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Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá Ano 37 - nº 1312 www.sindmetalsjc.org.br 24 de setembro a 5 de outubro de 2020 EM DEFESA DO EMPREGO Pág. 3

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Page 1: EM DEFESA DO EMPREGO€¦ · Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá Ano 37 - nº 1312

Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá

Ano 37 - nº 1312www.sindmetalsjc.org.br

24 de setembro a 5 de outubro de 2020

EM DEFESADO EMPREGO

Pág. 3

Page 2: EM DEFESA DO EMPREGO€¦ · Órgão Informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá Ano 37 - nº 1312

Mulheres e negros têmmenos espaço em pesquisaTrabalhos de pesquisadores negros e pesquisadoras mulheres têm menos destaque se comparados aos dos seus colegas brancos. Foi o que uma pesquisa da Universidade de Stanford, nos EUA, demonstrou. Aqui no Brasil, a realidade não é diferente. Entre os estudantes dos cursos de pós-graduação, apenas 15,4% são negros. Essa é mais uma triste amostra do machismo e racismo presentes em nossa sociedade.

Mesmo com diploma, negras recebem menos

Para muitos, cursar uma faculda-de pode ser sinônimo de melho-res oportunidades de emprego e maiores salários. Mas para algumas pessoas, essa não é a realidade. Mulheres negras com formação universitária continuam a ganhar menos do que brancos com a mesma formação e que ocupam o mesmo cargo. A di-ferença salarial chega a ser mais que o dobro, podendo ser pago 159% a mais para eles. Seja pelo gênero ou raça, a discriminação no mercado de trabalho é um problema real. Passou a hora de darmos um basta!

Imigrantes têm útero retirado a força nos EUAUma enfermeira do centro para imigrantes irregulares do estado norte-americano de Geórgia de-nunciou que mulheres detidas na entidade estariam passando por cirurgias para retirada do útero, sem consentimento. Segundo a denunciante, as imigrantes eram encaminhadas a consultas gine-cológicas fora do centro e sub-metidas a procedimentos que, muitas vezes, não eram compre-endidos por elas. A denúncia está sendo investigada. Se comprova-da, essa é uma ação que fere os direitos humanos, gravemente, e tem de ser punida com rigor.

TST ataca direitos dos trabalhadores dos CorreiosApós 35 dias de uma greve heroica, os trabalhadores dos Correios retomaram as atividades na terça-feira

(22). A decisão foi tomada depois que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou a volta ao trabalho (sob pena de multa), reajuste salarial de 2,6% e manutenção de apenas 29 direitos no acordo coletivo. Os

companheiros fizeram, dia 21, uma grande manifestação em Brasília com o apoio do nosso Sindicato.

22 Jornal do Metalúrgico2

Contra jogo duro dos patrões, é preciso partir para mobilização

Campanha Salarial

Os metalúrgicos vão precisar de muita mobilização para enfrentar o jogo duro que os patrões estão fa-zendo nesta Campanha Salarial.

Direitos históricos da catego-ria, garantidos pelas Convenções Coletivas, estão na mira dos em-presários.

É o caso da cláusula que garante estabilidade aos lesionados. Seto-res como autopeças, aeronáutico e eletroeletrônicos insistem na ideia de acabar com o direito. Você pode conferir as propostas de outros gru-pos patronais no quadro ao lado.

Cara de pauO grupo de Trefilação teve a

cara de pau de apresentar uma proposta sem reajuste de salário. Os metalúrgicos não vão aceitar esse absurdo. A Gerdau é repre-sentada por esse grupo.

“Precisamos de muita união e espírito de luta para defender nos-sos direitos”, afirma o diretor do Sindicato Marco Antonio Ribeiro.

Roosevelt Cássio

grupos patronais*ProPostas dosFundição: 2% de reajuste (abaixo da inflação) e renovação de direitos por um ano.

