efeitos dos contratos de trabalho efeitos contratuais prÓprios efeitos contratuais prÓprios são...

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EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHO EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHO EFEITOS CONTRATUAIS PRÓPRIOS EFEITOS CONTRATUAIS PRÓPRIOS São efeitos inerentes ao contrato de trabalho. São obrigações São efeitos inerentes ao contrato de trabalho. São obrigações inevitáveis que decorrem do pacto laboral. inevitáveis que decorrem do pacto laboral. Obrigações do Empregado: Obrigações do Empregado: Possui, essencialmente, Obrigações Possui, essencialmente, Obrigações de Conduta. de Conduta. - - Obrigações de Fazer Obrigações de Fazer : Prestação de Serviços; Comportamento : Prestação de Serviços; Comportamento de Boa-fé; Assiduidade; Diligência na prestação dos serviços; de Boa-fé; Assiduidade; Diligência na prestação dos serviços; - - Obrigações de Não Fazer: Obrigações de Não Fazer: Abstenção de Concorrência com as Abstenção de Concorrência com as atividades do empregador (art. 482, “c”, da CLT) atividades do empregador (art. 482, “c”, da CLT) Obrigações do Empregador: Obrigações do Empregador: Possui, essencialmente, Obrigações Possui, essencialmente, Obrigações de Dar/Pagamento (ex: pagar todas as verbas salariais), mas de Dar/Pagamento (ex: pagar todas as verbas salariais), mas também possui obrigações de fazer (ex: assinatura da CTPS, também possui obrigações de fazer (ex: assinatura da CTPS, emissão de CAT, exames médicos admissionais, periódicos e emissão de CAT, exames médicos admissionais, periódicos e demissionais etc). demissionais etc).

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EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

EFEITOS CONTRATUAIS PRÓPRIOSEFEITOS CONTRATUAIS PRÓPRIOS São efeitos inerentes ao contrato de trabalho. São obrigações São efeitos inerentes ao contrato de trabalho. São obrigações

inevitáveis que decorrem do pacto laboral.inevitáveis que decorrem do pacto laboral.

Obrigações do Empregado:Obrigações do Empregado: Possui, essencialmente, Obrigações de Possui, essencialmente, Obrigações de Conduta.Conduta.- - Obrigações de FazerObrigações de Fazer: Prestação de Serviços; Comportamento de Boa-: Prestação de Serviços; Comportamento de Boa-fé; Assiduidade; Diligência na prestação dos serviços; fé; Assiduidade; Diligência na prestação dos serviços; - - Obrigações de Não Fazer:Obrigações de Não Fazer: Abstenção de Concorrência com as Abstenção de Concorrência com as atividades do empregador (art. 482, “c”, da CLT)atividades do empregador (art. 482, “c”, da CLT)

Obrigações do Empregador:Obrigações do Empregador: Possui, essencialmente, Obrigações de Possui, essencialmente, Obrigações de Dar/Pagamento (ex: pagar todas as verbas salariais), mas também Dar/Pagamento (ex: pagar todas as verbas salariais), mas também possui obrigações de fazer (ex: assinatura da CTPS, emissão de CAT, possui obrigações de fazer (ex: assinatura da CTPS, emissão de CAT, exames médicos admissionais, periódicos e demissionais etc).exames médicos admissionais, periódicos e demissionais etc).

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

PODERES DO EMPREGADORPODERES DO EMPREGADOR É um dos principais efeitos próprios do contrato de trabalhoÉ um dos principais efeitos próprios do contrato de trabalho O chamado O chamado Poder Empregatício Poder Empregatício “concentra um conjunto de “concentra um conjunto de

prerrogativas de grande relevo socioeconômico, que favorecem, prerrogativas de grande relevo socioeconômico, que favorecem, regra geral, a figura do empregador, conferindo-lhe enorme regra geral, a figura do empregador, conferindo-lhe enorme influência no âmbito do contrato e da própria sociedade”. influência no âmbito do contrato e da própria sociedade”. (Godinho)(Godinho)

Conceito:Conceito: “Conjunto de prerrogativas com respeito à direção, “Conjunto de prerrogativas com respeito à direção, regulamentação, fiscalização e disciplinamento da economia regulamentação, fiscalização e disciplinamento da economia interna à empresa e correspondente prestação de serviços”. interna à empresa e correspondente prestação de serviços”. (Godinho)(Godinho)

Poderes do Empregador x Poder Hierárquico:Poderes do Empregador x Poder Hierárquico: O termo “Poder O termo “Poder Hierárquico” deve ser superado por refletir resquícios da teoria Hierárquico” deve ser superado por refletir resquícios da teoria institucionalista do Direito do Trabalho.institucionalista do Direito do Trabalho.

