edição nº 12 (abril/2010)

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Órfãos do Aluguel Social JORNAL POPULAR DO BRASIL | 12ª EDIÇÃO | ANO 2 | ABRIL/MAIO DE 2010 R$ 0,50 PÁGINA 10 AGRICULTURA Queimados promove “Feira da Roça” PÁGINA 11 FUTEBOL Romário reforça o Duque de Caxias C0NDECORAÇÃO ALBERTO ELLOBO DIVULGAÇÃO ALBERTO ELLOBO ALBERTO ELLOBO PÁGINA 3 Câmara de Caxias é reprovada pelo povo Prefeito Timor recebe Medalha Tiradentes Miss não tem ajuda da prefeitura n Os moradores de Duque de Caxias querem ver o trabalho do Legislativo municipal. Isso é o que mostra a reportagem publicada nesta edição. A grande maioria dos entrevistados criticou a atuação dos vereadores. Alguns cobraram eficiência das comissões parlamentares, como a Comissão de Transportes. Até hoje, ela não apresentou, nem votou um projeto para acabar com a dupla jornada dos motoristas nos microônibus da cidade. Além de dirigir, eles têm que cobrar passagem (foto). PÁGINAS 6, 7, 8 e 9 PÁGINA 2 n Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor , entrou para a história de Japeri por outro mérito. Ele se tornou o pri- meiro prefeito do município a receber a Medalha Tiradentes. PÁGINAS 10 A notícia que faz a diferença

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Jornal Popular do Brasil - ANO 02 - Edição nº 12 (ABRIL/2010)

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Page 1: Edição nº 12 (ABRIL/2010)

MARÇO/ABRIL DE 2010 | 1

Órfãos doAluguel Social

JORNAL POPULAR DO BRASIL | 12ª EDIÇÃO | ANO 2 | ABRIL/MAIO DE 2010 R$ 0,50

PÁGINA 10

AGRICULTURA

Queimados promove “Feira da

Roça”

PÁGINA 11

FUTEBOL

Romárioreforça o Duque de

Caxias

C0NDECORAÇÃO

ALBERTO

ELLOBO

DIVU

LGAÇÃO

ALBERTO ELLOBO

ALBERTO ELLOBO

PÁGINA 3

Câmara de Caxias éreprovada pelo povo

Prefeito Timor recebeMedalha Tiradentes

Miss nãotem ajuda

da prefeitura

n Os moradores de Duque de Caxias querem ver o trabalho do Legislativo municipal. Isso é o que mostra a reportagem publicada nesta edição. A grande maioria dos entrevistados criticou a atuação dos vereadores. Alguns cobraram eficiência das comissões parlamentares, como a Comissão de Transportes. Até hoje, ela não apresentou, nem votou um projeto para acabar com a dupla jornada dos motoristas nos microônibus da cidade. Além de dirigir, eles têm que cobrar passagem (foto). PÁGINAS 6, 7, 8 e 9

PÁGINA 2

n Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, entrou para a história de Japeri por outro mérito. Ele se tornou o pri-meiro prefeito do município a receber a Medalha Tiradentes. PÁGINAS 10

A notícia que faz a diferença

Page 2: Edição nº 12 (ABRIL/2010)

2 | ABRIL/MAIO DE 2010 MARÇO/ABRIL DE 2010 | 3

n “A vida aqui está horrível, mas não temos para onde ir.” A frase, expressa com desolação, é do catador de mate-riais recicláveis Sandoval de Souza, de 39 anos. Há dois anos, ele, a esposa Ana Regina de Jesus e cinco filhos, to-dos menores, moram de favor em uma casa que fica nos fundos de um terre-no, no Parque Tietê, em São João de Meriti. Outras casas do mesmo terreno foram seriamente atingidas pelas chu-vas e o imóvel onde está a família do catador apresenta vários problemas.

Ao todo, 13 famílias estavam morando no terreno - situado na Rua Itacuruçá, 27, e que fica bem abaixo do nível da rua -, quando, em setembro de 2009, um temporal causou o desabamento da laje de uma das moradias, na parte da frente. Na ocasião, agentes da pre-

feitura de Meriti compareceram ao endereço e retiraram todos os moradores, que foram levados para um abrigo, a quadra de um clube no bairro São Mateus. Depois de algum tempo, oito famílias foram inclu-ídas no programa Aluguel Social e pas-saram a morar em casas alugadas pela prefeitura no bairro Vila Rosali.

Sandoval não conseguiu a inclusão e, em novembro, retornou com a mulher e os filhos, com idades entre três e 12 anos, para o terreno do Parque Tietê. Na época do desabamento, o catador morava em uma casa no subsolo, embaixo da que fi-cou sem a laje, e, após o retorno, foi para a parte dos fundos. Autorizado a morar no imóvel pelos netos do proprietário do terreno, que morreu, o catador não paga nada, a exemplo de outras duas famílias que também voltaram. Mes-mo assim, pensa em sair de lá.

Colunas e artigos assinados,de responsabilidade de seus autores, não

representam necessariamente a opinião do jornal.

O Jornal Popular, de publicação mensal, circula em municípios da

Baixada Fluminense, Rio e Grande Rio

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DIRETORA ExECUTIvA:Anne Moreira

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JORNALISTA RESPONSÁvEL:Glauco Rangel (RJ 22774 JP)

Contatos: 21 [email protected]

REPORTAGENS:Anne MoreiraGlauco Rangel

FOTOGRAFIAS:Alberto Ellobo

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Brizola NetoClaudia Maria

PUBLICIDADES:Thiago Couto

Contatos: 21 9765-9228 / 9101-3576

Do Brasil

Sete pessoas, sendo cinco crianças, moram em casa que pode desabar a qualquer momentoFamília de Meriti sonha com o Aluguel SocialTIJOLAÇO

Deputado FederalBrizola Neto

Habitação sem políticas públicas

www.tijolaco.com

Glauco Rangel | [email protected]: ALBERTO ELLOBO

Jornal Popular faz 1 AnoO JOrnal POPular dO Brasil completou um ano em abril. Primeiro aniversário do veículo de comunicação voltado para a Baixada Fluminense. a data coincidiu com a da maior homenagem feita à região, que, no dia 30 de abril, comemorou o dia da Baixada.

nesse seu primeiro aniversário, o Jornal Popular do Brasil, que passou a ser mais chamado de Jornal Popular, também tem motivos para comemorar. nascido a partir do sonho de lançar um veículo de imprensa sério e independente, ele se tornou uma realidade. E, com periodicidade mensal e páginas coloridas, cumpriu a missão de trazer, nesses doze meses, informações que, de alguma forma, contribuíram para a valorização da região.

desde o início, entendemos que o Jornalismo não existe apenas para noticiar. a notícia é fundamental, mas o mais importante é fazer a sua parte para o progresso de uma sociedade em diferentes aspectos. Por isso, desde a primeira edição, o jornal priorizou não a notícia em si, porém, o benefício social das informações trazidas em suas páginas. a

qualidade editorial e a tarefa de levar cultura e participar da luta por uma vida melhor sempre foram sua prioridade.

