edição 18 - maio/2004

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REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO V - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 18 - - - - - Maio Maio Maio Maio Maio/200 /200 /200 /200 /2004 Abandonados NO FIM DO MUNDO Frio, fome e descaso assolam tripulantes do navio da NEPTUNIA fundeado em Ushuaia, o porto mais longínquo das Américas Leia também nesta edição: A vez das mulheres na Marinha Mercante Manifestação reúne 30 mil em BSB, pela unicidade sindical O golpe de 64 e a tortura sobre as lideranças marítimas Acordo Coletivo histórico com a TRANSPETRO/ PETROBRAS Todo apoio à Unicidade Sindical

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Page 1: Edição 18 - Maio/2004

REVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAFREVISTA PADRONIZADA DAS ENTIDADES FILIADAS À CONTTMAF

Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO Revista do Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante - SINDMAR - ANO VVVVV - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 1 - Nº 188888 - - - - - MaioMaioMaioMaioMaio/200/200/200/200/20044444

AbandonadosNO FIM DO MUNDO

Frio, fome e descaso assolam tripulantes donavio da NEPTUNIA fundeado em Ushuaia,

o porto mais longínquo das Américas

Leia também nesta edição:A vez dasmulheres naMarinhaMercante

Manifestaçãoreúne 30 milem BSB, pelaunicidade sindical

O golpe de 64 ea tortura sobreas liderançasmarítimas

Acordo Coletivohistórico com aTRANSPETRO/PETROBRAS To

do ap

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Unicida

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Sindic

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apoio

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No que pese a má fase que atravessa o governoLula, há que destacarmos que no setor da IndústriaMarítima, ele está em um momento muito especial, emque poderá lançá-lo tanto à história, quanto à totalquebra de expectativas positivas para um setor tãoestratégico e gerador de empregos, como o nosso.

A edição da tão esperada e desejada Medida Provi-sória, para aperfeiçoar a legislação do Adicional aoFrete para Renovação da Marinha Mercante – AFRMM,foi publicada no último dia 26 de março, e levou onúmero 177. Foi, sem dúvida, uma forte sinalizaçãode que há esperanças de verdadeiro soerguimento daIndústria Marítima Brasileira, muito embora entendês-semos que as deficiências desta MP deveriam ter sidosanadas antes de sua publicação.

Esta MP foi fruto de quase um ano de discussõesentre os diversos segmentos deste setor e principal-mente da determinação, digna de elogios, do atualDiretor do Departamento do Fundo de Marinha Mer-cante, Dr. Sérgio Bacci, em tornar concreto, os con-sensos obtidos.

Apesar dos esforços, a área econômica do governoLula limitou, consideravelmente, a eficácia da MP, co-metendo equívocos, dos quais destacaríamos a elimi-nação de subsídios fundamentai s aos atuais navios,limitando-os aos que vierem a serem construídos.

Este equívoco natural para quem não possui umaampla visão do setor e provavelmente não releva oudesconhece que os investimentos em subsídiosviabilizados pelo Fundo de Marinha Mercante – FMM,principalmente, retornam ao próprio Fundo, gerandoempregos e riquezas. O estabelecimento de dois pe-sos e medidas entre navios novos e usados não pro-moverá em curto prazo o crescimento da tonelagemprópria da armação, haja vista que o diferencial decompetitividade entre novos e usados levarão natu-ralmente a substituição dos últimos pelos primeiros.Isto certamente ocorrerá, independentemente, da

constatação de que os navios, ora no tráfego, podemter bons anos de utilização no mar. Além de não gera-rem novos empregos na Marinha Mercante, tal medi-da, caso não seja corrigida não aliviará a nossa contado serviço de fretes e reduzirá a demanda por umaindústria naval de reparos.

Outro aspecto que realçamos é o necessário condi-cionamento de obtenção de subsídios pela armaçãonacional, a uma contrapartida social de geração de em-pregos através da utilização de tripulação nacional.Numa atividade globalizada tal preocupação é naturale necessária para que possamos manter uma autênticaMarinha Mercante Nacional, com tripulação, empresase navios brasileiros. Subsidiar empregos para estran-geiros é inaceitável sob qualquer ponto de vista.

Contudo, cada um dos aspectos não soluciona-dos pela MP 177, poderá vir a ser corrigido antesde sua aprovação pelo Congresso Nacional, o quedeverá ocorrer antes do final de maio. Dependerátão-somente do convencimento do governo Lula, deque, embora o texto atual represente avanços, nãoatenderá as expectativas de crescimento da IndústriaMarítima, para que gere empregos com todo potencialque possui, e reduza, não apenas os gastos em dóla-res pelo serviço de fretes, mas também, promova umcrescimento de tonelagem da frota nacional, reduzin-do a nossa atual dependência externa.

Não restam dúvidas de que disposição para pro-movermos este convencimento, já demonstramos quetemos. Resta-nos saber, se o governo Lula decidirápelo caminho que o fará fazer História, ou trilhará ocostumeiro caminho tão em voga nestas últimas dé-cadas para este setor, que nos levaria mais uma vez àsfrustrações próprias de um novo programa do tipo“Navega Brasil”.

Mais do que nunca, navegar é preciso.Tão preciso quanto necessárias são as correções

que estamos defendendo.

* Severino Almeida Filho é presidente do SINDMAR e da CONTTMAF

Severino Almeida Filho*

Navegar é Preciso II

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Petrobras/Transpetro“Até quando vamos viver esta situação absurda de ficarmos

sem um 2ON nos navios gaseiros? Queremos a manutenção dedois BBDs ou a volta de um segundo oficial da náutica para estetipo de embarcação.”

“Queremos reajuste do adicional noturno para o CMT e para oCFM na mesma proporção dos demais, já que o trabalho dos mes-mos não se restringe ao horário das 7 da manhã às 4 da tarde. Oscomandantes sempre estão a postos tanto no passadiço quantono CCC, como determinam as normas. E ainda são responsáveispelas manobras de entrada e saída de portos, além da navegaçãoem canais e rios.”

Flumar“Por uma questão de segurança, entendemos ser necessário o

retorno do auxiliar de saúde para os navios.”

“Por que cargas-d’água não recebemos o pagamento de horasextras por serviços de manutenção tais como descarbonização decilindros de MCP, MCAs e outros ajustes. Só faremos os reparos se onavio receber autorização do terminal, quando estiver atracado ou seo navio receber aval da autoridade portuária quando estiver fundeado.Caso contrário, a operadora do navio deve assumir a responsabilida-de e contratar uma oficina para execução dos serviços.”

“Entendemos como necessária e indispensável a presença dosrepresentantes do Sindicato a bordo para que tenham participaçãonas reivindicações e nos dêem as devidas orientações.”

“É nosso desejo que seja criado um fundo de pensão para ostripulantes.”

“A empresa quer lucro, mas na hora de dividir o bolo ficamos a vernavios. Por que até hoje não temos direito de receber uma bonificaçãosobre os lucros da companhia ou prêmio de performance por navio?”

Docenave“Chega de discriminação! Não aceitamos que a diferença salarial

existente entre tripulantes embarcados e desembarcados chegue acerca de 50%, pois quando estamos em terra precisamos dar assis-tência a nossas famílias e gostaríamos de ter suporte financeiro parapodermos desfrutar de raros momentos de tranqüilidade.”

“Entendemos que o pagamento do pró-labore que era uma pra-xe nos navios desta empresa e que foi considerado condição si nequa non para a assinatura do primeiro ACT da Docenave, deve cons-tar formalmente no ACT 2003/2004.”

Maersk“Nos preocupa o fato de estar vencendo a data para a negocia-

ção do ACT deste ano e ainda não se tem idéia do que virá pelafrente. Então os empregados ficam sem a cobertura da lei, já que oacordo de 2002 já venceu há mais de um ano! Aqui pra nós, já meconsidero numa empresa pirangueira!”

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Fórum Sindicaldos Trabalhadores 52

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Acordos ColetivosNorsul, Noble, Docenave e Norskanasseguram proteção laboral dostrabalhadores marítimos.

Regime derepouso históricoAcordo coletivo assinado entre ossindicatos marítimos e a Petrobras/Transpetro apresenta a melhorrelação de embarque e repouso dahistória da companhia.

A vez das moças naMarinha Mercante

Mulheres driblampreconceito e conquistam

espaço na indústria marítima

Fiscalização portuáriareforçada em Cabedelo

Entrevistas:Enilson Pires e Marco AurélioDiretor de Previdência Social e Novo Diretor Procuradordo SINDMAR avaliam trabalho implementado peloDepartamento Jurídico após a unificação e falam desuas perspectivas nos cargos que assumem.

Golpe Militar de 64Tomada do poder pelos

generais das Forças Armadasmarca o início da mais

implacável perseguição àslideranças sindicais brasileiras.

Delegacia da CONTTMAF e do SINDMAR integraforça-tarefa de combate aos armadores que exploramtrabalhadores do setor pesqueiro.

Abandonadosno fim do mundoBrasileiros vivem drama eterno abordo do N/T Neptunia Mediterrâneofundeado na cidade mais longínquado continente sul-americano.

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Em demonstração de força da Organização Sindical,cerca de 30 mil pessoas tomam as ruas de Brasília emdefesa da unicidade sindical e dos direitos trabalhistas.

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Maré Alta Maré BaixaInsistindo no erroPara a Companhia de Navegação Neptunia, proprietáriado navio Neptunia Mediterrâneo, que em 2002 esteve en-volvida em episódios estarrecedores de abandono de tri-pulação nos Estados Unidos, submetendo seus trabalha-dores a situações vexatórias e que, no ano passado, retornouàs manchetes com o recente caso em Ushuaia, na Argentina.Mais uma vez, os principais prejudicados foram os maríti-mos que sofreram constrangimentos diversos.

Primeiro de AbrilPara a empresa Libra, que em 2003 prometeu reajustar ossalários de seus funcionários marítimos, porém até o iníciode abril deste ano ainda não havia concedido o aumento.

Empurrando com a barrigaPara as empresas de dragagem, SDC e Dragaport, que aindanão renovaram os ACT‘s, vencidos em 31 de agosto de 2003e, para a empresa Bandeirantes Dragagem que deixou decumprir algumas cláusulas do ACT 2003/2004.

Contra a correntezaPara as empresas de navegação tradicionais, Transrool,Mansur, Sanave, entre outras, que não conseguem entender asvantagens de se ter Acordo Coletivo de Trabalho assinadocom as entidades sindicais marítimas e que apregoam teremdificuldades para atrair pessoal para suas embarcações.

Fazendo águaPara as empresas da ABEAM, entre elas, a AstromarítimaNavegação, a CBO, e a DSNB Consub, que a despeito donotório crescimento da atividade off shore, insistem em pro-por às entidades sindicais acordos coletivos de trabalhocom remunerações aviltantes.

Na contramãoPara a Maersk, que em vez de pagar anúncios em jornais degrande circulação, deveria oferecer melhores condiçõessalariais e sociais para os seus trabalhadores. Com certeza,haveria economia nos gastos com anúncios.

Fantástico, incrível, extraordinárioPara a insignificante participação da frota própria mercantebrasileira na conta-frete, o que nos leva a pagar cerca deUS$ 6 bilhões por ano a armadores estrangeiros. Segundo oPresidente da Transpetro, Sergio Machado, este valorcorresponde ao último empréstimo do FMI ao País, fato quese traduz em efetivo prejuízo à nação brasileira.

DissonânciaPara a Metalnave, cujo presidente, o megaempresário FrankWlasek, foi reconhecido como o “Senhor dos mares brasilei-ros” em uma reportagem de capa da revista “Isto é dinhei-ro”. Porém, sua companhia de navegação adota uma dasmenores remunerações no segmento da cabotagem.

Conquista inéditaPara a Petrobras e a Transpetro/Fronape, que com a assina-tura dos ACTs 2003-2004, asseguram aos seus funcionáriosmarítimos o melhor regime de repouso já praticado emseus 54 anos de existência. Com isso, cresce a expectativade que as empresas poderão atrair e fixar seus empregadosmarítimos, que a partir de 1º de junho passarão a desfrutaro desembarque a cada quatro meses com um dia de repou-so/férias para cada 2,2 dias de trabalho a bordo.

Aposta na EsperançaPara a assunção do ex-deputado Federal Haroldo Lima (PCdo B/BA) ao cargo de Diretor da Agência Nacional doPetróleo (ANP) no dia 19 de janeiro. Segundo parecer doSenador Valdir Raupp (PMDB/RO), a ampla experiência pro-fissional de Lima aliada à sua formação técnica e acadêmi-ca o credenciaram ao posto. Haroldo Lima foi ao longo de8 mandatos como deputado federal um excepcional parla-mentar, coerente e corajoso na defesa dos legítimos inte-resses do país e de seus trabalhadores.

Circuito em altaPara o CIAGA e as companhias de navegação que emprega-ram toda a turma de eletricistas oriundos de escolas técni-cas, o que nos leva a crer que estamos no caminho certo.

Toda a força avantePara as empresas de Navegação Aliança e Global, que es-tão envidando esforços para aumentarem suas frotas comembarcações de bandeira e tripulação brasileiras.

Luta ferrenhaPara a CONTTMAF, FNTTAA, SINDMAR e demais sindicatosmarítimos e entidades representativas dos mais diversossegmentos laborais, que participaram ativamente de umagrande manifestação no último dia 25 de março, emBrasília, que reuniu cerca de 30 mil pessoas em defesa daunicidade sindical e pela preservação dos direitos dostrabalhadores brasileiros.

Sonho que pode virar realidadePara a Transpetro, que por intermédio de seu presidente, Ser-gio Machado, anunciou na primeira semana de março que vaiencomendar somente este ano 52 navios petroleiros em uminvestimento da ordem de US$ 3 bilhões. Segundo Machado, asnovas unidades vão propiciar, a médio prazo, alívio de cerca deUS$ 200 milhões anuais na balança comercial brasileira.

Rumo certoPara ANTAQ que, segundo seu Diretor-Geral, Carlos AlbertoNóbrega, criou novas regras de afretamento de embarca-ções estrangeiras que atuam na cabotagem do Brasil, au-mentando o nível de exigência para a utilização das mes-mas, o que, possivelmente, fomentará o incremento da fro-ta mercante nacional empregada no segmento.

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Revista UNIFICARAv. Presidente Vargas 309/15º andar

Centro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20040-010Tel.: (21) 2518-2164 Fax: (21) 2253-4524

Email: [email protected]

EdiçãoAssessoria de Imprensa do SINDMAR

Jornalista Responsável Felipe Ferraz de Faria

MTB 22271

EstagiáriaLuciana Aguiar

Projeto GráficoComunica

DiagramaçãoMárcia Azen / David Vignolli

RevisãoElisa Sankuevitz / Maria Zilma Barbosa

ProduçãoRower Gráfica

Av. Presidente Vargas 309/15º andarCentro - Rio de Janeiro - RJ - CEP: 20040-010

Tel.: (21) 2518-2164 Fax: (21) 2253-4524www.sindmar.org.br

[email protected]

PRIMEIRO PRESIDENTESeverino Almeida Filho

SEGUNDO PRESIDENTEJosé Válido Azêvedo da Conceição

DIRETOR SECRETÁRIOOdilon dos Santos Braga

PRIMEIRO DIRETOR FINANCEIROJosé Nilson Silva Serra

SEGUNDO DIRETOR FINANCEIROJailson Bispo Ferreira

DIRETOR DE COMUNICAÇÃOFrancisco José Pinto Moreda

DIRETOR PROCURADORMarco Aurélio Lucas da Silva

DIRETOR DE EDUCAÇÃO EFORMAÇÃO PROFISSIONAL

Nelson Nunes

DIRETOR DE RELAÇÕES INTERNACIONAISDarlei Santos Pinheiro

DIRETOR DE PREVIDÊNCIA SOCIALEnilson Pires dos Santos

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

Curso“Meus agradecimentos à Diretoria do SINDMAR pelo apoio

e oportunidade de participar do curso de formação de auditorinterno. É digna de elogio a atuação dos Instrutores da DNV,Srs. Jorge Chaves, Rogério Finelli e Arthur Biagioni Jr. Ressaltotambém o apoio da equipe do Centro Educacional do SINDMAR.

Grato.”

Pedro Martins – OSM

Unificar I“Venho através desta saudar e felicitar este nosso sindi-

cato, pelo alto empenho laboral em favor de nossa classe,alavancamento de novas delegacias regionais e o compro-metimento real marinheiro. Outrossim, agradeço em nomede todos os oficiais embarcados na COMAB – TransporteMarítimo da Bahia, pelo contínuo envio desta briosa e rele-vante revista que nos mantém sempre atualizados em rela-ção às relevantes questões envolvendo o nosso setor.”

Dilton – 1ON

Unificar IIAnaliso a revista do SINDMAR há12 meses e (...) como

engenheiro / vistoriador naval e professsor sempre me depa-ro com o inusitado. Dado o rico teor das informações conti-das nesse periódico, desejaria recebê-lo caso fosse possível.

Atenciosamente

Alexandre Batista de SouzaGerente de Embarcações em Construção

Investindo em pessoas“Venho agradecer a todos por tudo que fizeram para colabo-

rar com meu desempenho profissional, durante todos essesanos de luta. Parabéns pela nova formatação da revista Unifi-car. Está de primeira. Também agradeço ótimo serviço prestadopelas recepcionistas e por todo o pessoal de apoio. (...)”

Mauro do Valle

Visita a NaviosNo dia 28 de fevereiro de 2004, no Porto de Santos,

compareceu a bordo do N/M Frota Rio o Sr. Enilson Piresdos Santos, representante do SINDMAR, onde reuniu-secom toda a tripulação, informando e esclarecendo todo oprocesso de negociações do Acordo Coletivo, referente aoutubro de 2003 com a Docenave. (...) A visita do represen-tante sindical foi de elevada importância, pois nos deixouconfiantes quanto ao empenho e seriedade com que esteSindicato vem conduzindo as negociações (...). A tripulaçãoagradece a visita do SINDMAR.

SaudaçõesCMT João / Frota Rio

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Cartas para esta seção A/C Redação: [email protected] ou fax: (21)2253-4524

Conquistas do Acordo Coletivo I“Fui favorável à assinatura do ACT nas condições apresen-

tadas na mensagem 01/2004 do SINDMAR, bem como à ante-cipação da PLR. Aproveito a oportunidade para manifestar mi-nha satisfação com a estratégia de atuação e com a transpa-rência e competência da diretoria do SINDMAR, quetêm resultado em recuperação das condições de trabalho eremuneração oferecidos pela Transpetro. Parabéns!”

Carlos Augusto Muller – CCB/ImediatoTranspetro

Conquistas do Acordo Coletivo IIQuero parabenizar todos que participaram ativamente des-

ta batalha que foi a negociação do ACT 2003/04. Consideromuito bem-sucedida mais esta etapa. Sei que os companheirosengajados nesta batalha sabem que a guerra ainda continua,temos ainda que vencer a batalha da quebra do paradigma paraos marítimos do E&P entre tantas outras que ainda estão porvir. Que possamos manter este espírito de luta e companheirismopara nossas próximas batalhas.

Atenciosamente

Manoel Dutra Vidal – 2OMFPSO Cairu – P-32

ERRATA• A Revista “Unificar” retifica uma informação veiculadana página 80 da última edição, na Galeria Maldita. Odeputado Luiz Antonio de Medeiros (PL-SP) votou contraa manutenção do Regime Jurídico Único e não a favor doRJU, como foi publicado.

• Na Seção “Aviso aos Navegantes, a nota com o título“Encontro dos Oficiais Mercantes em Fortaleza” (página8) informa o endereço errado do restaurante em que sãorealizados os encontros. O estabelecimento fica na Av.Desembargador Leite Albuquerque, nº 358. Na nota doClube dos Empregados da Petrobras no Ceará, há um errono telefone de contato. O número correto do CEPE-Cearáé 224-6134 e não 264-3164, como foi publicado.

Profissionalismo“É com muita satisfação que venho acompanhando, atra-

vés da Revista Unificar, a evolução do nosso Sindicato, que,com profissionalismo crescente, vem conseguindo resultadosimportantes para a categoria. Apesar de não estar mais nave-gando, fico muito feliz em saber de cada conquista para nos-sos colegas de mar. ”

José Maciel (CIAGA-1984)Engenheiro de PlantaEl Paso O&M doBrasilUsina Termelétrica de Macaé

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Os oficiais de máquinas, portadores de certificados de competência comenquadramento na Regra III/2 da Convenção STCW 78, emendada em 1995, jápodem requerer a ascensão da categoria de 2OM para 1OM, desde que compro-vem que o tempo de embarque na navegação marítima como 2OM foi igual ousuperior a quatro anos. No exercício da chefia ou subchefia de máquinas denavios com KW igual ou superior a 750, o período de embarque deve ser igual ousuperior a dois anos. A concessão é fruto de intensas negociações entre a dire-toria do SINDMAR e a Superintendência de Ensino Profissional Marítimo daDiretoria de Portos e Costas (DPC).

Os interessados poderão solicitar a ascensão de categoria junto à Capitania/Delegacia/Agência mais próxima de seu domicílio, anexando a documentaçãonecessária à comprovação do tempo de embarque. A DPC esclarece que nãohaverá alteração no Certificado de Competência (mod. DPC-1031), sendo, por-tanto, mantida a mesma qualificação.

SINDMAR e Magistrab:parceria que beneficiaprofissionaisinteressados emDireitoA Magistrab – Cursos Jurídicos,em parceria com o SINDMAR, ofe-rece cursos de formação, atuali-zação e reciclagem de profissio-nais na área do Direito no CentroEducacional do Sindicato. Os cur-sos regulares de Magistratura eProcuradoria do Trabalho e deMagistratura, Ministério Público eDefensoria do Estado estão sen-do disponibilizados juntamentecom os cursos de formação deOficial de Justiça- TRT, Auditor Fis-cal do Trabalho e o Curso Prepa-ratório para exame da OAB.O objetivo da parceria é promo-ver a formação de profissionaisna área de Direito desde a etapapreparatória de estudantes deensino médio para concurso atéa qualificação adicional de ba-charéis, mediante a atualizaçãodos conhecimentos jurídico-te-óricos, do domínio da técnica ju-rídica e da interiorização dos prin-cípios éticos.Para tanto, a equipe docente, co-ordenada pela Juíza do TrabalhoGisela Ávila Lutz, titular da Séti-ma Vara do Trabalho e profundaconhecedora das causas traba-lhistas, conta com Advogados,Juízes, um Defensor Público euma Procuradora Federal.Serão oferecidas 10 bolsas paraassociados (confira os critériospara se candidatar, no site doSINDMAR). Mais informações po-dem ser obtidas na Secretaria doCentro Educacional do SINDMARatravés do telefone: 2233-7068.

SINDMAR e DPC viabilizam ascensãode categoria para oficiais de máquinas

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SINDMAR e DET NorskVeritas oferecem Cursode Formação paraAuditores InternosO SINDMAR, em parceria coma Det Norsk Veritas (DNV), rea-lizará em sua sede no Centrodo Rio, de 14 a 18 de junho oCurso de Formação de Audito-res Internos (AUD 01 02-2004).O objetivo é capacitar não so-mente os quadros técnicosconstituídos por oficiais daMarinha Mercante, mas tam-bém atender empresas ligadasao ramo da navegação que ne-cessitem fornecer a seus fun-cionários uma ferramenta amais para a atuação no merca-do. O valor do investimento éde R$ 800,00 e inclui o forne-cimento de material didático.Os certificados de formação deauditores internos (ISM CODE ,ISO 9001, ISO 14000, BS 8800)serão emitidos pela DNV. Asempresas que contribuem parao Fundo Educativo do Sindica-to terão 20% de desconto. Maisinformações podem ser obti-das com o Diretor de Educa-ção e Formação Profissional doSINDMAR, José Serra, através dotelefone (21) 2518-2164 ou peloe-mail [email protected].

Atenção técnico eletricista!Você agora é representado pelo SINDMAR.Compareça ao seu sindicato e faça seunovo cadastro na secretaria.

SINDMAR e Universidade Veiga de Almeida (UVA)promovem cursos a distânciaEntre 15 de julho e 15 de novembro, o SINDMAR em parceria com a UVA estaráoferecendo os Cursos de Extensão a Distância de Filosofia, Empreendedorismo,Ciência Ambiental, Comunicação Oral e Escrita e Direito Ambiental. Os cursossão destinadas aos marítimos embarcados, que não têm tempo disponívelpara freqüentar salas de aula. A inscrição poderá ser feita mediante o paga-mento de uma taxa de R$ 240,00, que pode ser parcelada em até quatrovezes. Mais informações podem ser obtidas com a professora Ilene Pessoapelo telefone (21) 2574-8983.

DPC abre vagas para curso de atualização profissionalO Departamento de Ensino à Distância do Centro de Instrução Almirante GraçaAranha (CIAGA) promoverá o segundo “Curso Especial Básico de Automação”(CEBA 2), na modalidade de ensino à distância (EAD) via Internet, utilizando o “e-learning”, com o emprego da plataforma TelEduc, no período de 5 de julho a 5 desetembro de 2004.O curso será conduzido em conformidade com as normas aprovadas pela Porta-ria 233/2002 do Diretor de Ensino da Marinha e seu conteúdo corresponde auma disciplina integrante dos cursos de adaptação, aperfeiçoamento e atualiza-ção para oficiais da Marinha Mercante. Os participantes ganharão crédito noscursos citados, que compõem o Programa do Ensino Profissional Marítimo(PREPOM).O CEBA 2 é destinado aos aqüaviários com mais de dois anos de embarque nacategoria e proporciona, ainda, a atualização técnico-profissional dos demaisinteressados. A avaliação da aprendizagem se dará por meio do cumprimentodas atividades programadas ao longo do curso, bem como pela freqüência deacesso ao material de ensino, e pela realização de provas presenciais nas Capita-nias dos Portos e Delegacias. As inscrições poderão ser feitas entre 17 de maio e21 de junho, através do endereço http://www.ciaga.mar.mil.br. O interessado deveselecionar a opção “cursos on line”, na qual estarão disponíveis dados sobre oaluno e a inscrição. Após a confirmação da matrícula, os participantes receberãoa senha de acesso, bem como instruções iniciais para utilização do ambientevirtual. Outras informações podem ser obtidas através do [email protected] ou pelo telefone (21) 2260-2949, com o CMG (RM1)Leite ou com a pedagoga Denise.

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Que tipo deaprendizagem,significativa, pode ojovem levar de umaclasse docentedesvalorizada e nãoreconhecida?Que perspectivas elepode levar se nãovale a penater o professorcomo espelho?

renovação do corpo docente deuma escola tanto deve fazer par-te de seu próprio projeto políti-

co-pedagógico como deve ser incentiva-da, tornando-se uma das metas dessamesma escola. Ainda mais, quando essaescola é de formação de profissionais di-ferenciados, cujo exercício do labor obriga alongos períodos de ausência do seio dafamília, situação de comprovada tensãopsicológica, como é o caso do pessoal daMarinha Mercante. Tal dificuldade podelevar o ser humano, quando mal prepara-do, a situações de extrema sensibilidadeque podem ser observadas, por exemplo,mesmo que em pequena escala e comconsideráveis compensações, nos RealityShows televisivos. É por isso que, entreoutras causas, o jovem, no auge de suatransformação física e mental, ao iniciar acarreira de oficial mercante, já o faz pen-sando na necessidade de abandoná-la.Muitos não chegam a cumprir, na profis-são, um período que justifique, economi-camente, o investimento que o povo, atra-vés de seus impostos, fez nas suas for-mações. Isso torna comum o abandonoprematuro dessa atividade, muito antesda aquisição, por parte do profissional domar, de uma experiência que poderia sercanalizada para a formação de mais e me-lhores profissionais marítimos. É precisocorrigir com urgência o problema históri-co e cultural de negligenciar a formaçãode futuros docentes.

