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EFEITO DA SECAGEM CONVECTIVA NAS PROPRIEDADES FÍSICAS DE PAPEL RECICLADO
COM INCORPORAÇÃO DE URUCUM
M. G. A., Vieira; M. L., Verzola; N. D. L., González; S. B., Badra; S. C. S., Rocha
Endereço: Av. Albert Einstein, 500, Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, Campinas- SP- 13083-852,
Brazil - Tel: +55 19 35210358 – Fax: +55 19 35213910 – e-mail: [email protected]
Local de trabalho: Laboratório de Engenharia e Processos Ambientais- LEPA- Faculdade de
Engenharia Química (FEQ)- Unicamp.
RESUMO
A indústria papeleira gera um grande volume de resíduos prejudiciais ao meio- ambiente. Nas
últimas décadas, a reciclagem mostrou- se uma alternativa na redução de matérias- primas na
produção de papel. Uma forma de agregar valor ao papel reciclado é a incorporação de corantes
naturais. Além de dar características especiais aos papéis, esses corantes ganham uma nova
possibilidade de aplicação. Nesse trabalho, papel de escritório foi reciclado com a incorporação do
corante natural urucum. A secagem da polpa foi feita em secador convectivo descontínuo para
secagem de polpas em formato de folhas instalado no Laboratório de Fluidodinâmica e Secagem (LFS)
da Faculdade de Engenharia Química da UNICAMP. As características do papel, como espessura,
gramatura, teor de umidade e resistência à tração, foram analisadas variando as condições de
secagem (velocidade e temperatura). Este estudo tem um apelo ao desenvolvimento sustentável, pois o
secador utilizado pode ser instalado em cooperativas de reciclagem.
PALAVRAS-CHAVES: papel, reciclagem, corante, urucum, secagem.
INTRODUÇÃO
O papel é um objeto de grande importância, apesar de sua simplicidade devido à amplitude de uso
em diversas áreas, como jornais e revistas, artigos de higiene e o papel moeda. O papel como hoje é
conhecido foi criado na China em 105 a.C. e teve como antecessores, o papiro e o pergaminho (1).
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Como é um produto muito utilizado, há um investimento significativo no processo de produção
para diminuir custos e aumentar a qualidade final do produto. Um setor importante a ser explorado é o
de reciclagem de papel, que visa à preservação de matéria prima, em geral árvores que fornecem as
fibras de celulose, principal constituinte do papel.
Tanto no processo de produção do papel, quanto do papel reciclado, uma das principais etapas é
a de secagem que em ambos os casos é a etapa que consome maior quantidade de energia e
influencia nas características do produto final. A secagem pode se dar de duas maneiras, de forma
natural e de forma forçada, na última pode-se controlar as condições de secagem com maior precisão
tendo assim um melhor controle sobre a qualidade do produto final (2), (3).
Para tornar o produto mais atraente ao consumidor, em muitos casos pode-se incorporar corantes
ao papel. Em geral são utilizados corantes sintéticos que em sua maioria agride o ambiente, porém
existe a alternativa dos corantes naturais, uma área ainda pouco explorada. Os corantes sintéticos são
preferidos aos naturais, pois são de mais fácil obtenção e possuem maior estabilidade, daí a
importância do estudo dos corantes naturais em suas diversas possibilidades.
Nesse estudo foi usado o corante natural de Urucum. O corante é encontrado e extraído do
revestimento da parede externa das sementes de Bixa orellana, uma planta nativa da América do Sul. É
constituído em sua maioria, cerca de 80% de bixina, um monometilester do ácido carboxílico da
norbixina. O corante não se apresenta estável na presença de luz e oxigênio atmosférico (4).
Sua principal aplicação está na indústria de alimentos, pois o corante se combina bem com
proteínas, apresentando uma coloração estável (5).
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais
Neste trabalho utilizou-se polpa de celulose feita a partir de papel sulfite tingido a toner, oriundo de
atividades de escritório, com gramatura de 75 g/m2. Para a preparação da polpa foram adicionados
amido de mandioca, carboximetil celulose (CMC- agente adesivo) (1,25g de cada reagente /30g de
papel) e corante líquido de Urucum (3g / 30g de papel).
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Sistema experimental
Cinética de secagem: utilizou-se um secador convectivo instalado no Laboratório de
Fluidodinâmica e Secagem do DEPro/FEQ/UNICAMP. O secador foi fabricado em chapa de aço
inoxidável galvanizado e tem suporte para 5 telas com capacidade de uma folha de papel (10 cm x 10
cm) por tela. Estas telas são inseridas nas aberturas da parte superior da câmara de secagem. As telas
são constituídas de telas rígidas de aço na parte externa com 2 mm de abertura e, na parte interna, de
uma tela de Mesh 150 com o objetivo de reter a polpa de papel (6).
