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Editorial

Carlla FerminoEditora

ExpedienteEditor e RedatorCarlla Fermino

Projeto GráficoThales Oliveira

Arte gráficaKarla Vizone

CapaFoto: Karla VizoneArte: Gustavo Filus

ColaboraçãoLuiza Chibior TomeleriIvanir França

RevisãoFernanda Carraro Dal Vitt

Universidade Tuiuti do Paraná

Índice

A Energia da Música

Como manter seu sorriso saudável

A nova terceira idade

Nunca é tarde demais

Divirta-se

O que é envelhecer? Para mim, um proces-so contínuo da vida. Afinal, começamos a envelhecer no dia em que chegamos ao mundo. Porém, saber envelhecer e aceitar esse processo é uma arte.

A grande maioria das pessoas, enquanto jo-vens, não pensa em como vai ser sua vida após os 60, até porque têm muitos anos pela frente antes de chegar lá. Ao longo da primeira edição da Viva!, eu tive a oportuni-dade para refletir sobre o assunto e sim, eu quero pensar hoje em como será a minha terceira idade. Afinal é uma fase da vida pela qual terei que passar, e isso é natural para todos!

Quero poder chegar lá com toda a disposi-ção da Celina e da Maria Inês, com o bom humor da Mirian e da Silvene, com o espírito jovem da Janete, com a bondade da Su-zette e da Noemia e, principalmente, com a alegria de viver e sensação de dever cum-prido da Marlene.

Você pode conhecer um pouco da história de cada uma dessas mulheres agora. Com certeza são exemplos reais do que é viver de bem com a vida.

Viva bem você também!

Boa leitura.

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Descubra o Yoga Dance

O cinema como espelho social

Alzheimer: A importância do diagnóstico precoce

Bate-papo

Um ato de amor

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DESCUBRA O YOGA DANCEUnião de duas práticas milenares traz autoconhecimento e transformação

O Yoga Dance é uma prática difundida há mais de 20 anos na Europa e em países como EUA e Canadá, mas no Brasil ainda é pouco conhecida. Consiste em unir Yoga e Dança, como suge-re o nome, promovendo a alegria da alma e a quietude da mente com movimentos do corpo, sem se limi-tar ao esté-tico.

O método brasileiro foi desenvolvi-do pela pro-fessora de São Paulo, Fernanda Cunha, inspirada em renomados instrutores americanos. Por meio dos movimentos associados às posturas de Yoga e à respiração consciente, é possível transpor

velhos padrões, sair da mente e entrar no coração. Em cada dan-ça, o aluno se conecta com o seu interior, movimenta a sua ener-gia e traz mais consciência para a respiração. Ao longo da prática, redescobre-se a espontaneidade

e alegria ingê-nua, que estavam adormecidas.

A professora de Yoga Dance e Hatha Yoga, Patrícia Thomaz conta que cada encontro é pre-parado com mui-to carinho, para que os alunos

possam mergulhar em suas emo-ções. “As músicas são seleciona-das com um propósito: os ritmos e os estilos são escolhidos para facilitar a integração entre o cor-po, a mente e a energia. Nas au-Be

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Dançamos o direito de amar e ser amado, de ser mais

leve, de desapegar. É o mo-mento de expressar e exte-riorizar qualquer bloqueio emocional e dançar com o

coração aberto, sentindo ple-nitude e amorosidade.

Foto: Carlla Fermino

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las de Yoga Dance, os alunos percebem que a vibração musical começa dentro de cada um. Primeiro eles sentem a vi-bração, depois o movimento nasce na-turalmente”, explica.

Quem pode praticar?

O Yoga Dance é para todos. Pessoas de qualquer idade e qualquer aptidão física podem praticar, até mesmo quem nunca esteve em uma aula de dança ou de Yoga. Algumas adaptações podem ser feitas para a inclusão de um aluno que tenha alguma dificuldade. O im-portante na prática é que a liberdade, a criatividade e o improviso possam se sobressair a qualquer exigência de perfeição dos movimentos ou coreo-

grafias.Patrícia comenta que as mulheres se

identificam muito com a prática, por-que é uma dança que permite conhe-cer as emoções. “Em uma das músicas, trabalhamos especificamente o coração e sentimentos como amor, gratidão e perdão. Enfim, dançamos o direito de amar e ser amado, de ser mais leve, de desapegar. É o momento de expressar e exteriorizar qualquer bloqueio emo-cional e dançar com o coração aberto, sentindo plenitude e amorosidade”, re-lata a professora, afirmando que a mo-dalidade é uma ferramenta de autoco-nhecimento e transformação.

Depois de se dedicar durante 30 anos à carreira profissional como funcioná-ria pública no Poder Judiciário, aos 62

anos, a aposentada Maria Inês Bohn decidiu que era hora de investir mais tem-po em sua saúde e bem-estar. Ela pratica Yoga Dance duas vezes por semana. “Vivemos em uma sociedade que nos cobra muito e impõe diversas regras. Ao longo da vida, criamos travas e defesas, uma couraça para se proteger, como se vivêssemos em um casulo que nos limita. O Yoga Dance nos auxilia a transpor essas barreiras, reconquistar a autoconfiança, restaurar a nossa autenticidade e voltar a sentir a alegria ingênua. Também nos permite experimentar a prática de atividades físicas de forma lúdica e prazerosa”, declara.

Cuidados e benefícios

É sempre importante ter acompanhamento regular de um profissional da saú-de e informar o seu médico sobre a prática. Antes de iniciar, o aluno também deve relatar ao instrutor a sua condição de saúde, cuidados necessários e limita-

Alinhamento corporal, flexibilidade e equilíbrio são trabalhados na aula

Os movimentos com o lenço exercitam o físico das alunas Foto: Carlla Fermino

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ção física - caso exista, para que a aula seja adaptada a ele. Os alunos são esti-mulados a respeitar seus limites e ini-ciar consigo mesmo um dos preceitos do Yoga que é o Ahimsa, que significa a não violência.

O Yoga Dance pode ser considerado uma prática terapêutica. Em primeiro lugar porque incentiva a vencer o lado crítico e em segundo, porque auxilia a lidar com a timidez, o estresse, a falta de autoestima, a ansiedade e a depres-são. É uma dança que ajuda a equili-brar a energia e dissolver as tensões emocionais que as pessoas acumulam ao longo da vida.

