edição 18 geomag

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Page 1: Edição 18 GeoMag

D e z e m b r o 2 0 1 5 - e D I Ç Ã o 1 8

E AINDA...

– Além Fronteiras

– Praias fluviais

– Cruzilhadas

– Ponto Zero

– E muito mais...

GEOTOUR ILHAS DA BRUMA

Tudo sobre o novo projecto dos Açores para 2016

EVENTOS

GIFF - Geocaching

Internacional Film FestivalUm evento, mais de uma dezena de cinemas improvisados.

K!NDERGeocacher, voluntário, atleta.Vamos à boleia do K!nder descobrir tudo sobre estas e outras paixões.

Page 2: Edição 18 GeoMag

PASSATEMPO GIFF1º ClassificadoVitor Morgado

2º ClassificadoCristina Jesus

3º ClassificadoSilvana Pires

Prémios:

Um Travelbug em cortiça, feito à mão,patrocinado pelo 3º Aniversário doGeo Alentejo - GC67T7NE ainda um lenço com padrão geocaching, cortesia daequipa de revisores, e duas geotags trackable no sitegeocaching.com

Prémio: 1 geotag trackable no sitegeocaching.com

Prémio: 1 geotag trackable no sitegeocaching.com

O sorteio foi realizado no dia 25 de Dezembro via website random.orgA equipa da GeoMag quer agradecer aos 93 participantes deste passatempo e à

equipa de revisão e ao Geo Alentejo pela ajuda na elaboração dos prémios.

Page 3: Edição 18 GeoMag

Editorial................................................................. 04..

Travessia.Alvão.-.Marão................................. 06

tWin.PeaKs........................................................... 14

Geotour.Azores.................................................. 20

Frente.a.Frente.................................................. 28

Cruzilhadas.......................................................... 34

Mandamentos..................................................... 40

Palácio.das.Obras.Novas................................ 42

Parque.Estadual.Intervales........................... 48

Entrevista.de.Carreira.-.K!nder.................... 60

Waymarking.-.Bird.Watching........................ 82

A.a.Z.-.Nuno.Gil................................................... 80

GIFF.Weekend.-.Eventos.GIFF..................... 88

Praias.Fluviais..................................................... 98

GeoMagusto.-.Deluxe.Crazy.Edition......... 104

From.Geocaching.HQ.with.Love.................. 114

Tutorial.-.Photo.Upload................................... 118

Ponto.Zero........................................................... 120

Nota sobre Acordo Ortográfico:Foi deixado ao critério dos autores dos textos a escolha de escrever de acordo (ou não) com o AO90.

André DiasAndré RebeloAnnie LoveAntónio CruzBruno GomesFilipe SenaFilipe NobreJoão MartinsLuís MachadoNuno GilPedro AlmeidaRui AlmeidaRui DuarteSónia FernandesTiago VelosoVitor Sérgio

GIFF:-JTAJ$ BOYjorge_53Mr.moraysbrunNatty_Zéorder_81pedro.b.almeidarjpcordeiroVsergios

Frente a Frente:TEAM JH71Timearth

Com o apoio :

Créditos

Índice

Page 4: Edição 18 GeoMag

EDITORIALpor Rui Duarte

4 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

We´ve come a long way… Sim…já percorremos um longo caminho! Come-moramos com a edição deste mês, a 19ª, três anos de existência! Três anos onde, de forma ininterrupta, mandámos “cá para fora”, modéstia à parte, uma belíssima revista. (E como escre-veu a Flora há um ano) “Dá gosto olhar para o resultado e pensar que esta brincadeira encer-ra boa parte do melhor geocaching que nos ro-deia!”!Foi com enorme prazer que vi aparecer a revista, a Nº0 em Dezembro de 2012, e desde logo fi-quei “agarrado” à coisa! Excelente presente de Natal para os entusias-tas deste nosso hobbie, sem dúvida!Ainda não sonhava que, alguns meses volvidos, seria convidado a es-crever um singelo artigo

sobre o Castelo de São Jorge (para a 3ªedição e que acabou por en-trar apenas na 4ª… que nervos!!!) e depois ou-tro e mais um (alguns já sugeridos por mim, a ousadia), até ser mesmo convidado a integrar a “redacção” e passar a ter voz activa nos debates e escolhas dos artigos/convidados e afins!Um ano depois (terá sido um ano depois?!) a Cadeira Editorial… a responsabilidade e a confiança da parte de alguém que nem me co-nhecia de lado nenhum! Alguma coisa devo ter feito bem (ou mal -.- ) para ter recebido este convite por parte do Filipe, no sentido de aju-dar a continuar o rumo (quanto a mim) ascen-dente que a revista vem tendo desde a sua pri-meira aparição.Sim… já percorri um lon-go caminho! E agora, um

ano e seis edições vol-vidas dou por mim com um sorriso nos lábios. É assim. UM ANO! Um ano de muito tra-balho, de muitos emails trocados, de muitas fotos vistas e de mui-tos textos revistos… um ano de sentimento cumprido… Seis edições de muitas conversas, de muitas gargalhadas, de muitos e EXCELENTES artigos e carregadas de colabora-ções cheias de história e estórias! Seis edições verdadeiramente pró-digas em “Sim, claro, é um prazer colaborar convosco” e uma mão cheia de “Não, não te-nho disponibilidade ou interesse nisso”; Seis edições de “Thumbs Up, está ótimo!” e uma mão cheia de “Não, assim não! Se calhar não ex-plicámos bem o que se pretende.”… seis edições

de “UAU, era mesmo isto!”…A todos, mesmo TODOS, os que se revêm nas linhas acima, quer te-nham ficado “Caramba! Está mesmo Fixe!”, ou “Epá, conseguiram colo-car as piores fotos pá!”, aos que “O quê? Tem de ficar para a edição se-guinte?!” e aos “Já esta-mos no limite do prazo!? Ainda nem comecei!!!”, o nosso sincero MUITO OBRIGADO! A GeoMag é realmente feita por to-dos vocês e para todos vocês, e, não tenham dúvidas, o trabalho que dá (e que é muito) não é de perto nem de longe comparável ao prazer que tenho ao “folhear” cada novo número e ver o que o Filipe fez com a paginação, composição, etc.!Sim… já percorremos um longo caminho! Ao longo destes três anos, primeiro sob a batuta do

Page 5: Edição 18 GeoMag

5Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Gustavo e da prata da casa (e) do GeoPt e neste último ano num formato mais independente, te-mos feito os possíveis para nos reinventarmos um pouco e darmos, de uma forma ou de outra, novas rúbricas e novos conteúdos, mantendo uma qualidade que me apraz dizer, Muito Boa! E esse longo caminho coloca-nos agora à porta de 2016! Estes últimos meses têm visto um chorrilho de novidades relacionadas com a vossa revista… um restyling, não só ao nível do próprio nome, encurtado para GeoMag (o Filipe diz que é um nome mais sonante, mais “forte”, eu acho que foi para caber nas t-shirts!), mas também na formatação/pagina-ção, o aparecimento do user GeoMag.pt no Geo-caching.com e da página

do FB (www.facebook.com/geomagpt/)!Relacionado com estas duas “novidades” temos que, primeiro: feste-jar o primeiro Evento Oficial promovido pela revista (GIFF Weekend 2015 - PIPOCA-MOS [GC65KC9]), motivado em boa parte pelo de-safio lançado pelo Vser-gios (queria certamente ganhar o souvenir) e sobre o qual temos que agradecer, não só ao Victor que teve, como castigo, de proporcionar os meios técnicos e de escrever um pequeno rescaldo (deverá estar no artigo sobre os GIFF mais à frente), como aos Team (Nuno) Martinez e (Hugo) SUp3rFM pela cedência do espaço onde a magia aconte-ceu… sem a generosi-dades destes compa-nheiros (ainda, mais ou menos, geocachers)

dificilmente teríamos tido um evento com tanto sucesso e tão di-vertido. Sobre o aspecto do “Sucesso” não posso deixar de mencionar que o dito foi tanto que não houve espaço para toda a gente!!! Os 21 attends que tínhamos na calha no próprio dia do evento não faziam prever que se iriam transformar em 33 até à hora marcada e muito menos que se iriam traduzir nas mais de sessenta pessoas que contei durante a noite! E foi pena… tínha-mos disponível, graças ao Cláudio Cortez, um projector e poderíamos ter transformado a sala grande numa verdadeira sala de cinema, caso ti-véssemos estes valores presentes ANTES do Evento e a tempo de ir buscar o aparelho (da próxima já sabemos); Segundo, festejar o primeiro Passatempo

Oficial promovido pela revista e que teve como base o primeiro Even-to Oficial promovido pela revista… hum… e divulgado pela nossa página do FB. Tínhamos algumas coisinhas para oferecer e lançamos o repto na rede social. Os 93 participantes e o chamado “alcance da publicação” de mais de 8200 pessoas dei-xaram-nos muito con-tentes e é com enorme prazer que divulgamos nas páginas da revista os vencedores (está para aí algures). Novos passatempos estão já na calha… parece-me que será um 2016 cheio de prendinhas para os nossos leitores! Despeço-me com os Vo-tos de Boas Festas e de um Excelente Ano Novo, cheio de boas caches e de ar puro. Vemo-nos num Evento por aí…

Page 6: Edição 18 GeoMag

6 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

O.HORIZONTE

Page 7: Edição 18 GeoMag

7Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

À DESCOBERTA DE…

TRAVESSIAALVÃO - MARÃO

por VALENTE CRUZ

A ideia partiu do Vítor

“Pirat@” Ribeiro. En-

quanto degustáva-

mos uma francesinha – daquelas

que nos arregalam os olhos e nos

reinventam espaço no estômago

– lançou o desafio de fazer uma

travessia entre o Alvão e o Ma-

rão. Fiquei de imediato interes-

sado, mas a ida foi sendo adiada,

tanto pela indisponibilidade dos

interessados como pela imprevi-

sibilidade meteorológica. O plano

estava definido para uma traves-

sia de dois dias, com pernoita pelo

meio, desde o monte Farinha (Se-

nhora da Graça), no Alvão, até às

Antenas do Marão. Contudo, dada

a escassez de datas disponíveis,

optámos por realizar o percurso

em dois dias separados. O primei-

ro decorreu a 15 de outubro.

Page 8: Edição 18 GeoMag

8 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Na véspera de ir para a montanha sinto sempre um frenesim de expe-tativas. Como habitual-mente tenho de me le-vantar cedo, estes dois aspetos acabam por re-dundar em poucas horas de sono. Ainda não eram 5h00 e eu já estava com a mão no telemóvel para cancelar o despertador. Nem foi necessário es-cutar o cantar da tec-nologia para despertar os sentidos! Como o dia prometia ser longo, arrisquei tomar o meu café ocasional e fiz-me ao caminho. Subsiste em mim um estranho encanto em viajar de carro durante a noite; parece que o silêncio me aproxima do mundo.Com duas paragens pelo meio para apanhar os companheiros da aventura (Vítor Ribeiro, Américo “Dragao88” Al-ves, José “Power_Red” Carneiro, Cidálio “ell comandante” Oliveira e Fernando Rei), che-gámos à Senhora da Graça pouco passava das 8h00. O sol tinha nascido há pouco tempo e a vida acordava para mais um dia de trabalho. O monte Farinha criava uma sombra que tapava as terras de Basto.Às 8h20 partimos para a grande caminhada. O início fez-se sem dificul-dades, sempre a descer. Passámos por Vilar de Ferreiros e apanhámos a Levada do Piscaredo, que vai buscar água ao rio Cabril uns quilóme-tros mais à frente. Aqui

tivemos o primeiro mo-mento de espanto do dia; chegámos a um lo-cal povoado de árvores e os raios de sol furavam pela neblina deixando um rasto de encanto no ar. Passámos por algu-mas ribeiras e prosse-guimos pela levada até rio Cabril, precisamente onde este se encon-tra com o rio Cabrão. Cruzámos as poldras e passámos para a outra margem, progredindo depois pela encosta até à capela que antecede o miradouro das Fisgas de Ermelo. Aproveitámos então para almoçar e continuámos para o mi-radouro, onde as máqui-nas fotográficas se deli-ciaram com a paisagem. É impressionante notar o poder da Natureza neste local; o vale abre-se abruptamente aos nossos pés, enquanto o rio Olo segue apressado pelas fisgas da penedia.Contornámos o vale e visitámos as piocas de cima. Aqui, para se passar para a outra margem, é necessário dar um pequeno salto sobre uma passagem mais estreita do rio. Parece que, pelo me-nos em Ermelo, estas lagoas são conhecidas como pias. Respeite-se então a designação lo-cal. Surgiram depois as majestosas cascatas do rio Olo. Quanto mais se aproxima o olhar desta maravilha mais impres-sionante é a força com que a água se despenha no vazio. Descemos pela encosta e quase a che-

garmos às pias de baixo tivemos o primeiro mo-mento de corta-mato do dia. A vegetação foi engolindo os trilhos e torna-se difícil perceber qual é o melhor acesso. As silvas também não ajudam. Após uma pa-ragem muito aprazível no rio, continuámos em direção a Ermelo. O per-curso segue por campos abandonados e por ca-minhos onde é possível notar os refegos criados na rocha pelas antigas carroças puxadas por animais.Chegados a Ermelo, aproveitámos uma paragem estratégica para consolar o estô-mago pelas agruras da caminhada. Passámos depois a aldeia típica e prosseguimos até ao vale em frente, onde nos esperava uma lon-ga subida até ao topo do Alvão. Ao longe, as eólicas enganavam-nos com a promessa de alcançarmos o céu. Apesar de as encostas estarem um pouco des-pidas, a zona próxima do ribeiro mantém-se verdejante, tornando a caminhada mais inte-ressante. Cruzámos a estrada e enfrentámos a última grande subida do dia. A encosta inclinada parecia uma escada ro-lante que nos puxava a tenacidade para baixo. O sol empoleirava-se em despedida no horizonte e o céu criava dese-nhos coloridos com as nuvens. Com as pernas pesarosas pela distância percorrida, vencemos o

topo e iniciámos a des-cida para as minas da Farouca. A noite tinha entretanto caído no Al-vão e nós tornámo-nos criaturas da escuridão em busca de um mere-cido descanso, que aca-bámos por encontrar no centro escutista que fica próximo de Mascoselo. A caminhada terminou às 20h20, cerca de 12 horas depois da partida. Para trás tinham ficado cerca de 30 quilómetros de grandes paisagens!A segunda parte da aventura decorreu no dia 3 de novembro. Mais uma vez saí de casa du-rante a penumbra e com a promessa de um ama-nhecer pelo caminho. O encontro ficou marca-do para as Antenas do Marão, de onde parti-mos para o início desta etapa, junto ao centro escutista. Aos amigos já mencionados, para esta caminhada juntou-se o Sérgio “sercla28” Oliveira. Desta vez, o tempo parecia querer complicar-nos a vida e a experiência. Para além da chuva frequente, es-tava um nevoeiro tal que não se via ponta do de-safio. Ainda assim, não estávamos dispostos a desistir. Com as primei-ras centenas de metros a chuva desanuviou um pouco e acelerámos o passo. À medida que íamos subindo a serra do Marão o nevoeiro ia criando brechas de visi-bilidade. Aos poucos, a paisagem emergia aus-tera e fiel.

Page 9: Edição 18 GeoMag

9Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

MONTE.FARINHA

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10 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Com a chegada ao Alto de Espinho parecia que o final estava apenas à distância de um pe-queno esforço. Contu-do, sabíamos que nem sempre as caminhadas de montanha são o que parecem. Após alguns momentos de subida começámos a descer em direção ao fundo do vale, onde nos espera-vam as minas abando-nadas da Ramalhosa. Do alto, seguindo pelo caminho e através do túnel, vislumbrámos os vestígios deixados pela exploração mineira, que esventrou a terra em busca de sustento.Seguiu-se uma longa subida pelas vertentes sulistas desta serra. Pelo meio ainda tive-mos a oportunidade de nos cruzarmos com um enorme rebanho de cabras. Ocasional-

mente, a meteorologia lembrava-nos que para lá do Marão mandam os que lá estão. O nevoeiro fechava-nos as vistas no imediato e a chuva testava a nossa resiliên-cia. Baixávamos então o olhar e acelerávamos o passo, furando entre os pingos como quem dança com o destino. Aproximávamo-nos do final e pressentimos que nos esquiváramos aos imprevistos do percurso. Porém, logo de seguida descobri-mos que um dos troços pensados apresentava problemas de acessibi-lidade. Assim, também pelo mau tempo, optá-mos por não seguir por um atalho de incertezas e acabámos por alongar a caminhada. As subidas tornaram-se então mais íngremes e desafiantes. O cansaço começou a

fazer-se notar, mas o grupo superou as difi-culdades com a espe-rança redobrada.Com o sol a despedir-se num horizonte nublado aproximámo-nos do fim. A chegada ao vértice geodésico das Antenas do Marão marcou o fe-cho da aventura. Levan-tara-se entretanto um vento frio que nos arre-feceu a alma. Acossados pelo mau tempo e pelo cansaço, surgiu-nos então de surpresa um teto e quatro paredes de conforto. Pareceu um verdadeiro milagre de Nossa Senhora da Ser-ra! Conforme delineado desde o início, fomos então preparar a fan-tástica sopa da pedra. Foi o final perfeito para uma grande aventura, tão inesperado quão inolvidável! Para além das memórias, ficou o

desafio de Sobrevivên-cia [GC640AW] entre o Alvão e o Marão.

No geocaching exis-tem por vezes relatos de falsas descobertas, registos imaginários e estatísticas enviesadas. Porém, é impossível falsear as vivências que nos marcam; aquilo que recebemos é absolu-tamente impagável e insubstituível, consi-derando as diferentes vertentes da aventura (preparação, concre-tização, imprevistos, dificuldades, superação e comemoração). Esta foi uma delas. Valeu por qualquer pódio. E, no fundo, é isto o geoca-ching!

Texto e fotos:

António (Valente Cruz)

COGUMELO

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11Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

VALE

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FISGAS.DE.ERMELO

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13Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

O.GRUPO

O.JANTAR

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14 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

tWIn PeaKSP O R M Y S T I Q U E *

14 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Page 15: Edição 18 GeoMag

15Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Para falarmos do Pico das Torres, temos que imperativamente fa-lar do Pico do Areeiro e do Pico Ruivo. Só através da Vereda do Pico Areeiro – Pico Ruivo (PR1), conse-guimos alcançar o tão fantástico Pico das Torres.

O PR1 , leva-nos por uma caminhada fan-tástica, diversificada paisagisticamente, um pouco dura, mas que nos enche a alma, aos 3 picos mais altos da Madeira: o Pico Ruivo (1861 mts) , o Pico das Torres (1851 mts) e o Pico do Areei-ro (1818 mts).

Antes de avançar, quero ressalvar, que tudo o que possa escrever sobre esta experiência, não exis-tem palavras que possam fazer jus aos sentimentos que nos envolvem nesta travessia. As fotos ajudam, mas mesmo assim….é uma expe-

riência que marca e que guardo com um carinho especial.

A travessia é linear, o que a torna um pouco mais dura se tivermos que fazer o caminho para trás. A distância a percorrer poderá ser de 5,6 Km (só num sentido) e ao voltar para trás escolher a de 7 Km , podendo diversificar parte do percurso, totalizando assim uns 12,6 Km, com muitas subidas e descidas brutais.

Estando o PR1, hu-mildemente apresen-tado, passo agora a descrever a conquis-ta das Twin Peaks [GC3EJ5T].

Com início no Pico do Areeiro, assim á primeira vista, local muito turístico, com autocarros a “despe-jar” turistas, as fotos da praxe junto á placa da altitude do Pico do Areeiro e onde se reti-ra a primeira informa-

ção para a EC Pico do Areeiro [GC2YG7H].

Um “radar” que nunca funcionou e que a sua presença paisagística seria simpaticamente dispensada, de todos os amantes da Natu-reza.

Um centro de inter-pretação da Freira da Madeira. Local a visi-tar, com informação bastante pertinente, para quem se interes-sa pela preservação de espécies. Este é o único local conhe-cido no Mundo onde ocorre a nidificação da Freira da Madeira (Pterodroma madei-ra), espécie endémica da ilha e considerada a ave marinha mais ameaçada da Europa.

Fazer o PR1, com nevoeiro, chuva ou tempo instável, é exatamente a mes-ma coisa que ficar no sofá. E desengane-se que pensa que estan-do um grande sol no Funchal, também vai

estar nos Picos. Nada disso.

E durante 7 dias, toca de vasculhar con-dições climatéricas, para que a travessia fosse a bom porto. Foi no penúltimo dia que consegui. O trabalho de casa é muito im-portante.

Estava eu a dizer que se inicia a travessia no Pico do Areeiro, e assim que começa-mos a deixar para trás a “paisagem touristic friendly”, as coisas co-meçam a fazer senti-do.

Alguns metros á frente chega-se ao Miradouro do Ninho da Manta. Desta pla-taforma, onde su-postamente esta ave de rapina nidificava (Manta ou conhecida em Portugal conti-nental como Águia de Asa Redonda), con-segue-se avistar a Fajã da Nogueira, que esconde uma grande

“Ao refletir sobre aquele dia, sei que arrisquei demasiado e não o voltaria a fazer. Foi talvez a

minha aventura de superação mais insana.”

Page 16: Edição 18 GeoMag

16 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

parte da Floresta Lau-rissilva.

A partir daqui…Ora estávamos acima das nuvens, ora debaixo delas.

As panorâmicas que nos envolviam, era UAUs a todos os mi-nutos. Subiam-se escadas, desciam-se escadas. Estávamos rodeados por monta-nhas, de que gostava mesmo que tivessem uma legenda, para saber o que estava a ver.

Uma zona com ban-cos esculpidos na pe-dra, oferece-nos um miradouro e uma ca-che, Freira da Madeira [GC4EGAH]. Durante alguns minutos, apro-veitamos para repor energias, enquanto o log é feito e a paisa-gem degustada.

As subidas e desci-das, cada vez mais abruptas sucedem-se e o túnel do Pico do Gato (1780 mts) surge. Tempo ainda para olhar para o Pico Cidrão, local para uma próxima visita. Cerca de 100 metros, quase não é necessário utili-zar a lanterna e esta-mos no outro lado do túnel.

Após o túnel a pai-sagem muda. Mais selvagem, mais rude, mais bela. Algumas derrocadas tinham estragado proteções, a precaução teria de ser redobrada.

A subida para o Pico das Torres é… Dolo-rosamente especial. Interminável, numas escadas esculpidas na rocha, não parecia ter fim. Cada pata-mar que aparecia, era sempre a subir. A certeza era uma. Es-távamos próximos da conquista da almeja-da Twin Peaks.

Assim que passámos os abrigos dos pas-tores, corremos de-salmados pelo trilho que aparece á direita. Momento fantástico de geocaching, num cenário de beleza pura.

Subir ao Pico das Tor-res…foi como o culmi-nar de algo planejado e materializado ali naquele minuto. Es-távamos no tecto da Madeira.

Após agarrar na ca-che, o sol desapare-ceu e um nevoeiro intenso engoliu-nos, como se a peça de teatro tivesse chega-

do ao fim e a cortina se tivesse fechado. Sensação estranha…

Abrigámo-nos nos abrigos dos pastores, onde descansámos e comemos. A conti-nuação da travessia para o Pico Ruivo, es-tava condenada, pois não se via um palmo á frente do nariz. A solução era regressar ao Areeiro.

O regresso foi feito debaixo de um frio gélido. Mas com um grande sorriso, por dentro e por fora.

A conquista do Pico Ruivo, acabou por ser através do PR1.2, Vereda do Pico Ruivo, a iniciar na Achada do Teixeira. Cerca de 2,8 km, ida e depois existem várias alter-nativas nesta cami-nhada, o PR1- Vereda do Areeiro, ou o PR13 – Vereda da Encu-meada ou o PR1.1 – Vereda da Ilha, onde poderemos encontrar os acessos/bifurca-ções perto da casa de abrigo do Pico Ruivo.

Enquanto do lado do Areeiro predominam as cores cinzentas, aqui no caminho para o Ruivo, predominam os vermelhos ocres.

