em tempo - 13 de abril de 2015

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FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, FOLHAINVEST E PÓDIO. MÁX.: 33 MÍN.: 24 TEMPO EM MANAUS PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 1,00 ANO XXVII – N.º 8.682 – SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ DENÚNCIAS • FLAGRANTES 98116-3529 DILMA E OBAMA SE ENTENDEM A presidente Dilma Rousseff disse na Cúpula das Américas, no Pana- má, que o mal-estar com os Estados Unidos por causa da espionagem está superado. “O presidente Obama me disse que, quando quiser saber alguma coisa, ele vai me ligar”, disse Dilma. Mundo B4 O BRASIL PERDE PAULO BROSSARD Morreu, aos 90 anos, o jurista do STF Paulo Brossard. Como deputado, combateu a ditadura. No Executivo, comandou o Minis- tério da Justiça no delicado período de transição democrática. No Judiciário, ajudou a moldar um novo Brasil como presidente do TSE e ministro do STF. País B1 ADOLESCENTE PODE TER SIDO ESTRANGULADA Dia a dia A7 HILLARY CANDIDATA A PRESIDENTE DOS EUA Hillary quer ser a primeira mulher presidente dos Estados Unidos AP PHOTO O PAÍS NAS RUAS Ao menos 500 mil pessoas saíram às ruas neste domingo, em 21 Estados e no Distrito Federal, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff. O movimento defende o fim da corrupção e da impunidade e pede “impeachment já” na convocação das manifestações em sua página na internet. A segunda manifestação contra o governo federal foi bem mais tímida em relação à de março. Em Manaus, não obteve o número espe- rado de participantes. A organização do evento esperava entre dez e 15 mil pessoas, mas até as 11h o número era bem abaixo, cerca de mil manifestantes, segundo os próprios organizadores. Política A5 O movimento foi fraco, o número não passou de mil pessoas MANAUS O protesto reuniu cerca de 25 mil pessoas. Bem menos que as 45 mil de março BRASÍLIA O público foi de 275 mil pessoas, segundo a PM, na avenida Paulista SÃO PAULO RICARDO OLIVEIRA CONTRA DILMA, A CORRUPÇÃO E A IMPUNIDADE Mengo e Vasco empatam e Flu vence Pela semifinal do Estadual do Rio, Vasco e Flamengo não saíram do 0 a 0. Pela outra semifinal do Estadual, o Fluminense derrotou no sábado (11) o Botafogo por 2 a 1. Pódio D1 Hillary Clinton lançou oficialmente sua campanha, neste domingo, para obter a indicação democrata às eleições presidenciais de 2016. O anúncio foi feito em um vídeo difundido nas redes sociais. Mundo B3 VALTER CAMPANATO/ABR NELSON ALMEIDA/AFP IDE GOMES

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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Page 1: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, DIA A DIA, PAÍS, MUNDO, PLATEIA, FOLHAINVEST E PÓDIO. MÁX.: 33 MÍN.: 24

TEMPO EM MANAUS

PREÇO DESTA EDIÇÃO

R$

1,00

ANO XXVII – N.º 8.682 – SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊDENÚNCIAS • FLAGRANTES

98116-3529

DILMA E OBAMA SE ENTENDEM

A presidente Dilma Rousseff disse na Cúpula das Américas, no Pana-má, que o mal-estar com os Estados Unidos por causa da espionagem está superado. “O presidente Obama me disse que, quando quiser saber alguma coisa, ele vai me ligar”, disse Dilma. Mundo B4

O BRASIL PERDEPAULO BROSSARD

Morreu, aos 90 anos, o jurista do STF Paulo Brossard. Como deputado, combateu a ditadura. No Executivo, comandou o Minis-tério da Justiça no delicado período de transição democrática. No Judiciário, ajudou a moldar um novo Brasil como presidente do TSE e ministro do STF. País B1

ADOLESCENTE PODE TER SIDO ESTRANGULADA

Dia a dia A7

HILLARY CANDIDATA A PRESIDENTE DOS EUA

Hillary quer ser a primeira mulher presidente dos Estados Unidos

AP P

HO

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O PAÍS NAS RUASAo menos 500 mil pessoas saíram às ruas neste domingo, em 21 Estados e no Distrito Federal, para protestar contra a presidente Dilma Rousseff . O

movimento defende o fi m da corrupção e da impunidade e pede “impeachment já” na convocação das manifestações em sua página na internet. A segunda manifestação contra o governo federal foi bem mais tímida em relação à de março. Em Manaus, não obteve o número espe-

rado de participantes. A organização do evento esperava entre dez e 15 mil pessoas, mas até as 11h o número era bem abaixo, cerca de mil manifestantes, segundo os próprios organizadores. Política A5

O movimento foi fraco, o número não passou de mil pessoas MANAUS O protesto reuniu cerca de 25 mil pessoas.

Bem menos que as 45 mil de marçoBRASÍLIA O público foi de 275 mil pessoas, segundo a PM, na avenida PaulistaSÃO PAULO

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CONTRA DILMA, A CORRUPÇÃO E A IMPUNIDADE

Mengo e Vasco empatam eFlu vence

Pela semifi nal do Estadual do Rio, Vasco e Flamengo não saíram do 0 a 0. Pela outra semifi nal do Estadual, o Fluminense derrotou no sábado (11) o Botafogo por 2 a 1.

Pódio D1

Hillary Clinton lançou ofi cialmente sua campanha, neste domingo, para obter a indicação democrata às eleições

presidenciais de 2016. O anúncio foi feito em um vídeo difundido nas redes sociais. Mundo B3

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Pela semifi nal do Estadual do Rio, Vasco e Flamengo não saíram do 0 a 0. Pela outra semifi nal do Estadual,

domingo, para obter a indicação democrata às eleições presidenciais de 2016. O anúncio foi feito em um vídeo

difundido nas redes sociais.

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Page 2: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

A2 Última Hora MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Concurso n. 712 (11/04/2015)

Extração nº 04961 (11/04/2015)

FEDERALFEDERAL

Prêmio Bilhete Valor (R$)

1º 05.788 1.000.000,00

2º 01.416 21.500,00

3º 06.216 17.700,00

4º 26.286 16.500,00

5º 72.293 15.085,00

Concurso n. 1375 (10/04/2015)

02 03 12 34 44 47

DUPLA-SENADUPLA

Primeiro sorteio

01 08 12 20 35 49

Segundo sorteio

Concurso n. 1545 (11/04/2015)

LOTOMANIALOTOMANIA

02 03 05 08 18

26 30 33 37 41

42 44 52 54 61

64 71 79 85 90

Concurso n. 3761 (11/04/2015)

06 09 29 46 48

QUINAQUINA

LOTOFÁCILLOTOFÁCIL

TIMEMANIATIMEMANIA

02 41 50 55 56 62 79

Time do coração

BOTAFOGO/RJ

LOTERIAS

Concurso n. 1694 (11/04/2015)

MEGA-SENAMEGA-SENA

FONTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

20 29 34 37 45 57

02 04 08 09 10

12 15 16 17 18

19 22 23 24 25

Concurso n. 1194 (10/04/2015)

Troca de tiros mata policial

São Paulo (Folha-press) - Um policial militar foi morto com um tiro na cabeça, ante-ontem, em um bazar em Santo André, na Gran-de São Paulo. O agente estava de folga.

Segundo informações da própria PM, Denis Francis de Almeida, 31, estacionou seu veículo por volta das 15h10 em frente ao estabeleci-mento comercial na rua Queiroz Filho e entrou.

Em seguida, um ho-mem que chegou em uma moto também adentrou a loja. Após troca de tiros, o suspeito fugiu.

A vítima chegou a ser levada a um hospital na cidade, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

Ele trabalhava no 41º Batalhão da Polícia Mili-tar. O caso foi registrado no 4º DP da cidade.

Ainda não há informa-ções sobre a identidade do suspeito ou o motivo do crime.

Na última sexta-feira, um PM também de folga fi cou ferido após reagir a um assalto na av. Corifeu de Azevedo Marques, na Vila Lageado, Zona Oes-te de São Paulo.

Ele trafegava em sua motocicleta na altura do número 5.600 da aveni-da quando duas pessoas, em outra moto, anuncia-ram um assalto.

O policial teria se de-fendido, o que deu início a um tiroteio. Um dos dois suspeitos morreu.

SANTO ANDRÉ

Marco da Biodiversidade será votado esta semana

São Paulo - A votação de três destaques deverá encerrar, amanhã, a apro-vação do novo Marco Le-gal da Biodiversidade no Senado. O texto-base do projeto foi aprovado na últi-ma quarta-feira e já sofreu alterações por parte dos senadores, o que fará com que a matéria retorne para a Câmara independente-mente da aprovação dos destaques pendentes.

Os três pontos que estão pendentes tratam de uma

das questões mais relevan-tes do projeto: a repartição de benefícios com índios, agricultores e comunidades tradicionais como ribei-rinhos e quilombolas, que compartilhem seus conheci-mentos com as indústrias e empresas que vão explorar o patrimônio genético de plan-tas e animais brasileiros.

Uma das emendas propõe a troca do termo “populações indígenas” para “povos indí-genas” ao tratar dos benefi -ciários da repartição.

NO SENADO

Senado vai votar destaques do novo Marco da Biodiversidade

PEDRO FRANÇA/AGÊNCIA SENADO

Encontro entre Cuba e EUA marca uma nova eraÉ a primeira vez desde 1958 que presidentes dos dois países se reúnem. Obama se mostra esperançoso quanto ao futuro

São Paulo (Opera Mundi) – Mais de 50 anos após ruptura de relações diplomá-

ticas, Cuba e EUA tiveram um dia histórico, anteontem. Os presidentes Raúl Castro e Barack Obama realizaram reunião bilateral para discutir a reaproximação diplomática entre os países.

O encontro aconteceu em uma pequena sala dentro do Centro de Convenções Atlapa do Panamá, onde foi realizada a VII Cúpula das Américas. Desde 1958, quando Cuba e EUA romperam relações diplo-máticas, é a primeira vez que os presidentes dos dois países sentam lado a lado.

“É uma reunião ‘histórica’, disse Obama, que reconhe-ceu que a história entre os dois países é “complicada”. “Agora estamos em condi-ções de avançar no caminho para o futuro”, ressaltou o presidente americano.

Raúl Castro, por sua vez, disse que Cuba está “disposta a falar de tudo” no proces-so de normalização bilateral. No entanto, “pode ser que nos convençam de algumas coisas e de outras não, não se deve criar expectativas”, acrescentou Castro.

Ao afirmar que os dois pa-íses têm que dialogar “com muito respeito”, o líder cuba-no reconheceu que existem “muitas diferenças” entre os dois governos.

Agressões imperialistasAntes do encontro bilateral

com Obama, Raúl Castro criti-cou o histórico de “agressões imperialistas” dos EUA contra a América Latina.

Nos 42 minutos de discurso durante a Cúpula das Américas, o líder cubano fez uma retoma-da histórica das relações entre EUA, Cuba e América Latina. Destacou, sobretudo, as “guer-ras, conquistas e intervenções” dos EUA, país que classifi cou como “força hegemônica que despojou de territórios toda nossa América e se estendeu até o rio Bravo”.

No entanto, Raúl Castro en-fatizou que Obama não tem responsabilidade pelo passa-do de sanções e embargos a Cuba e elogiou o norte-americano pelo diálogo que estabeleceu com Havana.

“A paixão me sai pela pele quando se trata da revo-lução, mas peço desculpas ao presidente Obama porque ele não tem nada a ver com tudo isto”, declarou.

Encontro histórico entre os presidentes de Cuba e EUA, Raúl Castro e Barack Obama, aconteceu na noite do último sábado, no Panamá

REPRODUÇÃO TWITTER

“Todos (anteriores a Oba-ma) têm dívidas conosco, mas não o presidente Oba-ma”, que “é um homem ho-nesto” e com uma “forma de ser que obedece a sua ori-

gem humilde”, comentou. “O presidente Obama nas-

ceu sob a política do blo-queio a Cuba, também não tem culpa disso, mas esse e outros elementos deverão ser

resolvidos no processo de nor-malização de relações”, disse. Assim como a presidente Dil-ma Rousseff , Castro exigiu um novo posicionamento dos EUA em relação à Venezuela.” Nós

sabemos porque (os venezue-lanos) estão passando pelo mesmo caminho pelo qual nós passamos e estão passando pelas mesmas agressões pe-las quais nós passamos”.

Raúl Castro defende Venezuela para Obama

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Page 3: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 A3Opinião

Ao lamentar a “longevidade na vida pública” de políticos envolvidos em crimes de corrupção, o juiz federal Sergio Moro, responsável pela operação Lava Jato, cuja sede é Curitiba, a capital do Paraná, não estava com suas preocupações voltadas para o Amazonas, onde um ex-prefeito de município, com mandato cassado e preso por crime de pedofi lia, continua mantendo acesa a chama de todas as suspeitas de ilegalidade em Coari, de dentro de uma prisão especial em Manaus.

Moro fez o desabafo no despacho sobre a prisão, neste fi m de semana, do ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR, hoje sem partido), aquele que faltou com respeitou ao então presidente do Supremo Tribunla Federal, Joaquim Barbosa, com apoio do PT, em plena sessão plenária do julgamento do mensalão, possivelmente crente de que sairia impune depois de avaliado o seu prontuário.

Na sexta-feira (10), durante a 11ª fase da investigação que apura um esquema de corrupção na Petrobras, a Polícia Federal prendeu Vargas e o também ex-deputado Luiz Argôlo (ex-PP e hoje Solidariedade-BA) e mais quatro pessoas ligadas aos políticos.

Também foi expedida ordem de prisão de prisão contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que já estava preso em Pernambuco por condenação no processo do mensalão e deverá ser tansferido para a Polícia Federal de Curitiba.

Corrêa, cassado em 2006, é citado como caso emblemático, na indignação do juiz Moro, pois “continuou, como indicam as provas descobertas na operação Lava Jato, recebendo propinas periódicas decorrentes do esquema criminoso na Petrobras”. Sobre Vargas, o ma-gistrado disse que “seria ingenuidade acreditar que não dispõe de qualquer poder político”, apesar de ter sido cassado pela Câmara. Moro alerta para o “risco” de Vargas recuperar o mandato no futuro, “como tantos outros fizeram”.

Contexto3090-1017/98115-1149 [email protected]

Para a crítica teatral Barbara Heliodora, que morreu na sexta-feira (10), aos 91 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, Zona Sul do Rio, onde estava internada desde março. A crítica de teatro tinha 91 anos. Foi no “Jornal do Brasil”, onde traba-lhou até 1964, que sua carreira conquistou respeito e seriedade pelo conhecido rigor dos seus artigos e críticas.

Barbara Heliodora

APLAUSOS VAIAS

Assim fi ca difícil!

Só em 2012, a capital ama-zonense assinara um convênio de cerca de R$ 12 milhões para obras de reurbanização.

Em 2014, o valor mais alto não passou de R$ 512 mil para a realização de projetos de drenagem.

Conceição, presente!

A deputada Conceição Sam-paio (PP) enviou e-mail a CON-TEXTO dizendo que estava, sim, na discussão da PEC que equi-para os salários dos servidores da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) aos salários dos demais fun-cionários federais.

Só os líderes

Explicou que não apareceu no vídeos nem nas transmis-sões ao vivo da TV Câmara porque na parte central do ple-nário fi cam apenas os líderes e vice-líderes de partidos.

□— Somente estes podem

falar para discutir as maté-rias. Os demais deputados inscrevem-se para falar nas Comunicações Lidas (um mi-nuto), no pequeno expediente –, informou Sampaio.

De muletas

Por ter sido submetida a uma cirurgia na perna, Conceição disse que só tem se deslocado entre o seu gabinete e o plenário por meio de um triciclo elétrico disponibilizado pela Diretoria de Acessibilidade da casa.

— Ou com auxílio de mule-tas, quando as distâncias são menores -, revela.

100% presente

A deputada garante que não aparece na TV Câ-

mara, mas tem 100% de presença nas sessões.

Fui eu que fi z!Depois da aprovação da Pro-

posta de Emenda à Constitui-ção que equipara os salários dos servidores da Superin-tendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) aos salá-rios dos servidores públicos federais, a briga agora é para saber quem foi o autor da emenda.

E, a princípio, chegou à im-prensa a informação de que a emenda é de autoria do deputado federal Pauderney Avelino (DEM-AM).

O problema é que a senado-ra Vanessa Grazziotin (PCdoB) e a então deputada Rebecca Garcia também garantem que receberam PEC das mãos dos servidores da Suframa.

E lutaram incansavelmente por sua aprovação.

É plágio!

Pauderney não gostou e sal-tou nas tamancas.

— Isso é plágio da Va-nessa e da Rebecca. O que elas fi zeram foi uma cópia da minha emenda!

Tomou para si

Vanessa foi aos microfones da Rádio Tiradentes FM e deu o troco.

Disse que Pauderney “quer tomar para si uma vitória que foi de todos. Bancada e fun-cionários!”

Acusação grave

Já a ex-deputada federal Rebecca Garcia (PP) também disse que o mérito foi dos funcionários da Suframa.

— Pauderney fez essa co-locação, mas, pela escola em que estudei, pela ética que sigo, ele, sem querer, fez uma acusação muito grave! – disparou.

Bancada da bala

Coordenador da chamada “bancada da bala” na Câma-ra, o deputado Alberto Fraga (DEM-DF) resolveu recarregar a cartucheira.

Vai apresentar, esta semana, um projeto de lei para liberar o porte de armas para os congressistas.

Chumbo grosso

A bancada é formada por 21 deputados que são ligados à área da segurança, como delegados, ex-policiais e militares.

Eles comandam a chamada Frente Parlamentar pela Segu-rança Pública, que reúne mais de 200 deputados.

Ameaças de morte

As justifi cativas apresentadas pelo deputado para a medida são as ameaças de morte recebidas por parlamentares após vota-ções de matérias polêmicas.

Na mira

Ele contou que nesta sema-na, após a polêmica votação do projeto que regulamenta a terceirização no país, foi alvo de ameaças de morte em suas páginas sociais.

Morre ‘Xavico’

Morreu nessa quinta-feira (9) o ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal, Francisco Ma-noel Xavier de Albuquerque.

Natural de Manaus, o ministro fi cou no Supremo por 10 anos.

Velha jaqueira

“Xavico”, como gostava de ser chamado, bacharelou-se em direito na Faculdade do Amazonas, em 1949.

Foi na velha jaquei-ra que ele também obteve o grau de doutor, em 11 de agosto de 1958.

Para quem vê as manifestações em quase todos os Estados do Brasil como “minoria que não vota em Dilma”. Não é assim; o governo deve, sim, fazer uma refl exão e tentar rever questões mais urgentes, como o combate à corrupção e o fi m da impunidade.

Indiferença ao sinal do povo

Quando o prefeito Arthur Neto (PSDB) descarrega sua metralhadora giratória contra a presidente Dilma, muita gente diz que ele exagera.

Mas, no fundo, o prefeito está coberto de razão. Reportagem publicada neste domingo no jornal “O Globo”, assinada pelos jornalistas Sérgio Roxo e Tiago Dantas, revela que a verba caiu de R$ 34,2 milhões em 2011, quando o prefeito era Amazonino Mendes (PDT), para R$ 1,5 milhão em 2014, com o município sob o comando de Arthur Neto (PSDB).

A verba para Manaus encolheu!

DIVULGAÇÃO DIVULGAÇÃO

[email protected]

Sim, magistrado, como é possível?

