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Ano I – nº 2 – 30/11/2004 [email protected] Expediente O informativo @guas.sp é de responsabilidade da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo. Coordenador: Rui Brasil Assis Redação e Diagramação: Grupo de Comunicações e Informações Gerenciais José Augusto Rocha Mendes / Ana Maria Ferreira de Carvalho Endereço:Rua Bela Cintra, 847 – 13º andar – Consolação – São Paulo SP 01415-903 Fone: (11) 3138-7629 /3138-7618 Fax: (11) 3257-0130 Endereço eletrônico: [email protected] Contribuições e sugestões de pauta são bem vindos Boletim Informativo da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento Editorial Os novos prefeitos e o gerenciamento de nossas águas Em 30 de dezembro próximo a Lei 7663 completa 13 anos e podemos comemor avanços significativos. Armazenamos informações sobre as demandas, virtudes e fragilidades de nossas bacias hidrográficas; discutimos e decidimos alguns investimentos de forma descentralizada; e esforçamo-nos cada vez mais em aprimorar o processo de planejamento. A sociedade e a mídia demonstram um interesse crescente pelas águas, fato raro há pouco mais de uma década. Comemoramos o progresso em quase todos os instrumentos de gestão de recursos hídricos e as articulações com os Estados vizinhos, a União e até países limítrofes. Frustrações também são freqüentes aqui e acolá. Os limitados investimentos, inclusive em educação, não impedem que a poluição e degradação continuem; as enchentes e conflitos pelo uso da água são cada vez mais comuns, a ponto de nos perguntarmos se realmente podemos fazer a diferença. Outro desconforto continua a ser a falta de aprovação da cobrança pelo uso da água. É certo que o balanço ainda é positivo, principalmente pela forte integração entre os segmentos participantes de nosso SIGRH. A reeleição de alguns prefeitos e a chegada de novos - em grande número - renova a necessidade de competente articulação com esse estratégico grupo indicado pelas urnas, para uma vibrante participação nos Comitês de Bacias e no Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Os recursos hídricos, o saneamento e as questões ambientais têm hoje maior presença nas agendas políticas locais e regionais, fato que adequadamente trabalhado, poderá entre outros pontos, ajudar na sensibilização de nossos deputados em favor da aprovação da Lei da Cobrança. A oportunidade está aí, saibamos aproveitá-la. Reiteramos as palavras do Secretário, Dr. Mauro Arce, que este informativo serve basicamente ao SIGRH, razão pela qual seu dinamismo dependerá da participação de seus integrantes com críticas e sugestões de pautas relevantes. Rui Brasil Assis Coordenador de Recursos Hídricos AGENDA V ENCONTRO TÉCNICO DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - REUNIÃO CONJUNTA DAS CÂMARA TÉCNICAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO CRH E CBH- PCJ - dia 30 de Novembro, às 9h, no Anfiteatro da Biblioteca do Campus UNESP - Av. 24 A, nº1515, Rio Claro/SP - informações pelo endereço eletrônico: http://www.igeologico.sp.gov.br/ CBH-SMG - Reunião com os Usuários de Recursos de Hídricos da Bacia do Ribeirão do Jardim - dia 07/12/2004 às 13h - Sede do CEPAR - Anel Viário Km 2, S/N° – Guaíra/SP. Reunião Ordinária de 2004 do CBH-LN – dia 3 de dezembro de 2004 a partir das 9:30h no CEPROLIM – Av . Rio Grande do Norte, 450 – Indaiá – Caraguatatuba. NOTAS: Em 18 de novembro passado, o CBH-PCJ comemorou onze anos de realização de sua reunião de instalação veja mais detalhes daquela reunião e sua comemoração no endereço: http://www.comitepcj.sp.gov.br/ O CBH-LN realizou no período de 22 a 26 de novembro, uma rodada de palestras nas Câmaras Municipais de Ubatuba, Ilhabela, São Sebastião e Caraguatatuba, com o objetivo de esclarecer o funcionamento do CBH-LN e do FEHIDRO, além de apresentar a Agenda 21 do Litoral Norte.

