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“Agradeço ao Dr. Swenson por continuar erguendo a sua voz em prol de um mundo mais saudável, mais agradável e mais sustentável. Tanto a sobrecarga quanto o desequilíbrio não são desejáveis nem inevitáveis. Precisamos ter força para seguir em frente. Em Busca do Equilíbrio oferece ideias e estratégias para nos conduzir a um lugar melhor.”

— PATRICIA KATZ, estrategista de produtividade e equilíbrio;

autora de Press Pause... Press On

“Eu me beneficiei muito com o livro anterior de Richard Swen-son sobre os limites e a sobrecarga, por isso fico muito feliz por conhecer Em Busca do Equilíbrio. Em meio ao agressivo pro-gresso de nossa era, não estamos mais em sintonia com o ritmo da criação de Deus. Richard Swenson nos faz um alerta sobre a sobrecarga, e oferece ajuda prática para unir o equilíbrio e o limite (capacidade).”

— KERBY ANDERSON, Diretor Nacional, Probe Ministries;

Apresentador do programa, Point of View

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EM BUSCA DO

EQUILÍBRIOPassos para uma vida estável

Dr. Richard A. Swenson

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SWENSON, Richard A.Em busca do Equilíbrio. Rio de Janeiro: BV Books, 2013.

ISBN 978-85-61411-65-7

1ª edição Maio | 2013

Impressão e Acabamento Promove

Categoria Vida Cristã | Psicologia

BV Films Editora Ltda.Rua Visconde de Itaboraí, 311

Centro | Niterói | RJ | 24.030-09055 21 2127-2600 | www.bvfi lms.com.br

EDITOR RESPONSÁVEL

Claudio Rodrigues

COEDITOR

Thiago Rodrigues

ADAPTAÇÃO CAPA

Guil

DIAGRAMAÇÃO

Chayanne Maiara

TRADUÇÃO

Daiane Rosa

REVISÃO TEXTUAL

Ariana Fátima BaptistaMitsue Siqueira

REVISÃO DE PROVAS

Christiano Titoneli

Edição publicada sob permissão contratual com Word and Spirit Resources, P.O. Box 701403, Tulsa, OK 74170 whit the title Man of Valor, Copyright © 2005 by Richard Exley All Rights Reserved.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Ltda. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfi lms.com.br.

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2013.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

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SWENSON, Richard A.Em busca do Equilíbrio. Rio de Janeiro: BV Books, 2013.

ISBN 978-85-61411-65-7

1ª edição Maio | 2013

Impressão e Acabamento Promove

Categoria Vida Cristã | Psicologia

BV Films Editora Ltda.Rua Visconde de Itaboraí, 311

Centro | Niterói | RJ | 24.030-09055 21 2127-2600 | www.bvfi lms.com.br

EDITOR RESPONSÁVEL

Claudio Rodrigues

COEDITOR

Thiago Rodrigues

ADAPTAÇÃO CAPA

Guil

DIAGRAMAÇÃO

Chayanne Maiara

TRADUÇÃO

Daiane Rosa

REVISÃO TEXTUAL

Ariana Fátima BaptistaMitsue Siqueira

REVISÃO DE PROVAS

Christiano Titoneli

Edição publicada sob permissão contratual com Word and Spirit Resources, P.O. Box 701403, Tulsa, OK 74170 whit the title Man of Valor, Copyright © 2005 by Richard Exley All Rights Reserved.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610/98. É expressamente proibida a reprodução deste livro, no seu todo ou em parte, por quaisquer meios, sem o devido consentimento por escrito.

Os conceitos concebidos nesta obra não, necessariamente, representam a opinião da BV Books, selo editorial BV Films Editora Ltda. Todo o cuidado e esmero foram empregados nesta obra; no entanto, podem ocorrer falhas por alterações de software e/ou por dados contidos no original. Disponibilizamos nosso endereço eletrônico para mais informações e envio de sugestões: faleconosco@bvfi lms.com.br.

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à BV Films Editora ©2013.

