procedimentos e particularidades contratuais

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Fronting: desnaturalização do resseguro?

Fábio Galli Di Matteo Willis Corretores de Seguros Ltda. São Paulo, 7 de Maio de 2014

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Conceito:

Utilização de um segurador admitido para a emissão de uma apólice em nome de outro segurador sem a intenção de transferir riscos. (baseado na definição do IRMI - International Risk

Management Institute)

Emissão de apólice de seguros por uma seguradora sem a consequente assunção do risco e repasse total ou quase total do risco para um ou mais resseguradores.

Fronting: desnaturalização do resseguro?

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Conceito: Operação mista de seguro e resseguro em que

o ressegurador ou seu representante negocia um contrato com o segurado ou seu representante, vindo o segurador formal a aparecer em fase posterior para emitir apólice e gerir o seguro por conta do ressegurador a quem cede 100% do capital e prêmio, reservando para si uma mera remuneração de administração. É muitas vezes usado quando uma empresa multinacional se vê impedida pela lei de um país de manter aí os seus seguros em nível mundial com um segurador que não está autorizado nesse país. (Glossário de Seguros - http://www.segurosprivados.com.pt)

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Fronting: desnaturalização do resseguro?

Segurado •Risco

Segurador •Retenção 0 (ou inferior a 10%)

Ressegurador

•Totalidade do risco (90 a 100%)

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Razões da contratação:

1) Falta de capacidade financeira ou técnica do Segurador

=> Segurador necessita ganhar mercado, demonstrar solidez, deter titularidade de contas

2) Necessidade de contratação de negócio através de

Segurador regularmente admitido num determinado território => Grupo Segurador / Ressegurador necessita contratar

localmente coberturas de riscos internacionais ou, de maneira geral, de riscos que deseja assumir na integralidade

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Operatividade do Fronting – visão do Segurador:

1) Segurador não retém, ou retém uma parcela mínima

do risco original

2) Segurador faz a gestão local dos sinistros

3) Segurador local recebe uma remuneração do Ressegurador para administrar localmente os riscos (fronting fee)

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Operatividade do Fronting – visão do Ressegurador:

1) Ressegurador (ou painel de Resseguradores) assume

na totalidade, ou quase totalidade, o risco original

2) Ressegurador normalmente reserva o direito de cooperar ou controlar a regulação dos sinistros

3) Ressegurador paga ao Segurador uma remuneração (fronting fee)

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Operatividade do Fronting – contratação:

1) Ressegurador (ou painel de Resseguradores) faz toda a

cotação do risco original

2) Partes estabelecem a remuneração do Segurador (fronting fee)

3) Partes estabelecem procedimentos para pagamento de prêmio e de sinistros

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Operatividade do Fronting – contratação:

4) Partes estabelecem procedimentos para regulação de

sinistros (cooperação ou controle de sinistros, pagamento simultâneo e excepcionalmente cut through)

5) Emissão da apólice de seguro e dos contratos de resseguro

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Cuidados na Contratação: Segurador: assume a apólice original e é juridicamente

responsável perante o Segurado e assume o risco de correr demandas diretas pelo não pagamento de sinistros

Escolha criteriosa do Ressegurador (risco moral) Consideração desse risco moral na determinação da fronting fee Determinação de critérios para recuperação de sinistros do

Ressegurador e retenção de prêmios

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Cuidados na Contratação: Ressegurador: assume a totalidade (ou quase

totalidade do risco) e consequentemente pagará a totalidade (ou quase totalidade) dos sinistros

Escolha criteriosa do Segurador direto (capacidade técnica – confiança na liquidação dos sinistros)

Consideração da capacidade técnica do Segurador na determinação da fronting fee

Possibilidade de cooperação e/ou controle na regulação de sinistros

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Lei Complementar 126/07 - Artigo 19:

Art. 19. Serão exclusivamente celebrados no País, ressalvado o disposto no art. 20 desta Lei Complementar: I - os seguros obrigatórios; e II - os seguros não obrigatórios contratados por pessoas naturais residentes no País ou por pessoas jurídicas domiciliadas no território nacional, independentemente da forma jurídica, para garantia de riscos no País.

