social leva-o a sair do local do sacri-fi cado (o judeu como bode ex-piatório) para galgar a posição de um analista desconstrutor desse mecanismo.

Sua busca incessante pela aceitação da psicanálise deve ser posta em paralelo com a sede de aceitação dos judeus em meio a uma sociedade de gentios. Freud e seu desejo de “ocupar o lugar do pai” – pai de uma nova ciência, mas tam-bém pai e criador da imagem desse novo humano, caracteri-zado por seus traumas e faltas – respondeu assim também à demanda dos judeus de reco-nhecimento e integração na cultura iluminista europeia.

Sua obra testemunha sua época e a posição dos judeus na sociedade austro-húngara. Aquele que “vem de fora” (desse

fora de dentro) tem a vantagem de possuir uma outra mirada, uma visão crítica que lhe faculta uma análise da sociedade e de seus mecanismos. Desse local outro, dentro e fora, Freud se debruça sobre a humanidade para novamente narrar sua his-tória. Seu mito fundador – ao lado da descrição darwinista da origem da humanidade – se tornou a pedra de toque de nossa autoimagem.

Se existe uma noção recor-rente na obra freudiana é a que remete à estrutura temporal complexa, multiestratifi cada tanto da construção de nossa psique como da cultura. Um termo-chave para a compre-ensão do sujeito e da cultura como complexos que reúnem convergindo diversas tempo-ralidades em um ponto é, sem dúvida, o conceito de trauma, que atravessa toda a história da psicanálise.

Se existem traumas que nos constituem individualmente, Freud, sobretudo a partir da Primeira Guerra Mundial, en-fatiza também os desastres e catástrofes que deixam nossa cultura e sua memória como uma paisagem comparável a um acúmulo de escombros.

Ao abordar, em “Totem e Tabu”, a origem da nossa es-pécie, ele vai justamente des-tacar nosso trauma constitu-tivo, aquilo que nos humaniza: um assassinato, um parricídio.

Freud pretendia iluminar os “paralelos do desenvolvimento ontogenético e fi logenético da vida anímica”. Pacientes que sofriam de demência precoce teriam criações fantasiosas que apresentam concordâncias com cosmogonias mitológicas dos povos antigos.

A vida anímica infantil, que é comum aos “primitivos” e aos pacientes com doenças psicológicas, deveria explicar essa proximidade. A infância da humanidade se cruza com nossa infância ontogenética.

Como Freud formula no pre-fácio de “Totem e Tabu”: “Faz-se neste livro uma tentativa de deduzir o signifi cado original do totemismo dos seus vestí-gios [‘Spuren’] remanescentes na infância – das insinuações dele que emergem no decorrer do desenvolvimento de nossos próprios fi lhos” (1).

Observamos aqui uma com-plexa estrutura temporal, com várias camadas, que faz com que se vislumbre irrompendo no ser humano adulto moderno tanto o “primitivo”, que ainda viveria dentro dele, como sua infância, que o estruturaria psi-cologicamente.

Os que sofrem de doenças psíquicas servem como exem-plos privilegiados, já que neles nossa estrutura “traumática” estaria como que exposta à luz do dia. Apesar de, ao tratar dos povos ditos “primitivos”, Freud

não ter conseguido se livrar da visão linear, evolucionista e eurocêntrica, suas conclusões são totalmente sustentáveis ainda hoje.

Toda a leitura que Freud rea-liza de nosso passado tem a ver com uma dupla necessidade. Por um lado, ele buscava com-provar a psicanálise com base na história da humanidade – e consequentemente afi rmar sua verdade e validade.

Por outro lado, sua leitura do passado da espécie humana deriva de uma nova possibili-dade de interpretação desse passado comum que apenas a psicanálise poderia nos abrir. Essa interpretação se dá na chave do trauma.

ChoquesFreud fez na ciência aquilo

que, antes dele, Baudelaire ha-via feito na poesia e na litera-tura: a construção do indivíduo moderno como aquele que tem de conviver com choques, trau-mas e catástrofes. A moderni-dade é traumática, arranca o indivíduo da tradição e o lança no desabrigo, no “Unbehagen”, mal-estar que nos defi ne.

A esse indivíduo, Baudelaire e Freud fornecem uma nova mitologia. A experiência pro-saica do homem moderno está repleta de choques, de embates com o perigo.

