edição nº 74

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ESTA É A PRIMEIRA uni- dade inaugurada na Baixada Fluminense. Os pagamen- tos podem ser feitos com o dinheiro chamado Saracura. Os bancos comunitários se di- ferenciam das insti- tuições financeiras tradi- cionais por não visarem ao lucro nas operações, embo- ra tenham estrutura e práti- cas semelhantes. PÁGINA 6 www.jornalcapital.jor.br | ANO 3 - N° 74 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | DE 20 A 26 DE SETEMBRO DE 2011 | NAS BANCAS - RS 1,00 Indicadores* Câmbio* MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) (*) FECHAMENTO: 19 DE SETEMBRO DE 2011 Reajuste de imposto sobre carros importados pode parar na OMC Saracuruna ganha Banco Comunitário ‘Tenho cheiro de Caxias’ Presidente da Câmara de Caxias desmente ação da PF em centros sociais PÁGINA 6 A EMPRESA austríaca RHI AG, líder global de refra- tários para os setores de siderurgia, cimento, metais não ferrosos e vidro, lançou a pedra fundamental para a cons- trução da sua fábrica na região. PÁGINA 5 O REAJUSTE de 30 pon- tos percentuais no Imposto de Produtos Industrializa- dos sobre carros importa- dos, anunciado pelo go- verno, abre brechas para contestações na Organiza- ção Mundial do Comércio, dizem os especialistas. Eles, no entanto, ressaltam que vários países adotam medidas semelhantes e ponderam que o questio- namento depende mais de vontade política dos go- vernos do que das empre- sas. Para esses especialis- tas, a elevação do imposto é um sintoma da guerra co- mercial que tomou conta do mundo depois do agra- vamento da crise econômi- ca global. PÁGINA 3 Banco de Imagens Banco de Imagens Banco de Imagens PMDC / Everton Barsan Pais Incêndio em navio mata funcionário da Transpetro Atualidade Baixada oferece 4,5 mil vagas profisssionalizantes Internacional Japoneses protestam contra uso de energia nuclear www.jornalcapital.jor.br Políticas antidrogas no mundo ainda são ineficazes Governo mantém PIB em 4,5% PÁGINA 8 PÁGINA 7 Mercado de plantas ornamentais emprega 194 mil trabalhadores Renda Melhor vai beneficiar 25 mil famílias Baixada Fluminense vai ter fábrica de refratários Produtos piratas conquistam a classe alta O MERCADO brasi- leiro de flores e plan- tas ornamentais deve fechar o ano com mo- vimentação financeira O PROJETO de proteção social vai atender quem ganha menos de R$ 100 por mês de renda per capi- ta. Ele foi lançado em Duque de Caxias durante en- contro na prefeitura, cuja iniciativa foi da deputada Claise Maria (PSDB). PÁGINA 5 EM ENTREVISTA ao Ca- pital, o deputado estadual mais votado do Estado e do País, Wagner Montes, nascido e criado em Du- que de Caxias, disse que está estudando convite de outros partidos, entre eles o PRB e o PSD, e que a decisão sobre sua per- manência ou não no PDT será decidida até o dia 6 de outubro. PÁGINA 4 em torno de R$ 4,4 bi- lhões. O segmento re- gistrou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos. PÁGINA 8 Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,775 1,776 2,57 Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00 Dólar Turismo 1,660 1,800 0,56 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,445 5,446 0,84 Dólar Austrália 1,021 1,021 1,44 Dólar Canadá 0,990 0,990 1,32 Euro 1,367 1,368 0,88 Franco Suíça 0,881 0,882 0,71 Iene Japão 76,570 76,600 0,29 Libra Esterlina Inglaterra 1,569 1,569 0,58 Peso Chile 480,850 481,250 0,00 Peso Colômbia 1.837,300 1.839,300 0,93 Peso Livre Argentina 4,200 4,240 0,00 Peso MÉXICO 13,138 13,153 0,79 Peso Uruguai 19,200 19,400 0,00 Índice Valor Variação % Ibovespa 57.102,78 0,19 IBX 19.212,63 0,18 Dow Jones 11.401,01 0,94 Nasdaq 2.612,83 0,36 Merval 2.716,78 1,22 Poupança 20/09 0,607 Poupança p/ 1 Mês 19/09 0,581 TR 19/09 0,080 Juros Selic meta ao ano 12,00 Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88 CAPITAL 074 20a26set2011.indd 1 19/9/2011 21:07:37

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Jornal Capital - Edição nº 74

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Page 1: Edição Nº 74

ESTA É A PRIMEIRA uni-dade inaugurada na Baixada Fluminense. Os pagamen-tos podem ser feitos com o dinheiro chamado Saracura. Os bancos comunitários se di-ferenciam das insti-tuições financeiras tradi-cionais por não visarem ao lucro nas operações, embo-ra tenham estrutura e práti-cas semelhantes. PÁGINA 6

www.jornalcapital.jor.br | ano 3 - n° 74 | Capital EMpRESa JoRnalÍStiCa ltDa | DE 20 a 26 DE SEtEMBRo DE 2011 | NAS BANCAS - rS 1,00

Indi

cado

res*

Câmbio*

MO

ED

AS

CO

TAD

AS

EM

DO

LA

R (U

SA)

(*) Fechamento: 19 de SetemBRo de 2011

Reajuste de imposto sobre carrosimportados pode parar na OMC

Saracuruna ganha Banco Comunitário‘Tenho cheiro de Caxias’

Presidente da Câmara de Caxias desmente ação da

PF em centros sociaisPÁGINA 6

A EMPRESA austríaca RHI AG, líder global de refra-tários para os setores de siderurgia, cimento, metais não ferrosos e vidro, lançou a pedra fundamental para a cons-trução da sua fábrica na região. PÁGINA 5

O REAJUSTE de 30 pon-tos percentuais no Imposto de Produtos Industrializa-dos sobre carros importa-dos, anunciado pelo go-verno, abre brechas para contestações na Organiza-ção Mundial do Comércio, dizem os especialistas. Eles, no entanto, ressaltam que vários países adotam medidas semelhantes e ponderam que o questio-namento depende mais de vontade política dos go-vernos do que das empre-sas. Para esses especialis-tas, a elevação do imposto é um sintoma da guerra co-mercial que tomou conta do mundo depois do agra-vamento da crise econômi-ca global. PÁGINA 3

Banco de Imagens

Banco de Imagens

Banco de Imagens

PMDC / Everton Barsan

Pais

Incêndio em navio mata funcionário da Transpetro

Atualidade

Baixada oferece 4,5 milvagas profisssionalizantes

Internacional

Japoneses protestam contra uso de energia nuclear

www.jornalcapital.jor.br

Políticas antidrogas no mundo ainda são ineficazes

Governo mantém PIB

em 4,5%PÁGINA 8

PÁGINA 7

Mercado de plantas ornamentais emprega 194 mil trabalhadores

Renda Melhor vai beneficiar 25 mil famílias

Baixada Fluminense vaiter fábrica de refratários

Produtos piratas conquistam a classe alta

O MERCADO brasi-leiro de flores e plan-tas ornamentais deve fechar o ano com mo-vimentação financeira

O PROJETO de proteção social vai atender quem ganha menos de R$ 100 por mês de renda per capi-ta. Ele foi lançado em Duque de Caxias durante en-contro na prefeitura, cuja iniciativa foi da deputada Claise Maria (PSDB). PÁGINA 5

EM ENTREVISTA ao Ca-pital, o deputado estadual mais votado do Estado e do País, Wagner Montes, nascido e criado em Du-que de Caxias, disse que está estudando convite de outros partidos, entre eles o PRB e o PSD, e que a decisão sobre sua per-manência ou não no PDT será decidida até o dia 6 de outubro. PÁGINA 4

em torno de R$ 4,4 bi-lhões. O segmento re-gistrou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos. PÁGINA 8

Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação %

Dolar Comercial 1,775 1,776 2,57

Dólar Paralelo 1,590 1,730 0,00

Dólar Turismo 1,660 1,800 0,56

(U$) (U$) %

Coroa Dinamarca 5,445 5,446 0,84

Dólar Austrália 1,021 1,021 1,44

Dólar Canadá 0,990 0,990 1,32

Euro 1,367 1,368 0,88

Franco Suíça 0,881 0,882 0,71

Iene Japão 76,570 76,600 0,29

Libra Esterlina Inglaterra 1,569 1,569 0,58

Peso Chile 480,850 481,250 0,00

Peso Colômbia 1.837,300 1.839,300 0,93

Peso Livre Argentina 4,200 4,240 0,00

Peso México 13,138 13,153 0,79

Peso Uruguai 19,200 19,400 0,00

Índice Valor Variação %

Ibovespa 57.102,78 0,19

IBX 19.212,63 0,18

Dow Jones 11.401,01 0,94

Nasdaq 2.612,83 0,36

Merval 2.716,78 1,22

Poupança 20/09 0,607

Poupança p/ 1 Mês 19/09 0,581

TR 19/09 0,080

Juros Selic meta ao ano 12,00

Salário Mínimo (Federal) R$ 545,00

Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

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Page 2: Edição Nº 74

2 CAPITAL 20 a 26 de Setembro de 2011

Capital Empresa Jornalística Ltda - CNPJ 11.244.751/0001-70Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy)

nº 1995, Sala 804 - Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002Duque de Caxias, Rio de Janeiro: Telefax: (21) 2671-6611

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Diretor Geral: Marcelo CunhaDiretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Colaboradores: Alberto Marques, Arthur Salomão, Dilma Rousseff, Geiza Rocha, Luiz Linhares, Moreira franco, Priscilla Ricarte,

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Na internet: www.jornalcapital.jor.br

aLBeRto maRQUeS

Ponto de Observação

moReiRa FRanco é ministro chefe da Secretaria de assuntos estratégicos da Presidência da República

Colunado Moreira

Imposto elimina do prato do pobre até o macarrãoNO INÍCIO do governo em uma prefeitura da Baixada, os Secretários de Fazenda e de Admi-nistração divergiam so-bre o índice de reajuste dos salários dos servido-res, o primeiro do novo governo. Enquanto o secretário de adminis-tração defendia um rea-juste de 14%, seu colega da fazenda, um auditor fiscal aposentado, de-fendia o índice menor. O Secretário de Fazen-da ganhou a “disputa” convencendo o prefeito que a economia com o reajuste de apenas 10% na folha de pagamento permitiria alguns quilô-metros a mais na pavi-mentação de ruas e ave-nidas, o que imprimiria ao seu governo um alo progressista e preocupa-do com o bem estar da população.

O feirão de impos-tos, realizado por algu-mas instituições priva-das no final de semana, demonstrou que, para o Governo, o contribuinte

deve continuar patrocinan-do a farra com o dinheiro público como os últimos escândalos vêm demons-trando. Qual a razão, do ponto de vista da justiça tributária, para o Governo cobrar 40% de imposto no macarrão, um produto po-pular e que deveria constar da cesta básica das famílias mais carentes? Pelo mesmo motivo, como o Governo do Rio explica a cobrança de 18% de ICMS sobre a energia elétrica consumida pela população?

A posição bovina dos brasileiros – que tudo acei-tam sem reclamar – está num truque legal: ao con-trário do Imposto de Renda, cobrado individualmente de cada um, a maioria dos impostos são cobrados na produção e embutidos nas mercadorias e serviços. Assim, por estarem camu-flados, ninguém reclama do imposto abusivo sobre o pãozinho, o cafezinho, o leite, o feijão, o arroz, o óleo de soja, o fubá, o to-mate e a batata.

Para Paulo Gontijo, pre-

sidente do Conselho de Jo-vens Empreendedores da Associação Comercial do Rio de Janeiro, que parti-cipou do feirão de impos-tos, o consumidor precisa saber o que paga ao go-verno para exigir melho-res serviços. “Muita gente não imagina o quanto paga em impostos camuflados. Se todo mundo souber o peso disso no orçamento, vai poder cobrar de forma mais eficaz a contrapresta-ção dos serviços, ou seja, exigir que as ruas sejam mais bem pavimentadas e iluminadas, que a polí-cia seja mais estruturada”, destacou. “Além disso, po-deremos refletir melhor na hora de votar, avaliando se os governantes estão nos devolvendo o volume de impostos que pagamos em serviços bem prestados”, acrescentou. “Além disso, poderemos refletir melhor na hora de votar, avaliando se os governantes estão nos devolvendo o volume de impostos que pagamos em serviços bem prestados”, acrescentou.

De acordo com Gon-tijo, entre os produtos com as maiores taxações estão os importados em geral, além de cigarros e álcool. Os impostos che-gam a representar 80% do preços dessas mer-cadorias. “Esses casos são até compreensíveis, até porque para cigarro e álcool tem a questão da saúde pública. Exis-tem outros exemplos, no entanto, que são no mínimo estranhos. Na água, que é um produto de necessidade básica, e nos biscoitos, que inte-gram a cesta básica, os impostos correspondem a 40% do valor de ven-da. O consumidor po-deria pagar bem menos por esses produtos se a carga tributária fosse menor”, disse.

Como teremos elei-ções em 2012, seria bom que o eleitor pensasse no seu bolso na hora de escolher em quem vai votar para tomar conta das finanças públicas do País.

Democracia digital e participativaAS INFORMAÇÕES sobre os fatos políticos, sociais e culturais de nossas cidades e do país estão agora dispo-níveis nos computadores, celulares e outros aparelhos a um simples toque e, praticamente, em tempo real. E, com a disseminação das mídias sociais, pode-se acom-panhar a repercussão dos acontecimentos mais impor-tantes não somente junto aos especialistas e persona-lidades, como também observar a opinião dos nossos amigos, vizinhos e colegas de trabalho.

A combinação de acesso facilitado a informação re-levante com interação imediata entre as pessoas gera um ambiente propício ao diálogo, ao debate de ideias, à mobilização em torno de boas causas. Esse recurso tecnológico pode mesmo mudar a realidade política de uma Nação. Cito o exemplo da chamada Primavera Árabe, mobilização popular que derrubou regimes di-tatoriais no Oriente Médio e que teria encontrando nas redes sociais da Internet o terreno fértil para organiza-ção dos manifestos pacíficos, mas também avassalado-res, em diferentes países.

Todos nós podemos interagir nesse ambiente. Nele, os mais experientes contribuem compartilhando e con-frontando grande parte de suas vivências com o entu-siasmo alegre ou com a revolta dos muitos jovens. No ambiente interativo das mídias sociais ganham todos e a soma dos fatores aqui é, certamente, maior do que as partes. Não só as pessoas, individualmente, são fa-vorecidas. As cidades brasileiras podem se beneficiar com esse processo de cooperação, de intercâmbio de experiências e de aprendizagem. Isso porque, a dis-cussão dos problemas e das potencialidades de cada comunidade poderá vir acompanhada de propostas de soluções audazes e inovadoras. E também daquelas respostas mais óbvias e mais simples que nem por isso são tão fáceis de serem percebidas.

Na implementação de suas políticas públicas, os go-vernos tentam considerar fatores econômicos e sociais locais. Pode-se ir além, é claro. Uma vez abertos às redes sociais, se beneficiam também de outros quesitos difíceis de ser encontrados no planejamento burocráti-co: os anseios, os sonhos e os valores que dão sentido à vida de cada um e de todos os brasileiros.

A CAIXA Econômica Fe-deral assina segunda-feira (19) os primeiros contra-tos do Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado - Crescer, pri-meiro dia útil após a pu-blicação da portaria que regulamenta o programa. Segundo a Caixa, o pro-grama atende a empreen-dedores com faturamento anual de, no máximo, R$ 120 mil. O financiamen-to, nas modalidades capi-tal de giro e investimento, pode chegar a R$ 15 mil, com taxas de juros de 8%

ao ano. A taxa de abertura de crédito (TAC) é 1%. O prazo médio para capital de giro varia de quatro a seis meses. Já no microcrédito para investimento, o prazo médio fica entre 12 e 24 meses.