Para além de ser uma medida inconstitucional (violadora do artigo 228 da CF e tantos outros disposi-tivos que asseguram o tratamento diferenciado do adolescente que está em fase de desenvolvimento da sua personalidade), a redução da maiori-dade penal tende a ser inócua: de 1940 (data do Código Penal) até março de 2015, o legislador brasileiro reformou nossas leis penais 156 vezes. Nenhu-ma reforma legal jamais diminuiu qualquer tipo de crime no país, a médio ou longo prazo. Se 156 leis penais novas não funcionaram, qual a base empírica para se acreditar que uma nova lei, justamente a decorrente da PEC 171 (Proposta de Emenda Constitucional), seria diferente? “In-sanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes” (Albert Einstein).

Não há dúvida que as leis possuem o efeito mágico (simbólico) de aplacar a indignação da população irada, que já não suporta mais tanta insegurança. Mas como as leis não mudam a rea-lidade, em pouco tempo a população volta com carga redobrada de ira. A desgraça, que emana da consciência ingênua, típica, mas não exclusiva das massas insurgentes, é que ela e a mí-dia voltam a pedir a mesma coisa: vão implorar por uma nova lei baixando a idade penal para 14 anos. Depois, vão demandar nova reforma para atingir os adolescentes de 12 anos. Ad absurdum, esse raciocínio chegaria à proposta do aborto generalizado para não nascer mais ninguém. Al-guns religiosos mais radicais talvez recuperem a ideia de que o humano não deve mais fazer sexo.

Em 1990, o Brasil vivia uma onda avassaladora de sequestros, extorsões e assassinatos. Em 1989 havíamos chegado a 23,7 assassinatos para cada 100 mil pessoas (fonte: Datasus), con-tra 11,5 em 1980. O legislador pronta-mente editou a mais dura lei penal do país redemocratizado, lei dos crimes

hediondos, afi rmando que, com ela, o problema seria resolvido. Em 1990 já chegamos a 26,4 homicídios para 100 mil habitantes. No ano 2000, al-cançamos 26,7; em 2005, 28,1; no ano 2010, 27, 4; em 2012, últimos números disponíveis, veio o patamar de 29 para cada 100 mil habitantes.

Com as leis de trânsito e Maria da Penha aconteceu a mesma coisa: a mera mudança da lei não altera a realidade. Se estatisticamente sabe-mos que a simples alteração da lei não diminui a criminalidade, por que agora seria diferente?

A Unicef calcula que cerca de 1% dos homicídios são cometidos (no Brasil) por menores de 16 e 17 anos (“O Globo” 2/4/15). Isso signifi ca mais ou menos 600 mortes anuais. Nas outras mais de 59 mil mortes a polícia investigativa (sucateada) consegue apurar apenas de 5% a 8% dos casos; 92% contam com impu-nidade imediata. O nosso problema, portanto, reside na falta de certeza do castigo. Essa seria a bandeira correta a ser levantada, fazendo-se um ajuste no ECA para, nos casos de menores assassinos, aumentar o tempo de internação, de três para seis ou oito anos (como acontece em vários países europeus).

Para além desse ajuste legal, a solu-ção da criminalidade exige educação de qualidade em período integral, para todos, prevenção e certeza do castigo previsto na lei. Nada des-sas coisas certas fazemos no Brasil. Teimamos em fazer o errado. Por isso que é insanidade esperar resul-tados diferentes. Com 150 milhões de analfabetos funcionais ainda va-mos demorar muito para alcançar a consciência crítica. A redução da maioridade penal como solução de um problema social é a exploração do humano de consciência ingênua pelo humano demagogo.

P.S. Participe do fi mdopoliticoprofi ssional.com.br

Luiz Flávio Gomes [email protected]

Luiz Flávio Gomes

Cientista criminal, diretor-presidente

do Instituto Avante Brasil

Redução da maioridade penal

[email protected]

Teimamos em fazer o erra-do. Com 150 milhões de analfabetos funcionais, ainda va-mos demorar muito para alcançar a consciência crítica. A redução da maioridade penal como solução de um proble-ma social é a exploração do humano de consciên-cia ingênua pelo humano demagogo”

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Page 4: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

A4 Opinião MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

FrasePainelVERA MAGALHÃES

A reação do governo aos atos deste domingo, que reuniram bem menos manifestantes que em 15 de março, não foi de alívio nem de comemoração. A análise é que o fato de os protestos terem atraído, menos de um mês depois, número considerável de pessoas às ruas, aliado à pesquisa Datafolha que mostra que a insatisfação com o governo se mantém estável em seu recorde, obrigam o Planalto a adotar medidas para responder às reivindicações e retomar a maioria no Congresso.

Menos PT Na estratégia de tentar desvincular a presidente do PT, a ideia do vice Michel Temer é que Dilma Rousseff e os ministros não se manifestem sobre pautas que não são do governo, como a redução da idade penal.

Mais PT Já petistas que-rem Dilma contra a tese da redução da idade, para anga-riar apoio da esquerda e se opor à chamada pauta con-servadora do Legislativo.

Sem digital Renan Calheiros (PMDB-AL), padrinho de Vinicius Lages, negocia para que o novo cargo do ministro do Turismo seja menos associado a ele que a direção da Transpetro.

Slot Um possível desfecho para Lages, que abrirá espaço no Turismo para Henrique Edu-ardo Alves, é a Infraero.

‘Tô’... Deputados da base aliada desabafam em gru-po do Whatsapp sobre uma “campanha de difamação” promovida por petistas con-tra quem votou contra o go-verno na terceirização.

...fora “É esse partido que

logo mais virá pedir meu voto no ajuste fi scal. Não contem comigo. Já encheu essa porcaria hipócrita que nos usa”, escreveu um indignado.

Cassação Caciques do PMDB articulam uma reação ao nome de Valdir Raupp (PMDB-RO) para a presidência do partido enquan-to Michel Temer estiver licen-ciado para tocar a articulação política do governo. Querem que o vice comande o partido até a escolha de uma nova direção, no segundo semestre.

Régua “Todos discutem se o Vaccari deve se afas-tar da tesouraria do PT, mas querem colocar um político investigado na Lava Jato para presidir o PMDB?”, questiona um peemedebista.

Berlinda A oposição quer en-quadrar o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, na CPI da Petrobras com assuntos além da estatal. Investimentos em Cuba e empréstimos à África podem emergir.

A hora e a vez A CPI do HSBC ouvirá nesta quinta Henry Hoyer, apontado como sucessor de Alberto Youssef no esquema

alvo da Lava Jato, e Paulo Cel-so Moreira da Silva, ex-diretor do Metrô paulista implicado no caso Alstom. Os dois têm contas ligadas a eles na Suíça.

Pazes A bancada do PT na Câmara discutirá nesta segun-da como se reaproximar dos movimentos sociais, com afago maior àqueles que defendem a reforma política.

Road show O PSDB discute usar parte das inserções e do programa partidário que a sigla vai exibir em maio para sua campanha de fi liação.

No ar Em mensagem en-viada a amigos, o ex-de-putado André Vargas expli-ca que as fragâncias que vendia após ser expulso do PT vinham com “essências importadas equivalentes aos perfumes importados de marca”.

Desbotou Celso Kamu-ra foi chamado na semana passada para dar um trato no visual de Dilma Rousseff. O cabeleireiro escureceu as madeixas da presidente, que na sua opinião estavam “loi-ras e desbotadas demais”.

Sandália da humildade

Contraponto

Quando era presidente da Câmara, o vice-presidente Michel Temer viajou, com uma comitiva de deputados e assessores, à Rússia. Em São Petesburgo, fi caram numa dacha, tipo tradicional de casa de campo russa.Temer estava em seu quarto quando bateram na porta. Era Mozart Vianna, então se-cretário-geral da Câmara.– Presidente, cometeram um equívoco! Me colocaram na suíte presidencial, enorme, que deveria ser do senhor.Temer, rindo, replicou ao constrangido servidor:– Mozart, não se esqueça de que estamos na Rússia: aqui quem manda é o secretário-geral.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Chefe do politburo

Tiroteio

DO DEPUTADO PAULO TEIXEIRA (PT-SP), sobre o esvaziamento dos protestos deste domingo, com maior participação tucana, em relação aos de 15 de março.

Quando o PSDB resolveu assumir o front das convocações, a presença nas ruas diminuiu. A bandeira do impeachment não passará”

O setor primário da economia ob-teve enorme benefício com o posicio-namento do governo pelo acréscimo de mais 2% de etanol anidro (E27) à gasolina, saindo dos atuais 25% para 27%. Essa alteração deve gerar maior demanda para a produção de etanol para fi ns de abastecimento do mercado de combustível. Obviamente, estão envolvidos diretamente nessa questão a indústrias da cana de açúcar, petrolífera e a automobilística.

Observa-se que há interesses dis-tintos buscados por cada setor. Os produtores de cana de açúcar visam escoar sua produção, confi antes na safra produzida, especialmente na Região Centro-Sul do país, onde se concentram os maiores produtores de cana, açúcar e etanol, com desta-que para o Estado de São Paulo, que tem produção estimada em cerca de 60%, aproximadamente.

O setor automobilístico foi o menos benefi ciado, visto que o impacto da nova composição da gasolina atinge, negativamente, os veículos movidos apenas à gasolina. Com isso, estão in-cluídos não somente os carros antigos, mas também os veículos importados. Para esses, vale mencionar, a anterior mistura brasileira de etanol anidro e gasolina (25%) já prejudicava o de-sempenho do motor e o consumo de combustível. Ao considerar que parte da frota nacional é composta por veí-culos equipados com motores movidos somente à gasolina, era esperado que qualquer ação no sentido de alterar a composição do combustível fosse previamente analisada.

A Anfavea, associação nacional que representa os fabricantes de veículos, sinalizou, cautelosamente, quanto à mudança, porquanto recomendou que, pelo menos um dos tipos de gasoli-na disponíveis permanecesse com os 25% de etanol anidro na mistura.

No entanto, a alternativa não foi agradável para o bolso do consumidor, pois a gasolina mantida inalterada foi

a chamada Premium, mais cara e mais difícil de ser encontrada até mesmo nas grandes cidades. Apesar de serem os tipos mais utilizados a gasolina co-mum e a aditivada, ambas receberam a maior proporção de etanol.

Os veículos automotores movidos à gasolina sofrerão desgastes maiores em seus componentes, pela exposi-ção aos efeitos prejudiciais da maior concentração do etanol anidro, o qual na concentração de 25% já causava efeito danoso ao motor. Nota-se que, com a alteração, há uma manobra po-lítica visando benefi ciar os produtores de cana de açúcar, os quais deverão ter um signifi cativo aumento de sua produção, para atender ao aumento da demanda do etanol.

A questão econômica afl ige o consumidor. Ele é quem sofrerá com o aumento do combustível, com um maior consumo pelo veículo e maior desgaste de seus componentes. A expectativa inicial era que a im-plementação fosse menos onerosa para o consumidor. Equipara-se à prática abusiva impor ao consumi-dor, proprietário de veículos movi-dos apenas à gasolina a utilização de apenas um tipo de combustível, a chamada gasolina Premium. Essa, que mantêm a mistura de 25% de etanol anidro, além de possuir subs-tâncias detergentes e dispersantes, benefi ciando o desempenho e a eco-nomia no consumo de combustível, excede o valor de R$ 4 o litro em alguns Estados, como na Bahia.

É uma temeridade determinar o aumento da mistura de etanol anidro à gasolina em 27%, sem prévio estudo acerca do impacto no desempenho dos motores movidos apenas à gasolina, além do impacto econômico-fi nancei-ro da medida. A implementação dessa mudança afeta diversos setores, tendo a balança benefi ciado uma parcela, tal como o setor primário sucroener-gético e terciário, em detrimento de grande parte da sociedade.

Alan de Almeida [email protected]

Alan de Almeida Santos

Sócio do Lapa & Góes e Góes Advo-gados Associados

É uma te-meridade determinar o aumento da mistura de etanol anidro à gasolina em 27%, sem estudo do impacto no desempenho dos moto-res movidos apenas à ga-solina, além do impacto econômico-fi nanceiro da medida. A implemen-tação dessa mudança afeta diversos setores”

Os carros podem parar

Olho da [email protected]

E se descobriu que, além da fl oresta em pé e do boto vermelho (que odeia ser chamado de rosa), o Amazonas tem um teatro que está sob a reverência do mundo (embora muitos nati-vos não tenham sequer conhecimento dele) e pode ser adotado como patrimônio mundial. O arcebispo metropolitano de Manaus, dom Sérgio Eduardo Castriani, ora pro nobis

DIEGO JANATÃ

Qual é o nosso ensino? É uma imitação famigerada do ensino francês do século 19. Um enciclopedismo raso, vidrado em decoreba (...) Qual é o método de ensino que adotamos no

nosso país? É uma camisa de força dogmática, que faz guer-ra contra o que somos. Chegou a hora de tirar a camisa de força. Começa no ensino focado nas capacitações analíticas,

de entendimento verbal e raciocínio lógico

Mangabeira Unger, ministro da Secretaria de Assuntos Especiais, que foi acionado por Dilma Rousseff para criar um

plano para a educação, fez duras críticas ao sistema de ensino brasileiro, na posse de Jessé de Souza na presidência do Ipea.

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Page 5: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 A5Política

‘Fora, Dilma’ reúne só mil pessoas em ManausDe forma tímida, o movimento que pede a saída da presidente Dilma não conseguiu reunir um número satisfatório de participantes

A manifestação que pede o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), realiza-

da na manhã de ontem (12), em Manaus, não obteve o número esperado de participantes. A organização do evento espera-va entre 10 e 15 mil pessoas, mas até as 11h da manhã o número era bem abaixo, cerca de mil pessoas, segundo os próprios organizadores.

Os protestos contra a per-manência de Dilma Rousseff (PT) na Presidência do país e contra a infl ação, o acréscimo na cesta básica e a corrupção, principalmente envolvendo os escândalos da Petrobras, leva-ram muitas pessoas às ruas de várias cidades do Brasil.

Em Manaus, o movimento foi fraco, mas reuniu entre populares, estudantes, profes-sores, comerciantes, idosos e instituições e movimentos sindicalistas, como a Força Sindical, uma das principais organizações contra a Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT), contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e a pre-sidente Dilma, bem como o movimento “Fora, Dilma”, Dire-tórios Centrais de Estudantes (DCEs), igrejas evangélicas e católicas, maçonaria, Clube Ajuricaba, entre outros.

Um dos coordenadores do movimento “Fora, Dilma”, Jú-nior Oliveira explicou que o ato

na manhã de ontem foi exclu-sivamente pelo impeachment da presidente Dilma e não pela reforma política e outras ques-tões. “Estamos aqui para pedir pelo impeachment da presi-dente. Não podemos aceitá-la no comando de nosso país. Tudo o que está acontecendo com a corrupção a Petrobras e as decisões que a Dilma vem tomando e que são contra o povo do país”, criticou.

ReivindicaçãoApesar da explicação de Jú-

nior Oliveira, muitas pessoas presentes ao protesto estavam

reivindicando, sim, a reforma política, contra o aumento da gasolina e da cesta básica. A exemplo disso, a estudante Ká-tia Bastos, 18, pedia, durante o trajeto, melhores condições para a educação, com mais universidades, melhorias e valorização dos professores. “Eu acredito que podemos rei-vindicar, sim, por essas ques-tões. Do jeito que está não

está bom, e vindo aqui de-monstro meu inconformismo”, alegou a estudante.

Kátia também defendeu que a manifestação é uma forma de a população dizer que não aceita as decisões que estão sendo tomadas pelo Congres-so e que somente o povo se unindo e se manifestando é que se pode surtir grande in-fl uência. “Precisamos de uma pessoa no comando do país que respeite o povo. Por isso, vim para essa manifestação, para reivindicar melhorias, princi-palmente para a educação”, fi nalizou a estudante.

DecepçãoDecepcionado com a esco-

lha para votar nas eleições de 2014, quando confi ou seu voto a presidente Dilma, o estudan-te Fillipe Souza, 18, também se manifestou favorável à saída da presidente. Ele explicou que quando votou acreditava que Dilma era a melhor escolha, entre os candidatos que se apresentavam para o Brasil. Mas que se decepcionou com as decisões que têm sido to-madas por Dilma e com os escândalos de corrupção.

“Eu vim reivindicar por cau-sa das medidas que a presi-dente tem tomado. Eu votei nela. Acreditei, mas hoje es-tou arrependido, porque não concordo com a forma que ela vem dirigindo a nação e principalmente pela corrupção que se instalou no nosso país”, justifi cou Barroso.

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MOARA CABRALEquipe EM TEMPO

NAS RUASOs protestos contra a permanência de Dilma na Presidência do país e contra a infl ação, o acréscimo na cesta básica e a corrupção levaram muitas pessoas às ruas de várias cida-des do Brasil

A professora de educa-ção física Ana Maria Cor-tez, 32, não acredita que as manifestações levarão à saída da presidente Dil-ma Rousseff do comando do país, mas acredita que é preciso acompanhar e protestar para fazer pres-são ao governo e tentar mudar alguma coisa. “Eu sei que pedir o impeach-ment da presidente não vai tirar ela do cargo, mas sei que estamos aqui para pressionar. Para mostrar-mos ao mundo que es-tamos insatisfeitos com a política do nosso país e com tudo o que vem acontecendo. Precisa-mos da reforma política e, por isso, estou hoje aqui”, explicou.

Os protestos começa-ram em frente à praça do Congresso e os ma-nifestantes seguiram em caminhada, descendo a rua Ramos Ferreira e se-guindo pela avenida Ge-túlio Vargas, em direção à Djalma Batista, para encerrar os protestos em frente ao Posto 700.

Saída da presidenteé improvável

O engenheiro do Distrito Industrial Pedro Henrique, 36, também acredita que as ma-nifestações do povo podem mudar a história do país, mas para isso, é preciso que o próprio povo acredite nisso. “O povo não sabe a força que tem para mudar qualquer coisa. Seja a saída de um governante ou seja a Justiça, mas é preciso estar unido. Eu estou aqui porque estou insatisfeito com a situação do Brasil e as medidas que estão sendo tomadas, e a culpa nunca é nosso (Brasil), a culpa

é sempre dos outros ou da crise econômica em tal país”, questionou o engenheiro.

Para o administrador Sávio Farias, o movimento pode, sim, mudar ou pressionar a acontecer mudanças, uma vez que seja levado a sério. “É preciso que as pessoas levem a sério, pois só assim poderá haver mudanças, e nossa voz, a voz do povo, poderá ser ouvida”, pontuou.

O comerciante Tony Mar-ques, 50, subiu ao trio para informar e pedir que as pes-soas acompanhassem a co-

mitiva de Coari que chegará hoje (13) na capital, a qual seguirá acorrentada do por-to da cidade até a sede do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM), na avenida Nilton Lins, no Parque das Laranjeiras, em protesto pela onda de escândalos no município. “Estamos cansa-dos dessa situação que não se resolve. Por isso, estaremos protestando em frente ao TRE para que haja uma defi nição nessa liminar e acabe com a insegurança e instabilidade no município”, salientou.

‘É preciso acreditar nas mudanças’

Ao menos 21 Estados e o Distrito Federal tiveram manifestações contra o go-verno Dilma Rousseff (PT) e contra a corrupção. Foram registrados protestos no DF e nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Bahia, Pará, Mara-nhão, Amazonas, Alagoas, Goiás, Santa Catarina, Ce-ará, Pernambuco Sergipe, Paraíba Acre, e Mato Gros-so, Mato Grosso do Sul Rio Grande do Norte.

De acordo com levanta-mento feito junto às Polícias Militares destes Estados, as manifestações reuniam ao menos 500 mil pessoas em todo o país. Em São Paulo, as manifestações começa-ram primeiro no interior, em

cidades como Campinas (10 mil participantes), Ribeirão Preto (25 mil) e São José dos Campos. Na avenida Paulista, na capital, mani-festantes fecham os dois sentidos da avenida Paulis-ta, região central, desde as 13h. A PM ainda não divul-gou um balanço do número de participantes. Nos pro-testos do dia 15 de março, a via foi a que reuniu mais pessoas em todo o país.

