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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIAS E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL SANEAMENTO BÁSICO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, PONTO DE PARTIDA DE UM ENSINO CONTEXTUALIZADO. Claiton Gonçalves Lopes Professor Orientador Thales de Astrogildo e Tréz

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Trabalho de Conclusão de Curso versão final.

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TEORIAS E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL

SANEAMENTO BÁSICO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, PONTO DE PARTIDA DE UM ENSINO

CONTEXTUALIZADO.

Claiton Gonçalves Lopes Professor Orientador Thales de Astrogildo e Tréz

Campinas Abril/2013

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CLAITON GONÇALVES LOPES

SANEAMENTO BÁSICO EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, PONTO DE PARTIDA DE UM ENSINO

CONTEXTUALIZADO.

Trabalho apresentado à Universidade Federal de Alfenas, como requisito à obtenção do Grau de especialista em Teorias e Práticas na Eduacação. Professor Orientador : Thales de Astrogildo e Tréz .

Campinas Abril/2013

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AGRADECIMENTO

Meus sinceros agradecimentos aos generosos Mestres Orientadores: Nilton Luiz Souto e Thales de Astrogildo e Tréz . Em especial a Patricia Cabral de Vasconcellos.

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Educação Ambiental são processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.

Lei 9.705/99 sobre Educação Ambiental.

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SUMÁRIO

1- APRESENTAÇÃO...................................................................................6

2-INTRODUÇÃO..........................................................................................7

3-CAPÍTULO I- CONTEXTUALIZAÇÃO, PRÁTICA NECESSÁRIA AO ENSINOATUAL................................................................................................10

4-CAPÍTULO II- ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A CARACTERIZAÇÃO

DO LUGAR NO ENTORNO DA ESCOLA UACURY DE

CAMPINAS/SP..................................................................................................12

5-CAPÍTULO III- SANEAMENTO BÁSICO UM ALIADO NA CONSTRUÇÃO DE UMA CONSCIÊNCIA CRÍTICA E CIDADÃ...............................................................15

6- CONCLUSÃO...........................................................................................21

7- BIBLIOGRAFIA........................................................................................23

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RESUMO

O atual estudo tem como tema: O saneamento básico em área de preservação ambiental, ponto de partida para um ensino contextualizado. A intenção é disponibilizar um referencial teórico de educação ambiental aos docentes e gestores da instituição pesquisada. Contribuindo para as exigências atuais de um ensino contextualizado e interdisciplinar. Garantindo maior eficácia ao processo ensino aprendizagem da escola. Além, é claro de compartilhar experiências em teorias e práticas pedagógicas. O estudo tem base nas estatísticas do SARESP E IDEB e em referências bibliográficas em contextualização, saneamento básico, área de preservação ambiental e educação ambiental. Conclui que o ensino contextualizado e interdisciplinar tornam mais eficiente a didática e com isso melhora à aprendizagem escolar.

Palavras-chave: contextualização, educação ambiental, interdisciplinariedade, eficácia, ensino e aprendizagem.

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APRESENTAÇÃO

O intuito da realização desta pesquisa não é o de aprofundamento ou de

evidenciar problemas atuais relacionados a condições de moradia no contexto

brasileiro. Mas, o de enfatizar a contextualização com o aproveitamento da

realidade e conhecimento prévio do aluno, como forte aliados na construção do

conhecimento e da aprendizagem.

Constatado através de observações e inferências próprias, ao longo dos anos

de trabalho na E.E. Prof. Uacury Ribeiro de Assis Bastos. Pautadas no diálogo

e atividades relacionadas principalmente ao uso de poço artesiano e fossa;

com os alunos do sétimo ano em 2009/2010. Corroboram ainda nossos

resultados(geografia) no SARESP 2009/2011, que foram além do esperado

para uma escola rural e periférica. E mostraram que o trabalho realizado de

forma contextualizada produzia efeito positivo na aprendizagem dos alunos.

Verifiquei que as disciplinas menos contextualizadas como português e

matemática estavam com rendimentos bem inferiores a geografia e história;

disciplinas marcadas pela forte contextualização de seus conteúdos, no

SARESP E IDEB por exemplo.

Atualmente, com a nova LDB e direções governamentais, o professor erra ao

não contextualizar o conteúdo de sua disciplina. Como consequência tem o

desinteresse dos alunos, a indisciplina e os índices sofríveis nas avaliações

externas.

No momento vale ressaltar o que diz a LDB nº 9394/96 em seu art. 1º:

A educação abrange os processos formativos, que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organização civil da sociedade e nas manifestações culturais.

Espero com esta reflexão auxiliar os professores da escola e aos que

chegarem, com a caracterização da área do entorno da escola, onde vive

toda comunidade escolar; uma área de preservação ambiental. Ainda,

contribuir com um referencial teórico sobre área de preservação ambiental e

saneamento básico. Dando condição inicial de um trabalho interdisciplinar e

contextualizado para toda equipe escolar.

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INTRODUÇÃO

A modernidade implica numa visão política de que participar na construção de seu espaço de vida, mais do que receber presentes das autoridades, constitui uma condição essencial da cidadania. Implica numa visão institucional menos centrada nas pirâmides de autoridade, e mais aberta para a elaboração de consensos e os processos horizontais de interação. (Dowbor, 1999:126).

