efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

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doi: http://dx.doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i4p259-275 259 Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson estudo clínico. Revista Kairós-Gerontologia, 21(4), 259-275. ISSNprint 1516-2567. ISSNe 2176-901X. São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos idosos com Doença de Parkinson – estudo clínico Effects of a protocol of virtual reality exercice in the balance and functional independence of individuals with Parkinson Disease clinical study Efectos de un protocolo de ejercicios de realidad virtual, no equilibrio e independencia funcional de individuos con Enfermedad de Parkinson - estudio clínico Nei Adão Ribeiro de Freitas Simone Mader Dall Agnol Camila Kich Luis Paulo Gomes Mascarenhas RESUMO: O presente estudo objetivou analisar os efeitos da Realidade Virtual (RV) no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson (DP) de estágio moderado. A amostra foi composta por 4 idosos, com diagnóstico clínico de DP. Estes foram submetidos à avaliação do equilíbrio através da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e da independência funcional, mensurada através da Medida de Independência Funcional (MIF). O resultado obtido na EEB, na reavaliação após a RV, mostrou-se estatisticamente significante. Palavras-chave: Doença de Parkinson; Terapia de Exposição à Realidade Virtual; Equilíbrio Postural; Idosos.

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Page 1: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

doi: http://dx.doi.org/10.23925/2176-901X.2018v21i4p259-275

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Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

Revista Kairós-Gerontologia, 21(4), 259-275. ISSNprint 1516-2567. ISSNe 2176-901X.

São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Efeitos de um protocolo de exercícios

de realidade virtual no equilíbrio e

independência funcional de indivíduos

idosos com Doença de Parkinson –

estudo clínico

Effects of a protocol of virtual reality exercice in the

balance and functional independence of individuals with

Parkinson Disease – clinical study

Efectos de un protocolo de ejercicios de realidad

virtual, no equilibrio e independencia funcional de

individuos con Enfermedad de Parkinson - estudio

clínico

Nei Adão Ribeiro de Freitas

Simone Mader Dall Agnol

Camila Kich

Luis Paulo Gomes Mascarenhas

RESUMO: O presente estudo objetivou analisar os efeitos da Realidade Virtual (RV) no

equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson (DP) de estágio

moderado. A amostra foi composta por 4 idosos, com diagnóstico clínico de DP. Estes foram

submetidos à avaliação do equilíbrio através da Escala de Equilíbrio de Berg (EEB) e da

independência funcional, mensurada através da Medida de Independência Funcional (MIF). O

resultado obtido na EEB, na reavaliação após a RV, mostrou-se estatisticamente significante.

Palavras-chave: Doença de Parkinson; Terapia de Exposição à Realidade Virtual; Equilíbrio

Postural; Idosos.

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260 Nei Adão Ribeiro de Freitas, Simone Mader Dall Agnol, Camila Kich, & Luis Paulo Gomes Mascarenhas

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

Revista Kairós-Gerontologia, 21(4), 259-275. ISSNprint 1516-2567. ISSNe 2176-901X.

São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

ABSTRACT: The present study aimed to analyze the effects of Virtual Reality (VR) on the

balance and functional independence of individuals with moderate stage Parkinson 's disease

(PD). The sample consisted of 4 individuals, with clinical diagnosis of PD. These were

submitted to balance evaluation through the Berg Balance Scale (BBS) and functional

independence, measured by the Functional Independence Measure (MIF). The result obtained

in BSE on reevaluation after VR was statistically shown significant.

Keywords: Parkinson’s disease; Virtual Reality Exposure Therapy; Postural Balance.

RESUMEN: El presente estudio objetivó analizar los efectos de la Realidad Virtual (RV)

en el equilibrio e independencia funcional de individuos con enfermedad de Parkinson (DP)

de etapa moderada. La muestra fue compuesta por 4 individuos, con diagnóstico clínico de

DP. Estos se sometieron a la evaluación del equilibrio a través de la Escala de Equilibrio

de Berg (EEB) y de la independencia funcional, medida a través de la Medida de

Independencia Funcional (MIF). El resultado obtenido en la EEB en la reevaluación

después de la RV se mostró estadísticamente significativo.