Em Brasília, o protesto co-meçou por volta das 9h30. Os manifestantes levaram cartazes contra a corrupção na Petrobras e um grupo pe-diu a intervenção das Forças Armadas. Segundo a PM, 25 mil pessoas participa-ram do ato na Esplanada dos Ministérios.

Protestos reúnem meio milhão

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ULG

AÇÃO

Participação tímida da população no ato contra a presidente Dilma

Faixa gigante pedia o impeachment de Dilma em São Paulo

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A6 Política MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Vargas recebia a comis-são devida à agência

A ganância e a soberba levaram o ex-deputado André Vargas (ex PT-PR) a ser preso na 11ª fase da Lava Jato, acusado de receber propinas da agência de propaganda Borghi/Lowe. Controlada por estrangeiros, e por não enten-der esse sistema, a agência declinou do “BV”, espécie de comissão paga por fornece-dores (gráfi cas, produtoras de TV etc), para evitar problemas com a Justiça. Vargas “cresceu o olho” para o “BV”.

BV no bolsoArticulado com o vice-pre-

sidente da Borghi/Lowe, seu parceiro Ricardo Hoff mann, também preso, André Vargas recebia os valores do “BV”.

Comissão polêmicaAgências multinacionais

declinam do “BV” temen-do ilegalidade. O TCU acha que o valor deveria ser convertido em desconto para o governo.

Era propina mesmoA suspeita da força-tarefa é

que os repasses do “BV” a An-dré Vargas, eram o pagamen-to pelo contrato milionário que ele garantiu na Caixa.

Soberba é pecadoCerto da impunidade, Var-

gas usou suas empresas de fachada (com o irmão Leon), e emitiu notas fi scais à Borghi/Lowe no valor dos “BVs”.

Itamaraty pune Saboia por assessorar tucano

O diplomata Eduardo Sa-boia não foi punido apenas pela coragem que falta a seus chefes, no Itamaraty, salvan-do a vida do senador boliviano Roger Molina ao favorecer sua fuga para o Brasil. A punição é atribuída no Itamaraty à retaliação do governo Dilma

ao fato de Saboia ter sido convidado por um senador de oposição, Aloysio Nunes (PSDB-SP), para assessorar a Comissão de Relações Ex-teriores do Senado.

BurocraciaA requisição de Eduardo

Saboia já foi enviada pelo presidente do Senado ao go-verno, mas a Casa Civil não a retira da gaveta.

Anão diplomático A punição a um diplomata

da estirpe de Eduardo Sa-boia apenas reforça a péssi-ma imagem da atual política externa brasileira.

Medo de avião?O líder do PMDB na Câmara,

Leonardo Picciani, deve fazer o trajeto do Rio para Brasília de carro. Em 2 meses gastou R$ 15 mil em gasolina.

Pirataria na EmbrapaPesquisadores da Embrapa

estão estarrecidos: o banco de dados dos recursos genéticos da área de animais tem sido compartilhado com os EUA, contrariando decretos presi-denciais. Os americanos apro-veitam as informações que são preciosas, porque Brasil é referência na área.

Jogo de riscoDeputados ligados a Edu-

ardo Cunha acham que Mi-chel Temer na articulação é a “bala de prata” de Dilma. Mas se o governo desandar de vez, dizem eles, essa bala atingirá em cheio a cabeça do PMDB.

Sibá é gastadorO líder do PT na Câmara,

Sibá Machado (AC), torrou R$ 77,7 mil entre janeiro e março, com a verba indenizatória. Fla-viano Melo, um conterrâneo do PMDB, gastou menos de um terço: R$ 24,2 mil.

Michel tem a forçaPara entender o novo papel

de Michel Temer no gover-no: Dilma terceirizou para seu vice algumas das mais ambicionadas formas de exercer o poder, ou sejam, nomear, demitir e liberar emendas. A dúvida é saber por quanto tempo Madame vai aguentar isso.

Sem papoMichel Temer ouviu de lí-

deres aliados reclamações já conhecidas (e ignoradas) pelo Planalto: ministros resistem em receber par-lamentares. Na última reu-nião, abriram fogo contra Arthur Chioro (Saúde).

ConveniênciaO deputado Rubens Jr

(PCdoB-MA) culpava o clã Sarney pelo caos no presí-dio de Pedrinhas. Mas agora que seu partido governa o Maranhão e a anarquia con-tinua, ele diz sentir “cheiro de sabotagem”.

Coleta seletivaVem fracassando a coleta

seletiva determinada pelo prefeito paulistano Fernan-do Haddad. Pena. Como em outras cidades, o lixo sepa-rado pela população acaba misturado nos caminhões que o recolhe.

InvestimentoNa contramão da crise, o

polo de Manaus agora tem a primeira fábrica da Nippon Carbide na America Latina. A NCI atua no segmento de películas decorativas e autoadesivas. Investimento de R$ 8 milhões.

Pensando bem......parlamentares devem

examinar melhor a Lei da Ter-ceirização, porque o eleitor anda louco para terceirizar suas excelências.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Ela renunciou ao cargo, mas não renun-ciou ao governo”

AÉCIO NEVES (PSDB-MG) sobre Dilma compartilhar o governo com Michel Temer

PODER SEM PUDOR

O vereador Totó Bezerra, de Teresina (PI), fotógrafo, certa vez recebeu em sua loja – vizinha a um banco – a visita do deputado João Clímaco. De repente chegou um eleitor e pediu dinheiro emprestado ao vereador. Clímaco me-teu o bedelho para livrar o amigo do constrangimento:

- Você está vendo o banco aqui do lado? – perguntou ao eleitor – Pois o Totó não pode emprestar dinheiro a você porque tem um acordo com o banco. Nem ele empresta dinheiro, nem o banco tira retrato.

Acordo salvador

Aproximar a população da Assembleia Legis-lativa do Amazonas (Aleam) e proporcio-

nar debates com a ampla participação da sociedade. É assim que o presiden-te do parlamento estadual, deputado Josué Neto (PSD), conduz a administração da casa legislativa do Amazonas, com o objetivo de melhorar a vida dos amazonenses. Jo-sué começou sua trajetória na Aleam em 2007, e foi eleito para a presidência da Assembleia Legislativa do Estado para o biênio 2015-2016. O deputado já esteve presidente da casa durante o biênio 2013-2014, e nesta entrevista, fala sobre a trami-tação de matérias importan-tes, a atuação do legislativo no interior e o que os cidadãos do Amazonas podem esperar da atual legislatura.

EM TEMPO - Como o se-nhor avalia a forma como a tramitação de matérias importantes é conduzida durante sua gestão?

Josué Neto - A participa-ção das pessoas está cada vez maior na vida pública. As pessoas querem saber o que está acontecendo. E estamos abrindo a casa e chamando para o debate. Sempre respei-tando o posicionamento dos deputados da situação e de oposição. Durante a reforma administrativa, por exemplo, o parlamento trouxe as pessoas envolvidas para dentro da As-sembleia. Os cientistas foram para dentro da casa. Os secre-tários de governo envolvidos nas pastas foram para dentro do parlamento conversar com

os deputados para explicar como a reforma fará com que a vida do amazonense melhore. Essa reforma passou por todas as instâncias, foi amplamente debatida.

EM TEMPO - O que deve estar na pauta dos debates dos deputados estaduais?

JN - Cada um dos 24 depu-tados representa uma região do Estado, um segmento. Isso faz com que o parlamento seja o berço da democracia. Hoje, o trabalho da Assem-bleia tem muita força com o que acontece no interior do Estado. Tem, ainda, toda ci-dade de Manaus, onde temos serviços do Executivo e os problemas acontecem todos os dias. Nós temos que estar perto dessa realidade e trazer isso para o debate enviando requerimento, apresentan-do indicação e conversando com o governador.

EM TEMPO - E como os deputados ouvem a popula-ção do interior? Ainda há a Assembleia Itinerante?

JN - O modelo da Assem-bleia Itinerante, que tem de 12 a 15 anos, fi cou oneroso para a casa porque tivemos diminui-ção de recursos. Temos uma nova forma de trabalhar que são as audiências públicas. Por exemplo, três comissões estarão viajam para a região da Calha do Madeira para debater temas segmentados. Esse formato é muito mais econômico e para a população é muito mais efetivo.

EM TEMPO - Com o pleito de 2014, a casa passou por uma renova-

ção. O que esperar dessa nova legislatura?

JN - A Assembleia de 2014 foi a mais vitoriosa da histó-ria do Estado do Amazonas. Pela primeira vez elegeu três deputados federais. Tivemos colegas que foram candidatos ao governo e tiveram boas votações. Foram reeleitos 15 colegas. O trabalho foi muito bem executado e a missão é fazer que essa legislatura seja ainda melhor. Não vou fazer comparações em respeito aos colegas, mas essa legislatura tem tudo para ser mais pró-xima da população. Estamos promovendo debates de alta qualidade. Nosso objetivo é fazer melhor.

EM TEMPO - Qual ava-liação o senhor faz dos protestos realizados em todo o país?

JN - Se a sociedade critica, reclama e repreende, é sinal de que há algo errado no poder público. Isso não se trata de um resultado de uma eleição, como se tem coloca-do. A população de um modo em geral não está satisfeita com a forma como isso vem sendo conduzido. A insatis-fação nasce com os serviços públicos de qualidade ruim. Estou vendo políticos e em-presários ganharem milhões de reais e a gente não tem um serviço de transporte público de qualidade. O abasteci-mento de água e energia elétrica, por exemplo. Isso desperta para a refl exão: os recursos que poderiam estar sendo usados para o serviço público não estão chegando, estão indo para outros destinos.

DIVULGAÇÃO/ALEAM

Presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Josué Neto fala de medidas para aproximar o parlamento da população

‘Assembleia está aberta ao debate de melhorias’

Se a sociedade critica, reclama e repreende, é sinal de que há algo errado no poder público, diz Josué

Deputados discutem reforma políticaALEAM

Os deputados federais Ro-drigo Maia (DEM-RJ) e Marcelo Castro (PMDB-PI), respectiva-mente presidente e relator da Comissão Especial da Reforma Política no Congresso Nacional, confi rmaram presenças na au-diência pública que a Assem-bleia Legislativa do Amazonas (Aleam) realiza no próximo dia 17, no plenário Ruy Araujo, atendendo a propositura do deputado estadual Belarmino Lins (PMDB). De acordo com o vice-presidente da casa, Maia

e Castro desembarcarão em Manaus na noite do dia 16 junto ao deputado federal Átila Lins (PMDB-AM), membro da Co-missão Especial do Congresso e cotado para integrar o comi-tê da União Interparlamentar, com sede em Genebra, Suiça, a partir de outubro. Também fo-ram convidados para o evento o governador José Melo (Pros), o prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), o presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador Wilker Barreto (PHS),

e a presidente do TRE-AM, de-sembargadora Socorro Guedes, dentre outras autoridades.

Para Belarmino, a audiência debaterá pontos importantes da reforma política, como o fi m do instituto da reeleição, o fi m do voto de legenda, novos parâmetros para o fi nancia-mento de campanha, a adoção do voto distrital puro (“distri-tão”) e mandatos de 5 anos para deputados, vereadores e chefes do Executivo (federal, estadual e municipal). Belão quer debater os pontos mais críticos da reforma política, como reeleição e fi nanciamento

DIVULGAÇÃO/ALEAM

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A7Dia a diaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Jovem encontrada morta e amarrada em seu quartoPai da adolescente estrangulada teve que arrombar a porta, cuja chave foi quebrada pelo lado de fora. Um homem é suspeito

A adolescente Aman-da Cristina Bezerra, 17, conhecida como “Loira”, foi encontra-

da morta com sinais de es-trangulamento no início da tarde de sábado (11). A jovem estava nua no quarto da resi-dência onde morava com pai, localizada na rua Frei Caneca, bairro Colônia Oliveira Macha-do, Zona Sul de Manaus.

Amanda foi encontrada pelo pai com mãos e pés amarra-dos, depois que ele arrombou a porta do quarto. A chave estava por dentro, e a outra, utilizada pelo autor do crime, foi quebrada na fechadura pelo lado de fora.

Segundo relatos do pai da vítima aos investigadores da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS), a filha trabalhava pela manhã em uma loja do Cen-tro. Ele estranhou o fato de a jovem não ter falado com ele antes de seguir para o traba-lho, como de costume.

A ocorrência foi atendida por policiais militares da 2ª Companhia Interativa Co-munitária (Cicom), que acio-naram a perícia criminal. O

local do crime reuniu amigos e familiares da “Loira”. Mora-dores informaram que a jovem mantinha um relacionamento amoroso com outra mulher.

De acordo com informações da polícia, uma testemunha contou aos policiais civis que um homem conhecido como “Leandro” foi visto saindo da residência da adolescente por volta das 4h da madrugada e desapareceu do bairro após ser questionado por uma vi-zinha sobre o paradeiro de “Loira”. “A vizinha comentou com o ‘Leandro’ que a jovem havia sido assassinada; depois disso, ele levou dois celulares dela e fugiu do local”, revelou um dos investigadores.

Conforme a polícia, ima-gens da câmera de segu-rança do Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops), próximo ao local, aju-darão a polícia a identificar o autor do crime.

O investigador ainda infor-mou que a jovem não tinha sinais de estupro, mas que a hipótese não estava descar-tada, a ser confirmada após o exame de necropsia.

O corpo de Amanda Bezerra foi removido para o Instituto Médico Legal (IML). O crime será investigado pela DEHS. Corpo de Amanda Cristina é removido: vizinhos teriam visto homem saindo da casa da adolescente durante a madrugada

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Bairros recebem obras

A Prefeitura de Ma-naus começou no fim de semana um grande mutirão de infraestrutu-ra em quatro diferentes pontos da cidade: San-ta Etelvina, Parque das Laranjeiras, Nova Flo-resta e Braga Mendes. Executados por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf), os serviços fazem parte de uma nova estratégia de atuação do órgão, que mapeará durante a semana áreas que ne-cessitam de maior aten-ção, levando às mesmas a força-tarefa de 16 dis-tritos de obras, sempre aos sábados. Além do mutirão, as ações da Se-minf continuarão ocor-rendo normalmente ao longo da semana.

Na Zona Norte, os trabalhos foram con-centrados nas vias Co-ronel Monteiro, Coronel Danizio, Matrinxã e Curi-matã. Essas ruas esta-vam sem condições de tráfego e receberam 58 homens, dos distritos de obras do Santa Etelvina, Cidade Nova e Novo Is-rael, que esticarão os trabalhos para a conclu-são imediata hoje.

No Parque das Laran-jeiras, Zona Centro-Sul, as obras compreendem 18 vias. São elas: Viscon-de de Sinimbu, Visconde de Itanhaém, Visconde de Caeté, Visconde de Suas-suna e Visconde de Porto Seguro, entre outras.

SEMINFUm morto e um ferido são achados dentro de imóvel

Dois homens não identifi-cados foram encontrados, por volta das 15h de sábado (11), em uma casa abandona-da, na avenida Kako Cami-nha, bairro Presidente Vargas, Zona Sul de Manaus.

Eles foram encontrados pelo servente Warlison Gomes da Silva, 23, nas proximidades do complexo viário da avenida Constantino Nery.

“Assim que entrei no terreno, senti um mau cheiro forte. Resolvi verificar e me deparei com um homem morto, com a cabeça coberta de sangue. Logo depois, encontrei outro na parte de trás, agonizando, também com ferimentos na cabeça”, disse.

A ocorrência foi atendi-da inicialmente por policiais militares da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Ci-com), que acionaram o Ser-viço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

O sobrevivente foi encami-nhado com ferimentos graves na cabeça para uma unidade hospitalar da capital. Ele tem

entre 35 e 38 anos de ida-de, é moreno e estava ves-tindo apenas uma bermuda de cores sortidas.

Já o morto aparentava ter entre 47 a 50 anos, tinha barba, pele morena e trajava apenas uma camisa com listras na ho-rizontal azul e branca. Ele apa-rentava ainda ter sido agredido a pauladas na cabeça. A vítima teve traumatismo craniano e teria sido assassinada na noite de sexta-feira (10).

De acordo com a perícia criminal do Instituto de Crimi-nalística (IC), os dois homens não portavam nenhum tipo de documento que pudesse identificá-los e aparentemente seriam moradores de rua.

Segundo a polícia, a hipótese é que ambos sejam usuários de drogas e que foram alvos de acerto de contas no tráfico.

Conforme um morador, o terreno abandonado serve de encontro de usuários de drogas. “Eles se juntam para fumar e consumir drogas e depois praticar assaltos”, comentou. (JA)

ZONA SUL

Homens foram encontrados dentro de uma casa abandonada

JOSE

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BLITZ

Boxes são autuados em operaçãoA Prefeitura de Manaus e

o governo do Estado realiza-ram na noite de sábado (11) uma megaoperação conjunta, marcando o começo de uma série de fiscalizações que se-rão realizadas na cidade para coibir a prática de infrações e delitos. Um dos locais visitados foi a Praça de Alimentação da Cidade Nova, na Zona Norte, onde os 15 boxes destinados à comercialização de alimentos foram autuados pelos fiscais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustenta-bilidade (Semmas) e policiais civis da Delegacia Especializa-da em Crimes contra o Meio Ambiente (Dema).

Durante a operação, os estabelecimentoscom alvará de licença para funcionarem apenas como lanchonetes ti-veram equipamentos de som (caixas e mesas amplificado-ras) apreendidos por estarem praticando poluição sonora. Em um deles, um grupo de pagode fazia som ao vivo. O local já foi denunciado di-

versas vezes e já havia sido interditado pela Semmas.

A operação contou com po-liciais do Comando de Policia-mento de Área (CPA) Norte, da Policia Militar do Amazonas, agentes do Departamento de Trânsito do Amazonas (Detran-AM) e do Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans), que realizaram vistorias em veícu-los tunados estacionados em postos de gasolina e bares. Dois carros equipados com som tunado e os lacres das placas violados foram apre-endidos e rebocados para o parqueamento do Detran-AM. Os carros foram abordados em frente à Praça de Alimentação da Cidade Nova.

A ação também abordou e interditou para uso de som bares no entorno da praça, na avenida Max Teixeira, e até um parque de diversões. Uma igreja que realizava um culto com som alto foi orientada pelos fiscais da Semmas a baixar o volume.

A ação contou com a pre-sença do secretário adjunto de Operações da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP), Pedro Florêncio. Segun-do ele, a efetiva participação dos órgãos atuando de forma conjunta, cada um dentro das suas atribuições, garantirá o êxito das ações. Para a dire-tora de Fiscalização da Sem-mas, Regina Cerdeira, já foi possível perceber a diferença no ambiente do local com a redução do ruído.

“O objetivo é trabalhar em parceria e é nesse sentido que devem ocorrer as próxi-mas ações fiscalizadoras, com a relevante participação de todos os órgãos de controle”, afirmou. Ela lembrou que o trabalho de fiscalização desen-volvido nas feiras e mercados, iniciado na semana passada, já vem logrando êxito. Des-de a última sexta-feira (10), os permissionários da Feira do Coroado, Zona Leste, vêm atendendo às interdições para uso do som nos boxes.

