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MISSÃO PARA CONTINUAR CRISTO Redentor FORMADORA

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MISSÃO PARA CONTINUAR CRISTO Redentor

FORMADORA

1 - Ser formadora é continuar o ser e o agirde Cristo formador e Mestre e como ele agiu com os membros de sua comunidade no discipulado.

2 - Cristo foi e continua sendo o único Mestre ou Rabi e as formadoras são em primeiro lugar suas discípulas em processo de buscar a fidelidade em sua consagração religiosa. Discípula e não Mestra.

Por isso, a formadora primeiramente precisa ser discípula para aprender de Cristo como pode ser um formadora. Tão simples dizer isso, mas viver isso é outra coisa. Exige muita conversão e dependência

Qualquer uma que recebe esse dom, missão e responsabilidade de Deus para formar futuras consagradas precisa ficar freqüentemente “aos pés do Mestre” como Maria, irmã de Marta.

Chamada intimidade para com Ser Cristo contemplativa

A missão de formadora não é para correr como uma galinha sem cabeça aqui e lá, pensando que ser de uma formadora está principalmente no fazer ou numa função para exercer. Ação demais atrapalha a missão de formadora.

Como é fácil cair nesse erro. Não é um fazer, mas fala de um ser. O primeiro dever de uma formadora é ficar apaixonada por seu Mestre Jesus Cristo, e depois transmitir essa paixão às suas formandas em qualquer nível de formação. Esse é o grande desafio hoje em dia: Comunicar sua paixão por Cristo não tanto por palavras, mas pela vida.

Esse seria o conteúdo principal de qualquer formação. Introduzir as formandas no amor a Jesus Cristo e ajudá-las a experimentar o amor de Deus em suas vidas e ajudá-las a procurar dar uma resposta de amor a Deus que as amou primeiro. Somente dessa experiência mística é que a formanda pode chegar livremente a buscar a consagração religiosa. Se faltar esse amor, essa paixão vai esfriar logo e não haverá perseverança nessa vocação de consagração. A vida fala demais dessa verdade para todos nós. Sem paixão não há perseverança.

Segundo, precisamos como formadoras acolher a mesma pergunta e desafio que Cristo ressuscitado fez a Pedro quando o convidou a ser o formador de toda a Igreja como Papa e vigário de Cristo na terra. “Pedro, você me ama mais do que estes outros?” A resposta de Pedro foi imediata e realmente foi cheia de fé, foi uma resposta honesta, mas sem os pés firmemente no chão. “Sim, Senhor você sabe tudo, você sabe que eu te amo”.

Jesus teve que perguntar Pedro três vezes porque o que ele quis ensinar foi essencial para que ele fosse o formador da Igreja feita de pedras vivas.

Jesus disse então que se realmente ama a sua pessoa, a prova estará nisto: “Cuide de minhas ovelhas e cordeiros”. O amor a Cristo precisa desembocar no amor aos que servimos.

Portanto, uma formadora, sobretudo, precisa ser alguém que não somente ama a Cristo, o único Mestre, mas ela prova esse amor através de serviços alegres e generosos às ovelhas que são as formandas.

Uma formadora é, sobretudo, alguém que está convidada a cuidar - plantar - adubar -aguar- podar - para que a planta, as formandas, possam crescer e produzir frutos 100%, 60%, 30%. Mais uma vez é tão fácil dizer isso. Uma formadora sempre será questionada por Cristo para viver isso na pele. Amar não é fácil. A força de cumprir essa missão vem da contemplação de Cristo que amou as formadoras primeiro.

A maioria das formadoras, quando recebem o convite para ser formadoras, sente-se profundamente despreparada e apresente mil desculpas: sou pecadora; não vivo nossa constituição como devo; não fiz cursos de especialização no ramo de formação, etc.,. Seja bem vinda ao clube da maioria das formadoras a quem também faltaram cursos e apresentaram as mesmas desculpas a Deus, e no fim fizeram muito bem!!