Espécies:Espécies: Poder Diretivo; Poder Regulamentar; Poder Fiscalizatório Poder Diretivo; Poder Regulamentar; Poder Fiscalizatório e Poder Disciplinar.e Poder Disciplinar.

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

FUNDAMENTOS DO PODER EMPREGATÍCIOFUNDAMENTOS DO PODER EMPREGATÍCIO São 03 as principais Teorias que buscam fundamentar a existência do São 03 as principais Teorias que buscam fundamentar a existência do

Poder Empregatício: Teoria da Propriedade Privada; Teoria Poder Empregatício: Teoria da Propriedade Privada; Teoria Institucional; Teoria Contratual;Institucional; Teoria Contratual;

Teoria da Propriedade Privada:Teoria da Propriedade Privada: É a mais antiga das Teorias e É a mais antiga das Teorias e fundamenta a existência do Poder Empregatício no fato de que o fundamenta a existência do Poder Empregatício no fato de que o empregador é o proprietário dos meios de produção e, portanto, é o empregador é o proprietário dos meios de produção e, portanto, é o detentor do comando. O empregador comanda porque é dono;detentor do comando. O empregador comanda porque é dono;

Teoria Institucional:Teoria Institucional: Possui um caráter mais político do que jurídico. Possui um caráter mais político do que jurídico. Teoria Contratual:Teoria Contratual: Estabelece que o poder empregatício resulta do Estabelece que o poder empregatício resulta do

ajuste contratual pactuado entre empregado e empregador. É esta a ajuste contratual pactuado entre empregado e empregador. É esta a Teoria que se utiliza hoje para justificação da existência do Poder Teoria que se utiliza hoje para justificação da existência do Poder Empregatício.Empregatício.

Fundamentos Legais:Fundamentos Legais: A legislação brasileira, implicitamente, A legislação brasileira, implicitamente, consagra o Poder Empregatício: Arts. 2º, 468, parágrafo único, 469 da consagra o Poder Empregatício: Arts. 2º, 468, parágrafo único, 469 da CLT.CLT.

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

NATUREZA JURÍDICA DO PODER NATUREZA JURÍDICA DO PODER EMPREGATÍCIOEMPREGATÍCIO

Direito Potestativo:Direito Potestativo: Esta vertente doutrinária confere ao Poder Esta vertente doutrinária confere ao Poder Empregatício o caráter de um Direito Potestativo, ou seja, tal Poder Empregatício o caráter de um Direito Potestativo, ou seja, tal Poder seria exercido de forma unilateral pelo empregador, cabendo ao seria exercido de forma unilateral pelo empregador, cabendo ao empregado somente o dever de cumpri-lo. Tal relação de sujeição empregado somente o dever de cumpri-lo. Tal relação de sujeição mostra-se superada;mostra-se superada;

Direito Subjetivo:Direito Subjetivo: O empregador teria o direito subjetivo de O empregador teria o direito subjetivo de exercer seu Poder Empregatício, cabendo ao empregado a obrigação exercer seu Poder Empregatício, cabendo ao empregado a obrigação de cumpri-lo. Tal vertente ainda mantém o traço unilateral do de cumpri-lo. Tal vertente ainda mantém o traço unilateral do fenômeno.fenômeno.

Direito-Função:Direito-Função: Constitui o poder atribuído ao titular para agir em Constitui o poder atribuído ao titular para agir em tutela de interesse alheio, e não de estrito interesse próprio. Esta tutela de interesse alheio, e não de estrito interesse próprio. Esta concepção representa a participação dos empregados no contexto concepção representa a participação dos empregados no contexto empresarial e, principalmente, traz a noção dos limites externos e empresarial e, principalmente, traz a noção dos limites externos e internos do Poder Empregatício.internos do Poder Empregatício.

