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1 Elementos de Economia Internacional Programa 1. Introdução 2. Teoria do Comércio Internacional 3. Política Comercial Externa 4. Política Macroeconómica Internacional 5. Integração económica

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1

Elementos de Economia Internacional Programa

1. Introdução2. Teoria do Comércio

Internacional3. Política Comercial Externa4. Política Macroeconómica

Internacional5. Integração económica

Page 2: Elementos_de_Economia_Internacional_-Final[1][1]

2

1. Introdução

1.1. A importância das relações económicas internacionais1.2. De que trata a Economia Internacional?1.3. Áreas da Economia Internacional

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3

1.1. A importância das relações económicas internacionais

� Dimensão internacional da actividade económica:- consumo das famílias

- actividade das empresas- actividade bancária- intervenção do Estado

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4

1.2. De que trata a Economia Internacional?

� 1.2.1. Ganhos do comércio

� 1.2.2. Padrão do comércio� 1.2.3. Quanto comércio permitir

� 1.2.4. Balança de Pagamentos� 1.2.5. Coordenação das políticas

económicas internacionais

� 1.2.6. Mercado Internacional de capitais

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5

1.2.1. Ganhos do comércio

� Benefícios mútuos resultantes das trocas comerciais entre os países

� Modelos explicativos do comércio internacional- Teorias tradicionais e Teorias modernas do comércio internacional

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6

1.2.2. Padrão do comércio

� Quem vende o quê e para quem� Determinantes:- o clima e os recursos disponíveis- diferenças internacionais na produtividade do

trabalho- interacção entre as ofertas relativas dos recursos

nacionais e o uso relativo desses factores na produção de diferentes bens

- componente aleatório

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7

1.2.3. Quanto comércio permitir

� Desde a II Guerra Mundial tendência para o livre comércio

� 1ª metade da década de 90:- Acordo de Livre Comércio da América do Norte ( NAFTA – North American Free TradeAgreement ) – USA, Canadá e México (1993)

- Acordo do Uruguai Round – OMC (1994)

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1.2.4. Balança de Pagamentos

� Regista as transacções dos residentes de uma economia com o resto do mundo durante um determinado período de tempo,normalmente um ano

� Balança Corrente = Balança Comercial + Balança de Serviços + Balança de Rendimentos + Balança das Transferências Correntes

� Balança de Pagamentos = Balança Corrente + Balança de Capitais + Balança Financeira

� Excedente comercial versus défice comercial

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9

1.2.5. Coordenação das políticas económicas internacionais

� Coordenação das Políticas de comércio internacional:-Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio ( GATT –General Agreement on Tariffs and Trade )

� Coordenação das Políticas económicas internacionais

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1.2.6. Mercado Internacional de Capitais

� Articulação entre os mercados de capitais dos diversos países

� Riscos inerentes:

- flutuações das moedas- situações de incumprimento por parte dos países

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1.3. Áreas da Economia Internacional

� 1.3.1. Análise do comércio internacional� 1.3.2. Análise monetária internacional

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12

1.3.1. Análise do comércio internacional

� Transacções reais na economia internacional

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13

1.3.2. Análise monetária internacional

� Transacções financeiras na economia internacional

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O GATT- General Agreement on Tariffsand Trade

� Acordo Geral sobre as Pautas Aduaneiras e o Comércio

� Assinado em Outubro de 1947, por 23 países

� Entrou em vigor em 1 de Janeiro de 1948� http://www.gatt.org/

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15

Origens do GATT

� “ Conferência Internacional para o Comércio e o Emprego “, realizada em Havana, de Novembro de 1947 a Março de 1948

� Código do Comércio Internacional, conhecido como “ Carta de Havana “

� Previa a criação de uma “ Organização Internacional do Comércio “

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Objectivos do GATT

� Multilateralismo aberto, através de acordos que proporcionassem a extensão das regras comerciais negociadas, a todos os países membros, sem discriminação

� Economia mundial aberta

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Características do GATT

� Tornou-se, a partir de 1950, a principal organização de comércio internacional

� Sistema de comércio de regras definidas

� Princípio do multilateralismo� Expressamente proibidas todas as formas de

bilateralismo e de blocos comerciais, salvo raras excepções

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Características do GATT

� Princípio da total ou geral reciprocidade, i.e., a liberalização comercial e respectivas regras deverão ser determinadas por mútuas concessões equilibradas

� Favorecimento da liberalização comercial� Promoção da redução das barreiras aduaneiras,

numa perspectiva de comércio livre� Cláusula da nação mais favorecida

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Princípio da reciprocidade

� As concessões de política comercial devem ser mútuas

� A redução de tarifas não é automática, mas sim objecto de negociação

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Princípio da liberalização

� Rejeita a proibição, bem como restrições quantitativas, como os contingentes, de importação e exportação, como instrumentos de política comercial

� Há excepções, como por exemplo no caso de défice da Balança de Pagamentos

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Cláusula da nação mais favorecida

� O comércio deve ser conduzido na base da não-discriminação

� A cláusula da nação mais favorecida estabelece que qualquer vantagem atribuída a um determinado país deve ser automaticamente atribuída a todos os membros pertencentes àO.M.C. O comércio deve ser conduzido sem qualquer discriminação, pois todas as partes contratantes são obrigadas a se conceder, mutuamente, tratamento tão favorável quanto aquele dado a qualquer país, na aplicação e administração dos direitos e impostos de importação e exportação.

� Retirado de "http://pt.wikipedia.org/wiki/Na%C3%A7%C3%A3o_mais_favorecida"

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22

As excepções do GATT

� Zonas de Comércio Livre e Uniões Aduaneiras

� Países em desenvolvimento ( Parte IV do Acordo – Comércio e Desenvolvimento )

� Acordos Preferenciais

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Os Rounds do GATT( Ciclos de negociações )

� Genebra, 1947� Annecy, 1949� Torquay, 1950-51� Genebra, 1955-56� Dillon Round, Genebra, 1961-62� Kennedy Round, Genebra, 1964-67� Tokyo Round, 1973-79� Uruguai Round, 1986-93� http://geronim.free.fr/ecogene/bts2/d1partie52.htm� http://www.eurofer.be/termsoftrade/GATTRounds.pdf

� http://www.wto.org/english/thewto_e/minist_e/min98_e/slide_e/slideshow_index.htm

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24

1º grupo de Ciclos de negociações

� Conferência de Genebra, 1947

� Conferência de Annecy, 1949� Conferência de Torquay, 1950-51

� Conferência de Genebra, 1955-56� Ciclo de Dillon, 1961-62

� Ciclo de Kennedy, 1964-67

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25

Kennedy Round

� Ciclo de negociações de 1964 – 1967� Promovido pelos E.U.A.� Redução das barreiras aduaneiras em produtos

manufacturados de cerca de 33%� Regulamentação das práticas de “ dumping “� Ponderação das carências, a nível do comércio e do

desenvolvimento, dos PVD

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2º Grupo de Ciclos de negociações - Tokyo Round

� Ciclo de negociações de 1973 – 1979� Significativos cortes tarifários em muitos produtos industriais� A liberalização do comércio de produtos agrícolas� Redução de barreiras não – aduaneiras� Especial tratamento às exportações dos Países menos

desenvolvidos� Códigos de conduta contra práticas de comércio desleal

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3º Grupo de Ciclos de negociações - Uruguai Round

� Ciclo de negociações de 1986 a 1993� Objectivo de reforçar o sistema� O Acto Final foi assinado por 117 países em Abril de 1994, em

Marraquexe, tendo entrado em vigor em 1 de Janeiro de 1995� Baixou substancialmente as taxas incidentes nos produtos

manufacturados e reduziu as barreiras aduaneiras em importantes sectores

� Diminuiu ou eliminou grande parte das quotas e subsídios� Alargou o âmbito da regulamentação a numerosas áreas, incluindo a

agricultura, os têxteis, os serviços, os direitos de propriedade intelectual e o investimento directo estrangeiro

� Criação da Organização Mundial de Comércio ( OMC / WTO )

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Causas da erosão do Sistema Comercial Internacional criado pelo GATT

� Ausência de formulação de uma política comercial global� Incompatibilidade entre a aplicação da cláusula da nação mais

favorecida e o princípio da reciprocidade global� Não equacionamento do problema das relações comerciais

entre países desenvolvidos e os PVD� Cláusulas de salvaguarda, implantadas unilateralmente,

conduzindo a práticas proteccionistas

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A Organização Mundial do Comércio( OMC )

� http://www.wto.org/indexsp.htm� Incorporou o GATT� Institucionalização de um sistema integrado de

comércio mundial� Única organização internacional que trata das

normas que regem o comércio entre os países� Maior eficácia na resolução de diferendos

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Funções da OMC

� Administra os Acordos Comerciais da OMC� Fórum para negociações internacionais� Tenta resolver os diferendos comerciais� Supervisiona as políticas comerciais nacionais� Presta assistência técnica e cursos de formação aos

PVD� Coopera com outras organizações internacionais

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Principais diferenças entre a OMC e o GATT

� A OMC engloba o comércio de mercadorias, o comércio de serviços e os aspectos dos direitos de propriedade intelectual ligados ao comércio, enquanto o GATT só se aplicava ao comércio de mercadorias

� No Direito Internacional o GATT não era reconhecido como uma Organização

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Estrutura organizativa da OMC

� A Conferência Ministerial

� O Conselho Geral� O Mecanismo de Exame das Políticas

Comerciais� O Órgão de Resolução de Diferendos

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Organigrama da OMC

� http://www.wto.org/spanish/thewto_s/whatis_s/tif_s/organigram_s.pdf

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A Conferência Ministerial

� Autoridade suprema da OMC� Constituída por representantes de todos os Estados

membros� Reúne-se pelo menos uma vez de dois em dois

anos� Normalmente, as decisões são tomadas por

consenso entre todos os Países membros, sendo depois ratificadas pelos respectivos Parlamentos

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O Conselho Geral

� Composto por Embaixadores e Chefes de Delegação em Genebra

� Reúne-se várias vezes por ano

� Assume também a qualidade de Órgão de Exame das Políticas Comerciais e de Órgão de Resolução de Diferendos

� Interpretação dos Acordos

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O Mecanismo de Exame das Políticas Comerciais

� Vigilância das políticas comerciais� Melhorar a transparência das políticas e das práticas

comerciais� Avaliação multilateral dos efeitos das políticas sobre

o sistema comercial internacional� As políticas comerciais da União Europeia, E.U.A.,

Japão e Canadá são examinadas de dois em dois anos

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O Órgão de Resolução de Diferendos

� Está estabelecido no Memorando de Acordo sobre Regras e Procedimentos relativos àRegulação de Litígios

� Aplica-se a todos os sectores enquadrados pela Acta Final do Uruguai Round, sob reserva de derrogações limitadas

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Secretariado

� Não toma decisões� Dá apoio técnico aos diferentes conselhos e comités

e às conferências ministeriais� Presta assistência técnica aos PVD� Analisa o comércio mundial� Faz a divulgação dos assuntos relacionados com a

OMC� Presta assistência jurídica nos procedimentos de

solução de diferendos� Dá apoio aos governos interessados em aderir à

OMC

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Organigrama do Secretariado

� http://www.wto.org/spanish/thewto_s/whatis_s/tif_s/org4_s.htm

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2. Teoria do Comércio Internacional

2.1. Produtividade do trabalho e vantagem comparativa2.2. Factores específicos e distribuição do rendimento2.3. Recursos e comércio. O modelo – padrão do comércio2.4. Economias de escala, concorrência imperfeita e comércio internacional2.5. Movimentos internacionais de factores

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2.1. Produtividade do trabalho e vantagem comparativa: o modelo Ricardiano

� O princípio das vantagens comparativas

- enunciado em 1817 por David Ricardo- cada país beneficiará com a especialização na produção e exportação dos bens que pode produzir com um custo relativamente menor e, simultaneamente, cada país beneficiará se importar os bens que produz com um custo relativamente maior.

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Pressupostos do modelo Ricardiano

� Dois países, produzindo dois bens, recorrendo a um só factor produtivo, o trabalho, cuja oferta, dentro de cada país, é constante

� Mercado de concorrência perfeita, i.e., atomicidade do mercado ebens homogéneos

� Imobilidade internacional dos factores produtivos� Mobilidade perfeita dos produtos, dentro dos países e entre países (

inexistência de custos de transporte, de direitos aduaneiros e de restrições ao comércio )

� Pleno emprego� Ausência de avanços tecnológicos� As necessidades unitárias de trabalho diferem em cada país, devido a

condições naturais ( clima, qualidade do solo, … ) e a condições tecnológicas diversas

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Questão que se coloca:

� Supondo que um dos países possui vantagens absolutas na produção dos dois bens deve produzir esses dois bens e o outro país nada produzir?

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Exemplo 1 (David Ricardo)

� Custos unitários, em horas de trabalho

� Bens Portugal Inglaterra

vinho 8 12tecido 9 10

Portugal: 1 unidade de vinho custa 8 horas de trabalho e 1 unidade de tecido custa 9 horas de trabalho;

Inglaterra: 1 unidade de vinho custa 12 horas de trabalho e 1 unidade de tecido custa 10 horas de trabalho.

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Noção de Custo de Oportunidade

� O custo de oportunidade de um bem X em termos de um bem Y é o número de unidades sacrificadas de Y para produzir uma unidade de X, ou

� É o nº de unidades de Y que poderiam ser produzidas se se deixasse de produzir uma unidade de X.

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Portugal: custo de oportunidade do vinho em termos de tecido

� 1 unidade de vinho custa 8 horas de trabalho

� Mas quanto custa 1 unidade de vinho em termos de tecido?

� Ou, quantas unidades de tecido deixam de ser produzidas para se produzir 1 unidade de vinho?

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Portugal: custo de oportunidade do vinho em termos do tecido ( cont. )

� Se 1 unid. de tecido → 9 horas de trabalho? → 8 “

O custo de oportunidade de 1 unidade de vinho em termos de tecido é 8/9, ou 0,89 unidades de tecido.