Megaoperação foi resultado de parceria de órgãos ambientais do Estado e do município

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JOSEMAR ANTUNESEspecial EM TEMPO ONLINE

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A8 Dia a dia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Comunidade quilombola comemora são BeneditoO domingo chuvoso foi de festa na Praça 14 de Janeiro, onde a tradição com o santo é forte entre os quilombolas

O bairro da Praça 14, Zona Sul de Manaus, acordou ontem em festa. Apesar da chu-

va que insistia em cair durante todo o dia, a comunidade não parou porque o domingo foi dia de celebrar são Benedito. Com programação intensa desde as 10h, a 125ª edição da festa da Comunidade do Quilombo do Barranco de São Benedi-to terminou com a tradicional procissão e a distribuição de alimentos típicos.

Para a coordenadora do even-to, Jamilly Souza da Silva, a festa é a época mais impor-tante do ano para a comuni-dade. “Celebrar São Benedito é o que move a comunida-de. Este ano, as festividades – que vieram do Maranhão em 1890 com a matriarca Maria Severa Fonseca – completam 125 anos”, disse a herdeira da imagem do santo.

Jamilly conta um pouco da história e da importância de são Benedito para a comunidade quilombola. “Essa imagem que nós temos é diferente. A mais comum é a de São Benedito com o menino no colo, mas a nossa é com o cesto de

flores, que é um dos milagres dele. Chegou para vó Severa da Itália, esculpida em pau de angola, e sempre esteve com ela. Quando o senhor dela per-guntou para onde ela queria ir, ela disse que para o Amazonas, pois muitos amigos dela já ha-viam vindo para cá. Ela quis refazer a vida dela aqui após a libertação”, lembrou.

A coordenadora conta que a matriarca da família chegou com os três filhos adultos – tio Manuel, tio Antão e o seu bisavô Raimundo, o caçula. “A tradição foi passando para o filho mais novo com a mulher, a tia Paula. Ela rezava as novenas e o vô Raimundo fazia a parte mais pesada, como cuidar do mastro, com os irmãos”, disse.

Daí, a comemoração foi pas-sando de geração em geração. Tia Bárbara assumiu o posto, que anos depois foi para tia Lurdinha. “Aí a festa começou a ter uma dimensão diferente, porque a tia Lurdinha era conhe-cida por ser baiana da Vitória Régia. Foi uma das primeiras brincantes da escola da samba mista. Na década de 1970 e 1980 foi ficando mais popular. Em 2003 a tia Lurdinha faleceu, em 2009, a tia Simar. E eu assumi desde 2010, levando a tradição da família adiante”,

falou, orgulhosa.A festa contou com apresen-

tação de rodas de capoeira do Grupo de Capoeira Matumbé, do mestre Kaká Bonates, além da exibição do documentário “14 de Janeiro – Terra, Samba e Santo”, da cineasta Cristia-ne Garcia. A festa encerrou com a distribuição gratuita de comidas típicas prepara-das pelos próprios moradores da comunidade.

QualificaçãoEdi Vieira, diretora cultural da

Associação Movimento Orgu-lho Negro do Amazonas (Amo-nam), ressalta que as festivida-des da comunidade são partes cruciais para a qualificação do local como quilombo urbano.

“A cultura maior – e onde está embasada a questão do quilom-bo urbano – é a festa de são Benedito. A festa representa o fundamento da negritude que veio do Maranhão e se instalou aqui há mais de 120 anos. Fiquei superfeliz quando vi convida-dos virem dançar tambor de crioula, capoeira, maracatu, que são representações saídas do terreiro. Essas danças fazem parte da cultura negra, e isso me honra e dá orgulho de fazer parte disso tudo, apesar de não ser quilombola”, comentou.

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Jamilly Souza da Silva, coordenadora do evento: importância para a comunidade quilombola

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

Rodas de capoeira marcaram as comemorações na Praça 14: tradição que chega aos 125 anos

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[email protected], SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 (92) 3090-1042 Página B3

Eleições nos EUA terão Hillary Clinton

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Grupo faz ‘apitaço’ em frente à casa de CalheirosCom palavras de ordem - “Acorda, Renan!” -, manifestantes de Alagoas pediam uma posição mais fi rme do senador sobre escândalos

Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi citado na operação Lava Jato e ainda não se explicou sobre as denúncias

São Paulo (Folha-press) - Com gritos de “acorda, Renan!”, os manifestantes

de Maceió (AL) que pro-testavam contra o governo Dilma neste domingo (12) fizeram um “apitaço” em frente ao prédio onde mora o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) no final da tarde de ontem.

Segundo um dos organi-zadores do evento, Henrique Arruda, 43, o “apitaço” serviu para cobrar uma posição do partido do senador alagoano “diante da situação atual do país”. “Por exemplo, um dos ministros que vai julgar o petrolão era de base pe-tista. Isso é um absurdo. E o PMDB não faz nada, está só assistindo”, disse.

O apartamento de Renan Calheiros fica em um edifí-cio à beira-mar, na praia da Ponta Verde, um dos bairros nobres de Maceió. Ainda se-gundo Henrique, não houve resposta do senador - “Não sabemos nem se ele estava em casa, na verdade”.

Moradores do mesmo

prédio estavam vesti-dos de verde e amarelo e apoiando a manifestação das varandas.

PuniçãoHenrique também afirma

que é necessário cobrar a punição para o próprio senador, que está envolvi-

do na operação Lava Jato, além de outros escândalos: “Todo culpado precisa ser punido”, afirmou.

Segundo a organização do evento, 12 mil pessoas esta-vam presentes na passeata. A Polícia Militar ainda não divulgou sua apuração.

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PROTESTOPelo menos 12 mil pessoas estiveram pre-sentes na passeata em Alagoas, que passou e protestou em frente ao prédio onde mora o presidente do Senado, Renan Calheiros, numa área nobre da cidade

Morre ex-ministro Paulo BrossardBrasília (Agência

Brasil) - O ex-ministro da Justiça e do Supremo Tribunal Federal (STF) Paulo Brossard morreu ontem, em sua residência em Porto Alegre, aos 90 anos. O governador do Rio Grande do Sul, José Ivo Sartori, decretou luto ofi cial de três dias. O ve-lório acontece no Palácio Piratini, sede do governo do Estado.

“Lamento profunda-mente a morte de Paulo Brossard, um dos maiores juristas do Brasil. Perde-mos um grande homem, um professor, um ferre-nho opositor da ditadura militar, um político que fez história”, disse Sartori em sua página no Face-book, prestando suas con-dolências aos parentes.

O jurista Paulo Brossard de Sousa Pinto nasceu em Bagé (RS) em 23 de outubro de 1924, fi lho de pecuaristas do município. A carreira política dele co-meçou em 1954, quando foi eleito deputado esta-dual, sendo reeleito mais duas vezes para o cargo. Foi eleito ainda deputado federal pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1966 e sena-dor em 1974. Brossard comandou o Ministério da Justiça de 1986 a 1989 e foi ministro do STF de 1989 a 1994.

Ele era casado com Lúcia Alves Brossard de Sousa Pinto, com quem teve dois fi lhos.

PORTO ALEGRE

A presidente Dilma Rousseff lamentou a mor-te de Paulo Brossard e destacou a luta do jurista no enfrentamento da di-tadura militar.

“É com tristeza que re-cebo a notícia da morte do jurista Paulo Brossard, homem de fortes convic-ções democráticas, que

se tornou uma referência política na luta contra a ditadura. O país perde um grande brasileiro”, disse a presidenta, em nota. No texto, Dilma manifestou solidariedade à viúva, Lúcia Brossard, e aos fi -lhos, amigos e parentes de Brossard.

O ministro da Justiça,

José Eduardo Cardozo, também destacou a con-tribuição do jurista na luta pela redemocratização do país e para a realização, em 1992, do plebiscito em que os brasileiros es-colheram a República e o presidencialismo como forma e sistema de go-verno do país.

Dilma destaca luta do jurista

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Um dos grandes juristas do país, Brossard se destacou no enfrentamento da ditadura militar

Galpão teve mais uma explosão

São Paulo (Folhapress) - Uma nova explosão no terminal da Ultracargo no início da noite do último sábado assustou os mo-radores da região da Ale-moa, em Santos. Em nota, a Ultracargo informou que o incidente ocorreu às 19h e foi imediatamente con-trolado pelos bombeiros e brigadistas que permane-cem no local.

De acordo com os Bom-beiros, o que ocorreu foi um fenômeno conhecido como “Flashover”.

“Foram gases infl amá-veis que, em contato com o calor, geraram uma pe-quena explosão”, explicou o capitão Marcos Palum-bo. Contudo, a explosão não se deu no combustí-vel do tanque, mas, sim, no entorno.

Ainda segundo o co-mandante, o fogo foi ra-pidamente controlado pela equipe dos Bombeiros, que permanece no local com um efetivo de 35 homens.

Não houve vítimas, nem maiores consequências. De acordo com Palumbo, a situação está controla-da, mas o fenômeno pode voltar a acontecer.

Após o incêndio no gal-pão de combustíveis, ini-ciado na semana passada e extinto somente na sex-ta-feira, dia 10, nove dias depois, a principal via de acesso ao porto de Santos foi liberada no início da tarde de anteontem.

Chacina deixa seis mortos

São Paulo (Folha-press) - Uma chacina deixou seis mortos e um ferido grave em uma pou-sada, na região central de Cidreira (133 quilô-metros de Porto Alegre), na madrugada de ontem. Por volta da 1h, três ho-mens pararam um Fiat Siena, desembarcaram e invadiram a pousada do Celomar localizada na rua oito.

O trio disparou vários tiros contra o grupo, que estava reunido em um quarto, e fugiu. Segun-do a Brigada Militar, os assassinos atiraram na cabeça das vítimas.

Dois jovens e três ado-lescentes, com idades en-tre 15 e 17 anos, morre-ram no local. Outros dois homens foram levados ao Hospital de Tramandaí, na cidade vizinha, mas um deles não resistiu aos fe-rimentos e morreu.

O único sobrevivente da chacina foi transferido em estado grave ao Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. A Brigada Militar suspeita que o crime te-nha sido motivado pela disputa pelo tráfi co de drogas na região.

Segundo a Polícia Civil, parte das vítimas tinha passagem pela polícia ou era usuária de drogas. O caso será registrado na delegacia de plantão de Tramandaí.

CIDREIRA/RSEM SANTOS

Grupo faz ‘apitaço’ em

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B2 País MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Presidência do PMDB vai para citado na Lava JatoSenador Valdir Raupp (RO), atual primeiro vice-presidente da sigla, fez questão de assumir a direção nacional do partido

Brasília (Folhapress) - A nomeação pela pre-sidente Dilma Rousseff de Michel Temer para

assumir a coordenação política de seu governo vai levar para o comando nacional do PMDB o senador Valdir Raupp (RO), um dos investigados na opera-ção Lava Jato sob suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras.

A decisão foi tomada na últi-ma quinta-feira, após conversa de Raupp com Temer e com os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O senador esteve no gabinete de Cunha para combi-nar os acertos finais.

Temer é presidente do PMDB, mas vai se licenciar do cargo para se dedicar exclusivamente à articulação do governo e para não permanecer em um conflito político, o de oficialmente repre-sentar o governo, de um lado, e, de outro, o principal partido aliado ao PT na coalizão de Dilma Rousseff.

A intenção de Temer era indicar para a presidência do PMDB o senador Romero Jucá (RR), também investigado na Lava Jato, que tem dado de-clarações contrárias ao gover-no nos últimos tempos. Mas

Raupp, que é o primeiro-vice-presidente da sigla, não abriu mão da indicação.

Nos bastidores, peemedebis-tas afirmam que ter o nome na lista de investigados na Lava Jato não representa problemas maiores enquanto não houver a denúncia do Ministério Público, que é o último passo antes da

ação penal. Até porque além de Raupp e Jucá, estão na mira dos investigadores Cunha e Renan, dois dos principais caciques do partido. Pesa contra Raupp a acusação do doleiro Alberto Youssef de que o esquema de desvios da Petrobras resultou em uma doação eleitoral de R$ 500 mil para a campanha do senador em 2010. Ele diz que a doação é legal e não envolveu desvio de conduta.

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Valdir Raupp (PMDB-RO) vai assumir a presidência nacional do PMDB, mesmo sendo investigado na operação Lava Jato da PF

ORDEMPrimeiro vice-presiden-te nacional do PMDB, Valdir Raupp fez ques-tão de assumir a vaga, já que o “preferido” de Michel Temer para assumir a presidência era o também senador Romero Jucá (RR)

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B3MundoMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Hillary Clinton é candidata à Presidência dos EUA A ex-primeira-dama e secretária de Estado anuncia oficialmente sua candidatura por meio de um vídeo nas redes sociais

A ex-secretária de Es-tado Hillary Clinton anunciou oficial-mente neste do-

mingo sua candidatura pelo Partido Democrata para con-correr nas eleições de 2016 e se transformar, se for eleita, na primeira mulher a chegar à Presidência dos Estados Unidos.

Por meio de um comuni-cado, Hillary divulgou sua decisão para tentar nova-mente chegar à Casa Bran-ca, após ser derrotada nas primárias democratas de 2008 pelo atual presidente, Barack Obama.

A também ex-primeira- dama fez ontem mesmo em Des Moines, no Estado de Iowa, o primeiro de seus discursos de campanha, um Estado historicamente de-cisivo para as candidaturas presidenciais nos EUA.

A campanha de Hillary para a eleição de novem-bro de 2016 deve enfatizar seus planos para lidar com a desigualdade econômica

e capitalizar sua tentativa histórica de ser a primeira mulher a assumir o comando dos Estados Unidos, disse-ram assessores.

Um de seus maiores desa-fios será o de mostrar um lado mais pé no chão ao se conectar com os eleitores

comuns. Críticos, incluindo progressistas dentro de seu próprio partido, dizem que depois de décadas como es-posa do ex-presidente Bill Clinton, senadora e secre-tária de Estado, ela perdeu o contato com o povo. Hillary Clinton anunciou a sua candidatura por meio de um vídeo em rede social neste domingo

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Papa cita genocídio armênio

São Paulo, SP (Fo-lhapress) - Em seu discurso dominical, o papa Francisco men-cionou na manhã de ontem o massacre de armênios durante a Primeira Guerra Mun-dial cometido pelo Im-pério Otomano, clas-sificando-o como “o primeiro genocídio do século 20”.

O governo turco, que nega que o genocídio tenha acontecido, fi-cou desapontado com a declaração e convo-cou o núncio vaticano (representante oficial do Vaticano) em Anca-ra para expressar seu descontentamento.

O ministro de Rela-ções Exteriores turco, Mevlüt Çavusoglu, de-clarou que “o comen-tário do papa contradiz a mensagem de paz e diálogo que o pontífice transmitiu em sua vi-sita à Turquia em no-vembro passado”. Ele ainda acrescentou que os comentários papais criaram um problema de confiança nas rela-ções entre a Turquia e o Vaticano.

Para Mevlüt Çavu-soglu, a mensagem do papa foi ainda discriminatória, uma vez que apenas men-cionou a dor sofrida por armênios cristãos, sem mencionar mu-çulmanos nem outros grupos religiosos.

TURQUIAConfusão em campus faz um morto e cem feridos

São Paulo, SP (Folha-press) - Um estudante queniano morreu e outros cem ficaram feridos (alguns em extrema gravidade) on-tem, após uma correria no campus da Universidade de Nairóbi. A debandada foi causada por conta de um transformador elétrico, que explodiu. Os univer-sitários tentavam esca-par por terem confundi-do o incidente com um ataque terrorista.

A forte explosão aconte-ceu nesta madrugada. Ao ouvirem o estrondo, alguns estudantes se assustaram e saltaram do sexto andar do alojamento para fugir, como relatou o jornal local “Daily Nation” - o univer-sitário que morreu foi um dos que pulou.

A confusão reflete a ten-são vivenciada pelos estu-dantes, que ainda lembram de atentado realizado no último dia 2, no qual o grupo terrorista somali Al Shabab matou pelo me-

nos 148 pessoas na Uni-versidade de Garissa, no leste do Quênia.

Os terroristas atacaram o campus de Garissa também de madrugada e, após dis-parar indiscriminadamente e detonar alguns explosi-

vos, se refugiaram durante mais de 16 horas em uma residência universitária re-pleta de estudantes.

Os mais de cem feri-dos no incidente estão sendo atendidos em di-ferentes hospitais da capital queniana.

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Incidente revelou clima de tensão após massacre do dia 2

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Delegacia é atingida por bombasSão Paulo, SP (Folha-

press) - Pelo menos sete pessoas, entre militares e civis morreram ontem após a explosão de um carro-bomba em uma delegacia da cidade de Al Arish, no norte da Pe-nínsula do Sinai, no Egito, de acordo com uma fonte das forças de segurança local.

O atentado deixou, além disso, outros 44 feridos. A agência de notícias egípcia “Mena” detalhou que o veí-culo furou uma barreira de segurança da delegacia e policiais tentaram impedi-lo, o que iniciou uma troca de tiros que também terminou com várias vítimas.

Foi o segundo atentado do dia na região, já que na manhã de ontem pelo menos cinco militares mor-

reram e outros dois ficaram feridos devido à explosão de uma bomba também no norte do Sinai.

Os mortos são um oficial, um suboficial e quatro sol-dados que patrulhavam a estrada entre Al Kharuba e Karam al Kawadis como par-te de sua “campanha para

erradicar os terroristas”, se-gundo um comunicado do Exército egípcio.

Desde a queda do pre-sidente islamita Moham-med Mursi, em julho de 2013, aumentou o número de ataques no Egito con-tra o Exército e a polícia, sobretudo no Sinai.

Nesta península, que há anos é um foco de insta-bilidade, vários grupos jihadistas, entre eles Wi-layat Sina e Aynad Masr, estabeleceram bases.

O primeiro, que jurou lealdade à organização terrorista Estado Islâmico (EI) e anunciou que o Sinai é mais uma província do califado, reivindicou vá-rios atentados na região nos últimos meses.

HISTÓRICODesde a queda do presidente islamita Mohammed Mursi, em julho de 2013, aumen-tou o número de ata-ques no Egito contra o Exército e a polícia, sobretudo na Península do Sinai

CONFUSÃOA debandada foi causada por conta de um transformador elétrico, que explo-diu. Os universitários tentavam escapar por terem confundido o incidente com um ata-que terrorista

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Atentados matam doze pessoasSão Paulo, Sp (Folha-

press) - Um bombardeio realizado por aviões das forças governamentais ao norte da cidade de Aleppo (território oposi-cionista) na Síria, matou pelo menos nove pessoas, entre elas cinco crianças ontem. Dezenas de pesso-as ficaram feridas.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o ataque dos caças do governo atingiu o colégio Jamil Qabbani, no bairro Al Ansari. A entidade acres-centou que é possível que o número final de mortos aumente devido à gravi-dade do estado de saúde de muitos feridos.

Além disso, outra crian-ça morreu e várias so-freram ferimentos em um segundo bombardeio aéreo ocorrido no bairro Sheikh Khader, também em Aleppo.

Aviões do regime de Bashar al Assad efetua-ram ainda outros ataques nos bairros de Al Bayada e Masaken Hanunu, mas até o momento não há informação de vítimas.

Desde sábado (11), Aleppo tem sido alvo de bombardeios das forças governamentais, além dos mísseis disparados por grupos rebeldes. Pelo menos 35 pessoas mor-reram só no sábado, 15

delas em um ataque da força aérea Síria que atin-giu um mercado popular do bairro Al Madi.

Aleppo foi palco de uma grande ofensiva de opositores de Assad no final de julho de 2012 e de outras grandes ope-rações posteriores, o que lhes permitiu dominar amplas áreas da cida-de, embora não tenham conseguido assumir seu controle total.

O conflito que assola a Síria há quatro anos já deixou 220 mil mor-tos, segundo os dados mais recentes da Or-ganização das Nações Unidas (ONU).