Palabras clave: Enfermedad de Parkinson; Terapia de Exposición a la Realidad Virtual;

Equilibrio Postural.

Introdução

Com o envelhecimento da população ocorre a formação de um novo perfil

epidemiológico. Essa modificação acarreta um volume crescente de doenças crônicas e

degenerativas, nas quais encontramos a Doença de Parkinson (DP) como a segunda afecção

neurodegenerativa que mais afeta os idosos (Vieira, Araújo, Leite, Orsini, & Correa, 2014;

Leandro, & Teive, 2017).

Também Floriano, Alves, Almeida, Souza, Christofoletti e Santos (2015) relatam que

em torno de 1% da população entre 65 e 69 anos, e por volta de 3% da população com mais

de 80 anos, são afetados pela mesma doença.

Page 3: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos 261

com Doença de Parkinson – estudo clínico

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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No Brasil, o número de indivíduos com DP é de aproximadamente 200 mil casos por

ano, e sua prevalência mundial é estimada em torno de 1% a 2% (Da Silva, Vianna, Martins,

Martins, Rodrigues, & De Oliveira, 2015) das pessoas com mais de 65 anos, com prevalência

na população de 150 a 200 casos por 100.000 habitantes. A estimativa é a de que esse número

dobre até 2040, com o aumento da população de idosos (Fernandes, et al., 2017).

Descrita em 1817 por James Parkinson, a DP é uma enfermidade crônica e progressiva

que afeta o sistema nervoso central (O’Sullivan, & Schmitz, 2010). A etiologia da DP está

associada à degeneração progressiva de neurônios da substância negra mesencefálica, local

específico da produção de dopamina. A redução do neurotransmissor dopamina, que exerce

função inibidora importante no controle central dos movimentos, resulta em alterações

drásticas aos acometidos por ela, comprometendo-lhes a função dos núcleos da base,

estruturas cerebrais que têm papel importante na produção dos movimentos voluntários e no

controle dos ajustes posturais (Ortega, De Oliveira, De Oliveira, Benedeti, & Bertolini, 2014).

A DP é caracterizada por sinais e sintomas de rigidez, bradicinesia, tremor, e

instabilidade postural. Além disso, a doença também acarreta, no mais das vezes, outros

sintomas como perturbações dos movimentos e da marcha, distúrbio da fala, da voz e

deglutição e alterações cognitivas e comportamentais. Essa afecção do sistema nervoso

central tem início insidioso e progressão lenta (O’Sullivan, & Schmitz, 2010).

A neurodegeneração crônica progressiva do cérebro associada à DP prejudica o

equilíbrio e a capacidade motora. Além disso, a estabilidade emocional se deteriora, o que

resulta em dificuldade nas atividades da vida diária e uma crescente sensação de desespero e

depressão (Lee, Lee, & Song, 2015).

Os indivíduos com DP tendem a ter postura fletida, anteriorização da cabeça, queixo

em direção ao tórax, hipercifose torácica, ombros protraídos, braços em rotação interna,

aumento da flexão de quadris, joelhos e cotovelos. Ainda se observa que estes pacientes

projetam o corpo anteriormente, o que pode comprometer a orientação postural e conduzir à

perda de equilíbrio (Ortega, De Oliveira, De Oliveira, Benedeti, & Bertolini, 2014).

Com a progressão da doença, os portadores podem demonstrar instabilidade postural,

disfunção da marcha, dificuldade de gestão de tarefas funcionais, tais como travessia de

obstáculos e quedas frequentes (Liao, et al., 2015). Esta doença tem principalmente

características incapacitantes.

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262 Nei Adão Ribeiro de Freitas, Simone Mader Dall Agnol, Camila Kich, & Luis Paulo Gomes Mascarenhas

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Tais problemas mostrados por pacientes com DP podem comprometer as necessidades

básicas de um paciente idoso, como atividades de vida diária, relacionados à autonomia e

independência funcional (Silva, Fernandes, & Terra, 2014).

