edição 74

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Gazeta Vargas - Edição #74

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Page 1: Edição 74
Page 2: Edição 74
Page 3: Edição 74

editorial

Não bastou que eu me esgoelasse para tentar mostrar, no

último editorial, que o problema era antes formal que material

(realmente não é toda organização que precisa de democracia):

fui convencido de como meu argumento poderia ser mal

interpretado...

Como bem nos lembram nossos professores de T.O.,

segundo a Teoria da Contingência, há organizações que exigem

uma administração mais ou menos centralizada segundo o

ambiente em que se inserem, sua cultura organizacional etc.

Termino minha defesa aqui. Antes de discutir se a

democracia é o melhor para a EAESP, antes deveríamos estar

debatendo a procedência ou não dos atos presidenciais. É o que,

aliás, faz-se mais adiante nesta mesma edição.

Mas, conversando com uma querida colega, entendi

relevante também trazer, brevemente, esta segunda discussão

aqui no editorial.

Se, àqueles mesmos professores de T.O. perguntássemos

quais as maiores dificuldades em se implementar mudanças

organizacionais, arriscaria dizer que com certeza a cultura

organizacional pré-existente exerce poderosa barreira. Se ainda

perguntássemos sobre motores de decisão organizacional,

encontraríamos por certo, na listagem, a busca por legitimidade

(pois concorrente está fazendo também, porque há uma idéia de

que quem faz isso terá vantagem etc.).

Se o modelo mais democrático tem sido a regra na EAESP,

até nos anos de ditadura militar, é de se supor que ele esteja já

incorporado à cultura da casa. Mais! Se os movimentos

acadêmico e prático têm sido no sentido de descentralizar as

decisões, podemos dizer que seguir esta tendência confere

legitimidade ao modelo mais democrático.

Pois não é que conseguimos entrar duas vezes na contra-

mão? Enfrenta-se resistência cultural e resistência quanto à

legitimidade na implementação de um novo modelo, ainda mais

quando o outro gozava de tanto prestígio, não só dentro, mas

como fora da instituição. Trata-se apenas de discussão acadêmica

ou será que confere com a prática de vez em quando?

Como pegar duas contra-mãos ao mesmo tempoRafael Rossi Silveira

expedienteEditor chefeRafael Rossi Silveira – [email protected]

Diretor de RedaçãoFelipe Braga Fabris – [email protected]

RedatoresAna de Vivo Franco – [email protected]

Fabiana Mesquita Bacchi – [email protected]

Luiza Prada – [email protected]

Maria Julia Iudice– [email protected]

Pedro Guerra – [email protected]

Thais Gasparian Moraes– [email protected]

Vinícius Marques – [email protected]

RevisoresAlípio Ferreira – [email protected]

Anna Elisa Daher – [email protected]

ColunistasAnna Elisa Daher – [email protected]

Felipe Salto – [email protected]

Maria Julia Iudice – [email protected]

Pedro Fida – [email protected]

Equipe de ArteAna de Vivo Franco – [email protected]

Fabiana Mesquita Bacchi – [email protected]

Rafael Rossi Silveira – [email protected]

Rodolfo Pantojo Oliveira – [email protected]

AGRADECIMENTOSTodas as entidades que contribuíram para a semana

das entidades, em especial para Alê, Telma Hoyler,

Julia Paz, RH Junior e ITCP por suas contribuições à

matéria central, Chapas Domus e IMPACTO, Cassio

Puterman, Gesley Pereira, Eduardo Migliano e

todos que contribuíram para o Espaço Aberto.

INSTITUCIONAL

Diretora PresidenteThais Gasparian Moraes – [email protected]

Diretor ExecutivoPedro Guerra – [email protected]

Equipe InstitucionalRoberto Andrade – [email protected]

DISCLAIMERA Gazeta Vargas não se responsabiliza por dados,

informações e opiniões contidas em textos

devidamente identificados e assinados por

representantes de outras entidades estudantis, bem

como nos textos publicados no Espaço Aberto

submetidos e devidamente assinados por autor não

presente no expediente desta edição. Todos os

textos recebidos estão sujeitos a alterações de ordem

léxico-gramatical e a sugestões de novos títulos. Por

ser limitado o espaço de publicações, compete à

Gazeta Vargas a escolha dos textos que melhor se

enquadram na sua linha editorial, sendo recusados

os textos muito destoantes acompanhados das

devidas justificativas e eventuais sugestões de

alterações.

DIREITOS RESERVADOSA Gazeta Vargas não autoriza reprodução de parte

ou de todo do conteúdo desta publicação

CapaRafael Rossi Silveira – [email protected]

DiagramaçãoEduardo Migliano

Rafael Rossi Silveira – [email protected]

Tiragem3000 exemplares

Edição 74* 15 de maio de 2008 03

Page 4: Edição 74

miniEditorial

en.ti.da.de

sf (lat med entitate) 1 Existência independente, separada, ou autônoma; realidade. 2 Aquilo que

constitui a natureza fundamental ou a essência de uma coisa.

O dicionário Michaelis não poderia definir essa palavra que ouvimos todos os dias de melhor

maneira: Realidade. Esta Gazeta é dedicada às entidades, os entes que tornam realidade toda a teoria

que estudamos nas aulas. Mostrar independência, autonomia, é o que tentamos na esperança de sentir

algum início de alforria, de pela primeira vez nos sentirmos úteis, aplicando de verdade aquela

bagagem interminável de informação que nos colocam na cabeça.

As entidades são, aqui, aquilo que constitui a natureza fundamental, a essência de uma coisa:

Nós. E não o contrário. Por isso viemos esclarecer o que as entidades têm acrescentado ao aluno

geveniano, o que tem acontecido no âmbito acadêmico fora da sala de aula. As eleições para

representantes acadêmicos se aproximam, e muita gente continua se perguntando: “O que eu tenho a

ver com isso? Daqui a uns anos eu me formo mesmo!”. O DAGV, assim como todas as outras entidades, é

a essência dos alunos e sua natureza fundamental. Você tem tudo a ver com isso. As chapas concorrentes

vieram se apresentar para que possamos pensar no que queremos para nós no próximo ano acadêmico,

e o que queremos que fique após cada gestão. Você que gosta da Gioconda, da Giovanna, dos quintais e

surreais. Você que gosta dos sofás, da sinuca, do pebolim. Você que gosta das palestras, da

representação discente. Acima de tudo, você que vai (ou quer) gostar do seu diploma, esta é a Realidade.

Participe.

EntidadeFelipe Fabris

Gazeta Vargas04

Page 5: Edição 74

E a nova diretora da EAESP será... Maria Teresa Fleury. Ex-diretora da FEA-USP, livre docente em Administração desde 1986, responsável por inúmeros projetos e trabalhos de excelência. Lamentável apenas a forma pela qual teve de ocorrer seu ingresso no cargo.

notas

altoseBaixos

emAlta

naMesma

emBaixa

Possibilidade de um novo piano no DA!!!

Opções no Open Bar da Gioconda

Preços do Rockafé (novo tópico permanente...)

Indefinição do LEPI na disponibilização permanente

de auto-cadastro

Definição quanto à situação do Xérox

Peridiocidade da Gazeta... sim, reconhecemos que

estamos quase 2 semanas atrasados; essa gráfica, viu...

E o novo sistema de impressão via internet do DAGV entrou em vigor recentemente. Os preços são inferiores aos do LEPI e todo o processo é

muito simples: basta retirar seu contrato para assinatura e reconhecimento de firma; após o

prazo mínimo de liberação de seu cadastro pelo SERASA, encaminhe-se à coordenadoria de

relacionamento com o cliente, retire sua senha e aguarde a carta com a liberação de seu acesso em um prazo máximo de 160

dias...

Quanto ao banheiro masculino do DANós da Gazeta, muito preocupados, estamos montando um fórum acadêmico para

tentar resolver o que nenhuma reforma parece dar conta: seu odor invariavelmente

sufocante. As primeiras propostas encaminhadas oscilam entre máscaras de oxigênio

ou simples dinamitação do local. Manteremos os leitores informados.

Professores, funcionários e alunos: estas notas esperam suas respostas, colocações e ponderações que serão

publicadas na próxima edição. Envie objetivamente para [email protected]

Edição 74* 15 de maio de 2008 05

Page 6: Edição 74

contraPonto

A partir desse semestre, os alunos mais bem

colocados no vestibular passaram a contar com um

incentivo a mais para continuarem a estudar

intensivamente. Desde o começo desse ano, a

Presidência da Fundação Getúlio Vargas passou a

conceder para os 10 primeiros colocados do

vestibular de administração em São Paulo bolsas de

estudo progressivas que vão desde 100% para o

primeiro e o segundo colocados até 60% para o nono

e décimo colocados.

As condições para a manutenção dessas

bolsas são poucas e muito claras. O aluno precisa se

manter entre os 10 primeiros colocados de cada

período de avaliação (no caso, um semestre), não

pode acumular 3 reprovações, consecutivas ou não,

e não pode interromper o curso, salvo em caso de

interrupção por intercâmbio estudantil não superior

a um ano, promovido por um programa apoiado

pela EAESP. Essas informações todas constam do

Edital de convocação disponível no site

http://www.eaesp.fgvsp.br/, no link GRADUAÇÃO

– Inscrições abertas; estão no item 4.5, subtítulo a.1.

Vale ressaltar que não só essas, bem como todas as

informações sobre qualquer tipo de bolsa são

públicas e constam do mesmo Edital.

Além da EAESP, a EESP e a EDESP também

possuem sistemas parecidos. Segundo pesquisas

dos jornalistas da Gazeta Vargas, no primeiro caso

existem 5 bolsas totais para os primeiros colocados

no vestibular e, no segundo caso, uma bolsa total

para o primeiro colocado no vestibular.

Faz já muito tempo que se discutem as

formas possíveis de estimular alguém a produzir

resultado.

Embora diversas teorias tenham sido criadas para

explicar o comportamento humano frente a alguns

estímulos, nenhuma foi capaz de conceder o que

poderíamos chamar de fórmula mágica para o

problema. Apesar disso, alguns estímulos foram

estudados e mostraram-se satisfatoriamente

eficazes. Um desses foi o reconhecimento por meios

financeiros de um mérito atingido com muita

inteligência e esforço.

“Meritocracia (do latim mereo, merecer,

obter) é a forma de governo baseado no mérito. As

posições hierárquicas são conquistadas, em tese,

com base no merecimento, e há uma predominância

de valores associados à educação e à competência”.

Essa é a definição dada pelo Wikipédia para o termo

meritocracia e em grande parte acho que ele justifica

a aplicação das bolsas meritocráticas. Inteligência

mais esforço resultando em um incentivo financeiro

com a intenção de estimular cada vez mais.

Toda forma de estímulo e incentivo deve ser

bem vinda. A falta de estímulos pode desencadear

uma série de fatores extremamente maléficos para

os alunos. Seja para manter o foco nos estudos, seja

para oferecer um justo reconhecimento ou seja para

oferecer um estímulo, o sistema de bolsas

meritocráticas atinge pontos que são fundamentais

na manutenção da excelência que acompanha o

nome FGV. Além disso, esse sistema abre mais uma

janela pois oferece mais um meio, dentre alguns

outros que existem na GV, para que pessoas que não

têm condições financeiras possam unir seus

potenciais com os conhecimentos teóricos

oferecidos pela escola.

Não vejo exatamente defeitos em um sistema

que vem apenas para somar. Somar forças com uma

política de bolsas já existente, somar valor ao aluno e

somar metas e objetivos. Um método muito

interessante e extremamente simples de oferecer

oportunidades e reconhecimentos a pessoas

inteligentes e esforçadas que trarão conhecimento

para agregar à instituição.

As bolsas do estímulo

bolsa meritocráticaA favor

Rodolfo Pantojo

Gazeta Vargas06

Page 7: Edição 74

contraPonto

As três escolas paulistas que fazem parte da FGV

têm sistemas de compensação, por meio de bolsas

meritocráticas, para os melhores alunos que passam no

vestibular. A EAESP, a EDESP e a EESP podem alegar

diversas razões para dar bolsas parciais ou integrais

meritocráticas para os alunos que passaram nas

primeiras colocações dos seus respectivos sistemas de

ingresso, porém, é certo que os males que advêm desse

sistema são maiores do que suas supostas benesses.