Com reportagens sobre assuntos de grande importância para a Baixada e a abertura de um canal direto com o leitor – a Bronca Popular, o Jornal Popular ganhou reconhecimento – tendo, inclusive, recebido homenagens – e se tornou uma referência. O veículo conquistou a credibilidade do leitor dos 13 municípios da região e atingiu o objetivo de ser aliado de uma população predominantemente carente e que sonha com dias melhores.

O Jornal Popular se orgulha de, há 1 ano, fazer parte da história da Baixada Fluminense e de integrar, como órgão de imprensa, a busca por um futuro melhor para os nossos mais de quatro milhões de habitantes. nosso veículo de comunicação acabou de completar aniversário, mas os “Parabéns!” vão também para todos que, de alguma maneira, contribuíram para que ele chegasse até aqui.

Muito obrigado.

Jornal Popular do BrasilDireção e Equipe

n imagine que um país, durante mais de 20 anos, tenha fechado todas as escolas públicas. Quem quisesse aprender a ler e escrever teria que seguir as leis do mercado, pagando o preço cobrado pelas escolas particulares. não é difícil prever que, depois de duas décadas, este país tivesse uma legião de analfabetos. diante dessa situação, um governante certamente não poderia acabar com o analfabetismo em pouco tempo, não é? E não poderia, se tivesse um pouco de humanidade, discriminar ou maltratar quem fosse analfabeto, não é mesmo?

O problema da habitação é mais ou menos assim. desde que acabaram com o BnH (Banco nacional da Habitação) – que, com todos os seus defeitos, ainda fazia alguma coisa -, o Brasil não teve nenhuma política pública de habitação. Quem quisesse ter uma casa legalizada, em área urbanizada e segura, que pagasse o preço cobrado no mercado. E quem não podia pagar? a resposta é simples: construía em áreas de risco.

Foi isso o que aconteceu aqui no rio de Janeiro e no Brasil inteiro. Quem conseguiu comprar um lote, mesmo sem urbanização, se apertou para comprar cimento, tijolos, juntou os amigos para bater o concreto, foi fazendo sua casinha como e onde podia. Mas algumas destas pessoas, com as chuvas, perderam suas casas. algumas, perderam a própria vida.

a grande imprensa e políticos que nunca se preocuparam com elas estão aí gritando: que absurdo, como é que deixaram aquelas pessoas morarem ali! uns, mais cínicos, ainda vieram culpar os poucos prefeitos e governadores que, preocupados com suas condições de vida, colocaram água, esgoto e luz naquelas comunidades, para pessoas que não tinham nada. Queriam o que, que se deixasse aquelas pessoas com a lata d´água na cabeça, no meio das valas negras e acendendo vela de noite? Eu fico revoltado quando vejo tanta maldade e covardia.

PS. Se você quiser acompanhar mais sobre este e outros temas, vou ficar honrado em recebê-lo lá no www.tijolaco.com, o nosso blog, onde você pode comentar, sugerir temas e ficar de olho no cum-primento de meus deveres, como alguém que foi eleito para servir nosso povo. Grande abraço e até a próxima edição.

E, sem dúvida, as crian-ças é que ficam mais ex-postas a qualquer perigo, que também pode vir da fumaça que se espalha após a queima do lixo. O filho mais novo do ca-tador e de Ana Regina, Caio, de três anos, não pa-rava de tossir e apresen-tava sintomas de febre: “Com a friagem do chão, eles acabam tendo pro-

blemas respiratórios e a fumaça também prejudi-ca, principalmente o José Inocêncio, de cinco anos. Ele tem bronquite.”, con-ta o pai, que ainda mora com Fabiano Inocêncio, de nove, Fabíola Evelyn, de sete, e Aluan Jorge, de 12. “Precisamos sair daqui rápido, mas, por enquanto, não temos para onde ir. Dou graças

a Deus por ter esse lugar para ficar com minha fa-mília.” – conforma-se o catador, que ganha cerca de R$ 10 por dia reco-lhendo latas, garrafas e papelões. Um benefício de R$ 134 do Bolsa Fa-mília e trabalhos espo-rádicos de Ana Regina como diarista ajudam na subsistência do casal e dos cinco filhos.

Prefeitura não voltou maisMas, para isso, Sandoval também pre-

cisa ganhar o Aluguel Social. Segundo ele, funcionários da Secretaria Munici-pal de Ação Social visitaram o terreno em janeiro, pela última vez, e pediram que aguardasse um novo contato. No en-tanto, não houve qualquer novidade até hoje: “Eles pediram para eu aguardar um telefonema. Mas como? Não tenho nenhum telefone e ninguém apareceu mais aqui. Eu e minha mulher estamos pensando em ir na prefeitura” – conta ele, que, após ficar desempregado, pre-cisou deixar a comunidade Brasil Novo, em Duque de Caxias, onde pagava R$ 100 de aluguel.

A família realmente precisa ir para outro lugar, devido às condições da casa e do próprio local. Rachaduras

nas paredes, mofos, madeiras de sus-tentação do telhado podres e portas soltas demonstram que o casal e os fi-lhos estão correndo risco. Além disso, a falta de água potável, um esgoto que corre a céu aberto, uma grande quanti-dade de lixo logo atrás do imóvel e a proliferação de ratos e mosquitos são outro motivo de preocupação: “Esta-mos com medo. A casa em que mora-mos agora está rachando e pode cair a qualquer momento. Dormimos preo-cupados. Quando chove, só pensamos em proteger os filhos. Ficamos na sala com as crianças no meio. É mais fácil para sair.” – explica Sandoval, que fi-cou ainda mais assustado depois que, durante as últimas chuvas, a laje de ou-tra casa do terreno desabou.

