efeitos das tic na aprendizagem de alunos do 10º...

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janeiro de 2014 João Pedro Vieira Magalhães UMinho|2014 João Pedro Vieira Magalhães Universidade do Minho Instituto de Educação Ensino da Biologia e Geologia e Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo sobre os efeitos das TIC na aprendizagem de alunos do 10º ano de escolaridade Ensino da Biologia e Geologia e Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo sobre os efeitos das TIC na aprendizagem de alunos do 10º ano de escolaridade

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janeiro de 2014

João Pedro Vieira Magalhães

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Universidade do MinhoInstituto de Educação

Ensino da Biologia e Geologia e Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo sobre os efeitos das TIC na aprendizagem de alunos do 10º ano de escolaridade

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Relatório de EstágioMestrado em EnsinoÁrea de Especialização em Biologia e Geologia no 3º Ciclo doEnsino Básico e no Ensino Secundário

Trabalho realizado sob a orientação da

Doutora Maria Teresa Machado Vilaça

Universidade do MinhoInstituto de Educação

janeiro de 2014

João Pedro Vieira Magalhães

Ensino da Biologia e Geologia e Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo sobre os efeitos das TIC na aprendizagem de alunos do 10º ano de escolaridade

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AGRADECIMENTOS

Gostaria de prestar homenagem, pelo agradecimento, em primeiro lugar, à Doutora

Maria Teresa Machado Vilaça, que me supervisionou todo o trabalho durante o ano de estágio,

pelo auxílio das suas, de tão grande valor, orientações pedagógicas, pelas horas de paciência

perdidas com o meu trabalho e por todas as palavras de encorajamento e motivação sempre

que necessário. Em nenhum momento, a sua escolha como orientadora do meu trabalho perdeu

força, demonstrando agora ao fim, nitidamente, que sem a sua ajuda este trabalho não teria sido

possível. Muito obrigado.

Quero agradecer também ao professor António Varela por ter partilhado comigo a sua

experiência no contexto educativo, proporcionando orientações fundamentais para a

compreensão da realidade da escola. Obrigado pelo seu companheirismo e conhecimentos

transmitidos, um bem-haja.

Aos alunos, por toda a experiência proporcionada, sem vocês não seria o que sou hoje,

quer a nível pedagógico, quer a nível pessoal. Que o futuro vos sorria.

Ao Ângelo, com o qual tive oportunidade de partilhar o ano de estágio, quero deixar um

agradecimento especial, pela amizade, pelas inúmeras horas de trabalho desenvolvido em

conjunto, num clima de entreajuda, para desenvolvermos as nossas práticas pedagógicas. Sem

ti, não teria sido a mesma coisa.

Ao Henrique, amigo com o qual tive oportunidade de partilhar a licenciatura, quero

deixar uma palavra de apreço por acompanhares sempre o meu trabalho, por seres tão

presente, mesmo depois de tanto tempo de convivência. Conto contigo sempre.

Ao Luís, amigo de infância e para a vida, quero deixar também um agradecimento

especial, por todas as horas que partilhamos nesta etapa da minha vida, por toda a força que

me passaste quando precisei, por todas as boas e más conversas, por todo o apoio, por toda a

boa música que ouvimos, por toda a amizade. Tudo do melhor para ti.

Aos meus amigos, por tudo o que eles significam na minha vida, quero deixar uma

palavra de apreço pelo companheirismo e apoio nesta minha formação.

A ti, que sabes quem és, muito obrigado por seres um verdadeiro porto-seguro e um

poço de forças quando as minhas fraquejaram, por me fazeres sentir seguro e por me ajudares

a ser alguém. Obrigado por fazeres parte de mim.

Aos meus pais, que tornaram possível a concretização deste sonho, e ao meu irmão, por

me brindarem sempre com o seu apoio incondicional e pela compreensão pelos dias “menos

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bons” e ausências que, por vezes, o desenvolvimento deste trabalho determinou. Um especial

agradecimento à minha santa mãe, Maria Manuela Vieira Ferreira, por todas as palavras sábias,

por toda a força que me transmitiste, por estares lá sempre que precisei, por seres a melhor

mãe do mundo.

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Ensino da Biologia e Geologia e Tecnologias de Informação e Comunicação: um estudo sobre os efeito das TIC na aprendizagem de alunos do 10º ano de escolaridade

RESUMO

Esta intervenção pedagógica foi realizada numa escola que faz parte de uma cooperativa de ensino, no

curso ‘científico-humanístico de ciências e tecnologias’, no âmbito da integração das TIC na disciplina de

biologia e geologia do ensino secundário, na unidade ‘obtenção de matéria – heterotrofia e autotrofia’,

numa turma do 10º ano de escolaridade (N=26). Optei por uma intervenção no âmbito dos efeitos das

TIC na aprendizagem dos alunos em Biologia, por ter diagnosticado nessa turma, na primeira parte do

estágio, as potencialidades de uma aprendizagem auxiliada pelas TIC para esses alunos, incluindo o

desenvolvimento das suas competências de comunicação e o aumento da sua motivação para aprender

biologia. Assim, este projeto de intervenção e investigação foi planeado com os seguintes objetivos:

i)analisar como evolui a (re)construção do conhecimento substantivo de alunos na unidade ‘Obtenção de

matéria: heterotrofia e autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com recurso às tecnologias de

informação e comunicação; ii) caraterizar os efeitos de diferentes estratégias pedagógicas que usam as

TIC no aumento do conhecimento processual dos alunos nessa unidade de ensino; iii) caraterizar os

efeitos de diferentes estratégias pedagógicas que usam as TIC no desenvolvimento das competências de

comunicação dos alunos; iv) analisar como evolui a motivação dos alunos neste ensino com recurso às

TIC.

A recolha de dados foi feita através de um questionário de conhecimentos sobre a unidade de ensino

(pré e pós-teste); um questionário final sobre a perceção dos alunos sobre o contributo das estratégias

utilizadas para o aumento do conhecimento processual, competências de comunicação e motivação;

diários de aula. Os resultados obtidos mostraram que de uma forma geral, os alunos evoluíram no

sentido da utilização mais eficaz de metodologias de aprendizagem auxiliadas pelas TIC para alcançar os

seus objetivos de aprendizagem e aumentaram o seu conhecimento substantivo nesta unidade. Nas

dimensões do conhecimento processual trabalhadas, a maior parte dos alunos aumentou a sua

competência para interpretar, prever, formular hipóteses e tirar conclusões a partir de resultados

experimentais, verificando-se a mesma situação em relação às suas competências de comunicação e à

sua motivação para aprender biologia e utilizar as TIC para aprender, embora valorizem mais os métodos

de estudo tradicionais como o caderno e o manual escolar. Este projeto de intervenção e investigação

mostra algumas evidências sobre a importância de promover no futuro a investigação e prática no âmbito

da implementação das TIC no ensino da biologia e geologia, quer a nível da formação inicial dos

professores quer da aprendizagem dos alunos no ensino secundário.

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Biology and Geology Teaching and Information and Communication Technologies: a study of the effects of ICT on the learning of 10th grade students

ABSTRACT

This educational intervention was conducted in a school that is part of an education cooperative

in the 'Scientific-Humanistic Sciences and Technologies course, in the ambit of the integration of

Information and Communication Technologies (ICT) in Biology and Geology subjects of secondary

education in the teaching unit, 'Obtaining Raw - Heterotrophy and Autotrophy', in a class of the

10th grade (N=26). An intervention regarding the effects of ICT on students' learning in Biology

was chosen because it was diagnosed in this class in the first part of the internship. Moreover,

the potential of ICT to assist these students’ learning, including the development of their

communication skills and the increasing of their motivation to learn biology was also dealt with.

Therefore, this intervention and investigation project was planned with the following objectives: i)

to analyse how the (re) construction of substantive content knowledge of students in the

'Obtaining Raw - Heterotrophy and Autotrophy' teaching unit, taught in the 10th grade using ICT

evolves; ii) to characterize the effects of different teaching strategies using ICT in order to

increase procedural knowledge of the students in this teaching unit; iii) to characterize the effects

of different teaching strategies using ICT in the development of students’ communication skills;

iv) to analyse how students’ motivation evolves in this form of teaching using ICT.

Data collection was carried out by way of a questionnaire of knowledge regarding the teaching

unit (pre-and post-test); a final questionnaire on the students’ perceptions regarding the

contribution of the strategies used to increase their procedural knowledge, communication skills

and motivation; and class diaries. The obtained results showed that in general, students have

evolved towards a more effective use of learning methodologies aided by ICT to achieve their

learning goals and increase their substantive content knowledge in this unit. In the dimensions of

procedural knowledge, most of the students increased their competence to interpret, predict,

formulate hypotheses and draw conclusions from experimental results, verifying the same

situation regarding their communication skills and their motivation to learn biology and to use ICT

to learn, although they attributed more value to the traditional methods of study like notebooks

and textbooks.

This intervention and research project shows some evidence regarding the importance of

promoting on-going research and practice in the implementation of ICT in Biology and Geology

subjects in both pre-service teacher training and students’ s learning in secondary education.

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ÍNDICE

AGRADECIMENTOS

RESUMO

ABSTRACT

ÍNDICE DE QUADROS

ÍNDICE DE TABELAS

ÍNDICE DE FIGURAS

ÍNDICE DE GRÁFICOS

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1. Introdução

1.2. Contextualização e finalidades do projeto de intervenção pedagógica

1.2.1.Enquadramento contextual

1.2.2. Finalidades do projeto de intervenção pedagógica

1.3.Importância do projeto de intervenção pedagógica

1.4.Limitações do projeto e dos instrumentos de recolha de informação para avaliação

1.5. Estruturação geral do relatório

 

CAPÍTULO II – CONTEXTO E PLANO GERAL DE INTERVENÇÃO

2.1. Introdução

2.2. Contexto de intervenção

2.2.1.Documentos reguladores do processo de E/A

2.2.2.Caracterização da Turma

2.3. Contextualização teórica do projeto de intervenção pedagógica

2.3.1.Metodologia de ensino da educação em ciências

2.3.2.As potencialidades das TIC no ensino das Ciências

2.3.3.Estudos realizados sobre o Ensino das Ciências com a utilização das TIC

2.4. Estratégias de intervenção pedagógica

2.4.1. Objetivos de formação

2.4.2. Estratégias de formação/investigação

2.4.3. Objetivos de investigação/avaliação

2.4.4.  Seleção de técnicas e instrumentos de investigação

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2.4.5.  Plano de recolha de dados

2.4.6.  Tratamento e análise de dados

CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

3.1.Introdução

3.2.Evolução do conhecimento substantivo na aprendizagem de alunos de 10º ano na

unidade ‘Obtenção de matéria: heterotrofia e autotrofia’

3.3.Evolução do conhecimento processual na aprendizagem de alunos de 10º ano na

unidade ‘Obtenção de matéria: heterotrofia e autotrofia’

3.4.Desenvolvimento das competências de comunicação

3.5. Evolução na motivação do aluno na aprendizagem da Biologia

3.6.Discussão

CAPÍTULO IV – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Introdução

4.2. Conclusões

4.3. Recomendações didáticas

4.4. Investigações futuras

4.5. Reflexão final

REFERÊNCIAS

ANEXOS

Anexo 1 – Teste de conhecimento

Anexo 2 – Questionário sobre o ensino da biologia e geologia com o uso das TIC

Anexo 3 – WebQuest ‘Transportes membranares’

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ÍNDICE DE QUADROS

1 – Aprendizagem significativa versus aprendizagem mecânica

2 – Matriz de elaboração do questionário pré e pós-teste

3 – Síntese das técnicas e instrumentos de recolha de dados e processos de recolha e

análise de dados

4 – Nível de formulação desejado a atingir pelos alunos nos tópicos/ conceitos da unidade

de ensino

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ÍNDICE DE TABELAS

1 – Frequência dos trabalhadores na cooperativa de ensino

2 – Estratégias de atuação para a gestão de recursos

3 – Escolaridade dos pais dos alunos

4 – Profissão dos pais dos alunos

5 – Situação social dos alunos em termos de contribuições e subsídios

6 – Frequência com que os alunos acedem à Internet

7 – Frequência e percentagem das finalidades com que os alunos utilizam o computador/

Internet

8 – Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre definição de ser

autotrófico

9 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre definição de ser

heterotrófico

10 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre as formas de obtenção de

matéria pelas plantas e animais

11 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função da membrana

plasmática

12 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a estrutura da membrana

plasmática

13 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função dos retículos

endoplasmático liso e rugoso na digestão intracelular

14 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função do complexo de

Golgi na digestão intracelular

15 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre como ocorre o processo

de digestão intracelular

16 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre os processos de digestão

e absorção no sistema digestivo humano

17 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre como ocorre o processo

fotossintético

18 - Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a importância da

fotossíntese para as plantas e para um sistema ecológico

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19 - Frequência e percentagem da capacidade de interpretação de resultados

experimentais dos alunos sobre a identificação de uma solução hipotónica através de

uma imagem

20 - Frequência e percentagem da capacidade de interpretação de resultados

experimentais dos alunos sobre a identificação de uma solução hipertónica através de

uma imagem

21 - Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para prever resultados

experimentais quando se coloca uma célula animal numa solução hipotónica

22 - Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para interpretarem resultados

sobre o efeito da ausência da luz nas plantas

23 - Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para formularem a hipótese

subjacente à experiência da Élodea colocada a diferentes distâncias da fonte

luminosa, evidenciando diferente libertação de O2

24 - Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para descrever resultados

experimentais

25 - Frequência e percentagem das conclusões dos alunos sobre a experiência sobre a

fotossíntese

26 – Contributo das estratégias que usam as TIC para o conhecimento processual

27 - Contributo das estratégias que usam as TIC para o desenvolvimento das

competências de comunicação

28 – Evolução na motivação do aluno

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ÍNDICE DE FIGURAS

1 – Relatório em “Vê” de Gowin

2 – Resolução de um problema sócio-científico com utilização do Blogue

3 – Interação alunos –professor através do Blogue

4 - E-mail da turma criado

5 – WebQuest ‘Transportes Membranares’

6 – Resposta incompleta: representação cientificamente válida da membrana plasmática,

sem legenda dos meios intra e extracelular

7 – Resposta cientificamente não aceite sobre a estrutura da membrana plasmática

8 - Resposta cientificamente não aceite sobre a estrutura da membrana plasmática

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ÍNDICE DE GRÁFICOS

1 – Média de idades dos alunos

2 – Avaliação dos alunos a todas as disciplinas no 9º ano

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CAPITULO I  

 

 

INTRODUÇÃO

 

1.1. Introdução

 

  Este capítulo tem como principal objetivo apresentar o projeto de intervenção pedagógica

que implementei durante o meu estágio profissional. Primeiramente é realizada uma abordagem

ao enquadramento contextual do projeto de intervenção pedagógica (1.2.1), e são apresentadas

as finalidades do projeto de intervenção pedagógica (1.2.2). Em seguida explicita-se a

importância do projeto (1.3), as limitações do projeto e dos instrumentos de recolha de

informação para avaliação (1.4) e, por fim, apresenta-se a estruturação geral do presente

relatório (1.5).

1.2. Contextualização e Finalidade do Projeto de Intervenção Pedagógica

 

1.2.1. Enquadramento Contextual

 

Este Projeto de Intervenção Pedagógica (PIP) foi implementado numa das turmas do professor

acompanhante, na unidade didática que foi lecionada por mim no âmbito deste estágio. A implementação

deste PIP ocorreu numa escola básica e secundária de uma Cooperativa de Ensino.  

O PIP foi focalização na unidade I ‘Obtenção de matéria – heterotrofia e autotrofia’ que

aborda especificamente as subunidade: obtenção de matéria pelos seres heterotróficos

(unicelularidade VS pluricelularidade; ingestão, digestão e absorção) e obtenção de matéria pelos

seres autotróficos (fotossíntese; quimiossíntese).

Com a sociedade atual, e visando a vertente educacional global dos alunos, torna-se

necessário entender a ideia de que deve ocorrer uma adaptação das metodologias de ensino às

tecnologias de informação e comunicação e tornar as mesmas como algo transversal. Assim, um

dos princípios educacionais que devem ser empregues e adaptados ao currículo nacional, neste

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caso ao programa de Biologia e Geologia, é a necessidade de utilizar as TIC como uma

ferramenta pedagógica para a aprendizagem dos alunos e conjugar essa metodologia com todas

as outras existentes e reconhecidas como tal perante o currículo nacional. Esta é uma ideia que

vem a sofrer uma tentativa de institucionalização ao longo dos anos, tal como Behrens (s.d.)

refere:

O paradigma conservador era baseado na transmissão do conhecimento do professor, na memorização

dos alunos e numa aprendizagem competitiva e individualista. O grande encontro da era oral, escrita e

digital (Lévy, 1999), na sociedade da informação, enseja uma prática docente assente na produção

individual e coletiva do conhecimento. Acredita-se que os processos interativos de comunicação,

colaboração e criatividade são indispensáveis ao novo profissional que se espera que atue nessa

sociedade. Para desenvolver esses processos, há necessidade de oferecer nas universidades uma prática

pedagógica que propicie ações conjuntas e prepare os alunos para empreender e conquistar essa

qualificação a partir da sala de aula. (p.76)

A escolha da turma em questão está relacionada com o pressuposto anterior. Por

observações prévias à turma, verifiquei que certos elementos da mesma sentiam-se muito mais

motivados quando eram utilizadas metodologias de ensino baseadas nas TIC, ou seja, perante a

educação tradicional a que os mesmos por vezes são sujeitos, os seus níveis de atenção e de

motivação potenciam-se, “a olhos vistos”, quando sujeitos a uma pedagogia baseada ou

conjugada com tecnologias educativas. Assim, com base nesta informação, compreendi que

analisar os efeitos da TIC na aprendizagem dos alunos na disciplina de Biologia e Geologia, a

que estava a assistir a aulas, poderia ser muito útil para os alunos e, por isso, para o meu

projeto de intervenção pedagógica. Na verdade, parti do pressuposto que com este PIP ocorreria

a avaliação do contributo de tecnologias educativas para o processo de ensino e aprendizagem,

onde procuraria dar a conhecer novas ferramentas multimédia aos alunos e ao mesmo tempo

tentar reforçar o seu conhecimento sobre ferramentas que já lhe eram familiares, avaliando

sempre qual o contributo para a aprendizagem dos alunos destas metodologias de ensino e com

que metodologias os mesmos se sentem mais motivados.

Na unidade que será abordada, ‘Obtenção de matéria - heterotrofia e autotrofia’, surge

no currículo nacional uma questão inicial (Silva et al., 2012, p.48): “Que mecanismos garantem

a obtenção de matéria pelos seres vivos?”. Esta questão deve ser entendida, de acordo com

esse documento, na distinção dos processos associados à obtenção de matéria que existem

para seres autotróficos e para seres heterotróficos, e, nesta perspetiva, é explicado que:

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Os seres vivos constituem sistemas abertos que trocam com o meio que os rodeia diversos materiais.

Esses materiais são transformados em substâncias indispensáveis á formação e manutenção de

estruturas celulares, ao crescimento e à reprodução. A matéria é, também, fonte de energia que permite a

realização de reações químicas características da vida. Os seres heterotróficos requerem, para elaborar as

suas moléculas orgânicas, substâncias orgânicas já formadas por outros organismos. São consumidores

dos ecossistemas que dependem direta ou indiretamente dos produtores. Estes são seres autotróficos

capazes de elaborar matéria orgânica a partir apenas de substâncias minerais. Qualquer que seja o

processo de obtenção dos nutrientes, é nas células que essas substâncias são utilizadas. É a membrana

celular que controla o intercâmbio constante de substâncias entre o meio intracelular e o meio envolvente

graças à sua estrutura e composição. (Silva et al., 2012, p.49)

Nesta unidade de ensino, a nível da subunidade ‘Obtenção de matéria pelos seres

heterotróficos’, o Currículo Nacional recomenda que, metodologicamente, os alunos devem

refletir sobre os processos pelos quais estes seres obtém matéria/nutrientes necessários para a

sua sobrevivência, e no caso dos seres heterotróficos esses processos só ocorrem devido às

trocas com o meio exterior, meio onde existem já formadas moléculas orgânicas provenientes de

outros organismos, ou seja, os seres heterotróficos necessitam de obter matéria orgânica e não

orgânica do seu meio exterior (Ministério da Educação, Departamento do Ensino Secundário,

2001). De acordo com o currículo, os alunos devem entender ainda a importância da membrana

celular no que toca à obtenção de nutrientes, uma vez que é ao nível das mesmas que ocorre o

intercâmbio de substâncias entre o meio intracelular e o meio extracelular envolvente, ou seja, a

membrana celular constitui um importante elemento de controlo das substâncias que se

movimentam do meio interno para o meio externo e vice-versa (Ministério da Educação,

Departamento do Ensino Secundário, 2001).

Nesta subunidade, segundo Silva et al. (2012), deve ser atribuída aos alunos a

competência, após a lecionação, de responderem a perguntas como: “Que estratégias utilizam

os seres heterotróficos para obter os alimentos?; Como está organizada a membrana celular?;

Que processos asseguram o transporte de substâncias através da membrana celular?; Qual a

relação entre complexidade dos animais e a estrutura dos sistemas digestivos?” (p.50). Isto é,

pretende-se que o aluno se torne capaz de (Silva et al., 2012, p.82):

⎯ Recolha e seleção de informações de diversas proveniências sobre diferentes estratégias de obtenção

de matéria por seres heterotróficos;

⎯ Compreensão a importância da estrutura e composição da membrana celular no intercâmbio de

substâncias com o meio extracelular;

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⎯ Distinção de diferentes processos de transporte transmembranar de materiais;

⎯ Interpretação de processos experimentais de transporte ao nível da membrana celular;

⎯ Identificação de características de processos de digestão extracelular;

⎯ Distinção de diferentes tipos de sistemas digestivos;

⎯ Relacionamento da evolução dos sistemas digestivos nos animais com um aproveitamento

sucessivamente mais eficaz dos alimentos.

Na subunidade ‘Obtenção de matéria pelos seres autotróficos’, o Currículo Nacional

ainda recomenda que, metodologicamente, os alunos devem investigar sobre os processos pelos

quais estes seres obtém matéria/nutrientes necessários para a sua sobrevivência, e que no caso

dos seres autotróficos esses processos ocorrem de uma forma autónoma sendo os mesmos

capazes de elaborar matéria orgânica a partir de substâncias minerais, ou seja, os seres

autotróficos obtêm matéria orgânica produzindo-a através de um processo de síntese, recorrendo

a diferentes fontes de energia (Ministério da Educação, Departamento do Ensino Secundário,

2001). Tal como nos seres heterotróficos, os alunos devem igualmente entender a importância

da membrana celular no que diz respeito à obtenção de nutrientes, uma vez que é ao nível das

mesmas que ocorre o intercâmbio de substâncias entre o meio intracelular e o meio extracelular

envolvente, ou seja, a membrana celular constitui um importante elemento de controlo das

substâncias que se movimentam do meio interno para o meio externo e vice-versa (Ministério da

Educação, Departamento do Ensino Secundário (2001).

Ainda nesta subunidade, segundo Silva et al. (2012), os alunos após a lecionação,

devem ter a competência de responderem a perguntas como: “Como são sintetizadas as

substâncias orgânicas na fotossíntese e na quimiossíntese?” (p. 50) e tornarem-se auto-

competentes mais especificamente a nível de (Silva et al., 2012, p.82):

⎯ Reconhecimento da importância da autotrofia na biosfera;

⎯ Relacionamento da composição e estrutura dos cloroplastos com a transformação da energia

luminosa em energia química;

⎯ Interpretação de dados experimentais sobre fotossíntese e elaboração de conclusões baseadas

nesses dados;

⎯ Distinção entre quimiossíntese e fotossíntese;

⎯ Desenvolvimento de trabalho individual e cooperativo, comunicando adequadamente com os seus

pares;

⎯ Análise e discussão diferentes perspetivas, aceitando a precariedade do conhecimento científico;

⎯ Associação de Ciência e Tecnologia como 2 realidades interatuantes que se potenciam mutuamente.

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  5  

Em síntese, de acordo com as orientações nacionais, o ensino nesta unidade curricular

deve promover por excelência, além da aprendizagem do conhecimento substantivo a

aprendizagem de conhecimento processual. As orientações nacionais ainda reforçam que o

professor deve ter sempre em conta que a aprendizagem das ciências deve ser entendida como

um processo ativo em que o aluno desempenha o papel principal de construtor do seu próprio

conhecimento, desta forma, o professor deve fornecer todas as ferramentas necessárias ao

aluno para que o mesmo adquira um papel ativo no processo de ensino e aprendizagem.

Neste sentido, na unidade ‘Obtenção de matéria – Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada

no 10º ano de escolaridade, serão planificadas, implementadas e avaliadas estratégias de

educação em ciências com a utilização das TIC para promover o desenvolvimento das

competências de comunicação dos alunos e do seu conhecimentos substantivo e processual.

1.2.2. Finalidades do Projeto de Intervenção Pedagógica

 Além de tentar explicar os objetivos finais do projeto de intervenção, esta secção

também foi realizada para referir o tipo de professor que considero ideal no que toca às

correntes atuais de ensino e a sua função neste projecto de intervenção pedagógica.

Com a experiência de lecionação, os meus ideais como professor defensor de um ensino

auxiliado ou centrado nas potencialidades das novas tecnologias ficaram ainda mais reforçados.

O ensino encontra-se sem dúvida potenciado pelas tecnologias, pelo simples facto de ser algo

extremamente familiar ao aluno, algo que o aluno não sente grandes dificuldades em utilizar

(mesmo em abusar, em alguns exemplos). Além disso, como o aluno utiliza algo familiar ao seu

meio direto, sente-se motivado para utilizar e usufruir das tecnologias, e, desta forma, a sua

aprendizagem pode ser potenciada.

Neste sentido, o presente PIP centra-se nas potencialidades das TIC, nomeadamente na

utilização de metodologias diversas no processo de ensino, como, por exemplo, numa atividade

de WebQuest e numa atividade de resolução de problemas sócio-científicos (colocados no blog

de turma). Ambas as atividades são de cariz construtivista, e partiram da colocação de um

problema específico ao aluno para que este procurasse solucionar o problema com as

ferramentas multimédia, específicas para cada atividade, previamente preparadas pelo docente

para orientar a atividade do aluno. Com estas tarefas pretendeu-se que o aluno construísse o seu

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conhecimento mobilizando as suas capacidades de investigação e organização da informação.

Neste sentido, de forma construtiva, o aluno elaborou e consolidou informação de que

previamente não tinha conhecimento ou de que possuía um conhecimento pouco elaborado. Ao

professor, nestas atividades, foi conferido o cariz de facilitador da aprendizagem, fornecendo

ajuda ao aluno apenas e só se necessário.

Neste contexto, o projeto de intervenção pedagógica supervisionada (PIP), incluído na

unidade curricular de Estágio Profissional do 2º ano do Mestrado em Ensino de Biologia e de

Geologia no 3º ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, no ano letivo de 2012/2013,

teve os seguintes objetivos gerais para a sua implementação:

1- Analisar como evolui a (re)construção do conhecimento substantivo de alunos na

unidade ‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de

escolaridade com recurso às tecnologias de informação e comunicação;

2- Caraterizar o efeito de diferentes estratégias pedagógicas que usam as tecnologias de

informação e comunicação no conhecimento processual de alunos na unidade

‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de

escolaridade;

3- Caraterizar o efeito de diferentes estratégias pedagógicas que usam as tecnologias de

informação e comunicação no desenvolvimento das competências de comunicação

dos alunos.

4- Analisar como evolui a motivação dos alunos na unidade ‘Obtenção de matéria -

Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com recurso às

tecnologias de informação e comunicação.

1.3. Importância do Projeto de Intervenção Pedagógica

 

Uma educação auxiliada pelas potencialidades educativas das novas tecnologias, pode

ajudar o aluno a investigar e estruturar a informação científica e tecnológica necessária para

resolver problemas do seu quotidiano ou tomar decisões informadas numa sociedade

democrática (Wellington & Ireson, 2008). Para além desta finalidade da educação em ciências

como uma vertente de formação para uma cidadania ativa, que se encontra como um dos

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  7  

objetivos essenciais deste PIP, este projeto também será uma mais valia para os docentes e

alunos ao procurar mostrar como é que os alunos (re)constroem o seu conhecimento

substantivo sobre a obtenção de matéria pelos seres heterotróficos e seres autotróficos e como o

aplicam no seu dia-a-dia.

Este PIP também é importante para o meu desenvolvimento profissional, porque ao

estar em oposição às metodologias de ensino tradicionais, baseadas apenas na transmissão de

conhecimentos, permitiu-me refletir sobre o papel do professor e das metodologias de ensino

das ciências com utilização das TIC a nível do aumento da motivação dos alunos para a

aprendizagem das ciências, das suas competências de comunicação e, mas especificamente,

das suas competências para divulgar o conhecimento científico, e, ainda, sobre outras

competências especificas relacionadas com a evolução do conhecimento processual na

educação em ciências.

1.4. Limitações do Projeto de Intervenção Pedagógica e dos Instrumentos de

Recolha de Informação para Avaliação

   

Toda e qualquer projeção de um rumo, de caminhos a seguir, para a introdução de um

projeto, deve ser cuidada e elaborada com rigor, para que se entendam as reais limitações do

mesmo. Esse rigor deve aplicar-se igualmente às ferramentas/instrumentos de recolha de

informação, para que a avaliação seja coerente, fidedigna e o mais próxima possível das

realidades vividas.

Desta forma, e penso que se assume como um problema transversal a todos os

projectos de intervenção pedagógica aplicados anteriormente, a principal limitação associada ao

PIP é o pouco tempo de implementação, ou seja, para que os resultados pudessem ser

criticamente elaborados e assim representarem uma fonte sólida de informação, o tempo de

implementação deveria ser mais alargado, não ser apenas um conjunto de aulas tão pequeno,

para que as mudanças no comportamento e atitudes dos alunos pudessem evoluir e ser

analisadas com maior rigor. Esta limitação de tempo também se sentiu no desenvolvimento do

conhecimento processual, onde apenas foram trabalhadas algumas competências específicas

mais relacionadas com a Unidade de Ensino que foi trabalhada, nomeadamente: capacidade de

identificar problemas, investigar e selecionar informação científica relevante para a resolução do

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problema, executar experiências, registar e interpretar resultados, discutir os resultados em

função do conhecimento científico existente, organizar as investigações realizadas em relatórios,

comunicar à turma e no Blog os resultados das investigações.

As limitações dos instrumentos/ferramentas de recolha de informação centram-se

essencialmente na existência de respostas socialmente desejáveis no preenchimento dos

questionários, tal como alertam Bogdan e Biklen (1994), e em problemas de funcionamento da

Internet.

Relativamente à adulteração de resultados, torna-se essencial referir este facto pois,

apesar de se ter motivado os alunos para o preenchimento dos questionários ser individual, e se

terem criado condições para isso, existiu a tendência do aluno, devido também à sua

predisposição para preencher o questionário não por si próprio mas seguindo o que os colegas

que consideram melhores alunos ou são líderes no grupo fazem, ficar com a sua opinião real

abafada por esta sua tentativa de aceitação social perante o amigo, colega de turma e professor.

Esta situação que pode não apresentar muita relevância quando se cruzam estes resultados com

os da observação participante, pode ser algo extremamente prejudicial para o PIP quando não

foram recolhidos dados de observação suficiente sobre cada aluno para os clarificar.

Os problemas com o acesso à Internet são uma constante na sociedade de hoje em dia,

e o mesmo pode verificar-se com os alunos na troca e partilha de informação. Especificamente

na tarefa contínua no Blogue, troca de e-mails e na WebQuest o facto de não haver um

computador por aluno e da Internet falhar, levou a atrasos na execução das tarefas que

prejudicaram o ritmo das aulas e a motivação do professor e alunos.

Saliento ainda como uma limitação da avaliação do PIP, que alguns resultados e

conclusões da minha observação não participante (durante a fase de observação de aulas) e

participante (durante a implementação do PIP) utilizados para fundamentar a escolha de

determinadas metodologias, ostentam um grau de subjetividade inerente ao observador, o que

pode representar uma limitação. Considero que esta limitação não é muito significativa, pois os

resultados da observação foram discutidos com os supervisores e complementados com os

resultados dos questionários de autopreenchimento, o que permitiu fazer a triangulação das

observações com dados objetivos obtidos com o preenchimento desses questionários pelos

alunos.

 

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1.5. Estruturação Geral do Relatório

Este relatório é realizado com o essencial objetivo de estruturar e organizar todas as

tarefas realizadas (antes do período de estágio, no decurso do mesmo e numa fase posterior),

podendo assim retirar ilações preponderantes para o meu ensino no futuro. O presente

documento, subdivide-se em várias secções específicas.

No capítulo I – Introdução –, após esta breve introdução (1.1.), procede-se à

contextualização e finalidades do projeto de intervenção pedagógica (1.2), descreve-se a sua

importância face à realidade da escola (1.3), apresentam-se as limitações do projeto e dos

instrumentos de recolha de informação para avaliação (1.4) e, por fim, apresentar-se-á a

estruturação geral do presente relatório (1.5).

No capítulo II – Contexto e plano geral de intervenção–, descreve-se o contexto de

intervenção (2.2), a contextualização teórica do projeto de intervenção pedagógica (2.3) e as

estratégias de intervenção pedagógica (2.4).

