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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC CENTRO UNIVERSITÁRIO PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL Clovis Rasteli Júnior Evaldo Rocha Fábio Rodrigo de Azevedo Flávia Ludimila Farias Molina Luiz Fernando Amorim LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA SUPRESSÃO VEGETAL NATIVA NA ÁREA URBANA DA BAIXADA SANTISTA

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Page 1: TCC Final Revisado1[1]

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL – SENAC

CENTRO UNIVERSITÁRIO PÓS GRADUAÇÃO

CURSO DE GESTÃO AMBIENTAL

Clovis Rasteli JúniorEvaldo Rocha

Fábio Rodrigo de AzevedoFlávia Ludimila Farias Molina

Luiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA SUPRESSÃO VEGETAL

NATIVA NA ÁREA URBANA DA BAIXADA SANTISTA

Page 2: TCC Final Revisado1[1]

Santos-SPSantos/Novembro 2010

Page 3: TCC Final Revisado1[1]

Clovis Rasteli JúniorEvaldo RochaFábio AzevedoFlávia Ludimila Farias MolinaLuiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA SUPRESSÃO VEGETAL

NATIVA NA ÁREA URBANA DA BAIXADA SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Centro Universitário

SENAC – SANTOS, como exigência

parcial para obtenção do título de

Especialização Latu Sensu em

Gestão Ambiental.

Orientador: Guevara Biella Miguel

Santos/Novembro 2010

Page 4: TCC Final Revisado1[1]

Clovis Rasteli Júnior

Evaldo Rocha

Fábio Rodrigo de Azevedo

Flávia Ludimila Farias Molina

Luiz Fernando Amorim

LICENCIAMENTO AMBIENTAL PARA

SUPRESSÃO VEGETAL NATIVA NA

ÁREA URBANA DA BAIXADA

SANTISTA

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Centro Universitário

SENAC – SANTOS, como exigência parcial

para obtenção do título de Especialização

Latu Sensu em Gestão Ambiental.

Orientador: Prof.º Guevara Biella

A Banca Examinadora dos Trabalhos de Conclusão em sessão pública realizada

em __/__/____, considerou o(a) candidato(a):

_________________________________________________________________Examinador (a)

_________________________________________________________________Examinador (a)

_________________________________________________________________Presidente

Page 5: TCC Final Revisado1[1]

1

RESUMO

A região da Baixada Santista é considerada uma área sensível por ser

localizada no litoral, porém vem sofrendo um impacto com o passar dos anos,

devido à degradação do ecossistema Mata Atlântica, resultado da expansão

urbana e industrial nos últimos 50 anos. O licenciamento ambiental é a ferramenta

que tem como finalidade, ordenar este desenvolvimento e evitar o crescimento

desordenado, com o propósito de melhorar a qualidade de todo o meio. O

licenciamento ambiental permeia por praticamente todas as atividades que

possam ser exercidas pelo homem, mas as normas, critérios, condições e

medidas para obter o licenciamento vão variar conforme a localização mesmo

dentro da mesma região. Devido à existência de inúmeros instrumentos

pertinentes ao licenciamento ambiental, conhecer a sua história, assim como as

leis que estão vigentes, torna possível atingir com eficiência o êxito para qualquer

empreendimento. É importante obter consciência da ferramenta que é o

licenciamento e seus procedimentos, como também a sua necessidade para

organizar o crescimento urbano com a máxima qualidade ambiental, pois o

descumprimento dessas regras não é só desrespeitar a Lei, mas sim desrespeitar

o meio onde você vive. Advento dessa realidade surge à necessidade de criarmos

instrumentos que facilitem o entendimento do licenciamento para a supressão de

vegetação nativa, para que possa ser compreendido por pessoas de diferentes

níveis de instrução. A partir de estudos de revisão do arcabouço legal e

interpretação compreendida neste trabalho, e diante da importância do

licenciamento, o conteúdo a seguir tem por finalidade tornar claro o entendimento

e expor as premissas que devem ser consideradas durante o processo de

licenciamento ambiental para a supressão de uma área urbana vegetada, para

que ela possa ser objeto de construção ou uso, independente da natureza da

atividade. Espera-se também que o leitor tenha a possibilidade de observar uma

área urbana com vegetação e consiga entender se esse espaço permite que o

seu empreendimento possa ser ou não instalado naquele local.

Palavras Chaves: Licenciamento Ambiental, Supressão Vegetal,

supressão vegetal em área urbana, autorização para supressão, estágios de

sucessão ecológica, Políticas Ambientais, Baixada Santista . .

Page 6: TCC Final Revisado1[1]

2

ABSTRACT

The region of Santos is considered a sensitive area to be located on the

coast, but has suffered an impact over the years, which is the Atlantic Forest

ecosystem degradation due to urban and industrial expansion in the last 50 years.

Environmental licensing is a tool that aims to order this development and prevent

sprawl, with the aim of improving the quality of the entire medium. The

environmental licensing for permeates nearly all activities that may be exercised

by man, but the standards, criteria, conditions and steps for licensing will vary by

location and region. Because of the numerous instruments relevant to

environmental licensing, knowing the history of licensing, as well as the laws that

are currently in force, makes it possible to achieve success in any endeavor. It is

important to gain awareness of the tool that is the licensing and procedures, as

well as their need to organize the urban growth with the highest environmental

quality, because the breach of these rules is not only breaking the law, but

disregarding the environment where you live. Advent of this reality comes the need

to create tools that facilitate the understanding of how to conduct a licensing

process, so it can be understood by people from all social levels. From studies to

review the legal framework and interpretation understood in this work, and

considering the importance of licensing, the following content is intended to clarify

the understanding of the way that this should be an environmental license for the

abolition of a vegetated urban area, so she can be the object of construction or

use, regardless of the nature of the activity. It is also hoped that the reader has the

possibility to observe an urban area with vegetation and can understand if the

space allows your project can be installed there.

Keywords: Environmental Permit, Removal Plant, vegetation removal in

urban areas, permission for deletion, successional stages of regeneration,

Environmental Policies, Santos.

Page 7: TCC Final Revisado1[1]

3

SUMÁRIO

1.1 Histórico 6

1.1.1 Histórico Mundial 6

1.1.2 Histórico no Brasil 9

1.2 Principais Órgãos Ambientais 14

1.2.1 CONAMA 15

1.2.2 IBAMA 17

1.2.3 CETESB 18

1.3 Tipos de Vegetação 19

1.3.1 Mata Atlântica 20

1.4 A Baixada Santista 21

1.4.1 Aspectos Físicos 23

1.4.2 Relevo e Solo 23

1.4.3 Ecossistemas 24

1.4.4 Unidades de Conservação 25

1. OBJETIVO 27

2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 28

3.1 Licenciamento Ambiental pra Supressão Vegetal em Área Urbana 30

3.2 Supressão da Vegetação 34

3.2.1 Supressão em Área de Preservação Permanente (APP) 35

3.2.2 Supressão da Vegetação Primária 39

3.2.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração 41

3.2.4 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Inicial 42

3.2.5 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Médio 44

3.2.6 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Avançado 48

3.2.7 Autorização para supressão de árvore isolada 50

4. CONCLUSÕES 51

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 52

Page 8: TCC Final Revisado1[1]

4

INTRODUÇÃO

A expansão humana sobre o meio natural se torna cada dia maior e a

preocupação em ordenar esse crescimento se torna mais eminente na sociedade

moderna, sendo observada essa premissa de planejamento da atividade humana

ao longo do tempo.

Com tudo, apenas a partir da década de 50 as primeiras orientações

legais de caráter ambiental de âmbito mundial foram promulgadas. Tendo como

destaque os relatórios da ONU, Clube de Roma e Rio 92.

Na América Latina as questões ambientais começam a ganhar maior

sensibilidade por parte dos governos a partir dos anos setenta. Isso devido a

pressões externas por parte de financiadores estrangeiros que começaram a

exigir um planejamento ambiental em suas parcerias, como também em projetos

com os governos locais.

No Brasil, temos dois grandes marcos importantes: a Lei nº 6.938/81 que

dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente e também institui o Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA), que cria a Resolução CONAMA 237/97,

onde competências para licenciar foram atribuídas a cada ente federativo, de

acordo com a localização do empreendimento e seus impactos. E a promulgação

da Constituição de 1988, que é reconhecida como inovadora em perpetuar o

direito ao meio ambiente no artigo 225 da mesma.

Esse arcabouço legal se faz extremamente necessário no Brasil devido às

características singulares do meio ambiente, se tornando um pré-requisito

indispensável para o desenvolvimento sustentável, contudo, qualquer que seja a

natureza da atividade humana, precisa hoje, com a vigência da nova lei

ambiental, de um estudo para avaliar a sua operação.

Atualmente o desmatamento é uma das principais ações degradantes no

Brasil, resultante da expansão humana sobre o meio, seja ela industrial,

agropecuária e ou mineradora.

Page 9: TCC Final Revisado1[1]

5

Como a exemplo mundial de que a civilização tende a ocupar a faixa

litorânea de seus continentes, a Mata Atlântica é um dos ecossistemas brasileiro

que mais sofreu com a expansão humana, devido à qualidade de vida e serviços

gerados pelos grandes portos, por isso essa faixa do continente vêm sofrendo um

processo contínuo de supressão ao longo do tempo. Localizada ao longo da

costa, chegou ao seu ápice de degradação no último século, tendo sua cobertura

reduzida a menos de 10% de sua área original, de acordo com o portal digital do

SOS Mata Atlântica.

Entre as regiões que possuem cobertura vegetal de Mata Atlântica,

consideramos a Baixada Santista como uma área de grande sensibilidade e

atualmente bastante degradada. Isso devido a uma grande expansão urbana e

industrial nos últimos 50 anos, onde grande parte da vegetação nativa foi

derrubada pela ação do homem.

A legislação ambiental brasileira é considerada por muitos como umas

das mais completas do mundo, tendo um conteúdo legal complexo e abrangente,

contudo muitas vezes seu entendimento não se passa a todas as camadas da

população. Advento dessa realidade surge à necessidade de criarmos

instrumentos que facilitem o entendimento do licenciamento para a supressão de

vegetação nativa, para que possa ser compreendido por pessoas de diferentes

níveis de instrução. Somado a contínua expansão urbana na Baixada Santista e

pelo cenário mesclado a margem da vegetação nativa, o conhecimento e

compreensão da legislação vigente para a supressão de vegetação é de suma

importância.

A legislação ambiental está cada vez mais introduzida no nosso dia a dia,

e a necessidade de melhorar a qualidade do meio ambiente está

proporcionalmente interligada com a qualidade da saúde. Porém deixar de

desenvolver a economia de uma região, ou até mesmo de um país, não faz parte

da nossa realidade, por isso a ferramenta que é o licenciamento ambiental age

como uma balança, onde todos os efeitos colaterais de um novo empreendimento

são devidamente aferidos, e então através desse sistema podemos redimir

nossas ações e se necessário até compensá-las.

Page 10: TCC Final Revisado1[1]

6

Em âmbito geral todo licenciamento ambiental é obrigação legal

necessária para a operação de qualquer atividade humana potencialmente

impactante ao meio, sendo uma ferramenta do poder público, visa controlar o

aumento da degradação ambiental.