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Lei Complementar 126/07 - Artigo 20:

Art. 20. A contratação de seguros no exterior por pessoas naturais residentes no País ou por pessoas jurídicas domiciliadas no território nacional é restrita às seguintes situações: I - cobertura de riscos para os quais não exista oferta de seguro no País, desde que sua contratação não represente infração à legislação vigente; II - cobertura de riscos no exterior em que o segurado seja pessoa natural residente no País, para o qual a vigência do seguro contratado se restrinja, exclusivamente, ao período em que o segurado se encontrar no exterior; III - seguros que sejam objeto de acordos internacionais referendados pelo Congresso Nacional; e IV - seguros que, pela legislação em vigor, na data de publicação desta Lei Complementar, tiverem sido contratados no exterior. Parágrafo único. Pessoas jurídicas poderão contratar seguro no exterior para cobertura de riscos no exterior, informando essa contratação ao órgão fiscalizador de seguros brasileiro no prazo e nas condições determinadas pelo órgão regulador de seguros brasileiro.

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Resolução CNSP nº 168/07 - Artigo 16:

Art. 16. As sociedades seguradoras e os resseguradores locais não poderão ceder, respectivamente, em resseguro e retrocessão, mais de cinquenta por cento dos prêmios emitidos relativos aos riscos que houver subscrito, considerando-se a globalidade de suas operações, em cada ano civil. § 1º Para efeito do disposto no caput deste artigo não serão consideradas as cessões pertinentes aos seguintes ramos: I - seguro garantia; II - seguro de crédito à exportação; III - seguro rural; e, IV – seguro de crédito interno. § 2º A SUSEP poderá autorizar cessões em percentual superior ao previsto no caput deste artigo, desde que por motivo tecnicamente justificável. § 3º A SUSEP fica autorizada a expedir normas complementares dispondo sobre outros ramos ou modalidades de seguro para os quais não se aplique o limite fixado no caput deste artigo.

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Resolução CNSP nº 40/2000 (Estabelece o cálculo dos Limites Técnicos

das Sociedades Seguradoras): Art. 1º Os valores máximos de responsabilidade que as Sociedades Seguradoras poderão reter, denominados "Limites Técnicos", em cada risco isolado, serão determinados com base nos valores dos respectivos Ativos Líquidos. Art. 3º Os valores dos Limites de Retenção calculados pelas Seguradoras deverão estar compreendidos entre 0,3 e 3% do Ativo Líquido. Art. 4º As Sociedades Seguradoras deverão calcular, obrigatoriamente, os Limites de Retenção, por ramo, nos 1º e 3º trimestres de cada ano, sendo facultado o cálculo de novo Limite de Retenção nos 2º e 4º trimestres de cada ano. Art. 6º A SUSEP poderá fixar Limites de Retenção em valores diversos dos calculados pela Sociedade Seguradora, desde que devidamente justificados, observado o disposto no art. 3º.

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Decreto n° 6.499, de 01.07.2008 (Dispõe sobre o limite máximo de

cessão e retrocessão a resseguradoras eventuais):

Art. 1º A sociedade seguradora ou a sociedade cooperativa poderá ceder a resseguradores eventuais até dez por cento do valor total dos prêmios cedidos em resseguro, considerando-se a globalidade de suas operações em cada ano civil. Parágrafo único. O órgão regulador de seguros fica autorizado a dispor, na forma de ato específico fundamentado, sobre ramos ou modalidades de seguro a serem excepcionados com percentual superior ao fixado no caput. Art. 2º O limite máximo que o ressegurador local poderá ceder a resseguradores eventuais é de cinquenta por cento do valor total dos prêmios emitidos relativos aos riscos que houver subscrito, considerando-se a globalidade de suas operações em cada ano civil.

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Resolução CNSP nº 203/09 (Dispõe sobre o limite máximo de cessão a

resseguradores eventuais, de que trata o art. 1º do Decreto nº 6.499):

Art. 1º A sociedade seguradora ou a sociedade cooperativa poderá ceder, a resseguradores eventuais, até vinte e cinco por cento do valor total dos prêmios cedidos em resseguro nos ramos de garantia de obrigações públicas e riscos de petróleo, considerando-se a globalidade de suas operações nesses ramos em cada ano civil. Parágrafo único. À sociedade seguradora ou sociedade cooperativa que optar pela faculdade prevista no caput aplica-se o limite estipulado no art. 1º do Decreto Nº 6.499, de 1º de julho de 2008, considerados apenas os outros ramos e modalidades de seguros com os quais opere.