A educação ambiental como eixo temático conduziu todo trabalho. Com o saneamento

básico como assunto aglutinador, porque 100% da comunidade é carente de

infraestrutura básica de saneamento. A intenção foi o de levar aos alunos e a

população local conhecimento dos sistemas e serviços apropriados, sua operação e

funcionalidade. Ainda, estímulo a participação na solução de problemas enfrentados

pela comunidade.

com a educação ambiental procurei sensibilizar os alunos e consequentemente, a

comunidade para os temas saneamento, saúde e ambiente; com vista a promoção da

saúde e melhoria das condições ambientais e de qualidade de vida.

De acordo com Leane Chamma Barbar:

O sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos é um dos pressupostos

básicos para um ambiente saudável, garantindo qualidade de vida e preservação do

meio ambiente.

De certa forma, preparei a todos para uma participação ativa e envolvente nas

questões de meio ambiente e saneamento. Facilitando o trabalho interdisciplinar e

contextualizador, meta da escola com relação ao SARESP E IDEB.

Será necessário então, o envolvimento discente, docente e comunitária na orientação

do uso correto do sistema de coletas e tratamento de esgoto. Implicando em

mudanças de hábitos e costumes para a melhoria da qualidade de vida, saúde e

preservação do meio ambiente. Volto a salientar que, a intenção desta pesquisa não é

o de aprofundamento de estudo sobre área de preservação ambiental ou de

saneamento básico. Mas, sim a utilização destes conhecimentos de forma

contextualizada, garantindo eficácia na aprendizagem dos nossos alunos.

Ressalto aqui a importância dos alunos como multiplicadores, informando a

comunidade das vantagens do uso correto do sistema de coleta e tratamento de

esgoto. Visando a participação mais ativa na construção do seu espaço de vida.

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Cada multiplicador transmite conceitos e hábitos para seus ouvintes que, por sua vez, passam adiante o conhecimento. A metodologia da multiplicação constitui um efeito em cadeia por meio do qual se alcança, rapidamente, um grande número de pessoas. O multiplicador é o principal agente do programa. Professores, líderes comunitários, sindicalistas, empresários, muitos são os perfis dos multiplicadores. (Livro do professor, p.6)

Conceitualmente o meu trabalho segue definições, quanto a Educação Ambiental, a

definição proposta em 1977 em Tbilisi:

Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a

comunidade tomam consciência de seu meio ambiente e adquirem o conhecimento, os

valores, as habilidades, as experiências e a determinação; que os tornam aptos a agir,

individual e coletivamente a resolver os problemas ambientais.

E de maneira complementar a Lei 9.795 de 1999, que a meu ver é uma extensão da

proposta de Tbilisi de 1977. Esta estabelece uma política nacional de educação

ambiental, baseada na seguinte definição para educação ambiental:

Processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do

meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e

sua sustentabilidade.

O que me atrai e compromete são os princípios humanista e participativo desta

política; que encara o meio ambiente em sua totalidade. Ainda, permite a uma

pluralidade de ideias e concepções pedagógicas, fundamentais para um trabalho

autônomo do professor. Interessante a vinculação entre a ética, educação e práticas

sociais, o que garantirá continuidade e permanência do processo educativo. E sem

dúvida de igual importância, a articulação entre as questões ambientais de caráter

local, nacional e global. Pois, vivemos um momento único de globalização econômica,

cultural e comunicacional.

A definição de educação ambiental por Fábio Cascino, também foi de grande

importância na construção do meu pensamento; em resposta a demanda atual de uma

nova área do conhecimento, a educação ambiental:

A associação de ambientalismo e ação educativa, isto é, a educação ambiental

implica necessariamente considerar problemas relativos a todas as formas de vida

existentes. Excluir, segmentar, deixar de incluir aspectos da vida das sociedades, das

culturas e dos indivíduos em suas estritas interações com o meio natural leva a

incorrer em graves equívocos.

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O autor deixou claro, a necessidade da educação ambiental estar vinculada a outras

práticas educativas, na produção e transformação do conhecimento. Articulando-se

com o conjunto do processo educacional. Ainda, a educação ambiental não se deve

fechar em doutrinas, já que sua essencialidade prática é eminentemente

interdisciplinar.

Pensando assim, tem que se reformular a formação do professor, reavaliando suas

forças de atuação, seu ambiente de trabalho e as interações com o ambiente externo

à sala de aula, aos alunos e à comunidade escolar com um todo.

Corrente de pensamento em conformidade com a nova LDB e seus PCNs(Lei

9394/96). Instrumento de referência curricular, que sugere à escola o trabalho com

atitudes, formação de valores, de habilidades e procedimentos, superando a

divulgação de informações e conceitos. Indica ainda, que o trabalho pedagógico seja

realizado por meio de projetos, como uma das formas de organizar o trabalho didático.

Os PCNs deixam claro, que a questão ambiental deve ser trabalhada de forma

contínua, sistemática, abrangente e integrada e não como áreas ou disciplinas.

(Brasil,1998, p.27)

Quanto a projeto, Boutinet(2002) deixa a seguinte definição:

Conceito dotado de propriedades lógicas a serem explicitadas em suas conexões com

a ação a ser conduzida. Mas, ao mesmo tempo, o projeto aparece como figura que

remete a um paradigma, simbolizando uma realidade que parece preexistir e escapar-

nos: aquela de uma capacidade a ser criada. O projeto seria, então, o avatar individual

e coletivo de um desejo primitivo de apropriação.

Então, projeto supõe a realização de algo que ainda não existe. Mas, pode ser

alcançado.

