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CINTHIA SANTOS MIOTTO DE AMORIM
Efeito de três intervenções de fisioterapia comparadas a tratamento
odontológico em indivíduos com bruxismo: um ensaio clínico
randomizado
São Paulo
2017
Tese apresentada à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Doutor em Ciências
Programa de Ciências da Reabilitação
Orientadora: Profa. Dra. Amélia Pasqual Marques
CINTHIA SANTOS MIOTTO DE AMORIM
Efeito de três intervenções de fisioterapia comparadas a tratamento
odontológico em indivíduos com bruxismo: um ensaio clínico
randomizado
São Paulo
2017
Tese apresentada à Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo para obtenção do
título de Doutor em Ciências
Programa de Ciências da Reabilitação
Orientadora: Profa. Dra. Amélia Pasqual Marques
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Preparada pela Biblioteca da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Amorim, Cinthia Santos Miotto de
Efeito de três intervenções de fisioterapia comparadas a tratamento odontológico
em indivíduos com bruxismo : um ensaio clínico randomizado / Cinthia Santos Miotto
de Amorim. -- São Paulo, 2017.
Tese(doutorado)--Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Programa de Ciências da Reabilitação.
Orientadora: Amélia Pasqual Marques.
Descritores: 1.Bruxismo 2.Modalidades de fisioterapia 3.Massagem 4.Terapia
por exercício 5.Terapia de relaxamento 6.Imaginação 7.Assistência odontológica
USP/FM/DBD-024/17
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS por tudo que me dá: pela vida a cada amanhecer, alegria e
paz para me fortalecer em todos os momentos, em especial os desafiadores.
Ao meu querido marido e amigo Ewerton pelo apoio, confiança, amor e
carinho constantes.
Aos meus pais José Luiz e Maria pelo incentivo e preocupação eternos; à
minha vó Virgínia pela paciência e cuidados prestimosos; ao meu irmão André e
cunhada Tais pela bondade, prontidão em ajudar e encontros divertidos; à minha
sogra Marlene pelas palavras sinceras e oportunas; e a toda minha família e amigos
pelo estímulo constante, de perto ou à distância.
À Profa. Dra. Amélia Pasqual Marques, que com amizade e dedicação
orientou-me nos caminhos da profissão. Agradeço muito pelo seu exemplo de
competência e seriedade profissional e acima de tudo, admirável ser humano. Espero
sempre retribuir-lhe e continuar ao seu lado nos novos projetos!
Ao Prof. Dr. Glauco Fioranelli Vieira, Dra. Eliete Ferreira Osses Firsoff e
Dra. Elizabeth Puliti pela importante colaboração na realização desta pesquisa e
oportunidade de trabalho em conjunto, inclusive nos próximos projetos. Agradeço
também a todos os odontólogos, professores e funcionários do Departamento de
Dentística e Radiologia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
(FOUSP) que contribuiram, direta ou indiretamente, neste estudo.
A toda equipe de imprensa da Universidade de São Paulo (USP) e conhecidos
que auxiliaram na divulgação desta pesquisa, bem como a todos os pacientes que
buscaram tratamento para a dor e bruxismo e participaram deste estudo. Minha
gratidão e consideração.
À Profa. Dra. Raquel Aparecida Casarotto, Profa. Dra. Silvia Maria Amado
João, Prof. Dr. Fabiano Politti e Profa. Dra. Renata Hydee Hasue Vilibor pelas
relevantes contribuições e sugestões valiosas realizadas no exame de qualificação.
Agradeço também à Profa. Dra. Naomi Kondo Nakagawa pelos excelentes
ensinamentos no Programa de Aperfeiçoamento de Estágio em Docência e encontro
animador no Congresso da World Confederation of Physical Therapy (WCPT) em
Singapura.
À Profa. Dra. Maria da Luz Rosário de Sousa e toda equipe pela calorosa
acolhida, por introduzir-me ao ‘mundo’ encantador da acupuntura e estimular a
pesquisa na área.
Ao Ítalo pelos aconselhamentos estatísticos e parceria durante a elaboração
deste trabalho.
A todos os fisioterapeutas e colegas do Laboratório de Investigação
Fisioterapêutica Clínica e Eletromiografia do Departamento de Fisioterapia,
Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP) por compartilharem suas experiências e conhecimentos; e
aos professores e funcionários do Centro de Docência e Pesquisa (CDP) pela
convivência harmoniosa, atenção, simpatia e disposição, sempre presentes.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) pelo apoio
financeiro.
Aos coordenadores de diversos cursos de graduação de Fisioterapia e
Odontologia de Universidades e Faculdades da cidade e interior de São Paulo pela
oportunidade em iniciar a divulgação do papel da Fisioterapia no Bruxismo aos
alunos.
Aos odontólogos e jornalistas da Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas
(APCD) e FOUSP pelos convites para a realização de palestras e entrevistas sobre a
Fisioterapia no Bruxismo.
Aos odontológos da Universidade de Viena, Áustria, pelo reconhecimento do
trabalho, convite para a realização de palestra na Summer School e propostas de
parcerias futuras.
Esta tese está de acordo com as seguintes normas, em vigor no momento
desta publicação:
• Referências: adaptado de International Committee of Medical Journals
Editors (Vancouver).
• Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina. Divisão de Biblioteca e
Documentação. Guia de apresentação de dissertações, teses e monografias.
Elaborado por Anneliese Carneiro da Cunha, Maria Julia de A. L. Freddi, Maria F.
Crestana, Marinalva de Souza Aragão, Suely Campos Cardoso, Valéria Vilhena. 3ª
ed. São Paulo: Divisão de Biblioteca e Documentação; 2011.
• Abreviaturas dos títulos dos periódicos de acordo com List of Journals
Indexed in Index Medicus.
SUMÁRIO
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
RESUMO
ABSTRACT
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................. 1
2. OBJETIVOS ................................................................................................ 18
2.1 Objetivo Primário ..................................................................................... 18
2.2 Objetivos Secundários .............................................................................. 18
3. MÉTODOS ................................................................................................... 19
3.1 Modelo de Pesquisa .................................................................................. 19
3.2 Caracterização da Amostra ....................................................................... 19
3.3 Procedimentos de Avaliação .................................................................... 20
3.4 Randomização e Alocação ....................................................................... 25
3.5 Intervenções ............................................................................................. 26
3.6 Cálculo Amostral ...................................................................................... 32
3.7 Análise Estatística .................................................................................... 32
4. RESULTADOS ............................................................................................. 34
4.1 Análise antes, seis semanas e dois meses após as intervenções ............... 36
4.2 Análise entre os grupos ............................................................................ 39
5. DISCUSSÃO ................................................................................................. 51
5.1 Implicações clínicas ................................................................................. 58
5.2 Limitações ................................................................................................ 59
6. CONCLUSÃO .............................................................................................. 60
7. ANEXOS ....................................................................................................... 61
8. REFERÊNCIAS ........................................................................................... 75
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A. Abertura
AAMS Academia Americana da Medicina do Sono
A-Estado Ansiedade Estado
AMRM Atividade Muscular Rítmica Mastigatória
ANOVA Análise de Variância
APCD Associação Paulista de Cirurgiões Dentistas
ATM Articulação Temporomandibular
A-Traço Ansiedade Traço
BFD Biofeedback
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
CDP Centro de Docência e Pesquisa
CEP Código de Endereçamento Postal
CEP-FMUSP Comitê de Ética em Pesquisa da FMUSP
CIDS Classificação Internacional de Desordens do Sono
CI Confidence Interval
CIF Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
D Direito
D. Dentário
Dif. Dificuldade
DP Desvio Padrão
Dr(a) Doutor(a)
DTM Desordem da Articulação Temporomandibular
ECOM Esternocleidomastóideo
ed. edição
EMG Eletromiografia
et al. e outros
EVA Escala Visual Analógica
FMUSP Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
FOUSP Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo
G1 Grupo 1: Massoterapia e exercícios de alongamento muscular
G2 Grupo 2: Terapia de relaxamento e imaginação
G3 Grupo 3: Massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação
G4 Grupo 4: Tratamento odontológico pela restauração direta
GR Ganho Relativo
HP Hábitos Parafuncionais
i intervenções
IBM International Business Machines
IC Intervalo de Confiança
IDATE Inventário de Ansiedade Traço-Estado
IMC Índice de Massa Corporal
MART Muscular Awareness Relaxation Training
MD Média da Diferença
MENS Micro Current Electrical Nerve Stimulation
OHIP-14 Oral Health Impact Profile -14
OHIP-49 Oral Health Impact Profile - 49
p valor de p
Prof(a). Professor(a)
PSG Polissonografia
RDC/TMD Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders
RG Registro Geral
RMP Relaxamento Muscular Progressivo
SNC Sistema Nervoso Central
SPSS Statistical Package for the Social Sciences
TCC Terapia Cognitivo-Comportamental
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TENS Transcutaneous Electrical Neural Stimulation
USA United States of America
USP Universidade de São Paulo
WCPT World Confederation of Physical Therapy
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Dolorímetro .................................................................................. 22
Figura 2 - Pontos-gatilho dos músculos: A: masseter superficial, B: temporal
anterior, C: trapézio superior e D: divisão esternal do ECOM ............... 23
Figura 3 - Treino de respiração diafragmática, massoterapia e exercícios de
alongamento muscular............................................................................. 27
Figura 4 - Treino de respiração diafragmática, RMP e imaginação ........................ 29
Figura 5 - Antes e após tratamento odontológico pela restauração direta ............... 32
Figura 6 - Fluxograma do estudo ............................................................................. 34
Figura 7 - Variável: dor muscular do masseter na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ......................................... 42
Figura 8 - Variável: dor muscular do temporal anterior na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ......................................... 42
Figura 9 - Variável: dor muscular do esternocleidomastóideo (ECOM) na linha
de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ............ 43
Figura 10 - Variável: dor muscular do trapézio superior na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ......................................... 43
Figura 11 - Variável: sintoma de cefaleia na linha de base, após seis semanas e
dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .......................................................... 44
Figura 12 - Variável: sintoma de apertamento dentário na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ......................................... 44
Figura 13 - Variável: sintoma de dificuldade de dormir na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ......................................... 45
Figura 14 - Variável: limiar de dor no músculo masseter do lado direito (D) na
linha de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .. 45
Figura 15 - Variável: limiar de dor no músculo temporal anterior do lado direito
(D) na linha de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2,
3 e 4 ......................................................................................................... 46
Figura 16 - Variável: limiar de dor no músculo esternocleidomastóideo (ECOM)
do lado direito (D) na linha de base, após seis semanas e dois meses
nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ............................................................................. 46
Figura 17 - Variável: limiar de dor no músculo trapézio superior do lado direito
(D) na linha de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2,
3 e 4 ......................................................................................................... 47
Figura 18 - Variável: abertura mandibular na linha de base, após seis semanas e
dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .......................................................... 47
Figura 19 - Variável: estado de ansiedade na linha de base, após seis semanas e
dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .......................................................... 48
Figura 20 - Variável: traço de ansiedade na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .................................................................. 48
Figura 21 - Variável: estresse na linha de base, após seis semanas e dois meses
nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ............................................................................. 49
Figura 22 - Variável: depressão na linha de base, após seis semanas e dois meses
nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ............................................................................. 49
Figura 23 - Variável: qualidade de saúde bucal na linha de base, após seis semanas
e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 ....................................................... 50
Figura 24 - Variável: qualidade de sono na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4 .................................................................. 50
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Descrição da massoterapia e exercícios de alongamento muscular ......... 26
Quadro 2 - Descrição da terapia de relaxamento e imaginação ................................. 28
Quadro 3 - Descrição da massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação ......... 31
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Características demográficas e clínicas dos participantes na linha de
base ............................................................................................................ 35
Tabela 2 - Média, desvio padrão, ganho relativo e valor de p antes e seis semanas
após as intervenções para todas as variáveis ............................................. 37
Tabela 3 - Média, desvio padrão, ganho relativo e valor de p antes e dois meses
após as intervenções para todas as variáveis ............................................. 38
Tabela 4 - Média, desvio padrão e diferença entre os grupos antes e seis semanas
após as intervenções para todas as variáveis ............................................. 40
Tabela 5 - Média, desvio padrão e diferença entre os grupos antes e dois meses
após as intervenções para todas as variáveis ............................................. 41
RESUMO
Amorim CSM. Efeito de três intervenções de fisioterapia comparadas a
tratamento odontológico em indivíduos com bruxismo: um ensaio clínico
randomizado [Tese]. São Paulo: Faculdade de Medicina, Universidade de São
Paulo; 2017.
Objetivos: Comparar o efeito de três intervenções de fisioterapia com tratamento
odontológico na dor e sintomas, abertura mandibular, ansiedade, estresse,
depressão, qualidade de saúde bucal e sono em indivíduos com bruxismo.
Métodos: Noventa e seis indivíduos com dor e bruxismo do sono e vigília entre
18 e 60 anos de idade foram randomizados em quatro grupos: Grupo 1 (n=24)
massoterapia e exercícios de alongamento muscular; Grupo 2 (n=24) terapia de
relaxamento e imaginação; Grupo 3 (n=24) massoterapia, exercícios, relaxamento
e imaginação e Grupo 4 (n=24) tratamento odontológico pela restauração direta.
As variáveis primárias foram dor e sintomas, sendo a intensidade avaliada pela
escala visual analógica e limiar de dor com dolorímetro; e abertura mandibular
com paquímetro digital. As variáveis secundárias foram ansiedade avaliada com
Inventário de Ansiedade Traço-Estado; estresse com Escala de Estresse
Percebido; depressão com Inventário de Depressão de Beck; qualidade de saúde
bucal com Perfil de Impacto de Saúde Bucal e sono com Índice de Qualidade de
Sono de Pittsburgh. Todos os participantes foram avaliados antes, após seis
semanas e dois meses das intervenções por avaliador cego. As intervenções de
fisioterapia foram individualizadas por 40 minutos, duas vezes por semana, por
seis semanas; e o tratamento odontológico incluiu duas sessões individuais, com
intervalo de uma semana e duração de aproximadamente duas horas. O nível de
significância estabelecido foi α=5%. Resultados: Após seis semanas, houve
melhora com diferença significativa entre os Grupos 1, 2 e 3 e o Grupo 4 na dor
muscular do masseter [Média da Diferença=2,3 / 2,7 / 5,5 (IC95%=0,2 a 4,4 / 0,9
a 4,4 / 3,8 a 7,2)], temporal anterior [Média da Diferença=2,6 / 2,1 / 5
(IC95%=0,5 a 4,7 / 0,1 a 4,1 / 3,2 a 6,7)], esternocleidomastóideo [Média da
Diferença=3,3 / 4,2 / 6,1 (IC95%=1,6 a 4,9 / 2,6 a 5,8 / 4,6 a 7,5)] e trapézio
superior [Média da Diferença=3,8 / 4,1 / 6,6 (IC95% = 2,1 a 5,5 / 2,3 a 5,5 / 5,4 a
7,7)]. Melhora similar foi encontrada nos sintomas de cefaleia, apertamento
dentário e dificuldade de dormir, bem como no estado de ansiedade, estresse,
depressão e qualidade de sono (p<0,001). Os Grupos 2 e 3 melhoraram o traço de
ansiedade e qualidade de saúde bucal e o Grupo 3 melhorou o limiar de dor do
músculo trapézio superior e abertura mandibular, com diferença significativa
comparados ao Grupo 4 (p<0,05). Houve manutenção destas melhoras dois meses
após as intervenções (p<0,05), porém a melhora na qualidade de saúde bucal e
aumento na abertura mandibular não se mantiveram nos Grupos 2 e 3 (p>0,05),
respectivamente. Conclusão: Os dados sugerem que as três intervenções de
fisioterapia comparadas a tratamento odontológico reduzem a dor e sintomas e
indicam melhora da ansiedade, estresse, depressão e qualidade de sono. Os
resultados apontam que as intervenções de fisioterapia: isolada (terapia de
relaxamento e imaginação) e combinada (massoterapia, exercícios, relaxamento e
imaginação) melhoram a qualidade de saúde bucal; e somente a combinada
aumenta o limiar de dor no músculo trapézio superior e abertura mandibular em
indivíduos com bruxismo.
Descritores: bruxismo; modalidades de fisioterapia; massagem; terapia por
exercício; terapia de relaxamento; imaginação; assistência odontológica.
ABSTRACT
Amorim CSM. Effect of three physical therapy interventions relative to dental
treatment in individuals with bruxism: a randomized clinical trial [Thesis]. São
Paulo: “Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo”; 2017.
Objectives: To compare the effects of three different physical therapy
interventions with dental treatment in the pain and symptoms, mandibular
opening, anxiety, stress, depression, oral health and sleep in individuals with
bruxism. Methods: Ninety-six individuals with pain and awake and sleep bruxism
and 18–60 years old were allocated to the one of four groups: Group 1: massage
and stretching exercises (n=24), Group 2: relaxation therapy and imagination
(n=24), Group 3: massage, exercises, relaxation and imagination (n=24) or Group
4: dental treatment by the direct restoration (n=24). Primary outcomes included
muscle pain and symptoms (intensity measured using a visual analogue scale and
pain threshold with algometry) and mandibular opening (measured using a digital
pachymeter). Secondary outcomes included anxiety (state-trait anxiety inventory),
stress (perceived stress scale), depression (Beck depression inventory), oral health
(oral health impact profile-14), and sleep quality (Pittsburgh sleep quality index).
Outcomes were evaluated at baseline, 6 weeks and 2 months post-initial
intervention by the blinded assessor. Physical therapy interventions included
individual sessions that lasted 40 min biweekly for 6 weeks and dental treatment,
two 2-h individual sessions conducted a week apart. The level of significance
established was α=5%. Results: At 6 weeks after, the improvement with
difference among Groups 1, 2, 3 and Group 4 was observed in masseter muscle
pain [Mean Difference=2.3 / 2.7 / 5.5 (95%CI=0.2 to 4.4 / 0.9 to 4.4 / 3.8 to 7.2)],
anterior temporalis [Mean Difference=2.6 / 2.1 / 5 (95%CI=0.5 to 4.7 / 0.1 to 4.1 /
3.2 to 6.7)], sternocleidomastoid [Mean Difference=3.3 / 4.2 / 6.1 (95%CI=1.6 to
4.9 / 2.6 to 5.8 / 4.6 to 7.5)] and upper trapezius [Mean Difference=3.8 / 4.1 /6.6
(95%CI=2.1 to 5.5 / 2.3 to 5.5 / 5.4 to7.7)] as well as in symptoms of headache,
teeth clenching and sleep difficulties, anxiety state, stress, depression and sleep
quality (p<0.001). Both Group 2 as Group 3 improved oral health and anxiety
trait and the Group 3 increased the pain threshold of upper trapezius muscle and
mandibular opening with significant difference relative to Group 4 (p<0.05).
These results were sustained for up to 2 months (p<0.05), however the
improvements of oral health and mandibular opening were not maintained in
Groups 2 and 3(p>0.05), respectively. Conclusions: The results suggest that three
physical therapy interventions compared to dental treatment reduce the pain and
symptoms and indicate improvement of anxiety, stress, depression and sleep
quality. Moreover, the date demonstrate that both combined physical therapy
interventions (massage, exercises, relaxation and imagination) as isolated
(relaxation therapy and imagination) improve the oral health and only the
combined increases the mandibular opening and pain threshold of upper trapezius
muscle in individuals with bruxism.
Descriptors: bruxism; physical therapy modalities; massage; exercise therapy;
relaxation therapy; imagination; dental care.
1
1. INTRODUÇÃO
Bruxismo
O bruxismo é definido como uma atividade não funcional e repetitiva dos
músculos mastigatórios relacionado ao movimento de apertar e/ou ranger dos dentes
e constituído por duas manifestações circadianas: uma que ocorre durante o sono,
bruxismo do sono e outra durante a vigília, bruxismo da vigília.[1, 2]
O ranger dos
dentes, também chamado de bruxismo fásico ou excêntrico, refere-se ao vigoroso
cerramento dos dentes ou contato oclusal em posição dinâmica em direção horizontal
associado à contração muscular isotônica; o apertamento, definido como bruxismo
tônico ou cêntrico, consiste no forte, constante e prolongado contato entre os dentes
em posição estática relacionado à contração muscular isométrica.[3, 4]
Além disso, o bruxismo pode ser classificado em primário (idiopático), que
não está relacionado a outras desordens clínicas; e secundário (iatrogênico),
associado à condições clínicas, como: neurológicas, psiquiátricas, medicações para
desordens do sono, que podem exacerbar o bruxismo primário.[5-7]
Segundo a Classificação Internacional de Desordens do Sono (CIDS) da
Academia Americana da Medicina do Sono (AAMS), o bruxismo do sono é definido
como uma desordem de movimento relacionado ao sono, caracterizado pelo ranger
e/ou apertar dos dentes e despertar noturno.[8]
Enquanto o bruxismo da vigília é
conceituado como uma atividade semi-voluntária de apertamento dos dentes ou
contração sustentada dos músculos mastigatórios, raramente associado à ruídos.[5-7, 9]
De acordo com a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade
e Saúde (CIF), o bruxismo, como uma alteração da funcionalidade, é classificado nos
domínios: função neuromuscular e estrutura relacionadas ao movimento.