A primeira, e talvez pior conseqüência é que se

criam, entre os alunos, conflitos que, mesmo podendo ser

defendidos por mimetizar o "mundo real", que é

competitivo e, portanto, atroz, não são, por causa dessa

competitividade e atrocidade, adequados para o

ambiente estudantil de uma faculdade onde se busca a

cooperação. A competição entre os alunos mina uma

parte essencial da vida acadêmica, que é a vivência de um

ambiente em que cada aluno pode contribuir para a

formação de todos os outros, de modo que a população

estudantil atinja a maior qualidade possível de

conhecimento e aprendizado além das salas de aula.

Seguindo aquilo que o grupo de Recursos

Humanos da maioria das companhias diria, essa

competitividade não é ao menos adequada ao próprio

ambiente de trabalho, ao qual busca assemelhar-se, de

modo que o RH é muitas vezes responsável por trazer

cooperação, por meio de objetivos e incentivos comuns

para grupos de trabalhadores ou gerentes. A competição

não leva aos melhores equilíbrios, seja no mundo natural,

corporativo, ou acadêmico. O que devemos nos

perguntar é: "Realmente valem a pena todas as noites mal

dormidas, todos os feriados perdidos e todos os trabalhos

não compartilhados?'' Se considerarmos o encargo

financeiro de que somos poupados, sim; mas vale

ressaltar que existe o sistema de bolsas ressarcíveis

disposto a financiar até 100% das semestralidades nas três

escolas (não, edespianos, a informação não está errada!)

acontece na EAESP e na EESP, onde as bolsas são

concedidas para os primeiros colocados no vestibular,

que podem perdê-las se não se mantiverem entre os

melhores alunos nos anos seguintes, mas os alunos que se

tornam os melhores não terão bolsa meritocrática. Cabe,

portanto, aqui a questão: Qual é o objetivo dessa bolsa

que mais se parece com um cargo público?

Elas são, portanto, injustas no sentido que alunos que não

vão tão bem no vestibular não têm nunca a possibilidade

de conseguir uma bolsa meritocrática, não importa

quanto se dediquem ou quão inteligentes sejam. Isso

acarreta em um sistema de incentivos perverso, o qual,

em caso extremo, pode levar a casos folclóricos, como o de

pessoas que supostamente passam na GV e depois não

fazem a matrícula, por preferirem prestar vestibular no

ano seguinte e tentar conseguir a bolsa.

Sob uma terceira perspectiva, podemos analisar

quão desiguais são os primeiros colocados daqueles que

passaram em ultimo lugar na última lista no último dia de

repescagem – várias experiências mostram que é nula.

Pergunto-me qual a finalidade de uma tamanha

bolsa por mérito, se o mérito dos primeiros colocados foi

escrever um parágrafo de conclusão na redação brilhante

ou colocarem aquela resposta de matemática por escrito,

e até mesmo serem minimamente menos tímidos em

uma prova oral, se prestando Direito?

Nem na EDESP, onde as bolsas meritocráticas

transitam (pelo menos, soa mais democrático!) todo ano

para o melhor colocado da turma no ano anterior, a lógica

das bolsas meritocráticas pode ser interpretada como

meramente individual. Muitos defendem que ao exigir

que cada um dê o máximo de si, ocorre a melhoria da sala

como um todo. No entanto, ainda que ocorra a melhoria

da somatória das médias ponderadas, será uma melhoria

INDIVIDUAL do coletivo, pois não houve incentivo à

união do grupo como um todo - posto isso, até que ponto

ela é funcional para alcançar o objetivo da FGV, que se

destina a promover o desenvolvimento social,

econômico, político e cultural do país?

Por fim, esse sistema alternativo de bolsas é

injusto por ser um sistema que é uma alternativa ao

sistema de bolsas ressarcíveis que contempla grande

parte dos alunos e que, ao contrário de serem iníquas,

estão igualmente disponíveis para todos os alunos

matriculados, bastando que para isso se faça a solicitação

junto ao fundo de bolsas.

A segunda conseqüência negativa desse sistema

Os deméritosda bolsade mérito

bolsa meritocráticaContra

Luiza Prada e Equipe

Edição 74* 15 de maio de 2008 07

Page 8: Edição 74

opinião

Quem estuda aqui sabe, o título desta crônica é

constantemente usado para descrever em tom

pejorativo o aluno da FGV. Escutamos de amigos,

colegas e até mesmo de familiares sobre como estamos

sendo influenciados por um ambiente de alta

competitividade e corporativismo. Mas até onde essa

visão externa do universo da GV é legítima?

Claro, pequenos elementos como Quadro de

Honra e aulas com certos professores contribuem para

que o estereótipo se concretize (testando, neste ponto,

até onde vai a liberdade de expressão na Fundação).

Mas o que ninguém sabe, ou não se propõe a perceber,

é que muitos dos que estudam aqui têm nítida

consciência de onde estão inseridos e se mantêm

realmente concentrados em seu desenvolvimento

pessoal, que pode ou não ser guiado pelo intuito

empresarial.

Entende-se, estamos mesmo sendo treinados

para ter um raciocínio “business”, negar isto seria

hipocrisia. Mas dizer que essa habilidade só pode ser

aplicada no escritório é típico do pensamento limitado

que procura definir cada vez mais com menos

palavras. Seria o mesmo que garantir que todo pucano

é revolucionário e que todos da FAAP têm um

American Express Black na carteira (até brincamos

com isso, mas ninguém acredita realmente nestas

constatações). Administrar recursos e gerenciar

pessoas são exemplos de necessidades de todo tipo de

negócio, desde a ONG “Vamos Salvar as Borboletas”

(fictícia, obviamente) até a General Electric.

A verdade é que a GV é muito mais diversa do

que a maioria imagina e essa é a sua maior força. Jovens

vindos desde Santa Bárbara d'Oeste até Belém juntos

para aprender com alguns dos melhores, que foram os

melhores não necessariamente por terem gerado

números impressionantes, mas por terem sido grandes

líderes ou inspirado respeito a seus modos.

Sim, temos alguns herdeiros entre nós, mas temos

também os top alunos de pequenas cidades que se

aventuram nesse caos de São Paulo, buscando um

diferencial que possa levá-los para longe. Cada um tem

a sua história, o seu sonho. Eu mesma já ouvi desde

“quero ser atriz” até “quero ser rico” de pessoas que

foram indagadas sobre seus planos. E nada de

censurável em nenhuma dessas duas afirmações. Pelo

contrário, perfis assim tão distantes convivendo em

um só lugar servem para estimular ainda mais cada um

a procurar suas próprias respostas.

O aluno da FGV é sim preocupado em ser o

melhor em qualquer área na qual estiver. Talvez, por

isso, sejamos acusados de sermos arrogantes. Ora, se

arrogância é como transparece esse desejo pela

excelência, eu digo: sejamos arrogantes! Veja bem,

arrogantes por querer se destacar, e não por achar que

já temos esta posição garantida.

Ouvi de alguns veteranos que esse clima

pesado, pelo qual a GV é famosa, é mais intensamente

sentido quando começa a luta pelos melhores estágios.

Mas peço que todos considerem por um momento que

essa situação na qual muitos se encontram, tal qual a

euforia violenta dos Processos Seletivos, é apenas um

estado temporário, um teste de garra, que não reflete

em essência as pessoas, e sim a época.

Qualquer experiência é válida nesse período de

nossas vidas, de anos confusos e de muitas crises

existenciais. E a experiência de ser aluno da GV é

poderosa como poucas. Seja para o bem, seja para o

mal, estamos onde muitos almejaram estar, mas não

puderam. Claro, existe espaço para muitas críticas

legítimas, muitas das quais estão bem em voga hoje em

dia. Mas, do ponto de vista acadêmico, um estímulo

bem satisfatório é gerado aqui.

O verdadeiro desafio é não se perder por esses

corredores patrocinados, manter a concentração

dentro e o olhar fora. Estão nos oferecendo os

instrumentos e a técnica, de natureza condizente ou

não com as nossas prioridades. Saber utilizá-los da

melhor forma e guiá-los

Maria Júlia Iudice

Jovens Capitalistas Selvagens:O estereótipo do perfil gveniano

Gazeta Vargas08

Page 9: Edição 74

espaçoAberto

Nada mais justo que publicar um texto a

respeito da área acadêmica do DA. Afinal, ela está

inclusa no próprio nome do DAGV e é uma de suas

bases de sustentação; uma accountability, portanto,

não cai nada mal. Primeiramente, cabe dizer que

tivemos uma ruptura na parte acadêmica do Diretório:

por motivos que aqui não se mostram pertinentes

colocar, a Vice-Presidência Acadêmica de

Administração do DAGV trocou de mãos neste

primeiro semestre de 2008.

Tendo assumido também as atribuições dessa

VP Acadêmica de Administração, tive que me interar

de seus acontecimentos o mais rápido possível, numa

transição de cargos que veio bem mais cedo do que o

esperado. Restava colocar a mão na massa. E digo: é

impressionante o tamanho da demanda do curso

reformulado de graduação frente aos órgãos da Escola,

especialmente na Coordenadoria de Graduação.

Processos vários estão andando, muitos deles de

extrema importância para todos nós – até porque

entram também no curso não-reformulado, que ainda

é o que a maioria cursa.

Toda a adaptação do curso novo que está se

fazendo necessária – seria ingenuidade acreditar que

adaptações não seriam necessárias – está sendo feita

agora. Reavaliação de processos e métodos, discussão

de questões como novo formato de trabalhos de

conclusão de curso, a questão das majors e minors,

atividades complementares – especial atenção a esse

último ponto – estão sendo discutidas na

Coordenadoria com ampla participação do Diretório

Acadêmico. Avaliação de professores e até mesmo a

recepção dos calouros entram nessas conversas. Pena

que isso não seja explícito no dia-a-dia do aluno.

Aliás, eis um grande fardo que a VP Acadêmica

carrega, pelo menos até agora: essa comunicação falha

com o aluno sobre o que está sendo feito para o nosso

curso, especialmente, o que ocorre junto à

coordenação.

MensagemJustamente por isso, o DA aumentou a abertura das

portas no que se refere ao atendimento de problemas

acadêmicos dos alunos; já conseguimos conquistas

com relação a isso e sempre tentamos atender a essas

demandas discentes. Não é suficiente, mas ajuda.

Não é fácil pegar um bonde que já caminhava e as

demandas acadêmicas não esperam. Como esperado,

foi desafiador fazer tudo isso; porém, uma das

dificuldades encontradas surpreendeu um pouco,

talvez por ingenuidade minha. Todos sabemos da

situação política da EAESP e as conseqüências disso

nunca me foram tão claras quanto agora; há, fato

inegável este, um certo clima de incerteza na Escola,

que entra na questão da sucessão dos gestores da

Escola, e, portanto, do curso de graduação.

Isso não é novidade. O que impressiona é como isso

desestimula o desenvolvimento de projetos de longo

prazo; afinal, o que nos espera? O que for feito aqui será

levado adiante? Esse trabalho todo estaria sendo feito à

toa? São todas perguntas sem resposta, pelo menos

enquanto não se souber qual a sucessão da EAESP. É a

política influenciando no acadêmico, o que não se

mostra muito favorável. Isso explica um pouco a

concentração e priorização em questões de mais curto

prazo, em processos que devem ser finalizados antes

que venham os substitutos no poder.

Cabe ao DA, claro, em tese mais independente, trazer à

tona discussões de “mais longo prazo” frente à

coordenação (aliás, por isso mesmo é essencial a

presença de alunos nestas discussões acadêmicas). E

isso está sendo feito, mesmo que aos trancos e com os

obstáculos aqui descritos. Os resultados não são

imediatos, como era de se esperar – até por isso são

questões de longo prazo –, mas eles virão. O que resta,

além do trabalho a ser feito, é (mais) dúvida e

esperança: que os próximos gestores continuem (com

os alunos!) esse árduo – e belo – trabalho de prezarem

pela qualidade acadêmica do curso, pois é dela,

principalmente, que depende a imagem da EAESP lá

fora.