Um misto mágico de cores acompanha-nos durante uma travessia bem me-nos exigente. Vários abrigos de pastores, aparecem-nos junto aos trilhos bem largos e definidos.

Até á conquista dos 1861 mts, podemos encontrar 3 caches. A Pico Ruivo [GC1DXZJ], fica a meio do percur-so e tem uma vista fantástica para o Pico Ruivo.

A Velhinho do Ruivo [GC4FVZV], situada numa espantosa casa do guarda, muito per-to já do Pico Ruivo, onde bebemos um chá quentinho e con-versámos sobre a vida ali na montanha, com pessoas que vivem ali de Inverno e de Verão.

E a 1861 [GC3VWGT], conquistada no ponto mais alto da ilha da Madeira, em pleno Pico Ruivo, com um sentimento de ter conseguido e sentir que a conquista dos 3 picos, terá tido lugar num dos locais mais belos que já estive.

Texto/Fotos:

Sonia Fernandes (Mystique*)

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17Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

PICO.DO.ARIEIRO

Page 18: Edição 18 GeoMag

18 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

MIRADOURO.NINHO.DA.MANTA

CAMINHO.DA.TWN

Page 19: Edição 18 GeoMag

19Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18 19Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

SUBIDA.PARA.A.TWIN

“Os sonhos são como uma bússola,

indicando os caminhos que seguiremos

e as metas que queremos alcançar.

São eles que nos impulsionam, nos

fortalecem e nos permitem crescer.”

Augusto Cury

Page 20: Edição 18 GeoMag

20 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 1820 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

GeoTour Azoresp o r P a l h o c o s M a c h a d o & P e d r o . b . a l m e i d a

Page 21: Edição 18 GeoMag

21Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Foi, recentemente, entregue ao Governo Regional dos Açores, a GeoTour Azores, que entrará em funcio-namento no início de 2016 e antes da próxi-ma época turística. Esta nova geotour é uma “extensão” da GeoTour Ilha Verde/Green Island (em fun-cionamento desde ju-nho de 2015) a todas as ilhas do arquipéla-go dos Açores. Depois da entrada em funcio-namento da nova Geo-Tour Azores, a GeoTour Ilha Verde deixará de estar disponível (a partir de 18 de junho, data de término do contrato anual com a Groundspeak), pois esta primeira GeoTour portuguesa foi um “balão de ensaio”. O objetivo desta Geo-Tour é o mesmo da anterior, nomeada-mente “conduzir” o turista visitante por estas “ilhas de Bru-ma”, para que fique a conhecer melhor a realidade açoriana (melhor dizendo: co-nhecendo a “alma” de cada uma das noves ilhas açorianas), sen-do “conduzido” neste processo através do Geocaching.Este projeto começou a ser desenvolvido

em agosto passado, pelos geocachers Luis Filipe Machado (aka Palhocosmachado) e Pedro Almeida (aka Pedro.b.almeida), a convite da Direção Regional do Turismo. Foi constituída uma equipe de trabalho com geocachers resi-dentes em cada uma das nove ilhas açoria-nas (dois por ilha) que, em conjunto, puseram “em pé” este projeto regional.Deste projeto de Geocaching, fazem parte 170 “objetivos” (150 caches fixas e 20 caches “joker”), que constam do pas-saporte virtual desta geotour.Os turistas/geoca-chers que pretendem aderir a esta geotour, poderão imprimir, se assim o desejarem, o seu “passaporte”, documento este que poderá auxilia-los du-rante a sua “aventura açoriana”. Ao contrário da atual geotour (Ilha Verde), a GeoTour Azo-res não funcionará por um sistema de “selos” existentes nas caixas. Cada geocacher só poderá participar, nes-ta geotour, uma única vez.A equipe organizadora contemplou, nas re-

gras, a possibilidade dos geocachers que já encontraram caches desta geotour (exis-tentes anteriormente à sua publicação) po-derem participar nes-ta geotour, sem terem que voltar a realizar as caches que já haviam encontrado.Todas as caixas da GeoTour Azores estão localizadas em “lo-cais turísticos” ou são sobre “temas” impor-tantes para cada uma das ilhas e são todas (as 150 caixas fixas) caixas fáceis, para que, por exemplo, uma família de férias na re-gião consiga “encon-trar” as caixas com os filhos (pequenos).As caixas “joker”, em número de duas ou três por ilha, são cai-xas especiais que poderão ser usadas para, em caso de ne-cessidade, substituir qualquer outra caixa, da mesma ilha (que não tenha sido “fei-ta”). Algumas destas caixas “joker” serão já caixas de dificuldade mais elevada, dado não serem obrigató-rias. As caixas “joker” são caixas considera-das “Especiais” (caixas premiadas, caixas no-meadas, caixas consi-deradas “marcos” ou

de grande importância para cada ilha, etc…).

Colaboraram na “cons-trução” desta geotour muitas entidades, nomeadamente: Pre-sidência do Governo Regional dos Açores, Direção Regional do Turismo (entidade promotora deste pro-jeto), Direção Regional do Ambiente, Direção Regional da Cultura (com a colaboração de vários museus da Região Açores), todas as 18 Câmaras Muni-cipais da Região Aço-res, todos os Parques Naturais de cada uma das ilhas, os Serviços Florestais (a nível re-gional), Marinha de Portugal, GeoParque Açores, Os Amigos dos Açores, Os Mon-tanheiros e…. muitas mais!

Para além do prazer que o geocacher, parti-cipante nesta geotour, terá ao encontrar as caches que a integram, ficando a conhecer de uma forma profunda a realidade açoriana, poderá ainda ganhar alguns prémios (cuja existência é obrigató-ria numa geotour). Os prémios serão: a Geo-coin Azores (acessível a todos os geocachers,

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GRACIOSA

GRACIOSA

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FAIAL

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residentes ou não nos Açores) e “outros pré-mios especiais” (estes só acessíveis a geoca-chers não residentes nos Açores). Para atin-gir o prémio Geocoin Azores, será neces-sário encontrar 50% das caixas da GeoTour (portanto 75 caixas, não importando a ilha) ou completar as caixas desta Geotour de um dos grupos de ilhas (grupo oriental, grupo ocidental, grupo central-norte e grupo central-sul).

Os primeiros geoca-chers (não residentes na região Açores) a completarem um gru-po de ilhas, serão pre-miados com um dos prémios “especiais”. Haverá ainda um único prémio “super-espe-cial” para o geocacher que consiga “encon-trar” a totalidade das 150 caixas que com-põem esta geotour.

Na organização des-ta geotour, enquanto

“ferramenta turística”, imperou o objetivo de promover o turismo nas “ilhas mais pe-quenas”, bem como a deslocação entre ilhas. Assim sendo é possível “completar” a GeoTour Azores (e portanto obter a bad-ge e a geocoin) “en-contrando” apenas quinze caixas deste projeto. De qualquer das formas é sempre necessário que o geo-cacher se desloque a, pelo menos, duas ilhas açorianas.

Fazem parte deste roteiro de geocaches, caches de vários for-matos. A saber: caches tradicionais, caches multi-caches e enig-mas (simples) e ainda earthcaches, perten-centes a um total de mais de 50 geocachers (açorianos, madeiren-ses e continentais) apoiantes deste proje-to. Registe-se ainda a colaboração de muitos outros geocachers na construção deste pro-

jeto. Quanto às caixas integrantes desta geotour, tenha-se em atenção que existem caixas novas (algumas já publicadas e outras a publicar brevemen-te) colocadas em to-das as noves ilhas.

Claro que, em todas as ilhas, ficaram muitos locais e temas de fora da GeoTour. Existem nos Açores em geral, e em cada ilha em particular, uma quan-tidade impressionan-te de locais e temas “turísticos”, dignos e importantes para cada uma das ilhas (espe-cificamente) e para a Região Açores, no seu todo, que não são pos-síveis integrar numa “listagem” de apenas 150 caixas. Quase que se poderia afirmar que existe “material” para se “produzir” uma geotour em cada uma das ilhas… Registe-se a propósito que, muito recentemente,

a National Geographic considerou os Açores como uma das regiões mais bonitas do mun-do…e como um dos melhores destinos de férias!

A participação do geocacher numa geo-tour permite obter o atributo “GeoTour” de Geocaching.

É também de desta-car que foi, de novo, produzida (pela Cyber-map) uma aplicação (gratuita), a Whimzr, para telemóveis an-droid, onde estará incluída a Geotour Azores e que permitirá ao turista/geocacher uma navegação/in-formação alternativa e que não necessitará de ligação permanen-te a uma rede.

Texto: Luís Filipe Ma-chado (PalhocosMa-chado) / Pedro Almei-da (Pedro.b.almeida)

Fotos: Luís Machado, Paulo Peres, Pedro Almeida e Pedro Silva.

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SANTA.MARIA

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GRACIOSA

GRACIOSA

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GRACIOSA

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Chegamos mais uma vez a Dezembro, e quem pensa em Dezembro, pensa em Natal. Nesta edição natalícia do Fren-te a Frente resolvemos abordar um tema que se encontra completa-mente relacionado com a quadra. O Natal é, por excelência, a festa da família, na que os pa-rentes se encontram ou tratam de tornar mais curtas as distâncias, para o poderem festejar em conjunto com a sua família.Pensando nisto, por-que não nesta edição da GeoMag, colocar fren-te a frente duas famí-lias geocachers? Feitos e aceites os convites, propomo-nos então nesta edição a conhe-cer um pouco melhor duas equipas familiares de geocachers que vi-vem este seu hobbie em conjunto, assumindo-o como uma actividade familiar.Assim, de um lado es-tará a TEAM JH71, fa-mília de cinco elemen-tos, constituída pelo José Henrique, nascido em 1971, a sua esposa Tucha de 43 anos e os seus três filhos, os gé-meos Inês e Bruno de 14 anos e o Benny de 13. Diz-nos o José que “todos temos atividades extra profissionais, o pai está ligado ao associa-tivismo, a mãe é cate-quista e os filhos prati-cam futebol e andam na

música” mas “o Geoca-ching surge como a ati-vidade que nos permi-te a simultaneidade da prática de uma ativida-de em família”. Geoca-chers desde Outubro de 2012, contam com cer-ca de 1000 caches en-contradas. Residentes no Sobreiro, localidade do concelho de Mafra, deixam-nos muitas su-gestões de visita a nível municipal, evidenciando a Aldeia típica José Fran-co, no Sobreiro, a Vila da Ericeira e as suas praias, a Tapada Nacional de Mafra e o Palácio Na-cional de Mafra, como locais a não perder. No entanto, avisam-nos ainda acerca de Mafra: “A gastronomia também é do melhor que se pode encontrar no nosso país e a nível de pastelaria não há igual.”Respondendo às mes-mas questões estarão os Timearth. Família de 5 elementos (4 huma-nos e um canino!), são eles o Manuel com 50 anos, a Mira com 48, a Joana com 20 e o João que conta 12 primave-ras, bem com a cadela “ Fly” com 4 anos. Defi-nem-se como “uns cro-mos que já devíamos ter juízo”! Registados em Geocaching.com há mais de 8 anos (desde Maio de 2007), encon-traram já mais de 3800 caches, colocando sem-pre novos objectivos a si próprios. Como nos

refere o Manuel, os seus próximos objectivos, a “fazer no final do ano”, são a Senda del Oso e as caches por lá existentes, sendo que para Julho está programada a visi-ta a Naranjo de Bulnes “Picu Urriellu”. Porque escolheram esta actividade como ocupa-ção familiar? Qual das teams teve contacto com o Geocaching atra-vés de um programa de rádio? Como surgiram as escolhas dos seus nicks? Estas são apenas algumas das perguntas para as quais encontra-rão resposta, já de se-guida, Frente a Frente!

1. Comecemos esta pe-quena conversa pela pergunta que não po-dia faltar: Como surgiu o Geocaching no seio familiar? A qual dos elementos se deve a descoberta desta ativi-dade e como a partilhou e deu a conhecer aos restantes membros da família?TEAM JH71: Geoca-ching!!!???Sim, foi esta a minha reação quando pela pri-meira vez no final de uma reunião da Liga dos Amigos do Sobreiro o meu amigo Hélder Reis me falou do geocaching. O ir “investigar” de que se tratava foi apenas o tempo de chegar a casa.Depois foi criar conta, instalar as aplicações no telemóvel e na primeira

saída em família fomos em busca da nossa pri-meira cache: uma tradi-cional na zona ribeirinha de Lisboa.Mas foi com a letter GPN que contagiei toda a família e surge o TEAM JH71 como equipa.Timearth: Em 2007, numa viagem de carro, ouvi um programa na TSF- “mais cedo ou mais tarde vai ser notícia”- onde era apresentado o geocaching, como uma atividade de aventura ao ar livre.Chegado a casa, parti-lhei com as minhas me-ninas, esposa e filha, (o miúdo ainda era muito pequeno).E, entusiasmado, fui pesquisar a dita activi-dade na internet. Tendo nós um GPS, ficou de-cidido que no próximo passeio habitual de BTT por Sintra, iriamos pro-curar uma cache.Confesso que íamos um pouco apreensivos. Não sabíamos se as caches existiam mesmo e o que esperar de uma dita “ca-che”. Mas ainda assim, no dia 12 de Maio de 2007, encontrámos a nossa primeira cache.Dai para a frente, como não conhecíamos nin-guém, tentámos apren-der o melhor que podía-mos todas as facetas desta actividade – e como foi atribulada essa aprendizagem.

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2. Porque escolheram esta atividade para a ocupação dos tempos livres em família?TEAM JH71: Precisáva-mos de uma atividade que pudéssemos fazer em família, que nos le-vasse a sair de casa e, principalmente, que nos proporcionasse oportu-nidades de conhecer lo-cais que de outra forma nunca conheceríamos.O Geocaching é a ativi-dade perfeita para con-ciliar o gosto pela tec-nologia (smartphone, Pc , consolas e GPS) com a aventura na primei-ra pessoa dos jogos de consola/Pc. Timearth: Esta foi uma actividade que se inse-riu facilmente na nossa dinâmica familiar. So-mos uma família apre-ciadora de ar livre, e a muitas actividades a ele associadas. Com o geo-caching, em específico, passamos a conhecer sítios que para nós, até então, eram completa-mente desconhecidos, sítios inclusive no nosso “quintal”.Mas, nessa altura, o mapa português ainda se encontrava muito va-zio, e pouco homogéneo. Por momentos pensa-mos que mais uns me-ses de procura e todas as caches em Portugal estariam encontradas.De referir ainda que, no nosso primeiro ano nos Picos da Europa, eram inexistentes as caches

na região.Em suma, para nós, o início do geocaching trouxe muitos momen-tos fascinantes e poéti-cos, histórias inesquecí-veis de algumas aventu-ras que tivemos.Fizemos novos amigos e partilhamos muitas aventuras em conjunto3. Pensemos na vossa dinâmica familiar. Con-sideram que o geoca-ching pode ser um ins-trumento na educação dos mais novos? Em que medida?TEAM JH71: Obviamen-te, desde que o inter-pretemos com o sentido de atividade de enrique-cimento que o mesmo permite. Queremos que disfrutem e vivam cada momento sem a pressa e o stresse natural da “vida profissional”.Quando vamos para de-terminados locais, ten-tamos sempre desper-tar o interesse dos nos-sos filhos e por vezes dos amigos que se jun-tam a nós, para tudo o que nos rodeia, nomea-damente na natureza, falando da flora e fauna que estamos a observar e o mesmo se passa a quando de locais his-tóricos e monumentos, tendo sempre como ob-jetivo a oportunidade de valorizar o conhecimen-to cultural e cientifico.Timearth: O geocaching sem dúvida pode ser uma ferramenta educa-tiva para os mais novos,

e até mesmo para os mais velhos.Na nossa opinião, per-mite o conhecimento de conceitos mais técnicos ou histórias de lugares que de outra forma per-maneceriam incógnitas.Para além deste co-nhecimento palpável, permite também uma aprendizagem na forma de estar em comunida-de. No desenvolvimento da entreajuda, no com-bate aos medos, persis-tência na busca dos ob-jectivos e na partilha das alegrias.

4. Timearth e TEAM JH71, são os nomes pelos quais as vossas equipas são conhecidas na comunidade geoca-cher. Porquê a escolha de um username para toda a família em vez de uma identificação indi-vidual de cada um dos elementos?TEAM JH71: Família.Optamos por escolher um username para toda a família, em detrimen-to de individuais, pois a família é isto mesmo, a união.Os membros: Mãe – Tu-cha; Filha – Inês; Filho – Bruno; Filho – Benny ; Pai – José Henrique.TEAM JH71, no que con-cerne ao 71, este advém da data de nascimento do membro mais velho da família, o pai, que despoletou toda esta nossa aventura.Timearth: Na sua tra-

dução literal, Timearth, está relacionado com o “tempo” (time) da “Ter-ra” (earth).Esta escolha tem muito a ver com o nosso gos-to pelo planeta e tudo o que há de natural nele.O desfrutar da vida nos diferentes espaços, se-jam eles grandes ou pequenos, em família ou com os amigos, re-cordando sempre os au-sentes.

5. Falemos agora sobre as cachadas em famí-lia: Como decidem para onde vão? Que tipo de caches habitualmente procuram?TEAM JH71: Quando planeamos as nossas visitas a caches damos preferência a zonas his-tóricas e locais de con-tacto com a natureza o mais inalterada possível em detrimento de zonas urbanas.Valorizamos bastante os locais onde se encon-tra a cache, só depois a originalidade do contai-ner, por isso, verifica-mos os found existentes nas caches e o número de favoritos atribuídos, sendo no entanto ape-nas um indicador.Damos supremacia as caches letter pois foi por aqui que tudo “come-çou” neste TEAM JH71.Wherigo, mistério, earth e tradicionais são o nos-so top 5 de favoritas.Timearth: Fomos para

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muitos sítios impulsio-nados pelas boas caches que ai existiam. Mas de forma geral escolhemos os sítios que gostamos e só depois procuramos as caches que podem estar dentro dos nossos gostos.Muitas vezes, entre pro-curar uma cache nova ou revisitar uma num local mágico, acabamos por optar regressar aos locais mais especiais.

6. Abordam o geoca-ching com um trabalho de equipa ou dividem competências pelos diversos membros de família? Vou tentar ex-plicar-me melhor: Fre-quentemente existem teams onde alguns ele-mentos se sentem mais à vontade na resolução de enigmas, enquanto outros elementos as-sumem por exemplo, os momentos de maior risco na recuperação de uma cache. No vosso caso, a procura de uma cache é algo no qual

toda a família partici-pa, desde o momento da escolha da mesma, a resolução do enig-ma (quando a questão se coloca...) e todos os restantes passos, ou este é um trabalho em que cada um tem o seu papel e ajuda em áreas específicas para final-mente procurarem fi-sicamente a cache em grupo?TEAM JH71: Abordamos o Geocaching como um trabalho de equipa, em que toda a família par-ticipa.No entanto, as tarefas são divididas pelos di-ferentes membros da família, o planeamento e a escolha das caches fica a cargo do Pai que depois de uma seleção as apresenta a restan-te família para “apro-vação”, só depois passa ao chamado trabalho de casa que antecede uma ida para o terreno.Os miúdos da família fi-cam responsáveis pela resolução dos enigmas

e a Mãe é quase sem-pre dispensada desta primeira parte do pla-neamento, cabendo-lhe como missão principal fazer as fotografias no terreno.Ultrapassados os pri-meiros passos e defini-das as estratégias, se-guimos para o terreno onde o Pai aquando da existência de locais mais perigosos aborda indi-vidualmente o GZ, tra-zendo depois a cache, sempre que possível até junto da restante família em local seguro.Habitualmente e quan-do o local permite a abordagem e procura do GZ é feito por todos em conjunto. Timearth: No caso da nossa família, por vezes as etapas estão dividi-das em dois momentos.No primeiro, a seleção das caches e da zona é feita maioritariamente por nós, elementos mais velhos do team.No segundo momento, a procura propriamente

dita, é feita em algumas das vezes pelo conjunto do team. Noutras ape-nas os elementos mais velhos e o pequeno ex-plorador, se embrenham na busca insaciável pelo container, enquanto o elemento médio apenas desfruta os locais junta-mente com a quatro pa-tas (labrador da família).Refiro ainda que, a nos-sa dinâmica umas vezes é muito organizada e outras baseia-se no im-proviso.

7. Geocaching é tam-bém algo que facilmen-te se associa a férias e viagens. Isto leva-me a questionar: No vosso caso, quando decidem um destino de férias ou de viagens, o Geo-caching tem um papel preponderante na de-cisão final ou é apenas um complemento que vem enriquecer a expe-riência?TEAM JH71: Depois de 2012, as nossas férias passaram a contar com

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mais um fator decisó-rio no que diz respeito ao destino. Não sendo o principal, é um fator que pode determinar a escolha do local “A” em detrimento do local “B”.Um exemplo que pode-mos dar são as férias que já estão planea-das para 2016, Aço-res-São Miguel. Aqui o Geocaching foi o fator de desempate. Agora já estamos a tratar do planeamento dos locais a visitar na ilha tendo como base a existência de caches. Desta forma temos a certeza de ir co-nhecer locais, por vezes esquecidos dos roteiros turísticos, mas com uma beleza indescritível.É desta forma que asso-ciamos o Geocaching às nossas férias em famí-lia, pois permite, como se pode ver nas fotos, experiencias enriquece-doras. Timearth: O geocaching entra numa segunda fase na escolha do des-tino de férias.Primeiramente, opta-

mos pelos destinos que correspondem às nos-sas dinâmicas e activi-dades.No final do ano conta-mos rumar a La Senda del Oso…Só então, procuramos as caches que se encon-tram nas redondezas, e aquelas que correspon-dem aos nossos gostos.Preferimos desfrutar apenas de uma cache num local esplendido ou num local que exija um bom desafio, a 10 em sítios desinteressantes e com pouca seguran-ça (locais próximos de transito rodoviário in-tenso) ou demasiado poluídos.

8. Para além de pro-curarem caches, têm também já algumas escondidas em nome das vossas equipas. Qual é o papel da famí-lia enquanto owners? O processo de criação e colocação de uma nova cache é algo em que toda a família participa ou pelo contrário, é uma

vertente do geocaching vivida maioritariamente apenas por alguns dos seus elementos?TEAM JH71: O Geoca-ching só existe porque existem os Owners, por isso logo que começa-mos a desvendar esta nova atividade rapida-mente começamos a pensar na colocação da primeira cache.Enquanto geocacher’s fizemos o primeiro fou-nd em 5/10/2012 na cache GC34YX3 [Gare Marítima de Alcântara] e colocamos a primeira cache em 12/10/2012 GC3YHPQ [ESCORPIÃO].Neste momento temos ativas 29 das 36 caches publicadas por nós. No decorrer deste ano ape-nas publicamos uma ca-che e estamos a prepa-rar algumas novidades para 2016.O Sobreiro, localidade onde vivemos, faz par-te do concelho de Ma-fra, zona que recomen-do vivamente a visitar, pois temos bons locais e boas caches.

Timearth: No nosso team, a elaboração e co-locação das caches está à responsabilidade dos elementos mais velhos. Estes desenvolvem a ideia, definem os locais e por fim implementam. Os mais novos, apenas dão a sua opinião.

9. O Geocaching é uma atividade que tem em si também uma compo-nente social, na medida em que existe no nosso país uma vasta comuni-dade geocacher, que se encontra fisicamente nos vários eventos que ocorrem durante todo o ano no nosso país mas também virtualmen-te, através do fóruns e grupos de facebook es-palhados pela Internet. Vivem o geocaching maioritariamente no vosso núcleo familiar, cachando apenas em família ou participam frequentemente em eventos e fóruns, in-teragindo com outros geocachers acerca do tema?