E Deus ainda vem ao seu encontro para dizer. “Já sei tudo isso, especialmente suas limitações e ate pecados e ainda quero você para essa missão e apostolado. Escolhi o fraco/a para confundir os sábios desse mundo. Não tenha medo. Eu estarei com você”. Isto foi a resposta para todas as desculpas apresentadas a Deus pelos profetas no Antigo Testamento e hoje a vocês, as escolhidas para trabalhar na formação.

Profeta Profeta

Isaías Jeremias

“boca “jovem

suja” demais”

A maior lição para aprender, e o mais difícil, é que Deus está no centro e não nós. Deus vai fazer as maravilhas e não nós. Deus é o Salvador e não nós. Deus vai formar as formandas com seu amor e carinho conosco. Somos meramente os instrumentos de Deus que nos convida a cooperar com Ele para demonstrar para nossas formandas seu amor, seu carinho e seus ensinamentos. Somos essenciais, mas somos instrumentos.

Vinde Santifique

Espírito nossos Santo

formandos

Por isso, a primeira coisa que as formadoras precisam é uma dose dupla de pobreza espiritual e humildade. Somos instrumentos, mas é Deus que vai fazer as maravilhas fantásticas em nossas formandas.

Mas Deus optou para não fazer isto sozinho. Ele quer nossas pessoas, nossos dons talentos e até limitações para moldar e formar as formandas em filhas amadas por Deus Pai que querem assumir uma maneira radical para responder ao seu amor, isto é, a vida consagrada. “O que faz a eles, faz a Mim”. Ser formadora é uma aventura no amor a Deus.

Isto nos leva para um segundo ponto : Toda a formação tem o fio condutor da consagração religiosa, que a percorre em todos os níveis.

“A vida consagrada é, antes de mais nada, um assunto entre você e Deus, seu Bom Pai que a ama desde toda eternidade...Seu compromisso é sério porque é com o Pai”. Mensagens, pág.80

Toda a formação é uma preparação ou uma caminhada formativa para assumir a vida consagrada ou fidelidade na consagração já assumida. Nossa primeira vocação é a consagração. Nunca podemos perder isto de vista para não corrermos o perigo de mal-formar nossas candidatas ou nossas co-irmãs.

CONSAGRAÇÃOOs meios são meios e não são absolutos.

Somente Jesus é absoluto e ele está sempre no meio de todo o processo de formação. Então as formadoras são chamadas a ajudar as formandas a escolher esse caminho mais radical que Deus colocou em seus corações dando apoio e pistas para que possam caminhar com coragem para assumir com fidelidade este projeto de consagração no seguimento de Jesus Cristo.

A partilha para falar sobre as dificuldades e desafios que experimentamos ou como formanda ou como formadora. infelizmente não temos todas as respostas feitas como se a formação fosse como um programa de computador. Apertar “enter” no computador e tudo acontece. Oxalá!!!!!!!!!!!

1 – Você acredita que a consagração religiosa deve estar no centro de toda a formação e em todos os níveis? Como conseguir isso?

2 – Desafios que encontrou como formanda ou encontra como formadora.

Momento para partilha

Ser formadora é um desafio na fé. Fé que Deus e o governo provincial escolheram VOCÊ para uma missão essencial na congregação - a formação. O segredo do futuro está colocado nas mãos de suas formadoras especialmente durante o tempo de formação inicial. É uma missão essencial que exige fé no Espírito Santo. Você foi escolhida. É vocacionada. Confie na Palavra de Deus “Estarei com você e por isso não tenha medo”.

A formadora

Mas precisa de fé também em si mesma no sentido que, apesar de suas dificuldades e limitações pessoais, você pode cumprir essa missão. Como é difícil mudar a ótica de mim mesma e minhas limitações e medos para acreditar que o Espírito Santo é aquele que vai funcionar em mim através de meus dons e até de minhas fraquezas. E finalmente a fé que você pode oferecer coisas preciosas às formandas que vão marcar diretamente ou indiretamente em sua formação espiritual, psicológica e vocacional pelo resto de suas vidas.

É uma graça e é uma responsabilidade. É consolo e às vezes a formação desanima. Mas no fim é sempre perceber Deus presente e prometendo à suas pessoas o que falou para todos seus profetas: “Não tenha medo porque estou com você”. Deus sempre precisa estar no centro. Somos instrumentos da graça de Deus às formandas.