Impresso no Brasil | Printed in Brazil

Dedicado a

07-07-07 a 03-06-08

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SUMÁRIO

Agradecimentos 9

INTRODUÇÃO

1. Tendo o Possível Sonho Impossível 13

PARTE I

2. Como o Progresso Agressivo Sabota 25

o Equilíbrio de que Precisamos

3. Como o Equilíbrio é Mostrado em Todo 49

Indício da Ordem Criada por Deus

4. Como Estabelecer as Suas Prioridades 67

em uma Órbita Estável

5. Como Unir Estabilidade (Equilíbrio) e 91

Limite (Capacidade)

PARTE I I

6. Reagindo à Expansão da Norma 111

7. Fazendo os Cálculos 147

8. Mantendo o Equilíbrio entre a Vida 173

Profissional e Pessoal

9. Atingindo o Mínimo Necessário 209

CONCLUSÃO

10. Garantindo Espaço para Profundos 235

Pensamentos Consecutivos

Notas 245

Sobre o Autor 261

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AGRADECIMENTOS

NA MAIORIA DAS VEZES, OS LIVROS são escritos em um estado de isolamento social. Os meus certamente são. De forma paradoxal, o processo de pesquisa e de produção de um livro é também uma profun-da atividade social. É preciso várias pessoas para executar o trabalho árduo de dar à luz um livro valioso. Trabalhando anonimamente, essas nobres pessoas raramente recebem reconhecimento. E elas também não buscam isso. Ainda assim, sempre é apropriado honrar aqueles que trabalham em silêncio por trás dos bastidores, e beneficiam tanto ao autor quanto ao leitor.

Na linha de frente, como sempre, está a minha esposa, Linda. Ela pesquisa, edita, guia e incentiva; ela sorri e se zanga nas horas certas; e, de alguma forma, se encaixa às estranhas mudanças de biorritmo causadas pela agenda de um escritor. A sua boa vontade e paciência mantêm a estabilidade em meio ao mar aberto, e é difícil imaginar qualquer projeto de composição, ou vida, sem ela ao meu lado. Nossos filhos e noras, Adam e Maureen, e Matt e Susie (recém-casados), mais uma vez nos fortaleceram com muito apoio e motivação. Katja Eliza-beth Swenson, nossa neta, merece um agradecimento especial pelo cuidado que teve para com o irmãozinho Nico, e por ter sido uma fonte de alegria quando nossos corações se partiram. Obrigado tam-

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10 \\ Em Busca do EquilíBrio

bém pelas orações dos familiares: Caroline, mamãe, John, Don, papai e Karen, Marcia e Jerry, Craig e Linda, Hazel, Paul e Comfort, Ron e Heather e Tom e Vicki. Deus os abençoe.

Daqui, o grupo se estende como as raízes de uma árvore. A gratidão alcança Jack e Diana Stimmel, Donna Knipfer, Bill e Gail Thedinga, Becky Folkestad, Debbie Cowles, Aggie e Larry Wagner, Kris Brekke, Walter e Mary Schultz, Bob e Audrey Gayhart, Dan Harstad, Opal Harstad, Roger e Joanne Natwick, Hector e Betty Cruz, Beth e Willis Rubusch, Dr. Gene Rudd e a equipe do CDMA, a Biblioteca Pública de Menomonie, e Martha, Dave e Bob Stratton que serviram de inspiração para uma parte do texto.

Além desses nomes estão centenas de outros que entenderam mi-nha vida corrida e meu tempo de dedicação ao livro. Vocês me cobrem com suas orações e pensamentos, e eu devo muito a vocês. Dr. Edwin Montell, que com a sua bondade consolou nosso coração enlutado por causa da morte de nosso neto, e neste livro dedicado ao pequeno Nico, eu gostaria de agradecê-lo por sua generosidade.

Finalmente, à equipe NavPress. Não tem preço a iniciativa de Dan Benson de colocar este projeto na pista de decolagem. Ao meu sábio editor e bom amigo, Don Simpson: é sempre uma honra trabalhar com você. Mike, Kris, Tia e a todos os outros — o meu muito obrigado.

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I N T R O D U Ç Ã O

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TENDO O POSSÍVELSONHO IMPOSSÍVEL

“O EQUILÍBRIO É UMA FRAUDE!”, apelava o título na revista Fast Company. “Viver em um mundo pós-equilibrado” exige que “abrace-mos o desequilíbrio” e nos tornemos “felizes viciados por trabalho”.