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TEAM JH71: Vivemos o Geocaching maiorita-riamente no nosso nú-cleo familiar, fazendo no entanto diversas vezes Geocaching em conjun-to com outros amigos Geocachers.A participação nos eventos é muito condi-cionada pelo resto das atividades que os mem-bros da equipa têm para além da sua vida “pro-fissional”. Vamos sem-pre que possível aos que se realizam próximos de nós.Estamos igualmente registados no fórum GEOPT com o user: JH71, onde sempre que possível participamos de forma construtiva. Aproveito para deixar aqui os meus parabéns a todos que tornam possível a existência desse fórum.Timearth: A nossa di-nâmica neste momento resume-se ao núcleo familiar, e por vezes juntamente com alguns amigos, também geo-cachers. Por questões de organização familiar, são poucos os eventos em que participamos.Embora o nosso percur-

so pela actividade tenha passado pelas várias fases. Numa fase ini-cial estivemos sozinhos, mas mais tarde para um melhor conhecimento e interação, acabámos por frequentar alguns even-tos, onde acabámos por conhecer vários tipos de geocachers com dinâ-micas diferentes e his-tórias que enriqueceram a nossa passagem pela comunidade.

10. Chegamos ao fim da nossa entrevista! Dei-xando-vos desde já os meus votos de um Feliz Natal e um excelente Ano de 2016, peço-vos apenas mais um favor. Que sugestão deixa-riam para outras famí-lias que, tal como vocês, vêm no geocaching um excelente pretexto para viver boas experiências em família?TEAM JH71: A nossa sugestão resume-se a duas frases:- Lembrem-se de que o Geocaching é um hobbie e não uma competição. Disfrutem.- Existem imensos lo-cais maravilhosos à es-pera de serem desco-

bertos por vós.Votos de um Feliz Natal e Bom 2016… cheio de bom Geocaching. São os votos do TEAM JH71.Timearth: A primeira sugestão que pudemos fazer é de que vejam no geocaching um es-cape à vida quotidia-na de trabalho. Usem o geocaching como uma actividade para a união nos tempos livres para desfrutar de pequenas aventuras que podem fortalecer a relação en-tre os vários membros. Mesmo sendo estes de diferentes idades ou personalidades, pois é esta dinâmica que enri-quece a vida em conjun-to.Sejam ainda selectivos, procurem os locais com que se identificam e de-diquem-se a caches que estão ajustadas à vossa dinâmica como team. E aprendam a respeitar os pontos de vista de todo o team e a sua disposi-ção perante as diferen-tes situações. Esque-çam as estatísticas.Gostaríamos ainda de deixar algumas mensa-gens:

- Dentro das nossas li-mitações queremos acreditar que construí-mos algo para o Geoca-ching nacional que nos orgulhamos,- Ficamos comovidos muitas vezes com logs feitos nas nossas ca-ches,- Ficamos felizes com a Geocoin que pensamos pelo seu simbolismo,- Temos esperança que o nosso TB faça o seu caminho [TB3N6NG],- Ficamos felizes com momentos e historias incríveis passados com outros geocachers.A todos os que encon-traram caches nossas, esperamos que tenham sido momentos agradá-veis e divertidos! Acredi-tamos num Geocaching Poético.Aqui fica o link do vídeo da nossa cache Linha Estreita [LINHA ESTREI-TA-NARROW LINE - GC-1Q3GM]: https://www.youtube.com/watch?-v=oDTxcqqbn9Y

Texto: Bruno Gomes / TEAM JH71 / Timearth

Fotos: TEAM JH71 Timearth

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Por Valente Cruz

a importância de criar bons registos

C R U Z I L H A D A S

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Tal como no alpinismo apenas se considera o cume alcançado quan-do se consegue descer em segurança para contar a aventura, o geocaching apenas se concretiza através dos registos. Oficialmente, uma cache é desco-berta quando é feito o registo online, supos-tamente depois de ter sido assinado o livro de registos da cache. É sa-bido que os registos são uma parte fundamental do geocaching. Porém, nem sempre os regis-tos se coadunam com a promoção da qualidade no passatempo. Neste artigo irei abordar a im-portância de criar bons registos. A escolha das palavras não é fortuita, visto que um registo depende de um mo-mento de criação e não se limita à escrita. A fo-tografia é também uma parte importante da estória que se preten-de contar. É indubitável que os bons registos promovem a qualidade do passatempo. Mas, afinal, o que define a qualidade de um regis-to?

No limite, escrever é uma arte. Como tal, depende da inspiração de cada um. Porém, antes de ser uma arte, escrever é sobretudo um exercício de tra-balho. Para escrever bem é fundamental ler bastante. O resto re-solve-se com aprendi-zagem, espírito crítico, persistência, dedicação e muita correção. Ao contrário do que se possa pensar, o último ponto final não termina o texto; tão importante como saber escrever é perceber o que se deve cortar. Na escrita, a simplicidade pode mes-mo ser o último grau de sofisticação. Depois de cada frase podemos fa-zer o exercício de avaliar se não existe uma for-ma mais simples (e não simplista!) de descrever o que se pretende. Nos registos de geocaching também se pode fazer esse exercício. Contu-do, muitos geocachers exageram na parte do corte e os seus re-gistos resumem-se a pouquíssimas palavras, acrónimos, emojis e até mesmo ao vazio.

Ninguém estará à es-pera de ganhar um prémio através de um registo no geocaching. Porém, e dependendo naturalmente das cir-cunstâncias e da cache, podemos sempre criar algo que valorize o pas-satempo. Para além do registo escrito, é im-portante acrescentar fotos. Sem revelar de-masiados pormenores sobre o recipiente e a sua localização, as fo-tografias permitem ter uma perceção imediata e eventualmente mais fidedigna da cache/ex-periência.

Existem alguns tuto-riais com dicas e su-gestões que podem ajudar os geocachers que pretendem melho-rar os seus registos. Em termos práticos, para além de informar o dono sobre o estado atual da cache, um bom registo poderá também divulgar informações relevantes para os geo-cachers que a visitem futuramente. De forma a criar um bom registo é importante organizar as ideias. Para facilitar,

podemos até separar o registo por partes/pa-rágrafos. Por exemplo:

• A listagem – A desco-berta da cache começa em casa.

O que despertou o inte-resse? O que se apren-deu? Quais foram as expetativas?

• Trajeto/Viagem – Nin-guém surge no local da cache por geração es-pontânea.

Qual o contexto ou a razão da visita? Foi fácil ou difícil chegar ao local da cache? Poderá ser útil acrescentar pontos intermédios?

• Descoberta do reci-piente – Encontrar o recipiente é diferente de encontrar a cache. O recipiente é apenas uma parte da cache.

Qual o tempo de procu-ra e a dificuldade asso-ciada? Surgiram alguns constrangimentos com a presença de muggles?

• Informações várias – Todas as caches são compostas de mudan-ças.

“No limite, escrever é uma arte. Como tal, depende da inspiração de cada um. Porém, antes de ser uma arte,

escrever é sobretudo um exercício de trabalho.”

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É necessário fazer ma-nutenção? Foi realizada alguma manutenção? As circunstâncias do lo-cal alteraram-se? Hou-ve troca de itens, TBs ou geocoins?

• Experiência – Acumu-lação de memórias.

O que foi mais marcan-te? Sugestões?

• Depois da cache – Existe vida após a des-coberta.

O dia de geocaching ter-minou nesta cache? Ou qual foi a que se seguiu?

• Agradecimento – Mais do que uma sigla.

Obrigado! Muito obriga-do pela partilha!

Para a generalidade dos geocachers existirá sempre um primeiro momento em que por mais que se escre-va não se conseguirá transmitir o quão mar-cante a cache. No nosso caso, e após uma série de registos bem-inten-cionados, acabámos por perceber que um bom registo é a melhor forma de expressar gratidão ao dono da cache pela experiência proporcionada. Desde então, esforçamo-nos por criar registos que, de alguma forma, levem o dono a pensar que va-leu a pena criar a cache. Nem sempre o conse-

guimos, mas vamos tentando. Como donos de caches, é impossível ficarmos indiferente a verdadeiros relatos lite-rários que nos levam a reviver a descoberta ou a experiência.

Como ninguém nasce ensinado, também os novos geocachers po-derão não perceber de imediato a importância de criar bons registos. Poderá acontecer que o geocacher tenha sido iniciado no passatem-po por outro que não valoriza os registos. O geocacher novato pensará que a prática de ser excessivamente sucinto ou de não deixar fotos é correta. Assim, depois de recebermos um registo vazio numa cache nossa e antes de enviarmos um email provocador, deveremos considerar a hipótese de o geocacher não conhecer as boas prá-ticas do passatempo. Inclusive, nesta situa-ção, alguns geocachers optam por enviar uma mensagem pedagógica e construtiva. Não va-lerá a pena espicaçar uma reação inusitada. Poderemos estar ape-nas a gerar desânimo e incompreensão.

Mas será que todos os registos devem ser lon-gos e pormenorizados? De uma forma onírica

poderíamos pensar que sim. Contudo, sabemos que a resposta é ne-gativa. Existem muitas variáveis nesta equa-ção comunicacional. A primeira de todas é a disponibilidade. Nem sempre temos tem-po para descrever tão bem quanto queríamos a aventura vivida. E é igualmente legítimo que optemos por não o fazer. O geocaching é “apenas” um passa-tempo e deveremos pesar de forma equi-librada o tempo que lhe dedicamos. Alguns geocachers, mediante a pouca disponibilidade e a aversão ao minima-lismo, acabam por atra-sar os seus registos. Ganha-se em conteúdo e na promoção da quali-dade, mas perde-se em oportunidade.

De um modo geral e face a uma certa “in-dustrialização” do pas-satempo, muitos geo-cachers acabaram por desvalorizar os registos. Existem inclusive diver-sas estratégias. Uns esperam que alguém faça o primeiro registo e, depois de uma breve introdução, terminam com a referência que o colega já disse tudo. Al-guns gostam de ocupar bastante espaço, crian-do desenhos ou men-sagens com símbolos;

pode até ser artístico, mas ao observar-se o conteúdo relevante po-deremos ficar com pou-co. Outros aproveitam o mesmo registo para validar a descoberta de inúmeras caches de contextos diferentes. Torna-se então impor-tante questionarmo-nos o que será melhor: receber um “Encontrei” ou receber a descrição de como foi o dia, o fim de semana ou mesmo as férias de alguém, e que nada revela sobre a cache em questão. Por-que é difícil responder a esta pergunta, uma boa alternativa passa por praticar geocaching num ritmo mais lento, encontrando menos caches, filtrando a qua-lidade, e dando mais atenção a cada cache. É preferível encontrar apenas uma cache e sair de lá com uma es-tória para contar, do que não sabermos o que dizer de cem descober-tas que não ficaram na memória. Por último, a melhor forma de pro-mover a qualidade dos registos passa por criar caches com qualidade. Ninguém fica indiferen-te a uma experiência marcante!

Texto e fotos: António (Valente Cruz)

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Henry David Thoreau disse uma vez que “as coisas não mudam, nós é que mudamos”.Que palavras tão acer-tadas disse este autor estadunidense, poeta, naturalista, ativista anti-impostos, crítico da ideia de desenvol-vimento, pesquisador, historiador, filósofo e transcendentalista do século XIX.O autor deste brilhante artigo aposta que todos temos alguma coisa que gostaríamos de mudar. Quem nunca se arre-pendeu de algo? Quem nunca tentou fazer um retract na sua vida?Ninguém é perfeito e toda a gente tem limi-tes, até os Revisores Voluntários.

Quem nunca pensou “quem me dera ter feito isto assim” ou “quem me dera não estar sem-pre a fazer isto”? E o que é que muda por pen-sarmos assim? Rapida-mente esquecemos...“Nós é que mudamos”, segundo o ativista an-ti-impostos. E há por aí peritos em mudar as coisas. Ora desaparece um elemento impor-tante de uma complexa letter e o FTF será meu 4ever. Ora desaparece um container que até estava engraçadinho e trabalhado. Por vezes, demasiadas vezes, a cache continua lá, mas bastante alterada, como se tivesse sido vítima de 4 bombardeamentos e 2 quedas. Ninguém vê isto? Depois é tudo logs

muito simpáticos.Se a cache está naquele local, daquela forma... deixa-a ficar.Parece-te que está a 20 metros do GZ? Deixa-a ficar, bolas! Se calhar és tu que estás com falta de satélite.Cheira-te que o muro não é o melhor local? Deixa-a ficar. E escreve ao owner.Cheira mal no escon-derijo? Há restos de baratas mortas e cor-pos em decomposição? Das duas uma. Ou estás num cemitério. Ou a ca-che foi aí colocada antes do apocalipse zombie. Escreve ao owner.Não te armes em revisor in loco e loco. Não te ar-mes em censor. Não te

armes em herói nem em ministro. Não te armes em parvo nem em em-presa de mudanças.

Não alteres as coisas, não são tuas!

O site do teu passa-tempo favorito tem uma área que se chama “centro de mensagens”. E é grátis. E dá para dia-logar calmamente com o owner.

O owner não responde? Tem estado online? Tem faltado à chamada? Dei-xa uma nota na listing. Vamos com calma. Não enchas o mail do Revi-sor com pedidos para arquivar a cache. As coi-sas não vão mudar por sermos estúpidos.

Texto: Tiago Veloso (Tia-gosd)

NÃO ALTERESM A N D A M E N T O S

p O r T i A g O V E l O S O

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Palácio das Obras

Novas

´p A T r i M Ó N i O

p O r r u i J S D u A r T E

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Fez este Dezem-bro quatro anos que o colega Emanuel “JeremiasGato” nos deixou, vitimado pela doença que o as-solou. Num ano em que o geocaching fi-cou bem mais pobre com a infeliz perda de mais cinco com-panheiros [Roberto D3vil, Crisóstomo, JorgeBig, um dos ele-mentos dos 3aNo-ra (João) e outra da Team PrincesaRita (Carla)], dedicamos esta rúbrica não a um Castelo e suas caches como habitualmente, mas à outra coisa mais parecida.: um Palácio que, estan-do abrilhantado com uma cache do Jere-mias, será o nosso pequeno contributo… Sentimentos e sau-dades aos familiares e amigos dos nossos companheiros. En-quanto houver um tupperware escon-

dido debaixo de uma pedra ou atrás de um arbusto, serão sem-pre lembrados com um sorriso por aque-les que partilham este mesmo hobbie, esta mesma paixão, onde quer que este-jam, certamente num Evento à nossa espe-ra!

Vamos então até à Azambuja, onde, quem quer que se di-rija (vindo de Sul) irá certamente aperce-ber-se da placa indi-cativa do Palácio.

Atenção! Não esta-cionem aí!!! Fica bas-tante longe! ;)

Um pouco de histó-ria…

Durante o reinado de D. José (1750 - 1777) foram contruídas diversas obras des-tinadas a beneficiar e rentabilizar os ter-renos agrícolas da planície aluvionar da

Azambuja. Além do Canal com o mesmo nome e de diversas outras valas (desti-nadas a estimular a economia, aprovei-tando as terras en-xutas para cultivo) foi construído também um edifício, hoje em avançado estado rui-noso, de nome Palá-cio das Obras Novas (ou Palácio da Rainha por ter sido termina-do já durante o reina-do de D. Maria, entre 1777 e 1816).

O Palácio está loca-lizado na margem esquerda da Foz da Vala Real, e serviu, além de albergue e de local privilegiado para períodos de re-pouso à nobreza (Rei D. Carlos, Rainha D. Amélia, Príncipe Luís Filipe, entre outros), como estalagem, en-treposto comercial e de armazenamento de mercadorias, pos-to administrativo e de

controlo de trafego fluvial, entre outros.

A “Vala”, navegável ao longo dos seus 17 quilómetros, servia como “extensão” à principal via de co-municação do país na altura, o Rio Tejo, e o Vale de Santarém, permitindo assim a circulação de passa-geiros e carga entre estes dois pontos (com ligação às car-reiras que ligavam Lisboa a Constância).

Com o aparecimento do primeiro troço de caminho-de-ferro , na década de 1850, e consequente ex-pansão do mesmo para norte, o edifício entrou em declínio e, após o desapareci-mento da Companhia dos Canais da Azam-buja (que detinha a exploração do canal), ficou confinado ape-nas ao papel de es-talagem…até ao seu completo abandono.

“Enquanto houver um tupperware escondido debaixo de uma pedra ou atrás de um arbusto, serão sempre lembrados

com um sorriso por aqueles que partilham este mesmo hobbie, esta mesma paixão”

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O local…

O local é… magnífico, à falta de melhor ad-jectivo!

À chegada à (conhe-cida como) Avenida das Palmeiras somos logo presenteados com um pouco do que terá sido o espa-ço nos seus tempos v e r d a d e i r a m e n t e áureos… sim, “terá sido” é a expressão, já que a ruina já che-gou aí…e com força! O malfadado Esca-r a v e l h o - v e r m e l h o tem feito um belo de um festim com as pobres coitadas das árvores e já pouco resta a salvar do es-plendor de outrora. Terá sido mesmo o charme desta zona que atraiu até aqui Fernando Trueba e as belas quatro irmãs do filme Belle Époque

(entre elas Penélope Cruz) e que ajudou a arrebatar o Óscar de melhor filme es-trangeiro em 1994 (a somar aos nove pré-mios Goya em 1993). Grande parte do filme foi gravado em Arru-da dos Vinhos sendo que as cenas do rio foram aqui (além das da igreja no Sobral de Monte Agraço e as da estação, perto de Es-tremoz).

O edifício continua belo, belo como nós geocachers nos ha-bituamos a ver este tipo de ruínas, mui-tas vezes pela mão dos apaixonados pelo “soft-urbex” e em aventuras bem mais complicadas do que a que o Emanuel se propôs a apresentar à comunidade com a sua “Palácio das

Obras Novas (Azam-buja) [GC1F97Z]”.

Após atravessarmos a avenida, paralela ao canal, chegamos ao Palácio propriamente dito!

Uma construção composta por dois edifícios “separados” por uma pequena arcada que permite aceder às traseiras dos mesmos. O edi-fício mais afastado da avenida está em avançado estado de ruína e não permite que se explore o que quer que seja em segurança…o outro, transmite uma rela-tiva (muito relativa) e confortável sensação de que se pode dar uma vista de olhos sem ficar debaixo dos escombros mas... Confesso que apenas me aventurei no in-

terior da tal arcada, onde a coisa parece mais segura.

Mas, o “Todo” vale mesmo muito mais que a soma das suas partes! Os Edifícios com o Rio ali à sua beira, as enormes Árvores (que não Palmeiras) que o ro-deiam e “o encanto natural da zona en-volvente”… é algo que tem mesmo de ser vi-vido in loco e a singe-la e “simples” cache tradicional que se es-conde na “envolvên-cia” sendo o motivo da nossa deslocação à zona não será, de todo, a única memó-ria que traremos na bagagem.

Texto / Fotos:

Rui Duarte (RuiJS-Duarte)

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Parque Estadual Intervales

A l É M F r O N T E i r A S

p O r r K E l u x

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A minha primeira visita à única APE Cache ainda ativa, ficou marcada por alguns factos relevan-tes, para mim e para quem me acompanhou, em 2012.

Logo, por eu ser apenas o 2º geocacher portu-guês a visitá-la, a seguir ao Lumacafi em 2007. Depois, por uma feliz coincidência, a Lorrie e o Steve, os americanos que viajaram comigo e com a Miyuki desde o aeroporto em São Pau-lo, tornaram-se um ca-sal após esta aventura connosco; nas palavras da Lorrie “Nunca mais nos separámos desde esse dia!”. Por último, permitiu-me contatar pela primeira vez com a comunidade geocacher paulistana, responsável por mais de metade da atividade no Brasil, quer em termos de caches, quer de jogadores.

Entretanto nos últimos três anos, as visitas to-tais à APE Cache tripli-caram, o que provocou o aumento exponencial das caches disponíveis no Parque Estadual Intervales onde está localizada, assim como no percurso de cerca de 250km até São Paulo. Algumas dessas novas caches foram colocadas por geocachers estran-geiros, não sendo estra-nho terem coincidido no

tempo com o boom das Challenge, entretanto suspensas de novas publicações para um pe-ríodo de reflexão que se aproxima do fim.

No entanto, muitas per-tencem ao JRIntervales, um funcionário do par-que convertido em ow-ner e entretanto promo-vido à administração... e provavelmente o nosso passatempo terá ajuda-do a essa promoção, do mesmo modo que ele o tem acarinhado, com a sua disponibilidade e competência para nos mostrar os imensos segredos e belezas na-turais do seu local de trabalho, uma das pou-cas manchas de Mata Atlântica original ainda preservadas neste país-continente.

Enquanto community volunteer tenho obser-vado atentamente este crescimento, não só em Intervales, mas em todo o Brasil, por isso a von-tade de lá regressar era imensa.

Quando no início de ou-tubro, recebi um email de um lackey perguntando sobre o grau de loucura que seria um america-no viajar sozinho desde Seattle até Intervales, sem falar uma palavra de português, a minha resposta foi natural-mente no sentido de

esclarecer que seria totalmente desacon-selhável a menos que tivesse a companhia de alguém experiente no percurso e fluente no idioma, claro. Daí até ao convite, prontamente aceite, para que fizés-semos a viagem juntos, foi um ápice. Como diz o nosso povo em toda a sua sabedoria, “juntou-se a fome à vontade de comer”.

A cerca de um mês da data combinada fiquei com a responsabilide de reservar o nosso trans-porte e alojamento para o fim-de-semana de 6 a 8 de novembro, com chegada a São Paulo por volta da hora do almoço de 6ª feira e regresso a Seattle e Manaus respe-tivamente, na noite de domingo.

Por mera coincidência, só dias depois percebi que havia uma grande comitiva de geocachers experientes, predomi-nantemente americanos a planear passar esse mesmo fim-de-semana no parque, para onde também foi publicado um evento GIFF 2015. Essa anormal afluência de visitantes fez com que apenas já houvesse disponibilidade de aloja-mento nas pousadas do parque para a noite de 6ª feira, por isso reser-vei a noite de sábado em

um dos escassos hotéis de Capão Bonito, a cerca de 40km de Intervales, já que Ribeirão Grande, ainda que a metade des-sa distância, não possui opções de alojamento. Em relação ao rent-a-car, reservei um Duster com caixa automática, pois o Chris também queria poder conduzir parte da viagem.

A anunciada primeira visita de um lackey ao Brasil, deixou a comu-nidade paulista natural-mente ansiosa, ao pon-to de ter sido alterada a hora e data de outro evento GIFF na cidade, para acomodar a nossa presença. Paralelamen-te, surgiu outro convite para comparecer numa festa familiar na Vila Mariana que muito me sensibilizou. O atem-pado planeamento do nosso fim-de-semana por terras paulistanas estava pronto para exe-cução.

Foi então, no domingo anterior ao dia da nos-sa viagem, que surgiu esse tal intrometido do imponderável... Proble-mas domésticos para resolver impediam que o Chris tivesse esse fim-de-semana disponível, e por isso ele desmarcou a sua viagem. E agora eu... faço o quê?

Por tudo o que atrás

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ficou dito, as reservas feitas quase um mês antes, as coisas combi-nadas com os amigos de São Paulo e o meu vôo já pago, não havia como recuar. Fiz as possíveis alterações, reduzin-do os quartos de dois para um em ambos os locais, o carro alugado também passou de TT para utilitário (um pou-co arriscado, por causa dos estradões de terra de acesso a Intervales), mas felizmente “lucrei” uma caixa de velocida-des para gente grande em vez daquela coisa sem piada que os ian-ques usam. Tudo o resto ficou como planeado... apenas em modo solitá-rio, ou quase.

Só restava aproveitar os quatro dias que falta-vam, para gerar pocket queries e rotas para todos os gostos e fei-tios e muito importante, olhar com olhos de ver as várias Mistery e afins

existentes no parque. Como atrás comentei, praticamente todas elas se destinam a Challen-ges, havendo até uma “diz-que-é-uma-es-pécie-de” Letterbox e uma Reverse Wherigo que pode ser começada em qualquer local do mundo. Destaque para a interessante GC4E-BGK... e se estiverem a planear visitá-la, dá jeito conhecer em pormenor todas as anteriores Ape Caches entretanto já arquivadas, entre outras gaitinhas. As restantes não Tradicionais são deveras fáceis de solu-cionar.