Freud, nesse ensaio brilhante, está todo o tempo traçando e apagando as fronteiras entre o pensamento mágico e o cien-tífi co. Para ele, “um sistema é mais bem caracterizado pelo fato de pelo menos duas razões poderem ser descobertas para cada um de seus produtos: uma razão baseada nas premissas do sistema (uma razão, que pode ser, então, delirante) e uma razão oculta, que devemos julgar como sendo a verdadeira-mente operante e real [‘eigentli-che wirksame und reale’].”

Com relação a “Totem e Tabu” caberia-nos perguntar, para além do motivo sistêmico evidente, por que o mito do parricídio teve que ser des-crito? Qual a razão verdadei-

ramente operante e real para sua existência?

Creio que o determinante desse mito violento é o pró-prio século de catástrofes que deu luz a esse mito – e Freud o projetou no alvorecer da hu-manidade.

Tem como fundo real a re-alidade da violência: Freud publicou “Totem e Tabu” às vésperas da Primeira Guerra Mundial e seu texto “irmão”, “Moisés e o Monoteísmo”, às vésperas da Segunda Guerra. Mera coincidência?

Os dois maiores rituais vio-lentos e sacrifi ciais do século 20 foram de certo modo ante-cipados teoricamente por esses ensaios – que contêm a ideia e sacrifício no seu centro. O “delírio” tem de fato uma função mais do que sistêmica, ele tam-bém deve expressar um “real” que estava ali se anunciando, irrompendo.

Grande estiloQuando, no terceiro item do

quarto capítulo, Freud anuncia a visada psicanalítica como aquela que poderia esclarecer os debates em torno do tote-mismo, ele o faz em grande es-tilo, com um pequeno parágrafo de uma linha: como o anúncio de um grande espetáculo.

Após ter apresentado no item anterior a descrição que Darwin deu da horda primeva, com a exogamia sendo imposta pela força do macho mais forte que tomava para si todas as fêmeas

do bando, e após ter apontado para uma confusão quanto à origem dessa exogamia com relação ao totemismo, Freud inicia assim sua narrativa: “Nes-sa obscuridade, um raio de luz isolado é lançado pela obser-vação psicanalítica”.

Ele passa então, em um mo-vimento típico do método de “Totem e Tabu” (e de seus en-saios sobre teoria da cultura), para os exemplos e descobertas advindos dos estudos de caso na psicanálise: Freud lança luz no arquivo da cultura a partir dos esclarecimentos que a psi-canálise obteve no estudo do ar-quivo-indivíduo. O microcosmo é a chave do macrocosmo, como na tradição cabalística.

Assim como, segundo Aris-tóteles, no centro da tragédia devemos ter a ação, o mesmo se passa com a cena de nossa origem narrada por Freud. “No início foi o ato (2)” é a frase que ele utiliza para concluir esse ensaio, citando as palavras do “Fausto”, de Goethe.

As tragédias são para ele irrupções do histórico, da violência e (re)encenação de sua força destruidora em um presente. Devemos ver como também a própria construção freudiana deve ao seu presente de guerras, de antissemitismo, de autoafi rmação dos judeus europeus, de ruptura com a tradição – e com os pais.

“Certo dia, os irmãos que ti-nham sido expulsos retornaram juntos, mataram e devoraram o pai, colocando assim um fi m à horda patriarcal.” Como em uma história dos irmãos Grimm, ou em um mito, a narrativa de nossa origem inicia-se com a expressão “Certo dia”. Uma ciência lastreada em um mito? Sim, mas qual não o é, pergun-taria Freud.

A diferença é que a psica-nálise como ciência “sui gene-ris” permite-nos assumir esse elemento mítico-imagético-narratológico no interior do pensamento mais rigoroso.

Com essa imagem em mãos, Freud apresenta a chave de lei-tura de toda a história da cultura:

“Todas as religiões posteriores são vistas como tentativas de solucionar o mesmo problema. [...] todas têm o mesmo fi m em vista e constituem reações ao mesmo grande acontecimento com que a cultura começou e que, desde que ocorreu, não mais concedeu à humanidade um momento de descanso (3)”.

Também as tentativas de organização social são fun-damentalmente determinadas por aquele evento. Afi nal, “um acontecimento como a elimina-ção do pai primevo pelo grupo de fi lhos deve inevitavelmente ter deixado traços inerradicá-veis [‘unvertilgbare Spuren’] na história da humanidade”.