Mat. ferroviários, ferramentas e metais não ferrosos: renovação da Convenção Coletiva por um ano. Sem proposta econômica.

Refrigeração: 2% de reajuste (abaixo da inflação) e renovação de direitos por um ano.

Assecre: não apresentou proposta.

Aeronáutico: redução de direitos e zero de reajuste.

Autopeças: reajuste pela inflação para salários de até R$ 7 mil, redução de direitos.

Trefilação e esquadrias: 0% de reajuste e estabilidade até 31/12.

Fique sócio e concorra a prêmios1 kit churrasco será sorteado a cada 10 novos sócios feitos por empresa

3 tablets serão sorteados entre os novos associados (um a cada mês, em outubro, novembro e dezembro)

3 finais de semana na Colônia de Férias* serão sorteados entre os novos associados (um a cada mês, em outubro, novembro e dezembro)Fique Sócio do Sindicato!

Em defesa dos empregos, direitos e da vida!

Metalúrgico,

* assim que for reaberta com todas as medidas de segurança

Trabalhadores da Ball, em assembleia da Campanha Salarial

*negociações continuam

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2Jornal do Metalúrgico 3

Sindicato garante reintegração de mais um trabalhadorO metalúrgico Isaías Eduardo Feliciano (na foto, à esquerda) foi reintegrado à Imagem Automação, no dia 14, graças ao trabalho do departamento jurídico do Sindicato. Ele foi demitido irregularmente, em 15 de julho, após receber alta do INSS por causa de uma lesão no ombro. Pela Convenção Coletiva, Isaías tem estabilidade garantida até a aposentadoria.

Contra demissões, metalúrgicos dão recadoaos patrões: exigimos estabilidade no emprego

Mobilizações

Metalúrgicos fazem assembleia contra demissões realizadas pela Embraer

Os metalúrgicos estão mostrando por que são reco-nhecidos como uma categoria verdadeiramente de luta.

Nas última semanas, trabalhadores de três fábricas estão levantando a bandeira da estabilidade no emprego: Embraer, JC Hitachi e MWL.

Contra demissões, os metalúrgicos estão respondendo à altura, com mobilizações, assembleias, ações judiciais e pressão ao poder público.

E não é para menos. Por trás de cada emprego perdido, tem um patrão querendo blindar seus lucros às custas dos demitidos.

Por isso mesmo, a Campanha Salarial tem como prin-cipal reivindicação a estabilidade no emprego. Em ano de pandemia, o que não falta é empresa usando o coronaví-rus para justificar demissão. Vamos dar um basta!

“Não podemos nos intimidar. Vivemos um momento em que a luta por emprego é uma questão de sobrevivên-cia. Exigimos estabilidade imediata para todos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Roosevelt Cássio

SINDICATO TRAÇA plano em defesa dos empregos na jc hitachi

TRABALHADORES entram em greve contra possível fechamento da MWL

Os metalúrgicos da JC Hitachi estão em luta contra 48 demissões realizadas pela fábrica, no dia 17.

O plano inclui uma ação judicial pela anulação dos cortes, mobiliza-ções e pressão ao poder público.

O Sindicato iria negociar com a JC Hitachi, na quarta-feira (23), mas a empresa cancelou a reunião. Numa atitude arbitrária, a empresa desistiu do encontro porque havia

Os metalúrgicos da MWL, de Caçapava, estão em greve, desde o dia 2. Eles lutam contra o possível fechamento da fábrica provocado por uma ordem de despejo.

Há 18 meses, a MWL não paga o aluguel e pode fechar as portas a partir de 10 de outubro. Mas a empresa não passa por problemas financeiros. Ela tem contratos no valor de R$ 60 milhões.

Os trabalhadores não podem pagar pela irresponsabilidade da empresa. Trata-se de uma das principais fábricas de Caçapava, que não pode simplesmente colocar 237 trabalhadores na rua!

Trabalhadores fazem manifestação em frente à Prefeitura de Caçapava

trabalhadores demitidos no local. Essa atitude é um total des-respeito ao direito à livre manifestação.