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Resolução CNSP nº 276/13 (Dispõe sobre as regras e procedimentos

para o cálculo dos limites de retenção das sociedades seguradoras e resseguradores

locais):

Art. 1º Instituir regras e procedimentos para o cálculo dos limites de retenção das sociedades seguradoras e resseguradores locais. Art. 2º Para fins desta Resolução, considera-se risco isolado o objeto ou conjunto de objetos de seguro cuja probabilidade de ser atingido por um mesmo evento gerador de perdas seja relevante. Art. 3º Limite de retenção é o valor máximo de responsabilidade que as sociedades supervisionadas podem reter em cada risco isolado, determinado com base no valor dos respectivos patrimônios líquidos ajustados.

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Resolução CNSP nº 276/13 (Dispõe sobre as regras e procedimentos

para o cálculo dos limites de retenção das sociedades seguradoras e resseguradores

locais):

Art. 4º Para o cálculo dos valores dos limites de retenção, as sociedades supervisionadas deverão manter nota técnica atuarial, elaborada pelo atuário responsável técnico, à disposição da Susep [...]. Art. 5º As sociedades seguradoras e resseguradores locais deverão calcular, obrigatoriamente, os limites de retenção, respectivamente, por ramo e grupo de ramos, nos meses de fevereiro e agosto [...]. Art. 6º Os valores dos limites de retenção calculados pelas sociedades seguradoras que forem inferiores ou iguais a 5% do patrimônio líquido ajustado não necessitam de prévia autorização da Susep.

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Lei Complementar 126/07 - Artigo 14:

Art. 14. Os resseguradores e os seus retrocessionários não responderão diretamente perante o segurado, participante, beneficiário ou assistido pelo montante assumido em resseguro e em retrocessão, ficando as cedentes que emitiram o contrato integralmente responsáveis por indenizá-los. Parágrafo único. Na hipótese de insolvência, de decretação de liquidação ou de falência da cedente, é permitido o pagamento direto ao segurado, participante, beneficiário ou assistido, da parcela de indenização ou benefício correspondente ao resseguro, desde que o pagamento da respectiva parcela não tenha sido realizado ao segurado pela cedente nem pelo ressegurador à cedente, quando: I - o contrato de resseguro for considerado facultativo na forma definida pelo órgão regulador de seguros; II - nos demais casos, se houver cláusula contratual de pagamento direto.

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Resolução CNSP nº 168/07 - Artigo 34:

Art. 34. Os resseguradores e os seus retrocessionários não responderão diretamente perante o segurado, participante, beneficiário ou assistido pelo montante assumido em resseguro e em retrocessão, ficando as cedentes que emitiram o contrato integralmente responsáveis por indenizá-los. Parágrafo único. Nos casos de insolvência, liquidação ou falência da cedente é permitido o pagamento direto ao segurado, participante, beneficiário ou assistido, da parcela de indenização ou benefício correspondente ao resseguro, desde que o pagamento da respectiva parcela não tenha sido realizado ao segurado pela cedente nem pelo ressegurador à cedente, quando: I - o contrato for facultativo; II – nos demais casos, se houver cláusula contratual de pagamento direto.

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Desnaturalização do Resseguro?

Princípios basilares do Resseguro

Dever de retenção por parte da Cedente

Cedente deve gerir seus riscos como se não tivesse resseguro

Máxima boa-fé

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Fronting: desnaturalização do resseguro?

Segurado •Risco

Segurador •Retenção 0 (ou inferior a 10%)

Ressegurador

•Totalidade do risco (90 a 100%)

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Apólice de Seguro

Contrato de Resseguro

Cuidados na Elaboração dos Textos Contratuais:

1. Período 2. Cancelamento 3. Cláusulas ´follow´ (follow the fortunes, follow the

settlements) 4. Definição de perda líquida definitiva 5. Cooperação / controle de sinistros 6. Reembolso de gastos de defesa, investigação e

regulação

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Cuidados na Elaboração dos Textos Contratuais:

7. Fundos retidos / garantias 8. Provisões contábeis 9. Sinistros à vista 10. Risco cambial 11. Direito de inspeção 12. Lei aplicável e sede de arbitragem

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Obrigado Merci

Grazie Thanks

Danke Gracias

спасибо Teşekkür ederim

おかげで ευχαριστίες

רבה תודה شكرا

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