educação para a vida :os formadores e a estrutura educativa
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1 Tema: Educação para a Vida: Os formadores e a estrutura educativa. Mathusso Jucuiana, E-mail: [email protected]
Educação para a Vida: Os formadores e a estrutura educativa
Mathusso Jucuiana1
Nota de reflexão
Para ter um bom comportamento na escola, basta ter uma média final de 14 para cima no final de cada ano. A Felismina, teve uma média de 16 valores o que lhe deu o comportamento de bom, mas ela na zona, anda de roupas ultrajantes, é o “banco de socorro dos jovens”, na escola nunca chega cedo, teve caso com todos professores inclusive o director, já fez 2 abortos conhecidos por todos, é a dona das discotecas, todas segundas vem a escola ressacada, etc, e por sua vez a Maria, teve uma média anual de 10 valores, o que lhe conferiu um comportamento suficiente, embora seja pontual, respeitosa, participa nas actividades da escola, não namora, veste-se decentemente, para saudar a quem seja abranda a marcha, ainda não foi punida na escola, etc.
A questão é: Qual das duas merecia ter comportamento bom, a que a sociedade precisa? Porque?
1 Mathusso Jucuiana, licenciado em Ensino de Matemática pela Universidade Católica de Moçambique, lecciona Matemática desde o ano de 2010. Lecciona também, Física e, é director adjunto pedagógico desde o ano de 2012. Salientar que possui duas formações até então de professorado.
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A influência dos formadores na vida dos formandos
“… o formando aprende antes, mais e melhor o que vê, do que o que
escuta” (PUIG, P.2006 apud PUIG, P. 2010)
A forma mais eficiente de transmissão de conhecimentos, valores e atitudes aos
formandos/alunos é através do exemplo pessoal de vida e isso, só é possível quando os
formadores, deixam de considerar-se meros assalariados, mais sim como colaboradores
do processo formativo dos jovens para primeiro, desenvolver a alternância e
posteriormente a sociedade.
Ser colaborador, significa, antes de tudo, partilhar convicções, visão sobre o processo
formativo na escola e no meio socioprofissional, o que contribuirá na formação de uma
boa personalidade dos nossos formandos, tornando-se assim o formador como agente
educativo, cuja responsabilidade é de animar o conjunto de elementos e pessoas que
actuam no processo, daí ser necessário que cada formador desempenhe funções e
missões específicas, para garantir o envolvimento de todos.
Se queremos que a EPFR sirva para ajudar as pessoas a serem capazes de “ser, de fazer e
de ter”, deve-se contar com os elementos adequados. Deve-se utilizar inicialmente
sobretudo o “contexto”, isto é, a realidade que envolve o formando. Para isto é
necessário conhecer bem a realidade pessoal, familiar, social, económica, integral de
cada formando.
Os formadores, devem estar mais preocupados em criar uma escola em que “o livro
didáctico mais importante fosse o livro da vida, em que o formador fosse sobretudo um
animador, um guia2 que ajudasse o jovem a desenvolver sua personalidade”.
Os formadores são os companheiros necessários no processo de educação, por isso
devem ensinar a fazer, deixar fazer, acompanhar, servir de guia, isto quer dizer, a
formação do formando passa por suas próprias vivências, por suas experiências.
2 Que não colocasse na avaliação formativa nota mínima no locar de se o formando é pontual, enquanto o mesmo formador fez todo ano sem nenhuma vez participar no Hino Nacional mesmo tendo primeiros tempos. Não exigisse uniforme aos formandos, se ele não tiver bata. Não dissesse na avaliação formativa que o formando não evoluiu se ele não mudou a forma de prestar o seu serviço (fichas mal preenchidas, não planifica as suas aulas diárias, vem de calções na escola fazer algumas actividades, usa chapéu na escola onde o formando é proibido de o fazer, não participa activamente nos IPs, até da mesmos apontamentos dos anos passados, etc).
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Se for o que todos almejamos alcançar, o formador dever ser aquele, através do seu
trabalho específico de educador e de formador, se associa à responsabilidade de quem
governa e anima o projecto global da escola, exigindo-se que o formador primeiro
aceitação da identidade3, responsabilidade pessoal4, colaboração activa. E, podemos
numa terminologia mais compromissória, dizer o que contextualizamos acima seria: a
organização e coordenação das actividades de formação, a gestão de processos e meios
para o descobrimento de saberes teóricos, a canalização das relações em todos os âmbitos.
