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"INFLUtNCIA DAS BAINHAS NA RESIST~NCIA DAS ALMAS DAS VIGAS DE CONCRETO PROTENDIDO" Eduardo de Moraes Rego Fairbairn TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÔS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM CitNCIAS EM ENGENHARIA (M.Sc.). Aprovada por: Prof. Fernando L. Lobo B.Carneiro (Presidente) - e ~------- RIO DE JANEIRO,R.J. - BRASIL MARÇO DE 1978 Holck

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Page 1: Eduardo de Moraes Rego Fairbairn · eduardo de moraes rego fairbairn tese submetida ao corpo docente da coordenaÇÃo dos programas de pÔs-graduaÇÃo de engenharia da universidade

"INFLUtNCIA DAS BAINHAS NA RESIST~NCIA DAS ALMAS DAS VIGAS DE

CONCRETO PROTENDIDO"

Eduardo de Moraes Rego Fairbairn

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DA COORDENAÇÃO DOS PROGRAMAS DE

PÔS-GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE

JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE

MESTRE EM CitNCIAS EM ENGENHARIA (M.Sc.).

Aprovada por:

Prof. Fernando L. Lobo B.Carneiro

(Presidente) -e ~-------

RIO DE JANEIRO,R.J. - BRASIL

MARÇO DE 1978

Holck

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ii

Fairbairn, Eduardo de Moraes Rego

Influência das bainhas na re­

sistência das almas das vigas de

concreto protendido. Rio de Ja­

neiro, 1978.

83p. 29,8cm (COPPE-

UFRJ, M.Sc, Engenharia Civil,1978)

Tese - Univ. Fed. Rio de Janei

ro, Fac. Engenharia

1. Concreto I. COPPE/UFRJ II.

Título(Série)

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iii

A meu avô Hélio

Engenheiro, Poeta,Criador

Numa perspectiva cristã de

Vida Eterna.

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iv

AGRADECIMENTOS

- Ao Professor Fernando Luiz Lobo Barboza Car­

neiro, pela valiosa e dedicada orientação.

- Ao Professor Antonio Claudio Ferrara Maia,p~

la inestimada ajuda na fase do pré-ensaio.

- Ao Professor Carlos Henrique Holck, pela a -

tenção e interesse demonstrados.

- Ao Pessoal Técnico do Laboratório de Estru -

turas - Eduardo, João, João Carlos, Osvaldo, Vicente - nela co

laboração e amizade.

- À V.S.L., pelo fornecimento das bainhas e ca

bos de protensão.

- Ao Engenheiro José JÚdice Martins, da SOMA

Engenharia, pelas formas e armação do pré-ensaio.

- À CAPES e a COPPE, pelo apoio financeiro.

- A todos os colegas e professores que direta

ou indiretamente contribuiram para a elaboração deste trabalho.

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V

RESUMO

As recomendações do CER preconizam que no

caso da verificação da resistência das almas das vigas de Con­

creto Protendido ao esforço cortante, deve ser levada em conta

a espessura efetiva da alma (deduzindo metade do somatório dos

diâmetros das bainhas) na região considerada (bwef = bw

Com o intuito de verificar esta recomendação,

foram ensaiadas até a ruptura por esmagamento da biela 15 vi­

gas de concreto armado. Todas as vigas tinham as mesmas carac

teristicas geométricas e a mesma armadura longitudinal e trans

versal. Os Únicos parâmetros variados foram os diâmetros das

bainhas e a injeção ou não destas com pasta de cimento.

Concluimos que para os casos em que pedemas co~

fiar na eficiência da injeção não seria necessária uma redução

do valor da espessura da alma e que para os casos em que a to­

tal eficiência da injeção não pode ser levada em conta, ê re­

comendável a redução apresentada pelo CEB-1978 com b f=b - l2

E$. we w

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vi

SUMMARY

CEB Recomrnendations preconize that in case

of verification of the web strength of the prestressed concrete

bearns against the shear force, it might be taken into account

the effective web thickness (by deduction of the half sum of

the ducts diarneters) in the considered region (bwef=bw - !r.~).

With the purpose of verifying this recomrnendation,

fifteen reinforced concrete bearns were tested until the crushing

of the concrete web, in the direction of the diagonal cracks.

The bearns had the sarne geometrical charactheristics

and the sarne transversal and longitudinal reinforcement. The

variable pararneters were the diameters of the ducts and their

injection, or not, with mortar.

We have concluded that in the cases in which the

injection is reliable, a reduction of the value of the web

thickness would not be necessary, and that in the cases in which

the full efficiency of the injection cannot be trusted, the

reduction preconized by CEB-1978 (b f=b - 12 E~) is recomrnended. we w

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vii

NOMENCLATURA

E - módulo de elasticidade

E - módulo de elasticidade do concreto c

Es - módulo de elasticidade do aço

E - módulo de elasticidade da pasta de cimento p

V - esforço cortante

Vrd - esforço cortante reduzido de cálculo

V - esforço cortante Último u

M - Momento fletor

P - Carga

Pu - Carga Última

a - tensão normal

cr 1 ,cr 2 ,cr 3 - tensões principais (cr1 >cr 2 >cr 3 )

ªc - tensão normal de compressão no concreto

a - tensão normal de tração no concreto c,t

ªs - tensão normal no aço

f - tensão resistente; flecha

fc - tensão resistente do concreto à compressao

f - tensão resistente do concreto à tração c,t

f 0 , 2 - tensão convencional de escoamento do aço

f - tensão de ruptura do aço r

f - tensão resistente característica de um material k

fd - tensão resistente de projeto de um material

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viii

f - tensão resistente média relativa a urna amostragem m

f - tensão resistente individual relativa a urna amostragem i

T - tensão de cizalhamento

Twd - tensão de cizalhamento convencional de projeto

E - deformação especifica

E - deformação especifica do concreto à compressao c

E - deformação especifica do concreto à tração c,t

Es - deformação especifica do aço

b - espessura

b - espessura da alma w

bwef - espessura efetiva da alma

bwefmed - espessura efetiva média da alma, relativa a uma

amostragem

h - altura total de urna seçao transversal

d - altura Útil de urna seção transversal

z - braço de alavanca do momento fletor

c - coesao

~ - ângulo de atrito

f - diâmetro da bainha

xi - valor individual relativo a urna amostragem

X - valor médio relativo a urna amostragem

N - número de amostras; Newton

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ix

UNIDADES

O sistema de medidas empregado é o sistema me­

trice decimal definido pela Confederação Geral de Pesos e Medi

das "Sistema Internacional de Unidades (S. I.) ".

Usamos no presente trabalho as seguintes apro-

ximações:

1, O kg f - 10 N

1,0 kgf/cm 2 - 0,1 N/mm2

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X

INDICE

Pag

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO 1

I.l Considerações iniciais 1

I.2 - Pesquisas realizadas anteriormente 3

I.2.1 - Experiências de R.D. Gaynor 3

I.2.2 - Experiências no Instituto Otto Graff 5

I.3 - Recomendações existentes 6

CAPÍTULO II - PLANO DE PESQUISA 8

II.l - Caracterlsticas das vigas 9

II.1.1 - Caracterlsticas Geométricas-Deta

lhes de armação 9

II.1.2 - Materiais 12

a) Concreto 12

b) Aço 15

c) Pasta de cimento para injeção 17

II.2 - Esquema de ensaio 18

II.2.1 - Montagem 18

II.2.2 - Instrumentação 19

a) Deformação do concreto na alma 19

b) Deformação do concreto na mesa sup~

rior

c) Rotações nos apoios

d) Flechas

e) Deformação nos estribos

f) Esquema geral de instrumentação

CAP!TULO III - CONSIDERAÇÕES TEÔRICAS

III.l - Casos de ruptura do concreto solici -

tado a estados múltiplos de tensão

20

21

21

21

23

24

24

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xi

III.2 - Estado de tensões nas almas das vigas 27

CAPÍTULO IV - RESULTADOS EXPERIMENTAIS 31

IV.l - Distribuição da amostragem 31

IV.2 - Cargas de ruptura 33

IV.3 - Deformação específica do concreto nas bi

elas comprimidas 34

IV.4 - Deformação específica dos estribos 40

IV.5 Rotações nos apoios 42

IV.6 Deformação do concreto na mesa superior 46

IV.7 - Flechas 51

IV.8 - Fissuração 55

CAPÍTULO V - CONCLUSÕES 59

BIBLIOGRAFIA 63

AP~NDICE 65

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1

1

CAPITULO I

INTRODUÇÃO

I.l - Considerações Iniciais

Quando em um corpo sujeito a tensões, feito

de um material de construção com um módulo de elasticidade E1,

está incrustado um corpo cujo módulo de elasticidade E2 é mai

orou menor que E1 , então esta incrustação diminui a resis -

tência do corpo principal, porque as trajetórias principais são

alteradas.