No capítulo III – Desenvolvimento e avaliação da intervenção pedagógica –, após uma

breve introdução (3.1), será analisada a evolução do conhecimento substantivo do aluno (3.2).

Na secção seguinte (3.3), surge a análise da evolução do conhecimento processual do aluno, na

unidade de ensino “Obtenção de matéria – heterotrofia e autotrofia”. Na penúltima secção

(3.4.), faz-se uma apresentação de resultados relacionados com o desenvolvimento das

competências de comunicação, e, por fim, com a evolução da motivação dos alunos (3.5.).

No capítulo IV – Conclusões e recomendações –, apresenta-se as conclusões finais do

trabalho desenvolvido durante a intervenção pedagógica (4.2), faz-se as recomendações

didáticas (4.3), indicam-se as investigações futuras (4.4) e, por fim, faz-se uma reflexão final de

todo trabalho (4.5).

   

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  11  

CAPITULO II

     

CONTEXTO E PLANO GERAL DE INTERVENÇÃO

2.1. Introdução

Nesta secção do relatório, será possível encontrar uma justificação referente à

implementação do projeto de intervenção pedagógica. Primeiro apresenta-se uma caracterização

geral do contexto de intervenção (2.2), com a síntese da informação relevante presente nos

documentos de regulação do processo de E/A (2.2.1.) e a caracterização da turma (2.2.2.).

Posteriormente, segue-se o enquadramento teórico do projeto de intervenção (2.3.),

onde se explica o valor do construtivismo na educação em ciências (2.3.1.), o papel das

metodologias de ensino na educação em ciências (2.3.2.), as potencialidades das TIC no Ensino

das Ciências (2.3.3.) e estudos realizados sobre o Ensino das Ciências com a utilização das TIC

(2.3.4.).

Para terminar, descreve-se o plano geral de intervenção (2.4.), onde se apresentam os

objetivos de formação (2.4.1), as estratégias de formação/investigação (2.4.2.), os objetivos de

investigação/avaliação (2.4.3), a seleção de técnicas e instrumentos de investigação (2.4.4), o

plano de recolha de dados (2.4.5) e o tratamento e análise de dados (2.4.6).

2.2. Contexto de Intervenção

2.2.1. Documentos reguladores do processo de E/A

A escola em questão, apesar de se tratar de uma escola onde prevalece um regime de

gestão semiprivada, ou seja, onde a mesma se rege como uma empresa de ensino adaptada ao

currículo nacional, possui um projeto educativo (PEE). Este documento possui a função de definir

as linhas orientadoras do projeto curricular de escola e dos projetos curriculares de turma.

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  12  

Assim, em linhas gerais, pode afirmar-se que o PEE caracteriza a escola e a sua comunidade

educativa.

A escola em questão pertence ao conjunto de escolas de uma Cooperativa de Ensino,

CRL., constituída, por escritura de 15 de Julho de 1975, com o objetivo de ultrapassar a crise

por que passava o ensino particular, mercê dos acontecimentos que se seguiram à revolução de

Abril e para defesa legítima da liberdade de ensino. A Cooperativa de Ensino é proprietária de

dois estabelecimentos de ensino que administra: uma escola fundada em 1975 e outra fundada

em 1987.

As duas escolas serviam em 2004/2005 uma população de cerca de 3913 alunos. No

mesmo ano, as duas escolas contavam no seu efetivo com 498 trabalhadores (Tabela1).

Tabela 1 Frequência dos trabalhadores na Cooperativa de Ensino

Categoria Escola 1 Escola 2 Total Docentes 194 153 347 Não docentes 90 61 151 Total 284 214 498

A Cooperativa possui uma frota de 12 autocarros que transportam diariamente cerca de

2.900 alunos.

Linhas orientadoras segundo o PEE da Cooperativa de Ensino, CRL

Da análise atenta dos dados relativos à auscultação a todo a comunidade educativa,

ficaram evidentes três áreas de intervenção prioritária: 1) Gestão de Espaços e Recursos; 2)

Educação para o civismo, segurança e disciplina; 3) Alimentação, higiene e saúde.

Apresenta-se, seguidamente, uma listagem das estratégias de atuação propostas pelos

respondentes, apenas para a área de intervenção ‘Gestão de Recursos’ (Tabela 2).

Tabela 2

Estratégias de atuação para a Gestão de Recursos

Estratégias de atuação Promoção de acções de formação de pessoal Não Docente; Melhorar e aumentar os espaços destinados aos alunos:

• Espaços destinados a lazer • Melhorar a sala de informática • Melhorar a Biblioteca • Apetrechar mais salas com recursos informáticos audiovisuais e outros • Melhorar o centro de recursos

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Cabe ao Conselho de Turma estabelecer prioridades no tratamento dos diversos temas,

sempre em função das características, necessidades e interesses da respetiva turma. No sentido

da operacionalização do Projeto Educativo, ficaram definidos os seguintes princípios:

1. O planeamento e a programação da ação educativa da escola baseiam-se no seu

Projeto Educativo. Este deve constituir um critério único de atuação de todos os

sectores de atividade da escola e deve dar coerência e continuidade ao trabalho

realizado por toda a Comunidade Educativa.

2. A programação da ação educativa da escola formaliza-se através de instrumentos

reguladores da atividade educativa como são o Regulamento Interno, Projeto

Curricular de Escola e o Plano Anual de Atividades.

3. O Projeto Curricular de Escola é um instrumento de gestão pedagógica, que

permite a concretização do Projeto Educativo e define, em função do Currículo

Nacional, o nível de prioridades da escola face ao seu contexto.

4. O Projeto Curricular de Escola estabelece prioridades de atuação ao nível das

competências essenciais e transversais, proporcionando uma visão global das

situações e uma construção interdisciplinar e integrada dos saberes.

5. O Projeto Curricular de Escola pressupõe, dentro dos limites estabelecidos a nível

nacional, uma visão do currículo própria da escola que defina como prioritário o

papel da escola e dos professores, o qual não deve limitar-se à mera execução de

princípios pré-definidos, mas participar ativamente nos campos da gestão curricular.

6. A responsabilidade direta dos professores insere-se prioritariamente na

organização e orientação dos processos de ensino e aprendizagem,

convenientemente definido e planificado ao nível do Projeto Curricular de Turma, que

é um elemento primordial da gestão do currículo.

7. O Plano Anual de Atividades é o documento que adequa o Projeto Educativo à

realidade da escola e o torna mais operativo e eficaz.

8. O Plano Anual de Atividades é um instrumento de planeamento, coordenação e

coesão entre todos os sectores de atividade da escola, garantindo apenas uma linha

educativa.

9. O Plano Anual de Atividades é elaborado em reuniões a realizar no início de cada

ano letivo por todos quantos, direta ou indiretamente, se encontram envolvidos na

vida da escola.

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  14  

10. Compete à Direção Pedagógica, depois de auscultado o Conselho Pedagógico, a

articulação de todas as propostas, de modo a que seja único o texto do Plano Anual

de Atividades.

De uma forma geral, pode assumir-se que um projeto é um processo partilhado em

função de um produto desejado. Neste contexto, é consensual considerar a avaliação como um

processo sistemático de recolha de informação, a partir da qual se podem formular juízos de

valor que facilitem a tomada de decisões. De acordo com o PEE da Cooperativa de Ensino

pretende-se que a avaliação permita:

• Determinar o grau de concretização do projeto, nomeadamente no que diz respeito às

áreas prioritárias de atuação;

• Realizar ajustamentos, sempre que se constate a ocorrência de desvios relativamente às

finalidades traçadas.

Neste documento sugere-se que para cada atividade a realizar se desenvolvam

estratégias adequadas e se definam instrumentos de análise – entrevistas, diários, questionários,

dados de observação direta, análise de documentos, relatórios, sessões específicas para

apresentação e debate de resultados. Sugere-se, também, a criação de instrumentos que

permitam acompanhar e avaliar global e pontualmente o Projeto Educativo, ao longo dos

próximos três anos, no sentido de detetar a eficácia do processo.

A turma onde o PIP será implementado, faz parte da primeira escola da Cooperativa de

Ensino. Esta turma, turma 2 do 10º ano, da disciplina de Biologia e Geologia, do curso Científico-

Humanístico de Ciências e Tecnologias do ano letivo de 2012/2013, é constituída por 28

alunos, sendo 14 do sexo masculino e 14 do sexo feminino.

 

 

2.2.2. Caraterização da turma

   

A turma onde se procedeu à intervenção pedagógica era constituída inicialmente por

vinte e seis alunos. Posteriormente, durante o primeiro período, foi acolhido um novo elemento

na turma, ficando a mesma constituída, então, por vinte sete alunos, dos quais catorze são do

sexo feminino (51,9%) e treze do sexo masculino (48,1%), com uma faixa etária compreendida

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entre os quinze e os dezassete anos, sendo a idade média 15,3 anos, cuja representatividade se

encontra representada na Gráfico 1.

 Gráfico 1 Média de idades dos alunos

Abordando um pouco mais a fundo as características gerais da turma necessárias para

uma melhor compreensão de certos parâmetros avaliativos ou qualitativos, proceder-se-á, de

seguida, a uma análise de alguns dados, provenientes de uma análise sobre as fichas dos

respetivos alunos, gentilmente cedidas pelo professor orientador da escola.

Especificamente, foram analisados os dados que têm relevância para estes PIP,

nomeadamente os dados sobre a avaliação dos alunos a todas as disciplinas (exclusão dos

alunos repetentes) no 9ºano (Gráfico 2), sobre a escolaridade dos pais dos alunos (Tabela 1),

sobre as profissões dos pais dos alunos (Tabela 2), sobre a situação social dos alunos em

termos de contribuições e subsídios (Tabela 3), sobre a frequência com que os alunos acedem à

internet (Tabela 4) e sobre a frequência e percentagem das finalidades com que os alunos

utilizam o computador (Tabela 5).

No Gráfico 2, encontra-se representada a avaliação dos alunos a todas as disciplinas

(exclusão dos alunos repetentes) no 9ªano.

Gráfico 2 Avaliação dos alunos a todas as disciplinas no 9ºano

0  

5  

10  

15  

15   16   17  

Feminino  

Masculino  

41%  

42%  

17%  

Avaliações  3   4   5  

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  16  

Pela análise do Gráfico 2, pode observar-se que a média dos alunos nas disciplinas

referentes ao 9º ano de escolaridade varia entre o três e o quatro. Logo, pode referir-se que a

presente turma era mediana/boa aquando do seu ingresso no 10ºano de escolaridade. Existiam

apenas dois alunos repetentes (sendo um do sexo masculino e outro do sexo feminino). De uma

forma mais específica, os dois alunos obtiveram as seguintes notas, relativas ao ano de

2012/2013: aluno do sexo masculino: 11 alunos tiveram negativa a Português, 8 a Inglês, 17 a

Educação Física, 5 a Matemática, 10 a Filosofia, 7 a Físico-Química-A e 7 a Biologia e Geologia;

aluna do sexo feminino: 11 alunas tiveram negativa a Português, 9 a Inglês, 13 a Educação

Física, 6 a Matemática, 13 a Filosofia, 8 a Físico-Química-A e 8 a Biologia e Geologia.

Nesta fase, pode ainda falar-se de determinados dados desta turma, que possuem

alguma importância latente, obtidos durante o período de observação de aulas de Biologia e

Geologia, período precedente ao período de regência.

As aulas de Biologia e Geologia, para a turma em questão, eram leccionadas em duas

aulas de cento e vinte minutos à terça-feira e sexta-feira de manhã, exclusivamente teóricas, com

a turma toda reunida. De quinze em quinze dias, a turma dividia-se em turnos para práticas

laboratoriais (turno 1 às segundas-feiras de manhã e turno 2 às quintas feiras de manhã) em

aulas de cento e vinte minutos. Pode ainda acrescentar-se que nas semanas onde não

ocorressem práticas laboratoriais, era lecionada à segunda-feira de tarde uma aula de sessenta

minutos de carácter teórico-prático. Todas as salas de aula eram propícias à boa lecionação e

prática de Ciências.

Abordando agora as caraterísticas dos alunos, nesta altura precedente ao período de

regência, fiz observação das aulas para obter algumas evidências sobre o comportamentos da

turma. Partilho então um pequeno excerto das notas de campo, obtidas no período de

observação de aulas, com o principal objectivo de ilustrar esses comportamentos. No Diário de

Aula, do dia 9 de novembro de 2012 escrevi sobre a turma em geral:

A turma tem um bom índice de participação e tem vontade de aprender, o seu comportamento é variável

e, por vezes, ficam irrequietos e barulhentos. A turma está dividida visivelmente em 2 grupos: grupo dos

rapazes e das raparigas, cujo “líder” de turma é o aluno Daniel Oliveira (nome simulado). Esta separação,

apesar de toda a turma se dar muito bem, verifica-se na constituição dos grupos práticos (ou seja, nas

aulas práticas onde a turma fica dividida por ser uma turma numerosa).

(Diário de Aula, 9 de novembro de 2012)

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  17  

Os alunos mais calados ou pouco participativos segundo os resultados dos testes, são os alunos

mais aplicados na aula, como podemos constatar nos excertos abaixo com nomes dos alunos simulados:

A Andreia Ribeiro é muito tímida e sempre recatada. No grupo feminino parece ser a menos “aceite” em termos sociais, talvez daí a sua timidez (nunca a vi a responder oralmente a uma questão colocada pelo

professor ou por algum elemento da turma). No seu “mundinho” aparenta ser bastante organizada, tal como se vê pelo resultado do teste. Obteve a melhor nota do teste no dia 26-10-2012, 16 valores.

O Diogo Torres é muito atento e muito calado, não permitindo as grandes distrações que lhe

proporcionam os colegas chegados, mas o facto de ser calado faz com que não participe na aula. A sua nota do teste no dia 26-10-2012 foi de 13 valores.

O Filipe Ferreira, apesar de estar na fila da frente, não participa ou se o faz é apenas timidamente; no

grupo dos rapazes é o elemento menos inserido. Talvez ele se sinta mal e seja alvo de chacota na turma devido ao seu aspeto mais desenvolvido. Coloco a hipótese disso acontecer apesar da turma se dar muito

bem em termos gerais. Provavelmente esta “chacota”, como um eventos de “bullying”, ocorre por elementos extra-turma e, como consequência os elementos da turma deixam-no de parte para não serem

vistos ao lado dele. [Posteriormente, observei que nestas situações a turma o protegia contra elementos externos à turma. A minha primeira impressão estava errada]

O Francisco Ribeiro é um aluno que não participa nas aulas e parece demonstrar desinteresse pela aula,

mas o seu resultado no teste (melhor que alguns alunos supostamente melhores que ele) mostra que se trata ou de um aluno que não necessita estar atento para aprender a matéria ou estuda bastante em casa.

A sua nota do teste de dia 26-10-2012 foi de 12 valores.

O Vítor Ribeiro é um aluno bastante calado e pouco participativo, parece ser bem organizado mas aparentemente é “despassarado” (chega atrasado e está referenciado por ter diversas faltas de material).

A sua nota do teste de dia 26-10-2012 foi de 14 valores. (Diário de Aula, 9 de novembro de 2012)

Também observei alunos com potencial desinteresse na aula, como ilustro no excerto abaixo, também com nomes simulados:

A Ana Neto é uma aluna desinteressada na aula, em norma todas as técnicas do professor para lecionar

são-lhe indiferentes (sejam perguntas abertas ou fechadas, sejam vídeos, sejam esquemas). É bastante

recatada sendo mesmo introvertida. Segundo o professor orientador de estágio pode tratar-se de um

caso de inadaptação na turma. A sua nota do teste no dia 26-10-2012 foi de 4 ou 5 valores.

(Diário de Aula, 9 de novembro de 2012)

Para terminar, também observei aspetos positivos no comportamento dos alunos que iriam facilitar o meu ensino, isto é observei vários alunos muito participativos, como se pode analisar nas evidências seguintes com nomes simulados:

A Beatriz Gonçalves é uma aluna participativa e inteligente, aparentemente organizada. Situa-se num

pequeno grupo de meninas, o que pode potenciar o seu melhor ou pior comportamento. A Beatriz Lobo é

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uma aluna participativa e empenhada e faz parte do mesmo grupo. A Cláudia Sampaio, no mesmo grupo,

é bastante empenhada e com bom comportamento, a sua participação é bastante razoável. Noutro grupo encontra-se o Daniel Oliveira, que é, sem dúvida, o elemento líder da turma, dando

opinião sobre tudo o que se passa à sua volta que envolve a turma. A sua participação é muito boa, mas por vezes inoportuna. O seu comportamento é razoável, mas, por vezes, dispersa-se. Além disso, e tal

como referiu o professor orientador, o seu desempenho no teste mostra esse tipo de desatenção, pois na explicação de conceitos do teste ele “escreveu muito mas pouco ou nada disse”, saindo assim

prejudicado. Tem uma relação muito boa com o professor orientador, talvez por gostar de Biologia e do professor, mas “passa graxa” sempre que possível.

O Marco Pereira, do mesmo grupo do Daniel Oliveira, é um aluno muito participativo e quando participa, normalmente é de forma acertada. Tem um bom relacionamento com todos os elementos da

turma, mas fala e troca ideias muitas vezes com o aluno da mesa de trás, o Miguel Antunes. O Miguel Antunes, é muito participativo, bastante empenhado e cumpridor. O seu comportamento é bom, mas por

vezes, se a turma se dispersa, o mesmo agrava o seu comportamento, acompanhando o comportamento da turma. Tem uma relação muito direta com o aluno Marco Pereira e este é quase a única pessoa que

interage positivamente com o aluno Filipe Ferreira, mostrando-se preocupado com ele. O João Silva, de outro grupo de alunos, embora muito participativo, a sua participação é muitas

vezes desadequada. Possui um bom relacionamento com todos os elementos da turma e com o professor. O seu comportamento por vezes não é adequado para a sala de aula, seguindo o ritmo da turma quando a

mesma “descarrila” em termos comportamentais. Os restantes membros da turma apresentam um comportamento variável e a sua participação

varia consoante a sua predisposição para a aula. Há uma boa relação entre a turma em geral e com o professor orientador. O comportamento da turma decresce de qualidade quando ficam

enfadadas/aborrecidos com uma atividade, verificando-se sempre um efeito de “bola de neve” na propagação do mau comportamento, isto é, quando os membros chave da turma ficam irrequietos inicia-

se o efeito bola-de-neve no resto da turma. (Diário de Aula, 9 de novembro de 2012)

Após esta abordagem sobre os alunos da turma (desde avaliações até aos

comportamento) passa-se de seguida a contemplar dados sobre o meio direto do aluno, ou seja

trata-se agora de informação sobre a escolaridade dos pais dos alunos (Tabela 3).

Tabela 3 Escolaridade dos pais dos alunos (N=27)

Pai Mãe

Habilitações f % f %

Sem habilitações 0 0 0 0 1º Ciclo 5 18.5 2 7.4

2 º Ciclo 12 44.4 9 33.3 3º Ciclo 4 14.8 9 33.3

Secundário 1 3.7 5 18.5 Superior 4 14.8 1 3.7

Não sabe 1 2.7 1 3.7 Não têm 0 0 0 0

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Pela análise da Tabela 3, pode salientar-se que no que respeita aos pais dos alunos, o

2.º Ciclo é o nível de escolaridade mais frequente (44,4%), seguido pelo 1.ºCiclo (18,5%). No que

respeita às mães dos alunos, o 2.º e 3.º Ciclo são o nível de escolaridade mais frequente

(33,3%), seguido pelo Ensino Secundário (18,5%). É de referir, ainda, que o Ensino Superior se

encontra representado nos pais e nas mães, sendo mais prevalente nos primeiros (14,8% de

pais contra 3,7% de mães).

Estes dados podem ter possível relevância para o PIP, pois demonstram o grau de

habilitações literários dos pais dos alunos, o que pode servir como base para que se entendam

vários factores, como avaliações, comportamentos, etc.

Na Tabela 4 encontram-se representados os dados sobre as Profissões dos pais dos

alunos.

Tabela 4 Profissões dos pais dos alunos (N=27)

Pai Mãe

Profissão f % f %

Quadros superiores/Dirigentes

3 11.1 3 11.1

Especialistas intelectuais/científicos

4 14.8 5 18.5

Pequenos empresários/empregado

18 66.7 13 48.1

Operários/não qualificados

0 0 1 3.7

Reformado/Pensionista 0 0 0 0 Desempregado 1 3.7 2 7.4

Doméstica 0 0 0 0 Estudante 0 0 1 3.7

Não têm 0 0 1 3.7 Não sabe 1 3.7 2 7.4

A análise da Tabela 4, mostra que as profissões com maior prevalência nos pais são

pequenos empresário/empregado (66,7%) e quadros superiores/dirigentes (11,1%). As

profissões com maior prevalência nas mães, são pequenas empresárias/empregadas (48,1%) e

especialistas intelectuais/científicas (18,5%).

Para fundamentar este projeto, da análise das Tabelas 1 e 2 pode inferir-se que muitos

alunos procedem de contextos familiares relativamente qualificados e que nos dias actuais

funcionam através das funcionalidades das tecnologias de comunicação e informação (ex.

utilização do computador no ambiente de trabalho), o que poderia traduzir-se em expectativas de

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desempenho académico bem conseguido relativamente ao PIP implementado, no entanto, essa

relação não deve ser encarada como linear pois existem inúmeros factores (sociais, domésticos,

laborais, etc.) que podem inviabilizar esse desejado desempenho.

Na Tabela 5, encontra-se representado a situação social dos alunos em termos de

contribuições e subsídios.

Tabela 5 Situação social dos alunos em termos de contribuições e subsídios

(N=27) Subsídio f %

Sim 10 37

Não 17 63

Pela análise da Tabela 5, pode observar-se que mais de metade da turma em questão,

cerca de 63%, não necessita de apoio social. Se se ajustar a referente tabela às Tabelas 1 e 2,

podemos inferir a real possibilidade de que muitos alunos procedem de contextos familiares

relativamente qualificados.

Abordando agora o parâmetro Internet, que será crucial em todo o PIP apresentado, na

Tabela 6, encontra-se representada a Frequência com que os alunos acedem à Internet.

Tabela 6

Frequência com que os alunos acedem à Internet

(N=25)

Só para

fazer os trabalhos

de casa

f(%) Só aos

fins de semana

f(%) Diariamente f(%) Sempre f(%) Nunca f(%)

1 4.2 1 4.2 3 12.5 20 83.3 0 0.0

Pode salientar-se que mais de metade da turma (83.3%) utiliza ou acede à Internet

sempre que desejar. Isto pode ser um bom meio de apoio, pois algumas tarefas aplicadas no

PIP serão enviadas com uso do correio electrónico ou serão partilhadas no Blog de turma,

utilizando aqui a funcionalidade “troca de informação” característica da Internet.

Percebe-se que existe uma grande afluência na utilização da Internet por parte dos

alunos, desta forma, torna-se importante entender de que forma o aluno aplica o seu tempo na

utilização da Internet. Na Tabela 7, encontra-se representada a finalidade com que os alunos

utilizam o computador (utilizam a Internet).

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Tabela 7

Frequência e percentagem das finalidades com que os alunos utilizam o computador/Internet

(N=24)

Grau de interesse

Finalidades Muito baixo

Baixo Intermédio Alto Muito alto

f % f % f % f % f %

a). Investigação geral 0 0.0 4 16.7 8 33.3 7 29.2 5 20.8 b). Procurar material

didático

0 0.0 4 16.7 11 45.8 6 25.0 3 12.5

c). Comunicar com outras

pessoas por e-mail

2 8.3 7 29.2 3 12.5 8 33.3 4 16.7

d). Comunicar com outras

pessoas em Fóruns

3 12.5 8 33.3 7 29.2 4 16.7 2 8.3

e). Comunicar com outras

pessoas em Chats

1 4.2 5 20.8 3 12.5 7 29.2 8 33.3

f). Comunicar com outras

pessoas pelo FaceBook 2 8.3 4 16.7 1 4.2 5 20.8 12 50.0

g) Entretimento 1 4.2 1 4.2 2 8.3 4 16.7 16 66.7

h). Fazer compras 7 29.2 7 29.2 4 16.7 2 8.3 4 16.7 i). Descarregar (download)

ficheiros de música

0 0.0 1 4.2 4 16.7 10 41.7 9 37.5

j). Ver filmes no Youtube 0 0.0 1 4.2 6 25.0 6 25.0 11 45.8

l). Jogar 2 8.3 5 20.8 4 16.7 3 12.5 10 41.7 m). Outro. Qual? 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0 0 0.0

Pela análise da Tabela 7 (onde a escala de 1-5 representa a quantificação do interesse

do aluno no uso da Internet para determinada situação), podemos observar, por exemplo, que

no que toca ao uso da Internet, apenas 1/3 da turma (33.3%) utiliza a Internet com o intuito de

“investigação geral”. Pelo contrário, a “procura de material didático” apresenta 45.8% de

afluência de utilização da Internet por parte da turma, representando cerca de metade. Da

mesma forma, metade da turma (cerca de 50%) considera importante utilizar a funcionalidade

“comunicar com outras pessoas por e-mail, comunicar com outras pessoas em Fóruns,

comunicar com outras pessoas em Chats” para a troca e partilha de informação. No entanto,

verifica-se ainda alguma percentagem de alunos da turma que não considera importante este

factor. “Comunicar com outras pessoas pelo FaceBook”, por se tratar ou não, de uma rede

social muito em voga nos dias atuais, é uma das funcionalidades mais identificadas pela turma

(cerca de 70% da turma). Dos restantes tópicos da tabela 5, como se tratam de hobbies ou

passatempos dos alunos, a sua percentagem de importância é relativamente alta (>50%). De

salientar, antes de finalizar, o tópico “fazer compras”, que apresenta uma importância baixa

para mais de metade da turma (>60%). Este facto pode ser vantajoso, uma vez que pode ser

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indicador de que o aluno, se protege um pouco de tudo que a Internet oferece, evitando assim

problemas.

Unindo a informação presente nas tabelas apresentadas, pode inferir-se uma qualidade

de vida aceitável por parte dos alunos e das suas famílias, salvo algumas exceções. A presença

de um computador em casa, pelo qual o aluno pode aceder à Internet para usufruir da mesma

será um fator facilitador neste PIP. Verifica-se ainda, que o aluno utiliza a Internet para seu

proveito (hobbies/passatempos), mas o mesmo entende a necessidade de utilizar a mesma para

a resolução de algumas tarefas do seu dia a dia (sejam elas educativas ou não), o que também

será positivo para este PIP.

2.3. Contextualização teórica do projeto de intervenção pedagógica  2.3.1. Metodologias de Ensino na Educação em Ciências

Durante a implementação do PIP na turma considerada, procurou-se implementar uma

metodologia de ensino das ciências com utilização das novas tecnologias de informação e

comunicação para potencializar uma (re)estruturação mais fácil pelos alunos do conhecimento

científico. Com este PIP procurou-se também uma mudança do ensino tradicional, centrado no

professor, para um ensino construtivista, centrado no aluno.

De acordo com Menses (s.d.), o construtivismo é

uma das correntes empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve, partindo do

principio de que o desenvolvimento da inteligência é determinado pelas ações mútuas entre o individuo e

o meio (…) o homem não nasce inteligente, mas também não é passivo sob a influência do meio, isto é,

ele responde aos estímulos externos agindo sobre eles para construir e organizar o seu próprio (…). Dessa

forma pode dizer-se que o conhecimento consiste numa reestruturação de saberes anteriores, mais que

na substituição de uns conceitos por outros. A passagem de uma didática centrada na transmissão do

conhecimento para outra baseada na sua construção não nasce de um dia para outro. Assim, as

abordagens construtivas para as quais contribuíram os trabalhos de Piaget, Ausubel, Vygotsy e Bruner têm

denominado a investigação nos últimos anos sobre o construtivismo e a aprendizagem. (s.p.)

Basicamente, o construtivismo é uma corrente de ensino centrada no conhecimento

prévio do aluno, onde se parte das ideias iniciais do aluno para se (re)construir os conceitos,

neste caso, de ciências. Segundo Silva e Jesus (2004), de acordo com Ausubel a aprendizagem

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é um processo que envolve a interação da nova informação abordada com a estrutura cognitiva

do aluno, por isso, deve considerar-se sempre o conhecimento prévio que o indivíduo possui

como ponto de partida para um novo conhecimento. De acordo com estes autores, para Ausubel

a aprendizagem ocorre quando a nova informação se baseia em conceitos ou proposições

relevantes, preexistentes na estrutura cognitiva do aluno, ou seja, quando este encontra

significado no que ouve. Assim, são necessários pontos de base, ou pilares de aprendizagem,

que irão relacionar o novo com o que o aluno já sabe.

De acordo com Novak e Gowin (1984), o conceito principal da teoria de Ausubel é o de

aprendizagem significativa, em oposição ao de aprendizagem memorística. Na sua perspetiva,

para aprender significativamente, o indivíduo deve optar por relacionar os novos conhecimentos

com as proposições e conceitos relevantes que já conhece. Pelo contrário, na aprendizagem

memorística, o novo conceito pode adquirir-se simplesmente mediante a memorização verbal e

pode incorporar-se arbitrariamente na estrutura de conhecimentos de uma pessoa, sem interagir

com o que já lá existe. Assim, a aprendizagem significativa caracteriza-se por uma interação, não

uma simples associação, entre aspectos específicos e relevantes da estrutura cognitiva e as

novas informações, pelas quais estas adquirem significado e são integradas à estrutura cognitiva

de forma não arbitrária e não literal contribuindo para a diferenciação, elaboração e estabilidade

de subsunçores pré-existentes e, consequentemente, da própria estrutura cognitiva. As principais

diferenças entre aprendizagem significativa e mecânica estão descritas no quadro 1.

Quadro 1

Aprendizagem significativa versus aprendizagem mecânica

Aprendizagem Significativa -Incorporação dos novos conhecimentos na estrutura cognitiva de modo não arbitrário, substantivo e não literal. -Esforço deliberado para ligar os novos conhecimentos a conceitos de nível superior, mais inclusivos, na

estrutura cognitiva. -Aprendizagem relacionada com experiências com acontecimentos ou objetos. -Compromisso afectivo para relacionar os novos conhecimentos com a aprendizagem prévia Aprendizagem Mecânica -Incorporação dos novos conhecimentos na estrutura cognitiva de modo arbitrário, não substantivo e literal. -Nenhum esforço para integrar os novos conhecimentos com os já existentes na estrutura cognitiva. -Aprendizagem relacionada com experiências com acontecimentos ou objetos. -Nenhum compromisso afectivo para relacionar os novos conhecimentos com a aprendizagem prévia.

Fonte: Novak e Gowin (1996)

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Neste sentido, é necessário que o aluno, como alvo principal da educação, encontre

significado nesta tentativa de mudança metodológica, para que possa aprender

significativamente. Nesta perspetiva, os alunos, professores, o currículo e o meio são atores

centrais do processo de aprendizagem e completam aquilo a que Novak e Gowin (1984)

denominam de os quatro “lugares-comuns” da educação para um ensino construtivista. Os

autores explicam que o ‘meio’ corresponde ao contexto no qual a experiência de aprendizagem

tem lugar e o currículo compreende o conhecimento e as capacidades da experiência educativa.

Ao professor cabe a função de planificar a agenda de actividades e decidir qual o conhecimento

que deve ser considerado e em que sequência. Se um professor seguir estes princípios

construtivistas proporcionará ao aluno uma aprendizagem autónoma, guiando-o e fornecendo-lhe

a ajuda adequada, não mais do que a necessária, de modo a que o aluno desenvolva por si

mesmo as suas capacidades educativas. Ao longo de todo o período de regência, foram

utilizadas metodologias educativas com base nesta perspetiva de ensino. Das várias ferramentas

utilizadas, enunciam-se as duas que foram utilizadas com maior frequência, os mapas

concetuais e de relatórios em “Vê” de Gowin.

Novak e Gowin (1984), explicam ainda que de uma forma abrangente, os mapas

concetuais são uma técnica de análise que pode ser usada para ilustrar a estrutura concetual de

uma fonte de conhecimentos. Segundo os autores, a sua forma e representação dependem dos

conceitos e das relações incluídas, de como os conceitos são representados, relacionados e

diferenciados e do critério utilizado para organizá-los. Portanto, os mapas concetuais são

diagramas hierárquicos indicando os conceitos e as relações entre esses conceitos (Moreira &

Buchweitz, 2000). Neste PIP, os mapas concetuais foram utilizados com uma enorme

frequência, pois no final de todas as aulas eram elaborados, pelos alunos com o mínimo auxilio

de minha parte, mapas concetuais para organizar informação e fazer o resumo da matéria

lecionada.

Além de mapas de conceitos, foram também implementados, durante as aulas

laboratoriais, relatórios em “Vê” de Gowin (Figura 1).