Pela natureza interdisciplinar, o desenvolvimento de projetos em educação

ambiental é uma perspectiva pedagógica bem promissora. A educação ambiental

globaliza e articula, trazendo para à escola um universo de significações, que

envolvem questões presentes no cotidiano, na vida, nas relações entre a sociedade e

a natureza.

Bem, tudo isso parece ser bem transformador. Entretanto, somente acontecerá gestão

ambiental revolucionária, com criação de instrumentos e espaços democráticos;

fortalecendo e capacitando a sociedade civil para dividir responsabilidades e conduzir

ações sociais de interesse público.

Infelizmente, não é o que acontece. Ainda, nos deparamos com um discurso e visão

fragmentados dos potenciais transformadores de um processo educativo, que possa

viabilizar sustentabilidade na política de gestão ambiental. E com a falta de preparo

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conceitual dos professores da escola pública, para trabalhar com projetos de

forma interdisciplinar.

CAPÍTULO I

Contextualização, prática necessária ao ensino atual.

A sociedade atual e sua complexidade exige uma educação, cujo o ensino saia da

formação de modelos, memorização e fragmentação do conhecimento.

Neste sentido a política educacional determina uma reorganização curricular, com o

objetivo de desenvolver os conteúdos utilizando a interdisciplinaridade e a

contextualização; através de uma nova LDB nº 9394/96.

Há uma superação da fragmentação disciplinar escolar, com essa nova organização

curricular. A articulação e a integração dos conhecimentos através de uma constante

interdisciplinaridade e contextualização são as responsáveis por essa conquista na

forma de ensinar nas escolas.

A vantagem da interdisciplinaridade é que ela consegue reunir vários conhecimentos

em favor da resolução de um problema apresentado. Em um texto geográfico, além do

conhecimento específico da matéria, o aluno pode enriquecer seu vocabulário

procurando palavras desconhecidas presente no texto em dicionários. Assim,

contribuindo para ampliação de sua compreensão sobre o texto lido. O que o ajudará

na produção de texto de outras disciplinas.

O professor comprometido com a aprendizagem do aluno tem que resgatar a

importância do seu cotidiano, para que este participe mais intensamente de suas aulas

e corresponda com um aprendizado mais efetivo. Através de aplicações práticas do

conhecimento visto em sala de aula em nossas vidas.

Como a escola localiza-se em uma área de preservação ambiental e é bastante

carente em relação a saneamento básico e este só pode chegar através do diálogo

entre o poder público e os moradores, ainda como mediadora a lei de proteção

ambiental. Então, nos anos que estive trabalhando na escola pouco foi feito na

questão do atendimento dessas melhorias, coleta de lixo, água encanada, esgoto

tratado, asfalto, etc...Estas necessidades sempre esbarravam na questão do impacto

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que causariam a região; e os moradores sempre aceitavam a protelação em nome de

um meio ambiente protegido.

Refletindo sobre a situação, determinei que o poço artesiano e a fossa séptica seriam

trabalhados com os alunos do sétimo ano. A intenção era envolver pelo menos mais

duas disciplinas além da minha(geografia), trabalharia sobre água e enfatizaria a

importância da preservação dos lençóis freáticos, e a localização das fossas. Pois,

estas são muito utilizadas pelos moradores, como os poços também o são. Ciências

cuidaria das doenças transmissíveis através da água. E a matemática ajudaria nos

cálculos das áreas das fossas e distâncias dessas em relação ao lençol de água.

Dessa forma, a contextualização permite ainda, que o aluno perceba o saber não

apenas como um acúmulo de conhecimento técnico-científico; mas como uma

ferramenta que o prepara para enfrentar os problemas, que a vida coloca em seu dia a

dia.

A fragmentação, a distância entre os conteúdos gera desinteresse, apatia cognitiva,

pois a aprendizagem não se dará de maneira significativa. Esta ocorrerá em todo o

momento que o professor fizer um vínculo do aluno com o que ele está aprendendo.

Mostrando que ele é parte do processo como sujeito ativo da própria aprendizagem.

Então, o contexto remete a um significado para o conteúdo dado, e este deve basear-

se na vida social, nos fatos do cotidiano e na convivência do aluno. Porque o aluno

vive um mundo regido pela natureza, pelas relações sociais, estando exposto à

informações e a vários tipos de comunicação.

Portanto, o cotidiano, o ambiente físico e social deve fazer a ponte entre o que se vive

e o que se aprende na escola. O professor bem intencionado e com propósito

aproveita-se do conhecimento prévio do aluno, para planejar as suas intenções;

fazendo com que o conceito a ser aprendido parta do próprio aluno.

O mundo globalizado exige e necessita de mudanças na forma de ensinar,

consequentemente precisa de professores bem preparados e atualizados quanto às

práticas de ensino, além de serem criativos e facilitadores de aprendizagem.

De acordo com a LDB nº 9394/96 em seu art. 1º:

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na

convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos

movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. –

art 2º:” Essa educação deverá vincular-se ao mundo do trabalho e da prática social”.

Devemos entender que, o ensinar não ocorrerá somente na sala de aula, com o

professor detentor de todo conhecimento e estratégias de ensino. O amparo legal

permite que o professor ouse mais em busca da qualidade de ensino para todos, e da

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transformação social. Ansiada pelos alunos que detiveram em suas mentes e

corações os ideais do velho mestre.