É importante que o leitor obtenha consciência do que é o licenciamento

dentro do planejamento ambiental, para organizar o crescimento urbano com o

máximo de qualidade. Conhecer a história do licenciamento, com as regras que

hoje é ordenado, mostra que é possível atingir êxito em quaisquer

empreendimentos, devendo apenas entender o que se pode fazer e como, pois o

descumprimento dessas regras não é só desrespeitar a lei, mas sim desrespeitar

o meio ambiente e as gerações futuras.

Diante da importância do licenciamento, o conteúdo a seguir tem por

finalidade tornar claro o entendimento e expor as premissas que devem ser

consideradas durante o processo de licenciamento ambiental para a supressão de

uma área urbana vegetada, para que ela possa ser objeto de construção ou uso,

independente da natureza da atividade.

1.1 Histórico

1.1.1 Histórico Mundial

A história Ambiental Mundial pode ser contada com diferentes enfoques

devido ao fato de ser subdividida em pequenas histórias na linha do tempo, onde

cada ramificação ou seguimento de estudo tem a sua contribuição e fatos

marcantes para a construção da história ambiental mundial.

Diante de uma trajetória composta por um conjunto de ramificações,

optamos por um olhar mais apurado em assuntos e acontecimentos que

envolvem de certa forma o cenário político mundial, pois contribuíram para a

tomada de decisões das metas de conservação do planeta, impulsionaram a

criação de políticas ambientais internas e externas (conjunto de metas e

Page 11: TCC Final Revisado1[1]

7

instrumentos com o objetivo de reduzir os impactos sobre o ambiente), e

influenciaram posteriormente no surgimento do “licenciamento ambiental”.

A série histórica de fatos e acontecimentos importantes relacionados ao

meio ambiente teve seu início em 1949, onde foi realizada a Conferência

Científica das Nações Unidas sobre a Conservação e Utilização de Recursos

(UNSCCUR), que pela primeira vez, reuniram cientistas de todo o mundo para

analisar a gestão dos recursos naturais.

Em 1962, a bióloga e pesquisadora Rachel Carson publicou o livro

“Primavera Silenciosa” trazendo a tona os efeitos dos DDT (Dicloro-Difenil-

Tricloroetano), forçando assim sua proibição e impulsionando os primeiros sinais

de preocupação e discussões internacionais sobre as questões ambientais. Neste

período, “pós-guerra” os principais problemas ambientais eram: o crescimento

populacional, o desenvolvimento industrial e os testes nucleares.

Em 1968 foi realizada a Conferência Intergovernamental de Especialistas

sobre as Bases Científicas para Uso e Conservação dos Recursos da Biosfera

(Conferência da Biosfera), onde surgiu a noção de ecossistema mundial e as

primeiras preocupações a respeito dos impactos do homem sobre a biosfera.

Ainda em 1968 foi fundado o Clube de Roma, uma organização não

governamental composta por cientistas, economistas, chefes de estado, indústrias

e líderes políticos de vários países para discutir e analisar a situação mundial e os

limites do crescimento econômico levando em conta o uso dos recursos naturais.

O fato mais enaltecido dessa década é o National Environmental Policy

Act (NEPA) que em 1969 foi editado e aprovado. Esse documento era a lei da

Política Ambiental Americana, sendo a primeira lei no mundo que previa a

avaliação do impacto ambiental (AIA) para projetos com intervenção no meio

ambiente, obrigando a apresentação de uma declaração ambiental

(Environmental Impact Statement).

Art. 2º

Enunciar uma política nacional que incentive uma produtiva e agradável

harmonia entre o homem e o meio ambiente; promova esforços que

evitem ou eliminem danos ao meio e à biosfera; bem como estimule a

saúde e o bem-estar do homem; ampliar a compreensão dos sistemas

Page 12: TCC Final Revisado1[1]

8

ecológicos e das riquezas naturais importantes para a Nação; e

estabelecer uma Assembléia sobre Qualidade Ambiental.

Já no começo da década de 70, precisamente em 1972, o Clube de Roma

pública a obra “Os Limites do Crescimento”, no qual tratava essencialmente de

problemas cruciais para o futuro da humanidade. Esse relatório tomou grande

impulso em Estocolmo, à Primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre

o Meio Ambiente Humano com representantes de dezenas de países e

organizações não governamentais.

O que foi produzido durante a Conferência foi considerado o primeiro

grande documento internacional de caráter ambiental chamado “Declaração sobre

o Meio Ambiente Humano”, este que era uma declaração contendo princípios de

comportamento e de responsabilidades para que todos cooperassem com as

questões ambientais, e buscassem soluções para os problemas já existentes na

época.

A conferência Mundial de fato, foi o primeiro grande marco ambiental

internacional, pois tinha um apelo aos governos e aos povos para que reunissem

seus esforços a fim de preservar e melhorar o meio humano em benefício de

todos, portanto os estados tinham que tomar medidas possíveis para mitigar e

reduzir todos os tipos de impacto. A partir deste primeiro documento internacional,

começaram a surgir pressões em todo o mundo, tanto para a formulação de

novas políticas, quanto para a reformulação das políticas ambientais vigentes

pelos governos.

Diante dos paradigmas levantados pela Conferência de 1972, a década

de 70 e 80 foi marcada por inúmeras ações mundiais, como: realização de

convenções Mundiais para tratar de assuntos pertinentes a qualidade ambiental;

surgimento de novos estudos; os conceitos ambientais foram ampliados e

difundidos; tratados Internacionais; criação da Comissão Mundial sobre Meio

Ambiente e Desenvolvimento (1983); protocolos; como o protocolo de Montreal

(1987); relatórios Mundiais; e estratégias de política fazendo com que vários

países se mobilizassem para criar as Agências Ambientais e instrumentos legais.

Page 13: TCC Final Revisado1[1]

9

Em 1992 ocorreu a Conferência das Nações Unidas para o Meio

Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD/UNCED), conhecida como ECO-92 ou

Rio-92, reunindo representantes de quase todos os países do mundo.

Durante a Coferência de 1992 foram decididas metas para diminuir a

degradação ambiental e assegurar a existência das futuras gerações. Os

resultados apresentados por esta Conferência foram: a criação de um novo

conceito de desenvolvimento; redição de documentos; novas declarações; e

também o comprometimento em realizar novas convenções e encontros sobre:

Biodiversidade, Desertificação e Mudanças Climáticas.

No final do século XX e início do século XXI houve um aumento

significativo no número de enventos ambientais, assim como o surgimento de

mecanismos políticos para gerenciar o meio ambiente. Fica evidente que a

questões ambientais passaram a ganhar maior relevância pelos governos que

começaram a buscar e apresentar soluções para uma série de problemas

ambientais associados com a criação de políticas ambientais internas e externas.

1.1.2 Histórico no Brasil

Para entender melhor o licenciamento ambiental no país, é importante

compreender como se deu a evolução da política ambiental brasileira e a série de

acontecimentos marcantes na linha do tempo até a estruturação atual das

secretarias, órgãos competentes, criação das leis, decretos e resoluções.

No Brasil tudo começou em 1934 com a elaboração do primeiro Código

Florestal Brasileiro, instituído pelo Decreto nº 23.793/34, alterado em 1965 e

chamado de “novo” Código Florestal Brasileiro, instituído pela Lei n° 4.771/65.

Art. 1º

As florestas existentes no território nacional e as demais formas de

vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens

de interesse comum a todos os habitantes do País, exercendo-se os

direitos de propriedade, com as limitações que a legislação em geral e

especialmente esta Lei estabelecem.

Page 14: TCC Final Revisado1[1]

10

O Código Florestal contribuiu para a criação em 1937 do primeiro Parque

Nacional Brasileiro (Parque Nacional de Itatiaia).

Em 1967 foi criado o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal

(IBDF), instituído pelo Decreto-Lei nº 289/67, com o propósito de formular a

política florestal do país e assuntos pertinentes.

Logo após a primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o

Meio Ambiente Humano, foi criada em 1973 no âmbito do Ministério do Interior, a

Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA) – Instituída pelo Decreto nº

73.030/73, que orientava para a conservação do meio ambiente e abordava uma

estratégia de desenvolvimento nacional e do progresso tecnológico. O SEMA

passa então a dividir funções com o IBDF.

Já em 1989 o IBDF foi extinto pela Lei nº 7.732/89 e seus patrimônios e

funções transferido para a Secretaria Especial do Meio Ambiente – SEMA, que

posteriormente foram transferidos para o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e

dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), de acordo com a Lei nº 7.735, de 22

de fevereiro de 1989.

Em 1981 foi criada a Política Nacional do Meio Ambiente - Instituída pela

Lei n° 6.938/81, regulamentada pelo Decreto nº 99.274/90 com o propósito de

estabelecer: padrões de qualidade do meio ambiente e de normas relativas ao

uso e manejo dos recursos; relatórios de qualidade ambiental; penalidades para o

poluidor e para o predador, obrigando o mesmo a recuperar e/ou indenizar pelos

danos causados pela degradação; avaliação de impactos ambientais (AIA);

zoneamento ambiental; e licenciamento e fiscalização ambiental.

Art. 1º

Na execução da Política Nacional do Meio Ambiente cumpre ao Poder

Público, nos seus diferentes níveis de governo:

I - manter a fiscalização permanente dos recursos ambientais, visando à

compatibilização do desenvolvimento econômico com a proteção do

meio ambiente e do equilíbrio ecológico;

II - proteger as áreas representativas de ecossistemas mediante a

implantação de unidades de conservação e preservação ecológica;

III - manter, através de órgãos especializados da Administração Pública,

o controle permanente das atividades potencial ou efetivamente

Page 15: TCC Final Revisado1[1]

11

poluidoras, de modo a compatibilizá-las com os critérios vigentes de

proteção ambiental;

IV - incentivar o estudo e a pesquisa de tecnologias para o uso racional e

a proteção dos recursos ambientais, utilizando nesse sentido os planos e

programas regionais ou setoriais de desenvolvimento industrial e

agrícola;

V - implantar, nas áreas críticas de poluição, um sistema permanente de

acompanhamento dos índices locais de qualidade ambiental;

VI - identificar e informar, aos órgãos e entidades do Sistema Nacional

do Meio Ambiente, a existência de áreas degradadas ou ameaçadas de

degradação, propondo medidas para sua recuperação; e

VII - orientar a educação, em todos os níveis, para a participação ativa

do cidadão e da comunidade na defesa do meio ambiente, cuidando

para que os currículos escolares das diversas matérias obrigatórias

contemplem o estudo da ecologia.

Com a criação da Política Nacional do Meio Ambiente em 1981, esse fato

tornou-se um marco para as políticas públicas de meio ambiente em toda escada

do poder público, no qual possibilitou a criação de mecanismos, instrumentos e

órgãos de aplicação e gerenciamento.

A política Nacional do Meio Ambiente instituiu o Sistema Nacional do Meio

Ambiente (SISNAMA).