A realidade virtual (RV) tem sido investigada como uma nova ferramenta terapêutica

que propicia, como principal vantagem, elementos importantes para o aprendizado motor

como a repetição, a retroalimentação e a motivação, que favorecem o processo de

aprendizagem (Mendes, et al., 2014). Hoje em dia, a RV tornou-se usualmente aceita como

uma ferramenta terapêutica para pacientes neurológicos interagirem com a simulação do

ambiente através de múltiplos canais sensoriais (Yang, Wang, Wu, Lo, & Lin, 2016).

Na década atual, a indústria de jogos desenvolveu uma variedade de sistemas de RV

acessíveis, que foram relatados para melhorar a capacidade funcional, postura unipodal,

equilíbrio, velocidade de caminhada e qualidade de vida global em indivíduos com DP.

Contudo, esses efeitos ainda não foram validados em um estudo controlado randomizado

(Liao, et al., 2015).

Diante das evidências analisadas, observou-se a escassez de estudos. Com base nesses

fundamentos, o presente estudo objetivou analisar os efeitos da RV no equilíbrio e

independência funcional de indivíduos com DP de estágio moderado.

Métodos

A presente pesquisa foi desenvolvida nas dependências da Clínica Integrada Guairacá,

de propriedade da Faculdade Guairacá, situada no município de Guarapuava, PR, mediante a

autorização do responsável pela mesma. Trata-se de um estudo clínico, longitudinal e

quantitativo, aprovado pelo comitê de ética e pesquisa em seres humanos da Universidade

Estadual do Centro Oeste, Guarapuava, PR, sob o protocolo 2.201.446 e resolução 466/2012

do Conselho Nacional de Saúde/CNS.

Foram abordados 5 indivíduos, dos quais 1 foi excluso por apresentar outras

patologias neurológicas, e o restante foi incluso na pesquisa. A amostra foi composta por 4

idosos, sendo 3 do gênero masculino e 1 do gênero feminino, com idade entre 63 e 83 anos,

diagnosticados com DP estágio III, que são independentes na marcha e para transferências,

que não realizavam atividades físicas ou terapêuticas de forma regular, e que concordaram e

assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

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Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos 263

com Doença de Parkinson – estudo clínico

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Quintella, Sachetti, Wibelinger e De Oliveira (2013) afirmam, em relação ao gênero,

que a predominância da DP é em sexo masculino, apontando que os homens apresentam uma

incidência ligeiramente maior em relação às mulheres, numa proporção de 3:2.

Foram excluídos desta pesquisa os indivíduos com déficit cognitivo, auditivo ou

visual, que apresentaram hipertensão arterial não controlada ou acima de 160x100 mmHg ou

lesões osteomioarticulares.

A seleção dos indivíduos foi realizada através de um convite para participar da

pesquisa. Em seguida, foi marcada uma data e horário com esses participantes para que fosse

realizada uma explicação sobre os procedimentos, expondo os riscos e os benefícios a eles.

Em seguida, foi aplicado um questionário autoadministrável para conhecimento

socioeconômico e de saúde, e a escala modificada de Hoehn e Yahr para classificar o

estadiamento da DP.

Segundo Bjornestad, Tysnes, Larsen e Alves (2016), a escala modificada de Hoehn e

Yahr é uma medida de deficiência e incapacidade, que varia de 0 (sem sintomas visíveis de

DP) a 5 (indivíduo vinculado a cadeira de rodas ou acamado). De Mello, e Botelho (2010)

complementam, dizendo que os indivíduos classificados nos estágios de 1 a 3 apresentam

incapacidade leve a moderada, enquanto os que estão nos estágios 4 e 5 apresentam

incapacidade grave.

Todos os indivíduos que se puseram à disposição para participar da pesquisa e se

encaixaram nos critérios de inclusão e de estadiamento da doença (estágio de I a III),

concordaram e assinaram o TCLE. Em um segundo momento, os indivíduos foram

submetidos à avaliação de equilíbrio e independência funcional.

Para avaliar o equilíbrio, foi utilizada a Escala de Equilíbrio de Berg (EEB). A escala

consiste em uma descrição quantitativa, utilizada para avaliar a efetividade das intervenções

terapêuticas e determinar os fatores de risco para perda da habilidade de equilíbrio funcional

(Oliveira, Delfino, & Da Silva, 2014).