A economia global é o antiequilíbrio... Algum dia, todos nós precisaremos nos tornar viciados em trabalho, felizes ou não, simplesmente para sobrevivermos... Grandes líderes, inovadores em série, até mesmo vendedores que estão no auge da carreira parecem ser induzidos por um tipo de demônio interior — a necessidade de provarem algo a si mesmos... A ansiedade como parte central da existência... Será que algum casal pode encarar dois empregos em tempo integral, crianças, pais em idade avan-çada, compras, cachorro, contas e telemarketing durante o jan-tar, e esperar alguma coisa diferente de estresse?... Profissionais ditos bem-sucedidos encontram maneiras de mudar o foco entre atividades e pessoas na velocidade da luz e em diferentes esfe-ras... Veja isso como um exercício em constante planejamento, de se adaptar a trocas frequentes de circunstâncias e prioridades. Para os casais, também é necessário um equilíbrio constante de

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14 \\ Em Busca do EquilíBrio

papéis e responsabilidades... Aqueles que alcançaram o sucesso são pessoas que aprenderam a dançar conforme a música... Elas não tomam decisões uma vez ou outra, mas o tempo inteiro.1

A autora da próxima frase não está sozinha. “Eu realmente não gosto da expressão equilíbrio na vida profissional”, escreveu uma cien-tista, que, mesmo assim, viajou para além-mar por causa do seu grau de prestígio e carreira, certamente para que pudesse experimentar um equilíbrio melhor entre carreira e família. “O equilíbrio é impossível”, disse um juiz do Supremo Tribunal a respeito da pressão entre a vida pessoal e profissional. “O equilíbrio é uma desculpa para não se envol-ver, para não fazer o seu melhor”, disse um líder cristão.

“Aceite a loucura da sua vida”, escreve um proeminente treinador e líder na Havard Management Update. “Faça o que você pode fazer agora. Deixe todo o resto de lado.”2

Então agora o equilíbrio é algo impossível, uma desculpa por ser uma pessoa preguiçosa. E a loucura é o novo normal.

Eu fico me perguntando se esses zombadores, que disseram isso, aplicam suas teses em outras áreas da vida. Será que eles votam em algum partido com o mínimo de moderação porque equilibrar o or-çamento não é um conceito para eles? Será que usam seus talões de cheques com uma casualidade semelhante? Será que eles dizem para o pistão e velas de ignição: “Sintam-se à vontade para começar a fun-cionar, não se preocupem as outras peças aí, eu estou tranquilo, vocês também, com o tempo o motor vai pegando, ele não se importa”? Ou dizem para a tireoide deles que é aceitável estar descontrolada, e dizem para a pressão sanguínea que é normal estar mais alta?

Eu fico impressionado com a rapidez com que algumas pessoas abandonam a batalha pelo equilíbrio. Algumas até a transformaram em algo sem importância e valor, como uma ficção conveniente para o fraco que não deseja fazer o trabalho difícil da vida. Outras ridicula-rizaram o equilíbrio ou o redefiniram a um princípio vago que é tão

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irreconhecível quanto ineficaz. Outras ainda afirmam que o equilíbrio é, francamente, um sonho impossível. Ele é irreal e inalcançável — e possivelmente indesejado.

O problema com simplesmente abandonar a luta, jogar a toalha e aceitar um estilo de vida completamente estressante o tempo inteiro é que isso não acaba aí. Se nós contribuirmos com um trabalho cultu-ral monótono, isso nos levará primeiramente a um desequilíbrio leve, depois ao desequilíbrio moderado, depois a um grave desequilíbrio e depois a algo muito pior. Muitos estão, aparentemente, inconscientes de que estamos mergulhados em uma situação dinâmica na qual o de-sequilíbrio irá se expandir continuamente, a menos que seja resistido. Essa não é uma batalha a ser abandonada, a menos que não nos im-portemos com as consequências dessa contínua disfunção que piora a cada dia mais.

Não quero romantizar o passado, mas em 1960 muitas pessoas, famílias e trabalhadores conseguiam alcançar algum nível de equilíbrio. Hoje, cinquenta anos depois, essas mesmas pessoas acham o equilí-brio algo difícil de ser alcançado. O que aconteceu? Desde os anos 60 até os dias de hoje, o que nos impulsionou — pessoas, família, local de trabalho e, sem dúvida, a sociedade como um todo — com tanta força em direção ao desequilíbrio? A explicação na íntegra será tratada posteriormente, mas, por enquanto, quero propor uma pergunta mais limitada. Independentemente de qual processo tenha causado essa for-ça do desequilíbrio, temos a evidência de que hoje ele terminou o seu trabalho e está preparado para nos deixar sozinhos para que possamos restabelecer um novo equilíbrio? Do contrário, o fenômeno da prolife-ração e profusão que nos trouxe a esse lugar só tenderá a aumentar e acelerar. Todo pensamento contrário a isso revela um fundamento ingênuo em relação às forças poderosas que nos impulsionam para frente.