Art. 3º

O Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), constituído pelos

órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos

Municípios e pelas fundações instituídas pelo Poder Público,

responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, tem a

seguinte estrutura:

I - Órgão Superior: o Conselho de Governo;

II - Órgão Consultivo e Deliberativo: o Conselho Nacional do Meio

Ambiente (CONAMA);

III - Órgão Central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da

República (SEMAM/PR);

V - Órgãos Executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos

Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o Instituto Chico Mendes de

Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes (Redação dada

pelo Decreto nº 6.792, de 10 de Março de 2009);

Page 16: TCC Final Revisado1[1]

12

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades da Administração Pública

Federal direta e indireta, as fundações instituídas pelo Poder Público

cujas atividades estejam associadas às de proteção da qualidade

ambiental ou àquelas de disciplinamento do uso de recursos ambientais,

bem assim os órgãos e entidades estaduais responsáveis pela execução

de programas e projetos e pelo controle e fiscalização de atividades

capazes de provocar a degradação ambiental; e

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais responsáveis pelo

controle e fiscalização das atividades referidas no inciso anterior, nas

suas respectivas jurisdições.

Em 5 de outubro de 1988 as questões ambientais tomaram ainda mais

força com a promulgação da nossa lei suprema, a Constituição Federal, que pela

primeira vez teve um capítulo (capítulo VI) sobre o meio ambiente.

Art. 225°

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de

uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se

ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo

para as presentes e futuras gerações.

§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder

Público:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o

manejo ecológico das espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do

País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de

material genético;  

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e

seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração

e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer

utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem

sua proteção; 

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade

potencialmente causadora de significativa degradação do meio

ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará

publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas,

métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de

vida e o meio ambiente;

Page 17: TCC Final Revisado1[1]

13

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a

conscientização pública para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que

coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de

espécies ou submetam os animais a crueldade. 

§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o

meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo

órgão público competente, na forma da lei.

§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e

administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos

causados.

§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar,

o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional,

e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que

assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso

dos recursos naturais.

§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos

Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos

ecossistemas naturais.

§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua

localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser

instaladas.

Já em 2006, é criada a Lei n° 11.428 em 22 de dezembro que dispõe

sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e

também dá outras providências. Devido ao fato do bioma Mata Atlântica estar

presente em boa parte do território brasileiro principalmente no litoral, está lei é

muito importante como arcabouço legal para o licenciamento da supressão

vegetal.

Segundo o Capítulo II da Lei n° 11.428 de 22 de dezembro de 2006, os

principais objetivos e princípios desta lei são:

Art. 6º 

A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica têm por objetivo geral

o desenvolvimento sustentável e, por objetivos específicos, a

salvaguarda da biodiversidade, da saúde humana, dos valores

paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade

social. 

Page 18: TCC Final Revisado1[1]

14

Parágrafo único. 

Na proteção e na utilização do Bioma Mata Atlântica, serão observados

os princípios da função socioambiental da propriedade, da eqüidade

intergeracional, da prevenção, da precaução, do usuário-pagador, da

transparência das informações e atos, da gestão democrática, da

celeridade procedimental, da gratuidade dos serviços administrativos

prestados ao pequeno produtor rural e às populações tradicionais e do

respeito ao direito de propriedade. 

Art. 7º

A proteção e a utilização do Bioma Mata Atlântica far-se-ão dentro de

condições que assegurem: 

I - a manutenção e a recuperação da biodiversidade, vegetação, fauna e

regime hídrico do Bioma Mata Atlântica para as presentes e futuras

gerações; 

II - o estímulo à pesquisa, à difusão de tecnologias de manejo

sustentável da vegetação e à formação de uma consciência pública

sobre a necessidade de recuperação e manutenção dos ecossistemas; 

III - o fomento de atividades públicas e privadas compatíveis com a

manutenção do equilíbrio ecológico; 

IV - o disciplinamento da ocupação rural e urbana, de forma a

harmonizar o crescimento econômico com a manutenção do equilíbrio

ecológico. 

Portando, a atual estrutura ambiental brasileira se deu principalmente pela

criação da Política Nacional do Meio Ambiente, onde foi instituído o Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que foi recepcionado posteriormente

pela Constituição Federal de 1988 onde pela primeira vez apresentou um capítulo

sobre o meio ambiente.

A peça (estrutura) mais importante para operar e tornar efetiva a Política

Nacional Ambiental foi à criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente

(CONAMA), que é o órgão brasileiro responsável pela deliberação e consulta da

Política Nacional do Meio Ambiente, assim como a criação de resoluções

normativas.

Page 19: TCC Final Revisado1[1]

15

1.2 Principais Órgãos Ambientais

O licenciamento ambiental pode variar a critério do órgão licenciador,

determinando assim critérios e condições, conforme a localização do

empreendimento, atividades e região, podendo se dar no âmbito estadual pelos

órgãos estaduais de meio ambiente ou conselhos, no âmbito municipal para

atividades de impacto reduzido ou local, e no âmbito federal.

Com a evolução das Políticas Ambientais e com a criação do Sistema

Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), foram criados órgãos competentes e

entidades responsáveis pelo licenciamento ambiental no Brasil, portanto é

importante saber das atribuições e funções de cada órgão, assim como os

instrumentos pertinentes ao licenciamento no Estado de São Paulo.

1.2.1 CONAMA

O Conselho Nacional de Meio Ambiente – CONAMA foi criado pela Lei n°

6.938/81 e regulamentado pelo Decreto n° 99.274/90, e é o único conselho com

poder de editar resoluções regulamentadoras. O CONAMA tem como finalidade

assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas

governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais, deliberar no âmbito

de sua competência sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente

ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida (CONAMA,

2006).

Segundo o Decreto n° 99.274, de 6 de junho de 1990 e redação dada

pelo Decreto n° 3.942, de setembro de 2001, compete ao CONAMA:

I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o

licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser

concedido pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios e

supervisionada pelo referido Instituto;

II - determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das

alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos

Page 20: TCC Final Revisado1[1]

16

públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e

municipais, bem assim a entidades privadas, as informações

indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e

respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa

degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas

patrimônio nacional;

III - decidir, por meio da Câmara Especial Recursal, como última

instância administrativa, os recursos contra as multas e outras

penalidades impostas pelo IBAMA; (Redação dada pelo Decreto nº

6.792, de 2009)

IV - determinar, mediante representação do IBAMA, a perda ou restrição

de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou

condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de

financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito;

V - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle

da poluição causada por veículos automotores, aeronaves e

embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes;

VI - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à

manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional

dos recursos ambientais, principalmente os hídricos;

VII - assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo diretrizes de

políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais;

VIII - deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões

compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e

essencial à sadia qualidade de vida;

IX - estabelecer os critérios técnicos para declaração de áreas críticas,

saturadas ou em vias de saturação;

X - acompanhar a implementação do Sistema Nacional de Unidades de

Conservação da Natureza – SNUC, conforme disposto no inciso I do art.

6o da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000;

XI - propor sistemática de monitoramento, avaliação e cumprimento das

normas ambientais;

XII - incentivar a instituição e o fortalecimento institucional dos Conselhos

Estaduais e Municipais de Meio Ambiente, de gestão de recursos

ambientais e dos Comitês de Bacia Hidrográfica;

XIII - avaliar a implementação e a execução da política ambiental do

País;

XIV - recomendar ao órgão ambiental competente a elaboração do

Relatório de Qualidade Ambiental, previsto no art. 9o inciso X da Lei no

6.938, de 31 de agosto de 1981;

Page 21: TCC Final Revisado1[1]

17

XV - estabelecer sistema de divulgação de seus trabalhos;

XVI - promover a integração dos órgãos colegiados de meio ambiente;

XVII - elaborar, aprovar e acompanhar a implementação da Agenda

Nacional de Meio Ambiente, a ser proposta aos órgãos e às entidades do

SISNAMA, sob a forma de recomendação;

XVIII - deliberar, sob a forma de resoluções, proposições,

recomendações e moções, visando o cumprimento dos objetivos da

Política Nacional de Meio Ambiente; e

XIX - elaborar o seu regimento interno.

Dentre inúmeras competências do CONAMA, a mais importante está em

estabelecer resoluções, critérios, condições, normas e procedimentos gerais para

o licenciamento ambiental (por atividade e por região ou local de atuação). As

principais diretrizes para a execução do licenciamento ambiental estão expressas

na Lei nº 6.938/81 e nas Resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97.

1.2.2 IBAMA

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis (IBAMA) foi criado pela Lei nº 7.735/89, e está vinculada ao Ministério

do Meio Ambiente (MMA). O IBAMA foi o resultado da fusão de entidades e

órgãos brasileiros que atuavam na área ambiental: a Superintendência da Pesca

(SUDEPE), Secretaria do Meio Ambiente (SEMA), Instituto Brasileiro de

Desenvolvimento Florestal (IBDF) e Superintendência da Borracha (SUDHEVEA).

Art. 2º

É criado o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais

Renováveis – IBAMA, autarquia federal dotada de personalidade jurídica

de direito público, autonomia administrativa e financeira, vinculada ao

Ministério do Meio Ambiente, com a finalidade de:

I - exercer o poder de polícia ambiental;

II - executar ações das políticas nacionais de meio ambiente, referentes

às atribuições federais, relativas ao licenciamento ambiental, ao controle

da qualidade ambiental, à autorização de uso dos recursos naturais e à

fiscalização, monitoramento e controle ambiental, observadas as

diretrizes emanadas do Ministério do Meio Ambiente; e

Page 22: TCC Final Revisado1[1]

18

III - executar as ações supletivas de competência da União, de

conformidade com a legislação ambiental vigente.

Dentre inúmeras competências do IBAMA, está o licenciamento ambiental

de grandes projetos de infra-estrutura que envolve necessariamente impactos

ambientais em mais de um estado.

Segundo a Resolução CONAMA nº 237/97, art. 4°, compete ao Instituto

Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), órgão

executor do SISNAMA, o licenciamento ambiental de empreendimentos e

atividades com significativo impacto ambiental de âmbito nacional ou regional.

I - localizadas ou desenvolvidas conjuntamente no Brasil e em país

limítrofe; no mar territorial; na plataforma continental; na zona econômica

exclusiva; em terras indígenas ou em unidades de conservação do

domínio da União.

II - localizadas ou desenvolvidas em dois ou mais Estados;

III - cujos impactos ambientais diretos ultrapassem os limites territoriais

do País ou de um ou mais Estados;

IV - destinados a pesquisar, lavrar, produzir, beneficiar, transportar,

armazenar e dispor material radioativo, em qualquer estágio, ou que

utilizem energia nuclear em qualquer de suas formas e aplicações,

mediante parecer da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN;

V- bases ou empreendimentos militares, quando couber, observada a

legislação específica.

1.2.3 CETESB

A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) foi criada

pelo Decreto n° 50.079/68, onde a CETESB é responsável pelo controle,

fiscalização, monitoramento e licenciamento de atividades geradoras de poluição.