Madrugada de dia 6. Acordar às 3h para o vôo da TAM JJ 3747 das 5:24 previsto para chegar a Guarulhos às 11:15, após uma viagem de quase 4 horas. Situação caricata, 45 minutos para recuperar a baga-gem na esteira, parece que havia suspeita de

droga... na bagagem de outro passageiro. Após esta inesperada demo-ra, procurei pelo balcão da Localiza, caminhei até determinado ponto no parque de estaciona-mento e aguardei pela chegada de uma van que me levou sozinho com pompa e circuns-tância até ao local onde de facto recebi o carro alugado, perto do Pull-man Hotel, já fora do aeroporto. É importante comunicar se é nossa intenção usar o carro no interior da cidade de São Paulo, por causa do “rodízio”, ou seja, o últi-mo algarismo da nossa matrícula é proibido em certos dias da semana... 2ª feira, algarismos 1 e 2, 3ª feira, algarismos 3 e 4, até 6ª feira, algaris-mos 9 e 0. Sábado e do-mingo está “liberado” e as Marginais Tietê e Pi-nheiros estão excluídas. Fixe, pois é mesmo a Tietê que vou seguir até

entrar na Rodovia Pre-sidente Castelo Branco, que me levará ao su-doeste do estado e ao meu destino, após pa-rar em onze portagens para pagar um total de R$67,30 em numerário, ou com um cartão pró-prio.

Primeira paragem para iniciar a série Em Busca do APE na GC44TPV. Uma grande área de ser-viço com um shopping bastante prático e um bonito yellow cab estilo anos 50 à entrada. As restantes caches desta série estão sempre do mesmo lado da rodovia e dos estradões, com possibilidade de esta-cionar sem risco, quase podia chamar-se One for the Road to the APE.

Neste mesmo dia o Jú-nior logou uma Nota na página da Ape Cache alertando para o facto de estar a chover suces-sivamente nos últimos 8 dias, razão pela qual

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ALAMOGUL.&.MONDOU2

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os estradões de terra se tinham convertido em perigosas pistas de lama... e eu que troquei um carro TT por um Uno. De qualquer modo, só li essa Nota depois de já estar no Parque, duhhh!

No entanto, a presença de uma chuvinha fria e persistente começou a fazer-se notar, ao che-gar perto de Capão Bo-nito, mas, quando final-mente parei o carro em frente à Pousada Pica--pau onde iria pernoitar e olhei para a “camufla-gem” castanha que co-bria quase totalmente a carroçaria originalmente prateada, comecei a in-ventar a desculpa que daria quando devolves-se o carro na Localiza, no domingo à noite.

Entretanto já tinha para-do na receção do Parque para me registar e reco-lher a chave do quarto (R$75,00 com o bilhete de entrada no parque já incluído). Como o Júnior já tinha terminado o seu horário de trabalho, não consegui reencontrá-lo ainda na 6ª feira, por isso tratei de rapidamente seguir para a pousada para deixar apenas a mala, fazer uma lava-gem rápida das mãos e do rosto e voltei a sair, pois queria procurar as caches mais próximas antes do anoitecer e do jantar. Precisava tam-

bém fotografar alguns placares para resolver as gaitinhas de algu-mas Multis ao serão. Comecei naturalmente pela Woodpecker, que fica mesmo no jardim da pousada.

Já vos disse que chovia? Agora copiosamente.

Duas das Multis come-çam mesmo nos edi-fícios da receção (que entretanto mudou de casa desde 2012) e do centro de audiovisuais. São a GC4FZKG e a GC-5W61R e mesmo ao lado temos logo a Ear-thcache GC452JY. De-pois, várias Tradicionais no trilho que ladeia o lago e passa em frente a outra das pousadas do parque. Nos dias anteriores, a vegetação havia crescido bastante e tentou reconquistar o seu território obstruin-do as trilhas aqui e ali, o bambu principalmente. “Teria sido uma ótima ideia ter trazido um casaco impermeável... teria!” pensei umas dú-zias de vezes. Mais uma interessante Earthcache observada no lusco-fus-co (mais fusco que lusco) e era hora de voltar ao quarto para vestir roupa seca antes de ir jantar... as botas, teriam de se-car nos pés.

Como me despachei antes do restaurante

reabrir para o jantar, desci um pouco e fui em busca da Playground, para uma das experiên-cias mais curiosas desta fim-de-semana. Apa-rentemente afastei-me do local onde deveria ser suposto manter-me, só me apercebendo disso quando começo a ouvir guinchos de um casal de Quero-quero, uma ave de penas pretas, cinza e brancas com as pa-tas altas e esguias com cerca de 40cm de altu-ra. À medida que uma piava para me distrair, a companheira fazia um vôo rasante à minha cabeça, para de seguida trocarem as funções. Ao fim de alguns segundos presumi que estaria demasiado perto de algum ninho e quando me afastei, o comporta-mento delas sossegou. Pais vigilantes e extre-mosos, sem dúvida.

Por volta das 19:00 es-tava num Restaurante do Continuum só para mim, para lá de uma ampla sala de refeições, o edifício alberga tam-bém uma exposição de artesanato e merchan-dising e uma micro-loja de conveniência, para aqueles que esquece-ram a escova de dentes ou o gel de banho, assim como vários cartazes de temática ecológica e ornitológica local. Após

ter espalhado o meu cachecol do Signal e a coleção de geocoins numa mesa contígua, esperei que mais geoca-chers aparecessem. Se os minutos iniciais pa-reciam dececionantes, pois apenas apareceu uma família muggle, pai, mãe e filha que olhavam curiosos para a minha mesa, pouco depois fui premiado com a chega-da de um simpático ca-sal canadiano, o Will e a Jess (de origem indiana), respetivamente RAT-CHET_FMR e EEVAH. Apresentações feitas, com a sempre admira-ção por encontrarem um voluntário ali no “fim do mundo”, ofereci-lhes uma visita guiada pe-las geocoins por ordem cronológica, começando pela Guitarra Portugue-sa 2008 até às mais recentes Açores 2015 e as dedicadas ao Brasil, com especial destaque para a Jaguar Geocoin, que está a tornar-se um caso sério de amor à primeira vista. O sem-pre delicioso jantar de imensos pratos por ape-nas R$25,00 (imagino se as caminhadas pelos trilhos não conspirarão com o nosso paladar, no sentido de nos fazer achar tudo delicioso ali) foi acompanhado por uma animada conversa e a promessa de uma

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cachada conjunta no sá-bado logo pela manhã.

Após a refeição segui-mos para os nossos quartos, eles na Pou-sada Esquilo a alguma distância dali e eu com uma Pica-pau mesmo em frente ao Conti-nuum totalmente vazia e na escuridão, só para mim... não esqueçam de trazer uma lanterna. A pousada tem uma arquitetura e decora-ção rústica, utilizando a madeira não tratada nos armários e escadaria e cepos de árvores como mesas-de-cabeceira. A casa-de-banho tem um duche com termoa-cumulador que quase não consegue aquecer a água. Como resultado, quando fechei a tornei-ra, estava a tremer de frio pela primeira vez no Brasil. Felizmente tinha três camas individuais à escolha e edredões fo-finhos e cobertores em igual número.

Sábado pela manhãzi-nha continuava a mes-ma chuva fria e chata acompanhada por ne-blina (cerração em por-tuguês do Brasil), mas

o raio do carro ainda mostrava orgulhosa-mente a sua empeder-nida máscara de beleza em lama avermelhada. Acordei cedo para resol-ver mais algumas gaiti-nhas obtidas graças às fotografias da véspera e pouco faltava para as 7:30, já estava de novo no restaurante para o pequeno-almoço (café da manhã) como com-binado com os meus novos amigos. Perante tanta variedade na ofer-ta, desde bolos de forma de vários sabores, frutas e sumos naturais, ce-reais, iogurte, leite, café, chá e sobremesas por simplesmente R$10,00, a dificuldade é a escolha e não exagerar na dose, especialmente para quem como eu, anda em luta quotidiana com uma irritante diabetes 2 desde que cheguei a este clima bem mais quente e húmido que o de Lisboa. Como se não bastasse, assim que me sentei na mesa, um dos empregados veio dizer que os meus pãezinhos estavam quase a sair do forno. Ser mimado é isto, meus senhores!

Como o Will e a Jess nunca mais chegavam e queria aproveitar a manhã ao máximo, por volta das 8:30 saí e recomecei a minha cachada à chuva pela GC461AC. Depois, voltei para o início da trilha da Ape e iniciei a ascensão para o Mirante da Anta e a GC3W4FW, uma T4 a 700m de altitude que com os trilhos enlamea-dos duplica a dificuldade ao ponto de parar de minuto a minuto nas dezenas de metros fi-nais. A óbvia beleza da paisagem verde que se aprecia do mirante, in-felizmente estava toda em tons brancos, com a visibilidade limitada a escassos metros. Pelo caminho fui logando outras caches e tendo interessantes encontros com a fauna local, muita passarada esquiva, um par de equídeos e par-ticularmente um sapo com uns bons 30cm de comprimento.

As trilhas nesta área do parque são essencial-mente um túnel pouco maior que o nosso corpo ao nível do solo que ser-

penteia pela vegetação e por essa altura já esta-va encharcado dos pés à cabeça e nem conseguia manter os ócuros segu-ros o nariz, por estarem constantemente a es-corregar na cara suada, pendurei-os na camisa e fiz todo o percurso em modo Sr. Pitosga. Con-tinuei nas trilhas dos mirantes durante cerca de 10km e depois dirigi-me para a surpeendente região das grutas e das cascatas em busca dos pontos finais de mais duas Mistery e uma in-teressante Earthcache numa antiga zona de garimpo de ouro a céu aberto há muito aban-donado.

Como entretanto o Will e a Jess tinham-me dito que no dia anterior, ape-nas tinham conseguido chegar à Ape Cache, na companhia do Júnior e da sua maestria no ma-nejo da catana (terçado), com que foi reabrindo a trilha, cortando ramos e ramos de bambu e outra vegetação, evitei esse trilho e escolhi outros onde nunca tinha anda-do. A já habitual banda

“A óbvia beleza da paisagem verde que se aprecia do mirante, infelizmente estava toda em tons brancos,

com a visibilidade limitada a escassos metros.”

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sonora de aves de todo o género é uma maravi-lhosa constante e pelo menos a chuva afastou os imensos insetos incómodos que costu-mam sobrevoar-nos sem parar. Não fosse o chapinhar das botas na lama e os pés a latejar e teria sido um prazentei-ro passeio de sábado de manhã. Deveria ter-me fotografado, pois o meu aspeto era de susto e dava jeito para copiar no próximo Halloween, lama nas botas e nas calças até aos joelhos, daí para cima enchar-cado até aos cabelos. Só quando regressei ao local onde tinha deixado o carro é que me lembrei que já tinha entregue a chave do quarto (check--out até às 10:00), por isso limitei-me a abrir a bagageira do carro, tirar roupa seca da mala e usei a casa-de-banho do restaurante para trocar-me... só as botas ficaram, mas mesmo assim tentei limpar a maior parte da lama, ba-tendo as solas uma na outra por cima da sanita (vaso sanitário). Já esta-va sentado quando vejo

entrar pela porta den-tro, uma família inteira com crianças e avós que estava bem mais enlameada que eu antes havia estado... como se nada fosse. Inspirado com o quadro, ainda meti alguma conversa com eles sobre a tragé-dia de Mariana ocorrida na véspera, mas não es-tavam a par de notícias mais frescas que as que já conhecia. Aparente-mente para eles o Brasil é São Paulo e o resto é paisagem.

No momento em que escrevo, as lamas tóxi-cas derramadas na ru-tura da barragem estão a desaguar no Atlântico, mais de duas semanas depois, naquele que é sem sombra de dúvida um dos piores desas-tres ecológicos do país... e que provavelmente também vai ficar só pela paisagem destruída (ou acabar em pizza, no ca-lão brasileiro).

Minutos depois, che-gou o casal canadiano, desculpando-se com o atraso pela manhã por uma noite mal-dormida. O Will estava apenas de

meias, tinha deixado as botas dentro do carro, também com quilos de lama agarrada.

Almoçámos os três juntos e depois pedi-ram-me que os acom-panhasse até Ribeirão Grande no carro deles, pois com o depósito quase vazio, tinham receio de não conseguir encontrar uma estação de serviço sozinhos, falando apenas inglês e hindu. Tinham razão em recear, pois em toda a simpática cidadezinha de população maiori-tariamente de descen-dência portuguesa há apenas uma bomba de gasolina, aparentemen-te de qualidade duvi-dosa... mas para carro alugado, basta.

No regresso a Inter-vales, como tinhamos tempo disponível até à hora do Evento GIFF GC64QXH, fomos pro-curando as caches finais da série Em Busca do APE, resgatando com resiliência alguns recen-tes DNFs. Felizmente a chuva deu tréguas e a neblina dissipou-se totalmente depois do

almoço, por isso tive-mos a oportunidade de desfrutar da paisagem envolvente e do relevo geográfico que tão bem dá nome ao local... entre vales. Colinas e vales em suave sucessão a perder de vista com matizes de verde e rebanhos de gado bovino da raça autóctone nelore, com a característica bos-sa atrás da cabeça e a pele do papo a descair à frente. Um cenário bem diferente da Columbia Britânica, lar dos meus companheiros, mas va-gamente parecido com a ilha de São Miguel nos nossos Açores.

A agradável companhia deste casal bem-dis-posto e conversador, permitiu-me uma ca-chada como há anos não tinha... e até deu para aprender novas expressões e conceitos, como o “GZCam”, nada mais nada menos que uma foto feita desde o local do esconderijo de uma determinada cache, enquadrando os restantes geocachers, ou vice-versa.

Estávamos apeados

“No momento em que escrevo, as lamas tóxicas derramadas na rutura da barragem estão a desaguar

no Atlântico, mais de duas semanas depois”

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no estradão a cerca de 10km do parque, quan-do passam por nós duas vans cinzentas em velo-cidade não aconselhável para o estado escorre-gadio do piso. Enquanto a da frente prosseguiu o seu caminho, a de trás parou, a porta de correr abriu-se e de dentro saltaram duas pessoas, um homem e uma mu-lher na faixa etária dos 50 que rapidamente chegaram ao pé de nós. Aproveitando o facto de eu ter na mão o logbook da cache que tinhamos encontrado, limitaram-se a carimbá-lo e tão depressa como tinham aparecido, desaparece-ram. Olhei para ler “Bra-zil Ape Adventure Nov 2015”. Tinhamos acaba-do de conhecer parte do Top10 Mundial... Uau!!!

Regressados ao parque, apenas fui ao carro bus-car de novo as minhas geocoins para que o pessoal as descobrisse e fomos diretamente para a sala de audiovisuais,

pois o evento estava prestes a começar. Fi-quei bastante contente por rever e conversar com o Júnior que fez questão de estar pre-sente, mesmo na sua folga de fim-de-sema-na, assim como o Fer-nando (NandoNaviga-tor) que também tinha conhecido no Evento do Pátio Paulista em 2012 e que ficou bastante in-teressado na aventura do Pico da Neblina que o AGT está a progra-mar. Curioso o facto de também estarem por ali alguns dos outros hós-pedes das pousadas, so-bretudo ornitólogos ou simples observadores de aves, principal fonte de receitas do parque.

Pouco depois, começa-ram a chegar os ame-ricanos que tinham ido deixar as bagagens nos respetivos quartos e tentei conversar um pouco com a maior par-te deles, dando detalhes sobre o estado do GC no Brasil, as velhas e

novas geocoins brasilei-ras, conheci o Kanchan, também voluntário e finalmente, as estrelas da comitiva Alamogul (1º em Finds no mundo) e Mondou2 (2º). Conver-sámos um pouco sobre as estratégias mais ou menos manhosas usa-das para ter mais de uma centena de milhar de ca-ches encontradas, como aquela que tinhamos presenciado um pouco antes e várias outras que me deixaram es-pecialmente impressio-nado, quer pelo quanto estão longe daquilo que se convencionou ser o respeito pelas guideli-nes, quer pelo elevadís-simo grau de logística necessário para tanto e sinceramente, que me perdoem, mas prefiro continuar com o meu GC de números fraquinhos. Ainda assim, não res-tem dúvidas de que os achei muito simpáticos e afáveis. Só mais uma foto final, com alguma matreirice pelo meio, afinal uma natural e sã

picardia entre ambos, já que o Festival de Cinema de Geocaching estava a começar e eu precisava viajar para Capão Bo-nito onde iria pernoitar antes do regresso a São Paulo na manhã de domingo, para umas ca-ches urbanas, a Primeira Comunhão (Primeira Eucaristia) da Victoria na Vila Mariana e mais um Evento GIFF perto do estádio do Palmeiras... tudo isto com a Aveni-da Paulista vedada ao trânsito e o meu Dakota a insistir que para onde quer que eu quisesse ir, teria de cruzá-la. Uma aventura por si só. Mas, como costuma dizer-se, isso já é uma outra his-tória. ;)

Obrigado Parque Es-tadual Intervales, por continuares a ser o ver-dadeiro Santo Graal do geocaching mundial... nunca desiludes.

Texto / Fotos:

Rui Almeida (RKelux)

“Conversámos um pouco sobre as estratégias mais ou menos manhosas usadas para ter mais de uma centena de milhar de caches encontradas, como aquela que tinhamos

presenciado um pouco antes e várias outras que me deixaram especialmente impressionado”

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ENTREVISTA DE CARREIRA

K!nderPor Rui Duarte

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Bem-vindo André às páginas da GeoMag! Pa-rabéns pelos teus oito anos envolvido (e bem) com este nosso hobbie... Oito anos feitos há ape-nas um trio de dias!

GM - K!nder... Porquê K!nder? Onde foste buscar este teu nick? Existia já relacionado com algum passatempo ou foi criado proposita-damente para o Geoca-ching?

AR - O nick K!nder já vinha de outro gosto anterior. Sucintamente, surgiu no mundo dos jogos online, onde, por mera brincadeira, a mi-nha equipa decidiu um dia trocar os nicks por chocolates. Nesse dia optei por kindersurpre-sa e teve tanto sucesso que fui obrigado a jogar durante uns dias com esse nome, nome que não me agradava es-pecialmente. Passados esses primeiros dias decidi encurtar para Kinder. Quando alguns meses depois conheci o geocaching, tentei re-gistar-me como Kinder, que já estava ocupado e apareci como kinderpt, sendo mais tarde al-terado para K!nder por questões de estética.

GM - Hum... kinder-supresa devia mesmo lançar o pânico entre as hordas inimigas online!! [risos] Voltemos então a Dezembro de 2007... Já ouvi falar de muitas maneiras diferentes de tomar conhecimento deste nosso hobbie mas nunca tinha ouvido falar de ninguém que tivesse “sido apresentado” ao Geocaching via uma série infanto-juvenil! Como é que isso acon-teceu?

AR - Culpado! [risos] Desde pequeno que sempre nutri um espe-cial gosto pelo monta-nhismo e pela monta-nha, aliás, os meus pais pensaram em internar-me por preferir umas férias na montanha em detrimento de ir para a praia. No início de 2007 o grupo com quem pra-ticava essa minha pai-xão foi-se desintegran-do, uns viram-se pais outros saíram do país, e dei comigo sem gran-de companhia para as minhas saídas. Amigos meus que sabiam que eu gostava dessas coisas, de aventura e viagens, alertaram-me para que, de tempos a tempos, os “Morangos com Açúcar” faziam umas saídas ra-dicais. Comecei então a ver a série sempre que havia uma das suas saí-das. Foi através da série

que conheci os encantos da serra da Freita e foi através da série tam-bém que, em Dezembro, tomei conhecimento do geocaching. Achei piada e decidi imediatamente ir investigar um pouco mais na internet. Sur-presa, surpresa, tinha uma na minha vila e lá fui em sua busca. Fiquei contagiado e com padri-nhos que aparecem na televisão.

GM - Depreendo então que vivias (vives?) nas Taipas, correcto? As mi-nhas notas referem que, tal como aconteceu a muitos de nós, a tua pri-meira experiência nisto foi um redondo DFN, com algumas peripécias pelo meio, spoilers de coordenadas e tudo... [Risos] Confirmas? Apesar de não teres re-gistado o DNF na altura, a tua primeira tentativa foi na TAIPAS PARK [GC-14KET] do eterlusitano, logo depois de teres to-mado conhecimento de que havia pessoal a es-conder tupperwares por aí? O que se passou?

AR – Sim, neste mo-mento retornei às Tai-pas. Na realidade eu não fiz um DNF na cache do eterlusitano, mas uns 3 ou 4 DNFs na mesma. Nos primeiros dias an-dei intercalado entre a

cache das TAIPAS PARK [GC14KET] e a já extinta 7 Maravilhas de Por-tugal [GC14NKP]. Não as encontrei e andei convencido que isto dos tupperwares não passa-va de pura ficção. Alguns dias depois lá voltei à carga à TAIPAS PARK [GC14KET] e, depois de algumas contas e uns quantos arranhões por ter abordado o ponto final da cache de for-ma pouco ortodoxa, lá acabei por encontrar a minha primeira cache. Finalmente resignei-me de que era real. Como ainda era novo nas an-danças e não tinha tido um padrinho físico que me incutisse os bons costumes cometi um erro de novato. No log online vi em baixo a opção de Pontos Adicio-nais. Apesar de me cos-tumar denominar como uma pessoa que con-segue ser demasiado desorganizado, naquela altura pareceu-me por bem guardar as coorde-nadas finais para mim. O que eu não esperava, na minha inocência, era que ao colocar lá as coordenadas finais elas ficassem visíveis para todos, e não somente para mim.

No entanto este engano fez-me ter um primeiro contacto com um geo-cacher bem mais expe-

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riente, e lá troquei umas mensagens a pedir des-culpa ao eterlusitano.

GM – Mas o teu pri-meiro found não se encontra entre essas duas, certo? Tenho in-dicação que terá sido na E Aqui Nasceu Portugal [Guimarães] [GCVTQC] do Pascoa. Foi assim? Lembraste da sensa-ção? Foi um “Finalmen-te!”, depois das peripé-cias pelas Taipas ou um “Ahaaa, é isto?”?

AR – Sim, tens razão, as primeiras tentativas de encontrar deram-me de tal maneira a volta à cabeça que fiquei confu-so. Essa foi realmente a primeira que encontrei e ainda hoje é uma das caches marcantes para mim. Apesar de ter vivi-do perto de Guimarães

durante praticamente toda a minha infância havia muita coisa que desconhecia e com esta multi fui capaz de co-nhecer alguns porme-nores, não só da cidade, como da história da fundação de Portugal. Depois, o ponto final fica num local mais calmo, isolado e com bastan-te verde em volta, ou seja, o ideal para mim. Quando a descobri senti um misto de sentimen-tos mas o que mais se sobressaiu foi mesmo aquele “Finalmente!”.

GM - Depreendo que essas primeiras saídas foram “a solo”! Man-tiveste esse tipo de registo muito tempo? Quando é que come-çaste a incluir amigos na equação? “Arrastas-

te” as tuas amizades para este “bravo novo mundo” ou angariaste novos?

AR - Nos primeiros me-ses tentei incutir o inte-resse aos meus amigos, mas foi uma tarefa infrutífera e, como tal, foram meses de difícil arranque e com muito poucas caches. Só pas-sados uns 6/7 meses é que através dum fórum nacional vi que estava a juntar-se um grupo para ir fazer a Na Linha do Douro [GC1BRPH] e a La Ruta de Los Túne-les - Barca d’Alva [GC-1C1W9], juntei-me a eles e tive o meu primei-ro contacto directo com outros geocachers, no-meadamente: Nandini, Rcoelho e o Mantunes. Desde esse momento fui adicionando à minha lista de amigos várias

caras deste nosso mun-do. *(Adorei a referência literária)

GM - Hum... e com o refinar do teu Geoca-ching... És predominan-temente Solitário ou o teu geocaching só é realmente Geocaching se puderes partilhar as experiências com os teus amigos, ao vivo e a cores no terreno?

AR - Para mim o Geoca-ching é a partilha, neste momento é muito difícil eu sair para ir procurar uma cache sozinho. Es-tou numa fase em que prefiro um DNF acom-panhado do que um found sozinho [risos]. Eu vejo o Geocaching como uma oportunidade para estar com amigos e conviver.