São os alunos mais aplicados no pe-ríodo escolar aqueles que devem, natu-ralmente, ser mais incentivados a abra-çar, quando oportuno for e experiênciajá não lhes faltar, a carreira docente. Senão for assim, para que classificá-los,durante o período escolar, se a separa-ção, por navios e companhias diferen-tes, após seus embarques já como pro-

fissionais, anula tal classificação? Queesperança tem o jovem oficial mercantede ver o sacrifício de uma vida embarca-do, a esmerar-se em adquirir conheci-mentos e experiências, ser reconhecidoe recompensado quando deixar o navio?Ele, já durante o seu período escolar,deduz facilmente, pelo pouco reconhe-cimento do valor do professor na pró-pria Escola que o formou, que sua únicasaída é outra profissão. São raros e te-nazes aqueles que conseguem chegar aotempo de uma aposentadoria, como ma-rítimo, que lhes complemente a rendade professor. Além disso, que tipo deaprendizagem significativa pode ojovem levar de uma classe docente des-valorizada e não reconhecida? Que pers-pectivas ele pode levar se não vale a penater o professor como espelho? É por issoque muitos dos jovens alunos têm comometa principal, ainda na Escola, chegara tenente ou prático.

Hoje, no Brasil, é raro encontrar pro-fissionais mercantes com comprovadaexperiência, adquirida ao longo dos anosno mar, de contatos íntimos com os maisdiferentes povos, costumes, mercados,religiões e desenvolvimentos, em cargosgerenciais da própria Marinha Mercantee mesmo do Sistema de Ensino Profis-sional Marítimo. Também está se tornan-do cada vez mais raro encontrar bons,dedicados e idealistas professores (ouinstrutores) oficiais mercantes. Se o mo-tivo é falta de preparo, a falha é da escola.Se há o preparo, quem está falhando é oSistema, do qual a escola faz parte. Emqualquer dos casos, em nome do desen-volvimento, cuja origem é a boa escola;em nome da razão, que nos sugere ser agrandeza do litoral brasileiro e a vocaçãode seu povo, paradoxalmente opostos àconta que pagamos pelo atual déficit eco-

nômico no transporte e em nome da cons-ciência nacionalista que nos leva a pen-sar em pessoas certas para cargos cer-tos, temos o dever cívico e moral de con-sertar tais distorções para que a Histórianão nos venha a condenar, mais tarde,pelas conseqüências das nossas omis-sões. Omissões que nos fecham os olhospara os problemas.

* O Capitão de Longo Curso José Vivekananda éDelegado Regional do SINDMAR, em Belém (PA).

Formação de

CLC José Vivekananda*

formadoresA

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SINDMAR prestigia cerimôniade passagem de cargo da DPC

cante brasileira, responsável pelo trans-porte diário das nossas riquezas, buscan-do um relacionamento harmonioso, parajuntos contornarmos as dificuldades queafetam o segmento marítimo, decorren-tes da conjuntura econômica desfavorá-vel do País”, declarou o novo diretor.

Despedindo-se do cargo, após exercê-lo pelo período de um ano e nove meses,o Vice-Almirante Napoleão Bonaparteenfatizou sua atuação junto à Secreta-ria-Executiva da Comissão Coordenado-ra dos Assuntos da Organização Maríti-ma Internacional, na elaboração de es-tudos e pareceres apresentados àqueleÓrgão, bem como seu trabalho comoSecretário-Geral da ROCRAM, organis-mo que congrega os países da Américado Sul e do Caribe. “Exerci a autoridadee tomei decisões sempre com a disposi-ção de ouvir os interlocutores e tentarchegar a soluções que pudessem bene-ficiar as partes envolvidas. A parceria foisempre a palavra de ordem, em relação

às Instituições e Empresas das Comuni-dades Marítima e Portuária”, ressaltou oex-diretor.

No período em que esteve à frente daDPC, Bonaparte deu prosseguimento aoaperfeiçoamento das normas técnicasambientais para as organizações militaresda Marinha, a implementação do Códigode Segurança para Navios e InstalaçõesPortuárias e a implantação do ensino adistância, via Internet, no Ensino Profis-sional Marítimo. Foram assinados ou re-novados convênios e acordos de coope-ração técnica destinados à identificaçãode necessidades e de controle do tráfegoaquaviário e para o monitoramento e con-trole de poluição ambiental.

Na cerimônia de passagem do cargo,o SINDMAR esteve representado pelo Se-gundo Presidente José Válido e pelo Di-retor José Serra. Compareceram tambémdiversas autoridades civis e militares erepresentantes do segmento sindicalaquaviário e da armação nacional.

ransmitiu o comando da Direto-ria de Portos e Costas (DPC), nodia 17 de dezembro de 2003, o

Vice-Almirante Napoleão Bonaparte emsolenidade ocorrida no Centro de Ins-trução Almirante Graça Aranha (CIAGA),no Rio de Janeiro. Assumiu o cargo tam-bém o Vice-Almirante Aurélio Ribeiro daSilva Filho, que estava afastado das ati-vidades marítimas desde 1993, quandoatuava como Capitão dos Portos do RioGrande do Sul.

Em seu discurso de posse, AurélioRibeiro assumiu o compromisso de darcontinuidade ao trabalho que vinha sen-do desenvolvido pela DPC voltado paraa orientação, controle e qualificação dopessoal da Marinha Mercante, a seguran-ça do tráfego aquaviário, a prevenção dapoluição hídrica por parte das embarca-ções além da fiscalização do cumprimen-to de leis e regulamentos no mar e águasinteriores. “Tenho grande expectativa emtrabalhar novamente com a Marinha Mer-

“Tenho grandeexpectativa em trabalharnovamente com aMarinha Mercantebrasileira, responsávelpelo transporte diário denossas riquezas (...).”

Em seu primeiro discurso a frente da DPC,o Vice-Almirante Aurélio Ribeiroprometeu construir uma relação harmoniosacom os segmentos aqüaviários.

Vice-Almirante Aurélio Ribeiro

foto: Márcio Roberto

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Previdência é tema de palestra doSINDMAR para trabalhadores da Elcano

Assessora de Previdência So-cial do SINDMAR, Ana Rosa, es-teve, nos dias 6 e 7 de novem-

bro de 2003, na sede da Empresa de Na-vegação Elcano S.A. no Rio de Janeiropara ministrar palestras para os trabalha-dores de terra da companhia. Durante avisita, foram abordados diversos aspec-tos relacionados a aposentadoria, comoos direitos e deveres do segurado do Sis-tema da Previdência Social. “As palestrasajudam o funcionário a sentir mais segu-rança para programar sua aposentado-ria”, destaca a assessora, lembrando queo SINDMAR está elaborando uma cartilhaa ser distribuída a seus associados paraconsulta sobre o conteúdo exposto.

Entre os dias 14 e 17 do mesmo mês,dando continuidade ao Projeto “Previ-dência a bordo” a assessora visitou onavio “Castillo de Guadalupe”, da Elcano,

A atracado na Praia Mole, em Vitória (ES)para esclarecer dúvidas aos tripulantesda embarcação. Apesar da dificuldadeem reunir todos os marítimos para aspalestras devido a agitada rotina de bor-do, Ana Rosa avaliou como positivo o tra-balho realizado, ressaltando o alto graude interesse demonstrado pelos empre-gados da companhia. “É uma questão queafeta diretamente o futuro de todo o tri-pulante e, por isso, merece ser tratadacom toda a atenção possível”, adverte.

Com o objetivo de atender aos traba-lhadores que não puderam assistir àspalestras, os tripulantes sugeriram a as-sessora que fosse agendada uma novavisita ao “Castillo de Guadalupe”, possi-velmente, quando o navio estiver atraca-do no Porto de Sepetiba, no Rio de Janei-ro, onde o período de estadia costumaser mais longo.

N/M Castillo de Guadalupe, da Elcano

“As palestrasajudam ofuncionárioa sentir maissegurança paraprogramar suaaposentadoria”

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Cerimônia solene marca passagemde comando da Emgepron

oi realizada no último dia 18 de de-zembro a cerimônia de transmissãode comando da Empresa Gerencial

de Projetos Navais (EMGEPRON), no 1ºDistrito Naval, no Rio de Janeiro. Na oca-sião, o Vice-Almirante Napoleão BonaparteGomes assumiu a presidência da compa-nhia em substituição ao Contra-AlmiranteRobério da Cunha Coutinho.

Em seu discurso, Napoleão Bonaparteenfatizou a importância da captação de re-

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resse, não só da Marinha, como das de-mais Forças”, salientou Bonaparte.

Ainda na solenidade, presidida peloDiretor-Geral da Marinha e também pre-sidente do Conselho de Administraçãoda empresa, o Almirante-de-Esquadra,Euclides Duncan Janot de Matos, foiempossado como Diretor Administrativo-Financeiro da empresa o Contra-AlmiranteMarcio Menezes de Mendonça.

O SINDMAR marcou presença no even-to, sendo representado por seu SegundoPresidente José Válido e pelo Diretor deEducação e Formação Profissional, JoséSerra. Também compareceram o SecretárioEstadual de Energia, Indústria Naval e doPetróleo, Wagner Victer, o presidente doCentro de Capitães da Marinha Mercante,CLC Álvaro José de Almeida, além de diver-sas autoridades do setor naval, do Exérci-to, da Marinha e da Força Aérea brasileiras.

A Emgepron foi criada em 1982 sendouma empresa pública, de direito privado, vin-culada ao Ministério da Defesa, através doComando da Marinha do Brasil. A empresabusca desenvolver a indústria militar navalbrasileira, além de suprir o mercado externocom produtos e serviços oriundos da capta-ção científico-tecnológica da Marinha e dosparques industriais brasileiros.

Segundo Presidente do SINDMAR, José Válido,saúda o novo Presidente da Emgepron

Em razão de seus embarques ou do localde sua residência é difícil sua visita aoSINDMAR, para atualizar seucadastro?

Não importa. Utilize e-mail, fax,carta ou ainda se preferir, contate portelefone nosso companheiro Diretor-Secretário Odilon Braga.

cursos externos à área militar para o de-senvolvimento do setor: “É necessário quea Emgepron busque cada vez mais ampliaro seu leque na produção e comercializa-ção de unidades e sistemas navais, nogerenciamento de projetos, na integraçãode sistemas e demais serviços ligados àoperação, manutenção e emprego demeios navais bem como a intermediaçãoda captação de financiamentos ligados àobtenção de produtos e serviços de inte-

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SINDMAR a bordoVisita a navios

primeiro trimestre deste ano foimarcado pelas visitas da direto-ria do SINDMAR a diversas em-

barcações mercantes. No dia 26 de janei-ro, o segundo Diretor Financeiro da enti-dade, Jailson Bispo esteve a bordo dos re-bocadores CBO Vitória e CBO Rio que es-tavam atracados nos multiterminais doRio de Janeiro. Na ocasião, Jailson escla-receu dúvidas das tripulações acerca dosprincipais termos da proposta para a re-novação do acordo coletivo de trabalhocom a Companhia Brasileira de Off Shore.Durante a visita, os trabalhadores solici-taram ao dirigente que as negociaçõestranscorram sem a intermediação da As-sociação Brasileira das Empresas deApoio Marítimo (ABEAM), da qual a CBOfaz parte. “O documento trará avançossignificativos em relação ao ACT anteri-or. Acredito que, este ano, poderemosagilizar o processo negocial, pois vamostratar da renovação em condições maisfavoráveis diretamente com a CBO”, res-saltou Jailson.

A assinatura doACT 2003/2004com a Petrobras ea Transpetro le-

vou a Diretoria do SINDMAR a decidirpela visitação de navios das companhiaspara aferição do sentimento das tripula-ções a bordo em relação ao acordo al-cançado. Esta tarefa coube ao SegundoPresidente do Sindicato, José Válido e aosDiretores Enilson Pires e Marco Aurélioque, em conjunto ou isoladamente, esti-veram a bordo dos navios Lorena eCandiota, atracados na primeira semanade fevereiro no porto de Salvador. De acor-do com eles, a grande maioria dos maríti-mos embarcados reconheceu que, ape-sar do acordo coletivo não ter atendido atodos os anseios da categoria, houve umefetivo progresso nas relações laboraiscom a implantação de um regime de em-barque e desembarque inédito no País.

Os sindicalistas foram ainda ao por-to de Fortaleza para visitar as embarca-ções “Aliança Leblon” e “Mansur Espíri-to Santo”. E visando a renovação do ACTcom a Docenave, os dirigentes estive-ram a bordo do “Frota Belém”, também

atracado em Fortaleza, e das outrasquatro embarcações afretadas pelacompanhia. Após a rodada de visitas,os sindicatos marítimos renovaramo contrato coletivo com a Docenave,

assegurando a proteção laboraldos seus trabalhadores por

mais um ano.”

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1: Tripulantes do “Frota Manaus”, daDocenave, recebem a Diretoria do SINDMAR.

2: Diretoria do SINDMAR em visita ao “FrotaRio”, da Docenave.

3: Representante da CONTTMAF em Cabedelo,ouve sugestões para renovação do ACT feitaspelos tripulantes do Metaltanque II, daMetalnave, atracado no Porto de Suape (PE).

4: Diretores do SINDMAR são recebidos pelatripulação do NT Lorena, da Transpetro.

5: SINDMAR em visita ao “Frota Santos”, daDocenave.

6: Dirigente da CONTTMAF, em Cabedelo, (àesquerda) conversa com o comando doN/T Diva, da Transpetro, atracado noPorto de Cabedelo (PB).

7: Dirigentes sindicais no NV Jutaí, daFlumar.

8: Em visita a Draga Copacabana, dirigentesdo SINDMAR ouviram sugestões dostripulantes para as negociações coletivascom a Bandeirantes Dragagem.

9: CMT Abílio, do Frota Belém, estudaproposta final de renovação do ACT com aDocenave entregue pela diretoria doSINDMAR.

10: SINDMAR vai a bordo do “Frota Macau”,da Docenave.

11: Dirigentes do SINDMAR visitam N/TMarta, da Transpetro, atracado no Porto deMiramar, em Belém.

12: Dirigentes dos sindicatos marítimosvisitam navio Metaltanque III, daMetalnave, no Terminal de Aratu (BA).

13: Diretoria do SINDMAR informa aosmarítimos do Milan Tide, da Pan Marine, oandamento das negociações para renovaçãode ACT.

14: Diretoria do SINDMAR esclarece dúvidasa tripulação do Norskan Leblon sobre o novoACT.

15: Dirigente do SINDMAR discutepontos do acordo coletivo com tripulação donavio Alamoa, da Global, no terminal deAratu (BA).

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16: Diretoria do SINDMAR esclarecedúvidas sobre o acordo coletivo assinadocom a Transpetro aos tripulantes do N/T Rodeio, atracado no Porto de Miramar,em Belém.

17: Dirigentes sindicais marítimos abordo do N/T Lily, da Aliança.

18: SINDMAR em visita ao navioAraucária, da Flumar.

19: Diretoria do SINDMAR é recebidapor tripulantes do “Angelim”, daFlumar.

20: Dirigentes dos sindicatos marítimosa bordo do OWL Trader, da Flumar.

21: Dirigentes sindicais e tripulantesdo Frota Belém celebram assinaturado ACT com a Docenave.

22: Diretoria do SINDMAR comentaandamento das negociações coletivascom tripulantes do Metaltanque III,da Metalnave.

23: Diretor do SINDMAR em visitaao Empurrador Norsul Caravelas,atracado no Porto Cel, no EspíritoSanto.

24: Diretor do SINDMAR visitatripulação do N/T Ataulfo Alves, daTranspetro,no Porto de São Sebastião (SP).

25: Representantes do SINDMAR e daCONTTMAF são recebidos pela tripulaçãodo N/T Cartola, da Transpetro.

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SINDMAR participa de lançamentoao mar do Sealion Amazônia

oi lançado ao mar, em 25 de no-vembro de 2003, em Itajaí (SC), ocasco da embarcação “Sealion

Amazônia”, encomendado pela BOS Na-vegação Ltda., sediada em Macaé (RJ). Aunidade, destinada ao suporte às ativi-dades de intervenção submarina foi fi-nanciada em 90% com recursos do Fun-do de Marinha Mercante (FMM) do Mi-nistério dos Transportes e teve um cus-to total de R$ 78,5 milhões.

Na cerimônia de entrega da embar-cação, esteve presente, representandoo SINDMAR, o segundo Diretor Finan-ceiro Jailson Bispo, que elogiou a inicia-tiva da empresa de construir o navio nopaís, estimulando a indústria naval bra-sileira e, conseqüentemente, ampliando

o campo de trabalho para os marítimosnacionais. As obras geraram cerca de300 empregos diretos e provocarameconomia de divisas ao País, já que onavio substituirá uma unidade de ban-deira estrangeira que atualmente pres-ta esse serviço à Petrobras na Bacia deCampos (RJ).

Estima-se que a embarcação iniciesuas operações no terceiro semestredeste ano. O FMM financia ainda no es-taleiro Itajaí a construção de outras trêsembarcações orçadas num total de R$165,9 milhões. O “Sealion Amazônica”foi o segundo navio lançado no ano pas-sado pelo estaleiro. Em julho, o “Itajaí”já havia entregue o gaseiro MetaltanqueVI, da Metalnave.

F “As obras geraramcerca de 300empregos diretose provocarameconomia de divisasao País, já que onavio substituirá umaunidade de bandeiraestrangeira (...)”

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Navegue conosco!www.sindmar.org.brNavegue com quem está sempre conectado a você.

Docenave firma novo ACTcom Sindicatos Marítimos

pós um breve período de nego-ciação, as entidades sindicaismarítimas e a Navegação Vale do

Rio Doce S.A. – Docenave – renovaram oAcordo Coletivo de Trabalho no últimodia 18 de março. A assinatura ocorreudurante uma reunião na sede da compa-nhia, no Rio de Janeiro, e contou com apresença de diversos dirigentes sindicais,além de representantes da companhia,como a Diretora Cristiane de Marsillac,responsável pela área de carga geral e decontêineres, o Gerente Administrativo,Fernando Mascarenhas, e o Consultor deRecursos Humanos, André Teixeira.

De acordo com o Diretor para As-suntos Marítimos da FNTTAA, José Váli-do, que coordenou o processo negocial,o novo ACT traz avanços em relação ao

contrato anterior, o que reforça a con-fiança depositada por dirigentes das ca-tegorias na diretriz traçada pela empresaque prevê o aperfeiçoamento contínuodas relações laborais de seus emprega-dos. “Ainda não atingimos o patamarideal, mas não podemos deixar de res-saltar que a empresa tem sido correta,cumprindo suas promessas. Visitamostodas as embarcações, algumas foram atérevisitadas e pudemos observar que oespírito de corpo Docenave já está im-plantado nas tripulações desses navios.Esse é um sentimento bom e a gente es-pera que isso melhore com o passar dotempo”, observou Válido.

A diretora da empresa, Cristina deMarsillac, esclareceu que a mudança namodalidade de afretamento de time charter

party para bare boat, em 2002, se deu como objetivo de alavancar os serviços decabotagem e permitir a empresa adquiriro controle operacional dos navios. “Con-cluímos toda a etapa de reestruturação eagora é hora de consolidarmos a gestão, ainterface com as tripulações. A idéia é in-tegrarmos cada vez mais as equipes demar e de terra em todos os processos, emtoda a realidade política e cultural da em-presa. E essa nova configuração do servi-ço está tendo uma aceitação muito boa”,enfatizou Marsillac, confirmando que até2004, a Docenave irá investir no aumentoda capacidade de transporte marítimo. Sónão foi definido ainda o modelo a ser ado-tado. “Estamos avaliando três caminhos.Podemos comprar embarcações de outrosarmadores, afretá-las em bare boat, ou, en-tão construirmos unidades novas”, expli-cou. Atualmente, a Docenace atua nacabotagem com cinco embarcações afre-tadas da Frota Oceânica.

O Gerente Administrativo da empre-sa, Fernando Mascarenhas, por sua vez,destacou que o bom entendimento daempresa com os sindicatos tem sido fun-damental para o bem-estar dos trabalha-dores. “A renovação de acordo é motivode celebração porque ele consolida essanossa visão e resgata a dignidade, as con-dições de trabalho e o bem-estar dessegrupo de empregados, que estavam sobuma administração que passava por difi-culdades”, disse Mascarenhas. O novocontrato tem validade de um ano e seusefeitos retroagem a 1º de outubro do anopassado.

ARepresentantes dos sindicatos marítimos e da Docenave celebram assinatura de novo acordo coletivo

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acordos

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SINDMAR e Norskanrenovam Acordo Coletivo

ficiais mercantes da Norskan Offshore Ltda. vão continuar embar-cando tranqüilos e sob proteção

laboral. Foi renovado no último dia 15 demarço em reunião na sede da empresa,no Rio de Janeiro, o acordo coletivo detrabalho do SINDMAR com a companhiade apoio marítimo.

A assinatura contou com a participa-ção do presidente da entidade sindical eda CONTTMAF, Severino Almeida, quedestacou a rapidez e transparência comque transcorreram as negociações. “Exis-tem hoje no mercado poucas empresascapazes de seduzir os trabalhadores ma-rítimos, oferecendo condições de traba-lho e salários em níveis satisfatórios. Umadelas é a Norskan, que vem mostrandodisposição para o diálogo com os repre-sentantes da categoria e, com isso, con-

O Diretor Financeiro do SINDMAR, Jailson Bispo,explica aos tripulantes do Norskan Leblondetalhes do novo ACT assinado.

Da esquerda para a direita: Hans Falnes Ellinger,Marcos Ruffier, Edemir Silva, Severino Almeida eJailson Bispo.

seguindo atrair alguns dos melhores pro-fissionais do mercado”, salientou.

Para o segundo Diretor Financeiro doSINDMAR, Jailson Bispo, que intermediouo processo negocial, a aprovação do do-cumento por unanimidade é um indicativodo reconhecimento pelos tripulantes dasconquistas obtidas nos últimos anos.

A Norskan opera atualmente no Brasilcom cinco embarcações, sendo três de ban-deira nacional (Norskan Flamengo, NorskanLeblon e Normand Hunter) e duas de ban-deira norueguesa. Uma nova unidade(Norskan Copacabana), do tipo AHTS, estásendo construída no Estaleiro Promar, emNiterói, o que revela a intenção da compa-nhia de continuar ampliando seu campode atuação no País.

No encontro na sede da empresa,também esteve presente o Assessor paraAcordos Trabalhistas, Edemir Silva, alémdo Gerente Geral da empresa, HansFalnes Ellinger, e o Controller, MarcosRuffier. O ACT é retroativo a 1º de feve-reiro deste ano, com validade até 31 dejaneiro de 2005.

Foi assinado no último dia 6 defevereiro na sede do SINDMAR, onovo acordo coletivo entre a entidadee a Noble do Brasil S/C Ltda., contem-plando o quadro de oficiais mercan-tes e técnicos eletricistas da compa-nhia. O processo de renovação foiconduzido pelo segundo Diretor Fi-nanceiro da entidade, Jailson Bispo,que destacou o clima de cordialida-de que predominou durante as nego-ciações. “O mais importante é queestamos gradativamente obtendoavanços para a categoria. O alto índi-ce de aprovação do contrato pelos na-vios nos dá a certeza de que estamosno caminho certo”, afirmou.

Na assinatura do documento, aempresa foi representada pelo Ge-rente de Recursos Humanos, Clau-dio Cordeiro. Os efeitos do ACTretroagem a 1º de setembro de 2003 esua vigência termina em 31 de agostode 2004.

SINDMARrenova ACTcom a Noble

Gerente de RH da Noble, Cláudio Cordeiro(à esquerda) e Diretor do SINDMAR,Jailson Bispo, assinam ACT 2003-2004.

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Marítimos dos Empurradores daNorsul ganham proteção laboral

s entidades sindicais marítimase a Companhia de NavegaçãoNorsul assinaram no dia 6 de

abril Acordo Coletivo de Trabalho, regula-rizando a relação laboral dos tripulantesdo empurrador “Caravelas”. A celebraçãodo ACT ocorreu na sede da empresa, noRio de Janeiro, e contou com a presençado segundo Diretor Financeiro doSINDMAR, Jailson Bispo e do Assessorpara Acordos Trabalhistas, Edemir Silva,além de dirigentes dos demais sindicatosdas categorias. Pela Norsul, participaramda reunião final o Diretor Administrativo eFinanceiro, Bruno Lima Rocha, o DiretorLuiz Philippe de Figueiredo e o Gerente deRecursos Humanos, Vicente Ramos Filho.A vigência do ACT vai até 30 de setembrode 2004 e seus efeitos retroagem a 1º deoutubro do ano passado.

A diretoria da empresa aproveitou aocasião para anunciar que vai incorporara sua frota até o mês de maio mais umempurrador, encomendado ao EstaleiroPromar no Rio de Janeiro. A embarcaçãoserá utilizada no Projeto da Aracruz Ce-lulose, da qual a Norsul é acionária, trans-portando mais de três milhões de tonela-das de toras de eucalipto do sul da Bahiapara o Espírito Santo.

Até 2006, outros três empurradoresserão entregues a companhia, o que re-presentará a geração de 5,2 mil empre-gos diretos e indiretos. Somente entreas categorias marítimas, serão contra-tados cerca de 88 trabalhadores.

A Norsul foi a primeira empresa brasi-leira privada de navegação a operar no sis-tema empurrador/ barcaça em mar aberto.Atualmente, atua também em parceriacom a Companhia Siderúrgica de Tuba-rão- Vega do Sul e a Veracel em dois proje-tos. A empresa investirá cerca de US$ 100milhões na construção de todas as em-barcações e terá uma estrutura opera-cional com capacidade para transportarcerca de 5,3 toneladas ao ano.