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Fonte: Novak e Gowin (1984)

Figura 1

Relatório em “Vê” de Gowin

O “Vê” de Gowin é uma ferramenta educativa implementada em Portugal nos últimos

anos, através da qual os alunos podem atingir a meta do conhecimento de forma estruturada,

reconhecendo e definindo os conceitos científicos abrangidos. Todos os elementos chave do

relatório em “Vê” estão conectados, de modo a que seja possível aos alunos responder à

questão central, proposta numa fase inicial, sendo essa a meta atingir pelo aluno em termos de

conhecimento. Novak e Gowin (1984) argumentam que esse conhecimento é atingido com este

instrumento, que serve para adquirir conhecimentos sobre o próprio conhecimento e sobre o

modo como este se constrói e utiliza. Perceba-se isto pelas palavras dos autores:

As palavras a negro junto ao vértice do “Vê” referem-se a elementos chave que devem ter-se muito em

conta em qualquer investigação que se realize. Os conceitos atuam de uma forma explícita na seleção dos

acontecimentos e dos objetos que decidimos observar e dos registos que decidimos fazer. Se os conceitos

que usamos são inadequados ou incompletos, a nossa pesquisa vai debater-se com dificuldades. Se os

nossos registos forem deficientes, não teremos factos (registos válidos) com os quais lidar e não haverá

transformação alguma que nos possa conduzir à formulação de afirmações válidas. O “Vê” ajuda-nos a

entender que, embora o significado de todo o conhecimento provenha, em última instância, dos

acontecimentos e/ou objetos que observamos, não há nada nos registos destes acontecimentos ou

objetos que nos indique o seu significado. Este deve ser construído, e somos nós que devemos manifestar

como interagem todos os elementos quando construímos novos significados. (p. 71-72)

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Por outras palavras, todo o utilizador do “Vê” constrói o conhecimento ou atinge o

mesmo através de uma conexão de conceitos e acontecimentos registados ao longo de, por

exemplo, uma experiência, com o intuito de descobrir e transformar informação que seja

concreta o suficiente para responder à questão central.

Devido à observação de aulas no período precedente à regência, foi possível observar

aulas práticas e aulas laboratoriais, desta forma decidi fazer desta ferramenta educativa um

utensílio para a leccionação das minhas aulas laboratoriais. Esta, de uma forma avaliativa de

minha parte, assemelha-se o mais possível de uma actividade metodológica ou procedimental

governada de forma consciente pelo mesmo tipo de ideias concetuais e teóricas que utilizam os

cientistas nas suas investigações, permitindo uma abordagem mais direta com o conhecimento

(Novak & Gowin, 1984). Assim, todos, ou pelo menos, os instrumentos mais importantes

utilizados no período de regência (servindo ainda como parâmetro avaliativo), mostraram o meu

total interesse na minha adaptação ao ensino construtivista.

Na expectativa de dar as mãos a esta corrente pedagógica, ocorreu uma tentativa de

utilização de metodologias educativas construtivistas auxiliadas pelas Tecnologias de Informação

e Comunicação (TIC). As TIC têm vindo a ser assumidas como uma importante ferramentas no

desenvolvimento social (Tas, 2010) e na Educação em Ciências (Chagas, 2001). Tas (2010),

reforça a importância das TIC na sociedade quando afirma que as TIC

nos dias hoje estão muito mais evoluída em relação ao que era anteriormente, ou seja, nos tempos em

que este conceito aparecia apenas associado à indústria das TIC. O mesmo, obteve então um aumento de

importância por se encontrar de mãos dadas e colaborar com a Internet e as suas potencialidades. Uma

vez que as tecnologias de informação e comunicação serão uma constante presença na sociedade de

futuro, formas e postos de trabalho baseados nas TIC serão ainda mais válidos. (p.507)

Face à grande utilização das TIC na sociedade, verifica-se ser necessário e incontornável

a utilização de tecnologias no futuro, quer para a resolução de diversos problemas culturais,

sociais e económicos, quer para educação, neste caso em Ciências. As TIC promovem o uso de

ferramentas multimédia de fácil acesso e uso, tais como representações baseadas em textos,

imagens, vídeos e som, que podem ser utilizadas para pesquisa de informação, assimilação de

conceitos e resolução de problemas sócio-científicos entre outros (Ramos, 2008). Assim, para os

alunos se tornarem cidadãos competentes e participarem ativamente na sociedade, deve

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desenvolver-se uma aprendizagem auxiliada pelas TIC. Segundo Ramos (2008), chamamos

Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC):

Aos procedimentos, métodos e equipamentos para processar informação e comunicar que surgiram no

contexto da Revolução Informática, Revolução Telemática ou Terceira Revolução Industrial,

desenvolvidos gradualmente desde a segunda metade da década de 1970 e, principalmente, nos anos 90

do mesmo século. Estas tecnologias agilizaram e tornaram menos palpável o conteúdo da

comunicação, por meio da digitalização e da comunicação em redes para a captação, transmissão e

distribuição das informações, que podem assumir a forma de texto, imagem estática, vídeo ou som.

Considera-se que o advento destas novas tecnologias e a forma como foram utilizadas por governos,

empresas, indivíduos e sectores sociais possibilitaram o surgimento da Sociedade da Informação. (p.5)

Desta forma, a sociedade, tal como a tecnologia, evolui adaptando-se aos contextos em

que a mesma vive e atravessa. Reconhece-se que a sociedade tende a acompanhar essa

evolução, tal como refere Pozzi e Ott (2010):

A Educação Patrimonial Cultural na maior parte dos países europeus foi baseada, durante muito tempo,

em metodologias tradicionais de ensino; isto refere-se, usualmente, a aulas de cariz cara-a-cara operadas

por apenas um professor (menos na unidade curricular referente a Artes), a aulas de estudo baseadas em

análises de textos e imagens e muito raramente análise de vídeos. (…). Este panorama começou a alterar-

se na Europa em 1998, pela promulgação da Recomendação No. R (98) 5 para os Membros de Estado,

que, alude/chama para métodos de ensino mais ativos e para uma aproximação interdisciplinar no que

toca à Educação Cultural. (…). Estranhamente, tanta inovação tecnológica ainda não confere uma total

implementação das TIC nos métodos de ensino… (p.1365)

Verifica-se então, uma tentativa de construção de uma sociedade centrada na vertente

Informática, vertente que possibilita acesso à informação e a disponibilização da mesma de uma

forma rápida e prática, desde ferramentas de texto a ferramentas de vídeo, entre outras. Apesar

disto, a implementação desta metodologia ainda não é total na sociedade de hoje em dia.

Utilizando as ideias de Chagas (2001), existem duas situações que podem justificar a

situação atual: a existência de um distanciamento entre os professores e a investigação

educacional e a falta de investigação que permita esclarecer as potencialidades e as limitações

das TIC como recurso educativo. Caso estas duas situações não se resolvam no futuro, não será

possível obter, tal como refere Chagas (2001), “uma massa crítica sob o ponto de viste teórico

que permita argumentar com fundamento modalidades de utilização da Internet, suas

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qualidades e limitações e que possam constituir, também pontos de partida para novas

conceções acerca do(s) papel(éis) desta tecnologia na aprendizagem da Ciência” (p.15).

Salienta-se que deve ter-se em conta o carácter económico da sociedade, uma vez que

nem todas as escolas possuem possibilidades económicas para implementar as novas

tecnologias nas suas instalações. No entanto, este problema económico deve ser um problema a

resolver por Governos e Ministérios da Educação, pois sendo a educação algo transversal a toda

a sociedade, os mesmos devem promover todo o tipo de recursos necessários às escolas para

que as mesmas possam praticar o Currículo Nacional e o processo de Ensino da melhor e mais

atual forma possível.

Aborda-se, em seguida, alguns exemplos de ideias de vários autores em trabalhos

realizados sobre a implementação das tecnologias de informação e comunicação na Educação,

ideias estas que servem de catalisadores para uma profunda e real implementação desta

metodologia.

Tripa e Chagas (2000), realizaram um estudo elaborado no Centro Nónio, Faculdade de

Ciências da Universidade de Lisboa, que se enquadra no âmbito da formação de professores em

serviço em TIC. Nesse trabalho, as autoras propõem um programa baseado na escola, em que é

aplicada a metodologia de trabalho do projecto, para promover práticas educativas inovadoras,

pela utilização das TIC. Será usada a referência a este trabalho para que se entenda a opinião,

positiva, da vertente docente. As autoras referem que:

A avaliação do programa mostrou atitudes positivas dos participantes no sentido de metodologia de

trabalho do projeto e das TIC. Os participantes foram capazes de transferir as novas habilidades em novas

situações nas suas escolas, para incentivar outros professores na escola em relação ao uso das TIC, e

para introduzir as TIC nas práticas de sala de aula. (Tripa & Chagas, 2000, p.302)

Chagas (1996), defende que a introdução das TIC nas escolas tem sido igualmente

encorajada por programas de financiamento internacionais e nacionais, pelas orientações

curriculares, por ordem dos próprios pais e pela vontade dos professores em utilizar as mesmas

como recursos instrucionais. A investigadora ainda refere que outra influência para o uso das TIC

nas escolas tem sido o drástico aumento dos utilizadores destas novas tecnologias em casa. Liu,

Xing et al. (2010), reforçam esta ideia quando afirmam que com o rápido desenvolvimento das

TIC, as “aplicações informáticas e redes têm sido amplamente utilizados em vários campos,

mudando gradualmente o trabalho, o estudo e a vida das pessoas, especialmente na educação”

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(p.1407), oferecendo as TIC, por um lado, um acesso mais fácil e uma visão multi-perspetiva de

artefactos de património cultural, e, por outro lado, também pode enriquecer e melhorar a

educação sobre o património cultural, graças à adoção de métodos de ensino e aprendizagem

inovadoras (Michela Ott & Franscesca Pozzi, 2010).

Neste sentido, Luu e Freeman (2010) defendem que a alfabetização em TIC têm sido

percebida pelos governos como um fator importante para o crescimento e desenvolvimento

económico no século 21. Tas (2010) recorda que:

na Conferência E-Skills Europeia em 2006, a primeira mensagem que surgiu foi de que é crucial para a

UE adoptar rapidamente competências de longo prazo para promover a competitividade, a

empregabilidade e o desenvolvimento da força de trabalho, reduzir as lacunas de habilidades electrónicas

e estar numa melhor posição para enfrentar os desafios competitivos globais. Todos os dados acima

mencionados indicam a crescente necessidade de aprender sobre as TIC, tanto no simples facto de que

os mercados de trabalho globais veem como uma necessidade para adquirir um emprego visto que vai

haver uma necessidade imensa de profissionais avançados de TIC. No entanto, deve-se levar em conta

que o ensino das TIC varia de literacia e educação para profissionais de rede. Esses treinamentos de

diferentes níveis de conhecimento em TIC têm uma coisa em comum, a maioria deles são muito caros e

não é fácil de acessar. Literacia em TIC, mesmo no nível mais básico, é vital para o desenvolvimento

desde que a economia global o vê como uma necessidade. (p.507-508)

Tas (2010) ainda reforça que “uma vez que as pessoas precisam ser melhor

qualificados para entrar no mercado de trabalho e as competências em TIC são fundamentais

para encontrar um emprego, o ensino das TIC é fundamental para o bem-estar pessoal e

económico. (p.508)

A realidade atual torna perceptível a necessidade de uma nova e mais profunda

abordagem às TIC no ensino, na medida em que a sua utilização é essencial na sociedade no

futuro. Assim, e defendendo-se neste PIP que o futuro de uma sociedade tem os seus alicerces

construídos com o auxílio inequívoco da educação, deve ser estudada uma implementação

destas tecnologias no ensino. Considerando esta evolução da sociedade, é importante que os

professores, como agentes pedagógicos responsáveis pela educação dos alunos, sejam capazes

de formar os alunos para desenvolver as suas capacidades cognitivas e (re)construírem o

conhecimento/informação, para serem capazes de ter um papel ativo na sociedade. Neste

sentido, torna-se imperativo que os professores conjuguem, neste caso, o ensino das Ciências

com as potencialidades das TIC.

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É ainda importante realçar que os alunos interagem desde muito novos com as

ferramentas multimédia (TIC), por isso encontram-se familiarizados com estes métodos de

interação/pesquisa virtual, utilizam-nos com muita facilidade e compreenderem e assimilam

conceitos diversos recorrendo a eles. Desta forma, os professores devem ter em conta que os

processos de ensino e aprendizagem podem encontrar-se potencializados com o uso das TIC, ou

seja, os professores devem utilizar algo que faz parte do meio imediato ao aluno para os ensinar.

Neste sentido, e tal como referem Ambrósio, Furtado, Trindade, Fazendeiro, Freitas, Teodoro et.

al., (1999): ”(…) deverá acrescer às típicas funções do professor a de catalisador da procura do

conhecimento, de gestor de informação e de mediador entre o estudante e a pletora de

informação que estará acessível aos seus dedos e mente” (p. 22). Segundo os autores, ao

professor devem ser desenvolvidas as competências funcionais no que toca a ferramentas

multimédia, e essas mesmas competências devem ser devem ser desenvolvidas nos alunos para

que interiorizem as matérias lecionadas. Neste sentido, o professor adquire um papel de

fornecedor de ferramentas e de mediador na utilização das mesmas, devendo problematizar o

aluno sobre determinados conceitos para que o mesmo possa utilizar da melhor maneira as

ferramentas disponibilizadas para obter respostas aos problemas, construindo assim

conhecimento por si próprio tornando-se auto capaz. Aqui verifica-se então uma troca nos papéis

dos intervenientes no processo de ensino e aprendizagem; o aluno assume um papel autónomo

em vez de um papel de receptor da aprendizagem, uma vez que com estas ferramentas o aluno

procura a informação, apurando assim o seu pensamento crítico e sua capacidade de análise

(Trindade et al.,1999).

O professor que utiliza as TIC na Educação em Ciências, como tem vindo a ser referido,

assume um papel de mediador em vez de um papel de expositor, por isso, tal como referem

Bhukuvhani, Kusure, Munodawafa, Sana e Gwizangwe (2010):

O curso de métodos (Pedagogia em Ensino de Ciências) para professores, preformados na Ciência, deve

ser mais focada em utilizações específicas de ensino de tecnologia e competências técnicas, em vez de

familiarização com a tecnologia, para integrar efetivamente a tecnologia no seu ensino e para apoiar a

aprendizagem centrada no aluno. (p. 27)

Na atualidade, não se verifica uma grande especialização no que toca ao uso de

ferramentas multimédia por parte dos membros da sociedade. Assim, em relação aos

professores, deve ocorrer na sua formação uma maior concentração/especificidade do uso das

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TIC no ensino. Esta falta de formação é uma limitação à integração das TIC no ensino. Logo, a

formação de professores deve ter em melhor consideração o facto de as TIC serem um

instrumento importantíssimo para a lecionação e para a vida dos alunos, pois, como já foi

referido, trata-se de um conjunto de ferramentas multimédia cognitivas que permitem acesso a

conhecimentos vastos (científicos e não científicos), tendo por outro lado a vantagem de as TIC

funcionarem como um catalisador da auto-resolução pelo aluno de problemas variados, uma vez

que a abordagem de um conceito não entendido pelo aluno com o uso de uma determinada

ferramenta multimédia, pode ser entendido com o uso de uma outra ferramenta (Chagas, 2001).

Esta flexibilidade das TIC permite uma abordagem múltipla a um assunto, matéria ou conceito,

facilitando a sua compreensão pelo aluno.

Os professores reconhecem a sua falta de preparação para o uso das TIC na sala de

aula e apresentam isso como um dos problemas principais para a utilização e implementação

destas estratégias, tal como refere Chagas (1996):

A falta de preparação apropriada de professores é mencionada, geralmente, como o principal factor para a

não introdução das TIC nas praticas educativas. (…). Professores com pouca experiência em TIC tendem

em utilizar as mesmas como um recurso ao invés de as utilizar como uma metodologia educativa regular.

(p.118)

Ainda de acordo com a autora, além de os professores lidarem com os problemas

apresentados na sala de aula relativos às TIC (tempo, equipamento e acessos, problemas

técnicos), ainda têm que resolver por si mesmos as dificuldades de utilizarem e adoptarem as

metodologias associadas às TIC como algo regular. Isto promove, como será de esperar, uma

aprendizagem que pode variar de local para local, uma vez que não existe uma formação

transversal a todos os professores.

A mesma autora, mas num ano diferente, ou seja, para Chagas (2001), acrescenta que

ao professor cabe ainda a função de tentar implementar na sala de aula um contexto específico,

para que dentro da sala aula seja possível um ambiente bem adaptado para as TIC e para a

aprendizagem através das mesmas. De acordo com a autora, o contexto é algo essencial para a

aprendizagem, pois se o contexto captar a atenção do aluno, a sua aprendizagem será possível,

promovendo desta forma uma melhor e adequada obtenção de conhecimentos. Chagas (2001)

utiliza o mesmo argumento quando refere que a literatura sobre a introdução das TIC nas

práticas letivas se centra na criação de contextos que correspondem a situações autênticas por

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serem significativas para os participantes (alunos e professores neste caso), e envolvem o

trabalho colaborativo.

Abordando agora o aluno como alvo principal do processo educativo, observa-se que

todos os alunos são diferentes entre si, verificando-se assim o carácter dinâmico do currículo,

que deve ser adaptado a cada aluno de modo a possibilitar o melhor e mais fácil processo de

aprendizagem. Essa adaptação ao currículo é efetuada pelo professor que utiliza as suas

próprias estratégias gerais perante a turma e estratégias especificas perante o aluno, embora

existam turmas muito heterogéneas, o que torna o ensino individualizado neste contexto quase

que uma utopia.

Chagas (2001), chama a atenção para alguns cuidados a ter na utilização das TIC. A

autora explica que deve ter-se em conta que nem todos os alunos se sentem motivados pela

aprendizagem através das TIC, por isso se estas metodologias forem adoptadas as entidades

responsáveis pela educação do aluno devem estabelecer competências mínimas de utilização

das TIC para que não ocorra a info-exclusão dos mesmos perante uma sociedade que partilha,

cria e transforma informação através das novas tecnologias, criando “comunidades de

aprendizagem”. Além disso, segundo a autora, os alunos por vezes não se motivam para a

utilização das TIC, uma vez que as mesmas não captam a sua atenção porque ele já está

habituado “a jogos de altos grafismos, logo, programas educativos com um baixo design gráfico

podem e são os causadores de tamanho desinteresse” (Chagas (1996), p.119). Isto significa

que a implementação e utilização das TIC deve ser concreta e criticamente considerada, para o

professor resolver dois dos principais problemas relacionados com educação do aluno que são a

compreensão, como já foi referido, e a motivação do aluno, pois se o professor utilizar algo

familiar ou presente ao aluno, o mesmo sentir-se-á mais motivado e aumentará assim o seu

interesse e atenção para as tarefas a realizar, minimizando de forma secundária um outro

problema que é a indisciplina.

 

 

2.3.2. As potencialidades das TIC no Ensino das Ciências

 

As TIC apresentam vantagens e desvantagens. As vantagens serão consideradas como

potencialidades das TIC e desvantagens como as suas limitações. As TIC apresentam-se

dependentes de factores sociodemográficos, que justificam muito as atuais aptidões para a

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utilização das tecnologias de informação e comunicação, que variam de país para país,

consoante o seu grau de desenvolvimento tecnológico. Não esquecendo o passado, deve ser

referido ainda que nos dia de hoje o preço de um computador é bem mais reduzido que no

passado, sendo assim, no presente verifica-se uma maior utilização do computador uma vez que

o seu preço baixa de dia para dia.

Segundo as investigações de Luu e Freeman (2010), as características demográficas

principais de um país que influenciam a alfabetização e uso das TIC são a frequência e

localização do local com acesso às TIC. Os seus estudos mostraram que os alunos que não têm

acesso às TIC em casa têm a tendência de se tornar dependentes de escolas e locais públicos

para atividades relacionadas com as TIC e, portanto, têm menos oportunidades para lhes

aceder. De acordo com estes autores, no Canadá e na Austrália o acesso às TIC e à Internet nas

escolas é quase universal, com o objetivo de proporcionar aos alunos oportunidades de

aprendizagem baseadas nas TIC. O autores referem que o acesso a um computador em casa

teve um maior impacto sobre a alfabetização matemática dos alunos destes países, como foi

evidente no PISA 2003. Segundo estes estudos, a localização e frequência de utilização das TIC

são factores que influenciam a alfabetização dos alunos, pois um aluno familiarizado com as TIC

(com acesso às mesmas em casa, sendo o seu meio mais direto, e na escola), que lida com

estas tecnologias desde a infância, possui maior aptidão tecnológica do que um aluno que não

se encontre familiarizado com as TIC, logo o primeiro poderá responder melhor às necessidades

futuras de uma civilização evoluída tecnologicamente.

Os estudos de Luu e Freeman (2010), também mostraram uma relação entre a

experiência e a aptidão para computação (utilização do computador). Os seus resultados

mostraram que: a experiência prévia dos alunos utilizando as TIC pode afetar a frequência, a

confiança e a forma como os mesmos usam os computadores; a falta do uso do computador em

casa pode ser uma barreira maior do que a falta de acesso à escola; a maneira pela qual os

alunos utilizam as TIC para fins educacionais, pode estar relacionada com objetivos pessoais.

Luu e Freeman (2010), ainda referiram que a aptidão para a utilização de um

computador também é um factor que influência a alfabetização. Tal como referem os autores, a

inexistência de um computador em casa, a forma como o aluno utiliza o computador e

aplicações e conhecimentos não fidedignos, podem provocar um atraso no aluno em relação à

evolução da sociedade, sendo então algo que se deve ter em consideração pelos elementos

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responsáveis pela educação do aluno, falo especificamente de pais e professores, de modo a

que este factor seja utilizado futuramente como algo benéfico para o aluno.

Entendidos os factores sociodemográficos associados às TIC, deve-se agora fazer

referência às limitações e potencialidades das mesmas, sendo assim possível entender quais as

verdadeiras vantagens da utilização de metodologias de ensino auxiliadas pelas TIC e quais os

reais contras. Apesar de evidências obtidas ao longo dos anos acerca implementação desta

metodologia no ensino, verifica-se a existência de situações referentes às TIC que pelo seu valor

e importância se tornam incontornáveis e devem ser trabalhadas de modo a que as TIC sejam

vistas de uma outra forma pela sociedade, fala-se das limitações das TIC. Essas situações, tal

como refere Chagas (1996), são a cultura da escola, a falta de recursos, a falta de apoio técnico

nas escolas, a falta de formação apropriada do docente e a falta de qualidade no software

utilizado (p. 117-118). De acordo com a autora, estas limitações são consideradas um pouco por

todo o mundo, como as principais barreiras para a utilização desta metodologia no processo de

ensino e aprendizagem. Desta forma, se estes problemas (que são a base de toda a

metodologia) não encontrarem solução concreta no futuro, todo o trabalho aplicado e

desenvolvido será em vão.

Chagas (1996) explica que a cultura da escola é algo característico da região em si,

apesar de a mesma se reger obrigatoriamente pelo currículo nacional, logo se a região em

questão apresentar um baixo grau de desenvolvimento tecnológico, a apetência quer de alunos

quer de professores, estará aquém das desejadas. A autora também refere que a falta de

recursos económicos da sociedade pode impossibilitar equipar devidamente os espaços

escolares, centros de apoio, etc.. Caso isso aconteça, este poderá ser o principal entrave para a

implementação destas metodologias. Ainda refere que a falta de apoio técnico é um problema

que com o avançar dos anos e o desenvolvimento da sociedade tem sido solucionado, pois

existe cada vez mais formação de pessoas nestas áreas.

A falta de formação apropriada do docente é algo que na secção anterior (2.3.1.) já foi

analisado. De acordo com Chagas (2001), a falta de qualidade no software utilizado é um

problema que possivelmente no futuro, com o avanço das características de design gráfico,

deixará de ser problema. Na sua perspetiva, os softwares utilizados possuem a informação

necessária para o aluno, mas os mesmos devem ser apelativos e motivadores de modo a

sensibilizarem o aluno para a beleza que pode ter o processo educativo. Assim, a autora defende

que se forem estabelecidas competências mínimas em TIC pelas entidades responsáveis, novos

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e mais avultados financiamentos nacionais e internacionais surgirão, o que irá também permitir

um maior investimento na parte gráfica dos softwares.

Mas, apesar das limitações ainda serem consideráveis e de grande importância para a

adoção das práticas educativas auxiliadas pelas tecnologias de informação e comunicação,

existem características associadas às TIC que em muito, senão na totalidade, justificam a sua

implementação no ensino. Fala-se nas potencialidades das TIC. As mesmas veem sido

enunciadas ao longo do trabalho de uma forma geral, não fosse eu um severo apoiante desta

implementação, mas pode-se tentar estabelecer concretamente que as potencialidades das TIC

se baseiam na utilização das aplicações da Internet (troca, transformação, partilha de

informação, etc.), nas potencialidades para a aprendizagem do aluno e nas potencialidades para

o professor enquanto responsável pelo processo de aprendizagem do aluno.

Chagas (2001) refere, quanto o uso da Internet que

é um recurso que, de uma maneira geral, é valorizado tanto por alunos como professores. A sua utilização

implica mudanças na prática letiva convencional, conduzindo a novas situações, muitas delas

impulsionadas pelos próprios alunos. Não obstante, nem todos os jovens demonstram a mesma apetência

e o mesmo entusiasmo pela utilização deste tipo de recursos (…). (p.21)

A Internet presencia-se como o recurso de informação mais requisitado do mundo,

essencialmente pela sua facilidade de acesso. Aqui, toda e qualquer informação se encontra

disponível de uma maneira geral, no entanto, nem todas as fontes de informação são fidedignas,

logo deve existir um controlo relativo perante a informação disponibilizada, papel do professor ou

pai ou qualquer ser responsável pelo aluno.

A Internet permite ao aluno aprender de forma diferente, não de uma forma tradicional,

mas sim de uma forma pessoal, pois o aluno trabalha a informação e organiza a mesma por

iniciativa própria, o que possibilita uma aprendizagem por si mesmo. Além disso, é possível o

aluno trocar informação com outros elementos do processo de ensino, promovendo a interacção

aluno-aluno ou mesmo aluno-professor, formando assim as comunidades de aprendizagem que

Chagas (2001) igualmente refere nos seus artigos. Com o uso das potencialidades das TIC, o

aluno pode tornar-se auto-competente e autónomo na resolução de problemáticas, tornando

assim o seu conhecimento transversal quer ao processo de ensino, quer à sociedade em geral.

A Internet, como principal argumento das tecnologias de informação e comunicação,

apresenta ainda inúmeras vantagens para o professor, como referem Tripa e Chagas (2000)

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A introdução da Internet pelos professores na cultura da escola, pode originar condições para uma

aprendizagem consistente e autónoma, quer para professores e alunos, uma vez que incentiva o trabalho

colaborativo e de reflexão compartilhada. Ele também pode funcionar como uma ponte entre a escola e a

comunidade. Com o apoio da Internet, tanto como fonte de informação e uma ferramenta de comunicação

professores podem compartilhar experiências e construir conhecimento (…). (p. 303)

Percebe-se que, pelo argumento acima referido, a utilização da Internet pelos

professores nas suas práticas educativas possibilita uma aprendizagem ampla e estruturada,

desde que a mesma seja restritamente controlada (fontes fidedignas de informação). Isto ocorre

na medida em que é possível criar um ambiente de aprendizagem onde todos os intervenientes

refletem e partilham ideias, interagindo e construindo conhecimento em parceria.

Pode ainda referir-se as ideias de Ott e Pozzi (2010) para que se entenda as

possibilidades de utilização da Internet pelos professores em ambiente de sala de aula. Os

autores referem a possibilidade de criação de abordagens de aprendizagem baseadas na

investigação personalizada, abordagens de aprendizagem enriquecedoras, abordagens de

aprendizagem interdisciplinares, abordagens de aprendizagem colaborativas e abordagens de

aprendizagem desde educação formal até educação informal.

É importante referir ainda que as TIC aumentam a capacidade de comunicação em

ciência, porque facilitam o uso de uma variedade de formas para representar e comunicar as

evidências, ideias e explicações usando uma linguagem científica (por exemplo, através da

linguagem oral, role play, relatos escritos, elaboração de esquemas/ diagramas/ tabelas/

gráficos, incluindo usar modelos ou fazer e divulgar relatórios (Australia, Department of

Education, 2010).

2.3.3. Estudos realizados sobre o Ensino das Ciências com a utilização das TIC

Nesta secção serão apresentados alguns estudos já realizados sobre a funcionalidade e

utilização das TIC nas práticas letivas. Desta forma, convém entender que na maioria dos

estudos sobre as TIC, a vertente Integração tem que ser sempre considerada, variando de

professor para professor a forma de implementação, o que pode ser proveitoso. Sánchez (2002)

argumenta que a forma como as TIC são integradas nas escolas pode e deve variar: o

importante é que hajam objetivos bem definidos e coordenação de modo que todas as iniciativas

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estejam subordinadas a um Projecto Educativo. Nos seus ideais, o autor apresenta 3 fatores a

considerar para a integração curricular das TIC: a aprendizagem, o uso e a própria integração,

como se pode ver no seguinte excerto:

Aprendizagem – conhecer, aprender e dar os primeiros passos na aprendizagem das TIC;

Uso – implica o conhecimento e utilização nas mais diversas tarefas, sem um propósito curricular

definido;

Integração – consiste em integrá-las no currículo para um fim educativo específico e um propósito explícito

na aprendizagem.

(Sánchez, 2002. p.17-18)

Segundo Sánchez (2002), para a implementação das TIC deve existir um conhecimento

prévio das mesmas, servindo esse mesmo conhecimento, aliado aos parâmetros curriculares,

como um ponto de partida para aprendizagem do aluno. A aprendizagem caminha de mãos

dadas com o uso das TIC, sendo que, a utilização das TIC leva a um conhecimento mais

abrangente sobre elas e, obrigatoriamente, sobre o conceito onde estão implementadas (Ex.

estudos de caso). Por fim, a integração, que pode assumir diferentes configurações, necessita da

presença do conhecimento científico para a aprendizagem do conteúdo, e a sua implementação

varia consoante o tempo e o espaço. No entanto, a implementação deve ser adequada ao aluno

e propícia para a sua aprendizagem, desta forma os contextos de aprendizagem também devem

ser considerados. Se considerarmos agora, a vertente de tempo e de espaço, podemos

entender que a integração das TIC varia do ensino Básico para o ensino Secundário, ou não

fossem as competências específicas de cada ensino diferentes entre si, tal como se verifica

pelos currículos nacionais.

A Integração das TIC no ensino básico necessita de reorganização curricular do ensino,

considerando que a sua utilização deverá ter uma forma transversal, ao lado do domínio da

língua e da valorização da dimensão humana do trabalho. É por este motivo que as TIC passam

a ter presença na ação pedagógica em todas as áreas disciplinares e áreas curriculares não

disciplinares (Sánchez, 2002). Desta forma, o autor alude ainda para a essencialidade da

unidade curricular TIC, visando a sua finalidade, no 9º ano, em promover a utilização

generalizada, autónoma e reflectida das tecnologias e pretende ser uma mais valia na formação

dos alunos, promovendo as suas capacidades e aptidões para pesquisar, gerir, tratar e difundir

informação.

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No Ensino Secundário, onde o nível de ensino procura inteirar saberes e competências

no domínio das TIC que permitam oferecer aos alunos a formação necessária a uma sociedade

de informação e conhecimento, a Integração de TIC faz-se à custa da promoção e domínio das

ferramentas de informação e comunicação. Verifica-se, desta forma, a necessidade de uma

abordagem diferente para cada nível de ensino.

Ao longo dos anos foram desenvolvidos estudos de caso por autores apologistas de TIC,

autores esses que acreditam que é possível um caminho de ensino por esta via, considerada

mesmo essencial para a instrução e educação da sociedade futura (Sánchez, 2002).

No meu trabalho, foi desenvolvido um estudo para tentar perceber se o Ensino da

Biologia, com utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação, promove, ou não, uma

melhor aprendizagem em alunos de 10º ano na unidade Obtenção de matéria: heterotrofia e

autotrofia. Avaliar como evolui a motivação dos alunos com a utilização de um Blogue, avaliar o

contributo das estratégias que usam as TIC para o conhecimento processual e substantivo e

avaliar as competências de comunicação desenvolvidas, são os objectivos presentes neste

trabalho, onde as temáticas envolvidas entram em concordância com as temáticas abordadas no

presente trabalho, para que no capítulo seguinte (cap. III) se possa fazer uma confrontação entre

dados atuais (obtidos no período de regência) e estes dados, servindo assim de ponto de partida

para uma compreensão o mais crítica possível, dos resultados obtidos.

Os estudos apresentados referem-se, nomeadamente, a estratégias utilizadas para a

lecionação auxiliadas pelas TIC num ambiente de sala de aula, às potencialidades da Internet

para a aprendizagem e a WebQuests.

Para retratar as estratégias utilizadas para a lecionação com as TIC, pode utilizar-se o

estudo de Tânia Martinho e Lúcia Lobo, publicado em 2009, Potencialidades das TIC no ensino

em Ciências Naturais – um caso de estudo. Este estudo, publicado pela Revista Eléctrónica de

Enseñanza de las Ciencias, pretende demonstrar as potencialidades das TIC, ao nível do ensino

das Ciências Naturais, nomeadamente no que se refere ao empenho, motivação, rigor e

aprendizagem dos alunos. Ainda neste estudo, para além de se avaliar as potencialidades das

TIC, também se analisa a evolução da motivação dos alunos perante as Ciências Naturais, algo

que poderá ser aproveitado, para contrapor com dados obtidos no referente estágio profissional.