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Page 1: Editorial AGENDA Os novos prefeitos e o gerenciamento de … · 2014-09-10 · recursos hídricos da Bacia do Rio Grande, ... Em debate a polêmica Transposição do Rio São Francisco

Ano I – nº 2 – 30/11/2004 [email protected]

Expediente O informativo @guas.sp é de responsabilidade da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo. Coordenador: Rui Brasil Assis Redação e Diagramação: Grupo de Comunicações e Informações Gerenciais José Augusto Rocha Mendes / Ana Maria Ferreira de Carvalho Endereço:Rua Bela Cintra, 847 – 13º andar – Consolação – São Paulo SP 01415-903 Fone: (11) 3138-7629 /3138-7618 Fax: (11) 3257-0130 Endereço eletrônico: [email protected] Contribuições e sugestões de pauta são bem vindos

Boletim Informativo da Coordenadoria de Recursos Hídricos da Secretaria de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento

Editorial

Os novos prefeitos e o gerenciamento de nossas águas Em 30 de dezembro próximo a Lei 7663 completa 13 anos e podemos comemor avanços significativos. Armazenamos informações sobre as demandas, virtudes e fragilidades de nossas bacias hidrográficas; discutimos e decidimos alguns investimentos de forma descentralizada; e esforçamo-nos cada vez mais em aprimorar o processo de planejamento. A sociedade e a mídia demonstram um interesse crescente pelas águas, fato raro há pouco mais de uma década. Comemoramos o progresso em quase todos os instrumentos de gestão de recursos hídricos e as articulações com os Estados vizinhos, a União e até países limítrofes. Frustrações também são freqüentes aqui e acolá. Os limitados investimentos, inclusive em educação, não impedem que a poluição e degradação continuem; as enchentes e conflitos pelo uso da água são cada vez mais comuns, a ponto de nos perguntarmos se realmente podemos fazer a diferença. Outro desconforto continua a ser a falta de aprovação da cobrança pelo uso da água. É certo que o balanço ainda é positivo, principalmente pela forte integração entre os segmentos participantes de nosso SIGRH. A reeleição de alguns prefeitos e a chegada de novos - em grande número - renova a necessidade de competente articulação com esse estratégico grupo indicado pelas urnas, para uma vibrante participação nos Comitês de Bacias e no Conselho Estadual de Recursos Hídricos. Os recursos hídricos, o saneamento e as questões ambientais têm hoje maior presença nas agendas políticas locais e regionais, fato que adequadamente trabalhado, poderá entre outros pontos, ajudar na sensibilização de nossos deputados em favor da aprovação da Lei da Cobrança. A oportunidade está aí, saibamos aproveitá-la. Reiteramos as palavras do Secretário, Dr. Mauro Arce, que este informativo serve basicamente ao SIGRH, razão pela qual seu dinamismo dependerá da participação de seus integrantes com críticas e sugestões de pautas relevantes. Rui Brasil Assis Coordenador de Recursos Hídricos

AGENDA • V ENCONTRO TÉCNICO

DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS -REUNIÃO CONJUNTA DAS CÂMARA TÉCNICAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO CRH E CBH-PCJ - dia 30 de Novembro, às 9h, no Anfiteatro da Biblioteca do Campus UNESP - Av. 24 A, nº1515, Rio Claro/SP - informações pelo endereço eletrônico: http://www.igeologico.sp.gov.br/

• CBH-SMG - Reunião com os Usuários de Recursos de Hídricos da Bacia do Ribeirão do Jardim - dia 07/12/2004 às 13h - Sede do CEPAR - Anel Viário Km 2, S/N° –Guaíra/SP.

• 2ª Reunião Ordinária de 2004 do CBH-LN – dia 3 de dezembro de 2004 a partir das 9:30h no CEPROLIM – Av . Rio Grande do Norte, 450 – Indaiá –Caraguatatuba.

NOTAS: • Em 18 de novembro

passado, o CBH-PCJ comemorou onze anos de realização de sua reunião de instalação veja mais detalhes daquela reunião e sua comemoração no endereço: http://www.comitepcj.sp.gov.br/

• O CBH-LN realizou no período de 22 a 26 de novembro, uma rodada de palestras nas Câmaras Municipais de Ubatuba, Ilhabela, São Sebastião e Caraguatatuba, com o objetivo de esclarecer o funcionamento do CBH-LN e do FEHIDRO, além de apresentar a Agenda 21 do Litoral Norte.