Isto requer algumas qualidades ou aptidões em relação aos diversos âmbitos de sua
actuação:
Pessoais: maturidade e equilíbrio para compreender as situações e os problemas
pessoais e do meio e ajudar a resolvê-los com objectividades5; visão de futuro;
optimismo; rectidão moral; apropriado sentido de autoridade; compromisso com a
promoção e o desenvolvimento sustentável do campo. (PUIG, P. 2006 apud PUIG, P.
2010)
Em relação às pessoas e ao grupo: capacidade de trabalhar em equipe, de
dialogar e permanecer na escuta; utilização construtiva de ideias e opiniões6;
respeito mútuo e tolerância7; capacidade de adaptação; experiência no trato com
adolescentes; facilidade para as relações sociais e criatividade na busca de meios
3 Conformar-se com a realidade sobre o que é ser formador. Abandonar o ser professor e desgrudar-se do antigo eu. Desistir do meu antigo, é a coisa mais difícil de se fazer, porque cria alguns problemas: lidar-se com a nova realidade, exemplo se nunca chegou em casa as 21:00 horas saindo da escola no serrão, já imaginou como isso pode afectar o seu relacionamento com os seus filhos, esposa e demais da sua casa? Entrar no meio da pista de dança com os formandos, maçar xima com os formandos num dia inesperado pode imaginar como isso será lembrado pelos formandos? Fazer as práticas no campo com os formandos, que impacto trás para a formação!? 4 É preciso que cada formador assuma a responsabilidade de cumprir com todas as metas que lhe é imposta a cumprir a tempo recorde e não esperar que alguém o exija para depois dizer, aguarde só até à tardinha terei terminado. E para reflexão que deixamos é: que responsabilidade tem o formador que não vai dar aulas no dia seguinte porque passou a noite a beber? Que responsabilidade tem o formador que trás a ficha de avaliação com média modular mal calculada? Que responsabilidade tem o formador que vai dar aula sem plano? E talvez, a pergunta mais séptica, que responsabilidade tem o formador quando nunca consegue executar os seus trabalhos em pelo menos 90%? 5 É preciso lembrar que maior parte dos nossos formandos são adolescentes, cujo “intro e extrovertismo” são a principal característica, “curiosos” em experimentar tudo, daí que ao invés de expulsa-los da nossa instituição, é preciso acima de tudo tentar percebe-los em todas vertentes. Ajudando os mesmos a fazer uma boa escolha ou a superar as ilusões que lhes afecta tanto, dando todo apoio necessário e tudo para serem gente como nós. 6 Só para lembrar, a coisa mais difícil de aceitar é a crítica. Muitos que criticam acabam mal, porque talvez não foram bem percebidos na hora, são vítimas de vingança, passam a serem vistos como hóspedes e não parte da família porque não bateram palmas para o senhor. Daí que a postura demonstrada pelo director, deve ser seguida por qualquer um, é simplesmente um acto genuíno. 7 É preciso lembrarmos sempre que todos falhamos até um dado momento, mas o bom é manter a calma para não perder-se o respeito das pessoas que falharam.
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originais que favoreçam o trabalho pessoal e o desenvolvimento das pessoas e do
meio. (PUIG, P. 2006 apud PUIG, P. 2010)
Com relação ao meio: conhecimento profundo, que requer uma opção pessoal por
viver e trabalhar no e para o meio rural8.
Com relação ao trabalho: competência profissional, que implica numa formação
técnico-profissional continuamente actualizada e o domínio das técnicas do
trabalho em grupo. Mesmo sendo especialista em uma área de conhecimento, numa
disciplina, deve saber converter-se em um generalista. A formação implica uma
acção de união permanente entre a experiência técnica e o desenvolvimento geral.
(PUIG, P. 2006 apud PUIG, P. 2010). É preciso lembrar que, sempre se exige/
impõe à titulação (grau académico). A reflexão crítica de André Duffaure faz os
seguintes questionamentos: “A capacidade de um formador que tem nível
superior é a melhor para ensinar numa EPFR? Conhece bem o meio? Tem uma
linguagem simples e acessível? Tem vontade de associar formação geral com
formação profissional?
Ele quer dizer, não bastar ter uma titulação ou nível exigida, senão que são
necessárias aptidões e capacidade nos âmbitos citados anteriormente. Daí a
importância da formação específica dos formadores (Pedagogia da alternância).