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Portugal: custo de oportunidade do tecido em termos de vinho

� 1 unidade de tecido custa 9 horas de trabalho

� Mas quanto custa 1 unidade de tecido em termos de vinho?

� Ou, quantas unidades de vinho deixam de ser produzidas para se produzir 1 unidade de tecido?

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Portugal: custo de oportunidade do tecido em termos de vinho ( cont. )

� Se 1 unid. de vinho → 8 horas de trabalho

? → 9 “

O custo de oportunidade de 1 unidade de tecido em termos de vinho é 9/8, ou 1,125 unidades de vinho.

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Inglaterra: custo de oportunidade do vinho em termos de tecido

� 1 unidade de vinho custa 12 horas de trabalho

� Mas quanto custa 1 unidade de vinho em termos de tecido?

� Ou, quantas unidades de tecido deixam de ser produzidas para se produzir 1 unidade de vinho?

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Inglaterra: custo de oportunidade do vinho em termos do tecido ( cont. )

� Se 1 unid. de tecido →10horas de trabalho

? →12 “

O custo de oportunidade de 1 unidade de vinho em termos de tecido é 12/10, ou 1,2 unidades de tecido.

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Inglaterra: custo de oportunidade do tecido em termos de vinho

� 1 unidade de tecido custa 10 horas de trabalho

� Mas quanto custa 1 unidade de tecido em termos de vinho?

� Ou, quantas unidades de vinho deixam de ser produzidas para se produzir 1 unidade de tecido?

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Inglaterra: custo de oportunidade do tecido em termos de vinho ( cont. )

� Se 1 unid. de vinho →12 horas de trabalho

? →10 “

O custo de oportunidade de 1 unidade detecido em termos de vinho é 10/12, ou 0,83

unidades de vinho.

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Exemplo 1 (David Ricardo)

� Custos de Oportunidade

� Bens Portugal Inglaterra

1 unid. vinho 0,89 1,2

1 unid. tecido 1,125 0,83

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Conclusão:

� Como o custo de oportunidade da produção de vinho em Portugal é inferior ao de Inglaterra, Portugal deveráespecializar-se na produção e exportação de vinho;

� Como o custo de oportunidade da produção de tecido em Inglaterra é inferior ao de Portugal, a Inglaterra deveráespecializar-se na produção e exportação de tecido;

� Embora Portugal tenha vantagens absolutas na produção dos dois bens, tem vantagem comparativa ou relativa apenas na produção do vinho e a Inglaterra na produção de tecido.

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� “ A condição necessária e suficiente para o aparecimento de trocas internacionais entre dois países produzindo dois bens idênticos é que o custo relativo desses dois bens seja diferente nos dois países. Cada país tem, então, interesse em se especializar na produção de um bem para o qual a sua vantagem relativa é maior ou a sua desvantagem relativa é menor, o que quer dizer que o custo relativo é o mais fraco comparado com o do outro país “. ( David Ricardo )

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Exemplo 2

� Custos Unitários, em horas de trabalho

� Bens País A País B

X 2 5

Y 3 4

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País A

� Qual o custo de oportunidade de X em termos de Y?

� Ou, quantas unidades de Y deixam de ser produzidas para se produzir mais uma unidade de X?

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País A

� Se 1 unid. de Y →3 horas de trabalho

? →2 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deX em termos de Y é 2/3, ou 0,67 unidades de

Y.

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País A

� Qual o custo de oportunidade de Y em termos de X?

� Ou, quantas unidades de X são sacrificadas quando se produz mais 1 unidade de Y?

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61

País A

� Se 1 unid. de X→2 horas de trabalho

? →3 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deY em termos de X é 3/2, ou 1,5 unidades de X.

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62

País B

� Qual o custo de oportunidade de X em termos de Y?

� Ou, quantas unidades de Y são sacrificadas quando se produz mais 1 unidade de X?

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63

País B

� Se 1 unid. de Y →4 horas de trabalho

? →5 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deX em termos de Y é 5/4, ou 1,25 unidades de

Y.

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País B

� Qual o custo de oportunidade de Y em termos de X?

� Ou, quantas unidades de X são sacrificadas quando se produz mais 1 unidade de Y?

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País B

� Se 1 unid. de X→5 horas de trabalho

? →4 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deY em termos de X é 4/5, ou 0,8 unidades de X.

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Solução do Exemplo 2

País A: 1 unidade de X custa 0,67 unidades de Y e 1 unidade de Y custa 1,5 unidades de X

País B: 1 unidade de X custa 1,25 unidades de Y e 1 unidade de Y custa 0,8 unidades de X

A especializa-se em X e B especializa-se em Y

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Exemplo 3 ( in Samuelson / Nordhaus )

� Recursos laborais de produção necessários nos EUA e na Europa ( horas de trabalho)

� Produtos EUA Europa

Alimentos 1 3Vestuário 2 4

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EUA

� Qual o custo de oportunidade dos Alimentos em termos de Vestuário?

� Ou, quantas unidades de Vestuário deixam de ser produzidas quando se produz mais 1 unidade de Alimentos?

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EUA

� Se 1 unid. de Vestuário →2 horas de trabalho

? → 1 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deAlimentos em termos de Vestuário é 1/2, ou

0,5 unidades de Vestuário.

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EUA

� Qual o custo de oportunidade do Vestuário em termos de Alimentos?

� Ou, quantas unidades de Alimentos deixam de ser produzidas quando se produz mais 1 unidade de Vestuário?

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EUA

� Se 1 unid. de Alimentos →1 horas de trabalho

? → 2 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deVestuário em termos de Alimentos é 2/1, ou

2,0 unidades de Alimentos.

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EUROPA

� Qual o custo de oportunidade dos Alimentos em termos de Vestuário?

� Ou, quantas unidades de Vestuário são sacrificadas quando se aumenta a produção de Alimentos em 1 unidade?

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73

EUROPA

� Se 1 unid. de Vestuário →4 horas de trabalho

? →3 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deAlimentos em termos de Vestuário é 3/4, ou

0,75 unidades de Vestuário.

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74

EUROPA

� Qual o custo de oportunidade do Vestuário em termos de Alimentos?

� Ou, quantas unidades de Alimentos deixam de ser produzidas quando se aumenta a produção de Vestuário em 1 unidade?

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75

EUROPA

� Se 1 unid. de Alimentos →3 horas de trabalho

? →4 “

O custo de oportunidade de 1 unidade deVestuário em termos de Alimentos é 4/3, ou

1,33 unidades de Alimentos.

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76

Solução do Exemplo 3

EUA: 1 unidade de Alimentos custa 0,5 unidades de Vestuário e 1 unidade de Vestuário custa 2 unidades de Alimentos

EUROPA: 1 unidade de Alimentos custa 0,75 unidades de Vestuário e 1 unidade de Vestuário custa 1,33 unidades de Alimentos

Os EUA especializam-se em Alimentos e a EUROPA especializa-se em Vestuário.

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Ganhos económicos com o Comércio Internacional

A) Autarcia

Tendo em conta os diferentes custos de produção em cada região,

- nos EUA o vestuário custaria o dobro da alimentação ( ou a alimentação custaria metade do vestuário ) e na Europa o vestuário custaria 4/3 da alimentação ( ou a alimentação custaria 3/4 do vestuário ).

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Ganhos económicos com o Comércio Internacional ( cont. )

B) Com comércio entre as regiões e admitindo que- Foram eliminadas todas as restrições ao comércio internacional- Não existem custos de transporteE dado que,- os alimentos são relativamente mais baratos nos EUA e o vestuário é relativamente mais barato na EUROPA, os alimentos serão embarcados dos EUA para a Europa e o vestuário da Europa para os EUA.

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79

Conclusão:

� Havendo liberdade de comércio, os países transferem a produção para as áreas em que têm vantagens comparativas.

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80

Ganhos económicos com o Comércio Internacional ( cont. )

C) Ganhos Económicos do Comércio- Após haver ajustamentos no comércio internacional, os preços do vestuário e da alimentação tenderão a ser iguais nas duas regiões:- O preço relativo ( em termos de custo de oportunidade ) dos alimentos irá situar–se entre o preço norte – americano (1/2 unidade de vestuário) e o preço europeu ( ¾ unidades de vestuário ); admitamos, por hipótese, 2/3 unidades de vestuário;- O preço relativo do vestuário irá situar–se entre o preço europeu (4/3 unidades de alimentos) e o preço norte -americano (2 unidades de alimentos); admitamos, por hipótese, 3/2 unidades de alimentos.

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81

Ganhos económicos com o Comércio Internacional ( cont. )

� C) Ganhos Económicos do Comércio ( cont. )

� Um trabalhador norte-americano continua a precisar de trabalhar 1 hora para obter 1 unidade de alimentos mas, após a existência de comércio, precisa de despender a remuneração correspondente a 1/ (2/3)=1,5 horas para adquirir 1 unidade de vestuário (e não 2 horas, como em autarcia);

� Um trabalhador europeu continua a precisar de trabalhar 4 horas para adquirir 1 unidade de vestuário mas, após a existência de comércio, precisa de despender a remuneração correspondente a 4/ (3/2) =2,67horas para adquirir 1 unidade de alimentos (e não 3 horas, como em autarcia).

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Cálculos auxiliares c/ comércio internacional

� EUA

1 h trab.→1 unid. Aliment.→2/3 unid.vestuár.Então, se

2/3 unid.vestuário→1 h trab.,Quanto tempo de trabalho é necessário para obter 1 unid. de vestuário?

R.: 1*3/2 = 1,5 h trab.

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Cálculos auxiliares c/ comércio internacional ( continuação )

� EUROPA

4 h trab.→1 unid. Vestuár.→3/2 unid.aliment.Então, se

3/2 unid.alimentos→4 h trab.,Quanto tempo de trabalho é necessário para obter 1 unid. de alimentos?

R.: 4*2/3 = 8/3 h trab. = 2,67 h trab.

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Conclusão:

� Todos os países ganham quando se especializam nas suas áreas de vantagens comparativas;

� Os trabalhadores de cada região obtêm uma maior quantidade de bens de consumo pela mesma quantidade de trabalho, quando os respectivos países se especializam nas suas áreas de vantagem comparativa.

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Modelo Ricardiano com um factor produtivo (trabalho) e Fronteira de Possibilidades de Produção

� Como vimos, as hipóteses do modelo ricardiano incluíam a consideração de um único factor produtivo, trabalho, cuja oferta, dentro de cada país, se assumia como constante

� L = nº total de horas de trabalho disponível num determinado país

� Li como o número de unidades de trabalho (horas) necessário à produção de uma unidade do bem i

� Lj como o número de unidades de trabalho (horas) necessário à produção de uma unidade do bem j

� Qi e Qj representam a quantidade produzida dos bens i e j

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Fronteira de Possibilidades de Produção ( FPP )

� Qi = L/Li, com Qj = 0� Qj = L/Lj, com Qi = 0� Li*Qi + Lj*Qj = L� Lj*Qj = L – Li*Qi� Qj = L/Lj – (Li/Lj)*Qi = Equação da FPP� Li/Lj = custo de oportunidade da produção do

bem i em termos do bem j

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Análise gráfica da Vantagem Comparativa (introdução)

� Fronteira de Possibilidades de Produção ( FPP ): representação gráfica das combinações máximas de bens que podem ser produzidos numa economia com os recursos e tecnologia existentes num determinado momento;

� O valor absoluto do declive da curva de Fronteira de Possibilidades de Produção corresponde ao conceito de custo de oportunidade (Taxa Marginal de Transformação);

� No caso de uma FPP linear, o custo de oportunidade é constante ao longo da recta.

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� Habitualmente, o que uma economia pode produzir é definido como

� Li*Qi + Lj *Qj ≤ L

� Para se determinar o que a economia de facto produz é necessário saber o preço dos bens.

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� Suponhamos que Pi e Pj são os preços do bem i e do bem j

� Decorrente da existência dum mercado de concorrência perfeita, os salários horários da produção do bem i e do bem j serão dados, respectivamente, por Pi/Li e Pj/Lj

� Os trabalhadores irão migrar (dentro de cada país) para o sector onde têm um maior salário horário.

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� Se (Pi/Li) > (Pj/Lj) os trabalhadores só irão produzir o bem i;

� De facto, se (Pi/Pj) > ( Li/Lj) , então a economia iráespecializar-se na produção do bem i, uma vez que o preço relativo de i em relação ao preço de j excede o custo de oportunidade da produção de i;

� Se (Pi/Li) < (Pj/Lj), então (Pj/Pi) > (Lj/Li) e a economia irá especializar-se na produção de j, uma vez que o preço relativo de j em relação ao preço de i excede o custo de oportunidade da produção de j.

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� Se a economia doméstica, em autarcia, pretender ter acesso a ambos os bens i e j, os preços relativos têm que se ajustar de forma a que os salários horários sejam iguais nos dois sectores de produção, i e j;

� Se (Pi/Li) = (Pj/Lj) então (Pi/Pj) = (Li/Lj) e os trabalhadores não têm incentivo para migrarem de um sector para outro;

� A produção e o consumo dos dois bens, i e j, dá-se quando os preços relativos igualam o custo de oportunidade da produção.

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Ganhos económicos decorrentes da existência de Comércio Internacional

� Os ganhos com o comércio internacional decorrem da possibilidade de especialização da produção nos sectores mais eficientes (onde o país tem vantagens comparativas), recorrendo ao rendimento gerado pela produção e exportação para adquirir bens e serviços noutros países;

� O Comércio Internacional pode ser visto como um método indirecto de produção ou como uma melhoria tecnológica.

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� Com a existência de comércio, o consumo de cada país expande-se porque a produção mundial expande-se quando cada país se especializa no produto em que tem vantagem comparativa.