URBEX.LOVERS

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GM - Uma boa resposta [risos]! Olhando aqui um pouco para as tuas estatísticas, não se pode deixar de notar a quantidade de T5/D5 encontradas que tens no currículo! Esse gos-to por desafios mais exigentes veio com o GPS ou já é do tempo do “gosto pelo montanhis-mo e pela montanha”?

AR - Eu sempre tive um gosto especial por desafios, mas por nor-ma ficava-me só pela vontade. Procurava alguns desafios mais acessíveis. Só com o desenvolvimento dos meus gostos no geoca-ching é que surgiu aque-la vontade de tentar ir um bocado mais longe, a vontade de sentir os meus receios virem à flor da pele e de jogar

com as emoções mais fortes da condição hu-mana. Com a experiên-cia cheguei à conclusão que uma cache que me proporcionou um misto de sensações perma-nece por mais tempo na memória, torna-se inesquecível. Por isso tento sempre fazer uma cache que eu sei que me vai acompanhar.

GM - E nesse contex-to, tens algum tipo de desafio “preferido”? Tens mais apetência por algum T5 específico? Escalada, Espeleologia, Canyoning, etc.?

AR - Por norma prefi-ro as de espeleologia, canyoning ou que en-volva uma montagem de corda mais simples. Recentemente comecei

a praticar escalada mais activamente, mas para este tipo de desafio a autonomia é diferen-te. Prefiro aqueles nos quais posso ser autóno-mo. Apesar de defender que nunca se devem praticar sozinhos e sempre acompanhados.

GM - De vez em quando ouço falar (ou leio) so-bre Cursos de Iniciação ou de Associações rela-cionadas com estes te-mas... Já fizeste algum, propositadamente a pensar nas caches?

AR - Eu já fiz um curso de salvamento por cor-das e faço parte duma associação de escalada mas em ambos os casos não entrei ou frequentei com vista exclusiva para o geocaching. Como

desde novo dou uma ajuda numa empresa de actividades radicais, foi um complemento que encontrei para adquirir outras habilidades. Claro que todos esses conhe-cimentos facilitaram-me a preparação para o acesso a caches mais desafiantes. Quem sabe se um dia não farei um a pensar exclusivamente no geocaching. [risos]

GM - Com quarenta D5/T5 “no bucho” estás certamente habilitado para responder a isto... o pessoal cá pelo nos-so país percebeu bem o conceito do Terreno? Tenho feitas uma meia dúzia de caches de Terreno 5 e apenas em uma necessitei efec-tivamente de “ajuda” para chegar à cache. A

EVENTO.E.MAIS.TARDE.LETTER.(I.SEE.DEAD.PEOPLE.E.FALLEN.ANGELS)

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tua experiência diz-te que, regra geral, estão “sobrevalorizadas”, ou nem por isso e fui eu que tive sorte [risos]?

AR - Essa é uma per-gunta pertinente e so-bre a qual já muito de-bati com outros amigos, que também privilegiam esse tipo de caches. No meu entender, não só em Portugal mas num panorama geral, a defi-nição de T5 ou D5 ainda não está bem assimila-do. Por exemplo, por ve-zes aquilo que julgamos ser uma T5 porque é um desafio mental não pas-sa na realidade duma D5, T5 seria quando para fazer a cache é realmente necessário material ou um co-nhecimento específico numa modalidade mais radical. Como tal sem dúvida que concordo que uma grande maioria das caches em Portugal estão sobrevalorizadas com valores de terreno excessivo. Mas depois temos outras caches que são consideradas T5 por estarem localiza-das numa ilha, ou dentro duma mina, mesmo que o acesso à mina seja simples e dentro da mesma não seja neces-sário mais que uma boa caminhada.

GM - Dessas, “mais radicais”, terás certa-mente algumas que te deixaram mesmo “UAU”! Podes partilhar alguma/s estória/s com os leitores?

AR - Isso é complicado porque já foram tantas aventuras, algumas es-peradas, outras nem por isso. Mas quando vi esta pergunta lembrei-me duma que talvez até nem seja a mais interessante mas que sem dúvida que me marcou, não só pela aventura mas como depois me fez conhecer um grupo de geocachers dos quais me tornei muito amigo. A cache era a Cardielo e D. Sapo [GC33QJP] no distrito de Viana do Castelo e fui para esses lados, na bela companhia da Flo-ra, para participarmos num evento de acampa-mento e CITO. Quando lá chegamos verifiquei que existia uma T5 no meio do rio, não pensei duas vezes e quis fazê-la. Na altura a organização tinha um bote prepara-do para eventuais pes-soas que lá quisessem ir. O problema era que éramos imensos pelo que lancei em jeito de brincadeira “vamos a nado” (convém referir que não me dou muito bem em ambiente ma-rítimo). Ainda não tinha terminado a frase e já os

geocachers de Vila Real tinham saltado à água e começado a nadar. Bem... fiquei pasmado e só pensava que pare-cia mal não ir, vesti um colete salva-vidas e lá me lancei à água. O que não esperava era que a corrente me fizesse sair completamente de rota, e passado uns 30 minu-tos ainda me encontrava dentro de água a querer chegar a algum lado. O que é certo é que já no meio da minha aflição vejo um barco dum pes-cador na minha direcção e fico aliviado, vinha ali a minha salvação... Enganava-me redonda-mente, o pescador só queria conversar! “Vai para a ilha?” “Sim” “Não vai conseguir, eu ten-tava era chegar à outra margem” e arranca dali para fora deixando-me a debater na água. Não ti-nha outra solução, tinha mesmo de ir até a outra margem ao som do ruí-do ambiente, ou seja, da típica conversa de elevador que o pescador foi fazer com outro dos nadadores que estava a ver se chegava a algum lado. Uns 10 minutos depois lá estava eu a chegar à outra margem e, qual marioneta de-sorientada, esbracejava e esperneava enquanto caminhava e esperava voltar a ganhar sensi-

bilidade nos membros. A partir desse dia fiquei completamente viciado pelas aventuras com o pessoal da Bila.

GM - Hahaha! Grande amigo esse pescador! Só faltou tirar uma foto! [Risos]. Deixemos agora um pouco esta vertente, a da procura, e falemos um pouco do Owner! Quando é que sentiste aquele click, aquele “Vou esconder uma cache!!”?

AR – Sim, felizmente ele estava lá para me dar a ajuda de me indicar a outra margem, eu já es-tava a pensar em afogar por ser mais fácil [risos]. Em termos de colocar caches eu considero que tive dois clicks, o primeiro que foi pouco depois de começar, em que quis dar a conhecer alguns dos lugares que me eram próximos e nos quais me interessa-va mais dar a conhecer o local, independen-temente do container ou da qualidade, e um segundo, que apareceu por volta de 2010, em que quis criar caches que de certa forma to-cassem quem as procu-rava, caches nas quais me preocupei mais com a história, envolvência e progressão. Foi também a partir de 2010 que quis

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FIGUEIRA.DA.FOZ.T5

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tentar inovar um bocado em termos de eventos e criar algo diferente, fos-se na vertente aventura ou na vertente competi-ção.

GM - Comecemos então por esse primeiro mo-mento (apesar de seres muito conhecido pelo segundo, já lá iremos [risos])... Conta-nos as histórias por detrás das primeiras colocações! Como recordas essas primeiras caches escon-didas? Tinhas expecta-tivas de “O pessoal vai adorar este spot!” ou foi mais “Tenho de par-tilhar este local, que me diz imenso!”?

AR - Sim claro, a primei-ra foi num percurso pe-destre daqui da região, decidi colocá-la num dos moinhos perdidos ao longo do rio, na altura era um local mágico e no meio da floresta como eu gosto (Portuguediz - Sobreposta (Moinhos de Briteiros) [http://coord.info/GC19JWT]). Claro que para lá chegar não era preciso fazer o percurso, existia um ca-minho bem mais directo mas que atravessava a casa duma senhora super amigável. Lem-bro-me de ler os logs de quem lá ia e todos eles referirem a con-versa com a senhora.

Aliás, um dos primeiros a lá ir deu em frente da senhora uma valente queda que ficou famosa naquela altura. No log de quem caiu não apa-receu muita coisa, mas nos logs de quem foi lá depois a história estava sempre presente, di-gamos que era o tema de conversa favorito da senhora. Já a segunda cache que escondi foi na cidade onde nasci e ficava num elevador da ribeira do Porto (Ascen-sor da Ribeira [http://coord.info/GC1EWPQ]). Um facto interessante era que por essa altura o elevador funcionava e tinha permanentemen-te uma pessoa a traba-lhar lá, o que era engra-çado, excepto para mim, como owner, porque ele estava sempre no local da cache à espera que alguém chamasse o ele-vador. Então para fazer manutenção tinha de ir ao piso 0 carregar no botão e, naquele tempo do elevador descer, o funcionário aperceber-se que ninguém viria, e a subida do elevador, ti-nha eu de fazer tudo. Era caso para dizer que fazia manutenção à cache e à minha condição física, porque ainda eram um número considerável de escadas até lá acima. Ainda hoje essas duas continuam a ser duas

das minhas favoritas, das que coloquei.

GM - Sensivelmente um ano depois dessas tuas primeiras colocações (E com mais umas tantas pelo meio), damos com mais de meia dúzia em terras de Nuestros Her-manos... A que se deveu tal coisa? Mudança de residência?

AR - Não foi uma mu-dança definitiva de resi-dência, mas comecei a passar bastante tempo nos picos da Europa, e, como na altura não ha-via caches nas Astúrias e na Cantábria, lá acabei por colocar cerca de 5/6 caches em cada uma das províncias. Na altura gozava com a situação porque dizia que apenas com essas caches era dono de mais de 30% das caches nessas pro-víncias. Dessas caches algumas foram sendo arquivadas a pedido de geocachers da região, permanecendo lá três até os dias de hoje.

GM - O que te parecia o panorama por lá nesses tempos? Haviam dife-renças palpáveis entre o Geocaching Espanhol e o Português?

AR - Relativamente a essas duas províncias o geocaching estava ain-

da pouco difundido, e carecia imenso de geo-caches que levassem o turista, ou os habitan-tes locais, a locais de interesse. Também por essa altura começaram a aparecer bastantes geocachers no norte de Portugal que estavam a fazer proliferar o núme-ro de caches e o mesmo acontecia com a Galiza, a um ritmo um pouco mais lento. Como come-cei a frequentar bastan-te aquela zona de Espa-nha foi com pena que vi que uma das zonas com mais potencial de Espa-nha ainda estava muito mal aproveitada. Não podemos esquecer que os Picos da Europa pos-suem uma grande parte da sua área dentro des-sas províncias. Depois, também temos uma linda costa no norte de Espanha. Felizmente que agora a comunidade espanhola ganhou bas-tantes mais apoiantes e cresceu. Na minha pers-petiva o arranque do geocaching no Norte de Espanha foi um bocado mais lento comparado com o do Litoral Norte de Portugal.

GM - Vi no teu perfil que tens bastantes caches arquivadas dos teus primórdios, várias de-zenas dos teus primei-ros dois anos de Geoca-

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ching... assumi que teria sido decorrente de uma altura mais afastada do Geocaching. A quota parte das Espanholas foi “a pedido”? Hum... que se passou? Eras um “intruso”?

AR - Existiu um afasta-mento da minha parte em relação ao geoca-ching. Mas, com o meu ritmo lento, vou voltan-do. Em relação às caches em Portugal, algumas delas foram substituí-das por outras que se ajustavam melhor ao lo-cal. No caso das caches de Guimarães muitas delas foram arquivadas porque começaram a aparecer novos geoca-chers na cidade e, como já não estava tão perto, achei que deveria ceder o local a quem melhor pudesse cuidar do local e da cache. A cidade merecia alguém que estivesse mais perto e que tivesse um cuidado com as caches que eu na altura já não podia ter. O caso em Espanha, eu nunca tive alguém que me apontasse como um intruso, mas as minhas visitas à região começa-ram a cessar, e, apesar de serem caches de fá-cil manutenção porque estavam em locais mais estratégicos e com pou-cas visitas, chegou a altura em que ficavam melhor com os locais.

Recebi dois pedidos de geocachers locais a perguntar se podiam adoptar a cache, mas como sou uma pessoa muito sentimental com as caches que crio foi-me difícil desfazer delas, ficando acordado que eu aguentaria as caches até eles terem lá novas. Cla-ro que, dentro das todas as caches arquivadas, existem aquelas que foi por mero descuido meu.

GM - São esses os mo-tivos para teres as tuas ECs? Colocares algu-mas caches em locais mais distantes de casa (Antártica e China pa-recem bem longe!) que gostavas de partilhar mas não teres de te preocupar muito com a manutenção [risos]? Ou o Earthcaching esteve sempre presente no teu quotidiano? Sendo tu um apaixonado da Montanha per si?

AR - É uma das razões, eu faria tudo para con-seguir colocar caches com uma manutenção baixa [risos]. Quando era

pequeno era um indeci-so, tive a minha fase da arqueologia (influencia-da pelos filmes do Indy), depois passei pela fase da geologia, em que en-chi o quarto com rochas e mais rochas, paleon-tologia e terminei com a astrofísica. Ou seja, o bichinho da geologia, e não só, esteve muito presente em mim quan-do eu era jovem. Acabei por esquecer essa pai-xão e me dedicar mais à Física e Astrofísica.

Por outro lado por vezes existem locais, ou even-tos geológicos, que pe-dem mesmo uma Ear-thcache e não há como evitar a mesma. Já dei por mim algumas vezes a gostar mais de Earth-caches do que caches físicas, existe inclusive um powertrail que acaba por ser o único que até agora consegui mesmo apreciar, e que, por aca-so, até é um powertrail de Earthcaches.

GM – Entretanto, co-meça a tua fase de Or-ganizador de Eventos!

Cafés, Bowling, Karts, etc.. O que te levou para aí? O gostinho pela companhia e pela par-tilha de aventura? Tens algum em especial de que te recordes?

AR - Conforme fui co-nhecendo outros geoca-chers comecei a alterar os meus gostos no geo-caching. A cache conti-nuava a ser importante, mas comecei a dar mais valor ao convívio e a ter uma boa companhia para as caches. Daí, comecei a organizar eventos, primeiro com o intuito de conhecer geo-cachers novos onde ia de férias, ou de visita, e depois a tentar fomen-tar um convívio entre geocachers duma mes-ma zona. Dentro dos eventos que criei exis-tem dois eventos que guardo comigo. Um de-les é o “I See Dead Peo-ple - Halloween 2010” [GC2G09F], que foi o meu primeiro evento de Halloween e que fugia um pouco ao tipo de eventos de café ou ca-minhada. Foi um evento focado mais em que o participante tivesse pa-pel activo numa aven-tura. Os outros, os Geo-Golfe, foram eventos que muito me fizeram rir, tanto pelas histórias dos participantes como pelo programa resolver gerar alguns pontos em

“Já dei por mim algumas vezes a gostar mais de

Earthcaches do que caches físicas”

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TOUBKAL.(PONTO.MAIS.ALTO.DO.NORTE.DE.ÁFRICA.-.MARROCOS)

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70 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

locais que nem o diabo era capaz de pensar. En-tre alguns desses locais posso destacar: dentro do estádio do Bessa (Boavista F.C.), meio das rias em Aveiro ou até na ponta do telhado do Dolce Vita em Vila Real. Qualquer um desses locais deu origem a his-tórias fantásticas.

GM - Conta! Conta mais! [Risos] Deixaste-me curioso... até porque não faço ideia do que estás a falar!

AR – Pronto, eu conto um pouco sobre ambos. O “I See Dead People” foi um evento ao estilo letterbox. Enviei toda a gente para o meio duma aldeia mais isolada, e de lá ainda os enviei para um local mais afasta-

do, à entrada do mato. A partir daí dividi-os em equipas e deixei-os avançar e desvendarem os mistérios sozinhos. Em traços sucintos, começavam a seguir reflectores para dentro da floresta e, depois de cerca de 1 km, tinham de descer para um “bu-raco” onde existia uma entrada para uma mina onde tinham de entrar. Lá dentro vinha o se-gundo enigma em que um MP3 dava pistas para o seguinte pas-so, que era numa casa abandonada e supos-tamente assombrada. Nessa casa senhorial tinham de decifrar enig-mas escondidos em UV, descobrir códigos e por fim encontrar o local fi-nal, uma capela toda ela domada pelas silvas e o mato. A casa e a quinta

é do mais belo que exis-te e dava para perder aí umas valentes horas a descobrir todos os por-menores. No final de todas as equipas terem descoberto o enigma foi altura de começar um convívio mais no sen-tido da palavra… tive-mos queimada galega, patrocinada pelos bons amigos GeoGang, e mais para o fim até tivemos a presença do Jango, o maior espião que algu-ma vez Portugal teve, mas não me vou focar nele porque dava para um livro todas as suas aventuras;

O Geogolfe foi um con-ceito adaptado por mim dum site de jogos com GPS (esqueci-me qual é o site) ao geocaching. Em traços gerais, um programa gerava 18

pontos aleatórios num determinado raio e du-rante 4 horas as várias equipas tinham de ten-tar chegar o mais perto de cada ponto (pelo menos a uma distância inferior a 100 metros), no final ganhava a equi-pa que tivesse menos pontos. Claro que existe um conjunto de regras mas penso que não é in-teressante. Então, como aquilo era gerado de forma aleatória, tivemos alguns casos caricatos.

No Porto tivemos um dos pontos dentro do estádio do Bessa, escu-sado será dizer que com a ânsia de chegar mais perto tivemos uma das equipas que realmente invadiu o estádio por uma entrada traseira e conseguiu ir ao campo tirar o ponto a 0 metros.

BOLEIA.(ALBÂNIA.-.ROMÉNIA)

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Também calhou um dos pontos no meio do rio Douro e uma das his-tórias que não me es-queço é a da equipa dos MitoriGeikos, dakidali e lusitana, em que o Zé dos mitori andou em-poleirado numa árvore sobre o rio para tentar assim ganhar mais uns metros.

Em Aveiro tivemos um dos pontos que calhou no meio da ria, no meio de nada e sem acessos. Então, comecei a rece-ber toda a gente com esse ponto nulo por não terem conseguido chegar lá perto… já tinha desistido que alguém lá tivesse chegado, mas o que é certo é que uma equipa conseguiu. Como? Fácil, segun-do eles, pediram um moliceiro emprestado, pousaram as bicicletas a um canto e lá foram, conseguiram mesmo chegar a 0 metros. Por incrível que pareça até conseguiram sair fora do barco. Os 0 metros calhavam num tufo com não mais de 0,5x0,5 metros. Perfeito para uma pessoa. A foto que eles me apresentaram desse ponto vale por mil palavras.

Por último, em Vila Real, um dos pontos ficava por cima do Dolce Vita e tivemos gente que chegou perto através

de fora. Só que também tivemos uma equipa que pretendia fazer esse ponto o mais preciso que conseguissem, então, basicamente andaram a chatear o segurança do shopping para que lhes permitisse o acesso ao telhado e lá foram eles tirar um ponto a 0 me-tros.

Esses devem ter sido dos meus eventos que mais peripécias do gé-nero tiveram. Conse-guem imaginar toda a gente maluca atrás dos pontos e eu sentadinho no café muito descan-sado sem me chatear. [risos]

GM –Haha. Devem ter sido momentos bem divertidos, sim senhor! [Risos] Se há “classe” de seres humanos que vejo a colocarem-se nesses papéis é mesmo a dos geocachers!

Passemos então ao dito teu “Segundo Momen-to” a partir de meados de 2011, o de seres um (como é dito habi-tualmente sobre estes casos) “Owner de Ex-celência”... Mas, antes de passarmos a “casos práticos” e visto o teu sucesso no meio dos Prémios GPS, elucida-me: os prémios apare-ceram mesmo à medida para as tuas caches? Ou

as tuas caches foram pensadas no seio dos prémios?

AR - Essa minha segun-da fase aparece um bo-cado por culpa do evento “I See Dead People”. As pessoas gostaram tanto que resolvi passar toda a aventura do evento para uma cache, “Fallen Angels” [GC2N98F]. Os logs foram aparecen-do, e admito que gostei imenso de ler os relatos que me chegavam. Daí até decidir que queria criar algo que me pro-porcionasse aquele tipo de logs foi rápido. En-tretanto encontrei am-bientes urbanos que me deliciavam e fui criando histórias ao meu gos-to para cada um deles. Relativamente ao su-cesso nos prémios GPS, atribuo grande parte do “sucesso” ao grupo de amigos que me rodeava e que partilhava comigo alguns dos meus gostos. Digamos que as caches ganharam popularida-de entre quem gostava deste tipo de aventuras, o que não significa que fossem as melhores na-quele ano. Foi uma pura questão de timing.

GM - Fallen Angels... Escreveste um “Making Of...” dela para o núme-ro de Dezembro do ano passado da GeoMag! Foi então “sorte”!? O evento levou à Fallen

Angels; os registos le-varam às outras?

AR - Sim posso dizer que foi um bocado de sorte. Eu acho que é sempre bom para o ow-ner quando recebe bons logs porque motiva para que se esforce em criar caches em que possa dessa maneira aumen-tar um bocado do seu “ego” [risos]. Claro que os prémios também contribuíram para o au-mento da qualidade das caches a nível nacional. Desde que os prémios apareceram que se nota que existem bastantes owners que colocam uma extra dedicação às suas caches, o que para quem as procura é ópti-mo.

GM - Então e tu? Neste aspecto, e para quem não conheça a “tua obra” (o que é o meu caso, nunca tive opor-tunidade de procurar uma cache tua), onde te inseres nesta segunda fase do teu geocaching? As tuas caches propor-cionavam que tipo de experiência?

AR - Com esta segunda fase eu acabei por tam-bém começar a entender melhor a importância do log, não só como forma de motivar o owner mas também para quem o escreve. O log não é

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apenas um registo de found ou DNF, um log é uma memória que ficará guardada e associada a uma cache, aventura, local. Foi talvez nesta fase que eu próprio co-mecei a ter um pouco mais de cuidado com os meus logs.

Em relação às expe-riências que as minhas caches proporcionavam, eu foquei-me em dois dos meus gostos, aven-tura e urbex. E, como quem trabalha por gosto não se cansa, tentei de-dicar-me a essas duas vertentes. Por um lado criei as caches letter, onde a experiência está centrada numa história mais forte e no jogo en-tre essa estória e o local onde ela se desenrola. O objectivo era o de fazer com que quem estives-se a experienciar a ca-che conseguisse sentir o que a personagem da estória sentia, levar o geocacher a um mundo paralelo onde aquela estória deixava de ser uma ficção para passar a ser a realidade.

Na outra vertente, da aventura, centrava a cache mais em criar sensações fortes aos geocachers que fossem suficientemente malu-cos para tentarem abra-çar o desafio. Mais que um desafio físico, tenta-va criar o desafio psico-

lógico, criar a sensação de perigo iminente. Por norma e depois de mui-tos olhares apercebi-me que a primeira sensação que criava era a de um ódio sobre a minha pes-soa, mas que, no final de completo o desafio, se tornava uma sensação agradável de auto-su-peração. Nem imaginas as vezes que senti as orelhas quentes. [risos]

GM – Faço sem dúvi-da parte desses! Não especificamente em relação a às tuas caches mas a esse tipo de ca-ches mais trabalhadas. Tenho na minha zona de acção várias caches a que ainda não fui por achar que não comple-taria os desafios sem ajuda, e odeio os owner por isso [Risos]…

Se as minhas investi-gações estão correctas, em 2012 trouxeste um cabaz cheio de prémios relativos às tuas colo-cações do ano anterior, DNA [GC35289], ROSE [GC35289], Fallen An-gels [GC2N98F] e The Last Tower [GC2YTR0]. Três Letters, uma Tra-dicional, muitas estreli-nhas D/T e mais de 250 pontos de Favorito es-palhados pelas 4 (e per-centagens a rondar os 90%)… Como é que um Owner se sente aos ver

o “desabrochar” deste tipo de situação? E que culmina, claro, com o referido e certamente merecido reconheci-mento dos seus pares, nas votações?