CAPÍTULO II

ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A CARACTERIZAÇÃO DO LUGAR NO ENTORNO DA ESCOLA UACURY DE CAMPINAS/SP

O professor ter uma área de preservação ambiental no entorno de sua escola é

bastante instigante e remete-o a querer envolver seus alunos com o tema: MEIO

AMBIENTE E CIDADANIA. Este patrimônio de nossa cidade é um laboratório a céu

aberto e nos convida a estar em contato a todo momento. Não podemos abrir mão de

contextualizar em sala de aula esta experiência peculiar, que envolve a toda

comunidade escolar.

Minha clientela também tem aspectos peculiares, talvez por viverem em lugar tão

privilegiado com uma mata nativa e o rio Atibaia ao fundo de nossa escola; eles sejam

tranquilos e ávidos por defenderem a natureza. Trabalhar com a questão ambiental é

garantia de participação quase total dos alunos.

A APA, além de ser meu referencial teórico na preparação de minhas aulas é também

nossa realidade diária; fruto de nossas reflexões constantes, ora por envolvimento em

uma luta por asfalto ecológico(que ainda não saiu de projeto), ora pelo lamaçal que as

estradas tornam-se em dia de chuva...E assim é nossa luta de todos os dias, que nos

torna parceiros na busca da superação de nossas dificuldades.

Macrozona 1 – Área de Proteção Ambiental-APA.

Compreende a APA municipal, estabelecida pela Lei 10.850 de 07/06/2001,

contemplando integralmente as áreas dos distritos de Sousas e Joaquim Egídio, em

suas porções urbana e rural, e a porção nordeste do município; localizada entre o

distrito de Sousas, o rio Atibaia e os limites intermunicipais Campinas-Jaguariúna e

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Campinas-Pedreira, parte rural onde se inserem os núcleos urbanos referentes ao

bairro Carlos Gomes, Jardim Monte Belo e Chácaras Gargantilha. Sua delimitação

geográfica abrange todo o território do interflúvio dos rios Atibaia e jaguari no

município, onde se insere parte da APA estadual dos rios piracicaba e juqueri-

mirim(trecho da bacia do rio jaguari). Possui altitudes que variam de 550 m a 1078 m,

na serra das cabras, sendo esta a porção mais elevada do município. Localizada no

quadrante nordeste do município, fazendo limite com os municípios de Valinhos,

Morungaba, Pedreira e Jaguariúna, sendo formada apenas por única área de

planejamento-AP1.A macrozona 1 possui uma área de aproximadamente 224 km²,

que corresponde a 27% da área do município. Constitui-se em sua maior parte de área

rural e caracteriza-se por apresentar baixa densidade de urbanização.

A população desta macrozona, segundo o censo demográfico de 2000 era de 20.153

habitantes, que correspondia a 2,08% da população total do município, sendo que

16.896 habitantes concentram-se na zona urbana(83,84%) e 3.257 na zona

rural(16,16%).

O distrito de Joaquim Egídio possui 89,25 km² e uma densidade de 28.21 Hb/km²,

conforme o mesmo censo.

Sousas por sua vez, possui uma área de 65,50 Km² e uma densidade de 222,56

hab/Km². As área destes distritos representam 11,14% e 8,18% respectivamente do

total da área do município.

Em 2000 esses mesmo distritos concentravam 14,578 habitantes(Sousa) e 2.518

habitantes(Joaquim Egídio, 1,50% e 0,26% respectivamente da população do

município(969.386 habitantes).

Área de notável valor ambiental, onde há uma cobertura vegetal exuberante, com rico

patrimônio histórico/cultural, tanto em sua porção rural, predominante, como em seus

núcleos urbanos históricos.

Apresenta relevo de serras, diferenciado do restante do município e importantes

atributos do ambiente natural, que incluem recursos hídricos imprescindíveis à região,

como os mananciais dos rios Atibaia e jaguari.

Atualmente a região da APA configura um quadro particular do múltiplo contexto

ambiental e cultural de Campinas, resultado do meio físico e biótico, como do

processo histórico específico de ocupação territorial e dinâmica produtiva.

Entretanto, é a porção urbana mais ao norte da APA, que nos interessa. Pois, é a

região onde localiza a escola UACURY DE ASSIS BASTOS e onde moram as famílias

da clientela da escola.

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Esta área da APA apresenta predomínio de uma ocupação por loteamentos oriundos

de chácaras de recreio, como o Jd. Monte Belo e Chácaras Gargantilha, bastante

utilizada para morada permanente hoje em dia; tem condições bem precárias de

infraestrutura e de serviços públicos.

Quero destacar pela relevância que tem para nós trabalhadores e moradores do local,

as características históricas do núcleo Carlos Gomes, antigo bairro rural, cujo

patrimônio é de interesse cultural.

É conhecido como atividade econômica nesta área a exploração mineral, atividades

agropecuárias, com a presença de gado de leite e do cultivo de café e da cana. A

cultura anual parece ser pouco significativa e a cultura perene é desenvolvida com

mais expressão em Joaquim Egídio. O reflorestamento com eucaliptos e a existência

de campos limpos ocupam extensões relevantes nos distritos de Sousa e Joaquim

Egídio, respectivamente.

A APA de modo geral, tem características particulares no contexto do ambiente

natural, apresentando conjuntos de construções remanescentes dos períodos

canavieiro e cafeeiro, com elementos arquitetônicos históricos, grande parte deles

tombados pelo patrimônio histórico.

As fazendas e seu contexto paisagístico, as casas sede, terrenos colônias, tulhas e

estações do ramal ferroviário, os núcleos urbanos e todos os demais vestígios das

sucessivas fases históricas revelam dos valores dessa região de Campinas/SP.