A Figura 1 ilustra o esquema do sistema experimental utilizado para a secagem convectiva da
polpa de papel. O ar é fornecido por um compressor radial CRE03, 2 cv (1). A vazão do ar é controlada
por uma válvula globo (2) e em seguida passa por um leito de sílica gel a fim de reduzir a umidade
relativa do ar de entrada no secador (3). A vazão de ar é medida por um conjunto da pressão estática
na linha (4) e a queda de pressão na placa de orifício (5), acoplados a dois manômetros diferenciais de
água em forma de U (6). O ar passa por um aquecedor elétrico composto por um conjunto de
resistências (7). O ar quente e seco passa por um distribuidor de ar e chega à câmara de secagem (8),
atravessando a câmara em paralelo às telas. A temperatura da tela que suporta a polpa de papel é
obtida por indicadores de temperatura conectados às telas (9). Dois termohigrômetros (10) são
acoplados na entrada e na saída do secador, para a medição da temperatura e da umidade relativa do
agente de secagem. Durante o estudo da cinética, a perda de massa da umidade evaporada é
quantificada em uma balança analítica (11). A câmara de secagem é isolada a fim de se reduzir a perda
de calor para o ambiente.
Figura 1. Esquema do sistema experimental de secagem (VIEIRA, 2006).
1- Soprador 2- Válvula globo 3- Leito de sílica 4- Tomada de pressão estática 5- Placa de orifício 6- Manômetros diferenciais 7- Aquecedor elétrico 8- Câmara de secagem 9- Indicador de temperatura 10- Termohigrômetro 11- Balança analítica
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Para analisar o efeito das condições de secagem na qualidade do papel, foram realizados em três
condições operacionais, mostradas na Tabela 1.
Tabela 1. Codificação das condições do ar de secagem.
Codificação -1 0 +1
Tar (oC) 70 80 90
Var (m/s) 0,3 0,5 0,7
As curvas de secagem foram construídas com os dados de X/X0 em função do tempo. A taxa
inicial de secagem foi determinada traçando-se uma reta tangente ao primeiro ponto da curva de
cinética (X/X0= 1). A taxa de secagem constante foi obtida através da derivada da curva de secagem,
aproximando- se para uma reta os pontos desse período.
Espessura: para a realização das medidas referentes à espessura do papel foi utilizado um
micrômetro (marca Mitutoyo 169 – 201), sendo realizadas dez medições para cada folha de amostra.
Gramatura: as amostras foram cortadas em quadrados. Estes tiveram sua área medida com um
paquímetro digital (marca Mitutoyo, modelo 500 – 170 – 20B) e foram pesados individualmente em uma
balança analítica. Para cada folha de amostra foram realizadas 7 medições.
Alongamento, Resistência à Tração e Índice de Tração: cada folha de amostra foi cortada em tiras
de 1,5 cm de largura com estilete e régua. As tiras obtidas foram testadas em um texturômetro (marca
Stable Micro System, modelo TA. XT, Plus).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados a seguir referem- se aos ensaios realizados nas condições (-1, -1), (0, 0) e (+1, +1).
O teste de Tukey foi usado para verificar se os valores obtidos diferem significativamente em um
intervalo de confiança de 95%. As médias com as mesmas letras no expoente não diferem
significativamente ao nível de probabilidade de 5%. Os resultados do estudo da secagem convectiva e
propriedades físicas aqui apresentados são os relativos à tela no 3 (tela central do secador) de forma
representativa para as demais telas.
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Cinética de secagem
A Figura 2 mostra as curvas de secagem para os ensaios realizados. Como esperado, o aumento
das condições de temperatura e velocidade influenciaram positivamente no processo de secagem,
diminuindo o tempo que esse leva.
As curvas mostram uma fase inicial de secagem rápida, aproximadamente nos primeiros cinco
minutos do processo. Em seguida, há o período de secagem à taxa constante, caracterizada pela
eliminação de umidade superficial livre presente no material. Nos últimos minutos de secagem, vê- se
um período de taxa decrescente, em que a umidade removida não é mais do tipo superficial.