E o que mais precisa comunicar às formandas é que você é uma pessoa consagrada a Deus e que está apaixonada por Deus e Deus por você. Sinto que todo o resto da formação depois disso seja secundário.

“Amarás o Senhor teu Deus de TODO SEU CORAÇÃO

Se pudemos comunicar nossa experiência de amor a Deus e de Deus à nós ás nossas formandas, todo o resto em nossas vidas consagradas vai caminhar bem. Não que as formandas no futuro não terão cruzes a carregar, mas elas teriam uma base sólida e espiritual para suportá-las durante qualquer futura crise. Teriam tido essa experiência do amor de Deus.

E é por isso, eu sinto, por que há tantas desistências – faltou o alicerce espiritual. Eles precisam aprender essa fé de seus formadores/as. Comunicar a eles, por exemplo, que você dá um espaço honesto para estar com Deus cada dia em oração pessoal. Deus não é para você uma idéia, nem uma filosofia, nem uma teologia, mas Deus é para você uma Pessoa apaixonante em sua vida. Um formador precisa ser um homem ou uma mulher de oração e os formandos precisam ver que o formador/a busca esse Deus de amor.

E é por isso, eu sinto, por que há tantas desistências – faltou o alicerce espiritual. Eles precisam aprender essa fé de seus formadores/as. Comunicar a eles, por exemplo, que você dá um espaço honesto para estar com Deus cada dia em oração pessoal. Deus não é para você uma idéia, nem uma filosofia, nem uma teologia, mas Deus é para você uma Pessoa apaixonante em sua vida. Um formador precisa ser um homem ou uma mulher de oração e os formandos precisam ver que o formador/a busca esse Deus de amor.

E é por isso que há tantas desistências : faltou o alicerce espiritual. Elas precisam aprender essa fé de suas formadoras. Comunicar a elas, por exemplo, que você dá um espaço nobre para estar com Deus cada dia em oração pessoal. Deus não é para você uma idéia, nem uma filosofia, nem uma teologia, mas Deus é para você uma Pessoa apaixonante em sua vida. Uma formadora precisa ser uma mulher de oração e as formandas precisam ver que a formadora busca esse Deus de amor.

Espiritualidade precisa caminhar junto com a missão. Elas formam uma unidade e não um dualismo.

“Dos pés de Jesus, saí para cuidar dos pobres e depois de cuidar dos pobres, voltai para retemperardes o vosso espírito aos pés de Jesus, no Santíssimo Sacramento do altar”.Mensagens, 19/03/1968.

Espiritualidade e missão são os alicerces em todos os níveis de formação inicial.

Também a formadora tem o dever para formar futuras irmãs para assumirem o ser e o agir carismático da congregação. Carisma não é teoria – é vida. É uma herança vivencial que vem dos fundadores e que foi dado pelo Espírito Santo. Mas a vida de intimidade com Deus vem primeiro e só depois vêm a missão. O mundo de hoje é barulhento demais. Há distrações demais.

É fácil para uma formadora mergulhar-se nessas distrações e atividades como exagero no computador e se esquecer de sua primeira profecia na formação, isto é, de ser mulher de Deus que busca a intimidade com seu Deus. A formanda vai seguir o exemplo do formadora seja positivamente ou negativamente. Isto é uma realidade.

Você é o guia espiritual das formandas e elas vão aprender de sua vida no concreto. Isto é o coração de seu ministério como formadora. E a primeira tentação que as formandas depois do Noviciado sofrem é largar sua vida de oração pessoal. Ficam imersas nas distrações e mil atividades. Então o encontro pessoal com o Deus de amor e de misericórdia começa a esfriar. A espiritualidade começa a secar por dentro. Não se pode sustentar a vida religiosa sem uma vida de oração pessoal.

Foi a própria

experiência de Jesus.

Apenas a oração comunitária não sustenta a vida consagrada. Sem esse contato com o amor de Deus em sua vida como experiência e não como teoria, mais cedo ou tarde a formadora e/ou formanda vão entrar em crise vocacional.