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Bacia do Rio Grande Articulação regional ganha impulso Objeto de discussão desde o ano de 2001, a Bacia do Rio Grande entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais é composta por 14 comitês – 6 no Estado de São Paulo (comitês Turvo-Grande; Sapucaí-Mirim-Grande; Baixo Pardo-Grande; Pardo; Rio Mogi e Serra da Mantiqueira) e 8 no Estado de Minas Gerais, dos quais 6 comitês se encontram devidamente instalados e mais 2 em processo de formação. Ao longo deste período, depois de várias discussões e proposições, foram definidas atividades que se avolumaram, tomando consistência.

Durante o Encontro Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas realizado, no mês de agosto de 2003, em Aracajú, foi feita uma reunião de integração, com representantes dos comitês paulistas e mineiros acompanhada pela Coordenadoria de Recursos Hídricos, onde foi definida uma pauta de atuação conjunta. Em agosto de 2004, num encontro realizado em Poços de Caldas, foi então definida a criação do Comitê do Grande, com caráter de integração, articulação e planejamento e optando-se pela continuação dos comitês regionais.

Foi também deliberada a criação de um Grupo Executivo, que escolheu para sua presidência, o Engenheiro Carlos Alencastre do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado de São Paulo (DAEE) e composto por 12 membros, sendo 6 membros do Estado de MG (2 representantes do IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas e 4 representantes dos Comitês mineiros) e 6 membros do Estado de São Paulo (um representante da Cetesb e um representante do DAEE, na qualidade de gestores das águas paulistas e mais 4 representantes dos comitês Paulistas – do Turvo Grande, do Sapucaú/Mirim/Grande, do Pardo e do Comitê Serra da Mantiqueira.

O Grupo Executivo tem realizado reuniões de trabalho, estabelecendo uma estratégia composta por três etapas distintas: articulações com vistas à integração dos dois

estados entre as organizações de bacias (Comitês) e órgãos gestores; envolvimento dos presidentes dos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos; e envolvimento dos órgãos federais, preparação de documentos e solicitação da instalação ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH).

Segundo o Engenheiro Carlos Alencastre, o Grupo Executivo espera para 2005 estabelecer um cronograma e calendário de atividades, dentre as quais se destacam: a realização de reuniões com o Secretário de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento do Estado de São Paulo, Mauro Arce e com o Secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Estado de Minas

Gerais, José Carlos Carvalho,com o objetivo de apresentar os trabalhos já efetuados, buscando o necessário apoio daquelas instituições no desenvolvimento do processo e a divulgação das ações nos comitês das bacias hidrográficas participante.

Na estratégia de trabalho definida pelo Grupo Executivo, o

Coordenador de Recursos Hídricos, Rui Brasil Assis, enfatizou a importância de elaborar os estudos técnicos para uniformizar o conhecimento sobre a bacia, conforme Resolução nº 5 do CNRH, o que será facilitado pelo financiamento solicitado em 2004 pelo CORHI ao FEHIDRO, cujo DAEE é tomador e que permitirá a elaboração de um relatório de situação dos recursos hídricos da Bacia do Rio Grande, denominado “Projeto de Difusão e Articulação Institucional” . este estudo está em fase de contratação, devendo se iniciar nos próximos meses.

Comitês de Bacias Hidrográficas no Estado de Minas

Gerais com influência na Bacia do Rio Grande

Comitês de Bacias Hidrográficas no Estado de

São Paulo com influência na Bacia do Rio Grande

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Bacia do Rio São Francisco Em debate a polêmica Transposição do Rio São Francisco A Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, convocou o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) para uma reunião extraordinária, a realizar-se no dia 30 de novembro, para discutir o Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional.

O representante do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, com assento naquele Conselho Nacional, distribuiu os relatórios sobre o projeto aos representantes do CRH e solicitou manifestação sobre o posicionamento a adotar no CNRH.