Crianças ficam mais expostas

n Thamiris Ribeiro, 19 anos, foi a grande vencedora do Miss Rio de Janeiro 2010, realizado em março. A estudante de Direito re-presentou o município de Duque de Caxias no concurso estadual, levando a coroa.

A modelo é apontada como uma das favoritas a ganhar o Miss Brasil 2010. No entanto, a coordenação estadual do Miss RJ tem encon-trado problemas para custear as despesas do concurso. Mesmo sem patrocínio por parte da Prefeitura de Duque de Caxias, a equipe garante que isso não vai atrapalhar o desem-penho da carioca na final do Miss Brasil, no próximo dia 8 de maio, em São Paulo.

Segundo o produtor de even-tos Walber Ribeiro, organiza-dor do concurso Miss Duque de Caxias, Thamiris é a primei-ra representante da Baixada Fluminense no concurso Miss Brasil. Ele explicou que nem sempre a prefeitura da cidade ou a Secretaria Municipal de Cultura reservam verba para as candidatas, que devem, se-gundo o regulamento, levar um

vestido específico de seu esta-do para o Miss Brasil.

Como os produtores do evento não podem arcar com a produção de um traje típico, item obrigató-rio no regulamento, a Miss Rio de Janeiro contará com o apoio da escola de samba Grande Rio para a construção de sua fantasia regio-nal. A jovem iniciou a carreira de modelo aos 15 anos e atualmente faz campanhas para uma ótica no subúrbio do Rio.

Candidata a Miss Brasil nãotem apoio da prefeitura

n Jovem de Duque de Caxias foi a vencedora do concurso Miss Rio de Janeiro

n Sandoval mostra os destroços de um dos desabamentos no terreno

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BRONCA POPULARBRONCA POPULARMande sua “bronca” para nossa redação: [email protected]

(*)Esta coluna, em sua maioria, é um resumo mensal do conteúdo postado no Blog Alberto Marques. Estes e outros artigos podem ser acompanhados diariamente, acessando o link http://albertomarques.blogspot.com

E-mail: [email protected] Por Alberto Marques*

PAPO DO CAFEZINHO

Cruzamento perigoso no Parque AraruamaALBERTO ELLOBOSAÚDE – Filha bastarda da Política

n Num dramático discurso durante uma assembleia festiva do Lion’s Club de São João de Meriti, o cardiologista José Calixto Neto (médico há 22 anos e professor há 33) confessou que, por diversas vezes, ficou horas ao telefone buscando vaga para internar um paciente em estado grave em um hospital da Baixada, como Moacyr do Carmo, Hospital de Saracuruna, Hospital da Posse e até o Hospital Getúlio Vargas (esse na Penha, subúrbio do Rio). E recebeu sempre a mesma resposta de quem estava do outro lado da linha: DESCULPE-ME, DOUTOR, MAS NÃO TEMOS VAGAS!

Ao final dessa longa jornada contra a falta de vagas nos hos-pitais públicos da região, o Dr. Calixto recebia um recado de um auxiliar: o paciente acaba de morrer!

O Dr. Calixto disse que, como cidadão, não tem nada contra o Hospital da Mulher, recém-inaugurado por Dilma Rousseff e o governador Sérgio Cabral. Mas, como pro-fissional de saúde, não pode

admitir que Meriti, com mais de 650 mil habitantes, não te-nha um hospital geral. Como o próprio governador admite na propaganda do PMDB em rá-dio e TV, o que foi inaugurado em Meriti foi um Hospital (re-gional) da Mulher, com pouco mais de 120 leitos e destinado a gestantes em caso de gravi-dez de alto risco, isto é, um público específico. O resto da população - crianças, jovens e idosos – ainda é atendido nos postos de saúde e, em caso de emergência, tem que pegar um táxi e peregrinar pelos hospi-tais da Baixada, sempre super-lotados. Justamente porque os postos de saúde, desprovidos de pessoal e equipamentos para o atendimento básico, não conseguem atender toda a po-pulação.

Como vemos, a Saúde em nosso País é uma filha bastar-da da política praticada por nossos governantes. O mais grave é que tal postura não é privilégio de partidos ou cor-rentes políticas, como vimos no escândalo das ambulâncias superfaturadas.

n Demorou, mas o secretário de Meio Ambiente de Duque de Caxias, Samuel Maia, terá que convocar o Conselho Munici-pal de Meio Ambiente para uma reunião extraordinária, na próxi-ma quinta feira (06/05). A deter-minação é do Ministério Público e a reunião será num dos gabi-netes do MP, no prédio anexo ao novo Fórum do município, no bairro 25 de Agosto. Será para discutir as reuniões clandesti-nas que o secretário promoveu, sem a participação dos conse-lheiros indicados pela sociedade civil. Na ocasião, Samuel Maia poderá ter que assinar o TAC – Termo de Ajuste de Conduta –, garantindo anular todos os atos considerados ilegais pelo Minis-tério Público, inclusive o licen-ciamento ambiental de diversas empresas, e submeter o assunto ao Conselho para nova decisão. A assinatura do TAC também será necessária para que possa ser rea-lizada a 5ª Conferência Municipal do Meio Ambiente, prevista para esse mês de maio em Caxias e que, por lei municipal, tem que ter a participação de instituições que compõem o Conselho. Pelo vis-to, vem chumbo grosso por aí!