EGITO

PLATAFORMAA campanha de Hillary para a elei-ção de novembro de 2016 deve enfatizar seus planos para lidar com a desi-gualdade econômica

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B4 Mundo MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Nicolás Maduro pede fim de sanções ao seu paísNa Cúpula das Américas, presidente venezuelano disse que sanção dos EUA “se mete na vida interna da Venezuela”

PANAMÁ - Apesar de dizer que estendia a mão para conversar com Barack Obama,

o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, exigiu no sábado (11) a revogação do decreto que impõe sanções contra autoridades de seu país. “Quero conversar com ele, mas mando mensagens, e ele nunca responde”, disse à plenária da Cúpula das Américas.

Obama não ouviu a queixa, porque, no momento do dis-curso, havia saído da sala para uma bilateral, deixando um re-presentante em seu lugar.

“Não é só a sanção a sete fun-cionários. O decreto se mete na vida interna da Venezuela. Os problemas dos venezuelanos têm de ser resolvidos de acor-do com nossa Constituição”. No sábado (11), os dois se encontraram brevemente num intervalo da cúpula.

Segundo a Casa Branca, Obama teria demonstrado apoio a um diálogo pacífico entre os partidos da Venezuela e reforçado que o interesse dos EUA não era “ameaçar” o país, mas sim “apoiar a democracia, a estabilidade e a prosperida-

de” na região.Antes do rápido encontro,

Maduro dissera que Obama se recusava a aceitar as creden-ciais do embaixador indicado por Caracas.

Assim como na sexta (10), quando visitou o bairro de El Chorrillo, alvo de um bombar-deio na invasão americana em 1989, Maduro reiterou que os EUA deveriam pedir desculpas aos panamenhos.

O mandatário também acu-sou Washington de atacar e perseguir Hugo Chávez (1954-

2013). Chegou, inclusive, a su-gerir que sua morte estava relacionada a pressões da po-tência. Chávez, porém, morreu vítima de um câncer.

Maduro recebeu o apoio de outros presidentes da região.

Rafael Correa, do Equador,

disse que a aproximação de EUA e Cuba era boa notícia, mas que continuaria existindo “uma América ao norte e outra ao sul”, e que o diálogo só se-ria possível se tais diferenças fossem respeitadas.

Já a argentina Cristina Kir-chner pediu aos EUA “mais sinceridade” e que se discutisse o tema do narcotráfico “le-vando em consideração quem consome as drogas produzidas na América Latina e quais são os bancos que lavam o dinheiro do crime organizado”.

Ela também confrontou declaração de Obama sobre superar problemas passados. “Obama disse que não gosta de história, mas eu adoro.”

Ela foi muito aplaudida quan-do disse que Cuba estava na reunião não por benevolência dos EUA, mas pela resistência do povo cubano.

O boliviano Evo Morales também reforçou que a histó-ria não poderia ser esquecida. “Obama diz que quer ajudar Cuba, mas o que ele tem de fazer é ressarcir os danos causados pelo embargo.”

Em entrevista coletiva ao final da reunião, Morales acres-centou que o decreto contra a Venezuela era “contra toda a América Latina”, também exigindo sua revogação.

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Obama e Nicolás Maduro se encontraram brevemente em intervalo da Cúpula das Américas

A presidente Dilma Rousseff indicou no sábado (11) que o mal-estar com os Estados Uni-dos por causa da espionagem da NSA (Agência de Seguran-ça Nacional dos EUA), que levou as relações bilaterais a ficarem estremecidas por dois anos, está superado.

“O presidente Obama me disse que, quando quiser saber alguma coisa, ele vai me ligar”, disse Dilma, re-ferindo-se à conversa que teve com o presidente Ba-rack Obama às margens da Cúpula das Américas. “E eu não só vou atender, como vou ficar muito feliz”.

Antes do encontro, o presi-dente Obama anunciou que Dilma fará sua visita presi-dencial a Washington no dia 30 de junho.

A presidente Dilma havia cancelado a visita de Estado que faria a Washington em outubro de 2013 após virem à tona revelações de que a agência de espionagem ame-

ricana estava monitorando a presidente. Dilma havia dito que só remarcaria a visita com um pedido de desculpas de Obama. A visita, que será de trabalho e não de Estado, marcará a reaproximação en-tre Brasil e Estados Unidos.

“Nós reconhecemos que nas ações que foram tomadas ao longo de vários meses, o go-verno americano disse não apenas ao Brasil que os países amigos não seriam espiona-dos”, afirmou a presidente.

Dilma continuou com ob-servações bastante simpáti-cas em referência a Obama. Indagada se o americano havia elogiado sua nova si-lhueta -- Dilma emagreceu 16 quilos com a dieta que vem fazendo--, a presidente respondeu: “Ele não elogiou a nova silhueta, mas eu gosta-ria que tivesse elogiado”.

Em declaração antes do iní-cio da reunião bilateral entre os dois líderes, Obama afirmou que a visita de 30 de junho servirá para aprofundar dis-cussões e estabelecer planos concretos de cooperação. “O Brasil é obviamente não ape-nas um dos países mais impor-tante do hemisfério, mas um líder muito importante.”

Dilma enfatizou a vontade de aprofundar as relações e superar as tensões com o país. “Tenho certeza de que nós podemos construir uma outra parceria em um outro patamar mais elevado que nós já temos”, disse. (PCM/SC)

Mal-estar acabou, afirma Dilma

Espionagem contra a presidente brasileira estremeceu relações com os EUA durante dois anos

CRISEA presidente Dilma ha-via cancelado a visita de Estado que faria a Washington em outubro de 2013 após virem à tona revelações de que a agência de espio-nagem americana a estava monitorando

PATRÍCIA CAMPOS MELLO E SYLVIA COLOMBOFOLHAPRESS

DIÁLOGOSegundo a Casa Branca, Obama teria demonstrado apoio a um diálogo pacífico entre os partidos da Venezuela e reforçado que o interesse dos EUA não era “amea-çar” o país

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B5PlateiaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Jandr REIS

‘As pessoas PREFEREM COMPRAR reproduções’

Com 20 anos de carreira e exposições emblemá-ticas, o artista plástico paraense Jandr Reis

está prestes a abrir nova expo-sição, batizada de “Maurbcaos”, hoje, a partir das 20h, na Galeria de Arte do Instituto Cultural Bra-sil Estados Unidos (Icbeu), Cen-tro. Com curadoria assinada pelo mestre Óscar Ramos, a mostra retrata o caos na cidade de Ma-naus. Vendedores ambulantes e poluição de igarapés serviram como base para o artista dar vida as suas obras. Em entrevista ao EM TEM-PO, Reis conta um pouco da sua percepção sobre a atual situação de Manaus, de que forma a questão do caos pode ser evitada e faz uma breve avaliação sobre as suas duas décadas enquanto artista plás-tico. “Considero o meu trabalho consolidado”, diz.

EM TEMPO – Do que se trata a exposição “Maurbcaos”?Jandr Reis – A mostra retrata o caos urbano de Manaus, como o próprio nome sugere (Mau = Manaus e urb = urbano). Re-trata essa parte da poluição dos igarapés, os vendedores ambulantes que tomam conta das ruas, os moradores das palafi tas. Como sou muito fã do trabalho do Jean-Michel Bas-quiat (importante grafi teiro de Nova York, morto em 1988) e ele tinha essa temática ligada ao caos urbano, decidi colocar para fora toda essa minha pertur-bação, inquietação, da mesma forma como ele fazia.

EM TEMPO – E como foi esse processo criativo?JR – Independentemente de ser artista, também passo por esse caos enquanto cidadão. Moro no centro de Manaus, no último andar de um prédio, e viven-cio isso constantemente. Vejo tudo de cima, muitas cenas do cotidiano. São ambulantes vendendo churrasquinho na

frente de shoppings e tantas outras situações. Se tivesse alguém para tirá-los de lá, seria tudo diferente.

EM TEMPO – Então a presen-ça dos ambulantes te inco-moda de alguma forma?JR – Sim, pelo fato de estarem em lugares indevidos. Já pensou em um carro vendendo peixe em plena avenida Eduardo Ribei-ro? Pessoas comendo no meio da rua... É tudo um contraste tão grande. Em Curitiba, por exemplo, você não vê ninguém comendo no meio da rua. É uma outra realidade.

EM TEMPO – Você acredita que isso seja uma questão cultural?JR – A palafi ta sim, o fato de jogar lixo no igarapé não. Acre-dito que jogar garrafa PET no igarapé não seja uma cultura favorável. Isso, enquanto cultu-ra, vem causando tudo de ruim no meio ambiente. Acredito que seja mais falta de educação.

EM TEMPO – O poder público exerce sua função?JR – Exerce, mas de forma lenta. A prefeitura vai lá, limpa tudo durante o dia e no fi nal da tarde já está tudo sujo novamente. Acredito que seja necessária uma educação de massa. A criança precisa aprender na escola que jogar lixo no chão é errado. Mas como podemos exigir isso se muitas delas não tem acesso a arte e nunca en-trou em um museu?

EM TEMPO – Quais as dimen-sões das suas telas?JR – Ao todo, são 11 telas em grandes formatos e que estão sendo produzidas desde o ano passado. Elas variam de 2 m X 1,45 m a 2m X 3 m, utilizan-do a técnica de tinta acrílica sobre tela.

EM TEMPO – O Óscar Ramos foi o curador da exposição. Como se deu essa escolha?JR – O Óscar vem participando há muitos anos dos meus tra-

balhos, desde os anos 1990. Permaneço com ele até hoje porque não vejo outra pessoa com o mesmo gabarito que o dele aqui em Manaus.

EM TEMPO – Como você ava-lia seu trabalho ao longo des-ses 20 anos de carreira?JR – Já me considero conso-lidado. Tenho estilo próprio e estou sempre em busca do novo. Essa nova exposição é uma busca. Acredito que ama-dureci bastante.

EM TEMPO – Como você avalia o cenário das artes plásticas no Amazonas?JR – Acho que falta incentivo, mas também falta produção. Como você quer vender peixe se não tem peixe para vender? Se um artista não produz, o que ele quer? É claro que existem as exceções, mas contamos na palma de uma mão quan-tos artistas produzem. Além disso, o comércio de obra de arte em Manaus é muito lento. As pessoas preferem comprar reproduções do que valorizar um artista local. Isso, sem falar das casas que são belíssimas, mas não possuem uma obra de arte. Temos também o lado do governo que prioriza uma área, mas deixa outras de lado. Mas como incentivar algo que não se produz?

EM TEMPO – E quais seriam as soluções?JR – Ter mais incentivo e pessoas que instigassem essa área. Nos anos 1980 e 1990, todo mês tinha uma exposição. Era algo mais quente, ativo. Tinham pessoas que cuidavam disso, como Jair Jacqmont e Sérgio Cardoso. Eu e Turenko Beça somos frutos dessa épo-ca e continuamos produzindo até hoje. Havia incentivo de todos os lados.

EM TEMPO – Quais os planos que você ainda reserva para este ano?JR – Tenho um novo trabalho em vista, mas ainda é segredo.

BRUNO MAZIERIEquipe EM TEMPO

FOTOS: DIVULGAÇÃO

Acredito que seja neces-sária uma educação de massa. A crian-ça precisa aprender que jogar lixo no chão é errado. Mas como exi-gir isso, se muitas não tem acesso a arte?”

Já me considero consolidado (na carreira). Tenho es-tilo próprio e estou sempre em busca do novo. Essa nova exposição (“Maurb-caos”) é uma busca. Acredito que ama-dureci bastante”

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B6 Plateia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

ÁRIES - 21/3 a 19/4 Você precisa se colocar direito no mundo, de acordo com o que lhe motiva e lhe é realmente necessário. Para isso terá que enfrentar certos medos que lhe limitam.

TOURO - 20/4 a 20/5 Para se livrar de antigos vícios e compor-tamentos errados, é preciso evitá-los fran-camente, ou ainda descartá-los totalmente. Não há meio termo quanto a isso.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 Os sentimentos e motivações que regem seus projetos de vida precisam se esta-belecer e se estabilizar. De nada serve querer algo hoje, outro amanhã. Pegue um caminho e siga.

CÂNCER - 22/6 a 22/7 A reestruturação dos valores profi ssionais exige que você siga aquilo que gosta e que tem sentido para você. Não adianta seguir um caminho geral. Tenha o seu próprio ca-minho.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Para ser uma pessoa melhor, como almeja ser, é preciso defi nir certos valores para que estes guiem seus gestos e comportamento. Não afrouxe quando as coisas fi cam difíceis.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 Usar melhor os recursos que você tem é condição para seu trabalho ter sucesso. Para isso, é preciso fi rmar certos compromissos, não fi car tão solto. Faça boas associações.

LIBRA - 23/9 a 22/10 Você quer se unir de uma maneira diferente com as pessoas e isso requer uma visão mais ampla da relação de vocês. Não basta ir movido por um impulso de momento.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 Quando você quer uma coisa grande, como um projeto ou empreendimento no trabalho, é preciso concentrar os esfor-ços em torno disso. É o momento para você aprender tal coisa.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Você está a reestruturar os valores na vida amorosa e precisa se livrar daqueles aspectos que atuam contra você. Deixe certos medos de lado, não se limite ao que eles ditam.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Você vem reestruturando os valores familia-res, e agora é o momento para perceber que alguma restrição pessoal sempre será neces-sária ao conviver com outras pessoas.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 A forma como você se relaciona e se comunica com as pessoas precisa mudar. Você precisa considerar as outras pessoas de modo a ouvi-las mais e a se fazer ouvir direito.

PEIXES - 19/2 a 20/3 Ganhar dinheiro dá trabalho. Você está aprendendo isto, ao ter que se concentrar naquilo que é preciso fazer. Respeite o pla-nejamento que definiu para seus negócios e atividades.

Programação de TV

CruzadinhasHoróscopo Cinema

CONTINUAÇÕESVelozes e Furiosos 7: EUA. 14 anos.

Cinemark 1 – 19h, 22h10 (dub/diariamen-te), Cinemark 4 – 11h30 (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h50, 18h, 21h10 (3D/dub/diariamente), 0h15 (3D/dub/so-mente sábado), Cinemark 7 – 11h (3D/dub/somente sábado e domingo), 13h50, 17h, 20h10 (3D/dub/diariamente), 23h15 (3D/dub/somente sábado); Cinépolis Mil-lennium 1 – 12h (3D/dub/somente sex-ta-feira e sábado), 15h, 18h, 21h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Millennium 4 – 17h, 20h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 13h, 16h, 19h, 22h (3D/leg/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 13h, 16h, 19h, 22h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 2 – 15h, 18h, 21h (3D/dub/diaria-mente), Cinépolis Plaza 3 – 17h, 20h (3D/dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 14h, 17h, 20h (3D/leg/dia-riamente), 23h (3D/leg/somente sába-do), Cinépolis Ponta Negra 5 – 13h10 (3D/dub/somente sábado), 19h10 (3D/dub/diariamente), 16h10, 22h10 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 18h10 (dub/diariamente), 15h10, 21h10 (leg/diariamente); Kinoplex 3 – 14h50, 17h40, 20h30 (3D/dub/diariamente), 13h, 15h50, 18h40, 21h30 (3D/dub/somente sábado e domingo); Kinoplex 5 – 15h20, 21h (3D/dub/diariamente), 13h30, 16h20, 22h (3D/dub/somente sábado e domin-go), 18h10 (3D/leg/diariamente), 19h10

(3D/leg/somente sábado e domingo); Playarte 1 – 12h30, 15h15, 18h, 20h45 (3D/dub/diariamente), 23h30 (3D/leg/somente sexta-feira e sábado), Playarte 5 – 14h, 17h, 20h (dub/diariamen-te), 22h50 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 6 – 12h50, 15h35, 18h20, 21h05 (leg/diariamente), 23h50 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Cinderela: EUA. Livre. Cinemark 3 – 14h, 16h20, 18h50, 21h30 (dub/dia-riamente), Cinemark 8 – 12h40, 15h10, 17h50, 20h30 (dub/diariamente), 23h (dub/diariamente); Cinépolis Millennium 6 – 14h30, 17h25, 20h15 (dub/diaria-mente), Cinépolis Millennium 7 – 14h15, 16h45, 19h15, 21h45 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 5 – 13h45, 16h15, 18h45, 21h15 (dub/diariamente), Cinépolis Pla-za 6 – 14h30, 19h45 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 15h, 18h (dub/diariamente), 21h (leg/diariamen-te), Cinépolis Ponta Negra 10 – 14h20, 16h50, 19h40 (dub/diariamente), 22h30 (leg/diariamente); Kinoplex 2 – 13h50, 16h20, 18h50, 21h20 (dub/diariamente); Kinoplex 4 – 14h20 (dub/diariamente); Playarte 3 – 12h50, 15h15, 17h40, 20h05 (dub/diariamente), 22h25 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 4 – 12h51, 15h16, 17h41, 20h06 (dub/diariamente), 22h26 (dub/somente sexta-feira e sába-

do), Playarte 7 – 18h50, 21h20 (leg/diaria-mente), 23h40 (leg/somente sexta-feira e sábado).

A Série Divergente - Insurgente: EUA. 14 anos. Cinemark 2 – 12h30 (dub/exceto domingo), 15h20, 18h10 (dub/diariamente), 20h50 (dub/exce-to quarta-feira); Cinépolis Millennium 5 – 15h45, 21h30 (dub/diariamente), 12h45 (leg/somente sexta-feira e sába-do), 18h45 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 12h45 (dub/somente sexta-feira e sábado), 15h45, 18h30, 21h45 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 8 – 16h30, 21h30 (dub/diariamente); Ci-népolis Ponta Negra 6 – 18h30 (dub/diariamente), 15h30, 21h30 (leg/dia-riamente); Kinoplex 4 – 16h30, 19h, 21h30 (dub/diariamente).

Golpe Duplo: EUA. 14 anos. Cinemark 5 – 22h (dub/diariamente); Playarte 8 – 13h15, 15h30, 17h45, 20h10 (dub/diariamente), 22h20 (leg/somente sexta-feira e sábado).

Kingsman – Serviço Secre-to: RUS. 16 anos. Playarte 2 – 13h, 15h30, 18h, 20h30 (dub/diariamen-te), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

Simplesmente Acontece: RUS/ALE. 14 anos. Playarte 9 – 13h40, 15h55, 18h10, 20h25 (dub/diariamente), 22h40 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Bob Esponja – Um Herói Fora D’água: EUA. 12 anos. Playarte 7 – 12h50, 14h50, 16h50 (dub/diariamente).