Na Embraer, demitidos se mobilizam

Desde o anúncio das 2.500 demis-sões pela Embraer, no dia 3, o Sindicato vem realizando uma série de atividades pela preservação dos empregos.

Foram assembleias, protestos, cobrança ao poder público e ações judiciais para exigir o cancelamento dos cortes.

O resultado começa a ser perce-bido. Na terça-feira (22), o Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (TRT) propôs, em audiência de conci-liação, o cancelamento de parte das demissões e a abertura de novo layoff na fábrica.

A proposta atingiria os 470 de-mitidos representados pelo nosso Sindicato e outros 32 de Gavião Pei-

xoto, do Sindicato dos Metalúrgicos de Araraquara. Uma nova audiência acontecerá dia 29.

SupersaláriosDocumentos da Embraer com-

provam: três pessoas recebem da empresa remunerações acima de R$ 1 milhão. Esse mesmo documento mos-tra que 173 pessoas recebem acima de R$ 50 mil. O total recebido por esses privilegiados seria suficiente para pagar 2.553 trabalhadores.

Para acabar com essa injustiça, o Sindicato reivindica que o teto salarial da Embraer passe a ser de R$ 39.200. Assim, os 2.500 pais e mães de família teriam seus empregos de volta.

Dia 3 - Embraer anuncia 2.500 demissões. Trabalhadores aprovam greve.

Dia 12 - Demitidos e familiares fazem protesto na fábrica.

Dia 14 - Em frente à Prefeitura, manifestantes exigem que prefeito cobre da Embraer a anulação das demissões. Omisso, Felicio Ramuth não recebeu os trabalhadores.

Dia 15 - Sindicato inicia distribuição de jornais, mostrando para a população por que é preciso apoiar a luta contra as demissões. Na mesma semana, são instalados outdoors.

Dia 16 - Os trabalhadores foram a São Paulo cobrar um posicionamento do governador João Dória. O Sindicato foi recebido pela secretária de Desenvolvimento Econômico.

Dia 21 - Demitidos e Sindicato iniciam acampamento em frente à fábrica. Uma delegação foi a Brasília se manifestar contra as demissões e protocolar uma carta endereçada ao presidente Bolsonaro, pedindo agendamento de reunião sobre o assunto.

Dia 22 - TRT propõe cancelamento de demissões e abertura de layoff.

O DIA A DIA contra as Demissões

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2Jornal do Metalúrgico 4

Órgão informativo do Sindicato dos Metalúrgicos de S. J. Campos, Caçapava, Jacareí, Santa Branca e Igaratá - Rua Maurício Diamante, 65, São José dos Campos - CEP 12.209-570. Telefone (12) 3946.5333 - Fax: 3922.4775 - site: www.sindmetalsjc.org.br - e-mail: [email protected]. Responsabilidade: Diretoria do Sindicato. Edição: Shirley Rodrigues. Redação: Laís Costa, Lucas Martins e Shirley Rodrigues. Editoração eletrônica e ilustração: Bruno Galvão. Fotolito e Impressão: Agilprint.

Descaso e corte de recursos levam à devastação do Pantanal e Amazônia

Mais uma vez, o mundo assiste perplexo à destruição de uma das maiores riquezas naturais do Brasil e do mundo: o Pantanal matrogros-sense.

São milhares de animais mortos e 3 milhões de hectares de mata destruídos pelo fogo desde julho.

Toda essa devastação tem de ser colocada na conta do governo de Jair Bolsonaro.

O corte de recursos do Ministé-rio do Meio Ambiente fez de 2020 um ano recorde em desmatamen-tos e queimadas.

Não por coincidência, o ministé-rio usou somente 0,4% das verbas destinadas à preservação.

O resultado é um desastre: 33% do Pantanal já foi consumido pelo fogo. Desde janeiro, já foram re-gistrados mais de 16 mil focos de incêndio.