Este estudo realizou-se com a participação de alunos do Ensino Básico, onde se

procurou estudar o impacto de estratégias baseadas na utilização das tecnologias. A avaliação

desse impacto surge na base da análise dos elementos de avaliação como, por exemplo, a

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aplicação de questionários em vários momentos, nomeadamente no início do estudo, de forma a

caracterizar a turma, durante o estudo, depois da implementação de cada estratégia apoiada

nas tecnologias e no final do estudo de forma a reunir as opiniões finais relativas à

implementação das novas estratégias. Outro elemento de avaliação que se poderia utilizar seria

a análise de conteúdo dos diferentes trabalhos propostos aos alunos (Martinho & Pombo, 2009).

Pela análise dos elementos de avaliação do trabalho de Martinho e Lobo (2009), verifica-

se a concordância com a forma de recolha de dados do meu relatório, veja-se a aplicação de

questionários e a análise dos trabalhos propostos aos alunos. Acrescenta-se ainda, como forma

de conteúdo, que no estudo, utilizaram-se, concretamente, estratégias como:

• Projecção de vídeos educativos;

• Projecção de imagens em PowerPoint;

• Elaboração de trabalhos em PowerPoint;

• Resolução de fichas formativas digitais;

• Pesquisa na Internet;

• Entrega do trabalho de casa utilizando o email;

• Realização de um documentário;

• Criação e dinamização do blog da disciplina;

• Disponibilização dos melhores trabalhos no blog da disciplina.

Os seus dados demonstram que as estratégias revelaram resultados positivos em

termos de comportamento, de motivação, de aproveitamento e de aquisição de competências

tecnológicas e atitudinais, tal como referi anteriormente.

Para retratar as potencialidades da Internet para a aprendizagem pode utilizar-se o

estudo de caso de Cidália Neto, publicado em 2006, o Papel da internet no processo de

construção do conhecimento - uma perspectiva crítica sobre a relação dos alunos do 3º ciclo

com a internet. Este estudo, publicado pela Universidade do Minho como tese Mestrado em

Ciências da Comunicação – Comunicação, Cidadania e Educação, tem como principal objectivo

referenciar as potencialidades da Internet para a obtenção, transformação e organização de

informação, como dimensão educativa das TIC, mencionando desde a situação actual da

sociedade, ao papel dos envolvidos no processo de aprendizagem e as vantagens e

principalmente as desvantagens associadas, tentando responder a um problema da sociedade

que é a transmissão de conhecimentos (Neto, 2006).

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A autora considera que as novas tecnologias da comunicação e informação,

particularmente a Internet, constituem eventos, a pretexto dos quais se fundamentam tentativas

de renovação e inovação da escola. Desta forma, Neto procura entender quais os factores que

influenciam então as TIC. Logo numa fase inicial chama a atenção para o significado das

máquinas. O significado reside naquilo que se pode fazer com elas. Da mesma forma “que

podemos utilizar tecnologicamente um engenho rudimentar, também podemos ter à nossa

frente o último grito da tecnologia sem que a usemos de forma tecnológica” (Neto, 2006. p. 12).

Por outras palavras, a utilização da Internet (tendo em conta que a sua utilização só é

possível através de dispositivos específicos, computador, telemóvel, etc.), no processo de

aprendizagem, varia de utilizador para utilizador devido aos vastos e variados caminhos de

informação característicos da Internet. Concretamente, para a elaboração do estudo, a autora

refere os objectivos de trabalho. São eles, verificar as condições de acesso à Internet

(professores e alunos), caracterizar a relação de professores e alunos com a Internet, numa

perspectiva comparativa, analisar as representações dos dois grupos, no que respeita à Internet

e ao seu papel na sociedade, em geral, e na educação formal, em particular e, por fim, averiguar

a forma como os alunos realizam uma pesquisa na Internet (Neto, 2006).

Analisando os objectivos de estudo, para que se entendam de que forma os mesmos

podem servir de base para comparação com os resultados obtido no meu relatório, para o

primeiro objectivo, interessa sobretudo averiguar o número de sujeitos que possuem um

computador com ligação à Internet, a periodicidade de acesso e a facilidade (ou não) com que

acedem à Rede, tal como foi previamente (secção 2.2.1. do presente capítulo). No que diz

respeito à relação com a Internet dos serviços oferecidos pela Rede, pretende a autora analisar

quais os mais usados por ambos os grupos, bem como a destreza no acesso à informação.

A análise das representações em relação à Internet destina-se a determinar o grau de

importância bem como as concepções acerca dos conteúdos que circulam na Rede, sua

pertinência, fiabilidade e organização. Por último, o quarto objectivo, que implicou a observação

de um grupo de alunos em interação com a Internet, permitiu caracterizar a natureza dessa

interação com a informação acedida, numa perspectiva não só técnica, mas também cognitiva

(Neto, 2006). Desta feita, este trabalho serve de base para os dados que serão apresentados

posteriormente no decorrer do relatório, uma vez que se pretende avaliar o contributo das

estratégias que usam as TIC para o conhecimento processual e substantivo e avaliar as

competências de comunicação desenvolvidas. Os seus resultados não são muito animadores de

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todo pois, no que toca à utilização das TIC, e suas potencialidades claro, indicam que os usos

efetivos da Internet estão aquém das suas potencialidades. Ou seja, a sua utilização não usufrui

na totalidade das potencialidades informáticas e comunicativas das novas tecnologias.

Um pouco pelos ideais do autor, onde o mesmo reforça a convicção de que é necessário

desenvolver estudos que possibilitem pensar a introdução da Internet na Escola numa vertente

pedagógica, de forma a criar oportunidades e experiências de aprendizagem que favoreçam a

construção do conhecimento, dotando o aluno de meios que lhe permitam tirar partido das

novas tecnologias ao longo da vida (Neto, 2006), desenvolvi o meu trabalho, que em muito se

assemelha com o considerado.

Por fim, foi selecionado um estudo relacionado com as Webquests, porque no meu PIP

foi utilizada uma Webquest como uma estratégia educativa inerente às TIC. Poderia recorrer

novamente ao estudo de Neto (2006), pois o mesmo avalia o uso de estratégias educativas

centradas nas TIC, para comparação com os meus resultados. Porém, será apresentado um

outro estudo, publicado em 2007, de Patrícia Vieira, que se denomina “Aprendizagem baseada

na resolução de problemas e webquests: um estudo com alunos do 8º ano de escolaridade, na

temática “fontes de energia”, e a sua publicação ficou a cargo da Universidade do Minho como

tese Mestrado em Educação, Área de Especialização em Supervisão Pedagógica em Ensino das

Ciências.

A autora procura entender a validade de utilização de WQs, aludindo para o facto da

escassez de investigações centradas na avaliação do seu efeito sobre as aprendizagens dos

alunos em temas científicos, bem como sobre a sua capacidade para promover competências de

resolução de problemas (Viera, 2007). Esta investigação fornece, portanto, alguma informação

sobre estes aspetos, a qual poderá ser relevante aquando da tomada de decisão sobre a

inclusão, ou não, de WQs no “ensino” bem como sobre o tipo de WQs a usar. Neste contexto, o

trabalho desenvolvido ocorre no propósito de comparar os efeitos de WQs curtas e longas, sobre

fontes de energia.

Como objetivos deste estudo a autora refere que os mesmos devem passar por

comparar os efeitos de WQs curtas e longas, sobre fontes de energia, no desenvolvimento

conceptual dos alunos relativo ao tema “Fontes de energia”, comparar os efeitos de WQs curtas

e longas, sobre fontes de energia, na capacidade de resolução de situações problemáticas com

diferentes graus de familiaridade para os alunos e analisar as opiniões dos alunos sobre a

utilização de WQs para o estudo do tema “Fontes de energia” (Vieira, 2007).

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Pela análise do seu trabalho, percebe-se, por um lado, a busca da autora para entender

qual o desenvolvimento conceptual dos alunos relativo ao tema “Fontes de energia” e, por outro

lado, a capacidade de resolução de problemas pelos alunos.

O estudo, de tipo quasi-experimental, incluiu duas turmas de 8º ano: uma turma foi

submetida a um “ensino” baseado numa WQ longa; na outra turma foi implementado um

“ensino” com base em três WQs curtas. Os dados foram recolhidos através de um teste de

conhecimentos e um teste de aferição do desempenho dos alunos na resolução de situações

problemáticas, que foram usados como pré-teste e pós-teste e um questionário de opinião sobre

a metodologia de ensino utilizada (Vieira, 2007). Os seus resultados, mostram que o grupo que

resolveu a WQ longa, apresentou uma evolução mais acentuada do que o que resolveu as WQs

curtas, quer a nível conceptual quer a nível de competências de resolução de problemas. De

salientar que a reacção dos alunos à utilização de WQs foi muito favorável. Fazendo agora uma

ponte com o meu trabalho, como meio de comparação, foi utilizada somente, durante o meu

período de regência pedagógica, uma WebQuest curta (apenas uma aula de 120 min), logo só

terão relativa importância dados sobre este tipo de WQs, não se descurando o facto de existirem

WQs longas.

2.4. Estratégias de Intervenção Pedagógica  

2.4.1. Objetivos de Formação  

Os objetivos da estratégia de formação, a seguir descritos, foram definidos previamente,

na fase inicial de todo o processo de implementação do PIP, aquando da sua apresentação em

31 de outubro do ano de 2012. Os mesmos foram definidos em função das necessidades de

formação detetadas na turma em estudo. Estabeleceram-se os seguintes objetivos:

1- Promover a (re)construção do conhecimento substantivo na unidade ‘Obtenção

de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com recurso

às tecnologias de informação e comunicação.

2- Encorajar a utilização de diferentes tecnologias de informação e comunicação na

(re)construção de conhecimento processual na unidade ‘Obtenção de matéria -

Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade;

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3- Encorajar o uso das tecnologias de informação e comunicação na comunicação

dos resultados das investigação ou de outros trabalhos realizados na Unidade de Ensino;

4- Promover a motivação dos alunos na unidade ‘Obtenção de matéria -

Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com recurso às

tecnologias de informação e comunicação.

2.4.2. Estratégias de Formação/Investigação  

A estratégia de formação, baseada numa perspetiva construtivista, visou a

(re)construção do conhecimento substantivo e processual associado fundamentalmente à

‘Obtenção de Matéria - Heterotrofia e Autotrofia’. No entanto, os objetivos do PIP incluíam não só

a análise da evolução da (re)construção desse conhecimento, uma vez que essa é uma das

aprendizagens que todos os professores que iniciam a lecionação têm que fazer, mas também

incluíam os efeitos das diferentes estratégias pedagógicas que usam as TIC no desenvolvimento

das competências de comunicação e motivação dos alunos para a aprendizagem das Ciências.

Neste sentido, este PIP exigia um trabalho continuo e o mais prolongado possível com os

alunos, tendo sido feita a opção de o iniciar desde o principio do período de regência até ao final

do mesmo. Em seguida, serão descritas as estratégias de formação e investigação que

constituíram o PIP, assinalando-se as estratégias que funcionaram simultaneamente como

estratégias de formação e investigação. A planificação da sequência de aulas onde essas

estratégias foram utilizadas encontra-se no gráfico 3.

Estratégia de Formação

i)Teste de conhecimento

Com o objetivo de se fazer o diagnóstico das conceções da turma antes de se iniciar o

processo de ensino, os alunos completaram individualmente um teste sobre o conhecimento

substantivo e processual. Este teste, funcionou também como pré-teste e, depois do ensino,

como pós-teste, para caracterizar o estado final do conhecimento desses mesmos alunos. O

objetivo desta comparação foi “analisar como evoluiu a (re)construção do conhecimento

substantivo e processual com a aplicação das estratégias de Educação em Ciências com

utilização das TIC” propostas. Assim, neste estudo, o pré e pós-teste será referido como teste de

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conhecimento e é simultaneamente uma estratégia de formação e investigação.

A matriz de elaboração do teste de conhecimentos está descrita no quadro 2, onde se

descrevem as áreas em análise, os objetivos que se pretendem atingir e as questões efetuadas

no teste.

Quadro 2

Matriz de elaboração do questionário Pré e Pós-teste

Área Objetivos Questões

Grupo A

Heterotrofia e

autotrofia

Explicar os conceitos de seres autotróficos e heterotróficos 1. a); 1. b)

Explicar a autotrofia e heterotrofia 1. c)

Membrana

plasmática

Explicar a importância atribuída à membrana plasmática 2.1.

Descrever a estrutura e composição da membrana plasmática 2.2. Interpretar resultados experimentais sobre os movimentos

transmembranares na osmose* 3.1.1; 3.1.2. Fazer previsões de resultados experimentais* 3.2

Digestão

intracelular

Explicar as funções do retículo endoplasmático liso e rugosos e do complexo de Golgi 4.1.1; 4.1.2.

Explicar como se processa a digestão intracelular 5 Digestão

extracelular

Explicar o processo de digestão e absorção no sistema digestivo. 6

Grupo B

Fotossíntese

Interpretar resultados experimentais* 7

Identificar a hipótese subjacente à realização de uma experiência* 8.1 Descrever resultados experimentais* 8.2

Tirar conclusões a partir de resultados experimentais* 8.3

Explicar como ocorre o processo fotossintético 8.4

Explicar a importância da fotossíntese para as plantas 8.5

Nota: * Objetivos do conhecimento processual

ii) Blog de Turma

A vertente educativa em muito se encontra aliada ao fator motivação dos alunos. Desde

sempre esta ideia, de que ensino e motivação devem andar de mãos dadas, desafiou os

docentes e pedagogos a procurar formas de motivar os alunos para aprendizagem. Isto prende-

se com o facto da aprendizagem ser potenciada pela motivação, ou seja, se o aluno se sentir

motivado e predisposto para aprender os seus índices de aprendizagem elevam-se aos

patamares desejados. Neste sentido, ao longo dos tempos foram investigadas e implementadas

medidas que incentivam o aluno a utilizar as TIC como fonte de aprendizagem e motivação, uma

vez que atualmente a sociedade encontra-se no seio da explosão tecnológica, algo que em muito

cativa o interesse do aluno como participante ativo da sociedade. As TIC tornam-se um desafio

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no ensino, devido às suas inúmeras potencialidades, quer de comunicação e informação, quer

de lazer e divertimento.

Seguindo esta nova forma de aprendizagem, e seguindo os ideais colocados no projeto

de intervenção pedagógica elaborado previamente, decidi utilizar e implementar um Blog, como

ferramenta interativa essencial no que diz respeito à disponibilização e troca de informação com

os alunos, promovendo assim uma comunicação interativa com o aluno.

Perante a potencialidade comunicativa que se insere num blogue, e tratando-se de uma

forma interativa de comunicação e informação (TIC), achou-se interessante utilizá-lo para

comunicar (in)diretamente com os alunos sobre tudo aquilo que envolva as aulas durante o

período de regência. O Blog de turma foi criado para ser dinamizado durante toda a Unidade

Curricular, com o objetivo de apresentar as tarefas a realizar durante a aula e extra-aula,

nomeadamente o trabalho de casa, e disponibilizar conteúdos e os trabalhos realizados pelos

alunos. Esta dinâmica visou promover a motivação dos alunos na Unidade Curricular e aumentar

a responsabilidade e rigor dos alunos nos documentos por eles criados para serem publicados

no Blog.

Assim, a metodologia utilizada no Blog foi escolhida para promover uma forma de

interação com os alunos, procurando, além de fornecer informação, perceber se os seus níveis

de motivação face à disciplina poderiam ser potenciados. Desta forma, o aluno passou também

a ser conhecedor das potencialidades de um blog no que toca à sua educação, e abrangeu-se

um dos objetivos do PIP, ou seja, a “análise da evolução da motivação dos alunos na unidade

‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com

recurso às tecnologias de informação e comunicação”.

Neste Blog foram ainda apresentadas duas tarefas que se descrevem a seguir.

Tarefa inicial no Blogue – resolução de um problema sócio científico

Esta atividade foi implementada quando o blogue foi apresentado, e visou promover o

desenvolvimento de competências de pesquisa e organização de informação nos alunos. O

problema sócio-científico colocado faz parte do quotidiano dos alunos e alerta-o para os direitos e

deveres do cidadão ativo numa sociedade democrática (Figura 2).

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Figura 2

Resolução de um problema sócio-científico com a utilização do Blog

Os alunos, em pequeno grupo, pensaram sobre as consequências e causas do problema

sócio-científico apresentado e apresentaram estratégias possíveis para a sua resolução. Com

base nestas respostas, houve uma discussão final em turma para estabelecer um conjunto de

comportamentos pro-ambientais, individuais e de grupo, que todos os elementos da turma se

comprometiam a seguir no futuro.

Tarefa contínua no Blogue – desenvolvimento de uma comunidade de aprendizagem

colaborativa online

Esta atividade (Anexo II), foi contínua e realizou-se desde o início do período de regência

até ao final do mesmo, para promover as competências de comunicação e interação com o

aluno, ou seja, para promover a interação professor-aluno e aluno-professor. Além disso, através

do blog procurou-se que o aluno interagisse não só com o professor, mas também com os seus

colegas, visando assim a comunicação e interação aluno-aluno.

Em termos práticos, os alunos foram encorajados a discutir, individualmente ou em

pequeno grupo, os resultados obtidos e publicados sobre os conteúdos trabalhados na aula,

sobre a avaliação das aprendizagens ou qualquer novidade relacionada com o funcionamento da

turma e a autorregulação da sua aprendizagem (Figura 3).

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Figura 3

Interação alunos-professor através do Blog

iii) E-mail de turma

Esta atividade tem um carácter especial, pois foi selecionada como meio secundário de

comunicação com os alunos. Nos dias de hoje, todo o ser humano, começando na fase

adolescência, possui um endereço de correio electrónico que permite a interação e a troca de

informação e comunicação entre pessoas, neste caso entre o professor e os alunos. Desta

forma, e sendo algo bastante familiar ao aluno, foi criado um e-mail de turma (Figura 4) como

forma secundária de interação com o aluno, sendo o blog a forma principal de comunicação e

interação.

Figura 4

E-mail de turma criado

iv) Utilização de uma WebQuest

Foi decidido utilizar uma estratégia que não tinha sido ainda utilizada nesta turma como

estratégia de ensino: as WebQuests.

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A WebQuest é uma atividade baseada nas novas tecnologias e foi implementada numa

aula de 120 min. Resumidamente, trata-se de uma atividade onde se coloca um problema ao

aluno e o mesmo tem de procurar e (re) organizar a informação necessária para encontrar a

resposta para o problema colocado. Para conseguir fazer isso, o aluno é coadjuvado através de

uma ferramenta tecnológica, isto é, de um computador com acesso à Internet, podendo assim

desenvolver competências de organização da informação, de pesquisa, de utilização do

computador e da Internet.

Nesta atividade é atribuído ao aluno um caráter autónomo, onde o mesmo, pelas suas

capacidades cognitivas, deve solucionar o problema com o auxilio das capacidades de

investigação de informação latentes nas novas tecnologias (TIC). Ao professor, concede-se um

caráter pessoal, pois o mesmo deve fazer uma investigação prévia de sites a visitar pelos alunos

no decorrer da atividade de WebQuest, para que os mesmos não se dispersem em sites sem

interesse para a atividade e para a Unidade Curricular, e um carácter presencial, pois deve

acudir e auxiliar o aluno, caso o mesmo necessite durante a realização da WebQuest. Durante a

resolução da WebQuest, o trabalho dos alunos foi supervisionado por mim dando ajudas

pontuais em função das suas dificuldades/ constrangimentos.

A WebQuest encontra-se dividida por etapas, são elas a “Introdução”, a “Tarefa”, o

“Processo”, os “Recursos, a “Avaliação” e, por fim, a “Conclusão”. O recurso a WebQuests

(WQs) permite aos alunos aprenderem a aprender resolvendo problemas à custa da utilização de

informação disponível na Internet. Seguindo esta linha de pensamento, considero, como futuro

professor, ser essencial adaptar as novas tecnologias ao ensino curricular e tornar o mesmo

transversal ao 2º e 3º ciclo e ao Ensino Secundário, conferindo aos alunos a capacidade de uma

adaptação desde tenra idade para num futuro próximo se sentirem já vocacionados a aprender

pelas potencialidades educativas das novas tecnologias.

Assim, foi construída uma WebQuest de curta duração sobre os “Transportes

membranares”, da unidade ‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º

ano de escolaridade (atividade passível de visualização nos documentos em anexo (Anexo VII))

(Figura 5). para ser trabalhada em pequeno grupo na sala de aula utilizando o computador

ligado à Internet, incluindo atividades de investigação com recurso à informação existente na

Internet. No final da WebQuest cada grupo de alunos divulgou o relatório da atividade em turma

e posteriormente publicou-o no Blog.

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Figura 5

WebQuest ‘Transportes Membranares’

A WebQuest foi avaliada pelos parâmetros “Desempenho” (durante a realização

atividade (Anexo III, secção de avaliação), “Apresentação” (Anexo III, secção de avaliação) e

“Grelha de observação de WebQuest” (Anexo III).

Uma observação participante foi ainda estabelecida, recorrendo a uma grelha de

observação. No final, os alunos completaram a ficha de autoavaliação já referida. Estes

resultados foram triangulados com a observação feita pelo professor durante as aulas. Esta

atividade pode ser visualizada nos documentos em anexo (Anexo III).

v) Utilização de PowerPoint e pequenos vídeos

Foram utilizados PowerPoints incluindo pequenos vídeos para aprofundar em turma os

conteúdos previamente (re)construídos na prática, utilizando fundamentalmente o método de

discussão. Sempre que se utilizou esta técnica, no final da aula foi feita uma síntese dos

conteúdos lecionados. Estas síntese tomaram diversas formas: mapa de conceitos em turma ou

pequeno grupo, videocast em pequeno grupo para publicar no Blog, ficha de avaliação formativa,

elaboração de questões pelos alunos sobre a matéria lecionada, etc.).

2.4.3. Objetivos de Investigação/Avaliação

 

Os objetivos de investigação/avaliação do projeto de intervenção foram definidos para

avaliar o processo de intervenção pedagógica e, por essa razão, em função dos seus objetivos.

Esses objetivos de investigação/avaliação foram os seguintes:

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1- Analisar como evolui a (re)construção do conhecimento substantivo de alunos na

unidade ‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de

escolaridade com recurso às tecnologias de informação e comunicação.

2- Caraterizar o efeito de diferentes estratégias pedagógicas que usam as tecnologias de

informação e comunicação na (re)construção de conhecimento processual de alunos

na unidade ‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de

escolaridade;

3- Caraterizar o efeito de diferentes estratégias pedagógicas que usam as tecnologias de

informação e comunicação no desenvolvimento das competências de comunicação dos

alunos.

4- Analisar como evolui a motivação dos alunos na unidade ‘Obtenção de matéria -

Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no 10º ano de escolaridade com recurso às

tecnologias de informação e comunicação.

2.4.4. Seleção de Técnicas e Instrumentos de Investigação

É crucial para a avaliação da intervenção pedagógica, a construção de instrumentos que

evidenciem, fundamentadamente, os resultados do estudo. Como tal, foram utilizadas várias

estratégias de recolha de dados, tais como: inquéritos por questionário (teste de conhecimento e

questionário de auto e coavaliação); análise documental; e observação participante (com

utilização de grelhas de observação das aulas e registo de incidentes críticos).

No início do projeto de intervenção foram elaborados e validados os instrumentos de

recolha de dados: questionário de conhecimentos sobre a unidade de ensino “Obtenção de

matéria – heterotrofia e autotrofia”, a aplicar antes e depois do período de regência, dado que se

pretendia avaliar a evolução das conceções dos alunos sobre os conhecimentos substantivo e

processual na aprendizagem da biologia, durante a lecionação da unidade de ensino em

questão. Fala-se, nomeadamente, no pré e pós-teste (Anexo I).

Três questionários foram igualmente aplicados no final da unidade para avaliar a

evolução dos alunos ao nível do envolvimento na sua aprendizagem e das estratégias de estudo

utilizadas (Anexos III, IV e V). Um outro questionário, foi ainda implementado sobre o uso do

computador e da Internet, de modo a ser possível analisar a familiaridade do aluno com o

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computador e com as suas potencialidades aliadas à Internet (Anexo VI). Por fim, para uma

caracterização da motivação dos alunos, foi aplicado um questionário para analisar se as TIC

promoveram, ou não, a motivação dos alunos para aprender Ciências (Anexo II). Estes

instrumentos de avaliação foram construídos e validados por dois especialistas em Educação em

Ciências.

O quadro 3, apresenta uma síntese das técnicas e instrumentos de recolha de dados

que permitiram a triangulação de resultados, bem como a forma como esses resultados foram

analisados.

Quadro 3

Síntese das Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados e processos de recolha e análise de dados

Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Recolha de dados

Análise de Dados

Objetivo: Analisar como evolui a (re)construção do conhecimento substantivo dos alunos na UE com recurso às TIC • Teste de conhecimento – Pré e pós- teste

(Questões 1, 2, 4, 5, 6, 8.4, 8.5) (Anexo 1)*

Início e fim da Unidade de Ensino

Análise de conteúdo das respostas para categorização das conceções alternativas em: respostas cientificamente aceites, incompletas, cientificamente não aceites, ambíguas e não responde (ver, por exemplo, Viegas, 2010; Abreu, 2012)

• Observação participante nas aulas, com elaboração de Diário de Aula

Semanalmente Análise de conteúdo das respostas que emergem durante as aulas, usando a mesma categorização do teste de conhecimento. Estes dados serão usados para cruzar com os anteriores.

• Análise de tarefas de aprendizagem dos alunos (Respondidas no Blog, enviadas por email, fichas de trabalho recolhidas na aula; trabalhos de casa)

Semanalmente Análise de conteúdo das respostas que emergem nas tarefas de aprendizagem dos alunos, usando a mesma categorização do teste de conhecimento. Estes dados serão usados para cruzar com os anteriores.

• Análise das interações dos alunos nas aulas utilizando o método de discussão para exploração de PowerPoints e pequenos vídeos

Semanalmente Análise de conteúdo das respostas que emergem nas tarefas de aprendizagem dos alunos, usando a mesma categorização do teste de conhecimento. Estes dados serão usados para cruzar com os anteriores.

Objetivo: Analisar como evolui a (re)construção do conhecimento processual de alunos na Unidade de Ensino com recurso às TIC • Teste de conhecimento - Pré e pós- teste

(Questões 3.1.1, 3.1.2, 3.2., 7, 8.1, 8.2, 8.3) (Anexo 1)*

Início e fim da Unidade de Ensino

Análise de conteúdo das competências processuais evidenciadas categorizando as respostas em: respostas cientificamente admissíveis, incompletas, cientificamente não admissíveis, ambíguas e não responde (ver, por exemplo, Abreu, 2012): -Formulação de hipóteses subjacentes a uma experiência -Descrição dos resultados experimentais -Elaboração de conclusões a partir de resultados experimentais

• Observação participante nas aulas, com elaboração de Diário de Aula** e grelha de observação em tarefas específicas (WebQuest e Atividades de prática laboratorial)

Semanalmente Análise de conteúdo das respostas que emergem durante as aulas, usando a mesma categorização do teste de conhecimento. Estes dados serão usados para cruzar com os anteriores.

 

 

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Quadro 3

Síntese das Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados e processos de recolha e análise de dados (Cont.)

Técnicas e Instrumentos de Recolha de Dados

Recolha de dados

Análise de Dados

• Análise de tarefas de aprendizagem dos alunos:

Blogue E-mail

Semanalmente Análise de conteúdo das respostas que emergem nas tarefas de aprendizagem dos alunos, usando a mesma categorização do teste de conhecimento. Estes dados serão usados para cruzar com os anteriores: Problema sócio científico (Blogue): -Identificação de problemas sócio científicos; -Identificação das consequências e causas do problema; -Identificação de estratégias de ação possíveis para contribuir para a resolução do problema. -Comunicação do conhecimento científico

Exercício de Inquérito nº1 (respostas aos pares na aula)

No final da atividade

Exercícios de inquérito nº 1 (aula): --Formulação de hipóteses -Descrição dos resultados experimentais -Interpretação de resultados experimentais

WebQuest (respostas em grupos de 4 na aula) Grelha de observação

No final da atividade

-Investigação em diferentes fontes -Organização do conhecimento científico (1) -Seleção da informação científica relevante (2) -Trabalha cooperativamente -Comunicação do conhecimento científico

Atividades de prática laboratorial experimentais do tipo P-O-E-R (respostas em grupos de 4 na aula) Grelha de observação

No final da atividade

-Faz previsões sobre os resultados experimentais a obter -Realiza experiências -Regista resultados experimentais -Interpreta resultados experimentais -Tira conclusões com base nos resultados experimentais -Trabalha cooperativamente -Comunicação do conhecimento científico

Objetivos: - Caraterizar o efeito de diferentes estratégias pedagógicas que usam as TIC no desenvolvimento das competências de

comunicação dos alunos; - Analisar como evolui a motivação dos alunos na UE lecionada com recurso às TIC

Observação participante nas aulas, com elaboração de Diário de Aula**

Semanalmente Análise de conteúdo dos diários em função de categorias de comunicação e previamente definidas e de motivação emergentes

Grelha de observação do professor e questionário ao aluno por tipo de estratégia com utilização das TIC: 1.Exploração de PowerPoint 2.Projeção de vídeos educativos 3.Blog da UE (Respostas às questões lá colocadas, à disponibilização dos conteúdos lecionados, à divulgação dos melhores trabalhos) 4. Resolução da WebQuest (pesquisa, elaboração do PowerPoint e apresentação da investigação aos colegas) 5. Elaboração em documentos Word dos relatórios das atividades de práticas laboratoriais e tratamento dos dados 6.Entrega de trabalhos de Casa por mail

No final da utilização de um tipo de estratégia com utilização das TIC

Análise de frequência dos vários itens de comunicação e motivação definidos na grelha de observação. Análise de conteúdo nas respostas abertas do questionário dos alunos e de frequência nas respostas fechadas.

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Em seguida, será explicado o processo de elaboração e validação dos instrumento de

recolha de dados referidos.

i) Pré e pós-teste

Esta atividade, passível de visualização nos documentos em anexo (Anexo I), teve como

principal objetivo analisar como evoluiu a (re)construção do conhecimento substantivo e

processual de alunos na unidade ‘Obtenção de matéria - Heterotrofia e Autotrofia’, lecionada no

10º ano de escolaridade com recurso às tecnologias de informação e comunicação.

Como já foi referido, a propósito da utilização deste questionário como teste diagnóstico,

os alunos completaram individualmente este teste de conhecimento (substantivo e processual),

antes do ensino (pré-teste), com o objetivo de caracterizar o conhecimento inicial dos alunos, e

depois do ensino (pós-teste), para caracterizar o estado final do conhecimento desses mesmos

alunos. O objetivo desta comparação foi analisar como evoluiu a (re)construção do conhecimento

substantivo e epistemológico com a aplicação das estratégias de Educação em Ciências com

utilização das TIC propostas.

Este questionário, juntamente com a sua matriz (Quadro 2), foi validado por dois

especialistas em Educação. Os resultados obtidos neste teste serão triangulados com os

resultados obtidos durante o processo de ensino na observação participante para se conseguir

compreender a sua evolução e não apenas os resultados finais e iniciais.

O inquérito por questionário é uma técnica de recolha de dados que tem três grandes

vantagens (McMillan & Schumacher, 2001): o investigador não influencia o sujeito no momento

da recolha de dados; permite respeitar o ritmo de cada inquirido na resposta e coloca todos os

sujeitos em situação de igualdade no que respeita à natureza e apresentação das questões. Esta

técnica consiste em colocar perguntas por escrito aos sujeitos que participam na investigação

para identificar os seus conhecimentos, atitudes, crenças, comportamentos ou opiniões.

ii) Avaliar o uso do computador e da Internet

Para se compreender se era possível aplicar as metodologias de ensino baseadas nas

TIC, tornou-se imperativo elaborar um questionário ao aluno para identificar se no seu meio

direto e extraescola, casa e meio familiar, possuía os recursos humanos e tecnológicos

necessários para ser possível corresponder às atividades de aula lançadas. Assim, este

questionário visou essencialmente obter dados referentes aos meios tecnológicos que o aluno

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possui (Anexo VI). O referente questionário foi aplicado no final do conjunto das aulas em que se

utilizaram as estratégias multimédia. Estes resultados serão triangulados com a observação feita

pelo professor durante as aulas utilizando uma grelha de observação.

iii) Questionário de autoavaliação de competências de comunicação/motivação

Também foi elaborado em questionário de autoavaliação para caraterizar o efeito de

cada uma das estratégias pedagógicas que usam as TIC na (re)construção do conhecimento

processual dos alunos, no desenvolvimento das suas competências de comunicação e na

participação dos alunos na Unidade Curricular.

Este questionário foi aplicado no final do conjunto das aulas em que se utilizaram as

estratégias multimédia. Estes resultados serão triangulados com a observação feita pelo

professor durante as aulas utilizando uma grelha de observação.

iv) Avaliar a opinião sobre o ensino da Biologia e Geologia com o uso das TIC

Esta atividade visou entender de que forma as TIC podem potenciar, ou não, a

aprendizagem do aluno no que toca à Biologia e Geologia (neste caso será essencialmente

relativo à Biologia, pois só foi lecionada matéria referente à Biologia). Desta forma, numa fase

posterior ao período de regência foi implementado um questionário com esse objetivo.

v) Análise documental

Foi feita uma análise do conteúdo dos trabalhos realizados pelos alunos durante as aulas

e dos registos no blogue da disciplina.

vi) Observação participante de aulas

Como já foi referido anteriormente, durante a observação das aulas serão preenchidas

grelhas de observação e registo de incidentes críticos, com o objetivo fundamental de recolher

dados sobre a evolução do conhecimento processual e das competências de comunicação dos

alunos, bem como da sua participação na Unidade Curricular.