Especificamente, o bruxismo enquadra-se na categoria: função dos movimentos
involuntários, descritos como tiques e maneirismos que podem envolver contrações
musculares mastigatórias repetitivas, involuntárias ou semi-voluntárias, o que está
em concordância com a definição do bruxismo.[10-12]
2
Embora a maioria dos estudos ressaltem que não há relatos sobre a diferença
entre os sexos para o bruxismo do sono,[6, 7, 13-15]
o bruxismo da vigília ocorre
predominantemente no feminino.[7, 16]
No que se refere à escolaridade, há uma
associação positiva entre bruxismo e alto grau de escolaridade.[17, 18]
Além disso, há
estudos que não relacionam o bruxismo com o estado civil, mas alguns indicam que
o bruxismo, principalmente o severo, é frequentemente observado em indivíduos
casados.[18-21]
Prevalência
Estudo aponta que entre 85% e 90% da população, possivelmente,
experimentará episódios de bruxismo ao longo dos anos de suas vidas.[4, 22]
Porém,
alguns estudos mostram que a prevalência do bruxismo do sono e da vigília na
população adulta em geral é de aproximadamente 8% e 20%, respectivamente; e que
o pico de prevalência é na faixa etária inferior a 40 anos.[23-25]
Com relação ao
bruxismo do sono, estudos mencionam que pode ter início com um ano de idade,
após a erupção dos incisivos decíduos, sendo que a prevalência em crianças varia
entre 14% e 20%; em adolescentes, 13%; em adultos, 8% e na população com idade
superior a 60 anos, 3%.[6, 7, 16, 26, 27]
Uma revisão sistemática salienta que a
prevalência do bruxismo de forma geral na população adulta varia entre 8% e 31,4%;
do bruxismo da vigília, entre 22,1% e 31% e do bruxismo do sono, 12,8%.[25]
Outra
revisão sistemática sobre a prevalência do bruxismo do sono em crianças indica
variação entre 3,5% e 40,6%.[28]
Etiologia
A etiologia do bruxismo é controversa, o que dificulta a identificação de uma
relação direta de causa e efeito para o seu desencadeamento. No entanto, pode ser
considerada uma desordem de natureza multifatorial com diferentes fatores
envolvidos: morfológicos, psicossociais e fisiopatológicos.[7, 14, 19, 26, 29-31]
Os fatores morfológicos, como as discrepâncias oclusais e anatômicas, foram
apontados, no passado, como os principais na etiologia do bruxismo. Mas,
3
atualmente, representam um papel inferior quando comparados aos psicossociais e
fisiopatológicos. Porém, a influência destes fatores não pode ser desconsiderada
devido à capacidade de seus estímulos neuromusculares provocarem movimentos
mastigatórios não funcionais.[7, 13, 14, 16, 19, 29-34]
Os fatores fisiopatológicos e psicossociais relacionados ao uso de tabaco,
desordens cerebrais, como doença de Parkinson e paralisia cerebral, traumas,
consumo de álcool, drogas ilícitas, medicações, distúrbios do sono, estresse,
ansiedade e depressão,[13, 14, 16, 19, 24, 26, 29, 31-33, 35-37]
são regulados por um mecanismo
modulado por neurotransmissores do sistema nervoso central (SNC) e constituem o
foco principal na precipitação do bruxismo.[7, 29, 33]
Além disso, sugere-se que o
bruxismo do sono seja parte da resposta de microdespertares periódicos durante o
sono, que está associado à atividade muscular rítmica mastigatória (AMRM), sendo a
sua periodicidade e magnitude exacerbadas no bruxismo.[6, 7, 16, 29, 32]
Apesar de não existir marcador genético para a transmissão do bruxismo,
20% a 50% de indivíduos com o ranger dos dentes durante o sono apresentam, ao
menos, um parente consaguíneo em primeiro grau com o mesmo comportamento.[6,
16, 37, 38]
Fatores Psicossociais
Estudos demonstram que os fatores psicossociais como ansiedade, estresse e
depressão, desempenham um papel no surgimento e perpetuação do bruxismo, bem
como na sua frequência e severidade.[14, 29, 31, 35, 36]
Estudos baseados em diagnóstico
clínico e/ou questionários associam os fatores psicossociais à etiologia do bruxismo,
principalmente ao da vigília. Embora estudos com base na eletromiografia e/ou
polissonografia em laboratório do sono mostrem-se insuficientes para afirmar que
tais associações existem no bruxismo do sono; outros relacionam o estresse e
ansiedade em 69% dos casos.[34, 39]
Neste sentido, o estresse, um dos fatores mais frequentemente associados ao
bruxismo, refere-se a uma reação decorrente de alterações psicofisiológicas,
compostas por diferentes tipos e duração de estímulos estressores que podem
apresentar componentes físicos e/ou emocionais como respostas. Estudo de Lavigne
4
et al.[16]
aponta que a capacidade de lidar com o estresse seja única em cada
indivíduo e pode relacionar-se diretamente com a formação de personalidade,
responsabilidades familiares e/ou pressões no ambiente de trabalho, sendo que,
indivíduos com elevada percepção de estresse tendem a liberar tensão emocional
acumulada por meio do bruxismo.[40]
Deste modo, períodos de vida mais estressantes
estão relacionados ao aumento do relato de apertamento dos dentes, severidade do
bruxismo e AMRM durante o sono, o que aponta o estresse como um significante
fator de risco e exacerbador do bruxismo.[34, 39]
Estudos mostram relação positiva
entre o bruxismo e aumento no nível de catecolominas, hormônios do estresse, na
urina.[41, 42]
Além disso, o bruxismo pode resultar especificamente de uma reação
transitória de ansiedade diretamente relacionada aos eventos diários estressantes ou
situações de adversidade em um determinado momento; e/ou de como os indivíduos
sentem-se geralmente em relação à ansiedade ao longo de sua vida, que refere-se ao
estado e traço de ansiedade, respectivamente.[31, 43, 44]
É possível que a chance de
crianças mais ansiosas desenvolverem o bruxismo seja de 36% a 40%.[45]
Alguns
autores indicam que quando a ansiedade é tratada, reduz significativamente a
frequência do bruxismo.[43, 46]
Apesar do papel de neurotransmissores do SNC, como
a dopamina, não estar completamente esclarecido,[34, 39]
a depressão também pode
estar presente na sua ocorrência.[47]
Neste contexto, é possível que à medida que estes fatores psicossociais
desencadeiem o bruxismo; de forma associada, podem contribuir para o surgimento e
manutenção da dor e, consequentemente, à elevação da ansiedade, estresse e
depressão. Isto ocorre provavelmente devido às mudanças prolongadas no SNC,
como a sensitização central.[34, 47-51]
Manifestações clínicas
O bruxismo pode gerar dor e baixo limiar de dor muscular mastigatória
(masseter, temporal anterior) e cervical (esternocleidomastóideo (ECOM), trapézio
superior), sintomas de dor de cabeça (cefaleia), apertamento dentário, dificuldade de
dormir e limitação da abertura mandibular. Pode também exacerbar o estado e traço
5
de ansiedade, a percepção de estresse e os sintomas de depressão, bem como
prejudicar a qualidade de saúde bucal e sono.[4, 7, 15, 16, 19, 24, 35, 36, 52-57]
Em paralelo, estes sinais e sintomas decorrentes do bruxismo também podem
estar relacionados aos domínios do modelo biopsicossocial da CIF: atividades,
participação e fatores ambientais. O domínio atividades inclui limitações ou
problemas nas categorias: mobilidade de mudar e manter uma posição, lidar com o
estresse e cuidados pessoais, como comer. Quanto ao domínio participação, as
categorias abrangem restrições na socialização e nos relacionamentos interpessoais
particulares com estranhos, formais, sociais informais, familiares e conjugais. O
domínio fatores ambientais inclui barreiras no relacionamento com familiares
próximos, profissionais da saúde e na atitude social.[8, 10, 12]
Outros sinais e sintomas relacionados à desordem da articulação
temporomandibular (DTM) também podem ser resultantes do bruxismo.[7, 15, 16, 19, 24,
35, 36, 52-56] Revisão sistemática demostra que estudos baseados em diagnóstico clínico
e/ou questionários para o bruxismo, o associam positivamente à DTM de origem
miogênica.[58]
Outros estudos indicam que 58% a 80% de indivíduos com DTM
apresentam bruxismo do sono e este, pode estar envolvido na predisposição,
iniciação e perpetuação da dor muscular mastigatória.[47, 54, 58-60]
Porém, ainda não foi
estabelecida uma relação de causa e efeito entre o bruxismo e a dor, de modo que o
bruxismo pode constituir a causa ou o fator de risco para a dor.[51, 58, 61]
Neste sentido,
apesar de diversos estudos demonstrarem a possível associação do bruxismo e dor
com a limitação da abertura mandibular, é importante destacar que indivíduos com
DTM miogênica podem ou não apresentar esta limitação.[4, 57, 62, 63]
Embora a dor não esteja presente em todos os indivíduos com bruxismo, é
provável que tanto os fatores psicossociais, quanto os movimentos de apertamento
e/ou ranger dos dentes sejam considerados importantes fatores perpetuadores da dor
pelo desencadeamento de níveis de sensibilização muscular pós-exercício no sistema
estomatognático.[4, 64]
Esta dor muscular transitória induzida pela AMRM relacionada
ao bruxismo ou contrações musculares excessivas, pode levar à rupturas das fibras
musculares e tecidos adjacentes, podendo ser desenvolvida em poucas horas e
diminuir gradualmente; apesar da sua característica persistente, que pode prolongar
por longos anos.[4, 20, 51, 61, 65]
6
Anteriormente, a dor resultante do bruxismo podia ser explicada pela teoria
do ciclo vicioso, em que um fator inicial como movimento anormal e estresse que
resulta em dor, levaria à hiperatividade muscular. Esta, levaria ao espasmo e fadiga e,
consequentemente, a mais dor, com perpetuação do ciclo.[51]
Na atualidade, a dor
fundamenta-se na teoria do modelo de adaptação à dor, na qual a função muscular
adapta-se à dor pela diminuição da hiperatividade com a finalidade de prevenir
lesões adicionais.[66]
Isto está em concordância com estudo que mostra que
indivíduos com bruxismo e dor craniofacial apresentam poucos episódios de
bruxismo por hora de sono em comparação com indivíduos com bruxismo sem
dor.[67]
Estudos apontam que o desencadeamento da dor decorrente do bruxismo
pode acontecer não somente nos músculos mastigatórios, como masseter e temporal
anterior, mas também nos da coluna cervical, como ECOM e trapézio superior, bem
como sintoma de cefaleia.[52, 66-71]
Deste modo, baixo limiar de dor muscular
mastigatória e cervical decorrente do bruxismo pode ser evidente, o que reflete
aumento da excitabilidade nociceptiva em pontos-gatilho localizados em nódulos
palpáveis nas bandas tensas das fibras destes músculos.[4, 72, 73]
Revisão sistemática indica associação significativa entre bruxismo do sono e
cefaleia do tipo tensional, apontando que indivíduos com bruxismo possuem três
vezes mais chance de desenvolvê-la, justificada pelo mecanismo de sensitização
central desencadeada pelos pontos-gatilho presentes em músculos craniofaciais.[47, 74]
Outros estudos mostram que 65% de indivíduos com bruxismo apresentam este tipo
de cefaleia provavelmente devido à hiperatividade muscular tônica dos músculos
mastigatórios, como o temporal anterior. Nestes casos, observa-se maior intensidade
de apertamento dos dentes, característica principal do bruxismo da vigília, que
refere-se à oclusão cêntrica por contração isométrica dos músculos elevadores da
mandíbula, que pode desencadear dor e prejuízo às superfícies dentárias.[4, 9, 16, 40]
Nos últimos anos, aumentou a atenção focada na qualidade de saúde bucal
que refere-se à auto-percepção negativa do impacto social e qualidade de vida
relacionada às condições de saúde bucal, visto que é considerada um aspecto
importante de desordens, como o bruxismo, devido aos sinais e sintomas
resultantes.[75-77]
Além disso, sugere-se que o bruxismo, em especial o severo, é
7
potencialmente prejudicial à qualidade de saúde bucal pelos efeitos desagradáveis no
sistema estomatognático, como destruição dos dentes e quebra de restaurações.[39]
Associação negativa da qualidade do sono e bruxismo pode ser notada pelo
relato de dificuldade de dormir, sonolência diurna excessiva, sono insuficiente e não
restaurador e insônia com interrupção do sono.[6-8, 16, 29, 32, 48, 78]
Estudo associou
componentes do sono, como: duração inferior a oito horas, alteração na qualidade
subjetiva, distúrbio e eficiência habitual do sono à presença de bruxismo do sono e
vigília, o que sugere comprometimento da boa qualidade de sono, desempenho nas
atividades de vida diárias e exacerbação de fatores psicossociais, como o estresse,
ansiedade e depressão que, consequentemente, podem contribuir para a amplificação
do bruxismo.[8, 16, 79]
Concomitante ao bruxismo, tem se observado graus leves a moderados de
hábitos parafuncionais, como mascar gomas, morder língua, bochechas e lábios, que
podem aumentar a atividade dos músculos mastigatórios, apontando a necessidade de
avaliação destes hábitos para a maior compreensão da sua associação com o
bruxismo.[80]
A hiperatividade muscular pode alterar o fluxo sanguíneo normal dos
tecidos musculares, gerando acúmulos de produtos metabólicos, dor e fadiga.[81]
Adicionalmente, embora o bruxismo do sono esteja relacionado à coluna
cervical retificada e anteriorização da postura da cabeça, visto que afeta músculos
mastigatórios, do complexo craniocervicofacial e ombros; ressalta-se que há estudos
que não encontraram estas alterações e que cada um deles, adota distintos métodos
de avaliação.[45, 46, 81-84]
Além disso, o bruxismo pode desencadear sinais e sintomas intra-bucais,
como desgastes anormais e excessivos dos dentes, principalmente das superfícies
incisais anteriores e caninos, má oclusão, marcação dos dentes na língua e/ou
bochechas, hipersensibilidade a alimentos e/ou bebidas geladas, fratura de
restaurações e/ou cúspides, mobilidade ou perda prematura dos dentes; e outras
manifestações clínicas, como dor e/ou ruídos na articulação temporomandibular
(ATM), dor nos olhos, dentes e ouvidos, dificuldade na mastigação e em ouvir,
zumbido, travamento e/ou bloqueio mandibular, fadiga e hipertrofia dos músculos
mastigatórios, deslocamento anterior do disco articular com ou sem redução,
sinovite, perfuração discal e osteoartrite degenerativa.[6-8, 19, 27, 29, 31, 52, 85]
8
Diagnóstico
Dentre os métodos diagnósticos para o bruxismo, como a polissonografia
(PSG) com ou sem gravação audiovisual, realizada em laboratório do sono e
eletromiografia (EMG) convencional e portátil,[6, 14, 24, 26, 29, 56]
o melhor modo de
estabelecer uniforme e apuradamente a presença de bruxismo é pelo diagnóstico
clínico, que constitui um método simples, fácil de ser aplicado, acessível, de baixo
custo e amplamente utilizado na prática clínica e em estudos sobre o bruxismo.[1, 47,
86]
Sendo assim, são utilizados a anamnese e o exame clínico para a verificação
de sinais, como a presença de desgaste anormal dos dentes; e questionários
específicos para a confirmação da presença de bruxismo da vigília (apertamento dos
dentes percebido pelo próprio indivíduo) e/ou do sono (som de ranger dos dentes,
geralmente notado por membros da família ou companheiro de quarto).[4, 6-8, 16, 19, 24,
26, 27, 29, 31-33, 35, 36, 52, 54, 56, 85]
Tratamentos
Quanto ao tratamento para o bruxismo, não existe, atualmente, um específico
que pode eliminá-lo, mas sim várias estratégias que envolvem uma equipe
interdisciplinar composta por odontólogos, fisioterapeutas e outros profissionais da
área da saúde.[6, 13, 29, 30, 87]
A maioria destas abordagens são conservadoras,
reversíveis e visam o alívio dos sinais e sintomas e a redução dos efeitos deletérios
do bruxismo.[7, 53, 54]
Com o avanço rápido no processo de desenvolvimento de civilizações,
modernização das sociedades e transformação do estilo de vida dos indivíduos que as
constituem, situações estressantes persistentes e dor podem estar associadas ao
crescente e significante número de indivíduos que buscam tratamento para o
bruxismo em anos recentes.[4, 88]
Desta forma, a necessidade de serviços de saúde
focados em abordagem terapêutica diferenciada tem aumentado, principalmente com
a maior frequência e severidade do bruxismo.[4]
9
Visto que não há, até o momento, um tratamento padrão-ouro para o
bruxismo, dentre as opções terapêuticas odontológicas utilizadas e descritas na
literatura, existem os aparelhos oclusais e a restauração direta;[6, 7, 29, 30, 41, 55, 89-94]
e
em contraste, intervenções de fisioterapia incluem vários recursos, como:
eletroterapêuticos,[22, 54, 72, 73, 87, 90, 95-102]
exercícios terapêuticos,[103-105]
terapia
manual,[53, 89, 106]
terapia cognitivo-comportamental (TCC),[41, 45, 107]
acupuntura,[108,
109]conscientização postural
[82] e relaxamento muscular.
[63]
Odontológicos
Os aparelhos oclusais, também denominados protetor de mordida oclusal,
aparelho para bruxismo, placa de mordida, protetor noturno ou dispositivo oclusal,
são adjuntos úteis, mas não constituem tratamento curativo para o bruxismo devido
às divergências existentes sobre a sua efetividade a longo prazo.[7, 29, 30, 55]
Além
disso, recomenda-se o uso limitado destes aparelhos na prevenção de danos dentários
(desgastes dos dentes e de restaurações e cargas pesadas de oclusão) decorrentes do
bruxismo, proteção e integridade estrutural dentária.[4, 7, 30, 55]
Visto que os desgastes anormais dos dentes anteriores incisivos e caninos
resultantes do bruxismo podem prejudicar as superfícies dentárias e comprometer a
estética e funcionalidade, a restauração direta constitui uma alternativa odontológica
paliativa, principalmente pelo fato de não existir um tratamento odontológico
superior a outro para o bruxismo. Trata-se, especificamente da restauração direta da
superfície dentária desgastada com resina composta que pode ser acompanhada de
manutenções periódicas. Outras vantagens são baixo custo, rápida execução, boa
resistência, fácil manutenção e possibilidade de reparar a estrutura dentária, sem
maiores danos e com resultados imediatos.[6, 7, 29, 92, 93, 110]
Embora os aparelhos oclusais e a restauração direta baseiem-se
principalmente na prevenção de desgastes e no restabelecimento da integridade
morfológica, estética e funcional dos dentes, respectivamente; estudos demonstram
que placas oclusais combinadas com a massoterapia ou semelhantemente à TCC em
indivíduos com bruxismo podem reduzir a intensidade de dor, atividade e auto
avaliação do bruxismo do sono, sintomas associados e depressão, além de aumentar
10
as estratégias de enfrentamento do estresse.[41,89]
Da mesma forma, a restauração
direta possibilita a reabilitação da alteração na atividade muscular do sistema
estomatognático e alívio das consequências clínicas negativas do bruxismo.[92, 93, 110,
111]
Fisioterapêuticos
A abordagem fisioterapêutica concentra-se em dois objetivos principais:
reduzir os efeitos adversos do bruxismo no sistema estomatognático e orientar os
indivíduos com bruxismo sobre a importância da conscientização deste hábito, a fim
de diminuir a sua frequência e severidade.[53]
O tratamento abrange diferentes
modalidades e de forma geral, apresentam efeitos positivos, como recursos
eletroterapêuticos: estimulação nervosa elétrica transcutânea ou transcutaneous
electrical neural stimulation (TENS), estimulação nervosa elétrica por
microcorrentes ou micro current electrical nerve stimulation (MENS) e biofeedback
(BFD) por EMG com estímulos visual, sonoro e elétrico; conscientização postural
pelo movimento ou método Feldenkrais; relaxamento muscular, como o treinamento
de relaxamento e conscientização muscular ou muscular awareness relaxation
training (MART); TCC, como o relaxamento muscular progressivo (RMP) e
imaginação; exercícios terapêuticos mandibulares, de alongamento muscular e com
exercitador facial; acupuntura e terapia manual, como a massoterapia.[13, 22, 29, 41, 45, 53-
55, 63, 72, 73, 82, 87, 89-91, 95-109, 112]
Da mesma forma que a MENS e BFD por EMG visual, a TENS melhora a dor
e limiar de dor dos músculos mastigatórios[73]
e gera relaxamento local destes
músculos, respectivamente.[100]
Enquanto alguns estudos mostram que o BFD por
EMG parece ser um método promissor para o bruxismo do sono e vigília, dor e
qualidade de saúde bucal; [22, 87, 90, 95, 96, 100-102]
outros não indicam esta melhora nem
mesmo no limiar de dor, abertura mandibular, sono e depressão.[72, 97-99, 103]
Estudos demonstram melhora na postura anteriorizada da cabeça de crianças
com bruxismo com a conscientização postural pelo movimento; maior eficácia do
MART comparado com a TENS na diminuição da dor e aumento da abertura
mandibular; melhora da ansiedade, dor e abertura mandibular em crianças com
11
bruxismo, mas não na atividade do bruxismo do sono em adultos pela TCC; eficácia
de exercícios mandibulares combinados com TCC na melhora superior da dor crânio-
cervical e movimento mandibular, comparados aos exercícios e TCC isolados, em
indivíduos com bruxismo da vigília; eficiência de exercícios para o músculo
bucinador com o uso de um exercitador facial na redução dos sintomas e atividade do
músculo masseter; e diminuição da atividade e dor muscular mastigatória e cervical
relacionadas ao bruxismo, com a acupuntura.[45, 63, 82, 103, 104, 107-109]
Outros estudos em indivíduos com bruxismo indicam que a TENS, assim
como o uso da placa oclusal não obtiveram melhora na dor e abertura mandibular;
massoterapia e placa isoladas não reduziram a intensidade de sinais e sintomas, mas
quando combinadas, houve diminuição; TCC, baseada no treinamento de resolução
de problemas, RMP, BFD por EMG sonoro e treinamento de lazer e diversão,
diminuiu a atividade e auto avaliação do bruxismo do sono, sintomas associados e
depressão e aumentou as estratégias de enfrentamento do estresse similarmente ao
uso da placa oclusal; e BFD por EMG portátil parece ser mais efetivo que a placa
oclusal em indivíduos com bruxismo leve.[41, 54, 89, 90]
Portanto, cresce o interesse na aplicação do modelo biopsicossocial proposto
pela CIF em condições músculo-esqueléticas crônicas, como dor e bruxismo por
profissionais da área da saúde, como os fisioterapeutas, que reconhecem a
importância em abordar aspectos físicos e/ou cognitivos-comportamentais nas suas
intervenções, associando-os também a outros tratamentos, como o odontológico.