Representantes dos sindicatos marítimos e da Norsul assinam ACT, contemplandotripulantes dos empurradores da companhia

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Empurrador NorsulCaravelas, atracadono Porto Cel, noEspírito Santo

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Um marco histórico no

A Petrobras e Transpetrocelebram com os SindicatosMarítimos Acordo Coletivocom regime de repousoinédito para as suastripulações

partir de primeiro de junho des-te ano, os tripulantes com vín-culo empregatício por prazo

indeterminado com a Petrobras e suasubsidiária Transpetro passarão a ter umregime de embarque e desembarque pa-drão, de 120 dias a bordo, com 54 diasde repouso. “É a primeira vez que con-quistamos um regime como este, emmais de meio século de história dos ma-rítimos a bordo dos navios no sistemaPetrobras”, comentou com indisfarçávelsatisfação o Presidente da CONTTMAF,Severino Almeida, que nos últimos seis

anos, vem coordenando as negociações.“Tivemos no passado e temos no pre-sente, navios da Petrobras/Transpetro,com suas tripulações em regime cor-respondendo a proporção de 2 x 1 maisvantajoso do que o acordado. Eram e sãopontuais, sazonais ou específicos de de-terminada fase na companhia ou de de-terminado tipo de navio. Nunca uma re-gra geral. Agora com este regime pac-tuado que corresponde a proporção de2,2 x 1, estamos a seis dias de distância,na relação de embarque e desembarque,da obtenção do regime 2 x 1, que é o quehá de melhor praticado hoje na Indús-tria Marítima, no setor de transporte deóleo cru e derivados”, afirmou Severino.

regime derepouso

A

Presidente da CONTTMAF, Severino Almeida, (à esquerda) e Presidente da Transpetro, SergioMachado firmam acordo com avanços significativos para os trabalhadores marítimos

“É a primeira vez

que conquistamos

um regime como este,

em mais de meio

século de história dos

marítimos a bordo

dos navios no

sistema Petrobras”

A lógica aplicada no processo ne-gocial defendida por todos os Sindica-tos é que urgia-se uma solução imediatana relação embarque/desembarque e nossalários no sentido de estimular as tripu-lações a se efetivarem naquelas empre-sas, reduzindo a elevada rotatividade queimperou no sistema Petrobras, desde quea companhia iniciou uma política suicidade contratação por prazo determinado,gerando o tipo de tripulante que ficou co-nhecido como interino e dificultando ogerenciamento das embarcações. “Mui-to embora estes companheiros possamser treinados e obtenham um índice dequalidade nos serviços de bordo, tãoalto como o dos efetivos, é inquestionável

acor

dos

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Reajuste médio obtido com o ACT 2003/2004

NÚMEROS HISTÓRICOS

que a rotatividade inerente a este sistemanão contribui para a adequada manuten-ção das embarcações”, alerta o compa-nheiro José Válido, Diretor para AssuntosMarítimos da FNTTAA, com a experiênciaadquirida em mais de uma dezena de anoscomo Chefe de Máquinas deste tipo deembarcação.

O Presidente da Federação, RicardoPonzi, por sua vez, destaca que “como

de hábito a disciplina, coerência e mo-bilização dos Sindicatos Marítimos, an-tes e durante o processo negocial, conti-nua sendo um forte instrumento paraconvencer a Petrobras/Transpetro da ne-cessidade de atender às reivindicaçõesdas categorias”.

Apesar da Petrobras, na segunda me-tade da década passada, não ter sido efi-caz em sua política de recursos huma-

“Esta é uma exigência dostempos atuais, que alia umabrutal redução do númerode tripulantes, com cada vezmais complexas e cansativastarefas a bordo, na buscade maior controle esegurança operacional.O ser humano tem limitesque exigem sua observância.Não é justo o respeitoapenas a estes limites, poisé um tremendo equívocopensar que o marítimo aoembarcar, abdica de seudireito à vida pessoal. Estemomento de lazer, deaumento de cultura e atémesmo de sonho não podedeixar de ser considerado.A vida a bordo não podeser confundida com amorte em vida”

Severino Almeida discursa durante a assinatura do ACT, observado pelo Presidente da Petrobras,José Eduardo Dutra, (à esquerda) e pelo Presidente da Transpetro, Sérgio Machado (à direita)

Percentuais comparativos desde o primeiro acordo com a Transpetro. Os salários nominais desta subsidiária queeram mais baixos, já ultrapassaram os da Petrobras, embora as condições sociais oferecidas aos vinculados dire-tamente à Petrobras continuem melhores, equilibrando, no conjunto, ambas as relações de trabalho.

Reajuste salarial médio acumulado entre os ACTs de 1999 a 2003 = 76,97 %Inflação acumulada medida pelo IPCA = 46,1 %

Ganho real médio comparativo ao IPCA acumulado desde 1999 = 66,97 %

Aumento médio real de salário sobre o índice de inflação do IPCA

Perda da massa salarial nacional, no último ano, medida pelo IBGE

21,3 %=

23,92 %=

= -13,0 %

36,92 %=Ganho médio do último ACT comparado à média nacional

acordos

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nos para com os marítimos, é inegávelque ela ainda é forte referência para todoo setor de pessoal da Indústria Marítima.Este significativo avanço traz tambémperspectivas de futuras conquistas nasrelações de trabalho das companhias,que até o passado recente, resistiam emmexer no regime de repouso. “Esta é umaexigência dos tempos atuais, que alia umabrutal redução do número de tripulan-

Demonstrativo da Redução noPeríodo de Embarque ao Longo dos ACTs

Efetivos

300

250

200

150

100

50

0

ACT99-00

ACT00-01

ACT01-02

ACT02-03

ACT03-04

DIAS

Para fechar o acordo histórico, representantes dos sindicatos marítimos e a diretoria da Petrobras/Transpetro precisaram negociar durante três meses.

acor

dos

tes, com cada vez mais complexas ecansativas tarefas a bordo, na busca demaior controle e segurança operacional.O ser humano tem limites que exigem suaobservância. Não é justo o respeitoapenas a estes limites, pois é um tre-mendo equívoco pensar que o maríti-mo ao embarcar, abdica de seu direito àvida pessoal. Este momento de lazer,de aumento de cultura e até mesmo de

sonho não pode deixar de ser conside-rado. A vida a bordo não pode ser con-fundida com a morte em vida”, ressal-tou Severino Almeida.

Os marítimos com vínculo com aPetrobras/Transpetro não têm apenas amelhoria do regime para comemorar. Con-quistou-se também, nestes últimos cin-co anos, um dos melhores índices de au-mento salarial praticados no País, con-forme demonstra os gráficos que ilustramesta matéria.

“Não tenho dúvidas em afirmar, quemuito particularmente neste último Acor-do, tivemos além da inequívoca disposi-ção dos companheiros em apoiarem seusSindicatos no processo negocial, e da uni-dade do movimento sindical marítimo,uma visível percepção da presidência daTranspetro, através do Senador Sérgio Ma-chado, da premente necessidade de en-contrarmos saídas satisfatórias entre oslimites da Companhia, imposto por umapolítica de governo para com as compa-nhias estatais, e as justas reivindicaçõesdos empregados marítimos. Este foi ogrande desafio, vencido por todos, e semdúvida, o comprometimento da presidên-cia da Transpetro, em colaborar, foi desuma importância no processo negocial”,finalizou o presidente da CONTTMAF.

foto: Márcio Roberto

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Marítimos da Petrobras se mobilizamom a criação da subsidiáriaTranspetro, iniciou-se um novociclo para os marítimos com vín-

culo direto com a Petróleo Brasileiro S.A.(Petrobras).

A política voltada ao transporte maríti-mo, dutos e terminais, centrada em suanova subsidiária, acrescida ao fato de quea Companhia já utiliza centenas de maríti-mos fora do seu tradicional ambiente detrabalho geraram nos últimos anos umproblema concreto que necessita de rápi-da solução. Qual o futuro dos maríti-mos, tanto embarcados, quanto emterra, diante da política de recursoshumanos da Companhia aplicada aosdemais empregados?

É notório que o atual Plano de Cargose Salários (PCS), além de já não atenderàs expectativas do presente e futuro dosmarítimos embarcados, não atende aosmarítimos que exercem funções fora dosnavios da Transpetro. Em verdade, paraestes últimos, o atual PCS, nunca aten-deu expectativas e nem sequer para elesfoi criado.

Tal situação implica que se busque umnovo PCS que reflita a realidade atual dosmarítimos da Companhia e que lhes dêfuturo em torno do crescimento, em ter-mos de níveis de PCS, mas, também queofereça compensações para os diversoscompanheiros que estão prejudicados,por estarem sendo mantidos no mesmo

nível há anos, por dificuldades ou mesmoimpossibilidade de ascensão profissional.

Em recente reunião na sede doSINDMAR, entre diretoria e representa-dos, empregados da Petrobras, con-cluiu-se que há necessidade de se darinício a uma campanha pública e princi-palmente no interior da Companhia pelavalorização do trabalho do empregadomarítimo no sistema Petrobras.

Neste sentido, todos os presentes àreunião manifestaram concordância nanecessidade de todos os seus emprega-dos marítimos engajarem-se na campa-nha. Todos concordaram que devemoscombater o entendimento (e sentimento)que existe no interior da Companhia, se-gundo o qual, os empregados marítimosestariam em processo de encolhimento edesaparecimento, haja vista que não háprocesso de novas contratações, e por-que, a cada dia, mais e mais marítimoscom vínculo direto com a Petrobras, afas-tam-se de seus quadros, por diversosmotivos, tais como, aposentadoria, ou pordistrato, passando a ter, ou não, vínculocom a Transpetro.

Em relação aos companheiros que es-tão trabalhando fora dos navios, o equivo-cado entendimento é que sejam lá quaisforem suas condições, estas são menospenosas do que a bordo e que por causadisso, tudo devem suportar, em nome damanutenção de tal “privilégio”. Nunca é

demais ressaltarmos que, ao contrário doque ocorreu no passado, quando o maríti-mo podia passar para o quadro de terra,através de concurso interno, hoje a trans-ferência nestes termos é proibida por lei. Oempregado marítimo interessado em ocu-par uma posição em terra terá que encararum concurso público e começar sua carrei-ra do nível inicial, no enquadramento parao tipo de função previsto no concurso rea-lizado. As visões geradas por estes perni-ciosos entendimentos levam pessoas comcompetência de decisão sobre estas ques-tões a não valorizarem a necessidade deoferecer aos marítimos uma política de car-gos e salários apontando para o futuro.Além do grave erro, por ser um entendi-mento baseado em premissas que não con-sideram a realidade atual do marítimo naPetrobras, mas, em conceitos pré-forma-dos, tal visão dificulta a correção de situa-ções injustas e, principalmente, de um fu-turo incerto. O fato é que a Companhia estátestemunhando na prática que as qualida-des inerentes a profissionais com a forma-ção do marítimo, podem e dão enormescontribuições nas mais variadas áreas daCompanhia. O SINDMAR está convencidode que, muito especialmente, aqueles queatuam nas áreas operacionais da E&P ouque trabalham diretamente com ações liga-das ao shipping, terão, no futuro, seu núme-ro ampliado por contratações para supri-rem as necessidades da Petrobras.

C

Diretoria do SINDMAR reúne-se com marítimos da Petrobras para tratar do Plano de Cargos e Salários

Severino Almeida Fi lho*Severino Almeida Fi lho*Severino Almeida Fi lho*Severino Almeida Fi lho*Severino Almeida Fi lho*

* Severino Almeida Filho é presidente do SINDMAR e da CONTTMAF

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Uma cerimônia solene realizada no Es-paço Cultural da Marinha, no último dia4 de fevereiro marcou o lançamento dolivro Educação Ambiental: uma in-trodução à gestão ambiental por-tuária, editado pela DPC. A publica-ção servirá para orientação de alunosparticipantes do curso a distância deeducação ambiental.O evento foi presidido pelo Diretor dePortos e Costas, Vice-Almirante Auré-lio Ribeiro da Silva Filho. Prestigiaram

Palestra sobre aimportância da IMOmarca aula magnano CIAGAFoi realizada no último dia 18 de feve-reiro, no CIAGA, a aula inaugural daEFOMM, proferida pelo Almirante-de-Esquadra e ex-Ministro da Marinha,Mauro César Rodrigues Pereira, sobre otema “A importância da IMO para a Ma-rinha Mercante”.

SINDMAR prestigia tripulação do Metaltanque VA diretoria do SINDMAR esteve presente a cerimônia de entrega do navio gaseiroMetaltanque V, da Metalnave Navegação S.A., ocorrida no dia 18 de março, noEspaço Cultural da Marinha, no Rio de Janeiro. Na ocasião, o segundo Presidenteda entidade, José Válido, e o Diretor Marco Aurélio saudaram o Comandante Maiae toda a tripulação.

a cerimônia dirigentes sindicais maríti-mos e portuários, entre eles, o segundoPresidente do SINDMAR, José Válido, eos diretores Odilon Braga, Enilson Pirese Marco Aurélio. Também comparece-ram o Capitão dos Portos do Rio de Ja-neiro, CMG Eduardo Leal Ferreira, o Co-mandante do Ciaga, CMG José MariaHipólito, além de membros da Comuni-dade Acadêmica e representantes daCompanhia Docas, DPC, OGMO, e di-versos segmentos da sociedade.

Durante o evento, Mauro César pregoua união de trabalhadores, construtoresnavais, armadores e exportadores paraque o País possa propor e aprovarações efetivas de seu interesse volta-das para a indústria marítima. O almi-rante atuou até março do ano passadocomo representante permanente doBrasil na Organização Marítima Interna-cional. Compareceram a aula magna, oPresidente do SINDMAR e daCONTTMAF, Severino Almeida, o Dire-tor para Assuntos Marítimos daFNTTAA, José Válido e o diretor doSINDMAR, José Serra, além de represen-tantes da armação nacional e autorida-des da Marinha do Brasil.

SINDMAR prestigia lançamento de livro

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SINDMAR garante presença entre os finalistas doCampeonato de Futebol SocietyNo mês de dezembro o SINDMAR participou do Campeonato de Futebol Societyrealizado na sede campestre do Clube dos Empregados da Petrobras (CEPE-Rio).Na disputa entre os finalistas, a equipe do sindicato jogou contra o CEPE-Fundão,terminando a competição em quarto lugar. “O SINDMAR ganhou nome e respeitocomo um time de chegada. Todos queriam se destacar desta forma, a competiçãose tornou muito mais difícil. Mais uma vez estivemos perto da grande final, masnão tivemos muita sorte”, concluiu o Diretor de Educação e Formação Profissio-nal José Serra que também integra a equipe. Foi o terceiro ano consecutivo em quea entidade esteve presente à competição, tendo alcançado logo no primeiro ano osegundo lugar na classificação geral. “As inscrições para os companheiros quequeiram se habilitar a jogar o campeonato de 2004 estão abertas para testes”,lembrou Serra, em tom jocoso. A campeã de 2003 foi a equipe do Manguá.

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FNTTAA vai a possede diretoria sindicalem Rio GrandeO Presidente da FNTTA, RicardoPonzi, compareceu no dia 3 demarço a solenidade de posse danova diretoria do Sindicato dosMarítimos do Porto do Rio Gran-de (RS). Ponzi felicitou o presi-dente eleito, Gilmar Terres deSouza, desejando-lhe sucessono comando da entidade.Prestigiaram o evento diversasautoridades da Marinha do Bra-sil e do Poder Judiciário, além delíderes sindicais dos segmentosmarítimo e portuário.

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Comunidade marítima dáúltimo adeus aocompanheiro Salviano

No ultimo dia 21de janeiro, o Capi-tão de Longo Cur-so e Juiz Civil doTribunal Maríti-mo, Luís Carlos deAraújo Salviano,de 56 anos, mor-

reu no condomínio onde residia naBarra da Tijuca, zona oeste do Rio deJaneiro, em decorrência de uma for-te pancada na cabeça. Salviano as-sistia a uma partida de futebol e seprontificou a buscar a bola de jogo quehavia caído no meio da vegetação docondomínio. A câmara do circuito in-terno de TV registrou apenas a entra-da do magistrado na área. A hipótesede morte acidental está sendoinvestigada pela polícia.O juiz, entre outros casos, trabalhouno inquérito do naufrágio do BateauMoche e no acidente com o iatistaLars Grael, o sepultamento foi no Ce-mitério Jardim da Saudade.

Movimento Sindical marítimose despede de José Maria

Morreu no dia 15de março, aos 57anos de idade, o di-rigente sindical JoséMaria de MatosGuedes, vítima deinfarto. Paraense deBelém, José Maria

estava aposentado e cumpria o segun-do mandato como primeiro Secretáriodo Sindicato Nacional dos Marinheirose Moços de Convés. “Ele era um dosprimeiros a chegar ao sindicato, extre-mamente dedicado, organizado e exi-gente consigo mesmo. Sempre de-monstrou preocupação com os interes-ses e necessidades dos nossos repre-sentados”, lembrou, consternado, oPresidente da entidade, José Tavares deLima. Durante sua carreira, o marinhei-ro atuou em embarcações do Lloyd Bra-sileiro, da Libra, e da Trans Ocean.No velório no Cemitério de Mesquita,no Rio de Janeiro, o SINDMAR foi repre-sentado pelo Diretor de Comunicação,Francisco Moreda, e pela Assessora dePrevidência Social, Ana Rosa.

Foi realizado no último dia 3 de fe-vereiro, no hall do Tribunal Regio-nal do Trabalho da 1ª Região (TRT-RJ), um ato ecumênico celebrado porum padre católico e um pastorluterano pela memória dos três au-ditores fiscais mortos na cidade deUnaí, no noroeste de Minas Gerais.José da Silva, João Batista SoaresLage e Eratóstenes de Almeida Gon-çalves faziam uma inspeção de ro-tina de direitos trabalhistas em fa-zendas da região e foram brutal-mente assassinados.A diretoria do SINDMAR esteve pre-sente ao evento através do segun-do Presidente José Válido, e dos di-retores Odilon Braga e Enilson Pi-res que levaram solidariedade e co-

locaram a entidade à disposição daequipe de auditores do Ministériodo Trabalho. “Esse ato de violêncianão atinge somente os auditoresficais e o Estado. Afeta toda a socie-dade brasileira, o que torna neces-sária uma pronta e enérgica reaçãopor parte dos órgãos competentescom o objetivo de proteger a socie-dade e impingir duras sanções àque-les que tentam com o uso da forçasolapar o Estado de Direito que to-dos almejamos”, declarou Válido.Também estiveram presentes ao atorepresentantes de diversas entida-des sindicais e estudantis, associa-ções, além de autoridades eclesiás-ticas e do presidente do TRT do Riode Janeiro, Nelson Tomaz Braga.

Marinha Mercante deluto pela morte deHélio DemariaA família marítima perdeu no dia 22 dedezembro de 2003 uma das maioresreferências para os profissionais daMarinha Mercante brasileira. Morreu emNiterói, no Estado do Rio de Janeiro,aos 73 anos, o Chefe-de-Máquinasaposentado Hélio José Demaria, vítimade infarto no miocárdio.

No sepultamento, ocorrido no Ce-mitério do Maruim, no municípiofluminense, parentes, amigos, e com-panheiros de jornadas no mar, como ocondutor Valdir de Souza, enalteceramo caráter idôneo e a honestidade deHélio Demaria, que em sua trajetóriaprofissional desempenhou com com-petência e altivez seu ofício a bordodos navios da Petrobras, do Loyd Bra-sileiro, e da Aliança Navegação.O OSM Hélio Demaria era irmão domaior líder sindical dos marítimos epatrono do SINDMAR, o ComandanteEmílio Bonfante Demaria, falecido em1999. Deixou 3 filhos do seu primeirocasamento e uma filha de sua uniãocom Maria da Glória Espírito Santo,com quem viveu nos últimos anos.

Auditores fiscais mortos são homenageadosem ato ecumênico no TRT-RJ

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Quarto Distrito Naval tem novo ComandanteNo último dia 17 de março, o Vice-Almirante José Antônio de Castro Leal(à esquerda) transmitiu o comando do 4 º Distrito Naval para o tambémVice-Almirante Marcus Vinícius de Oliveira Santos (à direita), em cerimô-nia realizada no Centro de Instrução Almirante Braz de Aguiar (CIABA). Odelegado regional do SINDMAR em Belém, José Vivekananda e o repre-sentante da CONTTMAF na Organização Marítima Internacional, CMTDarlei Pinheiro, prestigiaram o evento. Marcus Vinícius exerceu em 1994o cargo de Comandante da Capitania dos Portos do Pará e do Amapá.

O Capitão de Mar-e-Guerra, PériclesVieira Filho (em pé, à esquerda dodiretor José Serra), participou da

aula de abertura do curso SPRS I/II,na sede do SINDMAR

Cursos Extras do Prepom 2003 no SINDMAR terminam com saldo positivoDe 27 de novembro a 23 de dezembro de 2003, o SINDMAR promoveu cinco cursos em sua sede e no Centro Educacional daentidade, ambos no Rio de Janeiro. Os cursos, que tiveram o reconhecimento da Autoridade Marítima, visavam capacitar osmarítimos no que se refere às exigências do STCW-78/95 (Standards of Training Certification and Watch keeping).O Diretor de Educação e Formação Profissional do SINDMAR, José Serra, lembrou que o resultado extremamente satisfatórioao término desse período se deu devido a cooperação dos profissionais envolvidos e também em decorrência da boareceptividade na realização desse projeto experimental: “Este resultado certamente nos permitirá conquistar novoscredenciamentos junto à Diretoria Especializada da DPC, contribuindo, significativamente, para a melhoria na formação denossos representados”, ressaltou.Nesse período, foram ministrados os cursos Especial de Familiarização em Navios Tanques (EFNT-I/II), Especial Básico dePrimeiros Socorros (EBPS- I/II), Especial de Cuidados Médicos (ESCM-I/II), Segurança Pessoal e Responsabilidade Social(SPRS- I/II) e Especial de Sobrevivência Pessoal (ESPE- I/II). O índice de freqüência nos cursos atingiu os 98%, sendo o nívelde reprovação inferior a 10%. No total, foram matriculados e treinados 251 alunos.

Vice-Almirante JoséAntônio de Castro Leal

Vice-Almirante MarcusVinícius de Oliveira Santos

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Autoridades propõempolítica Nacional de Gestãode Terminais PesqueirosRepresentantes da Delegacia daCONTTMAF em Cabedelo (PB) vêm par-ticipando de uma série de reuniões,envolvendo autoridades ligadas à pes-ca oceânica. A última delas ocorreuno dia 6 de abril na Secretaria deAqüicultura e Pesca do Estado daParaíba com as presenças do Delega-do Regional Rosivando Viana, do Coor-denador de Infra-Estrutura Logística dogoverno federal, José Lescaut, do Pre-feito de Cabedelo, José Ribeiro FariasJúnior, e de diversos técnicos do PoderExecutivo, visando à discussão de Po-lítica Nacional de Gestão de Terminaise Entrepostos Pesqueiros.

Delegacia de Belém recebe visita de sindicatosaquaviários do EstadoNo dia 11 de março, Faustino Pantoja, representante do Sindicato dos Mestres emTransportes Marítimos, Fluviais e Lacustres, Bertino Filho, do Sindicato dos Con-tramestres, Marinheiros e Moços em Transportes Marítimos e Fluviais, e CarlosFarias, do Sindicato dos Foguistas e Carvoeiros em Transportes Marítimos e Flu-viais estiveram na Delegacia Regional do SINDMAR em Belém com o objetivo defortalecer os laços e promover uma ação sindical integrada na região amazônica.

Dirigentes sindicais visitam o CIABAO Comandante do CIABA, o CMG José Fernando Reis da Costa, recebeu no últimodia 10 de março nas dependências da instituição o Primeiro Presidente do SINDMAR,Severino Almeida, o Segundo Diretor Financeiro da entidade, Jailson Bispo e oDelegado Regional do Sindicato em Belém, José Vivekananda. Durante a visita decortesia, os dirigentes sindicais puderam conferir o andamento dos trabalhos noCentro de Instrução. Neste encontro, também foi firmado um convênio entre oSINDMAR e o CIABA que resultará na aquisição de uma moderna sala de aula comequipamentos multimídia, visando a uma preparação mais eficaz dos praticantes.

Capitania dos Portos do Rio tem novo comandanteAssumiu o comando da Capitania dos Portos do Rio de Janeiro, no dia 1º de abril,o Capitão de Mar e Guerra, Luciano Fabrício Riquet Filho em substituição aotambém CMG Eduardo Leal Ferreira. Prestigiaram a solenidade no Espaço Culturalda Marinha, pelo SINDMAR, os diretores Marco Aurélio e José Serra.

A CONTTMAF se posicionou claramen-te a favor do modelo de administraçãocompartilhada para o terminal pesquei-ro por entender ser esta a melhor for-ma de envolver trabalhadores, armado-res e governo em um projeto que trarábenefícios para a economia da região.Antes deste encontro, Rosivando já ha-via debatido o tema com representan-tes do setor na Prefeitura Municipal deCabedelo, na Companhia Docas daParaíba, nos terminais portuários, e naprópria SEAP-PB. Entre os participan-tes, estavam o Subsecretário do Minis-tério da Pesca, Célio Antônio, o DiretorPresidente da Companhia Docas daParaíba, Paulo Monteiro, a DeputadaEstadual Giannina Lombardi, a Delega-da Substituta da DRT-PB, Francisca deOliveira, o Presidente do Sindicato dosArmadores de Pesca, José Williams e oPresidente da Colônia de Pescadoresde Cabedelo, Paulo Ferreira.

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ransmitiu o comando do Centrode Instrução Almirante Braz deAguiar (CIABA), em Belém (PA) no

último dia 29 de janeiro o Capitão-de-Mar-e-Guerra, Gilceu Marques Saliba.

Saliba contabiliza 30 anos de servi-ços prestados a Marinha do Brasil, naqual ingressou no quadro complementardo Corpo dos Fuzileiros Navais e serviu,principalmente, em Organizações Milita-res de ensino, ocupando nos dois últi-mos anos o Comando do CIABA. “Visan-do preencher uma grande lacuna, conse-guimos a nossa mais expressiva realiza-ção, com a obtenção de uma embarca-ção para uso no ensino, o agora Aviso deInstrução Braz de Aguiar através do Co-mando do 4º Distrito Naval e apoio deentidades ligadas ao meio marítimo”,enfatizou o comandante, em seu discur-so de despedida para, logo depois, con-cluir, emocionado: “À Marinha Mercante,rendo minhas homenagens, como umainstituição de valor inestimável no cená-rio nacional. Uma jóia preciosa ainda aser lapidada e que será certamente deextrema valia para o desenvolvimento doPaís no futuro, como sempre o foi, nopassado e o é no presente (...). No cora-ção, embora leve a saudade, tenho o con-forto do sentimento do dever cumprido eo grande amor à Marinha Mercante.”

O também CMG José Fernando Reisda Costa que assumiu o comando da ins-tituição, enalteceu a administração do seuantecessor e aproveitou a ocasião paraexortar “a todos para que juntos, com de-dicação, profissionalismo e trabalho, daMarinha Mercante nas diferentes fases dacarreira, continuem cumprindo as tarefasde formar, aperfeiçoar, readaptar e atuali-zar o pessoal seguindo o lema inscrito nobrasão do CIABA ‘Educar e navegar’.”

A solenidade contou com a participa-ção de diversas autoridades do segmen-

to aquaviário e dos sindicatos marítimos,entre elas, o segundo Diretor Financeirodo SINDMAR, Jailson Bispo, e o delegadoregional do SINDMAR na capital paraense,José Vivekananda, que mostraram o oti-mismo com a assunção do CMG JoséFernando ao comando do CIABA. “A ges-tão do CMT Saliba foi uma demonstra-ção clara da intenção que a Marinha doBrasil tem de mudar as suas relações

T

SINDMAR prestigia passagemde comando no CIABA

com a educação, isolada que está da Co-munidade Acadêmica Brasileira. Aindahoje constatamos que não é dado o devi-do valor aos Oficiais Mercantes, que nãosão reconhecidos como Professores nosCIAGA e CIABA. Esperamos que o CMTReis tenha êxito e, assim, consiga fazercom que o nosso centro alcance o nívelde excelência educativa que o País alme-ja”, concluiu Vivekananda.

Comandante do CIABA, José Fernando Reis (à esquerda), pousa para foto ao lado doDelegado do SINDMAR em Belém, José Vivekananda

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F oi ministrado entre os dias 8 e 19de março, na Delegacia Regional doSINDMAR, em Belém (PA), o primei-

ro Curso Especial de Cuidados Médicos

SINDMAR promove em Belém oCurso Especial de Cuidados Médicos

(CIABA), Hugo Chaves, que também é ofi-cial de máquinas da Marinha Mercante.