Hoje, “Os Vingadores” invadem a tela para salvar o planeta

GLOBOSBT

06h30 Manha No Ar

07h30 Fala Brasil

09h Hoje Em Dia

11h Magazine

12h Alô Amazonas

13h30 Programa Da Tarde

16h20 Cidade Alerta

18h45 A Crítica Na Tv

19h30 Os Dez Mandamentos

20h30 Jornal Da Record

21h30 Todo Mundo Odeia O Chris

22h30 Repórter Record Investigação

23h30 Grimm

01h15 Programação Iurd

5h Café Com Jornal Sp6h30 Nosso Tempo7h Café Com Jornal – Edição Brasil8h30 Dia Dia10h Jogo Aberto11h30 Nosso Tempo11h35 Exija Seus Direitos12h15 Câmera 1313h15 Cidade Urgente13h55 Igreja Universal14h Nosso Tempo15h Os Simpsons16h15 Brasil Urgente – Edição Regional17h15 Brasil Urgente – Edição Nacional18h50 Band Cidade19h20 Jornal Da Band20h25 Mil E Uma Noites21h25 Show Da Fé22h20 Os Simpsons22h45 Cqc – Custe O Que Custar

5h Desenho Pré-escola 6h Igreja Universal 7h Notícias Da Manhã 8h Bom Dia & Cia10h Waisser 10h50 Programa Agora 12h25 Programa Livre 13h15 Casos De Família14h15 Maria Esperança 15h15 Coração Indomável 16h A Feia Mais Bela 17h Chaves 18h20 Jornal Em Tempo 18h45 Sbt Brasil 19h30 Chiquititas 20h15 Carrossel 21h15 Seriado 22h Programa Do Ratinho 23h Máquina Da Fama0h The Noite Com Danilo Gentili1h Jornal Do Sbt1h45 Okay Pessoal2h45 Segurança Agora3h15 Programa Big Bang4h Igreja Universal

RECORD

05h Hora Um06h Bom Dia Amazônia07h30 Bom Dia Brasil09h Mais Você10h20 Bem Estar10h55 Encontro Com Fátima Bernardes12h Amazonas Tv12h47 Globo Esporte13h20 Jornal Hoje13h59 Vídeo Show14h48 Sessão Da Tarde - E Se Você Tivesse Uma Segunda Chance16h29 O Rei Do Gado17h48 Malhação 18h25 Sete Vidas19h13 Jornal Do Amazonas19h30 Jornal Nacional20h07 Alto Astral21h01 Babilônia22h15 Tela Quente - Os Vingadores - The Avengers00h13 Jornal Da Globo00h44 Programa Do Jô01h24 Agentes Da Shield 02h10 Corujão - O Preço Da Coragem04h Mentes Criminosas

BAND

ESTREIAS

REPRODUÇÃO

Cada Um Na Sua Casa: EUA. Livre. Quando a Terra é inva-dida pelos confi antes Boov - uma raça alienígena em busca de um novo lar - todos os humanos são prontamente deslocados, enquanto os Boov se ocupam de organizar o planeta. Cinema-rk 1 – 11h10 (dub/somente sábado e domingo), 13h40, 16h10 (dub/diariamente), Cinemark 5 – 12h15, 14h40, 17h15, 19h40 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Millennium 2 – 14h, 16h15, 18h30, 20h30 (dub/diariamente), Cinépolis Millennium 3 – 13h15, 15h30, 17h45 (3D/dub/diariamente), 19h50, 22h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 4 – 12h30 (3D/dub/somente sexta-feira e sábado), 14h45 (3D/dub/diariamente); Cinépolis Plaza 3 – 12h30 (3D/dub/somente sábado e domingo), 14h45 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 13h15, 15h30, 17h45, 20h15 (3D/dub/dia-riamente), Cinépolis Plaza 8 – 14h15, 19h15 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 2 – 13h (dub/somente sábado), 16h, 19h (dub/diariamente), 22h (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 5 – 14h50, 17h20, 19h30, 21h40 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 8 – 14h10, 16h30, 18h40, 20h50 (dub/diariamente); Kinoplex 1 – 14h, 16h10, 18h20, 20h40 (dub/diariamente); Playarte 10 – 13h, 15h, 17h, 19h, 21h (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

Risco Imediato: EUA. 16 anos. Um jovem casal de ame-ricanos, Tom (James Franco) e Anna Reed (Kate Hudson), se endivida gravemente ao renovar a casa da família de Anna, em Londres. Cinépolis Plaza 6 – 17h30, 22h20 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 7 – 15h40, 20h10 (dub/diariamente), 17h50, 22h20 (leg/diariamente).

0h45 Jornal Da Noite1h35 Que Fim Levou? – Boletim1h40 Bandeira Verde – Boletim1h45 Futurama2h30 Igreja Universal

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Os deputados federais Silas Câmara, Con-ceição Sampaio, ela foi indicada na terça (7), vice-líder do maior bloco partidário da Câmara dos Deputados, Pau-derney Avelino e o Atila Lins. Comemorando a aprovação da Medida Provi-sória 660/2014,

que prever a transposição para o quadro de pessoal da União os servidores dos ex-territó-rios (hoje Estados) de Rondônia, Amapá e Roraima e a qual foi incluída emenda visando a correção das tabelas de vencimentos dos servidores da Suframa

MANAUS recebeu a visita de membros do Conselho de Embaixadores Árabes

na quarta (8), e foram recebidos pelo prefeito em exercício Wilker Barreto e

elogiaram o desempenho da cidade durante a Copa do

Mundo. Quinze embaixado-res, entre outros represen-

tantes do governo árabe, formavam a comitiva.

Segundo o embaixador da Palestina, Ibrahim Alzeben, o decano do Conselho de Em-

baixadores Árabes a idéia é que as ações realizadas

aqui sirvam de exemplo nas preparações do Mundial de 2022, que acontecerá no Qatar. Na foto Ibrahim Alzeben

entregando um presente para o prefeito em exercício, Wilker Barreto

B7PlateiaMANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Professores e estudantes da Rede Estadual de Ensino do Amazonas, vão fazer parte de uma experiência pioneira com a Google para a utiliza-ção de ferramentas tecnológicas educacionais feitas para a internet pela multinacional. Este é o objetivo da parceria formada entre governador José Melo e representantes da empresa na sede do governo do Amazonas. Entre as novidades em desenvolvimento pela Google para ser uti-lizado no Amazonas está um equipamento que registra o conteúdo aplicado em sala de aula e que depois pode ser acessado em casa pelo alu-no, sem necessidade de conexão com internet. Os alunos também podem usar as ferramentas disponíveis para tirar dúvidas em casa com os professores sobre assuntos tratados em sala de aula. De acordo com Thais Blumenthal de Moraes, New Bussiness Development/Brasil da multinacional, essa é uma experiência pioneira da Google para o uso de ferramentas educativas e soluções de conectividade no processo de educação. O critério de escolha do Amazonas para receber o piloto foram, em primeiro lugar, os investimentos feitos e a vontade do Estado em querer fazer acontecer, disse a executiva, além de citar as questões peculiares da região como as distâncias. Participaram do evento os seguintes executivos da Google: Oyesiku (Glo-bal Led for Education Access Solutions), Jack Férmon, Head of Latin América, Education go Digital e Alexandre Jacquet, Technical Program Manger/Brasil

NATHALIE BRASIL/SECOM

NEY XAVIER

Senador Omar Aziz participou da primeira reunião com o novo articulador político do governo, o vice-presidente Michel Temer

Sérgio [email protected]

Instagram: @sergiopromoter

Google na educação

PREFEITURA DE MANAUS participou na quarta (8), de Sessão Especial, em comemoração aos 50 anos do Festival Folclórico de Parintins, na Câmara Municipal de Manaus. Criada em 1965, a festa que reune Garantindo e Caprichoso teve homenagem proposta pelo vereador Arlindo Júnior. Participaram da solenidade o secretário chefe da Casa Civil, Márcio Noronha, representando o prefeito Arthur Virgílio Neto; diretor-presidente da ManausCult, Bernardo Monteiro de Paula e a secretária da Semcom, Monica Santaella, entre autoridades, parlamen-tares, representantes dos bumbás e convidados. Na foto vereador Sildomar Abtibol; juiz Mauro Antony; vice-presidente da Câmara Municipal de Manaus, vereador Iran Nicolau; vereadora Glória Carrate; secretário chefe da Casa Civil, Márcio Noronha; secretária da Semcom, Monica Santaella; e presidente da ManausCult, Bernardo Monteiro de Paula.

THIAGO CORRÊA

DIVULGAÇÃO

DEPUTADO ADJUTO AFONSO, com o vice-almirante Domingos Sávio e o empresário Diego Afonso, durante a concessão de Título de Cidadão do Amazonas, na Assembleia. A concessão do título ao vice-almirante foi iniciativa de Ad-juto Afonso, como reconhecimento pelos serviços prestados ao Estado

ALEX PAZZUELO/SEMCOM

O CENTRO de Reabilitação em Dependência Química Is-mael Abdel Aziz completou um ano de atividades e teve festa para celebrar a data na terça (7). A solenidade contou com a presença da primeira-dama do Amazonas, Edilene Gomes de Oliveira, que estava acompanhando o governador José Melo. Durante a cerimônia, dona Edilene entregou uma placa em homenagem a uma ex-paciente do Centro de Reabilitação. Após a cerimônia, o primeiro-casal do Estado, visitou as instalações do centro, que ajuda na recuperação de jovens e adultos.

JOEL ARTHUS

DIVULGAÇÃO

APROXIMADAMENTE 90% do ovo consumido pela po-pulação amazonense é proveniente das granjas localizadas na Região Metropolitana de Manaus. Por mês são produzidos 50 milhões de ovos, o que gera um faturamento de R$ 250 milhões por ano, tornando o Amazonas autossuficiente na avicultura. Na terça (7) o secretário da Seprors, Sidney Leite, o diretor-presidente do Idam, Edimar Vizolli, e o diretor pre-sidente da Adaf, Sérgio Muniz, acompanharam o lançamento do selo de qualidade para ovos produzidos no Estado, evento coordenado pela Aama. O selo garante mais credibilidade, tantos aos mais de 80 produtores das granjas locais quanto aos consumidores. Na foto o presidente da Associação Ama-zonense de Avicultura (Aama), Milton Sakamoto e o titular da Seprors, Sidney Leite.

DIEGO PEREZ/SEPROR

Pela primeira vez o Guia Michelin de restau-rantes contemplou o Brasil. A publicação de origem francesa, listou e avaliou os melhores estabelecimentos em São Paulo e no Rio. Com duas estrelas, o restaurante D.O.M., do chefe Alex Atala e com uma estrela, o restaurante Fasano – SP, entre outros. No Rio com uma estrela os restaurantes Le Pré Catelan, do chef Roland Villard e o restaurante Roberta Sudbrack. Com o selo “Selection Michelin Guide 2015”, podemos citar o Italy e o KAÁ, dois espaços gastronômicos do

grupo Egeu, comandados pelo chefe-executivo Paulo Barros, segue como indicados pelo guia. A marca de pneus francesa edita o guia, de mesmo nome, desde 1900. Nele, constam hotéis, restau-rantes, pontos turísticos, rotas de viagens, entre outras dicas nas regiões relacionadas. Sempre classifi cando com o máximo de três estrelas ou com o selo. Com o tempo, o Michelin passou de simples status de guia para um catalogo de grife com as melhores opções de viagem de come e beber. Na foto, os chefs que participarão da

quinta edição da Travelweek, que trará um pai-nel inédito para discutir o importante papel da gastronomia no turismo. Para abordar o tema, o evento reunirá três dos mais importantes chefs do cenário mundial no dia 5, às 17h: o brasileiro Alex Atala (D.O.M. e Dalva e Dito, São Paulo), o peruano Virgilio Martinez (Central, Lima) e o espanhol Andoni Aduriz (Mugaritz, San Sebasti-án). o evento acontecerá em São Paulo, entre os dias 5 e 8 de maio. Maiores informações: www.travelweeksaopaulo.com

Gastronomia

Deputado federal Arthur Virgílio Bisneto, vice-líder do Bloco de Oposição na Câmara Federal, foi eleito, na quinta (9), vice-pre-sidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa do Comércio, Serviço e Empreen-dedorismo da Região Norte.

Eleito

Arena da Amazônia vai receber três ro-dadas duplas da primeira fase do torneio olímpico de futebol das Olimpíadas Rio 2016. Será quatro jogos do torneio mas-culino que devem acontecer nos dias 4 e 7 de agosto, e dois do feminino no dia 9 seguinte. Com isso, oito seleções deverão vir a Manaus, sendo quatro masculinas e 4 femininas. A definição dessas seleções só deverá sair em março do ano que vem, quando acontecerá o sorteio das chaves. As informações foram confirmadas na terça (7), pelo diretor-presidente da Fundação Vila Olímpica, Aly Almeida.

Olimpíadas

Em sua quinta edição, que acontecerá entre os dias 5 e 8 de maio, em São Paulo, a Travelweek trará um painel inédito para discutir a importância do papel da gastro-nomia no turismo. Para abordar o tema, o evento reunirá três dos mais importantes chefes do cenário mundial, no dia 5, às 17h: o brasileiro Alex Atala (D.O.M e Dal-va e Dito, São Paulo), o peruano Virgílio Martinez (Central, Lima) e o espanhol Andoni Aduriz (Mugaritz, San Sebastián). A jornalista iraniana e autoridade em gastronomia Nilou Motamed será a me-diadora do bate-papo. Mais informações: www.travelweeksaopaulo.com

Turismo de luxo

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FOTOS: DIVULGAÇÃO

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B8 Plateia MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Laura pede a Vicente para lhe contar a verdade sobre Adriana. Ricardo estranha ao verifi car que as cápsulas do re-médio de Úrsula estão vazias. Marcelo avisa a Úrsula que ela mudará de médico. Tina e Nicolas alugam uma casa na mesma rua de Manuel, que fi ca irritado ao saber que a ex-mulher será sua vizinha. Mar-celo procura Maria Inês para conversar. Samantha conta a Pepito que foi ela quem tirou a foto do pai de Laura com as quatro mulheres.

Beatriz seduz Diogo. Laís se encontra com Rafael. Paula fi ca encantada com um apartamen-to que Karen lhe mostra. Vinícius pede Regina em namoro. Cris conversa com Olga sobre Viní-cius. Laís mente para Maria José. Estela se preocupa com Teresa. Dora e Júlia questionam Regina sobre Vinícius. Estela confessa a Rafael que teme que Lauro mostre a carta de Teresa para Ubaldo. Paula conta para Regi-na sobre seu desentendimento com Valeska. Diogo conta para Ivan sobre Beatriz. Bento inven-ta uma desculpa para que Cris não sente à mesa com ele e Vinícius. Murilo não consegue falar com Alice. Alice encontra Evandro e os dois conversam.

Resumo das novelas

Duca se desespera e Gael ajuda a socorrer Dalva. Lobão consegue fugir, mas Edu re-gistra a placa do carro usado pelo vilão e repassa a Gael. Lobão e os alunos da Khan se preparam para o campe-onato. Nat estranha a falta de contato de Duca. Dalva é internada e Duca pede a Gael para entregar o relógio com a câmera escondida para Nat. Heideguer e Lobão explicam o esquema da Warriorspara Nat, que se desespera por não conseguir gravar a confi ssão dos bandidos.

Elisa conta para Júlia que ela não é irmã de Pedro. Isabel avisa a Lauro que o fi lho mais velho de Miguel a procurou para fazer terapia. Elisa convence Júlia a viajar para Fernando de Noro-nha. Pedro fi ca decepcionado ao saber que não conseguirá ver o rosto de seu pai biológico. Arthurzinho pede que Vicente pague sua dívida com o banco e Lígia fi ca inconformada. Ber-nardo faz um comentário sobre o pai biológico e João/Miguel fi ca angustiado. Júlia chega a Fernando de Noronha. Luís, Lai-la, Sofi a e Luca recebem Esther. Júlia encontra Bernardo no ins-tituto e descobre o paradeiro de Pedro. Esther se preocupa com Luís. Júlia encontra Bernardo.

Mohamed aconselha Ka-rim a mudar sua estratégia para conquistar “Maria Ales-sandra”. Na pensão, Otávio pede a Serafi na que o aju-de a encontrar Maricruz. Ela afi rma não saber nada sobre ela. Eduardo diz a Otávio que Maricruz e Maria Alessandra podem ser a mesma pessoa. Tobias diz a Alessandro que pode confi ar plenamente em Maricruz. No cassino, Karim despreza “Maria Alessandra” e dispensa sua companhia. Depois conversa com Carol e diz que quiser que ele volte ao cassino terá que demitir “Maria Alessandra”.

Carmen diz que Marian sa-berá o motivo do documento falso com o nome de Mili no tempo certo. Todos vão até a casa de Carol para a surpresa de aniversário. Carol aceita carona de Fernando para a casa dela. Cris ainda sente raiva de Tobias, por ter criado o personagem Tomás Ferraz. Tobias conversa a sós com a menina, que era fã número um do falso cantor portu-guês. Tobias explica que na-quele momento estava com muita vergonha, que tudo saiu de seu controle e pede desculpa para Cris. A Chiqui-tita perdoa Tobias. Sabrina diz para Teca que elas não irão morar juntas.

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoBola da vez No SBT há uma empolga-

ção tão grande com os ín-dices registrados pela re-prise de “Carrossel”, que já existe uma ideia na emis-sora de transformar esta produção infantil numa espécie de “Chaves”.

Destinar a ela um es-paço “eterno” na progra-mação, com reprises de tempos em tempos ou até mesmo agilizar uma “Parte 2”, Parte 3”....

Tropa de Elite - 1O “Jornal Nacional” vai

mostrar, entre os dias 20 e 25, uma série especial sobre jornalismo, que tem tudo a ver com os 50 anos da Globo.

Cada episódio será dedi-cado a uma década de cober-tura realizada pela emissora, nos últimos 50 anos.

Deu o recadoJuliana Baroni gravou

uma das faixas da trilha sonora de “Cúmplices de um resgate”, a próxima no-vela do SBT, e foi tão bem no seu lado cantora, que foi encarregada de gravar outras músicas.

Não chega a ser surpre-sa o seu bom desempe-nho, porque nos tempos de paquita, principalmen-

te, ela foi muito exigi-da por Marlene Mattos. Ficou a disciplina.

Show da MadonnaNa quinta passada, Jimmy

Fallon entrevistou Madon-na, que está lançando o novo álbum “Rebel Heart no “The Tonight Show”.

Ela fez do programa qua-se um stand-up e completou a sua participação com uma performance memorável de “Bitch I’m Madonna”.

O programa, que é re-transmitido pelo GNT, ain-da está inédito no Brasil.

Está confi rmadoA Globo fi xou como “Total-

mente Demais” o título da próxima novela de Rosane Svartman e Paulo Halm, na fi la das 19h.

Marina Ruy Barbosa já de algum tempo foi escolhida para viver a protagonista.

Quase lá O autor Daniel Ortiz já está

escrevendo os últimos dez capítulos de “Alto Astral”.

A produção fica no ar até o dia 8 de maio e depois dará lugar a “I Love Paraisópolis”.

Tropa de Elite – 2 Esta série especial será conduzida por William Bonner

e irá reunir alguns dos seus mais importantes jornalistas, como Glória Maria, Pedro Bial, Sandra Passarinho, Tino Marcos, Fátima Bernardes, Heraldo Pereira, Marcelo Ca-nellas, Caco Barcellos, Ernesto Paglia, Galvão Bueno, Chico José, André Luiz Azevedo, Renato Machado, Ilze Scamparini, Luís Fernando Silva Pinto e Orlando Moreira.

Bate-rebate• A primeira edição do “Bate

Bola”, da ESPN Brasil, às 10h da manhã, inovou ao buscar um formato nacional...

• Todos os principais tor-neios brasileiros passaram a merecer especial destaque...

• ESPN que adquiriu os direitos de novos eventos sobre ciclismo.

• O técnico Tite será o con-vidado do “Fox Sports Night”, nesta segunda, 21 horas ...

• Na quinta, às 22h, a Fox transmite com exclusividade Corinthians e San Lorenzo, pela Libertadores.

• Com direção de Roberto Talma, Maurício Mattar lança amanhã, dia 14 no Paris 6, em São Paulo, seu novo DVD. O trabalho reúne participações de Toquinho, Caetano, Sandra de Sá, Elba Ramalho...

Cruzamento de Chay com Sophie

Os atores Chay Suede e Sophie Char-lotte não terão maior envolvimento em “Babilônia”. Não há como isso acontecer. De acordo com o autor Ricardo Linhares, “Alice (Sophie) vai se afastar da mãe e de Murilo (Bruno Gagliasso). Ela vai à luta, procurando trabalho como todas as mulheres da sua idade”.