Estudos demonstram benefícios advindos desta abordagem em diversas condições
relacionadas à dor, como lombalgia, fibromialgia, câncer, dor no joelho e síndrome
da fadiga crônica, principalmente pelo encorajamento de participação ativa,
promoção de educação e consequentes efeitos positivos.[8, 10, 12, 63, 104, 113, 114]
Tomados em conjunto, os estudos sobre intervenções de fisioterapia
comparadas ou não a tratamento odontológico no bruxismo apresentam metodologia
heterogênea, como: diversidade entre os tipos de bruxismo; variáveis; instrumentos
utilizados; momentos de avaliação e modalidades, regimes, duração e programas de
tratamento.[22, 41, 45, 54, 63, 72, 73, 82, 87, 89, 90, 95-104, 107-109]
Além disso, alguns estudos não
descrevem o tipo de bruxismo abordado[54, 63, 73, 82, 100, 103, 108]
e observa-se ausência de
estudos que incluem simultâneamente as variáveis: dor e sintomas, abertura
12
mandibular, ansiedade, estresse, depressão, qualidade de saúde bucal e sono.[22, 41, 45,
54, 63, 72, 73, 82, 87, 89, 90, 95-104, 107-109]
De modo geral, algumas falhas na transparência e qualidade metodológica
apontadas nestes estudos são falta de cálculo do tamanho amostral, registro de ensaio
clínico, distinção entre variáveis primárias e secundárias, período de seguimento e
descrição detalhada dos parâmetros de tratamento; bem como descrição de
randomização adequada e ocultação da alocação, comparabilidade na linha de base,
cegamento e análise por intenção de tratamento,[22, 41, 45, 54, 63, 72, 73, 82, 87, 89, 90, 95-101, 103,
104, 107, 108] o que impede uma conclusão definitiva dos resultados.
Massoterapia, exercícios e orientação
A fim de aliviar os sinais e sintomas de indivíduos com bruxismo, estudos
sugerem o tratamento baseado em técnicas de massagem, exercícios e orientação.[13,
53] Os princípios para o alívio da dor através da massagem intra e extra-bucal dos
músculos mastigatórios e massagem dos músculos cervicais relacionam-se com o
aumento da circulação sanguínea local, melhora do metabolismo e diminuição da
tonicidade.[50, 53, 89, 115, 116]
Por outro lado, os objetivos dos exercícios são normalizar a abertura máxima
da mandíbula e reduzir a dor para a restauração do sistema estomatognático. Quando
o movimento de abertura está limitado pelo encurtamento muscular, pode ser usada a
técnica de alongamento,[53]
principalmente dos músculos elevadores da mandíbula,
para aumentar a mobilidade e auxiliar na posição de repouso mandíbular. Com o
comprimento normal das fibras musculares, a posição de repouso mandibular é
facilitada, pois quando os músculos estão encurtados e tensionados, a tendência é o
apertamento dentário ou contato entre os dentes. Adicionalmente, o relaxamento dos
músculos mastigatórios permite o retorno da circulação normal, restabelecimento do
glicogênio muscular e eliminação dos mediadores de dor, que o produzem pelo
estímulo dos nociceptores. Além disso, auxilia na eliminação do gás carbônico e
restauração dos níveis de oxigênio, o que contribui para a normalização da fisiologia
muscular.[105, 115]
13
Outra técnica que pode auxiliar no controle do bruxismo é o exercício rítmico
de coordenação, composto por movimentos circulatórios da mandíbula, que visa
melhorar a aprendizagem quanto à diferença entre o relaxamento e a tensão dos
músculos mastigatórios.[53, 105]
A maioria dos indivíduos com bruxismo é pouco consciente do seu problema,
sendo assim, quando questionados, negam totalmente o mau hábito.[105]
Desta forma,
informações sobre a natureza da desordem, controle do bruxismo, hábitos
parafuncionais, estresse e ansiedade são feedbacks úteis no processo de
conscientização. Para isso, é relevante a explicação ao indivíduo sobre o que é a
posição do bruxismo, ou seja, a posição específica em que a mandíbula é posicionada
durante o apertamento e/ou o ranger dos dentes; e também sobre a posição de
repouso mandibular, em que somente os lábios se tocam, sem o contato entre os
dentes.[53, 105, 107]
São orientações fáceis e muito importantes na conscientização e
redução do estresse.[13]
Outra orientação fundamental que foca a dor e a fadiga muscular é a alteração
na posição de dormir, e o decúbito dorsal, com a cabeça, coluna cervical e joelhos
apoiados sobre travesseiros, permite a posição de repouso mandibular. Caso esta
posição seja muito difícil aconselha-se o indivíduo a dormir em decúbito lateral, com
travesseiros sob a cabeça, acoplando totalmente a coluna cervical e os ombros. Com
esta mudança de hábito, a tensão nos músculos da coluna cervical e a constante
pressão lateral na mandíbula podem ser reduzidas, aliviando a dor e fadiga muscular
decorrentes do bruxismo.[13]
É importante destacar que a associação entre o bruxismo
e a posição de dormir não está totalmente esclarecida, de modo que outro estudo
indica que 74% das AMRM relacionadas ao bruxismo do sono ocorrem na posição
de decúbito dorsal, o que requer cautela mediante esta orientação.[117]
Tanto a massagem dos músculos mastigatórios quanto os exercícios de
alongamento muscular e coordenação podem ser realizados pelo próprio indivíduo.
Para isso, é necessário orientá-lo sobre a importância, o modo e o tempo de execução
das técnicas para que sejam realizadas no domicílio e contribuam para a adesão ao
tratamento.[53]
Adicionalmente, é sugerido o uso de figuras, diagramas e modelos que
ilustrem o bruxismo para aumentar a eficácia do tratamento.[13]
14
Portanto, o foco principal do tratamento fisioterapêutico, em indivíduos com
dor ou restrição do movimento de abertura mandibular causados pelo bruxismo, é no
alívio dos sinais e sintomas. Posteriormente, na eliminação da causa do bruxismo e, a
longo prazo, na prevenção de recidivas.[13, 53]
Terapia de relaxamento e imaginação
Uma vasta diversidade de abordagens cognitivo-comportamentais tem sido
testadas no bruxismo, como o BFD por EMG, reação de competência, relaxamento
muscular dirigido e progressivo, treinamento de resolução de problemas, lazer e
diversão, higiene do sono e imaginação.[6, 13, 29, 30, 41, 63, 96, 107]
A proposta da TCC é
ensinar o indivíduo, por meio da conscientização, a reconhecer o momento em que
ocorre o bruxismo e a desaprendê-lo, por meio de orientações específicas, exercícios
e feedbacks.[53]
O processo de conscientização inicia-se na avaliação, principalmente pela
anamnese com questões sobre situações relacionadas ao hábito de apertar e/ou ranger
os dentes, que podem incluir: situações financeiras, maritais e/ou familiares. Por
meio de orientações, a aprendizagem da conscientização de situações estressantes é
facilitada e o tratamento a longo prazo é direcionado para auxiliar na compreensão da
importância das mudanças de estilo de vida, que podem contribuir para a diminuição
do estresse, ansiedade e depressão.[13, 53]
Apesar de proporcionar conscientização do
bruxismo, a eficácia da TCC é questionável devido à escassez de embasamento
científico que comprove o seu valor terapêutico no tratamento do bruxismo.[7, 29, 107]
Um dos métodos de TCC é a terapia de relaxamento que abrange diversas
técnicas, como o RMP desenvolvido por Jacobson na década de 30.[107, 118]
Consiste
em uma série de procedimentos envolvendo ciclos de tensão e relaxamento de grupos
musculares distintos, que visa promover a conscientização da tensão muscular e a
aprendizagem do relaxamento, principalmente nas situações da vida diária, pela
rápida identificação dos músculos que estão tensionados em excesso. A eficácia
desta técnica é evidente em várias desordens físicas e psíquicas, como por exemplo,
na dor crônica e insônia.[107, 119]
Como parte integrante, o treino de respiração
diafragmática é imprescindível na geração de uma sensação de relaxamento. Esta
15
respiração consiste na inspiração pelas narinas, concomitante ao relaxamento do
abdome; pausa, para facilitar a desaceleração da respiração; e expiração pela boca,
simultaneamente à contração do abdome.[41, 120]
Associada ao RMP, a imaginação, envolve a criação de imagem mental de
um ambiente ou atividade descontraídos e inclui a utilização de palavras que
remetem ao relaxamento e ênfase em elementos emocionais (sinais visuais, sons,
sensações de movimento, temperatura) que promovem um estado de tranquilidade.
Supostamente a habilidade de imaginação está relacionada a dois fatores: geração de
imagens mentais e envolvimento nas experiências imaginárias e sensoriais, com o
objetivo de auxiliar na exposição real de situações do dia a dia.[63, 120-125]
Justificativa
O bruxismo tem sido considerado a atividade não funcional mais prejudicial
ao sistema estomatognático com alta prevalência, crescente busca por tratamentos,
natureza multifatorial, complexidade dos sinais e sintomas e ausência de um
tratamento definitivo, o que constitui um desafio para os profissionais da área da
saúde, como odontólogos e fisioterapeutas.[4]
Como não há, na atualidade, um tratamento preconizado para o bruxismo,
abordagens conservadoras e reversíveis têm sido utilizadas. Dentre elas, modalidades
da fisioterapia incluem exercícios terapêuticos, como os exercícios de alongamento
muscular,[103-105]
terapia manual, como a massoterapia,[53, 89, 106]
relaxamento
muscular[63]
e TCC, como o RMP e imaginação;[41, 45, 107]
e dentre as opções de
tratamentos odontológicos, há a restauração direta.[6, 7, 29, 30, 41, 54, 55, 89-94]
Apesar da escassez de estudos sobre o bruxismo que contemplem o uso da
massoterapia, exercícios e relaxamento,[41, 45, 53, 89, 103, 104, 106, 107]
intervenções de
fisioterapia, como a massoterapia e exercícios de alongamento muscular; e terapia de
relaxamento e imaginação isoladas ou combinada, podem constituir abordagens
terapêuticas diferenciadas pelo foco no modelo biopsicossocial que permite uma
visão ampla dos indivíduos com dor e bruxismo, sem dissociação entre mente e
corpo e com a integração de fatores biológicos e psicossociais.[10-12, 41, 45, 63, 89, 103, 104,
107, 113, 114] Além disso, embora pouco conhecido e abordado, o tratamento
16
odontológico pela restauração direta da superfície dentária desgastada com resina
composta constitui uma boa alternativa para indivíduos com bruxismo.[92, 93, 110]
Apesar do contraste entre abordagens de tratamentos fisioterapêuticos e
odontológicos, ensaios clínicos comparam a TENS, BFD por EMG, TCC e
massoterapia com as placas oclusais no bruxismo.[41, 54, 89, 90]
Alguns destes estudos
apontam resultados semelhantes na melhora, ou não da dor, bem como na redução de
sintomas, depressão e estresse,[41, 54, 89]
o que justifica a comparação de intervenções
de fisioterapia com o tratamento odontológico. Outro estudo, porém indica que a
intervenção fisioterapêutica é superior ao tratamento odontológico.[90]
Desta forma,
os dados em conjunto são contraditórios e não apontam claramente quais estratégias
são mais efetivas em indivíduos com bruxismo.
Como os estudos falham em encontrar alguma evidência que apoie a
superioridade de um determinado tratamento sobre o outro nos fatores e sinais e
sintomas associados ao bruxismo, principalmente pela metodologia heterogênea e
pobre transparência e qualidade metodológica,[22, 41, 45, 54, 63, 72, 73, 82, 87, 89, 90, 95-104, 107-
109] este ensaio clínico randomizado com baixo risco de viés é muito importante e
necessário para comparar o efeito de três intervenções fisioterapêuticas como a
massoterapia e exercícios de alongamento muscular; terapia de relaxamento e
imaginação e massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação com tratamento
odontológico pela restauração direta primariamente, na dor e sintomas, e abertura
mandibular e secundariamente, na ansiedade, estresse, depressão, qualidade de saúde
bucal e sono para elucidar esta questão.
Portanto, este estudo é interessante, pois pode contribuir precursoramente,
para a consolidação da abordagem da fisioterapia com foco no modelo
biopsicossocial em indivíduos com dor e bruxismo e refletir em mudanças de
paradigma em pesquisas e na prática clínica dos profissionais da área saúde que
lidam com estes indivíduos, como os odontólogos e fisioterapeutas.
17
Hipótese
A hipótese deste estudo foi que indivíduos com bruxismo que realizassem
uma das três intervenções de fisioterapia apresentariam efeito superior ao tratamento
odontológico na melhora da dor e sintomas, abertura mandibular, ansiedade, estresse,
depressão, qualidade de saúde bucal e sono seis semanas e dois meses após as
intervenções.
18
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Primário
Comparar o efeito de três intervenções de fisioterapia com tratamento
odontológico, na dor e sintomas, e abertura mandibular em indivíduos com
bruxismo.
2.2 Objetivos Secundários
Comparar a ansiedade, estresse e depressão entre os quatro grupos;
Comparar a qualidade de saúde bucal entre os quatro grupos;
Comparar a qualidade de sono entre os quatro grupos.
.
19
3. MÉTODOS
3.1 Modelo de pesquisa
Este ensaio clínico randomizado foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP)
(209369-2013) (Anexo A) e registrado na plataforma Clinical Trials
(ww.clinicaltrials.gov) sob o número NCT01778881. O protocolo do estudo foi
publicado previamente no periódico Trials.[126]
3.2 Caracterização da amostra
Participaram deste estudo 96 indivíduos divididos em quatro grupos: Grupo 1
(n=24) que realizou massoterapia e exercícios de alongamento muscular; Grupo 2
(n=24) terapia de relaxamento e imaginação; Grupo 3 (n=24) massoterapia,
exercícios, relaxamento e imaginação e Grupo 4 (n=24) tratamento odontológico pela
restauração direta.
O recrutamento dos indivíduos que buscaram tratamento para o bruxismo e
seleção dos critérios considerados elegíveis foram realizados por odontólogos
experientes do Departamento de Dentística da Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo (FOUSP).
Os critérios de inclusão foram: intensidade de dor nos músculos masseter,
temporal anterior, ECOM e trapézio superior e cefaleia de no mínimo três pontos
pela Escala Visual Analógica (EVA), no momento da avaliação;[4, 47, 51, 67, 86,
127]diagnóstico clínico de provável bruxismo do sono e possível bruxismo da vigília,
confirmados pelos critérios diagnósticos da CIDS da AAMS[1, 8, 128]
e resposta
positiva à questão baseada nas recomendações de Pintado,[85]
respectivamente; e
idade entre 18 e 60 anos.[27]
Foram excluídos indivíduos que possuíam mais de duas falhas dentárias,
exceto os terceiros molares; doença sistêmica e/ou degenerativa; doenças
periodontais; DTM artrogênica ou mista (grupos: II ou III ou I e II ou I e III do
20
Critério de Diagnóstico para Pesquisa em Desordens Temporomandibulares ou
Research Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders (RDC/TMD) eixo
I);[62, 129, 130]
transtornos neurológicos e/ou psiquiátricos (exceto transtornos de
ansiedade e depressão) diagnosticados por médico; uso de medicamentos com
possíveis efeitos no sono e comportamento motor; abuso de álcool e/ou drogas;
prótese removível superior e/ou inferior; prótese total;[14]
trauma direto e/ou cirúrgico
na região orofacial e que estavam sob tratamento fisioterapêutico, odontológico,
fonoaudiológico ou psicológico para o bruxismo.[7, 8, 41, 128, 131]
Os indivíduos elegíveis foram informados verbalmente e por escrito sobre o
estudo e os que concordaram em participar, assinaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) (Anexo B). Posteriormente, estes indivíduos foram
encaminhados ao Departamento de Radiologia da FOUSP para o exame de
radiografia da curvatura da coluna cervical e ao Laboratório de Investigação
Fisioterapêutica Clínica e Eletromiografia do Departamento de Fisioterapia,
Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional da FMUSP para avaliação e randomização.
Após a avaliação inicial, os participantes foram randomizados e dependendo
do grupo alocado, aguardavam o contato telefônico da fisioterapeuta responsável
pelas intervenções de fisioterapia realizadas no Laboratório ou odontólogo
responsável pelo tratamento odontológico realizado no Departamento de Dentística
da FOUSP para o fornecimento de instruções.
3.3 Procedimentos de avaliação
As avaliações ocorreram em três momentos distintos: antes, após seis
semanas e dois meses das intervenções fisioterapêuticas, por um avaliador cego,
devidamente treinado e habilitado. Na última avaliação, todos os participantes
receberam cartilha com orientações, com objetivo de prover informações importantes
sobre como manter o controle do bruxismo e seus sintomas.[13, 53, 105]
Para caracterizar a amostra, foram obtidos dados sócio demográficos e
clínicos por meio de ficha de avaliação (Anexo C). A mensuração do grau de
severidade da DTM foi realizada pelo preenchimento do Índice Anamnésico de
Fonseca[132]
(Anexo D), que investiga os sintomas de DTM e a classifica em graus de
21
severidade. Consiste em 10 questões com três possibilidades de respostas cada uma:
"não" (0 ponto), "às vezes"(5 pontos) e "sim" (10 pontos). O grau de severidade da
DTM é classificado em: ausente (0 a 15 pontos), leve (20 a 40 pontos), moderado (45
a 65 pontos) e severo (70 a 100 pontos).
