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Associação Cultural e I Anais do EducaDO""i de Garça ------------ VII SlmpCsJo c..Ll..:.. •• 'O:•••• )~· •.•.• ~·~· •.••• t,. .._.•.. ~:.:, EFEITO DE DIFERENTES PRESAS E TEMPERATURAS NOS PARÂMETROS FíSICOS DE lARVAS DE Coccidophilu5 citricola BRÊTHES, 1905 (CO- LEOPTERA: COCCINELLlDAE) SilVA. RicardoAdaime da'; MICHElono, Marcos Doniseti Z ; BUSOU, Antonio Carlos z ; BARBOSA.José Carlos 2 ; CHAGAS FILHO,Norton Rodrigues Z , Embrapa Amapá, Rodovia JK, km 5. 68903-000, Macapá. Amapá. Brasil. 2 Faculdade de Ciéncias Agrárias e Veterinárias (FCAVJ,Universidade Estadual Paulista (UNESPj.Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane. s/n. CEP 14884- 900. Jaboticabal, São Paulo. Brasil. RESUMO EFEITO DE DIFERENTESPRESASE TEMPERATURAS NOS PARÂMETROS FlslCOS DE LARVAS DE Coccidophilus citricola BRtTHES, 1905 (COLEOPTERA: COCCINELLlDAE) O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito de diferentes presas e temperaturas na largura e comprimento de larvas de Coccidophilus citricola. O experimento foi realizado em 12 tratamentos correspondentes à combinação dos fatores temperatura (19, 24 e 29±1°C) e espécie de presa (Aspidiotus nerii, Chrysomphalus aonidum, Selenaspidus articulatus e Parlatoria cinerea). As larvas de C. citricola (42estãdio) sofreram influência da temperatura (largura e comprimento) e espécie de presa (largura). PALAVRAS-CHAVE: largura. comprimento. predador. AGRONOMIA ABSTRACT EFFECT OF DIFFERENTS PREYS ANO TEMPERA TURES ON PHYSICAL PARAMETERS OF LARVAE OF Coccidophilus citricola BRtTHES. 1905 (COLEOPTERA: COCCINELLlOAE) The objective of this work was to study the effect of different prey species and temperatures on width and length of larvae of Coccidophilus citricola. The assay was performed in 12 treatments corresponding to combination of

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Associação Cultural e I Anais doEducaDO""i de Garça ------------ VII SlmpCsJo

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EFEITO DE DIFERENTES PRESAS E TEMPERATURAS NOS PARÂMETROSFíSICOS DE lARVAS DE Coccidophilu5 citricola BRÊTHES, 1905 (CO-

LEOPTERA: COCCINELLlDAE)

SilVA. RicardoAdaime da'; MICHElono, Marcos DonisetiZ; BUSOU,AntonioCarlosz; BARBOSA.JoséCarlos2; CHAGAS FILHO,Norton RodriguesZ

, Embrapa Amapá, Rodovia JK, km 5. 68903-000, Macapá. Amapá. Brasil.2 Faculdadede Ciéncias Agrárias e Veterinárias (FCAVJ,Universidade Estadual

Paulista (UNESPj.Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane. s/n. CEP14884-900. Jaboticabal, São Paulo. Brasil.

RESUMO

EFEITO DE DIFERENTESPRESASE TEMPERATURAS NOS PARÂMETROSFlslCOS DE LARVAS DE Coccidophilus citricola BRtTHES, 1905(COLEOPTERA: COCCINELLlDAE)

O objetivo deste trabalho foi estudar o efeito de diferentes presas etemperaturas na largura e comprimento de larvas de Coccidophilus citricola.O experimento foi realizado em 12 tratamentos correspondentes àcombinação dos fatores temperatura (19, 24 e 29±1°C) e espécie de presa(Aspidiotus nerii, Chrysomphalus aonidum, Selenaspidus articulatus eParlatoria cinerea). As larvas de C. citricola (42estãdio) sofreram influênciada temperatura (largura e comprimento) e espécie de presa (largura).