Bertoldi, Silva, e Faganello-Navega (2013) e Scalzo, et al., (2009) citam que a EEB

consiste de 14 itens, os quais avaliam as habilidades de equilíbrio durante tarefas, sentado, em

pé e em mudança de posição, e que a pontuação se baseia na capacidade do indivíduo realizar

cada tarefa de forma independente e/ou satisfazer determinados requisitos de tempo ou

distância. Esses 14 itens consistem em tarefas comuns da vida cotidiana.

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Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Scalzo, et al. (2009) descrevem que os 14 itens são, nesta ordem: sentado para em pé;

em pé sem suporte; sentado de costas sem apoio, mas com pés apoiados no chão ou em um

banquinho; de pé para sentar; transferência; em pé sem apoio com os olhos fechados; em pé

sem apoio com os pés juntos; alcançando para a frente com o braço estendido em relação ao

pé; pegar um objeto do chão a partir de uma posição de pé; virando para olhar para trás sobre

os ombros esquerdo e direito, enquanto em pé; girando 360 graus; colocando os pés

alternados no degrau; de pé sem suporte com um pé na frente e de pé sobre uma perna. De

acordo com Schlenstedt, et al. (2014) para executar a escala, foram utilizados um cronômetro,

uma régua, duas cadeiras e um step.

Downs, Marquez e Chiarelli (2013) explicam que cada item possui uma escala ordinal

de cinco alternativas que variam de 0 a 4 pontos e, quando somados, a pontuação máxima que

pode ser alcançada é 56, sendo que a maior pontuação indica melhor equilíbrio. Scalzo, et al.

(2009) completam que as pontuações mais altas indicam um melhor equilíbrio. As pontuações

de 0 a 20 referem-se aos indivíduos restritos a uma cadeira de rodas; 21 a 40 referem-se à

assistência durante a marcha; e 41 a 56 pontos correspondem à independência. Ainda

Barboza, Floriano, Motter, Silva e Santos (2014) complementam, relatando que o 0 significa

que o sujeito é incapaz de realizar a tarefa pretendida; e o 4 refere-se ao sujeito que executa os

movimentos solicitados, de forma independente, e permanece numa determinada posição

durante todo ou quase o tempo previsto para aquela tarefa. Quanto menor for a pontuação do

indivíduo, maior é o risco de quedas; quanto maior a pontuação, melhor o desempenho do

indivíduo. O teste é simples, fácil de administrar e seguro para a avaliação de pacientes

idosos.

Para a avaliação da independência funcional, foi utilizada a Medida de Independência

Funcional (MIF), a qual é composta de 18 itens referentes a autocuidado, controle de

esfíncteres, mobilidade, locomoção, comunicação e cognição social. A MIF é um instrumento

de avaliação desenvolvida para o acompanhamento de pessoas sob o processo de reabilitação

(Curzel, Junior, & Rieder, 2013).

Black, Soltis e Bartlett (1999) complementam que essa ferramenta fornece aos

profissionais de reabilitação um sistema comum para discutir o déficit em termos de

atividades funcionais ou atividades da vida diária (AVD’s) e analisar a gravidade da

deficiência em termos de carga de cuidados ou a necessidade de assistência de um cuidador.

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com Doença de Parkinson – estudo clínico

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São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Ainda explicam que a MIF tem uma escala de 7 níveis para marcar cada um dos itens.

Por exemplo, pontuação de 1 significa que um indivíduo é dependente e é capaz de fornecer

menos de 25% do esforço para uma determinada atividade; e uma pontuação de 7 significa

que um indivíduo é completamente independente e pode realizar uma atividade sem

dispositivos auxiliares de forma segura e satisfatória.

A classificação utilizada pela MIF é: dependência total (assistência total) = 18 pontos;

dependência máxima (assistência até 75% em uma tarefa) e dependência moderada

(assistência até 50% em uma tarefa) = 19-60 pontos; Dependência mínima (assistência até

25% em uma tarefa) e supervisão, estimulação ou preparação = 61-103; independência

modificada e completa = 104-126 pontos (Casemiro, et al., 2016).

Riberto, et al. (2004), por sua vez, relatam que a MIF não é um instrumento

autoaplicado, exigindo, para isso, um profissional qualificado.