Na oportunidade, o Delegado doSINDMAR na capital paraense, Comandan-te José Vivekananda, enfatizou que há pers-pectivas de abertura de vagas para outroscursos, como o Especial de SegurançaPessoal e Responsabilidades Sociais(ESRS). “Os oficiais necessitam de cons-tante atualização e nossa atuação estávoltada para atender esta demanda”, res-saltou. A DPC autorizou a formação demais uma turma para o curso ESCM noperíodo de 5 a 16 de abril. Vale lembrarque o curso tornou-se obrigatório para tri-pulantes de embarcações nacionais de-pois de a Autoridade Marítima ter retiradode bordo os auxiliares de saúde.

Marítimos participam do primeiro curso ESCM ministrado em Belém

eunidos na sede da DRT-PA, em 11de março, o primeiro Presidente doSINDMAR, Severino Almeida, e a

Delegada Regional do trabalho, SocorroGomes, discutiram diversos aspectos re-lativos a fiscalização das condiçõeslaborais, de higiene e de alimentação nosnavios atracados nos portos e nas empre-sas de navegação que atuam na regiãoNorte. Também participaram do encontro,o Delegado Regional do SINDMAR emBelém, José Vivekananda, o segundo Dire-tor Financeiro da entidade, Jailson Bispo,e o diretor suplente Hermes Alves.

Na ocasião, Severino enfatizou a im-portância da Instrução Normativa Nº 58do Conselho Nacional de Imigração no atode fiscalização, que estabelece que todonavio estrangeiro em águas brasileiras temo prazo de 90 dias para empregar em seuquadro funcional pelo menos um traba-lhador brasileiro em cada nível técnico(guarnição, suboficiais e oficiais).

O delegado Vivekananda, por sua

vez, informou que desde o dia 20 dejaneiro deste ano a representação sindi-cal vem fazendo homologações de ofi-ciais mercantes. Ele ainda aproveitou a

Diretoria do SINDMAR vem estreitando relações com a DRT-PA

oportunidade para convidar a Delega-da Socorro Gomes a conhecer as insta-lações da entidade em Belém, conviteque foi prontamente aceito.

R

Diretoria do SINDMAR debate fiscalizaçãodo trabalho marítimo na DRT/PA

(ESCM), com a chancela da Diretoria de Por-tos e Costas. A aula inaugural foi proferidapelo Superintendente de Ensino do Centrode Instrução Almirante Braz de Aguiar

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agregado”, ressaltou, alertando para osefeitos perversos da globalização no se-tor marítimo, como a oferta abundantede mão-de-obra barata, porém poucoqualificada, nos navios comerciais. “Aquino Brasil, nós temos conseguido resistirbravamente, assegurando o embarque detripulantes nacionais e a manutenção dabandeira nacional em nossas embarca-ções devido a um conjunto de fatores.Em primeiro lugar, contamos seguramen-te com uma das mais eficientes organi-zações sindicais brasileiras que vem ob-tendo vitórias significativas em defesa donosso mercado. E não podemos deixarde destacar também a atuação da Mari-nha do Brasil que não vê com bons olhosa eliminação da nossa Marinha Mercan-te. Há a absoluta convicção de que have-ria uma quebra sensível no nosso podermarítimo”, explicou.

Severino lembrou ainda que a inten-sa mobilização contra o desmonte dosetor nos anos 90 possibilitou ao Paísentrar no século XXI em posição de des-taque no cenário da navegação na Améri-ca do Sul, atuando com 140 embarca-ções nacionais, sendo 100 na cabotageme longo curso, e 40 no off shore. As pers-pectivas, segundo ele, são de crescimen-to que deverá ser acompanhado pelo pro-

ntre 92% e 95% de todas as mer-cadorias do planeta são efetiva-mente transportadas através das

águas. Se existe, de fato, um grupo dehomens e mulheres extremamente estra-tégicos no mundo globalizado é justa-mente aqueles que trabalham em naviosmercantes.” Com essas palavras, o pri-meiro Presidente do SINDMAR SeverinoAlmeida, iniciou sua palestra para os alu-nos dos terceiro e quarto anos da Escolade Formação de Oficiais da Marinha Mer-cante, no último dia 29 de março, noCIAGA. O encontro também contou coma participação do segundo Presidente daentidade sindical, José Válido, e do se-gundo Diretor Financeiro, Jailson Bispo.

Severino avaliou o panorama do mer-cado de trabalho marítimo, revelando asperspectivas, riscos e oportunidadespara a futura geração de oficiais. “Atual-mente, o conceito do just in time faz comque os empresários se preocupem maiscom a eficiência do transporte do quecom a aplicação de seus recursos finan-ceiros em estoques. As companhias es-tão preferindo investir esse dinheiro nosmercados financeiros. Por isso, é impor-tante calcularmos com exatidão o tempoque levamos para transportar os produ-tos, sejam eles básicos ou com alto valor

Diretores do SINDMAR analisam mercadode trabalho em palestra no CIAGA

“Entre 92%e 95% de todasas mercadoriasdo planeta sãoefetivamentetransportadasatravés das águas.Se existe, de fato,um grupo dehomens e mulheresextremamenteestratégicos nomundo globalizadoé justamenteaqueles quetrabalham emnavios mercantes”

Para o Presidente do SINDMAR, Severino Almeida (centro), o mercado de trabalho no setor marítimo continua em franca expansão

“E

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História da IMO é tema depalestra do CLC DarleiPinheiro aos alunos do CIABA

representante da CONTTMAF naRPB-IMO, em Londres, CLC DarleiPinheiro, ministrou palestra no

último dia 30 de março no CIABA paracerca de 300 alunos do terceiro e quartoanos da Escola de Formação de Oficiaisda Marinha Mercante. Em sua explana-ção, Darlei falou sobre a origem da Orga-nização Marítima Internacional (IMO),enfocando os objetivos e a importânciado órgão para a navegação mundial. “AIMO cria normas internacionais paradisciplinar o setor marítimo, evitando aregulamentação intensa e unilateral fei-ta pelos governos, estabelecendo ins-trumentos adotados pela maioria dos

países, mantendo a igualdade nos cus-tos, o livre acesso aos mercados, alémde cuidar da segurança da navegação comenfoque nas pessoas e no meio ambien-te”, enfatizou.

O CLC lembrou aos alunos que cons-tam na Convenção da IMO dispositivosque mantêm a igualdade política e eco-nômica entre os países-membros, impe-dindo assim, a supremacia de um sobre ooutro. “Apesar de todo esse cuidado, a IMOnão está imune a influência de grupos deinteresse que atuam de maneira informal,entre eles o GRULAC (Grupo Latino Ame-ricano e Caribenho), a União Européia e osEstados Unidos”, concluiu.

O CLC Darlei Pinheiro explica aos alunosda EFOMM a importância da atuação daIMO no cenário marítimo mundial

O

cesso de formação de novos profissio-nais. O Presidente do SINDMAR chamoua atenção para a necessidade de os estu-dantes se dedicarem ao aprendizado doidioma inglês, que, de acordo com ele,tornou-se ferramenta fundamental, nãoapenas para a comunicação entre embar-cações, mas também para a própria ope-ração a bordo. “Existe hoje um equilíbrioentre a oferta e a demanda por trabalha-dores marítimos. E não nos interessa quehaja excesso de mão-de-obra sob penade assistirmos ao aviltamento das con-dições laborais. E se a procura for maiorque o número de oficiais brasileiros dis-poníveis, corremos o risco de assistirmosa ocupação dos nossos navios por tripu-lação estrangeira. Por isso, faço questãode enfatizar a importância do domínio doinglês. Se não investirem tempo nisso,vocês serão, no máximo, profissionaisbem informados, porém analfabetos parao mercado”, advertiu Severino aos alu-nos da EFOMM.

Severino finalizou a palestra, aconse-lhando os futuros oficiais a não espera-rem que as condições salariais e laboraisno segmento melhorem para que, então

procurem uma colocação no mercado.“Se vocês têm interesse em ajudar o sin-dicato e a si mesmos, vocês devem tra-var essa luta a bordo e não no cais, olhan-do o navio ser tripulado por estrangei-ros. Muitos filipinos, indianos ou chine-

ses aceitariam uma remuneração menorpara embarcar em nossos navios graçasa escassez do mercado de trabalho emseus países ou com o objetivo de fugirda fome e dos conflitos sociais nessasregiões”, concluiu.

Alunos do 3º e 4º anos do CIAGA assistem atentamente a palestra ministrada pelosdiretores do SINDMAR

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um país-continente como o Bra-sil, não só de princípios e adesõesvoluntárias vive o SINDMAR. São

necessários os mais diferentes recursos,cuja fonte única são os nossos associa-dos ou são ligados a eles de uma formaindireta.

O SINDMAR é um caso indiscutívelde sucesso na aplicação corajosa e res-ponsável de recursos financeiros, so-ciais e culturais. A coragem, tenacidade efirmeza de seus dirigentes na conduçãoda organização sindical resultaram, emcurtíssimo prazo, na inauguração de suasdelegacias em Belém do Pará – um com-promisso moral – e em Cabedelo, naParaíba – esta última em conjunto com aCONTTMAF –, nos trabalhos já em anda-mento para a inauguração, ainda este anoda Delegacia de Macaé, na aquisição deespaço físico em nossa sede e no iníciode reestruturação da nossa Colônia deFérias em Miguel Pereira, hoje em condi-ções que impossibilitam o seu aprovei-tamento. Merece destaque também o cres-cimento de nossa organização sindicalcom o somatório altamente positivo pro-duzido pela unificação com os compa-nheiros Técnicos Eletricistas da MarinhaMercante, que traz no seu bojo, novoalento, oferecendo nova injeção de estí-mulo e apoio à iniciativa de outras cate-gorias neste sentido. Há espaço para to-dos, repetimos, para todos.

O SINDMAR tem exercido o seu pa-pel de representação, sempre com con-vicção e fé na recuperação da MarinhaMercante Brasileira, ao mesmo tempo emque procura estimular a auto-estima e acontribuição sociocultural dos nossosrepresentados.

Incitando à adesão desse plano deunificação dos sindicatos marítimos, rei-teramos que, só a coesão e a harmoniaalimentarão a coragem e a determinação,trazendo a maturidade aos nossos diri-gentes sindicais, o que viabilizaria novas

uniões. Valorizamos o aumento do qua-dro associativo decorrente de unificaçõesentre os sindicatos, não apenas porqueeste fato proporciona aumento de capitalfinanceiro e de seus benefícios diretos eindiretos, mas também, porque agregacapital social e cultural, valores que decerta forma foram esquecidos em passa-do recente.

Portanto, a agregação de recursos fi-nanceiros deve ser vista como conseqüên-cia, e não como causa de nossa evolu-ção. Tais recursos dependem de atitudemadura e comportamento de consciên-cia participativa de cada um de nós. Estaparticipação também nos transforma emmultiplicadores e agentes diretos da evo-lução da Marinha Mercante Brasileira,que não deve atender apenas aos inte-resses de armadores, indústria naval ede navipeças, que produzem milhares deempregos diretos e indiretos, mas antesde tudo, ser boa também para a nação,contribuindo para o progresso que acar-retará melhor qualidade de vida para cadaum de seus cidadãos e, principalmente,para os trabalhadores marítimos que la-butam dia-a-dia em nossas embarcações.Esse é o elo da corrente que está sendoresgatado e que só depende de nós.

Não somos, xenófobos e nem tão pou-co xenófilos. Somos o que podemos defi-nir como “otimistas realistas” ao bradarpelos quatro cantos, onde quer que seja,que precisamos e podemos obter umaMarinha Mercante brasileira, com barcosconstruídos em estaleiros brasileiros, poroperários brasileiros e, principalmente tri-pulados, repetimos, por brasileiros.

Estamos convencidos de que oSINDMAR, através de sua Diretoria, quecom orgulho integramos, tem cumpridoseu compromisso de promoção do seupotencial de capital social e cultural,sempre levando em conta o diálogo de-mocrático e as decisões emanadas pelagrande maioria dos representados.

“Valorizamos oaumento do quadro

associativo decorrentede unificações entre

os sindicatos,não apenas porque

este fato proporcionaaumento de capital

financeiro e seusbenefícios diretos e

indiretos, mas também,porque agrega capital

social e cultural, valoresque de certa forma

foram esquecidosem passado

recente (...)”

SINDMAR e o capitalSOCIAL E CULTURAL

Enilson Pires é Diretor dePrevidência Social do SINDMAR.

N

Enilson Pires

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Filiada à

Os conferentes,

consertadores,

vigias portuários,

trabalhadores de bloco

e arrumadores têm

mais em comum que

o trabalho no porto.

Têm a interlocução da

FENCCOVIB

Todo

apoio

à

Unicida

de

Sindic

al

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las representam atualmente me-nos de 2% de um total de 1,25 mi-lhões de trabalhadores marítimos

em todo o mundo. Um índice ainda pe-queno, mas que vem crescendo dentrode uma indústria que luta para se adap-tar à presença das mulheres em um am-biente ainda predominantemente mascu-lino. Confinamento, animosidades a bor-do, distanciamento da família e serviçopesado, nada mais parece intimidar es-tas profissionais que com competência edeterminação extraordinárias vêm con-quistando “um lugar ao sol” na MarinhaMercante e redefinindo o mercado de tra-balho no segmento.

No Brasil, somente no final dos anos90, as escolas de formação de oficiaispassaram a abrir vagas para as mulheres.Em 2000, o CIABA, em Belém, graduou40 meninas em ciências náuticas. No anoseguinte, foi a vez do CIAGA admitir apresença feminina. A novidade, se em umprimeiro momento foi encarada com re-serva pelos armadores, hoje é vista comnaturalidade. “As garotas que chegaramlá são extremamente focadas em suasatribuições. Qualquer problema que en-contrarem será encarado de frente”, dis-se um empresário do setor.

Um relatório elaborado pela Organi-zação Internacional do Trabalho basea-do em entrevistas com armadores, auto-ridades e sindicatos marítimos, além detrabalhadoras, realça a fonte de poten-ciais que as mulheres representam hojepara a indústria, embora alerte para a per-sistência de estereótipos sexistas, geral-mente expressos por pessoas que pos-suem pouca ou nenhuma experiência em

empregar mulheres em suas empresas.Muitas delas ainda têm de se submetera severas condições de trabalho, en-frentando discriminação e constrangi-mento sexual a bordo das embarcações.“Frenqüentemente a mulher tem que pro-var que é capaz de cumprir uma tarefa. Epor mais que você não seja cobrada dire-tamente, os colegas, às vezes, criam umacerta expectativa. Se determinada tarefanão for cumprida, ou se algo não sair daforma como esperam, ninguém imaginaque você pode estar doente ou que ocor-reu algum problema que impossibilitou arealização do trabalho. Você simplesmen-

Desbravandomares revoltosMulheres descobrem Marinha Mercante edividem cada vez mais espaço com os marmanjos

E

2ON Fábia de Carvalho em visita ao SINDMAR

“Muitosempresáriosqualificam odesempenho dasmulheres comotão bom quantode seus colegasmasculinos.Em alguns casos,o rendimento delasé até superior”

2ON Iohana Sanches

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te fica rotulada porque é mulher. É a pri-meira coisa que nos falam quando há al-gum furo”, desabafou a Segunda Oficialde Náutica, Fábia de Carvalho, da Com-panhia Brasileira de Off Shore.

Segundo dados cadastrais doSINDMAR, apenas 54% de suas associa-das têm vínculo empregatício com algu-ma companhia de navegação, o que de-monstra que as mulheres ainda são umrecurso não descoberto. O estudo daOIT recomenda ainda que elas sejam en-corajadas a buscar emprego na indús-tria marítima. “Muitos empresários qua-lificam o desempenho das mulheres

como tão bom quanto de seus colegasmasculinos. Em alguns casos, o rendi-mento delas é até superior”, revela MaryThomas, do Centro Internacional de Pes-quisa dos Marítimos (SIRC), para quem aboa performance feminina está ligada aofato de as mulheres terem superado pre-conceitos e dificuldades durante o trei-namento em suas carreiras. “Quandoestamos a bordo, temos de ser incisivase firmes, podando comportamentos evisões a nosso respeito. No meu caso,por exemplo, eu sou a única mulher emum navio com tripulação estrangeira elido com culturas diferentes. Vários fa-tores psicológicos têm que ser trabalha-dos para conseguirmos levar as coisasde forma equilibrada e fazermos com quea convivência a bordo seja a mais har-moniosa possível”, conta Flávia de Car-valho, Segunda Oficial de Máquinas daBOS, e irmã de Fábia.

Desde o surgimento da primeira tur-ma de oficiais femininos no CIABA, apro-ximadamente 54 maquinistas se forma-ram, contrastando com o número de 102oficiais de náutica. Para a maioria dasprofissionais entrevistadas, a preferên-cia pela atividade no convés se deve prin-cipalmente ao temor das oficiais de nãoconseguirem uma colocação a bordo, jáque um pequeno grupo de companhias

2OM Flávia deCarvalho, da BOS

com práticas retrógradas ainda discrimi-na este tipo de mão-de-obra, partindo dopressuposto de que o uso de força físicaé fundamental para o serviço a bordo. Asguarnições, contudo, tendem, com o pas-sar do tempo, a não somente aceitar erespeitar suas companheiras de trabalho,como também a oferecer ajuda em casosde necessidade. Para a 2OM Maria Clau-dia, que vinha embarcando em navios daTranspetro, o conhecimento dos proce-dimentos a serem adotados é mais im-portante que a força física. “A gente estu-da para pensar. A EFOMM não é uma aca-demia”, ironizou a oficial.

Uma preocupação comum dos em-presários, expressa no relatório da OITé a tendência das mulheres em abando-narem a carreira marítima, antes de seuscolegas masculinos, fazendo da mesmaum mau investimento. A pesquisadoraMary Thomas esclarece que a evasão édetectada em toda a indústria marítima,não existindo nenhum dado confiáveldisponível, relativo a diferençasna taxa de perda entre trabalha-dores dos sexos masculino e fe-minino. “Nossos dados suge-rem que as mulheres perma-neceram no mar por um pe-ríodo significativo. En-contramos exemplos de

2OM Maria Claudia a bordodo N/T Gurupá, da Transpetro

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mulheres, combinando casamento ematernidade com uma bem-sucedidacarreira no mar”, argumentou.

A adaptação da vida pessoal à profis-sional é uma questão que parece preocu-par mais as empresas do que as oficiais.Com muito afinco elas têm assumido elevado a cabo o desejo de chegar ao pos-to mais alto de suas categorias e fazer desuas profissões um empreendimento desucesso. “A experiência profissional éimportante para que a gente possa assu-mir outros cargos mais adiante. Vou lutarmuito até chegar ao posto de comandan-te”, afirmou confiante a 2ON IohanaSanches, da CBO, lembrando que o fatortempo também trará novas lutas e ade-quações do mercado em relação a mu-lher. A atuação do SINDMAR também foidestacada por Sanches, que elogiou asintonia da entidade com as companhiasque estão recrutando trabalhadores.“Com o suporte do sindicato, conseguiuma colocação na CBO. E vai chegar omomento em que as empresas terão quelidar com questões como licença-mater-nidade e trabalho de risco para gestantese o SINDMAR vai ter um papel fundamen-tal nessa briga”, afirmou.

“A experiênciaprofissional éimportante paraque a gente possaassumir outroscargos maisadiante. Vou lutarmuito até chegarao posto decomandante.”

No Brasil ainda não há legislação es-pecífica para casos de gravidez de oficiaisembarcadas, uma vez que o ingresso demulheres na EFOMM ainda é um fato re-cente. Uma alternativa viável seria oremanejamento temporário destas profis-sionais para cargos em terra “O INSS sóconcede o benefício nos quatro mesesde licença-maternidade. Durante o perío-do de gestação, a mulher precisa de cui-dados especiais que inviabilizam o cum-primento da rotina a bordo”, advertiu aAssessora de Previdência Social doSINDMAR, Ana Rosa.

Apesar das dificuldades decorrentesdo tratamento estereotipado que rece-bem, as jovens oficiais vêem com bonsolhos a carreira no mar. A possibilidadede conquistar uma rápida ascensão e osrendimentos acima da média no início dacarreira chamam a atenção destas profis-sionais. “As oportunidades estão surgin-do e a tendência é que essa diferença nonúmero de oficiais masculinos e femini-nos seja reduzida aos poucos. Por ser-mos pioneiras, temos uma grande respon-sabilidade, e nossa postura permitirá queas portas se abram para outras meninas”,conclui Fábia de Carvalho, que compõe

2ON Iohana Sanches visita asdependências do SINDMAR.

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os 1,1% da força de trabalho feminina naindústria marítima brasileira.

O relatório da OIT, contudo, traz umaboa notícia. Em alguns países, as mulhe-res já estão sendo treinadas para assu-mir posições mais altas na Marinha Mer-cante, seja a bordo ou em terra. Um exem-plo disso é o número de alunas na WorldMaritime University (WMU), que cresceude 8% em 1995 para 21% em 2001, o que

reforça as perspectivas de aumento nademanda feminina pela carreira marítimano Brasil. “Acho que estamos passandopor uma fase de renovação. A mulher hojeestá mostrando que é capaz de atuar emquase todos os campos. No meu caso,nada é mais prazeroso do que estar alino passadiço e pilotar um navio. E é gra-tificante ver o reconhecimento das pes-soas, perceber que elas estão investindoem você. Além disso, sabemos que émuito difícil para um recém-formado emqualquer outra profissão ter salários nomesmo patamar que o de um oficial daMarinha Mercante, principalmente aqui noBrasil”, avalia a 2ON Carla Malafaia, queacredita que a falta de informação tam-bém é um empecilho para o ingresso demulheres na EFOMM. “Precisamos divul-gar mais a atividade. Muitas pessoas con-fundem a Marinha Mercante com a deGuerra. Os homens costumam procurarmais os cursos pré-militares e acabamtomando conhecimento da escola de ofi-ciais mais cedo”, ressaltou Malafaia, quefez praticagem na Flumar e hoje pilota em-barcações da Companhia. Uma prova deque critérios baseados nas diferençassexuais não são válidos para distinguirprofissionais talentosos.

2ON Carla2ON Carla2ON Carla2ON Carla2ON CarlaMalafaia a bordoMalafaia a bordoMalafaia a bordoMalafaia a bordoMalafaia a bordode embarcaçãode embarcaçãode embarcaçãode embarcaçãode embarcaçãoda FLUMARda FLUMARda FLUMARda FLUMARda FLUMAR

“Acho que estamospassando por umafase de renovação.A mulher hoje estámostrando que écapaz de atuar emquase todos oscampos. No meucaso, nada é maisprazeroso do queestar ali nopassadiço e pilotarum navio”

Formandas da turmade 2002 do CIAGAprestam juramentoa bandeira nacional

2ON Carla Malafaia

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Colaborou: Édison Iabel

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A comunidade marítima voltou aficar estarrecida com o vergo-nhoso quadro de abandono a

que estão sendo submetidos os tripulan-tes do navio cargueiro Neptunia Mediter-râneo, fundeado desde o dia 20 de no-vembro de 2003 na cidade argentina deUshuaia, no extremo meridional do con-tinente. Falta de itens fundamentais paraalimentação e higiene, navio em péssimoestado de conservação e sem estruturapara navegação, pagamentos de saláriosatrasados e tripulação reduzida foramapenas alguns dos problemas relatadospelo comando do navio. Acontecimen-tos deste tipo vêm contribuindo paraabalar a imagem do registro brasileiro nocenário marítimo mundial, tendo em vis-ta que os responsáveis pela embarcaçãocontinuam impunes, a despeito do his-tórico de incidentes envolvendo o navio.

Até o fechamento desta edição, 21 tra-balhadores – cinco deles amparados poratestado médico – já deixaram o cargueiro.Um clima de insegurança e de tensão se

instalou a bordo diante da inoperância edo descaso da Neptunia Companhia de Na-vegação, que não estabelece um prazo parao retorno ao Brasil dos nove tripulantes quepermanecem na embarcação, arrestadapelos credores da empresa armadora.

O Neptunia cumpriria uma rota, quetinha como ponto de partida a cidade deBuenos Aires. A embarcação seguiria paraSanto Antonio, no Chile, passando peloEstreito de Magalhães, por Callao, noPeru, e finalmente, Guaiaquil, no Equa-dor. No entanto, o navio e seus 23 tripu-lantes não conseguiram alcançar nem oprimeiro destino, conforme relato do CLCMilton Afonso Brito da Silva, que atuavacomo Imediato do Neptunia. “O que cau-sou todo esse caos foram os diversosproblemas técnicos que enfrentamosdesde que saímos de Buenos Aires, oprincipal deles com a máquina propulso-ra. Quando passamos pelo Estreito deMagalhães, a situação se agravou em de-corrência das tempestades e condiçõesatmosféricas ruins. Isso atrasou bastan-

“Estamos ilhados nesta

embarcação, sem que

possamos ao menos ir a

cidade comprar material

de higiene, telefonar

para as nossas famílias.

Conseqüentemente,

o nível de estresse

a bordo cresce em

escala assustadora.”CLC Renato Barreto

Neptunia Após drama naCosta dos EUA em2002, trabalhadoresmais uma vez sãovítimas do descasodo armador

Mediterrâneo:Tripulação vive caos na Argentina

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te o nosso trânsito de Buenos Aires àentrada do estreito. Diante de todos es-ses acontecimentos, as autoridades chi-lenas ficaram em alerta, o que possivel-mente as levou a fazer uma inspeção ri-gorosa (Port State Control) ao chegarmosao estreito. Foi constatado que o navioestava substandard, ficando determinadaa nossa proibição de navegar pela região.As autoridades chilenas concluíram quenão havia qualquer segurança para o trá-fego. Tivemos que sair das águas chile-nas no prazo máximo de 24 horas. Nós,então, retornamos para a Argentina,onde aguardaríamos instruções das em-presas armadora (Neptunia) e afretadora(Oakseas Shipping Transporte Marítimo/Maruba) para a realização dos reparostécnicos necessários para o prossegui-mento da viagem.”

Ainda de acordo com o Imediato, osistema de aquecimento do navio estavacomprometido e, conseqüentemente, atripulação ficou sem água quente e cale-fação. A temperatura ambiente estava emtorno de zero grau Celsius. Foi repor-tada também a falta de óleo lubrifican-te e de óleo diesel, responsável pela ge-ração de energia a bordo do navio. “Acada dia íamos desvanecendo. Não sa-bíamos o que ia acontecer e não haviamais confiabilidade. Até brincávamos unscom os outros dizendo que quando al-guém chegasse para nos retirar de lá es-taríamos ‘adorando a um bezerro’ (refe-rência bíblica: Moisés demorou tanto aretornar do Monte Sinai onde foi receber de Deusas instruções para a conquista da Terra Prome-tida que acabou encontrando o povo adorandoa um bezerro)”, afirmou Milton Afonso.