As diretrizes gerais para a região desta macrozona 1:

-coibição da verticalização e adensamento; -contenção da expansão urbana nos

limites da área urbana atual; -proibição da instalação de indústrias; -estímulo de

atividades turísticas que valorizem os atributos naturais, arquitetônicos, históricos ou

culturais; -conservação dos recursos hídricos e das matas nativas;

-Preservação dos leitos férreos desativados, para eventual utilização por transporte de

passageiros, turísticos/lazer local.

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CAPÍTULO III

Saneamento Básico, um aliado na construção de uma consciência crítica e cidadã.

O saneamento ambiental não tem sido historicamente priorizado, seja na formulação de políticas públicas ou nas ações do setor privado da economia, resultando em condições insatisfatórias, que decorrem da sua insuficiência ou deficiência. Esse fato é agravado pela falta de informação e de educação da população para enfrentar as condições sanitárias precárias vividas, aliando-se à falta de incorporação de hábitos e práticas sanitárias e ambientais em seu quotidiano.(Helena Ribeiro/2002)

1- Saneamento em Campinas

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O município de Campinas capta água dos rios Atibaia e Capivari, sendo que o Atibaia

é responsável por 95% do abastecimento da cidade. Este rio corta a região da escola

e sem tratamento do esgoto doméstico; eu e os alunos ficamos muito preocupados

com a situação. Entretanto, entramos em consenso que a situação do esgoto industrial

é bem pior e deteriorou muito a água do Atibaia. Rio que muitos anos atrás servia de

lazer e a sobrevivência dos moradores.

A Sanasa é responsável pelos serviços de saneamento em Campinas, englobando a

captação, adução, tratamento, preservação e distribuição de água potável, ainda

coleta, afastamento e tratamento do esgoto doméstico do município.

Atualmente a empresa municipal atende cerca de 98% da população urbana de

Campinas com seis estações de tratamento de água, as chamadas ETAS. O índice de

atendimento à população rural é menor. Sabemos na comunidade, que o atendimento

nos é dado através de caminhões pipas, que atende a quem compra, por uma questão

de gerenciamento compartilhado da APA. Onde, sempre coube a comunidade a

decisão por continuar preservando às características naturais da região.

As agressões ao meio ambiente são constantes, devido a uma insatisfatória e

precária fiscalização, resultado de uma política municipal alienada do meio ambiente

em Campinas/SP. Dessa forma atualmente, a situação dos mananciais de Campinas é

considerada insatisfatória, sendo necessário para o tratamento adequado da água,

processos avançados como pré e interalcalinização, o uso contínuo de carvão e como

desinfetante a cloramina.

Quanto ao esgotamento, atualmente a SANASA atende 88% da população urbana de

Campinas, com 210 mil ligações, por meio de 3.112 km de redes, emissários e

interceptores.

Entretanto, o maior desafio do município encontra-se, no tratamento desse esgoto,

onde a maior parte do esgoto produzido pelo município é lançado diretamente nos

córregos e ribeirões que atravessam a área urbana de Campinas, o que compromete

os demais usos de água disponíveis, e sobretudo, a qualidade ambiental da região,

além de poluir os afluentes dos rios Atibaia e Capivari; mananciais onde a SANASA

capta água para a população. A situação desses córregos, ribeirões e rios é

lastimável. Vítimas de ações de empresários inescrupulosos, aliadas a falta de

comprometimento político governamental e populacional. Omissão que nos faz pagar

muito caro, com um ambiente tão degradado e sem perspectivas de recuperação.

Campinas tem hoje 82% de todo o esgoto doméstico tratado. Junto com Brasília são

as primeiras em termos de saneamento básico. Um grande salto dado na qualidade de

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vida dos campineiros, que em 2001 tinha apenas 5% do esgotamento doméstico

tratado.

Recentemente, foi inaugurado a ETE ANHUMAS, a maior estação de tratamento de

esgoto do interior do país. Com esta nova estação, Campinas passará a ter cerca de

65% do esgoto doméstico tratado.

Saneamento atualmente é dividido em cinco segmentos: abastecimento de água,

esgotamento sanitário, drenagem pluvial, controle de vetores e resíduos sólidos. O

objetivo do saneamento é a promoção da saúde e a melhoria da qualidade de vida das

pessoas aliada a preservação do meio ambiente. Iniciativa pequena em relação a

degradação , através da emissão industrial e doméstica de esgoto sem tratamento.

Situação justificada segundo o IBGE/2000, onde aproximadamente 23% da população

brasileira vivia na zona rural, 31 milhões de brasileiros que vivem na sua grande

maioria sem acesso aos serviços de saneamento, com água tratada, destino

adequado dos esgotos e resíduos sólidos, sem controle de vetores e com dificuldades

no manejo da água pluvial. Realidade bem próxima da nossa comunidade, nas

proximidades do bairro Carlos Gomes. Onde todo esgoto doméstico e comercial é

jogado sem tratamento no rio Atibaia. Não há esgoto nessa região, condenando

mananciais e afluentes do Atibaia. Esta mais do que na hora de se estabelecer uma

política de ocupação dessas áreas de preservação. Quando há a permissão de

ocupação, tem que haver uma política ambiental contra impactos e de manutenção

sustentável do ambiente. Esta fazendo falta esta política, o que pode comprometer a

médio prazo a tentativa legal de preservação deste ambiente de APA.