Permita-me observar esse mesmo ponto de maneira diferente. Um estudo médico de dezoito anos chamado “Aderindo a Hábitos de Estilo de Vida Saudável”, publicado na The American Journal of Medicine,

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examinou cinco hábitos de saúde e relatou comportamentos em cons-tante decadência: a porcentagem daqueles que estavam acima do peso aumentou em oito por cento; daqueles que ingeriam uma quantidade moderada de bebida alcoólica por dia aumentou em onze por cento; dos que praticavam atividade física doze vezes ao mês diminuiu dez por cento e dos que comiam cinco ou mais frutas e vegetais por dia reduziu dezesseis por cento. Dos cinco monitorados, o único hábito de estilo de vida que não piorou foi o de fumar, permanecendo em vinte e seis por cento (não sendo isso considerado uma vitória).3 Podemos deduzir com esse estudo — e com quase todos os estudos com esse assunto — que é impossível para as pessoas manter um estilo de vida saudável, e, por causa disso, devemos parar de tentar? Vamos simplesmente nos aco-modar no sofá com nossas batatas e assistir à outra maratona de filmes.

A situação do casamento é um outro exemplo. Com o passar de muitas décadas, muitos sociólogos declararam que a frequência do di-vórcio e a subsequente dissolução das famílias estão agora tão normais que devemos parar de lutar contra isso. Vamos simplesmente aceitar esse desenvolvimento moderno e nos mobilizar para diminuir a dor. Simplificando, essa teoria declara que a nossa era é inevitavelmente dirigida por forças que desarraigam famílias e impedem as pessoas de ficarem juntas. As exigências aceleradas da nossa cultura, que muda continuamente, tornaram o voto antiquado: “Até que a morte nos se-pare”.

Veja, por exemplo, o sensacional anúncio de divórcio de Sandra Tsing Loh em um artigo na revista Atlantic chamado “Vamos cancelar tudo” (com subtítulo horrivelmente entitulado de “A autora está termi-nando o casamento dela. Não é hora de você fazer o mesmo?”).

Dada a minha assustadora lista dos deveres de mãe e dona de casa, eu não conseguia mais enfrentar outro árduo projeto de lar e autoaperfeiçoamento, como um projeto que reacenda o nosso romance... E, ao longo do caminho, tomada pela angústia e falta de fé, comecei a me perguntar: por que ainda insistimos no casamento?4

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Em outras palavras, quanto mais rápido aceitarmos que a harmonia do casamento seja mais uma miragem do que outra coisa, mais rápido diminuiremos todo o estresse. “A segunda fase da família” significa que agora teremos “casamentos seriados” e “casamentos temporários”, e nossos filhos crescerão com um grande grupo amigável de semi-irmãos.

Mas será que essa solução vai realmente acabar com o problema em vez de reagir contra as forças que causam a dor? O rompimento das famílias é uma dor natural. Não é uma ferida por conta de uma culpa manipulada pela balança de uma tribuna julgadora. Ela é uma ferida porque é uma ferida. Não devemos trabalhar para fortalecer a sustentabilidade do amor em vez de justificar a fragilidade dos relacio-namentos modernos?

Perdoe-me se algumas dessas ilustrações são desconfortáveis — essa não é minha intenção. Meu desejo é apontar que muitos proble-mas na vida devem ser tratados de modo a resolvê-los em vez de nos rendermos a eles. O equilíbrio é uma dessas questões.

Felizmente, aqueles que se renderam à visão que defende que o desequilíbrio é inevitável não representam a maior parte da opinião. A grande preponderância dos modernos ofegantes entende intuitivamen-te que o equilíbrio não é apenas importante, mas crucial para uma vida saudável. E eles estão dispostos a lutar por isso se receberem alguma direção.

Para ser honesto, os zombadores acrescentam algumas correções importantes a esse assunto. Muito das opiniões deles será discutido em momentos apropriados posteriormente, e quando esses momentos chegarem eu irei agradecê-los pela contribuição. Conforme apontam, existem realmente muitos pensamentos irreais e análises simplistas so-bre a doutrina do equilíbrio, e muitas intervenções resultantes disso parecem inadequadas. Além disso, existem ocasiões em que o dese-quilíbrio é esperado e até mesmo útil. Nessas horas, o desequilíbrio apropriado pode nos testar, nos disciplinar, nos fortalecer e nos fazer crescer.