As mensurações dos graus de severidade do bruxismo e hábitos
parafuncionais foram obtidas pelos questionários de classificação da severidade do
bruxismo e hábitos parafuncionais (Anexo C) que consistem em 15 e 14 itens,
respectivamente, e que classificam o bruxismo em leve (3 a 5 pontos), moderado (6 a
10 pontos) ou severo (11 a 15 pontos); e hábitos parafuncionais, em leve (3 a 5
pontos), moderado (6 a 10 pontos) ou severo (11 a 14 pontos).[4, 57, 70, 80]
Para avaliação da curvatura da coluna cervical para identificação da lordose
fisiológica, hiperlordose ou retificação, foram realizadas radiografias digitalizadas da
coluna cervical em perfil lateral, de acordo com critérios propostos na literatura.[82,
131, 133-135]
Variáveis primárias
Dor e Sintomas
Para avaliar a intensidade de dor nos músculos masseter, temporal anterior,
trapézio superior e ECOM e sintomas de cefaleia, apertamento dentário e dificuldade
de dormir, foi utilizada EVA (Anexo C), constituída de uma linha reta de 10 cm. Na
extremidade esquerda estava escrito: sem dor, ausência de apertamento e nenhuma
dificuldade de dormir; e na extremidade direita: pior dor imaginável, apertamento
máximo e muita dificuldade de dormir, respectivamente. O indivíduo foi instruído a
marcar um ponto que indicava a intensidade da dor ou sintoma, no momento da
avaliação.[127, 131, 136, 137]
O limiar de dor dos pontos-gatilho de maior tensão dos músculos masseter,
temporal anterior, ECOM e trapézio superior foi avaliado com o dolorímetro (Model
FDX, Wagner Instruments, Greenwich, USA) (Figura 1), um instrumento quantitativo
confiável, específico e amplamente utilizado em pesquisas, inclusive com foco em
intervenções de fisioterapia para o bruxismo.[72, 73, 131, 138, 139]
22
Por meio de sua extremidade emborrachada com superfície de 1 cm de
diâmetro, foi aplicada pressão perpendicular à superfície da pele, progressivamente
maior a uma velocidade de 1 kg/cm2 por segundo.
[140-142] Com os participantes em
sedestação, foram localizados bilateralmente os pontos-gatilho de maior
sensibilidade nas bandas tensas das fibras musculares superficiais do masseter e
porção anterior do músculo temporal pela palpação digital; e da divisão esternal do
músculo ECOM e fibras musculares superiores do trapézio pela palpação bidigital ou
em pinça (Figura 2). Após a localização, cada ponto foi marcado com lápis
dermatográfico.[131, 139, 141, 143, 144]
Os participantes foram familiarizados com o procedimento e equipamento por
uma demonstração prévia realizada no antebraço.[115, 145-147]
Para a avaliação do
limiar de dor, os participantes permaneceram deitados em decúbito dorsal, com a
cabeça estabilizada pela mão do avaliador[140, 146]
e levemente rodada para o lado
oposto ao avaliado, o mais relaxado possível.[115, 131, 148]
O dolorímetro foi
pressionado perpendicularmente nos pontos previamente marcados e o participante
foi orientado a informar o momento em que a sensação de pressão transformava-se
em dor. Quanto menor o limiar de dor à pressão, maior a sensibilidade dolorosa.[131,
148, 149] Neste estudo, consideraram-se valores positivos os que foram abaixo de 2,6
kg/cm2.[131, 138]
www.wagnerinstruments.com[150]
Figura 1- Dolorímetro
23
Simons, 1999[144]
Figura 2 - Pontos-gatilho dos músculos: A: masseter superficial, B: temporal
anterior, C: trapézio superior e D:divisão esternal do ECOM
Abertura mandibular
Para mensurar a abertura mandibular ou abertura máxima não assistida da
boca foi usado o paquímetro digital (Digimess®, São Paulo)[89, 131]
e utilizada a
marcação proposta por Steenks e Wijer[151]
que mede a distância entre as bordas
incisais dos dentes superior e inferior na linha incisal. O procedimento foi realizado
com os participantes sentados, coluna vertebral alinhada e pés apoiados no solo. A
abertura da boca em adultos com valor inferior a 40 mm é considerada limitada.[152]
Variáveis secundárias
Ansiedade
A ansiedade foi avaliada pelo Inventário de Ansiedade Traço-Estado
(IDATE) (Anexo E) que foi traduzido e validado para a língua portuguesa e
composto por duas escalas distintas: estado de ansiedade e traço de ansiedade.
Ambas consistem em 20 questões e descrevem como o indivíduo se sente em um
A B
C
a
D
a
24
determinado momento e geralmente, respectivamente. Cada questão possui escores
de 1 a 4, sendo que o total varia de 20 a 80 para cada escala e demostram: 20 a 34
(ansiedade baixa), 35 a 49 (ansiedade moderada), 50 a 64 (ansiedade elevada) e 65 a
80 (ansiedade muito elevada). Nas duas escalas, escores altos indicam mais
ansiedade.[153, 154]
Estresse
Para a avaliação da percepção geral do estresse, no último mês, foi utilizada a
Escala de Estresse Percebido (Anexo F). É uma escala traduzida e validada para a
língua portuguesa,[155]
composta por 10 questões com opções de respostas que
variam de 0 a 4, sendo que as questões 4, 5, 7 e 8 são consideradas de conotação
positiva, ou seja, demonstram a ausência de estresse, de modo que os seus escores
devem ser invertidos. A pontuação total varia de 0 a 40 e valores mais altos indicam
maior percepção de estresse.[156]
Depressão
Para a avaliação do estado de depressão, na última semana, foi usado o
Inventário de Depressão de Beck[157]
(Anexo G), traduzido e validado para a língua
portuguesa e consiste em 21 itens com quatro afirmações com pontuações que
variam de 0 a 3. Estes itens avaliam os seguintes sintomas e atitudes: tristeza,
pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação, sentimento de culpa e punição,
auto depreciação, autoacusações, ideias suicidas, crises de choro/pranto,
irritabilidade, retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para
o trabalho, distúrbio do sono, factibilidade, perda de apetite, perda de peso,
preocupação somática e diminuição da libido. A pontuação máxima é de 63 pontos
que indicam: até 9 pontos (ausência ou sintomas mínimos de depressão), de 10 a 18
pontos (depressão leve a moderada), de 19 a 29 pontos (depressão moderada a
severa) e acima de 30 pontos (depressão severa) para indivíduos previamente
diagnosticados; ou 15 ou menos pontos (normal), de 16 a 20 pontos (indicativo de
25
disforia) e acima de 20 pontos (indicativo de depressão) para indivíduos sem
diagnóstico de depressão.[44]
Qualidade de saúde bucal
A qualidade de saúde bucal referente aos últimos seis meses, foi avaliada com
o questionário: Perfil de Impacto de Saúde Bucal ou Oral Health Impact Profile – 14
(OHIP-14) (Anexo H), uma forma simplificada do Oral Health Impact Profile - 49
(OHIP-49),[158]
traduzido e validado para a língua portuguesa.[77]
É composto por 14
questões com cinco opções de respostas: (0) nunca; (1) raramente; (2) às vezes; (3)
repetidamente e (4) sempre. A pontuação máxima varia de 0 a 56, sendo que, quanto
maior, pior é a qualidade de saúde bucal.[159]
Qualidade do Sono
A qualidade do sono referente ao último mês, foi avaliada com o Índice de
Qualidade de Sono de Pittsburgh (Anexo I), validado e traduzido para a língua
portuguesa e consiste em 19 questões, agrupadas em sete componentes: qualidade
subjetiva do sono, latência do sono, duração do sono, eficiência habitual do sono,
distúrbios do sono, uso de medicamentos e disfunções diurnas, em uma escala de 0 a
3 pontos cada. A pontuação total destes componentes varia de 0 a 21, sendo que as
pontuações indicam: 0 a 4 (boa qualidade de sono), 5 a 10 (má qualidade de sono) e
acima de 10 (distúrbio do sono).[160, 161]
3.4 Randomização e alocação
A randomização por geração de sequência de números aleatórios em
computador e a ocultação da alocação por meio de envelopes sequencialmente
numerados, opacos e lacrados contendo o nome do grupo alocado foram realizadas
por pesquisador não envolvido nos processos de recrutamento, avaliação e
tratamento dos participantes.
26
3.5 Intervenções
Após a avaliação inicial e randomização, os participantes dos quatro grupos,
individualmente, receberam informações sobre o bruxismo e procedimentos do
tratamento.[13, 53, 105]
As intervenções de fisioterapia abrangeram seis semanas, com frequência de
duas vezes por semana, totalizando 12 sessões individuais com duração de 40
minutos cada.[50, 113, 115, 116, 131]
Grupo 1. Massoterapia e exercícios de alongamento muscular
O programa de massoterapia e exercícios de alongamento muscular
associados à respiração diafragmática está descrito no Quadro 1 e Figura 3.[50, 53, 89,
115, 116, 131, 162]
Quadro 1: Descrição da massoterapia e exercícios de alongamento muscular
Técnica Descrição Duração
Massoterapia
Paciente deitado em decúbito dorsal na maca, com joelhos semi-flexionados
e cabeça sobre travesseiros com altura adequada. Treino da respiração diafragmática. Extra-bucal / Músculos cervicais: manobras de deslizamento (movimento
unidirecional com pressão constante e progressiva), amassamento
(movimento intermitente de preensão de grupo ou porção muscular), fricção
circular e liberação de pontos-gatilho (compressão isquêmica), com uso de
creme para facilitar o procedimento e ênfase nos músculos masseter,
temporal anterior, trapézio superior e ECOM, bilateralmente. Intra-bucal: manobras de deslizamento, liberação de pontos-gatilho
(compressão isquêmica) e fricção circular e transversal (ou pinçamento ou
tração em diagonal), com uso de luva, nos músculos mastigatórios;
bilateralmente.
Inspiração/ Pausa/
Expiração: 3:3:3
segundos
5 repetições
Compressão
Isquêmica
(máximo 60
segundos com10
segundos de
repouso entre as
compressões) – 5
repetições
Duração: 15
minutos
Exercícios de
Alongamento
Paciente deitado em decúbito dorsal na maca, com joelhos semi-flexionados
e cabeça sobre travesseiros com altura adequada. Músculos mastigatórios: Exercícios passivos com auxílio do terapeuta (uso
de luva): elevadores da mandíbula (alongamento dos músculos: masseter,
temporal e pterigóideo medial), retrusores (alongamento dos músculos:
temporal posterior e digástrico), laterais (alongamento do músculo:
pterigóideo lateral contralateral) e movimentos circulares da mandíbula. Paciente sentado, pés apoiados no solo e coluna alinhada. Músculos da coluna cervical e cabeça: Exercícios passivos com auxílio do
terapeuta: flexão (alongamento dos músculos extensores, como: trapézio
superior, elevador da escápula, suboccipitais); extensão (alongamento dos
músculos flexores: ECOM e escaleno anterior); inclinação lateral bilateral
(alongamento dos músculos ECOM, trapézio superior, escalenos médio e
posterior) e rotação bilateral (alongamento dos músculos trapézio superior e
ECOM contralaterais).
3 séries de 30
segundos
Os intervalos entre
as séries foram de
10 segundos.
Duração: 25
minutos
27
Treino de respiração diafragmática
Massoterapia extra-bucal Massoterapia intra-bucal
Massoterapia do músculo trapézio superior Exercício de alongamento dos músculos
mastigatórios
Exercício de alongamento dos músculos cervicais
Figura 3 - Treino de respiração diafragmática, massoterapia e exercícios de
alongamento muscular
28
Grupo 2. Terapia de Relaxamento e Imaginação
O programa de terapia de relaxamento pelo RMP associado à imaginação e
respiração diafragmática está descrito no Quadro 2 e Figura 4.[41, 107, 120-125]
Quadro 2. Descrição da terapia de relaxamento e imaginação
Técnica Descrição Duração
RMP
Paciente sentado com pés e cabeça apoiados.
- Treino da respiração diafragmática
-*1ª a 3ª sessão: contração e relaxamento dos grupos musculares do braço,
antebraço e mão; frontal, olhos e nariz; boca e mandíbula.
-*4ª a 6ª sessão: contração e relaxamento dos músculos cervicais; ombro e
cintura escapular; boca e mandíbula.
-#7ª a 9ª sessão: repetição da sequência das sessões anteriores;
-*10ª a 12ª sessão: sequência completa de relaxamento.
Inspiração/
Pausa/
Expiração:
3:3:3 segundos
5 repetições
Contração/
Relaxamento:
10:20
segundos -
2 repetições de
cada grupo
muscular.
Duração:* 13
minutos; # 22
minutos
Imaginação
Paciente sentado com pés e cabeça apoiados e olhos fechados.
Solicitou-se ao paciente permanecer no estado de relaxamento (principalmente
da mandíbula) e a concentração na imaginação mental das cenas de sua
preferência, guiadas verbalmente pelo terapeuta, como:
- Praia, nuvens, rio, flores, montanhas, floresta, sol.
3 cenas
(6- 9 minutos
cada)
Duração: * 3
cenas de 9
minutos; # 3
cenas de 6
minutos
29
Treino de respiração diafragmática
RMP: contração-relaxamento do grupo muscular dos ombros
RMP: contração-relaxamento do grupo muscular da boca e mandíbula
Imaginação
Figura 4 - Treino de respiração diafragmática, RMP e imaginação
30
Grupo 3. Massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação
O programa de massoterapia, exercícios de alongamento muscular, terapia de
relaxamento pelo RMP associado à imaginação e respiração diafragmática está
descrito no Quadro 3 e Figuras 1 e 2.[41, 50, 53, 89, 107, 115, 116, 120-125, 131, 162]
31
Quadro 3. Descrição da massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação
Técnica Descrição Duração
Massoterapia
Paciente deitado em decúbito dorsal na maca, com joelhos semi-flexionados e
cabeça sobre travesseiros com altura adequada. Treino da respiração diafragmática. Extra-bucal / Músculos cervicais: manobras de deslizamento (movimento
unidirecional com pressão constante e progressiva), amassamento (movimento
intermitente de preensão de grupo ou porção muscular), fricção circular e
liberação de pontos-gatilho (compressão isquêmica), com uso de creme para
facilitar o procedimento e ênfase nos músculos masseter, temporal anterior,
trapézio superior e ECOM, bilateralmente. Intra-bucal: manobras de deslizamento, liberação de pontos-gatilho
(compressão isquêmica) e fricção circular e transversal (ou pinçamento ou
tração em diagonal), com uso de luva, nos músculos mastigatórios;
bilateralmente.
Inspiração/ Pausa/
Expiração: 3:3:3
segundos
5 repetições
Compressão
Isquêmica
(máximo 60
segundos com10
segundos de
repouso entre as
compressões)
Duração: 6
minutos
Exercícios de
Alongamento
Paciente deitado em decúbito dorsal na maca, com joelhos semi-flexionados e
cabeça sobre travesseiros com altura adequada.
Músculos mastigatórios: Exercícios passivos com auxílio do terapeuta (uso
de luva): elevadores da mandíbula (alongamento dos músculos: masseter,
temporal e pterigóideo medial), retrusores (alongamento dos músculos:
temporal posterior e digástrico), laterais (alongamento do músculo:
pterigóideo lateral contralateral) e movimentos circulares da mandíbula.
Paciente sentado, pés apoiados no solo e coluna alinhada.
Músculos da coluna cervical e cabeça: Exercícios passivos com auxílio do
terapeuta: flexão (alongamento dos músculos extensores, como: trapézio
superior, elevador da escápula, suboccipitais); extensão (alongamento dos
músculos flexores: ECOM e escaleno anterior); inclinação lateral bilateral
(alongamento dos músculos ECOM, trapézio superior, escalenos médio e
posterior) e rotação bilateral (alongamento dos músculos trapézio superior e
ECOM contralaterais).
2 séries de 30
segundos
Os intervalos
entre as séries
foram de 10
segundos.
Duração: 15
minutos
RMP
Paciente sentado com pés e cabeça apoiados.
- Treino da respiração diafragmática
-*1ª a 3ª sessão: contração e relaxamento dos grupos musculares do braço,
antebraço e mão; frontal, olhos e nariz; boca e mandíbula.
-*4ª a 6ª sessão: contração e relaxamento dos músculos cervicais; ombro e
cintura escapular; boca e mandíbula.
-#7ª a 9ª sessão: repetição da sequência das sessões anteriores;
-*10ª a 12ª sessão: sequência completa de relaxamento.
Inspiração/ Pausa/
Expiração: 3:3:3
segundos
5 repetições
Contração/
Relaxamento:
10:20 segundos -1
repetição de cada
grupo muscular.
Duração:* 11
minutos; # 17
minutos
Imaginação
Paciente sentado com pés e cabeça apoiados e olhos fechados.
Solicitou-se ao paciente para permanecer no estado de relaxamento
(principalmente da mandíbula) e a concentração na imaginação mental das
cenas de sua preferência, guiadas verbalmente pelo terapeuta, como:
- Praia, nuvens, rio, flores, montanhas, floresta, sol.
3 cenas
(1-3 minutos
cada)
Duração: * 3 cenas
de 3 minutos; # 3
cenas de 1 minuto
32
Grupo 4. Tratamento Odontológico pela restauração direta
Os pacientes realizaram tratamento odontológico pela restauração direta, que
consistiu em restauração de guias anteriores (incisais de incisivos e caninos), com
resina fotopolimerizável direta (Figura 5). Foram realizadas duas sessões individuais
de restauração, com intervalo de uma semana e duração de aproximadamente duas
horas cada. Três manutenções foram realizadas 30, 60 e 90 dias após a última
avaliação.[92, 93, 110]
Antes Após
Maciel, 2009[163]
Figura 5 - Antes e após tratamento odontológico pela restauração direta
3.6 Cálculo Amostral
O cálculo do tamanho amostral foi realizado para detectar diferença de dois
pontos entre os grupos na intensidade de dor mensurada pela EVA, com estimativa
de desvio padrão (DP) de dois pontos.[164]
Foram consideradas α=5% e poder
estatístico de 80%, o que resultou em tamanho amostral mínimo de 92 participantes,
23 participantes em cada um dos quatro grupos.
3.7 Análise Estatística
Os dados foram submetidos à análise descritiva. A distribuição dos dados foi
testada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Análise de Variância (ANOVA) de dois
33
fatores para medidas repetidas foi realizada para as análises antes, seis semanas e
dois meses após as intervenções em cada grupo (três intervenções de fisioterapia:
massoterapia e exercícios de alongamento muscular; terapia de relaxamento e
imaginação e massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; e tratamento
odontológico pela restauração direta) e entre os grupos. Foram testados tempo, grupo
e interação (grupo versus tempo), para identificar diferenças entre os três grupos de
intevenção de fisioterapia e o tratamento odontológico em todas as variáveis ao
longo do tempo. Quando necessário, foram realizadas comparações post hoc de
Turkey para múltiplas comparações. Todos os dados foram analisados com os
softwares SigmaStat 3.5 e SigmaPlot 13 (Systat Software Inc., San Jose, California),
SPSS 19 (IBM, Chicago, Illinois). A análise foi baseada nos princípios de intenção de
tratamento. O intervalo de confiança (IC) estabelecido foi de 95% e o nível de
significância, de 5%.
O ganho relativo (GR) obtido em cada uma das três intervenções (i) de
fisioterapia e tratamento odontológico entre as situações antes e após seis semanas; e
antes e após dois meses foi calculado pela equação:
Para as variáveis: dor e sintomas avaliadas pela EVA, os valores de 10% a
20% foram considerados ganhos minimamente importantes; ≥ 30%, moderamente
importantes e ≥ 50%, substancialmente importantes.[165, 166]
Como não há estudos
específicos de ganho mínimo importante para as outras variáveis, considerou-se o
valor de 15%, segundo as diretrizes estabelecidas pelo Painel de Filadélfia no
tratamento de diversas desordens.[167, 168]
100)(
xAntes
DepoisAntesGR
i
iii
34
4. RESULTADOS
A Figura 6 ilustra o fluxograma do estudo. Noventa e seis indivíduos com
bruxismo foram selecionados para participar do estudo.
objet
Figura 6 - Fluxograma do estudo
Um total de 288 sessões em cada uma das três intervenções de fisioterapia e
48 sessões de tratamento odontológico foram realizadas neste estudo. Participantes
alocados no Grupo 1 obtiveram aproveitamento de 93,8% das sessões oferecidas, no
Grupo 2, 94,1% , no Grupo 3, 94,4% e no Grupo 4, 85,4%. Os participantes que não
completaram o protocolo de sessões concordaram em realizar as reavaliações. Não
houveram perdas após seis semanas e dois meses de seguimento.
Avaliados para eligibilidade (n=168)
Excluídos (n=72) -Não atenderam os critérios de inclusão
(n=68)
-Negaram-se a participar (n=4)
-Avaliados após
6 semanas (n=24)
-Avaliados após
2 meses (n=24)
Alocação
Análises
Seguimento
Randomizados (n=96)
Recrutamento
Grupo 2 (n=24 )
Grupo 1 (n=24 )
Grupo 3 (n=24 )
Grupo 4 (n=24 )
-Avaliados após
6 semanas (n=24)
-Avaliados após
2 meses (n=24)
-Avaliados após
6 semanas (n=24)
-Avaliados após
2 meses (n=24)
-Avaliados após
6 semanas (n=24)
-Avaliados após
2 meses (n=24)
Analisados
(n=24 )
Analisados
(n=24 )
Analisados
(n=24 )
Analisados
(n=24 )
35
As características demográficas e clínicas dos participantes estão descritas na
Tabela 1.