Entre 1991 e 2000 a cobertura de abastecimento de água da população urbana

cresceu de 87,8% para 89.8%. Desalentador segundo o IBGE. A cobertura para a

população rural não atingia 20%. Em relação aos serviços de esgotamento sanitário,

seja por rede geral ou fossa séptica, a cobertura pela população urbana passou de

64,4% a 72% e o da população rural de 9,5% a 12,9%.(PMSS 2006).

Um dos grandes desafios do saneamento é atender a população de menor renda, concentradas em moradias precárias, dispersas nas periferias, em que se visualiza a significativa carência de infraestrutura de saneamento. Essa situação é agravada no Brasil, devido à acentuada desigualdade existente, que cria o afunilamento entre a expansão urbana e a carência de infraestrutura de saneamento. O processo de crescimento e expansão das cidades ocorreu sem planejamento urbano adequado, levando uma crise urbana sem precedentes, tendo como principal característica a ocupação de áreas impróprias, como mananciais e APPs, etc. Onde milhões de brasileiros não têm acesso ao solo urbano e a moradia, senão através de formas ilegais.(Helena Ribeiro/2002)

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Nas últimas décadas, o desmatamento das encostas e das matas ciliares, assim como

a poluição vêm contribuindo para a diminuição da quantidade e qualidade da água das

nascentes, rios, poços e lagos. Já vimos acima, consequência de uma política efetiva

de preservação ambiental, aliada a um planejamento de ocupação das áreas de

preservação permanente. Responsabilidade solidária da sociedade que se omite e

pouco participa das decisões relativas a ocupação do solo na cidade; e pela situação

econômica dos cidadãos que ocupam essa área como última alternativa de moradia. O

que muito contrasta com o crescimento de condomínios fechados no entorno dessa

região de APA. Sabemos da flexibilidade do governo municipal ante ao poder

econômico, facilitando a construção cada vez maior desses condomínios fechados.

Mostrando as reais intenções do planejamento urbano oficial. Ou seja, a paisagem

local é modelada a partir dos interesses do capital e não do ambiente.

Cabe a toda zona rural a tarefa de preservar as nascentes de sua propriedade em seu

benefício e de toda sociedade. É preciso que as pessoas conscientizem do uso correto

da água, aproveitando os recurso existentes nas propriedades rurais, ou de onde

venha sua captação.

2- Riscos de doenças através do uso da água.

Com atual situação de saneamento básico nos bairros inseridos imprudentemente na

área de preservação permanente de Campinas, pode colocar em risco à saúde dos

habitantes. Já que, água contaminada pode de várias maneiras prejudicar a saúde

das pessoas. Através da ingestão direta de alimentos, pelo seu uso na higiene pessoal

e no lazer, na agricultura, na indústria, pecuária, suinocultura, avicultura e psicultura.

Saúde é o estado de completo bem estar físico, mental e social e não apenas a

ausência de doenças. O que nos remete a uma relação mais amistosa com o meio

ambiente, o que vai propiciar este bem estar. Sem cuidado com o meio ambiente, não

há como gozar de saúde. Pois, sua contaminação retornará e comprometerá o

equilíbrio natural; necessário à saúde do próprio sistema ambiental.

O desequilíbrio permitirá a ação dos principais agentes biológicos encontrados nas

águas contaminadas, que são os parasitas, as bactérias patogênicas e os vírus.

Causadores das principais doenças relacionadas com a água, que são as que se

seguem: amebíase, doença originada por uma ameba; protozoário de vida livre,

parasita. Além de disenteria amebiana, a colite podem provocar dores abdominais,

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astenia, lassidão e emagrecimento. É uma doença curável, o tratamento tem de ser

intensivo e supervisionado por especialista. Medidas sanitárias e cuidado com os

alimentos, principalmente os ingeridos crus.

Minha preocupação com as doenças é justamente porque a comunidade escolar usa

água de poço e fossas sépticas secas. Então, meus alunos são alvo em potencial de

doenças sanitárias, que não mais deveriam atingir as crianças no país, que as tenha

como preocupação principal. Meus esforços se orientarão para a divulgação e

conhecimento dessa situação, para que possam de alguma forma se protegerem.

As questões relativas aos resíduos gerados pelas cidades têm se avolumado e se agravado, a ponto de se constituírem, atualmente, num dos principais desafios da sociedade em geral, e de gestores urbanos em particular. Os resíduos sólidos representam uma parte importante desse problema, ao lado dos resíduos líquidos e das emissões atmosféricas. Reduzir os impactos desses resíduos, sobre o ambiente e sobre as próprias comunidades, é tarefa que exige, ao lado de conhecimentos técnicos adequados, decisão política e empenho coletivo.(Regina Tortorella/2006)

3- Águas do subsolo.

Orientar quanto a construção de poços artesianos é de suma importância para os moradores. Para que dessa forma evitem a contaminação dos lençóis freáticos. Pois, grande parte da água utilizada pelos moradores da região vem dos poços artesianos clandestinos. Precários, já que não existe programa oficial e nem particular de análise desta água.

A água do subsolo pode ser encontrada em fontes e poços. Na fonte, a água brota

naturalmente do terreno. O poço aproveita a água obtida de uma abertura feita no

terreno.

O poço é uma abertura feita no solo com a finalidade de tirar água do subsolo. Pode

ser raso(mais comum) e profundos(cidades).

Poços rasos são denominados dessa maneira quando captam água do lençol freático,

onde a água se encontra acima da primeira camada impermeável. Em geral são de

forma circular e com profundidade nunca superior a 20 metros de fundura.

O poço pode ser de três tipos: escavado, perfurado e cravado.