A obra orçada em cerca de R$ 4,5 bilhões consiste no desvio das águas do rio São Francisco por 720 quilômetros de canais de concreto abertos na caatinga. Pelo novo processo operacional, de acordo com o projeto, pretende-se levar 1% de sua vazão média para as bacias dos rios Jaguaribe (CE), Apodei (RN), Paraíba (PB) e Moxotó e Brígida (PE). Consta também do Projeto, que nos anos de maior demanda hídrica, os excedentes de água da Barragem de Sobradinho, sejam transferidos para os açudes dos rios intermitentes do Nordeste Setentrional, viabilizando o seu uso múltiplo.

A necessidade da realização da obra, de acordo com os estudos técnicos do Ministério da Integração Nacional, é justamente a área que estatisticamente é mais propensa a sofrer os efeitos de secas prolongadas. A região denominada Nordeste Setentrional está situada ao norte do rio São Francisco, abrangendo parcialmente os estados de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte, compreendendo cerca de 12 milhões de habitantes.

Essa posição não a mesma do Comitê da Bacia Hidrográfica do rio São Francisco. Através da sua Secretaria Executiva o Comitê divulgou um documento onde afirma sua posição contrária ao projeto, alegando que a obra constitui uma flagrante injustiça na adoção

de políticas públicas já que, segundo o documento, opta em impor a retirada de um recurso natural de uma região carente em benefício de outra que apresenta basicamente as mesmas condições climáticas e socioeconômicas.

Mas o Governo Lula tem emitido repetidos sinais de que é prioridade no seu plano de governo a execução dessa obra. Em contrapartida, acena com recursos orçamentários para revitalização da Bacia, cuja aplicação contará com a Participação do Comitê da Bacia do São Francisco. A batalha promete ser acirrada no CNRH, e o PL do orçamento ainda precisa ser aprovado pela Câmara do Deputados e pelo Senado.

Pelo alcance nacional, a Bacia do Rio São Francisco possui diversidade de usos e

conflitos pelos usos da água. No destaque, a localização da bacia no país (ilustração: CBH-SF)

Para saber mais: Veja abaixo alguns endereços na Internet que tratam do assunto:

• Agência Nacional das Águas – http://www.ana.gov.br

• Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco – http://www.cbhsaofrancisco.org.br

• RISF - Rede de Informações do São Francisco – http://risf.ana.gov.br

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Aqüífero Guarani Aqüífero dispõe de um volume aproveitável de água de 40 km³/ano.

Para preservar uma das maiores reservas de água subterrânea do mundo ocidental, está sendo elaborado o Projeto de Proteção Ambiental e Desenvolvimento Sustentável do Sistema Aqüífero Guarani. O projeto visa apoiar a Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai para a elaboração e implementação de normas institucionais, legais e técnicas de gerenciamento e preservação do Aqüífero para as gerações futuras.

Com recursos previstos em cerca de US$ 26,7 milhões, o projeto visa principalmente, proteger a área onde o aqüífero está exposto, e portanto mais vulnerável à poluição. Propõe ainda montar uma estrutura de gestão centralizada para orientar e disciplinar a exploração de água subterrânea do Aqüífero. O estudo é uma iniciativa conjunta dos quatro países, (Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai), financiado pelo Fundo para o Meio Ambiente Mundial (GEF/Banco Mundial) e gerenciado pela OEA – Organização dos Estados Americanos.

O período de execução do Projeto vai de 2004 a 2007. Em cada País foi estruturada uma Unidade Nacional e no Brasil, além dessa unidade, foram também organizadas Unidades Estaduais de Execução do Projeto (UEEP) nos oito estados abrangidos pelo Aqüífero, (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande Sul). Participam da UEEP de São Paulo : A SERHS (coordenadora), SMA, Universidades, Comitês de Bacias e ABAS.

A partir dos anos 70, especialmente na porção brasileira (São Paulo), teve início um surto exploratório. Hoje a captação do aqüífero é feita ainda com maior freqüência e já foram perfurados cerca de 2 mil poços nas bordas da bacia, como por exemplo na

região de Ribeirão Preto onde existem poços com profundidade de 100 a 300 metros. Em decorrência disso, segundo Gerôncio Rocha, geólogo do Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) e coordenador da Unidade Estadual de execução do Projeto, houve um grande avanço de tecnologia de perfuração de poços, ressaltando

que por falta de políticas governamentais, o reservatório vem sendo explorado de maneira desordenada. “A persistir esta situação, problemas de sobrexplotação localizada ou de contaminação a partir das bordas da bacia, em áreas urbanizadas ou industrializadas, poderão comprometer o aqüífero”,

alertou o técnico.