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

PODER DIRETIVOPODER DIRETIVO É o poder que possui o empregador de disciplinar a estrutura É o poder que possui o empregador de disciplinar a estrutura

organizacional de sua empresa. É através deste poder que o organizacional de sua empresa. É através deste poder que o empregador tem a prerrogativa de ditar as normas técnicas ou empregador tem a prerrogativa de ditar as normas técnicas ou técnico-administrativas que orientam a prestação dos serviços;técnico-administrativas que orientam a prestação dos serviços;

É a exteriorização da autoridade do empregador;É a exteriorização da autoridade do empregador;

PODER REGULAMENTARPODER REGULAMENTAR Conjunto de prerrogativas concentradas no empregador dirigidas Conjunto de prerrogativas concentradas no empregador dirigidas

à fixação de regras gerais a serem observadas no âmbito do à fixação de regras gerais a serem observadas no âmbito do estabelecimento e da empresa;estabelecimento e da empresa;

A Doutrina majoritária entende que a atividade regulamentar não A Doutrina majoritária entende que a atividade regulamentar não ilustra uma espécie autônoma do poder empregatício, mas sim a ilustra uma espécie autônoma do poder empregatício, mas sim a exteriorização do Poder Diretivo.exteriorização do Poder Diretivo.

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PODER FISCALIZATÓRIO (OU DE CONTROLE)PODER FISCALIZATÓRIO (OU DE CONTROLE) Para Alice Monteiro de Barros, tal poder nada mais é que uma das Para Alice Monteiro de Barros, tal poder nada mais é que uma das

faculdades compreendidas no conteúdo do poder diretivo;faculdades compreendidas no conteúdo do poder diretivo; Godinho traz, didaticamente, tal poder como uma espécie Godinho traz, didaticamente, tal poder como uma espécie

autônoma daquilo que chama de Poder Empregatício, mas autônoma daquilo que chama de Poder Empregatício, mas reconhece também que este reflete uma simples manifestação do reconhece também que este reflete uma simples manifestação do poder diretivo, conceituando-o como: poder diretivo, conceituando-o como: “... O conjunto de “... O conjunto de prerrogativas dirigidas a propiciar o acompanhamento contínuo da prerrogativas dirigidas a propiciar o acompanhamento contínuo da prestação de trabalho e a própria vigilância efetivada ao longo do prestação de trabalho e a própria vigilância efetivada ao longo do espaço empresarial interno”. espaço empresarial interno”.

LIMITES AO PODER FISCALIZATÓRIOLIMITES AO PODER FISCALIZATÓRIO Atualmente, é inegável a existência de limites ao poder de controle Atualmente, é inegável a existência de limites ao poder de controle

empresarial;empresarial; Tais limites decorrem da existência de regras e princípios Tais limites decorrem da existência de regras e princípios

consagrados pela Constituição Federal de 1988 que asseguram, consagrados pela Constituição Federal de 1988 que asseguram, sobremaneira, a proteção à dignidade da pessoa humana.sobremaneira, a proteção à dignidade da pessoa humana.

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EXEMPLOS CLÁSSICOS DO PODER DE EXEMPLOS CLÁSSICOS DO PODER DE CONTROLECONTROLE

A)A) O PROCEDIMENTO DE REVISTA DOS EMPREGADOSO PROCEDIMENTO DE REVISTA DOS EMPREGADOS Até o início da década de 90, não havia no Brasil nenhuma Até o início da década de 90, não havia no Brasil nenhuma

norma disciplinando tal procedimento;norma disciplinando tal procedimento; A C.F/88, entretanto, já assegurava o direito à integridade (art. A C.F/88, entretanto, já assegurava o direito à integridade (art.