Na ocasião, o SINDMAR e aCONTTMAF, já cientes da grave situa-ção, recomendaram aos tripulantes queretivessem a carga a bordo. Temendoos prejuízos decorrentes do atraso

na entrega do material embarcado, aMaruba ingressou na justiça com umamedida cautelar, garantindo a retirada dos306 contêineres no Porto de Ushuaia, paraembarque em outro navio. Em fax envia-do a CONTTMAF, 11 dias depois de an-corar na cidade argentina, o Comandan-te Renato Barreto descreveu o drama vi-vido pelos trabalhadores: “Nossa con-dição atual neste fundeadouro é de com-pleto abandono e isolamento, tendo emvista que as nossas necessidadesmais urgentes não podem ser concreti-zadas por falta de um agente portuárioconstituído que nos assista, ou algo queos substitua à altura. Estamos ilhadosnesta embarcação, sem que possamosao menos ir a cidade comprar material dehigiene, telefonar para as nossas famí-lias. Conseqüentemente, o nível de es-tresse a bordo cresce em escala assusta-dora, já que as ações para concretizar osreparos e o nosso retorno ao tráfego ain-da nem foram tomadas, o que demonstratotal falta de interesse, tanto do armadorquanto do afretador.”

Atendendo a solicitação feita pelaCONTTMAF, o Consulado do Brasil emBuenos Aires ofereceu transporte parao País aos marítimos que deixaram oNeptunia Mediterrâneo antes da desa-tracação em Ushuaia. Segundo a asses-soria de imprensa do Itamaraty, os ex-tripulantes seriam levados, por via ter-restre, até Uruguaiana, cidade gaúcha si-tuada na fronteira com a Argentina e pri-

meiro ponto do território nacio-

nal, de onde seguiriam para seus desti-nos. Contudo, uma liminar da 3ª Vara doTrabalho, em Santos (SP), obtida pela De-legacia Regional do Sindicato dos Mari-nheiros e Moços de Máquinas em Trans-portes Marítimos e Fluviais e do Sindi-cato dos Marinheiros e Moços em Trans-porte Marítimos, em 19 de dezembropassado, determinou que a empresa as-sumisse as despesas referentes aorepatriamento dos trabalhadores. A açãojudicial se baseou no artigo 4 da Con-venção 166 da OIT que sustenta que “ca-berá ao armador a responsabilidade deorganizar a repatriação por meios apro-priados e rápidos.”

Mecânico Anderson de Araújo (centro),emocionado, no reencontrocom os pais Marli Pereira Barrosoe Anderson de Araújo Barroso

A difícil volta para casa

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Os sete brasileiros que inicialmentedesembarcaram no dia 5 de dezembro fi-caram hospedados em um galpão cedidopelos estivadores do cais do Porto deUshuaia, sem dinheiro e comunicaçãocom a família, e sofrendo com as baixastemperaturas registradas no município.O Marinheiro de Máquinas, Eloi Bento,revela que ele e seus companheiros fo-ram obrigados a vender alguns pertencespessoais para comprar alimentos. Os tra-balhadores também contaram com a aju-da de uma brasileira residente na cidadeque regularmente entregava mantimen-tos para suprir suas necessidades bási-cas. Bento disse ainda que a Neptuniaestaria retendo as carteiras de trabalhodos seus empregados, impedindo-os deserem contratados por outra Companhia.

Como se não bastasse todo o des-gaste e tensão a bordo, os tripulantes ain-da tiveram de enfrentar mais um obstá-culo: o retorno ao lar. No dia 5 de feverei-ro, o mecânico do navio Anderson Araú-jo Júnior desembarcou no Aeroporto In-ternacional do Rio de Janeiro, após cum-prir seu contrato com a Companhia. Paracobrir as despesas de viagem, Anderson

Neptunia não enviava ninguém para nossocorrer. Se ocorresse alguma emergên-cia a bordo como é que eles iam retirar otripulante de lá sem ter um helicópte-ro?”, indagou. Atualmente, a tripulaçãotambém está sem comunicação via fax ee-mail, e apenas recebe chamadas tele-fônicas.

Segundo o Chefe de Máquinas JoséMaia Sanches, o navio estava com umaperda acentuada de óleo lubrificante. Aempresa, no entanto, não estava forne-cendo o produto em quantidade sufi-ciente para suprir essa perda. “O navioconsumia cerca de 800 litros de óleo eo normal é que o volume seja de cercade 100 litros. E o desgaste aumentavacada vez mais. Adverti a empresa sobreo problema, mas eles me ignoraram eainda me aconselharam usar óleo hi-dráulico no motor. Qualquer leigo sabeque se não for usado o óleo adequado,o motor pode torrar. Eu não coloquei,não sou maluco, usei os recursos dis-poníveis, e, depois, não pude fazer maisnada”, lamentou Sanches. O Chefe demáquinas, que desembarcou no dia 17de dezembro, enalteceu a atuação datripulação e disse ainda que em 22 anosde profissão nunca havia passado porsituações semelhantes.

2OM Ricardo Uruguay

contou com a ajuda dos seus pais, quedesembolsaram cerca de R$ 1.600,00. Aoreencontrar a família, o mecânico não con-seguiu conter a emoção. “Não tivemosum momento sequer de tranqüilidade.Quando nevava, ninguém dormia e che-gamos a ficar dois dias com o geradorapagado. O desgaste emocional dos tri-pulantes é grande. Precisamos ajudar oscolegas que lá estão porque a empresatem mostrado que nada fará por eles”,desabafou. O mecânico acrescentou, ain-da, que os reparos de emergência não vi-nham sendo feitos e que todo o materialusado na embarcação é recondicionado.Além dele, outros quatro tripulantesretornaram ao país com recursos pró-prios. Já o Comandante Barreto, cujo con-trato também havia expirado, teve suasdespesas custeadas pela empresa.

Uma das principais dificuldades apon-tadas pelos marítimos era que o porto deUshuaia não oferecia recursos técnicospara o conserto do navio, que apresenta-va defeito em 2 cilindros do motor prin-cipal. Outra questão é que o Inspetor daITF, na Argentina, designado para prestarassistência à guarnição, só teria condi-ções efetivas de pressionar a Companhiaafretadora caso a tripulação impedisse adescarga do navio, paralisando as opera-

ções. “O comandante (CLC Renato deSouza Barreto) não tinha outra op-ção. Havia uma ordem judicial e aMaruba precisava cumprir os pra-zos para não pagar multa”, lem-

brou o 2OM Ricardo Uruguay, queretornou ao Brasil no dia 12 de dezem-

bro com problemas de saúde. O ofi-cial lembra que a Tamic, agênciacontratada pela Maruba, deixoude atender o navio depois quehouve a quebra do contrato

com a Neptunia. “Por causadisso, ficamos sem os ser-

viços de entrega do ran-cho, de migração e

transporte de tripulan-tes. Tivemos de ape-

lar para a prefeitu-ra naval porque a

Travessia permeada por problemas técnicos

foto: Márcio Roberto

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Contatada pelo representante do De-partamento de Atividades Setoriais paraAssuntos Internacionais da CONTTMAF,Nilson José Lima, em 2 de dezembro, adiretoria da Neptunia negou todas as de-núncias, assegurando que vinha envian-do regularmente o rancho da tripulação.A empresa, contudo, se recusou a apre-sentar os comprovantes do pagamentodos salários dos seus empregados. Aconfederação também encaminhou umofício a Diretoria de Portos e Costas (DPC),ao Chefe de Divisão de Assistência Con-sular do Itamaraty, ao Diretor-Geral daANTAQ (Agência Nacional de Transpor-tes Aquaviários) e ao Cônsul-Adjunto doBrasil em Buenos Aires, no qual ressaltaque a empresa é reincidente “em todasestas práticas ilícitas, que colocam emrisco a integridade física dos tripulantes,da própria embarcação e do meio am-biente marinho, com fortes conseqüên-cias não só à reputação da navegação co-mercial brasileira, mas também ao pró-prio Estado brasileiro”. O documento as-sinado pelo Diretor-Secretário da entida-de, Odilon Braga, faz referência ao escan-daloso caso de abandono envolvendo atripulação do Neptunia ocorrido em no-vembro de 2002 na Costa dos EstadosUnidos, denunciado em reportagens daUnificar (edições nos 14 e 16). No últimodia 8 de janeiro, a diretoria do SINDMARoficiou à Unidade Especial de Inspeção

do Trabalho Portuário e Aquaviário(UEITPA), solicitando ao órgão uma dili-gência na empresa a fim de constatar ocaos ocorrido a bordo.

O Diretor-Geral da Agência Nacionalde Transportes Aquaviários (ANTAQ),Carlos Alberto Nóbrega, assegurou, atra-vés de ofício enviado ao Secretário Geralda CONTTMAF, Odilon Braga no dia 15de janeiro, que o órgão vai apurar a res-ponsabilidade da Neptunia Cia. de Na-vegação nos graves incidentes envolven-do a tripulação do navio. O Diretor lem-brou ainda que a empresa já havia sidoindiciada em Processo Administrativo daagência devido ao caso ocorrido em Tam-pa, nos EUA. “É impossível não compa-rar as atitudes das autoridades quandofazem o uso do poder e influência paraaplicar ou criar leis, seja de âmbito nacio-nal ou internacional. No caso do NTPrestige (navio de bandeira de conveni-ência das Bahamas que naufragou naGalícia), a autoridade espanhola levou oComandante do navio rapidamente paratrás das grades por conta da poluiçãocausada na costa da Espanha. Aqui noBrasil, o armador do Neptunia Mediterrâ-neo até o momento não sofreu qualquerpunição, mesmo sendo reincidente, o queo deixa pronto para o próximo ato. Atéonde vamos chegar?”, indagou o Repre-sentante da CONTTMAF junto a RPB-IMO,em Londres, o CLC Darlei Pinheiro.

Diretor do SINDMAR,Jailson Bispo (primeiroà direita) em conversa comos tripulantes da embarcação

CLC Milton Afonso, que atuoucomo Imediato do Neptunia

Ações das autoridades competentes

Chefe-de-Máquinas, José Sanches (à direita), eo representante da CONTTMAF, Nilson Lima

“Precisamos ajudar oscolegas que lá estãoporque a empresa temmostrado que nadafará por eles (...).Eu quero esquecer essepesadelo, perdi parteda minha vida a bordodesse navio”.MEC Anderson Araújo

foto: Márcio Roberto

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A Diretoria de Portos e Costas tam-bém tomou providências, instaurando uminquérito, tendo como objetivo apurar ascausas dos sucessivos incidentes envol-vendo a embarcação. O Adido Naval, emBuenos Aires, CMG Julio César, enviou umrelatório detalhado a DPC com base nasinformações colhidas junto aos tripulan-tes durante sua visita a embarcação.

O presidente da Neptunia Companhiade Navegação, Adriano Pio Friolli, e o di-retor, Waldemar Vilela, já prestaram depo-imento a Comandante Enir Pitzer, queestá à frente das investigações na DPC.

Em fax enviado a CONTTMAF nodia 8 de janeiro, o segundo Capitão aassumir o comando do Neptunia, JackCherman, advertiu que um dos tripulan-tes permanecia embarcado mesmo comatestado médico, o que é proibido pelasnormas internacionais de navegação. Di-ante desse cenário, o CMT enviou umacarta-protesto à Autoridade Marítima,pedindo que medidas urgentes fossemtomadas para a resolução do impasse.Um mês depois, o próprio CMT desem-barcou com problemas de saúde.

O segundo Diretor Financeiro doSINDMAR, Jailson Bispo, passou quatrodias a bordo do navio, na segunda quin-zena de fevereiro, para prestar assistên-cia a tripulação e esclarecer as medidasque vinham sendo tomadas pela entida-de. De acordo com ele, as peças para re-paro na caldeira do navio e no MCP jáestariam à disposição. A Neptunia, con-tudo, ainda não havia contratado uma fir-ma para realizar os serviços a bordo, ale-gando estar atravessando dificuldades fi-nanceiras. A iniciativa do diretor foi elogi-

ada pelo eletricista José Carlos Anastácio.“O SINDMAR foi a única entidade que tevepulso firme para ir a bordo. O Jailson ficoulá conosco e mostrou boa vontade emfazer realmente algo pelo pessoal. Todasas outras autoridades que foram ao naviosó faziam promessas e nada cumpriam.Ninguém se interessou em vivenciar aque-la situação de confinamento, como fez oJailson”, ressaltou o tripulante que desem-barcou no último dia 25 de fevereiro.

O panorama vem se deteriorando jáque a empresa afretadora (Maruba) e aagência prestadora de serviços (Tamic),cobram dívidas não reconhecidas peloarmador. O comando do navio alerta que,para seguir viagem, o Neptunia deve serabastecido com óleo diesel, pesado e lu-brificante em quantidades satisfatórias.Os sete tripulantes que ainda estão a bor-do esperam que a companhia honre seuscompromissos com os trabalhadores “Asituação mais difícil desse navio está sen-do vivida agora, nem a experiência no Es-treito de Magalhães foi tão traumática. Noestreito, foram 52 dias de angústia, masagora não há qualquer previsão para otérmino desta novela. Quem está lá nãoquer voltar para casa sem receber o salá-rio. Como eles vão retornar sem ter o mí-nimo para oferecer à família? O pessoalalimenta a esperança de que o dinheirovai entrar se ficar a bordo. Isso porque seos equipamentos voltarem a funcionar eo navio for afretado, a tripulação podeparalisar as atividades e forçar o paga-mento. Eu quero esquecer esse pesade-lo, perdi parte da minha vida a bordo des-se navio”, afirmou, consternado, o me-cânico Anderson Araújo Júnior.

“(...) a empresa éreincidente em todas

estas práticas ilícitas, quecolocam em risco a

integridade física dostripulantes, da própriaembarcação e do meio-

ambiente marinho.”Odilon Braga,

Diretor Secretário da CONTTMAF

Carlos Alberto Nóbrega, Diretor-Geral daANTAQ: inquérito para apurar as causasdos sucessivos incidentes com o Neptunia

Últimas NotíciasO Cozinheiro Celso Leite Marciano foio último tripulante a deixar o NeptuniaMediterrâneo, regressando ao Brasilno dia 30 de abril com recursos pró-prios. Ele relatou ao representante daCONTTMAF, Nilson José Lima, que pas-sou dois dias sem se alimentar e foi obri-gado a vender objetos pessoais paraconseguir custear o traslado de um ae-roporto para outro em Buenos Aires e,em seguida, para o Rio de Janeiro. Trêsdias antes, o MNC Vanderley Barbosada Silva também havia desembarcado,abrigando-se em um albergue, no qualficaria à espera do repatriamento pelaEmbaixada Brasileira. Informações dãoconta de que a tripulação costuma dei-xar o navio apagado entre 9 da manhã e5 horas da tarde para economizar óleodiesel, quando este está próximo de ter-minar, temendo que falte combustível ànoite, período em que o frio é mais in-tenso. Em março, o Gerente Técnico daAliança Navegação e Logística, Luis Pe-reira Nunes, esteve a bordo para visto-riar a embarcação.

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Neptunia:escândalo chega à mídia

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O dia 6 de novembro de 2003, Diados Amigos da Marinha, o AlmiranteAfonso Barbosa, do 3º Distrito Naval emNatal (RN), conheceu as dependênciasda Delegacia do SINDMAR e daCONTTMAF, em Cabedelo, no Estado daParaíba, atendendo a convite do Delega-do Regional Rosivando Viana.

Na ocasião, foi firmada uma parceriaentre as entidades, a prefeitura deCabedelo, a Capitania dos Portos daParaíba, e o 3º Distrito Naval, visando àrealização do primeiro Curso Especial Bá-sico de Combate a Incêndio (ECIN) aosmarítimos da região.

O curso foi ministrado entre os dias1 e 5 de dezembro, na representaçãosindical em Cabedelo e contou com au-las práticas realizadas no 3º DistritoNaval de Natal. Os diplomas foram en-

Delegacia de Cabedelo fecha parceriacom 3º Distrito Naval para viabilizar curso

Solenidade marca passagem deComando na Capitania dos Portos da Paraíba

ransmitiu o Comando da Capita-nia dos Portos da Paraíba, o Capi-tão-de-Fragata Kleber Pessek, em

solenidade ocorrida em 23 de janeiro.Durante o evento, Pessek destacou a im-portância da realização em parceria coma CONTTMAF do Estágio de Combate aIncêndio e do Curso de Pesca Oceânica,este último promovido pela primeira vezno País. “O Brasil é hoje o vigésimo séti-mo colocado na exploração da pesca. Oproblema de desenvolvimento desta ati-vidade começa a ser solucionado ao am-pliar-se o nível educacional de seus pes-cadores”, esclareceu.

Marcello Lima de Oliveira, tambémCapitão-de-Fragata, assumiu o cargo deCapitão dos Portos do Estado. O Dele-gado Regional do SINDMAR e daCONTTMAF em Cabedelo, RosivandoViana, prestigiou a solenidade.

T

tregues no dia 19 de dezembro aos 32trabalhadores formandos. De acordocom Rosivando, o empenho demons-trado pelo Almirante Barbosa foi fun-

Almirante Afonso Barbosa (3º, da direita para a esquerda) visitou as dependências daCONTTMAF e do SINDMAR, em Cabedelo (PB)

damental no sentido de viabilizar o pro-jeto. “O curso foi promovido com cus-to zero para os nossos representados”,destacou.

Da esquerda para a direita: Novo Capitão dos Portos da Paraíba, Marcello Lima de Oliveira,Delegado Regional da CONTTMAF, Rosivando Viana, e ex-Capitão dos Portos, Kleber Pessek

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Investindo na pescaRepresentação da CONTTMAF na Paraíba prepara profissionais para o setor

umprindo à risca o lema “Inves-tindo em pessoas”, a DelegaciaRegional do SINDMAR e da

CONTTMAF, em Cabedelo (PB), vemimplementando diversas ações de cu-nho social no segmento pesqueiro, e,desde o dia 5 de novembro do ano pas-sado, promove cursos voltados paratrabalhadores do setor. Entre eles, estáo Curso de Alfabetização para pesca-dores da colônia local e seus familiaresem parceria com o SESI, uma iniciativaque visa a promoção da cidadania dosmarítimos que sobrevivem desta ativi-dade na região. Ministrado na própriarepresentação sindical pela professoraErika do Nascimento Silva, da Secreta-ria de Educação de Cabedelo, o cursoformará 21 alunos até o próximo dia 5de abril.

Objetivando também a formação deprofissionais para atuar na pesca oceâni-ca, foi realizado em janeiro o Curso de “Ape-trechos de Pesca”, até então inédito noBrasil. As aulas teóricas foram ministra-das na Capitania dos Portos da Paraíba,com a participação de 30 alunos. Estãoprevistos ainda o embarque dos alunosno Barco-escola, em Natal (RN) e um es-tágio remunerado de 90 dias em naviosde bandeira espanhola em datas ainda aserem fixadas. Segundo o Delegado Re-gional Rosivando Viana, a aproximaçãodas entidades sindicais com importan-tes representações do setor tem sido fun-damental para a qualificação da mão-de-obra local. “Estamos conseguindo reali-zar um bom trabalho em conjunto e a pro-cura, tanto por parte dos trabalhadorescomo por parte das autoridades navais tem

C sido cada vez maior”, enfatizou. Rosivandolembrou que a maioria dos barcos de pes-ca que atuam em Cabedelo viola a legisla-ção brasileira, segundo a qual 2/3 dos ma-rítimos embarcados em navios nacionaisdevem ser compostos de brasileiros. “Osarmadores alegam que falta mão-de-obraespecializada para explorar a pesca oceâ-nica no Estado. Com estes cursos, estare-mos abrindo o mercado para os nossosrepresentados”, concluiu.

A parceria do SINDMAR e daCONTTMAF com a Capitania dos Portos,endossada pelo Comandante do 3º Dis-trito Naval e da Base Naval de Natal pos-sibilitou ainda a realização do Estágio deCombate a Incêndio numa demonstraçãode que não somente é necessário inves-tir no trabalhador, como também isso épossível, quando se tem boa vontade.

O Delegado Regional da CONTTMAF, Rosivando Viana (3º, da esquerda para a direita) participa da1ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca, realizada no final do ano passado em Luziânia (GO)

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CONTTMAF, o SINDMAR e a Se-cretaria de Aqüicultura e Pescado Estado da Paraíba convida-

ram as autoridades portuárias da regiãopara uma ação conjunta a fim de inibir aatitude de desrespeito a lei de embarca-ções que atracam e desatracam no caisparaibano diariamente. A proposta foifeita durante uma reunião na DelegaciaRegional de Cabedelo, envolvendo enti-dades governamentais e representantesdo setor marítimo e portuário no últimodia 17 de março.

A organização sindical prega uma fis-calização mais eficaz nos navios estran-geiros que atuam na pesca oceânica como objetivo de combater os armadores queinsistem em escravizar os trabalhadores.“Todos os órgãos ligados às atividadesportuária e pesqueira do Estado foramunânimes em concordar com a formação

A desta força-tarefa, que vai proporcionarmaior segurança aos trabalhadores e aospróprios empresários do ramo. O queestes órgãos, juntamente com aCONTTMAF, desejam é que nossas leissejam respeitadas. Esta união de forçasdemonstra a maturidade das entidadesaqui representadas”, enfatizou SeverinoAlmeida, Presidente da CONTTMAF.

Estiveram presentes ao encontro, en-tre outras autoridades, a Coordenadorade Portos, Aeroportos e Fronteiras, ErnaLuiza Smith, a Chefe do Posto Portuárioda Vigilância Sanitária, Maria Eudes, aDelegada Substituta da Delegacia Regio-nal do Trabalho, Francisca de Oliveira, oAuditor Fiscal Roberto Sales, o Capitãodos Portos da Paraíba Marcello de Olivei-ra, o Diretor-Presidente da CompanhiaDocas da Paraíba, Paulo Monteiro e oSecretário da SEAP-PB, Anísio Maia.

Força-tarefa vai fortalecerfiscalização nos portos da Paraíba

“O que estes órgãos,juntamente com a

CONTTMAF, desejam éque nossas leis sejam

respeitadas. Estaunião de forças

demonstra amaturidade dasentidades aquirepresentadas”

CONTTMAF e SINDMAR integram força-tarefa de combate a pesca ilegal em Cabedelo (PB)

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Setor defendeaperfeiçoamento da MP 177

o último dia 31 de março, o Mi-nistro Alfredo Nascimento reu-niu-se com lideranças dos maríti-

mos, metalúrgicos, armadores e Subsecre-tário de Estado de Energia, Indústria Na-val e Petróleo do Rio de Janeiro, AlceuMariano para discutir a Medida Provisóriado governo, que regulamenta a liberaçãode recursos para o setor através do Fundode Marinha Mercante.

Abrindo o diálogo com o Ministro, aDeputada Federal Jandira Feghali, que tevea iniciativa de articular o encontro, fezum relato do histórico que desaguou naMP 177, manifestando a preocupação dosetor com as deficiências do texto apre-sentado pelo Poder Executivo.

O Vice-Presidente do Syndarma,Cláudio Decourt, reafirmou em nome dosArmadores que a MP deve ser aperfei-çoada no sentido de permitir a ArmaçãoNacional responder mais rapidamente acontratação de novos navios. SegundoDecourt, as propostas defendidasconsensualmente pelo segmento não im-plicarão em novos recursos para subsi-diar a Marinha Mercante e, sim em uma re-alocação de recursos do FMM para incen-tivo e provimento de maior competitividadediante das embarcações estrangeiras.

Falando em nome dos marítimos, opresidente da CONTTMAF, Severino

Almeida, embora tenha ressaltado os avan-ços contidos na MP e o extraordinário es-forço do então Diretor do Fundo de Mari-nha Mercante e atual Secretário de Fomen-to para Ações de Transportes, Sérgio Bacci,para a obtenção do texto, destacou a ne-cessidade de ampliação das vantagens ofe-recidas pela Medida Provisória aos novosnavios, de forma a contemplar também asembarcações construídas antes da publi-cação da MP. Acrescentou ainda que, paraos marítimos brasileiros, tais subsídios sófazem sentido com o seu condicionamen-to a utilização de tripulação brasileira. “Éum absurdo, num País com índice de de-semprego tão elevado, que se disponhasubsídios a qualquer setor sem umacontrapartida social mínima, que é a gera-

ção de empregos para brasileiros”, adver-tiu Severino ao Ministro dos Transportes.“O custo operacional diferenciado entrenavios novos e antigos promoverá o natu-ral interesse dos armadores em livrarem-sedos mesmos, o que além de não gerar no-vos postos de trabalho para marítimos, re-duzirá o mercado para os metalúrgicos naindústria de reparos”, alegou.

Representando os sindicatos dosmetalúrgicos, Aguilar e Maurício concor-daram com o Presidente da CONTTMAF,alertando que a categoria necessita depolíticas efetivas para a construção naval,que estimulem novos investimentos porparte dos armadores, visando aumentoda frota de navios. De acordo com eles,políticas paliativas já não mais entusias-mam os trabalhadores metalúrgicos, tendoem vista as inúmeras decepções que sofre-ram nas últimas décadas, como o progra-ma “Navega Brasil”, do último governo, quenão se traduziu em novas encomendas.

O Ministro Alfredo Nascimento, apósouvir e participar ativamente das discus-sões se disse comprometido em trabalharpor uma política de incentivos ao fomentodo setor, tendo em vista, não apenas o seupotencial como gerador de empregos, mastambém, a necessidade do País melhorequilibrar sua matriz de transporte, fla-grantemente voltada nas últimas décadaspara o modal rodoviário.

NDa esquerda para a direita: Cláudio Decourt, Sérgio Bacci, Aguilar, Alfredo Nascimento, Maurício,Severino Almeida, Jandira Feghali e Alceu Mariano

Representantes dos segmentos marítimo e metalúrgico e do Governo do Estado do Rio propõem aoMinistro dos Transportes melhorias na MP do Fundo da Marinha Mercante

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O movimento sindical vai às ruasem defesa da Unicidade Sindical

dia 25 de março de 2004 entroupara a história do movimento sin-dical brasileiro em sua caminha-

da pelo aperfeiçoamento do atual modelosem prejuízo para os trabalhadores. Rea-firmando o papel de vanguarda das lutassociais, representantes de 17 confedera-ções, seis centrais sindicais e centenasde federações e sindicatos, entre eles, aCONTTMAF, a FNTTAA, e o SINDMAR,participaram de uma grande passeata emBrasília na Esplanada dos Ministérios emprotesto contra a proposta de ReformaSindical elaborada pelo Fórum Nacionaldo Trabalho (FNT). Os cerca de 30 milmanifestantes também condenaram o de-semprego, a alta taxa de juros e a submis-são do governo brasileiro a política do FMI.

As delegações entregaram ao Sena-dor Paulo Paim (PT-RS), Vice-Presidentedo Senado, um documento no qual criti-cam diversos pontos do projeto do gover-no, como a quebra da unicidade sindical,a substituição do imposto sindical porcontribuição ainda mais cara e danosa paraos trabalhadores. A proposta elaboradapela comissão de sistematização do FNT,na prática, fere o artigo 8º da Constituiçãoprovocando um racha dentro do movimen-to sindical, e, conseqüentemente, a per-da da força do trabalhador diante dopatronato. Do alto de um carro de somparado em frente ao Congresso Nacional,o Senador Paulo Paim, em discurso infla-mado, manifestou sua posição de alinha-mento ao FST, prometendo lutar para pôr

em votação a PEC 393/01, que prevê adiminuição da jornada de trabalho semredução salarial, de autoria sua e do Sena-dor Inácio Arruda (PC do B-CE) com o ob-jetivo de gerar empregos no País. O parla-mentar também defendeu a aprovação daPLP 33/88, também de sua autoria, queproíbe a demissão imotivada, outra ban-deira do fórum.