Após o término das avaliações, deu-se início às intervenções, que foram realizadas em

um período de dois meses, duas vezes por semana, com duração de 40 minutos cada sessão

totalizando 12 sessões, em que nas duas primeiras foram utilizadas para adaptação do

indivíduo à RV. Antes de cada sessão, foi aferida a pressão arterial (PA) de cada idoso.

Durante as atividades propostas, os participantes foram instruídos a utilizar roupas e calçados

confortáveis. Para executar o protocolo de RV, foi utilizado um vídeo-game, Nintendo® Wii

com Balance BoardTM (figura 1), e uma televisão LG® de 32’’.

Figura 1: Nintendo® Wii e Balance Board™

Fonte: Google Imagens

A intervenção foi composta por três jogos do Wii Fit Plus (figura 2), que exigiram

tomada de decisão, mudanças de estratégia e divisão de atenção, entre os movimentos dos

membros superiores e inferiores, sendo que, em todos os jogos, os indivíduos utilizaram a

Balance BoardTM para realizar a terapia.

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Um dos jogos aplicados foi o Circuito Segway®, em que o indivíduo executou uma

trajetória em uma praia, com uma série de obstáculos, onde deveria pegar todas as bolas antes

que virassem bichos. Ele projetava o seu centro de gravidade anteriormente para que o veículo

do jogo se movimentasse para a frente e, posteriormente, para que o veículo desse ré; também

houve a associação dos membros superiores, para que houvesse as mudanças de direções,

sendo comandadas ao manusear o controle do vídeo-game.

No outro jogo, denominado Pesca Sub-zero, o indivíduo foi projetado no jogo como

um pinguim e deveria deslocar seu peso de forma látero-lateral, com o intuito de pegar o

máximo de peixes possíveis, e mantendo cuidado para não cair na água.

No terceiro jogo, o qual é chamado de Passeio no Parque, o indivíduo realizou um

trajeto em um parque e sua meta era passar por todos os pontos indicados, pegando uma

bandeira. O indivíduo precisou realizar movimentos de marcha, para fazer com que a bicicleta

começasse a se movimentar, e também houve a associação dos membros superiores para que

houvesse as mudanças de direções. Durante a aplicação do protocolo de RV, os indivíduos

sempre estiveram amparados pelo pesquisador responsável.

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com Doença de Parkinson – estudo clínico

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Figura 2: A) Circuito Segway; B) Pesca Sub-zero; C) Passeio de Bicicleta; D) Jogo Wii Fit Plus

Fonte: Google Imagens

Figura 3: Fluxograma

Resultados

A amostra foi composta por 4 indivíduos, sendo 3 do gênero masculino e 1 do gênero

feminino, com idade entre 63 e 83 anos, diagnosticados com DP estágio III.

Page 10: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

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Tabela 1: Tabela de valores antropométricos

TABELA ANTROPOMÉTRICA

Idade Peso Altura IMC

Participantes 71,5 ± 10,11 80,5 ± 23,68 1,64 ± 0,13 29,4 ± 5,86

Foi realizada a estatística descritiva e inferencial dos dados, por meio do programa

estatístico SPSS 20.0 for Windows. Para análise da normalidade da amostra, foi realizado o

teste de Kolmogorov-Smirnov. Como os dados se apresentaram de forma paramétrica, foi

realizado o teste T-Student Pareado, com nível de significância de 95% (p=0,05) para a

comparação pré- e pós-intervenção.

A figura 4 mostra a média do escore obtido na EEB, na avaliação antes e após o

protocolo de RV. A média na avaliação pré-intervenção foi de 38,25 pontos; em

contrapartida, a média da EEB na reavaliação da RV foi 49 pontos, evoluindo de assistência

durante a marcha, para independência. Com isso, mostra-se que o resultado alcançado foi

estatisticamente significante (p-valor= 0,030).

Figura 4: Valores da Escala de Equilíbrio de Berg antes e após o uso da RV

* Significância Estatística

*

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Observa-se, na figura 5, a média dos resultados obtidos na avaliação da MIF, pré- e

pós- intervenção. A média do escore na avaliação pré-intervenção foi de 88,5 pontos e, a após

o uso de RV, foi 108,25 pontos, passando de dependência mínima para independência

modificada e completa, cujo resultado alcançado foi significativo (p-valor= 0,013).