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Há uma migração da FPP de cada país:

vinhovinho

queijo queijo

País Local Estrangeiro

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� No exemplo apresentado por Krugman/Obstfeld , o país “Local” tem uma vantagem comparativa na produção de queijo, e o “Estrangeiro” na produção de vinho;

� Com a existência de Comércio Internacional a FPP desloca-se para a direita, permitindo que cada país consuma mais do que se situasse em autarcia, melhorando o seu consumo disponível

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Alargamento a vários países e bens

� Exemplo: 5 bens, país A e Resto do Mundo (assinalado por *) (adaptado de Krugman/Obstfeld)

� Li( h/unid i) Li*( h/unid i) Li*/Li� Maçãs 1 10 10 � Bananas 5 40 8� Caviar 3 12 4� Pizas 6 12 2� Enchidos 12 9 0,75

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� Sejam,� W = Salários em A e W* = Salários no Resto do

Mundo� (W/W*) = 3,� Então,� A Produtividade relativa do País A na produção de

maçãs, bananas e caviar é superior aos salários relativos e A produzirá esses três bens

� Ou, como WLi < W*Li*, para maçãs, bananas e caviar, A deve especializar-se nessas produções

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� Se (W/W*) = 4,1, o caviar torna-se muito caro para o País A e essa produção desloca-se para o Resto do Mundo

� O País A especializar-se-á apenas na produção de maçãs e bananas

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Custos de transporte e bens não comercializáveis internacionalmente

� Os custos de transporte impõem entraves ao livre movimento de bens e serviços entre países

� Os custos de transporte podem tornar alguns bens não comercializáveis internacionalmente, tornando mais vantajosa a produção, em autarcia, de alguns bens

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Custos de transporte e bens não comercializáveis internacionalmente( continuação )

� Retomando a produção múltipla de bens do exemplo anterior e supondo que os custos de transporte representam 100% do custo de pizas

� Se, sem custo de transporte, o país A importava esse bem, com um custo de transporte de 100% sobre o custo de produção, será mais vantajoso ao país A produzir esse bem internamente

� Com efeito, antes da consideração do custo de transporte o país A importava piza.

� Com a introdução do custo de transporte, A passa a produzir piza, ou seja, o bem passa a ser não comercializávelinternacionalmente

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Questões e limitações da teoria das vantagens comparativas

� Os salários reflectem a produtividade? No modelo ricardiano os salários relativos reflectem a produtividade relativa de dois países. A evidência empírica diz-nos que estão associados

� A teoria clássica de Ricardo pressupõe o funcionamento contínuo de uma economia concorrencial. As ineficiências podem ocorrer na presença de preços e salários inflexíveis, de desemprego e de ciclos económicos, podendo uma economia estar a operar no interior da sua FPP

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Questões e limitações da teoria das vantagens comparativas ( cont. )

� A abertura ao comércio internacional aumenta o rendimento de um país, mas isso não é sinónimo de que todos os indivíduos, empresas e consumidores, beneficiem com a liberalização. A teoria das vantagens comparativas fala do conjunto dos países e não da possibilidade de desemprego sectorial

� O comércio livre beneficia todos os países e não apenas os que têm vantagens absolutas (mais eficientes, em termos absolutos). Custos elevados derivam da utilização ineficiente de recursos

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Questões e limitações da teoria das vantagens comparativas ( cont. )

� O comércio livre de países com baixos salários afectará o nível de salários dos países com mais elevados salários. A teoria ricardiana diz que os produtores/trabalhadores beneficiam ao terem acesso a um maior rendimento, ao utilizarem os recursos de uma forma mais eficiente; de igual modo, os consumidores beneficiam ao poderem ter acesso a bens mais baratos. Ou seja, o comércio internacional pode reduzir o salário a alguns trabalhadores, mas ao levar ao aumento do rendimento do país irá beneficiar consumidores e produtores.

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Questões e limitações da teoria das vantagens comparativas ( cont. )

� Os países menos eficientes perdem com o comércio internacional. A ineficiência produtiva desses países não decorre do comércio internacional, de per si. A alternativa de tentar crescer/desenvolver em autarcia não tem exemplos históricos. No entanto, énecessário ter presente que os obstáculos àmobilidade geográfica e a necessidade de formação da mão-de-obra, pode tornar difícil a adaptação das economias ao mercado mundial

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Questões e limitações da teoria das vantagens comparativas ( cont. )

� De igual modo, a concentração das exportações sobre um número limitado de bens pode fragilizar uma economia, tornando-a mais exposta à evolução da procura internacional

� O modelo ricardiano defende a especialização produtiva completa dos países. Mas isso não acontece devido à existência:– de custos de transporte

– de proteccionismo

– e de mais de um factor produtivo (dois factores produtivos - modelo Heckscher –Ohlin)

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Exercícios:

� 1) No sector manufactureiro a produtividade do trabalho japonês é similar à dos USA, enquanto os USA são mais produtivos no sector dos serviços, mas estes não são comercializáveis internacionalmente, na sua grande maioria. Os USA, ao terem vantagem em serviços não comercializáveis internacionalmente, têm um grave problema uma vez que não podem vender esses produtos nos mercados mundiais. Comente a afirmação. (Krugman/Obstfeld, problemas – 2ºcapítulo).

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Resposta:

� Este argumento não recorre a toda a informação necessária para analisar as vantagens comparativas

� Se , o trabalho dos USA é mais eficiente na produção de serviços que o Japão, isso apenas mostra que os USA têm uma vantagem absoluta na sua produção, mas esta não é uma condição suficiente nem necessária para a existência de especialização (que se baseia nas vantagens comparativas). A informação sobre os rácios entre as indústrias é necessária. A vantagem comparativa de qualquer indústria depende, simultaneamente, das produtividades relativas e dos salários relativos das indústrias

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� 2) O facto de muitos bens não serem comercializáveis internacionalmente, traduz-se numa diminuição de possíveis ganhos de comércio. Comente. (Krugman/Obstfeld, problemas – 2ºcapítulo).

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Resposta:

� Os ganhos de comércio existem, embora diminuam na medida em que a proporção de bens não comercializáveis internacionalmente aumente. Quanto maior a proporção de bens que não entram no mercado internacional, menores serão os ganhos potenciais do comércio internacional. Se, por exemplo, os custos de transporte fossem de tal modo impeditivos da existência de comércio internacional, obviamente não haveria quaisquer ganhos com o comércio internacional.

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Factores Específicos e Distribuição do Rendimento

� O modelo ricardiano aponta, inequivocamente para que todos os países ganhem com o comércio internacional e, como o trabalho é o único factor produtivo e com completa liberdade de circulação dentro de cada país, cada agente económico sai beneficiado com a existência do comércio internacional, pois não há hipótese da distribuição do rendimento se alterar

� Mas, efectivamente, sabemos que os benefícios com o comércio internacional são distribuídos de forma muito desigual dentro de cada país, havendo grupos dentro de cada país que podem ser prejudicados, pelo menos a curto prazo

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O modelo de factores específicos

� Paul Samuelson e Ronald Jones, em 1971.

� As especificações do modelo vão no sentido de considerar um factor não específico (que migra dentro de cada país) – o trabalho – e factores específicos que são utilizáveis apenas em alguns bens em particular

� Por exemplo, se se considerar a produção de máquinas e de alimentos, poderemos associar o trabalho à produção de ambos os bens (L é o factor móvel), o capital associado à produção de máquinas e a terra associada à produção de alimentos (capital e terra, são factores específicos)

� Os factores de produção específicos, não se podem deslocar imediatamente, e sem custo, entre as produções. E…o trabalho qualificado pode?

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Factores Específicos e Distribuição do Rendimento

� Samuelson e Jones associaram a ganhos de comércio os factores produtivos específicos que estão ligados à exportação

� Os factores produtivos específicos que estão ligados aos bens que competem com as importações perdem com o comércio internacional

� O factor produtivo trabalho, assumido como totalmente móvel e ajustável, tanto pode ganhar ou perder no curto prazo (consoante o sector a que está associado)

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Factores Específicos e Distribuição do Rendimento( continuação )

� O conjunto de ganhos com o comércio internacional é assumido, no modelo de factores específicos, como mais limitado do que os do modelo das vantagens comparativas de Ricardo, havendo ganhos parciais (sectores exportadores) e perdas parciais (sectores competindo com as importações)

� A distribuição assimétrica do rendimento decorrente do comércio internacional, não é de molde a limitar os benefícios genéricos do comércio internacional, mas poderá ocasionar algum desconforto e pressão social e política nos sectores perdedores

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Recursos e Comércio: o modelo de Heckscher-Ohlin-Samuelson (H-O-S) -Introdução

� O modelo teórico neoclássico H-O-S foi avançado por Eli Hecksher, num artigo de 1919, e Bertil Ohlin, em 1933, defendendo que a especialização não se ficava a dever à procura nem às condições tecnológicas, mas tão-somente aos recursos produtivos disponíveis em cada país

� Paul Samuelson, em 1948, introduziu a premissa da não-universalidade dos factores produtivos, demonstrando a igualização dos preços dos factores produtivos decorrente do comércio internacional

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Recursos e Comércio: o modelo de Heckscher-Ohlin-Samuelson (H-O-S) -Introdução( continuação )

� O modelo H-O-S, ou teoria das dotações factoriais, prolonga a teoria ricardiana, assumindo, pelo menos, dois factores produtivos

� A especialização depende das dotações de factores produtivos dos países

� A troca comercial traduz - se, sempre, em ganhos de comércio� A abertura externa implica modificações na repartição do

rendimento nacional� Este modelo permite compreender, melhor, o impacto do

comércio dos países desenvolvidos com os países do sul, no tocante a salários e a emprego

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Hipóteses básicas do modelo H-O-S ( modelo tipo 2x2x2 ):

� Dois países ( A e B ) e dois bens ( X e Y )� Dois factores produtivos , trabalho ( L ) e capital ( K )� As funções de produção recorrem a factores produtivos substituíveis� Uma tecnologia idêntica nos dois países para cada um dos bens� A produção dos dois bens utiliza factores produtivos em proporções

diferentes: um bem será mais trabalho intensivo e o outro mais capital intensivo

� As funções de produção traduzem rendimentos à escala constantes, e têm produtividades marginais decrescentes

� Os factores produtivos são totalmente e eficientemente utilizados, não havendo quaisquer distorções decorrentes de direitos alfandegários, taxas, subsídios ou imperfeições da concorrência (i.e., assume-se concorrência pura e perfeita em todos os mercados)

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Hipóteses do modelo H-O-S ( continuação ):

� Os factores de produção são homogéneos, totalmente móveis entre os sectores dentro de cada país, mas totalmente imóveis entre países

� As preferências dos consumidores são idênticas, homogéneas e homotéticas (se os preços relativos dos bens não se alterarem, toda e qualquer modificação do rendimento em x% implica modificações dos consumos de todos os bens na mesma proporção, x%)

� As dotações relativas dos factores produtivos diferem entre países ( única diferença entre os países, que vai determinar ganhos de comércio )

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Teorema de HO

� O teorema de HO diz que “a causa do comércio internacional reside, fundamentalmente, nas diferenças entre as dotações dos factores produtivos dos diversos países

� Em particular, um país tem vantagem comparativa na produção do bem que usa mais intensivamente o factor mais abundante”

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Dotações factoriais (entre países)

� A abundância factorial relativa entre os dois países édefinida como a relação entre o stock de capital e o stock de trabalho dos dois países, num dado momento

� Se o país A possui mais capital por trabalhador que o país B, diz-se que o país A é abundante em capital: (K/L)A > (K/L)B

� Em autarcia, o país A será relativamente mais abundante em capital, o que implicará uma remuneração relativamente mais baixa deste factor

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Intensidade factorial (entre sectores)

� Os bens utilizam os factores de produção em proporções diferentes, o que leva um país a canalizar os factores que tem em abundância para as produções de bens que precisam mais desses factores

� O país tende a especializar-se na produção do bem intensivo no factor relativamente mais abundante e mais barato

� A produção de um bem X é relativamente mais intensiva em capital do que a produção do bem Y se (K/L)x > (K/L)y

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Intensidade factorial (entre sectores)( continuação )

� As intensidades factoriais são determinadas em equilíbrio, em cada sector, pelos produtores que minimizam os seus custos através da relação entre os custos unitários (w e r, respectivamente, os custos unitários do trabalho e do capital) e as correspondentes Produtividades Marginais

� Mín CT →( PmgL / PmgK ) = ( W/r )

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Intensidade factorial (entre sectores)( continuação )

� Os coeficientes técnicos, por exemplo ( Lx / X ), são variáveis, uma vez que são determinados pela relação dos preços dos factores produtivos, os quais são substituíveis entre si

� Entretanto, assume-se a irreversibilidade da intensidade dos factores produtivos, ou seja, independentemente da relação dos custos unitários, a tecnologia de produção num sector implica, sempre, mais capital que trabalho em relação a outro sector.

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Equilíbrio em autarcia

� A figura seguinte apresenta as isoquantasdos dois bens , X e Y, para os dois países, A e B, sendo o bem X relativamente intensivo em capital (relação K/L mais elevada)

� Supondo que o país A é mais abundante em capital e o país B mais abundante em trabalho, as dotações de factores são representadas por EA e EB

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Figura 1 – Dotações factoriais relativas

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� Pela observação das isoquantas vê-se que as quantidades máximas de cada um dos bens que podem ser produzidas por cada um dos países são XA > XB e YB > YA

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Figura 2 – FPP dos dois países- côncavas em relação à origem

y

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Preços de equilíbrio em autarcia

� Com a introdução das curvas de indiferença obtemos os preços de equilíbrio em autarcia, resultantes do equilíbrio entre a procura e a oferta interna de cada país

� Devido às diferentes dotações de factores produtivos de país para país, obtemos preços relativos (iguais à inclinação da FPP e da curva de indiferença, no ponto de tangência) também diferentes, i.e., (Px/Py) em A ≠ (Px/Py) em B

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Figura 3 – Equilíbrio autárcico no modelo H-O-S

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� O preço relativo do bem X no país A é mais baixo que no país B

� O país A, sendo abundante no factor capital, e o bem X sendo intensivo em capital, o custo de oportunidade da produção de X é mais baixo no país A que no país B

� O país A tem vantagem comparativa na produção de X, e o país B desvantagem comparativa na produção de X, verificando-se o contrário para Y

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Resumindo

� A dimensão dos países é indiferente neste modelo

� Só as dotações relativas dos factores de produção dos países e as intensidades factoriais dos bens, determina a estrutura das vantagens comparativas

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Exemplo 1

� Nos USA, onde a terra é barata, a razão entre a terra e o trabalho utilizada na criação de gado émais alta que a mesma razão usada no cultivo de trigo

� Mas em países mais populosos, onde a terra é cara e o trabalho é barato, é comum criar gado utilizando menos terra e mais trabalho do que os norte-americanos usam para cultivar trigo

� Assim, poderemos afirmar que a criação de gado éterra - intensiva comparada com o cultivo de trigo? Justifique.