. . . -

X.-

a

r~ FIG 1-1

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Na Figura I-la ternos o caso de urna barra de

aço firmemente envolta na massa de concreto em um estado de

tensão de compressão simples. As trajetórias de tensões princ!

pais adensam ao se desviarem e passarem pelo elemento de ferro.

Na Figura I-lb ternos o caso de espaço vazio

sob o ferro. Esse espaço vazio provoca o desvio das trajetórias

dP- tensões princii:aispara fora do vergalhão, rnergulahndo-as no

concreto.

Na Figura I-lc ternos o caso da bainha de pro­

tensão sem o enchimento de pasta de cimento. Neste caso também

existe elevação de tensões de cornpressao na borda do furo, apa­

recendo. tensões de tração na altura deste, na direção transver

sal.

Se as bainhas estão cheias de pasta de cimen­

to, o módulo de elasticidade deste enchimento estará aproxirnad~

mente acima ou abaixo do módulo de elasticidade do concreto cir

cunvizinho. A influência perturbadora terá pois o aspecto da

Figura I-la ou I-lb. No entanto, muito frequentemente, princi­

palmente nas almas das vigas, debaixo do tubo envoltório se for

rnarn espaços vazios causados pela sedimentação do concreto, de

forma que em elementos pretendidos pode se formar urna situação

correspondente à Figura I-lb.

Ao ser injetada a argamassa, pode se dar o fa

to de na parte de cima da bainha se formarem espaços vazios ou

que este se forme com porosidades, de forma que urna transmissão

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de tensões nao seria completa. Isto tem consequências semelhan

tes às dos espaços ôcos no concreto acima descritos (Fig. I.2).

FIG I-2

Pelo que vimos acima, a presença das bainhas

nas almas das vigas de concreto pretendido, alteram sua resis­

tência111. A bibliografia consultada registra pesquisas reali­

zadas com o objetivo de avaliar quantitativamente esta altera -

ção, pesquisas estas, cujas mais significativas passaremos a

descrever brevemente em seguida.

I.2 - Pesquisas Realizadas Anteriormente

I.2.1 - Experiências de R.D.Gaynor lll,!21

Gaynor fêz experiências com cilindros de con­

creto de 15 cm de diâmetro e 30 cm de altura com concreto de al

ta resistência (~48,0 N/mm2

) em que perpendicularmente à dire

çao de compressão foram incrustados vergalhÕes de aço de diâme­

tro de 12,7 mm e 25,4 mm nas posições mostradas na Fig.I.3.

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FIG I-3 ( cotas em cm)

Apesar de nao existirem referências quanto ao

fator água-cimento, o fato de ser alta a resistência do concre­

to, leva a supor que seria baixo. o concreto foi vibrado com

vibrador de mergulho, portanto não havia circunstâncias que fa­

cilmente conduzissem à formação de vazios debaixo dos vergalhÕes.

Cada experiência foi realizada três vezes, a dispersão determi­

nada como sendo pequena.

Os resultados mostraram que para os vergalhÕes

de 12,7 mm situados a meia altura no corpo de prova de concreto,

o decrêscimo da resistência ê quase igual à percentagem da área

correspondente à projeção do vergalhão dentro da massa perpend!

cularmente à compressão. Nos vergalhÕes de 25,4 mm, o decrésci

mo de resistência é aproximadamente metade do valor percentual

da área projetada correspondente aos vergalhÕes.

Embora estas experiências nao permitam que se

estabeleçam valores quantitativos, elas mostram que mesmo verg~

lhÕes finos contribuem grandemente na redução da resistência do

concreto em corpos de prova.

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111 I.2.2 - Experiências no Instituto Otto Graff(W. Dilger e R.Koch)

As experiências no Instituto Otto Graff foram

feitas em corpos de prova prismáticos, com 15cm e 25cm de espe~

sura, 30cm de largura, 68cm de altura e concreto com urna resis­

tência média a 28 dias de 30, o N/rnm 2 . As dimensões de 15cm e

25cm correspondem às espessuras comuns de almas de vigas com

um e dois elementos pretendidos. Foram usadas bainhas ondula -

das de 50mm de diàrnetro, e espessura de chapa de 0,25mm. As ba

inhas foram incrustadas vazias, e em metade dos corpos de prova

foram preenchidas com 16 vergalhÕes de aço de 8mm de diàrnetro

(em experiências posteriores com 12 vergalhÕes de aço de 8mm de

diàrnetro) e nata de cimento. As posições das bainhas nos cor -

pos de prova são mostradas na Fig. I.4.

68 -------------- O 0=5

· " - ,,1s,, a)centr. e

descentr.

b)

,.-, , .. 1 '

ô

555 456 f,'1 r·rfr

~~

M t 25 ,1-

c) a=O a=2 a=5

FIG I-4 ( cotas em cm)

68

~ o ~ centr.

~ o ~ descentr.

d)

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Nos corpos de prova mostrados na Fig. I.4b,

as bainhas foram colocadas com uma inclinação de 60° em relação

à direção de compressão para representar as condições em almas

de vigas pretendidas em que as tensões principais de compressão

se mostram nesta direção em relação aos elementos pretendidos.

Como comparaçao, em alguns dos corpos de pro­

va mostrados nas figuras ~4a e I.4b, foram colocados ao invés

das bainhas, vergalhÕes maciços de aço de 50mm de diâmetro.

Concluindo sobre os resultados das pesquisas

do Instituto Otto Graff, Leonhardt aconselha considerar o decrés

cimo da resistência através de uma diminuição da área da seção

transversal à compressão de no mínimo 2/3 da área projetada na

direção da compressão, da superfície das bainhas ou da superfí­

cie das barras de ferro. Alerta também para o fato de que as

bainhas inclinadas de 60° causam um decréscimo na resistência

maior do que aquelas colocadas perpendicularmente à compressão.

I.3 - Recomendações Existentes

Baseado nos ensaios do Instituto·otto Graff,

Leonhardt apresentou no VI Congresso do FIP em Praga-1970 13 1,

uma proposta de ser levada em conta a redução da resistência das

almas devido à presença das bainhas, considerando-se uma largu­

ra da alma reduzida de 2/3 do valor do somatório dos diâmetros

das bainhas (bwef = bw - 2/3 E$).

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As recomendações do CEB-1972 (R 43,13) preco­

nizavam que esta redução deveria ser tomada como sendo do valor

integral do somatório dos diâmetros das bainhas (bwef = bw-E~)

redução esta recentemente alterada (Bulletin d'Information n9

117 - F - CEB - item 11.2.3.1) para metade do somatório dos di­

âmetros das bainhas (bwef = bw - 1/2 E$).

Tendo em vista que as recomendações acima fo­

ram baseadas em ensaios de corpos de prova submetidos a compre~

sao, a presente pesquisa teve como proposta adicionar novos da­

dos ao estudo do problema, tendo sido realizados ensaios em vi­

gas de concreto armado em que a ruptura se deu por esmagamento

da biela comprimida.

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CAPITULO II

PLANO DE PESQUISA

Foram ensaiadas até à ruptura por esmagamento

da biela, 15 vigas de concreto armado com as mesmas caracterís­

ticas geométricas e a mesma armadura longitudinal e transversal,

sendo que os únicos parâmetros variados foram o diâmetro da bai

nha inserida nos modelos e a injeção ou não destas bainhas.Nas

vigas onde houve injeção de pasta de cimento, as bainhas foram

preenchidas com cordoalhas de 1/2".