5º, X, C.F/88);5º, X, C.F/88); A partir de meados dos anos 90, algumas legislações municipais A partir de meados dos anos 90, algumas legislações municipais

passaram a proibir o procedimento de revista íntima (ex. Lei n. passaram a proibir o procedimento de revista íntima (ex. Lei n. 7.451/1998 – Belo Horizonte);7.451/1998 – Belo Horizonte);

A CLT, em seu art. 373-A, VI, (dispositivo inserido pela Lei n. A CLT, em seu art. 373-A, VI, (dispositivo inserido pela Lei n. 9.799/99), passou a proibir expressamente o procedimento de 9.799/99), passou a proibir expressamente o procedimento de revista íntima;revista íntima;

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B) B) FISCALIZAÇÃO POR INSTRUMENTOS VISUAISFISCALIZAÇÃO POR INSTRUMENTOS VISUAIS

O Brasil não possui disciplina legal que trate do assunto, motivo O Brasil não possui disciplina legal que trate do assunto, motivo pelo qual tem, via de regra, se aceitado a fiscalização do pelo qual tem, via de regra, se aceitado a fiscalização do empregado mediante o emprego de equipamentos audiovisuais;empregado mediante o emprego de equipamentos audiovisuais;

Limites: A jurisprudência tem estabelecido que há certos locais do Limites: A jurisprudência tem estabelecido que há certos locais do estabelecimento empresarial que, em razão de serem destinados estabelecimento empresarial que, em razão de serem destinados à intimidade do empregado (ex: banheiros), não podem ser à intimidade do empregado (ex: banheiros), não podem ser controlados mediante aparelhos audiovisuais;controlados mediante aparelhos audiovisuais;

Assim, o limite que se tem conferido à fiscalização mediante Assim, o limite que se tem conferido à fiscalização mediante instrumentos audiovisuais é à preservação dos momentos íntimos instrumentos audiovisuais é à preservação dos momentos íntimos do empregado.do empregado.

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C) C) CONTROLE EXERCIDO MEDIANTE POLÍGRAFOCONTROLE EXERCIDO MEDIANTE POLÍGRAFO Polígrafo é o instrumento também conhecido como detector de Polígrafo é o instrumento também conhecido como detector de

mentiras que mede as atividades neurovegetativas, reproduzindo-as mentiras que mede as atividades neurovegetativas, reproduzindo-as sob a forma gráfica, com o objetivo de aferir a veracidade das sob a forma gráfica, com o objetivo de aferir a veracidade das afirmações da pessoa que se submete ao aparelho;afirmações da pessoa que se submete ao aparelho;

O Polígrafo não é aceito como meio de prova pelos Tribunais O Polígrafo não é aceito como meio de prova pelos Tribunais brasileiros;brasileiros;

Por razões diversas, inclusive pelo fato de tratar-se de aparelho de Por razões diversas, inclusive pelo fato de tratar-se de aparelho de eficácia duvidosa, a utilização do polígrafo como instrumento de eficácia duvidosa, a utilização do polígrafo como instrumento de fiscalização é bastante combatida pelas Cortes Trabalhistas (ex: RO fiscalização é bastante combatida pelas Cortes Trabalhistas (ex: RO 00317-2003-092-00-9 – TRT 03ª REGIÃO – RELATOR JUIZ JOSÉ 00317-2003-092-00-9 – TRT 03ª REGIÃO – RELATOR JUIZ JOSÉ ROBERTO FREIRE PIMENTA – DJ 05/06/2004, PG. 14;ROBERTO FREIRE PIMENTA – DJ 05/06/2004, PG. 14;

Todavia, ao tratar das exigências das empresas de aviação, Todavia, ao tratar das exigências das empresas de aviação, sobretudo norte-americanas e após o atentado de 11 de setembro de sobretudo norte-americanas e após o atentado de 11 de setembro de 2001, os Tribunais, inclusive o TST, têm aceitado tal procedimento 2001, os Tribunais, inclusive o TST, têm aceitado tal procedimento (ex: TRT 2ª REGIÃO – 10ª TURMA – RO 00735-2002-036-02 – DJ (ex: TRT 2ª REGIÃO – 10ª TURMA – RO 00735-2002-036-02 – DJ 01/06/2004; TST – AIRR 524/2004-092-03-40 – DJ 30/09/2005)01/06/2004; TST – AIRR 524/2004-092-03-40 – DJ 30/09/2005)

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D) D) CONTROLE DE E-MAIL CONTROLE DE E-MAIL E-mail Pessoal x E-mail Coorporativo;E-mail Pessoal x E-mail Coorporativo; Art. 5º, XII, C.F/88, protege o cidadão contra à violação do sigilo Art. 5º, XII, C.F/88, protege o cidadão contra à violação do sigilo

da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas;das comunicações telefônicas;