AR - Foi uma noite emotiva, não vou men-tir. O reconhecimento é sempre bom para quem dedica parte do seu tempo a colocar caches. Seja ele um reconheci-mento através dos logs ou através dos prémios GPS. Durante a gala eu sabia que existia uma grande possibilidade de conseguir um prémio, mas não estava à espe-ra de conseguir ver 4 das caches premiadas. Não posso esconder que, destas 4 caches, tenho aquelas de que gosto e aquelas que me são mais indiferentes. Só posso agradecer a toda a gente que depositou o seu voto numa cache minha e as escolheu como algumas das suas favoritas, já que no dia foi complicado exercer um discurso coerente. [risos]

GM - Entretanto, dessas caches resta mesmo a memória e o reconhecimento por parte de quem apreciou as aventuras por elas proporcionadas... Acha-vas que eram caches a

prazo?! Consideras que este tipo de cache, inti-mamente ligadas ao Ur-bex e afins têm “limite de vida” logo à partida ou foi totalmente ines-perado o desfecho que lhe foi destinado?

AR - Na altura em que as coloquei não espe-rava que elas tivessem um prazo de vida, ainda para mais tão curto. Coloquei com o intuito de as ter activas por um longo período. De momento considero que caches ligadas ao Ur-bex realmente têm um prazo de vida, apesar de existirem imensas que perduram e que, por muito mais tempo, vão continuar activas. Todas as minhas que foram ar-quivadas foi por motivo de troca de proprietário do local e perda de au-torização. No mesmo mês vi 5 dos locais em que tinha caches serem adquiridos por outra pessoa e começarem uma remodelação do local. Não tive como evi-tar o arquivamento das caches. Por curioso que pareça, dois dos locais voltaram ao abandono após fortes obras de remodelação dos mes-mos.

GM - Perguntei isso porque me aconteceu exactamente o mesmo

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numa cache minha. No caso da minha começa-ram a roubar materiais dos edifícios e arqui-vei-a porque já não me parecia que oferecesse condições de segurança (das estruturas). En-traste depois num mo-mento mais calmo em termos geocachianos (parece-me), apesar de voltares a ter uma ca-che nomeada para os prémios de 2013 (De-vils House [GC3HY89]) e então... caches na Roménia!! Roménia?! Onde aparece a Romé-nia na tua vida?

AR – Sim, depois pas-sei por um momento de acalmia, que ainda se prolonga. Continuo a fazer geocaching só que sou mais restritivo

quanto às caches que visito. Em relação à Ro-ménia ela aparece no âmbito de uma acção de voluntariado que optei por abraçar na minha vida. Como estava numa região muito bonita e isolada resolvi criar duas caches perto da minha aldeia. Uma com uma pequena caminhada que terminava numa pe-quena aventura radical e a outra dedicada ao projecto de voluntariado e que fica localizada na minha aldeia, no meu antigo escritório. Ou seja, uma de aventura e outra de container.

GM - Voluntariado na Roménia?! Como é que uma coisa dessas acon-

tece? Foi um convite ou foi iniciativa tua?

AR - Era uma ideia que tinha já há algum tem-po só que, sempre que pesquisava sobre volun-tariado, deparava-me com custos associados que eram imputados ao voluntário e acabava por desistir. Uns meses an-tes de embarcar nesta aventura descobri que existia a hipótese de fazer voluntariado com a EVS (Serviço de Volun-tariado Europeu) e que os custos eram maiori-tariamente suportados por uma comissão eu-ropeia. Para quem não necessita de muito para viver, dá para se aguen-tar. [risos]

Tomei a iniciativa de procurar um projecto

que trabalhasse com crianças, e numa zona mais isolada, e algumas entrevistas depois, ti-nha sido escolhido para um projecto, e com tudo o que sempre quis mas levado ao extremo. Mui-ta criançada e jovens e muito isolado do mun-do. [risos]

GM - E foste parar à Roménia... fala-nos um pouco do país, para que zona foste “destaca-do”?

AR – Bem, é-me im-possível dizer mal do país porque fui recebido duma forma tão calorosa que hoje considero que parte de mim é romeno e está indubitavelmente ligado ao país. Lá criei amigos, voltei com duas

CACHE.1000

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CANYONING

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irmãs mais novas e mui-tas memórias. Apesar de, a nível geral, a visão que temos dos romenos e da Roménia ser nega-tiva, é uma visão errada, na Roménia existem dois povos e muitas das vezes associamos o povo romeno com o povo nómada. Tirando uma cidade na Roménia só tenho a dizer bem da população de lá.

A minha aldeia chama-se Rosia de Amaradia (nota: Rosia pode ser traduzido por tomate então basicamente vivia no tomate de Amaradia - rio) e ficava no “distri-to” de Gorj, a sul da Ro-ménia. Admito que a ci-dade capital de “distrito” me dava um pouco de azia, porque tinha sido a equipa dessa cidade que tinha eliminado o meu Braga da taça UEFA.

A minha aldeia ficava, digamos, no meio da montanha e com um deficit muito elevado de acessos à mesma, o que me fazia muitas vezes ter de andar pelo monte uns 12 a 18 kms para conseguir chegar a uma estrada aceitável. O que

era uma desvantagem ao início mas que esta-va recheada de muitas vantagens, como uma comunidade mais uni-da e, principalmente, a vantagem da saúde. Cheguei de lá numa forma física e aparência fenomenal. [risos]

Em relação ao país: lindas paisagens, mo-numentos fantásticos, casa do Vlad Tepes, mais conhecido por Drácula, casa duma mi-tologia transcendental e com cidades mesmo muito bonitas para se visitar. Um conselho ao irem lá, evitem ir para a capital Bucareste e invistam mais noutras cidades, bem mais boni-tas, como: Sibiu, Brasov, Timisoara e Iasi. Acon-selho vivamente a visi-ta para quem gosta de conhecer novas e ricas tradições.

GM - E em que é que consistia o volunta-riado? Trabalhar com crianças, certo. Mas em quê, propriamente?

AR - O meu projecto, concretamente, era tra-balhar com a comunida-

de jovem da minha al-deia e tentar incutir-lhes uma sensibilidade para questões ambientais, de comunidade, de saúde e desportivas. Às quais, por opção, decidi incre-mentar depois algumas aulas a nível de línguas, desportivas (como artes marciais, e desportos de campo), culturais (como participação de concur-sos de escrita e dança) e acima de tudo, muita diversão. Tudo o que era tendência na altura acabamos por fazer. Por outro lado, tam-bém consegui, confor-me me fui entrosando na comunidade, ajudar na construção da nova igreja e mais tarde, com a devida autorização de outras associações de voluntariado e, volun-tários, ir até a cidade (70 kms) e ter algumas actividades em conjunto com eles, como ajudar nas escolas das crianças com problemas motores e mentais, ou no hospi-tal.

O meu mote era mes-mo o de fazer com que estes jovens abrissem os seus horizontes e quisessem combater a

pressão para, no final dos estudos, ficarem na aldeia a trabalharem o campo.

GM - Deu para lhes incutires o gosto pelo Geocaching, como uma dessas actividades extra? [risos] Havia, além do par de caches que colocaste, alguma espécie de geocaching local?

AR – Tentei. Mas tirando as duas que coloquei, não existia nada por perto. Se bem que neste momento são eles os responsáveis pela ma-nutenção de ambas as caches. Por outro lado, consegui incutir o vício noutros voluntários e já posso dizer que tenho afilhados em todos os continentes, excepto Oceânia, mas hei-de lá chegar. [risos] Depois das minhas, as mais próximas ficam a mais de 20 kms em linha reta. Digamos que, se tirasse uma pocket querie com apenas 100 caches, me daria um raio de cerca de 70 kms. E não é por falta de potencialidade porque a zona é do me-

“O meu mote era mesmo o de fazer com que estes jovens abrissem os seus horizontes e quisessem

combater a pressão para trabalharem o campo.”

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lhor e está dotada, além da montanha, de estru-turas de exploração mi-neira abandonada. Foi lá que vi o local em que queria mesmo colocar uma cache, que era uma máquina de escavação com cerca de 10 anda-res de altura, imensos patamares e escadas, que iam para todo o lado. Fiquei de boca aberta e só me imagina-va a escalar a máquina para ir ver cada compar-timento fechado dela. Infelizmente, e apesar de estarem ao abando-no por mais de 30 anos, permanecem ainda hoje guardadas por um guar-da que durante todos estes anos vai fazendo turnos para vigiar as máquinas abandonadas.

Depois, tinhas imensas grutas com vestígios de espécies já extintas, como o tigre dentes de sabre, entre outros, inclusive uma mulher fossilizada ainda muito bem preservada. Um delírio para quem gosta de conhecer esse tipo de coisas.

GM - UAU! Parece-me um local mesmo à me-dida do Geocaching! [Risos] Quem de nós é que não gosta de conhecer este tipo de coisas!? Já te pedi para fazeres uma breve

comparação entre o Geocaching de Portugal e Espanha, na altura em que te aventuravas amiúde do outro lado da fronteira. Agora sobre a Roménia... tens alguma noção de como estava o Geocaching no resto do país? Tiveste oportuni-dade de te aperceber do estado das coisas em zonas mais habitadas/desenvolvidas?

AR – Sim, tive algum co-nhecimento do tipo de geocaching na Roménia e países vizinhos. Em relação à densidade de caches, as cidades são muito mais recheadas do que a zona rural. Mas, em comparação com Portugal, muito menos recheadas. A comu-nidade de geocachers do país concentra-se muito nas suas maiores cidades, por exemplo, cidades da dimensão de Guimarães contam ape-nas com uma mão cheia de geocachers, sendo a única cache dessa cidade colocada por um geocacher de bem longe. Em questões de containers, tirando caches da cidade de Cluj-Napoca que conta com um geocacher cria-tivo, são tudo containers muito inferiores ao que estamos habituados. Em questões de even-tos, é um país também ainda muito parado e

que conta com uma dú-zia de geocachers, que vai publicando alguns eventos. Felizmente tive oportunidade de conhe-cer alguns dos owners mais importantes da Roménia e nota-se que ainda estão a dar os seus primeiros passos.

E depois temos sempre algumas caches míticas, como é o caso da pri-meira cache da Roménia e que era a única que eu queria mesmo fazer, a que ficava no cume do monte ao lado do castelo “comercial” do Drácula.

GM - Bem, deve ter sido mesmo uma aventura e tanto! Contaram-me que és fã do hitchhi-king... essa faceta vem do mesmo à vontade que te permite ires numa acção de vo-luntariado para terras de vampiros? Alguma aventura geocachiana relacionada com isso?

AR - Eu não sou fã, eu idolatro o hitchhiking. [risos] Esta faceta apa-receu depois de ter ido para a terra dos vam-piros, foi lá que aprendi a pedir a típica boleia, e nem imaginas o quan-to custou porque, nas primeiras semanas, sentia-me envergonha-do em esticar o braço com o dedo para cima.

Como se costuma dizer: “Primeiro estranha-se depois entranha-se!” E assim foi quando dei por mim a vergonha tinha ficado de lado e andava eu a fazer milhares de quilómetros à boleia para ir visitar as cidades importantes da zona. Relacionada mesmo com o geocaching não tive nenhuma. [risos]

GM – Voltando ao Geo-caching… Acalmia... mas nem tanto! [Risos] Apesar de só vermos três caches novas tuas em 2014 (e nenhuma este ano), voltam a ser difíceis/desafiantes qb e com, mais uma vez, o “reconhecimento do público”! Acompanhei (como tenho feito to-dos os anos, confesso) com algum interesse a realização dos Prémios GPS e assisti a algum amargo relativamente à não nomeação d´As Constelações de Eldair [GC5BKJJ] por parte do pessoal de Vila Real. Estou correcto? Foi as-sim? O que te parece que aconteceu?

AR - Admito que fiquei triste porque, das 3 co-locadas, essa seria, no meu entender, a única que talvez se enqua-drasse nos prémios. Agora é passado. [risos] O que acontece é que

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os prémios têm como factor os gostos a nível nacional, e nem toda a gente pode gostar do mesmo. Os meus gos-tos são diferentes de A e os de A serão dife-rentes dos de B. Como tal a “Constelações” não se enquadrou naquilo que a maioria dos geo-cachers portugueses gosta. São gostos e isso não se discute. Eu fiquei com a impressão que muita gente ficou com a ideia que sou contra os prémios GPS mas, a verdade é que eu acho que a iniciativa é boa, é sempre uma forma de incentivar e motivar os owners a ter um cui-dado especial com as caches que escondem. Posso não concordar totalmente com as fórmulas, posso achar que já não se enquadra

tanto nos meus gostos, mas para isso basta-me fazer o trabalho de casa e consigo encontrar as caches que sei que me vão fazer ficar de papo cheio. Convém salientar que se às vezes sou um chato é porque acho que a ideia têm potencial, porque se não o achas-se, simplesmente virava as costas e ignorava.

Apesar de não ter cons-tado das nomeadas contínuo feliz com a minha “menina” porque grande parte dos logs são deliciosos. [risos]

GM - Esse é o espírito! Aproveito para te dizer que gostei muito do filme da Fake Factory (War Will) [GC5G3GR]! Voltando um pouco à tua faceta de geoca-cher (em oposição a ser

Owner)... uma breve pesquisa pelos teus últimos founds, nomea-damente deste último Agosto para cá, revela uma barrigada de Ca-ches com “C” grande, pelo menos a julgar pela quantidade de favoritos que muitas têm! É o tal “refinamento” de que tens falado? É “este” o teu Geocaching, e para manter?

AR – Sim, em Agosto tentei fazer uma sema-na a vaguear apenas pelas caches com fa-voritos e que me pa-recesse que iria gostar e caches de Terreno 5. Fiz alguns logs mas, da última investida a ca-ches T5, optei por fazer apenas “notas”, porque ando preguiçoso para logs físicos e como fico contente se a encontrar e tocar nela, muitas das

vezes, ou não faço o log para não ocupar espaço ou por pura preguiça. Depois, em casa, sei as que fiz e as em que fiz um DNF, e faço o log de acordo com isso. Os DNF ficam como DNF, os founds ficam como nota porque tive pre-guiça de logar o nick, apesar de ter fotos. As-sim, desta forma, tenho desculpa para voltar a algumas delas e colocar tudo em estado regular. [risos] Faço questão de me ir mantendo assim neste registo, tirando excepções em que saia com algum afilhado, ou um grupo, que vá fazer outro tipo de caches que talvez já não me abram tanto o apetite.

GM - Para 2016...tens algum plano especial relacionado com o Geo-caching para o ano que

DNF.SPORTS.(BI.CAMPEONATO)

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1ª.CACHE.E.A.MAIS.MÍSTICA.DA.ROMÉNIA.(DRACULA’S.CASTLE)

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vem? Algum evento na calha ou alguma cache em preparação? Acredi-to que o teu tipo de ca-ches demore um pouco mais a planear e colocar do que as minhas! [ri-sos]

AR - Não tenho nada do forno. Talvez apareça al-gum evento mas em re-lação a caches estou de licença sabática. [risos]

GM - Para terminar, pedia-te algumas con-siderações sobre o Pa-norama Actual, nomea-damente daquele que se faz em casa, de roda do PC e com a ajuda da nossa amiga inter-net... Eras uma pessoa bastante activa, pelo menos num dos fóruns Nacionais. Como vês o papel deles no nosso hobbie? Achas que o proliferar de Grupos e afins no Facebook vai mudar/está a mudar a nossa relação com eles e a maneira de fazer-mos Geocaching?

AR - Eu tenho andado mais ausente dos fóruns nacionais e, mesmo no facebook, já acabei por impedir as notificações de vários grupos dedica-dos ao geocaching, por-que já são tantos, muitas das vezes para a mesma região, que acabava por saturar e existir uma excessiva replicação de informação. Mas, do que

me apercebo em relação aos fóruns, parece-me que a comunidade mais nova não tem aderido tanto como era bom que aderisse. Para mim o trabalho desenvolvido pelos fóruns é excelente. No caso do GeoPT, te-mos o IAAN para quem é mais viciado ou gosta de estar informado dos seus números, as fer-ramentas que eles pro-porcionam no apoio no terreno ao geocaching, as iniciativas de conví-vio, sejam elas a mini liga (força DNF Sports [risos]) ou os prémios GPS, são todas iniciati-vas que de certa forma ajudam e dão outro va-lor no momento de che-gar a casa e descalçar as botas. Eu sempre que estou com geocachers que se estão a iniciar, ou que são meus afilhados, dou sempre uma achega para que eles se inscre-vam no GeoPT, leiam a informação lá inserida e que, acima de tudo, interajam de forma a dar um novo sangue ao mesmo.

Mas, a culpa a quem de direito, e sei perfei-tamente que parte da culpa também cai, ou deveria cair, sobre quem pratica este hobbie há mais tempo. Acho que quem já está mais inse-rido no jogo deveria ter uma “certa” responsabi-

lidade para dar continui-dade a novos conteúdos em todos os portais existentes. Dito isto, de-via levar uma marretada para começar a contri-buir com a minha parte. [risos]

GM - Ainda bem que fa-las na Mini-liga!! Foram para mim (que estava de fora) momentos bem divertidos, aliando o geocaching à bola! O dobro das possibilida-des de haver confusão e picardias! [risos] Lem-bro-me em particular das “capas de jornais” que iam saindo cá para fora! Podes falar um pouco sobre essa ini-ciativa e da tua (vossa) participação?

AR - Sim claro. Eu adoro esta iniciativa do GeoPT e é com orgulho que fui uma das pessoas que criou os DNF Sports. Na altura da primeira mini-liga, em parceria com o Carlytos, decidi-mos criar uma equipa que juntasse alguns dos maiores viciados das T5 e de preferência de vários distritos. Sendo assim, tínhamos re-presentantes de Braga, Porto, Aveiro e Viseu na primeira equipa, e como ainda estávamos a am-bientar-nos uns aos outros fizemos vários jogos e não marcamos

um golo. No segundo ano houve mexidas, algumas saídas e ou-tras entradas, nomea-damente o fora da lei, Gueu. E o único objec-tivo era marcarmos um golo, e, conseguimos marcar. Nunca me hei-de esquecer que o nosso primeiro golo, em vez de ser um orgulho, foi para nós uma desilusão por-que o primeiro golo dos DNF foi um auto-golo do adversário, ou seja, ficou o sabor amargo. [risos] Nesse ano não perdemos um único jogo das distritais mas fomos desclassificados porque um dos jogadores não estava bem inscrito.

No ano seguinte eu fui para fora, mas estive com a equipa de coração na Roménia, o que me valeu quase a expulsão da minha comunidade por um mal-entendido. A equipa entrou com garra e no final, nova-mente sem derrotas, conseguiu trazer o tro-féu para o Norte pela primeira vez. Foi um orgulho para mim. E depois, no ano passado, voltamos à carga para a defesa do título e, mais uma vez, conseguimos fazer mais um ano sem derrotas e trazer o bi-campeonato.

A parte das capas para mim é das coisas que mais me diverte. Co-

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meçou no primeiro ano, numa brincadeira que fizemos entre nós e os gasómetros, e que se prolongou pelos anos com uma rivalidade en-tre as duas equipas. O nosso Ze_ze quando se esmera cria cada pérola.

A equipa DNF Sport, apesar de muito compe-titiva, vê a competição como segundo plano. O objectivo da equipa é ir e divertir-se, se o caneco vier para casa melhor, espero que sim. [risos]

Pela equipa já passaram 13 jogadores, entre eles: (10 geocachers) K!nder, Carlytos, Valente&Cruz, Ze_ze, InspectorMax, 20ver, Rodry, Gueu, Dar+, manel86 e depois 3 muggles: Diogo, Joel, Fernando.

Apesar das rivalidades acho que a iniciativa promove imenso conví-vio entre as equipas. Ad-mito que já tenho sau-dades dos Gasómetros e da nossa rivalidade, e depois temos também do norte os 20cachar, que já nos acompanham nestas fases finais por algum tempo, além de nos acompanharem por vezes nas cachadas e de muitos terem em comum o gosto pelas caches T5. Sem esque-

cer, claro, as equipas mais a sul, que também organizam e dão o seu contributo para a festa.

GM - Estarás então na primeira linha dos que ficaram desiludidos com o (aparente) adia-mento da prova para a primavera do ano que vêm. Porque achas que tal acontece?

AR - Eu não estou desi-ludido, estava na agen-da esta iniciativa mas a ser adiado, muda-se a agenda, não é por aí que o geocacher morre. [risos] Em relação ao que terá acontecido não posso adiantar muito porque não faço parte da organização, prova-velmente estariam a preparar outras iniciati-vas ou ainda no rescaldo dos prémios. Para tudo na vida é preciso moti-vação e poderá ter sido por falta dessa motiva-ção, por se calhar verem a comunidade mais relaxada à espera que tudo aconteça. O que é certo é que grande parte da comunidade não se pronunciou sobre a ini-ciativa até bem perto da data normal. Na minha opinião, quem começa uma iniciativa tem de certa forma uma res-

ponsabilidade para com a mesma, seja em orga-niza-la ou em delegar a sua organização, mas também compreendo que por vezes é com-plicado estar com um peso enorme nas costas e que, quando se vê que grande parte da comuni-dade está à espera para que tudo apareça feito, pode ser desmotivante. O geocaching nacional precisa que apareça aí um grupo de novos geo-cachers cheios de força e de vontade. Como já foi referido a minha motivação para procu-rar geocaches já não é tão forte, mas tenho um truque, junto-me a geo-cachers novos cheios de pica e lá me carregam para fora de casa e à procura de caixotinhos. Sou um explorador. [ri-sos]

GM - E é uma verda-de, o aparecimento do pessoal novo (também) pelos fóruns, além de os alimentar com esse sangue novo de que fa-las, contribui de forma muito positiva para se assimilar alguns “en-sinamentos” logo de início, enquanto tenri-nhos! Para concluirmos esta nossa viagem pelo teu percurso geocachia-

no, pedia-te, André, que nos deixasses um par de sugestões de boas caches (na tua opinião, claro) para que possa-mos terminar este ano de 2015 verdadeira-mente com o pé direito! [Risos]

AR - Obrigado por me fazerem dar esta volta ao passado e redesco-brir tanto sobre o meu percurso. Apercebi-me que já nem eu sabia bem o meu caminho e fui presenteado com algumas pérolas que me foram dadas pelas tuas perguntas.

Em questão de caches vou deixar algumas en-tão como sugestão.

Para os mais radicais: Limite Vertical, Porto; Para radicais e histó-ria: Underworld - The Other Side [GC4Q0D0], Vila Real; História e lo-cal: O Sentido do Medo [GC35EMB], Viseu; Pai-sagem: Heart of Dark-ness [GC1471Q], Braga.