Na tabela II-1 e mostrado o plano de ensaios.

TABELA II-1 - PLANO DE ENSAIOS

Diâmetro da Injeção de pasta Quantidade de Quantidade bainha (cm) de cimento cordoa lhas de de modelos

1/2" ensaiados

alma cheia - - 4

2,54 sem injeção - 2

2,54 injetada 1 2

3,45 sem injeção - 2

3,45 inietada 2 2

3,70 sem iniecão - 2 -

3,70 injetada 3 1

* As bainhas foram preenchidas com cordoalhas para que houvesse - - - 141 colaboraçao destas no fenomeno da exsudaçao •

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9

clatura:

As vigas foram identificadas segundo a nomen -

I Vi - </> - { SI

onde:

i - nQ de ordem do ensaio

q, - diâmetro da bainha em com (A.C. se for viga de Alma

Cheia)

I - bainha injetada com pasta de cimento

SI - bainha sem injeção de pasta de cimento

Assim, por exemplo, a viga V2-2,54-I foi a se

gunda viga a ser ensaiada, bainha de 2,54cm de diâmetro, inje­

tada. A viga Vl5-AC foi a 15~ viga ensaiada, alma cheia.

II-1 - Caracteristicas das Vigas

II.1.1 - Caracteristicas Geométricas - Detalhes de Armacão

As caracteristicas geométricas, detalhes de ar

maçao e colocação das bainhas são mostrados na Fig.II.!.

O dimensionamento foi feito segundo as recome~

dações do CEB, sendo que, para ser evitado o risco de ocorrer

um tipo de ruptura que não fosse o desejado, a resistência da

alma foi considerada através da relação

2 do-se para fck o valor de 15,0 N/mm.

vrd b df = 0,5, preven­

w ck Sendo assim, como se P2

de observar na Fig. II.l, houve um super-dimensionamento tanto

para a flexão, como para os estribos e comprimentos de anco

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10

A

í

::.-.:-- _-::: ::._:-_-.: :-:::- ---- ---;:- - - -- - - -- - -- ----150 ·r <:: ·: :- ---- .----:··::·.:(-15º

l 45

( ~

~

A_l 30

t 601

CORTE

AA

----------------------------- --~

~ 80 i 60 J 290

t 50

r 10

10~

a)

10

.r 35 ,r Características geométricas

6 (/J 3/8" CA-50 B

1

6 iiJ 5/8" CA-50 B

(/J 5/16" c. 10 - CA-50 B

~SHS'' e. <O - c,-50 e

iiJ 5/16" c. 10 - CA-50 B

b) Armação

FIG II-1 - Características dos modelos e cotas em cm)

45 j

1

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1:t

ragem,sem prescindir da verificação ao arrancamento da armadura

longitudinal devido ao esforço cortante. Foi usada a relação

M/Vh = 1,5, favorável à ruptura na biela.

Com o intuito de verificar a forma de ruptura

das vigas projetadas, foram ainda realizados dois pré-ensaios,e

somente a partir desta verificação executados os modelos defini

ti vos.

Observando a Fig.II.!, podemos notar que as b~

inhas foram colocadas de forma tal que tivessem uma inclinação

de 15° na região onde era esperada a ruptura. Esta inclinação

foi adotada em virtude da observação feita por Leonhardtl 11 de

que o decréscimo da resistência em corpos de prova era maior na

queles onde a bainha estava inclinada de 60° em relação à dire­

ção de compressao. Levando-se em conta que nos pré-ensaios foi

verificada uma inclinação das bielas comprimidas muito próximas

de 45°, optamos por colocar as bainhas inclinadas de 15° na re­

gião de ruptura, visando obter um ângulo de 60° entre estas e

as tensões principais de compressão na alma (Fig.II.2), o que

corresponde à situação mais desfavorável relatada acima.

=-=~_:------yOº k --- .... __ -- 1.:ii"f--- --==-- -__

45º --- ---------------

FIG II-2

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II.1.2 - Materiais

a) Concreto

Foi utilizado concreto com traço em peso de:

1:3,4:4,4

Fator água-cimento: X= 0,75

Consumo de cimento: 246 Kg/m3

Os componentes utilizados foram:

- areia grossa

- agregado graúdo, com Dmax = 19mm (brita n9 1)

- cimento tipo Portland, marca Mauá - 320

Para cada viga concretada foram moldados 9 cor

pos de prova, vibrados com vibrador de imersão, capeados com

pasta de cimento , que eram rompidos

à mesma época do ensaio da viga correspondente. Apresentamos

na Tabela II-2, os valores médios da resistência à compressão

para cada viga.

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13

TABELA II-2 - RESISTtNCIA Ã COMPRESSÃO DO CONCRETO

fcm Idade VIGA (N/rnrn2 ) (dias)

Vl-AC 18,2 52

V2-2,54-I 18,9 56

V3-2,54-I 20,3 52

V4-2,54-SI 21,7 55

V5-2,54-SI 19,4 49

V6-AC 20,0 49

V7-3,45-I 20,7 49

V8-3, 45-SI 20,0 49

V9-3,45-I 20,9 49

VlO-AC 22,6 68

Vll-3,45-SI 22,2 69

Vl2-3,70-I 15,5 50

Vl3-3,70-SI 16,4 50

Vl4-3,70-SI 17,4 56

Vl5-AC 15,2 56

Conforme podemos verificar na Tabela II-2, a

dispersão dos valores da resistência à compressão foi pequena,

tendo-se encontrado para todas as vigas urna média de 19,2N/rnrn2 ,

para valores máximo e mínimo de 22,6N/rnrn2 e 15,2N/rnrn2 respecti-

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14

vamente, e um desvio padrão

N l (X.-X)2

i=l 1

de 2,33. N-1

Para as vigas Vl2,Vl3,Vl4 e Vl5 foram medidos

os módulos de elasticidade estático , utilizando - se

para isto 4 corpos de prova por viga. A medição do módulo de e­

lasticidade estático foi feita seguindo-se a recomendação RILEM

CPC 8.

Os valores médios para cada viga sao apresenta­

dos na Tabela II-3.

Tabela II-3

VIGA E c (N/mm 2)

Vl2-3,70-I 19200

Vl3-3,70-SI 18300 i ,.

Vl4-3,70-SI 18900

Vl5-AC 16100

As vigas fóram concretadas e.~ mesa de vibração

para evitar a formação de vazios, tanto na alma quanto na mesa

inferior, já que a presença da bainha dificultava a passagem do

concreto e tornava impossível a introdução do vibrador.

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15

b) Aço

Utilizou-se o aço CA-50B, tanto para a armadu­

ra longitudinal como para a armadura transversal. Os valpres

médios apresentados pelas amostras ensaiadas para as tensões de

escoamento convencional e de ruptura são mostrados na Tabela

II-4. Os diagramas tensão-deformação médios encontrados para

as diversas bitolas empregadas são apresentados na Fig.II.3.

BITOLA

5/8

3/8

5/16

Tabela II-4

Características do Aço

2 f0,2(N/mm) fr

517,1

567,0

531,9

(N/mm2 )

640,5

688,1

656,8

O cabo usado para enchimento das bainhas foi

a cordoalha de % 1/2".

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600

517

400

305

200

100

o

600 567

500

385

300

200

100

16

a (N/mm2 ) s

1,37 2 3 fJ 5/8"

a (N/mm2 ) s

4,33 5

o E ( / 00)

s

6 7

o E ( / 00)

s o"-----------+--~-__._ ..

1 2,05 3 4 5,01 6 7

600

400

345

200

100

o

fJ 3/8"

1 1, 63 3 fJ 5/16"

4,51

o E ( / 00)

s

6 7

FIG II-3 - Características do Aço

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17

c) Pasta de Cimento para Injeção

A pasta utilizada para injeção nas bainhas foi

composta de uma mistura de água e cimento, estando os mesmos na

proporçao em peso: ~ = 0,5. A mistura foi feita manualmente

e a injeção por pressão, devido à gravidade, conforme é mostra­

do na Fig. II-4.