Figura 5: Valores da Mobilidade e Independência Funcional antes e após o uso da RV

* Significância Estatística

Discussão

O objetivo do presente estudo foi analisar a eficácia da RV no equilíbrio, através da

EEB, e a independência funcional, utilizando-se a MIF, em indivíduos com DP após um

protocolo composto por três jogos do Nintendo Wii Fit Plus. A presente pesquisa revela que a

RV proporciona benefícios significantes em relação ao equilíbrio e à independência funcional

de indivíduos com DP.

Com base nas evidências atuais, Dockx, et al. (2016) enfatizam, em sua revisão

bibliográfica sistemática, que a terapia por RV promove benefícios no comprimento do passo,

efeitos semelhantes no equilíbrio, marcha, atividades de vida diárias, qualidade de vida e

função cognitiva, em comparação com as intervenções convencionais em pessoas com DP.

Page 12: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

270 Nei Adão Ribeiro de Freitas, Simone Mader Dall Agnol, Camila Kich, & Luis Paulo Gomes Mascarenhas

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Os resultados do estudo de Pompeu, et al. (2012) foram um dos primeiros a indicar

que a fisioterapia, associada ao uso de jogos do Nintendo Wii, é eficiente para melhorar o

equilíbrio e a capacidade cognitiva de indivíduos com DP.

A utilização da RV na reabilitação física pode ser discutida, baseada em três conceitos

que conduzem o aprendizado motor: a repetição, retroalimentação e motivação. Além disso, a

RV possibilita variados níveis de dificuldade durante a realização das tarefas e também

proporciona uma interação dinâmica do paciente com a interface; esses fatores são

importantes para o alcance dos resultados esperados (Vieira, Araujo, Leite, Orsini, & Correa,

2014). De Santana, et al. (2015) complementam que a RV é um meio de intervenção cujas

exigências do ambiente virtual estão cada vez mais próximas do ambiente real, o que facilita o

aprendizado.

O presente estudo evidenciou a melhora do equilíbrio dos indivíduos com DP

avaliados através da EEB, pré- e pós- aplicação de um protocolo de RV composto por 12

sessões de 40 minutos cada sessão. Corroborando a presente pesquisa, o estudo de Yang,

Wang, Wu, Lo e Lin (2016) composto por 23 indivíduos com DP, divididos em dois grupos:

grupo RV e grupo de atividades de equilíbrio no solo, desenvolvido durante 6 semanas, com

duas sessões por semana de 50 minutos cada, demonstraram que o escore obtido pelos

participantes na EEB foi superior e estaticamente significante em ambos os grupos na

avaliação após o tratamento, sem diferenças significativas entre os grupos.

Loureiro, Ribas, Zotz, Chen e Ribas (2012), em seu estudo similar à presente pesquisa,

também obtiveram resultados significativos no equilíbrio de 6 indivíduos com DP. Eles

utilizaram jogos do Wii Fit Plus, sendo eles: pesca-subzero, slalom ski, futebol e inclinação na

mesa, duas vezes por semana, durante 12 sessões. Além disso, os indivíduos apresentaram

melhora estatisticamente significante na escala de Borg e no alcance lateral, à direita e à

esquerda, após 12 sessões de RV. Os autores também aplicaram a escala de Nottingham e

TUG; porém, os resultados, após o protocolo de RV, não se mostraram significativos. Os

autores ainda complementam que a terapia por exposição à RV é uma ferramenta útil para a

estimulação de músculos voluntários; sensibilização do sistema inicial através de oscilações

constantes do corpo na plataforma e durante os movimentos básicos; ativação do sistema

somatossensorial por várias posições de segmentos corporais durante as diferentes amplitudes

de movimentos e feedback em tempo real.