De acordo com a Caixa, o programa tem como me-todologia o relacionamento direto com os empreende-dores nas suas localidades. Para fechar o contrato, a Caixa faz avaliações da atividade e da capacidade de endividamento de cada cliente e os empreendedo-

res são acompanhados e orientados por agentes de microcrédito. A Caixa in-formou ainda que mulheres que trabalham por conta própria, por exemplo, po-dem formar grupos e rece-ber a visita de um agente de microcrédito, que dará as orientações necessárias para viabilização de proje-tos.

A Caixa também esti-mulará a formalização dos trabalhadores autônomos, por meio do programa Empreendedor Individu-al. Com a formalização,

o pequeno empreendedor tem acesso aos benefícios previdenciários, com con-tribuição de 5% do salário mínimo, o que equivale a R$ 27,25 por mês. Atual-mente, a Caixa tem apro-ximadamente 500 mil em-preendedores individuais como clientes. O banco também espera oferecer microcrédito para benefi-ciários do Programa Bolsa Família, “que conta com 1,2 milhão de famílias com perfil empreendedor”, se-gundo avaliação do banco estatal.

Superávit já supera em 80,8% o do mesmo período do ano passadoO SUPERÁVIT comercial (exportações maiores do que importações), chegou a US$ 2,532 bilhões, até a terceira semana deste mês, com 11 dias úteis, informou o Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte-rior. A média por dia útil fi-cou em US$ 230,2 milhões. No período, as exportações chegaram a US$ 12,776 bi-lhões, com média por dia útil de US$ 1,161 bilhão. As im-portações ficaram em US$

10,244 bilhões, com média de US$ 931,3 milhões por dia útil. De janeiro até a ter-ceira semana de setembro, o superávit comercial soma US$ 22,492 bilhões, com média de US$ 125,7 milhões por dia útil. Na comparação com igual período de 2010 (superávit comercial de US$ 12,439 bilhões e média de US$ 69,5 milhões), com o mesmo número de dias úteis (179), o crescimento do sal-do comercial chega a 80,8%.

Contratações temporárias para o Natal devem aumentarPESQUISA divulgada pela Associação Brasileira das Empresas de Serviços Terceirizáveis e de Traba-lho Temporário (Assert-tem) indica que até o Na-tal devem ser criadas no país cerca de 147 mil va-gas temporárias. O núme-ro representa um aumento de 5% em comparação ao total de postos de trabalho abertos no mesmo período do ano passado (140 mil). Do total de contratações, 28% serão destinadas a jovens que estão ingres-sando no mercado de tra-balho. “O trabalho tem-porário tem se mostrado

uma oportunidade muito grande para os jovens em situação de primeiro em-prego. Praticamente, um terço das vagas é ocupa-da por jovens em situação de primeiro emprego”, disse à Agência Brasil a diretora de Comunicação da Asserttem, Jismália de Oliveira Alves. A expecta-tiva é que 29% dos traba-lhadores sejam efetivados, após o término do contra-to temporário.

O comércio deve con-tinuar concentrando a maior parte das contrata-ções temporárias (70%), enquanto as vagas deman-

dadas pela indústria re-presentam 30%. Na área industrial, os segmentos alimentício, de bebidas, eletroeletrônico, de vestu-ário e de embalagens apa-recem entre os principais contratantes. De acordo com a pesquisa, as mulhe-res deverão ocupar 35% das vagas na indústria, até dezembro. A remuneração média para os contratos temporários no setor de-verá ter aumento de 16%, atingindo entre R$ 920 e R$ 1,3 mil.

A expectativa é que o Sudeste mantenha a lide-rança, com 51,26% das

Programa de crédito para micro-empreendedor já está disponível

Banco de Imagens

vagas temporárias que serão criadas neste Natal, puxado por São Paulo, com 44.556 contratações.

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3CAPITAL20 a 26 de Setembro de 2011

Conversa com a Presidentaencaminhe perguntas para a Presidenta: [email protected] [email protected]

JEANE MELO, 37 anos, publicitária em Teresina (PI) - Que projetos existem para melhorar o tratamento e o controle do diabetes, que é considerado epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde?Presidenta Dilma – Para apoiar o tratamento, uma das nossas principais ações é o Saúde Não Tem Pre-ço, programa que oferece medicamentos de graça con-tra a doença. Os remédios, Jeane, são distribuídos por 20 mil farmácias credenciadas no programa Aqui Tem Farmácia Popular, pelas farmácias da rede própria do governo e também pelas Unidades Básicas de Saúde, que oferecem ainda diagnóstico precoce e acompanha-mento. O número de diabéticos beneficiados aumentou 180%, passando de 306 mil, em janeiro, para 860 mil, em agosto. Recentemente, nós lançamos um plano para reduzir as mortes por doenças crônicas não-transmissí-veis, como, além do diabetes, câncer, infarto, derrame e doenças respiratórias. Vamos trabalhar na vigilância, prevenção e tratamento dessas doenças, que crescem devido a tabagismo, sedentarismo, alimentação inade-quada, abuso do álcool e obesidade. Além de incentivar alimentação saudável, vamos implantar 4 mil polos do programa Academia da Saúde, até 2014, para a prática de atividades físicas, e começamos a estruturar um pro-grama de tratamento em casa. Estamos atentos, pois o diabetes causa mais de 57 mil mortes por ano. A doença atinge 6,3% dos adultos e, entre os brasileiros com mais de 65 anos, o índice chega a 20%.

JANSEN VIEIRA DE ABREU, 37 anos, comerciante em Cariacica (ES) - Sou comerciante e queria saber qual a vantagem que eu posso ter ao regularizar mi-nha situação.Presidenta Dilma – Há muitas facilidades e inúmeras vantagens para quem se formaliza. Uma das vantagens, Jansen, é a cobertura previdenciária, ou seja, a garan-tia, entre outras, de aposentadoria e renda em casos de acidente, doença, parto e falecimento. Ao regularizar sua situação, o empreendedor individual passa também a poder participar de licitações, firmar contratos, dar nota fiscal, receber apoio do SEBRAE e a ter também, entre outros benefícios, facilidades de acesso a finan-ciamentos. Outra boa notícia: lançamos recentemente, para os empreendedores individuais e os microempre-endedores, o programa Crescer, que vai ampliar de forma inédita o acesso a microcrédito produtivo. As taxas de juros são de apenas 8% ao ano, mais 1% de taxa de abertura de crédito. Quem fatura até R$ 36 mil por ano (projeto nosso, em tramitação no Congresso, eleva esse limite para R$ 60 mil), basta acessar o site www.portaldoempreendedor.gov.br, para regularizar a situação, sem nenhuma burocracia. Depois de forma-lizado, o empreendedor só precisa pagar um pequeno valor mensal, entre R$ 28,25 e R$ 32,25, que equivale a 8 impostos das áreas federal, estadual e municipal, e à contribuição previdenciária de 5% sobre o salário mínimo. Hoje, a formalização é rápida e barata e ga-rante aos empreendedores individuais toda a segurança e melhores condições de acesso ao crédito e de desen-volvimento dos seus negócios.

TÂNIA ALMEIDA GALLO, 29 anos, comerciante em Teresópolis (RJ) - Perdi praticamente tudo no meu estabelecimento nas chuvas do início do ano. O BN-DES pode conceder crédito para restabelecer meu negócio?Presidenta Dilma – O BNDES já fez cerca de 3 mil operações de crédito para apoiar as micro, pequenas e médias empresas dos municípios da região serrana do Rio. No total, Tânia, foram R$ 400 milhões, sendo R$ 62 milhões para 470 micro e pequenas empresas da sua cidade, Teresópolis. Este apoio ocorreu por meio do Programa Emergencial de Reconstrução do Estado do Rio de Janeiro, o BNDES PER RJ, que criamos em 20 de janeiro, logo após a tragédia. Como todos os recur-sos foram alocados até o final de maio e era necessá-rio continuar atendendo os atingidos, nós propusemos, por lei, um novo Programa Emergencial, desta vez para todo o Brasil. No último dia 15 de setembro, assinei o Decreto 7.566, regulamentando esta lei e brevemente começaremos a operar o BNDES PER Brasil, que aten-derá não só os micro e pequenos empresários, mas tam-bém os produtores rurais, e terá dotação de R$ 300 mi-lhões. Para receber os recursos, o empreendedor deve ser de município atingido por desastres naturais e que esteja, por decreto do governo estadual, em situação de emergência ou de calamidade pública. Na região serra-na, o BNDES continua refinanciando operações de cré-dito contratadas antes da tragédia, o que também ajuda os empreendedores na recuperação de suas atividades.