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Exemplo 1 - Resposta

� A definição de um sector como terra intensivo depende do rácio da terra em relação ao trabalho usado na produção

� Nos USA, o rácio da terra sobre o trabalho para a criação de gado excede esse mesmo rácio para a produção de trigo, ou seja, a criação de gado é terra - intensiva nos USA

� A criação de gado noutros países será terra -intensiva se o rácio terra/trabalho nesses países exceder esse rácio para a produção de trigo

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Exemplo 2

� Suponha que a preços correntes de factores, a produção de tecidos utiliza 20 horas de trabalho por cada alqueire de terra e a de alimentos usa somente cinco horas de trabalho por alqueire de terra.

� Suponha que os recursos totais da economia são 600 horas de trabalho e 60 alqueires de terra

� Pedidos:� a) Determine, algebricamente, a alocação dos recursos� b) Suponha que a oferta de trabalho aumentou para 1200

horas. O que se passará nesta situação? � c) E se a oferta de trabalho crescesse ainda mais?

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Exemplo 2 - Resposta

� a) � Suponha T = tecidos e A = alimentos� Como o coeficiente técnico para os Tecidos (L/T) é

20, então L = 20 T e � Como o coeficiente técnico para os Alimentos (L/T)

é 5, então L = 5T � Como L= 600 e T = 60, então teremos como solução� L ( Tecidos ) = 400, L ( Alimentos ) = 200,

T ( Tecidos ) = 20 e T ( Alimentos ) = 40

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Exemplo 2 – Resposta ( continuação )

� b)Se L= 1200, então haverá uma completa especialização na produção de tecidos, i.e., L ( Tecidos ) = 1200, T ( Tecidos ) = 60, L ( Alimentos ) = 0 e T ( Alimentos ) = 0

� c)Se a oferta de Trabalho ( L ) crescesse ainda mais e se se mantivessem os preços dos factores produtivos, haveria desemprego.

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O modelo H-O-S em economia aberta

� Suponhamos que as economias se abrem ao exterior e que os preços relativos dos bens são diferentes, de país para país, em autarcia

� Em autarcia, o preço relativo do bem X é mais baixo no país A do que em B

� O primeiro efeito da abertura vai ser a reorientação da procura de cada um dos países em função do diferencial dos preços

� Os consumidores do país B terão interesse em adquirir uma parte do seu consumo do bem X no país A e o país A terá interesse na importação de uma parte do consumo de Y do país B

� Enquanto os preços relativos dos bens for diferente entre os países, os consumidores continuarão a substituir o consumo dos bens preferindo adquiri-los no país mais barato

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O modelo H-O-S em economia aberta ( continuação )

� Os produtores vão responder a esta alteração da procura, produzindo uma maior quantidade do bem X no país A (e uma menor quantidade do bem Y no país A) e uma maior quantidade do bem Y no país B (e uma menor quantidade do bem X no país B)

� Esta deslocação, ao longo das curvas FPP dos países, pode ser representada por QA e QB

� Isto implica um aumento do preço relativo de X, no país A (decorrente do aumento da procura do bem X por parte dos consumidores de B), e um aumento do preço relativo de Y no país B (decorrente do aumento da procura do bem Y por parte dos consumidores de A).

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Figura 4 – Abertura ao comércio: o teorema de Heckscher- Ohlin

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� Cada país especializa-se na produção e exportação do bem intensivo no factor em que o país é relativamente abundante (o país A no bem X e o país B no bem Y).

� Um vez que em autarcia o preço relativo de X é mais baixo em A do que no país B, e a abertura ao comércio implica um aumento do preço relativo de X no país A e uma diminuição do preço relativo de X no país B

� Este processo vai continuar até que:- os preços relativos dos bens se igualem nos dois países- o preço relativo assegura o equilíbrio dos mercados dos bens mundiais, quer dizer, entre as ofertas e as procuras excedentárias

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O teorema de Heckscher-Ohlin:

� Sob as hipóteses enunciadas no modelo, um país exporta o bem incorporando intensamente o factor em que érelativamente abundante

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Consequências da abertura ao exterior(teorema de H-O):

� a abertura resulta na igualização dos preços relativos dos bens

� em geral, existindo a possibilidade de substituição dos factores produtivos, os dois países continuam a produzir ambos os bens em comércio internacional (ao contrário do modelo ricardiano)

� os dois países situam-se em curvas de indiferença exteriores às suas FPP, o que significa que ambos os países ganham com o comércio internacional

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Consequências da abertura ao exteriorsobre os preços dos factores produtivos (teorema de H-O):

Dadas as condições do modelo, o comércio livre dos bens igualiza os preços relativos dos factores produtivos entre os países através da igualização dos preços relativos dos bens, desde que ambos os países produzam os dois bens.

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Limites do teorema de H-O-S:

� Existência de custos de transporte � Existência de barreiras alfandegárias e de quotas à

importação � Existência de numerosas distorções como a imperfeição da

concorrência e a rigidez dos mercados dos factores produtivos, que levam a que os rendimentos dos factores não sejam iguais às suas produtividades marginais, o que pode promover a diferenciação dos preços entre os países

� A premissa de que tecnologia é igual entre os países constitui uma das hipóteses base do modelo. Mas, na prática, a passagem da tecnologia à produção depende da “qualidade”dos inputs: os inputs não têm a mesma eficácia em todos os países

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Consequências da abertura ao exteriorsobre o rendimento real dos factores produtivos ( teorema de Stolper –Samuelson ):

� Nas condições do modelo, um aumento do preço relativo de um bem aumenta o rendimento real do factor incorporado intensivamente na produção desse bem, e diminui o rendimento real do factor incorporado mais intensamente no outro bem.

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Consequências do aumento da oferta de um dos factores produtivos (teorema de Rybcynski)

� O crescimento da quantidade disponível de um factor produtivo vai deslocar a FPP para a direita, mas de uma forma enviesada: mais no eixo do bem intensivo nesse factor

� O teorema diz-nos que a produção do bem intensivo no factor que aumentou aumenta, mas a produção do outro bem diminui

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146

Figura 5 – O teorema de Rybczynski

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Teorema de Rybczynski:

Se o preço relativo dos bens for constante e os dois bens continuarem a ser produzidos, o aumento da oferta de um factor produtivo leva ao aumento da produção do bem que incorpora intensivamente esse factor e à redução da produção do outro bem.

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Constatações empíricas sobre o modelo(Krugman/Obstfeld, 6ªedição, pp.60-63)

� Estudos com dados dos USA e com dados de 27 países parecem corroborar que o comércio não ocorre na direcção esperada pelo modelo. As exportações dos USA, por exemplo, são menos capital-intensivas do que as importações (fenómeno conhecido como o paradoxo de Leontief), o que contraria a teoria. Uma explicação para este paradoxo é o facto de muitas exportações norte-americanas se situarem em produtos inovadores, onde o factor trabalho, altamente qualificado, tem um peso superior ao capital.

� O comércio Norte-Sul do sector manufactureiro é explicado segundo o modelo H-O-S.: os países desenvolvidos exportam produtos capital-intensivos e os países do sul exportam produtos trabalho-intensivos. Mas este comércio representa menos do que 10% da totalidade do comércio internacional.

� A premissa de que a tecnologia é idêntica em todos os países é falaciosa. A ideia de que o comércio de bens é uma forma indirecta de comércio de factores produtivos só é verdadeira se a apropriação tecnológica for idêntica de país para país.

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O modelo - padrão de Comércio Internacional

� * Introdução� * O nível de produção� * O nível de consumo� * Efeitos no bem-estar e nos termos de troca ( TT )� * Determinação dos preços relativos� * Efeitos do crescimento económico� * Efeitos das tarifas aduaneiras sobre as

importações e dos subsídios às exportações

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Introdução

� O modelo - padrão de comércio internacional combina a teoria ricardiana e o modelo de H-O-S

� Diferenças entre países quanto aos factores trabalho, capital, terra ou tecnologia levam a diferenças de produtividade e a ganhos com o comércio internacional

� Estas diferenças de produtividade são representadas por diferentes FPP, que representam a capacidade produtiva dos países

� Uma FPP determina a curva de oferta relativa (que relaciona a quantidade oferecida de um bem em relação a outro com o preço relativo, entendido este como a relação entre os preços dos bens)

� A curva da oferta relativa de um país determina a oferta relativa mundial, permitindo o cálculo do equilíbrio mundial sob comércio internacional

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151

O nível de produção

� Quando a economia maximiza a sua produção, o valor do output situa-se sobre a FPP

� Sendo V o valor da produção de uma economia, então V = PiQi + PjQj descreve o valor da produção num modelo de dois bens (i e j), e quando este valor é constante a equação designa-se por isovalor ( linha de igual valor )

� A inclinação da recta é dada por – Pi/Pj que é o simétrico da razão dos preços relativos; se os preços relativos se alterarem, a inclinação da isovalor também se altera

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Nível de produção da economia

i

j

j

i

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� A isovalor torna-se mais inclinada de VV1para VV2 quando os preços relativos sobem de (Pi/Pj)1 para (Pi/Pj)2

� Como resultado, a economia produz mais do bem i e menos do bem j e o equilíbrio passa de Q1 para Q2

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154

O nível de consumo

� Como vimos, as escolhas produtivas são determinadas pela FPP do país e pelos preços

� Mas o que é que determina a procura (consumo)? As preferências dos consumidores e os preços

� As preferências dos consumidores são representadas pelas curvas de indiferença: combinações de bens que traduzem igual satisfação para os consumidores

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Relação entre a Produção e o Consumo

i

j

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� A economia produz no ponto Q, onde a FPP étangente à mais elevada isovalor

� Mas consome no ponto D, onde a isovalor étangente à mais elevada curva de indiferença

� A economia produz mais do bem i do que consome e, por isso, exporta o bem i no montante da distância horizontal DQ

� A economia consome mais do bem j do que produz e, por isso, importará o bem j no montante correspondente à distância vertical DQ

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Três observações:

� a) As curvas de indiferença são negativamente inclinadas, significando que se os consumidores tiverem mais do bem i terão de prescindir do bem j para manterem o mesmo nível de satisfação

� b) Curvas de indiferença mais afastadas da origem significam maiores quantidades de ambos os bens, e representam uma mais elevada satisfação para os consumidores

� c) As curvas de indiferença tornam-se menos inclinadas da esquerda para a direita: quanto mais do bem i e menos do bem j um consumidor consome, mais o bem j se torna comparativamente mais “valioso” para o consumidor (maior quantidade de i terá de ser fornecida para compensar uma unidade perdida de j)

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Alterações dos preços relativos Pi/Pj:

i

j

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Os preços também determinam o nível do consumo:

� quando o preço de i aumenta relativamente ao preço de j, a economia irá exportar uma maior quantidade do bem i, situando-se numa mais elevada curva de indiferença

� um preço mais elevado das exportações significa que mais do bem j pode ser importado

� um preço relativo de i mais elevado leva a que os consumidores comprem comparativamente menos do bem i do que do bem j

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� Quando o preço relativo Pi/Pj aumenta, as isovalor tornam – se mais inclinadas

� A alteração do bem-estar (rendimento) quando o preço de um bem se altera relativamente ao preço de outro bem designa-se por efeito - rendimento; graficamente representa uma deslocação para uma curva de indiferença mais elevada

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161

Efeitos no bem – estar e nos termos de troca ( TT )

� Os termos de troca referem-se aos preços das exportações relativamente aos preços das importações

� Se o país exporta o bem i e o preço relativo de i aumenta, diz-se que houve uma melhoria dos termos de troca

� Uma melhoria dos termos de troca, permite ao país aumentar as suas importações e melhorar o seu bem-estar

� Um decréscimo dos termos de troca (baixa dos preços relativos das exportações ou aumento dos preços relativos das importações) diminui o bem-estar de uma economia

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162

Determinação dos preços relativos

� Para determinar o preço do bem i relativamente ao preço do bem j recorremos à oferta relativa e àprocura relativa:

� a oferta relativa considera a oferta mundial do bem i relativamente ao bem j para cada preço relativo

� a procura relativa considera a procura mundial do bem i relativamente ao bem j para cada preço relativo

� num modelo de dois países, as quantidades mundiais são a soma das quantidades internas com as quantidades externas

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Preços relativos - Equilíbrio

Preços relativos Pi/Pj

Quantidade relativa de i = (Qi+Qi*)/(Qj+Qj*)

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� Quanto mais elevado for o preço relativo Pi/Pj maior será a quantidade oferecida mundial relativa de i (em relação a j) e mais baixa será a quantidade procurada mundial relativa de i

� O equilíbrio é determinado pela intersecção das duas curvas: oferta e procura relativas mundiais

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Efeitos do crescimento económico

� O crescimento é, regra geral, enviesado: ocorre mais num sector que noutros

� Nos USA ocorreu um grande crescimento do sector dos computadores mas um crescimento pequeno nas indústrias têxteis

� De acordo com o modelo ricardiano o progresso tecnológico num determinado sector levava a um crescimento enviesado

� De acordo com o modelo H-O-S o crescimento da oferta de um factor produtivo, levava a crescimento enviesado (veja-se o teorema de Rybczynski, no âmbito do modelo de H-O-S: o aumento da oferta de um factor produtivo leva ao aumento da produção do bem que incorpora intensivamente esse factor e àdiminuição da produção do outro bem)