Lei n. 9.296/1996 disciplina o art. 5º, XII, da C.F/88, admitindo a Lei n. 9.296/1996 disciplina o art. 5º, XII, da C.F/88, admitindo a interceptação telefônica autorizada pelo Juiz na investigação interceptação telefônica autorizada pelo Juiz na investigação criminal e na instrução processual penal;criminal e na instrução processual penal;

A jurisprudência brasileira tem se inclinado, quanto às A jurisprudência brasileira tem se inclinado, quanto às interceptações telefônicas, no sentido de que, quando os telefone interceptações telefônicas, no sentido de que, quando os telefone é utilizado como meio de execução das tarefas, a escuta pelo é utilizado como meio de execução das tarefas, a escuta pelo empregador é permitida (ex: TRT 10ª REGIÃO – RO 00439-2003-empregador é permitida (ex: TRT 10ª REGIÃO – RO 00439-2003-011-00-2 – DJ 20/02/2004);011-00-2 – DJ 20/02/2004);

Quanto ao e-mail, o controle do e-mail coorporativo tem sido Quanto ao e-mail, o controle do e-mail coorporativo tem sido aceito, inclusive como prova para fins de comprovação de justa aceito, inclusive como prova para fins de comprovação de justa causa (ex: TST – RR 613/2000-013-10-00-7 – DJ 18/05/2005)causa (ex: TST – RR 613/2000-013-10-00-7 – DJ 18/05/2005)

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PODER DISCIPLINARPODER DISCIPLINAR

Posição Negativista: Posição Negativista: Há autores que não admitem a existência Há autores que não admitem a existência do poder disciplinar sob o argumento de que o poder disciplinar do poder disciplinar sob o argumento de que o poder disciplinar punitivo constitui prerrogativa exclusiva do Estado;punitivo constitui prerrogativa exclusiva do Estado;

Posição Positivista: Posição Positivista: Por outro lado, a maioria da doutrina admite Por outro lado, a maioria da doutrina admite a existência do poder disciplinar, por meio do qual o empregador a existência do poder disciplinar, por meio do qual o empregador pune as faltas que o empregado praticar em serviço. É a forma pune as faltas que o empregado praticar em serviço. É a forma pela qual o empregador torna efetivo seu poder diretivo;pela qual o empregador torna efetivo seu poder diretivo;

Conceito: Conceito: “... Traduz a capacidade concedida ao empregador de “... Traduz a capacidade concedida ao empregador de aplicar sanções ao empregado infrator dos deveres a que está aplicar sanções ao empregado infrator dos deveres a que está sujeito por força de lei, de norma coletiva ou do contrato. O sujeito por força de lei, de norma coletiva ou do contrato. O exercício desse poder tem por fim manter a ordem e a harmonia exercício desse poder tem por fim manter a ordem e a harmonia no ambiente de trabalho”. no ambiente de trabalho”. (Alice Monteiro de Barros)(Alice Monteiro de Barros)

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Natureza JurídicaNatureza Jurídica::

- Teoria Penalista: Teoria Penalista: O poder disciplinar se identificaria com o poder O poder disciplinar se identificaria com o poder punitivo do Estado. punitivo do Estado. Crítica:Crítica: O poder punitivo do Estado é obrigatório, O poder punitivo do Estado é obrigatório, já o poder disciplinar é facultativo;já o poder disciplinar é facultativo;

- Teoria Civilista: Teoria Civilista: O poder disciplinar equipara-se à sanção civil. O poder disciplinar equipara-se à sanção civil. Crítica:Crítica: As sanções civis, via de regra, visam resguardar o patrimônio, As sanções civis, via de regra, visam resguardar o patrimônio, já o poder disciplinar busca tutelar um ambiente de trabalho sadio;já o poder disciplinar busca tutelar um ambiente de trabalho sadio;

- Teoria Administrativa: Teoria Administrativa: Parte do raciocínio de que o Poder Parte do raciocínio de que o Poder Disciplinar regula a ordem interna do serviço público (relações Disciplinar regula a ordem interna do serviço público (relações estatutárias);estatutárias);

- Teoria Especial: Teoria Especial: Diz que o poder disciplinar é um poder especial, Diz que o poder disciplinar é um poder especial, inexistente em outros ramos do direito, assegurado ao empregador inexistente em outros ramos do direito, assegurado ao empregador com o objetivo de resguardar a boa ordem do organismo com o objetivo de resguardar a boa ordem do organismo empresarial.empresarial.