TIC-TAC

n Faltam menos de 30 dias para que Prefeituras e Câmaras de Vereadores, bem como os governos e assembleias estaduais de todo o País, comecem a divulgar, diaria-mente pela Internet e em tempo real, as suas despesas. Será o fim para os atos secretos, principalmente aque-les que beneficiam funcionários ou o pagamento a fornecedores e pres-tadores de serviço?n A transparência nas contas pú-blicas era obrigatória desde a apro-vação da Lei de Responsabilidade Fiscal, aquela que obriga o prefeito

a comparecer à Câmara, a cada qua-drimestre, para prestar contas do que ocorreu com as contas públicas. n Como a lei não vinha sendo le-vada na devida conta, o Congresso aprovou uma emenda, a EC 131, de 27 de maio de 2009, fixando um ano para que as cidades com mais de 100 mil habitantes divulguem, on line, a receita e a despesa, detalhando o im-posto ou taxa recebidos, bem como os processos de pagamento, com a iden-tificação do fornecedor, do processo de licitação, dos produtos e serviços recebidos, bem como do valor do con-

trato. Ao contrário do Boletim Oficial do município, que ninguém vê ou lê, a divulgação das contas na Internet per-mitirá que o contribuinte/eleitor possa acompanhar, dia-a-dia, como andam as finanças do município e o que o Prefeito e a Câmara estão fazendo com o dinheiro dos impostos e taxas.n Na versão original da Lei de Responsabilidade Fiscal, havia li-mites para o uso do dinheiro públi-co, como é o caso do Fundeb, que deve ser investido exclusivamente na Educação, inclusive na melhoria do salário dos professores, mas que

acabava sendo utilizado para colo-car grama sintética em campinho de futebol, para atender os eleitores de determinado vereador ou deputado.n É lógico que os três neurônios da maldade, que dominam a cabeça de muitos políticos, estão trabalhando “25” horas por dia para descobrir um jeito de driblar essa “bisbilho-tagem eletrônica” dos seus arranjos.n Só falta, agora, o Governo colocar em prática uma velha recomendação: o Orçamento Participativo. Mas ele só terá essa característica se o governador e o

prefeito divulgarem, com antece-dência, a sua previsão de receita e despesa para o ano seguinte, antes de encaminhá-la à Câmara ou à Assembleia Legislativa para homologação. Outra coisa im-portante: tornar o Orçamento de cumprimento obrigatório. Hoje, ele é apenas autorizativo, isto é, o Executivo pode transferir ver-bas do SUS para o DER asfaltar a estrada de acesso à fazenda de alguma autoridade, como ocor-reu com a “Transibiliana” no Governo Brizola.

n É muito alto o índice de acidentes e atropelamentos no cruzamento entre a Avenida Castelo Branco e a Rua Castro Alves, bem em frente ao Centro Vocacional Tecnológico (CVT). Está faltando um redutor de velocidade no local, que tem movimento intenso. Os ônibus da linha Parque Araruama-Gramacho, da empresa Santo Antônio, passam em alta velocidade. Um deles já destruiu uma Kombi estacionada e um carro já foi parar dentro de um bar. - Alair Filho, Parque Araruama, São João de Meriti.

MERItI “NA bRONCA” tRÂNSItO SEM LEI

Encosta oferece risco

n Uma encosta ameaça cair sobre a minha casa e a de alguns vi-zinhos na Rua Feira de Santana, altura da quadra 19. Com as chu-vas do final de dezembro, ocorreu um deslizamento de barreira no mesmo local. Já pedimos para a prefeitura retirar a encosta, mas ninguém apareceu até hoje. Pagamos IPTU para a encosta cair na nossa cabeça? Lá em cima, tem muito lixo e o esgoto que desce a céu aberto. - Eva Martins, Parque Novo Rio, São João de Meriti.

Na Rua das Flores, em frente ao meu lava-jato, fica o primeiro bu-raco do Sandro Matos, na divisa entre São João de Meriti e Duque de Caxias. Essa caixa de esgoto está aberta há vários anos, criando esse buraco na calçada, junto com o mato. Autoridades da prefeitura de Meriti passam por aqui e vêem o problema, mas não estão nem aí. - Luiz Francisco de Assis, Parque Tietê, São João de Meriti.

Buraco do Sandro Matos

n Pais de alunos da Escola Municipal Sergipe, em Duque de Caxias, pedem a instalação de quebra-molas o mais rápido possível na Rua John Fitzgerald Kennedy, no bairro Dr. Laureano. A via, em frente ao colégio, é bastante movi-mentada. Apesar de haver uma placa informando, não há qualquer redutor de velocidade no local, nem faixa de pedestres ou guardas de trânsito.

Alunos correm riscode atropelamento

Fios de alta tensão expostos

n Na Praça do Parque Equitativa, em Santa Cruz da Serra, há um quiosque com fios elétricos expostos. Isso representa um alto risco para as crianças que freqüentam a praça e nada é feito para solucionar o problema. - ONG G7, Duque de Caxias.

FAlTA de hoSPiTAln O Hospital São José, único hospital público mu-nicipal de Mesquita, foi fechado e, há um mês, fun-ciona somente como maternidade. O município tem poste de saúde, mas não é a mesma coisa. Agora, quando precisamos de um hospital público, temos que ir a Nilópolis ou a Nova Iguaçu. A ambulância do Samu leva o paciente apenas para um hospital de referência da cidade onde ele foi socorrido. E agora, sem hospital aqui, ela vai levar a pessoa para onde? - Pedro André Souza, Centro, Mesquita.

PouCoS ônibuSn Os ônibus da empresa Master que vão para Duque de Caxias e Nova Iguaçu demoram muito a passar pela região do bairro Paiol, onde moro. Às vezes, tenho que esperar até uma hora por ele, para ir tra-balhar. Estudo à noite em Caxias e, como o último ônibus para voltar sai às 22h30, de vez em quando fico sem ele. - Fatiane Lima, Paiol, Nilópolis.

n Quem passa em frente ao antigo Fórum de Duque de Caxias, na altura da Praça Roberto Silveira, no bairro 25 de Agosto, é obrigado a caminhar agora pela pista da Avenida Brigadeiro Lima e Silva. A rampa de acesso ao futuro Museu da Ciência e da Vida avançou sobre o espaço antes ocupado pela calçada do prédio. Essa é uma das regiões mais movimentadas do município, já que, no seu entorno, estão instalados a 59ª DP, alguns setores da prefeitura, um shopping, uma universidade e prédios comerciais. Com previsão de inauguração da primeira fase do projeto para maio, as obras, estimadas em R$ 40 milhões, estão a cargo da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado. Por onde anda o pessoal da fiscalização?