Tabela 1 - Características demográficas e clínicas dos participantes na linha de base
Variáveis G1
(n = 24)
G2
(n = 24)
G3
(n = 24)
G4
(n = 24)
Idade (anos) 34,9±9,8 37,8±12,3 40,3±12 38,9±11,1
Peso (kg) 66,9±14,2 73,2±14,9 66,9±12,2 67,5±11,1
Altura (cm) 1,66±0,09 1,68±0,11 1,63±0,09 1,67±0,08
IMC (kg/cm2) 24,2±4,1 25,9±5,6 25,1±3,8 24,1±3,3
Sexo
Feminino 18 (75) 17 (71) 19 (79) 16 (67)
Masculino 6 (25) 7 (29) 5 (21) 8 (33)
Faixa etária (anos)
18-30 13 (54) 9 (38) 6 (25) 5 (21)
31-45 5 (21) 7 (29) 8 (33) 10 (41)
46-60 6 (25) 8 (33) 10 (42) 9 (38)
Estado civil
Solteiro(a) 13 (55) 11 (46) 9 (38) 12 (50)
Casado(a) 8 (33) 10 (42) 11 (46) 11 (46)
Divorciado(a) 3 (12) 3 (12) 4 (16) 1 (4)
Anos de estudo
9–12 7 (29) 13 (54) 9 (38) 8 (33)
> 12 17 (71) 11 (46) 15 (62) 16 (67)
Severidade DTM
Leve (20–45) 6 (25) 5 (21) ----- 2 (8)
Moderada (50–65) 7 (29) 11 (46) 11 (46) 12 (50)
Severa (70–100) 11 (46) 8 (33) 13 (54) 10 (42)
Severidade HP
Leve (3–5) 15 (62) 12 (50) 12 (50) 16 (67)
Moderada (6–10) 9 (38) 12 (50) 12 (50) 8 (33)
Severidade Bruxismo
Moderada (6–10) 12 (50) 7 (29) 6 (25) 6 (25)
Severa (11–15) 12 (50) 17 (71) 18 (75) 18 (75)
Curvatura Cervical
Lordose 5 (21) 6 (25) 5 (21) 7 (29)
Retificação 11 (46) 12 (50) 12 (50) 12 (50)
Hiperlordose 8 (33) 6 (25) 7 (29) 5 (21)
Dor muscular e Sintomas (0-10 cm) Dor muscular (0-10 cm)
Masseter 5,9±2,5 6,1±2,2 6,9±2,3 6±3,1
Temporal Anterior 7±2,6 5,7±2,4 7±2,4 6,1±2,7
ECOM 6,1±2,1 6±2,2 7±2,2 6±2,9
Trapézio Superior 7,9±2,1 6,6±1,9 7,4±1,9 7±2,5
Cefaleia 7,8±2,7 6,8±2,9 7,3±1,9 5,5±2,6
Apertamento D. 8,2±2 7,5±2,2 7,8±2,1 8,4±1,6
Dif. Dormir 6±2,6 6±3 7,2±1,8 5,3±3,8
Limiar de dor D (kg/cm2) Limiar de dor (lado direito) (kg/cm
2)
Masseter 1,1±0,4 1,1±0,5 1,3±0,4 1,1±0,3
Temporal Anterior 1,4±0,4 1,3±0,4 1,4±0,3 1,3±0,3
ECOM 1,4±0,6 1,4±0,6 1,1±0,3 1,4±0,4
Trapézio Superior 1,8±0,9 1,8±0,6 1,5±0,4 1,7±0,6
A. Mandibular (mm) 49,1±5,7 47,1±6,6 46,2±4,8 47±8,7 IMC: índice de massa corporal; DTM: desordem da articulação temporomandibular; HP: hábitos parafuncionais; ECOM: esternocleidomastóideo; D: direito; D.: dentário; Dif.: dificuldade; A.: abertura; G1: grupo massoterapia e exercícios de alongamento muscular; G2: grupo terapia de relaxamento e imaginação; G3: grupo massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; G4: grupo tratamento odontológico. As variáveis contínuas são apresentadas em média ± desvio padrão e as variáveis categóricas em número (percentual).
36
4.1 Análise antes, seis semanas e dois meses após as intervenções
As Tabelas 2 e 3 apresentam os resultados em cada grupo nas situações antes
e seis semanas após as intervenções; e antes e dois meses após, respectivamente; e
seus ganhos relativos.
Após seis semanas, houve melhora em todos os grupos nas variáveis: dor
muscular do temporal anterior e sintoma de apertamento dentário; nos Grupos 1, 2 e
3 na dor muscular do masseter, ECOM e trapézio superior, sintomas de cefaleia e
dificuldade de dormir, estado de ansiedade, estresse, depressão e qualidade de sono;
nos Grupos 2 e 3 no limiar de dor do músculo trapézio superior, traço de ansiedade e
qualidade de saúde bucal e no Grupo 3 no limiar de dor dos músculos masseter,
temporal anterior, ECOM e abertura mandibular (p<0,05).
Após dois meses das intervenções, a melhora estatisticamente significativa
manteve-se em todas as variáveis, exceto no Grupo 4 na dor muscular do temporal
anterior, no Grupo 2 na qualidade de saúde bucal e no Grupo 3 no limiar de dor dos
músculos temporal anterior e ECOM e abertura mandibular (p>0,05).
37
Tabela 2. Média, desvio padrão, ganho relativo e valor de p antes e seis semanas após as intervenções para todas as variáveis
Variáveis G1 (n=24) G2 (n=24) G3 (n=24) G4 (n=24)
Antes 6 semanas GR (%) p Antes 6 semanas GR (%) p Antes 6 semanas GR (%) p Antes 6 semanas GR (%) p
Primárias
Dor muscular e Sintomas (0-10 cm)
Masseter 5,9±2,5 2,5±2 57,6 <0,001* 6,1±2,2 2,3±2 62,3 <0,001* 6,9±2,3 0,3±0,2 95,7 <0,001* 6±3,1 4,9±2,8 18,3 0,172
Temporal Anterior 7±2,6 2,6±2,4 62,9 <0,001* 5,7±2,4 1,8±2 68,4 <0,001* 7±2,4 0,2±0,2 97,1 <0,001* 6,1±2,7 4,3±2,5 29,5 0,026*
ECOM 6,1±2,1 2,4±2 60,7 <0,001* 6±2,2 1,4±1,5 76,7 <0,001* 7±2,2 0,5±0,5 92,9 <0,001* 6±2,9 5,6±3 6,7 0,814
Trapézio Superior 7,9±2,1 3,7±2,8 53,2 <0,001* 6,6±1,9 2,1±2,2 68,2 <0,001* 7,4±1,9 0,4±0,4 94,7 <0,001* 7±2,5 6,6±2,9 5,7 0,677
Cefaleia 7,8±2,7 2,6±2,9 66,7 <0,001* 6,8±2,9 2,1±2 69,1 <0,001* 7,3±1,9 0,4±0,4 96,5 <0,001* 5,5±2,6 4,3±3,1 21,8 0,217
Apertamento D. 8,2±2 3,9±3,1 52,4 <0,001* 7,5±2,2 1,9±1,7 74,7 <0,001* 7,8±2,1 0,8±0,6 89,7 <0,001* 8,4±1,6 6±2,8 28,6 <0,001*
Dif. Dormir 6±2,6 2,7±2,8 55 <0,001* 6±3 2,2±2,1 63,3 <0,001* 7,2±1,8 0,5±0,4 93,1 <0,001* 5,3±3,8 4,5±3,5 15,1 0,472
Limiar de dor D (kg/cm2)
Masseter 1,1±0,4 1,4±0,4 18,9 0,076 1,1±0,5 1,3±0,3 14,5 0,238 1,3±0,4 1,7±0,6 27 <0,001* 1,1±0,3 1,2±0,3 8,3 0,689
Temporal Anterior 1,4±0,4 1,6±0,5 12 0,335 1,3±0,4 1,5±0,4 12,6 0,310 1,4±0,3 1,8±0,5 23,4 0,003* 1,3±0,3 1,3±0,3 0,8 0,975
ECOM 1,4±0,6 1,6±0,4 7,7 0,655 1,4±0,6 1,6±0,5 16,5 0,139 1,1±0,3 1,6±0,5 29,2 0,002* 1,4±0,4 1,6±0,5 14,7 0,321
Trapézio Superior 1,8±0,9 2,1±0,6 12,2 0,420 1,8±0,6 2,4±0,5 26,2 0,005* 1,5±0,4 2,3±0,7 33,9 <0,001* 1,7±0,6 1,9±0,8 10,9 0,811
A. Mandibular (mm) 49,1±5,7 50,9±5,9 3,5 0,599 47,1±6,6 49,1±5,6 4,1 0,524 46,2±4,8 51,2±4,9 9,8 0,019* 47±8,7 47,3±7,5 0,6 0,953
Secundárias
Ansiedade (20–80)
Estado 52,3±9,5 44,9±11,2 14,1 0,038* 51,4±9,8 43,8±10 14,8 0,034* 51,1±9,7 30,6±9,1 40,1 <0,001* 51,2±12,4 51,7±10,3 (0,9) 1,000
Traço 50,4±7,2 45,5±11,5 9,7 0,177 50,9±8,2 42,9±9,9 15,7 0,009* 50,7±7 31,9±10,3 37,1 <0,001* 46±8,9 46,7±9,1 (1,5) 0,990
Estresse (0–40) 25±2,9 19,5±6,2 22 <0,001* 22,6±4,5 17,5±6 22,6 0,003* 23±2,7 13±4,5 43,5 <0,001* 21,2±6,2 23,5±5,7 (10,8) 0,444
Depressão (0–63) 16,7±3,2 9,8±6,2 41,3 <0,001* 16,7±5,7 7,6±5,4 54,5 <0,,01* 15,7±5,2 3,5±1,5 48,4 <0,001* 15,3±8,2 16±6,4 (4,6) 0,961
Saúde bucal (0–56) 22,3±7,7 19±8,8 14,8 0,412 22,3±9,2 15,6±9,8 30 0,022* 25,2±7 7,8±3 69 <0,001* 21,7±10 20,8±10 4,1 0,907
Sono (0-21) 11±2,5 6±3,1 45,5 <0,001* 11±1,9 6,4±3,3 41,8 <0,001* 10,8±2,2 3,5±0,8 67,6 <0,001* 10,2±2,3 10,1±2,7 0,9 0,992
Dados apresentados como média ± desvio padrão e ganho relativo (GR) (%). ECOM: esternocleidomastóideo; D: direito; D.: dentário; Dif.: dificuldade; A.: abertura; p: valor de p; G1: grupo massoterapia e
exercícios de alongamento muscular; G2: grupo terapia de relaxamento e imaginação; G3: grupo massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; G4: grupo tratamento odontológico. *p<0,05
38
Tabela 3. Média, desvio padrão, ganho relativo e valor de p antes e dois meses após as intervenções para todas as variáveis
Variáveis G1 (n=24) G2 (n=24) G3 (n=24) G4 (n=24)
Antes 2 meses GR (%) p Antes 2 meses GR (%) p Antes 2 meses GR (%) p Antes 2 meses GR (%) p
Primárias
Dor muscular e Sintomas (0-10 cm)
Masseter 5,9±2,5 2,7±1,7 54,2 <0,001* 6,1±2,2 2,1±1,9 65,6 <0,001* 6,9±2,3 1,3±0,7 81,2 <0,001* 6±3,1 4,7±2,4 21,7 0,104
Temporal Anterior 7±2,6 2,4±1,8 65,7 <0,001* 5,7±2,4 1,9±2,5 66,7 <0,001* 7±2,4 1±0,7 85,7 <0,001* 6,1±2,7 4,5±2,6 26,2 0,060
ECOM 6,1±2,1 2,9±2,2 52,5 <0,001* 6±2,2 2,6±2,6 56,7 <0,001* 7±2,2 1,2±0,8 82,9 <0,001* 6±2,9 5,1±2,8 15 0,339
Trapézio Superior 7,9±2,1 3,1±2,3 60,8 <0,001* 6,6±1,9 3,1±2,3 53 <0,001* 7,4±1,9 0,9±0,4 87,8 <0,001* 7±2,5 5,9±2,7 15,7 0,190
Cefaleia 7,8±2,7 2,8±2,4 64,1 <0,001* 6,8±2,9 2,1±2,8 69,1 <0,001* 7,3±1,9 1±0,8 86,3 <0,001* 5,5±2,6 4,4±2,9 20 0,225
Apertamento D. 8,2±2 3,2±2,4 60,9 <0,001* 7,5±2,2 3,4±2,6 54,7 <0,001* 7,8±2,1 1,2±0,8 84,6 <0,001* 8,4±1,6 6,2±2,8 26,2 0,004*
Dif. Dormir 6±2,6 2,2±2,1 63,3 <0,001* 6±3 2,6±3 56,7 <0,001* 7,2±1,8 1,3±0,8 81,9 <0,001* 5,3±3,8 4,2±3,1 20,8 0,271
Limiar de dor D (kg/cm2)
Masseter 1,1±0,4 1,2±0,4 9,8 0,546 1,1±0,5 1,3±0,4 13,2 0,319 1,3±0,4 1,6±0,4 20,1 0,022* 1,1±0,3 1,2±0,3 10,5 0,536
Temporal Anterior 1,4±0,4 1,5±0,4 5,4 0,832 1,3±0,4 1,6±0,4 15,4 0,166 1,4±0,3 1,7±0,5 17,5 0,054 1,3±0,3 1,4±0,4 8,5 0,854
ECOM 1,4±0,6 1,6±0,5 11,7 0,348 1,4±0,6 1,7±0,4 16,9 0,117 1,1±0,3 1,5±0,3 21,4 0,065 1,4±0,4 1,5±0,5 6,7 0,913
Trapézio Superior 1,8±0,9 1,9±0,6 5,3 0,875 1,8±0,6 2,3±0,6 22,6 0,027* 1,5±0,4 2,4±0,7 35,8 <0,001* 1,7±0,6 1,8±0,5 4,5 0,998
A. Mandibular (mm) 49,1±5,7 49,9±5,2 1,6 0,889 47,1±6,6 49,5±6,9 4,9 0,406 46,2±4,8 48,8±5.2 5,3 0,343 47±8,7 46,9±7,4 (0,2) 0,997
Secundárias
Ansiedade (20–80)
Estado 52,3±9,5 44,6±10,8 14,7 0,029* 51,4±9,8 43,9±10,7 14,6 0,038* 51,1±9,7 29±9,6 43,2 <0,001* 51,2±12,4 50,4±10,6 1,6 0,947
Traço 50,4±7,2 44,3±10,1 12,1 0,065 50,9±8,2 41,9±10,5 17,7 0,003* 50,7±7 30,1±9,3 40,6 <0,001* 46±8,9 45,1±9,1 1,9 0,779
Estresse (0–40) 25±2,9 18,4±4,3 26,4 <0,001* 22,6±4,5 17±6,5 24,8 <0,001* 23±2,7 11,6±5,6 49,6 <0,001* 21,2±6,2 24,5±5,6 (15,6) 0,158
Depressão (0–63) 16,7±3,2 7,6±4,8 54,5 <0,001* 16,7±5,7 7,8±6,6 53,3 <0,001* 15,7±5,2 1,2±1,1 92,4 <0,001* 15,3±8,2 14,9±8,3 2,6 0,927
Saúde bucal (0–56) 22,3±7,7 18,8±8,1 15,7 0,357 22,3±9,2 17,9±12,1 19,7 0,187 25,2±7 5,9±2,8 76,6 <0,001* 21,7±10 21,7±10,7 0 0,965
Sono (0-21) 11±2,5 6,3±2,5 42,7 <0,001* 11±1,9 6,8±3,9 38,2 <0,001* 10,8±2,2 2±1,9 81,5 <0,001* 10,2±2,3 8,7±2,8 14,7 0,103
Dados apresentados como média ± desvio padrão e ganho relativo (GR) (%). ECOM: esternocleidomastóideo; D: direito; D.: dentário; Dif.: dificuldade; A.: abertura; p: valor de p; G1: grupo massoterapia e
exercícios de alongamento muscular; G2: grupo terapia de relaxamento e imaginação; G3: grupo massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; G4: grupo tratamento odontológico.*p<0,05
39
4.2 Análise entre os grupos
As Tabelas 4 e 5 apresentam os resultados das comparações entre os grupos
seis semanas e dois meses após as intervenções, respectivamente. Houve efeito na
interação grupo versus tempo em todas as variáveis (p<0,05), exceto no limiar de dor
dos músculos masseter, temporal anterior e ECOM (p>0,05). Porém, houve efeito no
tempo no limiar desses músculos (p<0,001) e no grupo no limiar dos músculos
masseter (p=0,008) e temporal anterior (p=0,048), exceto no ECOM (p=0,611).
Após seis semanas, os Grupos 1, 2 e 3 demonstraram melhora em
comparação com o Grupo 4 nas variáveis: dor muscular do masseter [Média da
Diferença=2,3 / 2,7 / 5,5 (IC95%=0,2 a 4,4 / 0,9 a 4,4 / 3,8 a 7,2)], temporal anterior
[Média da Diferença=2,6 / 2,1 / 5 (IC95%=0,5 a 4,7 / 0,1 a 4,1 / 3,2 a 6,7)], ECOM
[Média da Diferença=3,3 / 4,2 / 6,1 (IC95%=1,6 a 4,9 / 2,6 a 5,8 / 4,6 a 7,5)] e
trapézio superior [Média da Diferença=3,8 / 4,1 / 6,6 (IC95%=2,1 a 5,5 / 2,3 a 5,5 /
5,4 a 7,7)], sintomas de cefaleia [Média da Diferença=4 / 3,5 / 5,7 (IC95%=2,2 a 5,8
/ 1,9 a 5,1 / 4,4 a 7)], apertamento dentário [Média da Diferença=1,9 / 3,2 / 4,6
(IC95%=0,2 a 3,6 / 1,8 a 4,6 / 3,3 a 5,9)] e dificuldade de dormir [Média da
Diferença=2,5 / 3 / 5,9 (IC95%=0,9 a 4,1 / 1,4 a 4,6 / 4,7 a 7)], respectivamente.
Com manutenção da melhora por dois meses após intervenções.
Houve melhora nos Grupos 1, 2 e 3 em comparação com o Grupo 4 nas
variáveis: estado de ansiedade [Média da Diferença=7,9 / 8,1 / 21 (IC95%=2,4 a 13,4
/ 3,8 a 12,4 / 14,7 a 27,2)], estresse [Média das Diferença=7,8 / 7,4 / 12,3
(IC95%=4,7 a 10,9 / 4,3 a 10,5 / 9,1 a 15,4)], depressão [Média da Diferença=7,6 /
9,8 / 12,9 (IC95%=4,3 a 10,9 / 6,7 a 12,9 / 9,9 a 15,8)] e qualidade de sono [Média
da Diferença=4,9 / 4,5 / 7,2 (IC95%=3,1 a 6,7 / 2,5 a 6,5 / 5,6 a 8,8)]; entre os
Grupos 2 e 3 e o Grupo 4 no traço de ansiedade[Média da Diferença=8,7 / 19,5
(IC95%=4,8 a 12,6 / 13,9 a 25)] e qualidade de saúde bucal [Média da Diferença=5,8
/ 16,5 (IC95%=1,6 a 9,9 / 12 a 20,9)] e entre os Grupos 3 e 4 no limiar de dor do
músculo trapézio superior [Média da Diferença=0,6 (IC95%=0,1 a 1,1)] e abertura
mandibular [Média da Diferença=4,7 (IC95%=2,3 a 7,1)], após seis semanas. Com
manutenção destas melhoras por dois meses após as intervenções.