Na Amazônia, são 29 mil focos somente em agosto. Os alertas de desmatamento aumentaram 34% neste ano, em relação a 2019.

Mourão ataca InpeO vice-presidente Hamilton Mou-

rão voltou a criticar o Inpe pela divul-gação dos dados negativos sobre o desastre ambiental.

Em vez de apontar soluções para salvar a Amazônia e o Pantanal, ele prefere esconder informações.

“Amigo dos ruralistas, esse go-verno é um constante perigo para a natureza”, afirma a diretora do Sin-dicato Luciene da Silva.

DITO [email protected]

Meio ambiente

Governantes têm de agir em defesa dos trabalhadores, não dos patrões

Desemprego

O brasileiro já sente na pele a omissão dos governantes no combate ao desemprego.

O país registrou 13,7 milhões de desempregados em agosto, o maior índice desde o início da pandemia.

O número comprova a ineficácia das medidas provisórias assinadas por Jair Bolsonaro.

Elas priorizaram apenas os patrões, que puderam retirar direitos e diminuir salários, sem dar nenhuma garantia de emprego.

Como presidente, Bolsonaro deveria assinar uma lei garantindo

estabilidade no emprego para todos na pandemia, como ocorreu na Argentina.

O governador João Doria e o prefeito de São José, Felicio Ramuth, ambos do PSDB, também devem ser cobrados.

“Já passou a hora dos governantes atuarem para a manutenção dos postos de trabalho. Essa é uma das principais necessidades da população durante a pandemia, junto com um auxílio emergencial decente - o que até agora não aconteceu”, afirma o diretor do Sindicato Alex Cabelo.

Bolsonaro mente em discurso na onuEm discurso na ONU, no dia 22, Jair Bolsonaro recorreu a

mentiras para justificar a tragédia ambiental. De forma cínica, ele disse que a floresta queima “apenas na borda” devido a

ação de índios e caboclos. Estudiosos afirmam que, na verdade, as queimadas são para expansão da agropecuária.

Brasileiros sofrem com o desemprego

em chamas: números mostram o tamanho do desastre

Pantanal

focos de incêndio16.119 mil

3 milhõesde hectares

33%do bioma no MS

amazônia

29 milfocos de incêndio em agosto

34%de aumento dos alertas de desmatamento em 2020

10 milkm desmatados desde 2019

Pantanal baterecord de incêndios em 2020

ChantagistaA Forming está usando a pandemia como desculpa

para reduzir o valor da PLR, enquanto o peão gera lucro

para a empresa. Não adianta fazer chantagem: exigimos

nossa parte!

Irresponsável A GM continua ignorando os

riscos que os trabalhadores da Transmissão estão correndo com o ritmo acelerado da produção. Parece que a

empresa não aprende. O risco de lesão é iminente. GM, nós

não somos máquinas.

Jagunço do EPIA Latecoere criou um novo

cargo: “capataz do EPI”. Além de mal-educado, ele

fica questionando a troca de uniformes furados e até de

luvas rasgadas. Dar condições dignas de segurança aos trabalhadores, você não

quer, né? Se liga!

Reintegração, já!Entre as 2.500 demissões feitas pela Embraer, tem

trabalhadores que estavam em licença médica, em

tratamento de saúde e vítimas de acidentes de trabalho. Isso demonstra como a empresa é

irresponsável!

Subiu à cabeça Desde que chegou ao cargo, a líder de produção da Sun Tech fica pegando no pé de

todo mundo. Até com a Cipa ela arrumou problema. Quer

controlar quando a cipeira pode atuar. É melhor você

rever sua postura. Fica a dica.

Maldade pura No dia em que a JC Hitachi

realizou as demissões, o líder Ratinho disse para os trabalhadores irem até a

ADC para discutir o ‘DDS’ da empresa. A verdade é que estavam indo para o “matadouro” receber o

aviso de demissão. É muita covardia!