0 20 40 60 80 100 120
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
X/X
0
t (min)
Tela 3 Ensaio (-1; -1)
Tela 3 Ensaio (0; 0)
Tela 3 Ensaio (+1; +1)
Figura 2. Curvas de secagem para a tela 3.
Gramatura
A Tabela 2 e a Figura 3 mostram os resultados obtidos para a gramatura da tela 3 nos ensaios de
secagem.
Tabela 2. Resultados da análise da gramatura (g/m2) para a tela 3.
Condição operacional Média Desvio
(A) (-1; -1) 219,10a 21,76
(B) (0;0) 191,01b,c 12,54
(C) (+1; +1) 199,35b,c 13,62
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O teste de Tukey mostra que as gramaturas não diferem estatisticamente na condição central de
secagem (80 oC; 0,5 m/s) e para a mais severa (90 oC; 0,7 m/s). O maior valor médio de gramatura foi
observado para a condição mais branda de secagem (70 oC; 0,3 m/s).
Na Figura 3 não se observa uma tendência clara do comportamento da propriedade com a
mudança das condições operacionais.
A B C
100
120
140
160
180
200
220
240
260
280
300
320
340
360
380
400
Gra
matu
ra (
g/m
2)
Condiçoes de secagem
Tela 3
Figura 3. Influência das condições de secagem na gramatura da tela 3.
Legenda: A: (-1, -1); B: (0, 0); C: (-1, -1).
Espessura
Na Tabela 3 e Figura 4 são mostrados os dados referentes à análise da espessura na tela 3.
Tabela 3. Análise da espessura (mm) da tela 3.
Condição operacional Média Desvio
(A) (-1; -1) 0,669a,b 0,057
(B) (0;0) 0,661a,b 0,063
(C) (+1; +1) 0,598c 0,052
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O teste de Tukey mostra que a gramatura não difere estatisticamente na condição mais branda e
na condição central de secagem. Na condição mais drástica, o papel apresentou uma menor
espessura. Analisando a Figura 3, há uma tendência de diminuição da espessura da folha de papel
com o aumento das condições operacionais de secagem.
Observa- se que o papel obtido na condição mais branda de secagem apresentou os maiores
valores de gramatura e espessura.
Figura 4. Influência das condições de secagem na espessura da tela 3.
Legenda: A: (-1, -1); B: (0, 0); C: (-1, -1).
Alongamento, resistência à tração e índice de tração
Os resultados obtidos nos ensaios de tração são apresentados na Tabela 4 e na Figura 5.
Tabela 4. Resultados da análise de resistência à tração e alongamento para a tela 3.
Condição operacional Resistência à tração
(kN/m) Alongamento
(%) Índice de tração
(Nm/g)
Média Desvio Média Desvio
(A) (-1; -1) 6,12a,b,c 1,18 1,83a,b,c 0,32 26,89
(B) (0; 0) 7,08a,b,c 1,59 2,04a,b,c 0,28 35,76
(C) (+1; +1) 7,72a,b,c 0,98 2,24a,b,c 0,23 37,06
A B C
0.3
0.4
0.5
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
Espessura
(m
m)
Condiçoes de secagem
Tela 3
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Na Tabela 4 o teste de Tukey mostra que a resistência à tração nos ensaios realizados não difere
estatisticamente. Embora não haja uma diferença significativa entre os valores obtidos na Figura 5 (a),
percebe-se uma tendência de aumento da resistência à tração com o aumento das condições
operacionais de secagem.
Para o alongamento, os valores obtidos também não diferem estatisticamente entre si. O gráfico
apresentado na Figura 5 (b) não mostra uma tendência para o comportamento da propriedade com a
mudança da temperatura e velocidade do ar de secagem, indicando que essa pode não ser afetada
pela variação das condições operacionais.
A B C
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
4.5
5.0
Alo
ngam
ento
(%
)
Condiçoes de secagem
Tela 3
Figura 5. (a) Influência das condições de secagem na resistência à tração para a tela 3; (b) . Influência
das condições de secagem no alongamento para a tela 3.
Legenda: A: (-1, -1); B: (0, 0); C: (-1, -1).
O papel cartão encontrado no mercado apresenta índices de tração entre 35 e 54 Nm/g (7). Os
valores médios obtidos nesse trabalho estão muito abaixo dessa faixa de valores. Entretanto, esse
menor índice não impede o uso desse papel para artesanato e decoração, atividades comuns em
cooperativas de reciclagem.
A B C
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
Re
sis
tên
cia
à t
raçoم
(kN
/m)
Condiçoes de secagem
Tela 3
(a) (b)
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Teor de umidade
A Tabela 5 apresenta o teor de umidade para o papel obtido em cada ensaio para a tela 3.