Avaliando por um aspecto psicológi-

co, é uma excelente atividade. A prática revigora o entusiasmo, a confiança, a coragem e a autoestima. A dança tam-bém estimula a criatividade. A própria pessoa passa a se cuidar mais e melhora sua qualidade de vida. É uma maneira de trabalhar o corpo de forma saudável e prazerosa.

Celina de Araújo, de 69 anos, prati-cante de Yoga Dance, diz que descobre a cada aula como a dança tem o poder de levantar o astral, tornar as pessoas mais leves e felizes e manter o corpo em atividade. “A prática de Yoga Dance está proporcionando um resgate da mi-nha sensibilidade, que estava bloquea-da. Não sentia essa alegria ingênua há

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Maria Inês (ao fundo) e Celina (à frente) praticam Yoga Dance duas vezes por semana

tempos. Então estou resgatando sen-timentos que são importantes para a alma e para o coração. Além de traba-lhar muito o físico. Sinto muita grati-dão por ter encontrado o Yoga Dance”, reconhece.

Praticado regularmente, o Yoga Dance contribui para melhorar a ca-pacidade cardiorrespiratória e ativar a circulação sanguínea. Como qualquer outro exercício bem orientado, auxilia na manutenção do peso e melhora o tô-nus muscular. Contribui também para a boa postura e alinhamento corporal, flexibilidade, equilíbrio e consciência. Especialistas também indicam como forma preventiva de doenças articula-res e de doenças circulatórias, além de

melhorar a postura e promover o con-vívio social.

Patricia revela que é possível per-ceber muitos benefícios e transforma-ções nos alunos. “Pessoas que chegam desanimadas ou exaustas devido aos desafios da vida moderna e saem das aulas felizes, leves e mais equilibradas nos três níveis - físico, mental e emo-cional. Os próprios médicos aconse-lham a dança, pois ela libera endorfina, hormônio necessário para obter a sen-sação de satisfação e felicidade, além de promover um corpo saudável com mais flexibilidade, alinhamento, força muscular, equilíbrio e coordenação”, assegura.

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Após o avanço nos estudos volta-dos à gerontologia, algumas terapias específicas começaram a surgir com o intuito de complementar os trata-mentos médicos convencionais para idosos. E essa abordagem terapêutica além de ser recomendada pelos mé-dicos, é eficaz para os mais diversos casos. A musicoterapia é uma dessas modalidades e estimula a capacidade física e cognitiva, além de incentivar a criatividade.

O musicoterapeuta e educador mu-sical Leonardo Cardoso - Leo, como é carinhosamente chamado pelas in-tegrantes da oficina de música, ga-rante que para fazer parte do grupo não precisa ter conhecimento musi-

A musicoterapia pode ser uma solução criativa para quem busca qualidade de vida

cal. “Trabalhamos a ex-pressão através dos ins-trumentos. Os exercícios são de autoexpressão. Elas escolhem um instru-mento e aquilo é como se fosse a voz delas. É mais para elas conseguirem trazer a experiência de vida delas e a gente tra-balhar com isso a partir de músicas, instrumentos musicais, os sons, a voz e o corpo”, explica.

Ao utilizar a música e seus elementos como o ritmo e a melodia, o mu-sicoterapeuta desenvolve um canal de comunica-ção com as alunas, auxi-

liando na recuperação da autoestima. Nessa aula elas ficam à vontade para tocar instrumentos, can-tar, improvisar e brincar. Dessa forma, realiza-se um trabalho mental e corporal.

Para Leo, o maior be-nefício da musicoterapia

para essa faixa etária é a sociabilização. “A história delas é parecida, são pes-soas que ficam sozinhas em casa. Sair e vir para cá, conversar e socializar faz bem para elas. O mais importante é isso, a co-municação entre elas, fa-zer amizades, é o objetivo principal”, aponta.

E a aluna Miriam Johnsson, de 80 anos, que a princípio não aprovou a ideia dos filhos, quando a encaminharam para rea-lizar atividades especiais a idosos, agora concor-da com o professor. “Eu volto para minha casa disposta todos os dias, é muito bom. A minha saú-de melhorou. Eu tomo

Miriam se sente melhor desde que começou a participar do grupo de música

Silvene e Miriam se conheceram por meio do grupo e agora são boas amigas

Reunião semanal do grupo de musicoterapia

Foto: Carlla Fermino

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A ENERGIA DA MÚSICA

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vários remédios, pois te-nho alguns problemas. Mas eu me sinto aliviada, alegre e feliz. E eu não estava assim. Não tem coisa mais bacana!”, co-memora.

Miriam agora tem sua agenda lotada a semana inteira, pois faz todas as aulas oferecidas pela aca-demia: pilates, dança, gi-nástica funcional, ginás-tica no parque, oficina de memória, roda de artes, produção literária, ati-vidades de convivência, sem contar a oficina de música.

Participando dessas

atividades Miriam co-nheceu Silvene Souto, de 77 anos, que também está envolvida diariamente nessas práticas. “Eu me sinto muito bem aqui. Meus dias passam mais alegres e já não tenho mais a sensação de estar sozinha. Gosto de todas as atividades que temos, mas a melhor, para mim, é a ginástica no parque”, conta Silvene.

Hoje elas são boas amigas e não faltam em nenhuma aula. Leo acre-dita que esse companhei-rismo entre todas as alu-nas faz toda a diferença

no grupo, inclusive, ele pede que elas acolham as colegas que vão assistir a aula pela primeira vez. “É incrível ver o quanto elas estão abertas para aprender e para experi-mentar as propostas que trago. Eu solicito, explico e elas provam, ainda mais porque estão em grupo e uma apoia a outra”, rela-ta. Além disso, o profes-sor destaca que, a partir da disponibilidade das alunas, se torna possível transformar o conheci-mento delas em expres-são musical e artística.

Por Ivanir França

O CINEMA COMO ESPELHO SOCIAL

O que um filme já o ensinou? Pen-se, caro leitor, quantas vezes após uma sessão de cinema você teve seu olhar vazio observando o nada. Essas sensações podem ou não ser preten-didas pelos diretores de uma película e é nelas que nos vemos e nos rela-cionamos intimamente com persona-gens que de fato refletem a nossa re-alidade.