Museu acaba com calçada

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FESTEIROS - Uma olhada nos principais veículos de comunicação de Duque de Caxias ou de qualquer outra cidade da Baixada Flu-minense vai revelar que, para nossos vereado-res, vivemos no melhor dos mundos, onde não há fome, miséria, doenças infecto-contagiosas como a AIDS, venda e consumo de drogas pe-sadas e outros males que afetam a humanida-de. O noticiário diariamente distribuído mais parece uma coluna social, em que os parla-mentares da cidade aparecem promovendo um interminável desfile de vaidades, distribuindo comendas, parabenizando por aniversários e formaturas, entre outras atividades. Geralmen-te, os contemplados são parentes dos próprios vereadores, policiais e gerentes de empresas, principalmente de bancos. Em troca, esses homenageados oferecem vantagens na concessão de empréstimos ou ajudam no assistencialismo, permitindo uma rotatividade de mão-de-obra nas empresas que comandam, garantindo, por tabela, que os vereadores exercitem a sua fama de “criadores de empregos” em vésperas de eleição, como agora. Mesmo contando com o Teatro Procópio Ferreira, no 5º andar do prédio da Câmara Municipal (fechado para obras intermináveis pela atual direção do Legislativo), os parlamentares apossaram-se do Teatro Municipal Raul Cortez, que faz parte do Centro Cultural Oscar Niemeyer, no Centro, e foi construído para atividades estritamente culturais e artísticas. Mas onde os ‘rega-bofes’ são realizados com toda a pompa e circunstância, bancados com o dinheiro dos impostos pagos pelos contribuintes.

TRAnSPORTE: Microônibus trouxe desemprego e insegurança

Câmara de duque de Caxias, a maior Casa de Festas da baixadan O Legislativo foi criado pelos ingleses para atuar como moderador do absolu-tismo dos reis, estabelecendo as normas para que o rei gastasse o dinheiro dos im-postos pagos pelo povo. Esse é o princí-pio que ditava a votação do orçamento do Governo no final de cada ano. Além de impor limites aos gastos governamentais, o Legislativo, mais conhecido como a “Casa do Povo”, ganhou, ao longo dos sé-culos, o direito de propor e revogar leis. As Câmaras de Vereadores, assim como as Assembleias Legislativas dos estados e o Congresso Nacional, acabaram se trans-formando em feudos de uns poucos que abusam da paciência do eleitor e não se preocupam com as necessidades e reivin-dicações do eleitorado, como o escândalo das bolsas de estudos da Assembleia Le-gislativa do Rio de Janeiro revelaram. E os partidos políticos, que deveriam orien-tar e fiscalizar a ação desses parlamen-tares, acabaram transformados em birôs encarregados apenas de registrar e carim-bar candidaturas, mesmo de pessoas que não seriam aceitas, por exemplo, por seus antecedentes criminais.

E a Câmara de Vereadores de Duque de Caxias segue rigorosamente o padrão de ou-tras Câmaras da Baixada e do País, omitindo-se do seu papel de fiscalizador e moderador do Poder Executivo. No caso em particular, o Legislativo caxiense ganhou um papel de destaque, não pela qualidade das leis que edi-ta ou da fiscalização indormida da atuação do prefeito, mas pela suntuosidade e criativida-de de uma moderna “Casa de Festas”, onde o único ausente é o povo.

A crise na Saúde Pública, por exemplo, é formalmente esquecida pelos vereado-res de Caxias, sejam eles da bancada do governo, sejam da oposição. O mesmo comportamento omisso se verifica na si-tuação do transporte público, na Educa-ção, no Meio Ambiente e até na fiscaliza-ção exercida pela Secretaria de Fazenda, onde são denunciadas as maiores mara-cutaias de todos os tempos na concessão de alvarás. Como recentemente ocorreu com uma fábrica de refrigerantes que iria se instalar em Capivari, e com os areais clandestinos e criminosos que proliferam por todo o município, prática que é so-lenemente desconhecida pelo Executivo.

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

Desde a Constituição de 1988, as empresas de trans-porte coletivo da Baixada es-tão operando na ilegalidade, já que nenhuma prefeitura fez a licitação exigida pela nossa Lei maior. Em Duque de Caxias, a situação é tão estapafúrdia que até a função de cobrador está em extin-ção, por decisão absolutista do Poder Executivo. Sob a alegação de que não tinham como enfrentar a concorrên-cia de vans e kombis, as em-presas de ônibus pediram e foram autorizadas pelo então prefeito José Camilo Zito, em 2004, a adotar microôni-bus com capacidade inferior a 30 passageiros. Uma for-ma de aumentar a velocidade das viagens, pois o chamado transporte alternativo, com veículos para até 20 passa-geiros, faziam menos paradas e eram mais ágeis no ir e vir.

De quebra, foram permitidos veículos com apenas uma por-ta. Com essa “ajuda” da pre-feitura, as empresas demitiram dezenas de cobradores (econo-mizando na folha de pagamen-to) e ainda passaram a cobrar passagens dos portadores de necessidades especiais, dos idosos e dos estudantes, mes-mo os que têm passe especial.

Até hoje, a Comissão de Trans-portes da Câmara, uma das mui-tas que existem somente para satisfazer o ego dos vereadores e interesses escusos, não discutiu nem votou sequer um projeto que eliminasse os microônibus e de-sobrigasse os motoristas a fazer a “dupla jornada”: dirigir o veí-culo com segurança e cobrar as passagens, ao mesmo tempo.

São repetitivas as reclamações de pais e estudantes com rela-ção às péssimas con-dições da rede muni-cipal e à escassez de merenda, de unifor-mes ou de transporte escolar nas áreas de difícil acesso do mu-nicípio. As falhas se repetem na carência de professores de dis-ciplinas fundamentais, como Matemática, Física e até Língua Portuguesa, e de pessoal de apoio. Outro erro gritante é a falta de um programa de manutenção permanente da rede escolar de Duque de Caxias. Recentemente, tivemos o desabamento da marquise de uma escola no bairro Copacabana, com uma dezena de feridos, inclusive a mãe de um aluno. Essa escola fora comprada no Governo passado e reformada no início do ano. A queda da marquise, feita de telhas de barro, revela que a reforma foi feita apenas para mudar as cores das paredes, para se adequar ao “padrão tucano” do atual governo, que elegeu o azul e o amarelo como as cores de todos os equipamentos públicos, inclusive os trenzinhos feitos de manilha, sua marca registrada.