Jairo F. OhnoVice-Presidente Acadêmico de Administraçã[email protected]

Edição 74* 15 de maio de 2008 09

Page 10: Edição 74

Não seria correto iniciar um texto abordando o já

tão discutido assunto do ENEM sem justificar aos nossos

leitores as razões que nos levaram a fazê-lo, visto que o

assunto já ocupou grande parte de nossa pauta recente e

sua abolição como método de ingresso resultaria no

silenciar das discussões. Mas, acreditem! A abordagem

agora é outra. Abstemo-nos de nossos valores e de qualquer

discussão sobre os (de)méritos de tal sistema de ingresso

em nossa querida GV para atermo-nos simplesmente a

fatos concretos envolvendo alguém que, graças a algumas

incoerências desse sistema, têm perdido sua tranqüilidade.

Aqui, tentaremos contar um pouco da história de Gesley

Fernandes Pereira, segundo relato do próprio. Gesley é um

aluno de graduação que, como a grande maioria, muito se

dedicou para o ingresso em nossa Escola, mas, devido ao

impedimento de acesso ao Fundo de Bolsas, tem vivido em

uma instabilidade capaz de causar grande sofrimento a

qualquer pessoa.

A empreitada de Gesley rumo à universidade

começou em 1998, quando recém-formado no Ensino

Médio, começou a tentar vestibulares conceituados (USP,

UNICAMP, UNIFESP, FGV, etc.) a fim de ingressar em um

curso superior de renome. Contudo, após algum tempo,

preferiu partir para um novo rumo, mais prático e que lhe

renderia melhores experiências e um maior retorno

financeiro imediato: partiu para um curso técnico em

contabilidade. Nesse meio tempo Gesley prestou também -

além dos vestibulares - alguns concursos públicos.

Após a conclusão do curso técnico, o aluno

conseguiu uma vaga no departamento financeiro de uma

Indústria Têxtil, onde teve seus ganhos maximizados à

custa de um trabalho sem grande realização pessoal. Muito

embora sua estabilidade fosse certa, a necessidade de um

curso universitário somado à vontade de se aprofundar

mais em sua área o levou a aceitar uma proposta

inicialmente desvantajosa: ele fora convocado para o

exercício do serviço público em caráter meritocrático,

selecionado a partir de concurso aberto que, embora

oferecesse salário menor do que o que ganhava na

Indústria, teria neste emprego a possibilidade de estudar

devido à flexibilidade de horários. Aceitou então a proposta

e assumiu a secretaria de um colégio municipal em São

Paulo.

Dadas as circunstâncias favoráveis, Gesley buscou um

curso que o ocupasse e ao mesmo tempo lhe possibilitasse

meios de atingir sua realização profissional, atualmente

voltada diretamente para o setor público. Entretanto, o

curso escolhido foi um tanto inusitado: devido a fatores

externos, como a facilidade de acesso a bolsa e o renome da

instituição, Gesley preferiu cursar Teologia no Mackenzie.

O curso, embora pouco ligado a administração, concedeu-

lhe o embasamento teórico que viria a amadurecê-lo para

um curso superior mais voltado para sua área. Após quase

cinco semestres, Gesley trancou o curso para tentar dar um

novo rumo a sua vida. Então, para maximizar as suas

chances de ingresso em outra instituição, prestou o Exame

Nacional do Ensino Médio (ENEM), aceito como método de

ingresso e de pontuação em diversas instituições

brasileiras.

Quando, ao ler o Edital de convocação para o

vestibular, Gesley notou que o ENEM seria usado como

método de ingresso na instituição, tratou logo de se

inscrever e quatro meses depois recebeu o resultado. Havia

sido convocado a ingressar na EAESP para cursar

Administração Pública. Fora a deixa para a chance de uma

vida, um sonho que pouco tempo depois se converteria em

pesadelo.

Gesley sabia que o Edital afirmava que “nenhum

aluno ingresso pela via Enem teria acesso a bolsas de

qualquer tipo“. Contudo, ao visitar a Fundação no dia

reservado aos futuros calouros, ele indagou pessoas que se

apresentaram como representantes do Fundo de Bolsas

para obter esclarecimentos, no qual foi informado que as

bolsas meritocráticas estavam descartadas por levarem em

consideração a posição no vestibular, mas as bolsas

reembolsáveis eram uma opção. Fundamentando seus

próximos passos com base nessa informação equivocada,

Gesley assumiu riscos sem perceber que tudo podia dar

errado. E deu.

Para a matrícula na EAESP, cujo valor representaria

a primeira mensalidade do semestre, Gesley realizou um

empréstimo Pessoa Física, certo de que seria seu primeiro e

único encargo financeiro com a Instituição durante os

próximos quatro anos, pois já havia reunido meios de

provar ao Fundo de Bolsas que não possuía condições de

arcar com os custos do curso, mas ao procurá-los, recebeu a

terrível notícia de que bolsas de nenhuma categoria seriam

estendidas a alunos ingressos pela via ENEM.

reportagem

ENEM tudo se resolve sozinhoVínicius Marques

Gazeta Vargas10

Page 11: Edição 74

Gesley viu seu sonho desmoronar. Ele estava

cursando uma graduação cujos encargos financeiros para

seus recursos eram inviáveis, sem perspectiva de minimizar

tais gastos e com um empréstimo bancário a juros

progressivos para pagar.

Gesley possui parentes que são dependentes

financeiramente dele e da mãe. A soma de seus rendimentos

mensais não paga a mensalidade do curso de Administração

Pública na EAESP, e o fato das mensalidades após a

matrícula não terem sido pagas e estarem gerando uma

multa diária e progressiva transformaram sua vida em uma

constante geração de dívidas, como se um “taxímetro” o

acompanhasse a cada momento em que ele adentra a Escola.

Todavia, Gesley afirma estar conseguindo

acompanhar o curso, demonstrando desempenho

semelhante aos aprovados no vestibular, teoricamente

superiores a alguém aprovado pela via ENEM. Contudo,

também existem matérias em que seu desempenho é

inferior, uma vez que devido a suas últimas atividades, tais

matérias não o foram bem revistas desde o colegial,

encerrado há dez anos.

Inevitável neste momento seria não propor um

julgamento de valor: não quanto ao método de ingresso ou

quanto às bolsas meritocráticas, mas quanto ao Homem

Gesley. Um homem de origem humilde que, diferente da

maioria da sociedade, não se acomodou diante de uma

situação confortável, um homem que teve a ousadia de

assumir riscos em função de seus ideais e de seus desejos e,

por que não dizer, coragem para tal.

Nossa sociedade acostumou-se a evidenciar o problema sem

sequer pensar em uma solução para o mesmo, como se a

mera exposição de um estigma fosse sua cura. Não é a toa

que a grande maioria de pessoas descontentes com seus

rendimentos sejam, ao mesmo tempo, aqueles com menores

níveis de estudo. São pessoas que experimentaram uma

situação de conforto e nela se mantiveram por toda a vida,

ou por falta de perspectiva, ou por pura e simples

comodidade.

Homens são aqueles que buscam mudanças

positivas onde quer que estejam, e começam por fazê-las em

sua própria vida. São figuras assim que faltam a nossa

sociedade, muitas vezes por estarem perdidas em meio a

uma gama de fatores externos que impedem o acesso a boas

oportunidades. Mas quando algum deles rompe esta teia e

se destaca, a única obrigação que temos quanto sociedade é

assegurar que seu esforço tenha uma canalização louvável

que invariavelmente, convergirá para a própria sociedade. A

situação em questão é muito mais do que alguém que se

destacou, é alguém que continua de maneira pró-ativa a

buscar soluções para seu problema, mas cada vez mais

esbarra em fatores externos que impedem sua solução.

Você, caro leitor, que leu até este ponto, sabe que só me resta

concluir que: ou aqui está semeado um grande homem, ou

ao menos, estão fincadas as raízes de uma grande história

que pode ser transformada. Alguém se habilita?

questõesPendentes

Dentre as medidas polêmicas tomadas pela presidência da

Fundação em relação à EAESP constam a transferência de

unidades da EAESP para a administração direta da

Fundação, as demissões por motivos administrativos e a

demissão do professor Norberto, mais recentemente.

Estes fatos desencadearam uma crise de

legitimidade frente à comunidade geveniana. Mas, a

manobra que começou com a substituição da Diretoria, bem

como a forma de se determinar o próximo ocupante do

cargo, e que terminou com o golpe de misericórdia da

imposição do novo regimento, que convalidaria atos

semelhantes dali em diante, merecem atenção especial onde

a atenção devida pareceu faltar à Mantenedora.

Hermenêutica for dummies

Antes de seguir, uma brevíssima lição de

interpretação de normas dentro de um mesmo ordenamento

(sistema) tido como coerente.

Como pode uma lei dizer uma coisa, outra dizer o

contrário e ambas coexistirem num mesmo sistema

coerente? Bom, partindo do pressuposto que ambas as

normas são válidas e que o sistema é de fato coerente, temos

que analisar três aspectos: hierarquia, abrangência e

momento de entrada.

Em outras palavras, lei superior derroga lei inferior,

lei especial derroga lei genérica e lei posterior derroga lei

anterior.

E podia?Rafael Rossi Silveira

especial

Edição 74* 15 de maio de 2008 11

Page 12: Edição 74

O deslize formal

A portaria nº39/2007, que “Encaminha ao Conselho

Diretor normas relativas à instauração de Comitês de Busca” para

novo diretor traz, em suas considerações, que as modificações

estatutárias de 26 de abril de 2007 foram aprovadas unanimemente

na Assembléia Geral e que esta portaria leva em conta, também, a

ata de reunião do Conselho Diretor de 26 de março de 2007.

Suponho, já que não fica claro, que isto represente a autorização

para mudar procedimentos regimentais da EAESP sem os trâmites

pré-estabelecidos.

Apresentando isto como justificativa ou não, o fato é que o

regimento da EAESP foi desrespeitado, como evidenciaram as

manifestações estudantis na entrada do 7º andar e na capa da

edição 66 da Gazeta Vargas. Antes, vamos ver o que dizia o

regimento:

“Artigo 103. Este Regimento entra em vigor na data da publicação

em Diário Oficial da União do ato de homologação pelo Ministro de

Estado.

§1º. As alterações deste Regimento, de iniciativa da Mantenedora

ou da Congregação, neste último caso com apoio da maioria

absoluta da totalidade de seus membros em efetivo exercício,

deverão ter audiência do Conselho de Administração da Escola e

ser submetidas à aprovação da Mantenedora, no que couber, e da

Congregação, cabendo à primeira o encaminhamento ao

Ministério da Educação”

Vulgo: Fundação e Congregação podem alterar, até aí

sussa. Se for proposta pela Congregação, tem que passar por certo

trâmite, ok. Corrijam-me se estiver errado, mas me parece que as

alterações, quaisquer que sejam e por quem quer que sejam

propostas devem ter audiência no Conselho de Administração E

serem submetidas à aprovação da Mantenedora (Fundação) –

naquilo que couber – E da Congregação...

Claro, mas isso dá para entender sem problemas...Então

vamos complicar.

A Assembléia Geral da Fundação é o órgão deliberativo

supremo da instituição. O estatuto da Fundação, que lembro a

vocês não ter sido revogado neste espaço de tempo, confere à

Assembléia, dentre suas atribuições, a função de:

“Artigo 6º. I – aprovar os Estatutos e suas modificações”

Além disso, confere a outro órgão deliberativo, o

Conselho Diretor, funções de planejamento, supervisão e

coordenação sobre as atividades executivas da FGV, como:

“Artigo 8º.III – aprovar a estrutura organizacional básica e o

Regimento Geral”

E agora? Quem tem razão? Ao que parece o Estatuto da

Fundação é “mais forte” que o Regimento da EAESP. Na verdade

não.

Quando o regimento foi criado, levado quer ao Conselho

Diretor ou à Assembléia Geral para aprovação, estes mesmos

órgãos, ao aprovarem o artigo 103 do Regimento abriram mão de

parte de sua discricionariedade, submetendo-se voluntariamente a

determinado trâmite, onde alterações regimentais não devem ser

aprovadas apenas por órgãos da Mantenedora, mas também pela

Congregação.

Dizer que o que ocorreu é lícito porque o Estatuto da Fundação está

acima do Regimento cai no mesmo absurdo de se afirmar que uma

Emenda Constitucional não é válida porque o texto original da

Constituição é hierarquicamente superior.