Essa ideia fica mais explícita em fil-mes que recortam um contexto que está presente em nosso imaginário - a solidão, uma doença ou um drama familiar - que aproxima-se de nós de maneira perigosa. Estas películas se destacam do que costumamos ver,

porque não estão ali apenas para nos divertir e nos fazer rir, como com as peripécias de Beethoven ou com uma família em suas férias frustradas.

A solidão é um dos assuntos mais avaliados por especialistas. De um lado culpa-se a tecnologia e a vida atribulada que levamos. Claro, há uma parcela muito grande nestes dois ele-mentos. A tecnologia nos isola de nós mesmos e o trabalho em sua busca ensandecida pela produtividade e o capital nos distanciam de todos.

O cinema também retrata essa so-lidão. Mary and Max é um destes fil-mes que faz os olhos suarem. Dirigi-do e roteirizado por Adam Elliot, a

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O momento preferido das alunas é quando tocam instrumentos

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Foto: Carlla Fermino

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Ivanir França é cinéfilo, jornalista, pós-graduado em cinema e mes-trando em Literatura pela Univer-sidade Federal de Santa Catarina. Nas horas vagas lembra da grande tempestade de Macondo e atua contra o crime nas obscuras ruas de Gothan City.

película segue dois personagens solitários que tem suas vidas entrelaça-das pelo acaso, fantástico e quase impossível.

Quase, pois o filme é baseado em fatos reais. Mary Daisy Dinkle, 8 anos (Toni Collette) é uma solitária estudante

australiana que possui uma dúvida cruel, destas que nos furta noites e noites de sono e para saná-la decide escrever uma carta ao nova iorquino Max Jerry Horowitz, 44 (Philip Seymour Hoffman) cujo nome surge a esmo em uma lista telefônica aberta sob a mesa. A carta remetida ao soli-tário e obeso americano contém, além de alguns desenhos, uma barra de chocolate e o questionamento vital: “de onde vêm os bebês nos Estados Unidos?”.

A iniciativa de Mary susta uma amizade que dura décadas de corres-pondências construindo uma critica à sociedade do pouco contato reche-ada de vícios e fobias que são retratadas nos personagens da animação.

Os personagens são nítidos exemplos de uma sociedade que afasta e forma pessoas carentes de contato, mesmo que à distância ou efêmero, gerando um novo tipo de relação. Mas o filme faz isso de forma sensível, permitindo que nos identifiquemos com a história narrada. E quando acaba, você continua pensando, observando o nada.

COMO MANTERSEU SORRISO SAUDÁVEL

Saiba que cuidados especiais você precisa tomar ao realizar a sua higiene bucal

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À medida que a população passa a viver por mais tempo, é preciso criar hábitos mais saudáveis para que haja qualidade de vida nesse período. E a saúde bucal e o cuidado com a higiene dental devem fazer parte desses hábi-tos.

Para a Dra Rossana da Rocha, den-tista especialista em Odontogeriatria, a saúde bucal tem um papel relevante na qualidade de vida da pessoa ido-

sa. Segundo ela, a melhor maneira de manter a saúde bucal é através de uma higienização correta, prevenindo futuras perdas dentárias. Além disso, uma alimentação saudável evitando a ingestão exagerada de açucares, uso correto do fio dental, escovação dos dentes, escovação da língua, bochecha e céu da boca, bochechos diários com flúor, higienização correta das próte-ses fixas ou móveis e visitas periódi-cas ao dentista são as orientações bá-sicas que os idosos devem seguir.

A partir dos 60 anos é normal que surjam algumas complicações, que vão exigir maior atenção. De acor-do com a Dra Rossana as patologias mais comuns nessa fase são gengivi-tes, boca seca (xerostomia), halitose, cárie dentária e cárie da raiz, doença periodontal e lesões bucais. No qua-dro a seguir você poderá entender a causa desses problemas, prevenção e tratamento ideal para cada um deles.

Outras enfermidades preexistentes também podem afetar a saúde da sua boca. Para os portadores de artrite

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reumatóide e mal de Parkinson, que têm dificuldade de movimentos nas mãos e dedos, a escovação e o uso de fio dental podem ser comprometidos. Já o diabético tem alta prevalência de boca seca, cáries múltiplas, doença periodontal e infecções bucais devi-do ao nível elevado de açúcar no san-gue. “Por isso, mais um motivo para manter controlado o nível de açúcar”, orienta a Dra Rossana.

É importante lembrar que os den-tes são responsáveis pela mastigação dos alimentos, e quando bem cuida-dos, facilitam nesse processo que aju-da na absorção dos nutrientes. Mas a saúde bucal não afeta apenas o ní-vel nutricional dos indivíduos, mas também na questão física, estética, psicológica e social. E mais relevan-te que todos esses itens, a saúde da boca pode influenciar diretamente a sua saúde de maneira geral. A Dra Rossana explica que diversas doen-ças sistêmicas podem ter origem em infecções orais. “Se a saúde bucal não está em harmonia, as bactérias e os fungos, naturais dessa região, podem se proliferar e atingir outros órgãos, como coração e pulmão, comprome-tendo a saúde geral”, adverte.

Os idosos precisam tomar alguns cuidados específicos com a saúde, e com a saúde da boca não é diferen-

Boca seca (xerostomia): Ocasionada por uso de muitos tipos de medicamentos (efeito colateral de antidepressivos, an-ti-hipertensivos, antirreumáticos, radio-terapia, etc).A saliva ajuda na proteção dos tecidos bucais lubrificando a mucosa evitando ferimentos. Previne a desmineralização e promove a remineralização do esmal-te do dente através do cálcio e outros minerais que contém na saliva. A falta de saliva facilita o aparecimento de gen-givites e cáries. Seu dentista poderá re-comendar produtos para evitar a boca seca.

Halitose: Muitas vezes pela falta da lim-peza da língua e secura bucal, formando uma saburra. A escovação da língua me-lhorará o hálito e o paladar.

Gengivites: A gengivite é, al-gumas vezes, o resultado dos efeitos do acú-mulo de placa bacteriana. As características da gengivite são vermelhi-dão, inchaço e sangramento. A placa bacte-

Problemas que podem afetar a saúde da sua boca

riana é também a maior causa de cárie dentária.A má alimentação, higiene defi-ciente ou mal orientada, doenças sistêmicas, infecções virais e fún-gicas, estresse, fumo, certos medi-camentos, são fatores que podem agravar a gengivite. O uso do fio dental removerá a placa bacteria-na prevenindo a gengivite.