O que mais nos interessa é o perfurado, por ser o mais comum na região da escola

Uacury.

Os poços rasos escavados são geralmente abertos por escavação manual, o que

exige diâmetro de 0,80 a 1,50 m. Em alguns casos pode ter mais de 2,0 metros e são

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popularmente chamados de cacimbões. Este pode ser mais facilmente contaminado.

Dificilmente tem mais de 10 metros de fundura.

Os poços rasos perfurados são abertos por meio de trados, brocas e escavadeiras

manuais, com diâmetros pequenos de 0,15 a 0,30 m. São aconselhados para lençóis

freáticos de pequena profundidade e grande vazão. Geralmente tem profundidade

entre 8 a 20 metros.

Os poços rasos cravados são metálicos providos de ponteiras, cravados por

percussão ou rotação em pequenos diâmetros 3 cm a 5 cm, usados como solução de

emergência em lençóis freáticos de pequena profundidade e grande vazão.

A proteção dos poços rasos visam impedir a sua contaminação e o conhecimento de

possíveis meios pelos quais ele se processa. Os meios mais comum de contaminação

são os que se seguem: -contaminação pelo lençol, a proteção dar-se-á com a

localização do poço longe de possíveis focos de contaminação e com o impedimento

de que não sejam instalados após a implantação do poço; -infiltração de água

contaminada da superfície através das paredes laterais, a proteção é feita com as

paredes sendo impermeabilizadas até três metros abaixo da superfície do solo pelo

menos; -entrada pela boca de objetos contaminados , animais, detritos, baldes, etc. A

proteção dar-se-á com a colocação de uma tampa selada, com caimento para fora. É

necessário deixar uma abertura de inspeção de 0,60 x 0,60 m, com tampa selada com

argamassa fraca; -o sistema de retirada da água de dentro do poço deve ser muito

cuidadoso, procurando-se utilizar maneiras que impeçam de haver contato da parte

externa com o interior do poço.

No ambiente rural o poço raso é o mais empregado, porque a quantidade de água

fornecida por ele é suficiente para o abastecimento domiciliar, como também porque a

sua proteção sanitária é relativamente simples e barata.

A preocupação é grande na região, quanto a contaminação dos poços artesianos. Os

dejetos humanos e animais podem originar doenças e até a morte. Esses dejetos ao

serem depositados no solo, podem contaminar com agentes infecciosos. Depois, de

caírem na terra, são de alguma maneira levados para as águas e podem chegar até

aos alimentos, contaminandos-os também. Eles podem ser arrastados pela água da

chuva, pelo vento, por outras pessoas ou animais. As doenças relacionadas com os

dejetos mais comuns no meio rural são: solitárias, lombrigas, diarreia, cólera e

hepatite.

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A principal forma de contaminação humana é através de alimentos e água

contaminados com fezes. Essa contaminação se dá em geral através de mãos sujas,

de vetores, da manipulação de alimentos e utensílios domésticos e de consumo de

água contaminada. Situação que pode ser agravada pela simplicidade das pessoas,

que trabalham nas chácaras de veraneio, que não entendem a extensão de sua

ignorância, quanto aos hábitos simples de higiene.

4- Barreiras sanitárias.

A atenção então, é no uso consciente por parte da população das barreiras sanitárias;

maneira de quebrar a cadeia de transmissão das doenças relacionadas com os

dejetos é através do uso de barreiras sanitárias. A barreira sanitária se constitui na

disposição conveniente dos dejetos, de modo que estes não sejam acessíveis ao

homem e aos vetores, não poluam águas e o solo. E não acarretam outros

inconvenientes, tais como maus odores e mau aspecto no ambiente.

As barreiras sanitárias são obras de saneamento para tratamento dos dejetos que

evitam o contato de todas as secreções humanas e de animais com a água, o solo, os

alimentos e o próprio homem. Podem ainda, aproveitar os dejetos em usos diversos e

ao não permitir a transmissão de doenças, melhoram a vida das comunidades e

garantem o desenvolvimento das mesmas.

A comunidade do entorno da escola não contam com esta importante infraestrutura,

que os pouparia dos riscos de contaminação via água contaminada. Os dejetos

domésticos vão cair irremediavelmente no rio Atibaia. A educação quanto a instalação

correta dos poços é o fator mais importante de saúde nestes bairros próximos à

escola. Mais uma vez, saliento a necessidade do gestor público olhar com atenção

essa situação na nossa região. A falta de esgoto poderá comprometer sobremaneira a

qualidade das águas do rio Atibaia, tornando cada vez mais caro o tratamento dessas

águas, para o consumo da própria população. Não há mais tempo e medidas de

saneamento fazem-se urgente nesta região. Tem que se buscar formas sustentáveis

de desenvolvimento destas áreas. Aliando esse desenvolvimento ao bem estar da

população, ao mesmo tempo protegendo o meio ambiente. Esse sem dúvida o

patrimônio maior da comunidade e da própria cidade de Campinas/SP.

5- Dificuldades no saneamento rural.

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Em áreas rurais a destinação adequada dos excretos não é meramente um problema

técnico. O uso de fossas secas e outros tipos de latrinas tem sido considerado conduta

apropriada e relativamente barata.

Na grande maioria das vezes a dificuldade com a destinação dos dejetos na zona rural

consiste em convencer as pessoas a usar e a manter a latrina.

A fossa seca consiste basicamente numa escavação no solo com forma cilíndrica e

diâmetro de 0.80 m, na qual as fezes e o material de asseio são depositados.