Direito EmpresarialaRthUR SaLomÃo*

Empresas da construção civil são beneficiadas por decisão do CNJ

(*)aRthUR SaLomÃo É eSPeciaLiSta em diReito emPReSaRiaL e RecUPeRaÇÃo JUdiciaL.

NO ATO do registro dos contratos de financia-mento imobiliário, os Cartórios de Registro de Imóveis calculam as cus-tas para tanto com base no número de unidades autônomas do empre-endimento, ainda que matrículas não estejam individualizadas, fato este que onera demasia-damente as empresas de construção civil.

Ocorre que, em con-trapartida, os empreen-dimentos realizados atra-vés do programa “Minha Casa, Minha Vida”, os cálculos das custas e

emolumentos devidos aos Cartórios de RGI são feitos como ato único de registro, ou seja, independente do número de unidades au-tônomas, reduzindo subs-tancialmente o valor que é pago para registro. Em razão desta diferença, as Construtoras que não uti-lizam o Programa do Go-verno “Minha Casa, Minha Vida” vinham questionan-do a ilegalidade da cobran-ça diferenciada, o que po-deria gerar enriquecimento ilícito dos Cartórios de Re-gistro de Imóveis.

Recentemente, o Sindi-cato da Indústria da Cons-

trução Civil do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio) apresentou ao CNJ o Re-querimento de Revisão do Aviso 421/09, emitido pelo TJ/RJ, o qual determinava que a cobrança de custas e emolumentos de registros como ato único fosse apli-cada apenas aos empreen-dimentos construídos com os benefícios do Progra-ma “Minha Casa, Minha Vida”.

Após análise, a ministra Eliana Calmom Alves pro-feriu o seu voto e decidiu por anular o Aviso 421/09 do TJ/RJ e recomendou que fosse encaminhado um

comunicado a todos os Tribunais de Justiça para que a cobrança de custas e emolumentos como ato único seja aplicada em todas as situações e não apenas àquelas constru-ções realizadas através do Programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Com esta decisão, as custas e emolumen-tos cobrados pelos Car-tórios de Registro de Imóveis serão reduzi-dos drasticamente, di-minuindo gastos e au-mentando o lucro das empresas de construção de civil.

Reajuste de imposto sobre carrosimportados pode parar na OMC

O REAJUSTE de 30 pon-tos percentuais no Imposto sobre Produtos Industria-lizados (IPI) sobre carros importados, anunciado na semana passada pelo go-verno, abre brechas para contestações na Organiza-ção Mundial do Comércio (OMC), dizem especialis-tas. Eles, no entanto, ressal-tam que vários países ado-tam medidas semelhantes e ponderam que o questio-namento depende mais de vontade política dos gover-nos do que das empresas. Para os especialistas, a ele-vação do imposto é um sin-toma da guerra comercial que tomou conta do mun-do depois do agravamento da crise econômica global. Com o mercado interno en-fraquecido, diversos países estão despejando mercado-rias nas economias emer-gentes, que ampliam as restrições comerciais para se defender e proteger as indústrias locais.

A pesquisadora do Cen-tro de Comércio Exterior

do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV) Lia Valls Pereira destaca que a elevação do IPI para os carros de fora do Merco-sul contraria um dos prin-cípios da OMC ao criar discriminação de produ-tos importados. “Um dos pilares da OMC consiste na isonomia de tratamen-to entre o produto nacio-nal e o estrangeiro”, diz. À exceção do Imposto de Importação, ressalta Lia, a tributação não pode dife-renciar produtos pela ori-

gem. O advogado Rabih Ali Nasser, especializado em comércio internacio-nal e também professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), ressalta outro pro-blema: a exigência de 65% de componentes nacionais nos veículos como requi-sito para fugir do aumento de imposto. “O estabele-cimento de conteúdo local pode ferir a isonomia de tratamento”, adverte.

Apesar de considerar que a diferenciação tributá-ria fere regras da OMC, Lia Valls Pereira ressalta que a

contestação no organismo internacional não é auto-mática. “A OMC não tem função de polícia. Ela só atua se outro país se sentir prejudicado e questionar”, explica. “Vários países adotam medidas parecidas para proteger a indústria automotiva e podem não querer questionar para não se tornarem vítimas poste-riormente.”

Para o advogado Rabih Ali Nasser, uma eventual contestação do Brasil na OMC depende mais de decisão política do que econômica. “Os países só vão recorrer se considera-rem que vale a pena, até porque a medida é tem-porária”, declara. O rea-juste de IPI vigora até 31 de dezembro de 2012. Ele, no entanto, acredita que o governo brasileiro se arris-cou: “A equipe econômica fez uma análise de custos e benefícios e, pelo visto, considerou que o desen-volvimento industrial jus-tifica os riscos”.

Banco de Imagens

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GeiZa Rocha é jornalista e secretária-geraldo Fórum Permanente de desenvolvimentoestratégico do estado do Rio de Janeiro ornalista Roberto marinho. www querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

Fórum Permanente de DesenvolvimentoEstratégico do EstadoJornalista Roberto Marinho

Legado socialOS MEGAEVENTOS esportivos que sediaremos daqui até 2016 já transformaram a cidade do Rio de Janeiro em um verdadeiro canteiro de obras. Mas para além das mu-danças na infraestrutura, que impactarão os municípios do entorno, precisamos nos preocupar com o legado so-cial. Isto significa a formação de uma geração de atletas e de jovens que encontram no esporte uma saída para as-cender socialmente. E, como garantir que estes eventos possam alavancar esta transformação? Investindo.

Não é apenas o Governo do Estado o responsável por este legado. Apesar de as leis estaduais de incentivo ao esporte e de incentivo à cultura serem praticamente da mesma época, no esporte este mecanismo ainda é subuti-lizado. Investe-se pouco.

É preciso mergulhar nesta questão, estimular as ini-ciativas que promovam competições não apenas inter-nacionais, que já vem se tornando comuns, mas disputas nas ruas, como as corridas – cada vez mais comuns -, e eventos intermunicipais, como as Olimpíadas da Baixa-da – que mobilizam escolas e aparelhos esportivos pú-blicos das cidades –, ou, ainda, nos esportes de aventura, que se utilizam da natureza espetacular que temos.

Um dos motivos pelos quais o Comitê Olímpico Inter-nacional escolheu o hemisfério sul e, mais especificamen-te, o Brasil para sediar os Jogos Olímpicos foi a necessi-dade de chegar aos jovens, imprimir o espírito olímpico em seus corações e estimular a participação deles na audi-ência dos eventos. Alegria temos de sobra para fazer estes eventos inesquecíveis. Agora temos que mostrar que esta energia que nos move pode ser transformadora das reali-dades que possuímos em nosso território.

O Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégi-co vem ouvindo especialistas do setor para traçar ações e estratégias. Um trabalho da Universidade do Estado do Rio de Janeiro em parceria com a Suderj está levantan-do dados quantitativos e qualitativos sobre a gestão do esporte nas nossas cidades. Temos certeza de que este esforço pode contribuir para trazer luzes à questão e fa-zer com que possamos nos orgulhar destes eventos não pelas medalhas, mas pelas vidas que eles transformarão.