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  55  

2.4.5. Plano de Recolha de Dados  

Esta secção explica o plano que foi estabelecido para que fosse possível fazer a recolha

de dados. Todos os dados foram recolhidos durante as aulas de Biologia e Geologia desde

outubro de 2012 a abril de 2013, isto é, antes e durante a implementação do projeto de

intervenção. A intervenção pedagógica ocorreu entre o final de fevereiro e o final de abril de

2012 (uma vez que neste período se verificaram férias letivas de Carnaval e ainda um teste de

avaliação), tendo a longevidade de 12 aulas (cerca de 6 semanas) cuja duração, seria entre

aulas de 120 minutos (2 por semana, 3 no caso de existirem aulas práticas ou teórico-práticas

durante a semana) e uma aula de 60 minutos (caso a semana não possua aulas práticas ou

teórico-práticas).

Abrangendo o plano de recolha de dados, primeiramente, foram elaborados diários de

aula nas aulas de biologia e geologia ao longo de um mês, no período de outubro a novembro de

2012. Essas aulas foram lecionadas professor orientador. A presença e análise de determinados

aspectos na ambiente sala de aula, como uma tarefa colocada pela supervisora da universidade,

contribuíram muito para uma consciencialização perante os reais interesses e deveres do aluno.

Desta forma, tornou-se igualmente possível, conhecer as características gerais da turma e definir

o melhor PIP possível.

Cerca de uma semana antes da intervenção pedagógica, foi pedido aos alunos que

preenchessem um “questionário de conhecimentos sobre a unidade”. Tal foi efectuado com o

objetivo de conhecer as conceções iniciais do aluno sobre a unidade de ensino em questão e,

desta forma, fazer um ajuste na intervenção para que a fosse possível responder às lacunas que

os alunos apresentaram na ficha diagnóstica (o pré-teste). Posteriormente, foi aplicado, no final

da intervenção pedagógica, o mesmo questionário, como ficha formativa (o pós-teste). O objetivo

da repetição do mesmo questionário foi analisar a evolução dos conhecimentos dos alunos e

avaliar os efeitos da implementação do projeto de intervenção. De realçar que, em ambos os

momentos, o questionário foi de preenchimento individual e identificado.

Para além dos diários de aula obtidos anteriormente ao período de regência, durante a

intervenção pedagógica foram constantes as notas retiradas, havendo assim um registo

constante dos comportamentos e atitudes dos alunos, o que possibilitou uma compreensão não

só da evolução do conhecimento substantivo e processual dos alunos, mas também dos alunos

enquanto pessoas.

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  56  

Na fase final do período de regência, no final da intervenção pedagógica, os alunos

preencheram um questionário individualmente, que visou conhecer a perceção dos alunos sobre

os seus comportamentos, atitudes e desempenho durante as estratégias/metodologias

aplicadas. De uma maneira geral, este questionário permitiu que o aluno ficasse consciente dos

aspectos que mais contribuíram para a sua aprendizagem, bem como os que menos

contribuíram, ou até a prejudicaram, de forma a reforçar comportamentos que os beneficiem e

evitar comportamentos que não os ajudem a progredir.

Como nota final, é de salvaguardar que nenhum aluno se recusou a preencher qualquer

um dos questionários, no entanto o número total de alunos respondestes aos questionários

variou, pois numa altura inicial o N= 27, numa altura final o N=26 porque um aluno nesse dia

não se encontrava presente.

2.4.6. Tratamento e Análise de Dados  

Em primeiro lugar, é importante referir que, por uma questão ética, todos os nomes

referidos neste relatório são nomes fictícios.

Como forma de tratamento dos dados obtidos nos questionários, foram recolhidas as

respostas dos alunos e feita uma análise quantitativa, na qual foram descritas as suas

frequências e percentagens. No entanto, no pré e no pós-teste, o tratamento dos dados foi

ligeiramente diferente, pois interessou, sobretudo, analisar o conteúdo das respostas dadas

pelos alunos no questionário de conhecimentos. Assim, em primeiro lugar estabeleceu-se uma

correspondência entre cada tópico/conceito e as questões do questionário, definindo, para cada

uma, um nível de formulação desejado que representa uma resposta cientificamente aceite (CA),

isto é, a meta a atingir pelos alunos, tal como apresentado no quadro 4.

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  57  

Quadro 4

Nível de formulação desejado a atingir pelos alunos nos tópicos/conceitos da unidade de ensino

Tópico/conceito Questão Nível de formulação desejado

Formas de obtenção de matéria pelos seres vivos – plantas e animais

Grupo A 1.a

Seres vivos capazes de produzir os seus compostos orgânicos (seres autocapazes) e gerar a sua própria energia pra viver.

Grupo A 1.b

Seres vivos que não são autocapazes de produzir os seus compostos orgânicos, ou seja, são seres que necessitam de captar alimento para que ocorra (a nível digestivo) a síntese de nutrientes/matéria.

Grupo A 1.c

Há nítidas diferenças na forma como os animais e as plantas obtêm a matéria de que precisam para viver. Partindo de um nível geral, pode, desde já, fazer-se uma categorização distinta para ambos, sendo os animais organismos consumidores - já que necessitam de obter matéria do meio em que vivem - e as plantas, organismos produtores – já que são capazes de produzir a sua própria matéria.

Membrana plasmática –função e estrutura

Grupo A 2.1.

A membrana plasmática permite o intercâmbio de substâncias entre a célula e o meio envolvente; sendo esta semipermeável, possibilita apenas a entrada de substâncias (nutrientes) nas células necessárias às suas atividades vitais que, a nível ampliado, seja de um organismo uni ou pluricelular, tem uma importância fundamental na sua obtenção de matéria.

Grupo A 2.2.

Esquema, legendado, que represente o modelo de Singer e Nicholson para a membrana plasmática (identificando, corretamente, no mínimo os fosfolípidos dispostos numa bicamada e as proteínas intrínsecas e extrínsecas):

Transportes transmembranares – osmose nas plantas, meios isotónico, hipertónico e hipotónico.

Grupo A 3.1.1.

Uma vez que o conteúdo celular se encontra disperso por grande parte da célula e o vacúolo apresenta grande dimensão relativamente à usual, significa que a célula está turgida, ou seja, a água contida no vacúolo aumentou por entrada de água desde o exterior da célula por osmose, para contrabalançar o aumento da concentração de soluto no meio intracelular, o que leva a concluir que a célula foi submetida a um meio hipotónico.

Grupo A 3.1.2.

Uma vez que o conteúdo celular se encontra concentrado num ponto da célula e o vacúolo apresenta pequena dimensão relativamente à usual, significa que a célula está plasmolisada, ou seja, a água contida no vacúolo saiu para o exterior da célula por osmose, para contrabalançar o aumento da concentração de soluto no meio extracelular, o que leva a concluir que a célula foi submetida a um meio hipertónico.

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  58  

Transportes transmembranares – osmose nas plantas, meios isotónico, hipertónico e hipotónico (cont.)

Grupo A 3.2.

Quando células são colocadas num meio hipotónico há uma tendência de entrada de água por osmose para contrabalançar a concentrações de solutos nos meios intra e extracelular. Dado que as células animais dispõem apenas de uma membrana celular a delimitá-las do meio externo, e esta apresenta um limite de elasticidade, quando a entrada de água na célula excede esse limite de elasticidade, a membrana plasmática rompe, sendo que a célula sofre lise.

Digestão intracelular

Grupo A 4.1.1.

Relaciona-se com a síntese e transporte de certas substâncias, entre as quais proteínas enzimáticas. (REL - síntese de lípidos e transporte de substâncias) (RER – Transporte de proteínas sintetizadas nos ribossomas)

Grupo A 4.1.2.

Intervém na transformação de moléculas provenientes do retículo e que são transferidas até ele por vesículas que se separam do retículo. “O retículo endoplasmático, o complexo de Golgi e os lisossomas são organelos celulares que desempenham respetivamente funções de síntese proteica, secretora e transporte.”

Grupo A 5

Após ingerido e digerido, o alimento sofre absorção a nível do intestino delgado, entrando assim na circulação sanguínea para chegar até às células. É nas células, no seu interior, que se processa a digestão intracelular. A importância do complexo endomembranar neste processo, sendo ele constituído pelo retículo endoplasmático, liso e rugoso, pelo complexo de Golgi e pelos lisossomas; o retículo endoplasmático sintetiza proteínas com função enzimática que são transportadas por vesículas de transporte para o complexo de Golgi, de onde se destacam os lisossomas que contém as enzimas sintetizadas no RE e substâncias segregadas pelo CG; os lisossomas fundem-se com as vesículas endocíticas contendo partículas alimentares, formando vacúolos digestivos, onde ocorre a digestão dessas partículas; os produtos resultantes da digestão são, depois, libertados para o exterior da célula por exocitose.

Digestão extracelular, intracorporal - sistema digestivo humano

Grupo A 6

As transformações mecânicas e químicas da digestão, desde a boca ao intestino delgado, permitem decompor os alimentos ingeridos em moléculas muito mais pequenas, que são absorvidas para os capilares sanguíneos e linfáticos. O material não digerido ou não absorvido que restar no intestino delgado é transsportado para o intestino grosso. A superfície interna do intestino delgado apresenta pregas circulares, vilosidades e microvilosidades – modificações da superfície do intestino delgado que aumentam muito a área disponível. Estas estruturas permitem uma maior absorção – passagem das pequenas moléculas dos alimentos para os capilares sanguíneos e quilíferos. Após a absorção no intestino delgado, o restante quimo passa para o intestino grosso. No intestino grosso, são absorvidos a água e os minerais e armazenadas as fezes antes de serem defecadas. A eliminação é o processo através do qual os resíduos da digestão são expulsos do organismo.

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Atividade biológica de uma planta – necessidades básicas de sobrevivência e produtos resultantes da sua atividade - fotossíntese

Grupo B 7

É possível manter uma planta na obscuridade, por algum tempo, desde que antes tenha sido iluminada, pois as plantas utilizam uma fonte de luz para realizar fotossíntese e, consequentemente produzir os seus compostos orgânicos de que necessita para efetuar as suas atividades vitais. No entanto, as plantas à medida que produzem matéria vão utilizando uma parte e reservando outra, o que permite às plantas sobreviver de noite, por exemplo.

Grupo B 8.1.

A hipótese que o investigador colocou para a realização desta experiência foi a influência da distância de um ser fotoautotrófico à fonte de luz na sua atividade fotossintética.

Grupo B 8.2. e 8.3.

A 5 cm de distância da luz são libertadas 65 bolha de oxigénio. A 10 cm de distância da luz são libertadas 60 bolhas de oxigénio. A 20 cm de distância são libertadas 21 bolhas de oxigénio. A 40 cm de distância são libertadas 6 bolhas de oxigénio. Pelos resultados verificados, pode-se dizer que quanto mais próxima a elódea estiver da fonte de luz mais bolhas de oxigénio liberta. Assim conclui-se que quanto mais próxima estiver a fonte de luz, maior a intensidade da actividade fotossintética da elódea sp.

Numa segunda etapa da abordagem dos resultados obtidos, procedeu-se a uma análise

das respostas dos alunos em função do nível de formulação desejado, permitindo assim uma

estruturação das mesmas. Basicamente, procedeu-se a uma necessária categorização qualitativa

das respostas do aluno, dada a sua variedade, o que permitiu assim uma total perceção do

conhecimento científico do aluno. As categorias de resposta possíveis foram:

• Respostas cientificamente aceites (CA). Respostas que contêm as ideias

científicas requeridas pela questão;

• Respostas incompletas (Inc). Respostas que contêm apenas algumas das ideias

científicas requeridas pela questão, mas não contém aspetos cientificamente não

válidos, pois, se simultâneo, contiver ideias cientificamente aceites e não aceites

são consideradas respostas cientificamente não aceites, não sendo incluídas

nesta categoria;

• Respostas cientificamente não aceites (CnA). Respostas que são compreensíveis

mas que não contêm aspetos cientificamente aceites ou, então, contêm, em

simultâneo, ideias cientificamente não aceites e aceites

• Respostas ambíguas, Respostas que não são compreensíveis pelo seu total,

podem até estar cientificamente corretas, mas para a questão apresentada não

demonstram capacidade de resposta à mesma;

• Não responde (Nr). Resposta que inclui as situações em que a questão é deixada

em branco (ausência de resposta) e respostas compreensíveis mas que contêm

uma repetição da questão;

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  60  

Para que se entendam as categorias da melhor forma possível, serão referidos exemplos

de respostas dos alunos na discussão dos resultados.

O tratamento e recolha de dados finalizou-se com a análise quantitativa dos

questionários relativos às estratégias/metodologias aplicadas no período de regência. Um

cruzamento possível, entre os diários de aula e os dados obtidos nos questionários, foi efetuado

para uma maior fidelização de resultados, contrapondo os dados iniciais (diários de aula) com os

dados finais (resultado dos questionários sobre as estratégias aplicadas).

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  61  

CAPÍTULO III

DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DA INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

3.1. Introdução  

Neste capítulo, serão descritos e discutidos vários aspetos, pelos quais será possível

fazer uma avaliação da intervenção pedagógica, em função dos objetivos de

investigação/avaliação previamente definidos, no capítulo I. Em primeiro lugar, será analisada a

evolução do conhecimento substantivo do aluno para se verificar se os objetivos de

aprendizagem foram, ou não, atingidos pelo aluno (3.2.). Na secção seguinte (3.3.), surge a

análise da evolução do conhecimento processual do aluno. Na penúltima secção (3.4.), faz-se

uma apresentação de resultados relacionados com o desenvolvimento das competências de

comunicação, e, por fim, com a evolução da motivação dos alunos (3.5.).

3.2. Evolução do conhecimento substantivo na aprendizagem de alunos de 10º ano

na unidade ‘Obtenção de matéria: heterotrofia e autotrofia’

De forma a ser possível analisar a evolução do conhecimento substantivo dos alunos, foi,

como já referido, aplicado um mesmo questionário individual de conhecimentos, de

autopreenchimento, antes e depois da intervenção pedagógica. Em seguida, serão apresentados

esses resultados.

Heterotrofia e autotrofia

O que é um ser autotrófico. Quando foi pedido aos alunos para explicarem, por

palavras suas, o que são seres autotróficos, do pré para o pós-teste existiu um aumento de

respostas cientificamente aceites (de 3.7% para 100%), uma diminuição de respostas

incompletas (de 74.1% para 0%) e verificou-se igualmente uma diminuição de respostas

cientificamente não aceites (de 7.4% para 0%) (Tabela 8).

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Tabela 8 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre definição de ser autotrófico Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 1 3.7 26 100

Incompleta (Inc) Seres que produzem o seu próprio alimento Seres que se alimentam de nutrientes e são os produtores na cadeia

alimentar Seres que obtêm matéria de forma individual sem prejudicar outros

seres vivos

20 18

1

1

74.1 66.7

3.7

3.7

0

0

Cientificamente não aceite (CnA) Não produzem o seu alimento, alimentam-se a partir de outros seres

2 2

7.4 7.4

0 0

Resposta ambígua (Ra) Seres unicelulares

1 1

3.7 3.7

0 0

Não resposta (Nr) 3 11.1 0 0  

No que toca a não respostas e a respostas ambíguas, verificou-se igualmente uma

diminuição de respostas (3.7% para 0% e 11.1% para 0%, respetivamente).

No pré-teste existiram as seguintes conceções alternativas: considerar que os seres

autotróficos “produzem o seu alimento como forma de obtenção de matéria” (66.7%), tendo sido

considerada incompleta por não falar da produção de nutrientes; “alimentam-se de nutrientes e

são produtores” (3.7%), sem clarificar a relação entre os dois conceitos; “obtêm a sua matéria

de forma individual, sem prejudicar os outros seres vivos” (3.7%), sem clarificar porque razão

isso acontece no sentido de responder à questão formulada.

Dois alunos deram uma resposta cientificamente não aceite no pré-teste, pois

consideraram que os seres autotróficos não produzem o seu próprio alimento (7.4%), o que já

não aconteceu no pós-teste.

O que é um ser heterotrófico. Quando se pediu aos alunos para “explicarem, por

palavras suas, o que são seres heterotróficos”, do pré para o pós-teste existiu um aumento

pequeno de respostas cientificamente aceites (de 0% para 3.8%) e de respostas incompletas (de

74.1% para 96.1%), tendo-se verificado uma diminuição de respostas cientificamente não aceites

(de 7.4% para 0%) e de respostas ambíguas (de 7.4% para 0%) (Tabela 9).

No pré-teste a conceção alternativa mais frequente, está, tal como na questão anterior,

associada à falta de precisão da linguagem científica, tendo sido considerada uma conceção

incompleta, pois os alunos afirmaram que os seres heterotróficos “alimentam-se de outros seres

vivos” (51.9%), não clarificando o significado trófico desta afirmação, como se observa, por

exemplo, na resposta do João: “Os seres heterotróficos são seres que se alimentam a partir de

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  63  

outros seres, como o cão ou o gato”. Pelas mesmas razões, foi considerada uma resposta

incompleta a conceção “os seres heterotróficos não produzem o seu alimento” (22.2%).

Tabela 9 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre definição de ser heterotrófico Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0 0 1 3.8 Incompleta (Inc)

Seres que não produzem o seu próprio alimento Seres que se alimentam de outros seres vivos

20 6 14

74.1 22.2 51.9

24 11 14

96.1 42.3 53.8

Cientificamente não aceite (CnA) Seres que produzem o seu próprio alimento

2 2

7.4 7.4

0

0

Resposta ambígua (Ra) Seres a partir de outros seres Seres pluricelulares

2 1 1

7.4 3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 0 0 0 0

Também se verificou que as respostas incompletas no pós-teste estavam mais próximas

das respostas cientificamente aceites do que no pré-teste.

Dois alunos responderam, por confusão com os seres autotróficos que “os seres

heterotróficos produzem o seu próprio alimento” (7.4%), tendo esta conceção sido considerada

cientificamente não aceite. Dois alunos também apresentaram respostas que não estavam

relacionadas com a questão realizada, por isso foram consideradas respostas ambíguas. Um

aluno considerou que o que distingue os seres heterotróficos é a sua pluricelularidade “são seres

vivos a partir de outros seres vivos” (Filipe) e outro, parecia estar a referir-se à sua reprodução:

“seres a partir de outros seres”.

Caraterização trófica de animais e plantas. Para se compreender se

independentemente dos conceitos anteriores, os alunos compreendiam a forma de obtenção de

matéria pelas plantas e animais, foi-lhes colocada explicitamente essa questão. Do pré para o

pós-teste existiu um aumento de respostas cientificamente aceites (de 44.4% para 80.8%), uma

diminuição de respostas incompletas (de 40.7% para 7.6%), verificou-se um aumento ligeiro de

respostas cientificamente não aceites (de 3.7% para 11.5%) e uma ligeira diminuição de

respostas ambíguas (3.7% para 0%) (Tabela 10).

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Tabela 10 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre as formas de obtenção de matéria pelas plantas e animais Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 12 44.4 21 80.8 Incompleta (Inc)

Animais obtêm matéria a partir de outros animais e as plantas produzem a própria matéria

Animais são seres heterotróficos porque se alimentam de plantas, seres autotróficos, que transformam a energia solar e o CO2 em oxigénio

As plantas são seres autotróficos, obtêm matéria a partir das raízes, e os animais são heterotróficos, obtêm matéria a partir de outros seres vivos, são predadores

Os animais são seres heterotróficos por sua vez, as plantas, são autotróficas

11 7 1 2 1

40.7 25.9 3.7 7.4. 3.7

2 1 1

7.6 3.8 3.8

Cientificamente não aceite (CnA) Os animais conseguem obter matéria a partir de si ou de outros seres As plantas obtêm matéria a partir de recursos

1 1

3.7 3.7

3 3

11.5 11.5

Resposta ambígua (Ra) Os animais precisam da matéria das plantas para se alimentarem e as

plantas precisam da matéria para se decomporem

1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 2 7.4 0 0  

Todas as respostas incompletas apresentam conhecimento científico válido, embora a

conceção precise ser trabalhada com mais profundidade científica para termos evidencias de

que o aluno compreende realmente o conceito, como aconteceu, por exemplo, com as seguintes

respostas: “As plantas são seres autotróficos, obtêm matéria a partir das raízes, e os animais

são heterotróficos, obtêm matéria a partir de outros seres vivos, são predadores.” (Rui); “Os

animais são seres heterotróficos por sua vez, as plantas, são autotróficas” (José).

Membrana plasmática

Estrutura e composição da membrana plasmática. Quando se iniciou esta

unidade de ensino e, por isso, se aplicou este teste diagnóstico, os conceitos associados à célula

já tinham sido lecionados numa unidade de ensino anterior e, por essa razão, estava-se à espera

que os alunos possuíssem bons conhecimentos neste tópico. No entanto, sendo a membrana

plasmática um dos constituintes da célula de relevo nesta unidade de ensino, questionaram-se

os alunos sobre a sua importância na obtenção de matéria pelos seres vivos (Tabela 11) e sobre

a sua estrutura (Tabela12).

Em relação à importância da membrana, verificou-se que do pré para o pós-teste existiu

um aumento de respostas cientificamente aceites (de 0% para 38.5%) e de respostas

incompletas (de 14.8% para 61.5%) e uma diminuição de respostas cientificamente não aceites

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(de 11.1% para 0%), respostas ambíguas (3.7% para 0%) e de “não resposta” (70.4% para 0%)

(Tabela 11).

Tabela 11 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função da membrana plasmática  Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0

0

10 10

38.5 38.5

Incompleta (Inc) A membrana plasmática é importante para permitir a entrada de

nutrientes na célula e impedir a entrada de substâncias não necessárias na mesma

A membrana plasmática é importante na obtenção de matéria que recolhe do alimento decomposto para estar em funcionamento.

A importância da membrana plasmática é controlar o fluxo de matéria nas células.

4 1 2 1

14.8 3.7 7.4 3.7

16 9 5 2

61.5 34.6 19.2 7.7

Cientificamente não aceite (CnA) É a membrana plasmática que absorve energia do Sol. A partir da membrana plasmática os seres vivos recebem energia para

as suas actividades.

0 1 2

11.1 3.7 7.4

0

0

Resposta ambígua (Ra) É através da membrana plasmática que os seres vivos obtêm a matéria, logo a membrana plasmática é bastante importante para os seres vivos

1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 19 19

70.4 70.4

0

0

Também se verificou que as respostas incompletas no pós-teste estavam mais próximas

das respostas cientificamente aceites do que no pré-teste.

Após serem questionados acerca da função da membrana, foi pedido aos alunos para

identificarem a estrutura da membrana plasmática. Os resultados obtidos com a análise de

conteúdo dos esquemas que esboçaram estão descritos na Tabela 12.

Sobre a estrutura da membrana plasmática, do pré para o pós-teste, verificaram-se

melhores resultados quando comparado com a questão anterior sobre a função da membrana.

Verificou-se que existiu um aumento bastante considerável de respostas cientificamente aceites

(de 0% para 73.1%), sendo um indicador de evolução de conhecimento. De forma inversa,

verificou-se uma diminuição de respostas cientificamente não aceites (de 77.7% para 15.3%) e

um ligeiro aumento de respostas incompletas (de 0% para 7.7%). Também se verificou a

inexistência de respostas ambíguas e a uma diminuição dos alunos que não responderam

(25.9% para 0%).

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  66  

Tabela 12 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a estrutura da membrana plasmática

 No pré-teste, verificou-se, pela primeira vez, uma ausência de respostas incompletas e

uma grande frequência de respostas cientificamente não aceites, o que não seria de esperar

uma vez que esse conteúdo já tinha sido lecionado.

No pós-teste verificou-se uma conceção cientificamente incompleta, que correspondeu à

representação da ultraestrutura de uma secção da membrana plasmática, com fosfolípidos

(bicamada lipídica) e proteínas intrínsecas e extrínsecas (7.7%), sem legendar/referir os meios

intra e extracelular, como podemos ver na figura 6.

Figura 6 Resposta incompleta: representação cientificamente válida da membrana plasmática, sem legenda dos meios intra e extracelular

Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0

0

19 19

73.1 73.1

Incompleta (Inc) Representação da ultraestrutura de uma secção da membrana

plasmática, com fosfolípidos (bicamada lipídica) e proteínas intrínsecas e extrínsecas, sem legendar/referir os meios intra e extra-celular.

2 2

7.7 7.7

Cientificamente não aceite (CnA) Representação da membrana plasmática por uma linha hexagonal

contínua dando relevância à tridimensionalidade da célula e diferenciando da parede celular.

Representação e legenda da ultraestrutura de uma secção da membrana plasmática, com fosfolípidos (bicamada lipídica) e com camada proteica.

Representação da membrana plasmática por uma linha curva fechada, e representação e legenda do núcleo (e citoplasma) no seu interior

Representação da membrana plasmática por uma linha curva pouco definida, dando ênfase a outros organelos ou nutrientes

21 1 10 10

77.7 3.7 37.0 37.0

4 1 2 1

15.3 3.8 7.7 3.8

Resposta ambígua (Ra) 0 0 0 0 Não resposta (Nr) 7 25.9 0 0

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  67  

Para a categoria de resposta cientificamente não aceite, no pré-teste, os alunos

apresentam dois conceitos mais frequentes. O primeiro conceito é a representação da

membrana plasmática por uma linha curva fechada e representação e legenda do núcleo (e

citoplasma) no seu interior (37.0%)(Figura 7).

 Figura 7 Resposta cientificamente não aceite sobre a estrutura da membrana plasmática

O outro conceito, é a representação da membrana plasmática por uma linha curva

pouco definida, dando ênfase a outros organelos ou nutrientes, como se pode ver pelo exemplo

seguinte (37.0%) (Figura 8).

Figura 8 Resposta cientificamente não aceite sobre a membrana plasmática

No pós-teste estas conceções foram alteradas na maior parte dos alunos. Logo, verifica-

se uma enorme evolução no conhecimento substantivo do aluno, pois estas concecões

cientificamente não aceites representavam mais de metade dos elementos da turma.

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  68  

Digestão intra e extracelular

Após questionados sobre a função e forma da membrana plasmática, como “barreira

fisiológica” que confere proteção à célula e controla a entrada e saída de substâncias da mesma,

foram propostas aos alunos duas questões relacionadas com as estruturas responsáveis pela

digestão intracelular (Tabela 13 e Tabela 14) e uma questão relacionada com a explicação do

processo de digestão intracelular (Tabela 15).

Sobre as estruturas responsáveis pela digestão intracelular, perguntou-se aos alunos

qual era a função do retículo endoplasmático liso e rugoso. No pré-teste, nenhum dos alunos

soube responder, enquanto no pós-teste todos responderam de uma forma cientificamente

válida, o que significa que os alunos nunca tinha aprendido este conceito, tal como tínhamos

previsto (Tabela 13).

Tabela 13 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função dos retículos endoplasmático liso e rugoso na digestão intracelular

 Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0

0

26 26

100 100

Incompleta (Inc) 0 0 0 0

Cientificamente não aceite (CnA) 0 0 0 0 Resposta ambígua (Ra)

Proteger a célula 1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 26 96.3 1 3.8  

Na segunda questão sobre as estruturas responsáveis pela digestão intracelular, pediu-

se aos alunos para explicarem a função do complexo de Golgi. Do pré para o pós-teste existiu

um aumento considerável de respostas cientificamente aceites (de 0% para 73.1%) e de

respostas incompletas (de 0% para 11.5%), um ligeiro aumento de respostas cientificamente não

aceites (de 7.4% para 11.5%) e uma grande diminuição de alunos que não responderam

(passando de 92.6% para 3.8%) (Tabela 14).

No pós-teste existiram ainda conceções alternativas, tendo-se verificado que 11.5% dos

alunos descreveram que o complexo de Golgi tinha uma função associada a fenómenos de

secreção, o que pode indicar alguma evolução do conhecimento do aluno, embora não o

desejável, pois trata-se de conhecimento científico incompleto.

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  69  

Tabela 14 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a função do complexo de Golgi na digestão intracelular Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0

0

19 19

73.1 73.1

Incompleta (Inc) Intervém em fenómenos de secreção

3 3

11.5 11.5

Cientificamente não aceite (CnA) Armazena proteínas e liberta-as por endocitose Transformação de proteínas e de lípidos Produz energia Transforma a energia em matéria

2 1 1

7.4 3.7 3.7

3 1 2

11.5 3.8 7.7

Resposta ambígua (Ra) 0 0 0 0 Não resposta (Nr) 25 92.6 1 3.8

Em seguida foi colocada aos alunos uma questão relacionada com a explicação do

processo de digestão intracelular (Tabela 15). Os resultados mostraram que existiu um aumento

de respostas cientificamente aceites (de 0% para 26.9%) e de respostas incompletas (de 0% para

46.2%), sendo este aspeto um bom indicador da evolução, embora que pequena, do

conhecimento substantivo dos alunos. Da mesma forma verificou-se um ligeiro aumento de

respostas cientificamente não aceites (de 11.1% para 19.2%), sendo este o principal indicador,

neste caso, de uma indesejada evolução do conhecimento científico.

Tabela 15 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre como ocorre o processo de digestão intracelular Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 0 0 7 26.9 Incompleta (Inc)

O processo intracelular digestivo ocorre dentro da célula, quando a partícula penetra na célula por endocitose

12 12

46.2 46.2

Cientificamente não aceite (CnA) O processo de digestão intracelular, ocorre entre as células A digestão intracelular ocorre dentro das células e pode ser por

endocitose e exocitose O processo de digestão intracelular ocorre por ingestão do alimento A digestão intracelular consiste na troca gasosa com a corrente

sanguínea  

3 2 1

11.1 7.4 3.7

5 4 1

19.2 15.4 3.8

Resposta ambígua (Ra) 0 0 0 0 Não resposta (Nr) 24 88.9 2 7.7

 A resposta cientificamente não aceite mais surpreendente foi a confusão de um aluno no

pré-teste do processo de digestão intracelular com o processo de troca gasosa entre a célula e o

sangue: “A digestão intracelular consiste na transformação de oxigénio trazido pelo sangue

desde os pulmões, em dióxido de carbono, levando outra vez para os pulmões e libertado para a

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  70  

atmosfera. O sangue também alimenta as células de vitaminas trazidas pelo alimento que o ser

humano comeu” (Daniel).

Para terminar o diagnóstico sobre os conhecimentos dos alunos acerca da digestão,

pediu-se aos alunos para explicarem como ocorrem os processos de digestão e absorção do

sistema digestivo humano. Partiu-se do pressuposto de que estes conceitos, uma vez que tinham

sido lecionados no 9ºano de escolaridade, teriam um elevado número de respostas

cientificamente aceites.

Concretamente, do pré para o pós-teste, existiu um aumento considerável de respostas

cientificamente aceites (de 7.4% para 65.4%), uma diminuição de respostas incompletas (de

25.9% para 15.4%), um aumento ligeiro de respostas cientificamente não aceites (de 22.2% para

15.3%), uma ligeira diminuição de respostas ambíguas (7.4% para 15.3%), havendo apenas uma

não resposta no pós-teste, passando de 37% para 3.8% (Tabela 16).

Tabela 16 Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre os processos de digestão e absorção no sistema digestivo humano Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26)

f % f % Cientificamente aceite (CA) 2 7.4 17 65.4

Incompleta (Inc) O processo de digestão começa na boca, onde ocorre trituração, segue

para o esófago, estômago e no intestino delgado onde são absorvidos nutrientes para o sangue.

O processo de digestão começa na boca, onde se forma o bolo alimentar, segue para o esófago, estômago que produz o suco gástrico, depois passa para o intestino delgado e intestino grosso.

A absorção ocorre no intestino delgado, onde o quimo sofre a acção das vilosidades intestinais os nutrientes são absorvidos.

7 4 3

25.9 14.8 11.1

4 4

15.4 15.4

Cientificamente não aceite (CnA) O processo de digestão é a trituração do alimento Digestão é o processo em que o organismo retira a energia aos

alimentos e a absorção é o processo de absorção do que necessita. O processo de digestão e absorção ocorre por acção das células, em

que as proteínas vão sendo digeridas por acção de vários sucos até atingirem um tamanho ideal para serem digeridas pelas células

Ingere os alimentos pela boca passando pela faringe, estômago onde os nutrientes são absorvidos, e o resto é misturado pelo suco gástrico, sendo digerido pelo intestino grosso, chegando ao ânus

O alimento é ingerido, mastigado e diferido pela amílase salivar, passa para o esófago até ao estômago onde é digerido totalmente, depois encaminha-se para o intestino delgado.  

6 2 3 1

7.4 7.4 11.1 3.7

4 3 1

15.3 11.5 3.8

Resposta ambígua (Ra) A digestão dos alimentos ocorre a partir da boca, de seguida a energia chega às células e é absorvida

2 2

7.4 7.4

0

0

Não resposta (Nr) 10 37 1 3.8  

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  71  

Na categoria de respostas cientificamente não aceites as conceções presentes no pré-

teste não vigoram no pós-teste e vice-versa, o que pode indicar uma evolução do conhecimento

científico não adequada, uma vez que apesar de as conceções iniciais terem sido confrontadas

com o conhecimento científico válido, outras conceções não válidas surgiram, numa fase final.