FIG 11-4 - Injeção de pasta de cimento

Para cada viga injetada foram moldados 5 corpos de prova, os

quais foram ensaiados à compressão no dia da ruptura da peça.Na

tabela II-5 são apresentados os valores médios obtidos nos en -

saios destes corpos de prova.

TABELA II-5 - CARACTERÍSTICAS DA PASTA DE CIMENTO

VIGA t1\~mm2\ Idade (dias)

V4-2,54-I 23,2 25

V5-2,54-I 24,9 19

V7-3,45-I 26,3 22

V9-3, 45-I 25,8 22

Vl2-3,70-I 35,8 18

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18

Para a viga Vl2-3,70-I foi medido o módulo de

elasticidade estático para a pasta de injeção em quatro corpos

de prova, usando-se o mesmo processo utilizado para os corpos de

prova de concreto, tendo sido encontrado um valor médio

2 Ep = 14200 N /mm .

II.2 - ESQUEMA DE ENSAIO

II.2.1 - Montagem

A montagem adotada foi a de viga simplesmen­

te apoiada com duas cargas concentradas simétricas (Fig.II-5) .

Esta montagem foi a escolhida por ter a vantagem de combinar du

as condições de teste, a saber:

- Flexão pura na região entre as cargas

- Esforço cortante constante nas duas regiões entre carga

e apoio da viga.

zs. t ~

.f 45 } 60 ~ 80 ~ 6 D ~4 5 J

FIG. II-5 - Esquema de

carregamento (cotas em cm)

Com exceçao da viga Vl-AC, as cargas foram aplicadas por meio

de dois macacos hidráulicos (capacidade máxima de 250kN) conec­

tados a um pulsados Arnsler. A viga Vl-AC teve seu carregamento

aplicado por meio de dois macacos hidráulicos Pontemac (capaci­

dade máxima de SOOkN). Durante o ensaio da viga Vl-AC foram oh

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19

servadas grandes variações de carga a partir de lSOkN, fato es­

te que nos levou a optar pela troca de equipamento nos ensaios

subsequentes.

Para cada viga ensaiada foram realizadas, em me

dia, 10 etapas de carga. Os ensaios foram montados na placa de

reaçao do Laboratório de Estruturas do Centro de Tecnologia da

UFRJ.

II.2.2 - Instrumentação

a) Deformação do Concreto na Alma

As medidas de deformação do concreto na alma

foram tomadas segundo uma inclinação de 45°, inclinação esta que

é admitida como sendo a direção das tensões principais de com -

pressao. Os pontos onde foram realizadas estas medidas são mos

trados na Fig. II-6.

60

~---i't_~~sº ~ ~

'

30

60

/

FIG. II-6 - Pnntos de medida de defor­maçio do concreto na alma ( cotas em cm)

30

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20

As medidas foram tomadas nas duas faces late -

rais das vigas, tendo sido assumida a deformação num determina­

do ponto através da média das deformações nas duas faces.

O aparelho usado para a leitura das deformações

do concreto na alma foi um extensômetro mecânico marca Huggen -

berger de base de medida 100mm e precisão de 0,001mm.

b) Deformação do Concreto na Mesa superior

As deformações na mesa superior foram medidas

nos pontos mostrados na Fig. II-7.

-~.------------------------, 25 ,

11 12 13 25 -1- -------~------;--- ----;- +-------- --

+- 1 1

1

1

J ' 1

'.5 ,l 70 ,l 70 ,l 75

FIG II-7 - Pontos de medida na mesa superior e cotas em cm)

O aparelho usado para a leitura das deformações

do concreto na mesa superior foi um extensômetro mecânico marca

Huggenberger de base de medida 250mm e precisão de 0,001mm.

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21

c) Rotações nos Apoios

As rotações nos apoios foram medidas conforme

mostrado na Fig. II-8. O aparelho usado para esta medição foi

um clinômetro de bolha marca Stoppani com precisão de 2".

d) Flechas

As flechas foram medidas com um catetômetro mar

ca Wild Heerbrug com precisão de 0,1:mm, nos pontos mostrados na

Fig. II-8.

1

101= 10 +l

L 45

l 1 1

FIG

60

II-8

t4

80 60 } 4 5 t

Pontos de medida de rotação Pontos de leitura de flecha ( cotas em cm)

e) Deformação nos Estribos

As deformações nos estribos foram medidas ape­

nas nas vigas V2-2,54-I, V4-2,54-SI, V6-AC, V7-3,45-I, VlO-AC,

Vll-3,45-SI, Vl3-3,70-SI, VlS-AC.

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22

Para a medida destas deformações, foram utili­

zados extensômetros elétricos de resistência (EER) marca Kiowa,

base 2mm, sendo que para cada viga foram tomadas as deformações

em 3 seçoes. Para cada seção foram utilizados 4 EER, sendo a

deformação na seção assumida através da média destas quatro lei

turas. A disposição dos EER é mostrada na Fig. II-9.

1 2 3 l l wi l f I t ... .L ro~oi~

45 80 J 60 l 45 l 60 · ' •

-a) Situação das seçoes

1 2 3

10 10

b) Detalhe da colocação dos estribos

FIG II-9 - Colocação dos EER

( cotas em cm)

c) Detalhe de um estribo

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23

f) Esquema Geral de Instrumentação

Orientação Esquerda-Direita

Com o intuito de facilitar a interpretação dos

gráficos e posteriores análises, decidimos fazer a orientação

segundo o esquema mostrado na Fig. II-10, chamando lado esquer

do ao lado onde se deu a ruptura do modelo.

ESQUERDA DIREITA

1 2 1 2 3

11- Y,t2,f3,f 2+ 3+ ~~~ 4+

'

1 2 3

RUPTURA

FIG II-10 - Esquema geral de instrumentaçao

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24

CAPITULO III

CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

III.l - Casos de Ruptura do Concreto Solicitado por Estados

Múltiplos de Tensãol 5 I

O concreto quando solicitado por estados múlti­

plos de tensão apresenta dois tipos de ruptura distintos:

a) ruptura por separaçao

b) ruptura por deslizamento

Na ruptura por deslizamento verifica-se desa~

gregaçao do material numa região relativamente extensa, ao pas

soque a ruptura por separação se dá ao longo de uma superfí -

cie bastante nítida.

A ruptura por deslizamento pode ser satisfato -

riamente explicada pela hipótese de Coulomb-Mohr, adotada em

Mecânica dos Solos. A normal à superfície de deslisamento for

ma um ângulo de cerca de 65° com a direção da tensão de compre~

são de maior valor absoluto. o erro cometido ao se desprezar

a influência da tensão principal intermediária é na maioria dos

casos de importância secundária, especialmente quando se estu­

dam problemas de estado plano de deformação.

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25

Na Fig. III-1 apresentamos a envoltória de Mohr

simplificada que é composta de um arco de circulo que abrange

toda a parte da envoltória situada do lado dos cr nositivos,

prolongado por duas tangentes para o lado dos cr negativos que

representam o critério de Coulomb (coesão+ atrito interno).E~

ta envoltória pode ser usada para o caso de termos uma das ten

sões principais sendo de tração, restrição que satisfaz os pro

blemas tratados neste trabalho.

'(' e

, '

' ' '

' ' •

e

'

, , ,' ,, ---

~ .. _______ _

lf 2 e

T

f e

, ,

o

FIG III-1 - EnvoltÕria de Mohr Simplificada

[J

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26

Esta envoltÓria de Mohr simplificada é a repre­

sentação geométrica das duas seguintes condições de ruptura,em

termos de tensões normal e tangencial em uma faceta:

a) Max cr = fct

para cr > O

para cr < O

sendo: c - coesao

~ - ângulo de atrito interno

Ou, em termos de tensões principais (cr1 >cr 2 >cr 3):

A condição (a) corresponde ao ponto A da envol

tória e a condição (b) à região BC. O arco de cfrculo AB repre

senta a transição entre as duas regiões de plastificação.