Após dez anos, WagnerMontes pode deixar o PDT

O PDT poderá perder o deputado estadual mais votado do país em 2010, com 528.628 votos. Wag-ner Montes, em entrevista exclusiva ao Capital, disse que está estudando convi-te de outros partidos, en-tre eles o PRB do senador Marcelo Crivella e o PSD de Índio da Costa e do de-putado estadual Dica, e que a decisão sobre sua perma-nência ou não no PDT será decidida até o dia 6 de ou-tubro. “Estou pensando e já disse ao Lupi que se eu for sair, ele será o primeiro a saber. O prazo é até 6 de outubro e acho que decido até o dia 30”, disse Montes, depois de um dia de muito trabalho - apresentação do programa “Balanço Geral”, na Rede Record, e reuniões durante a tarde.

- Não estou fazendo charminho, eu realmente ainda não sei se fico. O PDT tem uma militância

maravilhosa, aguerrida, que tem o maior carinho por mim, uma coisa muito emocionante. A bancada também tem carinho co-migo. Eu gosto muito do PDT, mas acho que deve-ria receber uma valoriza-ção maior. Fui um deputa-do que em 2006 ajudou a aumentar a bancada e que agora ajudou demais o par-tido a dobrar a quantida-de de deputados na Alerj. Já falei isso com o Lupi, não estou falando por traz - disse Montes. “Não es-tou dizendo que sou a úl-tima bolacha do pacote, a última gota de água no deserto”, nada disso, em hipótese alguma, faz par-te da minha luta ajudar meu partido, lutar por ele Não me sinto desconfor-tável nem insatisfeito, eu me sinto largado no PDT. Acho que como todo filho que estuda bastante, que tira boas notas, que pas-

sa de ano sem precisar da última nota, gostaria de receber uma afago, um ca-rinho maior por parte do PDT. Nessas mudanças dos diretórios em alguns municípios eu deveria ser ouvido, como no caso de Duque de Caxias, eu de-veria ser consultado. É a minha cidade e eu nem se-quer fui consultado quanto ao diretório lá”, desaba-fou. “O Lupi merece todo

carinho e todo respeito, mas acho que com sua ida para Brasília, o partido, sem o seu comando ficou distante dessas questões humanas, dos seus deputa-dos. Eu falo por mim, eu sinto falta do alô dele, do telefonema dele, do abra-ço dele, de vê-lo constan-temente. O Brasil ganhou um grande ministro, mas nós perdemos um grande presidente”, desabafou.

“Eu tenho a cara de Caxias e a cidade também tem a minha cara”O CAPITAL quis saber do deputado caso fosse convidado pelo PDT a concorrer à prefeitura de Duque de Caxias, o que responderia. “Eu diria que o convite me gratifica muito mas veio tarde demais, até porque não tenho do-micílio lá, então não haveria tempo hábil. Se lá atrás tivessem me

consultado, aí a resposta seria outra, automatica-mente eu iria para Duque de Caxias para perguntar à população se me queria ou não candidato”, dis-se o deputado. “Mas sou de Caxias, um dia, quem sabe. Nasci na Taquara, minha infância foi lá. Eu me emociono muito quan-do lembro de lá, tive uma infância muito pobre,

muito difícil, mas nun-ca me faltou o prato de comida, educação, meus pais sempre procuraram me dar o melhor, meu avô me ajudou bastante com a minha avó. Fui vice-presidente da Grande Rio. Eu estava começando a minha carreira no progra-ma do Silvio Santos, e eu dizia: sou de Caxias e Ca-xias é terra de gente boa,

defendi muito Caxias, então toda vez que eu paro para falar de Ca-xias eu me emociono. Eu tenho a cara de Ca-xias e a cidade também tem a minha cara, eu tenho o cheiro de Ca-xias, eu sempre estarei a disposição de Duque de Caxias e quando o povo de Caxias me qui-ser eu estarei lá”.

Marcelo Cunha

“Quando o povo de Caxias me quisereu estarei lá”

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Programa Renda Melhor será implantado em Duque de CaxiasO PROGRAMA Renda Melhor beneficiará 25 mil famílias em Duque de Ca-xias, a partir do próximo ano. O projeto de proteção social vai atender quem ga-nha menos de R$ 100 por mês de renda per capita e foi apresentado dia 15, pelo secretário Estadual de Assistência Social e Direi-tos Humanos, Rodrigo Ne-ves, ao vice-prefeito Jorge Amorelli e vários secretá-rios municipais, na sede da Prefeitura. O auxílio varia de R$ 30 a R$ 300, de acor-do com a renda e as carac-terísticas de cada família. A iniciativa do encontro foi da deputada estadual Clai-se Maria (PSDB). A pre-visão é de que o convênio seja assinado pelo gover-nador Sergio Cabral e pelo prefeito José Camilo Zito em dezembro e tenha iní-cio já em 2012. Segundo o Governo do Estado, atra-vés do Projeto Renda Me-lhor serão investidos cerca de R$ 30 milhões por ano em Duque de Caxias.

Jorge Amorelli agrade-ceu a vinda do secretário Rodrigo Neves e de sua equipe, disse que o Esta-do tem sido um parceiro

importante da Prefeitura. “É uma ação importan-tíssima de valorização do ser humano, que combi-na uma soma de esforços para ajudar aos que mais precisam”, disse Amorelli, falando em nome do pre-feito Zito. Serão benefi-ciadas famílias em vulne-rabilidade social usuárias do Cadastro Único do Go-verno Federal e do Pro-grama Bolsa Família. A transferência de renda será feita por meio de um car-tão magnético e os recur-sos depositados em conta

bancária. Os jovens de 15 a 17 anos, terão atenção especial do programa. Os que concluírem o ensino médio vão ganhar uma bolsa poupança de cerca R$ 4 mil. Será feito, tam-bém, um mapa de oportu-nidades na cidade, volta-do para a capacitação dos moradores e a busca ativa de família para ingresso no programa, que passarão por acompanhamento.

Rodrigo Neves falou da importância do proje-to, que amplia a cober-tura básica ao cidadão e

segundo ele, pode mudar vidas. Para a deputada Claise Maria, o programa fará a inclusão social de uma parcela importante da sociedade. “O programa vai olhar para quem mais precisa, oferecendo renda, qualificação profissional, além de valorizar a vida”. Segundo a deputada, estu-dos técnicos serão realiza-dos para saber as áreas de atuação do Renda Melhor, mas os bairros do Jardim Gramacho, Vila Ideal, Vila Nova e Fraternidade po-dem ser beneficiados.

PRiSciLLa RicaRte, jornalista,é correspondente do capitalem Brasília

Bastidoresde Brasília

Câmara pode votar Emenda 29 esta semana

A CÂMARA dos Deputados discute esta semana a regulamentação da Emenda 29 (PLP 306/08), que trata dos recursos mínimos a serem aplicados na saúde. De acordo com a assessoria da Casa, os parlamentares se reunirão em Comissão Geral para debater o tema na terça (20) e votarão a matéria na quarta (21). Ainda segundo informações dadas à imprensa, há acordo entre os líderes para votação.

O projeto trata dos valores mínimos a serem aplicados anualmente pela União, por estados e por municípios em ações e serviços públicos de saúde e dos critérios de rateio das transferências para a saúde. O texto base da proposta foi aprovado pelo Plenário em 2008 e prevê a criação da Contribuição Social da Saúde (CSS), imposto a ser cobrado nos moldes da extinta CPMF. Os deputados votarão nesta semana um destaque do DEM que pretende retirar do texto a base de cálculo da CSS e, assim, inviabilizar a cobrança do tributo.

Para o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), não há “clima político” para a criação de um novo imposto para financiar a saúde. Segundo ele, os recursos para a regulamentação da Emenda 29 deverão vir da readequação do Orçamento, de áreas como os royalties do petróleo. Antes de votar o PLP, os parlamentares terão que discutir os Projetos de Lei 1749/11, que cria uma empresa para a gestão dos hospitais universitários; 7376/10, que cria a Comissão da Verdade; e 6882/10, que dá anistia criminal para policiais e bombeiros. Além disso, a pauta do Plenário está trancada por três medidas provisórias.

Também na quarta-feira (21), os deputados elegerão o novo presidente do Tribunal de Contas da União. Concorrem ao cargo os deputados Ana Arraes (PSB-PE), Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Átila Lins (PMDB-AM), Damião Feliciano (PDT-PB), Milton Monti (PR-SP), Sérgio Brito (PSC-BA) e Vilson Covatti (PP-RS), e Rosendo Severo dos Anjos Neto, primeiro auditor federal de controle externo a se tornar candidato a ministro do TCU.