E claro, se tiverem von-tade, coragem e tempo deem um salto até as Constelações de Eldair [GC5BKJJ]. [risos]

Texto: André Rebelo / Rui Duarte

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Birdwatching Locations

w A y M A r K i N g

p O r r u i J S D u A r T E

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Para o mês de Dezem-bro, e em pleno Inverno, mando como sugestão um waymark relaciona-do com algo em que o nosso país é muito inte-ressante neste período, “Localizações para ob-servação de aves”! Portugal é destino in-vernal de muitas e belas aves, que vêem o nosso ameno cantinho como soberbo para passarem os meses mais frios do ano e transformam as nossas paisagens em verdadeiros paraí-sos para os amantes, tanto da observação como da fotografia, das aves, principalmente das aquáticas. Não sur-preende portanto que, da cerca de uma dezena de waymarks relaciona-dos em terras nacionais (e continentais), apenas um não se refira a habi-tat aquático e sim ser-rano (Serra do Socorro, perto de Torres Vedras).Poderia traduzir para este artigo o conteúdo da descrição da catego-ria no waymarking, mas à semelhança de outros, remete para regras dis-

to e daquilo e acaba por ser, confesso, chato. Se tiverem mesmo interes-se nisso, podem consul-tar a dita em http://goo.gl/kgrl2vSó o facto de dizer que o local tem de ter sido designado por uma au-toridade e tem de ter um sinal a dizer que serve para isso mesmo, observar aves, já me faz alguma confusão… ser uma casinha escondi-da junto de uma lagoa, com local para nos sen-tarmos e com janelas disfarçadas para olhar para a água sem sermos detectados não chega, aparentemente.Adiante, e citando a SPEA (Sociedade Portu-guesa para o Estudo das Aves), “Sabia que para além das nossas famo-sas praias e rico espólio cultural, Portugal é um dos mais interessantes destinos europeus para a observação de aves? Que algumas das cente-nas de espécies de aves que pode observar em Portugal são ameaça-das ou endémicas, e que muitas delas são carac-

terísticas de habitats Mediterrâneos ou da Macaronésicos? Descu-bra o fenómeno do bir-dwatching e tudo o que a natureza tem para lhe oferecer.”, temos espa-lhados pelo nosso país vários excelentes locais propícios à observação dos nossos bonitos amigos de penas. Destaco nesta pequena peça o meu “Tagus Bir-dwatching - Póvoa, Por-tugal” [WMK295] que, mesmo não sendo o me-lhor local para observar grande número de aves por estar localizado no Parque Linear Ribeirinho do Estuário do Tejo e ter sempre gente a praticar desporto, acaba por fa-zer parte do Estuário do Tejo, um dos mais im-portantes estuários da Europa e morada (prin-cipalmente de Inverno) de muitos milhares de aves. Ainda assim, mes-mo com “corredores” e “bttistas”, se escolhidas as melhores condições (manhã cedo conjugado com a altura da descida da maré, duas horas depois da maré cheia),

qualquer aficionado ou simpatizante da obser-vação destes simpá-ticos animais poderá observar dezenas de espécies distintas, tais como Flamingos, Guin-chos e outras gaivotas, Peneireiros-cinzento, Pernilongos, Pilritos, Borrelhos, etc.Um excelente exemplo do aproveitamento das margens do Tejo e de algumas salinas, en-tretanto desactivadas, para usufruto da popu-lação (e da natureza). Venham ver com os próprios olhos e, quem sabe, procurar também algumas das caches que ali coabitam.http://www.waymar-king.com/waymarks/WMK295_Tagus_Bird-watching_Pvoa_Portu-galMais informações em: http ://b i rdwatching.spea.pt/pt/ ou http://www.avesdeportugal.info/

Texto / Fotos:Rui Duarte

(RuiJSDuarte)

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p O r T E A M M A r r E T A S

N u N O g i l

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85Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Neste Natal de 2015, regressamos a Lis-boa, mas com um pé-zinho no Ribatejo.

Nesta edição do Geocaching de A a Z vamos conhecer Nuno Gil, geocacher de 24 anos, nascido em Lisboa mas criado na Moita do Norte, e como ele próprio refere, “com todas as raízes bem fortes em toda essa região”. Residindo em Lisboa desde os 18 anos, por motivos inicialmente académicos e actual-mente profissionais, dá pelo nickname de NunoGil, é geocacher desde Março de 2011 e já encontrou mais de 11500 caches, isto para além de já ter es-condido outras 577, entre caches tradicio-nais, multi e mistérios e de ter organizado 32 eventos.

Apaixonado pelo geo-caching, assumido

amante dos números, aceitou o nosso con-vite para nos relevar um pouco mais sobre a visão que tem desta actividade. Quem me-lhor do que ele para nos dar a conhecer a sua forma de ver este hobbie? Fiquemos en-tão a saber como se define o Geocaching de Nuno Gil, de A a Z!

A de Aventura - foram muitas as que este hobbie já me propor-cionou.

B de “Bora cachar!” - uma expressão que utilizo com muita frequência, principal-mente quando ligo ao P14.

C de Carlos - não é um geocacher registado mas é o muggle que mais gosta disto. É o meu pai, o “owner” das minhas caches.

D de Desafios - são vários os que nos vão

aparecendo pelo ca-minho.

E de Eventos - os melhores locais para conviver, confraterni-zar e aprender com as pessoas que têm este gosto em comum.

F de FTF - algo que cativa muitos de nós. Eu sou um deles.

G de Georibatejo - sem palavras. É um grupo incrível que começou a ser cons-truído numa cachada na Serra de Aire a 6 de Agosto de 2011 e desde aí já muitos momentos incríveis proporcionou.

H de helderjust - um geocacher e um ami-go que me diz muito. Nunca fui muito fã de “containers” bru-tais até ver os deste menino e as caches fantásticas que criou. Infelizmente fizeram-no desistir do geoca-ching.

I de Inspector - é como um revisor me trata, mas devia ser I de Interessado.

J de “Já comeste fruta hoje” - é dos melho-res containers que existem por aí.

L de Locais - sem dú-vida das coisas que mais aprecio, conhe-cer locais que não co-nheceria se não fosse o geocaching.

M de Massamá - ti-nha chegado a Lisboa há uns meses, com 18 anos, para estudar e estava à espera do autocarro para o meu abrigo em Massamá. O Nélio (figueiras) passou por mim a correr, disse para ir com ele procurar uma coisa. E eu fui. Não sabia o que era. Mas encontrei. E nunca mais parei.

N de Números - uns gostam e outros não. Mas todos se inte-

“C de Carlos - não é um geocacher registado mas é o muggle que mais gosta disto. É o meu pai, o “owner” das

minhas caches.”

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86 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

ressam. Eu gosto e muito.

O de Orgulho - em ser owner e dar aos outros o que gosto de encontrar e descobrir.

P de Plitvice Lakes - nome de uma cache e local absolutamente incrível onde fiz a mi-nha última milestone.

Q de Quantilidade - uns preferem sem o nti e outros sem o li mas dá para fazer das duas maneiras porque

cada um faz como quer.

R de Rota - às vezes com e outras vezes sem. Planeadas ou “à balda”… tem é que se fazer.

S de Sorrisos - estão sempre presentes nos meus logs e é como quero o mapa, cheio deles.

T de Travelbugs - faz parte do “jogo” e é uma parte interes-sante do mesmo. En-

tre eles as geocoins são-me especiais, principalmente as na-cionais.

U de Ultrapassar - há sempre muito para ultrapassar. Por vezes perigos em que nem pensamos.

V de Ver - em quase todas as caches. Há sempre algo diferente para ver, para desco-brir, para conhecer.

X de Xenomania - por me apetecer fazer

caches em todos os países do mundo!

Z de Zero dias sem pensar no Geoca-ching!

Texto: Nuno Gil

(NunoGil)

Bruno Gomes

(Team Marretas)

Fotos: Nuno Gil

(NunoGil)

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Este ano foram sub-metidos ao HQ um to-tal de 81 filmes prove-nientes de 20 países distintos! Destes, 16 (de dez países) foram escolhidos para serem partilhados com a co-munidade um pouco por todo o mundo.

Cada participante (dos finalistas) recebeu um ano de assinatura grá-tis do serviço, além de outra “parafernália”, como tags e geocoins.

É o terceiro ano em que se realizam os GIFF (e supostamen-te o último)… nos primeiros dois o HQ divulgou os finalis-tas online, depois do Evento principal reali-zado em Seatle. Esta é a primeira vez em que os GIFF estiveram realmente disponíveis para serem aprovei-tados por todos os geocachers, mediante !454! eventos realiza-dos pela comunidade, à volta do globo!

Aproveitámos a oca-sião e pedimos aos organizadores dos eventos cá pelo nos-so cantinho (oito no continente e três nos Açores) algumas con-siderações sobre o rescaldo da iniciativa. Aqui estão elas:

GC61DAR - Is there any... GEOCACHER out there?

O evento GC61DAR - Is there any... GEO-CACHER out there? foi criado no momento em que foi confir-mada a deslocação à Ilha Graciosa dos geocachers Palhocos-machado e pedro.b.al-meida para organiza-ção da GeoTour Açores naquela ilha.

Este foi, provavelmen-te, o segundo evento de geocaching orga-nizado na Graciosa e tinha como principal objetivo descobrir se existem “geocachers” ativos.

Posteriormente verifi-camos que preenchia os requisitos para se tornar um evento GIFF oficial uma vez que estava previamente marcado para o “GIFF Weekend”. Não podía-mos perder esta exce-lente oportunidade de divulgar os filmes GIFF 2015 aos participan-tes do evento.

Inicialmente esteve marcado para o centro de Santa Cruz da Gra-ciosa mas o Graciosa Resort e Business Ho-tel gentilmente cedeu um local onde este pudesse decorrer com

maior tranquilidade e melhores condições.

Infelizmente, à hora marcada, apareceram menos entidades e geocachers do que se inicialmente esta-va previsto devido a várias atividades que estavam a decorrer nessa noite na ilha. No entanto foi possível apresentar aos pre-sentes a GeoTour Aço-res, os filmes do GIFF 2015 e alguns produ-zidos pelos owners do evento relacionados com esta atividade.

O principal objetivo do evento foi cumprido. Afinal sempre existem geocachers na ilha Graciosa.

GC6435H - Aigra Nova GIFF Weekend 2015

7 de novembro de 2015 ... A Serra da Lousã recebe o even-to Aigra Nova GIFF Weekend 2015, numa organização da Lousi-tânea - Liga de Ami-gos da Serra da Lousã e da AirDreams, com o apoio do Município de Góis, da ADXTUR e da ADIBER, abrilhan-tado pela presença de vários geocachers e outros interessados, para assistir aos 16 vídeos finalistas do

Geocaching Interna-tional Film Festival 2015.

Num dia de sol, con-vidativo à prática de geocaching, todos os caminhos confluíram em direção à Aldeia do Xisto de Aigra Nova, uns por caminhos de terra batidas, outros por acesso alcatroa-do, embora todos com o trajeto repleto de sorrisos no mapa do geocaching, com as viagens de ida e volta aproveitadas para procurar mais algumas das muitas caches escondidas na região.

O espírito de conví-vio foi imperativo na hora de confraternizar sempre com o geo-caching como tema de muitas conversas, entre os praticantes de várias regiões de Portugal Continental.

Na hora da “sessão de cinema”, o “filme da casa” (único repre-sentante da Península Ibérica no Festival) foi o mais acarinha-do pelos presentes encontrando-se, con-sensualmente, “entre os melhores”.

Finda a apresentação de todos os vídeos, à boa maneira serrana,

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foi a vez do convívio se prolongar à mesa, com degustação de vários produtos típi-cos da região, onde não faltaram a broa de carne, o café de borras e as filhós de cenoura, entre muitas outras iguarias.

O evento não ter-minou sem que os geocachers ficassem a conhecer algumas das caches do projeto GeocachINg Xisto, e com a “fotografia de família” do evento, que culminou com um FTF coletivo, à cache Fonte dos Namorados, em Aigra Nova.

Aproveito para agra-decer a partilha daqui-lo foi o nosso evento. Obrigado e até breve.

Muito obrigado a to-dos!

zemarques82

GC643HV - “Só vai quem quer... ver” | Edição 1

A sede da nossa equi-pe Orangotango Team fundada por mim ($ Boy) é utilizada para produzir os nossos containers, e fora da actividade do Geoca-ching encontramo-nos por lá para visua-lizar uns filmes quase

como que em família!!! Foi então que me sur-giu a ideia assim que vi a publicidade do GIFF 2015 no meu email e pensei, ora aí está uma oportunidade de ver-mos um filme como é hábito e desta vez re-lacionado com a razão da nossa existência - o Geocaching!!! Mais tarde reparei que só publicando um evento teria acesso à tão es-perada pelicula, e foi o que fiz, publiquei o Evento “Só vai quem quer... ver | Parte 1”

Entretanto contata-mos os amigos geoca-chers mais próximos para a visualização dos filmes no Evento, mas a palavra foi passan-do e quando chegou o dia pensámos “Não vamos ter lugar para tanta gente” :)

Num simples evento, feito exclusivamente para ter acesso ao fil-me, fizemos um Even-to recheado de gente do meio onde foram trocadas ideias, parti-lhadas aventuras, en-fim o que normalmen-te se faz nos eventos de Geocaching

Para terem noção da dimensão estiveram presentes no nosso evento Geocachers de

Cantanhede, Mealha-da, Anadia, Oliveira do Bairro, Águeda, Bus-tos, Ílhavo, Mira, Avei-ro, Luso, Pampilhosa, Mortágua, Viseu, Oli-veira do Hospital, Tor-res Novas, Figueira da Foz, Montemor, Coim-bra, Leiria, Pombal e Condeixa, e espero não me ter esquecido de ninguém!!!

A todos o meu muito obrigado

$ Boy aka Hugo Idalé-cio Couceiro

GC64YZ0 GIFF Wee-kend 2015 - Ilha Ter-ceira

Foi uma noite muito bem passada, em que estiveram presentes cerca de 20 pessoas, o que é um número bas-tante aceitável, tendo em conta a nossa rea-lidade.

Foram projetados os 16 filmes, logo depois os organizadores fize-ram referência à edi-ção de 2015 dos Geo Terceira Awards, que este ano terá a sua segunda edição e que visa premiar as me-lhores caches publica-das na lha terceira ao longo do ano, tendo a noite terminado com o habitual convívio que

se prolongou até às 02h00.

Pedro Silva aka or-dep_81

GC63YEE: GIFF Wee-kend 2015 - Póvoa de Lanhoso (Portugal)

Poder hospedar o GIFF Weekend 2015 - Póvoa de Lanhoso (Portugal) foi gratifi-cante porque o melhor que posso encontrar no Geocaching, são as pessoas, e de facto passamos umas boas horas num ambiente de harmonia onde a boa disposição reinou.

Soltaram-se várias gargalhadas com o desenrolar dos Videos, e ainda consegui apu-rar que o (GeoDog) foi o favorito, claro que Portugal nos deixou orgulhosos, por estar-mos nos finalistas.

Foi uma noite verda-deiramente divertida, e moveu varias locali-dades até à Póvoa de Lanhoso, desde Viana do Castelo até Aveiro.

O GIFF Weekend ja-mais será esquecido por mim, e espero que o tenha feito inesque-cível a todos os parti-cipantes.

A todos eles o meu obrigado pelo carinho

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91Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18 91Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

SÃO.MIGUEL,.AÇORES

GRACIOSA,.AÇORES

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92 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

prestado.

À GeoMag. obrigado pela oportunidade.

Abraços e sejam feli-zes.

GC65CEK: 11º Algarve Meeting 2015 - “GIFF Weekend”

Como é hábito, tenta-mos realizar um en-contro mensal de geo-cachers por terras do “reino dos Algarves”, para conviver com os presentes e com os que aqui se deslocam sazonalmente de fé-rias ou em trabalho. Até agora temos con-seguido! É sempre na primeira sexta-feira do “més”, como se diz por aqui.

Assim depois da pu-blicação do “11º Al-garve Meeting 2015”, apercebi-me que iria decorrer o “Giff Wee-

kend” nesse fim-de-semana e que seria uma boa oportunidade de oferecer aos parti-cipantes a visualiza-ção dos filmes num ambiente de convívio e partilha que está sempre presente nos nossos encon-tros (eventos). Assim surgiu o “11º Algarve Meeting – GIFF WEE-KEND”.

Reunidas as condi-ções, talvez mínimas, mas possíveis, para a divulgação dos referi-dos 16 filmes, no local do evento, local pú-blico, montamos dois computadores, onde depois da habitual tro-ca de apresentações, informações, dúvidas e comentários sobre o tema Geocaching, à hora programada 09:45, todos puderam assistir à mini sessão de cinema. Desde os

graúdos até aos miú-dos todos seguiram com atenção e entu-siasmo os 16 filmes finalistas, do início ao fim.

As opiniões sobre o evento foram diversas e podem-se encontrar nos comentários indi-viduais efetuados no “Attended”.

Na minha opinião pes-soal, foi muito positivo e fico contente por ter realizado um dos GIFF Weekend em Portugal e único no Algarve.

Quero agradecer a presença de todos (33 registos no Logbook) os participantes, pois sem eles não havia os eventos, ao ASU por emprestar um dos computadores e ter realizado a foto repor-tagem, e ao JTA (meu pai) pela logística e lembranças do evento.

Obrigado a todos.

JTAJ

GC63XTJ: GIFF Wee-kend 2015 | São Mi-guel, Açores

Os geocachers rjp-cordeiro e schindler.team organizaram na ilha de São Miguel (Açores) o evento “GIFF Weekend 2015 | São Miguel, Açores” (GC63XTJ), com o in-tuito de proporcionar à comunidade geoca-cher as melhores con-dições possíveis para o visionamento dos 16 vídeos finalistas do Geocaching Inter-national Film Festival 2015.

No dia 7 de Novembro, alguns minutos antes da hora marcada para o início do evento, os primeiros geocachers começaram a chegar

AIGRA.VELHA

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ALGARVE

ENXOFÃES

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94 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

MIRANDELA

TERCEIRA,.AÇORES

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ao auditório do Colégio do Castanheiro. Entre cumprimentos e con-versa animada, mui-tos não resistiram ao cheirinho das pipocas no átrio e, ainda antes da sessão de cinema se iniciar, deliciaram-se a comê-las.

Para além de geoca-chers, compareceram no evento alguns professores e alunos (acompanhados pelos pais) do colégio.

Após a habitual to-lerância de 10 minu-tos, foi dado início ao evento. A introdução ficou a cargo dos schindler.team, que agradeceram a amabi-lidade da Direcção do Colégio pela cedência das suas instalações e explicaram a todos os presentes como decorreria o evento. Assim, com propósito de envolver a comuni-dade educativa do Co-légio do Castanheiro, o geocacher rjpcordeiro deu início a uma pa-lestra de introdução ao geocaching. Dentro do mesmo âmbito, o aluno e geocacher joaofsviagem team falou um pouco sobre a sua história e expe-riência no geocaching. Logo após, foi a vez do geocacher Peter! dar

início à apresentação do vídeo “C9H13NO3 (Adrenaline)”, com o qual concorreu ao GIFF 2014 e venceu na categoria “Most Ad-venturous”. Seguiu-se um pequeno intervalo, para que os partici-pantes pudessem ad-quirir as suas pipocas, antes da sessão de cinema.

Naturalmente, o evento culminou com a projecção dos fil-mes finalistas do GIFF 2015. No final, en-quanto os geocachers assinavam o logbook (um claquete de ci-nema), ainda houve tempo para algumas trocas de opinião so-bre quais teriam sido os melhores ou mais divertidos vídeos a concurso.

GC60YWV: Mirandela GIFF Weekend 2015

Decorreu no dia 6 de Novembro, com ini-cio pelas 21 horas, o evento “Mirandela GIFF Weekend 2015”. Um evento oficial do Geocaching HQ, pro-movido pela equipa “Os Transmontanos”.

Decorreu num esta-belecimento comercial local, o “Açude Cave Bar”, que gentilmente

cedeu parte das suas instalações para criar uma sala de cinema improvisada.

Os participantes, oriundos também de algumas localidades próximas, foram apa-recendo, e recebendo o seu bilhete. Depois de devidamente aco-modados, escolheram as pipocas de acordo com o gosto de cada um, doces ou salga-das.

Os filmes foram visua-lizados com grande entusiasmo e atenção.

No final, todos os bi-lhetes foram colados no logbook, e tirada uma fotografia de grupo, para mais tarde recordar.

Os Transmontanos

GC65KC9 GIFF Wee-kend 2015 - PIPOCA-MOS

Foi após ver um filme, ao sofá, e quase a terminar o prazo legal para a publicação de eventos, que a organi-zação da GeoMag pro-pôs a apresentação dos filmes GIFF 2015 de Geocaching.com

Esta oportunidade de mostrar ao mundo as proezas cinematográ-ficas dos geocachers

não podia passar em branco, como parece ter acontecido nos últimos anos, onde o projeto Geocaching International Film Festival ficava algo camuflado no meio de tantas outras ati-vidades e projetos da Groundspeak. Já ha-víamos, os portugue-ses, participado em grande estilo noutros anos, mas a visuali-zação desses nossos vídeos e de outros filmes do festival era algo obscuro e difícil de perceber onde e como vê-los.

Então nada melhor que promover uma série de eventos, du-rante um grande fim-de-semana de três dias, para que toda a comunidade pudesse conviver, comer pipo-cas e assistir a estas obras-primas, vindas de todos os cantos do mundo geocachiano.

Claro, nada melhor que aguçar o apetite com uns souvenirs, para além das pipocas, claro. Foi uma boa téc-nica de chamamento, esta e a oportunidade dos anfitriões terem a possibilidade de mostrar as peças com vídeos em ficheiros de alta qualidade para

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96 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 1896 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

TELHEIRAS

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que qualquer sala de cinema do mundo não se ficasse a rir.

E assim foi, a GeoMag redigiu o requerimen-to oficial ao patrão da sala de cinema, o qual, ao ler, aceitou de ime-diato disponibilizar o seu espaço para o que se previa ser um pe-queno ajuntamento de amigos e conhecidos, numa sexta à noite, em Lisboa. Acontece que a divulgação deste evento foi fantástica e a chuva de registos Will Attend não se fez esperar. A poucos dias da apresentação dos filmes o anfitrião pro-põe então a mudança do Evento para a outra ponta da cidade, para poderem os Geoca-cher estar mais à von-tade e confortáveis a ver os filmes favoritos do ano, num anfitea-tro do infantário da ToBeKid, em Telheiras.

Os geocachers da or-ganização tinham sido os primeiros a chegar muito antes da hora, para organização da sala e distribuição das pipocas, mas decidi-ram ir fazer um jantar de elite e foram quase os últimos a chegar, já a casa estava cheia! É de facto incrível a capacidade de mo-

bilização do pessoal, mas assim é que tem graça! O espaço que a princípio parecia su-ficiente rapidamente encheu e se tornou apertado. Até Geoca-chers além-fronteiras estavam presentes.

“Caros espectadores,

Obrigado pela vossa preferência.

Queiram ocupar os vossos lugares.

Pedimos que coloquem os vossos telemóveis

em silêncio.

Por favor não façam barulho durante a projeção do filme.

É permitido comer Pipocas dentro da sala.

Os casais devem ocu-par os lugares mais escuros lá ao fundo.

Não é permitido fazer pontaria com as pipo-cas à careca do espec-tador da primeira fila.

Esperemos que gostem.

Bons filmes!”

Apagaram-se as luzes, estendeu-se a tela, li-gou-se o computador, e… Acção! Pipocas para todos!!!!

Muito entusiasmo com a sala cheia à medida que os filmes passavam e alegra-vam a malta. E foi com

palmas que se rece-beu o filme finalista português, um filme com qualidade e belas imagens das nossas melhores casinhas de xisto.

Após a transmissão dos filmes, algumas trocas de opinião pa-recem ter deixado claro que o vídeo do cão geocacher, o Kato, seria o favorito ao pódio e à medalha de ouro, pela originalida-de, humor e pela pro-va irrevogável do que realmente é a devoção ao geocaching.

Terminada a sessão de filmes, ainda se proporcionou uma se-gunda rodagem para os geocachers retar-datários e que infeliz-mente já não haviam ganho lugar na plateia.

Ficou prometido que para o GIFF PT 2016 (sim, porque se o oficial acaba, nós arranjamos outro) a organização terá as-segurada a sala 2 para poder acolher toda a população geocacher de Lisboa e arredores.

A GeoMag agradece e orgulha-se da presen-ça de todos, que ao participarem fizerem um evento, de todos para todos.

Uma mensagem de Seattle!

O GIFF Weekend foi um rotundo sucesso. Mais de 14.000 pes-soas, de 46 países diferentes, puderam assistir a estes filmes, feitos por geocachers, para geocachers.

Juntos: sorrimos quan-do “Kato o cão” (Kato the dog) escapou para ir fazer geocaching; partilhámos o emo-cionante momento da equipa GCTransAlps ao alcançar o pico da montanha; aprende-mos como agir perto de muggles quando se faz geocaching como uma bailarina. Estes momentos, e tantos outros, aconteceram porque vocês decidi-ram organizar os vos-sos eventos. Assim, a partir do Geocaching HQ e em nomes dos geocachers em todo o mundo, obrigado!