Crise Quem sou

Vocacional eu????

Portanto a formadora precisa oferecer às formandas meios para promover e cultivar momentos para a oração pessoal diária, o retiro mensal e promover liturgias que facilitam uma experiência de comunhão com Deus para todas na comunidade. Tudo isso não é fácil. As formandas de hoje são criadas para ficar muito tempo, e até demais, diante do computador. A sedução do mundo tecnológico é grande, especialmente o uso do computador, não para estudos e o apostolado, mas para Messenger e e-mails.

O Deus computador!

E por isso a oração pessoal fica no segundo e até no terceiro lugar de importância em sua vida pessoal de consagrada ou futura consagrada. A desculpa eterna para não rezar: “Não tive tempo”! MENTIRA.Essa realidade é um grande desafio para ajudar as formandas a usar tecnologia, mas não ficar escravas dela. O segredo é o equilíbrio que elas precisam assumir e viver na formação. Mas afinal de contas, é a formadora que precisa mostrar o caminho para uma experiência marcante de Deus na formação.

Uma formadora é uma pessoa humana. Tem virtudes, dons, talentos e experiências fantásticas de vida. Ama e é amada por Deus. Mas também cada formadora é uma pessoa limitada especialmente em suas necessidades afetivas. Nunca vai ser uma boa formadora até ser capaz de acolher sua totalidade de ser santa e pecadora e sentir-se bem diante de Deus com essa realidade. Deus não nos chamou como pessoas “perfeitas”, mas nos convida a caminhar para isso.

Isso somente pode acontecer através da oração quando descobrimos que Deus nos ama não por merecimento ou nosso trabalho, mas por graça. Seu amor não depende de minha perfeição ou atuação, sucessos ou fracassos segundo as normas do mundo. Ele ama a você e escolheu você porque Ele quer e porque está apaixonado por sua pessoa. Mas seu amor é graça. E Deus sempre chama a formadora ao compromisso de conversão continua em seu amor. Graça e não merecimento é o remédio.

Auto-aceitação é um processo longo e às vezes doloroso. Mas uma formadora também é uma “formanda” em processo contínuo de consagração religiosa. Ela, tanto como as formandas, precisam buscar um processo de libertação em sua vida. Esse processo traz uma alegria contagiante.

O perigo é servir aos outros e esquecer-se de si mesma e de sua caminhada na profissão religiosa. Você tem que promover essa intimidade com Deus e deixar que ele te liberte de tudo que não te deixa viver na alegria sua consagração.

Nunca sinta medo nem vergonha de falar tudo com Jesus na oração pessoal. Ele já nos conhece profundamente e nos ama sem condições. É interessante como às vezes falamos isso para as formandas e outras pessoas, mas nós mesmas nem sempre experimentemos isso. Dê um espaço para Cristo fazer maravilhas em suas vidas. Confiem em Deus e confiem em si mesmas. As palavras de Isaías “Você é precioso para mim e Eu te amo” precisam acontecer em nós antes que possamos ensinar às formandas esse caminho fabuloso da aceitação de Deus.

A formadora foi escolhida para passar para frente o sonho carismático doa fundadores. Por isso, uma parte importante de formação é a partilha de sua própria vida de congregação e de missão. A formação permanente das formandas é algo essencial para alimentar a vocação e a missão, pois a formação não termina com o noviciado. Todas precisam de formação permanente especialmente as junioristas precisam ser acompanhadas.

CURSOS ARTIGOS PARTILHA

DOCUMENTOS DA Igreja e da CONGREGAÇÃO

Esse elemento de pertença tem sofrido muito com o individualismo doentio que entrou na vida consagrada. E por isso com facilidade e por coisas banais algumas formandas saem da congregação em piscar dos olhos.

O fogo do sonho dos fundadores é essencial para ascender o mesmo fogo em nossos corações.

A formadora também precisa ser um sinal visível ou uma referência do carisma na congregação.

É necessário que a formadora tenha algum tipo de trabalho pastoral onde as formandas também possam participar. Para as junioristas isto é essencial – é tempo para exercer visivelmente o carisma que assumiram no dia de sua profissão religiosa.