Para a deputada Claise Maria, o programa vai ajudar a quem mais precisa / Claise

Divulgação PMDC

Baixada vai receber fábrica de refratáriosA empresa austríaca

RHI AG líder global de refratários para os seto-res de siderurgia, cimen-to, metais não ferrosos e vidro, lançou dia 16 a pedra fundamental para a construção da sua fá-brica na Baixada Flumi-nense, no Distrito Indus-trial de Queimados. As obras de terraplanagem já estão em andamento e o início das atividades da fábrica está previsto

para o segundo semestre de 2013. A unidade vai ocupar uma área de 120.000 m² e o investimento inicial orça-do para a primeira fase do empreendimento é de €85 milhões. A expectativa é de que sejam gerados aproxi-madamente 200 empregos diretos e 400 indiretos.

Durante a cerimô-nia de lançamento o pre-sidente mundial da RHI AG, Franz Struzl, agrade-ceu a presença das autori-

dades e clientes presentes, falou sobre a importância da vinda da fábrica para a cidade e do orgulho por estar inserido no mercado brasileiro. “Viemos para o Brasil porque enxergamos crescimento e um potencial para sermos ainda maiores. A indústria brasileira é a 7ª maior exportadora de aço do mundo e a responsá-vel pela produção de 70% da liga metálica de toda a América Latina. Estamos

muito felizes e otimis-tas”, destacou Struzl.

A produção anual es-timada da nova fábrica da RHI AG é de 60 mil toneladas, onde mais da metade será destinada ao mercado brasileiro e América Latina. A mul-tinacional também pre-tende expandir a pro-dução em uma suposta segunda fase de inves-timentos, gerando ainda mais empregos.

Investimentosestrangeiros

O BANCO Central fará pesquisa sobre investimen-tos estrangeiros no Brasil. A quarta edição do Censo de Capitais Estrangeiros no País terá início no dia 3 de outubro, e vai até 1º de novembro. O trabalho vem sendo realizado a cada cinco anos, desde o ano-base 1995.

Interventores buscam soluçõespara os bondes em Portugal

UMA COMITIVA se dirige a Lisboa, nesta terça-feira (20), com o objetivo de le-vantar informações sobre a operação do sistema de elé-tricos portugueses que pos-sam auxiliar na recuperação dos bondes de Santa Teresa. A viagem foi determina-da pelo governador Sérgio Cabral, que pediu aos téc-nicos para apurarem todos os dados sobre o funciona-mento do sistema português e apresentarem possíveis soluções para o caso do Rio de Janeiro. Rogério Onofre, presidente do Detro, foi no-meado interventor dos bon-des pelo governador Sérgio Cabral.

A medida já é fruto da cooperação técnica entre o Estado e a empresa Carris, de Lisboa, que administra o transporte de bondes no país, anunciada sexta-feira

(16) pelo governador Sér-gio Cabral. O engenheiro Eduardo Macedo, indicado por Rogério Onofre para ocupar o cargo de presi-dente da Central, a quem caberá administrar os bon-des e promover as transfor-mações necessárias, está na comitiva que segue para Lisboa. Completam a comi-tiva o auditor Alcino Rodri-gues, coordenador-geral da Comissão de Intervenção dos Bondes e vice-presi-dente do Detro; a arquiteta Ana Carolina Borges Vas-concelos, sub-coordenado-ra da equipe de intervenção e assistente técnica da Dire-toria Operacional do Detro, e o engenheiro da Central Marcelo Nery. Os dados le-vantados em Portugal serão incluídos no material que será entregue ao governa-dor Sérgio Cabral.

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Atualidade

Casa Brasil de Imbariê expõe obras de Cândido Portinari

A EXPOSIÇÃO itine-rante “Brasil de Por-tinari” ficará aberta até o dia 28, na Casa Brasil de Imbariê. Ela foi aberta dia 15 e a entrada é franca. Ela é composta de réplicas de 20 obras do reno-mado artista, que es-tão espalhadas por vá-rias cidades no Brasil e no exterior. O even-

to é realizado pela Funda-ção Portinari, em parceria com as Secretarias Munici-pais de Cultura e Turismo e a de Educação. São obras digitalizadas, retratando o Brasil através da ótica sin-gular do pintor: do homem do campo aos tipos brasi-leiros, passando pelas brin-cadeiras de criança e cenas históricas. Durante a mos-tra, haverá oficinas de arte

para educadores, crianças e jovens de diversas redes de ensino e das comunidades locais.

- Essas obras geralmen-te não estão ao alcance das camadas mais populares. Daí entendermos ser de suma importância dispo-nibilizar para a população obras desse grande artista. A arte não pode ficar res-trita a apenas uma ou outra

Casa Brasil de Imbariê

camada da sociedade, ela deve, sim, estar dis-ponível para todos – en-fatizou o Secretário de Cultura e Turismo Gu-temberg Cardoso.

Cândido Torquato Portinari, que faleceu aos 59 anos em 1962, foi um artista plástico brasileiro. Ele pintou quase cinco mil obras, desde pequenos esboços e pinturas de proporções padrão como “O Lavra-dor de Café” à gigan-tescos murais, como os painéis “Guerra e Paz”, presenteados à sede da ONU em Nova Iorque em 1956 e que em de-zembro de 2010, graças aos esforços de seu filho, retornaram para exibição no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. O artista hoje é considerado um dos mais prestigiados do país e foi o pintor bra-sileiro a alcançar maior projeção internacional. Esta é a primeira vez que Duque de Caxias tem acesso a um pouco do trabalho do renomado pintor.

A exposição vem atraindo a atenção de alunos de várias escolas das redes de ensino

Baixada tem 4,5 mil vagas para cursos profissionalizantes

PARA QUEM quer se qualificar para buscar um emprego, esta é a última chance de 2011 para se inscrever nos cursos gra-tuitos profissionalizantes e de qualificação da Fun-dação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro (Faetec). Estão abertas as inscrições para 4.532 vagas em cursos oferecidos pelos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVTs) e Centros de Edu-cação Tecnológica e Pro-fissionalizante (Ceteps) da Baixada Fluminense. As vagas estão divididas por diversos municípios da Baixada e em áreas diferentes. Há opções de cursos profissionalizantes automotivos, de constru-ção civil, em informática e em moda e beleza. Boas oportunidades para mon-tar seu próprio negócio ou conseguir um emprego. Na área de construção ci-vil, por exemplo, um con-vênio entre a Secretaria de Ciência e Tecnologia e o Sinduscon ajuda a sele-cionar profissionais para o mercado de trabalho.

As inscrições vão até o dia 25 de setem-bro e só poderão ser feitas pela internet, no site da Faetec (www.faetec.rj.gov.br). Para isso, basta acessar o link “Cursos Profis-sionalizantes - FIC / Inscrições Online”. Na página, os interessados encontrarão todas as in-formações necessárias para fazer a inscrição. Quem não tiver acesso à internet pode procu-rar a própria unidade dos CVTs e Ceteps em que deseja cursar ou a unidade da Faetec Di-gital mais próxima da sua casa para realizar a inscrição. Monitores e funcionários auxiliarão no processo de inscri-ção.

O sorteio das vagas ocorrerá no dia 26 de setembro. A listagem será divulgada no site da Faetec no mesmo dia. Outras informa-ções também podem ser obtidas pelos tele-fones (21) 2332-4085 e (21) 2332-4083.

Vereador Mazinho nega operação da PF

em centros sociaisO PRESIDENTE da Câ-mara de Duque de Ca-xias, vereador Dalmar Lírio de Almeida Filho, o Mazinho, em entre-vista ao Capital, negou uma suposta operação da Polícia Federal em cen-tros sociais que seriam ligados a ele, conforme noticia divulgada no fi-nal de semana. Mazinho esclareceu que os cen-tros sociais do projeto Amigo foram visitados por fiscais do TRE que estavam cumprindo uma Mandado de Verificação expedido pela juíza elei-toral Mafalda Lucchese, da 126ª ZE, datado de 2 de setembro. O fato ge-rou muita especulação e grande repercussão nas redes sociais.