-JTAJ

$ BOY

jorge_53

Mr.moraysbrun

Natty_Zé

order_81

pedro.b.almeida

rjpcordeiro

Vsergios

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98 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

P r a i a s F lu v i a i sP O R A N D R É D I A S

98 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

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99Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Todos os anos os portu-gueses fazem o mesmo, como se de uma rotina se tratasse: Esperam ansiosamente, mais de 10 meses, que o seu ano de trabalho acabe e que comecem as mere-cidas férias, para encher os carros de bagagem e rumar ao seu destino predileto.E para onde toda a gen-te vai no Verão? Para um lugar bem longe de casa, onde as tarefas e o trabalho não atrapa-lhem… para um lugar refrescante, sossegado e acolhedor… A PRAIA!Admito, também eu faço parte desta esta-

tística. Embora só tenha 17 anos de existência, o meu destino (dos meus pais) é sempre o mesmo quando chega o tão desejado Verão: 2 semanas na praia, para compensar o esforço e dedicação de um ano de sacrifícios.Mas falando de mim… Bem, há 17 anos que não perco um ano de praia (o que não signifi-ca que não tenha tem-po para viajar e visitar outros destino). É já como uma tradição de família... não pode haver férias sem Praia.O destino preferencial dos meus pais é uma

Praia com águas quen-tes e vigiada, a Praia de Monte Gordo, no entan-to, já tínhamos corrido meia costa Algarvia an-tes de nos termos esta-bilizado aí. Praias como Portimão, Albufeira, Praia da Ro-cha, Armação de Pera, Lagos já foram, em ou-tros tempos, o nosso destino.Mas este ano foi di-ferente. Para além de darmos uns banhos nas águas salgadas do Al-garve (nem poderia ser de outra forma) ainda tivemos uma ótima e agradável experiência pelo Interior do País.

Para além do facto des-sa zona ainda não ter sido visitada (Guarda, Castelo Branco e Coim-bra), o verão e calor obri-gavam-nos a abordar as nossas viagens de uma forma diferente.Assim, foi determinado um percurso dividido por 3 dias onde pudés-semos conhecer as ter-ras e localidades, mas também refrescar o corpo das altas tempe-raturas. Pudemos pois, mergulhar em algumas das belas Praias/Pisci-nas Fluviais que o Inte-rior-Centro Português têm para nos oferecer…

Piscina Fluvial de Penha Garcia

Na nossa viagem de ida para o Interior do País, a primeira pa-ragem com direito a banhos foi em Penha Garcia.

Com o carro estacionado junto à barragem, fizemos uma ca-minhada por entre as rochas, sempre pelo trilho marcado, até ao Castelo. Foi de lá do alto que vislumbrámos (lá em bai-xo) uma zona com água e com várias pessoas por perto. Com a temperatura que se fazia sentir tínhamos mesmo de ir espreitar mais perto e confir-mar as nossas expetativas.

De volta ao trilho, agora em sentido inverso, fizemos um pequeno desvio para observar o que se confirmou ser uma piscina fluvial. Foi assim que descobrimos aquele recanto, registado como favorito, onde pudemos dar uns mergulhos.

A piscina recebe a água de uma

pequena cascata com cerca de 5metros, e está inserida no vale do Ponsul, assim como na Rota dos Fósseis – do Geopar-que Naturtejo.

Na zona podem ser observa-dos, como referido na Earth-cache Cruziana [Penha Garcia] [GC13D90], bons exemplares de Icnofósseis.

Nome: Piscina Fluvial de Penha Garcia

Localização: Penha Garcia | 40.043498, -7.014422

Cache mais Próxima: Cruzia-na [Penha Garcia] [GC13D90] (Earthcache)

Classificação (1 a 5): 4

Visitada dia 29 de Agosto de 2015

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100 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Praia Fluvial de Santa Luzia

Neste dia 31, o objetivo era a aldeia do Piódão. Estavam, no entanto, programadas algumas paragens no caminho de ida para conhecer algumas localidades e para procu-rar algumas caches.

O miradouro da Barragem de San-ta Luzia era um dos pontos de pa-ragem, perto do qual fizemos um desvio propositado para conhecer a Praia. Ficámos deveras encan-tado com o local, mesmo antes de deixar o carro no parque.

A zona tem tudo para se poder passar um belo dia em família: árvores altas com copas que pro-porcionam grandes sombras, uma área de picnics com mesas de me-rendas, um café/bar, um parque para os miúdos brincarem, um polidesportivo, caminhos pedes-tres, ciclovia… um local completo e muito agradável.

Para não faltar mesmo nada existe

ainda uma área balnear. Uma zona com areia e chapéus-de-sol com caminho direto para a água.

E na água é que está a virtude. Existe a possibilidade de esco-lha entre a praia da barragem ou a piscina flutuante, colocada no meio da barragem de Santa Luzia e guarnecida pela água da mesma. Água esta, vinda de duas ribeiras, a do Vidual e a de Unhais, além, claro, da do Rio Ceira.

Como seria de esperar, a paisagem não fica nada atrás e premeia-nos com uma vista espetacular.

Nome: Praia Fluvial de Santa Luzia

Localização: Pampilhosa da Serra |40.090388, -7.852200

Cache Relacionada: Um mergulho na piscina [GC2CVA6 ] (Tradicional)

Classificação (1 a 5): 4

Visitada dia 31 de Agosto de 2015

Praia Fluvial de Foz d’Égua

Esta foi outra das praias visitadas durante o nosso percurso por al-gumas aldeias históricas…

Vindos da Barragem de Santa Lu-zia, e antes de parar em Piódão, viemos a esta praia desconhecida (e fora do programa), apenas guia-dos pela indicação do meu Dako-ta20. Assim, viemos sem saber o que haveríamos de encontrar e, foi com grande agrado e prazer que demos com este local!

Uma praia natural, na confluência de duas ribeiras (Piódão e Chãs d’Égua) que, depois, correm juntas em direção ao rio de Alvôco, e que é de uma beleza extraordinária. As casas em volta, tradicionais e feitas de xisto (assim como duas pontes feitas do mesmo material), permitem-nos passar por cima de cada uma das ribeiras.

No local existe ainda uma ponte suspensa, privada, que, segundo

informações locais, tem permis-são para circulação.

O mais espetacular é todo o estado de conservação daquele lugar fora de olhares alheios… a praia, fresca e de águas cristalinas, vale mesmo a pena a visita e o mergulho! Lá no alto, um Santuário, local privilegia-do como miradouro e que nos dá uma outra perspetiva da beleza do local.

Nome: Praia Fluvial de Foz d’Égua

Localização: Foz d’Égua

40.247151, -7.812657

Cache Relacionada: Foz D’Égua (Piódão) [GC270CJ] (Tradicional)

Classificação (1 a 5): 5

Visitada dia 31 de Agosto de 2015

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101Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Praia Fluvial de Loriga

Depois de um dia de descanso e de ter visitado algumas aldeias históricas (entre elas o Piódão), neste dia tinha sido decidido uma visitinha diferente à Serra da Es-trela… não da forma tradicional – com neve desde o sopé até ao topo – mas de uma outra maneira, com toda ela “limpinha”, para uma perspetiva da paisagem, no Verão!

Mas, antes de lá chegarmos, a primeira paragem do dia! Tinha sido programada, mas noutros moldes… levantou-se um nevoeiro cerrado que por pouco não nos es-tragava os planos! Mesmo assim tivemos sorte, e nesse tempo, em que apreciávamos a Praia de Lo-riga, o nevoeiro ia desaparecendo aos poucos.

Antes de darmos um mergulho neste local que, como outros, ficou registado como favorito e como

ponto de paragem obrigatória, ficámos a conhecer um pouco me-lhor o contexto geológico em que se enquadra a zona.

A praia Fluvial de Loriga situa-se no Vale Glaciário do Zêzere e rece-be as águas que vêm da nascente da Serra da Estrela, a Ribeira de Loriga. Após a admiração do local, pudemos finalmente refrescar o corpo nas águas límpidas e calmas desta bela praia fluvial.

Um local que recomendo a todos!

Nome: Praia Fluvial de Loriga

Localização: Loriga

40.327352, -7.678460

Cache Relacionada: Praia Fluvial de Loriga [GC33QKV] (Tradicional)

Classificação (1 a 5): 5

Visitada dia 02 de Setembro de 2015

Praia Fluvial de Valhelhas

Vindos de Manteigas, depois de termos visitado o Viveiro de Tru-tas e o Poço do Inferno, o dia fi-nalizava e ficou marcado por esta paragem… Não foi muito o tempo que estivemos a aproveitar a praia, mas era o que tínhamos e ficámos agradados com o que vimos.

Um local sossegado, com campo de futebol, parque de campismo, parque de merendas, duche, uma zona de relvado e outra de areia, bar/café e a praia! Uma zona com excelentes condições e onde cer-tamente se passará uma ótima tarde.

A praia está inserida no Parque Natural da Serra da Estrela e no curso de água do Rio Zêzere. Com águas limpas, frescas e de qua-lidade, é uma zona de referência para tomar uns bons banhos.

O local ainda nos oferece, para além de tudo o que referi, uma be-leza paisagística enorme.

Se por lá passarem, não se percam apenas pela água, façam a cache que lá existe.

Nome: Praia Fluvial de Valhelhas

Localização: Valhelhas

40.402595, -7.403358

Cache Relacionada: LB1 Praia Fluvial de Valhelhas [GC30BW8] (Tradicional)

Classificação (1 a 5): 4

Visitada dia 02 de Setembro de 2015

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102 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Praia Fluvial de Castelo Novo

De volta a Lisboa, depois de uma semana bem passada, faltava-nos parar ainda em Castelo Novo para adicionar à nossa lista a visita a mais uma Aldeia Histórica.

O carro ficou estacionado junto à escola primária e percorremos a aldeia a pé até ao cimo do Caste-lo. Observámos o que em tempos idos seria um castelo forte e ergui-do, mas que a passagem dos anos só nos permite ter a visão de parte da sua história.

Mesmo assim é uma aldeia bonita de se visitar, quer pelo castelo (que sofreu uma requalificação), quer pela paisagem que nestas terras interiores são sempre das mais belas.

Antes de sairmos de Castelo Novo não podíamos, claro, deixar de vi-sitar a Piscina Fluvial.

Com um bar, uma zona relvada

para estender as toalhas e 5 tan-ques de diferentes profundidades é uma zona agradável para tomar uma banhoca no verão.

Um local sossegado e tranquilo proporciona-nos bons momentos de descanso com uma bela vista para a Serra da Gardunha.

Nome: Piscina Fluvial de Castelo Novo

Localização: Castelo Novo

40.077400, -7.490182

Cache Relacionada: Piscina Fluvial de Castelo Novo [GC3N3CZ] (Tra-dicional)

Classificação (1 a 5): 4

Visitada dia 04 de Setembro de 2015

Deixo-vos o convite para percorrerem este pedaço do nosso belo Interior, visitar algumas das lindíssimas Aldeias Históricas e usufruírem das águas frescas e límpidas que, invariavelmente, banham as praias locais… além, claro, de procurarem umas boas caches!

Fotos / Texto: André Dias (André&Paulo)

FOZ.D’ÉGUA

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103Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Geo-Terceira Awards 2015GC67E4R

PARTICIPA NO SEGUNDO

Descobre o melhor que a Terceira tem para oferecer

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p o r J o o m e s a g i t á r i o

1 0 º G E O M A G U S T O 2 0 1 5

D E L U X E C R A Z Y E D I T I O NG C 6 3 Z 7 3

104 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

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105Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

What happens in Ve-gas stays in Vegas. Podia ser o relato e uma forma conden-sada e simplista do que se passou, à laia do típico log genérico que é, actualmente e infelizmente, o habi-tual.

A caminho, e ao afastarmo-nos de Montalegre rumo a Mourilhe, percebe-se rapidamente que vamos mudar de en-volvência e assim que a escuridão se nota, rompida somente pelos faróis dos car-ros, entramos noutro mundo. Precisamente aquele que serve de preparação iniciática para o ambiente do geomagusto.

À chegada fomos recebidos pela orga-nização, ainda não transformados, e era tempo de largar a tra-lha e ver qual seria a cela distribuída. Por esta altura foi passa-da de mão em mão,

quase secretamente, algumas folhas com escritos; eram as ins-truções para chegar às coordenadas de um local misterioso e capaz de nos trans-portar para outra rea-lidade. Dei uma vista de olhos na papelada, procurei as soluções para as milésimas de minutos, confirmei que os minutos só podiam ser aqueles e já está. O resto da lei-tura ficou para depois. O resultado final já ti-nha sido obtido.

Esperámos mais um bocado e como uma sirene invisível houve algo que nos disse que tinha chegado a hora de ir para o grande salão, que por esta altura já aparecia composto a lembrar o baile da colectividade. Só faltava alguém ga-nhar coragem e ir pe-dir uma dança a quem estava, estrategica-mente, sentado junto às paredes deixando a

pista de dança vazia.

Uma boa parte dos convivas já vinha ani-mada, e preparados aromaticamente para o ambiente, aqueles que se lembravam como é a lareira só trocaram de roupa o necessário para uma transformação.

E, de repente, fomos transportados, sem perceber o porquê, para um universo di-ferente e antes do re-pasto. Tínhamos en-trado numa realidade paralela num misto de Saga Twilight e uni-versos de Tolkien, J.K. Rowling e Milos For-man. Com a chegada do caldo de urtigas chegou a confirma-ção, algo tinha muda-do. Há quem diga que as diversas poções mágicas a acompa-nhar os outros pratos também contribuíram para a alteração do estado mental, cof cof, melhor dizendo, da passagem para

outra dimensão.

Com as trocas dos monos o ambiente estava ao rubro e poucos podiam pen-sar que ainda iria melhorar. Por uma questão de agenda a bênção dos GPSr foi adiada, mas julgo que a hora escolhida foi para potenciar os efeitos e assim não haver mais caches fu-gidias ou zingarelhos desprovidos de senti-do de orientação.

Finda a cerimónia mais eclesiástica e com mais algum tem-po passado chegou altura da preparação e degustação da po-ção mágica. Depois de se ouvir o esconjuro habitual pareceu-me ouvir, em surdina e vindo de dentro da ampla chaminé as se-guintes palavras:

…participem connos-co desta Queimada. Aprenderão o poder das field notes, re-sistirão à tentação de

“E, de repente, fomos transportados, sem perceber o porquê, para um

universo diferente”

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106 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

logs iguais para todas as caches e acima de tudo respeitarão que cria as caches…

Mas acho que foram as influências de to-dos os vapores etílicos que sentiam na sala nessa altura que me fizeram ouvir algumas coisas. Ou então eram as bruxas, montadas em vassouras, que

tinham ganho vida e andavam por ali a dizer coisas. Nunca saberei.

Com a festa animada, primeiro pelo anun-ciar dos vencedores dos vários concursos e depois pela música o pináculo da anima-ção tinha chegado. Consta que a luz da disco, a mais branca

e a lembrar um flash, era controlada por um Sagitário, mas tam-bém não consigo afir-mar categoricamente que era verdade.

Já com a noite adian-tada ouvi a música a acabar e estava pronto para novo dia de geocaching, após, claro está, uma noite retemperadora e um

ainda melhor peque-no-almoço.

Obrigado Silvana, Weed Hunter e a todos os que conse-guem colocar de pé este evento.

Texto : João Martins (Joom)

Fotos: João Martins / Jorge Ferreira (Joom /

Sagitário)

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FROM GEOCACHING HQ

WITH LOVE

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“Já fiz um monte de caminhadas ao longo da vida e tenho de dizer que, é muito raro encontrar locais em que se vendam snacks, água ou mesmo cerveja a meio

da caminhada!”

Não são muitas as pes-soas que escolheriam visitar o Alaska em De-zembro. Mas isso não parou um grupo de nove Lackeys da Sede do Geocaching.com, e seus amigos, de passarem 24 horas a visitar a capital do Alaska, Juneau.

Com um voo barato e o nosso sentido de aventura, saímos cedo numa manhã de sá-bado para uma rápida viagem de geocaching. O nosso avião desceu em Juneau ao nascer do sol deliciando-nos com uma espectacular vis-ta de, aparentemente, intermináveis monta-nhas de cume branco. A única forma de chegar a Juneau é de avião ou barco, uma vez que não existem estradas que nos conduzam a esta parte isolada do sul do Alaska.

À chegada, rapidamente levantámos os “nos-sos” SUV’s e partimos na nossa aventura. Em poucos minutos está-vamos a parar na nossa primeira geocache! O cenário: uma névoa que se dissipava num belo

refúgio de vida selva-gem, rodeado por mon-tanhas. Não podíamos ter pedido uma melhor introdução ao Alaska. Depois de comermos um saboroso peque-no-almoço, partimos para uma das principais atracções turísticas de Juneau: Mendenhall Glacier (um rio de gelo com 13 milhas de cum-primento). Este lugar é irreal. Se alguma vez tiveres a oportunidade de viajar até ao Alaska, vale bem a pena a visita. É também um óptimo lugar para logar várias EarthCaches e aprender acerca da interessante geologia e história da zona.

O geocacher local Avroair (Mark Clemens) estava a organizar um evento no Centro de Visitantes para cele-brar o seu feito de ter encontrado caches em todos os 50 estados. O nosso grupo de nove encontrou-se com uma mão cheia de geoachers locais e gostou de con-versar acerca do nosso hobby, enquanto apre-ciávamos a incrível vista

do glaciar.

De seguida, partimos numa caminhada de uma milha na natureza para Nugget Falls – uma impressionante cascata com quase 400 pés de altura. Posámos para algumas fotos engraça-das em frente ao glaciar e então partimos em di-recção à próxima impor-tante paragem do fim de semana.

Felizmente para nós, um dos geocachers lo-cais é um empregado de longa data da Alaskan Brewing Co. e conse-guimos a nossa própria visita pelos bastidores da cervejaria, enquanto saboreávamos a cerve-ja local. Naturalmente, existe uma geocache em frente à cervejaria que tivemos de encon-trar, antes de começar a nossa visita.

O nosso muito longo dia acabou num evento com jantar, com ainda mais geocachers locais. Como era um pequeno, e simpático, grupo, con-seguimos ter algumas grandes conversas e realmente aprendermos bastante sobre a zona e

sobre os geocachers da zona. Quase nem abor-dámos o grande geoca-ching que Juneau tem para oferecer e eu senti-me inspirada a regres-sar um dia – esperemos que da próxima vez nos meses mais quentes de verão!

Começámos bem cedo na manhã seguinte pois tínhamos o nosso tem-po disponível limitado, antes de apanharmos o nosso voo de regresso a Seattle. Tal não nos impediu de fazer algu-ma óptima exploração, e claro, geocaching!

Sinto-me afortunada por trabalhar com pes-soas tão incríveis que não pensam duas vezes sobre gastar o seu pró-prio dinheiro, e abdicar do seu fim de sema-na, para uma divertida aventura de geocaching. Na verdade, já estou a planear onde havemos de ir de seguida. Alguém quer vir a Vegas?

Texto: Annie Love

- G Love (Lackey)

Tradução por Bruno Gomes

(Team Marretas)

PAG..ANTERIOR:.PRIMEIRA.CACHE.DOS.LACKEYS.NO.ALASKA

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116 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18116 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

NUGGET.FALLS

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Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18 117

GLACIAR.DE.MENDENHALL

ALASKA

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PHOTO UPLOADp O r r u i J S D u A r T E

t u t o r i a l

118 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

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119Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Diz-se amiúde que uma imagem vale mais que mil palavras... e no geocaching esta famosa expressão tem realmente um terreno fértil para florescer. Com a manifesta incapacidade de muitos de nós escre-verem pouco mais que um TFTC, carregar fotos para os nossos logs pode mesmo ser uma forma de “compensar” os owners desta nossa “falha”.

Neste número apresentamos-vos um pequeno tutorial sobre uma ferramenta que funciona muito bem para nos ajudar a povoar os registos com as nossas melhores fotografias... quem não gosta de ver umas boas fotografias nos logs, tiradas com verdadeiro prazer, naquele local que nos dispuse-mos a referenciar com uma nossa menina no mapa da GS?

Este artigo é para aqueles que, não querendo/po-dendo “perder” muito tempo com os registos onli-ne, gostavam de ter uma forma simples de postar as fotos. A maneira da GS, uma a uma, não é de todo prática.

Falamos-vos então do Photo Upload, parte inte-grante do Geocaching Tools do Geopt! É uma pe-quena ferramenta, extremamente útil, que serve para mandarmos para o éter várias (muitas) fotos com pouquíssimo trabalho e está que disponí-vel mediante uma compra e/ou doação ao Fórum Geopt.

Depois de devidamente instalado e feito o registo do programa, selecionamos o ícone pretendido:

Que nos leva para a listagem dos nossos últimos registos efectuados (Founds, DNFs, Notas, etc.)

Ao clicarmos nos vários “Manage Images”

Aparece-nos o quadro onde teremos de selecionar “Add images”, para podermos apontar o caminho para a/as foto/s que queremos carregar para cada um dos registos:

Em cada uma das fotos podemos editar alguns pa-râmetros (nome e descrição) e com um “confirm” voltamos para a listagem inicial, já com o número de fotos a carregar por cada um dos logs. É espe-cialmente útil podermos definir o tamanho máximo das fotos (1024px por definição)...evitamos gastar os dados da net todos a carregar fotos com oito megas! :)

Um último clique, em “Upload All Images” e já está! Uns poucos minutos gastos e todas as nossas fo-tos a adornar os registos, para deleite dos Owners e todos os outros que perdem um pouco de tempo a fazerem os trabalhos de casa, vendo fotos, lendo as aventuras dos últimos a visitar a cache, etc..

Texto: Rui Duarte (RuiJSDuarte)

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120 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

COMO CONTACTAR UMREVISOR

P O N T O Z E R O

P O R M I G H T Y R E V & B Í T A R O

120 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

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121Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Existem várias formas de contactar um revisor e várias razões porque contactar um revisor.

Dúvidas ou esclarecimentos

Se um geocacher tem uma dúvida, precisa de um esclarecimento ou quer reportar alguma situação específica tem duas formas de contac-tar directamente um revisor.

Se o assunto do contacto é uma cache específi-ca é muito importante que seja indicada qual a cache em questão, seja através do GC Code ou de um link para a respectiva página.

A mais directa e preferida dessas formas é en-viar um e-mail directamente ao revisor.

Para descobrir um revisor local basta abrir a página de uma cache e verificar quem foi que a publicou.

A partir da página de perfil seleccionar a opção endereço de email.

A outra alternativa é através do Centro de Men-sagens.

No canto superior direito da página de perfil, seleccionar “Mensagens”

No campo “Para” escrever o nick do revisor e seleccionar a opção correcta na lista de opções.

No campo destinado à mensagem, escrever a sua mensagem e de seguida faça enviar.

O revisor poderá responder através do Centro de Mensagens ou através de e-mail que nos permite muitas mais opções.

De seguida, escrever a mensagem no campo indicado para o efeito e, antes de enviar, não esquecer de seleccionar a opção “Quero enviar o meu endereço de e-mail juntamente com esta mensagem.”

Só dessa forma será possível ao revisor res-ponder directamente ao contacto.

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122 Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

Para responder através de uma Post Reviewer Note basta colocar um novo registo na página da cache e seleccionar o Tipo de registo Post Reviewer Note

Outras situações

Poderão existir situações em que o revisor pede especificamente para responder por outra via seja que por motivos for, nesse caso deve seguir as instruções que lhe fo-ram dadas.

Demora na resposta

Se contactou um revisor por e-mail ou já colocou uma Post Reviewer Note na sua cache em revisão há mais de 3 dias úteis e ainda não obteve resposta, por favor tente um contacto directo por e-mail. Pode acon-tecer que uma notificação tenha falhado ou um e-mail tenha sido apagado por engano. Se ainda assim não obtiver resposta tente contactar outro revisor pois pode acontecer que aquele que estava a tentar contactar não esteja disponível de momento.

Se colocou um registo numa cache que ain-da não está em revisão a mesma não será lida por ninguém até que seja enviada para revisão.

Texto: Filipe Nobre / Vitor Sérgio (MightyREV / Bítaro)

Revisão de uma cache

Durante a revisão de uma cache os reviso-res poderão colocar algumas questões. Essas questões normalmente são colocadas na pági-na da cache, num registo do tipo Post Reviewer Note, e por norma incluem instruções acerca de como responder e não responder.

Se precisar efectuar alterações na cache, após as mesmas também deve colocar uma nova Post Reviewer Note a indicar que já procedeu às modificações.

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123Dezembro 2015 - eDIÇÃo 18

a equipa da geomag deseja a todos os nossos leitores

umas festas felizes!

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