Cárie dentária: A retração gengi-val muitas vezes ocorre por perda de massa óssea muitas vezes rela-cionada à osteoporose. A retração gengival expõe áreas de raiz que são muito sensíveis, para diminuir a sensibilidade estas áreas poderão ser tratadas com um material res-taurador.

Doença Periodontal: A periodon-tite ocorre quando a gengivite não é tratada ou quando o seu trata-mento é adiado. A periodontite é conhecida por muitos como “Pior-réia”, e é a principal causa de perda de dentes em adultos.

Lesões bucais causadas por próte-ses móveis: Sejam elas mal adapta-das, quebradas e ou tendo muitos anos de uso. As próteses móveis têm vida útil de aproximadamente cinco anos e deverão ser trocadas ou reembasadas para uma melhor adaptação na mucosa.

te. A ingestão de água é primordial para uma hidratação adequada. O uso diário de bochecho de solução fluoretada para den-tados, escovar os dentes com escova ma-cia, após as refeições e antes de se deitar, passar o fio dental como se estivesse lus-trando cada dente é essencial. As próteses móveis devem ser removidas à noite para uma melhor oxigenação das mucosas.

A Dra Rossana ressalta que mesmo aqueles idosos que fazem uso de nutrição parenteral ou enteral, ou seja, que não uti-liza via oral normal para a entrada dos ali-mentos, precisam fazer a higienização dos dentes e da cavidade bucal. Ela também destaca a importância de um profissional no acompanhamento de idosos com enfer-midades que causam limitação de suas ati-vidades do dia a dia e passam a depender de terceiros. “Cuidadores ou familiares de-verão estar informados e instruídos para uma correta realização da higienização bucal e se necessário chamar um odonto-geriatra para um atendimento à domici-lio”, observa.

Para a Dra Rossana, é fundamental es-tar aberto para novas informações e no-vos aprendizados. Ela afirma que o cuida-do bucal adequado é um hábito que, com muito pouco esforço, poderá conservar os dentes e manter a saúde bucal por toda a vida. “O sorriso anuncia bem-estar, ale-gria, segurança e autossatisfação”, finali-za.

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- O tubo de espuma serve para engrossar o cabo da escova dental, ficando mais fácil de segurá-la. Porém, também pode ser uti-lizado em outros produtos, como talheres. Basta apenas encaixar a escova dentro do tubo. O produto não absorve a água e é la-vável.

O tubo de espuma não foi encontrado em lojas físicas, mas está disponível para com-pra em algumas lojas virtuais. No site da

Pratiflex (http://www.pratiflex.com.br/) é possível encontrar o tubo de espu-ma por R$29,00 e o frete não está incluso neste valor.

Foto: Carlla Fermino

- O fio dental individual é preso em um suporte, ou seja, é um cabo com um extremo curvo que sus-tenta uma parte do fio dental. A maneira de utilizar é a mesma que o fio dental comum. Para realizar a limpeza, coloque o fio dental por baixo da linha da gengiva e deslize-o até a parte superior do dente, movimentando para cima e para baixo.

O fio dental individual pode ser encontrado em qualquer farmácia e o custo varia a partir de R$ 10,99, dependendo da marca e da quantia de unida-des por embalagem.

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O Alzheimer é classificado como uma demência, sendo entre elas, a que tem maior número de ocorrências. Pela definição da Associação Brasileira de Alzheimer – ABRAZ – as demências são doenças mentais caracterizadas por prejuízo cognitivo que pode incluir alterações de memória, desorientação em relação ao tempo e ao espaço, ra-ciocínio, concentração, aprendizado, realização de tarefas complexas, julga-mento, linguagem e habilidades visu-ais-espaciais. Essas alterações podem

ser acompanhadas por mudanças no comportamento ou na personalidade.

As doenças neurodegenerativas são mais comuns nos idosos, pois esse grupo apresenta uma vulnerabilidade maior para desenvolver certas doen-ças, entre elas a de Alzheimer. Embora algumas pesquisas apontem que mu-danças nas células cerebrais poderiam interferir nas funções cognitivas do paciente, até hoje não se sabe ao certo qual a causa dessa demência.

Segundo o geriatra Paulo Honaiser,

ALZHEIMER: A IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO PRECOCEJá é possível ter qualidade de vida, mesmo convivendo com a demência

VOCÊ SABIA?Usar o fio dental e escovar os dentes são ações essenciais para manter a hi-

giene bucal, mas essas atividades nem sempre são simples para todos. Para os idosos que têm mãos artríticas ou dificuldade de movimentá-las, já existem pro-dutos que podem auxiliar nessas práticas. Confira!

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o que caracteriza uma pessoa com Alzheimer geralmente é a falta de memória recente. Entre-tanto, o diagnóstico não se dá através de um tes-te laboratorial específico ou de conversas com o paciente. “Mesmo que o médico tenha noção do diagnóstico pelos relatos do paciente e da família, o processo é mais comple-xo, pois necessita de aná-lises clínicas e exclusões de outras demências, que podem se confundir com

o Alzheimer”, explica o geriatra.

Para que se tenha cer-teza do diagnóstico, é necessário realizar um exame microscópico do tecido cerebral por bióp-sia ou necropsia. Porém, para o processo de exclu-são das demais demên-cias, podem ser feitos exames de sangue e uri-na. Já para determinar o tipo de demência, os mé-todos por imagem, como a tomografia computa-dorizada e a ressonância

nuclear magnética são os mais indicados.

Um dos motivos que leva à complexidade do diagnóstico é a falta de sintomas específicos. O mais comum, ligado ao Alzheimer, é a perda da memória recente, como destacou o Dr. Paulo. Porém, é importante sa-lientar que esquecimen-tos ocasionais não devem ser interpretados como um sinal da demência. As falhas de memória apon-tam para o Alzheimer

apenas quando passa a interferir nas atividades do dia a dia do indivíduo.

O Alzheimer é uma doença que não tem cura. Entretanto, pesquisas re-lacionadas à reversão da demência demonstram que ocorrem determina-dos processos que levam à morte acentuada de cé-lulas nervosas no cére-bro. Mas a boa notícia é que a medicina, a ciência e a tecnologia têm estu-dado – incessantemente - formas de encontrar a

causa, e logo, a cura.Hoje já estão dispo-

níveis no mercado far-macêutico alguns me-dicamentos que ajudam a impedir que a doença avance rapidamente em seus primeiros anos, por isso a importância de um diagnóstico precoce. Ge-ralmente, ao iniciar o tra-tamento, a medicação é indicada em baixas doses para que os efeitos cola-terais que podem surgir sejam mais amenos.