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Mas o equilíbrio é crucial para se cortar algo pela raiz, apesar da confusão e de alguns opositores nervosos. Sempre foi, e sempre será. Sim, o equilíbrio tornou-se algo mais difícil de ser alcançado — sem dú-vida. Mas o equilíbrio é mais importante hoje do que jamais foi, porque ele tem sido arrancado de muitos de nós com uma força extremamente violenta. Quando alguém rouba o nosso carro, temos a tendência de querê-lo de volta em vez de simplesmente nos adaptar às bolhas que serão criadas em nosso pé em razão da nossa nova fase de caminhada.

O Equi l íbr io é Importante

Para prosseguir nessa discussão e debate, é interessante notar três te-mas recorrentes:

1. Existe uma grande preocupação com o equilíbrio da vida hoje; grande parte desse interesse limita-se ao desespero. Vemos isso nas revistas e nos livros, em conversas casuais e em e-mails, em conferências, na dinâmica da família e, especialmente, no ambiente de trabalho;

2. Existe uma grande confusão a respeito de como abordar o equilíbrio — até mesmo sobre como pensar nele; sem falar em alcançá-lo;

3. Há uma grande evidência de que a necessidade de equilíbrio existe muito além do contexto das nossas vidas atarefadas, se expandindo a todas as facetas da existência.

Para ilustrar a necessidade do equilíbrio, vamos fazer um pequeno turismo pelo universo, desde o maior até o menor, pelo orgânico e pelo inorgânico, nas ciências sociais e físicas, e muito mais. Se pegarmos qualquer pedra no universo, veremos o princípio do equilíbrio saltando aos nossos olhos. Da estrutura quântica das partículas subatômicas até a largura completa do cosmos em si mesmo, o equilíbrio do universo está a um nível que abala a compreensão. O corpo humano tem a necessidade inerente e inviolável de equilíbrio, chamada homeostase.

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Falando como médico, permita-me sugerir com firmeza que você não saia dos parâmetros da homeostase, ou então você rapidamente en-contrará a dor e o consumo.

Nós falamos de equilibrar os nossos orçamentos: corporativo, pessoal, familiar, municipal, estadual, federal e internacional. Somos motivados a nos alimentar com uma dieta equilibrada. Sabendo que a queda é um dos maiores inimigos dos idosos, procuramos alcançar ma-neiras de mantê-los equilibrados. Nós elogiamos o equilíbrio ecológico e o equilíbrio da natureza. Os fazendeiros são aconselhados a praticarem uma rotação de colheita equilibrada. Pilotos e companhias aéreas são responsáveis por determinar o peso apropriado de equilíbrio em aviões para que não caiam de repente do céu. Nossa constituição garante um equilíbrio de poder no governo, e nós, da mesma maneira, desejamos um equilíbrio internacional de poder para estabilizar a esperança pela paz mundial. Pesquisadores e políticas estrategistas buscam equilibrar riscos e benefícios. Nós equilibramos os pneus do lado de fora dos nos-sos carros e o som do lado de dentro. O equilíbrio da vida profissional no mercado de trabalho se tornou um assunto tão frequente, a ponto do segmento comercial se voltar inteiramente a essa questão, obtendo diferentes resultados.

Nós estamos cercados, continuamente, pela necessidade de equi-líbrio. Por que, então, em nossa infraestrutura social, o equilíbrio é amplamente ignorado? E, sendo um princípio espiritual, por que o equilíbrio é negligenciado e até ridicularizado? Nesse contexto, o de-sequilíbrio é como um pneu furado, que só aparece no painel do carro depois de desviarmos a direção e batermos em uma árvore.

Com alegria, nós acrescentamos cada vez mais coisas a nossas vin-te e quatro horas apertadas do dia com uma misteriosa indiferença pelas consequências. E depois ficamos nos perguntando quando foi, exatamente, que a nossa vida saiu dos eixos e a nossa esperança de-sapareceu.

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Sustentabi l idade no Equi l íbr io

Um construtor da Phoenix me falou a respeito do próspero desenvol-vimento comercial da propriedade de sua empresa, que desmoronou com a crise econômica global de 2008. Levou nove meses até que os pedidos começassem lentamente a acontecer de novo. Aí vem a parte surpreendente da história. “Provavelmente, você poderia esperar que eu dissesse o quanto essa experiência foi horrível”, disse ele. “Mas quando chegamos ao fundo do poço, eu posso dizer com sinceridade que eu não me importei. Na verdade, eu fiquei contente. Eu estava tão exausto. Agora, depois de quase um ano, sinto como se estivesse pronto para voltar ao trabalho.”