A mesma falta de cuidado se repete na fiscalização dos pré-dios quanto à conservação de suas fachadas e marquises. A queda da marquise de uma loja, que servia até como suporte para aparelhos de ar-condicioonado, na Avenida Nilo Peçanha (foto), a poucos metros do calçadão, no Centro, demonstra que, em matéria de fiscalização, tanto a Câmara quanto a Prefeitura torcem pelo mesmo time: deixar como está para ver como vai ficar. Uma falta de respeito à segurança de milhares de pedestres que circulam pelas ruas, avenidas e praças da cidade.

EDUCAÇÃO:Carência em todos setores

COnSERVAÇÃO:Marquises são

riscos constantesPMD

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TRIBUTOSEmbora seja responsável pela le-

gislação t r ibutár ia , a Câmara nun-ca impediu que a Prefeitura cobras-se IPTU das chamadas comunidades ou favelas. O imposto se destina a financiar a execução de obras e ser-viços que atendam aos moradores do município. Isto é, o cidadão paga im-posto para que o governo lhe ofereça segurança, saúde, educação de qualida-de, assistência social para os excluídos, abrigos seguros e limpos para crianças, jovens e idosos, entre outros. E é nas favelas que moram milhares de pessoas excluídas desses serviços básicos que de-veriam garantir um mínimo de segurança e conforto. Mesmo assim, essas comuni-dades do município são taxadas por um IPTU imoral, pois pagam taxa de lixo que não é recolhido e taxa de iluminação onde não há o serviço. Além disso, não há a garantia de que o morador desses casebres, mesmo sendo proprietário do imóvel, irá receber indenização no caso de uma eventual desapropriação.

OBRAS DE FACHADALogo no primeiro ano da atual admi-

nistração, a Câmara Municipal de Duque de Caxias passou por uma ampla reforma, que, aliás, era necessária há muito tem-po. Os andares receberam pintura e pisos novos, os gabinetes – que encontram-se em obras - ganharam portas blindex que trazem imagens históricas da cidade e a fachada teve a cor branca substituída por uma chamativa cor azul, além de ter re-cebido novo letreiro e melhorias na cal-çada. Porém, a maior mudança aconteceu no 4º andar. Após a obra, o pavimento passou a ter cerca de dez novas salas, incluindo o gabinete da presidência. Mas, para ocorrer essa transformação, foi preciso sacrificar a biblioteca, cujo nome oficial era Sala de Leitura Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo. Funcio-nando há cerca de 40 anos, ela contava com um acervo de mais de 12 mil títu-los e sempre foi muito procurada por estudantes e pesquisadores em geral

n Nos últimos dois meses, o Jornal Popular tentou entrar em contato com o presidente da Câmara, o vereador Dalmar Lírio Mazinho, através da Assessoria de Imprensa, para ouvi-lo sobre o assunto abordado na reportagem. Em todas as ten-tativas, a resposta dada foi que o presidente da Casa não poderia atender o jornal, mas entraria em contato posteriormente.

n Além do plenário da Câmara, o Teatro Raul Cortez também é utilizado para os eventos promovidos pelos vereadores

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“Se tem algum trabalho que a Câmara esteja fazendo, ele não é divulgado. Ela é o meio de ligação entre a população e a prefeitura e é importante que divulguem melhor o seu trabalho. Gosto de lutar pelos meus direitos e tomar conhecimento das ações dos vereadores é um deles. Trabalho e estudo aqui. Por isso, me considero uma caxiense.”

Suelen da Silva Lima, assistente administrativae moradora do Jardim Sumaré

“Considero que a Câmara Municipal tem uma representação fraca e ineficaz entre seus 21 vereadores. atualmente, não há nenhum conhecedor de tributos ou que entenda de Educação e de Meio ambiente, por exemplo. nessa legislatura, não se discutiu sequer um projeto de lei relevante para duque de Caxias. a única coisa que fazem é aprovar as mensagens que o Zito envia para a Câmara, que é conduzida pela ambição do seu presidente Mazinho. Ele fala e os outros vereadores fazem o que ele manda. não vejo nenhuma das comissões funcionar, nem o trabalho de fiscalizar as ações do prefeito. No dia 12 de abril, solicitei uma reunião com a Comissão Permanente de defesa do Meio ambiente e Qualidade de Vida, mas, até hoje, não obtive resposta. A Câmara de Caxias é a ineficácia em desserviço do povo.”

Evandro Brasil, consultor ambientale presidente da ONG Promover Brasil

População de Caxias não aprova a atuação de seus vereadores

n Considerando que, em uma legislatura, os vereadores têm a missão de representar o povo, o Jornal Popular foi às ruas para ouvir a opinião da população sobre a atuação da Câmara de Duque de Caxias. Em todas as respostas, ficou clara a insatisfação dos eleitores com o trabalho dos parlamentares. Ou seja: de um modo geral, as pessoas consultadas reprovam o desempenho do Legislativo caxiense.

“Uma representação fraca e ineficaz”

“nunca vi a Câmara Municipal fazer nada em benefício da cultura de Caxias. apenas o Zumba, quando foi vereador, apresentou um projeto de lei propondo incentivo à cultura, que não foi aprovado. Ela abriga o Teatro Procópio Ferreira, que, na verdade, funciona mais como auditório para outros eventos do que para peças teatrais mesmo. É necessário que seja criado um sistema funcional para ele. só vejo os vereadores fazerem trabalho assistencialista, mas gostaria que eles criassem uma lei de incentivo à cultura da nossa cidade.”

Guedes Ferraz, ator, professor, diretor de teatro efundador do Centro de Pesquisas Teatrais - CPT

“Só vejo os vereadores fazerem trabalho assistencialista”

“A relação dos vereadores com o movimento popular organizado ainda é muito distante”

“infelizmente, avaliamos que, com exceções, há um equívoco cultural instalado no papel que a Câmara Municipal de duque de Caxias desenvolve. um exemplo é a falta de estudos e debates sobre leis complementares à lei Orgânica, que precisam de regulamentação. além disso, temos o Plano diretor da Cidade, que versa principalmente sobre a política urbana. Mas há um grande distanciamento entre o que diz o Plano e o que é implementado, expondo a falta de fiscalização da Lei.O orçamento não é participativo e o acesso a este e ao debate de outros temas não acontece, pois a relação dos vereadores com o movimento popular organizado ainda é muito distante. não sabemos se as comissões funcionam. uma perda, pois temos muito a contribuir para nossa cidade.”