Page 13: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos 271

com Doença de Parkinson – estudo clínico

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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São Paulo (SP), Brasil: FACHS/NEPE/PEPGG/PUC-SP

Os mesmos autores relatam que a RV também pode contribuir para melhorar a

motivação e a disposição para a terapia e, ao mesmo tempo, pode levar à redução da apatia

entre os pacientes. O presente estudo também evidenciou a redução da apatia dos pacientes

manifesta no relato verbal dos mesmos.

No estudo do tipo revisão bibliográfica de Vieira, Araujo, Leite, Orsini e Correa

(2014), os resultados dos 16 artigos inclusos no estudo sugerem que a RV apresenta

resultados positivos na velocidade e tempo de movimento, equilíbrio, marcha, controle

postural e funcionalidade de membros superiores. Ainda complementam que a atividade

lúdica oferecida pela RV, e a contribuição dos feedbacks, visual e auditivo, oferecidos por

este tipo de intervenção, podem ser o grande potencial desta nova ferramenta.

No que se refere à independência funcional, não foram encontrados estudos que

relacionaram o uso da MIF em indivíduos com DP, utilizando protocolos de RV. Quintella,

Sachetti, Wibelinger e De Oliveira (2013) descrevem que a MIF é um instrumento de

avaliação que tem como objetivo primordial avaliar a carga de cuidados executados por um

sujeito para a realização de uma série de tarefas, ligadas às restrições funcionais, observadas

em pacientes com doenças neurológicas.

Riberto, et al. (2004), com base em seu estudo composto por indivíduos com

patologias de caráter neurológico, afirmam que a versão brasileira da MIF resultou num

instrumento válido, pois indivíduos com maior comprometimento motor apresentaram valores

menores de independência funcional nos itens da sua escala motora. Por fim, os mesmos

autores certificam que a MIF se mostrou um instrumento sensível aos ganhos funcionais

desenvolvidos durante o programa de reabilitação ambulatorial, garantindo que o uso da MIF,

em pacientes sob reabilitação ambulatorial, é valido e útil para seu seguimento clínico.

Mesmo com uma amostra reduzida, os resultados atuais demonstraram dados significativos

nos valores da MIF em indivíduos com doença de Parkinson, aumentando seu escore após as

12 sessões de RV.

A presente pesquisa apresentou uma série de limitações, como dificuldade no número

de indivíduos para compor a amostra, por conta do estado de saúde e comprometimentos da

doença, e/ou por dependerem de algum cuidador, para que pudessem comparecer ao local e

horário onde seria realizada a intervenção. Além disso, os aparelhos eletroeletrônicos (vídeo-

game e televisão) apresentaram alguns danos no decorrer da intervenção, em conjunto com

problemas técnicos, como falhas na rede elétrica ao redor do local do estudo.

Page 14: Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual

272 Nei Adão Ribeiro de Freitas, Simone Mader Dall Agnol, Camila Kich, & Luis Paulo Gomes Mascarenhas

Freitas, N. A. R. de, Dall Agnol, S. M., Kich, C., & Mascarenhas, L. P. G. (2018). Efeitos de um protocolo de exercícios de realidade virtual no equilíbrio e independência funcional de indivíduos com Doença de Parkinson – estudo clínico.

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Conclusão

Os resultados indicam que a RV se mostra eficaz no tratamento de pessoas idosas com

DP, contribuindo, assim, para melhorar seu equilíbrio e independência funcional.

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Recebido em 14/08/2018

Aceito em 30/12/2018

____________________

Nei Adão Ribeiro de Freitas - Graduação em Fisioterapia. Mestrando do Programa de Pós-

Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Comunitário da Universidade Estadual do

Centro-Oeste, Unicentro.

E-mail: [email protected]

Simone Mader Dall Agnol – Graduação em Fisioterapia. Especialista em Geriatria e

Gerontologia. Mestranda do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento

Comunitário da Universidade Estadual do Centro-Oeste, Unicentro.

E-mail: [email protected]

Camila Kich – Graduação em Fisioterapia. Fisioterapeuta na Clínica Fernanda França.

E-mail: [email protected]

Luis Paulo Gomes Mascarenhas – Graduação em Educação Física. Mestre em Atividade

Física e Saúde. Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente. Professor do Programa de

Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Comunitário da Universidade Estadual do

Centro-Oeste, Unicentro.

E-mail: [email protected]