Aliás, descartado o critério de hierarquia, nos sobram

abrangência e tempo de entrada no sistema. É evidente que a

promoção de mudanças regimentais por órgãos da Mantenedora

não encontra barreiras via de regra, mas, em se tratando da EAESP,

a própria Mantenedora se impôs limitações. Trata-se de norma

especial (que derroga geral) e posterior (que derroga anterior).

O deslize material

Como se isto já não fosse suficiente, ainda encontramos

contradições materiais do que foi feito com o próprio Estatuto da

Fundação. Transcrevo uma passagem muito relevante:

“Artigo 4º. Na administração da Fundação serão obedecidas as

seguintes diretrizes:

II – na administração da Fundação, procurar-se-á assegurar:

a) caráter participativo na elaboração das políticas gerais e

em seus desdobramentos em diretrizes e normas operacionais; [...]

d) incentivo ao regime de decisões individuais, tanto quanto

possível descentralizadas, sujeitas a controle efetivo a posteriori;

[...]

III – na administração de seus recursos humanos a Fundação

deverá: [...]

c) estimular permanentemente a manutenção de clima de

relações humanas entre empregados e os diferentes níveis de chefia

e direção que garanta a plena e transparente comunicação

institucional”

Pausa para risadas...

Não preciso sequer me demorar muito neste assunto para que se

verifique o quanto estas diretrizes, por mais que sejam linhas

gerais, vêm sendo colocadas de lado nos acontecimentos recentes.

Ainda assim, gostaria de observar como o novo Regimento,

buscando convalidar atos semelhantes aos praticados daqui em

diante, institucionalizou o medo na organização.

As mais notáveis reformas podem ser observadas no novo

tratamento disciplinar ao corpo docente: onde antes se observava

processo disciplinar para professores com estabilidade e garantias

de defesa frente à pena de dispensa, observam-se agora apenas

referências aos requisitos mínimos legais, destruindo uma cultura

de deliberação e ampla defesa que assegurava liberdade acadêmica

aos professores.

Estranho (?) optar por um sistema mais eficiente,

simplesmente, que não requer muita explicação, e não por um

sistema mais eficaz, com regras claras quanto ao desligamento do

corpo docente, como, por exemplo, avaliações dos alunos e/ou

colegas, “sacrificando” assim a acuracidade da decisão da

Mantenedora. Nos termos da atual reforma, as demissões que

ocorreram no passado não teriam nenhum empecilho além da tão

desprezada perda de legitimidade.

Os argumentos estão aqui. O Ministério Público é

responsável por exercer fiscalização mesmo sobre Fundações

privadas. Como mobilizar os alunos é algo difícil, rogo a quem

guarde a Fundação em boas intenções analisá-los e verificar se isto

tudo se trata de um momento de delírio deste que vos escreve ou se

é cabível representação junto ao órgão público previamente citado.

A única pergunta que nos resta, e me preocupa seriamente, é, caso

não seja delírio meu: trata-se de falta de atenção, como sugerido no

início do texto, ou de preocupação da Mantenedora?

Gazeta Vargas12

Page 13: Edição 74

políticaInterna

Estou ciente de que antes de tudo terei que

explicar a denominação que escolhi para encabeçar essa

matéria. Para quem não sabe, “for Dummies” é uma

expressão contida numa série de títulos lançados nos

EUA que lidam com o básico de diversas áreas, desde

Construção até Moda. A proposta desses livros é ensinar

passo-a-passo, utilizando-se de uma metodologia

simplista e instruções resumidas tanto quanto possível.

Agora, qual a relação disso com a aula de Inserção

Universitária ministrada em nossa prezada EAESP?

Devido, em grande parte, ao nosso papel de cobaias, os

alunos da nova grade são constantemente questionados

sobre a qualidade do curso. E uma das indagações mais

freqüentes é sobre como afinal está se consolidando o

papel da matéria Inserção no aprendizado inicial dos

gevenianos. Esforçando-me ao máximo para omitir

minha posição pessoal, tentarei passar o sentimento geral

dos bixos. E a Fundação que me perdoe, mas este é bem

desfavorável.

É importante ressaltar que de nenhuma forma está sendo

contestada a validade e a necessidade de uma disciplina

como Inserção. A proposta de reflexão e diálogo é bem

formulada e essencial para a fase atual de nossas vidas.

O que desagrada à maioria é o conteúdo que foi adotado,

no sentido de que ele parece subestimar o aluno.

Reconhecemos o fato de que somos um grupo composto

predominantemente por jovens de 17 ou 18 anos, recém-

saídos do colegial e ainda um pouco confusos com relação

a... bem tudo! Mas as atividades realizadas em Inserção

não apresentam real desafio para alguém no nosso nível

de desenvolvimento. São, no máximo, interessantes.

Dinâmicas, análise de filmes, jogos educativos, são ações

que têm potencial para causar considerável efeito. Porém

as analogias apontadas e os questionamentos produzidos

pelos professores mais fazem o aluno rir do que

realmente absorver o que está lhe sendo passado.

Passar uma aula inteira fazendo um cartaz com o

desenho de um símbolo que nos faça pensar na GV?

Participar de um debate sobre o extraordinariamente

complexo (rogo que a ironia tenha ficado clara) filme “Era

Uma Vez Dois Verões”? Por favor, querida Fundação, dê-

nos algo tirado de treinamentos das maiores empresas do

mundo, dê-nos “O Poderoso Chefão” para discutir, dê-

nos substância!

Poderão argumentar que uma impressão negativa de

uma disciplina pode ser gerada quase que

exclusivamente pelo desempenho do professor e seu

relacionamento com a classe. Não nego que isso seja

verdade. Quanto a isso conclui com a minha pesquisa que

existem ambas situações neste primeiro semestre, as salas

que têm uma boa e as salas quem têm uma má interação

com seus mestres. Os entrevistados nos dois casos

discordaram quanto a agradabilidade da aula, mas

concordaram que os métodos transparecem como

infantis.

Como ex-membro da AIESEC e, após ouvir relatos

entusiasmados de integrantes da Júnior Pública e

Empresa Júnior sobre as interações promovidas por eles,

sinto-me confiante em afirmar que pelo jeito as entidades

possuem uma noção bem mais sensata da capacidade do

aluno em participar de sessões desse tipo. Justiça seja

feita, todos os envolvidos aqui estão na mesma faixa

etária.

Mas tal constatação deve servir, portanto, para ressaltar a

importância de haver maior interatividade entre alunos e

Fundação no processo contínuo de melhora que se espera

do curso de Administração. É inegável que qualquer

disciplina que se estabelece como uma das menos

prioritárias para os alunos apresenta falha. Inserção se

encaixa nessa distinção. Esperamos que não somente

estejamos sendo observados como também ouvidos.

Não sei se essa matéria será suficiente para instigar ao

menos uma discussão acalorada nos sofás do Espaço

Bohemia. Uma verdadeira reconsideração dos resultados

atingidos pela frente de Inserção e disposição para

efetivamente realizar mudanças de qualquer estirpe soa

como esperanças quase utópicas. Mas a crítica das formas

de comunicação dentro da Escola são assunto para uma

outra oportunidade. Se é que sobreviverei à ousadia

desta.

Inserção for Dummies: uma das mudanças mais polêmicas da grade reformulada

Maria Júlia Iudice

Edição 74* 15 de maio de 2008 13

Page 14: Edição 74

uilidadePública

A Gazeta e Você

Muitos dos nossos leitores ignoram a possibilidade de participarem da Gazeta Vargas sem a necessidade de aprovação no processo seletivo.

Pensando nisto, dedicamos esta página para esclarecer algumas coisas:

A comunicação entre a Gazeta e seus leitores é crucial! Se você tem comentários, críticas, observações ou só quer pentelhar mesmo, envie um e-mail aos autores das matérias, que pode ser conferido no expediente, ou

mesmo à toda equipe, através do endereço [email protected]

Em especial, as Notas clamam por respostas, que poderão ser publicada edição seguinte!

Ou então participe do nosso Espaço Aberto, enviando textos para serem publicados na Gazeta, através do mesmo e-mail.Faça-se ouvido (ou lido),

divida conosco sua visão dos fatos, envie textos literários, poesias, políticos, o que for: o Espaço Aberto é SEU.

Como também é notório, a Gazeta organiza eventos de conteúdo político, polêmico ou simplesmente de assuntos em voga. Participe dos eventos,

faça sua sugestão sobre o que você gostaria de ver: somos todos ouvidos.

É mais importante comunicar uma idéia do que ser um grande escritor:‘‘Fatos são fatos, mas a realidade é fruto de nossas percepções’’

Escrever = Mostrar o que pensa

Escrever = Gazeta

Gazeta =

portanto

Mostar o que pensa =

[email protected]

[email protected]

Gazeta Vargas14

Page 15: Edição 74

matériaCentral

Pode parecer vago, mas o verbete referente à

liderança na Wikipédia coloca o tema como “importante

para os gestores devido ao papel fundamental que os

líderes representam na eficácia do grupo e da

organização.” Dessa frase podemos tirar no mínimo cinco

vocábulos que estudamos a fundo ao longo do curso de

Administração. Separadamente, grupo, gestão,

organização, eficácia são termos que tornam nosso curso

aquilo que gosto de chamar de formação neutra.

Formamo-nos exatamente em quê? Essa foi a primeira

pergunta que me fizeram em sala de aula na FGV. Até hoje

não sei responder, e talvez esse seja o principal incentivo

que tenho a continuar estudando tantas matérias

distantes entre si. Posso não saber onde tudo isso vai dar,

mas seja lá onde for, é o “tudo isso” que nos tornará

líderes.

Se não acreditam, olhem ao seu redor. Somos onze –

onze! – entidades. Todas criadas e colocadas em prática

até hoje por alunos que se demonstram verdadeiros

líderes já na faculdade. Nada mais natural, portanto, que

o tema dedicado à I Semana das Entidades fosse

liderança. Muito bem. Onze entidades ocupando uma

semana inteira com um único tema. O que fazer? Cada

uma chama um palestrante, reservam-se algumas salas e

avisamos aos alunos. Simples, não é? Não. Se você pensa

assim favor retornar ao primeiro parágrafo, ou semestre,

se preferir.

Um evento desse porte depende de meses de

planejamento. Foram sete, e se quer saber, acho que

mesmo as entidades concordam que foi pouco. Um

nascimento prematuro talvez, mas nada que não

tenhamos contornado.

Nenhuma entidade era mãe de primeira viagem no

tangente a eventos. O inédito, e até há pouco tempo

impensável, era a união de onze mães para cuidar de um

único filho. Desde 2007 vinha se falando na realização

dessa semana, por baixo do pano, mas o segredo era

essencial para o fator surpresa – o dificil mesmo é atingir

os gvnianos com surpresas: somos muito ocupados. O

esforço de cada entidade para encontrar o palestrante

certo me surpeendeu pessoalmente, parecia mesmo que

ninguém queria ficar para trás, e o fizeram com muita

habilidade. Houve atraso de algumas, que não receberam

respostas a tempo, mas e daí? Como eu disse, nem tudo é

tão fácil. Surgiram, assim, nomes respeitáveis e, não

coincidentemente, coesos com aquilo que cada entidade

faz. Inclusive é por isso que somos onze entidades,

porque temos espaço para trabalhar em tantas áreas

diferentes, desde o financeiro até a responsabilidade

social.

Botada a mão na massa, foi a vez de divulgar a

semana, outro trabalho que dependia da ajuda de todos.

Banners, cartazes e flyers são obra intelectual de valor

inestimável, e muita gente não percebe isso. Ainda mais

quando se trata de chamar a atenção de alunos tão

apressados como nós (alguns com pressa de estudar,

outros de ir pro bar). Algumas mudanças de última hora

em locais das palestras, e pronto, já tinha começado a I

Semana da Entidades.

Liderança global foi o tema do kick-off inicial da

Semana, na palestra de Janaína Roque, da empresa de

consultoria Integration. “Pense global” te lembra alguma

entidade? Provavelmente uma das melhores palestras da

Semana, infelizmente teve um quórum aquém do

esperado.