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166

Efeitos do crescimento económico

j

i

j

i

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167

Crescimento em direcção ao bem i

� O crescimento em direcção a i leva àdeslocação da curva da oferta para a direita

� Um crescimento enviesado para as exportações expande a FPP para a produção do bem que o país exporta

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Admitamos que o país exporta o bem i e importa o bem j

Preço relativoPi/Pj

Quantidade relativa de i

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Crescimento em direcção ao bem j

� O crescimento em direcção a j leva àdeslocação da curva da oferta para a esquerda

� Um crescimento enviesado para as importações leva à deslocação enviesada da FPP para a produção desse bem

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Admitamos que o país exporta o bem i e importa o bem j

Preço relativoPi/Pj

Quantidade relativa de i

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� Um crescimento enviesado, de que resulta uma FPP deslocada de forma enviesada, leva a uma alteração dos termos de troca, i. e.,

� um crescimento enviesado favorecendo a produção de i levará à baixa dos preços relativos Pi/Pj e àbaixa dos termos de troca para as exportações de i

� um crescimento enviesado favorecendo a produção do bem j levará à alta dos preços relativos Pi/Pj e àalta dos termos de troca para as exportações de i

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Conclusão:

� Um crescimento enviesado das exportações reduz os termos de troca, reduzindo o bem-estar desse país e aumentando o bem-estar dos países parceiros do comércio

� Um crescimento enviesado das importações aumenta os termos de troca, aumentando o bem-estar do país e diminuindo o bem estar dos países parceiros do comércio

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173

Efeitos das tarifas aduaneiras sobre as importações e dos subsídios às exportações

� Quer as tarifas aduaneiras sobre as importações, quer os subsídios às exportações influenciam os termos de troca e o bem-estar

� Os termos de troca referem-se aos preços internacionais, que vão ser afectados pelas tarifas e pelos subsídios

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Tarifas aduaneiras sobre as importações

� Quando é imposta uma tarifa à importação (vamos supor ao bem j), a curva da oferta mundial do bem i vai deslocar-se para a esquerda e a curva da procura mundial do bem i deslocar – se - á para a direita

� Como resultado, o preço relativo de i vai aumentar

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Tarifas aduaneiras sobre as importações

Preços relativos == Pi/Pj

Quantidade relativa de i = (Qi+Qi*)/(Qj+Qj*)

RS2

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176

� Quando um país impõe uma tarifa à importação os termos de troca aumentam e o bem-estar do país pode crescer

� A magnitude deste efeito depende da dimensão do país: se o país for muito pequeno em relação ao resto do mundo, os efeitos da imposição da tarifa são mínimos

� Mas no caso de um país grande, uma tarifa sobre as importações pode ter efeitos sobre o bem-estar do país

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Subsídios à exportação

� Se um país impõe um subsídio à exportação do bem i, o preço relativo de i para os nacionais é maior

� A curva da oferta irá deslocar-se para a direita (os produtores de i terão mais incentivos para exportar) mas a curva da procura irá deslocar-se para a esquerda

� Os termos de troca do país irão baixar e o bem-estar diminuirá para benefício do resto do mundo

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Subsídios à exportação

Preços relativos== Pi/Pj

Quantidade relativa de i = (Qi+Qi*)/(Qj+Qj*)

RS1

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Ou seja,

� Num modelo de dois países e dois bens:� a imposição pelo país de tarifas à

importação pode aumentar o bem-estar desse país (melhorando os termos de troca) à custa do bem-estar do resto do mundo

� um subsídio à exportação reduz o bem-estar nacional (deteriorando os termos de troca) em benefício do bem-estar do resto do mundo

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Exercícios de aplicação:

1. Os países A e B possuem dois factores de produção, capital e trabalho, com os quais produzem dois bens X e Y. A tecnologia é a mesma nos dois países. X é capital intensivo e A écapital abundante. Analise os efeitos, sobre os termos de troca e o bem-estar dos dois países, dos seguintes acontecimentos:A) Um aumento do stock de capital de AB) Um aumento da oferta de trabalho de AC) Um aumento do stock de capital de BD) Um aumento da oferta de trabalho de B

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Resposta:

� Estes resultados apontam para o enviesamento do crescimento que ocorre quando há um aumento da oferta de um dos factores produtivos

� Um crescimento do stock de capital favorece a produção de X, enquanto um crescimento do stock de trabalho favorece a produção de Y

� O modelo de H-O-S defende que a economia exporte o bem intensivo no factor em que o país érelativamente abundante: o país A exporta X para o país B e importa Y de B

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� Assim, temos:� A)Um aumento do stock de capital de A� Resp. os TT de A pioram. O bem-estar de A tenderá a diminuir, e o

bem-estar de B cresce

� B)Um aumento da oferta de trabalho de A� Resp.: Os TT de A melhoram. O bem-estar de A melhora e o de B

piora

� C)Um aumento do stock de capital de B� Resp.: Os TT de B melhoram. O bem-estar de B melhora e o de A

piora

� D)Um aumento na oferta de trabalho de B� Resp. Os TT de B pioram. O bem-estar de B tenderá a diminuir e o

de A melhora

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2. Suponha que um país subsidie as suas exportações e que o outro imponha uma tarifa “compensatória” às importações capaz de anular esse efeito, de modo que no final os preços relativos do segundo país fiquem inalterados. O que ocorre com os termos de troca? E quanto ao bem-estar dos dois países? Suponha, por outro lado, que o segundo país faça uma retaliação oferecendo um subsídio às exportações. Compare os resultados.

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Resposta:

- Quando um país subsidia as suas exportações, a oferta relativa mundial e a procura relativa mundial alteram-se de forma que os TT do país pioram

- Uma tarifa “compensatória” sobre as importações num segundo país agrava esse efeito, piorando, ainda mais, os TT do primeiro país. O primeiro país fica com os TT deteriorados e com os preços relativos distorcidos. O segundo país ganha com o subsídio às exportações do 1º país e pode ganhar com a sua taxa

- Se o 2º país introduzir um subsídio às exportações, isso anulará a melhoria dos TT inicial: a retaliação favorece o 1ºpaís e prejudica o 2º

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Economias de escala, concorrência imperfeita e comércio internacionalIntrodução

� Os modelos de Ricardo e de Heckscher-Ohlin-Samuelson, aquando da definição de vantagem comparativa, assumiam rendimentos constantes à escala (i.e., se todos os factores produtivos duplicassem, então a produção também duplicava)

� Mas uma indústria ou empresa pode ter rendimentos crescentes à escala ou economias de escala: se todos os factores produtivos duplicarem, o produto mais do que duplicará

� Com maior dimensão pode-se conseguir maior eficiência: o custo médio (custo por unidade de produto) é decrescente àmedida que a produção aumenta

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� Ambos os modelos (de Ricardo e H-O-S) assumem que existe concorrência perfeita, ou seja, todo o rendimento decorrente da produção é pago aos trabalhadores e aos outros factores produtivos (lucro natural é nulo): não há lugar à existência de lucro monopolista

� Mas quando existem economias de escala, as grandes empresas poderão ser mais eficientes que as pequenas, e a indústria pode conter uma única empresa (monopólio) ou um número reduzido de empresas (oligopólio)

� A produção pode corresponder a uma estrutura de concorrência imperfeita no sentido de que o excesso ou lucro monopolista é absorvido por empresas de grande dimensão

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187

Tipos de Economias de Escala

� As economias de escala referem-se àdimensão da empresa (economias de escala internas) ou à dimensão da indústria ou sector (economias de escala externas)

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188

Economias de escala internas

� Ocorrem quando o custo médio depende da dimensão da empresa, ou seja, quando as grandes empresas apresentam uma maior eficiência do que as pequenas, ou seja, têm menores custos médios de longo prazo

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Economias de escala externas

� Ocorrem quando os custos médios dependem da dimensão da indústria ou sector, podendo ocorrer se um sector conseguir alcançar, pela sua dimensão, mais eficiência na captação de serviços ou equipamento para as empresas desse sector

� Muitas empresas competitivas podem existir e beneficiar de melhores condições dadas pela existência de economias de escala externas

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190

� Ou seja, a existência de economias de escala internas inviabiliza a ocorrência de uma estrutura de mercado de concorrência perfeita, enquanto que a existência de economias de escala externas é compatível com a existência de concorrência perfeita no sector

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Tipos de concorrência imperfeita. Oligopólio e monopólio. Concorrência monopolística.

� Um monopólio corresponde a uma indústria onde opera um único produtor

� Um oligopólio é uma indústria onde existe um número reduzido de produtores

� Uma característica de uma estrutura monopolística éque o Rendimento Marginal gerado pela venda de uma unidade adicional de produto é menor que o preço do produto

� A curva do Rendimento Marginal, em monopólio, fica sempre abaixo da curva da procura (em monopólio, a Rmg <P)

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Figura 3 – Decisões monopolísticas de produção e preço

Uma empresa monopolista escolhe uma quantidade de produto em que a RMg=Cmg (Max LT), ou seja, em que Q= QMe P= PM. A curva da RMg situa-se abaixo da daprocura.Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia

Internacional, cap. 6

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193

� O custo médio é o custo de produção (CT) dividido pelo outputtotal, num momento dado CMe = CT/Q

� O custo marginal é o custo da produção de uma unidade adicional de output CMg = ∆CT/∆Q = dCT/dQ

� Supondo que o custo total é dado por CT = CF+cQ, em que CF representa os custos fixos (não dependentes da produção) e c representa o custo marginal, então

� O custo médio será dado por CMe = CT/Q� Uma empresa de maior dimensão será mais eficiente porque o

custo médio decresce à medida que o output cresce, ou seja, existem economias de escala internas

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194

Concorrência monopolística

� A concorrência monopolística é um modelo de concorrência imperfeita que assume que:

� - cada empresa pode diferenciar o seu produto do produto dos concorrentes

� - cada empresa toma os preços das suas concorrentes como dados, i.e., cada empresa ignora o impacto das alterações do seu próprio preço no preço dos seus competidores

� Uma empresa operando em concorrência monopolística deverá:� - vender mais quanto maior for a procura total pelo produto e quanto

mais elevados forem os preços dos seus concorrentes� - vender menos quanto maior for o número de empresas operando

nesse mercado e quanto mais elevado for o preço da própria empresa

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195

� Estas relações podem ser vistas pela seguinte relação matemática:

� Q representa as vendas da empresa, � V as vendas totais da indústria ou sector, � n o número de empresas da indústria ou sector, � b é uma constante representando a sensibilidade das vendas

de uma empresa ao seu preço, � P é o preço cobrado pela empresa

� é o preço médio cobrado pelos concorrentes

−−= )(

1PPb

nVQ

P

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196

� Para tornar o modelo mais fácil de entender, assume-se que todas as empresas têm idênticas funções custo e procura

� Em equilíbrio, todas as empresas têm o mesmo preço: P = Pmédio

� Em equilíbrio

� Então, quanto maior o número de empresas, n, na indústria, mais elevado o CMe para cada empresa, uma vez que cada uma produz menos

� Quanto mais elevadas as vendas totais da indústria ou sector, V, menores serão os Cme para cada empresa, uma vez que cada empresa produz mais

n

V

n

VQ =+= 0 c

V

nCFc

Q

CF

Q

CTCMe +=+==

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197

Figura 4 – Equilíbrio num mercado com concorrência monopolista

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia

Internacional, cap. 6

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198

� Se as empresas tiverem curvas da procura lineares, então a relação entre preço e quantidade pode ser representada por

� em que A e B são constantes� O Rendimento marginal pode ser representado por

� Quando a empresa maximiza o seu lucro, o rendimento marginal é igual ao custo marginal:

BxPAQ −=

B

QPRMg −=

cB

QPCmgRMgMaxLucro =−⇔=⇒

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199

� Como

� Fazendo

� teremos

� Como

VbPPVbn

VPVbVbP

n

VPPVb

n

VPPb

nVQ −+=+−=−−=

−−= )()(

1

PVbn

VA += VbB =

BxPAQ −=

nxbcP

Vn

n

V

cPVb

QcPc

Vb

QPRMgc

B

QPRMg

1+=⇔+=⇔+=⇔=−=⇔=−=

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200

� Assim, � Quanto maior o número de empresas a operar no

sector, n, mais baixo o preço de cada empresa, devido à concorrência

� Para um dado número de empresas, o preço da empresa (que decresce com n) intersectará o CMeda empresa (que cresce com n)

� Este número corresponde à situação em que cada empresa terá lucro nulo - situação de equilíbrio no sector

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201

� Se o número de empresas for maior ou menor que n2 (figura 4), a indústria ou sector não está em equilíbrio, uma vez que as empresas terão um incentivo para sair ou entrar na indústria

� Terão um incentivo para sair da indústria quando os lucros forem negativos (P<CMe)

� Terão um incentivo para entrar na indústria quando os lucros forem positivos (P>CMe)

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202

Comércio e Concorrência monopolista

� Uma vez que o comércio aumenta a dimensão do mercado, haverá a diminuição do CMe de uma indústria a operar em concorrência monopolista

� Além disso, uma vez que o comércio aumenta a variedade de bens que os consumidores poderão comprar em concorrência monopolista, isso levará àmelhoria do bem-estar dos consumidores

� Uma vez que os custos médios decrescem, os consumidores poderão beneficiar com a descida dos preços

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203

Figura 5 – Efeitos do aumento do mercado

� Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 6

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204

� Como resultado do comércio, o mercado integrado terá um número maior de empresas na “nova indústria” internacional, cada uma produzindo mais e vendendo o seu bem a um preço menor do que nos mercados nacionais

� Consumidores e produtores ganham com o comércio internacional

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205

Comércio intra e interindustrial

� Segundo os modelos ricardiano e de H-O-S os países especializam-se na produção, havendo comércio apenas entre indústrias (comércio interindustrial)