O Capital obteve có-pia do processo nº 26-88.2011.6.19.0126, que teve origem em uma denúncia protocolada pelo PSDB-Duque de Caxias, dia 27 de julho, com cópia ao Ministério

Público Eleitoral, contra o vereador, dando conta da existência de “fla-grante atitude de campa-nha eleitoral antecipada” em seis “entidades as-sistencialistas” e requer “a devida apuração das infrações” através do Ministério Público e “intervenção para a coi-bição da continuidade de tais atos”, através de diligências nos locais apontados.

A denúncia, feita à Procuradora Regional Eleitoral do Tribunal Re-gional Eleitoral do Es-tado do Rio de Janeiro, doutora Mônica Campos de Ré, no dia 27 de julho último, e que originou o processo, é assinada pela advogada Vânia Aieta.

Indagado sobre a origem da denúncia, o vereador disse acredi-tar que o episódio teve motivação política, “uma vez que sou pré-candidato à prefeitura em 2012”.

Bancos comunitários emprestamdinheiro próprio a juro zero

OS BANCOS comunitá-rios ganham força no Rio, com a inauguração de três agências. Depois da aber-tura, terça-feira (13), de uma agência no bairro do Preventório, em Niterói, e de outra dia 14, no bairro de Saracuruna, em Duque de Caxias, será inaugura-da uma unidade na Cidade de Deus, na zona oeste da capital. Os bancos comu-nitários se diferenciam das instituições financeiras tra-dicionais por não visarem ao lucro nas operações, embora tenham estrutu-ra e práticas semelhantes, precisando inclusive de registro no Banco Central para funcionar. O princi-pal objetivo é fortalecer o comércio e a comunida-de onde se localizam, por meio de empréstimos com juros baixos, quando se tra-ta de dinheiro real, ou até

a juro zero, quando a operação for feita nas moedas sociais, que só têm valor no bairro.

No Preventó-rio, o dinheiro se

chama Prevê, em Saracuruna, Saracura, e na Cidade de Deus, os paga-mentos poderão ser feitos com o CDD. Nos dois pri-meiros casos, a implanta-ção do projeto contou com técnicos da Universidade Federal Fluminense (UFF) e dinheiro aportado pela concessionária de energia Ampla, em um total de R$ 1 milhão. O projeto da UFF foi desenvolvido pela Incubadora de Empreen-dimentos em Economia Solidária, coordenada pela socióloga Bárbara França. “Nós adaptamos a expe-riência do Banco Palmas, que começou há 13 anos em Fortaleza. Os bancos comunitários são inova-dores porque vão gerar trabalho e renda com o de-senvolvimento local, sob o protagonismo dos pró-prios moradores. São eles

que organizam a associa-ção que vai gerir o banco, que produzirá empréstimos para serem consumidos ex-clusivamente nas comuni-dades”, explicou Bárbara.MOEDA SOCIAL - A ideia é incentivar o paga-mento no comércio local com a moeda social, por meio da concessão de des-conto de 10% nas compras. Para investimentos pro-dutivos, podem ser feitos empréstimos de até R$ 800 em dinheiro real, que deve-rão ser pagos em até seis meses, a juros de 2,5%. Se o objetivo for o consumo com o dinheiro social, o juro é zero, mas o prazo de devolução é um mês. Se-gundo a socióloga, embora não haja restrição imediata, se o nome do tomador esti-ver no Sistema de Proteção ao Crédito (SPC), é feita uma avaliação com a vizi-nhança, que dará testemu-nho sobre a fama de bom pagador do cliente. Para combater a inadimplência, que costuma ficar entre 2% e 5%, é feito um trabalho de conscientização na co-

munidade.Para a empresa Ampla,

o dinheiro investido no projeto dará retorno por meio de formação de ren-da e desenvolvimento local e também com o impulso econômico do bairro, o que poderá se traduzir em maior consumo de energia. A responsável pelo setor de projetos sociais da em-presa, Gislene Rodrigues, ressaltou que o principal ganho é o fortalecimento da organização comunitá-ria. “É um projeto piloto, com o objetivo de melho-rar a qualidade de vida da população local, por meio da economia solidária. A geração de renda é uma demanda que vem muito forte. O banco comunitário potencializa isso, pois tra-balha com crédito produti-vo e crédito de consumo, o que aumenta o empreende-dorismo na comunidade”, disse Gislene.

No estado do Rio, a pri-meira experiência de banco comunitário foi no município de Silva Jardim, onde circula a moeda social Capivari.

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País

Internacional

Cresce consumo de produtos falsificados nas classes A e B

O NÚMERO de bra-sileiros que compram produtos falsificados aumentou de 48% para 52% entre 2010 e 2011. Pela primei-ra vez, desde 2006, mais da metade dos entrevistados admitiu ter adquirido merca-dorias pirateadas. Os dados fazem parte da pesquisa O Consumo de Produtos Piratas do Brasil, divulgada dia 19 pela Federação do Comércio do Esta-do do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). De acordo com o estudo, ao transformar os per-centuais em números absolutos, 74,3 mi-lhões de brasileiros consumiram algum produto pirata, 6 mi-lhões a mais do que o observado no ano pas-sado (68,4 milhões).

Segundo o economista da Fecomércio-RJ Chris-tian Travassos outro dado alarmante é a crescente adesão das classes A e B à essa prática. De um ano para o outro, subiu de 47% para 57% o número de integrantes das camadas mais altas que admitiu ter consumido mercadorias falsificadas. “Essas clas-ses que, teoricamente têm mais acesso à informação e conhecem os prejuízos dessa prática, também

consomem cada vez mais os produtos piratas. Isso é preocupante porque, em geral, esse comércio está associado a outros crimes, como o tráfico de armas”, afirmou.

A principal justificativa apresentada, em todas as classes sociais, continua sendo o preço mais em conta, indicado por 96% dos entrevistados. O estu-do mostra ainda que, ape-sar de ter consciência so-bre a prática ilegal e seus

Incêndio em navio da Transpetro deixa

um morto no RJUMA PESSOA morreu em um incêndio no na-vio Diva, da Petrobras Transporte (Transpetro), a 25 milhas náuticas de Maricá (o equivalente a 46,3 quilômetros), no norte do estado do Rio de Janeiro. Em nota di-vulgada segunda-feira (19), pela manhã, a com-panhia informou que a vítima, o oficial de náu-tica Rosynaldo Marques dos Santos, morreu du-rante os procedimentos de combate ao fogo no setor de máquinas do navio. Segundo a nota, o incêndio teve inicio na noite de domingo (18). A Transpetro informou, ainda, que o navio Diva havia passado por ma-nutenção periódica no início do ano e que ope-rava normalmente no transporte de óleo diesel para abastecimento a re-

bocadores da Bacia de Santos. As causas do acidente serão investi-gadas por uma comis-são interna da compa-nhia.

Segundo a Transpetro, em ou-tra nota, distribuída na tarde, a tripulação controlou o incêndio, que se estendeu até às 12h30. Estavam a bor-do, segundo a nota, mais 32 tripulantes que não se feriram. De acordo com a compa-nhia, o fogo atingiu o setor de máquinas do navio, mas não cau-sou danos à estrutura da embarcação, que foi rebocada ainda nea segunda-feira para o Rio de Janeiro. Os trabalhos de combate foram realizados pela tripulação, com apoio de rebocadores.

Japoneses contra ouso da energia nuclearAS PRINCIPAIS ruas de Tóquio, no Japão, foram tomadas segunda-feira (19) por cerca de 60 mil manifestantes. O protes-to foi organizado para pressionar as autorida-des japonesas a redobrar as atenções e os cuida-dos para evitar aciden-tes radioativos, como os registrados recente-mente na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Nordeste do Japão. Os acidentes ocorreram há seis meses, em con-sequência do terremoto seguido por tsunami. Os manifestantes gritaram várias palavras de or-dem como “Fukushima nunca mais” e “O fim das usinas nucleares”. O protesto foi organizado por associações que de-fendem o fim do uso de energia nuclear.