O pessoal ainda não estava muito envolvido pela

semana, suponho. Depois foi a vez de Marco Aurélio

Cunha, o polêmico diretor de futebol do São Paulo.

Liderança esportiva foi a abordagem, nada mais natural.

I Semana das Entidades

entidadesSemana

Felipe FabrisColaborações de Luiza Prada, Alípio Ferreira, Telma Hoyler e Júlia Paz

Edição 74* 15 de maio de 2008 15

Page 16: Edição 74

matériaCentral

Natural também o fato de a palestra ter sido voltada a

agradar aos sao paulinos que lotavam o Salão Nobre. O

diretor se saiu bem, com um discurso leve e agradável,

sempre se safando das piadinhas vindas de um ou outro

palmeirense. Quem esperava antipatia se deu mal. Com

temas aprofundados em liderança na gestão de pessoas,

as palestrantes Taís Amaral e Luciana Pimenta

surpreenderam nas apresentações. Ambas profissionais

atuantes na área de gestão de pessoas tiveram muito a

acrescentar a todos os presentes tanto sobre as atuais

concepções dessa área, suas inovações e também os

principais conceitos. Na primeira palestra, de Taís

Amaral da Cia. de Talentos, foi muito relevante a

apresentação de cases de livros conhecidos, conceitos

atuais da área e aprofundamento no de RH. Na segunda,

de Luciana Pimenta da Franquality, o destaque foi o

exercício, envolvendo todos os participantes, sobre

motivação e suas principais vertentes.

Alfredo Penteado, presidente da Associação

Nacional de Instituições do Mercado Financeiro

(ANDIMA), apresentou uma palestra sobre esse que é o

tema preferido dos alunosda EAESP, ou de boa parte

deles: finanças. Palavras sobre liderança no mercado

financeiro com certeza são muito bem-vindas por esse

nosso seleto grupo de apaixonados por finanças, ainda

mais vindas de um importante representante do setor

financeiro como Penteado.

Descontração é a palavra que descreve a palestra

proferida por Luiz Norberto Pascoal, presidente da

Dpaschoal desde os 23 anos de idade. Mal se pode

considerá-la como uma palestra, foi mesmo um bate-

papo, como se fôssemos todos antigos amigos do

palestrante. Pascoal é um sujeito simpático que trasmite a

imagem de liderança carismática perfeitamente e soube

apresentar seus passos como líder empresarial de forma

bem fluida. A oficina de liderança circular, ministrada

pelo executivo Victor Ades, abordou diversos estilos de

liderança. Ades procurou mostrar, através de dinâmicas e

exposição, como funciona a liderança circular enquanto

estilo participativo e empoderador de se liderar. O

executivo esclareceu como esse estilo de liderança é

voltado para a gestão em contextos de imprevisibilidade e

para a construção de uma cultura de paz.

Para falar de liderança política trouxemos Mino

Carta, idealizador e fundador de veículos como Veja,

IstoÉ, Jornal da Tarde, e hoje editor-chefe da Carta

Capital. Contou-se também com a inesperada, mas feliz,

presença do prof. José Marcio Rego, que deu certo ar de

descontração ao discurso não exatamente cisudo, mas

tenso do jornalista. Mino Carta é bem conhecido no

mundo político e se colocou a atacar tudo e todos. Por isso

a palestra foi um tanto polêmica e gerou perguntas de

ótimo gosto ao final. Completamente o oposto do que

aconteceu na palestra de Ana Maria Schindler, sobre

liderança social, na qual a palestrante demonstrou grande

esclarecimento sobre o assunto, mas os alunos utilizaram

o tempo para fazer perguntas de forma pífia. Fato que é

ilustrado por uma frase marcante do discurso, segunda a

qual “o maior problema do voluntariado brasileiro é que

ele é mal organizado”.

Para finalizar a Semana, teríamos um debate sobre

liderança educacional. Teríamos, pois com a falta de dois

dos quatro convidados (sem ressentimentos, apenas

esclarecendo), tivemos mesmo uma palestra do ex-

ministro da educação Paulo Renato Souza, com brilhantes

comentários apelativos do prof. Fernando Abrúcio ao

final. Paulo Renato não escondeu (e nem poderia) que o

sistema de educação pública brasileiro é mesmo ruim,

senão péssimo. Mas explicou de forma perfeita como a

universalização do acesso à escola vai de encontro com a

despriorização da qualidade de ensino das classes mais

baixas.

Com certeza, é o “tudo isso” que nos tornará

líderes. Parabéns, entidades e comissão organizadora!

entidadesSemana

Gazeta Vargas16

Page 17: Edição 74

matériaCentral entidadesEconomíadas

Quem não está acostumado (bixos) a

receber os e-mails da Atlética, às vezes deve achar

até estranho, tamanha a animação desde a

saudação dos e-mails: “Salve, salve Nação

Jacaré!!”. Nação Jacaré, um termo tão forte que

parece até mentira. Mas que, ao menos àqueles

que foram às Economíadas, passa a ser uma

realidade de dar medo em qualquer feano,

ibebobo, ou espmiano (dos demais nem se fala). A

torcida da GV é a única verdadeiramente

apaixonada pela camisa que veste. Leia-se os

corações aceleram a cada apito do juiz, a cada

batida da bateria, a cada gol, ponto ou chegada. A

torcida da GV canta com a alma, com vontade,

gritando “Eu sou GV” e sabendo que não há

”Foda-se” que nos cale. Aliás, até hoje nossos

futuros estagiários não perceberam o quão

humilhante é, para eles mesmos, gritar ”Foda-se”

para uma faculdade em que eles não conseguiram

passar. Quer melhor atestado de burrice que esse?

Vai daí que o frio e a chuva castigaram

Avaré nos piores dias possíveis. Tem barraca da

ESPM boiando até agora (otários!). E Aquele Uno

atolado até o vidro nem trator conseguiu tirar. E a

GV? Continuou gritando sem parar “Você que

tentou, e não conseguiu, vai pra p...”.

Incrivelmente nem a nossa Tenda que era de barro

alagou, créditos pra Atlética que jogou umas

ervas mirabolantes lá no chão. Aliás, falando em

chão, foi onde ficaram as torcidas adversárias, de

faculdade alternativa, de burros e de bobos. A

Tatubola demonstrou mais uma vez seu poder. A

dança da galinha é tão humilhante que as torcidas

paravam pra assistir, provavelmente para copiar a

Tatubola nisso também. Eles não ensinam

criatividade aos alunos nessas escolinhas meia-

boca. A bateria da ESPM é assalariada e eles ainda

têm coragem de copiar nossas músicas, mas eles

acrescentam umas coisas divertidas, tipo os

integrantes dando pulinhos de gazela prum lado e

pro outro. Eu pelo menos ri bastante. A Tatubola

tocou como nunca, e vale citar que havia vários

bixos mandando muito bem nos instrumentos

com menos de um semestre de prática. Destaque

para os jogos de handball feminino contra a

ESPM, no qual as meninas jogaram muito, e os

jogos de fut campo, inclusive a final contra o

Mackenzie, domingão de manhã, na qual a

torcida deles contava com um total de 3 pessoas,

contando com o faxineiro, e a Tatubola tocava

cada vez mais alto. Além da surpresa desse ano:

não um, mas dois jacarés pousando de pára-

quedas no meio do campo e uma rasante de

helicóptero na torcida. E mesmo lá, no último dia,

a cerveja ainda marcava presença.

Mas vamos falar da Tenda, que vale mais

a pena do que zoar os burros. Em Araraquara a

gente alternava entre jogos e Tenda desde as 10

da manhã. Em Avaré nem isso precisou, a Tenda

ia até o geveniano durante os jogos. Cerveja não

faltou e, consequentemente, festa também não.

Os shows, que só foram divulgados em cima da

hora, surpreenderam e levaram a galera à

loucura, principalmente com aquelas

musiquinhas nostálgicas geradoras de chuva de

cerveja. Aliás, a guerra de cerveja começou cedo

este ano, logo no primeiro dia de tenda já tinha

liquido voando pra todo lado. Nem o frio

conteve a farra da GV. Vide a letra “abre o

corredor, abre o corredor, corredor, corredor...”.

Avaré nunca mais será a mesma!

Felipe Fabris e Luiza Prada

Edição 74* 15 de maio de 2008 17

Page 18: Edição 74

matériaCentral entidadesEconomíadas

Mesmo porque quem tivesse frio era só virar um

shot de Sagatiba. E que outra faculdade tem

como ídolos uma dupla de músicos formados na

GV que até hoje se unem à nossa nação para

zoar as outras faculdades? Massita e Uras mais

uma vez dominaram a Tenda e fizeram os

gevenianos cantarem cada vez mais alto o que

eles fizeram com a Feana. O que a Fecap estava

fazendo lá, Massita? Sendo zoada é claro.

Os destaques nos jogos não foram poucos,

alguns até surpreendendo. No basquete

masculino passamos fácil pela Unicamp e

enfrentamos o Mackenzie em seguida, um time

conhecido pela qualidade mas que ficou boa parte

do tempo atrás de nós no placar, até nosso melhor

jogador se machucar e eles virarem o jogo. Os

atletas animaram muito a torcida da GV que

lotava as duas arquibancadas e merecem

destaque. O Handball feminino fez um jogo

eletrizante contra a ESPM, mesmo com a falta de

duas das melhores jogadoras, e fez a torcida

arrepiar a cada lance, infelizmente não chegamos

à esperada final. Semelhante situação do

Handball masculino, que não tinha expectativas

muito grandes, mas surpreendeu com um

brilhante jogo contra a PUC no qual foi aplaudido

de pé pela torcida, mesmo perdendo no último

segundo. O vôlei masculino, como sempre, foi

nosso maior orgulho, sem perder um único set em

todo o campeonato e trazendo o ouro mais uma

vez. O fut campo também chegou à final, mas

perdeu para o Mackenzie, que é considerado dos

melhores times universitários do país, no jogo do

domingo. A renovação apareceu no tênis

feminino, com o nome de Fabiana Lang, que

derrotou a própria irmã feana nas semifinais e

trouxe nosso segundo ouro para casa. Destaque

feminino também na modalidade de tênis de

mesa. Com o reforço da bixete Lina e a experiência

de Michelle, que disputou sua última competição

pela GV, conquistamos outro ouro.

Giabólica. Ah, a Giabólica! Indescritível.

Apesar da procedência um tanto estranha das

bebidas não-alcoólicas e do ônibus que foi embora

às 5 e não voltou mais, (do frio já chega de

comentar), a festa foi perfeita. A música eletrônica

explodindo a mente dos gevenianos e dos demais

curiosos querendo conhecer a chamada melhor

festa do ano. O tema circense com decoração e

atrações era mais do que imponente. As

“giabolas” voavam por cima da pista gerando

uma cena impressionante de vôlei com queimada

em massa, e o DJ virou alvo principal. Os fogos, as

caipirinhas (Explica?). Muitos afirmam ter sido a

melhor Giabólica da história. E as baladas da liga,

pra variar, ficaram para trás, apesar de terem

melhorado muito com relação aos anos anteriores.

Mas de novo a liga teve problemas com o termo

open bar.

Mais uma vez, não perguntem como, a GV

ficou com o melhor alojamento da cidade. Bem no

meio da avenida principal, em uma escola

enorme. Tudo bem, não tinha água quente no

banheiro feminino e as meninas foram obrigadas

a dividir o banheiro com os homens. O alojas do

Mackenzie costuma ter um contêiner alugado,

sem luz, com um caninho de chuveiro pra todo

mundo, e o alojas da ESPM alagou no primeiro

dia. Nem teto eles costumam ter. Até que ainda

estamos no lucro. Em compensação, os Hotéis

foram problemáticos, quando não era longe

demais não cabia todo mundo, sem contar o mapa

errado. O pessoal que alugou casa pelo visto se

deu bem, diga-se de passagem. Mesmo assim,

quem conviveu no alojas sabe que é ali que é

formada a família do Jacaré, o momento de maior

união dos gevenianos. 8, 9, 10 horas da manhã e o

pessoal chegando da balada ainda cantando “GV,

GV, GV, lalaia lalaiala...”.

Sabe por quê? Por que a FGV é FODA! Até o

próximo Economíadas!