Podemos também exprimir as condições acima em

função de cr1 e cr 3 , através do gráfico mostrado na Fig.III-2,

onde o trecho AB corresponde à condição (a) e o trecho BC à

condição (b).

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27

B A

e

FIG III-2

1 e 7

III.2 - Estado de Tensões nas Almas das Vigas

f e

A f ct

As teorias existentes sobre o funcionamento das

almas das vigas consideram estas submetidas a um estado plano

de tensões com tensões principais de tração e de compressao.

Sendo assim, poderiam ocorrer nas bielas os dois tipos de fa -

lha do concreto comentados no ítem III.1.

Quando a tensão principal cr1 atinge o valor

fct (Fig.III-3), ocorre uma ruptura por separação que dá ori­

gem às fissuras inélinadas aproximadamente de 45° que é adi­

reçao perpendicular a cr1 , sendo as tensões de tração absor­

vidas pelos estribos.

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28

FIG III-3

Na região entre fissuras, ou seja, onde a ten -

sao principal cr1 ainda não atingiu o valor fct (Fig.III-4),

o concreto romperá por deslisamento, acarretando a ruina da

viga, com a tensão principal de compressão podendo situar-se

entre fc e 0,5 fc conforme relatado no Item III.l.

FIG III-4

As formulações teóricas para verificação da ca­

pacidade resistente das almas baseiam-se na limitação da ten -

sao cr 3 para o caso mais desfavorável, ou seja, limitando a

tensão principal de compressao em 0,5 fck· No caso de estri -

bos verticais à tensão principal de compressão na biela, se -

gundo a teoria da "treliça de Morsch" é igual a:

V 2 b z

w ;; 2, 3 V

b d w

= 2,3 TWd

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29

donde se conclui a condição:

0,5 f Twd < 2,3 ck = 0,22 fck

Conforme foi visto no ítem I.l, quando a alma

contém uma inclusão com módulo de elasticidade diferente, ocoE

rerá um desvio da trajetória das tensões principais de compre~

sao, desvio este que acarretará o aparecimento de tensões de

tração. No caso dos furos correspondentes àsbainhas,que sao

paralelas ao plano médio vertical longitudinal da peça, estas

tensões de tração são perpendiculares a este plano (Fig.III-5),

ao passo que as tensões principais de tração geralmente consi­

deradas nas bielas são paralelas a este plano (Fig.III-4). Te­

ríamos então uma situação correspondente a um estado triaxial

de tensões com uma tensão principal de compressão e duas ten­

sões principais de tração (Fig. III-5).

FIG III-5

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30

Este seria então o modelo de estado de ten -

soes numa alma de viga atravessada longitudinalmente por um ma

teria! com módulo de elasticidade diferente do módulo de elas-

ticidade do concreto, podendo a tensão crT (Fig. III-5) assu ,a -miro papel de maior tensão principal de tração, contribuindo

assim para a diminuição da resistência da alma quando compara­

da com o caso de viga de alma cheia.

Como veremos no Capítulo IV, esse estado de

tensões triaxial com duas tensões principais de tração justifi

caria também o menor encurtamento de ruptura da biela quando

comparado com o caso das vigas de alma cheia.

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31

CAPÍTULO IV

RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Apresentaremos neste capítulo, tabelas e gráf!

cos referentes às diversas vigas ensaiadas. Em virtude dos

problemas com o carregamento da viga Vl-AC, já descritos no

ítem II.2.1, decidimos não utilizar os valores obtidos no en -

saio desta viga, como dados para as análises e conclusões sub

seguentes.

IV.l - Distribuição da Amostragem

Com o objetivo de minimizar os efeitos da vari

açao do valor da resistência à compressão média (f ) nas ana-cm

!ises comparativas entre as diversas vigas, decidimos fazer a

apresentação dos gráficos e interpretação dos resultados divi­

dindo a amostragem geral em 3 grupos,conforme mostrado na Tabe

la IV-1.

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32

TABELA IV-1

f rf * GRUPO VIGA cm cmi Desvio (N/mm2 ) N máximo (N/mm2)

V2-2,54-I 18,9

í73-2, 54-I 20,3

A \74-2,54-SI 21,7 20,1 1,6

\75-2,54-SI 19,4

1/6-AC 20,0

1/7-3,45-I 20,7

VB-3,45-SI 20,0

B IV9-3,45-I 20,9 21,3 1,3

1/10-AC 22,6

1/11-3,45-SI 22,2

1/12-3,70-I 15,5

e Vl3-3,70-SI 16,4 16,1 1,3 IV14-3,70-SI 17,4

Vl5-AC 15,2

* Desvio máximo = 1 (f . -Cinl.

Esta forma de agrupamento leva em conta taMbém

a ordem cronológica dos ensaios, tendo sido os grupos A,B,C exe

cutados e ensaiados em três épocas distintas.

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33

IV.2 - Cargas de Ruptura

Na Tabela IV-2 sao apresentadas as cargas de

ruptura dos modelos ensaiados.

TABELA IV-2

GRUPO VIGA p ·u

(kN)

V2-2, 54-I 235

V3-2,54-I 237

A V4-2,54-SI 223

V5-2,54-SI 210

V6-AC 235

V7-3,45-I 250

V8-3,45-SI 228 B

V9-3.45-I 250

VlO-AC 255

Vll-3,45-SI 210

Vl2-3,70-I 250

c Vl3-3,70-SI 210

Vl4-3,70-SI 215

Vl5-AC 235

No Capítulo V será feito o estudo das relações

entre as cargas de ruptura das diversas vigas, com o intuito de

serem apresentadas conclusões quanto ao valor de bwef, mas p~

ra tal serão levados em conta os valores de fcm.

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34

IV. 3 - oe·formação Espe·cífica· do Concreto nas Bielas Comprimidas

Apresentamos nas figuras IV-1, IV-2 e IV-3 os

diagramas "carga-deformação específica nas bielas comprimidas"

para as diversas vigas ensaiadas. Para cada viga, apresentamos

a média das deformações especificas nos pontos 1,2,3 (e 123 =

e nos pontos 4,5,6 Observan-

do as figuras IV-1, IV-2 e IV-3, podemos notar uma tendência das

bielas das vigas de alma cheia e vigas com bainha injetada de -

formarem mais que as bielas das vigas com bainha sem injeção.

Para uma melhor comparação, apresentamos nas

figuras IV-4, IV-5 e IV-6 diagramas "porcentagem da carga de ruE

tura-deformação na biela mais comprimida", para os grupos A,B e

C. t possível que a menor deformação das vigas com bainha sem

injeção tenha sido determinada pela ocorrência de uma tensão

principal de tração perpendicular ao plano longitudinal verti­

cal, conforme relatado no Capitulo III.

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240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

' ' 40 '

o

240

200

160

120

80

1,0

o

35

P(kN) 240

p (kN)

' 200

' ' ' ' ' ' 160 ' ' ' ' ' ' ' ' ' ' 120 ' ' ' ' ' ' V4-2 ,54-SI ' VS-2,54-SI r

' Pu=223 k N 80 ' Pu=210 kN r r

- El23 ' - '123 r ---- E 4 5 6 40 r

--- E455 o o

E ( /oo) E ( /oo) c c o 2 4 6 2 4 6

P (kN) 240

P(kN)

200 ' ' ' , ,

' ' ' 160 ' ' ' ' ,

' , ' , ' ' ' '

' / 120 ' ' V2-2,54-I ' VJ-2,54-I ' ' ' Pu=235 k N Pu=237 kN ' 80 ' ' ' E]23 '123

2 456 40 E455 o E (

0/ooi E ( /oo) c c

o 2 4 6 2 4 6

P (kN)

' ' , , ,

j0/y "~~, ' ' ' V6-AC Pu=235 kN

- '123

---- E455 o

E ( /oo) c

2 4 6

FIG IV-1 - Deformaç ao específica nas bielas Vigas do Grupo A

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240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

P (kN)

' '

'

, , ,

V8-3,45-SI Pu=228 k N

E] 2 3

E455

36

o E ( / 00)

e

240

200

160

120

80

40

'

P (kN)

' I

' I

' '