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Tipos de Sanções Acolhidas: Tipos de Sanções Acolhidas: - Advertência, (derivada dos costumes; não possui expressa Advertência, (derivada dos costumes; não possui expressa

previsão legal) previsão legal) - Suspensão (art. 474 da CLT);Suspensão (art. 474 da CLT);- Despedida por Justa causa (art. 482 da CLT);Despedida por Justa causa (art. 482 da CLT);

Tipos de Sanções Rejeitadas:Tipos de Sanções Rejeitadas:- Transferência punitiva (súmula nº 43 do TST);Transferência punitiva (súmula nº 43 do TST);- Rebaixamento punitivo;Rebaixamento punitivo;- Redução salarial;Redução salarial;- Multa, exceto no caso do atleta profissional de futebol (lei n. Multa, exceto no caso do atleta profissional de futebol (lei n.

9.615/98)9.615/98)

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Critérios de Aplicação das PenasCritérios de Aplicação das Penas

A)A) Objetivos Objetivos (concernem à caracterização da conduta obreira que (concernem à caracterização da conduta obreira que se pretende censurar);se pretende censurar);

- Tipicidade da Conduta: Tipicidade da Conduta: a conduta censurada tem que ter sido a conduta censurada tem que ter sido previamente tipificada legalmente;previamente tipificada legalmente;

- Natureza da Matéria Envolvida: Natureza da Matéria Envolvida: O ato faltoso tem que estar O ato faltoso tem que estar relacionado às obrigações contratuais trabalhistas, não se relacionado às obrigações contratuais trabalhistas, não se podendo aplicar o poder disciplinar às condutas pessoais, podendo aplicar o poder disciplinar às condutas pessoais, familiares, sociais e políticas do empregado;familiares, sociais e políticas do empregado;

- Gravidade da Infração: Gravidade da Infração: Tem importância na questão da Tem importância na questão da dosagem da pensa a ser imposta;dosagem da pensa a ser imposta;

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B) Subjetivos B) Subjetivos (concernem ao envolvimento (ou não) do trabalhador na (concernem ao envolvimento (ou não) do trabalhador na respectiva conduta);respectiva conduta);

- Autoria: Autoria: tem que ficar comprovada a efetiva participação do tem que ficar comprovada a efetiva participação do trabalhador no ato ou omissão;trabalhador no ato ou omissão;

- Dolo ou Culpa: Dolo ou Culpa: Não há responsabilidade objetiva nesses casos;Não há responsabilidade objetiva nesses casos;

C) Circunstanciais C) Circunstanciais (dizem respeito à atuação disciplinar do empregador (dizem respeito à atuação disciplinar do empregador em face da falta e do obreiro envolvidos);em face da falta e do obreiro envolvidos);

- Nexo causal entre a falta e a penalidade: Nexo causal entre a falta e a penalidade: a punição tem que estar a punição tem que estar relacionada à conduta faltosa;relacionada à conduta faltosa;

- Adequação da penalidade aplicada: Adequação da penalidade aplicada: A punição tem que ser A punição tem que ser proporcional à conduta faltosa;proporcional à conduta faltosa;

- Imediaticidade da punição: Imediaticidade da punição: a aplicação da pena tem que ser operada a aplicação da pena tem que ser operada logo que logo que conhecidaconhecida a falta cometida (prazo razoável: súmula nº 403 STF a falta cometida (prazo razoável: súmula nº 403 STF e 62 do TST)e 62 do TST)

- Ausência de Perdão Tácito: Ausência de Perdão Tácito: Relaciona-se ao critério da Relaciona-se ao critério da imediaticidade;imediaticidade;

- Singularidade da Punição: Singularidade da Punição: Não se admite o Não se admite o bis in idem.bis in idem.

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

Intervenção JudicialIntervenção Judicial- A justiça pode anular ou ratificar a punição aplicada;A justiça pode anular ou ratificar a punição aplicada;- Todavia, não se admite que a justiça modifique ou dose a Todavia, não se admite que a justiça modifique ou dose a

penalidade aplicada (não se pode transferir ao Estado a penalidade aplicada (não se pode transferir ao Estado a prerrogativa da direção empresarial).prerrogativa da direção empresarial).