Já em 2009, entra em vigor a Lei n° 13.542 tornando a CETESB na

Agência Ambiental Paulista, ganhando assim novas atribuições, principalmente no

processe de licenciamento ambiental no Estado de São Paulo. Antigamente os

pedidos de licenciamento eram expedidos por departamentos do sistema estadual

de meio ambiente como: o Departamento Estadual de Proteção de Recursos

Naturais (DEPRN), Departamento do Uso do Solo Metropolitano (DUSM),

Page 23: TCC Final Revisado1[1]

19

Departamento Avaliação de Impacto Ambiental (DAIA) e a própria CETESB, a

partir de 2009 com a centralização e unificação da estrutura da CETESB os

pedidos para o licenciamento estão centralizados.

Segundo a Lei n° 13.542, de 8 de maio de 2009, compete a CETESB.

Art. 2º

A CETESB, na qualidade de órgão delegado do Governo do Estado de

São Paulo no campo do controle da poluição, de órgão executor do

Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção,

Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos

Recursos Naturais - SEAQUA, e de órgão do Sistema Integrado de

Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH, tem as seguintes

atribuições:

I - proceder ao licenciamento ambiental de estabelecimentos e atividades

utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e

potencialmente poluidores, bem como capazes, sob qualquer forma, de

causar degradação ambiental;

II - autorizar a supressão de vegetação e intervenções em áreas

consideradas de Preservação Permanente e demais áreas

ambientalmente protegidas;

III - emitir alvarás e licenças relativas ao uso e ocupação do solo em

áreas de proteção de mananciais.

A CETESB tem como função: fiscalizar empreendimentos e/ou atividades,

licenciar empreendimentos de atividades potencialmente poluidoras, e atividades

que impliquem na supressão da vegetação.

1.3 Tipos de Vegetação

No Brasil existem diferentes tipos de formações vegetais que vão variar

de acordo com a região em que se encontram, cada região e local possui sua

característica e peculiaridade específica devido a diversos fatores que influenciam

diretamente no desenvolvimento da vegetação como: iluminação, temperatura,

clima e massas de ar, atitude e latitude, e substrato de fixação. O conjunto de

Page 24: TCC Final Revisado1[1]

20

determinados fatores irão formar um “macroclima”, proporcionando ambientes

favoráveis para o desenvolvimento de espécies de vegetais e de determinados

ecossistemas, que em conjunto formam os biomas.

Por todo território brasileiro existem seis biomas: Amazônia, Cerrado,

Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa, e no caso a região da Baixada

Santista está localizada no Bioma Mata Atlântica.

1.3.1 Mata Atlântica

A Mata Atlântica acompanha principalmente o litoral brasileiro ocupando

uma faixa do Rio Grande do Sul até o Rio Grande do Norte, mas também engloba

alguns outros estados. A sua característica apresenta variações em relação à

fauna, vegetação, solo, relevo e características climáticas, mas não variando as

principais características de ser um ecossistema que apresenta árvores que

podem atingir grandes alturas, folhas largas e perenes, vegetação exuberante,

alta diversidade biológica, vegetação estratificada (dossel, submata, herbácea), e

ambiente úmido e sombreado.

Imagem 01 – Mata Atlântica – Serra do MarFonte: Acervo João Renato Stehmann, 2010.

Segundo Decreto n° 750, de 10 de fevereiro de 1993, considera-se Mata

Atlântica as formações florestais e ecossistemas associados inseridos no domínio

Page 25: TCC Final Revisado1[1]

21

Mata Atlântica, com as respectivas delimitações estabelecidas pelo Mapa de

Vegetação do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

1988: Floresta Ombrófila Densa Atlântica, Floresta Ombrófila Mista, Floresta

Ombrófila Aberta, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Estacional Decidual,

rnanguezais, restingas, campos de altitude, brejos interioranos e encraves

Florestais do Nordeste.

Imagem 02 - Mapa de Vegetação do Brasil Fonte: IBGE, 1988.

1.4 A Baixada Santista

A região foi criada mediante a Lei Complementar Estadual nº 815, de

1996. Situa-se geograficamente no centro do litoral do estado de São Paulo, e

representa uma área isolada na forma de baixada, com morros isolados entre a

serra e o oceano, abrangendo áreas insulares e continentais.

Possui uma área de 2.373 km2 (o que corresponde a menos de 1% da

superfície do estado), e é composta por nove municípios (Bertioga, Cubatão,

Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente).

Page 26: TCC Final Revisado1[1]

22

Imagem 03 - Indicadores da Baixada Santista Fonte: IMBS, abr. 2005.

Localizando-se a 70 km da cidade de São Paulo, é considerada a terceira

maior região do estado em termos demográficos (cerca de 1,6 milhões de

moradores fixos, segundo dados de 2007), com 82 praias em 162,5 km de

extensão, atraindo um grande número de população flutuante: aproximadamente

1.350.000 habitantes. Possui uma frota própria registrada de veículos superior a

500 mil e mais de 2.500 indústrias cadastradas nos nove municípios – a maior

parte de pequenas e médias indústrias. A região também conta com grandes

infra-estruturas e pólos de indústria de base, tais como o maior pólo portuário,

petroquímico e siderúrgico da América Latina.

Apesar da sua função portuária, importante para um crescente

intercâmbio em face do processo de globalização, e de constituir sede do

expressivo pólo siderúrgico e da indústria de turismo, a Região Metropolitana da

Baixada Santista (RMBS), apresenta problemas comuns aos grandes

aglomerados urbanos, como os relacionados com a questão ambiental, carência

de infra-estrutura, saneamento ambiental, transporte e habitação.

Page 27: TCC Final Revisado1[1]

23

1.4.1 Aspectos Físicos

Por ser uma região estreita, entre o litoral e a Serra do Mar, com amplos

espaços cobertos por vegetação de mangue, restinga e vegetação de morros,

trata-se de uma região com uma complexa relação ambiental, populacional e de

atividades econômicas, o que apresenta por outro lado, os complexos portuário e

industrial de grande porte e a vocação turística, que se mesclam a reservas

ambientais e áreas de proteção legal.

1.4.2 Relevo e Solo

Planícies Litorâneas: formada por areia silte e argila, sedimentos

depositados pelo mar e pelos rios. É cortada por diversos canais sinuosos de

água salobra, que são influenciados pela maré, colaborando no

desenvolvimento dos mangues;

Maciço de São Vicente: é constituído por morros de formas

arredondadas e afastado da Serra do Mar, e possuem solos argilosos.

Localizam-se na região central da Ilha de São Vicente;

Serra do Mar: escarpa abrupta do Planalto Atlântico que desce de

800m de altitude em direção à planície, sendo constituída de granitos e

gnaisses.

As características dos solos não apresentam fertilidades adequadas para

o desenvolvimento da atividade agrícola. Os recursos minerais compreendem

basicamente matérias primas voltadas para a construção civil como areia,

cascalho, brita e pedras.

Page 28: TCC Final Revisado1[1]

24

1.4.3 Ecossistemas

Matas de encosta: representam as matas da Serra do Mar, fazendo

parte da Mata Atlântica. Possui uma vegetação exuberante, com uma grande

diversidade de plantas, com condições favoráveis de umidade e iluminação,

propiciando o desenvolvimento de árvores copadas e de vegetação baixa.

Destacam-se as canelas, os cedros, as figueiras, as quaresmeiras e os ipês; as

palmeiras possuem um grande número de espécies e os palmiteiros são

abundantes; 

Restingas: constitui-se da faixa de areia depositada paralelamente

ao litoral, e também conhecida como jundu. A vegetação padrão apresenta

espécies de porte arbustivo-arbóreo, sendo algumas comestíveis. O solo é

arenoso, pobre em argila e matéria orgânica. Encontra-se praticamente

ocupada pelo avanço da expansão urbana;

Imagem 04 – Exemplo de vegetação de Restinga da região.Fonte: Acervo Clovis Rasteli Júnior, 2010.

Estuário: é a desembocadura larga e funda de um rio no litoral,

ficando sujeita aos efeitos da maré, e correspondendo a um vale submerso.

São geralmente utilizados para instalações portuárias;

Manguezais: estende-se por todo o complexo estuarino e ao longo

dos cursos d’água, até onde se faz sentir o fluxo do mar, sob influência das

Page 29: TCC Final Revisado1[1]

25

marés. Constituem um ecossistema complexo e dinâmico, com tendências para

o aterramento e o assoreamento ao longo do tempo. A vegetação é densa,

com espécies que suportam a umidade e a salinidade do solo. A fauna

associada é composta de caranguejos, siris e camarões, além de algumas

espécies de peixes, moluscos e larvares;

Imagem 05 – Exemplo do ecossistema de manguezal da região.Fonte: Acervo Clovis Rasteli Júnior, 2009.

Cordões de Areia: são as praias arenosas expostas, desprovidas de

vegetação e sem organismos visíveis na superfície;

Costões Rochosos: são os trechos de praias sem areia, mas com

rochas.

1.4.4 Unidades de Conservação

A Baixada Santista possui uma vasta área de vegetação natural, sendo

grande parte da Mata Atlântica, declarada pela Organização das Nações Unidas

para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como Reserva da Biosfera,

Patrimônio da Humanidade.

Na tabela a seguir, os Parques Estaduais, Áreas de Proteção Ambiental,

Parques Ecológicos, e Áreas de Relevante Interesse Ecológico que são

Page 30: TCC Final Revisado1[1]

26

encontrados na Baixada Santista, sendo o Município de Bertioga é o que

compreende a maior parcela de Mata Atlântica em seu território.

TABELA 1Unidades de Conservação na RMBS

Categorias de Unidade de ConservaçãoInstrumento legal de

criação

Área Total

(em ha)

Parque Estadual da Serra do Mar

D.E. 10.251

(30/08/1977)

315.390,00

D.E. 13.313

(06/03/1979)

Parque Estadual Xixová - Japui D.E. 37.536

(27/09/1993)901

Parque Estadual Marinho da Laje de SantosD.E. 37.537

(27/09/1993)5.000,00

Estação Ecológica Juréia – ItatinsD.E. 24.646

(21/01/1986)79.270,00

Estação Ecológica TupiniquinsD.F. 92.964

(21/07/1986)1.780,00

APA Cananéia - Iguape – Peruíbe

D.F. 90.347

(23/10/1984)

217.060,00

D.F. 91.892

(06/11/1985)

ARIE da Ilha (fluvial) do AmeixalD.F. 91.889

(05/11/1985)400

ARIE das Ilhas Queimada Pequena e Queimada

Grande

D.F. 91.887

(05/11/1985)33

Fontes: Secretaria de Estado do Meio-Ambiente, 2000. Elaboração: EMPLASA, 2002.

Page 31: TCC Final Revisado1[1]

27

1. OBJETIVO

O presente trabalho tem como objetivo condensar a legislação vigente

pertinente a supressão vegetal nativa na área urbana da Baixada Santista,

criando assim um instrumento facilitador para compreensão por pessoas de

diferentes níveis de instrução, tornando claro o entendimento e as premissas que

devem ser consideradas durante o processo, permitindo que o leitor tenha a

possibilidade de observar uma área urbana com vegetação e consiga entender se

esse espaço permite que o seu empreendimento possa ser ou não instalado

naquele local.