No pré-teste, a ideia mais frequente é que a digestão é o processo em que o organismo humano

digere os alimentos e obtém dai a energia necessária, tendo os alunos integrado o processo de

respiração celular na processo digestivo. Por fim, entre os dois tipos de respostas cientificamente

aceites presentes nos questionários, antes e depois da implementação do projeto, pode

reconhecer-se uma evolução no tipo de linguagem usado e clareza de ideias científicas.

Processo fotossintético

Quando os alunos foram questionados sobre a forma de ocorrência do processo

fotossintético, verificou-se que do pré para o pós-teste houve um aumento considerável de

respostas cientificamente aceites (de 18.5% para 65.4%), um pequeno aumento de respostas

incompletas (de 18.5% para 23.1%) e uma diminuição de respostas cientificamente não aceites

(de 25.9% para 0%).

Tabela 17  Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre como ocorre o processo fotossintético  Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 5 18.5 17 65.4 Incompleta (Inc)

Esquema do processo fotossintético sem explicação do mesmo Fotossíntese é o processo que ocorre nas plantas, para elas se

alimentarem, quando as plantas absorvem o dióxido de carbono, que passa por alguns processos, e libertam oxigénio.

O processo fotossintético ocorre com uma absorção de CO2, produzindo H20 (água), matéria orgânica e oxigénio.

5 1 4

18.5 3.7 14.8

6 6

23.1 23.1

Cientificamente não aceite (CnA) Equação da fotossíntese incompleta Existem reações químicas que transformam oxigénio em dióxido de

carbono necessitando as plantas de dióxido de carbono para sobreviverem

As plantas absorvem o CO2 e luz e transformam o CO2 em oxigénio.

7 5 1 1

25.9 18.5 3.7 3.7

0

0

Resposta ambígua (Ra) A Elódea sp em contacto com a água e o bicarbonato de sódio (mineral

obtido pela raiz), por ação da luz, origina oxigénio (bolhas).

1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 7 25.9 3 11.5

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  72  

Estes dados aliados a uma ligeira diminuição de respostas ambíguas (3.7% para 0%) e

de não respostas no pós-teste, passando de 25.9% para 11.5%, são indicadores de evolução do

conhecimento substantivo, veja-se pela frequência de respostas cientificamente aceites. Entre os

dois tipos de respostas cientificamente aceites presentes nos questionários, antes e depois da

implementação do projeto, pode reconhecer-se uma evolução no tipo de linguagem usado e

clareza de ideias científicas.

Depois de serem questionados sobre o processo fotossintético, os alunos foram

questionados sobre a importância desse processo para as plantas. Verifica-se, do pré para o

pós-teste, um quase insignificante aumento de respostas cientificamente aceites (de 11.1% para

11.5%), um aumento de respostas incompletas (de 48.1% para 88.5%) e uma diminuição total

de respostas cientificamente não aceites (de 33.3% para 0%) (Tabela 18).

Tabela 18  Frequência e percentagem das conceções dos alunos sobre a importância da fotossíntese para as plantas e para um sistema ecológico

 Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Cientificamente aceite (CA) 3 11.1 3 11.5

Incompleta (Inc) A fotossíntese é importante para as plantas para garantir a sua

sobrevivência e manter o sistema ecológico equilibrado. A fotossíntese é importante para as plantas produzirem o seu próprio

alimento e para o resto dos seres vivos obterem o oxigénio produzido pelas plantas que essencial para a vida biológica

As plantas necessitam da fotossíntese para fabricar o seu próprio alimento

13 6 6 1

48.1 22.2 22.2 3.7

23 2 21

88.5 7.7 80.8

Cientificamente não aceite (CnA) A fotossíntese é a “transformação” do dióxido de carbono em oxigénio

que ocorre nas plantas. É importante para o sistema ecológico pois nós necessitamos muito de oxigénio e não necessitamos muito de dióxido de carbono.

A fotossíntese é importante para as plantas pois produz clorofila essencial para a sua vida e essencial para nós pois produz O2 essencial para a nossa respiração sem a qual não seria possível vivermos.

7 5 2

33.3 25.9 7.4

0

0

Resposta ambígua (Ra) A fotossíntese, para as plantas e para um sistema ecológico, é muito

importante, igualmente para o ser humano e para as plantas.

1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 2 7.4 0 0

Verificou que as respostas incompletas no pós-teste estavam mais próximas das

respostas cientificamente aceites do que no pré-teste.

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  73  

Para a categoria de resposta cientificamente não aceite, os alunos seguem duas ideias

pouco distintas uma da outra, de salientar, neste caso, que as ideias presentes no pré-teste não

vigoram no pós-teste, o que pode indicar uma evolução do conhecimento substantivo do aluno,

pois as conceções iniciais foram sendo corrigidas.

Para o pré-teste, na categoria de resposta cientificamente não aceite, a conceção mais

frequente baseia-se numa explicação do processo fotossintético para a transformação do CO2 em

O2, (25.9%), de que é exemplo: “A fotossíntese transforma o dióxido de carbono em oxigénio,

melhorando a atmosfera.

Conclusão

Ao comparar o pré e pós testes, verifica-se que houve um grande aumento no

conhecimento substantivo da turma em relação ao conceito de seres autotróficos, formas de

obtenção de matéria pelas plantas e animais, estrutura da membrana plasmática, função dos

retículo endoplasmático liso e rugosos e do complexo de Golgi na digestão intracelular, como

ocorre a digestão e a absorção no sistema digestivo humano e a fotossíntese nas plantas,

evidenciado principalmente pelo grande aumento de respostas cientificamente aceites.

No entanto, em relação aos outros conceitos, embora se considere que também houve

um aumento do conhecimento substantivo da turma esse aumento foi apenas moderado, pois

verificou-se uma pequena percentagem de respostas cientificamente aceites, embora existisse

um grande aumento de respostas incompletas que se aproximavam bastante das respostas

cientificamente válidas reconhecendo-se uma evolução no tipo de linguagem usado e na clareza

de ideias científicas. Isso aconteceu no conceito de ser heterotrófico, função da membrana

plasmática, explicação sobre como ocorre o processo de digestão intracelular e importância da

fotossíntese para as plantas e para um sistema ecológico.

3.3. Evolução do conhecimento processual na aprendizagem de alunos do 10º ano

na unidade ‘Obtenção de matéria: heterotrofia e autotrofia’

O teste de conhecimentos também contribuiu para a análise da evolução do

conhecimento processual dos alunos.

Interpretação de resultados experimentais. Primeiro os alunos foram

questionados acerca da osmose, para interpretar resultados experimentais sobre os movimentos

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  74  

transmembranares, visando identificar em que tipo de solução se encontrava uma célula vegetal

túrgida (Tabela 19) e outra plasmolisada (Tabela 20) representada em duas figuras.

A tabela 19, mostra a interpretação dos alunos para identificação de uma solução

hipotónica através de uma imagem de uma célula vegetal túrgida (Tabela 19).

Tabela 19    Frequência e percentagem da capacidade de interpretação de resultados experimentais dos alunos sobre a identificação de uma solução hipotónica através de uma imagem

Verificou-se que no pré-teste nenhum aluno soube interpretar a experiência enquanto no

pós-teste todos os alunos a interpretaram os resultados experimentais de uma forma

cientificamente aceite.

No pré-teste, os resultados experimentais cientificamente não aceites incluíram

respostas dos alunos que tinham a conceção que a concentração do meio apresentado na figura

era um meio com grande concentração (29.6%), devido ao tamanho do vacúolo e/ou à sua

concentração reduzida de solutos (3.7%) e dada a cor mais clara do vacúolo (3.7%).

Estes resultados repetem-se, na situação seguinte, em que os alunos teriam de

identificar uma solução hipertónica através de uma imagem de uma célula plasmolisada (Tabela

20).

Verificou-se, de igual modo, que no pré-teste nenhum alunos soube interpretar a

experiência e no pós-teste todos a interpretaram de uma forma cientificamente aceite. No pré-

teste, os alunos que interpretaram os resultados experimentais de uma forma cientificamente

não aceite fizeram-no por considerarem a concentração do meio apresentado na figura,

implicitamente, como um meio baixa concentração (22.2%), devido ao tamanho do vacúolo e/ou

à sua concentração reduzida de solutos (7.4%).

Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste(n=26)

f % f % Interpretação de resultados experimentais CA 0 0 26 100

Interpretação de resultados experimentais incompleta (Inc) Existe uma menor concentração do meio

2 2

7.4 7.4

0

0

Interpretação de resultados experimentais CnA Grande concentração do meio Concentração do meio é diferente porque a célula está mais inchada do

que normalmente, pois recebeu mais matéria do que deveria ter recebido

Concentração na situação 1 é água, por isso mais concentrado.

10 8 1 1

37.0 29.6 3.7 3.7

0

0

Resposta ambígua (Ra) Meio biótico Maior concentração de citoplasma

2 1 1

7.4 3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 7 25.9 0 0

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  75  

Tabela 20    Frequência e percentagem da capacidade de interpretação de resultados experimentais dos alunos sobre a identificação de uma solução hipertónica através de uma imagem de uma célula plasmolisada  

Previsão de resultados experimentais. Foi pedido aos alunos que explicassem o

que aconteceria a uma célula animal colocada numa solução hipotónica. Os resultados

encontram-se na tabela 21.

Tabela 21  Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para prever resultados experimentais quando se coloca uma célula animal numa solução hipotónica

 Verificou-se que no pré-teste nenhum aluno fez uma previsão de resultados

cientificamente aceite e no pós-teste 30.8% explicou que uma célula animal num meio

hipotónico, sofreria lise e morte celular, explicando o movimento osmótico que levaria a que isso

acontecesse. O número de previsões dos resultados incompletas (de 7.4% para 53.8%) e

cientificamente não aceites (de 3.7% para 7.7%) aumentou do pré para o pós-teste, porque no

Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26)

f % f % Interpretação de resultados experimentais CA 0 0 26 100

Interpretação de resultados experimentais incompleta (Inc) Existência de uma maior concentração do meio

2 2

7.4 7.4

0

0

Interpretação de resultados experimentais CnA Concentração baixa do meio Concentração do meio é normal porque a célula está no seu estado

normal, recebeu a mesma matéria

8 6 2

29.6 22.2 7.4

0

0

Resposta ambígua (Ra) A concentração na situação 2 é azul-de-metileno, logo menos concentrado Meio abiótico Menor concentração de citoplasma

3 1 1 1

11.1 3.7 3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 14 51.9 0 0

Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Previsão de resultados cientificamente aceite 0 0 8 30.8 Previsão de resultados incompleta

Como não há parede celular acabaria por romper a membrana citoplasmática  

Ocorreria lise celular

2 2

7.4 7.4

14 14

53.8 53.8

Previsão de resultados CnA A célula animal, numa situação semelhante à situação1, tornava-se

maior (aumentava o seu volume)

1 1

3.7 3.7

2 2

7.7 7.7

Resposta ambígua (Ra) Não haveria mobilidade. A célula animal ficaria normal, porque os animais têm mais matéria

para a sua atividade.

2 1 1

7.7 3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 21 77.8 2 7.7

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  76  

pós-teste respondeu um número de alunos muito superior. Tendo em consideração o aumento

de respostas cientificamente válidas na previsão de resultados e o facto de que nas respostas

incompletas apenas faltar explicar o movimento osmótico, pode considerar-se que houve uma

evolução muito positiva na capacidade dos alunos para fazerem previsão de resultados

experimentais nesta situação.

Interpretação de resultados experimentais. Foi pedido aos alunos para

interpretarem “por que razão é possível manter durante algum tempo uma planta no escuro sem

ela morrer”. A maior parte dos alunos apresentou interpretações cientificamente aceites para

esta questão no pós-teste (96.2%). Deve destacar-se esta questão pois, até ao momento, trata-

se da que apresenta maior frequência de respostas cientificamente aceites no pré-teste (22.2%).

Tabela 22 Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para interpretarem resultados sobre o efeito da ausência da luz nas plantas Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Interpretação de resultados cientificamente aceite (CA) 6 22.2 25 96.2 Interpretação de resultados incompleta (Inc) No processo fotossintético ocorre a absorção de CO2 do meio e

libertação de O2. Por isso, se a planta permanecer no escuro irá morrer

6 6

22.2 22.2

0 0

Interpretação de resultados cientificamente não aceite (CnA) A planta transforma a água e a luz que recebe em energia que usa para

sobreviver O processo fotossintético é a transformação, por meio de luz solar, de

CO2 em O2 de dia, e de oxigénio em CO2 de noite As plantas necessitam de luz para produzir o seu alimento através da

fotossíntese Fase fotoquímica do processo fotossintético Ao meter uma planta no escuro ela não morre, cresce bastante para

tentar encontrar luz e não produz clorofila pois é a partir da luz que os cloroplastos produzem clorofila

7 2 1 3 1

25.9 7.4 3.7 11.1 3.7

1 1

3.8 3.8

Resposta ambígua (Ra) 0 0 0 0 Não resposta (Nr) 8 29.6

 Relativamente às interpretações cientificamente não aceites de resultados experimentais

registadas nesta questão, do pré para o pós-teste, verificou-se uma diminuição considerável da

frequência de respostas (de 25.9% para 3.8%).

Colocação de hipóteses. Ainda ligado ao processo fotossintético, foi pedido ao aluno

para colocar uma hipótese para a experiência da Élodea colocada a diferentes distâncias da

fonte luminosa, evidenciando uma diferente libertação de O2 (Tabela 23). Os alunos

apresentaram bons resultados no que toca à evolução do seu conhecimento processual nesta

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  77  

capacidade. Pela análise dos dados, do pré para o pós-teste, verifica-se um aumento da

frequência de hipóteses admissíveis (de 44.4% para 92.3%) que foram formuladas de diferentes

maneiras, por exemplo: “Quanto maior a distância da lâmpada à Elodea sp., menor seria o

número de bolhas de oxigénio por minuto”; Será que quanto mais próxima estiver a Elodea sp.

Da fonte luminosa maior é a quantidade de oxigénio que produz?”

Tabela 23 Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para formularem a hipótese subjacente à experiência da Élodea colocada a diferentes distâncias da fonte luminosa, evidenciando diferente libertação de O2 Categorias de resposta Pré-teste(n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Hipótese admissível 12 44.4 24 92.3 Hipótese não admissível

Qual será a distância à luz em que a planta apresenta maior número de bolhas de oxigénio por minuto.

Qual será a relação que existe entre a energia solar detida pelas plantas e a quantidade de oxigénio que as plantas libertam (fotossíntese)?

As plantas sem luz não produzem oxigénio.

6 1 2 1

22.2 3.7 7.4 3.7

2

7.6

Quanto maior o foco luminoso maior o número de bolhas de oxigénio por minuto se iriam formar.

Provar se a planta conseguiria viver sem oxigénio. Para comprovar se o foco estiver afastado, se havia mais libertação de

oxigénio Uma planta consegue sobreviver num meio completamente fechado, ou

seja, sem dióxido de carbono?

1 1

3.7 3.7

1 1

3.8 3.8

Resposta ambígua (Ra) A Elodea sp. É um ser fotossintético.

1 1

3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 9 33.3 0 0

É de salientar que os 33.8% de alunos que não responderam no pré-teste responderam

no pós-teste.

Descrever resultados experimentais. Foi pedido aos alunos para descreverem os

resultados experimentais relativos à experiência com a Elodea sp., referidos numa tabela de

resultados. Verificou-se que do pré para o pós-teste houve um aumento da frequência da

descrição de resultados cientificamente aceite (de 81.5% para 96.2%), embora já fosse muito

elevada no pré-teste, e uma diminuição da descrição de resultados cientificamente não aceite

(de 59.3% para 3.8%). O que, por si só, demonstra uma evolução no conhecimento processual

do aluno.

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  78  

Tabela 24

Frequência e percentagem da capacidade dos alunos para descrever resultados experimentais

 Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Descrição de resultados cientificamente aceite (CA) 22 81.5 25 96.2 Descrição de resultados cientificamente não aceite (CnA) 1 3.7 1 3.8

O oxigénio diminui com o tempo 1 3.7 1 3.8 Resposta ambígua (Ra)

Obteve-se uma reacção química entre a água e a mistura de água de água com bicarbonato de sódio, na qual resultou a formação de bolhas de oxigénio

Varia muito

2 1 1

7.4 3.7 3.7

0

0

Não resposta (Nr) 2 7.4 0 0

Tirar conclusões a partir de resultados experimentais. Em jeito de finalização da

análise do conhecimento processual do aluno no pré e pós-teste, é pedido ao aluno para explicar

o que pode concluir com os resultados obtidos na experiência da fotossíntese anteriormente

descrita (Tabela 25).

Tabela 25 Frequência e percentagem das conclusões dos alunos sobre a experiência sobre a fotossíntese

 Categorias de resposta Pré-teste (n=27) Pós-teste (n=26) f % f %

Conclusões cientificamente aceites (CA) 0 0 24 92.3 Conclusões incompletas (Inc)

Quanto menor for a distância entre o dispositivo e o foco luminoso, maior será a quantidade de oxigénio libertada por minuto

15 15

55.6 55.6

Conclusões cientificamente não aceites (CnA) A Elodea sp é um ser fotossintético pois produz oxigénio quando esta

exposta à luz Quando uma planta mergulhada em água está em contato com uma

mistura de água e bicarbonato de sódio e é exposta a um foco de luz é libertado oxigénio, ou seja, ocorre a fotossíntese

As plantas não podem sobreviver sem luz, porque a experiência continuasse até à luz não chegar a planta, ela morria

Apesar de a planta ter água e luz, ela não consegue sobreviver sem dióxido de carbono

O oxigénio precisa de luz para se formar

5 2 1 1 1

18.5 7.4 3.7 3.7 3.7

1 1

3.8 3.8

Resposta ambígua (Ra) Com o calor a água evapora. Quando a lâmpada está perto do tubo de ensaio a água ferve mais

rapidamente A planta à medida que obtém menos radiação, também diminui o

consumo de energia.

3 2 1

11.1 7.4 3.7

1 1

3.8 3.8

Não resposta (Nr) 3 11.1 0 0

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  79  

Novamente os resultados obtidos foram muito positivos, pois no pós-teste apenas dois

alunos não escreveram conclusões cientificamente aceites. No pré-teste não responderam 11.1%

dos alunos, no entanto, no pós-teste todos os alunos responderam.

Conclusão

Ao comparar o pré e pós testes, verificou-se que houve um grande evolução dos alunos

na capacidade para interpretar resultados experimentais, nomeadamente na identificação de

uma solução hipotónica através de uma imagem de uma célula túrgida (100%), de uma solução

hipertónica através de uma imagem de uma célula plasmolisada (100%), na interpretação da

razão por que é possível manter durante algum tempo uma planta no escuro sem ela morrer

(96.2%). De igual forma, houve resultados muito positivos para a capacidade dos alunos

descreverem resultados experimentais a partir da interpretação de uma tabela de resultados

(96.2%).

A evolução da capacidade dos alunos para formular hipóteses também foi muito

positiva, como se verificou na hipótese que colocaram para a experiência que mostrava a

quantidade de O2 libertado pela Élodea em função do seu afastamento à fonte luminosa (92.3%

de hipóteses admissíveis). Também se verificou que a maior parte dos alunos teve uma grande

evolução na capacidade para tirar conclusões a partir de resultados experimentais, como se

pode observar quando a maior parte dos alunos soube tirar conclusões adequadas a partir dos

resultados experimentais apresentados na experiência com a Élodea.

No entanto, verificou-se que a maior parte dos alunos no final desta unidade de ensino

continuou com dificuldade em fazer previsões de resultados experimentais, como se pode

observar quando se lhes pediu para explicar o que aconteceria a uma célula animal colocada

numa solução hipotónica (30.8% de previsão de resultados CA e 53.8% de previsão de resultados

incompletos).

É muito importante referir que estes resultados apesar de bons, são muito preliminares

e necessitam ser cruzados com outros dados recolhidos no PIP, como se poderá ver na secção

seguinte, pois estas competências são apenas algumas das competências que foram

trabalhadas dentro do conhecimento processual. Além disso, fica-se sem saber se estes

resultados são estáveis no tempo, pois foram competências pouco trabalhadas tendo em

atenção o pouco tempo de implementação do PIP.

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  80  

Perceção dos alunos sobre o contributo das diferentes estratégias de ensino com

utilização das TIC para a evolução do conhecimento processual

No que toca à análise do conhecimento processual dos alunos e à sua evolução (Tabela

26), foram utilizadas várias estratégias metodológicas com utilização das TIC durante o PIP que

contribuíram para o desenvolvimento do conhecimento processual, nomeadamente: a exploração

de vídeos pelo professor com questões aos alunos; exploração de PowerPoint pelo professor;

apresentação das investigações do grupo com PowerPoint; fazer trabalhos de grupo com o

processamento do texto em Word; participar no Blogue; trocar e-mails como professor e colegas

sobre a matéria e realização de uma atividade de WebQuest.

No final do PIP foi pedido aos alunos para indicarem qual foi o contributo dessas

estratégias, numa escala de 1 (não contribuiu nada) a 4 (contribuiu muito), para as diferentes

variáveis do conhecimento processual que a seguir se apresentam (Tabela 26).

Verificou-se que os alunos consideraram que as estratégias que mais contribuíram para

fazerem pesquisas em diferentes fontes foram: participar no blogue (76.9%); realizar a WebQuest

(76.9%); apresentar a investigação do grupo à turma com utilização de PowerPoint (76.9%) e os

trabalhos de grupo com processamento de texto em word (88.5%).

As estratégias que mais contribuíram para pesquisar por iniciativa própria foram

participar no blogue (69.2%); realizar a WebQuest (73.1%); trabalhos de grupo com

processamento de texto em word (69.2%); apresentar a investigação do grupo à turma com

utilização de PowerPoint (61.5%) e projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões aos

alunos (61.5%).

Para estar concentrado e estabelecer novos objectivos de aprendizagem contribuíram

mais as estratégias mais centradas no professor, tais como a projeção de vídeos (84.6% versus

65.4%) ou PowerPoint (88.5%) pelo professor seguidos de questões aos alunos (84.6% versus

80.8%), e a apresentar a investigação do grupo à turma com utilização de PowerPoint (80.8%

versus 76.9%) e os trabalhos de grupo com processamento de texto em word (80.8% versus

80.8%).

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  81  

Tabela 26 Contributo das estratégias que usam as TIC para o conhecimento processual

(N=26) Estratégias

Conhecimento processual

A estratégia contribuiu para eu:

Projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões aos alunos

Exploração de PowerPoint pelo professor com questões aos alunos

Apresentação das investigações do grupo à turma com PowerPoint

Trabalhos de grupo com o processamento do texto em Word

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

f % f % f % f % f % f % f % f % Fazer pesquisas em diferentes fontes 17 65.4 17 65.4 7 26.9 17 65.4 4 15.4 20 76.9 1 3.8 23 88.5 Pesquisar por iniciativa própria 8 30.8 16 61.5 10 38.5 14 53.8 6 23.1 16 61.5 6 23.1 18 69.2 Estar concentrado 2 7.7 22 84.6 1 3.8 23 88.5 3 11.5 21 80.8 3 11.5 21 80.8 Estabelecer novos objetivos de aprendizagem 7 26.9 17 65.4 3 11.5 21 80.8 4 15.4 20 76.9 3 11.5 21 80.8 Realizar as tarefas propostas para atingir os objetivos de aprendizagem 4 15.4 17 65.4 2 7.7 22 84.6 2 7.7 22 84.6 3 11.5 21 80.8 Aprofundar os conhecimentos científicos 3 11.5 21 80.8 2 7.7 22 84.6 2 7.7 22 84.6 3 11.5 21 80.8 Selecionar a informação científica relevante 5 19.2 19 73.1 3 11.5 21 80.8 1 3.8 23 88.5 1 3.8 23 88.5 Identificar problemas 6 23.1 18 69.2 6 23.1 18 69.2 4 15.4 20 76.9 3 11.5 21 80.8 Formular hipóteses 1 3.8 23 88.5 4 15.4 20 76.9 4 15.4 20 76.9 3 11.5 21 80.8 Executar experiências 8 30.8 16 61.5 8 30.8 16 61.5 6 23.1 18 69.2 5 19.3 19 73.1 Planear experiências 6 23.1 18 69.2 9 34.6 15 57.7 5 19.3 19 73.1 4 15.4 20 76.9 Manipular material de laboratório 14 53.8 10 38.5 10 38.5 0 0 8 30.8 18 69.2 8 30.8 16 61.5 Fazer o registo de resultados 6 23.1 18 69.2 8 30.8 16 61.5 5 19.3 19 73.1 12 46.2 12 46.2 Fazer gráficos e tabelas 6 23.1 18 69.2 9 34.6 15 57.7 3 11.5 21 80.8 7 26.9 17 65.4 Interpretar resultados 8 30.8 16 61.5 4 15.4 20 76.9 4 15.4 20 76.9 7 26.9 17 65.4 Discutir os resultados confrontando-os com outras investigações 8 30.8 16 61.5 5 19.3 19 73.1 2 7.7 22 84.6 3 11.5 21 80.0 Tirar conclusões a partir dos resultados experimentais 6 23.1 18 69.2 4 15.4 20 76.9 6 23.1 18 69.2 7 26.9 17 65.4 Fazer relatórios científicos 9 34.6 15 57.7 5 19.3 19 73.1 6 23.1 18 69.2 6 23.1 18 69.2 Divulgar o conhecimento científico 4 15.4 20 76.9 3 11.5 21 80.8 6 23.1 18 69.2 2 7.7 22 84.6 Aplicar o conhecimento científico no dia-a-dia 6 23.1 18 69.2 3 11.5 21 80.8 5 19.3 19 73.1 1 3.8 23 88.5

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  82  

Tabela 26 Contributo das estratégias que usam as TIC para o conhecimento processual (cont.)

(N=26) Estratégias

Conhecimento processual

A estratégia contribuiu para eu:

Participar no Blogue Trocar email com o professor e colegas sobre a matéria

Realizar a WebQuest

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

Não contribui nada + contribuiu pouco

Contribuiu mais ou menos + contribuiu muito

f % f % f % f % f % f % Fazer pesquisas em diferentes fontes 4 15.4 20 76.9 8 30.8 16 61.5 4 15.4 20 76.9 Pesquisar por iniciativa própria 6 23.1 18 69.2 9 34.6 15 57.7 5 19.2 19 73.1 Estar concentrado 4 15.4 20 76.9 6 23.1 18 69.2 6 23.1 18 69.2 Estabelecer novos objetivos de aprendizagem 5 19.2 19 73.1 7 26.9 17 65.4 5 19.2 19 73.1 Realizar as tarefas propostas para atingir os objetivos de aprendizagem 5 19.2 19 73.1 4 15.4 20 76.9 1 3.8 23 88.5 Aprofundar os conhecimentos científicos 3 11.5 21 80.8 3 11.5 21 80.8 5 19.2 19 73.1 Selecionar a informação científica relevante 3 11.5 21 80.8 5 19.2 19 73.1 4 15.4 20 76.9 Identificar problemas 3 11.5 21 80.8 6 23.1 18 69.2 2 7.7 22 84.6 Formular hipóteses 4 15.4 20 76.9 6 23.1 18 69.2 5 19.2 19 73.1 Executar experiências 7 26.9 17 65.4 10 38.5 14 53.8 7 26.9 17 65.4 Planear experiências 5 19.2 19 73.1 11 42.3 13 50.0 8 30.8 16 61.5 Manipular material de laboratório 17 65.4 7 26.9 13 50.0 11 42.3 18 69.2 6 23.1 Fazer o registo de resultados 12 46.2 11 42.3 10 38.5 14 53.8 11 42.3 13 50.0 Fazer gráficos e tabelas 11 42.3 13 50.0 10 38.5 14 53.8 16 61.5 8 30.8 Interpretar resultados 7 26.9 17 65.4 7 26.9 17 65.4 4 15.4 20 76.9 Discutir os resultados confrontando-os com outras investigações 9 34.6 15 57.7 8 30.8 16 61.5 5 19.2 19 73.1 Tirar conclusões a partir dos resultados experimentais 6 23.1 20 76.9 8 30.8 16 61.5 5 19.2 19 73.1 Fazer relatórios científicos 5 19.2 19 73.1 3 11.5 21 80.8 2 7.7 22 84.6 Divulgar o conhecimento científico 3 11.5 21 80.8 5 19.2 19 73.1 3 11.5 21 80.8 Aplicar o conhecimento científico na resolução de problemas do dia-a-dia 2 7.7 22 84.6 5 19.2 19 73.1 2 7.7 22 84.6

Para realizar as tarefas propostas para atingir os objectivos de aprendizagem as

estratégias melhores foram: a exploração de PowerPoint pelo professor com questões aos alunos

(84.6%); apresentar a investigação do grupo à turma com utilização de PowerPoint (84.6%);

trabalhos de grupo com processamento de texto em word (80.8%) e realizar a WebQuest

(88.5%).

De acordo com a perceção dos alunos, aprofundaram melhor os conhecimentos

científicos com a exploração de vídeos (80.8%) e de PowerPoint (84.6%) pelo professor com

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questões aos alunos; com a apresentação da investigação do grupo à turma com utilização de

PowerPoint (84.6%); com os trabalhos de grupo com processamento de texto em word (80.8%);

com a participação no blogue (80.8%) e com a troca de emails (80.8%).

Em síntese, quando se faz uma análise detalhada às estratégias que segundo a

perceção dos alunos mais contribuíram para cada uma das varáveis do conhecimento

processual, verifica-se que as estratégias que mais contribuíram para o desenvolvimento do

conhecimento processual na globalidade foram a apresentação da investigação do grupo à

turma com utilização de PowerPoint (estratégia das mais assinaladas para 16 das 20 variáveis

em análise); os trabalhos de grupo com processamento de texto em word (estratégia das mais

assinaladas para 16 das 20 variáveis em análise) e a exploração de PowerPoint pelo professor

com questões aos alunos (estratégia das mais assinaladas para 13 das 20 variáveis em análise).

As estratégias que parece que menos contribuíram foram trocar email com o professor e

os colegas sobre a matéria (estratégia das mais assinaladas para 3 das 20 variáveis em análise)

e projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões aos alunos (estratégia das mais

assinaladas para 9 das 20 variáveis em análise).

3.4. Desenvolvimento das competências de comunicação

No que toca à análise das competências de comunicação dos alunos e da sua evolução

(Tabela 27), foram utilizadas várias estratégias metodológicas durante o desenvolvimento do PIP

como já referido. Tal como na secção anterior, no final do PIP pediu-se aos alunos para

indicarem qual foi o contributo dessas estratégias, numa escala de 1 (não contribuiu nada) a 4

(contribuiu muito), para as diferentes variáveis das competências de comunicação que a seguir

se apresentam na tabela 27.

Os resultados mostraram, de uma forma geral, que as estratégias aplicadas foram

proveitosas no que diz respeito ao desenvolvimento das competências de comunicação do aluno.