E para a formadora faz bem estar com o povo de Deus. Mas existe o perigo de querer ficar no apostolado para dedicar mais tempo fora do que dentro da comunidade. Preciso equilibrio entre as duas tarefas– formadora e missionária. Mas a prioridade é a formação.

A Formadora precisa tempo para cultivo pessoal para desligar-se de todas suas atividades de formadora e cultivar um tempo para si mesma. Os compromissos da formação são exigentes, e muitas vezes, pode criar um atmosfera de tensão. E normalmente é sobre coisas pequenas e besteiras. E a tentação da formadora é levar a culpa disso em cima de si ou ao menos ficar irritada por dentro remoendo as coisas.

Não épecadorelaxar-se de vezemquando!!!

Como você se sente sendo um formadora? Poderia partilhar seus sentimentos?

Você acredita que sua própria prática de espiritualidade é essencial no sistema de formação? Profecia.

Como você cultiva intimidade com Deus? Poderia partilhar com as outras?

Momento para a partilha no grupo.

Há dois possíveis caminhos a escolher: 1 - uma visão autoritária ou a “pirâmide”.

Esse modelo exige da formanda uma obediência cega.

2 - O outro caminho é de co-responsabilidade.

Por muito tempo a autoridade extrema da formadora era comum. Mas depois do Concílio houve um forte questionamento sobre a pirâmide. No modelo piramidal a tendência da superiora e ou formadora é controla tudo e decide tudo sem consultar os membros da comunidade.

Superficialidade das avaliações das candidatas

Avaliações baseadas em somente coisas externas não podem nos dar uma visão realista do crescimento de nossas candidatas.

Precisamos ser honestas e abertas com nossas formandas. Precisamos ter a coragem, para dizer que ela tem ou não tem condições para viver a vida consagrada, viver em comunidade, ou viver o carisma da congregação. E nem todas que vêm buscando nossa congregação tem estas condições. O quanto antes isto ficar evidente, devemos chamar a pessoa e apresentar as razões. Devemos dar um espaço para melhorar, mas se não há melhora, ao menos podemos dizer que apontamos a dificuldade antes. 

A avaliação deve ser uma ajuda grande para a futura formadora. Mas se a formadora não levar em conta essa avaliação, o crescimento da formanda fica seriamente atrasado. É como começar de zero cada vez que muda de uma etapa para a outra. Isto não é justo para a formanda. É, também, um sinal da falta de entrosamento da equipe formadora.

Nada é mais desastrosa na formação do que uma competição aberta entre as várias formadoras.

1 - Como você faz as avaliações em sua etapa de formação? Está contente ou falta algo?2 – Você sofreu porque recebeu uma candidata mal preparada da etapa anterior? Como se sentiu com essa situação. 3- Você teve medo como juniora de não ser aceita aos votos perpétuos? Como sentiu?

O QUE É IMPORTANTE NA PESSOA DA FORMADORA HOJE.

1 - uma pessoa coerente: As formandas são normalmente

honestas em suas avaliações de suas formadoras. Elas não esperam milagres nem que elas sejam santas já feitas. Mas as formandas são cobradoras exigentes das formadoras sobre a questão de coerência.

Elas querem ver em suas formadoras pessoas que vivam o que pregam para elas. Elas querem pessoas que também são capazes de realmente mostrar que estão em processo de crescimento junto com elas. A formadora não é perfeita.

Assim, elas podem aprender que a formação é um projeto para toda vida e não só do tempo oficial de formação. Elas querem pessoas que são capazes de mostrar onde estão imperfeitas como as próprias formandas, mas que são adultas que assumem suas limitações e buscam a resolvê-las. Simplesmente esperam que as formadoras sejam humanas. Formadoras que são capazes de partilhar com elas seus fracassos e limitações, e como estão tentando superar e resolver esses bloqueios.

Mas nada é mais desastroso na formação do que uma formadora que fala, por exemplo, que se deve rezar a cada dia, mas a própria formadora freqüentemente não aparece na oração da comunidade, ou as formandas nunca vê a formadora rezando.