O Aqüífero Guarani é um enorme reservatório de águas subterrâneas, de 1 milhão e 200 mil km², que se estende pelos territórios do Brasil (840.000 km²), Uruguai (58.500 km2), Argentina (355.000 Km² e Paraguai (58.500 Km²), uma área

equivalente a dos países da Inglaterra, França e Espanha, juntos. O manancial dispõe de um volume aproveitável de água da ordem de 40 km³/ano, 30 vezes superior à demanda por água de toda a população existente em sua área que são cerca de 15 milhões de habitantes. Os recursos hídricos são em geral de excelente qualidade e prestam-se para todos os fins em quase toda a área

Vista geral do Aqüífero Guarani – Dimensões e importância superam fronteiras nacionais (fonte: DAEE)

Perfil transversal do Aqüífero Guarani:

profundidades de exploração (fonte: DAEE)

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Fundo Estadual de Recursos Hídricos

Aumenta o número de inadimplentes O Fundo Estadual de Recursos Hídricos vêm recebendo um número crescente de declarações de inadimplência de tomadores de recursos. Dentro das regras estabelecidas pelo Fundo Estadual de Recursos Hídricos para financiamento de empreendimentos, um tomador pode ter sua inadimplência técnica declarada, quando existirem problemas no empreendimento apontados pelo Agente Técnico responsável pelo acompanhamento do empreendimento e não resolvidos a contento pelo tomador.

Também pode ser declarada a inadimplência financeira por parte do Agente Financeiro, nos casos em que o tomador deixe de prestar contas dos recursos recebidos nos prazos estabelecidos pelo Manual de Procedimentos Operacionais do Fundo.

A declaração de inadimplência técnica ou financeira impede que a entidade ou prefeitura municipal candidate-se ao recebimento de recursos, não apenas no âmbito do FEHIDRO, mas também de outros fundos estaduais, uma vez que a Secretaria Executiva do Fundo encaminha esta informação ao Cadastro de Inadimplentes do Governo do Estado.

Nos últimos meses, em face do trabalho desenvolvido pelos Agentes Técnicos e Financeiro do fundo, foram declaradas 23 inadimplências em projetos financiados pelo FEHIDRO. Em seis casos, os tomadores já foram comunicados a devolver as verbas recebidas, num montante que alcança R$ 216.239,06. Outros oito casos estão em fase de julgamento dos recursos apresentados pelos tomadores e os demais nove casos aguardam os prazos recursais para tramitação.

Em cerca de 50% dos casos, a declaração de inadimplência foi efetuada pelo Agente Financeiro, sendo os demais casos efetuados pelos Agentes Técnicos.

Segundo Rui Brasil Assis, Secretário Executivo do Conselho de Orientação do Fundo Estadual de Recursos Hídricos, a adequada informação aos tomadores, por parte dos Comitês de Bacia durante a fase de indicação dos empreendimentos, sobre as “regras do jogo”, além do empenho e orientação dos Agentes Técnicos na fase executiva, são a melhor receita para evitar obras e ações inacabadas, o que traz evidentes prejuízos ao SIGRH e à sociedade.

Situação das declarações de inadimplência junto à Secretaria Executiva do FEHIDRO

(até novembro de 2004) – fonte: SECOFEHIDRO

Declarações de inadimplência segundo sua origem - fonte: SECOFEHIDRO

Para saber mais: Na página do Sinfehidro é possível obter uma versão eletrônica do Manual de Procedimentos Operacionais do Fundo em formato PDF:

• Sistema de Acompanhamento de Empreendimentos financiados com recursos do Fundo Estadual de Recursos Hídricos - FEHIDRO http://fehidro.sigrh.sp.gov.br/fehidro/gerais/sigrh/manual_de_procedimentos_para_investimentos_-_2004.PDF