Trata-se do inapagável por excelência, da fundação da cul-tura, por mais profunda na noite do tempo que ela se encontre. Freud reatualiza toda uma tra-dição hobbesiana que vê na política uma arte de controlar o outro pela violência, assim como introduz na ciência polí-tica, com energia, uma potente teoria do sacrifício, que vem sendo reatualizada nos últimos anos por autores como Giorgio Agamben e sua fi gura do “homo sacer” (fi gura essa que pode ser muito bem lida/construída a partir de “Totem e Tabu”).

Grosso modo, Freud nos apre-senta dois modelos básicos de organização social: o despótico, vertical, da horda, que depois é reatualizado na família, e, por outro lado, o do clã fraterno, horizontal, criado pelos fi lhos. Mas a crise sacrifi cial habitaria o coração da sociedade.

A religião de Deus surge em resposta à saudade do pai – sen-do que a ambiguidade com relação a essa fi gura atravessa toda a história da espécie. A sequência sanguinolenta das gerações de deuses da Grécia Antiga recebe uma explicação a partir dessa imagem freudiana, bem como a história das reli-giões, tema desenvolvido mais tarde no artigo sobre Moisés.

Já em 1913 Freud vê que, por exemplo, no cristianismo “uma religião fi lial substituía a religião paterna” (4).

Retomar hoje esse texto de Freud (que ele considerava, ao lado de “A Interpretação dos Sonhos”, sua melhor obra) permite não só frequentar um dos maiores e mais inteligen-tes ensaios do século 20, mas também repensar o local da violência e do dispositivo sa-crifi cial hoje.

O início do século passado, com as novas tecnologias in-dustriais, políticas e de guerra, já indicava a Freud o futuro destruidor que esses tempos teriam. A dialética do progresso e da razão instrumental ilumi-nista é posta a nu por ele em ensaios como “Totem e Tabu”. Cabe a nós, no centenário dessa obra, restituir-lhe também o local que merece em nosso pensamento crítico.

Notas 1. “Totem e Tabu” já foi tra-

duzido inúmeras vezes no Brasil. Duas das versões mais recentes chegaram às livrarias neste ano, pela Companhia das Letras (trad. Paulo César de Souza, R$ 14,90, 176 págs.) e pela L&PM (trad. Renato Zwick, R$ 35,90, 256 págs.). No texto acima, Márcio Se-ligmann-Silva tomou como base a edição lançada pela Imago em 1999 (trad. Órizon Carneiro Mu-niz, esgotada). Todas as citações presentes no texto, exceto quan-do indicado, são desse volume.

2, 3 e 4. A tradução foi mo-difi cada pelo autor a partir da edição citada.

ORIGEMA partir da sua ciên-cia e de sua posição histórica, o estudioso Sigmund Freud teve a possibilidade aberta de redesenhar toda nossa origem e, as-sim, nossa identidade enquanto ser

CHOQUESFreud fez na ciência aquilo que Baudelaire havia feito na poesia: a construção do indi-víduo moderno como aquele que tem de conviver com choques e traumas diversos durante sua existência

FORMATOEle nos apresen-ta dois modelos de organização social: o despótico, que de-pois é reatualizado na família, e o do clã fraterno, horizontal, criado pelos somente filhos, independente

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G2 MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013 G5

Reportagem

RESUMONo fi nal de 1913, Sig-mund Freud publicou um de seus mais céle-bres textos, “Totem e Tabu”. Nesse ensaio, o fundador da psicaná-lise visava recontar a história da formação do homem, tomando como mito fundador da cultura e símbolo do mecanismo sacri-fi cial de nossa socie-dade um parricídio antropofágico.

3Freud e uma nova origem da espécie

Pode-se dizer que a recepção do ensaio “Totem e Tabu”, de Sigmund Freud, condensa de modo exemplar a história da re-cepção da psicanálise. Se esta foi recebida, desde o seu início, de maneira ambígua, com de-tratores radicalmente destru-tivos e leituras entusiásticas, esse ensaio, escrito a partir de 1912 e publicado em 1913, até hoje divide seus leitores.