A formanda sofre com isso porque ela acredita na orientação dada, mas não está vendo a própria orientação vivida na formadora. A formanda começa a desanimar, se desorientar e desacredita no que foi ensinado. A profecia da formadora é oca e vazia.

Voltamos para o ponto central de toda a formação na vida consagrada - a consagração religiosa. A formadora deve ser uma pessoa que ama sua vocação religiosa e, porque não dizer, com uma paixão. Uma pessoa que entende que o projeto santo de consagração é chegar até a doar-se 100% a Deus e à humanidade num gesto de amor radical. É uma pessoa que sabe que está longe dessa meta como São Paulo que disse em Filipenses: “ainda não cheguei”.

Uma pessoa que percebe que houve momentos de profunda fidelidade em sua caminhada, quando cresceu na tentativa de viver esse amor radical na consagração. E reconhece, também, que houve momentos de desânimo, decepções, retrocessos e infidelidades. Mas não é triste por isso porque é capaz, na intimidade da contemplação, de lançar-se no amor e na misericórdia de Deus.

Confiante No Abraço Do Pai

É uma pessoa que busca sinceramente pistas para sair de seu profundo egoísmo e orgulho, para caminhar na configuração com a pessoa de Jesus Cristo que ela quer seguir na radicalidade. Tudo isso é bonito e profético diante das formandas. São bondosas e alegres com a vida.

Tudo isso nossas formandas devem poder ver e apreciar em nós. Uma mulher realizada, generosa e alegre. Uma vida de pobreza autêntica e uma vida de profunda partilha na comunidade. Uma castidade sexuada e profundamente feminina que mostra muito carinho e compreensão. Uma obediência que sincera e alegremente busca a vontade do Pai sozinha, mas também juntos com uma comunidade de co-irmãs. Sabemos que tudo isso é o ideal. Porém, parece que a profecia do exemplo na formação é o que mais pode atrair ou afastar as formandas de sua caminhada.

A formadora pode animar e formar as vocacionadas através da vivência simples de sua vida consagrada. Precisamos mostrar pela palavra e, sobretudo, pelo exemplo de nossa vida que somos pessoas escolhidas e consagradas, que Deus nos ama imensamente e nós queremos amar a Deus numa forma radical de amor.

“Só quem pode dizer: para mim o viver é Cristo,é que pode ajudar o Pai a formar aqueles que Ele chama”. Mensagens, pág.71.

Um elemento importante é ensinar as formandas a ter um senso crítico sobre a vida e algumas realidades de nossas co-irmãs. Precisam saber que elas vão encontrar muito exemplo de santidade nos membros, mas vão achar às vezes o oposto. O mau exemplo. Precisamos preparar as candidatas para enxergar e acolher essa realidade. Não existe perfeição nos membros mais velhos, nem em nós e nem nelas, mas essa busca permanente de se parecer com Jesus.

Compaixão tem muitas definições, mas, basicamente, é a capacidade de sentir com, ou melhor, sofrer com alguém.

Primeiro, é uma característica divina. Deus tem compaixão de seu povo infiel, dos pecadores, dos doentes, dos pobres e dos rejeitados.

Deus é capaz de descer e acolher, confortar, aliviar e libertar as pessoas em necessidade de compaixão. Compaixão demonstrada realmente liberta pessoas. Nada é mais consolador do que achar uma pessoa, um ombro, uma mão quando você está sofrendo sozinha. De repente, a dor, física, psicológica ou espiritual, começa a diminuir e o peso da cruz é dividido entre duas ou mais pessoas.

Uma formadora não é uma fonte de graça. Somente Deus pode ser esta fonte. Mas o dever de uma boa formadora é perceber os sinais da graça de Deus na caminhada da formanda. Nosso dever é perceber como Deus está tocando com sua graça a pessoa em processo e ajudar a formanda a acolher a vontade do Pai. Deus dá sua graça no momento certo e na quantidade certa. Isto é porque sua motivação somente pode ser o amor às formandas.