Tabela 5- Teor de umidade (kg/kg) para a tela 3.
Condição operacional Média Desvio
A(-1; -1) 0,0260 0,0048
B(0;0) 0,0159 0,0024
C(+1; +1) 0,0256 0,0021
Esses valores mostram que a secagem convectiva do papel foi eficiente em todas as condições
operacionais. O desvio calculado a partir da média de cinco medições é alto, comparado com o valor
médio do teor de umidade. Entretanto, levando-se em conta que esse desvio é oriundo da não
uniformidade da umidade presente na folha de papel seco, esses desvios podem ser considerados
baixos.
CONCLUSÕES
A temperatura e a velocidade do ar de secagem influenciam positivamente na secagem
convectiva do papel, diminuindo o tempo de secagem.
O processo de secagem convectiva é eficiente, uma vez que o teor de umidade da folha seca é
baixo.
A gramatura média da folha foi maior para a condição de secagem mais branda, entretanto não
se observou uma tendência no comportamento dessa grandeza com a mudança das condições
operacionais.
Há uma tendência de diminuição da espessura da folha com o aumento das condições
operacionais. O maior valor de espessura foi observado para a condição que apresentou a maior
gramatura média.
A resistência à tração apresenta uma tendência crescente com o aumento das condições de
secagem.
O alongamento, assim como a gramatura média, não apresentou uma tendência de
comportamento de acordo com a velocidade e a temperatura do ar de secagem.
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Os valores de índice de tração do papel reciclado com incorporação de corante natural de
Urucum obtido neste trabalho são menores em relação aos de papel cartão encontrado no
mercado. Entretanto, isso não inviabiliza o uso para atividades como artesanato e decoração.
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao CNPq, a FAPESP e ao SAE/UNICAMP pelo apoio financeiro.
REFERÊNCIAS
1. ASUNCIÓN, J. The Complete Book of Papermeking. Nova York: Lark Books (2003), p 10-17.
2. MOTTA LIMA, O.C.; PEREIRA, N.C.; MENDES, E.S. Análise de cinética de papel artesanal com
ar ambiente em convecção forçada. In: Acta Scientiarum (2002). Maringá. Anais. Maringá (2002).
3. VIEIRA, M.G.A; ESTRELLA, L.; ROCHA,S.C.S. Análise da cinética de secagem de papel
reciclado em secador convectivo. Congresso Brasileiro de sistemas particulados. Uberlândia
(2004).
4. FERREIRA, Vera Lúcia Pupo et al . Cinética da degradação da cor de solução hidrossolúvel
comercial de urucum, submetida a tratamentos térmicos. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.
19, n. 1, Jan. (1999).
5. LEVY, L. W.; RIVADENEIRA, D. M. Natural Food Colorants: Science and Technology.
Chicago:Marcel Decker (2000), p. 115-142.
6. VIEIRA, M. G. A., ROCHA, S. C. S. Mathematical modeling of handmade recycled paper drying
kinetics and sorption isotherms paper. Brazilian Journal of Chemical Engineering (Impresso),
v.25, p.299 – 312 (2008).
7. VIEIRA, M. G. A. Análise de secagem de polpa de celulose para obtenção de papel tipo cartão.
Tese de doutorado. Campinas: Faculdade de Engenharia Química. UNICAMP, 2006.
8. NBR NM ISO 1924- 2: 2001- Papel e papelão- Determinação da resistência à tração e
alongamento. Método de velocidade constante.
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TITLE
Effect of the convective drying in the recycled paper physical properties with incorporation of
Urucum
ABSTRACT
The paper industry generates a great amount of waste which is prejudicial to the environment. In
the past decades, the recycling process has been presented as an alternative to reduce the use of raw
material in the paper production. The incorporation of natural dyes to recycled paper aggregates value
to the product. Besides giving special characteristics to the paper, those dyes get a whole new
application possibility. In this work, regular office paper was recycled with the addiction of the natural
dye Urucum. The pulp was dried in a discontinuous convective dryer at the Laboratory of Fluid
Dynamics and Drying (LFS), School of Chemical Engineering University, UNICAMP. The paper
characteristics, such as, thickness, grammage, moisture content and tension resistance were analyzed
changing the drying conditions (air velocity and temperature).This work supports the sustainable
development once the dryer used can be installed in recycling cooperatives.
KEY-WORDS
paper, recycling, dyes, Urucum, drying
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