“Totem e Tabu”, esse traba-lho que procurava um público mais amplo, para além dos psicanalistas, como escreveu Freud na apresentação ao livro, visava formular nada menos do que uma nova “cosmologia”: Freud se coloca, assim, não só ao lado de Sófocles, como escreveu Lévi-Strauss, mas ao lado de Hesíodo, autor da “Teogonia”.

Os homens, na era de Da-rwin, não descendem mais de deuses, mas, sim, de maca-cos. Freud assume a tarefa de narrar a origem da homi-nização a partir de um passo fundante, que o jogou dentro da vida em sociedade, regida por regras (tabus) e não mais apenas pela força do patriar-ca despótico (fi gura cuja força

MÁRCIO SELIGMANN-SILVA ILUSTRAÇÃO ESTELA SOKOL

“Eu sou todo ‘Totem e Tabu’” (Freud em carta a Sándor Ferenczi, em 11/8/1911)

se manifesta nos totens). Essa narrativa do pacto social

já tinha sido feita por inúmeros fi lósofos modernos: mas Freud foi o primeiro a realizá-la na era de Darwin, ou seja, após a “queda” de nossa origem nobre e divina e no contexto da mo-dernidade avançada.

Foi justamente um pensador que, aos olhos da Europa antis-semita, “veio de fora”, ainda que tenha vindo de seu interior mais profundo (nasceu no antigo Im-pério Austríaco, em cidade que hoje integra a República Tche-ca), quem tomou sua pena para redigir novamente a história de nossa origem.

Se Darwin tornara “indigna” e abjeta nossa origem, Freud deu um passo a mais, ao colocar no centro da cultura um assassina-to e um repasto antropofágico. Para ele, tornamo-nos humanos após uma insurreição dos fi lhos, membros da horda primeva, que, revoltados contra o des-potismo do pai, tomaram-lhe o poder, o mataram e o de-voraram. Essa história estaria esquecida, enterrada na origem da humanidade.

Mas, do ponto de vista de Freud, não existe esquecimen-to. Essa verdade está apenas recalcada. Sua sombra se lança sobre toda nossa história e o complexo de Édipo é a atualiza-ção individual de um drama so-cial. Essa narrativa sintetizava todo um saber antropológico,

etnológico, fi losófi co, histórico, social e psicanalítico.

A partir da sua ciência e de sua posição histórica, Freud teve a possibilidade aberta de rede-senhar nossa origem e, assim, nossa identidade. De seu lugar deslocado, dentro e fora, ele se sentiu à vontade para realizar pontes entre diversas áreas, pôr em circulação um saber que tendia a se cristalizar em disci-plinas estanques, alienadas de seu objeto: o ser humano.

De representante de um grupo social que era vítima de uma razão monológica e cega à diferença que tendia, por meio de uma identifi cação mecânica com o próprio e de uma rejeição feroz do “outro”, a excluir e matar o “diferente”, Freud conseguiu dar uma vi-rada histórica e se tornar um

designer da nova humanidade pós-Darwin.

OutrofóbicoSeu design, no entanto, era

tudo menos uma teoria monoló-gica. Ao invés de uma antropo-logia calcada na exclusão, Freud vai descrever e desconstruir esse mecanismo outrofóbico e a razão genocida tanto em “To-tem e Tabu” quanto em ensaios como “Psicologia das Massas e Análise do Eu” ou “O Mal-estar na Cultura”.

Sua percepção crítica do me-canismo sacrifi cial na base da costura do amálgama social leva-o a sair do local do sacri-fi cado (o judeu como bode ex-piatório) para galgar a posição de um analista desconstrutor desse mecanismo.

Sua busca incessante pela aceitação da psicanálise deve ser posta em paralelo com a sede de aceitação dos judeus em meio a uma sociedade de gentios. Freud e seu desejo de “ocupar o lugar do pai” – pai de uma nova ciência, mas tam-bém pai e criador da imagem desse novo humano, caracteri-zado por seus traumas e faltas – respondeu assim também à demanda dos judeus de reco-nhecimento e integração na cultura iluminista europeia.

Sua obra testemunha sua época e a posição dos judeus na sociedade austro-húngara. Aquele que “vem de fora” (desse

fora de dentro) tem a vantagem de possuir uma outra mirada, uma visão crítica que lhe faculta uma análise da sociedade e de seus mecanismos. Desse local outro, dentro e fora, Freud se debruça sobre a humanidade para novamente narrar sua his-tória. Seu mito fundador – ao lado da descrição darwinista da origem da humanidade – se tornou a pedra de toque de nossa autoimagem.