No que toca à explicação de informação pesquisada sem recorrer à leitura, cerca de metade dos

alunos considerou, como estratégias metodológicas aplicadas que contribuem muito para o

desenvolvimento das suas competências de comunicação, a exploração de vídeos pelo professor

com questões aos alunos (45.8%), a exploração de PowerPoint pelo professor (45.8%), as

apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (45.8%), fazer

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  84  

Tabela 27 Contributo das estratégias que usam as TIC para o desenvolvimento das competências de comunicação

(N=26) Estratégias Competências

de comunicação

A estratégia contribuiu para eu:

Projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões aos alunos

Exploração de PowerPoint pelo professor com questões aos alunos

Apresentação das investigações do grupo à turma com PowerPoint

Trabalhos de grupo com o processamento do texto em Word

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4

% % % % % % % % % % % % % % % % Explicar a informação que pesquisei sem recorrer à leitura 12.5 8.3 33.3 45.8 8.3 25.0 20.8 45.8 4.2 12.5 37.5 45.8 4.2 16.7 33.3 45.8 Dominar oralmente o conteúdo científico 4.2 12.5 37.5 45.8 8.3 8.3 54.2 29.2 4.2 4.2 50.0 41.7 0 12.5 54.2 33.3 Ter boa expressão oral 12.5 12.5 41.7 33.3 0 20.8 29.2 50.0 0 12.5 29.2 58.3 12.5 29.2 41.7 16.7 Mostrar o meu interesse pela matéria 4.2 20.8 25.0 50.0 0 12.5 29.2 58.3 0 8.3 50 41.7 0 12.5 45.8 41.7 Sentir curiosidade pela ciência 0 8.3 41.7 50.0 0 16.7 41.7 58.3 0 12.5 50.0 37.5 0 16.7 37.5 45.8 Falar em voz baixa 4.2 25.0 37.5 33.3 0 29.2 25.0 37.5 16.7 33.3 25.0 25.0 16.7 25.0 33.3 25.0 Fazer questões 4.2 8.3 45.8 45.8 0 4.2 37.5 58.3 12.5 25.0 28.2 33.3 8.3 25.0 50.0 16.7 Partilhar as minhas ideias 0 20.8 37.5 41.7 0 33.3 41.7 25.0 0 20.8 45.8 33.3 0 29.2 33.3 37.5 Partilhar as informações que pesquisei 12.5 25.0 50.0 12.5 8.3 25.0 50.0 16.7 0 16.7 37.5 45.8 0 8.3 37.5 54.2 Estar atento às opiniões dos colegas (escuta ativa) 0 25.0 58.3 16.7 0 25.0 50.0 25.0 4.2 20.8 54.2 20.8 0 25.0 37.5 37.5 Defender melhor as minhas ideias 4.2 12.5 58.3 25.0 4.2 33.3 41.7 20.8 0 0 50.0 50.0 0 16.7 50.0 33.3 Relacionar-me com os colegas com respeito 4.2 33.3 29.2 33.3 0 29.2 29.2 41.7 0 12.5 45.8 41.7 4.2 12.5 33.3 50.0 Esperar pela minha vez para falar 0 25.0 29.2 45.8 0 12.5 37.5 50.0 0 4.2 33.3 62.5 0 8.3 45.8 45.8 Definir as minhas prioridades de trabalho dentro do grupo 4.2 11.0 37.5 33.3 8.3 29.2 33.3 29.2 0 4.2 50.0 37.5 4.2 12.5 54.2 29.2 Dar ideias para a resolução de problemas 4.2 12.5 50.0 33.3 4.2 33.3 41.7 20.8 0 12.5 58.3 29.2 0 20.8 54.2 25.0 Tomar iniciativas no grupo 12.5 29.2 33.3 25.0 8.3 29.2 16.7 45.8 0 16.7 41.7 41.7 0 0 45.8 54.2 Colocar mais questões ou expor dúvidas 4.2 16.7 37.5 41.7 8.3 12.5 41.7 37.5 8.3 16.7 25.0 41.7 4.2 12.5 33.3 50.0 Encorajar os colegas a realizar as suas tarefas e assumirem as suas responsabilidades 12.5 20.8 45.8 20.8 8.3 20.8 41.7 29.2 0 16.7 50.0 33.3 0 16.7 45.8 37.5 Ajudar os colegas a superarem as suas dificuldades 8.3 33.3 16.7 41.7 4.2 29.2 29.2 37.5 0 4.2 41.7 54.2 0 4.2 33.3 62.5 Estabelecer consensos 4.2 16.7 45.8 37.5 0 20.8 58.3 16.7 0 8.3 54.2 37.5 0 12.5 45.8 41.7

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Tabela 27 Contributo das estratégias que usam as TIC para o desenvolvimento das competências de comunicação(cont.)

(N=26) Estratégias Competências de comunicação

A estratégia contribuiu para eu: Participar no Blogue Trocar email com o professor e

colegas sobre a matéria Realizar a WebQuest

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 % % % % % % % % % % % %

Explicar a informação que pesquisei sem recorrer à leitura 12.5 12.5 37.5 37.5 12.5 29.2 29.2 29.2 12.5 16.7 16.7 45 Dominar oralmente o conteúdo científico 8.3 8.3 41.7 41.7 12.5 16.7 41.7 29.2 12.5 12.5 50.0 25.0 Ter boa expressão oral 29.2 29.2 25.0 16.7 25.0 29.2 20.8 25.0 20.8 12.5 33.3 33.0 Mostrar o meu interesse pela matéria 0 12.5 45.8 41.7 0 20.8 29.2 50.0 4.2 20.8 25.0 50.0 Sentir curiosidade pela ciência 0 8.3 45.8 45.8 4.2 25.0 33.3 37.5 12.5 12.5 37.5 37.5 Falar em voz baixa 41.7 33.3 25.0 0 41.7 20.8 25.0 12.5 16.7 33.3 29.2 20.8 Fazer questões 12.5 20.8 37.5 29.2 16.7 12.5 12.5 58.3 16.7 8.3 37.5 37.5 Partilhar as minhas ideias 8.3 25.0 41.7 25.0 12.5 16.7 29.2 41.7 12.5 20.2 20.8 37.5 Partilhar as informações que pesquisei 4.2 8.3 58.3 29.2 12.5 16.7 45.8 25.0 8.3 29.2 37.5 25.0 Estar atento às opiniões dos colegas (escuta ativa) 25.0 20.8 25.0 29.2 20.8 20.8 37.5 20.8 20.8 16.7 37.5 25.0 Defender melhor as minhas ideias 8.3 20.8 29.2 41.7 12.5 25.0 29.2 33.3 12.5 25.0 29.2 33.3 Relacionar-me com os colegas com respeito 12.5 33.3 29.2 25.0 16.7 25.0 16.7 41.7 12.5 16.7 29.2 41.7 Esperar pela minha vez para falar 25.0 20.8 20.8 33.3 20.8 16.7 41.7 20.8 20.8 25.0 20.8 33.3 Definir as minhas prioridades de trabalho dentro do grupo 0 20.8 33.3 45.8 20.8 29.2 20.8 29.2 16.7 20.8 25.0 41.7 Dar ideias para a resolução de problemas 0 37.5 33.3 29.2 8.3 4.2 54.2 33.3 8.3 20.8 37.5 33.3 Tomar iniciativas no grupo 0 20.8 54.2 25.0 25.0 25.0 37.5 12.5 0 16.7 41.7 41.7 Colocar mais questões ou expor dúvidas 4.2 20.8 29.2 45.8 8.3 4.2 29.2 58.3 4.2 16.7 37.5 41.7 Encorajar os colegas a realizarem as suas tarefas e assumirem as suas responsabilidades 4.2 25.0 41.7 29.2 8.3 20.8 33.3 37.5 4.2 16.7 33.3 45.0 Ajudar os colegas a superarem as suas dificuldades 12.5 20.8 25.0 41.7 16.7 8.3 33.3 41.7 8.3 8.3 25.0 58.0 Estabelecer consensos 0 37.5 25.0 37.5 4.2 29.2 33.3 33.3 4.2 25.0 50.0 20.8

trabalhos de grupo com o processamento em Word (45.8%), a participação no blogue de turma e

a realização da atividade de WebQuest (45.8%). Alguns alunos consideraram que estratégias

como a exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (33.3%), a apresentação

das investigações do grupo com PowerPoint (37.5%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento de texto em Word (33.3%), a participação no blogue de turma (37.5%), a troca de

e-mails com o professor e colegas sobre a matéria e a realização da atividade de WebQuest

(16.7%), contribuíram mais ou menos para o seu desenvolvimento. Deve ainda referenciar-se o

facto de alguns alunos (25%) considerarem que a estratégia “Exploração de PowerPoint pelo

professor” contribui pouco para o desenvolvimento das competências de comunicação do aluno.

Pela análise destes resultados, pode afirmar-se que todas as estratégias aplicadas contribuíram

muito para o desenvolvimento das competências de comunicação dos alunos, nomeadamente

para a situação referenciada, explicar informação que pesquisei sem recorrer à leitura.

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Por outro lado, no que toca ao domínio oral do conteúdo científico, menos de metade

dos alunos que considerou essas estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento das

suas competências de comunicação: exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (45.8%), exploração de PowerPoint pelo professor (29.2%), apresentação das

investigações do grupo com o PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos participar no blogue de turma

(41.7%), participar n blogue de turma (41.7%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (29.2%) e realizar a atividade de WebQuest (25%). Deve ainda considerar-se as

frequências das estratégias que contribuíram mais ou menos, ou seja, cerca de metade dos

alunos considerou, como estratégias metodológicas aplicadas, que contribuem mais ou menos

para o desenvolvimento das suas competências de comunicação, a exploração de PowerPoint

pelo professor (54.2%), as apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (50%%),

fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word (54.2%), a participação no blogue de

turma (41.7%), a troca de e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (41.7%) e a

realização da atividade de WebQuest (50%). Ainda para esta situação específica, alguns alunos

consideraram que estratégias como a exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (33.3%), a apresentação das investigações do grupo com PowerPoint (37.5%), fazer

trabalhos de grupo com o processamento de texto em Word (33.3%), a participação no blogue de

turma (37.5%), a troca de e-mails com o professor e colegas sobre a matéria e a realização da

atividade de WebQuest (16.7%), contribuíram mais ou menos para o seu desenvolvimento. Pela

análise destes resultados, pode afirmar-se que a grande maior parte das estratégias aplicadas

contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento das competências de comunicação dos

alunos, nomeadamente para a situação referenciada, dominar oralmente o conteúdo científico.

Numa outra situação, ter boa expressão oral, a percentagens de alunos que considerou

que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento das suas competências

de comunicação foi variável, mas baixa: exploração de PowerPoint pelo professor (50%),

apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (58.3%), trocar e-mails com o

professor e colegas sobre a matéria (25%) e realizar a atividade de WebQuest (33.3%). Deve

ainda considerar-se as frequências das estratégias metodológicas aplicadas, que contribuem

mais ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação, como a

exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (41.7%), a exploração de

PowerPoint pelo professor (29.2%), as apresentações das investigações do grupo com os

PowerPoint (50%), a apresentação das investigações de grupo com os PowerPoint (29.2%), fazer

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trabalhos de grupo com o processamento em Word (41.7%) e a realização da atividade de

WebQuest (33.3%). Ainda para esta situação específica, alguns alunos consideraram que

estratégias como fazer trabalhos de grupo com o processamento de texto em Word (29.2%), a

participação no blogue de turma (29.2%) e a troca de e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (29.2%) contribuíram pouco para o seu desenvolvimento. Pela análise destes resultados,

pode-se afirmar que a grande maior parte das estratégias aplicadas contribuíram mais ou menos

para o desenvolvimento das competências de comunicação dos alunos, nomeadamente para a

situação referenciada, ter boa expressão oral.

Para a situação de aula, “mostrar o meu interesse pela matéria”, cerca de metade dos

alunos que considerou que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento

das suas competências de comunicação são: exploração de vídeos pelo professor com questões

aos alunos (50%), exploração de PowerPoint pelo professor (58.3%), apresentação das

investigações do grupo com o PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (41.7%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a matéria

(50%) e realizar a atividade de WebQuest (50%). As estratégias metodológicas aplicadas que, de

acordo com os alunos contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento das suas

competências de comunicação foram: a exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (25%), a exploração de PowerPoint (29.2%), apresentações das investigações do grupo

com os PowerPoint (50%), fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word (45.8%),

participação no blogue de turma (45.8%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (29.2%) e a realização da atividade de WebQuest (25%). Pela análise destes resultados,

pode-se afirmar que a todas as estratégias aplicadas foram proveitosas para os alunos, pois

todas contribuíram muito ou mais ou menos para o desenvolvimento das competências de

comunicação dos alunos, nomeadamente para a situação referenciada, mostrar o meu interesse

pela matéria.

Numa outra situação de aula, sentir curiosidade pela Ciência, apresenta-se a seguir a

percentagem de alunos que considerou que as seguintes estratégias contribuíram muito para o

desenvolvimento das suas competências de comunicação: exploração de vídeos pelo professor

com questões aos alunos (50%), exploração de PowerPoint pelo professor (58.3%), apresentação

das investigações do grupo com o PowerPoint (37.5%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (45.8%), participar no blogue de turma (45.8%) trocar e-mails com o

professor e colegas sobre a matéria (37.5%) e realizar a atividade de WebQuest (37.5%). As

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estratégias metodológicas aplicadas que contribuem mais ou menos para o desenvolvimento das

suas competências de comunicação, de acordo com os alunos foram: a exploração de vídeos

pelo professor com questões aos alunos (41.7%), a exploração de PowerPoint (41.7%),

apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (50%), fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (37.5%), participação no blogue de turma (45.8%), trocar e-mails

com o professor e colegas sobre a matéria (33.3%) e a realização da atividade de WebQuest

(37.5%). Pela análise destes resultados, pode afirmar-se que a todas as estratégias aplicadas

foram proveitosas para os alunos e para a evolução, pois todas contribuíram muito ou mais ou

menos para o desenvolvimento das competências de comunicação dos alunos, nomeadamente

para a situação referenciada, sentir curiosidade pela Ciência.

Para uma outra situação referente às aulas, nomeadamente “falar em voz baixa”, a

poucos alunos consideraram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o

desenvolvimento das suas competências de comunicação: exploração de vídeos pelo professor

com questões aos alunos (33.3%), exploração de PowerPoint pelo professor (37.5%),

apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (25%) e fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (25%). As estratégias metodológicas aplicadas que contribuem

mais ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: a

exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (37.5%), fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (33.3%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (25%) e a realização da atividade de WebQuest (29.2%). Ainda para esta situação

específica, alguns alunos consideraram que estratégias como a exploração de PowerPoint pelo

professor (29.2%), a apresentação das investigações do grupo com os PowerPoint (33.3%), a

participação no blogue de turma (33.3%%) e a realização da atividade de WebQuest (33.3%)

contribuíram pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, estes dados seriam de esperar,

pois algumas estratégias contribuíam efetivamente muito pouco para determinadas situações,

exemplo disso são alguns alunos que, consideram a participação no blogue de turma (41.7%) e a

troca de e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (41.7%) como não contribuintes para

o desenvolvimento das suas competências de comunicação. Pela análise destes resultados,

pode afirmar-se que a opinião dos alunos variou um pouco para esta situação específica, falar

em voz baixa, sendo que as maiores frequências se verificam para as estratégias que

contribuíram muito para a evolução do aluno.

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Para uma outra situação referente às aulas, nomeadamente “fazer questões”, poucos

alunos que consideraram que as estratégias seguintes contribuíram muito para o

desenvolvimento das suas competências de comunicação: exploração de vídeos pelo professor

com questões aos alunos (45.8%), exploração de PowerPoint pelo professor (58.3%),

apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (33.3%) a participação no blogue de

turma (29.2%), a troca de e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (58.3%) e a

realização da atividade de WebQuest (37.5%). Deve ainda considerar-se as frequências das

estratégias metodológicas aplicadas, que contribuem mais ou menos para o desenvolvimento

das suas competências de comunicação, tais como: a exploração de vídeos pelo professor com

questões aos alunos (45.8%), exploração de PowerPoint pelo professor (37.5%), apresentação

das investigações do grupo com o PowerPoint (29.2%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (50%), a participação no blogue de turma (37.5%), e a realização da

atividade de WebQuest (37.5%). Alguns alunos consideraram que estratégias como como fazer

trabalhos de grupo com o processamento em Word (25%), contribuíram pouco para o seu

desenvolvimento comunicativo, estes dados não seriam de esperar, pois a estratégia

considerada encaminha para a elaboração de questões variadas, o que leva a entender um mau

entendimento possível por parte destes alunos. Os alunos consideraram que a troca de e-mails

com o professor e colegas sobre a matéria (41.7%), não contribuíram para o desenvolvimento

das suas competências de comunicação. O que novamente não seria de esperar, pelo mesmo

motivo trabalhado anteriormente. Pela análise destes resultados, pode afirmar-se que a opinião

dos alunos variou um pouco para esta situação específica, sendo que as maiores frequências se

verificam para as estratégias que contribuíram mais ou menos para a evolução do aluno.

No que toca à partilha de ideias, os alunos determinaram que as seguintes estratégias

contribuíram muito para o desenvolvimento das suas competências de comunicação: exploração

de vídeos pelo professor com questões aos alunos (41.7%), apresentação das investigações do

grupo com o PowerPoint (33.3%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em

Word (37.5%), participar no blogue de turma (25%) trocar e-mails com o professor e colegas

sobre a matéria (41.7%) e realizar a atividade de WebQuest (37.5%). As estratégias que

contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação,

de acordo com os alunos, foram: a exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (37.5%), a exploração de PowerPoint (41.7%), apresentações das investigações do grupo

com os PowerPoint (45.8%), fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word (33.3%), a

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  90  

participação no blogue de turma (41.7%) e a troca de e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (29.2%). Alguns alunos consideram que estratégias como a exploração de PowerPoint

pelo professor (33.3%) e a realização da atividade de WebQuest (29.2%) contribuíram pouco para

o seu desenvolvimento comunicativo. Pela análise destes resultados, pode afirmar-se que todas

as estratégias aplicadas foram proveitosas para os alunos e para a evolução, apesar de as

frequências não serem as maiores, como se disse que se tratariam apenas os dois dados com

maior frequência para cada estratégia aplicada, elas estão presentes, isto, nomeadamente, no

caso da situação referenciada, partilhar as minhas ideias.

Para a partilha de informações que os alunos pesquisaram, as estratégias contribuíram

muito para o desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: apresentação das

investigações do grupo com o PowerPoint (45.8%), fazer trabalhos de grupo como

processamento de texto em Word (54.2%), participar no blogue de turma (29.2%), trocar e-mails

com o professor e colegas sobre a matéria (25%) e realizar a atividade de WebQuest (25%).

Neste ponto, verifica-se que os alunos consideraram estas estratégias como as que mais

contribuíram para o seu desenvolvimento comunicativo, essencialmente pelas capacidades de

troca e partilha de informação das estratégias consideradas, que tudo têm a ver com as

potencialidades educativas das TIC. Deve ainda considerar-se as estratégias que contribuem

mais ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação, tais como: a

exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (50%), a exploração de PowerPoint

(50%), apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (37.5%), fazer trabalhos de

grupo com o processamento em Word (37.5%), a participação no blogue de turma (58.3%), a

troca de e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (45.8%) e por fim a realização da

atividade de WebQuest (37.5%). Alguns alunos consideram que estratégias como a exploração de

vídeos pelo professor com questões aos alunos (25%), exploração de PowerPoint pelo professor

(25%) contribuíram pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o que poderia ser de se

esperar, pois, estas estratégias são um pouco centradas no professor, desta forma os alunos

assumem que estas estratégias não são proveitosas no que toca à partilha de informação

pesquisada pelos alunos.

No que toca à escuta ativa do aluno (estar atento às opiniões dos colegas), os mesmos

determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento das suas

competências de comunicação: exploração de PowerPoint pelo professor (25%), apresentação

das investigações do grupo com o PowerPoint (20.8%), fazer trabalhos de grupo como

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  91  

processamento de texto em Word (37.5%), participar no blogue de turma (29.2%) e trocar e-mails

com o professor e colegas sobre a matéria (25%). As estratégias que contribuem mais ou menos

para o desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: a exploração de vídeos

pelo professor com questões aos alunos (58.3%), a exploração de PowerPoint (50%),

apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (54.2%), fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (37.5%), a participação no blogue de turma (25%), a troca de e-

mails com o professor e colegas sobre a matéria (37.5%) e, por fim, a realização da atividade de

WebQuest (37.5%). Alguns alunos consideraram que estratégias como a exploração de vídeos

pelo professor com questões aos alunos (25%), contribuíram pouco para o seu desenvolvimento

comunicativo. Pela análise destes resultados, pode afirmar-se que as estratégias aplicadas foram

proveitosas para os alunos e para a sua evolução, à exceção da referida anteriormente.

Para que os alunos defendam melhor as suas ideias, os mesmos determinaram que as

seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta competência de

comunicação: exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (25%),

apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (50%), fazer trabalhos de grupo

como processamento de texto em Word (33.3%), participar no blogue de turma (41.7%), trocar e-

mails com o professor e colegas sobre a matéria (33.3%) e realizar a atividade de WebQuest

(33.3%). As frequências das estratégias metodológicas que contribuíram mais ou menos para o

desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: a exploração de vídeos pelo

professor com questões aos alunos (58.3%), a exploração de PowerPoint (41.7%), apresentações

das investigações do grupo com os PowerPoint (50%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (50%), a participação no blogue de turma (29.2%), a troca de e-mails

com o professor e colegas sobre a matéria (29.2%) e por fim a realização da atividade de

WebQuest (29.2%). Alguns alunos consideram que estratégias como a exploração de PowerPoint

pelo professor (25%) contribuíram pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o que

poderia ser de se esperar, pois estas estratégias são um pouco centradas no professor, desta

forma os alunos assumem que estas estratégias não são proveitosas no que toca à defesa das

ideias dos alunos.

Para que os alunos se relacionem com os colegas com respeito, os mesmos

determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta

competência de comunicação: exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos

(33.3%), exploração de PowerPoint pelo professor (41.7%), apresentação das investigações do

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  92  

grupo com o PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em

Word (50%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (41.7%) e realizar a

atividade de WebQuest (25%). As estratégias metodológicas aplicadas que contribuem mais ou

menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: as

apresentações das investigações do grupo com os PowerPoint (45.8%), fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (33.3%), a participação no blogue de turma (29.2%)e por fim a

realização da atividade de WebQuest (29.2%). Alguns alunos consideraram que estratégias como

a exploração de PowerPoint pelo professor com questões aos alunos (33.3%), a exploração de

PowerPoint pelo professor (29.2%), a participação no blogue de turma (33.3%) e a troca de e-

mails com o professor e colegas sobre a matéria (25%) contribuíram pouco para o seu

desenvolvimento comunicativo, o que poderia ser de se esperar, pois estas estratégias não se

enquadram muito no contexto referido para o aluno, relacionar-me com os colegas com respeito.

Como contexto de aula, para que os alunos esperem pela sua vez para falar, os mesmos

determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta

competência de comunicação, são elas: exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (45.8%), exploração de PowerPoint pelo professor (50%), apresentação das investigações

do grupo com o PowerPoint (62.5%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em

Word (45.8%), a participação no blogue de turma (33.3%) e realizar a atividade de WebQuest

(25%). As estratégias metodológicas que contribuem mais ou menos para o desenvolvimento das

suas competências de comunicação, de acordo com os alunos foram: a exploração de vídeos

pelo professor com questões aos alunos (29.2%), a exploração de PowerPoint pelo professor

(37.5%), a apresentação das investigações do grupo com os PowerPoint (33.3%), fazer trabalhos

de grupo com o processamento em Word (45.8%) e trocar e-mails com o professor e colegas

sobre a matéria (41.7%). Alguns alunos consideram que estratégias como a realização da

atividade de WebQuest (25%) contribuem pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o que

poderia ser de se esperar, pois estas estratégias não se enquadram muito no contexto referido

para o aluno, relacionar-me com os colegas com respeito. Para finalizar, a situação específica de

“espera pela sua vez para falar”, alguns alunos consideram que estratégias como a participação

no blogue de turma (25%) não contribuem para o seu desenvolvimento a nível comunicacional, o

que seria de esperar devido à própria contexto relacionada com o contexto considerado.

No contexto de aula para que os alunos definam as suas prioridades de trabalho dentro

do grupo, os melhores resultados devem ser esperados nas estratégias aplicadas em grupo. Os

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  93  

tiveram a opinião que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta

competência de comunicação: exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos

(33.3%), exploração de PowerPoint pelo professor (29.2%), apresentação das investigações do

grupo com o PowerPoint (37.5%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em

Word (29.2%), a participação no blogue de turma (45.8%), trocar e-mails com o professor e

colegas sobre a matéria (29.2%) e realizar a atividade de WebQuest (41.7%). As estratégias que

contribuem mais ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação, de

acordo com os alunos foram: a exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos

(45.8%), a exploração de PowerPoint pelo professor (58.3%), a apresentação das investigações

do grupo com os PowerPoint (54.2%), fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word

(45.8%), a participação no blogue de turma (33.3%) e a realização da atividade de WebQuest

(25%). Alguns alunos consideraram que estratégias como a troca de e-mails com o professor e

colegas sobre a matéria (29.2%) contribuem pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o

que se poderia esperar, pois esta estratégia não se enquadra muito no contexto referido para o

aluno, definir as minhas prioridades de trabalho dentro do grupo.

Numa outra situação, como contexto de aula, para que os alunos forneçam ideias para a

resolução de problemas, os mesmos determinaram que as seguintes estratégias contribuíram

muito para o desenvolvimento dessa competência: exploração de vídeos pelo professor com

questões aos alunos (33.3%), apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint

(29.2%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em Word (25%) e realizar a

atividade de WebQuest (41.7%). As estratégias que contribuem mais ou menos para o

desenvolvimento desta competências foram: a exploração de vídeos pelo professor com questões

aos alunos (50%), a exploração de PowerPoint pelo professor (41.7%), a apresentação das

investigações do grupo com os PowerPoint (58.3%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (54.2%), a participação no blogue de turma (33.3%), trocar e-mails com

o professor e colegas sobre a matéria (41.7%) e a realização da atividade de WebQuest (37.5%).

Alguns alunos consideraram que estratégias como a exploração de PowerPoint pelo professor

(33.3%) e a participação no blogue de turma (37.5%) contribuem pouco para o seu

desenvolvimento comunicativo, o que não seria de se esperar, pois estas estratégias deveriam

ser todas encorajadoras de troca de ideias.

Para que os alunos tomem iniciativa no grupo, como contexto de aula, os mesmos

determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento dessa

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  94  

competência: exploração de PowerPoint pelo professor (45.8%), apresentação das investigações

do grupo com o PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em

Word (54.2%), a participação no blogue de turma (25%) e realizar a atividade de WebQuest

(41.7%). As estratégias que contribuem mais ou menos para o desenvolvimento das suas

competências de comunicação, de acordo com os alunos foram: a exploração de vídeos pelo

professor com questões aos alunos (33.3%), a apresentação das investigações do grupo com os

PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word (45.8%), a

participação no blogue de turma (54.2%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (37.5%) e a realização da atividade de WebQuest (41.7%). Alguns alunos consideraram

que estratégias como a exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (29.2%), a

exploração de PowerPoint pelo professor (29.2%) e a troca de e-mails com o professor e colegas

sobre a matéria (25%) contribuíram pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o que não

seria de se esperar, pois estas mesmas não são tarefas diretas do aluno, num ambiente de sala

de aula, as duas estratégias consideradas são tarefas que o professor apresenta e controla,

desta forma o aluno pode não se sentir confortável para interagir no seu grupo. Pela análise

destes resultados, pode afirmar-se que as estratégias aplicadas foram proveitosas para os alunos

e para a sua evolução, à exceção das referidas no parágrafo anterior, sendo que as maiores

frequências se assemelham às estratégias que contribuíram mais ou menos para a situação

considerada.

Para que os alunos coloquem mais questões ou exponham dúvidas, como contexto de

aula, os mesmos determinaram as seguintes estratégias como tendo contribuído muito para o

desenvolvimento desta competência: exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (41.7%), exploração de PowerPoint pelo professor (37.5%) apresentação das

investigações do grupo com o PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo como

processamento de texto em Word (50%), a participação no blogue de turma (45.8%), a troca de

e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (58.3%) e realizar a atividade de WebQuest

(41.7%). As estratégias que contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento das suas

competências de comunicação foram: a exploração de vídeos pelo professor com questões aos

alunos (37.5%), a exploração de PowerPoint pelo professor (41.7%), a apresentação das

investigações do grupo com os PowerPoint (25%), fazer trabalhos de grupo com o

processamento em Word (33.3%), a participação no blogue de turma (29.2%), trocar e-mails com

o professor e colegas sobre a matéria (29.2%) e a realização da atividade de WebQuest (37.5%).

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  95  

Para que os alunos encorajem os seus colegas a realizar as suas tarefas e a assumirem

as suas responsabilidades, como contexto de aula, os mesmos determinaram que as seguintes

estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta competência de comunicação,

assumindo esta situação como bastante importante no que toca à percepção do aluno para

atuar na comunidade em que vive, seja ela educativa ou não. Foram elas a exploração de vídeos

pelo professor com questões aos alunos (20.8%), exploração de PowerPoint pelo professor

(29.2%) apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (33.3%), fazer trabalhos de

grupo como processamento de texto em Word (37.5%), a participação no blogue de turma

(29.2%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (37.5%) e realizar a atividade

de WebQuest (58.3%). Deve ainda considerar-se as estratégias que contribuem mais ou menos

para o desenvolvimento desta sua competências, tais como: a exploração de vídeos pelo

professor com questões aos alunos (48.5%), a exploração de PowerPoint pelo professor (41.7%),

a apresentação das investigações do grupo com os PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo

com o processamento em Word (33.3%), a participação no blogue de turma (41.7%), trocar e-

mails com o professor e colegas sobre a matéria (33.3%) e a realização da atividade de

WebQuest (33.3%). Pela análise destes resultados, pode-se afirmar que as estratégias aplicadas

foram proveitosas para os alunos e para a sua evolução, sendo que as maiores frequências se

assemelham às estratégias que contribuíram mais ou menos para a situação considerada.

Para que os alunos ajudem os colegas a superarem as suas dificuldades, como contexto

de aula, os mesmos determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o

desenvolvimento desta competência, sendo que as maiores frequências se devem localizar nas

estratégias em que o aluno possui um papel ativo, ajudando também os seus colegas. Foram

elas: exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (41.7%), exploração de

PowerPoint pelo professor (37.5%) apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint

(41.7%), fazer trabalhos de grupo como processamento de texto em Word (62.5%), a

participação no blogue de turma (41.7%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a

matéria (41.7%) e realizar a atividade de WebQuest (58.3%). As estratégias que contribuem mais

ou menos para o desenvolvimento das suas competências de comunicação foram: a exploração

de PowerPoint pelo professor (29.2%), a apresentação das investigações do grupo com os

PowerPoint (41.7%), fazer trabalhos de grupo com o processamento em Word (33.3%), a

participação no blogue de turma (25%), trocar e-mails com o professor e colegas sobre a matéria

(33.3%) e a realização da atividade de WebQuest (25%). Alguns alunos consideraram que

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  96  

estratégias como a exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (23.3%),

contribuíram pouco para o seu desenvolvimento comunicativo, o que não seria de se esperar,

pois estas mesmas não são tarefas diretas do aluno, como referi anteriormente.

Por fim, para que os alunos estabeleçam consensos, como contexto de aula, os mesmos

determinaram que as seguintes estratégias contribuíram muito para o desenvolvimento desta

competência: exploração de vídeos pelo professor com questões aos alunos (37.5%), a

apresentação das investigações do grupo com o PowerPoint (37.5%), fazer trabalhos de grupo

como processamento de texto em Word (41.7%), a participação no blogue de turma (37.5%) e

trocar e-mails com o professor e colegas sobre a matéria (33.3%). As estratégias que

contribuíram mais ou menos para o desenvolvimento desta competência foram: exploração de

PowerPoint pelo professor com questões aos alunos (45.8%), a exploração de PowerPoint pelo

professor (58.3%), a apresentação das investigações do grupo com os PowerPoint (54.2%), fazer

trabalhos de grupo com o processamento em Word (45.8%), trocar e-mails com o professor e

colegas sobre a matéria (33.3%) e a realização da atividade de WebQuest (50%). Alguns alunos

consideram que as estratégias, exploração de PowerPoint (20.8%) e participação no blogue de

turma (37.5%), contribuíram pouco para estabelecer consensos o que não seria de se esperar,

pois ambas as estratégias consideradas servem essencialmente para que os alunos estabeleçam

ou reforcem consensos científicos, neste caso.

Em síntese, pela análise destes resultados, pode-se afirmar que as estratégias aplicadas

foram proveitosas para os alunos e para a sua evolução, com pouca exceções que foram sendo

referidas a propósito da análise de cada competência de comunicação.

3.5. Evolução na motivação do aluno na aprendizagem da Biologia

Em qualquer trabalho ou tarefa apresentada relacionada com o ensino e metodologias

de ensino, a motivação do aluno e a sua evolução devem ser consideradas. Desta forma, no PIP

implementado foi analisada a motivação do aluno durante a unidade de ensino lecionada no

âmbito do PIP. Os resultados estão descritos na tabela 28.

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  97  

Tabela 28 Evolução na motivação do aluno (N=24)

Variantes da motivação Discordo plenamente

Discordo bastante

Concordo mais ou menos

Concordo bastante

Concordo plenamente

f   %   f   %   f   %   f   %   f   %  A minha motivação para a aprendizagem nesta Unidade de Ensino foi diminuindo ao longo do tempo 8   33.3   10   41.7   5   20.8   1   4.2  

   Gosto mais de trabalhar individualmente do que de fazer trabalho de grupo 11   45.8   7   29.2   5   20.8   1   4.2  

   As aulas que gostei mais foram as que utilizei o computador

       10   41.7   7   29.2   7   29.2  

As aulas que gostei mais foram as do trabalho laboratorial 0   0.0   1   4.2   7   29.2   9   37.5   7   29.2  

As aulas que gostei menos foram as que o professor utilizou o data show (projetor multimédia) para projetar PowerPoint e/ou filmes) 3   12.5   14   58.3   7   29.2  

        A maior parte dos alunos “discordo plenamente” (33.3%) e “discordo bastante” (41.7%)

que a sua motivação para a aprendizagem nesta Unidade de Ensino foi diminuindo ao longo do

tempo. Isto significa que a sua motivação foi aumentando ao longo do período de regência.

Também se verificou que a maior parte dos alunos “discordou plenamente” (45.8%) e

“discordou bastante” (29.2%) sobre o facto de gostar mais de trabalhar individualmente do que

de fazer trabalho de grupo, o que significa que os alunos preferem trabalhar em grupo.

Para a frase “As aulas que gostei mais foram as que utilizei o computador” a maior

parte dos alunos “concordou mais ou menos” (41.7%) e “concordou bastante” (29.2%),

mostrando que os alunos concordaram com a utilização do computador e das suas

funcionalidades educativas, enquanto nova tecnologia de informação comunicação.

Em relação à afirmação “As aulas que gostei mais foram as do trabalho laboratorial”, os

alunos apresentam as maiores frequências de resposta para as categorias “concordo mais ou

menos” (29.2%) e “concordo bastante” (37.5%), mostrando que mais de metade dos elementos

da turma se sentia motivado a aprender em situação de trabalho laboratorial.