40
Tabela 4 – Média, desvio padrão e diferença entre os grupos antes e seis sem anas após as intervenções para todas as variáveis
ECOM: esternocleidomastóideo; D: direito; D.: dentário; Dif.: dificuldade; A.: abertura; DP: desvio padrão; IC95%: intervalo de confiança a 95%; p: valor de p; G1: grupo massoterapia e exercícios de alongamento
muscular; G2: grupo terapia de relaxamento e imaginação; G3: grupo massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; G4: grupo tratamento odontológico.*p<0,05
Variáveis Antes X 6 semanas após
Média não ajustada ± DP Diferença entre os grupos (IC 95%)
G1 (n=24) G2 (n=24) G3 (n=24) G4 (n=24) p G1 - G2 G1 – G4 G2 – G4 G3 – G1 G3 – G2 G3 – G4
Primárias
Dor muscular e Sintomas (0-10 cm)
Masseter 3,4*±3,4 3,8*±2,2 6,6*±2,2 1,1±3,5 p<0,001 (0,4) [-2,1 a 1,3] 2,3* [0,2 a 4,4] 2,7* [0,9 a 4,4] 3,2* [1,5 a 4,8] 2,8* [1,5 a 4] 5,5* [3,8 a 7,2]
Temporal Anterior 4,4*±3,4 3,9*±3,2 6,8*±2,4 1,8*±3,6 p<0,001 0,5 [-1,4 a 2,4] 2,6* [0,5 a 4,7] 2,1* [0,1 a 4,1] 2,4* [0,7 a 4,1] 2,9* [1,3 a 4,5] 5* [3,2 a 6,7]
ECOM 3,7*±2,8 4,6*±2,6 6,5*±2,3 0,4±2,8 p<0,001 (0,9) [-2,5 a 0,7] 3,3* [1,6 a 4,9] 4,2* [2,6 a 5,8] 2,8* [1,3 a 4,2] 1,9* [0,5 a 3,3] 6,1* [4,6 a 7,5]
Trapézio Superior 4,2*±3,2 4,5*±2,5 7*±1,9 0,4±2,2 p<0,001 (0,3) [-1,9 a 1,4] 3,8* [2,1 a 5,5] 4,1* [2,3 a 5,5] 2,8* [1,3 a 4,3] 2,5* [1,2 a 3,7] 6,6* [5,4 a 7,7]
Cefaleia 5,2*±3,1 4,7*±2,7 6,9*±1,7 1,2±2,7 p<0,001 0,5 [-1,4 a 2,4] 4* [2,2 a 5,8] 3,5* [1,9 a 5,1] 1,7* [0,3 a 3,1] 2,2* [0,9 a 3,5] 5,7* [4,4 a 7]
Apertamento D. 4,3*±3,4 5,6*±2,4 7*±2,4 2,4*±2,1 p<0,001 (1,3) [-3 a 0,4] 1,9* [0,2 a 3,6] 3,2* [1,8 a 4,6] 2,7* [0,9 a 4,4] 1.4* [0,1 a 2,7] 4,6* [3,3 a 5,9]
Dif. Dormir 3,3*±3 3,8*±3 6,7*±1,8 0,8±2,2 p<0,001 (0,5) [-2,2 a 1,2] 2,5* [0,9 a 4,1] 3* [1,4 a 4,6] 3,4* [1,9 a 4,8] 2.9* [1,5 a 4,3] 5,9* [4,7 a 7]
Limiar de dor D (kg/cm2)
Masseter 0,3±0,3 0,2±0,3 0,4*±0,6 0,1±0,3 p=0,710 0,1 [-0,1 a 0,3] 0,2 [0 a 0,4] 0,1 [-0,1 a 0,3] 0,1 [-0,2 a 0,4] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0,3 [0 a 0,6]
Temporal Anterior 0,2±0,5 0,2±0,5 0,4*±0,5 0±0,3 p=0,209 0 [-0,3 a 0,3] 0,2 [-0,04 a 0,4] 0,2 [-0,04 a 0,4] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0,4 [0 a 0,6]
ECOM 0,2±0,7 0,2±0,3 0,5*±0,5 0,2±0,6 p=0,231 0 [-0,3 a 0,3] 0 [-0,4 a 0,4] 0 [-0,3 a 0,3] 0,3 [-0,1 a 0,7] 0,3 [0 a 0,5] 0,3 [-0,02 a 0,6]
Trapézio Superior 0,3±1 0,6*±0,6 0,8*±0,9 0,2±0,9 p=0,017 (0,3) [-0,8 a 0,2] 0,1 [-0,5 a 0,7] 0,4 [-0,04 a 0,8] 0,5 [-0,1 a 1,1] 0,2 [-0,2 a 0,6] 0,6* [0,1 a 1,1]
A.Mandibular (mm) 1,8±3,5 2±6,1 5*±4,5 0,3±3,9 p=0,008 (0,2) [-3,1 a 2,7] 1,5 [-0,6 a 3,6] 1,7 [-1,2 a 4,6] 3,2* [0,9 a 5,5] 3 [-0,1 a 6,1] 4,7* [2,3 a 7,1]
Secundárias
Ansiedade (20–80)
Estado 7,4*±10,7 7,6*±7,3 20,5*±13,4 (0,5)±7 p<0,001 (0,2) [-5,5 a 5,1] 7,9* [2,4 a 13,4] 8,1* [3,8 a 12,4] 13,1* [6,1 a 20,1] 12,9* [6,6 a 19,1] 21* [14,7 a 27,2]
Traço 4,9±9,5 8*±6,9 18,8*±12,2 (0,7)±5,9 p<0,001 (3,1) [-7,9 a 1,7] 5,6* [0,8 a 10,4] 8,7* [4,8 a 12,6] 13,9* [7,6 a 20,2] 10,8* [5 a 16,5] 19,5* [13,9 a 25]
Estresse (0–40) 5,5*±5,1 5,1*±5,2 10*±5,7 (2,3)±5,2 p<0,001 0,4 [-2,6 a 3,4] 7,8* [4,7 a 10,9] 7,4* [4,3 a 10,5] 4,5* [1,4 a 7,6] 4,9* [1,7 a 8] 12,3* [9,1 a 15,4]
Depressão (0–63) 6,9*±5,9 9,1*±5,4 12,2*±5,1 (0,7)±4,9 p<0,001 (2,2) [-5,5 a 1,1] 7,6* [4,3 a 10,9] 9,8* [6,7 a 12,9] 5,3* [2,1 a 8,5] 3,1* [0,1 a 6,1] 12,9* [9,9 a 15,8]
Saúde bucal (0–56) 3,3±6,8 6,7*±6,5 17,4*±7,8 0,9±7,4 p<0,001 (3,4) [-7,3 a 0,5] 2,4 [-1,9 a 6,7] 5,8* [1,6 a 9,9] 14,1* [9,8 a 18,3] 10,7* [6,5 a 14,9] 16,5* [12 a 20,9]
Sono (0-21) 5*±2,8 4,6*±3,3 7,3*±2,3 0,1±3,3 p<0,001 0,4 [-1,4 a 2,2] 4,9* [3,1 a 6,7] 4,5* [2,5 a 6,5] 2,3* [0,8 a 3,7] 2,7* [1,1 a 4,3] 7,2* [5,6 a 8,8]
41
Tabela 5 – Média, desvio padrão e diferença entre os grupos antes e dois meses após as intervenções para todas as variáveis
ECOM: esternocleidomastóideo; D: direito; D.: dentário; Dif.: dificuldade; A.: abertura; DP: desvio padrão; IC95%: intervalo de confiança a 95%; p: valor de p; G1: grupo massoterapia e exercícios de alongamento
muscular; G2: grupo terapia de relaxamento e imaginação; G3: grupo massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação; G4: grupo tratamento odontológico.*p<0,05
Variáveis Antes X dois meses após
Média não ajustada ± DP Diferença entre os grupos ([C 95%]
G1(n=24) G2(n=24) G3(n=24) G4(n=24) p G1 - G2 G1 – G4 G2 – G4 G3 – G1 G3 – G2 G3 – G4
Primárias
Dor muscular e Sintomas (0-10 cm)
Masseter 3,2*±3,1 4*±1,9 5,6*±2,4 1,3±2,9 p<0,001 (0,8) [-2,2 a 0,6] 1,9* [0,1 a 3,7] 2,7* [1,2 a 4,2] 2,4* [0,8 a 4] 1,6* [0,3 a 2,8] 4,3* [2,7 a 5,8]
Temporal Anterior 4,6*±3,3 3,8*±3,6 6*±2,5 1,6±2,9 p<0,001 0,8 [-1,2 a 2,8] 3* [1,1 a 4,9] 2,2* [0,2 a 4,2] 1,4 [-0,3 a 3,1] 2,2* [0,4 a 4] 4,4* [2,8 a 5,9]
ECOM 3,2*±2,8 3,4*±1,9 5,8*±2,1 0,9±2,9 p<0,001 (0,2) [-1,6 a 1,2] 2,3* [0,6 a 4] 2,5* [1 a 4] 2,6* [1,2 a 4] 2,4* [1,2 a 3,6] 4,9* [3,4 a 6,3]
Trapézio Superior 4,8*±2,9 3,5*±1,9 6,5*±2 1,1±1,7 p<0,001 1,3 [-0,1 a 2,7] 3,7* [2,2 a 5,2] 2,4* [1,3 a 3,5] 1,7* [0,3 a 3,1] 3* [1,9 a 4,1] 5,4* [4,3 a 6,4]
Cefaleia 5*±3,1 4,7*±3 6,3*±1,9 1,1±2,9 p<0,001 0,3 [-1,5 a 2,1] 3,9* [2,1 a 5,7] 3,6* [1,8 a 5,4] 1,3 [-0,2 a 2,7] 1,6* [0,1 a 3] 5,2* [3,7 a 6,6]
Apertamento D. 5*±2,9 4,1*±2,3 6,6*±2,3 2,2*±2,1 p<0,001 0,9 [-0,6 a 2,4] 2,8* [1,3 a 4,3] 1,9* [0,6 a 3,2] 1,6* [0,1 a 3,1] 2,5* [1,2 a 3,8] 4,4* [2,8 a 5,9]
Dif. Dormir 3,8*±2,5 3,4*±3,2 5,9*±2,2 1,1±3,2 p<0,001 0,4 [-1,3 a 2,1) 2,7* [1 a 4] 2,3* [0,4 a 4,2] 2,1* [0,7 a 3,4] 2,5* [0,9 a 4,1] 4,8* [3,2 a 6,4]
Limiar de dor D (kg/cm2)
Masseter 0,1±0,5 0,2±0,4 0,3*±0,5 0,1±0,3 p=0,710 (0,1) [-0,4 a 0,2] 0 [-0,2 a 0,2] 0,1 [-0,3 a 0,5] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0,1 [-0,2 a 0,4] 0,2 [-0,04 a 0,4]
Temporal Anterior 0,1±0,5 0,3±0,4 0,3±0,4 0,1±0,4 p=0,209 (0,2) [-0,5 a 0,1] 0 [-0,3 a 0,3] 0,2 [-0,03 a 0,4] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0 [-0,2 a 0,2] 0,2 [-0,03 a 0,4]
ECOM 0,2±0,7 0,3±0,5 0,4±0,3 0,1±0,5 p=0,231 (0,1) [-0,5 a 0,3] 0,1 [-0,3 a 0,5] 0,2 [-0,1 a 0,4] 0,2 [-0,1 a 0,5] 0,1 [-0,1 a 0,3] 0,3 [0 a 0,5]
Trapézio Superior 0,1±0,9 0,5*±0,7 0,9*±0,8 0,1±0,7 p=0,017 (0,4) [-0,1 a 0,1] 0 [-0,5 a 0,5] 0,4 [-0,01 a 0,8] 0,8* [0,3 a 1,3] 0,4 [-0,04 a 0,8] 0,8* [0,4 a 1,2]
A.Mandibular (mm) 0,8±3,5 2,4±6,7 2,6±2,3 (0,1)±3,4 p=0,008 (1,6) [-4,7 a 1,5] 0,9 [-1,1 a 2,9] 2,5 [-0,5 a 5,5] 1,8 [0 a 3,5] 0,2 [-2,7 a 3,1] 2,7* [1 a 4,3]
Secundárias
Ansiedade (20–80)
Estado 7,7*±9,7 7,5*±8,2 22,1*±15,2 0,8±6,2 p<0,001 0,2 [-5 a 5] 6,9* [1,9 a 11,9] 6,7* [2,3 a 11,1] 14,4* [7 a 21,8] 14,6* [7,5 a 21,7] 21,3* [14,6 a 28]
Traço 6,1±8,7 9*±7,4 20,6*±12 0,9±4,5 p<0,001 (2,9) [-7,6 a 1,8] 5,2* [0,9 a 9,5] 8,1* [4,4 a 11,9] 14,5* [8,4 a 20,5] 11,6* [5,8 a 17,3] 19,7* [14,4 a 24,9]
Estresse (0–40) 6,6*±3,8 5,6*±4,8 11,4*±6 (3,3)±3,9 p<0,001 1 [-1,5 a 3,5] 9,9* [7,6 a 12,2] 8,9* [6,3 a 11,6] 4,8* [1,9 a 7,7] 5,8* [2,6 a 8,9] 14,7* [11,8 a 17,6]
Depressão (0–63) 9,1*±5,9 8,9*±5,9 14,5*±5,3 0,4±4,7 p<0,001 0,2 [-3,2 a 3,6] 8,7* [5,5 a 11,9] 8,5* [5,3 a 11,7] 5,4* [2,1 a 8,6] 5,6* [2,4 a 8,9] 14,1* [11,2 a 17]
Saúde bucal (0–56) 3,5±6,8 4,4±6,8 19,3*±7,1 0±6,9 p<0,001 (0,9) [-4,9 a 3,1] 3,5 [-0,6 a 7,6] 4,4* [0,3 a 8,5] 15,8* [11,8 a 19,8] 14,9* [10,9 a 18,9] 19,3*[15,2 a 23,3]
Sono (0-21) 4,7*±2,9 4,2*±3,5 8,8*±2,6 1,5±2,9 p<0,001 0,5 [-1,4 a 2,4] 3,2* [1,5 a 4,9] 2,7* [0,8 a 4,7] 4,1* [2,5 a 5,7] 4,6* [2,8 a 6,3] 7,3* [5,7 a 8,9]
42
As Figuras 7 a 24 mostram o efeito dos Grupos 1, 2, 3 e 4 em todas as
variáveis antes (linha de base), após seis semanas e dois meses das intervenções. Os
valores são apresentados em médias.
Nas Figuras 7 a 10, observamos redução da dor muscular do masseter,
temporal anterior, ECOM e trapézio superior após seis semanas e dois meses nos
Grupos 1, 2 e 3 com diferença em comparação com o Grupo 4 (p<0,001; p<0,001;
p<0,001; p<0,001), respectivamente. Houve também melhora da dor muscular do
temporal anterior no Grupo 4 após seis semanas (p=0,026), conforme Figura 8.
Figura 7 - Variável: dor muscular do masseter na linha de base, após seis semanas e
dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 8 - Variável: dor muscular do temporal anterior na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
43
Figura 9 - Variável: dor muscular do esternocleidomastóideo (ECOM) na linha de
base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 10 - Variável: dor muscular do trapézio superior na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Nas Figuras 11 a 13, podemos observar redução dos sintomas de cefaleia,
apertamento dentário e dificuldade de dormir nos Grupos 1, 2 e 3 com diferença em
comparação com o Grupo 4 (p<0,001; p<0,001; p<0,001), respectivamente após seis
semanas e dois meses. A Figura 12 ilustra também melhora no apertamento dentário
no Grupo 4 após seis semanas (p<0,001) e dois meses (p=0,004).
44
Figura 11 - Variável: sintoma de cefaleia na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 12 - Variável: sintoma de apertamento dentário na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
45
Figura 13 - Variável: sintoma de dificuldade de dormir na linha de base, após seis
semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Nas Figuras 14 a 16, observamos aumento do limiar de dor nos músculos
músculos masseter, temporal anterior e ECOM no Grupo 3 após seis semanas
(p<0,001; p=0,003; p=0,002), respectivamente; que manteve-se apenas no músculo
masseter após dois meses (p=0,022), porém sem diferença em comparação com o
Grupo 4 (p=0,710; p=0,209; p=0,231), respectivamente. A Figura 17 demonstra
aumento do limiar no músculo trapézio superior nos Grupos 2 e 3 com diferença
somente entre os Grupos 3 e 4 (p=0,017) após seis semanas e dois meses.
Figura 14 - Variável: limiar de dor no músculo masseter do lado direito (D) na linha
de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
46
Figura 15 - Variável: limiar de dor no músculo temporal anterior do lado direito (D)
na linha de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 16 - Variável: limiar de dor no músculo esternocleidomastóideo (ECOM) do
lado direito (D) na linha de base, após seis semanas e dois meses nos
Grupos:1, 2, 3 e 4
47
Figura 17 - Variável: limiar de dor no músculo trapézio superior do lado direito (D)
na linha de base, após seis semanas e dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
A Figura 18 demonstra aumento na abertura mandibular no Grupo 3 após seis
semanas (p=0,019) que não se manteve dois meses após as intervenções (p=0,343),
apesar da diferença comparada ao Grupo 4 (p<0,001) em ambos os períodos.
Figura 18 - Variável: abertura mandibular na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
48
As Figuras 19 e 20 mostram melhora do estado de ansiedade nos Grupos 1, 2
e 3 e do traço de ansiedade nos Grupos 2 e 3, comparados ao Grupo 4 (p<0,001;
p<0,001), respectivamente após seis semanas e dois meses.
Figura 19 - Variável: estado de ansiedade na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 20 - Variável: traço de ansiedade na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Nas Figuras 21 e 22, podemos notar melhora do estresse e depressão nos
Grupos 1, 2 e 3 com diferença em comparação com o Grupo 4 (p<0,001; p<0,001),
respectivamente após seis semanas e dois meses.
49
Figura 21 - Variável: estresse na linha de base, após seis semanas e dois meses nos
Grupos: 1, 2, 3 e 4
Figura 22 - Variável: depressão na linha de base, após seis semanas e dois meses nos
Grupos: 1, 2, 3 e 4
Na Figura 23, observamos que os Grupos 2 e 3 melhoraram a qualidade de
saúde bucal após seis semanas com diferença em comparação ao Grupo 4 (p<0,001).
No entanto, esta melhora manteve-se somente no Grupo 3 após dois meses
(p<0,001).
50
Figura 23 - Variável: qualidade de saúde bucal na linha de base, após seis semanas e
dois meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
Na Figura 24, podemos observar melhora da qualidade de sono nos Grupos 1,
2 e 3 com diferença em comparação com o Grupo 4 (p<0,001) após seis semanas e
dois meses.
Figura 24 - Variável: qualidade de sono na linha de base, após seis semanas e dois
meses nos Grupos: 1, 2, 3 e 4
51
5. DISCUSSÃO
O presente ensaio clínico randomizado teve como objetivo comparar três
intervenções de fisioterapia (massoterapia e exercícios de alongamento muscular;
terapia de relaxamento e imaginação e massoterapia, exercícios, relaxamento e
imaginação) com o tratamento odontológico (restauração direta) em indivíduos com
bruxismo, primariamente na dor e sintomas, e abertura mandibular e
secundariamente, na ansiedade, estresse, depressão, qualidade de saúde bucal e sono.
As três intervenções de fisioterapia comparadas ao tratamento odontológico
demonstraram redução da dor e sintomas em indivíduos com bruxismo. Melhora
similar ocorreu no estado de ansiedade, estresse, depressão e qualidade de sono.
Além disso, as intervenções de fisioterapia: isolada (terapia de relaxamento e
imaginação) e combinada (massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação)
melhoraram o traço de ansiedade e qualidade de saúde bucal; e a combinada
aumentou o limiar de dor do músculo trapézio superior e abertura mandibular. Estes
resultados foram observados após seis semanas e mantidos após dois meses, porém a
terapia de relaxamento e imaginação; e a massoterapia, exercícios, relaxamento e
imaginação não mantiveram a melhora da qualidade de saúde bucal e aumento da
abertura mandibular, respectivamente após este período de seguimento.
Desta forma, os dados deste estudo foram favoráveis à hipótese inicial de que
os indivíduos com bruxismo submetidos a uma das intervenções de fisioterapia
apresentaria superioridade ao tratamento odontológico na redução da dor muscular e
sintomas, aumento na abertura mandibular, melhora da ansiedade, estresse,
depressão, qualidade de saúde bucal e sono seis semanas e dois meses após as
intervenções.