, , ' '

, , ,

, , , ,,

Vll-3,45-SI Pu=210kN

- EJ23

--- E 4 5 6 o

E ( /oo) e

~--+---+--+---+---+----1--+--t•O '--+---+------,f--+---+---t---

P (kN)

' '

I

' I

, , I , ,

2

, '

' , ,'

V7-3,45-I Pu=250k N

4

E] 2 3

E455

6

o E ( / 00)

e

240

200

160

120

80

40

P(kN)

/ ,

2

, /

V9-3,45-I Pu=250 kN

4 6

E] 2 3

E455 O E ( / 00)

e

'--+---+--f--+---+----1--+-+ o ~--+---+--t----+----+---1--+-+

r ' ' r

• ' • r

, , , ,

, ,'

2

, , ,

4

VlO-AC Pu=255kN

- Ej 23

---- E 4 5 6

2

6

o E ( /oo)

e

6

2 4

FIG IV-2 - Deformação espec-ifica nas bielas Vigas do Grupo B

6

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240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

37

P ( kN) 240

P(kN}

200

/ ' /

/ I

160 ' / I / I

I / ' I

I I

' 120 I I

' I Vl3-3, 70-SI I Vl4-3,70-SI ' ' ' Pu=210 kN 80 ' Pu=215 k N

' ' _€]23 ' EJ23 ' ' '456 40 ' ----E455 ' o

E ( / oo) e

o 2 4 6 2 4

P (k N)

--,

/ / ,

/ /

' , I ,

' I

' Vl2-3,70-I ' Pu=250k N

E l 2 3

Et1 S6 o

E ( / 00) e

2 4 6

P(kN)

--/YYY

--, -, /

, , ,

/ /

' I

' , I

' VIS-AC ' ,

Pu=235 k N , 1

: ÔJ23 s1., 55

o E ( / 00)

e

2 4 6

FIG IV-3 - Deformação específica nas bielas

Vigas do Grupo C

o E ( / 00)

e

6

~"Z"Z

Page 49: Eduardo de Moraes Rego Fairbairn · eduardo de moraes rego fairbairn tese submetida ao corpo docente da coordenaÇÃo dos programas de pÔs-graduaÇÃo de engenharia da universidade

o

P(%Pu)

80

70

60

50

40

30

20

10

o

1 2

P(%Pu)

38

V2-2,54-I V3-2,54-I V4-2,54-SI VS-2,54-SI

V6-AC

o E ( / 00)

e

3

FIG IV-4

-- VlO-AC

4

{Vll-3 45-SI ------- V9-3, 45-I

VS-3,45-SI - - V7-3, 45-I

1 2

o E ( /oo)

e

3

5

FIG IV-5

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80

70

60

50

40

30

20

o

P(%Pu)

1 2

39

--Vl2-3, 70-I

-·- Vl3-3, 70-SI ------ Vl4-3, 70-SI -··-Vl5-AC

3

FIG IV-6

4 5 6

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40

IV. 4 - Deformação Esp·ecífica do·s Estribos

Apresentamos na figura" IV-7 o diagrama "ca!:

ga-deformação específica nos estribos" para as vigas que foram

instrumentadas com EER. A deformação específica para os estri

bos de cada viga foi assumida corno sendo a média das deforma -

ções nas seções 1,2,3.

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---------- -41- - ~-- ------ ..,,....... __,,_

240

200

120

80

\ \

'

P(kN)

Pu=250 kN Pu=255 kN

--- Vll-3,45-SI Pu=210 kN o

E ( / 00) s o~-----+-----1-------+-• 0,5 1,0 1,

P(kN) 240

i /

200 I I ' I

I / ' ' 160 ' / I / ' ' /

' I

/

120 /./ I V ' -' '

' V2-2,54-I Pu=235 kN 80 //,/, I / V4-2,54-SI Pu=223 kN ,,,:/

4 '/ V6-AC Pu=235 kN o

E ( / oo) s

o O, 5 l , o 1, 5

24

20 / ' ' ' '

16 ' I

' I

' ' ' 12 ' ,' .

I

'

8 Vl3-3,70-SI Pue:210 kN

VlS-AC Pu=235 kN

4 o s ( / oo)

s o O, 5 1 , O 1 ,

FIG IV-7 - Deformação específica nos estribos

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42

IV.5 - Rotações nos Apoios

Apresentamos nas figuras IV-8,IV-9 e IV-10 os

diagramas "carga-rotação nos apoios" para as diversas vigas en

saiadas.

O clinômetro 1 da Vl2-3,70-I, o clinômetro 1

da Vl4-3,70-SI e os clinometros da VlS-AC apresentaram mau

funcionamento, não constando portanto dos gráficos mostrados

a seguir. Tambem não apresentou bom funcionamento o clinôme. -

tro 2 da Vl3-3,70-SI.

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240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

P(kN)

, /

/.

P(!êN)

/ ,

/ I

I ,

('

' '

(kN)

,

/ ,, /

, ,

V2-2,54-I

-· CL 1

--- CL 2

ROT. (º)

0,2

/ /

, /

0,4

,

/ V4-2, 54-SI

- CL 1

---- CL 2

ROT. (º)

0,2

, , ,

V6-AC

, I

I I

I

- CL 1

---- CL 2

0,4

ROT. (º)

0,2 0,4

43

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

FIG lV-8 - Rotações nos apoios

P (l(N)

/ /

/ /

, , ,'

'

/ V3-2 54-I / , ?'

P(kN)

, , /

-CL 1 ----CL 2

ROT, (º)

0,2

, I

, I

I

, I

I

0,4

/ VS-2,54-SI

/ CL 1

, /

, ' ,

CL 1

1;

CL 2

ROT. (º)

0,2 0,4

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240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

P(kN)

' I

I

' ' ' '

• . . '

'

' ~-· - -

, /

/ / ,

/

' ' I

,' V7-3,45-I

I . CL 1 I I

' ' CL 2 I

ROT. (º)

0,2 0,4

P(kN) ' ,

/ , ,, I

' ' I I

' ' ' V9-3,45-I I

' ' . ' ' -CL 1 ' I

' ---- CL 2 ' ' / ROT. (º) .

/

0,2 0,4

P(lcN)

I I

' I

/, ' ,

I

' I , Vll-3,45-SI I

I I

' -CL 1 I . : ___ CL ' 2 ' '

. ROT. (º) 0,2

FIG IV-9 -

44

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

Rotações nos

P(kN)

I

/

• '

. . I

/ V8-3,45-SI / ' I . .

I I -CL 1 • ---- CL 2

ROT.(º)

0,2 0,4

P(kN) ?'

/ , I

,' ' I

1 . ' /

I I

' ' ' I VlO-AC ' ' ' ' . . ' I

' -CL 1 ' , ' ----CL 2 ' /

ROT.(º) /

0,2 0,4

CL 1 CL 2

1 ~ ~ 1

apoios

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45

P (kN) P (kN) 240 240

200 , / 200 / , , , ' '

160 / 160 , I

, 120 , 120

' I 80 ' Vl2-3,70-I 80 Vl3-3,70-SI ' ' ' 40 ____ CL 2 40 -CL 1

ROT. (º) ROT. (º)

o o 0,2 0,4 O, 2 0,4

'· 240 P(kN)

200

1

160 1

/ CL 1 CL 2 ' ' ; : 120

/ 1

' ' / ' ' 80 ' Vl4-3,70-SI ' '

' ' 40 1 ---- CL 2 ' ' ' ROT. (º)

o 0,2 0,4

FIG IV-10 - Rotações nos ap_oios

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46

IV. 6 - Deformação· do' Corrcreto'- n·a· Me·sa· Sup·erior

Apresentamos nas figuras IV-11,IV-12 e IV-13

os gráficos "carga-deformação específica do concreto" na regi­

ao central da mesa superior (ponto de medida 2 da Fig.II-7).

Nos pontos de medida situados ã esquerda e ã direita (pontos

de medida 1 e 3 da Fig. II-7), as deformações específicas

situaram-se quase sempre em torno de zero. Na Fig.IV-14 sao

apresentados os diagramas "carga-deformação específica no con

ereto" para os pontos de medida 1 e 3 que nao tiveram sua

deformação específica situada em torno de zero.