(PUIG, P. 2006 apud PUIG, P. 2010)
Animador da formação dos jovens
O monitor/ formador é um guia que acompanha e orienta o processo formativo de
cada um dos seus formandos (no seu processo de aprendizagem até a inserção
profissional - e do seu meio). Seu papel de escuta, de diálogo com os jovens, de relação
com as famílias, com os responsáveis de alternância, … é essencial. No entanto, ele deve
receber e favorecer informações; ajudar cada jovem a expressar o que vive (por escrito
ou oralmente/ através da colocação comum do guia de estudo, serrão, visita de estudo,
etc); permitir confrontações que conduzem a extrair conclusões gerais, raciocínios,
8 “isto quer dizer, afinal, que não pode haver um formador “especialista” somente em visitas as famílias, ou somente na busca de novos formandos para a EPFR (como é o nosso caso em que muitas vezes o director é que anda a procura de formandos). Todos devem ser capazes de fazer tudo, ainda que alguns estejam mais bem dotados que outros para certas incumbências”. (cf. GARCIA- MARIRRODRIGA, R. 2002)
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interrogações, partindo de factos concretos, para trazer respostas dos problemas da
escola, do jovem e da comunidade no geral.
Se tudo que citamos acima acontecer, o formando, converte-se, portanto, em seu amigo
fiel, pois terá de orienta-lo no âmbito intelectual9, profissional10 e humana11. Contudo, a
aptidão mais importante para o formador/monitor de uma EPFR é desempenhar sua
tarefa de animador, através da demonstração da capacidade de condução de um grupo
de adolescentes, tanto em nível individual12 e o colectivo. A de mais, é preciso considerar
o jovem como uma pessoa adulta, aceitando suas actuações de adolescente; cultivar uma
personalidade madura e coerente, digna de confiança do jovem; encontrar o equilíbrio
entre a liberdade e a estrutura do grupo, dominando a situação, para não cair nem no
autoritarismo, nem na anomia (ausência de organização).
Em suma, podemos afirmar que a função do formador de uma EPFR, é consequência do
carácter de generalista mais que especialista e de uma competência ligada ao “saber –
estar” (atitude na relação de ajuda) mais que o “saber”, ao “saber – fazer”
(procedimentos, métodos, técnicas) e ao “ saber – fazer fazer” (para favorecer a
aprendizagem em autonomia) (cf. GARCIA- MARIRRODRIGA, R. 2002 apud PUIG, P.
2010). Nisso, é preciso perceber que as relações sócio – afectivas13 e operacionais14 se
tornarão, para cada formador, elementos essenciais, dado que, como ser humano que
tem uma série de condicionamentos nos aspectos relacionais, estes influenciam
directamente em suas atitudes de trabalho.
Assim, é evidente que ao longo do seu trabalho o formador terá dificuldades. Umas são
provenientes de dentro da equipe, cujo a ordem é psicológica (apegamento ao formador
tradicional, divisões ideológicas entre os membros da equipe), relativas ao poder e à
hierarquia dentro da equipe, ligadas ao acto pedagógico (diferentes preferências por
9 Ajudar o formando na organização do horário de estudo na Alternância; apoio na matéria em que sente dificuldades; conhecimento das suas capacidades: pontos fortes para aproveitar deles e evitar os pontos fracos; consequência académica e hábito de estudo. 10 Projecto de orientação Profissional e, posteriormente, o PPJ; motivação para o trabalho; conteúdos para Alternância; comportamento para o empreendimento e estágio. 11 Exigência concreta na aquisição de virtudes humanas e sociais: referimos da sinceridade, fortaleza, honradez, generosidade, espírito de trabalho, solidariedade, justiça, etc, num clima de liberdade e responsabilidade pessoal. 12 O que implica um conhecimento das manifestações desta faixa etária e a sua compreensão. Ver a referência 5. 13 Estar juntos, intercâmbios, compreensão, segurança. 14 Cooperação, trabalho partilhado, intervenções complementares.
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parte dos formandos para uns formadores). Outras dificuldades são de ordem
institucional e têm a ver com as condições materiais15, financeiras e administrativas do
trabalho ou de com a atitude dos outros intervenientes que não conseguem entender a
função do formador e da escola.
Tipos de formadores existentes nas EPFRs (aqui é apenas para cada reflectir sobre o
seu lugar nestes três pontos e daí pensar se vale a pena o seu trabalho como formador
na escola)
O nosso renomado e conceituado pedagogo, classifica os formadores de três diferentes
maneiras do menor a maior compromisso.
1. Usuários ou Consumidores: utilizam os serviços sem participar nas tomadas de
decisões. Vêem as coisas de fora e quando recebem uma tarefa, pagam para
alguém faça e ficam alheios. Normalmente, são formadores que assistem ou
participam porque precisa de alguma coisa cujo sem esse serviço não teria. Estão
a procura de salário apenas.