Esse homem tinha um bom emprego e uma renda generosa. Sua empresa fornecia emprego para muitos trabalhadores. Ele tinha o pri-vilégio de dirigir ao redor da cidade e apontar todas as contribuições tangíveis que havia feito para o crescimento de sua região. Mas ele não podia mais suportar as exigências. A pressão exterior excedeu à interior. A falta de equilíbrio o alcançou. Não estou me referindo aqui à depressão econômica que o fez decair — essa crise teve alcance inter-nacional e foi muito ampla, muito além da influência ou culpabilidade do empresário. Mas estou falando sobre seu próprio conjunto emocio-nal interno. Ele simplesmente perdeu o ímpeto.

Em um mundo no qual a resistência se tornou um alvo móvel veloz, o equilíbrio oferece uma influência estabilizadora. Podemos ter o privi-légio de possuir um bom emprego de que gostamos, mas, ainda assim, no mundo violento de hoje, quantos podem sustentá-lo sem serem aco-metidos pelo tão comentado cansaço latente? Aqueles que são exces-sivamente guiados e agraciados por grandes riquezas parecem estar melhor equipados para suportar mais o trabalho, talvez simplesmente porque o nível de intensidade interior e o amor aos valores bancários os mantenham com energia. Ainda assim, esta mesma configuração de personalidade é geralmente acoplada a sinais de alerta inadequados. Eles raramente entendem quando seu limite foi excedido. Eles também

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não entendem com precisão que tudo o que estão ganhando está sen-do contrabalançado por tudo o que estão dando. O equilíbrio mantém o ponteiro no meio.

O foco deste livro, claro, vai muito além da elite do mundo corpora-tivo. Eu estou, da mesma forma, ciente dos muitos pais trabalhadores bem-intencionados que enfrentam bebês chorões e fraldas malcheiro-sas no meio da noite, sabendo que o despertador tocará às cinco horas da manhã. Como irão suportar? E as profissões da área de humanas, como o magistério, o ministério pastoral, advocacia, enfermagem e medicina, que têm o trabalho duplo de produzir e se relacionar? Ou os fazendeiros, que enfrentam a queda dos preços do leite e nenhuma chuva no horizonte?

O equilíbrio não é uma panaceia e não pode operar milagres. Mas o equilíbrio pode ajudar as pessoas a se sustentarem em meio ao estresse e à sobrecarga por enfrentarem os altos e baixos do ritmo desenfreado.

O equilíbrio pode nos conduzir a estilos de vida simples, a uma satis-fação firme, a relacionamentos saudáveis, a expectativas sábias e a um trabalho gerenciável. O equilíbrio pode traçar para nós o caminho da fé com sua gentileza e boa vontade. Pode nos equipar com um giroscópio que estabiliza a nossa órbita seguramente ao redor das nossas priorida-des eternas. Pois, no final, tudo está ligado às prioridades.

Grandes Dons ou Graça?

“Pessoas com grandes dons são fáceis de serem encontradas”, escre-veu Emerson, “mas pessoas equilibradas e simétricas, nunca.” Eu fico me perguntando se precisamos de mais “grandes dons” hoje ou se pre-cisamos de mais graça. Onde estão as pessoas simétricas, equilibradas, que são grandes porque têm tempo e energia para serem gentis?

O anseio de hoje não é uma possessão demoníaca interior, estres-se o tempo inteiro, mudança de foco à velocidade da luz, reequilíbrio constante do vício pelo trabalho — nós já temos literalmente milhões de canalhas corrompidos com a imensa produtividade correndo mais

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rápido que os fótons. Temos coisas suficientes, temos velocidade sufi-ciente, temos bastante progresso e, especialmente, temos superabun-dância demais. Entretanto, você me permitiria perguntar-lhe a respeito do status da nossa verdade, amor, fé, relacionamentos, saúde, alegria, profundidade e paz? Que direção escolher se desejamos redescobrir os verdes pastos e as águas correntes? Que conjunto de prioridades irá nos colocar nessa direção?

O equilíbrio não é o Reino, mas se as nossas prioridades descansam nessa direção, o equilíbrio pode ajudar a sustentar o nosso foco durante todo o caminho de volta para Casa.

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