Page 32: TCC Final Revisado1[1]

28

2. LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental é uma ferramenta que tem como finalidade,

ordenar o desenvolvimento obtendo maior qualidade ambiental para todo o meio.

O crescimento desordenado mundial mostrou de forma consistente que se não

houver preservação do meio ambiente estaremos, todo o planeta, fadados à

extinção, pois a deterioração da qualidade do ar, da água, do solo, tende a

diminuição dos recursos naturais, como também a qualidade de vida.

O licenciamento ambiental permeia por praticamente todas as atividades

que possam ser exercidas pelo homem, desde a implantação de um poço de

petróleo a 7 quilômetros de profundidade, passando pela atividade de um aterro

sanitário até a pizzaria que está no nosso bairro. Mesmo hoje em áreas urbanas

consolidadas, onde a escassez da vegetação nativa que outrora fora moradora

sem vizinhos, hoje tem por obrigação manter a vegetação nativa no local, até

mesmo a arborização urbana deve ser implementada com a vegetação

característica da região.

Na Resolução normativa CONAMA nº 237 de 19 de dezembro de 1997, o

licenciamento ambiental é definido como: o procedimento administrativo pelo qual

o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a

operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,

consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer

forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais

e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. As principais diretrizes

para o licenciamento ambiental estão expressas na Lei nº 6.938/81 e nas

resoluções CONAMA nº 001/86 e nº 237/97.

Para a implantação de qualquer projeto potencialmente poluidor, tem por

obrigação a solicitação da licença ambiental, podendo ser dividida em três etapas.

I - Licença Prévia (LP) - concedida na fase preliminar do planejamento do

empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando

a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a

serem atendidos nas próximas fases de sua implementação;

Page 33: TCC Final Revisado1[1]

29

II - Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento

ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas

e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais

condicionantes, da qual constituem motivo determinante;

III - Licença de Operação (LO) - autoriza a operação da atividade ou

empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento do que consta das

licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes

determinados para a operação.

Já o licenciamento para supressão de vegetação, deve ter como premissa

como citado já anteriormente, um projeto para o local, seja ele para instalação

residencial, comercial, industrial, pública e outras quaisquer, desde que o plano

diretor do município autorize tal o qual evento na área pretendida.

§ 1º

No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar,

obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o

local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade

com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o

caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso

da água, emitidas pelos órgãos competentes (CONAMA nº 237/97).

Considera-se toda e qualquer área, seja lote, gleba, vegetada ou não,

passível do licenciamento ambiental, cada caso deve ser estudado de forma

única, respeitando todas as legislações vigentes. O licenciamento da área estará

sujeito a apreciação dos técnicos dos órgãos ambientais competentes, tendo

esses o direito e o dever de solicitar estudos complementares para instruir o

parecer quanto ao licenciamento, levando em consideração as especificidades, os

riscos ambientais, o porte e outras características do empreendimento ou

atividade.

Art. 12º

O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos

específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza,

características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e,

Page 34: TCC Final Revisado1[1]

30

ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas

de planejamento, implantação e operação (CONAMA nº 237/97).

Vale ressaltar que todos os estudos necessários ao processo de

licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados

onde serão responsáveis por todas as informações apresentadas, sujeitando-se

às sanções administrativas, civis e penais.

Algumas áreas são passíveis de licenciamento específicos, assim como

existe especificidades para a realização da supressão vegetal, ou seja, apenas

obterão licenciamento para algumas atividades específicas. A seguir serão

mostradas conforme a caracterização da vegetação e legislações vigentes

aplicáveis na Baixada Santista (área urbana) o que é pertinente ao corte e

supressão da vegetação.

3.1 Licenciamento Ambiental pra Supressão Vegetal em Área Urbana

De acordo com a Resolução SMA nº 31/09, a supressão vegetal nativa no

Estado de São Paulo deve obedecer ao que determina a legislação vigente,

principalmente a Lei Federal nº 4.771/65, e nº 11.428/06 e o Decreto Federal nº

6.660/08. Além de considerar os diferentes estágios de sucessão ecológica das

fisionomias do Bioma Mata Atlântica definidos pelas Resoluções Conjunta

IBAMA/SMA n°01/94 e n°02/94 e Resoluções CONAMA nº 01/94 e nº 10/93.

O artigo 3º da Resolução SMA nº 31/09 determina que:

A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento

do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida

mediante o atendimento das seguintes condicionantes:

I. somente poderá ser concedida autorização para supressão de

vegetação quando garantida a preservação da vegetação nativa em área

correspondente a, no mínimo, 20% da área da propriedade.

II. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação

de no mínimo 30% da área do fragmento de vegetação nativa existente

na propriedade no caso de estágio inicial de regeneração.

Page 35: TCC Final Revisado1[1]

31

III. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação

de no mínimo 50% da área do fragmento de vegetação nativa existente

na propriedade no caso de estágio médio de regeneração.

IV. respeitado o disposto no inciso I, em se tratando de propriedade

localizada em perímetro urbano definido antes da edição da Lei Federal

11.428/06, deverá ser garantida a preservação de no mínimo 70% da

área do fragmento de vegetação nativa existente na propriedade no caso

de estágio avançado de regeneração.

V. a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à

margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis

competente como Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso

de lotes com área inferior a 1.000 m2.

§ 1° - Poderão ser averbadas como Áreas Verdes as áreas de

preservação permanente, obedecendo-se as disposições da Resolução

CONAMA nº 369-2006.

§ 2° - Existindo dois ou mais estágios de regeneração dentro da

propriedade objeto de análise, onde se constate a impossibilidade de

individualização, será aplicado o critério correspondente ao estágio de

regeneração mais avançado.

§ 3º - em se tratando de propriedade localizada em perímetro urbano

definido após a edição da Lei Federal nº 11.428- 2006 a supressão de

vegetação nativa em estágio avançado de regeneração não poderá ser

autorizada.

§ 4º - Nos pedidos de solicitação de supressão de vegetação para lotes

localizados em loteamentos já implantados, deverão ser verificadas as

Áreas Verdes existentes no loteamento, que se cobertas por vegetação

nativa poderão ser consideradas para fim de atendimento ao percentual

de vegetação a ser preservada, levando-se em conta, nestes casos, a

área total do fragmento de vegetação existente dentro do loteamento,

bem como a área total do mesmo.

O artigo 10º da Lei Federal 4.771/65 determina que:

Art. 10ºNão é permitida a derrubada de florestas, situadas em áreas de inclinação entre 25 a 45 graus, só sendo nelas tolerada a extração de toros, quando em regime de utilização racional, que vise a rendimentos permanentes.

As áreas de preservação permanente conforme Resolução CONAMA nº

369/06 podem ser averbadas como áreas verdes de acordo com a Resolução

Page 36: TCC Final Revisado1[1]

32

acima descrita; quando existir dois ou mais estágios na propriedade e forem

impossíveis as suas determinações, será considerado o estágio de regeneração

mais avançado. Se a propriedade estiver localizada em perímetro urbano, que o

mesmo tenha sido definido após a Lei Federal nº 11.428/06 a supressão de

vegetação nativa em estágio avançado de regeneração não poderá ser

autorizada. Existindo loteamentos já implantados, deverão verificar as Áreas

Verdes existentes, e sendo vegetação nativa, deve-se considerar o percentual a

ser preservado, levando em conta a área total do fragmento assim como a área

total do loteamento.

Há ainda importantes artigos que devem ser transcritos em sua

literalidade, pois são auto explicativos e de fácil compreensão. Transcrevo:

Art. 4º

A autorização para supressão de vegetação nativa para o parcelamento

do solo ou para qualquer edificação na área urbana, somente será

concedida quando em conformidade com o Plano Diretor ou mediante

autorização do Município.

Art. 5º

Na análise técnica dos pedidos de supressão de vegetação deverá ser

avaliada a localização da vegetação a ser suprimida verificando se esta

se encontra em áreas indicadas para preservação e criação de unidades

de conservação de proteção integral ou em áreas prioritárias para

implantação de áreas verdes urbanas, reservas legais ou de reservas

particulares do patrimônio natural e para restauração de corredores

ecológicos interligando fragmentos de vegetação nativa, conforme o

“Projeto Diretrizes para Conservação e Restauração da Biodiversidade

no Estado de São Paulo”, coordenado pelo Programa Biota-FAPESP.

Parágrafo 1º - No caso de pedidos de supressão de vegetação nas áreas

indicadas no caput poderão ser exigidas medidas compensatórias

suplementares em função da importância ecológica do fragmento.

Parágrafo 2º - Os pedidos para supressão de vegetação nativa em

propriedades inseridas integral ou parcialmente em áreas indicadas para

criação de Unidades de conservação pelo Projeto Biota FAPESP

deverão ser previamente submetidos à análise e manifestação do órgão

competente do SIEFLOR.

Art. 6º

Page 37: TCC Final Revisado1[1]

33

Nos processos de licenciamento de novos parcelamentos de solo e

empreendimentos habitacionais, sem prejuízo das demais medidas

mitigadoras pertinentes, deverá ser exigida a manutenção das

características naturais de permeabilidade do solo em, no mínimo, 20%

(vinte por cento) da área total do imóvel, preferencialmente em bloco

único, visando assegurar, entre outros aspectos, a infiltração das águas

pluviais, a conservação da biodiversidade, a mitigação da formação de

ilhas de calor e da poluição sonora e atmosférica.

§ 1º - A medida mitigadora prevista no caput deverá ser exigida

independente da existência de vegetação nativa na gleba.

§ 2º - As Áreas Verdes e Sistemas de Lazer definidos em lei municipal e

as Áreas de Preservação Permanente poderão ser considerados para o

atendimento da exigência prevista no caput.

§ 3º - As áreas de que trata o caput deverão ser revegetadas com o

plantio de espécies nativas ou plantio consorciado de espécies nativas e

exóticas, excetuando-se espécies exóticas consideradas invasoras,

podendo ser destinado até o limite de 30% destas áreas para

ajardinamento, instalação de equipamentos esportivos e de lazer.

§ 4º - A Resolução CONAMA 369/06 deve ser observada no caso de

áreas de preservação permanente.

Art. 7º

No caso do licenciamento de novos empreendimentos destinados à

construção de habitações de interesse social, de que trata a Resolução

CONAMA nº 412, de 13 de Maio de 2009, poderá ser dispensada a

exigência prevista no artigo 6º se houver a comprovação da existência,

na proximidade, de áreas naturais que assegurem a manutenção das

funções ambientais.

§ 1º - Para fins de aplicação do disposto no caput, poderão ser

consideradas áreas verdes públicas ou privadas, parques municipais ou

outras áreas não impermeabilizadas existentes em área urbana na

região em que se pretende implantar o empreendimento.

§ 2º - A comprovação da existência de áreas naturais de que trata o

caput deverá ser feita pela Prefeitura Municipal com base em estudo

técnico.