Gazeta Vargas18

Page 19: Edição 74

matériaCentral

Todo mês de maio é a mesma coisa. Panfletos

espalhados pelas salas, cartazes coloridos no

primeiro andar e alunos que conseguem ficar um

mês inteiro com a mesma camiseta. Não se trata de

nenhuma peregrinação messiânica ou algum

feriado religioso. São apenas as eleições para a

diretoria executiva do DAGV.

Quando comecei a escrever este texto, o

edital de convocação para as eleições sequer havia

sido lançado. Mesmo assim, já era possível avistar

alunos dos semestres mais novos fazendo

campanha para aquele que deve ficar conhecido

como o pleito mais caro da história recente do DA.

Apesar de ter deixado a desejar na seara

acadêmica, a gestão Contato teve seus méritos. O

principal deles talvez tenha sido ter atraído novos

membros ao DA. Observar algumas reuniões pela

janela de vidro chegava a ser espantoso. Faltavam

cadeiras para tanta gente que queria colocar seu

tempo à disposição do Diretório.

Quando o funil eleitoral se aproximou,

aconteceu o esperado. Era muita gente pra ser

acomodada numa chapa única e dois membros da

atual gestão encabeçam chapas diferentes: Domus

e Impacto. O embate ideológico ainda não

começou de fato. Os dois agrupamentos ainda

não se diferenciaram. Mas os tamborins eleitorais

da GV já estão esquentando...

Existe muita coisa em jogo nas eleições.

Não apenas quem quer se tornar o responsável

legal por uma entidade que sofre com algumas

ações judiciais (Xérox e Giovanna das fotos). Não

apenas quem quer se tornar o responsável pela

negociação de nossas mensalidades. Não apenas

quem quer se tornar o responsável por atuar junto

à direção acadêmica da Escola com o novo curso.

Não apenas quem quer se tornar o responsável

financeiro por um orçamento que se aproxima dos

sete dígitos anuais. Não apenas quem quer se

tornar o responsável por escolher as atrações das

próximas Giocondas.

A principal questão em jogo é: qual vai ser a

política de longo prazo que a futura gestão irá

traçar?

A estrutura de governança da Escola

mudou e não se sabe ao certo qual é o papel que se

espera dos alunos. O redesenho institucional

ocasionou demissões. Uns saíram fortalecidos e

outros (como os alunos) enfraquecidos dessas

mudanças.

A atual gestão lidou com um Diretor pro-

tempore alçado ao cargo por uma portaria

arbitrária. A próxima diretoria executiva do DA

terá de lidar com alguém indicado pelo presidente

após recomendação de um comitê de busca.

Ninguém poderá prever como será essa relação.

Será que o novo Diretor estará disposto a respeitar

as opiniões daqueles que eram responsáveis por

mais de um terço das receitas da Escola em 2006?

O DA deverá ter bastante pragmatismo

para que se possa tirar o máximo proveito do

próximo responsável pela EAESP. Espero que essa

questão norteie a campanha eleitoral. Enquanto

isso só resta aguardar. Existirá uma chapa

surpresa na disputa? O que esperar da, outrora

mais engraçada, FBK? Alguém se assumirá como

situação? E a oposição, opõe-se a quê? Esse é maio:

mês das mães, mês das noivas e mês das eleições

do DAGV...

Agradecimento

Agradeço ao Professor Norberto Torres pelas

aulas de administração de sistemas de informação

e de Caráter que tive com ele nesta Escola.

Cassio Puterman

7º semestre Administração Pública

entidadesEleiçõesDAGV

O que o DAGV quer?

Edição 74* 15 de maio de 2008 19

Page 20: Edição 74

matériaCentral

O problema em se empenhar para o bem comum,

tal como a dificuldade de

envolvimento em questões que dizem respeito a todos, é

que o benefício

percebido individualmente é, no mais das vezes, menor

que o esforço que deve

ser empregado para atingir o sucesso.

Não dizemos que somos o bastião da moribunda

democracia da EAESP.

Nem mesmo o baluarte dos interesses dos alunos contra

as repetidas investidas

da direção e, principalmente, da Mantenedora. Muito

menos revolucionários, piqueteiros, rebeldes sem causa.

Nosso objetivo é mais simples, mas nem por

isso menos nobre: impressionar.

Impressionar através de uma gestão responsável.

Impressionar através

da melhoria daquilo que já é bom e da mudança daquilo

que ainda não é mas,

temos certeza, poderá ser. Impressionar e mostrar aos

alunos que, não obstante a

dificuldade que apontamos logo de início, há muitos

dispostos a se esforçar para

que aquele bem comum seja, de fato, alcançado.

Sempre há aqueles que tentam nos impressionar

com falsa erudição.

Nomes em latim devem soar, para muitos, admito, com

imponência. Mas a nós

não impressiona. Principalmente quando o nome de

uma chapa que se pretende

democrática remete às casas da fidalguia romana. É

justamente isso que eram os

domi, as casas dos ricos cidadãos romanos, inacessíveis,

portanto, à grande

maioria do povo. Talvez nos tivessem impressionado se

o nome fosse outro –

forum –, aludindo às praças públicas, em que todos

podiam discutir

questões importantes. Nós, desconhecedores da

língua‐mãe, preferimos um

nome menos imponente, mas que, acreditamos, reflete,

de forma simples e

direta, aquele que é nosso maior objetivo: impressionar

os alunos.

Durante este curto período que resta até a data em

que os alunos elegerão

seus representantes, empenhar-nos-emos para

apresentar muitas de nossas

propostas. Com o espaço de que dispomos agora,

algumas poucas palavras sobre

nossa chapa, a Impacto, bastarão.

Desde o início do semestre, alunos conscientes,

com experiência na

administração do Diretório Acadêmico e, acima de tudo,

responsáveis, vêm se

reunindo para constituir uma aliança. Longe, porém, de

ser completa, pois ainda

pretendemos conquistar o apoio de todos aqueles que se

dispuserem a

contribuir para o processo de melhoria e aproximação do

Diretório Acadêmico

aos alunos. Afinal, é impossível, e disso temos certeza,

realizar a melhor gestão

do D.A. sem transparência.

As controvérsias mais recentes, as crises de

governança, já tão alardeadas

que dispensam apresentação, enfrentaremos com

seriedade. Criticar por criticar

é inócuo, combater por combater é inútil. Temos de ter

em vista, sempre, o

melhor interesse dos alunos, e é com essa bandeira em

haste que procuraremos

discutir tais questões. Não é um panelaço empreendido

por alguns poucos o que

nos trará a democracia de volta. É, antes, a participação

do maior número

possível de alunos em discussões sérias que permitirá

tornar esse objetivo algo

real.

Tivéssemos mais tempo e mais espaço,

poderíamos apresentar os tantos

outros projetos e idéias que pretendemos implementar

se os alunos nos

concederem esse importante poder de representação que

é a gestão do Diretório

Acadêmico. Por enquanto, estaremos satisfeitos se nosso

principal objetivo tiver

sido atingido: impressionar.

entidadesEleiçõesDAGV

Chapa IMPACTO

Gazeta Vargas20

Page 21: Edição 74

matériaCentral entidadesEleiçõesDAGV

Observa-se, atualmente, na FGV,

mudanças políticas importantes. Muitas das regras

tradicionais que sustentaram a maneira como o

DAGV lidava com a política da faculdade, hoje, são

diferentes. Isso exige uma nova postura, uma nova

forma de atuação.

Compreendendo essa situação surge a

Chapa Domus com o propósito de fortalecer o foco

político, tanto por parte do próprio DAGV quanto

por parte dos alunos, através da integração, e,

também, da criação de alternativas nesse novo

quadro.

Assim sendo, essa união de alunos de

entidades, salas, semestres e cursos diferentes

(Administração de Empresas, Administração

Pública, Direito e Economia) visa apoiar e

representar TODOS esses alunos, inovar a forma

pela qual se define a política no DAGV, repensando

as diretrizes que o norteiam atualmente.

Domus, que do latim significa casa, reflete

o ambiente no qual a Chapa pensa em transformar o

DAGV, uma vez que este representa o espaço onde

todos não têm apenas o poder de voz (ouvir e ser

ouvido), mas, também, o poder da mudança.

Além de fortalecer o DA como órgão

representativo, queremos torná-lo uma ferramenta

de mudanças, tendo os alunos como protagonistas.

Afinal, são eles os pilares dessa instituição, de forma

que suas decisões, projetos, solicitações e opiniões

são as de maior importância para o Diretório

Acadêmico.

Sem dúvidas, manteremos a grande

excelência dos eventos alcançada nas últimas

gestões, tentando inovar sempre que possível,

trazendo o melhor para os Gvnianos.

Buscamos o melhor para o DA, por isso

informem-se, conheçam as Chapas e formem

opiniões. Não se esqueçam que a FGV é sua CASA

e que o DA são VOCÊS.

outros projetos e idéias que pretendemos

implementar se os alunos nos concederem esse

importante poder de representação que é a gestão

do Diretório Acadêmico. Por enquanto, estaremos

satisfeitos se nosso principal objetivo tiver sido

atingido: impressionar.

Chapa Domus

Edição 74* 15 de maio de 2008 21

Page 22: Edição 74

espaçoAberto

É apenas com um clichê que este texto pode ser intitulado. Desde a incorporação dos alunos de Economia ao DAGV, fala-se do sonho de haver Órgãos Colegiados na EESP. Na tradição político-acadêmica FGVniana, representatividade discente é sinônimo de órgãos colegiados e esse é um dos motivos dessa obsessão. Porém, a Escola, na emblemática figura de seu diretor, sempre se opôs a essa idéia.

No modelo “inovador” da Escola de Economia os alunos deveriam levar suas demandas individualmente. A primeira turma aproveitou ao máximo esse método. Mas com a entrada das novas turmas a assimetria de informações, gerada pelo grande número de alunos, se mostrou ser um problema sério dessa metodologia e novas possibilidades foram abordadas. Na tentativa de diminuir a carga da coordenadoria, ampliaram-se os papéis do tutor e do representante de sala. Essa estratégia também se mostrou ineficiente, à medida que a pesada carga horária dos professores-tutores não possibilitava grande dedicação às turmas.

Durante o processo, a pressão dos alunos para ter representação colegiada foi uma

constante. E a recomendação do MEC foi o ponto final. Em julho de 2007, por meio de uma portaria, foi imposto o Conselho de Representação Discente. Pouco depois, iniciaram-se as discussões sobre o processo eleitoral. Desde o começo, a Escola foi favorável a que a nota influenciasse na capacidade eleitoral do discente candidato. Após meses, os alunos se decidiram favoráveis à meritocracia por nota (por mais idiossincrático que isso pareça).

As eleições foram realizadas. Mas ainda há alguns questionamentos a serem feitos. Qual será a influência daquilo que for decidido em reuniões do CRD na tomada de decisões estratégicas do CEPE (Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão - instância máxima de decisão na Escola)? Ou então, o que assegurará que os docentes presentes não distorcerão as informações nem “enrolarão” os alunos em assuntos de maior polêmica? Afinal, esses eram parte dos argumentos da direção para a não existência de Órgãos Colegiados.

É necessário lembrar que o CRD garante que os alunos possuam uma representação melhor e que a Escola não fique à mercê de eventuais decisões unilaterais. Portanto, cabe aos eleitos trabalharem para que haja seriedade e legitimidade nessa nova Representação Discente de Economia. Para isso, dedicação e bom senso não serão suficientes. Esses novos representantes precisarão de muita paciência e flexibilidade: clichês que podem garantir a eficiência neste novo momento.

Guilherme Landulpho Justi3º semestre – [email protected]

Vice-Presidente Acadêmico de Economia do DAGV

Portanto, cabe aos eleitos trabalharem para que haja

seriedade e legitimidade nessa nova Representação

Discente de Economia

Finalmente um final feliz?!

Gazeta Vargas22

Page 23: Edição 74

políticaInterna

A metade deste semestre marca um início. Foi

criado, agora, o Conselho de Representação Discente da

graduação em Economia da EESP, em um momento que

marca o fim de um processo iniciado no final do ano

passado, quando a diretoria sugeriu a criação desse

órgão para os alunos, os quais contribuíram no desenho

final do conselho, já que não se tinha nada pré-

estabelecido, e, como relatou o diretor Yoshiaki Nakano,

“as regras, o regimento, vai ser tudo montado, a gente

está construindo isso, sempre conversando com os

alunos, ouvindo e respeitando as opiniões, e fazendo

mudanças quando a gente acha necessário.”