O efeito de tração na mesa superior que pode

ser notado nos diagramas da Fig. IV-14 fica melhor caracteri­

zado pela fissuração da mesa superior na região próxima dos

apoios, fato que ocorreu em todas as vigas ensaiadas. Este

efeito é devido ao funcionamento da viga como arco atirantado,

l 9 I, 1111 jã observado em outras pesquisas (Fig.IV-15).

r

1·~.I FIG IV-15

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240 p (k N)

200

160

120

80

40

o

240 P(kN)

200

160

120

80

40

o

240 P (kN)

200

160

120

80

40

o

' V2-2, 54-I

Pu=235 k.N

0,5

V4-2,54-SI Pu=223 k N

0,5

V6-AC

Pu=235 k·N

47

E ( 0 /oo) c

1 , O

o E ( / 00) c

1, O

o E ( / 00)

c

0,5 1,0

240 p (k N)

200

160

120

80 V3-2,54-I Pu=237 k.N

"· 40 o

Ec(/oo)

o 0,5 1,0

240 P(kN)

200

160

120

80 V5-2,54-SI

Pu=210k N

40 o

Ec ( /oo)

o 0,5 1,0

1 2 3

FIG IV-11 - Deformação específica do concreto na mesa superior(ponto de med. 2)

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240 P (kN)

20

16

12

8

o

240 P (tN)

200

160

120

80

40

o

240 P (kN)

200

160

120

80

40

o

48

V7-3,45-I Pu=250k N

o ºcC /oo)

0,5

V9-3,45-I Pu=250 k"N

1 0,5

Vll-3,45-SI Pu=210 KN

0,5

1 ,

o E ( /oo)

c

1 ', r

1 ,

240

200

160

120

80

40

o

240

200

160

120

80

40

o

P(kN)

V8-3,45-SI Pu=228 RN

<

o e ( /oo) c .

0,5 1 , O

P (kN)

. .

Vl0-AC Pu=255 kN

o ºc ( /oo)

0,5 1 ,

1 2 3 -

FIG IV-12 - Deformação específica do concreto na mesa superior(ponto de med. 2)

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240 p ( kN)

200

160!

120

80

40

o

240 P(~N)

200

160

120

80

40

o

Vl2-3,70-I Pu=250 kN

0,5

Vl4-3,70-SI

Pu=215 kN

49

o E ( / 00)

e

1 , O

o E ( / 00) e

0,5 1 ,

240

200·

160

120

80

40

o

240

" 200

160

120

80

40

o

( kN).

P(kN)

.L

Vl3-3, 70-SI

Pu=210 kN

O , 5

Vl5-AC Pu=235 kN

0,5

..L 3

o . E ( / 00) e

1,0

o e ( /oo)

e

1,0

FIG . IV-13 - Deformação específica do concreto na mesa superior(ponto de med. 2)

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-

50

~--~---- -----f

240 P(kN) 240 p (k\')

, 200 200 -- --' ~ ... , ....

' -' ' ---_160 ' ' ' ' ' ' ' ' V5-2,54-SI V4-2,54-SI '

E]

E3

O, 5

V6-AC

E]

O, 5

VlO-AC

0,5

80

40

o

240

00

' Í20

80

40

o

240

200

160

80

40

-- --

p (l<N)

-

p (k N)

o

. 80_ ' '

. ' 1

E3 40

' ' ' '

0,5 o

240_ P(kN)

V7-3,45-I 120

80 · E]

40

O, 5 o

1 2 .1..

FIG IV-14 - Deformação específica do con­

creto na mesa superior( pon­tos·de medida l e 3 )

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51

IV.7 - Deslocamentos Verticais

Apresentamos nas figuras IV-16,IV-17,IV-18 os dia­

gramas onde estão representados os deslocamentos verticais

medidos para uma carga igual a 80% da carga de ruptura, pa­

ra as diversas vigas ensaiadas.

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2

4

6

8

2

4

6

8

2

4

6

' ' : ' ' ' ' V2-2,54-I ' ' ' ' ' ' ' \

' \ ' ' ' ' ' ' ' I

I ' ' \\.. ________ .!

f(mm)

' ' í \ I ' ' ' V4-2,54-SI ' ' \ I

' ' ' ,'

' ' ' ' ' ' --- ' ------/

f (rnin)

1 ' ' \ /

f (mm)

\ ' \ VÍJ-AC , ' ' ' \ /

' ' \ . _/ \ _______ _

FIG IV-16

52

2 \ ,'

' ' ' ' ' ' V3-2,54-I ! 4 ' ' ' ' \ ' ' ' ' ' 6 ' ' ' ' ' '- I --- ' - - - --1

8 f (mm)

2 \ ' ' ' ' ' ' VS-2 ,54-SI ' 4 ' ' \ '

' ' \ ' ' ' ' .._ ________ _, 6

8 f (mm)

Deslocamentos verticais para P=80%.Pu

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2

4

6

8

2

4

6

8

2

4

6

8

' ' '

i

53

' 2

' ' \ ' ' ,

\ V7-3,45-I / ' ' \ vs~J,45-sr

\ ' ' , /

f (nirri)

' ' '

f (mm)

' ' '

f (mm)

'

\

' ' '

\ '

'

'

\ '

_j \ ____ _

V9-3,45-I

' \ ' \ ________ .J

' ' '

/ ' /

' '

'

,'

' ' ,' ' '

' ' ' ' ' ' Vll-3,45-SI /

\ ' \

,_ ' .., ' ' ' '

4

6

8

2

4

6

8

f (mm)

' ' ' \ '

f (mm)

' ' '\..-------··/

\ Vlü-AC / ' ' \ / ' ' \ '

' / ' ' \ ' ' ' --------./

FIG IV-17 - Deslocamentos verticais para P=80% .Pu

' '

/

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2

4

6

8

2

4

6

8

54

' ' 1 ' ' ' ' ' ' / ' 2 ' ' ' ' / ' ' ' ' Vl2-3,70-I 1 ' ' Vl3-3,70-SI ,

' ' ' / ' ' ' , , ' ' 4 ' ' ' 1

' ' ' ,

' : ' , , ' ' ' ' ' , \ _______ ' ' 6 ' ' ' ' \

__ , \...--- --

8 f (mm) f (mm)

' ' / ' / \ ,

\ Vl4-3, 70-SI / ' / ' ' \ '

: ' ' ' 2 ' \ ' I

' Vl5-AC ' ' ' ' ' 4 ' ' ' ' ' ' ..._ ________ ../ ' ' ' ' ' ' ' 6 ' ' ' ' ' _., \..------

8 f (mm) f (mm)

FIG IV-18 - Deslocarnentcs verticais. para P=80%.Pu

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55

IV. 8 - Fissuração

Todas as vigas ensaiadas apresentaram fissur~

çao semelhante, com as fissuras de flexão evoluindo pouco e as

fissuras de cizalhamento bem próximas a 45°. A fissuração da

mesa superior na região próxima aos apóies ocorreu em todos os

modelos ensaiados.

Apresentamos na Tabela IV-3 os valores das

cargas para primeira fissura e nas figuras IV-19 e IV-20 o as -

pecto da fissuração da viga Vl4-3,70-SI, a título de ilustração.

Nos anexos apresentamos também fotografias que~. ·mostram o aspe.!::_

to da fissuração dos modelos ensaiados.