Solange Bergami, coordenadora-geral do MUB - Movimento de União de Bairros de Duque de Caxias

“Você vê alguém fiscalizar alguma coisa aqui em nossa cidade?”

“a Câmara não trabalha em benefício do povo. O que a gente vê por aqui é cada um legislar por causa própria. ser vereador não é simplesmente pedir obras, colocar lâmpadas, tirar lixo e entulho. ser vereador é discutir as grandes questões da história do município. É cumprir o seu papel de criar leis que beneficiem a população e de fiscalizar a atuação do Executivo. Eles deveriam também fiscalizar as casas de saúde, as clínicas clandestinas de aborto, supermercados... Você vê alguém fiscalizar alguma coisa aqui em nossa cidade?”

Harisson Ford, militante histórico,

há trinta anos, do Partido Democrático

Trabalhista /PDT

■ “A Câmara de Caxias é tão parada, tão inerte que não sabemos o queacontece lá. Os vereadores não são preparados, qualificados, apesar de alguns não estarem no primeiro mandato. O Poder Legislativo não deve satisfações ao Executivo, mas é totalmente submissa a ele. E os parlamentares não procuram se instruir, fazer cursos. Eles não conhecem as políticas públicas e estão lá só para receber mensagens. A Câmara tem uma Comissão de Direitos Humanos, mas não a vejo se mexer

para nada. Outra questão importante está ligada à

criança e ao adolescente. Nossos vereadores

precisam um projeto para tirá-los das ruas. Eles não podem apresentar

uma emenda constitucional, mas poderiam se mobilizar para que, em pouco tempo, a

idade mínima do menor-aprendiz voltasse a ser 12 anos, em vez de 14. Isso tiraria muitas

crianças da vida ociosa.”

Euclides Augusto de Barros Filho, advogado especialista em Direito Penal

“os vereadores não são preparados,

qualificados, apesar de alguns não estarem no

primeiro mandato.”

“A Câmara existe para discutir projetos e fiscalizar o prefeito, mas só vejo obras de fachada.Estou cansado de ver as coisas não

acontecerem e também não temos informações sobre o que acontece lá dentro.”

Renato Monteiro Bahiense,lixador e morador de Campos Elíseos

“não deveria existir vereador. É um gasto do dinheiro público, inclusive com paletó e combustível. Para que isso, se eles ganham um bom salário? Toda a Câmara Municipal é para eles ganharem dinheiro e, não só em Caxias, mas em outras cidades da Baixada, não há divulgação do que os vereadores estão fazendo. as obras do PaC em Caxias estão muito atrasadas. será que a Câmara está cobrando o início delas?”

Adriana Moreira, funcionária pública e moradora do J. 25 de Agosto

“Não venho às sessões da Câmara, mas também não recebo informações sobre o que os vereadores estão fazendo. Gostaria que eles lutassem por uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) para Caxias.”

Alfredo Kloppenburg, advogado e morador da Vila São Luiz

BANCO DE IMAGENS

“Sou motorista de lotada em Caxias há 16 anos e nunca vi um vereador fazer alguma coisa pela categoria. Na época da eleição, aparecem candidatos falando que vão nos ajudar, mas, depois que se elegem, se esquecem da gente. Gostaria muito que eles lutassem por nós, que praticamente estamos impedidos de trabalhar. Antes da eleição, o prefeito Zito pediu nosso apoio e disse que, se eleito, iria criar um horário para as Kombis. Mas, depois que ganhou, tirou todo mundo da rua. Só vou acreditar no trabalho da Câmara Municipal quando algum vereador provar que corre atrás do nosso sofrimento.”

César Ribeiro, motorista de Kombi de lotada da linha Centro de Caxias-Olavo Bilac

“Os vereadores de duque de Caxias poderiam propor a criação de um horário para que nós, motoristas de Kombi de lotada, pudéssemos trabalhar com dignidade. Esse horário da meia-noite às 4h é um refugo, um horário morto. Praticamente, não tem nenhum passageiro nas ruas”

Marcos Aurélio Silva dos Santos, motorista de Kombi da linha

Centro de Caxias-Olavo Bilac

BANCO DE IMAGENS

FOTOS: ALBERTO ELLOBO

Dê a sua opinião sobre a atuação dos vereadores do seu município. E-mail: [email protected]

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ALBERTO ELLOBO

FEDERAÇÃO MUNICIPAL DAS ASSOCIAÇÕESDE MORADORES DE DUQUE DE CAXIAS – MUB

EDITAL DE CONVOCAÇÃO – XIV CONMUB Ficam convocadas as Associações de Moradores de Duque de Caxias filiadas ao MUB e aptas a votarem, de acordo com o Estatuto do MUB, para o XIV Congresso do MUB, dia 15/05/2010, em sua sede à Rua Coríntias, Lt 3 Qd 8 Pilar – Duque de Caxias RJ, com o tema “MUB – 27 anos de Luta e Resistência” e deliberar a seguinte pauta e programação:

- 9 as 12 h Credenciamento- 9:30 h Aprovação do Regimento Interno- 10 h Abertura e Análise de Conjuntura]- 11:30 h Alteração Estatutária- 13 h Almoço- 14 h Plenária: Atuação e Estrutura do MUB- 16 h Eleição da Diretoria - 17 h Posse e Comemoração do Aniversário do MUB

Prazo de inscrição de Chapas: até 30/04/10 as 21 horas na sede do MUB com a Comissão Diretora eleita no Conselho de Filiadas em 06/03/10.

Solange BergamiMaria da Glória Ferreira dos Santos

Coordenação Geral do MUB

Prefeito de Japeri é homenageado na ALERJ

Toda honra ao mérito!n Pela primeira vez na história de Japeri, um prefeito recebeu a Medalha Tiradentes. Ivaldo Barbosa dos Santos, o Timor, foi condecorado com a mais alta comenda concedida pelo Estado do Rio de Janeiro. A homenagem aconteceu no dia 16 de abril, na Assembleia Legislativa do Estado (ALERJ), no Centro do Rio.