Conforme demonstrado no presente estudo todas as intervenções de
fisioterapia, de formas isoladas ou combinada, contribuiram para a melhora da dor
nos músculos masseter, temporal anterior, ECOM e trapézio superior e sintomas de
cefaleia, apertamento dentário e dificuldade de dormir em comparação com o
tratamento odontológico. Além disso, o aumento no limiar de dor no músculo
trapézio superior pela intervenção fisioterapêutica combinada observado neste
52
estudo, reflete provável diminuição da excitabilidade nociceptiva no ponto-gatilho de
maior tensão neste músculo que pode ser atribuída não só ao foco nas fibras dos
músculos mastigatórios e cervicais, mas também na natureza psicossocial da dor.[4, 52,
66-71]
Similarmente a estes achados, outras modalidades utilizadas na fisioterapia,
como BFD por EMG, TCC, MART, acupuntura, exercícios mandibulares combinados
com TCC, exercícios para o músculo bucinador com o uso de um exercitador facial e
massoterapia combinada com a placa oclusal são possivelmente benéficas na redução
da dor, inclusive da TENS e MENS também no aumento do limiar de dor muscular
relacionado ao bruxismo.[22, 45, 63, 73, 89, 100, 103, 104, 108, 109]
Além disso, estudos
demonstram que o BFD por EMG de forma geral, parece controlar o bruxismo do
sono e/ou vigília e ser superior ao tratamento odontológico pela placa oclusal.[22, 87, 90,
95, 96, 102] Em contrapartida, outros estudos não sugerem melhora do BFD por EMG na
intensidade e limiar de dor,[72, 97, 98, 101]
bem como da TENS, massoterapia e placa
isoladas na dor em indivíduos com bruxismo.[54, 89]
A melhora no estado de ansiedade, estresse, disforia e má qualidade ou
distúrbio do sono pelas três intervenções de fisioterapia, bem como no traço de
ansiedade pela terapia de relaxamento e imaginação; e massoterapia, exercícios,
relaxamento e imaginação em comparação com o tratamento odontológico em
indivíduos com bruxismo observada neste estudo, está em concordância com estudos
baseados na TCC que indicam redução da ansiedade, estresse e sintomas de
depressão.[41, 45]
No entanto, outros estudos não sugerem melhora do BFD por EMG
na depressão e sono,[98, 99, 101]
e nem da TCC baseada no RMP e higiene do sono no
bruxismo do sono.[107]
Os achados do presente estudo podem ser explicados parcialmente pelo
contraste entre as modalidades, regimes e duração das intervenções de fisioterapia e
tratamento odontológico, porém visto que não há tratamento que elimine o bruxismo,
o planejamento baseou-se nas opções conservadoras, reversíveis, utilizadas,
mencionadas na literatura e compatíveis com as possíveis necessidades de indivíduos
com dor e bruxismo. A ausência de tratamento superior a outro e o foco na dor e
sintomas, e limitação de abertura mandibular, bem como na ansiedade, estresse,
53
depressão, alteração na qualidade de saúde bucal e sono associados ao bruxismo,
influenciaram a escolha das modalidades empregadas.[4, 7, 29, 51, 86, 88, 91]
O efeito superior das três intervenções de fisioterapia comparadas ao
tratamento odontológico no bruxismo pode ser atribuído às características inerentes
destas modalidades. Enquanto a massoterapia e exercícios de alongamento muscular
constituem recursos importantes, principalmente devido às propriedades fisiológicas
como, aumento da circulação sanguínea, com consequente promoção de relaxamento
muscular;[50, 53, 89, 115, 116, 131, 169-173]
a terapia de relaxamento e imaginação, uma
modalidade associada à abordagem cognitivo-comportamental baseia-se na aplicação
de procedimentos, como a aprendizagem de diferenciação entre tensão e relaxamento
muscular.[63, 107, 120-122]
Além disso, a realização do treino de respiração diafragmática parece ser
outra explicação razoável para a melhora superior das três intervenções de
fisioterapia comparadas ao tratamento odontológico. Este treino pode ter contribuído
para a diminuição dos efeitos negativos localizados em músculos mastigatórios e
cervicais; e generalizados, como tensão no corpo e mente geralmente associados a
um padrão respiratório inadequado em indivíduos com bruxismo, conforme outros
estudos descritos na literatura.[41,50, 53, 63, 100, 104, 115, 116, 120, 131]
Adicionalmente, o papel que o fisioterapeuta exerceu em não somente
solicitar a realização de exercícios, mas também de promover parceria, permitiram
um atendimento personalizado, criação de vínculos e motivação na busca de metas
terapêuticas.[131]
De fato, a melhora superior das três intervenções de fisioterapia,
manteve-se, de forma geral, satisfatória após dois meses, mesmo sem tratamento ou
orientação fornecidos durante este período. Neste sentido, correlação positiva entre
relação terapeuta-paciente e efeito de intervenções fisioterapêuticas em indíviduos
com desordens musculoesqueléticas dolorosas, sugere que quanto maior o vínculo,
melhores são os resultados.[174]
É importante destacar que a terapia de relaxamento e imaginação; e a
massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação realizadas neste estudo podem
ter auxiliado os indivíduos com bruxismo a lidar melhor com o traço de ansiedade
pelo reconhecimento da tensão e relaxamento muscular por meio do processo
cognitivo advindo do RMP e distração e atenção focada em imagens agradáveis.
54
Sobre isto, estudos apontam que a terapia de relaxamento e imaginação pode
contribuir para o bloqueio de transmissão de estímulos nociceptivos e diminuir a
intensidade da dor decorrente do bruxismo, reduzindo a propensão à ansiedade.[100,
121, 175]
Parece razoável que o aumento no limiar de dor dos músculos masseter,
temporal anterior e ECOM pela massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação,
apesar da não diferença em comparação com o tratamento odontológico; inclusive na
abertura mandibular, possam estar associados à melhora da qualidade de saúde bucal
nos indivíduos com bruxismo que realizaram esta intervenção de fisioterapia neste
estudo, visto que a dor física é uma das subscalas do OHIP-14, instrumento
amplamente utilizado para avaliar como os problemas bucais interferem na vida
diária.[10-12, 57, 75, 77]
Em concordância com estes achados, alguns estudos demonstram aumento na
abertura mandibular com a TCC, em três milímetros com a MART, mas não com a
TENS e melhora da mobilidade mandibular pela TCC combinada com exercícios no
tratamento do bruxismo.[45, 63, 104]
Porém, outros estudos não evidenciam esta melhora
com recursos como, BFD por EMG e TENS.[54, 98, 101]
Além disso, estudos baseados
no uso do BFD por EMG no bruximo do sono que utilizaram a versão original do
OHIP mostram melhora significante, ou não na qualidade de saúde bucal.[98, 101]
Neste sentido, apesar de um dos sinais que aparece comumente no bruxismo
seja a limitação da abertura mandibular,[45, 54, 55, 63]
outros estudos demonstram
valores basais similares aos observados neste estudo.[4, 59, 63, 89, 170]
É possível que a
DTM de origem miogênica encontrada em todos os indivíduos com bruxismo
incluídos neste estudo, mesmo com severidade moderada a severa na maioria deles,
corresponda ao grupo Ia do RDC/TMD eixo I que a caracteriza como DTM
miogênica sem limitação da abertura mandibular.[57, 62, 129, 130]
Outro ponto importante é que, embora os indivíduos deste estudo tenham
apresentado severidade de bruxismo moderada a severa, hábitos parafuncionais leve
a moderada e má qualidade de saúde bucal antes do início das intervenções, estudo
indica que maior impacto negativo na qualidade de vida relacionada às condições de
saúde bucal, possivelmente são encontrados em indivíduos idosos, com baixa
escolaridade, perda de elementos dentários e/ou prótese removível ou total, em
55
contraste com os deste estudo, que possuiam menos de duas falhas dentárias, idade
inferior a 60 anos, não utilizavam próteses e a maioria, possuia alta escolaridade.[76]
Porém, ressalta-se que, dentre as três intervenções de fisioterapia, a
potencialização dos resultados apresentados neste estudo pela massoterapia,
exercícios, relaxamento e imaginação comparada ao tratamento odontológico em
indivíduos com bruxismo, pode ter ocorrido pelo foco no modelo de abordagem
biopsicossocial.[10-12, 63, 104]
É possível que o efeito da combinação simultânea das
duas intervenções de fisioterapia com ênfase nos aspectos físicos e psicossociais
possam ter sido somados e otimizados[10-12, 63, 104]
na redução ou alívio da dor e
sintomas, melhora do estado e traço de ansiedade, estresse, disforia e distúrbio do
sono, inclusive ter contribuído para o aumento do limiar de dor do músculo trapézio
superior, abertura mandibular e qualidade de saúde bucal, mantidos por dois meses
após intervenção, exceto na abertura mandibular.
Neste contexto, estudos encorajam a utilização do modelo biopsicossocial de
saúde na dor e bruxismo pelos fisioterapeutas, pela integração de aspectos físicos e
cognitivos-comportamentais nas suas intervenções.[63, 104, 113, 114]
A participação ativa
resultante da massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação, baseada no
processo cognitivo exigido durante a intervenção, possivelmente desempenhou papel
importante na conscientização e aprendizagem do controle e redução da tensão
muscular local e generalizada, promovendo efeitos aditivos,[50, 53, 63, 100, 104, 115, 116, 120,
131] como demonstrado neste estudo.
Similarmente à intervenção de fisioterapia combinada deste estudo, o MART,
um treinamento de relaxamento e conscientização muscular baseado em exercícios,
inclusive de alongamento muscular, que envolvem diversos grupos musculares,
como o do pescoço e olhos e imaginação, apresenta eficácia superior à TENS em
indivíduos com bruxismo.[63]
Outro estudo também indica melhora superior de
exercícios mandibulares combinados com TCC comparados aos exercícios e TCC
isolados no bruxismo da vigília.[104]
Da mesma forma que a melhora na postura anteriorizada da cabeça de
crianças com bruxismo é demonstrada em estudo baseado na conscientização
postural,[82]
é possível que a melhora na retificação da coluna cervical observada na
maioria dos indivíduos do presente estudo fosse observada pelas intervenções de
56
fisioterapia, principalmente a massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação,
devido à diminuição de dor muscular cervical, bem como aumento do limiar de dor
no músculo trapézio superior, embora não avaliada.
É importante mencionar que, apesar dos dados deste estudo corresponderem
ao período de seguimento a curto prazo, todos os indivíduos receberam uma cartilha
de caráter educativo após dois meses do término das intervenções, com orientações
para manutenção dos resultados e facilitação da adoção de comportamentos,
inclusive controle de hábitos parafuncionais,[13, 53, 105]
o que possivelmente pode ter
ocorrido com as intervenções de fisioterapia, em especial com a combinada. Porém,
efeitos a médio e longo prazos não foram avaliados no presente estudo.
Apesar da superioridade e diferença entre as três intervenções de fisioterapia
e o tratamento odontológico, a restauração direta de superfícies anteriores incisais e
caninos desgastadas com resina composta em indivíduos com bruxismo também
diminuiu a dor do músculo temporal anterior após seis semanas, e o sintoma de
apertamento dentário após seis semanas e dois meses, neste estudo.
Desta forma, o tratamento odontológico pode ter contribuído para possíveis
mudanças na atividade muscular e consequente redução nas manifestações clínicas
do bruxismo.[92, 93, 110]
Outra explicação razoável para este resultado é a possibilidade
do tratamento odontológico, assim como das três intervenções de fisioterapia,
auxiliarem no processo de conscientização do indivíduo induzindo-o a prestar maior
atenção à região muscular mastigatória, inclusive na posição de repouso da
mandíbula.[87, 131, 169]
Este processo possivelmente, iniciou-se na anamnese com a
identificação de músculos associados ao bruxismo e na avaliação da intensidade de
dor nestes músculos e sintomas, como apertamento dentário e de situações
relacionadas ao hábito de apertar e/ou ranger os dentes.[13, 53]
Além disso,
informações similares sobre o bruxismo fornecidas a todos os indivíduos antes do
início das intervenções, e o fato de estarem sob cuidado de profissional da saúde,
podem ter contribuído para este processo e melhora.[87, 131, 169]
Sendo assim, parece provável que a associação de intervenções de
fisioterapia, como a massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação, ao
tratamento odontógico no bruxismo contribua para a manutenção e superposição de
ganhos particulares observados neste estudo, inclusive de outros aspectos
57
relacionados à integridade morfológica, funcional e estética dos elementos dentários
desgastados pela restauração direta. Porém, variáveis relacionadas não foram
incluídas neste estudo.
Neste sentido, grande número de profissionais da área da saúde, como
odontólogos e fisioterapeutas,[89, 91, 176, 177]
reconhecem a importância da abordagem
terapêutica interdisciplinar com a associação simultânea ou não de intervenções de
fisioterapia ao tratamento odontológico no bruxismo, principalmente pelo fato de que
indivíduos sob cuidado de ambas as áreas, podem ter maiores chances de obter
melhores resultados. Sobre isto, observa-se alívio de sintomas dolorosos em
aproximadamente 85% de indivíduos com DTM após tratamento interdisciplinar
realizado por estes profissionais.[178]
Distintamente dos escassos estudos sobre intervenções de fisioterapia
comparadas, ou não ao tratamento odontológico no bruxismo, com falta de
homogeneidade entre os desenhos, pobre qualidade e transparência metodológica,
dados conflitantes, e portanto, inconsistentes;[22, 41, 45, 54, 63, 72, 73, 82, 87, 89, 95-104, 107-109]
o
presente ensaio clínico apresentou descrição do tipo de bruxismo incluído (vígilia e
sono), avaliou simultaneamente variáveis relacionadas à natureza psicossocial e
manifestações clínicas do bruxismo, como dor e sintomas, abertura mandibular,
ansiedade, estresse, depressão, qualidade de saúde bucal e sono e envolveu pontos
fortes, como: processos adequados de randomização, alocação sigilosa, similaridade
na linha de base, cegamento do avaliador, análise completa das medidas de
resultados e baseada nos princípios de intenção de tratamento. Além disso, abrangeu
cálculo do tamanho amostral prévio, descrição de variáveis primárias e secundárias,
período de seguimento, registro e protocolo publicado com descrição dos
procedimentos de avaliação e tratamento.
Outro ponto favorável deste estudo foi a iniciativa de indivíduos em procurar
tratamento para a dor e bruxismo, fato este que representa a população em estudo.
Houve também boa aderência.
58
5.1 Implicações clínicas
A alta prevalência, natureza multifatorial do bruxismo e suas inúmeras
consequências não restritas aos problemas dentários e no sistema estomatognático,[7,
88] mas que abrangem também, conforme demonstrou este estudo, intensidade
moderada a severa de dor muscular do masseter, temporal anterior, ECOM e trapézio
superior e sintomas de cefaleia, apertamento dentário e dificuldade de dormir, baixo
limiar de dor nestes músculos mastigatórios e cervicais, elevado estado e moderado a
elevado traço de ansiedade, maior percepção de estresse, disforia, má qualidade ou
distúrbio do sono e pobre qualidade de saúde bucal, podem estar associados ao
aumento na busca por tratamentos para o bruxismo, o que indica a necessidade de
serviços de saúde focados em abordagens terapêuticas interdisciplinares,
conservadoras, diferenciadas e estratégicas, como intervenções fisioterapêuticas com
foco no modelo biopsicossocial associadas a tratamentos odontológicos, com
objetivos de prevenir e/ou controlar o bruxismo e suas manifestações clínicas. [4, 57, 63,
88, 91, 93, 104]
O efeito superior das intervenções de fisioterapia, principalmente da
massoterapia, exercícios, relaxamento e imaginação comparada ao tratamento
odontológico pela restauração direta observada neste ensaio clínico randomizado,
implica na sua recomendação na redução da dor e sintomas, aumento do limiar de
dor e abertura mandibular, bem como na melhora da ansiedade, estresse, depressão,
qualidade de saúde bucal e sono em indivíduos com bruxismo.
Portanto, este estudo pode contribuir de forma precursora para a consolidação
da abordagem da fisioterapia com foco no modelo biopsicossocial no tratamento da
dor e bruxismo e direcionar alterações de paradigmas de profissionais da área da
saúde, como odontólogos e fisioterapeutas que lidam com individuos com bruxismo.
Além disso, o presente estudo pode facilitar a tomada de decisão clínica baseada em
evidências, conjugada às preferências e valores dos indivíduos com bruxismo, bem
como habilidades e conhecimentos dos profissionais da área da saúde.
59
5.2 Limitações
A principal limitação deste estudo foi que o terapeuta e pacientes não foram
cegos quanto à alocação dos grupos. Desta forma, o fisioterapeuta e odontológo
tiveram conhecimento do tipo de intervenção ou tratamento proposto e os indivíduos
com bruxismo souberam em qual grupo foram alocados. No entanto, devido à
natureza das intervenções e tratamento, não foi possível realizar estes cegamentos.
60
6. CONCLUSÃO
Os dados sugerem que as três intervenções de fisioterapia comparadas a
tratamento odontológico reduzem a dor e sintomas e indicam melhora da ansiedade,
estresse, depressão e qualidade de sono em indivíduos com bruxismo.
Além disso, os resultados apontam que as intervenções de fisioterapia:
isolada (terapia de relaxamento e imaginação) e combinada (massoterapia,
exercícios, relaxamento e imaginação) quando comparadas a tratamento
odontológico melhoram a qualidade de saúde bucal; e somente a combinada aumenta
o limiar de dor no músculo trapézio superior e abertura mandibular em indivíduos
com bruxismo.
61
7. ANEXOS
Anexo A
62
Anexo B
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
NOME:................................................................................................................................
RG nº : ..................................................................... SEXO : Masculino □ Feminino □
DATA DE NASCIMENTO: ......../......../......
ENDEREÇO ................................................................................................ Nº ................
BAIRRO:..............................................................................CIDADE:...............................
CEP:........................................TELEFONES: (.......) ......................................................
TÍTULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA
Efeito de três intervenções de fisioterapia comparadas a tratamento odontológico em
indivíduos com bruxismo: um ensaio clínico randomizado
Acredito ter sido suficientemente informado (a) e esclarecido (a) sobre os
objetivos e os procedimentos a serem realizados neste estudo: “Efeito de três
intervenções de fisioterapia comparadas a tratamento odontológico em
indivíduos com bruxismo: um ensaio clínico randomizado”.
Estou ciente de que todos os dados e informações concedidos por mim serão
totalmente sigilosos, não sendo revelada, de forma alguma, a minha identificação.
Estou ciente também que não sou obrigado (a) a participar deste estudo,
podendo desistir a qualquer momento, antes ou durante o mesmo, sem penalidades,
prejuízos ou perdas de qualquer benefício que eu possa ter adquirido.
Concordo voluntariamente em participar deste estudo, ficando claro que a
minha participação é isenta de despesas e que tenho a garantia de esclarecimentos
permanentes.
___________________________________
Assinatura do(a) participante
____________________________________
Assinatura da pesquisadora
DATA: ____/____/______.
Responsável pela pesquisa: Amélia Pasqual Marques – Rua Cipotânia, 51 – Cidade Universitária.
Telefone: (11) 30917451.
Pesquisadora: Cinthia Santos Miotto de Amorim – Rua Cipotânia, 51 – Cidade Universitária.
Telefone: (11) 30917451.
63
Anexo C
FICHA DE AVALIAÇÃO DE FISIOTERAPIA: BRUXISMO
DATA:____/____/____ Nº______
1. Dados do(a) paciente:
Nome Completo:____________________________________________________________________
Sexo: Feminino ( ) Masculino ( ) Data de nascimento:______/____/_____ Idade:__anos
Peso__kg. Altura___cm. IMC:____kg/m2. Raça: Branca( ) Parda( ) Negra( ) Asiática( ) Indígena( )
Anos de estudo: 0 a 8 ( ) 9 a 12 ( ) Superior Completo ( )
Estado civil: solteiro(a) ( ) casado(a) ( ) divorciado(a) ( ). Filhos: não( ) sim( )Quantos?___
Profissão/ Ocupação Atual:__________________________Anterior:__________________________
Endereço:__________________________________________________________________________
Bairro:____________________________________________________CEP:_____________ -______
Cidade:________________________________________Estado:_____________________________
Telefone: residencial(__)_______________celular(__)_______________outro:(__)______________
E-mail:____________________________________________________________________________ 2. Dados clínicos – Severidade do Bruxismo e Hábitos Parafuncionais (Molina):
1. Os dentes apresentam desgastes anormais? Sim ( ) Não ( )
2. Alguém já relatou que ouve os ruídos do seu ranger dos dentes durante o sono? Sim ( ) Não ( )
3. Você se pega apertando os dentes durante o dia? Sim ( ) Não ( )
4. Sente tensão ou rigidez na face durante o dia? Sim ( ) Não ( )
5. Sente cansaço na face ao acordar? Sim ( ) Não ( )
6. Você se pega apertando ou rangendo os dentes durante o sono? Sim ( ) Não ( )
7. Apresenta hipertrofia do músculo masseter? Sim ( ) Não ( )
8. Sente fadiga e/ou tensão no músculo masseter ao acordar? Sim ( ) Não ( )
9. Sente cansaço na face durante o dia? Sim ( ) Não ( )
10. Sente os maxilars travados ao acordar? Sim ( ) Não ( )
11. Acorda com dor na região da coluna cervical e cabeça ao acordar? Sim ( ) Não ( )
12. Acorda com dor no músculo masseter e/ou temporal anterior? Sim ( ) Não ( )
13. Acorda como se não tivesse dormido? Sim ( ) Não ( )
14. Tem a sensão de dor ou desconforto nos dentes ao acordar? Sim ( ) Não ( )
15. Você nota quebrra de restaurações? Sim ( ) Não ( )
RESULTADO:_______________________________________________________________________________________
64
1- Mascar goma;
2- Morder a língua;
3- Morder a bochecha;
4- Morder os lábios;
5- Falar excessivamente;
6- Comer doces (balas) duras;
7- Beber álcool;
8- Beber café ou substâncias à base de cafeína;
9- Fumar; Fumante: Maços/dia:____ Anos:____/ Não Fumante: Parou há ( ) mais de 1 ano ( ) menos de 1 ano.