PALAVRAS-CHAVE: largura. comprimento. predador.AGRONOMIA

ABSTRACT

EFFECT OF DIFFERENTS PREYS ANO TEMPERATURES ON PHYSICALPARAMETERS OF LARVAE OF Coccidophilus citricola BRtTHES. 1905(COLEOPTERA: COCCINELLlOAE)

The objective of this work was to study the effect of different prey speciesand temperatures on width and length of larvae of Coccidophilus citricola.The assay was performed in 12 treatments corresponding to combination of

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temperatures (19, 24 and 29± 10e) and prey species ~spidiotus nerii,Chrysomphalus aonidum, Selenaspidus articulatus and Parlatoria cinerea),Larvae of C. citricola (4th siage) were affected by temperature (width andlength) and prey species (width).

KEY WOROS: width, length, predator.

1. INTRODUÇÃO

Coccidophilus citricola Brethes, 1905 (Coleoptera: Coccinellidae) é umpredador de diversas espécies de cochonilhas-de-carapaça na América doSul (BOSQ, 1943; CROUZEL, 1973; GRAVENA, 1980). Embora esta espécieseja reconhecidamente importante no controle de diaspidideos, são escassosos estudos sobre este coccinelídeo.

Considerando-se que a temperatura pode ser considerada o principalfator de alteração do crescimento e desenvolvimento dos coccinelídeos(HAGEN, 1962; HOOEK, 1967; HONEK, 1996), foi realizado este trabalhocom O objetivo de estudar o efeito da temperatura e da espécie de presasobre os parãmetros físicos de larvas de C. citricola.

2. MATERIAL E MÉTODOS

As espécies de diaspidideos e o predador foram criados sob condiçõescontroladas de temperatura (24± 1°C), umidade relativa do ar (70± 10%) efotofase (12 horas).

Criação massal dos diaspidídeos. Uma linhagem uniparental dacochonilha Aspidiotus nerii foi mantida em criação massal sobre abóboras•.Cabotiá" (Cucurbita moschata x Cucurbita maxima var. tetsukabuto)dispostas em estantes de aço, de acordo com ROSE (1990).

Para a criação das demais espécies de diaspidídeos, de reproduçãosexuada, foram obtidos exemplares a partir de folhas (para Chrysomphalusaonidum e Selenaspidus artículatus) e pequenas secções da casca do caule(para Parlatoria cinerea). oriundos de pomares de citros dos municípios deTaiúva e Jaboticabal, SP. O material coletado foi disposto sobre abóboras,acondicionadas em recipientes de plástico transparente (30x45x3ü em).

Criação massal de C. citricola. Foram coletados cerca de 300 adultosem um pomar citrícola do município de Jaboticabal, SP. Em laboratório, oscoccinelídeos foram criados sobre abóboras colonizadas por A. nerií, emrecipientes de plástico (18x18x25 em).

Avaliação dos parãmetros físicos de C. citricola. Abóboras colonizadaspor ninfas de 22 estádio de cada espécie de cochonilha foram cortadas comlãmina afiada em secções de 4 a 5 cm2. Para as espécies com reprodução

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sexuada, foram excluídas as carapaças dos machos, com o auxílío de agulhashistológicas. As porções laterais e inferior das secções de abóbora foramrápida e cuidadosamente imersas em parafina líquida, com o auxílio de umsuporte metálico, As secções já parafinadas foram acondicionadasindividualmente em "arenas" construídas a partir de frascos de filmefotográfico de coloração branca (3 cm de diãmetro), cortados a 2 cm dealtura. Para vedar as arenas, foi colocado um pedaço de malha de algodãosob a tampa original do frasco (vazada a 2 cm de diãmetro).