Direito de ResistênciaDireito de Resistência- O empregado O empregado nãonão se encontra num estado de sujeição; se encontra num estado de sujeição;- O empregado pode resistir a ordens ilícitas emanadas do O empregado pode resistir a ordens ilícitas emanadas do

empregador (empregador (jus resistentiaejus resistentiae););- Art. 659, IX, da CLT, por exemploArt. 659, IX, da CLT, por exemplo

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

EFEITOS CONTRATUAIS CONEXOSEFEITOS CONTRATUAIS CONEXOS São efeitos resultantes do contrato empregatício que não São efeitos resultantes do contrato empregatício que não

decorrem de sua natureza, mas que, por razoes e acessoriedade decorrem de sua natureza, mas que, por razoes e acessoriedade ou conexão, acoplam-se ao contrato de trabalho;ou conexão, acoplam-se ao contrato de trabalho;

A)A) Direitos IntelectuaisDireitos Intelectuais Direitos do Autor (art. 5º, XXVII e XXVIII da C.F/88 e Lei n. Direitos do Autor (art. 5º, XXVII e XXVIII da C.F/88 e Lei n.

9.610/98 – LDA);9.610/98 – LDA); Direitos da Propriedade Industrial (art. 5º, XXIX, C.F/88 e Lei n. Direitos da Propriedade Industrial (art. 5º, XXIX, C.F/88 e Lei n.

9.279/96 – Lei de Patentes);9.279/96 – Lei de Patentes); Direitos Intelectuais relativos à criação e utilização de software Direitos Intelectuais relativos à criação e utilização de software

(Lei n. 9.609/98);(Lei n. 9.609/98);

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

Direitos da Propriedade Industrial e Contrato de Emprego:Direitos da Propriedade Industrial e Contrato de Emprego:- Trabalho Intelectual como Objeto do Contrato (Art. 88 da Lei de Trabalho Intelectual como Objeto do Contrato (Art. 88 da Lei de

Patentes – a invenção e o modelo de utilidade, nesse caso, Patentes – a invenção e o modelo de utilidade, nesse caso, pertencem exclusivamente ao empregador;pertencem exclusivamente ao empregador;

- Trabalho Intelectual sem Relação com o Contrato (art. 90 da Lei Trabalho Intelectual sem Relação com o Contrato (art. 90 da Lei de Patentes – a invenção ou o modelo de utilidade pertencerão de Patentes – a invenção ou o modelo de utilidade pertencerão exclusivamente ao empregado);exclusivamente ao empregado);

- Trabalho Intelectual Favorecido por Circunstâncias Contratuais Trabalho Intelectual Favorecido por Circunstâncias Contratuais (art. 91 da Lei de Patentes – divisão em partes iguais);(art. 91 da Lei de Patentes – divisão em partes iguais);

B) Indenização por Danos Morais, à Imagem e Materiais:B) Indenização por Danos Morais, à Imagem e Materiais: Art. 5º, X, da C.F/88;Art. 5º, X, da C.F/88; Lesões Acidentárias: Dano material, moral e estético;Lesões Acidentárias: Dano material, moral e estético; Cumulação: Súmula nº 37 do STJCumulação: Súmula nº 37 do STJ Responsabilidade Subjetiva (regra)Responsabilidade Subjetiva (regra) Competência da JT – art. 114, V, da C.F/88.Competência da JT – art. 114, V, da C.F/88.

EFEITOS DOS CONTRATOS DE EFEITOS DOS CONTRATOS DE TRABALHOTRABALHO

C) C) Direito de ArenaDireito de Arena Art. 5º, XXVIII, C.F/88;Art. 5º, XXVIII, C.F/88; Art. 42, §1º, da Lei n. 9.615/98;Art. 42, §1º, da Lei n. 9.615/98; 20% do preço total da autorização aos atletas;20% do preço total da autorização aos atletas; Este direito não se aplica a flagrantes de espetáculo ou evento Este direito não se aplica a flagrantes de espetáculo ou evento

desportivo para fins exclusivamente jornalísticos ou educativos desportivo para fins exclusivamente jornalísticos ou educativos (§2º)(§2º)