“Sinto-me honrado, pois esta medalha significa tudo o que fiz até hoje. Valeu a pena. Comecei a trabalhar aos sete anos, comprei minha casa aos 14, e moro nela até hoje com minha esposa e meus filhos. Consegui abrir meu comércio e tudo que conquistei foi com muito trabalho. Tenho orgu-lho de ser japeriense. É a ci-dade que amo. E agora tenho orgulho de levar o nome de Japeri para todo o Estado.”, destacou Timor.

A cerimônia foi presidi-da pela deputada estadual Waldeth Brasiel, mais conhe-cida como Waldeth do INPS.

“Há muitos anos acom-

panho o trabalho do Timor. Ele sempre ajudou os mais necessitados. Ele tinha uma lanchonete em frente ao posto do INSS e doava lan-ches às pessoas que ficavam por horas nas filas esperan-do atendimento. Admiro o carinho dele com as pesso-as e o cuidado que tem de-monstrado para governar a cidade de Japeri. Por estas e muitas outras iniciativas, a

Medalha Tiradentes é mais do que merecida para ele.”, explicou a deputada (na foto, com o prefeito).

Emocionado, o prefeito acrescentou: “Esta medalha é uma benção. Um reconhe-cimento de tudo que apren-di na minha vida. Por isso, divido esse momento com meus familiares, amigos e todo o povo japeriense.”, fi-nalizou Timor.

Pólo da defesa Civil instalado no Centro de Japerin Está em funcionamento desde o dia 28 de abril, no Centro do município de Ja-peri, a 1ª Gerência de Defesa Civil. A unidade é um pólo da Secretaria Municipal de Defesa Civil (SEMDEC) e foi criada para prestar aten-dimento aos moradores dos bairros próximos. O objetivo é descentralizar os serviços

da SEMDEC, instalada no distrito de Engenheiro Pe-dreira. Trata-se de um proje-to-piloto que poderá ser im-plantado em outros bairros.

A 1ª Gerência de Defesa Civil de Japeri funciona de segunda a sexta-feira, das 9h às 17h, na Rua Doutor Arru-da Negreiros, ao lado do Cen-tro de Atenção Psicossocial

(CAPS). Já a sede da Secre-taria de Defesa Civil do mu-nicípio fica na avenida São João Evangelista, s/nº, no Centro do distrito de Enge-nheiro Pedreira, e o aten-dimento vai das 9h às 17h. Ele também é prestado durante 24 horas, através dos telefones 3691-1818, 3691-1710 e 199.

Queimados fará“Feira da Roça”n Estimular uma ali-mentação saudável e desenvolver uma ati-vidade agrícola auto-sustentável aos produ-tores rurais. Estes são os objetivos da “Feira da Roça de Queimados”, que será realizada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e Agricultura (Sedrag), com o apoio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Es-tado do Rio de Janeiro (Emater-Rio).

O evento acontece no dia 06 de maio (quinta-feira), a partir das 9h, na Rua Elói Teixeira, s/n, Centro. Serão oferecidos

à população produtos de qualidade como frutas, legumes, verduras e hor-taliças frescas cultivadas de maneira natural, ou seja, sem produtos quí-micos, diretamente das mãos dos agricultores da cidade.

A intenção é fazer com que a “Feira da Roça de Queimados” sempre seja realizada na primeira quinta-feira de cada mês. Os interessados em co-mercializar seus produtos devem comparecer à sede da Sedrag, na Rua Fran-cisco Gabriel, s/n°, na Vila Camorim, ou entrar em contato pelo telefone 2779-8484.

Duque de Caxias se salva e contrata Romário

O Duque de Caxias vai conti-nuar disputando o Campeonato Estadual da 1ª Divisão (Série

A). O Tricolor da Baixada Fluminense garantiu a perma-nência na elite do futebol do Rio com o bom desempenho na re-pescagem que recebeu o nome de Triangular da Morte, onde ficou em primeiro lugar.

Para permanecer na 1ª Divisão, o Duque de Caxias não poderia terminar em últi-mo lugar nesse triangular, que também foi disputado pelo Resende e pelo Friburguense. E a equipe soube fazer a sua parte. Ocupando a primeira colocação desde o início, o Tricolor da Baixada garantiu sua vaga na penúltima rodada, no dia 24/04, beneficiado por um empate em 0 x 0 entre os outros dois times.

Com cinco pontos e livre de qualquer risco, a equipe entrou em campo no último dia 28, no Estádio Romário de Souza Faria, o Marrentão, em Xerém, para enfrentar o Friburguense pela última rodada. Chance de confirmar a liderança no Triangular, enquanto o adver-sário lutaria desesperadamente para não ser rebaixado. Um empate evitaria o pior para o time de Nova Friburgo, mas não foi o que aconteceu

Jogando com garra, o Duque de Caxias venceu por 2 a 0, gols de Marcelo e Marlon ainda no pri-meiro tempo. O resultado levou o Tricolor da Baixada aos oito pon-tos ganhos – foram duas vitórias e dois empates em quatro partidas – e colocou a equipe da Região Serrana na 2ª Divisão (Série B) de 2011, após mais de dez anos na elite. O Friburguense termi-nou a campanha com o mesmo número de pontos do Resende – três -, mas levou desvantagem no saldo de gols (-2 gols contra

-1 gol). O Tigres do Brasil, tam-bém de Xerém, foi o outro rebai-xado para a Segundona.

O atacante Marcelo, que, com oito gols, terminou como o ar-tilheiro do Duque de Caxias no Campeonato Estadual, e o goleiro Getúlio Vargas foram alguns dos destaques do time na competição. Em 2011, o Tricolor da Baixada estará disputando o Campeonato Estadual da 1ª Divisão pelo quarto ano consecutivo.BRASILEIRÃO - No próxi-mo dia 8 de maio, o Duque de Caxias vai fazer a sua estreia no Campeonato Brasileiro da Série B. A partida será con-tra o Guaratinguetá, na cidade paulista de mesmo nome, a partir das 21h. Para a disputa do Brasileiro, foram contrata-dos por empréstimo, junto ao Botafogo, o lateral-esquerdo Gabriel e os volantes Romário e Jougle. Em 2009, o time foi uma das maiores surpresas do Brasileiro da Série B, ao termi-nar na oitava colocação.

Glauco Rangel | [email protected]

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