� No modelo de H-O-S supõe-se que um país abundante em capital se irá especializar no bem capital intensivo (vamos supor o bem vestuário e país A) e importará o bem trabalho intensivo do resto do mundo (vamos supor o bem alimentação)

� Numa economia mundial sem economias de escala, o comércio internacional seria uma simples troca de um bem por outro

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206

� Suponhamos agora que a indústria de vestuário mundial édescrita como um modelo de concorrência monopolista

� Devido à diferenciação dos produtos, vamos supor que cada país produz vestuário diferenciado

� Devido à existência de economias de escala, mercados de maior dimensão são vantajosos: o país estrangeiro exporta algum vestuário e o país A (o país de referência) exporta algum vestuário

� O comércio ocorre dentro da indústria de vestuário (comércio intra-industrial)

� Se o país A é abundante em capital, tem uma vantagem comparativa no vestuário: ele deverá exportar mais vestuário que importar

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207

Figura 6 – Comércio com rendimentos à escala crescentes e concorrência monopolista

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 6

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208

� Note-se que:� Os ganhos com o comércio interindustrial reflectem vantagens

comparativas� Os ganhos com o comércio intra - industrial reflectem a

existência de economias de escala� A importância relativa do comércio intra - industrial e do

comércio interindustrial depende da similitude dos países� Países com dotações relativas semelhantes de factores terão,

fundamentalmente, comércio intra - industrial� Países com dotações relativas diferentes de factores terão,

fundamentalmente, comércio interindustrial

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209

� Cerca de 25% do comércio mundial é intra -industrial

� Mas alguns sectores têm mais comércio intra - industrial que outros

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210

Discriminação internacional de preços--Dumping

� As empresas que operam nos mercados internacionais descobrem que, por vezes, a elasticidade da procura internacional é maior que a elasticidade da procura em mercados nacionais

� Vendem, por isso, a preços inferiores no exterior em relação aos preços praticados nos mercados internos

� Esta prática designa-se por dumping e é, muitas vezes, banida através de acordos de comércio internacional

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211

� Dumping é um exemplo de discriminação de preços: a prática de associar diferentes preços a diferentes consumidores

� Discriminação de preços e a prática de dumping só ocorrerão se existir concorrência imperfeita (as empresas têm a capacidade de influenciar os preços) e se existir segmentação de mercado

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212

� Dumping pode ser uma forma de maximizar o lucro por parte das empresas, dadas as diferenças entre os mercados internos e externos

� Uma diferença é que as empresas têm uma quota de mercado nos mercados internos maior que a que conseguem nos mercados externos

� Devido à menor dominação e maior competitividade nos mercados externos, as vendas nos mercados internacionais são, regra geral, mais elásticas relativamente ao preço que nos mercados internos; ou seja, as empresas nacionais poderão ser capazes de impor um preço mais elevado nos mercados internos (onde a posição de dominação é mais elevada), mas terão um preço menor associado às suas exportações

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213

� Na figura seguinte mostra-se como a prática de dumping ocorre quando uma empresa é monopolista no mercado interno mas é uma empresa pequena e competitiva no mercado externo

� Uma vez que a empresa é uma monopolista no mercado interno, a curva da procura é negativamente inclinada e a curva do rendimento marginal situa-se abaixo da curva da procura

� Mas, dado que a empresa é uma pequena empresa competitiva nos mercados externos, a curva da procura nos mercados externos éhorizontal, representando o facto que as exportações são muito sensíveis a pequenas variações de preço

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214

Figura 7 - Dumping

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 6

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� Para maximizar os lucros, a empresa irá vender o bem no mercado interno a um preço superior ao preço praticado no mercado externo

� A empresa irá vender no mercado interno ao preço de até à RMginterceptar o preço do mercado externo. A partir daí a empresa exportará, ao preço até ao ponto em que o CMg exceder este preço. Neste caso, a prática de dumping é uma estratégia para maximizar o lucro

� A prática de dumping (como a discriminação de preços) é considerada como injusta, havendo, por parte dos acordos internacionais, a permissão dos países “ajustarem” os preços dos produtos importados quando haja lugar a estas práticas (através da imposição de taxas anti-dumping que tornem os preços dos produtos importados semelhantes aos preços normalmente praticados nos mercados domésticos dos países exportadores que pratiquem dumping)

ESTDOM PP >

DOMP

)( DOMEST PP <

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216

A Teoria das Economias Externas

� Economias externas:

economias de escala aplicadas ao nível da indústria, e não ao nível das firmas individualmente

� Alfred Marshall – “ distritos industriais “

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217

Razões explicativas da maior eficiência de um conglomerado de firmas:

� Fornecedores especializados

� Mercado comum de trabalho

� Transmissão de conhecimento

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218

Fornecedores especializados

� Um conglomerado industrial, ao reunir muitas empresas, gera um mercado suficientemente grande para sustentar uma ampla gama de fornecedores especializados

� Os principais factores de produção são mais baratos e estão mais disponíveis

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219

Mercado comum de trabalho

� Um conglomerado de firmas pode criar um mercado comum de trabalhadores com qualificação altamente especializada, com vantagens tanto para os produtores como para os trabalhadores

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220

Transmissão de conhecimento

� Troca informal de informações e ideias que constitui uma fonte importante de conhecimento técnico

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221

Economias Externas e Rendimentos Crescentes

� As economias externas geram rendimentos crescentes à escala, i.e., os custos de uma indústria serão mais baixos quanto maior for essa indústria

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222

Economias externas e Comércio Internacional

� As economias externas podem fazer com que países fiquem presos a padrões indesejáveis de especialização e podem também levar a perdas do comércio internacional

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223

2.5. Movimentos internacionais de factores

� Introdução

� Mobilidade internacional do trabalho� Empréstimos internacionais

� Investimento directo estrangeiro� Teoria das empresas multinacionais

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224

Introdução

� Os movimentos dos factores produtivos incluem a migração laboral, as transferências de capital financeiro entre fronteiras através de empréstimos e de investimento directo e as transacções de empresas multinacionais

� Da mesma forma que os movimentos de bens e serviços (comércio), os movimentos de factores produtivos são politicamente sensíveis e, muitas vezes, sofrem restrições:

� - restrições nas migrações de pessoas� - restrições no movimento de capitais entre países (menos

comum na União Europeia e nos USA)� - restrições nas actividades das empresas multinacionais

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225

Mobilidade internacional do trabalho

� Para mostrar os efeitos da migração laboral, vamos considerar um modelo com um único bem e dois factores produtivos (terra e trabalho), sendo a terra um factor fixo e o trabalho um factor variável

� Supomos que a produtividade marginal do trabalho é decrescente

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226

Figura 1 – Função de Produção de uma Economia

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 7

Produto Q Q(L,T)

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227

Figura 2 – Produtividade Marginal do Trabalho

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 7

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228

� Produtividade marginal decrescente: a produtividade do trabalho depende da quantidade de trabalho empregue (o PMgL decresce à medida que L cresce)

� Devido à existência de concorrência, os salários reais pagos aos trabalhadores igualam a PMgL

� A área abaixo da PMgL iguala o valor do outputproduzido, que é igual ao total dos salários e da renda paga

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229

� Se o país A for abundante em trabalho e o exterior (Resto do Mundo) abundante em terra (a PMgL do país A e o salário real é menor que no Resto do Mundo, se a tecnologia for idêntica nas duas áreas), haverá um incentivo para os trabalhadores se moverem na direcção do Resto do Mundo, até que os salários reais sejam iguais

� A emigração do país A tornará os salários reais maiores em A (para os trabalhadores que se mantiverem em A) e aumentará o número de trabalhadores disponíveis no Resto do Mundo, diminuindo os salários reais aí

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230

Figura 3 – Causas e efeitos da mobilidade internacional do trabalho

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 7

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� A migração entre o país A e o Resto do Mundo iráaumentar a produção mundial

� O output do Resto do Mundo aumenta na área abaixo da curva da PMgL de O*L1 para O*L2

� O output do país A desce na área abaixo da curva da PMgL de OL1 para OL2

� O valor do output mundial é maximizado quando a PMgL é a mesma nas duas áreas (país A e Resto do Mundo)

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� O modelo de Heckscher-Ohlin-Samuelson previa que o comércio de bens era uma alternativa à mobilidade de factores produtivos (o valor dos bens reflecte o valor da produtividade dos factores de produção que se incorporam nesses bens)

� Na prática, embora o comércio de bens substitua o movimento de factores, ele não é um substituto perfeito:

� 1) o modelo assume que os países produzem os mesmos bens; como tal não acontece as produtividades marginais do trabalho são diferentes e não comparáveis

� 2) o modelo assume iguais tecnologias entre os países, mas tecnologias diferentes podem afectar as produtividades dos factores e os salários/rendas pagos a esses factores

� 3) barreiras à imigração e à emigração, barreiras ao livre movimento de capitais e custos de transporte podem impedir a igualização dos preços dos factores produtivos

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233

Empréstimos internacionais

� A mobilidade internacional de capitais refere-se, regra geral, àmobilidade do capital financeiro entre países (capital financeiro corresponde aos fundos a que se recorre para a produção de capital físico: máquinas, equipamento, edifícios)

� Pode ser interpretada como um comércio intertemporal: comércio ou troca de bens consumidos hoje por bens consumidos no futuro (quem pede emprestado e quem empresta)

� Em cada economia existe um custo de oportunidade entre consumir hoje e poupar para o futuro: para poupar e investir mais hoje, a economia deve consumir menos hoje

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234

Figura 4 – A FPP Intertemporal

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 7

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235

� Alguns países terão uma vantagem comparativa em despender o rendimento/produção hoje (consumo corrente); outros países terão uma vantagem comparativa em poupar o rendimento/produção (consumo futuro).

� Uma vantagem comparativa no consumo corrente:� - significa um menor custo de oportunidade de

gastar o rendimento corrente� - reflecte uma FPP Intemporal enviesada para o

consumo corrente

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� Se o país A tem uma vantagem comparativa no consumo corrente, enquanto o Resto do Mundo tem uma vantagem comparativa no consumo futuro, na ausência de empréstimos internacionais, o preço relativo do consumo futuro seria maior no país A

� A “exportaria” consumo presente e “importaria” consumo futuro

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237

Mas qual o preço relativo do consumo futuro?

� O custo de oportunidade de consumir 1 unidade de output/rendimento hoje é o output/rendimento que poderia obter se poupar essa unidade= 1+taxa de juro

� O preço relativo do consumo futuro será dado por , sendo r a taxa de juro.

� Se a mobilidade de capital está assegurada, o país A irá “exportar”consumo corrente (o país A emprestará ao Resto do Mundo num primeiro momento e receberá o pagamento mais tarde)

� Os países que emprestam internacionalmente são aqueles que não apresentam oportunidades de investimento em relação à capacidade produtiva existente no país (caso dos países exportadores de petróleo nos anos 70 e início de 80 – países “exportadores” de consumo corrente – e os países em vias de desenvolvimento nas mesmas décadas – países “exportadores” de consumo futuro)

r+1

1

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Investimento directo estrangeiro

� O investimento directo estrangeiro (IDE) corresponde ao investimento que uma empresa controla directamente numa subsidiária noutro país

� Se uma empresa estrangeira controla, pelo menos, 10% do capital da empresa subsidiária, as duas empresas são classificadas como multinacionais

� 10% ou mais no controlo do capital é suficiente para o controlo directo das operações de negócios

� Empréstimos internacionais ocorrem, por vezes, entre a empresa mãe e a subsidiária

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239

Teoria das empresas multinacionais

� A produção ocorre em países diferentes porque a localização da produção no estrangeiro pode ser eficiente:

� - os inputs estão em locais específicos (a actividade mineira em minas, onde os materiais existem; produções intensivas em trabalho ocorrem onde existe trabalho disponível)

� - custos de transporte e outras barreiras ao comércio podem influenciar a localização da produção

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� A internacionalização ocorre, ainda, porque é mais lucrativo dirigir produções e transacções numa simples organização do que em organizações separadas. Isto deve-se a:

� - maior facilidade de transferência de tecnologias (patentes, direitos de propriedade, conhecimento –podem ser transferidas no âmbito de uma única empresa multinacional do que entre várias empresas)

� - integração vertical, envolvendo a consolidação de diferentes estágios do processo de produção

� A integração vertical envolve a consolidação de uma empresa que produz um bem que é integrado como input no processo produtivo de uma outra empresa, o que pode ser mais eficiente do que a produção em empresas separadas

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241

3. A Política Comercial Internacional

� Os instrumentos de política comercial � * Tipos de tarifas� * Oferta, procura e comércio num sector� * Efeitos de uma tarifa e grau de protecção� * Custos e benefícios de tarifas� * Outros instrumentos de política comercial:

� - subsídios à exportação

� - quotas de importação� - restrições voluntárias à exportação

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Os instrumentos de política comercial

� Até agora tentámos compreender porque razão é que os países estabelecem relações comerciais entre si

� Agora vamos tentar responder à questão de saber qual deverá ser a política comercial dos países, tentando, nomeadamente, compreender os efeitos dos instrumentos mais relevantes de política comercial

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243

Tarifas e Tipos de tarifas

� A tarifa é um imposto cobrado quando um bem ou serviço é importado

� As tarifas específicas correspondem à fixação de um montante cobrado por cada unidade de bem importado (ex.: por exemplo, 1 euro por cada quilograma de queijo importado)

� As tarifas ad valorem são cobradas como uma fracção do valor dos bens importados (ex.: 25% do valor dos automóveis importados)

� Como é que a imposição de tarifas afecta a economia de um país?