Com o auxílio de um pincel de cerda única, foi transferida uma larva deC. citricola, recém-eclodida, para cada arena. Dentro da arena também foiinserido um pequeno chumaço de algodão embebido em água destilada,para manter a umidade. Em seguida, as arenas foram fechadas eacondicionadas em cãmaras climatizadas, sob condições controladas detemperatura (19, 24 e 29± 1OC),umidade relativa do ar (70± 10%) e fotofase(12 horas). Duas vezes por dia as larvas foram observadas, com o auxilio deum estereoscópio, até atingirem a fase adulta. Foram medidos a largura doabdome e o comprimento do corpo das larvas de 42 estádio.

Delineamento experimental e análise estatística. Foi adotado odelineamento inteiramente casualizado (fatorial 3X4), sendo 12 tratamentoscorrespondentes à combinação dos fatores temperatura (19,24 e 29±1OC)e espécie de presa (A. nerii, C. aonidum, S. articulatus e P. cinereaJ, com20 repetições (larvas). Os dados foram submetidos à análise de variància,sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade.

3. RESULTADOS

Foi observado efeito dos fatores temperatura e espécie de presa nalargura do abdome de larvas de 42 estádio de C. citrícola, não havendoefeito da interação (Tabela 1). A temperatura que proporcionou menorlargura do abdome foi 19oC (0,5704 mm). independentemente da espéciede presa; e a que proporcionou a maior largura do abdome foi A. nerii(0,6491 mm), independentemente da temperatura.

Com relação ao comprimento do corpo de larvas de 42 estádio de C.citricola, houve efeito somente do fator temperatura (Tabela 1). O menorcomprimento foi obtido em larvas criadas a 19°C (1,8803 mm), e o maior,a 29°C (1,9922 mm), independentemente da presa da qual se alimentaram.

4. CONCLUSÃO

Os parãmetros físicos de larvas de C. citricola (4':1estádio) são influenciadospela temperatura (largura e comprimento) e espécie de presa (largura).

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Tabela 1. Média ('! Er) da lilrgura do abdome (LA) e do comprimento do eorpo (CC) delarvas 4' estádio de C. cí/ricol", em '"IH, tendo como presas A. nerii, P. cillerea, C.ao"idum e S. ar/icu/a/us, Ila lemperaturd de 19°C, 24"C e 29°C. UR de 70 ± 10% efolofasc de 12 horas. Jaboticabal, SI', 2002.

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5. AGRADECIMENTOS

Os autores expressam seus agradecimentos à FundaçãO de Amparo àPesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)pela bolsa de Doutorado concedidaao primeiro autor.

6. REFERf.NCIAS BIBlIOGRAFICAS

BOSQ, J.M. Coccinélidos utiles para Ia fruticultura tucumana. RevistaSociedade Entomologica Argentina, Buenos Aires, n.11, p.461-470, 1943.

CROUZEL, I.S. Estudo sobre control biológico de cochonilhas Diaspididaeque atacam crtricos en Ia República Argentina. IOIA, Buenos Aires, n.304,

p.15-39, 1973.GRAVENA, S. Controle integrado de pragas dos citros. In: RODRIGUES, O.;VIEGAS, F. Citricultura Brasileira, São Paulo: Fundação Cargill. 19BO. 439p.

HAGEN, K.S. Biology and ecology of predaceous Coccinellidae. AnnualReview of Entomology, Paio Alto, v.7, p.289-326, 1962.

HODEK, I. Bionomics and ecology of predaceous Coccinellidae. AnnualReview of Entomology, Paio Alto, v.12. p. 79-104, 1967.

HONEK, A. Life history and development. In: HODEK, I. & HONEK, A.Ecology of Coccinellidae. Dordrecht: Kluwer Academic, 1996. p.61-93.

ROSE, M. Rearing and mass rearing. In: ROSEN, D. Armored scale inscctstheir bíology, natural enemies and control. Jerusalém: Elseiver, 1990.

p.357-365.

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