Se existe uma noção recor-rente na obra freudiana é a que remete à estrutura temporal complexa, multiestratifi cada tanto da construção de nossa psique como da cultura. Um termo-chave para a compre-ensão do sujeito e da cultura como complexos que reúnem convergindo diversas tempo-ralidades em um ponto é, sem dúvida, o conceito de trauma, que atravessa toda a história da psicanálise.

Se existem traumas que nos constituem individualmente, Freud, sobretudo a partir da Primeira Guerra Mundial, en-fatiza também os desastres e catástrofes que deixam nossa cultura e sua memória como uma paisagem comparável a um acúmulo de escombros.

Ao abordar, em “Totem e Tabu”, a origem da nossa es-pécie, ele vai justamente des-tacar nosso trauma constitu-tivo, aquilo que nos humaniza: um assassinato, um parricídio.

Freud pretendia iluminar os “paralelos do desenvolvimento ontogenético e fi logenético da vida anímica”. Pacientes que sofriam de demência precoce teriam criações fantasiosas que apresentam concordâncias com cosmogonias mitológicas dos povos antigos.

A vida anímica infantil, que é comum aos “primitivos” e aos pacientes com doenças psicológicas, deveria explicar essa proximidade. A infância da humanidade se cruza com nossa infância ontogenética.

Como Freud formula no pre-fácio de “Totem e Tabu”: “Faz-se neste livro uma tentativa de deduzir o signifi cado original do totemismo dos seus vestí-gios [‘Spuren’] remanescentes na infância – das insinuações dele que emergem no decorrer do desenvolvimento de nossos próprios fi lhos” (1).

Observamos aqui uma com-plexa estrutura temporal, com várias camadas, que faz com que se vislumbre irrompendo no ser humano adulto moderno tanto o “primitivo”, que ainda viveria dentro dele, como sua infância, que o estruturaria psi-cologicamente.

Os que sofrem de doenças psíquicas servem como exem-plos privilegiados, já que neles nossa estrutura “traumática” estaria como que exposta à luz do dia. Apesar de, ao tratar dos povos ditos “primitivos”, Freud

não ter conseguido se livrar da visão linear, evolucionista e eurocêntrica, suas conclusões são totalmente sustentáveis ainda hoje.

Toda a leitura que Freud rea-liza de nosso passado tem a ver com uma dupla necessidade. Por um lado, ele buscava com-provar a psicanálise com base na história da humanidade – e consequentemente afi rmar sua verdade e validade.

Por outro lado, sua leitura do passado da espécie humana deriva de uma nova possibili-dade de interpretação desse passado comum que apenas a psicanálise poderia nos abrir. Essa interpretação se dá na chave do trauma.

ChoquesFreud fez na ciência aquilo

que, antes dele, Baudelaire ha-via feito na poesia e na litera-tura: a construção do indivíduo moderno como aquele que tem de conviver com choques, trau-mas e catástrofes. A moderni-dade é traumática, arranca o indivíduo da tradição e o lança no desabrigo, no “Unbehagen”, mal-estar que nos defi ne.

A esse indivíduo, Baudelaire e Freud fornecem uma nova mitologia. A experiência pro-saica do homem moderno está repleta de choques, de embates com o perigo.

Freud, nesse ensaio brilhante, está todo o tempo traçando e apagando as fronteiras entre o pensamento mágico e o cien-tífi co. Para ele, “um sistema é mais bem caracterizado pelo fato de pelo menos duas razões poderem ser descobertas para cada um de seus produtos: uma razão baseada nas premissas do sistema (uma razão, que pode ser, então, delirante) e uma razão oculta, que devemos julgar como sendo a verdadeira-mente operante e real [‘eigentli-che wirksame und reale’].”

Com relação a “Totem e Tabu” caberia-nos perguntar, para além do motivo sistêmico evidente, por que o mito do parricídio teve que ser des-crito? Qual a razão verdadei-

ramente operante e real para sua existência?

Creio que o determinante desse mito violento é o pró-prio século de catástrofes que deu luz a esse mito – e Freud o projetou no alvorecer da hu-manidade.