3.2 Supressão da Vegetação

Page 38: TCC Final Revisado1[1]

34

Para a realização da supressão da vegetação total ou parcial é

necessário fazer uma caracterização do local, e identificar o estágio de sucessão

da Mata Atlântica levando em consideração os parâmetros básicos para a análise,

como: (Resolução CONAMA n° 10, de 1 de outubro de 1993, também citada no

parágrafo 2, da Lei Federal nº 11.428/06).

I - fisionomia;

II - estratos predominantes;

III - distribuição diamétrica e altura

IV - existência, diversidade e quantidade de epífitas;

V - existência, diversidade e quantidade de trepadeiras;

VI - presença, ausência e características da serapilheira;

VII - subosque;

VIII - diversidade de dominância de espécies;

IX – espécies vegetais indicadoras.

Os parâmetros definidos para tipificar os diferentes estágios de

regeneração da vegetação podem variar, de uma região para outra, dependendo

das condições de relevo, de clima e de solo locais; do histórico do uso da terra; da

vegetação circunjacente; da localização geográfica; e da área e da configuração

da formação analisada. A variação de tipologia será analisada e considerada pela

autoridade competente, segundo a Resolução SMA nº 31/09:

Art. 1º

“a análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa no Estado de

São Paulo deverá obedecer ao que determina a legislação vigente, em

especial a Lei Federal nº 4.771-1965, a Lei Federal nº 11.428-2006 e o

Decreto Federal nº 6.660-2008”.

§ 1º

“Deverão ser considerados os diferentes estágios sucessionais de

regeneração das fisionomias do Bioma Mata Atlântica definidos pelas

Resoluções CONAMA nº 10-1993, CONAMA nº 7- 1996 e a Resolução

Conjunta SMA - IBAMA-SP nº 01-1994”.

Portando o primeiro passo no licenciamento para supressão da vegetação

é a caracterização da área com o tipo de vegetação presente (primária ou

Page 39: TCC Final Revisado1[1]

35

secundária), sendo vegetação secundária, deve ser identificado os seus

diferentes estágios sucessionais (inicial, médio ou avançado).

No caso da Baixada Santista também é necessário observar os

ecossistemas associados às formações vegetais do domínio da Mata Atlântica,

tais como manguezal, restinga e campos de altitude. As legislações vigentes,

normas legais e pertinentes que vão determinar os procedimentos e diretrizes no

licenciamento conforme a área e suas peculiaridades.

3.2.1 Supressão em Área de Preservação Permanente (APP)

As áreas de preservação permanente são definidas através da resolução

CONAMA nº 303, de 20 de março de 2002, conforme seu artigo 3º que diz:

Art. 3º

Constitui Área de Preservação Permanente a área situada:

I - em faixa marginal, medida a partir do nível mais alto, em projeção

horizontal, com largura mínima, de:

a) trinta metros, para o curso d’água com menos de dez metros de

largura;

b) cinqüenta metros, para o curso d’água com dez a cinqüenta metros de

largura;

c) cem metros, para o curso d’água com cinqüenta a duzentos metros de

largura;

d) duzentos metros, para o curso d’água com duzentos a seiscentos

metros de largura;

e) quinhentos metros, para o curso d’água com mais de seiscentos

metros de largura;

II - ao redor de nascente ou olho d’água, ainda que intermitente, com raio

mínimo de cinqüenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a

bacia hidrográfica contribuinte;...

Page 40: TCC Final Revisado1[1]

36

Imagem 06 – Exemplo de Mata CiliarFonte: CETESB.

...III - ao redor de lagos e lagoas naturais, em faixa com metragem

mínima de:

a) trinta metros, para os que estejam situados em áreas urbanas

consolidadas;

b) cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os corpos

d`água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de

cinqüenta metros;

IV - em vereda e em faixa marginal, em projeção horizontal, com largura

mínima de cinqüenta metros, a partir do limite do espaço brejoso e

encharcado;

V - no topo de morros e montanhas, em áreas delimitadas a partir da

curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da

elevação em relação a base;

VI - nas linhas de cumeada, em área delimitada a partir da curva de nível

correspondente a dois terços da altura, em relação à base, do pico mais

baixo da cumeada, fixando-se a curva de nível para cada segmento da

linha de cumeada equivalente a mil metros;

VII - em encosta ou parte desta, com declividade superior a cem por

cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior declive;

VIII - nas escarpas e nas bordas dos tabuleiros e chapadas, a partir da

linha de ruptura em faixa nunca inferior a cem metros em projeção

horizontal no sentido do reverso da escarpa;

IX - nas restingas:

a) em faixa mínima de trezentos metros, medidos a partir da linha de

preamar máxima;

Page 41: TCC Final Revisado1[1]

37

b) em qualquer localização ou extensão, quando recoberta por

vegetação com função fixadora de dunas ou estabilizadora de mangues;

X - em manguezal, em toda a sua extensão;

XI - em duna;

XII - em altitude superior a mil e oitocentos metros, ou, em Estados que

não tenham tais elevações, à critério do órgão ambiental competente;

XIII - nos locais de refúgio ou reprodução de aves migratórias;

XIV - nos locais de refúgio ou reprodução de exemplares da fauna

ameaçadas de extinção que constem de lista elaborada pelo Poder

Público Federal, Estadual ou Municipal;

XV - nas praias, em locais de nidificação e reprodução da fauna silvestre.

Parágrafo único. Na ocorrência de dois ou mais morros ou montanhas

cujos cumes estejam separados entre si por distâncias inferiores a

quinhentos metros, a Área de Preservação Permanente abrangerá o

conjunto de morros ou montanhas, delimitada a partir da curva de nível

correspondente a dois terços da altura em relação à base do morro ou

montanha de menor altura do conjunto, aplicando-se o que segue:

I - agrupam-se os morros ou montanhas cuja proximidade seja de até

quinhentos metros entre seus topos;

II - identifica-se o menor morro ou montanha;

III - traça-se uma linha na curva de nível correspondente a dois terços

deste; e

IV - considera-se de preservação permanente toda a área acima deste

nível.

Esses locais são passíveis de autorização para supressão total ou parcial

com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à

execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou

interesse social, conforme o parágrafo 1º da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de

1965, ou seja, os lotes que estiverem inseridos nas condições conforme o artigo

3º da Resolução 303, acima descrita, apenas será objeto de licenciamento se o

projeto para o local possuir como prioridade função social a qual não possa ser

realizada em outro local, ou mesmo para a realização de ações consideradas

eventuais e de baixo impacto ambiental, conforme resolução CONAMA 369 de

2006.

Page 42: TCC Final Revisado1[1]

38

Através desses termos entenda-se que a intervenção nas referidas áreas

de preservação permanente, necessitam de projetos específicos que atendam as

conformidades da lei, importante ressaltar alguns itens das exposições acima

supracitadas, para melhor entendimento do texto entenda-se:

Conforme artigo 2º da resolução CONAMA 369 de 2006.

I - utilidade pública:

a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;

b) as obras essenciais de infra-estrutura destinadas aos serviços

públicos de transporte, saneamento e energia;

c) as atividades de pesquisa e extração de substâncias minerais,

outorgadas pela autoridade competente, exceto areia, argila, saibro e

cascalho;

d) a implantação de área verde pública em área urbana;

e) pesquisa arqueológica;

f) obras públicas para implantação de instalações necessárias à

captação e condução de água e de efluentes tratados; e

g) implantação de instalações necessárias à captação e condução de

água e de efluentes tratados para projetos privados de aqüicultura,

obedecidos aos critérios e requisitos previstos nos §§ 1o e 2o do art. 11,

desta Resolução.

II - interesse social:

a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação

nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da

erosão, erradicação de invasoras e proteção de plantios com espécies

nativas, de acordo com o estabelecido pelo órgão ambiental competente;

b) o manejo agroflorestal, ambientalmente sustentável, praticado na

pequena propriedade ou posse rural familiar, que não descaracterize a

cobertura vegetal nativa, ou impeça sua recuperação, e não prejudique a

função ecológica da área;

c) a regularização fundiária sustentável de área urbana;

d) as atividades de pesquisa e extração de areia, argila, saibro e

cascalho, outorgadas pela autoridade competente.

Page 43: TCC Final Revisado1[1]

39

Imagem 07 - Perfil das áreas de preservação permanente.Fonte: Jornal “O Estado de São Paulo”, 14/02/2010

3.2.2 Supressão da Vegetação Primária

Segundo a Resolução CONAMA nº 1, de 31 de janeiro de 1994,

vegetação primaria é definida como:

Art. 1°

Considera-se vegetação primaria aquela vegetação de máxima

expressão local, com grande diversidade biológica, sendo os efeitos das

ações antrópicas mínimos, a ponto de não afetar significativamente suas

características originais de estrutura e de espécie.

Page 44: TCC Final Revisado1[1]

40

Imagem 08 - Exemplo de Vegetação Primária da região.Fonte: Site Baixaki, 2005.

O corte e a supressão da vegetação primária do Bioma Mata Atlântica

somente serão autorizados em caráter excepcional, quando necessários à

realização de obras, projetos ou atividades de utilidade pública, pesquisas

científicas e práticas preservacionistas.

O corte e a supressão da vegetação primária do referido bioma deverá

ser autorizado pelo órgão ambiental estadual competente, com a anuência prévia,

quando couber, do órgão federal ou municipal de meio ambiente, sendo ainda

essa autorização condicionada a compensação ambiental, além  da realização de

Estudo Prévio de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA

(Lei nº 11.428/06).

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação primária do

Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação ambiental, na forma da

destinação de área equivalente à extensão da área desmatada, com as mesmas

características ecológicas, na mesma bacia hidrográfica, sempre que possível na

mesma microbacia hidrográfica.

Page 45: TCC Final Revisado1[1]

41

3.2.3 Vegetação Secundária ou em Regeneração

A vegetação Secundária ou em Regeneração é considerada a vegetação

resultante de processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da

vegetação primária por ações antrópicas ou causas naturais podendo ocorrer

árvores remanescentes da vegetação primária (CONAMA n° 10,de 1 de outubro

de 1993).

A sucessão é o processo que as comunidades (novas espécies)

assumem o lugar das outras por algum motivo, e ela se da conforme o esquema

hipotético a seguir:

Imagem 09 - Sucessão vegetal hipotética - A = rochas são colonizadas por organismos pioneiros (ex: liquens, fungos, pequenos vegetais, microorganismos, etc.), erodindo a rocha e formando solo; B = depois que o solo é formado o ambiente propicia a colonização de outros organismos (ex: vegetação rasteira); C e D = se não ocorrer nenhuma perturbação no local, nesta comunidade ocorrerá uma sucessiva troca de organismos, que tenderá a ser tornar uma comunidade clímax (E). Fonte: www.ib.usp.br.