A participação da famí-

lia durante o tratamento é essencial, pois é neces-sário que receba orienta-ções para aprender mais detalhes sobre a doença e como lidar com o pacien-te. É verdade que é uma doença desafiadora, tan-to para o paciente como para os familiares. Mas é importante saber que é possível ter qualidade de vida mesmo tendo que conviver com a doença.

O Dr. Paulo afirma que o paciente não cons-ciência da doença, mas

Foto: Gustavo Filus

Hoje é possível viver bem, mesmo após ser diagnosticado

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ele pode desconfiar que algo está errado ao notar pequenas falhas de memória. “Ele começa a desconfiar com o tempo, mas o esquecimento é uma coisa normal, desde que não se torne crônico, contínuo. Então isso é progressivo, por que vai havendo uma perda de memória recente”, explica. Por isso é comum o idoso se sentir constrangidos ao identificar esses sinais, e às vezes tentar esconder esse sintoma.

Mas a sociedade pode mudar a forma de perceber o Alzheimer se compre-ender a importância do diagnóstico precoce. A principal barreira para buscar ajuda é o acesso à informação, a polêmica e o estigma da demência, a falsa ideia de que problemas de memória são comuns no envelhecimento, e principalmente, a hipótese de que não há nada que se possa fazer pelos pacientes atingidos pela doença. E isso não é verdade.

Aloysius Alzheimer nasceu em Mark-tbreit, na Alemanha, em 14 de junho de 1864. Ele foi um psiquiatra reconhecido por ser o primeiro a observar a doença neurodegenerativa que hoje carrega o seu nome, a doença de Alzheimer.

O primeiro caso estudado por ele foi o da paciente Auguste D., que foi interna-da no Hospital de Frankfurt no ano de 1901, aos 51 anos de idade. Ela apresen-tava perda progressiva de memória, alu-cinações e dificuldade de concentração. Alzheimer acompanhou o caso dela por mais de cinco anos. Após a morte da pa-ciente, o psiquiatra realizou a autópsia e encontrou depósitos de proteína em seu cérebro, tanto em forma de placas, fora das células, como de ema-ranhados, dentro delas. O caso foi apresentado por ele em um congresso científico alemão, em 1906, pois a doença havia lhe chamado grande aten-ção.

Dr. Alzheimer, o detetive do cérebro

BALLETUMAPAIXÃO

Baiana radicada no Paraná, Mar-lene Maia de Britez, conhecida ar-tisticamente por Marlene Tourinho, recebeu o título de cidadã honorária de Curitiba por sua marcante cola-boração e apoio no ensino de dança, arte e cultura na cidade. A cerimô-nia aconteceu no dia 12 de março, data em que ela completou 83 anos.

Conversamos com Marlene Tou-rinho e ela compartilhou conosco um pouco da sua trajetória de baila-rina. Confira esse bate-papo!

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Como e quando a senhora desco-briu o Ballet?

O meu primeiro contato com o Ballet foi no Rio de Janeiro, quando eu tinha sete anos. Eu sou de Salvador, assim como toda minha família. Mas minha mãe ficou viúva, então se casou com um paranaense e veio para cá, nesse meio tempo eu fui para o Rio com ela. Foi quando minha mãe viu que eu ti-nha esse talento para dança, pois eu escutava músicas no rádio e saia dan-çando. E no Teatro Municipal acei-tavam crianças a partir de sete anos. Então ela me matriculou no Munici-pal do Rio de Janeiro. A professora era uma russa, Maria Oleneva. A mi-nha primeira aula de Ballet foi lá, eu adorei e aprendi muito ali.

Depois de se mudar com a família para Curitiba, como e onde a se-nhora deu continuidade nas aulas de Ballet?

Eu quis continuar a dança. A única escola de Ballet que tinha aqui em Curitiba era na Sociedade Thalia, e quem dava aula era o professor Ta-deu Morozowicz – um polonês, então eu fui para lá. Eu fui para fazer Ballet, e ele ensinava também danças folcló-

ricas, principalmente as polonesas, e eu também aprendi tudo isso. Com o pas-sar do tempo acabei sendo primeira bai-larina ali, ajudei também a dar aula de Ballet. Mais tarde abriu o curso no Te-atro Guaíra e como era uma escola ofi-cial, eu resolvi ir e fazer um curso mais profissional. Gostei e fiquei, também acabei professora e primeira bailarina do Teatro Guaíra.

E houve um fato histó-rico na sua carreira de bailarina. Qual foi?

O primeiro tutu – que é aquela roupa curtinha de bailarina – usado em Curitiba, no ano de 1946. Inclusive a costureira não soube fazer porque o babado menor era embai-xo e o maior em cima. Ela fez ao contrário, o menor em cima e o maior em-baixo, mas eu usei assim mesmo. No mundo todo, praticamente, se usava o tutu, mas aqui em Curi-tiba não, só usava a saia de bailarina até a metade da canela, pois era uma cidade muito conserva-dora. E minha mãe não sabia disso. Nós viemos do Rio e lá usavam, pois era mais profissional, mais liberal. Quando o professor disse para ela fazer a roupa para mim que eu ia fazer um solo, disse “a senhora faz a roupa como quiser”, e ela fez um tutu curto. E eu dancei assim e foi um es-

cândalo na época. Quan-do eu entrei no palco de perna de fora, não tinha nem meia naquela época - usava-se malha, minha mãe disse “meu Deus do céu, que escândalo, o que foi que eu fiz com a mi-nha filha?!”. Mas eu já es-tava acostumada a usar o tutu, então não fiquei en-vergonhada com a reação do público.

E no meio dessa rotina de bailarina, a senhora ainda chegou a fazer um curso superior?

Sim, eu fiz o curso de Direito, mas nunca atuei na área. Eu até brinco que, como advogada, eu fui excelente bailarina. Minha mãe achava que eu tinha que fazer um curso superior, não que ela escolhesse o Direito. Mas como ela ficou viú-va e sabia que a vida era difícil. Era uma segu-rança que ela queria me dar na vida, o diploma. Ela me dizia: “minha fi-lha, a cabeça pode estar

oca, mas o canudinho na mão vai te abrir qualquer porta”. Então ela fez que eu escolhesse uma car-reira, e eu escolhi Di-reito porque era o mais fácil para mim, pois não gostava de matemática, física e essas coisas. E me abriu portas porque eu fui dar aula de Ballet na Faculdade de Artes do Paraná, e lá só podia dar aulas quem tivesse curso superior.