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Oferta, procura e comércio num sector

� Considere-se um modelo avaliando como uma tarifa afecta um mercado específico, por exemplo, o mercado do trigo

� Vamos supor que o preço do trigo no exterior é mais baixo que no país de referência, a economia doméstica (país A)

� Com a existência de comércio, o exterior irá exportar trigo e o país A importar

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Curva de oferta de exportações

� Uma curva de oferta de exportações é a diferença entre a quantidade que os produtores do exterior produzem e a quantidade que os consumidores do exterior consomem, a cada preço

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Figura 5 – Curva de oferta de exportações

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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247

Curva de procura de importações

� Uma curva de procura de importações é a diferença entre a quantidade que os consumidores domésticos procuram menos o que os produtores domésticos oferecem, a cada nível de preços

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248

Figura 6 – Curva de procura de importações

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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249

� Em equilíbrio, a curva da procura de importações intersecta a curva da oferta de exportações, ou seja,

� A procura doméstica – a oferta doméstica = a oferta externa - a procura externa, ou seja,

� A procura mundial = a oferta mundial

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Figura 7 – Equilíbrio mundial

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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Como é que a imposição de tarifas afecta a economia de um país?Caso de um país grande

� A tarifa não é mais do que um custo de transporte acrescido para quem envia os bens ou serviços

� Se a economia de A impuser uma tarifa de 5 euros sobre o trigo importado, o exterior (exportador) só estará disposto a exportar para A se a diferença de preços entre os dois mercados for superior ou igual a esse valor

� A imposição de uma tarifa tende a aumentar o preço no país A (passa para ) e a diminuir no exterior (passa para ) - se nenhum trigo for importado há um excesso de procura em A e um excesso de oferta no exterior - e, simultaneamente, implica uma diminuição da quantidade transaccionada (fig. 8)

TP tPP TT −=*

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252

Figura 8 – Efeitos de uma tarifa específica ( )

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

tPP TT +=*

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253

Notas:

� Uma vez que o preço em A aumenta, os produtores de A tendem a oferecer mais e os consumidores a procurar menos; a quantidade das importações diminui de para

� Uma vez que o preço nos mercados externos diminui para , os produtores estrangeiros irão oferecer menos e os consumidores estrangeiros irão consumir mais; a quantidade das exportações baixa de para

� A quantidade de importações procuradas em A iguala a oferta de exportações do exterior, quando ; neste caso, o crescimento do preço do bem no país A é menor do que o montante da tarifa

� Parte da tarifa é reflectida na baixa do preço do país exportador, e não é totalmente passado para os consumidores de A (este efeito não é, muitas vezes, muito significativo)

WQ TQ

*

TP

WQTQ

tPP TT =−*

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254

Sintetizando:

� A tarifa afectou o preço de ambos os países:

- o valor do direito aduaneiro, cobrado pelo País A, faz subir o preço interno em A

- o País exportador é obrigado a baixar o seu preço de exportação para contrariar o decréscimo da procura externa provocado por aquele aumento de preço

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255

Caso de um país pequeno

� No caso de um país pequeno, o efeito de uma tarifa não vai implicar alterações do preço mundial do bem (uma vez que a procura de A é uma parte insignificante da procura mundial)

� Assim (figura 9), o preço mundial não cai, mas mantém-se em , após a imposição da tarifa, mas o preço interno vai subir para diminuindo a quantidade procurada

WP

tPP WT +=

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Figura 9 – Os efeitos de uma tarifa num país pequeno

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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257

Custos e benefícios de tarifas

� Uma tarifa aumenta o preço do bem no país importador, pelo que é de esperar que prejudique os consumidores e beneficie os produtores

� Os Estados tendem a beneficiar da imposição de tarifas, aumentando o seu rendimento

� Mas como medir esses custos e esses benefícios? Recorre-se, habitualmente, aos conceitos de excedente do consumidor e de excedente do produtor

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258

Excedente do consumidor

� O excedente do consumidor mede o ganho que o consumidor obtém por uma compra a um preço dado, inferior àquele que estaria disposto a pagar para adquirir o bem

� O preço que ele estaria disposto a pagar é dado, geometricamente, pela curva da procura

� Quando o preço aumenta, o excedente do consumidor diminui, assim como a quantidade procurada

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Figura 10 – Excedente do consumidor

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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260

Excedente do produtor

� O excedente do produtor mede o ganho que o produtor obtém por uma venda a um preço dado, superior àquele a que estaria disposto a vender

� O preço a que ele estaria disposto a vender é dado, geometricamente, pela curva da oferta

� Quando o preço aumenta, o excedente do produtor aumenta, assim como a quantidade oferecida

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261

Figura 11 – Excedente do produtor

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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262

� Uma tarifa aumenta o preço de um bem no país importador, fazendo com que o excedente do consumidor diminua e com que o excedente do produtor aumente

� De igual modo, os ganhos do Estado aumentam

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Figura 12 – Custos e benefícios de uma tarifa para o país importador

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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Notas:

� Para um país “grande” (que pode afectar o preço mundial), o efeito de uma tarifa sobre o bem-estar é ambíguo

� Os triângulos “b” e “d” representam a perda de eficiência já quea imposição de uma tarifa distorce as decisões de consumir e de produzir: os produtores produzem demasiado e os consumidores consomem pouco em relação ao mercado

� O rectângulo “e” representa os ganhos em termos de troca (os termos de troca melhoram dado que a tarifa diminui os preços das exportações estrangeiras)

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Notas ( continuação ):

� O rendimento do governo arrecadado com a imposição da tarifa será dado por = c+e

� Uma parte do rendimento do governo (rectângulo “e”) representa os ganhos de termos de troca, e uma parte (rectângulo “c”) representa uma parte da perda do excedente do consumidor (os ganhos do Estado decorrem de perdas dos consumidores e de perdas do exterior)

TQt ×

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Figura 13 – Bem-estar líquido decorrente de uma tarifa

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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Resumindo:

� Se os ganhos dos termos de troca excederem a perda de eficiência, o bem-estar nacional aumentará à custa do exterior

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Outros instrumentos de política comercial: 1)-Subsídios à exportação

� Um subsídio à exportação pode ser específico (pagamento por unidade exportada) ou ad valorem (pagamento como uma proporção do valor exportado)

� Um subsídio à exportação aumenta o preço de um bem no país exportador, enquanto que diminui o preço no país estrangeiro

� As receitas do Estado diminuirão� Ao contrário de um tarifa, um subsídio à exportação piora os

termos de troca ao diminuir o preço dos bens domésticos nos mercados mundiais

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269

Figura 14 – Efeitos dos subsídios àexportação

Fonte: Krugman e Obstfeld, Economia Internacional, cap. 8

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270

Notas:

� Um subsídio à exportação provoca uma diminuição do bem-estar nacional

� Os triângulos “b” e “d” representam a perda de eficiência

� A área b+c+d+e+f+g representa o custo do subsídio governamental

� Os termos de troca deterioram-se, uma vez que o preço das exportações cai nos mercados mundiais para

*

sP

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271

2) Quotas de importação

� Uma quota de importação é uma restrição da quantidade de um bem que pode ser importado

� Estas restrições são impostas através da obrigatoriedade das empresas importadoras terem licenças específicas, ou directamente aos países estrangeiros exportadores

� Uma quota de importação elevará o preço do bem importado, uma vez que a quantidade procurada excederá a soma da quantidade oferecida pelos produtores nacionais e pelas importações

� A quota de importação eleva o preço doméstico da mesma forma que as tarifas que limitam as importações, mas, ao contrário da tarifa, o Estado não recebe nenhuma receita

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272

3) - Restrições voluntárias àexportação (RVE)

� Uma variante da quota de importação é a RVE, cujo exemplo mais conhecido é o Acordo Multifibras

� A RVE é da iniciativa do país exportador, mas, muitas vezes, é pedida pelo país importador

� Apresenta custos mais elevados que as tarifas para os países importadores (representando uma transferência de rendimento e não uma perda de eficiência)

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273

4. A Política Macroeconómica Internacional

4.1. Sistema de câmbios flexíveis e sistema de câmbios fixos

4.2. O Sistema Monetário Internacional4.3. Áreas Monetárias e experiência europeia

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274

4.1 - Sistema de câmbios flexíveis e sistema de câmbios fixos

� Taxas de câmbio fixas ou taxas de câmbio flexíveis?

� A opção entre taxas de câmbio fixas e taxas de câmbio flutuantes depende do país ou área envolvida e das condições existentes

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� De um modo geral, uma taxa de câmbio fixa é preferível no caso das perturbações serem predominantemente de ordem monetária (como é o caso da inflação), enquanto que um sistema de taxas de câmbio flexíveis é preferível se as perturbações se fizerem sentir sobretudo no sector real (como é o caso de alterações tecnológicas) e sejam originadas no exterior

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Argumentos a favor de um sistema de taxas de câmbio fixas

a) as taxas de câmbio são mais estáveis b) é um sistema menos inflacionário

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Argumentos a favor de um sistema de taxas de câmbio flexíveis

a) Baseia - se nas alterações da taxa de câmbio e não nas alterações de todos os preços internos, com o objectivo de trazer ajustamentos para a Balança de Pagamentosb) Torna os ajustamentos mais suaves e contínuos, e não acentuados e ocasionais

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278

4.2. Sistema Monetário Internacional

� Conjunto de regras, práticas e organizações criado com o fim da realização de pagamentos internacionais

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279

� Um “bom” SMI é aquele que permite maximizar o fluxo de comércio internacional e de investimentos internacionais, gerando uma distribuição equitativa dos ganhos com o comércio internacional entre os países

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� O padrão - ouro operou entre 1880 e o início da I Grande Guerra

� A maior parte dos ajustamentos sob o regime do padrão - ouro ocorreu através da estabilização dos fluxos de capitais no curto prazo (e não por via de alterações dos preços internos)

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� De 1919 a 1924 as taxas de câmbio sofreram alterações dramáticas

� A partir de 1925, a Grã-Bretanha e outros países tentaram reestabelecer o padrão -ouro

� Essa tentativa fracassou com a emergência da crise de subconsumo ou sobreproduçãode 1929

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282

� Seguiu-se um período de sucessivas desvalorizações competitivas, à medida que cada país tentava “exportar” o seu desemprego, o que levou a que o comércio internacional diminuísse para cerca de metade do existente no período anterior

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283

Sistema de Bretton Woods

� O Sistema de Bretton Woods, aprovado em 1944 (e que vigorou até 1973), previa o estabelecimento do Fundo Monetário Internacional (FMI) e de um padrão de troca baseado no ouro, sendo permitido que as taxas de câmbio flutuassem acima e abaixo dos valores relativos à paridade em 1%

� Estes valores de paridade estabelecidos só poderiam ser alterados se houvesse lugar a desequilíbrios importantes da economia real

� Cada país, aderente ao Sistema, subscrevia uma quota no FMI – 25% em ouro e 75% a serem pagos na sua moeda nacional

� Adicionalmente, cada país poderia pedir emprestados 25% da sua quota, em cada ano, por um período de 5 anos

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Fundo Monetário Internacional

� O FMI , criado sob o sistema de Bretton Woods, tinha como objectivos: a) supervisionar o cumprimento, por parte dos países, de um conjunto de regras de conduta no comércio internacional e nas finanças internacionaisb) promover facilidades para a contracção de empréstimos por parte dos países que estivessem em dificuldades de controlo das sua Balanças de Pagamentos

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� A convertibilidade do dólar em ouro foi assumida após a 2ªgrande guerra (após 1945) e a convertibilidade das moedas entre si foi retomada no início dos anos 60

� As tarifas sobre bens manufacturados foram reduzidas para menos de 10% em 1971, e a produção mundial e o comércio cresceram muito rapidamente

� O FMI criou 9,5 biliões de USD em Direitos de Saque Especiais - reservas internacionais criadas pelo FMI para servir de suplemento a outras reservas internacionais e distribuídas aos países-membros de acordo com as suas quotas junto do FMI

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� Pelo facto do USD ser utilizado como moeda internacional e de reserva internacional, os USA não podiam desvalorizar a sua moeda corrente para combater os défices da sua Balança de Pagamentos

� O enorme défice da Balança de Pagamentos dos USA foi a causa imediata para o colapso do Sistema de Bretton Woods, o que levou a uma forte especulação desestabilizadora, àsuspensão da convertibilidade do dólar em ouro (em 1971) e ao realinhamento das moedas (em Dezembro de 1971)

� A ausência de um mecanismo de ajuste adequado foi a causa para o colapso do SMI

� O USD foi desvalorizado, mais uma vez, em Fevereiro de 1973 e, em Março de 1973 foi permitido que as moedas flutuassem

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� A partir de Março de 1973 passou a vigorar a flutuação controlada (formalmente reconhecido pelos Acordos da Jamaica em 1976)

� Como resultado desta instabilidade foi formado o Sistema Monetário Europeu em 1979, constituindo-se o Banco Central Europeu e a moeda única, no início de 1999 (o euro começou a circular em 2002)

� Em 2002, aproximadamente metade dos 187 países que faziam parte do FMI operava em regime de câmbios fixos e a outra metade possuía algum tipo de flexibilidade da taxa de câmbio

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� Os problemas monetários que o mundo actualmente atravessa correspondem às excessivas flutuações e aos desalinhamentos das taxas de câmbio

� Durante a última década uma série de crises financeiras e económicas ocorreram no México, no Brasil, na Argentina, no Sudeste Asiático, na Turquia e na Rússia

� As soluções propostas vão desde o aumento da transparência nas relações financeiras, ao fortalecimento dos sistemas financeiros e bancários dos países emergentes, em articulação com um maior envolvimento do sector privado

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4.3. Áreas Monetárias e experiência europeia

� Uma área monetária óptima refere-se a um conjunto de países cujas moedas correntes estejam interligadas por meio de taxas de câmbio permanentemente fixas

� Nesta área existe um elevado nível de integração económica, entre bens, serviços, capital financeiro e mercados de trabalho

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� O Sistema Monetário Europeu (SME) teve início em 1979, envolvendoa) a criação de uma Unidade Monetária Europeia, mantendo as taxas de câmbio dos países membros com uma flutuação dentro de uma banda de 2,25%b) o estabelecimento do Fundo Europeu de Cooperação Monetária (FECOM), para fornecer aos Estados Membros assistência a curto e médio prazo em questões relacionadas com a Balança de Pagamentos