Em discurso muito aplaudido pelosdirigentes e trabalhadores presentes, aDeputada Federal Jandira Feghali, decla-rou que a unicidade sindical é um instru-mento e conquista avançada da luta domovimento sindical brasileiro e que de-fenderá este instrumento no CongressoNacional, diante de todos que pretende-rem pulverizar a organização sindical dostrabalhadores brasileiros. “Não é dividin-do que iremos fortalecer os Sindicatos, esim promovendo avanços na legislaçãoque garantam uma unicidade com demo-cracia na base, incentivo à formação derepresentantes sindicais nos locais de tra-balho e sustentação financeira com totalindependência do sindicato a órgão emque o Estado esteja presente”, declarouJandira, para concluir: “Sindicalismo cha-pa branca não deve interessar aos traba-lhadores”.

Também, muito aplaudidos, manifes-taram-se a favor da unicidade sindical osDeputados Federais Sérgio Miranda eDaniel Almeida em discursos em que de-clararam seus apoios ao sindicalismoclassista, com unicidade na organização,

continuaA Luta

Cerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente a

Explanada dos Ministérios emExplanada dos Ministérios emExplanada dos Ministérios emExplanada dos Ministérios emExplanada dos Ministérios emprotesto contra a proposta deprotesto contra a proposta deprotesto contra a proposta deprotesto contra a proposta deprotesto contra a proposta de

Reforma Sindical do GovernoReforma Sindical do GovernoReforma Sindical do GovernoReforma Sindical do GovernoReforma Sindical do Governo

Cerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seCerca de 30 mil sindicalistas seconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente aconcentraram em frente a

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democráticos, o texto do FNT mantémfirme seu propósito de estabelecer opluralismo sindical. Ao abolir, por exem-plo, a representação por categoria e ins-tituir a organização por ramo de ativida-de, a proposta oficial “golpeia” as atuaisrepresentações profissionais, mas preser-va as entidades patronais em um clarosinal de que a reforma segue a cartilha dapolítica neoliberal do governo.

Lembraram os líderes sindicais dasmais diversas entidades representativas

independência do Estado e sustentaçãofinanceira com distribuição geral e pro-porcional às entidades sindicais e semsubordinação a estruturas que possamestrangular uma ação sindical soberana.

Sob o aspecto jurídico esta discus-são traz ao debate o parecer do MinistroSepúlveda Pertence, do Supremo Tribu-nal Federal, segundo o qual, “ao registrodas entidades sindicais, inere a funçãoda garantia da unicidade – esta, sim, amais importante das limitações consti-

tucionais ao princípio da liberdade sindi-cal”. No Brasil, a unicidade vem servindode arma contra a pulverização e a criaçãoartificial de sindicatos a mando de pa-trões, grupamentos ideológicos ou reli-giosos, que contrariam a tradição brasi-leira de representação ampla e por cate-goria. Estabelece ainda um contrapesoque equilibra as relações entre partes de-siguais (trabalhadores e empregadores).

Para os integrantes do Fórum Sindi-cal dos Trabalhadores (FST), criado emjulho do ano passado como uma alterna-tiva ao FNT, a experiência estrangeira de-monstra que o esvaziamento dos sindi-catos facilita a submissão de entidades etrabalhadores ao planejamento estraté-gico do grande capital. Elaborado à reve-lia da vontade da maioria dos trabalha-dores e na contramão dos fundamentos

das categorias que o FST percorreu aolongo de 2003 todas as regiões do País,realizando plenárias históricas, que re-sultaram na elaboração de uma propostade consenso, contendo os verdadeirosinteresses da classe trabalhadora. O do-cumento apresenta significativas diferen-ças em relação ao texto que o governopretende enviar ao Congresso, já quemantém o sistema confederativo, a baseda estrutura atual vigente de custeio, edemocratiza de fato os sindicatos debase, fortalecendo a representação do tra-balhador, sem retirar a independência po-lítica, administrativa e financeira destasorganizações. O único ponto comum aotexto do Fórum Nacional do Trabalho foio estabelecimento da organização porlocal de trabalho, com a participação di-reta da entidade de classe de base.

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UNIFICAR::::: Por que a CONTTMAF e as suas Federações e Sindicatos filiados sãocontra a reforma sindical?Severino: Nós não somos contra uma reforma sindical que venha aperfeiçoar o modeloexistente, ou nos ofereça um modelo mais eficiente para fazermos sindicalismo. Somoscontra a proposta até agora apresentada pelo Fórum Nacional do Trabalho (FNT).

UNIFICAR::::: Por quê?Severino: Porque ela não aperfeiçoa o modelo atual. Pelo contrário, a proposta enfra-quece, além de trazer claros prejuízos aos trabalhadores.

UNIFICAR::::: Por que o enfraqueceria?Severino: Por que a proposição defendida pelo FNT parte do princípio explícito defortalecimento das Centrais Sindicais, entregando-lhes a hegemonia e total controledo movimento sindical brasileiro. Não acreditamos neste modelo. Para nós, o que faz

Ainda no Congresso Nacional, os di-rigentes sindicais participaram no Ple-nário do Anexo IV, do lançamento daFrente Parlamentar e Sindical em defesado emprego e dos direitos trabalhistas,que conta com a adesão de 440 parla-mentares de todos os partidos. “A orga-nização sindical brasileira é uma fontede direito. Se for fragmentada, corremoso risco de perder nossas conquistas. Porisso, alertamos nossos parlamentares,que em última análise tomarão a deci-

são final, dos equívocos de propostasaçodadas, que resultariam no desmon-te das entidades, instituindo a lei da sel-va, com plena liberdade para o capital”,denunciou Severino Almeida que presi-de a CONTTMAF, entidade co-fundado-ra do Fórum Sindical dos Trabalhado-res. Em entrevista a Unificar, Severinoexpôs sua preocupação com o projetodo governo, analisando as conseqüên-cias danosas para a organização sindi-cal brasileira.

Severino Almeida FilhoPresidente da CONTTMAF

Entrevista:

“A organização sindicalbrasileira é uma fontede direito. Se forfragmentada, corremoso risco de perder nossasconquistas.Por isso, alertamosnossos parlamentares,que em última análisetomarão a decisãofinal, dos equívocosde propostas açodadas,que resultariam nodesmonte dasentidades, instituindoa lei da selva, complena liberdadepara o capital”A Deputada Federal Jandira Feghalienfatiza que sindicalismo chapa brancanão interessa aos trabalhadores

fotos: Luiz Alves

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um movimento sindical forte, são sindicatos fortes, que geram Federações fortes, quepor sua vez, geram Confederações fortes, que poderiam ou não, aglutinarem-se emCentrais Sindicais.

UNIFICAR: Por que a proposição do modelo defendido pelo FNT parte deste princípio?Severino: O erro está na origem. No momento em que o governo entrega às Centrais asdiscussões relativas à representação dos trabalhadores neste fórum, torna-se óbvioque esta representação pense o movimento sindical a partir de seu próprio interesse.

UNIFICAR: Por que o governo cometeu tal erro?Severino: Do ponto de vista do governo, certamente não foi um erro. Foi umaatitude óbvia em conseqüência de um atendimento a demanda natural de umamáquina sindical que está extremamente ligada a partidos políticos.

UNIFICAR: E por que vocês da CONTTMAF não concordam com isto? Afinal oatual Presidente da República teve sua origem no movimento sindical.Severino: Desconheço na história do movimento sindical internacional exemplosde subordinação de entidade sindical, em qualquer nível, a partido ou governo deplantão que traga benefícios perenes aos trabalhadores. Pelo contrário, a históriademonstra que o produto desta vinculação resulta em sindicalismochapa branca e numa intriga intestina por disputa de po-der que transforma as reivindicações e lutas dos traba-lhadores em algo secundário e atrelado às necessida-des ou conveniências do governo de plantão. A luta e ahistória do movimento sindical internacional e em es-pecial a nossa história é muito maior do que isto. Go-vernos passam, e a necessidade da defesa de nossosinteresses continua.

UNIFICAR::::: A CONTTMAF é contra a existência dasCentrais Sindicais?Severino: Não somos contra. O papel das Centrais é rele-vante e para o bem da classe trabalhadora é conveniente queseja preservado. Devemos dar-lhes inclusive, as responsabi-lidades advindas do papel de representação. Hoje, se você

“É hora mais do quenunca de apoiar oFST – Fórum Sindicaldos Trabalhadores”

O Deputado Federal DanielAlmeida (PC do B-BA) apóia o

sindicalismo classista comunicidade na organização e

independência do Estado

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considerar que elas não estão previstas por lei em nossa estrutura sindical, asCentrais têm o bônus, mas, não o ônus. O papel da representação e coordenação daação política sindical poderia ser desempenhado com muitas vantagens por elas.Mas jamais poderemos concordar que lhes entreguem a competência de represen-tação em processos negociais, objetivando a celebração de Acordos ou Conven-ções Coletivas Nacionais, sob pena dos trabalhadores pagarem um alto preço pelavisão e compromissos políticos partidários das Centrais. Tê-las presente nestesprocessos, como colaboradoras, pode ser positivo, nunca, porém, devemos aceitarque elas sejam o Fórum final de decisão, pelo menos, no que se refere às negocia-ções. Em nosso ponto de vista, este deve continuar sendo um papel intrínseco doSindicato de base, e na ausência deste, da Federação.

UNIFICAR::::: Além da busca de hegemonia das Centrais Sindicais, que aspectosnegativos você destacaria na proposição gerada pelo FNT?Severino: Destacaria três. O primeiro refere-se à forma de sustentação financeirada nova organização sindical proposta. Em troca da eliminação do chamado impos-to sindical, estão propondo contribuição que, na prática, irá aumentar em quatrovezes, a parte compulsória hoje paga pelos trabalhadores. Isto é um absurdo. E oabsurdo torna-se maior quando se defende que, para este recolhimento, deva-seter previamente um Acordo celebrado entre Empresas e Sindicatos. Ou seja, atrela-se o suporte financeiro compulsório da organização sindical à celebração de Acor-do Coletivo de Trabalho. Pode-se imaginar a pressão das entidades superiores pelacelebração destes Acordos, mesmo que em prejuízo dos trabalhadores! De outraforma elas poderiam vir à falência financeira. Outro absurdo é a contribuição com-pulsória às Centrais Sindicais e a um tal de Conselho Nacional de Relações doTrabalho, o qual decidirá em essência se o seu sindicato existe ou não. Quanto àsCentrais, se você for filiado a uma delas, o percentual compulsório irá para esta, senão, irá para uma caixinha para distribuição proporcional entre as mesmas. No casodo Conselho, muito embora a classe patronal participe com representantes de suasConfederações, a classe trabalhadora não terá a representação de Confederações.Além do que, o Estado se fará presente a este Conselho, haja vista que ele é tripartitee presidido por ninguém menos do que o Ministro de Estado do Trabalho e Empre-go. Às vezes não acredito que num governo de um Partido oriundo da classe traba-lhadora possa surgir tal descalabro. O desatrelameno da organização sindical doEstado foi certamente uma das maiores conquistas da classe trabalhadora. Por queagora, devemos entregar esta liberdade de associação, voltando a nos submeter aoEstado? Pelo contrário, devemos trabalhar para termos cada vez mais independên-cia e corrigirmos aspectos que hoje, indevidamente, permite o Estado decidir, foradas instâncias jurídicas, à existência deste ou daquele sindicato. Ao invés de corri-girmos este absurdo, estão tentando aumentar ainda mais o número de amarras ànossa liberdade sindical.

UNIFICAR::::: Mas este governo não tinha uma posição favorável à ratificação daConvenção 87 da OIT, que preconiza a liberdade ampla de organização sindical?Severino: Tinha e parece que, pelo menos em discurso, continua tendo. Mas, liber-dade sem regras deságua na subordinação do mais fraco ao mais forte. O pior é que,na prática estão tentando ir mais longe do que simplesmente adentrar na lei da selva,onde a liberdade sem regras, garante ao mais forte alimentar-se naturalmente dosmais fracos. Com a atual proposta, pretende-se que os mais fracos entreguem-secompulsoriamente aos mais fortes nas horas das refeições. Se me permitirem usarum tom jocoso para algo de tamanha importância, eu diria que estão na práticaextinguindo o exercício da caça. Isto é conveniente demais para a organização queacredita estar atrelada ao poder. É inaceitável. Não vivemos na selva. Além do que,governos passam, e a necessidade e o direito de reivindicar melhorias sempre serãoconstantes, ao longo dos tempos, para os trabalhadores.

Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto: O Senador PauloPaim manifesta sua posição dealinhamento ao FST

Segunda foto: Segunda foto: Segunda foto: Segunda foto: Segunda foto: Da esquerda para adireita: Mário Teixeira (FENCCOVIB),Ricardo Ponzi (FNTTAA) e AbelardoFernandes (FNE): união contra aproposta de Reforma Sindicalgovernista

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UNIFICAR::::: Você falou em três aspectos, quais os outros dois?Severino: O segundo refere-se à extinção da representação por categoria, passandoos sindicatos a serem por ramo de atividade. A imposição disto por lei gerará talconflito no movimento sindical brasileiro que, por anos a fio, as lutas intestinas pelarepresentação, lutas judiciais inclusive, trarão profundo desgaste ao movimento sin-dical, até porque as empresas com menos compromissos com seus trabalhadores enenhum respeito aos acordos celebrados, irão usar os conflitos como manobra parao não cumprimento destes acordos. Quando tudo amainar, teremos um sindicalismolimitado à opinião deste ou daquele dirigente de Central Sindical aceito pelo governode plantão, como legítimo interlocutor dos trabalhadores, no qual opinará sobre osexo dos anjos, enquanto as legítimas reivindicações dos trabalhadores, nos maisdistintos setores, ramos ou categorias não terão como se fazer ouvir.

UNIFICAR::::: E o terceiro aspecto?Severino: É o estabelecimento da chamada representação delegada. É um engenho-so artifício de garantir a dupla ou mais representações na mesma base. Funciona daseguinte forma: as Centrais e Confederações que possuírem mais de 22% de filiaçãoentre os trabalhadores empregados poderão criar e manter sindicatos, mesmo quenão tenham filiado algum, com a sobra que obtiverem deste percentual mínimo.Imagine-se, numa mesa de negociação, compartilhando com representações semfiliados ou com um mínimo de filiados negociando com determinada Empresa edispostos a celebrarem o Acordo a qualquer preço para receberem recursos, confor-me comentei atrás. Será o pior dos mundos para a direção sindical séria, que buscaarrancar do processo negocial, o máximo possível. Os trabalhadores no final pagarãoa conta com um crescente processo de aviltamento nas relações de trabalho.

UNIFICAR::::: Existe diversos outros aspectos negativos na proposta do FNT?Severino: Inúmeros outros.

UNIFICAR::::: Nada de positivo?Severino: A possível organização sindical por local de trabalho é um aspecto positi-vo da proposição colocada pelo Fórum Nacional do Trabalho. Pena que seja inócuacom o desmonte da organização sindical dos trabalhadores brasileiros que ocorrerá,caso no Congresso Nacional, a posição deste FNT seja vitoriosa.

UNIFICAR::::: Caso a proposta do FNT seja aprovada, qual o futuro da CONTTMAF,suas Federações e Sindicatos filiados?Severino: Continuaremos lutando pelo que acreditamos, independente do resultadofinal desta chamada reforma. É hora mais do que nunca do movimento sindical brasileiro,que defende a unicidade sindical, defende o direito de ser ou não atrelado, a esta ouaquela organização, defende o fortalecimento dos Sindicatos de base, como elementofundamental e insubstituível para uma forte e independente organização sindical, promo-ver e apoiar o outro Fórum, nascido em contraponto ao FNT, que é o nosso FST – FórumSindical dos Trabalhadores. Nele temos, não apenas as Confederações, organizadasnacionalmente, mas também suas Federações regionais e algumas Centrais Sindicais quenão concordam com a visão do FNT e segmentos de todas as demais, que também nãoconcordam com a posição defendida por suas lideranças, ou pretensas lideranças, quecom artifícios ou manobras internas, desrespeitam a vontade da maioria. O nosso futuroestará muito atrelado ao desenvolvimento deste FST. Não somente nas conquistas queacreditamos que obteremos nas discussões no Congresso Nacional, mas, principalmen-te para aproveitarmos a unidade que está sendo promovida na luta pela defesa de nossaposição. Esta unidade, este despertar, esta disposição de luta que cresce a cada dia.Certamente, é o que de melhor nos legou as propostas absurdas do FNT. A história nãonos perdoará se desperdiçarmos este momento, mesmo que seja para mudar o atualcomportamento das Centrais com a nossa participação coletiva.

Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto:Primeira foto: O Deputado Federal JoséPinotti (PFL- SP) defendeu a

manutenção dos direitos trabalhistas

Segunda foto:Segunda foto:Segunda foto:Segunda foto:Segunda foto:O Presidente da FNTTAA,Ricardo Ponzi, faz discurso inflamado em

defesa da unicidade sindical

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FEDERAÇÃO NACIONAL DOS CONFERENTES E CONSERTADORES DECARGA E DESCARGA, VIGIAS PORTUÁRIOS, TRABALHADORESDE BLOCO, ARRUMADORES E AMARRADORES DE NAVIOS,NAS ATIVIDADES PORTUÁRIAS – FENCCOVIB

FEDERAÇÃO NACIONAL DOS ESTIVADORES – FNE

Brasília/DF, 24 de março de 2004.

CIRCULAR-CONJUNTA FENCCOVIB/FNE

ASSUNTO: MOBILIZAÇÃO DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS REPRESENTADAS PELOS SINDICATOS DO ÂMBITO DA FENCCOVIB/FNE.

Companheiro Presidente:

Já estamos no segundo ano do governo que ajudamos a eleger na esperança de avanços ou pelo menos de recuperação de direitossubtraídos durante outros governos. Entretanto a realidade é a seguinte:

1. As dificuldades enfrentadas durante o governo anterior, com a danosa participação do Grupo Executivo para Modernizaçãodos Portos – GEMPO – prosseguem inalteradas não obstante as postulações que vêm sendo feitas pelas federações desde a instalaçãodo governo de transição, quais sejam:

a. continua pendente a adaptação da legislação portuária às normas de interesse dos trabalhadores previstas na Convenção 137,da OIT (como a garantia de renda, a prioridade para o emprego do pessoal inscrito no OGMO, a redefinição de todas atividades dosetor como “trabalho portuário” etc.);

b. vem sendo ignorada a diretriz, adotada pela Organização Internacional do Trabalho e implícita na Convenção 137, no sentidode que em todos os processos de outorgas (concessões, permissões etc.) de instalações e áreas portuárias, deve haver a participaçãopermanente das representações dos portuários (antes, durante e após tais processos), mas, ao contrário disso:

i. no porto de Suape: o governo de Pernambuco, não se contentando em apenas arrendá-lo a uma empresa filipina, solicitou econseguiu liminar da Justiça Federal transformando-o em terminal fora da área de porto organizado; e nessas condições estãotentando eliminar totalmente a participação de TPA; e mais: a União federal, ao invés de se defender na Justiça (e por conseqüênciatambém defender os trabalhadores), pediu sua exclusão do processo deixando apenas a ANTAQ como demandada; ressalte-se, ainda,que há irregularidade quanto ao órgão judiciário competente, pois em se tratando de conflito entre Estado federado e União Federalo fórum seria Brasília e nunca Recife;

ii. no porto de Pecém: o governo do Ceará aprovou regulamento operacional excluindo totalmente o trabalho avulso dasoperações; e para fortalecer essa intenção propôs e foi aprovada uma lei estadual permitindo que cada usuário seja consideradosócio daquele terminal e, desse modo, operando sempre com sua carga própria (inexiste qualquer caso semelhante no Brasil deoperador portuário ter carga própria), e assim desobrigando-se da requisição e contratação de trabalhador inscrito no OGMO;

c. os dois casos acima citados, dentre outros que existem, tratam-se de concessões feitas pelo governo federal o qual nãopoderia ficar à margem de tais práticas nocivas aos interesses dos trabalhadores;

d. injustificadamente foram ignoradas as diversas reivindicações das signatárias, pedindo a inclusão obrigatória, nos contratos dearrendamento, de Cláusula Social, garantindo a participação dos atuais trabalhadores, nos serviços executados nas dependências eáreas exploradas pelos novos detentores de terminal;

e. o serviço de inspeção do Ministérios do Trabalho está ainda mais precário – e o pior: houve redução de verbas para o setor ecomenta-se que será desativado o Grupo Móvel de fiscalização, deixando-a à cargo de pessoal das DRTs que são dirigidas majorita-riamente por políticos que servem a outros interesses;

f. enquanto isto, operadores e detentores de terminais privativos continuam contratando pessoal com vínculo empregatício forado OGMO; ou, quando do OGMO, recusam-se a qualquer critério negociado com o respectivo sindicato laboral – fazendo leilão desalário para baixo e criando conflitos entre sindicatos e TPAs;

g. inexiste também – atualmente – qualquer órgão administrativo federal específico encarregado das questões portuárias (acomissão do Ministério do Transportes está desativada, a do Ministério do Trabalho ainda não foi instalada e a da Casa Civil – quedeveria substituir o GEMPO – parece que ficou em segundo plano após o caso “Waldomiro Diniz”);

Documento distribuído pelas FENCCOVIB, FNE e FNTTAA, Federaçõeshistóricas filiadas à CONTTMAF, aos sindicatos filiados

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h. não há a quem recorrer para imediata e eficiente solução dos problemas que diariamente ocorrem nos portos brasileiros;

i. empresários e sindicatos patronais se recusam a negociar com os sindicatos obreiros e não sofrem qualquer pressão governamental;

j. há inúmeros processos em tramitação na justiça contra a União Federal, por autuações da fiscalização do MTE (pasme-se:todas lavradas na vigência do governo FHC) que impõem multas às empresas que contratam trabalhadores de fora do sistema, sobreos quais não se sabe o que pensa o atual governo e quais os procedimentos que vem adotando;

2. Essa ausência de política nacional por parte do executivo (Ministérios do Trabalho, dos Transportes, Casa Civil etc.) e/ou doMinistério Público do Trabalho, é um verdadeiro retrocesso; está sendo deixada nas mãos da Justiça a solução dos conflitos do setor,cujas decisões (ora da Justiça Federal, ora da Justiça do Trabalho ou da Justiça Comum), mormente em primeira instância, na maioriados casos, têm contrariado a legislação portuária (Leis nº 8.630/93 e 9.719/98 e a Convenção nº 137 da OIT), e ignorado o princípio deproteção do trabalho diante do poder econômico.

3. E, para agravar, o Ministro do Trabalho está apresentando ao Congresso Nacional a proposta final de Reforma Sindical,elaborado pelo chamado Fórum Nacional dos Trabalhadores – verdadeira cópia da proposta governista – que:

a. se transformada em lei, terá repercussões diretas nas relações de trabalho, principalmente porque:

i. haverá sindicatos por operador portuário, por terminal, por partido político, por facção sindical, por central sindical etc.

ii. a representação ou o poder de negociação passará ao sindicato que representar os trabalhadores da categoria econômicapreponderante (ex.: nos terminais de produtos siderúrgicos, quem negociará é o sindicato dos metalúrgicos etc.);

iii. extinguirá a representação por categoria profissional, passando a representação por setor ou ramo de atividade (ex.: desapa-recerão os sindicatos da categoria profissional de estivador, de conferente, de arrumadores etc.);

iv. eliminará o efeito erga omnes das convenções coletivas de trabalho que hoje obriga seu cumprimento por todas as empresassejam filiados ou não ao sindicato patronal;

v. as convenções passarão a obrigar somente a empresa filiada ao sindicato empresarial – quem não quiser cumprir a CCT bastaapenas se desfiliar ou, se for o caso, manter-se desfiliado dessa entidade patronal;

b. ignora totalmente a posição dos fóruns regionais que deliberaram majoritariamente (por mais de 90%), pela unicidade sindical;

c. regulariza, isto sim, a situação de entidades criadas por centrais sindicais em bases já legitimamente ocupadas de acordo como princípio da “unicidade” sindical e permite que futuramente as centrais possam criar livremente (de forma vertical) confederações,federações e sindicatos;

d. contempla basicamente interesses de lideranças das maiores centrais sindicais que transformaram o FNT em um organismo“chapa branca” (subserviente e alinhado ao governo), certamente em trocas de favores recíprocos.

Pelas razões expostas, as categorias do âmbito das federações signatárias devem ser mobilizadas e esclarecidas através deassembléias gerais conjuntas, discutindo e deliberando sobre a seguinte pauta prioridade:

1. resistir à exaustão a proposta de imposição da pluralidade sindical;

2. apoiar, valendo-se dos meios possíveis, a luta das federações quanto à criação de órgão governamental tripartite, de âmbitonacional, para dirimir as questões portuárias;

3. adequação das normas insculpidas na Convenção nº 137 da OIT à legislação portuária em vigor;

4. observância geral e uniforme pelos operadores portuários e titulares de instalações portuárias das normas legais e dasconvenções coletivas de trabalho;

5. recomposição da força de trabalho avulso e adoção do vínculo empregatício a prazo indeterminado desde que submetido edisciplinado previamente em processo negocial com os respectivos sindicatos laborais portuário, nos termos da Constituição Federale da Convenção nº 98 da OIT;

6. cumprimento da Lei nº 9.719/98, distinguindo a escalação de TPAs registrados e cadastrados; e

7. a inclusão de cláusulas sociais nos contratos de arrendamentos de instalação e áreas portuárias.

Por último, ficam os Sindicatos orientados no sentido de realizarem assembléias gerais conjuntas, para apreciação deste documen-to e tomada de posição para a concretização dos procedimentos acima sugeridos, informando imediatamente às Federações signatáriassobre as deliberações de cada base.

Fraternalmente

DOC. Nº 077-2004

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FEDERAÇÃO NACIONAL DOS TRABALHADORES EM TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS E AFINSBrasília/DF, 24 de março de 2004

C I R C U L A R: Nº 039/04AOS SINDICATOS AQUAVIÁRIOS E AFINSAssunto: Avaliação do Governo Lula e Mobillização dos afiliados

Para as nossas categorias e, certamente, para a esmagadora maioria do nosso povo, a eleição de Lula representou uma revolução naesperança. A “carga” de legitimidade respaldada pelas urnas e pelo discurso da soberania, desenvolvimento e diálogo social envolveu anação como um todo e, em especial, a sociedade organizada, particularmente o movimento sindical, ao qual nos incluímos plenamente.

Passado mais de um ano de governo, vemos com apreensão que as obras de infra-estrutura indispensáveis ao alavancamento do nossodesenvolvimento não têm tido prioridade e sequer planejamento. Geração de energia e transporte (através de usinas hidroelétricas comeclusas para a navegação, que potencializariam o que mais temos: rios para navegar e água para gerar energia), irrigação e pesca, ficamimobilizadas pela ação coordenada por questionáveis ONGs, pelo próprio IBAMA, Ministério do Meio Ambiente, Ministério Público Federal,todos paralisados em análises de planejamento, estudos de viabilidades econômica, técnica e ambiental.

Destacaríamos três situações em que a ação política do governo consolidaria as nossas categorias, mas, ao contrário, estão atrasandonossos projetos.