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Foto: Arquivo pessoal

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E como era a rotina de profes-sora de Ballet no Teatro Guaí-ra?

Na época, a estrutura que era ofe-recida pelo Teatro era precária, porque a escola era recente, então faltavam profissionais qualifica-dos. O que acabava acontecendo é que eu centralizava tudo. Eu decidia coreografia, figurino, eu desenhava, ia nas lojas escolher tecidos, conversava com as costu-reiras, ou seja, bolava tudo, dava palpite na iluminação. O Teatro dispunha destes profissionais, mas não eram qualificados para o Ballet propriamente. Eu fui pio-neira como professora, quando a escola realmente se reestruturou, porque existia a escola do Guaíra, mas era uma escola para bailari-nos fazerem aulas, não era uma escola para iniciantes. Quando a escola surgiu, propriamente dita como uma escola preparatória para profissionais, veio uma pro-fessora do Rio de Janeiro, a Lorna Kay, para estruturar toda a parte curricular e me convidou para dar aula. E aí a escola deslanchou.

Em que momento a senhora deixou o Ballet?

Eu precisei me aposentar por ida-de, em 2002. Não dava mais e eu tive que sair, se não continuaria lá. Era a minha vida.

Qual foi o sentimento ao ser convidada para receber o título de cidadã honorária?

Olha, foi emocionante, pois foi um título que eu nunca pensei na mi-nha vida que iria receber. Foi as-sim, impressionante, maravilho-so. Nunca imaginei receber uma homenagem dessas! Fiquei eter-namente grata a todos que cola-boraram, que me convidaram a receber o título de Cidadã Hono-rária de Curitiba, eu fiquei muito emocionada e foi uma das partes mais lindas da minha vida. Ainda mais de Curitiba, que é a cidade onde fui criada, que eu amo. Eu gosto de fazer poesia, então digo que “mesmo sendo baiana, prefiro o frio ao calor, sinto-me curitiba-na, cidade a que tenho amor”.

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Problemas de ordem sociais como a fome, a falta de moradias, alto índice de violência e a má condição da educa-ção e da saúde pública afetam o nosso país. No entanto, existem aqueles que não ficam aguardando a boa vontade do poder público para transformar a realidade que os cercam. Esses são os voluntários, que pela definição da Or-

ganização das Nações Unidas “é aque-le que, devido a seu interesse pessoal e ao seu espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas formas de atividades, orga-nizadas ou não, de bem estar social, ou outros campos”.

De acordo com dados de pesquisas do Instituto Brasileiro de Opinião Pú-

UMA MISSÃO DE AMORO voluntariado não é apenas uma atividade. No caso dos idosos, é uma das maneiras mais saudáveis de viver essa fase

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Noemia já é voluntária no Hospital de Clínicas há mais de 25 anos

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blica e Estatística (IBOPE), 25% da po-pulação participa de serviço voluntário no Brasil. Traçando o perfil do volun-tário, nota-se que 53% são mulheres e 12% tem 60 anos ou mais. Cada vez mais os idosos estão buscando formas alternativas para permanecer ativos, seja com a própria volta ao mercado de trabalho, com atividades de lazer, edu-cativas, em associações, e também com o voluntariado.

Geralmente nessa fase, a diminuição de obrigações familiares deixa mais tempo livre, o que em alguns casos faz com que fiquem mais propensos ao sentimento de solidão. A terceira idade pode ser uma oportunidade para ajudar ao próximo e desenvolver atividades humanitárias. Suzette Sakr, aposen-tada, de 64 anos, comovida com o de-sejo e convite da amiga Ivone Duarte,

fundou em maio de 2010 na cidade de Telêmaco Borba, um grupo de apoio a portadores de câncer. Este recebeu o nome de Grupo de Apoio Ivone Duar-te, em homenagem a amiga que faleceu por causa desta doença.

O trabalho do grupo consiste em ajudar, apoiar e compartilhar situações que afligem o emocional dos porta-dores de câncer bem como o de seus familiares e amigos. As reuniões são semanais e envolvem aproximadamen-te 40 pessoas. Suzette acredita que a importância do trabalho voluntário é sentir-se útil, dar e receber ajuda em forma de palavras, abraços e sorrisos. “Cada reunião é um aprendizado, saber que posso celebrar a vida em meio à dor. Parece irônico, mas funciona as-sim: diante do compartilhamento e da história de vida de um companheiro, a

Suzette (segunda, da esquerda para a direita) promove passeatas de conscientização com o Grupo de Apoio

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minha caminhada se torna menos do-lorosa e mais suave”, explica.

O voluntariado não é apenas uma atividade. Além de ser uma boa ação, é uma ocasião fa-vorável para inte-ragir com outras pessoas. Noemia Vello, assistente social aposentada, de 76 anos, resol-veu se dedicar ao Serviço de Volun-tários do Com-plexo do Hospital de Clínicas (HC - UFPR) há mais de 25 anos. Na ocasião, seu mari-do era paciente do HC e por acompa-nhá-lo por um longo período durante o

tratamento, ela sentiu a necessidade de ajudar, sendo uma das primeiras volun-

tárias. “Me dediquei com muito amor e carinho a este Hos-pital, onde também fui muito bem aten-dida na época em que meu marido es-tava aqui. Pra mim, a minha missão é aqui”, relata.

Noemia já traba-lhou em diversos setores do HC, mas pelo seu tempo de experiência e conhe-cimento em todos os departamentos, há mais de oito anos ela presta o serviço

de informação aos pacientes e visitan-tes. Para Noemia, o voluntariado é uma

Hoje não tenho medo de enfrentar nenhuma situação com relação à doença. Aprendi a não mais guardar mágoas,

dores e ressentimentos; pois pior que o câncer

físico é o da alma, muito mais difícil de curar. Tudo

isso colabora para uma qualidade de vida melhor

doação. “É um trabalho que pra mim é muito importante. Tem que ter equilí-brio emocional porque as pessoas vêm em busca de uma palavra que anime, que ajude a ver que as coisas vão me-lhorar”, afirma.