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� O Tratado de Maastricht estabeleceu cinco condições de base para que um Estado se pudesse juntar à União Monetária:a) taxa de inflação inferior a 1,5 p.p. em relação à taxa média dos três países com menor taxab) défice público inferior a 3% do PIBc) dívida pública geral inferior a 60% do PIBd) taxas de juro de longo prazo que não excedessem 2% da média dos três países com taxas mais baixase) taxa de câmbio média que não oscilasse mais de 2,25% da média estabelecida pelo SME para os dois anos anteriores àadesão à Zona Euro

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� Em 1997 o Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) foi estabelecido com o objectivo de estreitar as restrições fiscais dos Estados-Membros (exigência, com sanções por não cumprimento, de défice público sempre inferior a 3% do PIB)

� Em meados de 1989 foram estabelecidos três estágios com o objectivo de estabelecer a moeda única e a criação de um Banco Central Europeu (BCE) até 1999

� O EURO foi criado em 1999 e começou a circular em 2002, em 12 Estados Membros da União Monetária Europeia (UME)

� Em Janeiro de 1999 o BCE assumiu a responsabilidade pela política monetária da UME

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Datas importantes na história monetária internacional

O EURO alcança o valor mais elevado face ao USD2003

EURO inicia a sua circulação em 12 EM da UEM2002

Introdução do EURO e início da actividade do BCE1999

Tratado de Maastricht1991

Queda do Muro de Berlim e início das reformas na Europa Central e Oriental1989-90

Colapso da bolsa de NYOutubro de 1987

Criação do SME1979

Acordo da Jamaica entra em vigor (eliminação do preço oficial do ouro e reconhecimento da flutuação administrada da taxa de câmbio)1978

Crises petrolíferas1973

Taxa de câmbio com flutuação administrada1973

Os USA suspendem a convertibilidade do USD em ouro – fim do Sistema de Bretton WoodsAgosto de 1971

São criados os DSE, sob a égide do FMI1967

FMI entra em funções1947

Conferência de Bretton Woods1944

Grã-Bretanha abandona o padrão - ouro1931

Início da grande recessão com a quebra do mercado de acções nos USAOutubro de 1929

Grã-Bretanha retoma o padrão - ouro1925

Período do padrão - ouro1880-1914

AcontecimentosDatas

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5. Integração Económica

5.1. Tipos de Integração5.2. Efeitos Estáticos e Efeitos Dinâmicos

5.3. O caso Europeu

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5.1. Tipos de Integração

� Integração passiva corresponde à eliminação de discriminações e de restrições à livre circulação de bens, serviços e factores produtivos (exemplo: desarmamento aduaneiro)

� Integração activa corresponde à criação de novas instituições e à promoção de políticas comuns (exemplo: criação do BCE, promoção de políticas comuns, como a PAC)

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Formas que pode assumir

� Acordo preferencial de comércio

� Área de comércio livre (ACL)� União aduaneira (UA)

� Mercado comum (MC) � Mercado único

� União económica e monetária (UEM)

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Acordo Preferencial de Comércio

� Consiste num conjunto de preferências parciais acordado entre um conjunto de parceiros comerciais

� Este acordo contradiz o princípio da “nação mais favorecida”da OMC, introduzindo uma discriminação entre os países membros e os países não membros do acordo

� Estes acordos são utilizados entre os países industrializados para dar preferências comerciais a certos PVD

� O caso das preferências da União Europeia dadas a ex-colónias através das sucessivas convenções de Lomé, bem como as preferências dos USA nas Caraíbas (Caribbean BasinInitiative) são exemplos de acordos preferenciais de comércio

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ÁREA DE COMÉRCIO LIVRE

Forma de integração económica na qual todas as barreiras ao comércio entre os seus membros são removidas, porém, cada um dos países mantém as suas próprias barreiras ao comércio com outros países

Necessidade de se estabelecerem critérios para a definição da origem ( “regras de origem” ) de um produto para que possa ser beneficiário de tarifa zero (Certificado de Origem)

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-A EFTA, criada em 1960, é uma ACL na Europa, referente a produtos manufacturados

-O Acordo Norte-Americano de Livre Comércio (North American Free TradeAgreement – NAFTA), formado pelos Estados Unidos, Canadá e México em 1993

Exemplos:

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UNIÃO ADUANEIRA

Etapa mais avançada na integração Consiste na eliminação ou redução das tarifas aduaneiras e das outras regulamentações comerciais, relativas aos produtos originários dos países integrantes da união, implicando também a adopção de uma Pauta Exterior Comum (PEC)

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Exemplos:

� O Mercosul que, embora tenha por objetivo a construção de um mercado comum, constitui uma união aduaneira

� Um exemplo de UA foi a Comunidade Económica Europeia, aquando da sua criação, em 1957 (art.º 9º do Tratado)

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MERCADO COMUM

� É a forma de integração económica que vai além de uma união aduaneira no sentido de que permite também a livre movimentação da mão-de-obra e do capital entre as nações que dele participam

� Por outras palavras, os Estados-membros determinam a eliminação das restrições sobre mercadorias e serviços , bem como a livre circulação dos demais factores produtivos, como pessoas e capital

� Na Europa o mercado comum pode ser sintetizado em quatro liberdades: bens, serviços, pessoas e capitais

� O melhor exemplo desta forma de integração foi a UE, que atingiu a condição de mercado comum no início de 1993

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Mercado Único

� Compreende uma harmonização das regulamentações

� Esta harmonização é, muitas vezes, essencial para que a livre circulação dos factores produtivos seja efectiva (por exemplo, o reconhecimento bilateral dos diplomas é condição primeira para a livre circulação de profissionais diplomados)

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UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

� Forma de integração em que há a harmonização ou mesmo a unificação das políticas monetárias e fiscais dos Estados que a integram

� Trata-se da categoria mais avançada de integração económica, inclusive com a constituição de uma autoridade económica central e supranacional encarregada da coordenação e cumprimento daquelas políticas

� A adopção de uma moeda única em todos os países-membros é considerada a expressão maior de uma união económica

� Como exemplo que mais se aproxima desse estágio cita-se a União Europeia, que inclusive adoptou, desde 1999, uma moeda única – o Euro – para quase todos os países-membros

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Esquematicamente, o processo de integração pode ser assim representado:

ACORDO PREFERENCIAL DE COMÉRCIO↓

ÁREA DE COMÉRCIO LIVRE↓

UNIÃO ADUANEIRA↓

MERCADO COMUM↓

MERCADO ÚNICO↓

UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA

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Notas:

Estas formas de integração não se processam necessariamente como se fossem etapas obrigatórias pelas quais devem passar todos os países em fase de integração regionalEm termos práticos, uma etapa sobrepõe - se àoutra e assim, uma área pode apresentar, simultaneamente, características de área de livre comércio e de mercado comum, por exemplo

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5.2. Efeitos estáticos e efeitos dinâmicos da integração

� A teoria das uniões aduaneiras visa o estudo dos efeitos resultantes da imposição dos direitos aduaneiros sujeitos a discriminação geográfica (discriminação geográfica ocorre quando uma mesma mercadoria está sujeita a diferentes taxas de importação, de acordo com o país de origem)

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Teoria Estática das Uniões Aduaneiras

� A Teoria Estática das uniões aduaneiras estuda os efeitos da formação das uniões aduaneiras sobre o bem-estar, provenientes de especialização da produção segundo as vantagens comparadas e das alterações dos termos de troca

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Teoria Dinâmica das Uniões Aduaneiras

� A Teoria Dinâmica das uniões aduaneiras estuda os efeitos da formação das uniões aduaneiras sobre o bem-estar, provenientes de economias de escala, de alterações de eficiência devido a um aumento da concorrência e de alterações do crescimento económico

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Efeitos estáticos das Uniões Aduaneiras

� criação de comércio no espaço europeu, ou seja, a melhoria da afectação dos recursos e a consequente melhoria do bem-estar

� melhoria dos termos de troca da área integrada europeia face a países terceiros

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Efeitos dinâmicos das Uniões Aduaneiras

� a) a ampliação da dimensão do mercado, decorrente do aumento da procura potencial gerada pela eliminação das barreiras alfandegárias, permite

� - a redução dos custos, mediante a exploração de economias de escala e de economias de aprendizagem

� - estimular o crescimento do investimento, induzido tanto pela necessidade de ampliar a dimensão das empresas para poderem captar economias de escala, como pela atracção de um maior mercado e pela instalação de empresas em vários países (investimento directo estrangeiro)

� b) a eliminação de barreiras alfandegárias entre mercados anteriormente segmentados, aumenta as possibilidades de concorrência efectiva, estimulando uma maior eficiência interna da empresa e havendo um maior incentivo à inovação tecnológica

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5.3. O caso europeu 1. O percurso da integração europeia

� A União Europeia foi criada em 1952 com a designação de CECA- Comunidade Europeia do Carvão e do Aço, tendo por membros fundadores a Alemanha, a França, a Itália e os países do BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo)

� O objectivo da criação da CECA era controlar comunitariamente os recursos do carvão e do aço, tão relevantes para qualquer acção bélica (como tinham sido nas duas grandes guerras), assegurando a paz entre as nações europeias

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� A partir de 1957, aquando da assinatura do Tratado de Roma, integraram-se outros sectores económicos, como a agricultura, com o objectivo de serem removidas as barreiras ao comércio e no sentido da formação de um mercado comum, formando-se a CEE- Comunidade Económica Europeia e o EURATOM – Comunidade Europeia da Energia Atómica

� Em 1967 unem-se as três comunidades, passando-se a designar por CE – Comunidades Europeias e por União Europeia, após o Tratado de Maastricht (1992)

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� Em 1973 deu-se o primeiro alargamento, com a entrada da Dinamarca, Inglaterra e Irlanda, ampliando-se o âmbito das políticas comuns, nos domínios social, regional e ambiental

� Em 1981 e 1986 deu-se o alargamento “a sul”, com a adesão da Grécia e da Espanha e Portugal, introduzindo-se os programas estruturais, nomeadamente os PIM (Programas Integrados Mediterrânicos) com vista à diminuição das disparidades regionais

� Em 1995 aderiram a Áustria, a Finlândia e a Suécia, passando a área integrada a corresponder a 15 Estados Membros

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� Em 2004 ocorreu o primeiro alargamento a leste, com a entrada de 10 novos EM (República Checa, Polónia, Hungria, Estónia, Letónia, Lituânia, Eslovénia, Eslováquia, Chipre e Malta)

� Em 2007 juntaram-se a Bulgária e a Roménia, sendo actualmente 27 os EM

� A Croácia, a Macedónia e a Turquia são países candidatos à adesão

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2. A União Económica e Monetária

� 2.1. As instituições� a Comissão Europeia (poder executivo, direito de iniciativa, guardiã dos

tratados)� o Parlamento Europeu (626 deputados; poder político, poder legislativo e

poder orçamental)� o Conselho de Ministros (um ministro por cada EM, consoante a área a

debater; órgão de decisão, alterando ou aceitando as propostas da Comissão)� o Conselho Europeu (chefes de Estado e de governo dos EM; define as

grandes linhas de orientação política para a União Europeia)� o Tribunal de Justiça (assegura o respeito pelo direito da União Europeia)� o Tribunal de Contas (controla as receitas e despesas)� o Comité Económico-Social (órgão consultivo, emite pareceres sobre as

propostas de leis)� o Comité das Regiões (órgão consultivo, tem poder de iniciativa sobre

assuntos de interesse local ou regional)� o Provedor de Justiça (órgão do Parlamento Europeu que investiga queixas

relativas a casos de má administração ou abuso de poder das instituições comunitárias)

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� Além destas, existe � o BCE- Banco Central Europeu (que dirige o Sistema

Europeu de Bancos Centrais – SEBC, definindo a política monetária e cambial da união),

� o SEBC (que é constituído pelo BCE e pelos bancos centrais dos EM, e define e implementa a política monetária da zona EURO, realiza operações cambiais, gere e detém as reservas cambiais dos Estados da zona euro)

� o Comité Económico e Financeiro (composto por 6 membros nomeados pelos EM, pela Comissão e pelo BCE, acompanhando a situação económico-financeira dos EM)

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2.2. A UEM – antecedentes e características

� A livre circulação de pessoas, mercadorias, serviços e de capitais, no âmbito do mercado único europeu levou à necessidade da coordenação das políticas económicas dos EM e à limitação das flutuações cambiais entre eles

� Já em 1970, o relatório de Werner apontava para a necessidade de realização de uma UEM

� Em 1979 criou-se o SME, apontando-se para uma moeda única, para a existência de mecanismos de taxas de câmbio (banda estreita - +/-1% e banda larga +/-6%) e de mecanismos de crédito

� Em 1989 o relatório Delors estabelecia três etapas para a construção da UEM, o que foi aprovado pelo tratado de Maastricht, em 1992. Pelo Tratado de Maastricht foram estabelecidos os critérios (monetários) de convergência (inflação, défice orçamental, dívida pública, taxa de juro de longo prazo e estabilidade cambial)

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� Em 2008 fazem parte da zona Euro 15 EM (Bélgica, Alemanha, Irlanda, França, Itália, Espanha, Portugal, Grécia, Chipre, Malta, Luxemburgo, Holanda, Áustria, Eslovénia e Finlândia), tendo adoptado o EURO

� A área EURO é uma das maiores economias mundiais, sendo menos aberta do que as economias dos diferentes países participantes (dada a importância do comércio inter - países da zona Euro); no entanto é mais aberta do que as economias dos USA e do Japão

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Benefícios decorrentes da moeda única:

� - a existência de taxas de juro baixas, decorrente da estabilidade de preços (as expectativas da inflação e os prémios de risco de inflação têm-se mantido baixos)

� - a existência de uma grande transparência de preços (os consumidores podem comparar, mais facilmente, os preços dos diferentes produtos em países diferentes, aumentando a concorrência e, teoricamente, mantendo a inflação controlada)

� - a eliminação dos custos de transacção cambiais� - a ausência de flutuações cambiais, tornam nulos os riscos

cambiais dentro da zona euro