Foram eleitos os estudantes que participarão

desse órgão - vinte no total, sendo cinco de cada ano

letivo - através de um critério que combina fatores

democráticos, de modo a buscar alunos que representem

legitimamente seus colegas, o que, na opinião do

professor Marcos Fernandes, que recebeu a GAZETA,

significa “justiça distributiva, que nesse caso é: todo

mundo tem o direito de ser elegível”, com fatores

meritocráticos, visto que os votos foram ponderados a

partir das notas dos candidatos. O critério meritocrático

foi implementado porque, na opinião do coordenador, se

busca representantes que “sejam os melhores alunos,

porque o órgão de representação discente é acadêmico,

enquanto questões políticas devem ser discutidas a nível

de Diretório Acadêmico”. É também opinião da direção

que “política devia ser feita via canal e organizações

adequados. Não é isso que estamos procurando, porque

os alunos já podem se organizar politicamente, fazer

greve, piquete, ocupar a diretoria, o que quiserem e

acharem necessário. Esses instrumentos, eles sempre

têm. Além disso, a meritocracia não se opõe à

democracia, o oposto de meritocracia é hierarquia. O

Brasil é hierárquico, e isso é um problema, porque o

poder é arbitrário, e a democracia não funciona, já que as

pessoas não sentem que são a fonte de poder, que é ocupar

cargo. Por isso, elas não sabem que o Estado é uma

delegação do cidadão, para aquilo que ele não consegue

fazer individualmente. A gente está querendo caminhar

para um sistema meritocrático, porque uma sociedade

meritocrática, com um sistema autoritário, pode

representar melhor os interesses da população do que o

contrário, uma sociedade hierárquica com a forma

democrática. Então, diferentes dimensões precisam ser

consideradas.” Dessa consideração, surgiu ocritério,

produto do esforço dos próprios alunos de graduação em

Economia, os quais “realizaram uma série de reuniões

para debater e votar esse critério de elegibilidade, que foi

escolhido por maioria de todas as quatro turmas.”

(Alessandro Casalecchi, aluno do 4º. Ano) , não sem que

houvesse “muita polêmica e, principalmente, grande

número de alunos de todas as turmas participando das

discussões. Este, mesmo antes do início das atividades do

órgão, que deve ter sua primeira reunião no próximo mês,

é o principal saldo de toda esta movimentação: debate,

discussão, divergência e, ao final, decisão democrática.

Espero, pessoalmente, que este órgão e, principalmente, a

maneira ampla como foi concebido e debatido, seja

exemplo para EAESP e EDESP,” (Felipe Salto, 4º. Ano).

Além desses representantes, juntar-se-ão ao

órgão os tutores de todas as salas (professores Robert

Nicol, Rogério Mori, Marcio Holland, Paulo Picchetti), o

coordenador do curso (professor Marcos Fernandes

Gonçalves da Silva) e o diretor da escola (professor

Yoshiaki Nakano).

O Conselho de Representação Discente visa

formalizar a relação entre os alunos e a coordenação, que

se dava até agora através de reuniões e conversas - não só

dos representantes de classe, mas de todos os alunos -

com os professores, coordenador e diretor, e que eram,

por natureza, irregulares, já que, como disse o diretor

Yoshiaki Nakano, “tem turma que por alguma razão bate

aqui no mínimo uma vez por mês, e tem turma que nunca

No taxation without representationAlípio Ferreira, ana Franco e Luiza Prada

Edição 74* 15 de maio de 2008 23

Page 24: Edição 74

apareceu”, e já que “com o crescimento da Escola, se

tornou mais difícil o acesso dos alunos. A iniciativa da

Diretoria de criar esse Conselho é uma maneira racional

de se tentar escutar, discutir e deliberar sobre temas de

interesse comum” (Camila Braune, 3º. Ano). Embora o

coordenador Marcos Fernandes afirme que “a bem da

verdade, eu diria que praticamente 100% de todas as

sugestões feitas a gente acatou, e ao dar essas sugestões,

os alunos ajudaram a implementar um currículo melhor,

mais adaptado”, essa relação não era formal. Devido a

essa informalidade, eram difíceis as cobranças, por parte

dos alunos, das promessas e expressões de intenção da

diretoria, ou, “cursos só eram mudados após os

veteranos passarem um semestre inteiro com

dificuldades. É muito frustrante ver que não puderam

usufruir das mudanças. Esse é um ônus por estarmos

num curso em formação” (Tâmara Camargo, 2º. Ano).

Assim, a criação desse conselho pode ser vista como o

resultado de um esforço, dos alunos da graduação, para

aumentar a transparência e accountability das decisões da

direção, já que, segundo o coordenador,“reuniões de

colegiado têm atas; decisões são tomadas não com

responsabilidade do tutor e do coordenador, mas essa

responsabilidade é compartilhada”.

Mas não foi somente na tentativa de criar um

órgão que ajudasse os alunos que o conselho foi fundado.

A existência de um órgão desse tipo é uma sugestão feita

pelo MEC (Ministério da Educação) para o

reconhecimento do curso. À qualidade do órgão

colegiado, o MEC atribui uma nota quem tem peso 4,4 na

formação da nota global da escola, que vale 100 pontos.

Para ter nota máxima nesse quesito, o curso precisa

contar com a composição e funcionamento de um

colegiado em que “todas as políticas estão implantadas e

asseguram a representação dos segmentos docente e

discente e sua autonomia de atuação”, além de ser

“possível verificar o cumprimento dos dispositivos

regimentais e estatutários, no que tange à sua atuação

efetiva, suas atribuições, critérios de indicação e

recondução de seus membros e periodicidade de

reuniões.” (retirado do “instrumento de avaliação de

cursos de graduação” do INEP) Na prática, porém, como

o MEC tem dificuldade em controlar os órgãos de

representação, o professor Marcos lembra que “diversas

universidades privadas ruins criam esses órgão pró-

forma; esses órgãos só existem pro MEC ver, porque não

funcionam.” E, na EESP, a idéia é ter um órgão que

funcione, tanto que, segundo o diretor, “o objetivo básico

desse órgão é melhorar o ensino. O nosso objetivo é ter

uma boa escola, a melhor escola, e para isso são precisos

os melhores alunos e os melhores professores, mas isso

não basta, é só ver todos os problemas que estão

surgindo. É preciso que a direção da escola e os

professores se comuniquem com os alunos.”

Além disso, é também função do conselho ser um

instrumento para que as decisões da administração

tenham sua responsabilidade dividida com os alunos, em

uma tentativa de evitar movimentos de resposta às

imposições unilaterais por parte da direção, como

aconteceu em semestres passados. A diretoria busca,

assim, não somente legitimar a voz dos alunos, mas

legitimar suas próprias ações, por meio de debates

bilaterais.

E estes se tornam extremamente necessários,

porque é opinião da coordenação que “órgãos colegiados

são bons, desde que não haja peleguismo, desde que eles

não sejam utilizados pelo corpo docente, ou pela direção

da escola, para manipular os alunos. Há uma ilusão de

que órgãos colegiados de representação são

verdadeiramente democráticos. Isso é mentira.” Uma

das maiores preocupações da direção é que é necessário

permitir a participação efetiva do corpo discente, e “o

aluno forma bloco político, ou é do contra, ou faz aliança e

não é bem uma representação, ou os alunos se elegem,

mas nunca aparecem. Depois, quando você tem o

conselho, você normalmente tem duas coisas, ou o aluno

que fica quieto, ou o aluno que participa, mas o professor

sempre leva vantagem na discussão, e, por isso, o sistema

meritocrático, as pessoas que têm mérito certamente vão

conseguir reivindicar melhor as coisas.”

O Conselho de Representação Discente é um

instrumento através do qual diversos alunos de

graduação em Economia esperam ter suas reivindicações

acadêmicas reconhecidas e atendidas mais prontamente

e de forma mais responsável. É um passo no sentido de

trazer mais legitimidade na relação entre discentes,

docentes e gestores. “Independentemente de qual será o

poder efetivo dos alunos neste órgão que surge,

certamente significa um passo no sentido de ouvir-nos

mais. Os alunos conseguirão influenciar as decisões

quanto mais coesos forem e mais fundamentadas,

academicamente, forem suas reivindicações.”

(Alessandro)

políticaInterna

Gazeta Vargas24

Page 25: Edição 74

matériaReflexiva

Em uma segunda-feira de manhã, atravessei o túnel

da nove de Julho ao lado de um ônibus. Vi uma mulher

encolhida do lado de dentro da porta, como se o ônibus

estivesse lotado. Não estava. Pelas janelas, pude ver lugares

vagos. Mas ela, a desconhecida, olhando meio para cima e

tremendo um pouco, permanecia ali. Ali sozinha na porta,

como se não pudesse esperar nem mais um segundo para

sair dali. Como se não se conformasse com o fato de que

precisava ir para algum

lugar.

Tentei imaginar

porque aquela mulher

pegaria um ônibus que

não queria. Tinha um

c o m p r o m i s s o ?

T r a b a l h o ? O u t r a

o b r i g a ç ã o ?

Provavelmente era por

necessidade. Alguma

razão suficientemente

f o r t e p a r a o s e u

r e s i g n a d o a u t o -

sacrifício. E, na sua

resignação, por de trás

das barras de ferro e do vidro da porta do ônibus, ela

observava triste o passar da escuridão do túnel.

Naquele momento, quis ter o poder de fazê-la descer

no próximo ponto. Quis poder fazê-la tomar aquela chuva

insossa, que caia do céu cinzento daquela segunda-feira.

Quis poder fazer secar as lágrimas não choradas ainda

presas em seus olhos. Olhos que não pude, da distância do

meu carro, distinguir a cor. Aqueles olhos desconhecidos me

lembraram de um pesadelo que tenho às vezes. Um pesadelo

que, normalmente, esforço-me para esquecer.

É um pesadelo daqueles que fazem você acordar

ofegante, daqueles que deixam você suspirando de alívio

quando, finalmente, abre os olhos. Alívio porque eles

acabam. Alívio porque eles são apenas pesadelos. Nunca me

lembro dos detalhes, mas nem preciso. Lembro-me da

angústia diante da impossibilidade de me mover, diante do

saber que não estou dormindo. Eu sei; e esta era a pior parte:

o estar consciente. Sim, porque tenho consciência de que é

apenas um pesadelo. O meu desespero é não saber como me

fazer acordar. Quando finalmente consigo abrir os olhos, nos

instantes que fazem a ponte entre o dormir e o despertar,

vem então uma sensação de falta de ar. Um afogar

agonizante capaz de quebrar o encanto sombrio que me

prende em meu sono. Capaz de terminar com a torturante

sensação de impotência.

Essa perturbadora consciência da minha falta de

poder, da minha incapacidade e, até mesmo, da minha falta

de competência para concertar o mundo, brinca com a minha

mente enquanto durmo. Porque eu quero, quero muito.

Quero muito poder. E, às vezes, o poder fica quase ao alcance

dos meus dedos. Eu me estico, levanto os braços, sinto o

poder. E, na minha angústia por alcançar, me esqueço

porque não posso querer poder. Esqueço-me, às vezes, até

mesmo porque quero poder. Eu só quero. Mais que quero,

preciso. Eu preciso ser

capaz. Eu preciso provar

para mim mesma que sou

capaz. Então, me perco.

Perco-me em um

silêncio que só é silencioso

para os outros. Os outros

que ficam longe, porque

tudo o que posso ouvir são

m e u s p r ó p r i o s

pensamentos tumultuados,

b a r u l h e n t o s ,

ensurdecedores. Eu penso

demais. E, talvez, seja esse

meu pensar exagerado que

me faz ter essa necessidade

absurda de fazer tudo ficar bem. Que me fez querer parar

aquele ônibus. Que me fez querer fazer aquela desconhecida

abandonar o seu rumo certo por um pouco de dúvida, um

pouco de incerteza. Não foi seu sacrifício que me

incomodou, mas sua resignação.