Muitas instituições precisam e estão abertas ao voluntariado. A pessoa que se dispõe a este serviço pode, não so-mente ensinar, mas também aprender e ganhar experiência com a integra-ção social. Além disso, é uma forma de atender necessidades pessoais, valores religiosos, retribuir uma ajuda recebi-da e exercer a cidadania. No caso dos idosos, é uma das maneiras mais sau-dáveis de viver essa fase.

Agora, o que Suzette e Noemia, mesmo morando há mais de 200 quilô-

metros de distância, têm em comum? Ambas acreditam que a qualidade de vida melhorou desde que iniciaram o trabalho voluntário. “A gente aprende e cresce muito interiormente. Você va-loriza mais a vida. É um trabalho que, ao longo do tempo, te torna um ser humano melhor, pois há muita troca de experiências”, garante Noemia. E Suzette diz que, além de outros benefí-cios, aumentou sua a autoestima. “Hoje não tenho medo de enfrentar nenhuma situação com relação à doença. Apren-di a não mais guardar mágoas, dores e ressentimentos; pois pior que o cân-cer físico é o da alma, muito mais difícil de curar. Tudo isso colabora para uma qualidade de vida melhor”, conclui Su-zette.

Noemia trabalha há mais de oito anos no serviço de informação aos pacientes e visitantes

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Equipe do Grupo de Apoio participando de evento realizado pela Secretaria da Saúde

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As alterações na estrutura etária da população no Brasil começaram a ocor-rer a partir da década de 1960, devido à queda na taxa de fecundidade. A con-sequência foi o aumento da população idosa no total da população do país.

De acordo com o psicólogo Felipe Riboli, outros fatores também contri-buíram para a nova realidade popula-cional. “Os aspectos que ajudaram nes-sa mudança são: o avanço da medicina, o foco na prevenção de doenças, o uso de dieta mais saudável, exercícios físi-cos, terapias, o padrão econômico do

momento e oferta de atividades especí-ficas para esse público”, explica. Entre-tanto, o psicólogo acredita ainda que a maior transformação para o grupo da terceira idade se deu na qualidade de vida, “um envelhecer mais ativo, com demanda de atividades prazerosas”.

Nos gráficos 1, 2 e 3 é possível acom-panhar a evolução demográfica do país. Em 1960, havia 3,3 milhões de idosos, representando 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões, ou seja, 8,5% dos brasileiros. No ano de 2010, o cresci-mento também foi expressivo chegan-

A NOVA TERCEIRA IDADE Idosos estão procurando diferentes formas de aproveitar ao máximo a etapa que estão vivendo. E essa mudança de comportamento começou por eles mesmos

do a 10,8% da população, equivalente a 20,5 milhões de idosos.Observando ainda o gráfico 3 também verifica-se o alargamento da pirâmide,

causado pelo aumento da expectativa de vida e pela queda da taxa de mortali-dade. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida subiu de 48 para 73,4 anos entre 1960 e 2010. Já a base

Gráfico 1 - Fonte: IBGE

Gráfico 2 - Fonte: IBGE

Gráfico 3 - Fonte: IBGE

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da pirâmide sofreu um estreitamento, devido à queda da taxa de fecundidade – caiu de 6,3 para 1,9 filhos no respec-tivo período.

É possível ainda notar que as mulhe-res correspondem à maioria na tercei-ra idade, constituindo 55% do total da população idosa. E nos períodos ava-liados, o grupo feminino “acima de 70 anos” é igual ou maior que as outras categorias que estão acima dos 60 anos.

Dados do IBGE apontam que em 2040 os idosos serão 56,6 milhões, tota-lizando 27,5% da população brasileira. Em 2060, esses números aumentarão, sendo 74 milhões de pessoas, ou seja, 39% da população total. Se as taxas de fecundidade e mortalidade permanece-rem baixas, hipoteticamente o estreita-mento da base e alargamento do topo

da pirâmide continuarão, o que causa uma alteração em seu formato atual.

NÃO SE FAZEM VOVÓS COMO ANTIGAMENTE

A partir da análise desses dados, é possível constatar que o envelheci-mento populacional tende a alterar a vida de cada indivíduo. Porém, mais que isso, altera-se também toda a es-trutura da sociedade, que necessita se ajustar a esta tendência demográfica.

Antigamente, a terceira idade era vista com fragilidade, inclusive pelos próprios idosos. A idade avançada sig-nificava diversas impossibilidades e era comum que ficassem em casa, es-perando o tempo passar. A professora aposentada, Janete Filus, de 64 anos,

diz que nota algumas dife-renças na maneira que um idoso vivia nas décadas pas-sadas e como ela vive essa fase atualmente. “Hoje o idoso ainda é ativo, preocu-pa-se com a aparência, saúde física e mental, exercita-se e atualiza-se, o que em outros tempos não acontecia. Hoje lutamos por nossos direitos e vamos atrás daquilo que nos dá prazer”, afirma.

Porém, para Riboli, a so-ciedade ainda não está total-mente preparada para lidar com isso, mas as mudanças

já são visíveis no dia-a--dia. “Hoje vemos idosos em academias de mus-culação, parques, grupos deles em rodoviárias e aeroportos, para turis-mo. Vemos faculdades oferecendo vários cursos para terceira idade, des-contos em shows, tea-tros, transporte. Grupos de convivência e centros de atividades para idosos. Setores privados come-çam a dar mais atenção a esse público que hoje tem condições financeiras e procura por novas expe-riências”, aponta.

Os idosos estão procu-rando novas formas de aproveitar as coisas boas

da etapa que estão viven-do. A mudança de com-portamento começou por eles, que deixaram de se sentir vulneráveis e ago-ra, além de viver mais, vivem de maneira mais

saudável e ativa. Agora, ao passar dos 60 anos, o indivíduo já está acostu-mado com uma vida agi-tada e a busca por lazer e diversão está cada vez maior.

A imagem da vovó fa-zendo tricô e do vovô na cadeira de balanço ficou no passado. Janete rela-ta que mesmo sendo avó e usufruindo de alguns benefícios que a idade lhe proporciona, como a meia entrada e atendi-mento preferencial, man-tém o espírito jovem. “Eu não me sinto idosa, pois ainda tenho muitas coi-sas a fazer e aprender. Preocupo-me com minha

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Aprendi que existem somente três tipos de pessoas na vida: aque-las que vivem, sofrem decepções, continuam teimosas e não apren-dem com seus próprios erros, não se modificando com o passar dos anos. Aquelas que vivem, sofrem decepções, aprendem com as pró-prias experiências e tornam-se melhores ao longo dos anos. E aquelas que, apenas observando, aprendem com as experiências alheias e evoluem continuamente. Estas são as pessoas sábias.