– No setor da pesca, em que pese a acertada decisão do presidente Lula em criar a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – comstatus de ministério, promessa de campanha que cumpriu, após receber estudo do segmento pesqueiro – as Conferências Estaduais consti-tuídas para uma discussão final na Conferência Nacional, apresentaram contradições inaceitáveis.

Durante vários meses de debates nas conferências estaduais, a interlocução, embora heterogênea, apresentou-se confusa, sem qualquercritério, agravando-se na própria Conferência Nacional que tinha como objetivo, dentre outros, a criação do Conselho Nacional da Pesca.

No mesmo plano, representações como a da nossa CONTTMAF, da FNTTAA, das Confederações Patronais e dos Sindicatos de Armado-res, responsáveis por mais de 70% (setenta por cento) da captura de pescado no País, diluíram-se e confundiram-se com Movimento dasMulheres Trabalhadoras Rurais, Movimento Nacional dos Pescadores, Conselho Pastoral dos Pescadores. E assim se constituiu o Conselho.Seria como colocar-se no Conselho Permanente de Segurança da ONU, lado a lado e com iguais direitos de decisão, Belize e Vanatu comChina e EE.UU. O resultado dessa composição desigual é que as decisões importantes a serem adotadas no Conselho Nacional da Pesca,como a construção de uma frota oceânica pesqueira, para assegurar cotas internacionais para o nosso País, estarão prejudicadas. Espera-mos, ainda, algumas correções de rumo nesse sentido.

– No setor da fiscalização e inspeção do trabalho aquaviário e portuário, tão importante para as nossas categorias em razão dassuas peculiaridades – que as diferenciam das demais, tanto que, em décadas passadas, havia até mesmo uma delegacia especial para tratarespecificamente do setor – a DTM, extinta em 1989, tendo deixado um vazio no setor que somente voltou a ser preenchido anos mais tarde,com a criação da Unidade Especial de Inspeção do Trabalho Portuário e Aquaviário. Esta conquista ocorreu após magnífico esforço da nossaCONTTMAF, federações e sindicatos feito no plano nacional, com trabalho político junto a ministérios e ao Congresso Nacional, bem como,no plano internacional –, junto à OIT.

A nossa expectativa com a eleição desse governo popular e democrático era a de rápido fortalecimento desse instrumento de fiscaliza-ção em nosso setor, através do imediato aumento de seus quadros, para que ampliasse e consolidasse os trabalhos de fiscalização e denormatização, junto às centenas de milhares de trabalhadores pescadores (muitos na informalidade), junto aos mais de 40.000 mil fluviários,operando nas imensas bacias hidrográficas interiores existentes no nosso País, sem prejuízo da fiscalização nos portos, no off shore e aindajunto aos trabalhadores embarcados nos navios que atracam em nossos portos e trafegam em nossas águas jurisdicionais.

– Em relação à reforma sindical proposta pelo governo, quanto a extinção da contribuição sindical e da pluralidade sindical.Nossas categorias, organizadas em sindicatos regionais e nacionais (alguns com mais de cem anos de existência), filiados a federações e

à confederação (CONTTMAF), com altos índices de sindicalização, articulados entre si, horizontal e verticalmente, ficariam, caso aprovadaa proposta com base na Comissão de Sistematização do Fórum Nacional do Trabalho, vulneráveis, diluídas por setor ou ramo de atividade,em claro prejuízo dos trabalhadores representados.

Em relação à pretendida pluralidade sindical, que o governo afirma ser o resultado consensual dos fóruns estaduais, não representa,realmente, a verdadeira manifestação daqueles plenários que, ao contrário, posicionaram-se com uma quase unanimidade em defesa daunicidade sindical.

Da mesma forma, a determinação governamental pelo fim da contribuição sindical, contraria a vontade da esmagadora maioria dasentidades sindicais, sujeitando a submissão das entidades sindicais aos administradores dos recursos, como ocorreu no passado, emrelação ao FAT e a outros, oriundos do exterior.

Pelo todo o exposto, viemos firmemente recomendar aos nossos sindicatos filiados a manterem-se alertas e mobilizando suas bases, paraos riscos dos claros retrocessos propostos, e manterem-se coordenados com os companheiros de todas as categorias de atividades afins,em especial com as categorias portuárias.

Destacamos, finalmente, a necessidade de manterem-se atentos às ações desenvolvidas pelo Fórum Sindical dos Trabalhado-res-FST e às orientações da FNTTAA que, juntamente com as demais Federações do nosso âmbito confederativo, participam do FST,através da nossa CONTTMAF.

Fraternalmente.Ricardo Leite Goulart PonziPresidente da FNTTAA

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Há mais de um século os estivadores se organizam em nossos portos.

FNEFazendo a história da estiva no Brasil.

Filiada à

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A

A Cadeia da Segurança Operacional e daPrevenção de Poluição no Transporte Marítimoe nas Operações em Terminais.1

A visão da OCIMF (Oil Companies International Marine Forum) quanto aoAfretador/Carregador e o Terminal/Recebedor

organização multilateral OCIMFfoi criada em 1970 como respos-ta a crescente conscientização

do público em geral quanto à poluiçãomarinha causada por óleo, no rastro domaior desastre até então ocorrido nomundo – o encalhe do petroleiro “TorreyCanyon”, em 1967 – que resultou no der-ramamento de 120.000 toneladas de pe-tróleo cru na costa britânica.

O Fórum congrega hoje 47 membros,além de praticamente todas as grandescompanhias de petróleo (oil majors). Cabeao seu Comitê Executivo o estabeleci-mento das políticas da organização.

A principal crença da OCIMF é amesma desde 1970, isto é, prover seusmembros e todos aqueles engajados nonegócio do transporte marítimo de óleode recomendações de alta qualidadetécnica, cobrindo todos os aspectos daoperação de navios petroleiros e termi-nais aquaviários.

Embora os membros da OCIMF nãopossuam responsabilidades contratuaisno que tange ao modo de operação ouao gerenciamento de muitos dos naviosque transportam suas cargas ou cargasde terceiros, é evidente que ainda assimpreocupam-se em assegurar que essesnavios completarão suas operações demaneira segura. Nenhum membro daOCIMF tomará em afretamento, ou rece-berá em seus terminais, de forma cons-ciente ou intencional, um navio de al-gum modo considerado sub-standard.Assim, como se assegurar que isso nãoocorra? Quais são os riscos e como es-tes são administrados?

Algumas diretrizes eparâmetros da OCIMF:I. O Fórum prove seus membros e outros

interessados com informações técni-cas factuais e isentas de juízo, paraassisti-los nas suas avaliações de ris-co, sendo a interpretação dessas in-formações um assunto interno decada Companhia envolvida; a OCIMFexterna seus princípios e posiçõesgerais, não podendo manifestar-sesobre políticas e procedimentos deseus membros.

II. No que tange ao papel do Afretador/Carregador e do Terminal/Recebedor,cabem comentários acerca de naviosconsiderados sub-standard ou “anti-gos”. A OCIMF enfatiza que não acre-dita que navios “velhos” e sub-standardsejam necessariamente sinônimos. Aconfiabilidade de um navio e seusequipamentos é função do padrão noqual vem sendo operado e mantido, enão de sua idade isoladamente. Con-tudo, podem haver casos de naviosmais velhos representarem maior ris-co, dada sua idade, o que necessitaser reconhecido em qualquer avalia-ção de risco.

III. Os membros do Fórum são respon-sáveis pelo manuseio de cerca de30% do total anual estimado de 2 bi-lhões de toneladas de óleo transpor-tado pelo mar. É desnecessário dizerque alguns daqueles responsáveispelo manuseio dos 70% restantes,podem ser menos avessos ao risco

que as companhias que integram aOCIMF, e podem vir a aceitar os riscosadvindos de alocar cargas ou de rece-ber em terminais navios de condiçãoincerta ou, até mesmo, sub-standard.Enquanto operadores de navios sub-standard tiverem permissão para con-tinuar a operar sem a certeza dedetecção ou de sanção, sempre ha-verá algum carregador ou recebedorinteressado em usá-los, mesmo quepor ignorância.

Com base nos parágrafos acima, aOCIMF apresenta a seguir uma visão ge-ral do que considera ser mais relevante,no que tange a:• Fatores para a qualidade da Indústria

do Transporte Marítimo;• Fragilidades percebidas no sistema;• Sugestões para ação dos responsá-

veis pelo estabelecimento e acompa-nhamento de padrões na indústria;

• Iniciativas voluntárias do Fórum parao aperfeiçoamento da segurançaoperacional e prevenção de poluição.

Responsabilidade peloestabelecimento eacompanhamento de padrõesna indústria: a quem cabe?

A moderna indústria do transportepossui normas que são influenciadas porinúmeros interessados: Estaleiros deConstrução, Armadores, SociedadesClassificadoras, Seguradores Casco e deResponsabilidade Civil, a OrganizaçãoMarítima Internacional (IMO), Países de

1 Tradução e adaptação livre por Ingo Gortz de “A Charterer’s Perspective of the Safety Chain”, de John Hughes, Diretor da OCIMF (abril de 2001).

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Bandeira, Estados do Porto e Afretadores.A indústria é governada, ainda, por umgrande número de Convenções e CódigosInternacionais, por Regulamentos Nacio-nais e Regionais, pelas Regras das Socie-dades Classificadoras, complementadaspor vários códigos de práticas, Recomen-dações e Orientações.

Em última instância a responsabilida-de final pela operação segura reside noArmador/Operador. Este tem a liberda-de de escolha de Bandeira e de Classepara seu navio, e é responsável pelacontratação de seguro, pela contrataçãoe treinamento de tripulações e por de-senvolver e implementar procedimentosque assegurem manutenção apropriadae operações seguras. A maioria dos ar-madores/operadores atua de forma dili-gente no atendimento dessas obriga-ções. Mas alguns não atuam da mesmamaneira.

Alguns Países de Bandeira, caren-tes de recursos e/ou especialização paracumprir com suas obrigações, delegaminspeções e vistorias a Sociedades Clas-sificadoras e outras entidades. Emboraessa prática seja permitida pelas Conven-

ções, as responsabilidades permanecemcom os Países de Bandeira. Não haveriaproblema com isso, desde que as Socie-dades Classificadoras ou as outras enti-dades em questão, conduzissem as vis-torias estruturais e dos equipamentosessenciais de bordo de maneira diligentee uniforme. Infelizmente, algumas nãoprocedem assim, e mesmo as grandesSociedades Classificadoras, incluídasaquelas membros da Associação Interna-cional de Sociedades Classificadoras(IACS), parecem possuir padrões de de-sempenho variáveis. Portanto, o fato deum navio estar classificado por uma gran-de Sociedade Classificadora de reputa-ção, membro da IACS, não garante por sisó, um navio de alta qualidade. Mas podenão ser esse o caso.

Ainda no tema Sociedades Classifi-cadoras, cabe mencionar a existência de“vácuos” no sistema de classificação denavios, os quais têm sido explorados deforma entusiasmada por alguns armado-res/operadores. Um exemplo especial des-sa prática é a de troca de Sociedade Clas-sificadora, como forma de evitar reparosnecessários. Não se pode afirmar que umatroca de Classe (ou Bandeira) seja neces-sariamente uma tentativa de contornar as

Regras. Mas pode ser esse o caso.O Controle do Estado do Porto

(“Port State Control”) é um dos fato-res-chave na implementação

das normas internacionais.Ele proporciona ao Inspe-

tor do Estado do Portoos meios para a

detenção de um navio, se houver evidên-cias razoáveis de que não apresenta con-formidade com as normas. Assim, se acondição de um navio ou de seus equipa-mentos não corresponde substancialmen-te ao previsto num determinado certifica-do, ou se não está em conformidade como previsto nos regulamentos, o navio de-veria ser detido pelo Controle do Estadodo Porto. Mas pode não ser esse o caso.

O Afretador/Carregador eo Terminal/Recebedor:do que precisam?

Em uma palavra “convicção”. Convic-ção de que um navio tomado em afreta-mento ou recebido num terminal atende-rá ou excederá as normas mínimas inter-nacionalmente requeridas, evidenciadaspelos certificados e documentaçãofornecida pelo armador/operador, queremitidos pela Sociedade Classificadora(classe), quer pelo Estado de Bandeira(estatutários), e pela intenção do Estadodo Porto (“Port State Control”) em permitirque o navio permaneça no tráfego semdetê-lo. Infelizmente, a experiência temdemonstrado que falta esta convicção,devido a “furos na rede de segurança”, queainda permitem que navios sub-standardsobrevivam e operem na indústria.

Imediatamente no rastro de qualquerincidente de maiores proporções, a pri-meira reação é “propor rapidamente no-vas legislações”, como os casos “Erika” e“Prestige” mais uma vez demonstram.Além disso, surge freqüentemente o sen-timento de que o processo regulatório in-ternacional é por demais lento e emperrado,e que mais poderia ser alcançado por ini-ciativas regionais ou nacionais (caso do“Erika” e “Prestige”, novamente). Contu-

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do, essas iniciativas trazem consigo o ris-co de solapar, ao invés de reforçar, todosos regimes internacionais em vigor, e as-sim, reduzir, ao invés de contribuir, com ograu de convicção desejado.

A OCIMF enfatiza que prevenir aciden-tes é mais uma questão de implementaçãocompetente e do fortalecimento da legis-lação internacional já existente, do queproduzir mais e novas regras.

Onde estão as respostas?Na Conformidade com as Conven-

ções existentes: a OCIMF apóia as ini-ciativas no momento em curso na IMO,no sentido de promover a implementação,pelos Países de Bandeira, das provi-sões das Convenções Internacionais apli-cáveis, de maneira plena, uniforme e con-sistente. Em particular, o Fórum estabe-lecerá padrões básicos aceitáveis paraEstados de Bandeira, como forma de de-terminar quais Estados atendem as obri-gações estabelecidas pelas Convenções,e quais são aqueles que se beneficiariamde assistência técnica no aperfeiçoamen-to de suas práticas. De modo semelhan-te, a recente publicação da “White List”referente a Convenção STCW sobre marí-timos, identifica os Países de Bandeiraque atendem aos requisitos estabeleci-dos nessa Convenção, e identifica tam-bém áreas onde a IMO poderia proverassistência técnica para permitir aos Es-tados de Bandeira aperfeiçoar seu treina-mento em certas áreas.

No Fortalecimento dos Controles doEstado do Porto: A inspeção de Con-trole pelos Estados dos Portos (“PortState Control Inspections”) é um dosfatores-chave para a implementaçãodas normas internacionais, sendo aferramenta mais poderosa disponível,já que propicia ao Inspetor poderespara detenção de um navio, se hou-ver base razoável para supor que estenão está conforme as normas.

Melhora do desempenho das Socie-dades Classificadoras: A imagem des-sas sociedades tem sido afetada emanos recentes; os casos “Erika” e“Prestige” foram certamente o limi-

te. Se navios são construídos commenos aço ou se sua resistência vemsendo comprometida ao longo dotempo, é algo a ser determinado. Ofato é que navios, que têm um ‘selode aprovação’ emitido por organiza-ções que são inigualavelmente qua-lificadas para julgá-lo, tem falhado,e com conseqüências desastrosas.

Mesmo antes dos eventos “Erika” e“Prestige”, a OCIMF vinha procurandoencorajar os membros da IACS a aperfei-çoar seus padrões, e para que a IACS as-sumisse o papel preponderante nesseprocesso.

O Carregador e o Recebedor:Rastreamento, Aceitação e Veto deNavios (“Vetting”). Um dos mais ime-diatos e irracionais comentários que seseguiram ao caso “Erika”, foi o de que asistemática de aceitação (“Vetting”) dostomadores do navio era, na melhor dashipóteses, inadequada ou, na pior delas,totalmente falha.

O sistema SIRE da OCIMF (ShipInspection Report Programme) foi criti-cado, talvez de forma injusta, por aque-les que não são membros do Fórum, nãoutilizam o sistema e não compreendemtotalmente sua finalidade, acreditandoque o sistema SIRE era o próprio siste-ma de “Vetting” do tomador do “Erika”, enão parte dele.

Após os eventos “Erika” e “Prestige”,os membros do Fórum vêm revendo seussistemas de “Vetting”, de forma a extrairas lições aprendidas destes acidentes.Modificações têm sido introduzidas, da-dos os “furos existentes na rede de se-gurança”. Pelo lado da OCIMF, avançostêm ocorrido no processo de qualifica-ção de inspetores do programa SIRE, atra-vés de cursos e exames de acreditação.

O Sistema de “Vetting” de todos osmembros do Fórum é uma ferramenta deanálise de risco, sendo cada um delesúnico e diferente em termos de proces-so, embora extraindo informações emgeral das mesmas fontes de dados.

Vale destacar que, a única razão pelaqual os membros do Fórum inspecionamnavios é que, outros processos de ins-peção têm falhado com freqüência. Isso

Ingo Gortz é Engenheiro Mecânico forma-do pela UFRJ (1979). Pós-graduado emEngenharia de Sistemas Industriais (UFRJ),Política e Estratégia (ESG) e Administração(Coppead). Atuando na área de Logísticade Transporte Marítimo, exerceu funçõesde staff e gerências diversas na Petrobras eem empresa privada, englobando as áreasde Engenharia e Consultoria, Coordenaçãode Empreendimentos (Brasil e exterior),Novos Negócios e, em anos mais recentes,Operação de Frota de Navios Petroleiros.Atualmente, é Chefe da Coordenação deVetting da Transpetro

demonstra o compromisso dos mem-bros, que empregam mais de 400 inspe-tores acreditados em todo o mundo, eque realizam no seu conjunto mais de10.000 inspeções por ano.

A OCIMF tem trabalhado e continua atrabalhar com a IMO, com autoridadesregionais na medida do necessário, comSociedades Classificadoras e outros in-teresses, para assegurar que se tenhasólidos controles sobre todos os aspec-tos da indústria. O Fórum está compro-metido em contribuir com medidas, quepermitam assegurar que qualquer modi-ficação nas regras e regulamentos apli-cáveis à indústria, focalizem a raiz da cau-sa dos problemas e construam a basepara o aperfeiçoamento dos padrõesmundiais.

Embora seja compreensível que hajapressões para que medidas locais ou re-gionais sejam adotadas após um novoincidente, isso se choca com o fato deque a IMO é a organização internacionalque estabelece as convenções interna-cionais e fixa os padrões mundiais quebeneficiam a todos.

O verdadeiro esforço deve ser concen-trado na implementação apropriada dasnormas internacionais existentes, de modoa assegurar que navios sub-standard nãotenham refúgio para se esconder. Qualqueroutra abordagem criará desequilíbrios re-gionais, permitindo que navios sub-standardainda encontrem oportunidade de empre-go, possivelmente em áreas onde haja ca-rência de recursos para policiá-los, e paralidar com as conseqüências em caso deincidentes.

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“N

A União faz a forçaEm entrevista a “Unificar”, eletricista atesta vantagens advindas da unificação com oficiais mercantes

ão há dúvidas de que os maríti-mos unidos ficarão mais fortes.E todos poderão se beneficiar

com isso.” A afirmação é do técnico ele-tricista Vilmar Pedro Gonçalves Borba, de50 anos, que filiou-se ao SINDMAR emjunho do ano passado, logo após a unifi-cação do Sindicato Nacional dos Técni-cos Eletricistas com a representação dosoficiais mercantes.

Funcionário da Petrobras há cerca de15 anos, 10 deles a bordo do N/T Lobato,Borba viu com bons olhos os termos donovo acordo coletivo assinado entre aempresa e o sindicato. “Em termos derapidez de comunicação com as tripula-ções, discussão e aceitação dos termosda proposta negociada, pude observaravanços significativos. Foi boa a propos-ta salarial, apesar de sempre esperarmospor um pouco mais. Mas, dentro do ce-

nário atual, o aumento foi satisfatório. Ea unificação foi fundamental nesse pro-cesso, pois trouxe agilidade às negocia-ções, algo que não conseguiríamos seestivéssemos representados por entida-des diferentes”, opinou Borba, para de-pois completar: “Além deste aspecto, ébom considerarmos que na navegaçãointernacional o eletricista é consideradooficial mercante. Infelizmente, em nossopaís, isso não ocorre. Contudo, o desen-volvimento tecnológico tornará indispen-sável esta equiparação.”

A tão propalada proposta de ReformaSindical a ser enviada ao Congresso Na-cional pelo Poder Executivo foi alvo decríticas de Borba, que acredita que se otexto for aprovado nos atuais moldes, en-fraquecerá a luta dos trabalhadores nadefesa de seus interesses, principalmen-te, pela quebra da unicidade sindical. É

antiga a máxima de que é sempre conveni-ente dividir para governar. “O SINDMAR,entre as entidades representativas dosmarítimos, tem se destacado em sua atu-ação. É preciso que os companheiros par-ticipem cada vez mais e se conscientizemde que já temos uma força atuante e quepoderá ser ainda maior se aumentarmos anossa participação. No meu entendimen-to, essa é a melhor forma de exigirmos osnossos direitos e de nos inteirarmos so-bre o que afeta os trabalhadores e, em es-pecial, a categoria marítima”, disse.

O eletricista manifestou ainda espe-rança de que o êxito dessa união estimu-le as demais entidades a seguirem o mes-mo caminho, possibilitando aos maríti-mos contarem, num futuro imediato, comuma organização com reduzido númerode sindicatos sempre objetivando alcan-çar o sindicato único.

Eletricista Vilmar Borba, em recente visita ao SINDMAR

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Altamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro BorgesAltamiro Borges

As montadoras geram

empregos?m sua primeira visita à fábricada Fiat Automóveis, em Betim(MG), em 19 de março, o Presi-

dente Luiz Inácio Lula da Silva anunciouque poderá promover novo acordo comas montadoras para aquecer o setor egerar empregos. “O governo está total-mente aberto para convocar outra vez aindústria automobilística e ver que tipode política se pode adotar para facilitarnão apenas a venda de carros, mas paragarantir que as empresas contratem maistrabalhadores”, disse. O anúncio-surpre-sa agradou à direção da multinacionalitaliana – que, bondosa, doou “um car-ro” ao Fome Zero! Lula aventou uma novaredução do IPI (Imposto sobre ProdutosIndustrializados) e sugeriu que os Esta-dos também abram mão de suas recei-tas tributárias.

Se confirmado, este será o quinto pa-cote de incentivos fiscais concedido nafase recente ao poderoso setor automobi-lístico – que é totalmente controlado porfirmas estrangeiras. O primeiro foi o planode estímulo ao carro popular, em 1993;no reinado de FHC, dois acordos de re-dução do IPI foram firmados; já em agos-to passado, sensibilizado com a retoma-da das demissões, o presidente Lula, ex-metalúrgico do ABC, aprovou um planode “desencalhe de estoques”. Todos es-tes acordos, porém, nunca reverteram aretração de vagas no setor; no máximo,impediram temporariamente novos fa-cões. Com a economia estagnada, as ven-das oscilaram. No caso do último acordo,elas subiram de 81 mil veículos vendidosem agosto para 139 mil em dezembro eagora voltaram a baixar – 84 mil veículos

comercializados em fevereiro passado.Já as multinacionais tiveram seus lu-

cros mantidos – seja pelo brutal aumentoda produtividade, decorrente da acelera-da automação tecnológica, seja devido àsbenesses do poder público. Apesar detoda a ladainha neoliberal, os oligopóliosadoram mamar nas tetas do Estado. Sóno ano passado, o Banco Nacional deDesenvolvimento Econômico e Social de-sembolsou R$ 2,3 bilhões ao setor emcontratos de empréstimos. Deste total,apenas R$ 126 milhões foram para duasfábricas nacionais de ônibus (Busscar eMarcopolo) – o restante beneficiou as po-bres montadoras estrangeiras! E quandoo presidente do BNDES, Carlos Lessa,decidiu elevar a taxa de juros de longo pra-zo para os empréstimos às multinacionais(o TJLP passou para 5,5% ao ano, enquan-to para as empresas nacionais a taxa é de,no máximo, 4,5%), elas ainda chiaram!

Poder em DemasiaAntes que o governo Lula renove qual-

quer acordo de incentivo às montadorasé preciso pesar bem os seus efeitos naeconomia. Além de remeter altos lucrospara o exterior, estas multinacionais hámuito não são indutoras de novos em-pregos. Por outro lado, detêm poder emdemasia e cometem uma série de absur-dos. Um recente estudo da Confedera-ção Nacional dos Metalúrgicos (CNM),feito em parceria com o Dieese, compro-va que o Brasil virou um paraíso para asmultinacionais dos automóveis [2]. Tan-to que a “ditadura do mercado”, impos-ta pelos neoliberais de plantão, atraiuvárias empresas para o País – em 1990

existiam 12 marcas e 17 plantas insta-ladas; já em 2002, havia 18 montadorasestrangeiras e 27 fábricas instaladas.

Segundo a pesquisa, a implantaçãodestas novas unidades não gerou o pro-metido boom de empregos. As indústriassimplesmente se aproveitaram dos acor-dos com os governos, no contexto daguerra fiscal, para instalar e transferir osseus parques industriais e obter maioreslucros. Tais acordos “não estabeleceramcontrapartidas sólidas e transparentesno tocante às relações de trabalho vigen-tes no setor”, afirma o texto. Com isso,as empresas reduziram seus custoscom a remuneração e retiraram direitosdos trabalhadores. Enquanto um operá-rio do ABC paulista recebia, em média,R$ 2.609,48 em dezembro de 2001 (so-mando salário direto e adicionais), ometalúrgico da Iveco/Fiat de Sete Lagoas(MG) ganhava apenas R$ 583,75.

A acalentada pesquisa confirma queacordos unilaterais não resultarão em“mais e melhores empregos” – conformeo prometido na campanha Lula Presiden-te. Não é para menos que a CUT e as de-mais centrais sindicais propõem a reto-mada do crescimento econômico e o for-talecimento do papel do Estado, inclusi-ve com a adoção de políticas industriaisativas, como fatores decisivos para gera-ção de emprego e renda [3]. Além disso, aCNM insiste na urgência da implementaçãodo contrato coletivo nacional, que “ajuda-rá a impedir a competição entre regiõese plantas industriais, fundamentadas norebaixamento das condições sociais(dumping). Além da jornada e da remune-ração, o contrato coletivo possibilitará a

1- O direito à preguiçaO direito à preguiçaO direito à preguiçaO direito à preguiçaO direito à preguiça. Paul Lafargue. Editora Hucitec, 1999. 2- Do holerite às comprasDo holerite às comprasDo holerite às comprasDo holerite às comprasDo holerite às compras. CNM-CUT, Dieese e Sindicato dos Metalúrgicosdo ABC, junho de 2003. 3- A pauta do crescimentoA pauta do crescimentoA pauta do crescimentoA pauta do crescimentoA pauta do crescimento. CUT, FS, CGT, CAT e CGTB, setembro de 2003. 4- Fordismo e toyotismo na civiliza-Fordismo e toyotismo na civiliza-Fordismo e toyotismo na civiliza-Fordismo e toyotismo na civiliza-Fordismo e toyotismo na civiliza-ção do automóvelção do automóvelção do automóvelção do automóvelção do automóvel. Thomas Gounet. Editora Boitempo, 1999.

E“E então, por haver excesso de mercadorias e falta de compradores, as fábricas fecham as portas e afome açoita as populações operárias com seu chicote de mil lâminas.” Paul LafarguePaul LafarguePaul LafarguePaul LafarguePaul Lafargue [1]

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regulação de outros elementos como ascondições de trabalho, a representaçãosindical e a reestruturação produtiva”.