GLOBO

Mundial de Vôlei de Praia, masculino e feminino; Grand Slam de Vôlei de Praia, m/f; Copa do Mundo de Vôlei (qua-dra), m/f; Liga Mundial de Vôlei – (masculino) e o Grand Prix de Vôlei – (feminino), são os eventos que a Band vai trans-mitir a partir de maio.

Somados aos eventos que também serão mostrados pela Rede TV!, o vôlei, no ano que antecede as Olimpíadas do Rio, passa a ter uma grande exposi-ção na televisão aberta.

C’est fi ni

TV

Então é isso. Mas amanhã tem mais. Tchau!

Taís terá uma gravidez de riscoSão Paulo, SP - Enquan-

to Pedro (Jayme Matarazzo) segue indeciso, Taís (Maria Flor) comemora a gravidez --e a alegria, para ela, tem um motivo a mais, que ela não revelou ao namorado.

“Ela já esteve em um casa-

mento e quer muito esse fi lho. Para ela, é a realização de um sonho, já que ela teve dois abor-tos anteriores”, conta Maria.

O fato de ter perdido dois be-bês virá à tona depois que Taís tiver um sangramento. Pedro a levará ao hospital, onde o mé-

dico informará que ela precisa de repouso e que não poderá sofrer aborrecimentos. “É mais uma informação que pesará muito na decisão de Pedro”, diz Jayme Matarazzo.

Por Alex Francisco

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[email protected], SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015 (92) 3090-1045

Desafi os deabrir negóciopróprio

DIVULGAÇÃO

Página C6

Investir na Apple e Googleestá mais fácil e baratoCota mínima para investir em papéis de estrangeiras caiu de R$ 300 mil para R$ 10 mil. Entenda

O pequeno investidor brasileiro poderá colocar seu dinheiro em fundos de inves-

timento que aplicam em papéis de empresas estrangeiras ne-gociadas na BM&FBovespa.

Hoje, só quem é considerado investidor qualifi cado (quem tem mais de R$ 300 mil dis-poníveis para investir) pode aderir à aplicação.

Com a nova regulamentação da indústria de fundos, que entra em vigor em 1º de julho, não será mais necessário ser um investidor qualifi cado para fazer essas aplicações. Bastará ter o valor inicial – que hoje parte de R$ 10 mil.

Esses fundos investem em empresas como Apple e Google, entre outras, que têm BDRs (Brazilian Depositary Receipts) negociados na Bolsa brasileira em reais. O BDR é uma espécie de “comprovante” brasileiro que equivale a ações estrangeiras.

O investimento é indicado para quem quer aplicar em empresas imunes à desacele-ração do PIB brasileiro e aos efeitos da Operação Lava Jato, da instabilidade política e de um rebaixamento na avaliação do Brasil pelas agências de classifi cação de risco.

Enquanto o FMI prevê retra-ção de 1% do PIB no Brasil em 2015, a expectativa de cresci-mento para a economia lobal é de 3,5%; para os EUA, a previsão é de de 3,6%.

Por outro lado, são em-presas que dependem do desempenho de suas vendas nos mercados globais. Mui-tas das ações já subiram bastante nos últimos meses.

Como são negociadas origi-

nalmente em dólar, também trazem o risco de fl utuação da moeda americana.

Neste ano, o Índice de BDRs da BM&FBovespa, que refl ete os principais recibos estran-geiros, subiu 16,3%, enquanto o Ibovespa (termômetro das principais ações brasileiras) teve alta de 8,6%.

Risco elevadoBoa parte dessa valorização

do índice de BDR embute a alta de 15,5% do dólar em relação ao real no período. O índice Standard & Poor’s 500, da Bolsa de Nova York, tem alta de 2,1% em 2015.

No Brasil, a CVM (Comis-são de Valores Mobiliários) não havia liberado a aplicação para pequenos investidores por considerá-la de alto risco em razão de envolver empresas que seguem a regulação de outros países, publicam balan-ços em inglês e acompanhama variação cambial.

Fundos multimercados e de pensão, no entanto, já usam os BDRs para diversifi car as aplica-ções e turbinar o rendimento.

Os papéis da Apple, que estão entre os preferidos dos brasi-leiros, subiram 31,1% em 2015 em reais (nos EUA, em dólar, a alta é de 15,1%). Os do Google tiveram ganho de 19% (nos EUA, foi de 2,6%).

“As perspectivas para o mer-cado brasileiro de ações estão muito restritas. Os clientes querem aproveitar o momento mais favorável de outras eco-nomias”, disse Ilana Bobrow, da gestora da XP investimentos.

“O retorno e o risco se mos-traram interessantes para o in-vestidor brasileiro”, disse Jorge Ricca, gerente de renda variável da BBDTVM, gestora do Banco do Brasil.

A expectativa da Bolsa é que a nova regra aumente os negó-cios com os BDRs.

Segundo Claudio Ja-cob, diretor comercial da BM&FBovespa, a Bolsa pode-rá também admitir a criação de um ETF (fundo de índi-ce, negociado como ação) do índice de BDRs.

Mais simplesA nova regulamentação so-

bre fundos, que entra em vigor em 1º de julho, também vai permitir a criação de fundos de renda fi xa simplifi cados, de baixo custo, voltados ao pe-queno investidor e a quantias menores de aplicação.

Hoje, os fundos com os me-nores custos – taxas de admi-nistração abaixo de 1% – são oferecidos apenas para clientes de alta renda.

O fundo simplifi cado, que deverá aplicar pelo menos 95% dos recursos em títulos do governo, terá obrigações burocráticas menores de pres-tação de contas aos cotistas, como a dispensa de assinatura de termo de adesão, publica-ção de avisos em jornais e a substituição de cartas e de comunicados impressos por e-mails, entre outras.

Para Fabio Colombo, admi-nistrador de investimentos, a proposta é bem-vinda e pode impedir que a indústria de fun-dos se torne elitizada, voltada só aos investidores de maior volume de aplicação.

A nova regra também vai permitir que fundos brasileiros apliquem até 100% dos recur-sos no exterior.

Para os fundos multimer-cados, o percentual máximo de recursos aplicados no exterior subirá de 20% para 40% do patrimônio.

TONI SCIARRETTADE SÃO PAULO

Googleplex, a sede da Google em Mountain View, na Califórnia

REPRODUÇÃO/GOOGLE

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C2 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

*Analista responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo cumprimento do disposto no Art. 16 da Instrução CVM 483/10

Bolsa de valores mostrasinais de forte recuperaçãoCom valorização crescente, a bolsa de valores brasileira atingiu 54 mil pontos e deixou investidores animados

Desde a semana retrasada a bolsa de valores brasileira entrou em um movimento de alta. Saiu do nível de 50 mil pontos para 54 mil, aproxima-damente 8% de valorização neste período.

Será que agora a bolsa começa a andar? Depois de namorar os 45.800 pontos no mês de dezembro do ano passado, de fato a bolsa pas-sou a mostrar reação mes-mo diante da permanência da volatilidade.

O que se nota no movimen-to recente é o que analistas gráfi cos denominam tendên-cia terciária de alta, ou seja, os últimos dias ainda não representam solidifi cação do movimento.

Inexiste um fator específi co sobre a valorização do Ibo-vespa, mas um conjunto de elementos de curto prazo que a têm favorecido, nos planos interno e externo. Por outro lado estes mesmos fatores ainda não se encontram defi ni-dos, como o embate político no Brasil (Executivo versus Con-gresso) e a via-crúcis do gover-no federal para implementar medidas de ajuste fi scal; e a data para o aumento dos juros nos EUA, que ao que tudo indi-ca deve ocorrer mais à frente do que se imaginava.

No último dia 10 o Iboves-pa apresentou ligeira alta. O investidor deve fi car atento para o vencimento do contrato

DÊNNIS A. LOBO

Empresas de milhagens (SMLE3 e MPLU3): revisão de estimativas

Revisamos as estimativas para Smiles e Multiplus, com manutenção de visão neutra sobre ações, apesar da nossa visão positiva a longo prazo para o setor.

Isso se justifi ca por quatro fatores: desaceleração obser-vada no volume de transações de cartões de crédito desde o segundo semestre de 2014; compressão dos preços em dólares, o que torna as em-presas incapazes de entregar o crescimento visto no mercado de cartões de crédito; aumento de esforços de concorrentes recém-chegados, como Tudo Azul e Amigo Avianca; e núme-ros dos valuations com baixa atratividade.

Smiles (SMLE3)Continuamos a gostar da

Smiles por vermos resultados robustos e contínuos ao longo do tempo, com impactos po-sitivos do câmbio e adequado custo da dívida. Acreditamos, também, que a empresa deve benefi ciar-se por estender sua parceria com compa-nhias aéreas estrangeiras (já são 14% dos resgates) e continuar a ganhar fatias de mercado da Multiplus.

SMLE3 é negociada a um múl-tiplo P/L de 20,8x para 2015, o que parece esticado (16x esti-mado para 2016) e não oferece upside considerando o preço-alvo de R$ 51,40/ação (antes era R$ 48,50/ação). Dado o

baixo crescimento no volume de transações de cartões de crédito, a maior competitivi-dade no setor e um valuation já precifi cado, permanecemos com recomendação de manter para SMLE3.

Multiplus (MPLU3)A empresa mostrou bons re-

sultados no 4T14, com fortes resgates não-aéreos, alguma aceleração das vendas de pon-tos a parceiros fi nanceiros e, consequentemente, pequeno aumento na participação de mercado no trimestre.

Ainda vemos a Multiplus um pouco atrasada em relação à Smiles no desenvolvimento de produtos, mas aumentando os esforços para evitar perdas de market-share em 2015. Suas ações são negociadas com múl-tiplo P/L de 14,6x para 2015, embora apenas com 8,5% de upside considerando preço-alvo de R$ 36,30/ação (antes era R$ 38,40/ação). A recomen-dação também é de manter para MPLU3.

Conclusão Acreditamos que Smiles

e Multiplus devem entregar resultados satisfatórios em 2015. Elas seriam ajudadas pelo efeito positivo da valori-zação do dólar sobre o preço dos pontos, apesar de uma compressão dos próprios pre-ços, o que nos levou a adoção de premissas mais contidas para a geração de pontos em 2016 e 2017.

ALOISIO VILLETH LEMOS*

futuro de Ibovespa nesta quar-ta-feira (15), e o vencimento de opções no dia 20, pois costuma haver uma disputa entre comprados e vendidos nestes contratos para infl uen-ciar na cotação dos papeis e no próprio índice da bolsa de valores brasileira.

A onda de protestos de on-tem certamente também ser-virá de tempero para o inves-tidor tentar avaliar o grau de difi culdade que o governo deve

enfrentar pela frente (que já não é fraco), bem como a vo-latilidade que pode advir para o mercado fi nanceiro.

Apesar de a bolsa esboçar melhora nos últimos dias, os fundamentos para este movimento ainda não se mostram sólidos. E a volati-lidade, como consequência, tende a permanecer.

O problema é que os investi-dores, principalmente pesso-as físicas, nem sempre sabem

lidar com esses movimentos e se sentem apreensivos. É preciso ter uma estratégia de investimento e ela ser casada com os objetivos e perfi l do investidor. Caso o investidor não tenha o san-gue-frio necessário para o mar revolto em que ainda se encontra o mercado de ações, na renda fi xa há alternativas bem atrativas em termos de liquidez e rentabilidade.

O investidor estrangeiro,

como se sabe, ainda dá as cartas na bolsa tupiniquim. E dependendo do seu apetite por risco, frente aos níveis de temperatura e pressão da política e economia brasilei-ra, é que poderá responder a pergunta atual dos in-vestidores e analistas: “será que agora a bolsa brasileira começa a andar?”.

Para saber mais sobre o assunto envie uma mensagem para o endereço de e-mail

[email protected].

*Co-fundador e sócio do D&L Investimentos, es-critório Ágora-Bradesco em Manaus

Bovespa apresenta resultados positivos e subiu 8% nas duas últimas semanas

MARCELO CAMARGO/FOLHAPRESS

FONTE: BRADESCO CORRETORA E ÁGORA CORRETORA

FONTE: MULTIPLUS, SMILES, BRADESCO CORRETORA E ÁGORA CORRETORAFONTE: BRADESCO CORRETORA; ÁGORA CORRETORA; BLOOMBERG

FONTE: BRADESCO CORRETORA E ÁGORA CORRETORA

FONTE: BRADESCO CORRETORA E ÁGORA CORRETORA

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C3MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Dólar ameaça Petrobras comsobrepreço de combustíveisEstatal brasileira conseguiu recuperar R$ 6,4 bi das perdas de R$ 90 bi acumuladas de 4 anos de defasagem

Depois de quatro anos de perdas com a de-fasagem nos preços dos combustíveis, que

lhe causou rombo estimado em até R$ 90 bilhões, a Petrobras conseguiu, entre novembro e fevereiro, recuperar R$ 6,4 bi-lhões na venda de gasolina e diesel, graças à queda de mais de 60% na cotação do óleo entre julho e janeiro. A alta do dólar, porém, está eliminando o benefício.

O ritmo dos ganhos, no co-meço do ano, era um alento à diretoria da empresa, então chefi ada por Graça Foster, às voltas com a necessidade de preservar o caixa, que sofria, além da defasagem acumula-da, com a pressão de enormes investimentos e dívidas.

A oportunidade, porém, deve ser defi nitivamente extinta ain-da neste ano, caso dólar e barril continuem subindo, como pre-visto. Segundo o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), que fez a conta dos ganhos a pedido da Folha, em janeiro, quando o barril chegou a US$ 42, a Petrobras, que não atrela seus preços à cotação externa, vendia gasolina e diesel 56,8% e 50,8% mais caros, respectivamente, do que lá fora. Embolsou, no perío-do, R$ 2,6 bilhões a mais.

Com a alta do dólar e a re-cuperação do barril, a defasa-gem caiu para 17% e 19%, respectivamente, em fevereiro, derrubando o ganho extra para R$ 1,1 bilhão no mês.

Em março, quando o dólar acumulava ganho de 20% e o barril foi a US$ 57, a gasolina e o diesel brasileiro estavam apenas 0,7% e 13,7% mais caros. O CBIE não estimou o ganho com esse período ainda, mas o mercado crê que tenha sido de pouco mais de R$ 500 milhões. Recuos nas cotações do dólar, para R$ 3,10 e do barril, para US$ 53, na primeira semana deste mês, aumenta-ram o sobrepreço para 2,5% na gasolina e 17% no diesel.

Esses cenários, porém, não são esperados para os próximos meses. A previsão do mercado, segundo o boletim Focus, do BC, é de câmbio de R$ 3,25 até o fi m do ano. “Se a economia americana continuar crescendo, o barril também vai subir”, afi r-ma Celson Plácido, estrategista-chefe da corretora XP.

A Petrobras é impedida pelo governo, seu controlador, de ajustar os preços da gasoli-na e do diesel às cotações internacionais. Para evitar o impacto infl acionário, foi obri-gada a vender combustíveis mais baratos do que lá fora, entre 2011 e 2014.

Foi salva das perdas graças à queda do barril, desde julho, quando estava perto de US$ 110. Nessa época, decidiu-se que os preços também não se-riam ajustados para baixo, a fi m de que a empresa pudesse ganhar com a situação.

A receita da companhia com venda de combustíveis sofre im-pacto da cotação no exterior porque suas refi narias precisam de grande volume de petróleo leve, comprado no exterior, para produzir gasolina e diesel, já que o óleo extraído no Brasil, ainda predominantemente da bacia de Campos, é pesado.

Por ser pesado, o óleo é exportado com desconto de US$ 10 em relação à cotação do barril de Brent, referência internacional. A Petrobras também importa parte dos combustíveis que vende, por-que não consegue atender toda a demanda interna.

“No balanço fi nal, a Petro-bras é uma importadora, e por isso a alta do dólar a prejudica. Sua dívida é 70% em dólar”, diz Adriano Pires, sócio do CBIE. “A oportunidade com a defasagem positiva está defi -nitivamente acabando. Outro reajuste é urgente”.

As ações da Petrobras ti-veram forte alta na semana passada com a expectativa de que a estatal consiga di-vulgar seu balanço auditado nos próximos dias.

Na sexta (10), as ações pre-

ferenciais, mais negociadas e sem direito a voto, subiram 2,42% e encerraram a R$ 11,84. Na semana passada, a valorização foi de 10,3%; no ano, já acumula alta de 18%. Os papéis ordinários, com direito a voto, registra-ram alta de 2,51% na sexta e terminaram o dia em R$ 11,83. Só na semana passada, os papéis subiram 11,6%; no ano, a valorização é de 23,4%.

“Os investidores estão dan-do um crédito de confi ança para a divulgação do balanço de 2014 da estatal, que está marcada para os próximos dias”, afi rmou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da TOV Corretora.

A petroleira quer apresentar seus demonstrativos fi nancei-ros até o dia 20 e, assim, co-locar um ponto fi nal na novela

que se arrasta desde 31 de outubro de 2014, quando a PwC se recusou a chancelar o resultado do terceiro tri-mestre de 2014, porque altos executivos que assinariam a prestação de informações fi -caram sob suspeita.

A partir de 31 de maio, o atraso daria aos credores o direito de pedir a antecipação do pagamento de dívidas, o que aprofundaria os proble-mas de caixa da estatal.

Na sexta, a Folha informou que a Petrobras estima entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões as perdas com o esquema de corrupção na estatal.

A conta atinge todos os contratos e aditivos fi rmados com as empresas citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, e deve constar do balanço de 2014.

Na expectativa de novo balanço

Por ser importadora, a Petrobras é prejudicada pela alta do dólar, onde tem 70% da dívida

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C4 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Somos mais que camisetapolo, garante Ralph LaurenPeça favorita de brasileiros não será vendida na 1ª loja no Brasil, que abre hoje com foco em itens de passarela e acessórios

Dono de uma das maio-res fortunas do mundo da moda, o americano Ralph Lauren, 75, não

parece preocupado com os in-dicadores econômicos no Brasil. Nesta segunda-feira (132), o empresário, que fundou no fi m dos anos 1960 uma das grifes mais elegantes dos EUA, abrirá a primeira loja no país e pretende, segundo disse à Folha, mostrar que “a Ralph Lauren não é ape-nas uma camiseta polo”.

Ele refere-se ao logotipo do jogador de polo estampada nas camisetas vendidas por todo o mundo e, para citar o jargão fashionista, “hit” de compras nas lojas de departamentos de Miami, mais importante desti-no de compras dos brasileiros no exterior. Sua loja no Cida-de Jardim, luxuoso shopping de São Paulo que reservou espaço nobre para a marca em frente à entrada principal do estaciona-mento, não venderá a peça. O foco serão itens de passarela, masculinas e femininas, aces-sórios e tudo com o selo RL que adornam o corpo da elite nova-iorquina desde a criação de uma simples gravata branca que fez Lauren, pouco a pouco, juntar uma fortuna pessoal de mais de US$ 7 bilhões. Leia trechos da entrevista.

Abertura da lojaPensávamos havia muito

tempo em abrir uma loja no país, mas só agora é que entendemos existir uma clientela sólida e possível para nossos bens de luxo. Os brasileiros vão ver a totalidade da marca, e essa é a diferença entre nós e outras marcas instaladas aqui. Procu-ramos oferecer a qualidade pela qual somos conhecidos.

Camiseta poloA camiseta polo é legal,

mas não nos identifi ca como marca, não somos só isso. É claro que a logo estará em algumas peças, mas não é isso o que o cliente, acho, procura. Ele quer qualidade.