Ex: Pode assistir a relva a morrer e não falar os formando regarem, pode chegar e
ver cadeiras fora e não dizer os formandos colocarem na sala de aula, encontra
formandos a falarem ndau por exemplo não diz nada, nas suas aulas não exige
uniforme aos formandos, basta dar o teste normal, a recorrência para ele já não
interessa, etc.
2. Simpatizantes ou Adeptos: utilizam dos serviços que lhes oferece a instituição,
participam com relativa frequência das actividades organizadas. Se lhes solicita
para fazer alguma coisa não negam, mas seu compromisso não chega ao nível de
assumir responsabilidades pessoais a serviço do grupo.
Ex: Diz os formandos regarem no campo, mas depois não vai verificar se regaram,
reclama que já falou para os formandos estarem uniformizados e eles já não
cumprem, a coisa mais melhor para ele é comparar as pessoas e não ajudar por
sua opinião ou seu trabalho, etc.
15 Não conseguimos realizar as visitas de estudo porque não temos meio; não podemos realizar as actividades em todas áreas agrícolas e pecuárias por falta de animais (gado bovino, caprino, galináceo, suíno, patos, cuninos, etc. Não podemos ensinar o formando a trabalhar com as drogas mais usuais porque não existem na escola, entre outras dificuldades que retarda o trabalho e criam stress ao formador.
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3. Militantes ou Comprometidos: além de utilizar directamente ou não os serviços
que a instituição oferece, se sentem responsáveis por ela, de sua situação
presente e futura. Assumem responsabilidades e compromissos de tipo pessoal.
Ex: Não é o pagamento que lhes contenta, estão mais preocupados com a honra,
estão sempre dispostos a contribuir, fazem sacrifícios inimagináveis, trabalham
imensuravelmente para o sucesso da instituição, não esperam ter aulas para
chegar a escola, não espera a distribuição de tarefas para entrar em acção, a sua
única meta é o infinito…
Esquema de Pedro Puig, adaptado de acordo com os objectivos desta formação.
Perfil de competências do formador de uma EPFR
TÉCNICAS
Visão global e integral da EPFR Trabalho em equipe com todos
actores da formação Priorisar os objectivos
institucionais Responsabilidade, rigorosidade Organização pessoal
Capacidade de organização Atitudes pedagógicas educativas
Conhecimento, experiência profissional
Pedagogia: didáctica, aplicação dos instrumentos de Alternância
Inovação, investigação Diálogo, disponibilidade Acompanhamento dos projectos dos
jovens
DE GESTÃO CRIATIVIDADE
CAPACIDADE DE LIDERANÇA ATITUDES PESSOAIS
RELAÇÕES HUMANAS
Animação de grupos: jovens, equipe, famílias, responsáveis…
Interacção com as famílias e meio Valorização dos aspectos culturais
camponeses Integração com as organizações e
movimentos sociais do território
Autoridade pessoal Criatividade, abertura, dinamismo Formação permanente, superação Compreensão e sinergias Princípios e valores humanos Adesão e integração aos princípios e
ao Movimento das EPFRs
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Conclusão
Não basta para os formandos serem enchidos de diversas matérias de matemática,
Física, Contabilidade, economia, etc, se não tiver sido desenvolvidos nos mesmos
conhecimentos suficientes para a resolução dos problemas da vida. Com isto quero
dizer, termos formandos génios na escola e “arranca” um 18 no teste, não tem nenhum
significado na vida das pessoas, se o mesmo formando é aquele que não deixa os pais em
paz por causas da ameaças, bate pessoas na estrada, bebe até dormir na estrada, fuma
cana bis-sativa, faz rachas de mota, incomoda os vizinhos pelo volume alto do aparelho e
diz estou na minha casa, não cumprimenta ninguém, zomba dos formadores na escola,
não é pontual, não participa nas actividades, está sempre furando a fila, estraga os bens
da escola e da sociedade em geral, etc. A questão é: Para que serve este formando para a
sociedade, mesmo tendo média 18 na escola?
Daí que esta educação não irá servir para nada.
Em fim, é difícil trabalhar numa EPFR, mas os produtos são mais bons e melhor para a
sociedade.
Referências bibliográficas
1. MARIRRODRIGA, R. García & PUIG, P. Calvó. Formação em Alternância e
Desenvolvimento Local: O movimento Educativo dos CEFFA no Mundo. Tradução
Luiz da Silva Peixoto, João Batista Begnami, Thierry De Burghgrave, Francisco
Trevisan, Laine Fátima Ulegon Trevisan. – Belo Horizonte: O Lutador, 2010
(AIDEFA), Cap: 2, pág: 56 – 106.
Disponível em: www. wilkerfilipel.slishare.com