E é nesse ponto que eu quero chegar, pois às vezes guardamos sonhos e achamos que estamos velhos demais para realizá-los. Quando alguém fica velho? Será que existe uma idade depois da qual a pessoa se torna “velha de-mais” para apreciar a vida e fazer alguma contribuição significativa?

A educação deve ser um proces-so contínuo e permanente vivido pelo ser humano por toda a vida, não só pelo contato com a escola e universidades, pelo sistema for-mal, mas também por meio da so-ciedade que transmite, conserva e aperfeiçoa seus valores.

Até pouco tempo atrás, a univer-sidade era espaço destinado priori-tariamente aos jovens, porém com a grande demanda do envelheci-

mento populacional, o aumento da longevidade refletiu na tomada de consciência por parte dos progra-mas educacionais, mostrando que a educação poderia ser um proces-so permanente, contínuo e aberto a todas as idades, embora a uni-versidade sempre estivesse aberta a todas as pessoas. Pessoas que ao longo da vida têm oportunidades adequadas para adquirir e colocar em prática seus conhecimentos, aprimorar habilidades, manter re-lacionamentos sociais significati-vos e, estando motivadas, melho-ram sua qualidade de vida.

Grandes exemplos de nossa his-tória mostram como nunca é tarde demais para nos tornamos sábios. O grande artista Ticiano pintou um de seus melhores quadros, “A Batalha de Lepanto”, quando tinha 98 anos. Goethe terminou “Faus-to” com 82 anos de idade. Galileu já completara 73 anos quando fez algumas de suas maiores desco-bertas. Sócrates começou a estudar música aos 80. Ludovico escreveu as memórias de sua época quando tinha 115 anos. O missionário J. Hudson Taylor trabalhava a ple-no vapor aos 70 anos, adentrando novos territórios. George Muller, com 90, ainda expandia seus orfa-natos.

NUNCA É TARDE DEMAISPor Luiza Chibior Tomeleri

saúde mental, física e intelectual. Ain-da continuo trabalhando, então isso me impede de fazer parte de grupos sociais e de recreação que são oferecidos para a terceira idade”.

Riboli reconhece que os idosos já estão integrados a esse novo cená-rio social e demográfico. “Vejo o ido-so adaptado e cada vez mais forçando a sociedade e o ambiente a se adapta-rem a essa realidade”, diz o psicólogo. E Janete concorda com o pensamento de Riboli. “A sociedade interage e acei-ta bem o grupo da terceira idade. E os idosos também aprenderam a aceitar e a entender a geração mais nova. Isso diminui o conflito que existia entre as gerações”, ressalta.

A família também tem um papel

muito importante para que haja essa integração e para que se passe de uma forma tranquila para o idoso. Embo-ra muitas vezes exista um sentimento de proteção por parte dos familiares, é necessário deixá-los ativos à medi-da que desejarem. Além de apoiar nas questões de saúde, financeiras e no que mais ele precisar, a família deve estimu-lar o convívio social dos idosos. “De-vem incentivar para que eles tenham acompanhamento em grupos multidis-ciplinares na área da saúde, com foco na prevenção de doenças. Ao verificar a necessidade da pessoa, devem procu-rar o que a cidade oferece para esse pú-blico, como atividades de socialização, bem-estar e prazer”, finaliza Riboli. Ed

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Eu não me sinto idosa, pois ainda tenho muitas coisas a fazer e aprender

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Luiza Chibior Tomeleri é jornalista, especialista em Comunicação Empresarial e em Educação. Atua na área de Comunicação Empresarial, Assessoria de Imprensa e Relações Institucionais. Atuou na área de Comunicação da Petrobras, desenvolvendo ações de comunicação institucional, jornalismo corporati-vo e gestão de conteúdo para portal eletrônico e mí-dias impressas. Possui experiência com planejamen-to, pautas e redação para publicações em revista.

E não tão longe da nossa história, trago um grande exemplo de homem, o qual tive o prazer de conhecer e entrevistar: o arquiteto, engenheiro e professor Elgson Ribeiro Gomes, ícone da arquitetura moderna, falecido no ano passado aos 91 anos. Trabalhou até o fim da sua vida, disseminando seu conhecimento. Foi um dos pioneiros da arquitetura moderna em Curitiba e influenciou várias gerações desde a criação do curso de Arquitetura da Universidade Federal do Paraná, quando passou a lecionar na instituição, e também responsável pela mudança de parcela significativa da paisagem moderna da capital paranaense, sendo de autoria dele os projetos de alguns dos mais importantes edifícios da região central da cidade.

Mas com toda sua ousadia, o arquiteto ainda conseguiu, no auge de sua idade, de apresentar uma proposta para o novo Projeto do World Trade Center, em Nova Iorque, que não chegou a tempo para ser apreciada, mas tendo em vista o calendário concebido pela comissão de apreciação e julgamento. Também criou um instituto para realizar projetos e ajudar pessoas com menos recursos na educação e profissionalização. Para ele nunca era tarde para se obter conheci-mento e aprender com as experiências alheias.

Por outro lado, todos nós conhecemos idosos que parecem ter parado de viver. Cheios de queixas, focalizam toda sua atenção e conversa nos sintomas da velhi-ce. Derrotados, tornam-se vítimas. Perderam o entusiasmo pela vida. A verdade é que morreram aos 60 anos, mesmo que somente sejam enterrados aos 80, 90 ou 100.

Experiências têm mostrado que quando as pessoas, ao longo do seu desenvol-vimento, possuem oportunidades adequadas para adquirir e colocar em práti-ca seus conhecimentos, aprimorar habilidades, manter relacionamentos sociais significativos e, estando motivadas, melhoram o seu bem-estar.

O sacerdote Henri Nowen, nos lembra que “o processo de ficar mais velho não é razão para desespero, mas sim base para esperança; não é uma lenta decadên-cia, mas um amadurecimento gradativo; não é um destino a ser sofrido, mas uma oportunidade para ser abraçada”.

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