10- Colocar objetos na boca;
11- Roer unha;
12- Mastigar unilateralmente;
13- Projetar a mandíbula para frente e/ou lateralmente; e
14- Tocar instrumento musical (que requer o uso de músculos mastigatórios).Qual (is)?_________ RESULTADO:__________________________________________________________________________
__________________________ 3. História: Nos últimos seis meses, com que freqüência você sente:
1 (nunca)- 2 (raramente)- 3 (às vezes)- 4 (frequentemente)- 5 (sempre)* Distúrbios afetivos: 1. Irritabilidade .....................................................................................................1 2 3 4 5 2.Fraqueza / Fadiga ..............................................................................................1 2 3 4 5 3. Preocupação com a própria saúde ....................................................................1 2 3 4 5 4. Disfunção sexual ..............................................................................................1 2 3 4 5 Distúrbios do sono: 1. Sonolência ........................................................................................................1 2 3 4 5
2. Cansaço após sono normal ...............................................................................1 2 3 4 5 3. Insônia inicial ...................................................................................................1 2 3 4 5 4. Insônia média ...................................................................................................1 2 3 4 5 5. Pesadelos ..........................................................................................................1 2 3 4 5 Sintomas somáticos: 1. Dificuldade respiratória ....................................................................................1 2 3 4 5 2. Palpitações .......................................................................................................1 2 3 4 5 3. Náuseas ............................................................................................................1 2 3 4 5 4. Tremor das mãos ..............................................................................................1 2 3 4 5 5. Dor de estômago ..............................................................................................1 2 3 4 5 6. Intestino solto ...................................................................................................1 2 3 4 5 7. Cólon irritado ...................................................................................................1 2 3 4 5 8. Sudorese ...........................................................................................................1 2 3 4 5 Sintomas dolorosos: 1. Dor de cabeça ...................................................................................................1 2 3 4 5 2. Dor no pescoço .................................................................................................1 2 3 4 5 3. Dor nas costas ..................................................................................................1 2 3 4 5 4. Dor que afeta o trabalho ...................................................................................1 2 3 4 5 5. Dor nos olhos ...................................................................................................1 2 3 4 5 6. Dor nas mandíbulas ..........................................................................................1 2 3 4 5 7. Dor e sensibilidade nos dente ...........................................................................1 2 3 4 5 8. Dor de ouvido ...................................................................................................1 2 3 4 5 Outros sintomas : 1. Dificuldade de morder ......................................................................................1 2 3 4 5 2. Dificuldade em encaixar os dentes com boca fechada .....................................1 2 3 4 5
3. Dificuldade na movimentação da mandíbula ...................................................1 2 3 4 5 4. Dificuldade na abertura da boca .......................................................................1 2 3 4 5
5. Travamento mandibular ...................................................................................1 2 3 4 5 6. Estalidos na ATM ............................................................................................1 2 3 4 5 7. Fadiga muscular mastigatória ...........................................................................1 2 3 4 5 8. Dificuldade em ouvir ........................................................................................1 2 3 4 5 *Escala do tipo Likert de cinco pontos (1 a 5). A frequência dos sintomas é dos últimos seis meses. O total de pontos para cada
sintoma pode variar de 1 a 5 para um avaliador. Pontuação total maior que a média de 3.4: bruxismo freqüente e pontuação
igual ou menor que 3.4: bruxismo não freqüente (Ahlberg et al., 2004).
Tempo de dor:__________
65
Local da dor muscular em ordem decrescente de intensidade: mastigatórios ( ) cervical ( ) cabeça ( ).
Período do dia em que a dor é mais intensa: manhã ( ) tarde ( ) noite ( ).
Fatores de melhora:_____________________________piora:________________________________.
Possui membro da família com bruxismo? não( ) sim( ). Quantos?____.
Fator desencadeante do bruxismo: emocional ( ) físico( ). Especifique uma situação:____________.
Possui refluxo gastroesofágico ( ) síndrome da apnéia do sono ( ) sinusite ( ) rinite alérgica ( )
alergias ( ).
Nos últimos seis meses, respira pela boca ( ) ou nariz ( ).
Postura de dormir: decubito dorsal( ) decúbito ventral( ) decúbito lateral( ) mista( ).
Postura laboral: sentada ( ) em pé ( ) mista ( ).
Atividade Física: não ( ) sim ( ).
Qual(is):_________________________________Frequência:____ / semana
Uso de medicamentos? não ( ) sim( ). Qual(is)?_________________________________________
Tratamentos já realizados? ____________________________________________________________
Escala Visual Analógica (EVA) – Marque um traço nas linhas abaixo que indique a intensidade dos
sintomas:
Dor muscular masseter
________________________________________________
sem dor pior dor imaginável
Dor muscular temporal anterior
________________________________________________
sem dor pior dor imaginável
Dor muscular esternocleidomastoideo
________________________________________________
sem dor pior dor imaginável
Dor muscular trapézio
________________________________________________
sem dor pior dor imaginável
Cefaleia
________________________________________________
sem dor pior dor imaginável
Apertamento dos dentes
________________________________________________
ausência máximo
Dificuldade de dormir
________________________________________________
nenhuma muita
5. Amplitude de abertura da mandíbula: ________mm
6. Dolorimetria nos pontos-gatilho:
Trapézio superior: direito_____ esquerdo_____ / Esternocleidomastóideo: direito____esquerdo____
Masseter: direito______ esquerdo______ / Temporal anterior: direito______ esquerdo______
66
Anexo D
ÍNDICE ANAMNÉSICO DE FONSECA (1994)
Data: ____/____/____
Nome:_______________________________________________________________________________
1- Sente dificuldade para abrir bem a boca?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
2- Você sente dificuldade para movimentar a mandíbula para os lados?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
3- Tem cansaço/dor muscular quando mastiga?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
4- Sente dores de cabeça com freqüência?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
5- Sente dor na nuca ou torcicolo?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
6- Tem dor no ouvido ou nas articulações temporomandibulares?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
7- Já notou se tem ruídos nas ATMs quando mastiga ou quando abre a boca?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
8- Você já observou se tem algum hábito como apertar ou ranger os dentes?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
9- Sente que seus dentes não articulam bem?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
10-Você se considera uma pessoa tensa (nervosa)?
__ (0) Não __ (5) Ás vezes __ (10) Sim
RESULTADO:___________________________________________________________
67
Anexo E
INVENTÁRIO DE ANSIEDADE A-ESTADO
Data: _____ / _____ / _____
Nome: _______________________________________________________________________________
Leia cada pergunta e faça um “x” no número à direita que melhor indicar como você se sente.
Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de
como você se sente agora, nesta fase da vida.
NÃO
UM POUCO
BASTANTE
TOTALMENTE
1
2
3
4
AGORA, NESTA FASE DA MINHA VIDA... CONCORDO
1 Sinto-me calmo 1 2 3 4
2 Sinto-me seguro 1 2 3 4
3 Estou tenso 1 2 3 4
4 Estou arrependido 1 2 3 4
5 Sinto-me à vontade 1 2 3 4
6 Sinto-me perturbado 1 2 3 4
7 Estou preocupado com possíveis infortúnios 1 2 3 4
8 Sinto-me descansado 1 2 3 4
9 Sinto-me ansioso 1 2 3 4
10 Sinto-me “em casa” 1 2 3 4
11 Sinto-me confiante 1 2 3 4
12 Sinto-me nervoso 1 2 3 4
13 Estou agitado 1 2 3 4
14 Sinto-me “uma pilha de nervos” 1 2 3 4
15 Estou descontraído 1 2 3 4
16 Sinto-me satisfeito 1 2 3 4
17 Estou preocupado 1 2 3 4
18 Sinto-me superexcitado e confuso 1 2 3 4
19 Sinto-me alegre 1 2 3 4
20 Sinto-me bem 1 2 3 4
Observação: para a obtenção do resultado, faz-se a somatória dos escores para cada item do teste. O
escore dos itens de ansiedade presente (3, 4, 6, 7, 9, 12, 13, 14, 17, 18) é o mesmo dos números colocados
no teste. O escore para os itens de ansiedade ausente (1, 2, 5, 8, 10, 11, 15, 16, 19, 20) é invertido
RESULTADO:_______________________________________________________________________
68
INVENTÁRIO DE ANSIEDADE A-TRAÇO
Leia cada pergunta e faça um “x” no número à direita que melhor indicar como você se sente.
Não gaste muito tempo numa única afirmação, mas tente dar a resposta que mais se aproximar de
como você se sente geralmente.
QUASE NUNCA
ÀS VEZES
FREQUENTEMENTE
QUASE SEMPRE
1
2
3
4
GERALMENTE... CONCORDO
21 Sinto-me bem 1 2 3 4
22 Canso-me facilmente 1 2 3 4
23 Tenho vontade de chorar 1 2 3 4
24 Gostaria de poder ser tão feliz quanto os outros parecem ser 1 2 3 4
25 Perco oportunidades porque não consigo tomar decisões rapidamente 1 2 3 4
26 Sinto-me descansado 1 2 3 4
27 Sou calmo, ponderado e “senhor de mim mesmo” 1 2 3 4
28 Sinto que as dificuldades estão se acumulando de tal forma que não consigo
resolver
1 2 3 4
29 Preocupo-me demais com coisas sem importância 1 2 3 4
30 Sou feliz 1 2 3 4
31 Deixo-me afetar muito pelas coisas 1 2 3 4
32 Não tenho muita confiança em mim mesmo 1 2 3 4
33 Sinto-me seguro 1 2 3 4
34 Evito ter que enfrentar crises ou problemas 1 2 3 4
35 Sinto-me deprimido 1 2 3 4
36 Estou satisfeito 1 2 3 4
37 Às vezes, idéias sem importância entram na cabeça e ficam me perturbando 1 2 3 4
38 Levo os desapontamentos tão a sério que não consigo tirá-los da cabeça 1 2 3 4
39 Sou uma pessoa estável 1 2 3 4
40 Fico tenso e perturbado quando penso em meu problemas do momento 1 2 3 4
Observação: para a obtenção do resultado, faz-se a somatória dos escores para cada item do teste. O
escore dos itens de ansiedade presente (22, 23, 24, 25, 28, 29, 31, 32, 34, 35, 37, 38, 40) é o mesmo dos
números colocados no teste. O escore para os itens de ansiedade ausente (21, 26, 27, 30, 33, 36, 39) é
invertido
RESULTADO: ________________________________________________________________________
69
Anexo F
ESCALA DE ESTRESSE PERCEBIDO Data:____/____/____
Nome:____________________________________________________________________________
Instruções:
Para cada questão, pedimos que indique com que frequência se sentiu ou pensou de determinada
maneira, durante o último mês. Apesar de algumas perguntas serem parecidas, existem diferenças
entre elas e deve responder a cada uma como perguntas separadas. Responda de forma rápida e
espontânea. Para cada questão indique, com um “X”, a alternativa que melhor se ajusta à sua situação
Nu
nca
Qu
ase
Nu
nca
Alg
um
as
Vez
es
Fre
qu
ente
men
te
Mu
ito
Fre
qu
ente
men
te
1 Com qual frequência você ficou preocupado por causa de algo que aconteceu
inesperadamente? 0 1 2 3 4
2 Com qual frequência você se sentiu incapaz de controlar coisas importantes na
sua vida?
3 Com que frequência você esteve nervoso ou estressado?
4 Com que frequência você esteve confiante em sua capacidade de lidar com seus
problemas pessoais?
5 Com que frequência você sentiu que as coisas aconteceram da maneira como
você esperava?
6 Com que frequência você achou que não conseguiria lidar com todas as coisas
que tinha por fazer?
7 Com que frequência você foi capaz de controlar as suas irritações?
8 Com que frequência você sentiu que todos os aspectos de sua vida estavam sob
controle?
9 Com que frequência você esteve bravo por causa de coisas que estiveram fora de
seu controle?
10 Com que frequência você sentiu que os problemas acumularam tanto que você
não conseguiu resolvê-los?
RESULTADO:_____________________________________________________________________
70
Anexo G
INVENTÁRIO DE DEPRESSÃO DE BECK Data:____/____/____
Nome:____________________________________________________________________________
_________
Este questionário consiste em 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo,
faça um círculo em torno do número (0, 1, 2 ou 3) diante da afirmação, em cada grupo, que descreve
melhor a maneira como você tem se sentido nesta semana, incluindo hoje. Marque apenas uma
alternativa. Tome o cuidado de ler todas as afirmações, em cada grupo, antes de fazer a sua escolha.
1. 0 Não me sinto triste.
1 Eu me sinto triste.
2 Estou sempre triste e não consigo sair disso.
3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar.
2. 0 Não estou especialmente desanimado quanto ao futuro.
1 Eu me sinto desanimado quanto ao futuro.
2 Acho que nada tenho a esperar.
3 Acho o futuro sem esperança e tenho a impressão de que as coisas não podem melhorar.
3. 0 Não me sinto um fracasso.
1 Acho que fracassei mais do que uma pessoa comum.
2 Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que posso ver é um monte de fracassos.
3 Acho que, como pessoa, sou um completo fracasso.
4. 0 Tenho tanto prazer em tudo como antes.
1 Não sinto mais prazer nas coisas como antes.
2 Não encontro um prazer real em mais nada.
3 Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo.
5. 0 Não me sinto especialmente culpado.
1 Eu me sinto culpado às vezes.
2 Eu me sinto culpado na maior parte do tempo.
3 Eu me sinto sempre culpado.
6. 0 Não acho que esteja sendo punido.
1 Acho que posso ser punido.
2 Creio que vou ser punido.
3 Acho que estou sendo punido.
7. 0 Não me sinto decepcionado comigo mesmo.
1 Estou decepcionado comigo mesmo.
2 Estou enojado de mim.
3 Eu me odeio.
8. 0 Não me sinto de qualquer modo pior que os outros.
1 Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas ou meus erros.
2 Eu me culpo sempre por minhas falhas.
3 Eu me culpo por tudo de mal que acontece.
9. 0 Não tenho quaisquer idéias de me matar.
1 Tenho idéias de me matar, mas não as executaria.
2 Gostaria de me matar.
3 Eu me mataria se tivesse oportunidade.
10. 0 Não choro mais que o habitual.
1 Choro mais agora do que costumava.
2 Agora, choro o tempo todo.
3 Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que o queira.
11. 0 Não sou mais irritado agora do que já fui.
1 Fico molestado ou irritado mais facilmente do que costumava.
2 Atualmente me sinto irritado o tempo todo.
3 Absolutamente não me irrito com as coisas que costumavam irritar-me.
71
12. 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas.
1 Interesso-me menos do que costumava pelas outras pessoas.
2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas.
3 Perdi todo o meu interesse nas outras pessoas.
13. 0 Tomo decisões mais ou menos tão bem como em outra época.
1 Adio minhas decisões mais do que costumava.
2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes.
3 Não consigo mais tomar decisões.
14. 0 Não sinto que minha aparência seja pior do que costumava ser.
1 Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos.
2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem atrativos.
3 Considero-me feio.
15. 0 Posso trabalhar mais ou menos tão bem quanto antes.
1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa.
2 Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa.
3 Não consigo fazer nenhum trabalho.
16. 0 Durmo tão bem quanto de hábito.
1 Não durmo tão bem quanto costumava.
2 Acordo uma ou duas horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para voltar a dormir.
3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade para voltar a dormir.
17. 0 Não fico mais cansado que de hábito.
1 Fico cansado com mais facilidade do que costumava.
2 Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa.
3 Estou cansado demais para fazer qualquer coisa.
18. 0 Meu apetite não está pior do que de hábito.
1 Meu apetite não é tão bom quanto costumava ser.
2 Meu apetite está muito pior agora.
3 Não tenho mais nenhum apetite.
19. 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum ultimamente.
1 Perdi mais de 2,5 kg.
2 Perdi mais de 5,0 kg.
3 Perdi mais de 7,5 kg.
Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) NÃO ( )
20. 0 Não me preocupo mais que o de hábito com minha saúde.
1 Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou perturbações no estômago ou
prisão de ventre.
2 Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que não isso.
3 Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em outra coisa.
21. 0 Não tenho observado qualquer mudança recente em meu interesse sexual.
1 Estou menos interessado por sexo que costumava.
2 Estou bem menos interessado em sexo atualmente.
3 Perdi completamente o interesse por sexo.
RESULTADO:_____________________________________________________________________
72
Anexo H
PERFIL DE IMPACTO DE SAÚDE BUCAL - OHIP-14
Data:____/____/____
Nome:____________________________________________________________________________
Nos últimos seis meses, por causa de problemas com seus dentes ou sua boca:
0= nunca / 1= raramente / 2= às vezes / 3= repetidamente / 4= sempre
1 – Você teve dificuldade para falar alguma palavras?..........................................0 1 2 3 4
2 – Você sentiu que o sabor dos alimentos tem piorado?......................................0 1 2 3 4
3 – Você sentiu dores em sua boca ou nos seus dentes?........................................0 1 2 3 4
4 – Você se sentiu incomodada(o) ao comer algum alimento?...............................0 1 2 3 4
5 – Você ficou preocupada(o)?..............................................................................0 1 2 3 4
6 – Você se sentiu estressada (o)?..........................................................................0 1 2 3 4
7 – Sua alimentação ficou prejudicada?.................................................................0 1 2 3 4
8 – Você teve que parar suas refeições?.................................................................0 1 2 3 4
9 – Você encontrou dificuldade para relaxar?........................................................0 1 2 3 4
10 – Você se sentiu envergonhada(o)?...................................................................0 1 2 3 4
11 – Você ficou irritada(o) com outras pessoas?...................................................0 1 2 3 4
12 – Você teve dificuldade para realizar suas atividades diárias?..........................0 1 2 3 4
13 – Você sentiu que a vida, em geral, ficou pior?.................................................0 1 2 3 4
14 – Você ficou totalmente incapaz de fazer suas atividades diárias?....................0 1 2 3 4
RESULTADO:_____________________________________________________________________
73
Anexo I
ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURGH
Data: _____ / _____ / _____
Nome: _______________________________________________________________________________
As seguintes perguntas são relativas aos seus hábitos usuais de sono durante o último mês somente.
Suas respostas devem indicar a lembrança mais exata da maioria dos dias e noites no último mês.
Por favor, responda a todas as perguntas.
1 Durante o último mês, quando você geralmente foi para a cama à noite?
Horário usual de deitar: ______________________________________
2 Durante o último mês, quanto tempo (em minutos) você geralmente levou para dormir à noite?
Número de minutos: _________________________________________
3 Durante o último mês, quando você geralmente levantou de manhã?
Horário usual de levantar: _____________________________________
4 Durante o último mês, quantas horas de sono você teve por noite? (Este pode ser diferente do
número de horas que você ficou na cama)
Horas de sono por noite: ______________________________________
Para cada uma das questões restantes, marque a melhor (uma) resposta. Por favor, responda a
todas as questões.
5 Durante o último mês, com que frequência você teve dificuldade de dormir porque você...
(a) Não conseguiu adormecer em até 30 minutos
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(b) Acordou no meio da noite ou de manhã cedo
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(c) Precisou levantar para ir ao banheiro
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(d) Não conseguiu respirar confortavelmente
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(e) Tossiu ou roncou forte
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(f) Sentiu muito frio
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(g) Sentiu muito calor
74
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(h) Teve sonhos ruins
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(i) Teve dor
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
(j) Outra(s) razão(ões), por favor, descreva: __________________________________
___________________________________________________________________
Com que frequência, durante o último mês, você teve dificuldade para dormir devido a essa
razão?
o Nenhuma no último mês
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
6 Durante o último mês, como você classificaria a qualidade do seu sono de uma maneira geral?
o Muito boa
o Ruim
o Boa
o Muito ruim
7 Durante o último mês, com que frequência você tomou medicamento (prescrito ou “por conta
própria”) para lhe ajudar a dormir?
o Nenhuma vez
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
8 No último mês, com que frequência você teve dificuldade de ficar acordado enquanto dirigia,
comia ou participava de uma atividade social (festa, reunião de amigos, trabalho, estudo)?
o Nenhuma vez
o 1 ou 2 vezes por semana
o Menos de 1 vez por semana
o 3 ou mais vezes por semana
9 Durante o último mês, quão problemático foi para você manter o entusiasmo (ânimo) para fazer as
coisas (suas atividades habituais)?
o Nenhuma dificuldade
o Um problema razoável
o Um problema muito leve
o Um problema muito grande
RESULTADO: ____________________________________________________________________
75
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