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56

TABELA IV-3

VIGA CARGA PARA PRIMEIRA FISSURA (KN)

. ALMp,. FLEXÃO MESJI. SUPERIOR

V2-2,54-I 40 60 120

V3-2,54-T 60 40 120

V4-2,54-SI 60 40 180

V5-2,54-SI 50 50 140

V6-AC · 60 · 60 150

V7-3,45-I 60 60 180

V8-3,45-SI 70 60 150

V9-3,45-I 60 60 150

VlO-AC . '. 60 60 150

Vll-3,45-SI 40 60 150

V12-3, 70-T · 60 40 150

V13-3, 70-ST . 60 40 . 150

V14-3,70-SI · 60 40 150

Vl5-AC 40 40 120

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57

-~ P=40 KN i

/ l 1 1 1 ( 1 -P=60 KN

/1

P=90 KN

\

P=l20 KN

P=lSO KN

P=l80 KN

FIG IV-19 - Fissuração da Vl4-3,70-SI

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58

APOIO CARGA CARGA APOIO

) P=l50 KN

APOIO CARGA CARGA APOIO

\

~ \ ) 1

P=ISO KN

FIG IV-20 -' Fissuração da mesa da V14-3, 70-SI

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59

CAPITULO V

CONCLUSÕES

O objetivo deste capítulo é concluir sobre are

dução que deve ser levada em conta para o cálculo de b f, le we

vando a efeito a análise dos resultados obtidos na presente pe~

quisa.

O primeiro passo para o estabelecimento dos va­

lores de b f foi a definição de um parâmetro comparativo en­we

tre as diversas vigas que levasse em conta o valor de fcm· ºE

tamos por fazer uma análise das vigas de alma cheia (V6-AC, VlO­V V

- u u AC, Vl5-AC) , onde as relaçoes · e b~dfcm 'bwdf 1/2 bwdf

V u 2/3 fo

cm cm ram testadas. Os resultados são apresentados na Tabela V-1.

TABELA V-1

f V =P V V V VIGA b d u u u an u u

b df 1/2 (N/nrn2) w (mm) (N) b df b df 2/3

(nm) w an w an w an

V6-PC 20,0 100 380 235000 0,31 1,38 0,84

VlO-AC 22,6 100 380 255000 0,30 1,41 0,84

Vl5-AC 15,2 100 380 235000 0,41 1,58 1,00

MAX 1,37 1,14 1,19 MIN

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60

Conforme podemos notar na Tabela V-1, os valo -

res de b df w cm

1/2 sao os que mais se aproximam para as três

vigas. Sendo assim, alêm da separação por grupos já comentada

no Capitulo IV, faremos as comparaçoes através do parâmetro de

finido acima, usando as seguintes fórmulas para o cálculo de

com

Grupo A

Grupo B

Grupo e

V em (N), u

V u

1 38df 1/ 2 ' cm

1 4ldf 1 12 , cm

vu 1 58df 1/ 2

, cm

d em (mm) •

('V-1)

C'V-2)

C,V-3)

Apresentamos na Tabela V-2 os valores de bwef

calculados com as fórmulas y-1, .V-2 e ,V-3.

TABELA V-2

GRUPO VIGA b wef . ·(mm)

V2-2,54-I 103 ,1

A V3-2,54-I 100,3

V4-2.54-SI 91,3

VS-2, 54-·sI 90,9

V7-3,45-I 102,6

B VB-3,45-SI 95,2 V9-3,45-I 102,1 Vll-3,45-SI 83,2

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TABELA V-2 (cont.)

Vl2-3, 70-I 105,8

e Vl3-3,70-ST 86,4

Vl4-3,70-ST 85,8

Corno podemos observar na tabela acima, a redu -

çao do valor de bw só se deu nas vigas com bainha não injetada.

Nas vigas com bainha injetada ocorreu um pequeno aumento da

resistência da viga, o que seria explicável pelo fato da pasta

de cimento ter sua resistência à compressao superior à do con­

creto, com um módulo de elasticidade aproximadamente igual, o

que nao acarretaria um desvio da trajetória de tensões princi­

pais de compressao, supondo-se que a injeção foi eficiente.

Na Tabela V-3 apresentamos os valores de b ~med, bw-bwef!lled'· we-. .

b -b ·'med e w wef, . 1

para os diversos tipos de vigas en

saiadas, considerando

)1

VIGAS

2,54-I

2,54-SI

3,45-I

3,45-SI

3,70-I*

3,70-SI

b = 100mm. w

TABELA V-3

b med wef . b -b · med

w wef, ;;, (mm) •. /

(mm) , .

102 -2

91 9

102 -2

89 11

106 -6

86 14

* apenas 1 modelo ensaiado

r, ,

0 w-bwef m~_u ,• .. ,

q, i •

-0,08

0,35

-0,06

' 0,31

-0,16

0,38

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Observando a Tabela V-3 podemos apresentar corno

conclusões finais deste trabalho que:

a) para vigas em que podemos confiar na eficiência da inj~

çao da pasta de cimento, não seria necessária uma redução do v~

lorde b para o cálculo da resistência das almas. Poderíamos w

então, a partir dos resultados de nossa pesquisa, generalizar

esta recomendação para as vigas de pequenos vaos, já que os mo

delos por nós ensaiados tiveram sua injeção executada de forma

rudimentar e apresentaram o desempenho acima relatado.

b) para vigas em que nao podemos acreditar na total efici

ência da injeção de pasta de cimento, poderíamos apresentar o

valor de bwef mais a favor da segurança, que foi aquele encon­

trado para as vigas 3,70-SI, ou seja, bwef = bw-0,38%. Como

em nossa pesquisa foram ensaiadas apenas vigas de pequenos vãos

que continham bainhas de pequenos diâmetros, achamos recornend~

vel, no estado atual dos conhecimentos, a nova fórmula aprese~

tada pelo CEB com bwef = bw - O, 5 cJ> •

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BIBL'IOGRAFIA

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infolge stabfÔrmiger, rechtwinklig zur Druckrichtung

angeordneter Einlagen. Stahlbetonbau, Verlag Ernst u.

Sohn, Berlin, 1969, p.71.

2 - GAYNOR,R.D. - Effect of Horizontal Reinforcing Steel on

the Strength of Molded Cylinders. ACI Jo_u:r_n9-_l,, Detroit,

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3 - LEONHARDT,F. - Shear and Torsion in Preestressed Concrete,

VI FIP Congress Prague,1970.

4 - NETTO Jr.,Ladislau - Influência da injeção de argamassa

nos condutos das armaduras das peças de concreto proten­

dido, Tese M.Sc., COPPE, 1976.

5 - CARNEIRO, Fernando L.L.B. - Ap1icações da Teoria da Plasti

cidade ao Concreto, COPPE, publicação n9 168, 1968.

6 - ROBINSON,J.R. e DEMORIEUX,J.M. - Essais de traction-com­

pression sur modeles d'âmes de poutre en béton armé.

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8 - COMITÉ EUROPÉEN DU BÉTON - Code Modele pour les Structures

en Béton (3eme project, version originale). CEB Bulletin

d'Information n9 117-F. Paris,1976.

9 - COMITÉ EUROPÉEN DU BÉTON - Manuel de Calcul "Effort tran -

chà.nt - Torsion", CEB Bulletin d' Iriformation n9 92. Pa­

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10 - DE CASTRO, Newton - Resistência ao esforço cortante no con

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13 - ROBINSON,J.R. - Essais à l'éffort tranchant de poutres à

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14 - SETHUNARAYANAN,R. - Ultimate Stregth of pre-tensioned I

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APJl:NDICE

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FOTO 1 Ruptura da V2-2,54-I

t { '·---'

FOTO 2, - Ruptura da V3-2,54-I

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67

L

FOTO 3 - Ruptura da V4-2,54-SI

t

l _________ _,_ -- ·-·- -·- ~·.

FOTO 4 Ruptura da VB-3,45-SI

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FOTO 5 - Ruptura da V9-3,45-I

•• -~!

FOTO 6 - Ruptura da V14-3,70-SI

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69

FOTO 7 - Fissuração na mesa supe­rior da V2-2,54-I

____ __/,

FOTO 8 - Fissuração na mesa supe­rior da V4-2,54-SI

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70

FOTO 9 - Fissuração na mesa supe­rior da V9-3,45-I

FOTO 10- Fissuração na mesa supe­rior da Vl3-3,70-SI

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FOTO 11 - Fissuração da alma da V9-3,45-I com P=210 KN

1~. I 1· ! l -~---

••

FOTO 12 - Fissuração da alma da Vl2-3,70-I com P=210 KN

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FOTO 13 - Armação e colocação da bainha de uma viga do grupo B