4-Uma pessoa que pode orientar e acompanhar

Para que possa cumprir essa missão, a formadora precisa promover um colóquio de ajuda fraterna com suas formandas. Este colóquio é de suprema importância no modelo personalista. É uma chance para a formanda a falar de sua vida e ser ajudada a integrar sua história. Acompanha como está o progresso na vivência comunitária, os sucessos e fracassos, as dificuldades e conquistas. Trata da amizade com os outros membros da comunidade, de como vão seus trabalhos na casa e no apostolado. Orienta e acompanha a vida de oração na espiritualidade carismática com respeito sagrado, e encaminha outras questões que não for de sua competência e preparo pessoal para quem pode acompanhar.

Um dos problemas na formação é discernir quando é necessário ser amiga e agir com compaixão e quando é necessário falar a verdade que nem sempre é fácil. As formadoras são pessoas humanas e querem ser aceitas pelas formandas. Tudo isso é normal. Mas o conflito vem quando é necessário apontar algo negativo na formanda e o medo vem: “será que ela vai me amar como antes ou esta correção vai causar uma barreira entre nós?”

Saber quando corrigir e quando ser amiga

Nesta situação percebemos que há perigo do pecado de omissão, e os sentimentos de medo, insegurança de si mesma como formadora. Como é difícil corrigir. Mas é uma parte essencial da formação. Quantas vezes Cristo, o modelo formador, teve que corrigir os membros de sua comunidade. Teve que chamar Pedro de “Satanás”, e João, o bem amado, de “filho de trovão” porque mostrou uma atitude não de misericórdia, mas sim de vingança e brabeza.

Nós temos uma obrigação séria de mostrar para nossas formandas os caminhos que são contra ou contrários do evangelho. Muitas já vem mais ou menos fracas na fé e na moralidade cristã e Deus nos coloca diante delas para mostrar o caminho certo. É claro que a motivação sempre deve ser a caridade. Qualquer outra motivação vai terminar em fracasso total como, por exemplo, vingança, ciúme, não gostar de uma pessoa, rebaixar a pessoa aos olhos dos outros, etc.

Chama-se esta situação de “confronto”. Confronto é um encontro com a verdade que facilita a libertação de alguém. Não é briga. Quando a colocação da falta do outro é feita por caridade, normalmente há uma aceitação muito grande e até agradecem a formadora. Quando é feita sem caridade, normalmente há rejeição, desgosto, reações anormais, etc. Onde a caridade está, Deus está.

Portanto, as formadoras devem acreditar em sua bondade procurando o bem da formanda. Não cair na omissão, deixando o formanda em seu erro ou pior, passando para outra etapa sem confronto. É preciso assumir com mais coragem esta parte da missão de formadora. Outro perigo é o medo de perder pessoas se formos honestas com elas. É melhor perder antes do que depois, quando elas podem causar muitos danos na vida em comunidade e no apostolado.

6 - A formadora deve ser a “médica da alma” -

Seria um resumo de todas as características. Uma formadora é instrumento de Deus para saber como e quando deve podar uma planta sensível (a formanda); saber quais “remédios” espirituais que ela precisa tomar para sair de suas limitações espirituais e mágoas do passado, e caminhar em direção à identificação com os sentimentos de Jesus, o Filho Amado do Pai.

Para isso, seja uma mulher de Deus para que possa ser médica das outras. E com fé partilhe seu amor a Deus e sua experiência do amor de Deus a você com as formandas pelo testemunha de sua vida. Elas estão procurando, sobretudo isso em suas formadoras. Mulheres consagradas que amam a Deus e ao próximo não em palavras só, com a vida. Então, elas irão procurar sua ajuda, conselhos, e direção em sua vida vocacional e espiritual. Por isso, precisamos estar disponíveis para ajuda. É no acolhimento, na compreensão, na compaixão que fazemos os trabalhos mais importantes como formadoras.

PERGUNTAS PARA PARTILHA

1 - Qual das características apresentadas mais tocou você. Poderia partilhar por quê?

2 – Quais outras características precisa uma formadora hoje em dia?

3- Qual foi sua experiência como “médica da alma” com suas formandas?