Tem como fundo real a re-alidade da violência: Freud publicou “Totem e Tabu” às vésperas da Primeira Guerra Mundial e seu texto “irmão”, “Moisés e o Monoteísmo”, às vésperas da Segunda Guerra. Mera coincidência?

Os dois maiores rituais vio-lentos e sacrifi ciais do século 20 foram de certo modo ante-cipados teoricamente por esses ensaios – que contêm a ideia e sacrifício no seu centro. O “delírio” tem de fato uma função mais do que sistêmica, ele tam-bém deve expressar um “real” que estava ali se anunciando, irrompendo.

Grande estiloQuando, no terceiro item do

quarto capítulo, Freud anuncia a visada psicanalítica como aquela que poderia esclarecer os debates em torno do tote-mismo, ele o faz em grande es-tilo, com um pequeno parágrafo de uma linha: como o anúncio de um grande espetáculo.

Após ter apresentado no item anterior a descrição que Darwin deu da horda primeva, com a exogamia sendo imposta pela força do macho mais forte que tomava para si todas as fêmeas

do bando, e após ter apontado para uma confusão quanto à origem dessa exogamia com relação ao totemismo, Freud inicia assim sua narrativa: “Nes-sa obscuridade, um raio de luz isolado é lançado pela obser-vação psicanalítica”.

Ele passa então, em um mo-vimento típico do método de “Totem e Tabu” (e de seus en-saios sobre teoria da cultura), para os exemplos e descobertas advindos dos estudos de caso na psicanálise: Freud lança luz no arquivo da cultura a partir dos esclarecimentos que a psi-canálise obteve no estudo do ar-quivo-indivíduo. O microcosmo é a chave do macrocosmo, como na tradição cabalística.

Assim como, segundo Aris-tóteles, no centro da tragédia devemos ter a ação, o mesmo se passa com a cena de nossa origem narrada por Freud. “No início foi o ato (2)” é a frase que ele utiliza para concluir esse ensaio, citando as palavras do “Fausto”, de Goethe.

As tragédias são para ele irrupções do histórico, da violência e (re)encenação de sua força destruidora em um presente. Devemos ver como também a própria construção freudiana deve ao seu presente de guerras, de antissemitismo, de autoafi rmação dos judeus europeus, de ruptura com a tradição – e com os pais.

“Certo dia, os irmãos que ti-nham sido expulsos retornaram juntos, mataram e devoraram o pai, colocando assim um fi m à horda patriarcal.” Como em uma história dos irmãos Grimm, ou em um mito, a narrativa de nossa origem inicia-se com a expressão “Certo dia”. Uma ciência lastreada em um mito? Sim, mas qual não o é, pergun-taria Freud.

A diferença é que a psica-nálise como ciência “sui gene-ris” permite-nos assumir esse elemento mítico-imagético-narratológico no interior do pensamento mais rigoroso.

Com essa imagem em mãos, Freud apresenta a chave de lei-tura de toda a história da cultura:

“Todas as religiões posteriores são vistas como tentativas de solucionar o mesmo problema. [...] todas têm o mesmo fi m em vista e constituem reações ao mesmo grande acontecimento com que a cultura começou e que, desde que ocorreu, não mais concedeu à humanidade um momento de descanso (3)”.

Também as tentativas de organização social são fun-damentalmente determinadas por aquele evento. Afi nal, “um acontecimento como a elimina-ção do pai primevo pelo grupo de fi lhos deve inevitavelmente ter deixado traços inerradicá-veis [‘unvertilgbare Spuren’] na história da humanidade”.

Trata-se do inapagável por excelência, da fundação da cul-tura, por mais profunda na noite do tempo que ela se encontre. Freud reatualiza toda uma tra-dição hobbesiana que vê na política uma arte de controlar o outro pela violência, assim como introduz na ciência polí-tica, com energia, uma potente teoria do sacrifício, que vem sendo reatualizada nos últimos anos por autores como Giorgio Agamben e sua fi gura do “homo sacer” (fi gura essa que pode ser muito bem lida/construída a partir de “Totem e Tabu”).

Grosso modo, Freud nos apre-senta dois modelos básicos de organização social: o despótico, vertical, da horda, que depois é reatualizado na família, e, por outro lado, o do clã fraterno, horizontal, criado pelos fi lhos. Mas a crise sacrifi cial habitaria o coração da sociedade.