Page 46: TCC Final Revisado1[1]

42

3.2.4 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Inicial

O estágio inicial é caracterizado pelas fisionomias apresentadas na

vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução CONAMA

nº 1, de 31 de janeiro de 1994 da às diretrizes para esta caracterização,

identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária

em estagio inicial no Estado de São Paulo, que são elas:

a) fisionomia que varia de savânica a florestal baixa, podendo ocorrer

estrato herbáceo e pequenas arvores;

b) estratos lenhosos variando de abertos a fechados, apresentando

plantas com alturas variáveis;

c) alturas das plantas lenhosas estão situadas geralmente entre 1,5 m e

8,0 m e o diâmetro médio dos troncos a altura do peito (DAP = 1,30 m do

solo) e de ate 10 cm, apresentando pequeno produto lenhoso, sendo que

a distribuição diamétrica das formas lenhosas apresenta pequena

amplitude:

d) epífitas, quando presentes, são pouco abundantes, representadas por

musgos, liquens, polipodiáceas, e tilândsias pequenas;

e) trepadeiras, se presentes, podem ser herbáceas ou lenhosas;

f) a serapilheira, quando presente, pode ser continua ou não, formando

uma camada fina pouco decomposta;

g) no sub-bosque podem ocorrer plantas jovens de espécies arbóreas

dos estágios mais maduros;

h) a diversidade biológica e baixa, podendo ocorrer ao redor de dez

espécies arbóreas ou arbustivas dominantes;

i) as espécies vegetais mais abundantes e características, além das

citadas no estagio pioneiro, são: cambara ou candeia (Gochnatia

polimorpha), leiteiro (Peschieria fuchsiaefolia), maria-mole (Guapira

spp.), mamona (Ricinus communis), arranha-gato (Acacia spp.), falso ipe

(Stenolobium stans), crindiuva (Trema micrantha), fumo-bravo (Solanum

granuloso-lebrosum), goiabeira (Psidium guaiava), sangra d’agua

(Croton urucurana), lixinha (Aloysia virgata), amendoim-bravo (Pterogyne

nitens), embaubas (Cecropia spp.), pimenta-de macaco (Xylopia

aromatica), murici (Byrsonima spp.), mutambo (Guazuma ulmifolia),

manaca ou jacatirao (Tibouchina spp. e Miconia spp.), capororoca

(Rapanea spp.), tapias (Alchornea spp.), pimenteira brava (Schinus

terebinthifolius), guacatonga (Casearia sylvestris), sapuva (Machaerium

stipitatum), caquera (cassia sp.);

Page 47: TCC Final Revisado1[1]

43

Imagem 10 - Exemplo de vegetação secundária em estágio inicial da região.Fonte: Acervo Washington Lemos, 2010.

O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária em estágio

inicial de regeneração do Bioma Mata Atlântica serão autorizados pelo órgão

estadual competente a não ser que no estado em questão o remanescente do

bioma for inferior a 5% da área original, nesse caso o regime jurídico aplicável

será de vegetação secundária de estágio médio, ressalvadas as áreas urbanas e

regiões metropolitanas.

O artigo 3º da Resolução SMA nº 31/09 determina que:

A autorização para supressão de vegetação nativa para parcelamento

do solo ou qualquer edificação na área urbana poderá ser fornecida

mediante o atendimento das seguintes condicionantes:

I. somente poderá ser concedida autorização para supressão de

vegetação quando garantida a preservação da vegetação nativa em área

correspondente a, no mínimo, 20% da área da propriedade.

Page 48: TCC Final Revisado1[1]

44

II. respeitado o disposto no inciso I, deverá ser garantida a preservação

de no mínimo 30% da área do fragmento de vegetação nativa existente

na propriedade no caso de estágio inicial de regeneração.

...

V. a vegetação remanescente na propriedade deverá ser averbada à

margem da matrícula do imóvel no Cartório de Registro de Imóveis

competente como Área Verde, sendo dispensada a averbação no caso

de lotes com área inferior a 1.000 m2.

Ou seja, conforme item dois, deve-se manter 30% do fragmento da

vegetação nativa existente no lote.

3.2.5 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Médio

O estágio médio é caracterizado pelas fisionomias apresentadas na

vegetação e composição dos vegetais na área e entorno. A resolução CONAMA

nº 1, de 31 de janeiro de 1994 da às diretrizes para esta caracterização,

identificação e procedimentos de licenciamento da vegetação nativa secundária

em estagio médio no Estado de São Paulo, que são elas:

a) fisionomia florestal, apresentando árvores de vários tamanhos;

b) presença de camadas de diferentes alturas, sendo que cada camada

apresenta-se com cobertura variando de aberta a fechada, podendo a

superfície da camada superior ser uniforme e aparecer arvores

emergentes;

c) dependendo da localização da vegetação a altura das arvores pode

variar de 4 a 12 m e o DAP médio pode atingir ate 20 cm. A distribuição

diamêtrica das arvores apresenta amplitude moderada, com predomínio

de pequenos diâmetros podendo gerar razoável produto lenhoso;

d) epífitas aparecem em maior numero de indivíduos e espécies (liquens,

musgos, hepáticas, orquídeas, bromélias, cactáceas, piperáceas, etc.),

sendo mais abundantes e apresentando maior numero de espécies no

domínio da Floresta Ombrófila;

e) trepadeiras, quando presentes, são geralmente lenhosas;

f) a serapilheira pode apresentar variações de espessura de acordo com

a estação do ano e de um lugar a outro;

Page 49: TCC Final Revisado1[1]

45

g) no sub-bosque (sinusias arbustivas) e comum a ocorrência de

arbustos umbrófilos principalmente de espécies de rubiáceas, mirtáceas,

melastomatáceas e meliáceas;

h) a diversidade biológica e significativa, podendo haver em alguns

casos a dominância de poucas espécies, geralmente de rápido

crescimento. Alem destas, podem estar surgindo o palmito (Euterpe

edulis), outras palmáceas e samambaiaçus;

i) as espécies mais abundantes e características, além das citadas para

os estágios anteriores, são: jacarandas (Machaerium spp.), jacaranda-do

campo (Platypodium elegans), louro-pardo (Cordia trichotoma), farinha-

seca (Pithecellobium edwallii), aroeira (Myracroduon urundeuva),

guapuruvu (Schizolobium parahiba), burana (Amburana cearensis), pau-

de-espeto (Casearia gossypiosperma), cedro (Cedrela spp.), canjarana

(Cabralea canjerana), acoita-cavalo (Luehea spp.), oleo-de-copaiba

(Copaifera langsdorfii), canafistula (Peltophorum dubium), embiras-de-

sapo (Lonchocarpus spp.), faveiro (Pterodon pubescens), canelas

(Ocotea spp., Nectandra spp., Crytocaria spp.), vinhatico (Plathymenia

spp.), arariba (Centrolobium tomentosum), ipes (Tabebuia spp.), angelim

(Andira spp.), marinheiro (Guarea spp.) monjoleiro (Acacia polyphylla),

mamica-de-porca (Zanthoxyllum spp.), tamboril (Enterolobium

contorsiliquum), mandiocao (Didimopanax spp.), araucaria (Araucaria

angustifolia), pinheiro-bravo (Podocarpus spp.), amarelinho (Terminalia

spp.), peito-de-pomba (Tapirira guianensis), cuvata (Matayba spp.),

caixeta (Tabebuia cassinoides), cambui (Myrcia spp.), taiuva (Machlura

tinctoria), pau-jacare (Piptadenia gonoacantha), guaiuvira (Patagonula

americana), angicos (Anadenanthera spp.) entre outras;

Page 50: TCC Final Revisado1[1]

46

Imagem 11 - Exemplo de Vegetação Secundária em Estágio Médio da regiãoFonte: Acervo Washington Lemos, 2009.

O corte, a supressão e a exploração da vegetação secundária  em estágio

médio de regeneração será autorizada em caráter excepcional, quando

necessários à execução de obras, atividades ou projetos de utilidade pública ou

de interesse social, pesquisa científica e práticas preservacionistas, e quando

necessário ao pequeno produtor rural e populações tradicionais para o exercício

de atividades ou usos agrícolas, pecuários ou silviculturais imprescindíveis à sua

subsistência e de sua família, ressalvadas as áreas de preservação permanente

e, quando for o caso, após averbação da reserva legal, nos perímetros urbanos

aprovados até 22/12/2006.

A supressão de vegetação secundária em estágio médio de regeneração

somente será admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de

empreendimentos que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio

médio de regeneração em no mínimo 30% (trinta por cento) da área total coberta

por esta vegetação, de acordo com a Resolução SMA 31 de 2009 em seu artigo

3º inciso II. Nos perímetros urbanos delimitados após 22/12/2006 a supressão de

vegetação secundária em estágio médio de regeneração fica condicionada à

Page 51: TCC Final Revisado1[1]

47

manutenção de vegetação em estágio médio de regeneração em no mínimo 50%

(cinqüenta por cento) da área total coberta por esta vegetação.

O corte e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e

médio de regeneração do Bioma Mata Atlântica, conforme a Lei nº 11.428/06 em

seu artigo 11, ficam vedados quando:

I - a vegetação: 

a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de

extinção, em território nacional ou em âmbito estadual, assim declaradas

pela União ou pelos Estados, e a intervenção ou o parcelamento

puserem em risco a sobrevivência dessas espécies; 

b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e

controle de erosão; 

c) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou

secundária em estágio avançado de regeneração; 

d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou 

e) possuir excepcional valor paisagístico, reconhecido pelos órgãos

executivos competentes do Sistema Nacional do Meio Ambiente -

SISNAMA;  

II - o proprietário ou posseiro não cumprir os dispositivos da legislação

ambiental, em especial as exigências da Lei nº 4.771, de 15 de setembro

de 1965, no que respeita às Áreas de Preservação Permanente e à

Reserva Legal. 

Os novos empreendimentos que impliquem o corte ou a supressão de

vegetação do Bioma Mata Atlântica deverão ser implantados preferencialmente

em áreas já substancialmente alteradas ou degradadas.  

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária em

estágio médio do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação

ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área

desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia

hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica.

Page 52: TCC Final Revisado1[1]

48

3.2.6 Supressão da Vegetação Secundária em Estágio Avançado

É considerada vegetação secundária em estágio avançado pela

Resolução CONAMA n° 1, de 31 de janeiro de 1994, em seu artigo 2º parágrafo

1º, a composição vegetal que apresentar:

a) fisionomia florestal fechada, tendendo a ocorrer distribuição contígua

de copas, podendo o dossel apresentar ou não árvores emergentes;

b) grande numero de estratos, com arvores, arbustos, ervas terrícolas,

trepadeiras, epífitas, etc., cuja abundancia e numero de espécies variam

em função do clima e local. As copas superiores geralmente são

horizontalmente amplas;

c) as alturas máximas ultrapassam 10 m, sendo que o DAP médio dos

troncos e sempre superior a 20 cm. A distribuição diamêtrica tem grande

amplitude, fornecendo bom produto lenhoso;

d) epífitas estão presentes em grande numero de espécies e com grande

abundancia principalmente na Floresta Ombrófila;

e) trepadeiras são geralmente lenhosas (leguminosas, bignoniaceas,

compostas, malpiguiaceas). e sapocindaceas, principalmente), sendo

mais abundantes e mais ricas em espécies na Floresta Estacional;

f) a serapilheira esta presente, variando em função do tempo e da

localização, apresentando intensa decomposição;

g) no sub-bosque os estratos arbustivos e herbáceos aparecem com

maior ou menor frequência, sendo os arbustivos predominantemente

aqueles já citados para o estagio anterior (arbustos umbrófilos) e o

herbáceo formado predominantemente por bromeliáceas, aráceas,

marantáceas e heliconiaceas, notadamente nas áreas mais úmidas;

h) a diversidade biológica e muito grande devido a complexidade

estrutural e ao numero de espécies;

i) alem das espécies já citadas para os estágios anteriores e de espécies

da mata madura, e comum a ocorrência de: jequitibás (Cariniana spp.),

jatobás (Hymenaea spp.), paumarfim (Balfourodendron riedelianum),

caviuna (Machaerium spp.), paineira (Chorisia speciosa), guaranta

(Esenbeckia leiocarpa), imbuia (Ocotea porosa), figueira (Ficus spp.),

macaranduba (Manilkara spp. e Persea spp.), suina ou mulungu

(Erythryna spp.), guanandi (Calophyllum brasiliensis), pixiricas (Miconia

Page 53: TCC Final Revisado1[1]

49

spp.), pau-d’alho (Gallesia integrifolia), perobas e guatambus

(Aspidosperma spp.), jacarandas (Dalbergia spp.), entre outras;

Imagem 12 - Exemplo de Vegetação Secundária em Estágio Avançado da região.Fonte: CECNA – Centro de Estudos e Conservação da Natureza.