O protesto contou com a presença do es-critor Kenzaburo Oe, de 76 anos, Prêmio Nobel de Literatura de 1994. “Alguns dizem que é impossível viver sem a

energia nuclear, mas é uma mentira”, dis-se Kenzaburo Oe. “A energia nuclear é sempre acompanhada de destruição e sacri-fícios”, acrescentou o escritor. O primei-ro-ministro japonês, Yoshihiko Noda, pro-meteu anunciar em breve um plano que será executado no se-tor de energia nuclear a partir de 2012. Pela proposta, o governo se compromete a reduzir e substituir a energia nuclear por alternati-vas renováveis.

Os acidentes nu-cleares, ocorridos nos arredores de Fukushi-ma, acenderam a luz de alerta não só no Ja-pão como no mundo. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) se reúne na pró-xima semana para defi-nir medidas que visam aumentar a segurança de trabalhadores e mo-radores de regiões pró-ximas a usinas.

Dilma é primeira mulher a abrir assembleia da ONU

AO COMENTAR sua participação na 66ª Assembleia Ge-ral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff dis-se segunda-feira (19) que vai falar sobre temas importantes como a transparência nas ações do governo, o combate a doenças crônicas no país e a crise econômica mun-dial. “Tenho muito orgulho de ser a pri-meira mulher, uma mulher brasileira, a abrir a Assembleia Geral da ONU”, res-saltou em seu progra-ma semanal de rádio Café com a Presiden-ta. “O Brasil tem mui-to a mostrar em cada um desses temas”, completou.

Dilma comentou também o anúncio de ampliação da meta do governo de creches e pré-escolas a serem

entregues em todo o país até 2014 - de 6 mil para 6,4 mil. “Essas unidades esco-lares estão sendo chama-das de supercreches, por-que elas reúnem a creche e a pré-escola em prédios muito bem construídos, capazes de oferecer uma educação de muita quali-dade às nossas crianças”, explicou.

A presidenta falou ain-da sobre a construção de 6,6 mil quadras esportivas escolares e a cobertura de

5 mil unidades até 2014. Segundo Dilma, mais de 8 milhões de alunos do ensino fundamental e do ensino médio serão be-neficiados pelas medidas. “O esporte é um estímulo para que as crianças per-maneçam na escola por mais tempo. É, muitas ve-zes, uma maneira de tirar a criança da rua, sobretudo, nas regiões mais caren-tes”, concluiu.

Dilma chegou aos Esta-dos Unidos para o evento

na manhã de domin-go (18) e o discurso de abertura será feito nesta quarta-feira (21). “Eu tenho muito orgulho de ser a primeira mulher, uma mulher brasileira, a abrir a Assembleia Ge-ral da ONU. Vou falar em nome do Brasil para chefes de Estado de 193 países”. O Brasil tradi-cionalmente inaugura a assembleia por ter sido o primeiro país a ade-rir ao organismo inter-nacional, em 1945. A agenda da presidenta nos Estados Unidos inclui também uma série de reuniões sobre seguran-ça nuclear, participação das mulheres na política e aquecimento global. Estão previstas ainda reuniões bilaterais com o presidente dos EUA, Ba-rack Obama, da França, Nicolas Sarkozy, do Mé-xico, Felipe Calderón, e com o primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron.

prejuízos, o consumidor continua comprando o produto falsificado. Quase oito em cada dez consumidores que com-pram os piratas sabem que a prática alimenta a sonegação de impostos; percentual semelhante acredita que esse consu-mo prejudica fabrican-tes e artistas. Além dis-so, 66% deles acreditam que a pirataria contribui para o crime organiza-do.

Os CDs e DVDs se mantêm na liderança do ranking de preferências de quem compra falsifi-cados, qualquer que seja a classe social. Oito em cada dez afirmam com-prá-los no mercado ile-gal. Em seguida, apare-cem brinquedos (76%) e artigos de moda, como roupas (11%), óculos (10%) e relógios (7%).

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Roberto Stuckert Filho / Presidência da República

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Mercado de plantas ornamentais e flores emprega mais de 190 mil

O MERCADO brasileiro de flores e plantas orna-mentais deve fechar o ano com movimentação finan-ceira em torno de R$ 4,4 bilhões. Segundo a Câmara Setorial Federal de Flores e Plantas, o segmento regis-trou crescimento de cerca 10%, nos últimos cinco anos, e já emprega 194 mil pessoas em todo o país. Para este ano, a expectativa é que haja alta de 12% no volume de negócios em re-lação a 2010. “Esse desem-penho é bem acima do Pro-duto Interno Bruto [PIB], previsto para crescer [em torno de] 4% em 2011”, disse Kess Schoenmaker, presidente do Instituto

Brasileiro de Floricultura (Ibraflor) e de uma coope-rativa que vende flores e plantas ornamentais. Ele destacou, entretanto, que, nos últimos dois meses, em decorrência da crise, a movimentação no setor foi um pouco menor, mas nada com impacto perceptível.

Segundo Schoenmaker, o mercado está em franca expansão e pode crescer ainda mais. “No Brasil cer-ca de 75% de toda a produ-ção são consumidos pelas regiões Sul e Sudeste. As demais ficam com apenas 25%, por isso, são locais que merecem atenção, a fim de expandir a comer-cialização. Com as novas

tecnologias e condições de transporte mais favoráveis, podemos entregar o produ-to em boas condições em um prazo mais extenso”, destacou. Para ele, essas evoluções tecnológicas, tanto no plantio como na logística, são o principal fator desse bom desempe-nho. “A satisfação do con-sumidor final tem aumenta-do muito, porque o produto está durando mais.”

Outro ponto visto com otimismo pelo setor diz respeito às vendas online. No ano passado, esse tipo de comercialização teve um crescimento de 50% e a previsão é que o bom re-sultado se repita em 2011.

Com as limitações da ex-pansão do mercado para o exterior, produtores brasi-leiros buscam ferramentas para fortalecer ainda mais a cultura de compra de plantas no país. Uma delas é a Expoflora, feira realiza-da anualmente no mês de setembro, na cidade pau-lista de Holambra. No ano passado, o evento foi res-ponsável pela comerciali-zação de cerca de 600 mil mudas de flores e plantas, e para este ano, a previsão é que 700 mil sejam ven-didas. “É a maior feira do setor em toda a América Latina”, comentou Paulo Fernandes, coordenador do evento.

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Governo mantém em 4,5% previsão de crescimento do PIBO MINISTÉRIO do Pla-nejamento, Orçamento e Gestão mantém a previ-são de crescimento real do Produto Interno Bru-to (PIB) e da inflação em 4,5% e 5,8%, respectiva-mente. As estimativas es-tão no Relatório Bimestral de Avaliação de Receita e Despesas Primárias relati-

vo ao quarto bimestre de 2011 enviado ao Congres-so Nacional. Com o PIB real em 4,5%, a estimativa é que, em termos nomi-nais, o resultado fique em quase R$ 4,110 trilhões. Pelas projeções, a taxa bá-sica de juros média ficaria em 11,79% neste ano, e não mais em 11,87%.

Projeção para inflaçãoA PROJEÇÃO de analis-tas do mercado financei-ro para a inflação oficial em 2011 subiu pela quin-ta semana consecutiva, ao passar de 6,45% para 6,46%. Para 2012, a esti-mativa também subiu, de 5,40% para 5,50%, pela terceira semana seguida. As projeções constam do boletim Focus, publi-cação semanal elabora-da pelo Banco Central (BC) com base em pes-quisa feita com analistas do mercado financeiro. As expectativas para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), estão cada vez mais distantes do centro da meta de in-flação de 4,5%, mas den-tro do limite superior de 6,5%.

Depois da decisão inesperada do Comitê de Política Monetária (Co-pom) do BC, no dia 31 de agosto, de reduzir a taxa Selic, usada como instru-mento para calibrar a in-flação, os analistas redu-ziram a projeção para os juros básicos.

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