Para terminar, em relação à frase “As aulas que gostei menos foram as que o professor

utilizou o data show (projetor multimédia) para projetar PowerPoint e/ou filmes)” os alunos

apresentam as maiores frequências de resposta para as categorias “discordo bastante” (29.2%)

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  98  

e “concordo mais ou menos” (37.5%). Verifica-se então que os elementos da turma se dividem,

mostrando que alguns alunos gostam de metodologias letivas auxiliadas pelo projetor multimédia

ao passo que outros não são dessa opinião. Tendo em conta que esta foi uma estratégia com

grande utilização durante o período em que lecionei, pelos resultados obtidos, a mesma não foi

tão proveitosa e motivacional para o aluno como seria de esperar inicialmente.

Em síntese a análise dos resultados obtidos permitiu concluir que a motivação do aluno

sofreu efetivamente uma evolução, com a exceção da estratégia referida no parágrafo anterior.

Para que se possa estabelecer uma abordagem crítica real à motivação dos alunos, foi

proposto aos mesmos um questionário onde se encontravam as 15 atividades diferentes que se

desenvolveram ao longo desta unidade de ensino. O aluno deveria numerar cada atividade de 1

a15, em que “1” representa a atividade mais motivadora e “15” a atividade menos motivadora.

Segundo os dados obtidos pelas respostas dos aluno, o “ranking” das atividades mais cativantes

foi o seguinte:

1. Utilização do caderno diário (20.8%);

2. Utilização do manual escolar (16.7%);

3. Visualização do material produzido pelo aluno no blogue de turma (16.7%);

4. Retirar os PowerPoint das aulas do blogue para estudar por eles (16.7%);

5. Utilização do computador para escrever os relatórios/trabalhos (processamento de

texto) (12.5%).

    Este mesmo “ranking”, indica que os alunos se sentem mais motivados a realizar

tarefas, com o caderno diário e com o manual escolar, estratégias bastante familiares ao aluno.

As estratégias centradas nas potencialidades educativas das TIC e ferramentas multimédia,

como o Blogue, a utilização de PowerPoint e a utilização do Word também foram extremamente

chamativas para o aluno.

3.6. Discussão

Discutindo os resultados obtidos, verificou-se que o conhecimento substantivo dos

alunos teve uma evolução significativa, de acordo com os dados recolhidos no pré e no pós-

teste. Analisando o conteúdo das respostas dos alunos, verificou-se que a maioria dos alunos

apresentou respostas cientificamente aceites, o que não se tinha verificado, na grande maioria,

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  99  

no pré-teste. Convém salientar que esta evolução não se pode avaliar apenas pelos dados

estatísticos, mas pelo cruzamento com a análise de conteúdo dessas respostas em si.

Geralmente do pré para o pós-teste verificou-se uma diminuição de respostas incompletas e das

respostas cientificamente não aceites, embora nalgumas questões pontuais tenha havido um

ligeiro aumento dessa percentagem. Também se verificou uma diminuição de ausência de

resposta e de respostas ambíguas, sendo para a ausência de resposta, na grande maior parte

dos casos no pré-teste foi superior a 50%.

O conhecimento substantivo também foi avaliado durante a implementação do projeto,

verificando-se uma evolução do mesmo. Por exemplo, na aula em que foi usado o computador

(sendo esta uma estratégia inserida numa das cinco mais cativantes para o aluno) para realizar

a WebQuest, os alunos mostraram-se muito participativos e os conteúdos que foram

apresentados aos colegas na aulas seguinte estavam bem selecionados e foram partilhados com

uma linguagem científica precisa e bastante cuidado pedagógico. Estes resultados estão de

acordo com o estudo de Vieira (2007), sobre a aplicação de WebQuests curtas e longas. Os seus

resultados mostram que a resolução de WQ longas, apresenta uma evolução mais acentuada do

que o que resolução as WQs curtas, quer a nível conceptual quer a nível de competências de

resolução de problemas, mas tal não quer dizer que não exista uma evolução do conhecimento

aceite e desejada para WebQuests curtas, tal como aconteceu na WQ aplicada no âmbito deste

PIP. A WQ curta aplicada (apenas uma aula de 120 min), tornou os alunos muito participativos

na aula tendo-se mostrado a WQs como muito favorável à sua aprendizagem. A análise ao nível

de conhecimento e competências desenvolvidos com a WQ foram alvo de avaliação na própria

WQ e no pós-teste, tendo-se verificado um uma evolução positiva do conhecimento dos alunos,

quer a nível do conhecimento substantivo quer do conhecimento processual. Deve dar-se alguma

ênfase a esta estratégia, pois, segundo os alunos, ela contribuiu muito ou contribui mais ou

menos o desenvolvimento do seu conhecimento processual e a desenvolvimento de

competências comunicativas. Estes dados, mostram as potencialidades da Internet para a

aprendizagem, embora Neto (2006), tenha referido que o uso efetivos da Internet está aquém

das suas potencialidades.

Os registos mais positivos da evolução do aluno, verificaram-se no conhecimento

processual. No pós-teste os alunos apresentaram muito menos conceções alternativas e quase

todos os alunos apresentaram respostas cientificamente aceites, sendo que ausência de

resposta deixou mesmo de se verificar.

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  100  

Para além deste dados, estes alunos mostraram um grande interesse e empenho nas

atividades de laboratório, apesar de terem demonstrado alguma dificuldade em fazer algumas

ligações entre os conteúdos abordados, relacionados com as atividades laboratoriais em

questão.

Um dado relevante, recolhido com os diários de aula e com a convivência saudável com

os alunos, foi a cooperação entre os elementos de um grupo durante as atividades laboratoriais.

Antes da intervenção pedagógica, essa cooperação já existia para o sucesso do grupo, mas

durante a implementação do projeto, em que todos os elementos de cada grupo participaram na

execução das atividades propostas, ela sofreu um reforço positivo.

O aluno também forneceu a sua opinião acerca da sua perceção para a evolução do

conhecimento processual (Tabela 27). Verificou-se que, de uma forma geral, os alunos

consideraram que a maioria das estratégias aplicadas foram proveitosas para o aumento do

conhecimento processual. Deve destacar-se que as estratégias consideradas como mais

proveitosas estavam centradas nas potencialidades das TIC, como ferramenta pedagógica de

ensino. Este PIP, tal como o estudo de Martinho e Lobo (2009), parece mostrar que as

estratégias aplicadas com a utilização das TIC, revelaram resultados positivos em termos de

comportamento, de motivação, de aproveitamento e de aquisição de competências tecnológicas

e atitudinais.

Para finalizar, a análise da evolução da comunicação e motivação do aluno durante este

PIP, mostrou de uma forma geral, que os alunos consideraram a maioria das estratégias

aplicadas foram proveitosas para o seu desenvolvimento cognitivo, motivação e competências de

comunicação. Os dados apresentados mostram que este PIP fortaleceu o factor “comunicação”

inerente às TIC, tal como se percebe pelos estudos de Martinho e Lobo (2009).

O factor “motivação” inerente às TIC, também considerado no estudo anterior, sofreu

efetivamente uma evolução neste PIP, devendo ter-se em atenção, para a estratégia “projetor

multimédia”, que alguns alunos se sentem motivados para a utilização da mesma, ao passo que

outros não são dessa opinião, apresentando estes a maior frequência. Tendo em conta que esta

foi uma estratégia com grande utilização durante o período de regência, a mesma não foi tão

proveitosa para o aluno como seria de esperar inicialmente.

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  101  

CAPITULO IV

 

 

 

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

4.1. Introdução

Nesta seção tem lugar a conclusão do trabalho desenvolvido durante a intervenção

pedagógica (4.2), bem como as limitações subjacentes à mesma (4.3), as aprendizagens

efetuadas e o seu valor pessoal e profissional no decorrer da mesma, sendo possível fazer

recomendações didáticas (4.4) e indicar investigações futuras (4.5) e, por fim, fazer uma

reflexão final de todo este trabalho (4.6).

4.2. Conclusões

O presente trabalho centra-se nas potencialidades de utilização de metodologias diversas

com uso das TIC no processo de ensino e aprendizagem, onde, por exemplo, foram

implementadas duas estratégias baseadas em um processo de ensino construtivista. Fala-se da

atividade de WebQuest e da atividade de resolução de problemas sócio-científicos (colocados no

blog de turma). Ambas as estratégias são de cariz construtivista, onde ao aluno é colocado um

problema específico e o mesmo deve procurar solucionar o problema com as ferramentas

multimédia previamente analisadas pelo docente que implementa a tarefa (de forma a controlar

a atividade do aluno). Assim o aluno vai construir o seu conhecimento pelas suas capacidades

de pesquisa e organização de informação, ou seja, de forma construtiva o aluno elabora e

cimenta informação que previamente não possuía ou que possuía um conhecimento pouco

elaborado. Ao professor, nestas atividades, é conferido o papel de facilitador da aprendizagem,

fornecendo ajuda ao aluno apenas e só se necessário.

Tendo em conta os objetivos de investigação que orientaram este projeto de intervenção

pedagógica e os resultados obtidos na sua implementação, é possível tirar algumas conclusões

sobre este plano de intervenção e a investigação realizada sobre ele. Em seguida serão

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  102  

apresentadas as principais conclusões obtidas neste projeto em função dos objetivos que se

pretenderam atingir.

Em relação ao primeiro objetivo “promover a (re)construção do conhecimento

substantivo na unidade ‘Obtenção de matéria – Heterotrofia e Autotrofia’, leccionada no 10ºano

de escolaridade com recurso às tecnologias de informação e comunicação”, podemos concluir

que:

- o conhecimento substantivo destes alunos teve uma evolução significativa. Verificou-se

que no pós-teste houve uma diminuição das respostas cientificamente não aceites na

maioria das questões. Aliada a essa diminuição, ao analisar o conteúdo das respostas

cientificamente não aceites, verifica-se uma evolução no mesmo. Isto é, estes alunos

apresentaram conceções cientificamente aceites em partes dessas respostas, embora

incompletas, o que não se tinha verificado, no pré-teste;

- as respostas cientificamente aceites aumentaram na maioria das questões no pós-

teste, ao passo que as respostas incompletas sofreram uma desejada diminuição,

sendo que estes tipos de resposta não se tinham verificado em várias questões no

pré-teste, principalmente as respostas cientificamente aceites, o que permite

concluir que houve evolução do conhecimento dos alunos, tal como seria de

esperar;

- as respostas ambíguas, praticamente deixam de existir para o pós-teste, tal como a

ausência de respostas, indicando um maior esforço dos alunos;

- o conhecimento substantivo em que os alunos não apresentaram evolução, ou

apresentaram uma evolução diminuta no pós-teste, não foram, de uma forma geral,

aqueles em que os alunos participaram menos nas aulas, o que parece permitir inferir

que estes alunos podem não se ter esforçado o suficiente, não estudaram o necessário

antes da realização do pós-teste.

Em relação ao segundo objetivo “encorajar a utilização de diferentes tecnologias de

informação e comunicação na (re)construção de conhecimento processual na unidade ‘Obtenção

de matéria – Heterotrofia e Autotrofia’, leccionada no 10º ano de escolaridade”, podemos

concluir que:

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  103  

- os registos mais positivos na evolução do conhecimento processual, verificaram-se a

nível da interpretação de resultados de experiências, previsões de resultados, descrição

de resultados experimentais e tirar conclusões de uma experiência, e os menos positivos

a nível da formulação de hipóteses e descrição de resultados;

- estes alunos evoluíram totalmente no que diz respeito à interpretação de resultados de

experiências, veja-se pelo aumento total das interpretações cientificamente aceites e

inexistência de respostas nas categorias restantes;

- na formulação de hipótese, estes alunos evoluíram ligeiramente, sendo que essa

evolução se denota mais no que diz respeito à formulação das hipóteses, sendo que

essa evolução se denota mais na formulação de hipóteses subjacentes à experiência da

Élodea. Na maioria das questões, as respostas incompletas foram as que se registaram

em maior percentagem, as respostas não admissíveis aumentaram ligeiramente no pós-

teste, e as respostas admissíveis aumentaram e a ausência de resposta diminuiu;

- houve uma evolução no que se refere a previsões de resultados, pois verificou-se um

aumento de respostas cientificamente aceites no pós-teste, bem como a inexistência de

respostas incompletas (tal como no pré-teste), uma diminuição de respostas

cientificamente não aceites e de ausência de resposta, em percentagens mais

significativas do que os parâmetros anteriores;

- existiu igualmente, para os alunos, evolução em relação à descrição de resultados de

experiências, pois verificou-se um aumento de respostas cientificamente aceites e uma

diminuição de respostas cientificamente não aceites no pós-teste;

- estes alunos evoluíram ainda, no sentido de concluir acerca de experiências, pois

houve um aumento de respostas cientificamente aceites no pós-teste, que não se tinham

verificado no pré-teste, a inexistência de respostas incompletas e uma diminuição

substancial da percentagem de respostas cientificamente não aceites.

De uma maneira geral, analisando os resultados do conhecimento processual e

substantivo, verifica-se que com os dados obtidos no pré-teste, foi possível desconstruir as

conceções que os alunos tinham acerca dos conteúdos que iriam ser estudados na unidade em

questão, e aumentarem a sua consciência sobre os conhecimentos cientificamente não válidos

que possuíam, construindo, muitas vezes em discussão com a turma, um conhecimento

cientificamente válido, sendo que com esta metodologia os alunos obtiveram feedback do

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professor e/ou dos colegas sobre do seu trabalho, permitindo-lhes compreender se estavam a

conseguir alcançar os objetivos pretendidos, levando os mesmos para uma reflexão sobre o seu

desempenho.

Destacando que as estratégias consideradas, são centradas nas potencialidades das

TIC, como ferramenta pedagógica de ensino, em relação ao terceiro objetivo “encorajar o uso

das tecnologias de informação e comunicação na comunicação dos resultados das investigações

e de outros trabalhos realizados na unidade de ensino”, podemos concluir pelos resultados que:

- os alunos consideram a maioria das estratégias aplicadas como proveitosas para o seu

desenvolvimento, considerando maioritariamente que as mesmas contribuíram mais ou

menos para esse intuito, verificando-se ainda casos em que os alunos consideravam

essas estratégias como muito contribuintes para a sua evolução.

Em relação ao quarto e último objetivo “promover a motivação dos alunos na unidade

‘Obtenção de matéria – Heterotrofia e Autotrofia’, leccionada no 10ºano de escolaridade com

recurso às tecnologias de informação e comunicação”, podemos concluir que:

- existiu efetivamente uma evolução da motivação do aluno para todas as estratégias

consideradas, devendo ter-se em conta, para a estratégia “projetor multimédia”, que

alguns alunos se sentem motivados para a utilização da mesma, ao passo que outros

não são dessa opinião, apresentando estes a maior frequência, representante de mais

de metade da turma. Tendo em conta que esta foi uma estratégia com grande utilização

durante o período de regência, a mesma não foi tão proveitosa para o aluno como seria

de esperar inicialmente.

Tais dados conduzem para um caminho que indica que o aluno sofreu aprendizagem

significativa, pela evolução das suas competências de comunicação e da sua motivação. Sendo

inerentes às estratégias utilizadas, as características das TIC, um ensino como o utilizado, torna-

se vantajoso para o aluno e para o seu processo de ensino-aprendizagem

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  105  

4.3. Recomendações didáticas

Pela experiência vivida enquanto professor, considero que o ensino pode perfeitamente

utilizar as TIC para promover a aprendizagem das ciências, como um ensino curricular no futuro,

pelo seu potencial de motivação e pelo seu cariz construtivista. O aluno aumentará as suas

capacidades cognitivas e o seu conhecimento pelas suas capacidades, tornando-se desta forma

autónomo e capacitado para reagir numa situação de resolução de problemas ou de procura de

informação. Sendo assim, o aluno poderá contribuir para o futuro da sociedade, para uma

civilização instruída e com capacidade para se desembaraçar nas mais diversas situações que

exigem a mobilidade do conhecimento científico. Assim, uma educação auxiliada pelas

potencialidades educativas das novas tecnologias, pode perfeitamente ajudar o aluno na

pesquisa e na estruturação da informação, além disso, são várias as formas de fomentar o

conhecimento científico, tecnológico, epistemológico e processual através das tecnologias.

O professor deve ter em conta a motivação dos alunos, pois como estes alunos

confirmaram, a sua participação nas estratégias utilizadas durante o processo ensino

aprendizagem é relevante para eles. Tendo em conta os bons resultados que parece ter

produzido nestes alunos, pode-se afirmar que as estratégias selecionadas parecem ter sido

vantajosas no que toca à motivação do aluno. Além destas, existe um sem número de

estratégias metodológicas de ensino auxiliadas pelas TIC, o que se torna positivo para a

aprendizagem do aluno.

Estabelecer uma comunidade de ensino, virtual e direta, torna-se uma função a cargo do

professor, pois se os alunos se sentirem ativos na sua aprendizagem, essa mesma pode e vai

ser realizada da forma desejada, tal como se verifica para a evolução das competências de

comunicação do aluno, pois os mesmos consideram as estratégias selecionadas como

vantajosas no que toca à sua comunicação e desenvolvimento d competências comunicacionais.

4.4. Investigações futuras

Atendendo que esta intervenção pedagógica teve algum sucesso na aprendizagem dos

alunos, seria interessante reproduzi-la futuramente havendo mais disponibilidade de tempo.

O desenvolvimento de um ensino da biologia e da geologia centrado ou auxiliado pelas

potencialidades das tecnologias de informação e comunicação, já que é a grande meta a

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alcançar com os alunos, que exige determinação e empenho, da parte dos professores e alunos,

e se conseguido com sucesso, trata-se de uma realização pessoal, para além de profissional, e é

o caminho para um futuro de sucesso dos alunos. Assim, o trabalho como profissional do

ensino, terá rumo no sentido da formação de alunos o mais instruídos possível, de modo a

responderem adequadamente perante a comunidade na resolução de questões do quotidiano,

como membros ativos da sociedade. Desta forma, é interessante investir num projeto

semelhante, mas que se divida em duas vertentes, uma em que o projeto seja levado a cabo

durante seis meses e um outra durante um ano letivo, para a obtenção de dados suficientes

para uma opinião crítica real e para poder avaliar se terá os resultados esperados e,

consequentemente, contribuir para o sucesso escolar dos alunos de forma mais eficaz e a longo

prazo.

4.5. Reflexão final

Em primeiro lugar, esta intervenção pedagógica permitiu-me, pela primeira vez, estar

“do lado de lá”, e como tal tornar-me consciente dos desafios que o “simples” facto de dar uma

aula nos colocam pela frente. Desde encontrar a melhor estratégia para que os alunos

desenvolvam as suas aprendizagens até à gestão do tempo e comportamentos na sala de aula,

diversas são as variáveis em jogo e que os professores deverão conseguir gerir.

Revelou-se extremamente útil para a minha formação, uma vez que permitiu uma

experiência de ensino, ao focar a atenção nos detalhes que se revelaram essenciais para a

minha formação, acerca das minhas fragilidades e pontos fortes, levando-me a ter uma

perspetiva mais realista sobre o meu trabalho e, consequentemente, a procurar mais facilmente

formas para melhorar essas fragilidades. Esta consciência sobre os processos de aprendizagem,

otimiza-os. Em acréscimo, ao interiorizar o próprio discurso torna-se possível vislumbrar cada vez

mais um ensino lectivo das matérias da biologia e da geologia com algo familiar para eles, com

uma pequena caixa em que toda informação se encontra à distância de um clique.

O facto de esta formação ter tido um caráter de investigação, com a intervenção

pedagógica, em simultâneo com a lecionação de uma unidade de ensino, permitiu-me ter um

estágio mais dinâmico e autêntico dada a motivação e entusiasmo que os objetivos a alcançar

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com a implementação do projeto causaram em mim, envolvendo-me mais na intervenção e,

consequentemente, com as necessidades e bem estar dos alunos.

Por fim, penso que a forma como abracei este trabalho me promoveu várias evoluções,

quer como ser humano, quer como professor, sinto que a capacidade de ajudar o aluno a ser o

mais instruído possível no que toca às Ciências Naturais/Biologia e Geologia se torna algo de

bastante reconfortante e revigorante na busca do melhor ensino possível, que como já referi, se

deve centrar nas tecnologias. Não obstante, o uso do manual escolar também é de grande

importância, sendo indispensável também para o aluno como recurso curricular, logo considero

que se devem adaptar as tecnologias ao ensino (perspectiva construtivista) mas não se deve

deixar de parte a utilização do célebre manual escolar (perspectiva tradicional).

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ANEXOS

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ANEXO 1 - Teste de Conhecimento

ENSINO SECUNDÁRIO ANO LETIVO

2012/2013

TESTE DE AVALIAÇÃO DE BIOLOGIA E GEOLOGIA

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA 10.º Ano de Escolaridade

Este teste diagnóstico pretende que avalie o que já sabe sobre os conhecimentos relacionados com a unidade de ensino “Obtenção de matéria pelos seres vivos – heterotrofia e autotrofia”, do 10º ano de escolaridade. Leia atentamente todas as questões colocadas e responda com base na informação fornecida e nos conhecimentos que adquiriu previamente ao longo dos anos de escolaridade anteriores.

Duração: 40 minutos Nome: _______________________________________________________________________________

Grupo A

1.Explique, por palavras suas: 1.1. o que são seres autotróficos;

1.2. o que são seres heterotróficos.

1.3. as diferenças na forma como os animais e as plantas obtêm a matéria que precisam para viver.

2. A membrana plasmática é uma estrutura que delimita todas as células vivas.

2.1. Explique qual é a importância da membrana plasmática na obtenção de matéria pelos seres vivos.

2.2. Elabore um esquema simples, legendado, para mostrar qual é a estrutura que se conhece atualmente

para a membrana plasmática.

3. Na figura 1 estão representados os resultados obtidos numa experiência em que se colocaram células de uma planta em meios com diferentes concentrações.

Figura I

3.1. Com base nos resultados apresentados, explique qual é a concentração do meio: 3.1.1. na situação 1; 3.1.2. na situação 2.

3.2. Explique o que aconteceria a uma célula animal, numa situação semelhante à situação 1.

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4. A membrana plasmática encontra-se em contato com um sistema de membranas constituídas pela membrana do invólucro nuclear, retículo endoplasmático e complexo de Golgi.

4.1. Explique as funções:

4.1.1. do retículo endoplasmático liso e rugoso;

4.1.2. do complexo de Golgi.

5.Explique como ocorre o processo de digestão intracelular (utilize esquemas se necessário). 6. Descreva como ocorre o processos de digestão e absorção no sistema digestivo humano

Grupo B 7. Comente a seguinte afirmação: “Durante algum tempo, é possível manter uma planta no escuro que ela não

morre.” 8. Colocou-se um dispositivo idêntico ao da figura 2, exposto a um foco luminoso, fazendo-se variar a distância desse foco ao dispositivo. Na tabela 1, descrevem-se os resultados obtidos.  

Figura 2. Montagem de uma experiência com a Elodea sp

8.1. Formule a hipótese que o investigador teria formulado para realizar posteriormente esta experiência.

8.2. Descreva os resultados obtidos nesta experiência. 8.3. Explique o que pode concluir com os resultados obtidos.

8.4. Na experiência da Elodea sp., verifica-se a obtenção de um dos subprodutos da fotossíntese. Explique como ocorre o processo fotossintético (para completar a sua descrição deve incluir esquema e/ ou reações químicas na sua resposta. 8.5. Refira, sucintamente, a importância da fotossíntese para as plantas e para um sistema ecológico.

Tabela 1. Número de bolhas de oxigénio libertadas por minuto em função da distância ao foco luminoso

Distância em cm 5 10 20 40 Nº de bolhas de oxigénio por minuto 65 60 21 6

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ANEXO 2 – Questionário sobre o ensino da Biologia e Geologia com o uso das TIC

   

 

  ENSINO  SECUNDÁRIO    ANO  LETIVO  2012/2013  

   QUESTIONÁRIO  SOBRE  O  ENSINO  DA  BIOLOGIA  E  GEOLOGIA  

COM  O  USO  DAS  TIC    

 SEXO:  ¨Homem          ¨  Mulher            IDADE:_________  

  10º  Ano  de  Escolaridade  Biologia  e  Geologia  

     

Este questionário visa conhecer a tua opinião sobre o uso das Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) na Unidade de Ensino ‘Obtenção de matéria – Heterotrofia e Autotrofia’. O questionário é anónimo. Só as tuas respostas sinceras interessam para este estudo.

MUITO OBRIGADO PELA TUA COLABORAÇÃO João Pedro Magalhães

I. MOTIVAÇÃO

1. Nas questões seguintes, assinala com um X a opção que melhor corresponde ao que pensas ou sentes.

Questões

Discordo plenamente

Discordo bastante

Concordo mais ou menos

Concordo bastante

Concordo plenamente

a) A minha motivação para a aprendizagem nesta Unidade de Ensino foi diminuindo ao longo do tempo

b) Gosto mais de trabalhar individualmente do que de fazer trabalho de grupo

c) As aulas que gostei mais foram as que utilizei o computador

d) As aulas que gostei mais foram as do trabalho laboratorial

e) As aulas que gostei menos foram as que o professor utilizou o data show (projetor multimédia) para projetar PowerPoints e/ou filmes

2. Coloca por ordem crescente as atividades desta Unidade de Ensino que consideraste mais cativantes (atribui o número 1 à atividade menos cativante e o 15 à mais cativante).

Atividades Nº Utilização do computador para fazer pesquisas (Internet) Utilização do computador para fazer apresentações em PowerPoint Utilização do computador para escrever os relatórios/ trabalhos (processamento de texto) Enviar os trabalhos de casa por email Responder às questões sócio-científicas colocadas no Blogue Ver o material produzido por ti publicado no Blogue Fazer trabalho laboratorial com manipulação de variáveis Ver filmes seguidos de perguntas de exploração Responder às questões do professor quando explicava o PowerPoint Estar a ouvir o professor explicar o PowerPoint sem fazer perguntas Estar a ouvir o professor explicar fazendo esquemas no quadro Utilizar o caderno diário Utilizar o manual escolar Apresentar à turma com o PowerPoint as investigações do grupo Retirar os PowerPoint das aulas do Blogue para estudar por eles

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II. COMPETÊNCIAS DE COMUNICAÇÃO DESENVOLVIDAS Indica com um X, o grau com que cada uma das estratégias indicadas no quadro abaixo contribuiu para desenvolver as tuas competências de comunicação. Utiliza a escala seguinte:

Escala: 1 – Não contribuiu nada 2 – Contribuiu pouco 3 – Contribui mais ou menos 4 – Contribuiu muito

Competências de comunicação

A estratégia contribuiu para eu:

Estratégias Projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões

Exploração de PowerPoint pelo professor com questões

Apresentar as investigações do grupo à turma com PowerPoint

Fazer trabalhos de grupo com o processamento do texto em Word

Participar no Blogue

Trocar emails com professor e colegas sobre a matéria

Realizar a WebQuest

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Explicar a informação que pesquisei sem recorrer à leitura

Dominar oralmente conteúdo científico

Ter boa expressão oral

Mostrar interesse pela matéria

Sentir curiosidade pela ciência

Falar em voz baixa Fazer questões Partilhar as minhas ideias

Partilhar informações que pesquisei

Estar atento às opiniões dos colegas

Defender melhor as minhas ideias

Relacionar-me com os colegas com respeito

Esperar pela minha vez para falar

Definir as minhas prioridades de trabalho no grupo

Dar ideias para a resolução de problemas

Tomar iniciativas no grupo

Colocar mais questões ou expor dúvidas

Encorajar os colegas a realizar as suas tarefas e assumir as suas responsabilidades

Ajudar os colegas a superar as suas dificuldades

Estabelecer consensos

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III. CONTRIBUTO DAS ESTRATÉGIAS QUE USAM AS TIC PARA O CONHECIMENTO PROCESSUAL Indica com um X, o grau com que cada uma das estratégias que utilizou tecnologia contribuiu para adquirires conhecimentos sobre os processos de investigação em Ciências, utilizando a escala seguinte.

Escala: 1 – Não contribuiu nada

2 – Contribuiu pouco 3 – Contribui mais ou menos 4 – Contribuiu muito

Conhecimento processual

A estratégia

contribuiu para eu:

Estratégias Projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões

Exploração de PowerPoint pelo professor com questões

Apresentação das investigações do grupo à turma com PowerPoint

Fazer os trabalhos de grupo com o processamento do texto em Word

Participar no Blogue

Trocar emails com o professor e colegas sobre a matéria

Realizar a WebQuest

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Fazer pesquisas em diferentes fontes

Pesquisar por iniciativa própria

Estar concentrado Estabelecer novos objetivos de aprendizagem

Realizar as tarefas propostas para atingir os objetivos

Aprofundar conhecimentos científicos

Selecionar informação científica relevante

Identificar problemas

Formular hipóteses Executar experiências

Planear experiências

Manipular material de laboratório

Fazer o registo de resultados

Fazer gráficos e tabelas

Interpretar resultados

Discutir resultados confrontando-os com outras investigações

Tirar conclusões a partir de resultados experimentais

Fazer relatórios científicos

Divulgar o conhe cimento científico

Aplicar o conhe cimento científico na resolução de problemas do dia-a-dia

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IV. OPINIÃO SOBRE  O  ENSINO  DA  BIOLOGIA  E  GEOLOGIA  COM  O  USO  DAS  TIC    

1. Indica com um X, o teu grau de acordo com as questões relacionadas com cada uma das estratégias de ensino, utilizando a escala seguinte.

Escala: 1 – Discordo

2 – Concordo 3 – Concordo bastante 4 – Concordo plenamente

Opinião

Estratégias Projeção de vídeos pelo professor seguidos de questões aos alunos

Exploração de PowerPoints pelo professor com questões aos alunos

Apresentação das investigações do grupo à turma com os PowerPoints

Fazer os trabalhos de grupo com o processamento do texto em Word

Participar no Blogue

Trocar emails com o professor e colegas sobre a matéria

Realizar a WebQuest

1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 1 2 3 4 Compreendi aquilo que devia fazer nesta aula

Foi difícil realizar as tarefas

Senti dificuldade em utilizar as tecnologias

Esta estratégias fez com que mudasses de atitude perante o trabalho realizado

É mais vantajoso utilizar esta estratégia em trabalho de grupo do que individualmente

Esta estratégia ajudou-me a aprender melhor o conteúdo científico

Esta estratégia é uma boa oportunidade para aprender como se faz investigação científica

O professor ajudou-me de forma clara durante a implementação desta estratégia

Esta estratégia deveria ser utilizada com mais regularidade

Esta estratégia despertou a curiosidade da tua família

V. USO DO COMPUTADOR E DA INTERNET

1.Sentes dificuldade em trabalhar com o computador:

Nenhuma Pouca Mais ou menos Muita

2.Tens o computador com acesso à Internet:

Casa Casa de amigos ou familiares Escola Café

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Outras Quais?

3. Estás autorizado a utilizar o computador e a Internet em casa: Só para fazer os trabalhos de casa Só aos fins de semana Diariamente Sempre Nunca

4.Em relação aos trabalhos de casa:

Questões Discordo Concordo Concordo bastante

Concordo plenamente

a)Prefiro fazê-los quando para isso tenho que utilizar o computador b) Prefiro fazê-los quando para isso tenho que utilizar a internet c)Obtive melhores resultados quando usei o computador d)O facto de precisares do computador para os fazer despertou a tua curiosidade

e) O facto de precisares do computador para os fazer despertou a curiosidade da tua família

f) O facto os enviares por email aumentou a tua vontade de os fazeres

5. Assinala a frequência com que utilizas o computador para: a). Processamento de texto (baixa) 1 2 3 4 5 (alta) b). Digitalização e tratamento de imagens (baixa) 1 2 3 4 5 (alta) c). Tratamentos estatísticos simples (baixa) 1 2 3 4 5 (alta) d). Projeção multimédia (baixa) 1 2 3 4 5 (alta) e). Investigação geral (baixa) 1 2 3 4 5 (alta) 6. Envias um e-mail:

(1). Quase todos os dias? (3). Raramente?

(2). Uma ou duas vezes por semana? (4). Nunca?

7. Quantifica o teu interesse no uso da Internet para: a). Investigação geral (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) b). Procurar material didático (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) c). Comunicar com outras pessoas por e-mail (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) d). Comunicar com outras pessoas em Fóruns (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) e). Comunicar com outras pessoas em Chats f). Comunicar com outras pessoas pelo FaceBook

(baixo) (baixo)

1 1

2 2

3 3

4 4

5 5

(alto) (alto)

g) Entretimento (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) h). Fazer compras (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) i). Descarregar (download) ficheiros de música (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) j). Ver filmes no Youtube (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) l). Jogar (baixo) 1 2 3 4 5 (alto) m). Outro. Qual? 8. Alguma vez viste um site (home page) no World Wide Web? a). Já vi muitos websites e sinto-me muito à-vontade neles.

b). Já vi alguns websites mas não me sinto muito à-vontade neles.

c). Nunca vi websites mas compreendo algumas das suas capacidades básicas.

d). Nunca vi websites e não me sinto muito à-vontade neles.

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ANEXO 3 –WebQuest ‘Transportes membranares’

Link web: https://sites.google.com/site/membranaplasmaticaetransportes/

 

 

 

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