A religião de Deus surge em resposta à saudade do pai – sen-do que a ambiguidade com relação a essa fi gura atravessa toda a história da espécie. A sequência sanguinolenta das gerações de deuses da Grécia Antiga recebe uma explicação a partir dessa imagem freudiana, bem como a história das reli-giões, tema desenvolvido mais tarde no artigo sobre Moisés.

Já em 1913 Freud vê que, por exemplo, no cristianismo “uma religião fi lial substituía a religião paterna” (4).

Retomar hoje esse texto de Freud (que ele considerava, ao lado de “A Interpretação dos Sonhos”, sua melhor obra) permite não só frequentar um dos maiores e mais inteligen-tes ensaios do século 20, mas também repensar o local da violência e do dispositivo sa-crifi cial hoje.

O início do século passado, com as novas tecnologias in-dustriais, políticas e de guerra, já indicava a Freud o futuro destruidor que esses tempos teriam. A dialética do progresso e da razão instrumental ilumi-nista é posta a nu por ele em ensaios como “Totem e Tabu”. Cabe a nós, no centenário dessa obra, restituir-lhe também o local que merece em nosso pensamento crítico.

Notas 1. “Totem e Tabu” já foi tra-

duzido inúmeras vezes no Brasil. Duas das versões mais recentes chegaram às livrarias neste ano, pela Companhia das Letras (trad. Paulo César de Souza, R$ 14,90, 176 págs.) e pela L&PM (trad. Renato Zwick, R$ 35,90, 256 págs.). No texto acima, Márcio Se-ligmann-Silva tomou como base a edição lançada pela Imago em 1999 (trad. Órizon Carneiro Mu-niz, esgotada). Todas as citações presentes no texto, exceto quan-do indicado, são desse volume.

2, 3 e 4. A tradução foi mo-difi cada pelo autor a partir da edição citada.

ORIGEMA partir da sua ciên-cia e de sua posição histórica, o estudioso Sigmund Freud teve a possibilidade aberta de redesenhar toda nossa origem e, as-sim, nossa identidade enquanto ser

CHOQUESFreud fez na ciência aquilo que Baudelaire havia feito na poesia: a construção do indi-víduo moderno como aquele que tem de conviver com choques e traumas diversos durante sua existência

FORMATOEle nos apresen-ta dois modelos de organização social: o despótico, que de-pois é reatualizado na família, e o do clã fraterno, horizontal, criado pelos somente filhos, independente

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Page 36: EM TEMPO - 29 de dezembro de 2013

G4 MANAUS, DOMINGO, 29 DE DEZEMBRO DE 2013

4Um poema

Imaginação PROSA, POESIA E TRADUÇÃO

We never did too much talking anyway Por exemplo esqueça Coney Island e as trezentas peças de metal que compõem o jogo mágico de Coney Island no mês de agosto Lembre da palavra sushi sendo gritada no metrô quando tudo o que alguém queria gritar era sua devoção por pedacinhos de prata Lembre de meu fascínio profundo por desportistas noturnos que sincronizam a respiração com o batimento dos dedos da amante morta Esqueça o comprimido composto de estearato de magnésio e macrogol receitado por doutor Roberto quando o pobre doutor Roberto não sabia mais o que tentar ou então tinha mais o que fazer naquela tarde de quarta-feira na emergência de São Vicente Lembre que quarta-feira

é dia de jogo de pebolim e sobre isso não tem discussão Lembre do quanto me iluminam os animais talhados no marfim principalmente aquela baleia de oito centímetros e meio minha única herança minha única esperança Esqueça talvez a manobra repetida de lamber envelopes no silêncio de um quarto quando já faz sol nas praças Somos feitos para o relento Lembre que por vezes você tem muita razão e que outras vezes não Esqueça vá esqueça o inverno em Ipanema e o tubarão nadando nas veias da besta de Ipanema gelada Lembre de meu desejo muitas vezes certo muitas vezes não Lembre a descoberta daquele excerto que dizia nós subimos os degraus a correr e saímos do frio brilhante para o frio escuro E se puder não esqueça o rosto calmo do tigre que está parado na porta esperando para entrar e para depois nos atravessar.

MATILDE CAMPILHOILUSTRAÇÃO MANUELA EICHNER

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