Sei desse fascínio pela ca-miseta polo, que é muito po-pular, mas ouvimos bastante dos clientes brasileiros que frequentam nossas lojas nos EUA para entender seus gostos. Há, sim, espaço para o luxo aí. Eu estou neste negócio há anos, sempre fui inspirado pela qualidade e descobri que uma marca de luxo precisa oferecer um combo de “lifestyle”. Nosso

trabalho, hoje, é procurar novos tipos de cliente para um projeto de longo prazo. O consumidor, hoje, está mais receptivo à no-vidade, itens que sejam atem-porais. Nisso, somos fortes.

Mercado masculinoO mercado masculino é uma

das principais estratégias para o crescimento. A mulher sempre procurou se posicionar sobre sua imagem por meio da roupa e o homem fi cou relegado ao segun-do plano. Hoje eles cozinham, se preocupam com a imagem. São livres e não carregam estereó-tipos antigos de masculinidade.

Os anos 1970 foram o começo dessa mudança de pensamento, mas agora é que eles frequen-tam lojas de departamentos e compram mais.

CriseToda crise ensina algo, você

corrige o que fez de errado. Crise signifi ca identifi car esses erros e ser restrito sobre o seu negócio. Acho que os elemen-tos que criei para a marca nos sustentaram em todas as crises pelas quais passamos. O ponto é sair da zona de conforto, sem fi car nervoso. As grifes se de-sesperam facilmente diante de

crises, mas, como sou otimista, passamos pela última [a crise de 2008 nos EUA] muito bem.

As pessoas tinham medo do “fast fashion”, por exemplo, das movimentações rápidas do comportamento de consumo, mas uma marca sólida conse-gue permanecer se olhar para sua identidade.

RestauranteAbrimos neste ano o Polo

Bar [misto de restaurante de cozinha americana e bar], em Nova York. Já é nosso terceiro empreendimento no ramo da gastronomia. O restaurante de

Paris, primeira cidade em que apostamos, foi um grande su-cesso. Uma grande marca hoje é mais sobre entrar no “lifesyle” das pessoas do que apenas um produto. Os empresários têm que entender isso.

As pessoas usam roupas, mas querem experiência, e a comida, assim como a prática de esportes, é parte desse uni-verso cotidiano. A moda não se resume mais a uma bolsa ou um vestido, mas a uma visão completa da vida das pessoas. Luxo é entender como as pes-soas vivem e saber do que elas precisam para viver.

PEDRO DINIZCOLUNISTA DA FOLHA

Badalada loja da grife Ralph Lauren, em Londres, capi-tal da Inglaterra

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ÃO

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Page 21: EM TEMPO - 13 de abril de 2015

C5MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Surfando na altaPequenas empresas aproveitam a valorização da moeda americana para ganhar mercado entre produtos importados e buscar novos investimentos no exterior. Elas ganham espaço porque os dólares das vendas passam a ser mais valiosos

Para muitas empresas, a escalada do dólar deste ano signifi ca aumento de custos para os produ-

tos que vendem ou dos itens que usam para sua produção. Mas nem todas as pequenas compa-nhias lamentam a valorização da moeda norte-americana.

A desvalorização do real pode ter efeitos positivos para quem exporta. Eles ganham competitividade na medida em que os dólares das vendas passam a ser mais valiosos no mercado brasileiro.

Empresas de turismo recep-tivo também podem ser bene-fi ciadas com a mudança. Isso porque fi cou mais barato para estrangeiros virem para o Brasil e mais caro para brasileiros irem ao exterior, explica Marcos Sthal, consultor do Sebrae-SP.

Fábio Casaca, 47, sócio do hostel Telstar, na zona sul de São Paulo, diz acreditar em um aumento na hospedagem de estrangeiros a partir de julho, as férias de verão no hemisfério Norte.

Para aproveitar a onda, ele voltará a fazer publicidade na internet em inglês para esse público, que já foi maioria no hostel aberto em 2011, mas se tornou menos habitual.

“São Paulo é uma cidade extremamente cara para o mochileiro. A mudança do dó-lar pode ser ruim para alguns setores, mas, para nós, é uma esperança de voltar a ser como no passado”.

MultiplicadoBuscar dinheiro para alavan-

car o crescimento de uma em-presa fora do Brasil também fi cou mais interessante.

Marcos Barrosa, 34, fundador da start-up (empresa iniciante de tecnologia) ScorePointer, conta estar negociando nos EUA US$ 6 milhões (cerca de R$ 18,5 milhões) em investi-

mentos em sua segunda rodada de captações.

A ideia é usar os recursos para aumentar a divulgação do seu aplicativo, que permite a ava-liação de restaurantes em troca da participação em programas de fi delidade.

“O capital que levantamos lá virá em dólar, enquanto meus custos de desenvolvimento e de premiação de usuários são em reais”.

Ele afi rma que, mesmo com a economia brasileira em um mau momento, investidores que apostam em empresas como a sua estão acostuma-dos a correr riscos.

Produtos que podem dar alguma vantagem no novo cenário são aqueles que, fei-tos no Brasil, concorrem com importados, diz Sthal.

A empresa Notiluca, que de-senvolve óculos de madeira, usa materiais nacionais, mas tem entre seus principais competi-dores marcas estrangeiras que devem elevar seus preços em razão do câmbio.

Fernando Rodrigues, 29, um dos sócios, espera ter modelos similares aos importados por menos da metade dos preços e pretende exportar para Nova York no fi nal deste semestre.

A loja virtual Jack the Barber, de roupas masculinas, também tem no encarecimento de seus concorrentes sua principal es-perança neste momento de economia fraca.

Guilherme Paulino, 40, sócio

da empresa, afi rma que a valo-rização do dólar traz aumento de custos na compra de tecidos e nos preços cobrados pelas confecções que fazem peças para sua marca.

Por outro lado, o mercado com o qual a empresa concorre, o de peças importadas compra-das por quem viaja ao exterior, fi cou ainda menos atrativo, o que pode benefi ciar seu negó-cio, afi rma.

Mas a conta fi nal acaba sendo negativa, na opinião do empresário. “Uma des-valorização grande na mo-eda deixa a população bra-sileira mais pobre e afeta a confi ança do consumidor”.

Caminho próprioA indústria cosmética Feitiços

Aromáticos, no mercado há 13 anos, exporta desde seu segun-do ano de atuação.

Raquel da Cruz, 46, sócia e fundadora da companhia, con-ta que até o ano passado a empresa chegava ao mercado externo a partir da parceria com comerciais exportadoras, especializadas em adquirir pro-dutos no Brasil e revendê-los no exterior.

Desde 2014 ela passou a tam-bém buscar compradores por conta própria, inicialmente na Colômbia e no Chile, o que dá

maior autonomia para negociar valores e os pontos de venda.

Até agora foram fechadas duas compras, com valor total de US$ 25 mil.

A meta de Cruz é que as exportações representem entre 5% e 8% de seu faturamento deste ano. “Isso está sendo a luz no fi m do túnel. Tem ajudado a pagar as contas em meio a essa crise que estamos passando”, afi rma Cruz.

FILIPE OLIVEIRADE SÃO PAULO

LADO BOMA desvalorização do real pode ter efeitos positivos para quem exporta. Eles ganham competitividade na me-dida em que os dólares das vendas passam a ser mais valiosos no mercado brasileiro.

Fábio Casaca, 47, em seu hostel, na Vila Mariana

Raquel da Cruz, 46, dona da Feitiços Aro-máticos, que exporta perfumes afrodisíacos

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C6 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

Veja se compensa deixar o empregoe abrir seu próprio negócio

Marcia DessenFinanças Pessoais

Luciano trabalha na área de tecnologia da informação e acumulou boa experiência profi ssional em grandes em-presas, usuárias de tecnolo-gia em grande escala.

Tecnicamente falando, ele conhece os desafi os, as opor-tunidades e as especifi cida-des desse mercado. Sonha em abrir sua própria empre-sa, mas, ao mesmo tempo, se questiona se faz sentido trocar a segurança de um bom e estável emprego pela experiência de empreender seu próprio negócio, concor-rer e não mais colaborar com colegas de trabalho, assumir responsabilidades geren-ciais e burocráticas e mer-gulhar num ambiente com-petitivo e incerto. Decisão nada trivial, Luciano.

EmpregadoPara um profi ssional com

boas qualifi cações técnicas e experiência acumulada, em um segmento extremamente inovador, é pouco provável que falte trabalho. Perspec-tiva de carreira ascendente, boa remuneração e muitos benefícios formam um pacote difícil de largar.

Suas responsabilidades são designadas pelos superiores, alinhadas com o planejamen-to estratégico da empresa. Os

sócios proprietários da em-presa assumem os riscos e os custos do negócio e reúnem as competências exigidas de um bom gestor empresarial, muito além do conhecimento técnico da área.

Dedicado exclusivamente à sua função, ele não se pre-ocupa com atividades buro-cráticas, gestão de pessoas, controle de custos e orçamen-tos, aspectos legais e fi scais e uma série de assuntos ge-renciais, conduzidos por co-legas especializados nesses assuntos específi cos.

A expectativa de ganhar

mais e pagar menos Imposto de Renda o motivam a pensar seriamente em sair da zona de conforto que cerca a vida de um empregado e arriscar carreira solo.

EmpresárioA receita de Luciano pode,

de fato, aumentar. Na con-dição de um pequeno em-presário, sem uma estrutura cara de custo fi xo, poderá prestar serviço com preços mais acessíveis do que os co-brados por empresas maiores, como a que representa atual-mente. E, como sua atuação

será na área de prestação de serviço, não haverá necessi-dade de capital para bancar a compra de equipamentos e instalações.

Importante ter um primeiro cliente para viabilizar o sonho de empreender. E o desafi o de Luciano será o de expandir sua carteira de clientes para evitar o risco de concentrar toda a sua receita em um único cliente. Saudável que a receita esteja distribuída em, pelo menos, três.

DespesasO imposto sobre a renda de

Luciano deve, de fato, dimi-nuir. Se abrir uma empresa e emitir nota fi scal para cobrar os serviços prestados, deve reduzir a atual alíquota de 27,5% em, pelo menos, dez pontos percentuais.

O que vai defi nir a carga tributária fi nal vai depen-der do tipo de empresa, do município onde será aberta e do nível de faturamen-to. Ele precisa de um bom contador para orientá-lo no processo de abertura e manutenção da empresa.

Os honorários do contador serão apenas uma das muitas

despesas que Luciano terá de pagar se tomar a decisão de empreender. Além do Imposto de Renda, outros tributos são devidos, conforme a natureza do serviço e o tipo da empresa. Importante, na fase inicial, evitar custo fi xo com aluguel e funcionários. Primeiro focar receita, receita, receita, para depois pensar em despesas; caso contrário, o projeto de Luciano pode não vingar.

BenefíciosLuciano perderá todos

os benefícios oferecidos pela empresa em que tra-balha: férias, décimo tercei-ro salário, plano de saúde, vale-transporte, vale-refei-ção, seguro de vida, plano de previdência.

Alguns serão mantidos necessariamente e passa-rão a fazer parte de seu orçamento pessoal. O 13º deixa de existir; férias, um luxo, de que empreendedor em fase inicial de projeto raramente desfruta.

Planejamento constante, controle obsessivo de custos, busca incessante por novos clientes e muito trabalho es-peram por Luciano, se ele optar pela carreira solo. Ser dono do seu próprio negócio é desafi ador, mas pode ser muito gratifi cante.

FERNANDO DE ALMEIDA

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C7MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 13 DE ABRIL DE 2015

É prudente manter meus R$ 180 milaplicados em cooperativa de crédito?

Samy DanaCARO DINHEIRO

Do ponto de vista de in-vestimentos, a cooperativa da sua empresa parece não ser opção tão interessante. Ape-sar de contarem com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), tais apli-cações já contam com risco médio intrínseco.

O FGCoop é um fundo único para todas as cooperativas de crédito que assegura aos depositantes R$ 250 mil em casos de intervenção ou liqui-dação extrajudicial da institui-ção fi nanceira.

É semelhante ao FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que oferece garantias similares e nas mesmas circunstâncias para modalidades de investi-mento de grandes bancos co-merciais, como CDBs (Certifi -cados de Depósito Bancário) e Letras de Crédito. Mas o risco de falência da cooperativa tende a

Como eu posso invistir R$ 200, todomês, durante 20 anos?

ser muito maior que o de bancos mais tradicionais.

Já em termos de retorno, a cooperativa da sua empresa remunera cerca de 100% do valor do CDI. Em alguns bancos médios, certas modalidades de investimento cobertas pelo FGC pagam 110% e até 120% do CDI, nível signifi cativamente mais favorável.

O CDI (Certifi cado de Depó-sito Interfi nanceiro) consiste na taxa à qual os bancos trocam dinheiro entre si e que está totalmente relacio-nada à Selic. Com os recentes aumentos da taxa básica de juros, atualmente em 12,75% ao ano, o CDI tem permane-cido em cerca de 12,60% em sua análise anualizada.

Além disso, as previsões de diversos economistas apon-tam uma alta ainda maior da Selic – e, consequentemente, do CDI. Segundo o relatório Focus, do Banco Central, a

previsão da Selic para o fi nal do ano é 13,25%.

Descontado o IR (Imposto de Renda), que varia regressiva-mente de acordo com o prazo de investimento, o CDI líquido se torna consideravelmente atrativo. Por isso, é bastante interessante contar com uma aplicação que ofereça retornos melhores em relação a essa taxa, e a cooperativa parece não estar muito próxima da remu-neração de outras ferramentas do mercado.

Na hora de migrar o capital para um banco, pesquise bem e verifi que a rentabilidade lí-quida de cada uma das mo-dalidades disponíveis, estando atento principalmente às de baixo risco, como os CDBs, as Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs) e as Letras de Câmbio (LCs).

Todas as aplicações citadas contam com o suporte do FGC, e, apesar dos recentes rumo-

res de mudança que rondam o Ministério da Fazenda, as LCIs e LCAs ainda não sofrem cobrança de impostos. Já para CDBs e LCs, o IR praticado é de 22,5% para investimentos de até 180 dias; 20% de 181 a 360 dias; 17,5% entre 361 e 720 dias, e 15% para 721 dias ou mais. Analise também o risco da instituição fi nanceira a par-tir das notas a ela atribuída por agências de risco e, antes da transferência efetiva, invista um valor ligeiramente inferior aos R$ 250 mil pagos pelo FGC. Assim, em eventuais casos de falência, a garantia será de retorno integral do valor, sem que haja eventuais perdas por causa de rendimentos que ul-trapassaram esse limite.

SAMY DANA é economista com PhD em business e pro-fessor da EAESP-FGV. Twit-ter: @samydana. Facebook: facebook.com/carodinheiro

A. F. O., (DE SÃO PAULO - SP)

Mande sua pergunta para a coluna [email protected]

RESPOSTA DE MICHAEL VIRIATO, PROFESSOR DO INSPER E CERTIFIED FI-NANCIAL PLANNER - Para criar um plano de investimento, é preciso estabelecer quatro passos principais: defi nir o per-fi l de aplicação, montar uma estratégia, escolher produtos adequados para ela e reava-liá-la constantemente, assim como o cenário econômico.

No início da construção do portfólio de investimento, como o montante ainda é pe-queno, a tarefa de diversifi car não é simples. Para a aposenta-doria, produtos de previdência do tipo VGBL atendem bem à necessidade inicial de diversi-fi cação. Há produtos a partir de R$ 100 ao mês. Além disso,

os VGBLs têm duas vantagens fi scais. Não há o IR semestral, chamado “come-cota”, e a alí-quota pode ser reduzida para até 10% após dez anos.

A escolha do plano precisa ser criteriosa. O investidor deve evitar produtos que cobrem taxa de carregamento e avaliar com cuidado aqueles com taxas de administração superiores a 1,5% ao ano.

Alternativamente aos pro-dutos de previdência, o inves-tidor pode criar uma carteira de longo prazo comprando títulos públicos federais re-ferenciados à infl ação. Esses títulos podem ser adquiridos mensalmente por meio de uma corretora na plataforma do Tesouro Direto. Nesse caso, é preciso atentar para a taxa cobrada pela corretora.

R. G., (DE ILHA SOLTEIRA - SP)

DÚVIDA

Classe C quer driblar crise econômica

O atual momento de instabi-lidade econômica está levando a classe social C brasileira a buscar estratégias para driblar a crise, disse à Agência Brasil o presidente do Instituto Data Popular, Renato Meirelles. A classe C inclui os brasileiros cuja renda mensal varia entre R$ 338,01 e R$ 1.184. A renda da classe média, da qual faz parte a classe C, que corresponde a 56% da população, subiu 71% nos últimos dez anos compre-endidos entre 2005 e 2015. Em 2005, o poder de consumo da classe C somava em torno de R$ 791,47 bilhões e, este ano, a projeção é que alcance R$ 1,35 trilhão, informou Meirelles.

Pesquisa recente feita pelo Instituto Data Popular mostra que o pessimismo predomina em relação à vida do país: 55% dos brasileiros da classe C esperam piora do emprego este ano e 79% preveem que

os preços seguirão subindo. Apesar disso, Meirelles disse que os brasileiros da classe C estão otimistas com relação à vida pessoal: “[No total], 62% acham que a vida vai melhorar, porque confi am neles próprios, na capacidade de, por um lado, fazer economia. Estão pesqui-sando mais preços; como su-biram as tarifas públicas, eles estão economizando na luz, estão comprando no atacado para fazer economia”.

O presidente do Data Popular relatou que, por outro lado, as pessoas da classe C estão buscando uma renda extra. A pesquisa revela que 42% dos trabalhadores já estão fazen-do bico para conseguir uma renda extra. “É o professor que passou a dar aulas em escola particular, é o cidadão que du-rante a semana trabalha em um escritório e vai trabalhar como garçom no sábado e domingo, são as pessoas que fazem um doce para vender no escritório. Estão se virando

para não ter que dar um passo atrás no consumo”.

Renato Meirelles disse que o crédito nunca foi tão impor-tante para os trabalhadores da classe C como agora. Só que ao contrário da classe A, para a qual o cartão de cré-dito funciona mais como um meio de pagamento, para não andar com dinheiro vivo, para a classe C esse meio é, de fato, um instrumento de cré-dito. “Em geral, o pessoal da classe C tem dois cartões de crédito e fi ca variando a data para conseguir até 40 dias para pagar. Ele procura vantagens econômicas efetivas para con-seguir economizar o dinheiro ou ter aquele crédito tapa-buraco para garantir as compras no fi nal do mês”, relatou

Por ser a maior classe do país, ela é a mais atingida pela crise, proporcionalmente. A análise individual mostra que a infl ação afeta mais as classes D e E, que estão mais na in-formalidade. Meirelles avaliou,

entretanto, que a classe C tem mais fôlego no momento de crise porque estudou mais “e cada ano de estudo equivale a 15,7% a mais no salário míni-mo”. Para a classe C, sustentou Meirelles, crise não é exceção. “Crise é regra. Esse cara cresceu na crise, aprendendo a se virar, e hoje está dando um jeito de manter as suas contas”. Mei-relles externou sua confi ança na capacidade da classe média brasileira de conseguir manter seus sonhos de pé.

A vigilante Danielli de Souza Maia é um exemplo de traba-lhadora que sabe se virar para garantir o consumo. Ela negocia com os vendedores do sacolão para obter preços mais baratos para os alimentos e prefere ir às compras pouco antes do fechamento do estabelecimen-to porque acredita que, dessa forma, tem mais condições de barganhar descontos. Muitas vezes, deixa de comprar em um lugar para fazer compras em outro que promoções.Renda mensal entre R$ 338,01 e R$ 1.184 caracteriza classe C

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Amerson Magalhães, diretor da Easynvest, fala na TV Folha sobre como não perder para infl ação; ao vivo, hoje, às 15h

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C8 MANAUS, SEGUNDA-FEIRA, 6 DE ABRIL DE 2015

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