Na boca da fossa deve ser construída uma base suporte para a sustentação do piso

da privada na qual existe um orifício para a passagem do material fecal e outros.

Sobre o piso da privada é construído uma casinha provida de porta para abrigar o

usuário.

O volume da fossa deve ser de pelo menos 0,06 m³(60 litros) por pessoa a cada ano

de uso da privada, mais uma folga superior na altura de 50 cm,

Uma característica básica da fossa seca é que ela não deve receber água de

descargas, de banhos, de lavagem, de enxurrada. Seus principais problemas são a

geração de odor e a proliferação de insetos.

O conhecimento teórico acima pode propiciar ao professor a contextualização do que

ensina, tornando significativo o conteúdo ministrado e eficiente a aprendizagem de

seus alunos. A APA, os poços e as fossas são verdadeiros laboratórios que não

podem ser desprezados pelos professores da nossa escola. Percebo que a sala de

aula também deve ser transformada em laboratório de pesquisa do ser humano e seus

relacionamentos, interesses e motivações. Sem o que, continuaremos amargar

irrelevantes e ínfimos resultados na educação e saúde de São Paulo e Brasil.

O processo de formação docente não se reduz ao treinamento e capacitação, nem sequer na transmissão de conhecimentos, mas, é, acima de tudo, uma reconstrução de valores éticos, uma valorização da práxis refletida. Assim, o professor precisa ser capaz de refletir a ação, sobre a ação e sobre a reflexão na ação. (Nóvoa, 1995; Shon, 1995):

CONCLUSÃO

Minha pesquisa confirma a importância e o lugar do Meio Ambiente no pensamento

científico contemporâneo. Protagonizando inúmeras ações dentro das escolas em

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favor da aprendizagem dos alunos. Os professores atualmente têm procurado aliar o

conhecimento produzido na universidade, com o conteúdo dado em sala de aula; em

favor de um ensino mais dinâmico e competente.

A educação Ambiental com ações e práticas educativas cotidianas, pode ter

fortalecidas e aprofundadas suas raízes na escola; contexto privilegiado de atuação.

Assim, a educação ambiental torna-se parte indissociável dos conteúdos, das

atividades ministradas pelos professores. Por fim, da formação ambiental dos alunos.

Os resultados do SARESP ao longo dos anos da EE. Prof.º Uacury Ribeiro de Assis

Bastos mostram a importância do trabalho em equipe, baseado na contextualização e

interdisciplinaridade. Por trás desses resultados encontramos um repensar do Estado,

em relação a formação dos professores. Para atender a demanda do SARESP ela

deve ser contínua, com a oferta de especialização para os professores efetivos.

Além do aspecto profissional, temos o aspecto econômico, caracterizado pelo bônus,

gratificação em dinheiro para a equipe escolar, que ultrapassar as metas

estabelecidas para o ano, e que têm o SARESP como referência.

Outras mudanças se fazem necessárias. Por exemplo, na formação acadêmica dos

professores das séries iniciais do ensino fundamental, com a inserção da EDUCAÇÃO

AMBIENTAL como nova disciplina. Quero enfatizar esse estudo na formação

acadêmica dos novos professores, para que estejam aptos a tratar do meio ambiente

de maneira interdisciplinar; independentemente de sua licenciatura. Consolidando na

escola, uma nova prática educativa; que promoverá a aprendizagem a partir da vida

cotidiana. Estabelecida por novas relações dos professores com o ambiente externo à

sala de aula, com os alunos e comunidade.

Quanto a questão José Erno Tablieber nos alerta:

Apesar das recomendações a Educação Ambiental não tem sido incluída nos

currículos dos cursos de formação de professores mais tradicionais, nem de maneira

interdisciplinar ou transversal. Comprometendo o trabalho das instituições de ensino

infantil e fundamental. Pois, têm dificuldades para incluir esta abordagem em seus

currículos. Tratando de maneira pontual a questão ambiental, com limpeza de rios,

praias na semana do meio ambiente; se omitindo da discussão sobre modelo

econômico e consumismo. Complementando Pimenta e Ghedin(2002) afirmam que a

reflexão sobre as contradições no processo de formação de professores ganha uma

outra dimensão, centrada na investigação do próprio trabalho em sala de aula e na

escola.

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A análise feita com os resultados do SARESP da EE Profº Uacury R. A.

Bastos,comprovaram um salto de qualidade no ensino oferecido aos seus alunos.

Baseado no fortalecimento do trabalho em equipe, com uma preocupação única na

aprendizagem de todos os alunos, principalmente quanto à competência leitora.

O trabalho de base desenvolvido com o ensino da Língua Portuguesa nas séries

iniciais do ensino fundamental com 21,7% dos alunos do 5º ano no nível avançado,

determinou não só o sucesso da equipe escolar, mas sobretudo o da aprendizagem

em outras disciplinas.

Geografia por exemplo, atingiu em 2009 no SARESP, 15,8% dos alunos do 3º ano do

ensino médio no nível avançado de ensino. Alunos com conhecimento e domínio de

conteúdos, competências e habilidades acima do requerido para a série em que se

encontram.

Então, os problemas de aprendizagem não serão resolvidos de maneira solitária, mas,

pelo trabalho integrado de gestão e docência; mediado pelo ambiente e comunidade

do entorno da escola.

BIBLIOGRAFIA

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ocupação periférica de baixa renda em áreas de mananciais: Consequências

ambientais no meio urbano.ANPPAS, 2006.3ª séri

Oe do Ensino