A sua resignação diante de algo que ela tem como

verdade. O fato de ela ter se resignado e, ao mesmo tempo,

marcado o seu descontentamento ficando à margem, isolada

na porta. Como se o seu ficar em pé, enquanto ainda havia

tantos lugares vazios, fosse suficiente. Como se essa sutil

marcação de posição pudesse vir algum dia a ser suficiente.

E, talvez, tenha sido a possibilidade de ela acreditar que

pudesse ser suficiente, o que mais me incomodou na cena

toda. A sua certeza muda de que era preciso pegar aquela

linha, naquele horário, naquela manhã de segunda-feira. A

sua certeza de que era preciso e ponto. Porque aquela

mulher, aquela estranha, se não tinha mais nada, tinha pelo

menos aquela certeza. E aquela certeza é uma certeza a mais

do que eu tenho.

De PassagemRoberta Guerra Abdalla

Edição 74* 15 de maio de 2008 25

Page 26: Edição 74

DVD

D e n o v o a

sugestão aqui é arriscar

f o r a d a m e s m i c e .

Desvie das prateleiras

de Lançamentos e

m e r g u l h e n a

genialidade de dois

mestres da sétima arte

(na minha modesta

opinião) com os dois

títulos abaixo.

Amores Brutos ( tradução do original “Amores

Perros” ano 2000)

Livros

O Retrato de Dorian Gray (Oscar Wilde, 1890

Para explorar um pouco o

mundo literário fora da lista dos

mais vendidos da Veja (que tem

seu mérito, porém uma fuga da

massificação sempre é válida)

que tal dar chance a um clássico

que causou polêmica no século

XIX? A obra-prima de Oscar

Wilde “O Retrato de Dorian

Gray'' é a síntese

perfeita da reflexão sobre temas como juventude e

moral. Como seria se pudéssemos nos conservar

sempre jovens enquanto um retrato a óleo refletisse o

peso dos anos vividos? Descubra no texto

perigosamente inteligente e deliciosamente ousado de

um dos autores mais inovadores da História.

colunaCulturalMaria Júlia Iudice

Virada Cultural: 24 horas de pura arte

É realmente impressionante o contraste entre a Virada deste ano e a do ano passado. A iniciativa da

Prefeitura de São Paulo alcançou níveis de qualidade e organização bem melhores e a resposta do

público acompanhou. O evento superou todas as expectativas atraindo mais de 4 milhões de

participantes entre paulistanos e visitantes de diversos estados. Quem foi confirma, havia ofertas para

todas as tribos. Roda de capoeira 24 horas, excertos de poemas de Mário de Andrade, pistas de música

eletrônica, mostra internacional de cinema, tudo apresentado em locações e horários inusitados que

contribuíam ainda mais para a experiência. E o mais interessante era compartilhar o momento com

pessoas de todas idades e estilos. Sem contratempos maiores do que pequenas agitações e atrasos, essa

edição da Virada foi considerada um sucesso. Agora que foi conquistada a atenção e aprovação da

população, resta esperar que a Secretaria Municipal de Cultura reprise o êxito, ao mesmo tempo

promovendo algumas melhorias necessárias. Afinal, em qual outro cenário teríamos a chance de assistir

“O Êxtase do Vampiro” às 8 da manhã, sentando entre um homem vestido de cowboy e um velhinho

gótico (ocorrido pessoal da colunista)?

Gazeta Vargas recomenda

Alejandro González Iñárritu

conecta três histórias nas quais as

personagens são forçadas a lidar com o

lado violento do amor. O centro da trama é

um acidente de carro que envolve o trio de

protagonistas. Os efeitos gerados pela

tragédia destacam com sensibilidade o

lado perturbador da humanidade.

Gazeta Vargas26

Page 27: Edição 74

Um Beijo Roubado (tradução do original “My Blueberry Nights”, 2007)

A jornada de uma mulher em busca do significado do amor é pontuada por encontros

com personagens inusitados. Para os românticos ligeiramente excêntricos.

colunaCultural

DVD

Laranja Mecânica (tradução do original “A Clockwork Orange”, 1972)

Provavelmente o único caso no qual o filme supera o livro. Tudo graças

ao incomparável talento de Stanley Kubrick ao pintar o universo

descrito por Anthony Burgess de maneira

extraordinária, para dizer o mínimo. A delinqüência do protagonista

Alex, a sociedade futurista em ruínas na qual ele vive, o tratamento corretivo ao qual ele é

submetido são elementos que instigam críticas a temas como psicologia comportamental,

revolta social e a essência do Bem. E com uma trilha sonora recheada de Beethoven para

completar!

Cinema

Os grandes estúdios investem pouco

nesta época pós-Oscar/pré-férias e quase

nenhum filme hollywoodiano de bom

conteúdo aparece. Portanto, abandone a

programação do Cinemark e visite o circuito

alternativo com, por exemplo, as duas

sugestões abaixo:

A Família Savage (tradução do original “The Savages, 2007)

A doença do patriarca tranforma a dinâmica de uma família

e faz com que todos reconsiderem suas prioridades. Para os

fãs do gênero dramático.

Edição 74* 15 de maio de 2008 27

Page 28: Edição 74

colunaHumorEquipe Gazeta Vargas

AFUNDAÇÃO GETULIO

VARGAS

Após longa pesquisa, finalmente

publicamos um dos mais importantes estudos

sobre Administração já realizados nesta

Fundação: Como comprar o convite da

Gioconda apenas com dinheiro perdido em

um semestre (se você evitar perder, é lógico):

1 convite = -R$70,00

Cerveja apostada no pebolim = +R$10,00

Bêbado rico no Quintal = +R$20,00

Troco em bala no Getulinho = +R$25,00

Dinheiro comido pela máquina de café no 7°

andar = +R$10,00

3ª via da carteirinha da GV = R$7,00

Total = R$72,00

E Ainda sobram R$2,00 pra você tirar xérox

daquele texto de sociologia em algum xérox

que não seja proibido.

E eu ouvi aí pelos corredores que alguns

alunos da FGV estão contratando estudantes

da UnB para ocuparem a presidência da

Fundação lá no Rio. Eu concordo. Se você quer

uma coisa bem feita, chame especialistas.

Semana que vem começa o primeiro

campeonato Gazeta Vargas de Tetris e Campo

Minado, será a inauguração da Lan-house que

abriremos com os computadores mais bem

conservados da Gazeta. No próximo Semestre

estamos pensando em melhorar as máquinas

para acrescentar o Pimball 3D ao campeonato.

Inscrições no aquário da Gazeta.

E a Atlética demonstrou todo seu senso

de direção (e de humor) ao traçar as rotas no

mapa das Economíadas. Quem tentou seguir o

mapa para ir pra cervejada de recepção foi

tomar cerveja lá no pedágio.

Além do campeonato de tênis de mesa

que não acabou por causa da chuva, foram

incluídas esse ano novas modalidades nas

economíadas:

a) Pesca no gelo

b) Hóquei

c) Corrida de trenó com cães

d) Snowboard

e) Guerra de bolas de neve

A ESPM levou todas, porque mais frias

que as espmianas impossível. Inscreva-se já na

Atlética, geveniana, temos grandes chances

ano que vem.

FRASES D'EFEITO

E no fim de uma aula de estatística:

"Professora, pode repetir?"

"Claro, a partir de que ponto?"

"Do bom dia!»

"O pecuarista cria milho, e o fazendeiro planta

vacas." (by mestre jedi professor de micro)

"Não sei se vocês vão estudar Adm, mas

t o m a r a q u e n ã o . " ( i d e m )

Gazeta Vargas28

Page 29: Edição 74

"O RH não faz nada." (moça da palestra de RH,

falando verdades)

"Todos podem ajudar. O pessoal de Adm

fazendo planos de negócios, o de direito

ajudando na parte jurídica, o de economia

fazendo o que quer que eles façam." (aluna

que faz parte do conexão social, na palestra

dessa entidade)

“Nós soltamos bolas de lava! De lava! Pela

boca!” (Aluna de Economia que faz parte da

Gazeta, mostrando sua indignação)

"O profissional formado em economia deverá

ter amplo domínio dos conceitos e

instrumentos analíticos de economia, ter

formação quantitativa tanto quanto de um

engenheiro tem que saber "fazer contas", ter

uma formação humanística e ética para

entender o contexto global e saber se

relacionar com as pessoas." (retirado do site da

GV economia)

“... exato! bolas de lava.” (Da mesma aluna

de Economia, já se acostumando com a idéia)

E Nas Economíadas mais frias

de todos os tempos:

"Loka, loka, loka, loka, loka, raposa loka"

(Ibmec, única faculdade que acha que é

menininha)

«eu tenho o chantilly/ eu trago o açúcar»

(PUC, demonstrando boa vontade com os

futuros chefes gevenianos, que pediam um

cafezinho)

"passei no Ibmec, não tinha laptop, fui pra

Fecap, e foda-se a GV" (Fecap...que até eles

tenham passado no Ibmec a gente entende...

difícil é entender que diabos a GV tem com

isso)

"Só os burros paga" (FEA... e eu que sempre

achei que USP era de graça)

"MPSE" (ESPM, soletrando direitinho com as

camisetas de letrinhas)

“Na USP só tem burro” (mackenzistas se

dirigindo a gevenianos, achem os 7 erros desta

frase)

E só pro DA ficar de buena e

parar de falar que a gente só zoa

eles, alguns avisos da Atlética:

A Atlética pediu para avisar que eles

vão sim reembolsar o pessoal do hotel do

centro que não conseguiu ir na balada da liga

porque o ônibus CIRCULAR (procurem no

dicionário) esqueceu de passar...

E o pessoal que não se divertiu na outra

balada da liga porque a festa do nada se

tornou closed bar...

E, claro, todo mundo que teve que

voltar a pé da Giabólica, porque o ônibus saiu

cedo de mais...

colunaHumor

Edição 74* 15 de maio de 2008 29

Page 30: Edição 74

Nossa coluna, em plena estréia, está meio “atrasadinha”... Digo isso, porque, como esta edição da Gazeta é dedicada à Semana das Entidades e, no mês passado, tínhamos tido excelentes eventos ainda não comentados, não quis ficar repetindo tudo que já está em detalhes nesta edição. Nesta coluna, os eventos de março e abril, além das chamadas para os eventos que estão por vir.

Semana do empreendedorismo (31/03 a 04/04):

Antes de começar, a Semana do Empreendedorismo apresentou alguns contratempos na organização, com mudança de calendário, de palestrantes. O que veio durante a semana, no entanto, mostrou-se ser um evento muito d i v e r s i f i c a d o , c o n t a n d o c o m empreendedores de variados ramos (moda, cosméticos, banco, indústria). Destaque para a apresentação do grupo Meninos do Morumbi, que abriu o evento no dia 31 de março.

Café & Negócios: Desmistificando o IPO

O evento ocorreu no dia 10 de março, n u m a s e g u n d o n a à n o i t e , n a FECOMERCIO, mas estava lotado! Muitas pessoas compareceram às três palestras da noite, mediadas pelo professor William Eid Jr, e que contavam com um coffee-break de primeira (com direito a Chocolat du Jour e quitutes da Benjamim Abrahão). G u l o s e i m a s à p a r t e , t i v e m o s a p r e s e n t a ç õ e s d o s s e g u i n t e s

palestrantes: Alexandre Saigh, sócio do Pátria Investimentos; Roberto Lee, co-fundador da Win Homebroker; e Domenica Noronha, vice-presidente do Morgan Stanley.

Como não poderia deixar de “puxar” pro lado das mulheres, o destaque vai para Domenica, jovem e bem sucedida, com algumas transações de peso na bagagem, e que acrescentou bastante ao público durante sua palestra, assim como o fez Alexandre Saigh.

Parabéns à EJ pela organização do ótimo evento!

E aqui vão algumas fotos do evento da EJ e da inauguração da nova sede da ITCP. A Recepção foi de dar inveja em muita entidade por aí. Fica aqui a homenagem da Gazeta à Incubadora pelas conquistas.

Coming up next...

Tonico Ferreira, jornalista, debatendo as eleições deste ano

Feira Top de Marketing

Batalha final: Análise técnica vs Análise fundamentalista

Aguardem!!!

colunaEventosAnna Elisa Daher

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