O corte e a supressão da Vegetação secundária em estágio avançado de

regeneração só será autorizado em caráter excepcional, quando necessários à

execução obras, atividades ou projetos de utilidade pública, pesquisa científica e

práticas preservacionistas e/ou nos perímetros urbanos aprovados até 22/12/2006

dependendo de prévia autorização do órgão estadual competente e somente será

admitida, para fins de loteamento ou edificação, no caso de empreendimentos

que garantam a preservação de vegetação nativa em estágio avançado de

regeneração em no mínimo 50% (cinqüenta por cento) da área total coberta por

esta vegetação, atendido o disposto no Plano Diretor do Município e demais

normas urbanísticas e ambientais aplicáveis.

Conforme a Lei nº 11.428/06, a supressão da vegetação secundária no

estágio avançado do Bioma Mata Atlântica, fica condicionada à compensação

ambiental, na forma da destinação de área equivalente à extensão da área

desmatada, com as mesmas características ecológicas, na mesma bacia

hidrográfica, sempre que possível na mesma microbacia hidrográfica.

Page 54: TCC Final Revisado1[1]

50

3.2.7 Autorização para supressão de árvore isolada

Segundo SMA nº 18/07, o entendimento de árvores isoladas, é aquele

exemplar que não possui contato de sua copa com outro exemplar arbóreo,

“destacando-se da paisagem como indivíduos isolados” (item 1 artigo 2 da mesma

resolução).

Os pedidos de supressão por exemplares arbóreos nativos isolados, vivos

ou mortos, devem estar situados fora de áreas de preservação permanente e

reserva legal. A autorização, nesse caso deve ser emitida pelo poder público

Municipal, de acordo com o artigo 7 da mesma resolução.

Imagem 13 – Exemplo de exemplares arbóreos isolados da regiãoFonte: Acervo Washington Lemos, 2010.

Page 55: TCC Final Revisado1[1]

51

4. CONCLUSÕES

Toda e qualquer lote em área urbana tem por direito cumprir sua função

social de moradia, estende-se esse direito à construção de escolas, hospitais,

próprios públicos, comércios e indústrias. Associado a esse direito o dever legal

de aprovação de projetos que cabe ao poder público, a autorização da supressão

de vegetação do local em concordância com o plano diretor municipal.

Apesar do desmatamento em área urbana ser um fator degradante local,

dependendo da formação vegetativa do lote ou onde ele está inserido, o poder

público municipal deve solicitar, por obrigação legal, que o empreendedor retire a

licença necessária junto ao órgão competente.

O empreendedor que compreender o processo de licenciamento para

supressão vegetal, terá maiores chances de obter sucesso ao implantar o seu

projeto, diminuindo os riscos de intervenções legais na instalação do

empreendimento, que estará formalmente legalizada e serão mínimas as chances

de ocorrer em um crime ambiental. Já o investidor entenderá que a aquisição de

uma determinada área, implicará a ele condições específicas quanto a

possibilidade da instalação de um empreendimento.

O órgão licenciador definirá as contrapartidas e os estudos

complementares baseados na natureza da atividade a ser instalada no local, pois

a supressão de vegetação já possui regras definidas, sendo a atividade também

um fator de estudo para emissão da licença.

Vale ressaltar que todos os estudos necessários ao processo de

licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados

onde serão responsáveis por todas as informações apresentadas, sujeitando-se

às sanções administrativas, civis e penais.

O presente trabalho conseguiu condensar o arcabouço legal sobre o

assunto em um único texto, de forma compreensível com a finalidade de

disseminar o conhecimento, tornando-se um instrumento sintetizador para

compreender o licenciamento para supressão de vegetação nativa em área

urbana.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BREDARIOL, Celso; VIEIRA, L.iszt. Cidadania e Política Ambiental. Rio de Janeiro, Editora: Record, 2006.CARSON, Rachel. Primavera Silenciosa. Editora: Gaia,2010.CAVALCANTI, Clóvis. Desenvolvimento e natureza: estudos para uma sociedade sustentável. Recife. Editora: Fundação Joaquim Nabuco/Cortez Editora, 2003. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resoluções do Conama: resoluções vigentes publicadas entre julho de 1984 e novembro de 2008, Brasília, 2008.Constituição da República Federativa do Brasil 1988. Declaração Sobre o Ambiente Humano. Estocolmo, 1972.Decreto Federal nº 6.660/08 - Regulamenta dispositivos da Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006, que dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.Decreto n° 50.079/68 - Criação do Centro Tecnológico de Saneamento Básico, CETESB, integrado ao FESB.Decreto n° 73.030/73 - Cria, no âmbito do Ministério do Interior, a Secretaria Especial do Meio Ambiente - SEMA, e da outras providências.Decreto n° 750/93 – Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração da Mata Atlântica, e dá outras providências.Decreto n° 99.274/90 - Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, e dá outras providências. Decreto nº 23.793/34 – Código Florestal.Decreto nº 3.942/01 - Dá nova redação aos arts. 4o, 5o, 6o, 7o, 10 e 11 do Decreto no 99.274, de 6 de junho de 1990.Decreto-Lei nº 289/67 - Cria o Instituto Brasileiro do Desenvolvimento Florestal e dá outras providências.DRUMMOND, José. Augusto. A História Ambiental: temas, fontes e linhas de pesquisa. Revista Estudos Históricos, vol. 4, n° 8, Rio de Janeiro, 1991. FARIAS, Talden, Queiroz. Aspectos gerais da política nacional do meio ambiente – comentários sobre a Lei nº 6.938/81. Revista Âmbito Jurídico, Edição 35, Rio Grande, Edição 35, 12, 2006.Governo do Estado de São Paulo – Agencia Metropolitana da Baixada Santista. Disponível em:<www.desenvolvinebto.sp.gov.br/noticias/files/agem.pdf>. Acesso em: 19, setembro 2010.Governo do Estado de São Paulo – Secretaria de Economia e Planejamento. Região Metropolitana da Baixada Santista: 2007, São Paulo.http://java.cimm.com.br/cimm/construtordepaginas/htm/3_24_5206.htm. Acesso em: 17, setembro, 2010.http://www.baixaki.com.br/papel-de-parede/11853-cachoeira-serra-mogi-bertioga.htm. Acesso em: 23, setembro, 2010.http://www.cetesb.sp.gov.br/. 3, setembro, 2010.http://www.ib.usp.br/~delitti/projeto/ricardo/sucessao_primaria.htm. 3, setembro, 2010.http://www.ibama.gov.br/. 3, setembro, 2010.http://www.ibama.gov.br/licenciamento/. 3, setembro, 2010.http://www.licenciamentoambiental.eng.br. Acesso em: 17, setembro, 2010.http://www.mma.gov.br/conama/. 4, setembro, 2010.http://www.mma.gov.br/sitio/index.php?ido=conteudo.monta&idEstrutura=88. 4, setembro, 2010.Lei Complementar nº 815/96Lei Estadual de São Paulo nº 13.542/09 - Altera a denominação da CETESB - Companhia de Tecnologia de Saneamento

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Ambiental e dá nova redação aos artigos 2º e 10 da Lei nº 118, de 29 de junho de 1973.Lei n° 11.428/06 – Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências.Lei n° 4.771/65 – Novo Código Florestal. Lei n° 6.938/81 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências.Lei n° 7.735/89 – Dispõe sobre a extinção de órgão e de entidade autárquica, cria o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e dá outras providências.LISZT, Vieira; CADER, Renato. A política ambiental do Brasil ontem e hoje. Revista Eco º21, Ano XVII, Edição 129, 8, 2007.Ministério do Meio Ambiente e Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Brasil). Legislação Ambiental Básica. UNESCO, 2008.MMA. Caderno de Licenciamento Ambiental: 2009. Brasília, 91.p.Resolução CONAMA nº 001/86 – Dispõe sobre as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.Resolução CONAMA nº 01/94 – Considerando o disposto no artigo 23, incisos VI e VII da Constituição Federal e a necessidade de se definir vegetação primária e secundária nos estágios pioneiro inicial, médio e avançado de regeneração de Mata Atlântica em cumprimento ao disposto no artigo 6º, do Decreto 750, de 10 de fevereiro de 1993, na Resolução CONAMA nº 10, de 10 de outubro de 1993, e a fim de orientar os procedimentos de licenciamento de exploração da vegetação nativa no Estado de São Paulo. Resolução CONAMA nº 10/93 – Estabelece os parâmetros básicos para análise dos estágios de sucessão da Mata Atlântica.Resolução CONAMA nº 237/97 – Dispõe sobre as licenças ambientais, os órgãos licenciadores, suas competências e prazos de validade das licenças.Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP nº 1/94 – Orienta os procedimentos de licenciamento de exploração da vegetação nativa no Estado de São Paulo.Resolução Conjunta SMA IBAMA/SP nº 2/94 – Dispõe sobre o corte, a exploração e a supressão de vegetação secundária no estágio inicial de regeneração da Mata Atlântica, no Estado de São Paulo.Resolução SMA nº 18/07 - Disciplina procedimentos para a autorização de supressão de exemplares arbóreos nativos isolados.Resolução SMA nº 31/09 - Dispõe sobre os procedimentos para análise dos pedidos de supressão de vegetação nativa para parcelamento do solo ou qualquer edificação em área urbana.SANTOS, Rozely, Ferreira, dos. Planejamento Ambiental: Teoria e Prática. São Paulo. Editora: Oficina de Texto, 2004.VIII CONGRESSO FLORESTAL BRASILEIRO, 08, 2003, Brasil. O “Novo” Código Florestal Brasileiro: Conceitos Jurídicos Fundamentais. AHRENS, SÉRGIO, 2003.XXVIII CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITÁRIA Y AMBIENTAL, 10, 2002, Cancun, México. Certificação de Sistemas de Gestão Ambiental Abordagem Histórica e Tendências. SILVA, ELMO, RODRIGUES.