Civilização do AutomóvelNeste complexo tema, alguns estu-

diosos propõem ainda ir mais a fundo nadiscussão; o buraco seria mais embaixo.Questionam mesmo qualquer incentivoà indústria de veículos. No livro Fordismo etoyotismo na civilização do automóvel, o belgaThomas Gounet argumenta que este se-tor já está com sua capacidade de pro-dução esgotada e que não serve maiscomo alavanca para o desenvolvimentoeconômico. Com farta documentação,ele comprova que esta indústria atingiu oseu topo, o que explicaria os constantesfechamentos de fábricas nos EUA, Euro-pa e Japão e o violento desemprego nosetor. A decisão de investir na periferia dosistema visaria apenas manter seus lucros,

Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB, editor da revista Debate Sindical e autor,com Marcio Pochmann, do livro Era FHC: A regressão do trabalho (Editora Anita Garibaldi)

explorando baixos salários e gozandodas benesses públicas.

No prefácio da edição brasileira, Gounetantecipava que várias empresas tinham pla-nos de investimentos no Brasil. “Ávidos delucros e movidos pela concorrência, todosos empresários acorrem a essa região paraaí construir fábricas brilhando de novas...Mas quem comprará esses veículos, numpaís que nunca consumiu mais de 2 mi-lhões de veículos novos por ano, num paísonde os salários dos trabalhadores da in-dústria automobilística, mais bem pagosque seus colegas de outros setores, sãoquatro vezes inferiores aos dos países eu-ropeus?” Para ele, essa contradição seria aexpressão da anarquia capitalista. “É a cri-se de superprodução. E qualquer tentativade resolver essa crise, reforçando mais ascondições de exploração, apenas piora ascoisas, visto que amplia mais o diferencialentre a produção e o consumo.” [4]

Ainda segundo o autor belga, a indús-tria automobilística teria alta capacidadede inovação em métodos e tecnologiaspoupadores de força de trabalho. Nessesentido, seria ilusão imaginar este setorcomo solução para o drama do desem-prego. “Foi ela que criou o chamadofordismo. Foi ela que elaborou e desen-volveu os chamados métodos flexíveisde produção.” Na fase atual, da automaçãomicroeletrônica e do método toyotista, “aintensificação do trabalho atinge o auge.A mão-de-obra é empregada mais inten-samente que antes. Exemplo é a mudançada relação um homem/uma máquina paraa relação uma equipe/um sistema (ondecada homem opera em média cinco má-quinas)”. Ou seja: faz parte da lógica dasmontadoras a baixa geração de empre-gos; portanto, é discutível a intenção dogoverno de firmar um novo acordo como setor!

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Reunião Tripartite de Especialis-tas em Proteção, Segurança eSaúde no Trabalho Portuário,

ocorreu entre os dias 8 e 17 de dezembrode 2003, na sede da Organização Interna-cional do Trabalho, em Genebra, Suíça.

O fórum teve como objetivo o exame ea adoção de um Projeto de Repertório deRecomendações Práticas sobre Proteção,Segurança e Saúde no Trabalho Portuário,conforme decisão da 287ª Reunião doConselho de Administração da OIT.

A composição da reunião foi feita apartir de especialistas designados pelosgovernos, por empregados e por empre-gadores dos 12 países convidados: Ale-manha, Austrália, Brasil, Canadá, China,Egito, Espanha, Estados Unidos, Filipi-nas, Nigéria, Panamá e Reino Unido. Tam-bém assistiram como observadores, es-pecialistas dos governos da Finlândia, Itá-lia e Turquia.

O Brasil contou com a presença, comorepresentantes, do Auditor-Fiscal do Tra-balho, Daltro de Souza D’Arisbo, Coor-denador Regional da Inspeção do Tra-balho Portuário e Aquaviário da DRT-RS, e o Comandante-de-Longo-Curso,Darlei Santos Pinheiro, representanteda CONTTMAF junto a RepresentaçãoPermanente Brasileira na IMO – Organiza-ção Marítima Internacional, em Londres.

No início dos trabalhos foi aprovadopor unanimidade adotar, para fins demaior praticidade e agilidade, a divisão dostemas em dois repertórios e dois fórunsparalelos de discussão, um sobre prote-ção e outro sobre segurança e saúde, bemcomo a sua publicação em separado.

Quanto à representação brasileira, fi-cou acordado que o Auditor-Fiscal per-manecesse no fórum sobre Segurança e

Saúde, e o Comandante-de-Longo-Cur-so no grupo de discussão sobre Prote-ção Portuária.

1. O Repertório de proteçãonos portosOs ataques aéreos às torres do World

Trade Center, em 11 de setembro de 2001,envolvidos em processos de transporte ecomércio, tornaram alarmante o perigo dautilização destas atividades como armas.

Em decorrência, em 12 de dezem-bro de 2002, a IMO adotou emendas àConvenção Internacional sobre a Segu-rança da Vida Humana no Mar, incluin-do o ISPC – Código Internacional paraa Proteção de Navios e de InstalaçõesPortuárias – o qual deverá entrar emvigor em 1 de julho de 2004.

Por sua parte, a 91ª Sessão da OIT,ocorrida em junho de 2003, em Gene-bra, adotou o texto da Convenção (Re-visada) nº 185 sobre Documento deIdentidade de Marítimo, para ratificaçãopelos Estados-membros, a qual abordacom detalhes as questões relacionadascom a identificação e acesso a terra eao porto dos marítimos.

O Projeto de Repertório de Reco-mendações Práticas sobre Proteçãonos Portos, centrando-se em um tex-to-base previamente criado por um gru-po conjunto de trabalho IMO/OIT, de-cidiu ampliar o critério de proteçãoadiante da zona portuária para abran-ger todo o porto.

Compatibilizado com as normas doCódigo PBIP da IMO, o Repertório objeti-va, além da disseminação de práticaspara a otimização da proteção e vigilân-cia nos portos, estabelecer normas maisabrangentes do que aquele código, o qual

redigiu requisitos exclusivamente para aproteção dos navios e das suas interfacesimediatas com o porto.

Será apresentado em maio de 2004,nas sessões do Comitê de SegurançaMarítima (MSC-78), na IMO, um relatóriosobre o assunto incluindo avaliação doimpacto, benefícios e custos das reco-mendações, para as considerações dosEstados-membros. Um ponto que deveser observado, considerando as emen-das aprovadas em dezembro de 2002 àConvenção SOLAS-74, é que o respecti-vo Repertório tem por objetivo, confor-me a Resolução Nº 7, reforçar a prote-ção de navios e instalações portuáriasnão cobertas pelo Capitulo XI-2, portan-to, os códigos ISPS e o Código de Práti-cas (COP) sobre Proteção Portuária secomplementam.

Feita a colocação acima, as atençõesa “onda de Security” para justificar avulnerabilidade da proteção aos cidadãosamericanos nas próximas eleições e oapoio de aliados europeus, embora oCOP sobre Proteção Portuária tenha ca-ráter recomendatório, as circunstânci-as propiciam a possibilidade de torná-lomandatório, posto que, caso isto acon-teça, precisará de mais investimentos nocomplexo portuário além daqueles já pre-vistos na aplicação do Código ISPS.

2. O Repertório de Segurança eSaúde nos PortosOs representantes dos países no gru-

po Segurança e Saúde nos TrabalhosPortuários discutiram um texto anterior-mente produzido por pesquisa prepara-da por assessoramento externo da Orga-nização Internacional do Trabalho.

Em termos históricos, o primeiro Re-

Repertório de Recomendações Práticassobre Proteção, Segurança e Saúde no

Trabalho Portuário

Daltro de SouzaDaltro de SouzaDaltro de SouzaDaltro de SouzaDaltro de Souza

“Proteção, Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Reunião Tripartite em Genebra, dezembro de 2003”

A

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pertório de Recomendações Práticas daOIT sobre Segurança e Saúde nos Traba-lhos Portuários foi editado em 1958, comocomplemento da Convenção de 1932 so-bre proteção contra acidentes dos carre-gadores portuários do cais, a qual substi-tuía uma anterior, datada em 1928. Os úl-timos trabalhos da OIT acerca de seguran-ça e saúde portuárias remontam ao Guiade 1976, e ao Repertório de 1977.

Em 1979, surge a Convenção 152 daOIT, Segurança e Higiene nos TrabalhosPortuários, ratificada apenas por 20 paí-ses, incluindo o Brasil.1

Desde então, o desenvolvimentocientífico proporcionou a introdução dediversos aperfeiçoamentos nas opera-ções de carga e descarga portuárias, dei-xando obsoletos aqueles manuais.

Nestes 26 anos transcorridos desdeo Repertório anterior, tais modificaçõestécnicas modernizaram aqueles proces-sos e injetaram melhoras importantesnos métodos, como, por exemplo, namanipulação de cargas.

Porém, as inovações introduziram

novos riscos, levando a OIT a revisar oRepertório e o Guia, e refundi-los em umamesma publicação, a fim de facilitar a suaconsulta e contribuir para o cumprimen-to da Convenção 152.

O exame do Projeto de Repertório deRecomendações Práticas sobre Seguran-ça e Saúde nos Portos foi desenvolvidode 8 a 17 de dezembro de 2003, cons-tando de 12 capítulos e 250 páginas, sen-do objeto de numerosas discussões etransformações, das quais daremos no-tícia das mais importantes, a seguir:

2.1 Introdução, âmbito,aplicação e definições

No primeiro capítulo foram colocadasvárias definições que figuravam na Con-venção 152, para que, na medida do possí-vel, o novo repertório ficasse autônomo,não exigindo consulta a outras fontes.

Uma nova seção, denominada “Inova-ções nos Portos”, propôs que antes de seintroduzirem novas técnicas, as quais pos-sam interferir na segurança e saúde dosportuários, deva-se atentar a uma base de

provas e dados, consultas a empregado-res e a empregados, ao acatamento da le-gislação nacional, e a mecanismos parasupervisionar uma utilização segura.

A representação dos trabalhadorespropôs uma emenda destinada a evitarque, em alguns pontos, restasse a impres-são que o Repertório alentasse ou permi-tisse que a carga fosse manipulada pelaprópria tripulação, sendo acordado su-primir referências à manipulação de car-ga por gente do mar.

2.2 Recomendações geraisNesta parte, o Repertório alude à or-

ganização do trabalho e à segurança, dis-correndo sobre empregadores e empre-gados, gestão e direção, análise de ris-cos, comitês de segurança e saúde e seusrepresentantes, seleção e formação.

No debate relativo aos representantesde segurança (na legislação brasileira osrepresentantes dos trabalhadores na CIPAPortuária, a CPATP), foi redigido um textoreconhecendo a importância de que osrepresentantes dos trabalhadores fossem

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designados por sindicatos reconhecidos,ou por grupos de trabalhadores quandonão houvesse entidades sindicais.

2.3 Infra-estrutura, instalações eequipamentos portuários

O capítulo 3 aborda o ambiente por-tuário, descrevendo sua parte físicacorrelacionada com a segurança, conten-do itens como pavimento, tráfego e cir-culação, proteção contra incêndios, zonade operação portuária, acessos aos na-vios e terminais, armazéns e depósitos,e equipamentos de proteção.

Examinando a questão dos níveis deiluminamento nos portos, o representan-te do Brasil ressaltou a importância da ilu-minação nas fainas portuárias, recomen-dando que estes níveis fossem elevadosem relação aos valores mínimos atuais.

A reunião decidiu aumentar os valo-res de iluminamento a um mínimo de 10lux nas vias de acesso, e 50 lux nas zo-nas de operação.

Inobstante a reclamação do governobrasileiro quanto à insuficiência do valorde 10 lux, a representação dos emprega-dores fez notar que os novos níveis repre-sentavam um aumento de 100 % em rela-ção às normas existentes. Houve aceiteda representação obreira, ainda que hou-vesse preferido maiores níveis.

No item relativo aos equipamentos deproteção individual, este Auditor-Fiscalalertou para que não fossem conduzidosos assuntos de forma a tratá-los comoeliminadores ou controladores de riscosou perigos.

2.4 Equipamentos de içar eacessórios de manipulação

O capítulo 4 discorreu sobre os equi-pamentos e seus manuais, certificados,provas, cargas máximas de segurança,manutenção e inspeção dos guindastes.

Também enfeixa conhecimentos desegurança sobre empilhadeiras, lingas efundas, polias e roldanas, cabos metáli-cos e de fibra, correntes e pallets.

Muitos foram os debates sobre aslingas de seção redonda. Como em cer-tos países elas não fossem utilizadas,a reunião aceitou que elas não seriamconsideradas.

2.5 Utilização dos equipamentosde içar e seus acessórios

Nesta seção foram discutidos aspec-tos referentes à planificação das operações,inspeção, e controles diários e semanaisdos equipamentos, condições atmosféri-cas, e o uso de aparelhos de carga e descar-ga a bordo e de terra, empilhadeiras etc.

O texto incluiu vários itens e diagra-mas contemplando o tema “carga máxi-ma de segurança”.

Foi decidido que sempre é necessárioinspecionar as lingas de carga pré-lingada,a fim de verificar a possível deterioraçãodas mesmas, e como devem ser os crité-rios para a sua retirada de serviço.

2.6 Operações em terraNo início do capítulo 6 foi ressaltado

que muitas operações que são levadas acabo em terra também são efetuadasnos navios, pelo que as recomenda-ções deste capítulo estendem-se àsoperações nas embarcações.

Foram examinados itens referentesa acessos, manipulação de cargas, equi-pamentos de proteção individual, em-balagens, contêineres, cargas flores-tais, granel e metais, operações comtrens e chatas.

A reunião examinou uma proposta,a qual faculta aos trabalhadores inter-romper uma operação se a consideras-sem um risco para a segurança e saúde.

Os representantes dos empregadosafirmaram que a expressão “risco im-portante” causaria problemas, pois pa-recia implicar que a interrupção só sejustificaria quando o perigo fosse imi-nente, e que a negativa de labor deveriaestender-se a muitas outras situações.

Os especialistas representantes doBrasil e da Finlândia declararam neces-sária a qualificação dos riscos, postoque alguns deles eram inerentes às fai-nas portuárias, e os empregadores pro-puseram que uma formação adequadaproporcionaria aos trabalhadores me-lhores oportunidades para identificar eavaliar os riscos.

Por fim, a reunião acordou em tornode um texto onde foi reconhecido o di-reito dos trabalhadores de interromperas operações que apresentassem riscos.

Sob o título “Ordem e Limpeza” in-cluiu-se, entre outras matérias, que asperdas de óleo e líquidos devem serlimpas imediatamente.

2.7 Operações a bordoO capítulo 7 começa tratando dos

acessos aos navios, para posteriormentediscorrer sobre escadas, escotilhas, tra-balhos em conveses e porões.

Examinando a questão do içamentoacoplado vertical de contêineres, foi de-clarado que o Comitê ISO/104 elaborounorma relativa ao içado de até trêscontêineres agrupados, sujeito a crité-rios específicos, como o peso bruto má-ximo de 20 toneladas por unidade. Porsolicitação do mesmo Comitê, a Associ-ação Internacional Coordenadora do Ma-nejo de Cargas (ICHCA) adotou aquelasdiretrizes em janeiro de 2003.

Os trabalhadores apresentaram umaproposta para suprimir todas as disposi-ções relacionadas com o içado acopladoe incluindo a sua proibição. Argüiram queera aterrador que as empresas tivesseminiciado esta prática ilegal, e divulgarama preparação de uma campanha mundialcontra estas operações. Aludiram ao fatode que inclusive a Administração de Se-gurança e Saúde Ocupacional dos Esta-dos Unidos – OSHA, não autorizava oacoplado vertical para contêineres commercadorias perigosas.

A representação patronal rechaçou asemendas, mencionando que tal acopladoera de uso corrente em diversos países,como afirmaram os especialistas dos go-vernos da China, Finlândia e USA.

Como o tema fosse demasiado con-troverso para alcançar um acordo no Re-pertório, decidiu-se suprimir vários pará-grafos sobre o assunto, levando a maté-ria para a seção “Inovação nos Portos”.

2.8 Mercadorias perigosasO capítulo contém a classificação de

mercadorias perigosas embaladas dasNações Unidas, bem como medidas deprevenção sobre carga a granel sólida, lí-quida e gasosa, notificação e comprova-ção, manipulação e estiva.

Foram agregadas referências, porexemplo, quanto ao Código IMDG2, quan-

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to à incompatibilidade de carga de mate-riais ao mesmo tempo, e à inspeção demercadorias perigosas em zona distinta eespecialmente designada para este fim.

Foi inserido um parágrafo ilustrativodas Recomendações sobre o Transpor-te, Manipulação, e o Armazenamentosem Riscos de Substâncias Perigosas emÁreas Portuárias, da IMO.

2.9 SaúdeA reunião decidiu que os trabalha-

dores portuários expostos a materiaisperigosos recebessem fichas de infor-mação e uma formação adequada sobreestas substâncias.

Também foram aceitas e incluídaspropostas versando sobre a proteção es-pecial dos trabalhadores envolvidos comcargas pulverulentas e outras especiais,por exemplo, couros ou cargas úmidas.

No que concerne ao ruído, dada adificuldade para a definição de sua ex-posição máxima, acordou-se que seriaconveniente a sua determinação atra-vés das legislações nacionais. Foram in-cluídas na lista de referências a Con-venção 148 de 1977 sobre o Meio Am-biente de Trabalho3, bem como a Reco-mendação 156 conexa.

Sob o título “Ergonomia” foi incluí-da nova secção.

Foi amplamente debatido o problemapessoal e confidencial das informaçõesmédicas, com a bancada de empregado-res assinalando que a exigência de sub-meter os trabalhadores a exames médi-cos periódicos poderia ser consideradocomo uma violação de seus direitos.

Decidiu-se que conforme os manda-mentos da legislação nacional, deve serimplementado um programa de avalia-ção médica, o qual deverá avaliar os ris-cos do trabalho, prever um acompanha-mento adequado, e respeitar o caráterconfidencial das informações entre mé-dico e paciente.

2.10 Serviços de higiene e confortoNo capítulo 10 foram feitas recomen-

dações quanto à existência, à constru-ção, ao dimensionamento e à conserva-ção de sanitários e locais para banho,vestiários, áreas para refeições, salas deespera e de contratação.

2.11 Medidas de emergênciaEste capítulo trata dos procedimen-

tos a serem tomados quando da ocor-rência de acidentes com danos pessoaisou materiais, vazamento de cargas e in-cêndios, inclemências do tempo e que-das na água.

Ele inclui medidas como a existênciade socorristas, material para salvamento,planos de emergência e responsabilidades.

2.12 Outros assuntos relativos àsegurança no trabalho

O último capítulo adiciona ações deordem geral, tais como sistemas de ges-tão do meio ambiente, precauções e pro-teções dos portos, e apresenta os seguin-tes anexos do Repertório:

A. provas de aparelhos de içar;B. provas de acessórios de manipula-

ção e exame minucioso;C.exame minucioso de aparelhos de

içar e acessórios de manipulação;D. cargas de prova;E. coeficiente de segurança;F. marcas da classe e qualidade do aço;G. tratamento térmico do aço forjado;H. sistemas de elevação por roldanas

e cabos.

3. Considerações finaisOs volumes do comércio entre os

países agigantaram-se. No Brasil, em2003, o fluxo comercial, soma de impor-tações e exportações, alcançou a fantás-tica soma de 121,3 bilhões de dólares,num crescimento de 12,8%, em relaçãoao ano anterior, significando um notável

Relatório baseado nas reuniões tripartite na OIT para confecção dos novos Repertórios de Proteção, Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. Daltro deSouza D’Arisbo é Auditor-Fiscal do Trabalho da DRT do Rio Grande do Sul, engenheiro de Segurança do Trabalho e Professor Universitário.

acréscimo no movimento dos portos e,por conseguinte, na quantidade, valor eespecialidade do trabalho portuário.

As necessidades e velocidades nalogística dos transportes cresceram namesma aceleração em que se produziramos avanços tecnológicos. As repercussõesna geração de complexos ambienteslaborais e a conseqüente inclusão de no-vos agentes perigosos e crescentes riscos,transformaram completamente os portos.

A edição anterior do Repertório re-monta ao ano de 1977, o que significa26 anos de desencontro entre as inova-ções e a segurança no trabalho. Nesteinterregno, por exemplo, equipamentosde içamento ultrapassaram a marca demil toneladas de capacidade, e consagra-ram-se o uso de contêineres e o trans-porte roll on-roll off.

O volume final do Repertório, conten-do 250 páginas, 12 capítulos e 08 ane-xos, expressa a quantidade e diversida-de de itens do trabalho realizado. Nume-rosas críticas e proposições, acordos econsensos entre as bancadas de traba-lhadores, empregadores e governos es-tenderam a necessidade, nos oito diasde fórum, de reuniões em três turnosdiários, e em alto ritmo, para que fossecumprida a análise de todo o texto.

Com a aprovação formal dos textosconsolidados pelo Conselho de Adminis-tração da OIT, o que deverá ocorrer atéabril deste ano, e posteriores traduções,a disseminação e a aplicação dos Reper-tórios de Recomendações irão propor-cionar novos meios para a prevenção eredução de acidentes e doenças do tra-balho no meio portuário.

O reembasamento de práticas consa-gradas e a afirmação de modernas medi-das demonstram a relevância e a oportu-nidade expressadas pela Organização In-ternacional do Trabalho na consolidaçãode um novo Repertório de Segurança eSaúde no Trabalho Portuário.

1 Alemanha, Brasil, Congo, Cuba, Chipre, Dinamarca, Egito, Equador, Espanha, Finlândia, França, Guiné, Holanda, Iraque, Itália, México, Noruega, Peru,Suécia e Tanzânia. No Brasil a Promulgação deu-se pelo Decreto 99.534 de 19 de setembro de 1990.2 International Maritime Dangerous Goods – Código Internacional Marítimo de Cargas Perigosas.3 Convenção da OIT sobre Proteção dos Trabalhadores contra os Riscos de Contaminação do Ar, Ruído e Vibrações, ratificada pelo Brasil em 1982.

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tomada de poder pelas ForçasArmadas permitiu que a torturafosse institucionalizada e usa-

da como falso pretexto para a manuten-ção da ordem e segurança do País diantedo que os militares classificavam como“ameaça comunista”. Teve como conse-qüência imediata o desmonte temporá-rio das organizações sindicais, especial-mente, das entidades marítimas, portuá-rias e ferroviárias, que desempenhavamum papel de vanguarda no movimentosindical brasileiro. A cúpula militar nãovia com bons olhos a presença de sindi-calistas identificados com os ideais pro-gressistas em um setor essencial da eco-nomia nacional – a Marinha Mercante bra-sileira respondia, na época, por cerca de30% do valor das exportações. Uma lide-rança forte como Bonfante tinha plenascondições de promover uma mobilizaçãonacional e parar o País pelo mar. O su-cesso do golpe, portanto, estaria direta-mente relacionado a eliminação das or-ganizações adversárias do novo regime.

Contexto HistóricoEm 1964, o Brasil vivia uma fase con-

turbada no plano político. A agenda das“reformas de base”, discutida durante acampanha presidencial de 1960 se tor-nou o ponto de referência do debate. A

O Golpe no

Há 40 anos, a República dos Generais inicioua mais implacável perseguição às liderançasdos trabalhadores do mar

Movimento Sindical

Marítimo

“Cerca de meia-noite, de 4 deabril de 1964, a casa foiassaltada por uma tropa quelotava um carro-choque daPolícia Militar, uma camionetada polícia de vigilância e um jipedo DOPS, somando mais de 20homens armados de bombas,revólveres, metralhadoras, todoscomandados por um sargento doExército, inclusive dois oficiaisda PM – o que, positivamentenão era um exemplo de respeitoà hierarquia militar e desmentia,desde logo, a principalmotivação de assalto ao poder,através do golpe militardesfechado. Vociferandopalavras de baixo calão earrombando portas e janelas,

aprovação e implementação de tais re-formas, entre elas a agrária, permitiriaao governo João Goulart encaminhar embases democráticas as mudanças deque o País precisava. Mas para que osprojetos se concretizassem, era neces-sário um compromisso firme em tornodas instituições vigentes, o que nãoaconteceu, como se nenhum setor apos-tasse verdadeiramente na sobrevivên-cia do regime.

Por outro lado, a estratégia adotadapor Jango de buscar a aproximação comos segmentos populares e os sindica-tos de esquerda causava mal-estar nossetores mais conservadores e reacioná-rios da sociedade, cujos interesses ge-ralmente nortearam as políticas gover-namentais. A eleição de Emílio Bonfantepara o cargo de Assessor Sindical paraAssuntos Marítimos da Presidência eraum indicador desta tendência. Verificou-se o fortalecimento dos organismos derepresentação dos movimentos traba-lhistas por meio da atuação de entida-des como o Movimento Unificado dosTrabalhadores (MUT), o Pacto de Unida-de e Ação (PUA), o Comando Geral dosTrabalhadores (CGT) e das organizaçõesque congregavam os trabalhadores ru-rais, cuja sindicalização somente foi re-gulamentada em junho de 1963.

Embora preso e torturado barbaramente nosporões da ditadura, Emílio Bonfante emnenhum momento viu abaladas as suasconvicções políticas

A

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O temor de que o País pudesse sofreruma revolução “de baixo para cima”, pro-vocou a reação da elite brasileira que, como auxílio das Forças Armadas se articu-lou, visando criar um clima artificial deinstabilidade e impedir a votação das pro-postas de reformas no Congresso Nacio-nal. “O que prevaleceu foi a teoria dodominó às avessas. Os militares diziamque nós queríamos sublevar o País, e naverdade, eram eles quem queriam fazê-lopara impedir os avanços sociais”, obser-va o jornalista Eloy Santos, que, na épo-ca, foi preso pela polícia política e convi-veu nos porões da ditadura com diver-sos sindicalistas marítimos.

O discurso de apoio de Jango aos ma-rinheiros e aos suboficiais do Exército nodia 31 de março acabou se tornando oestopim da crise. Cabe ressaltar que oRio de Janeiro foi um dos municípios maisvisados durante a perseguição aosopositores do golpe. Muitas instituiçõespúblicas ainda mantinham sede na antigacapital da República, como o Supremo Tri-bunal Federal, o Superior Tribunal Militar ediversos órgãos do Poder Executivo. Nãofoi à toa que a “revolução”, desencadeadaem Juiz de Fora (MG), se encaminhou estra-tegicamente para o Rio. “A razão apontadapara o golpe não seria apenas a moralizaçãoe a democratização real do País. Enquantonos primeiros dias todos os sindicatos detrabalhadores sofreram intervenções, ossindicatos patronais ficaram incólumes.

acordaram-nos, ameaçandode fuzilamento se nãoevacuássemos a casa dentro deum minuto.” O violento episódioprotagonizado por uma dasmaiores lideranças sindicais doPaís, o Comandante da MarinhaMercante Emílio BonfanteDemaria, ocorreu três dias apósa “revolução”, em um sítio nomunicípio de Itaboraí, no Rio deJaneiro, para aonde ele e seuscompanheiros de militância sedirigiram em busca de refúgio.O relato dramático evidencia oprólogo do capítulo maissombrio da história republicanado País, em que as liberdadescivis foram suprimidas, diversosexpoentes da intelectualidadebrasileira, estudantes, políticos esindicalistas foram perseguidose até assassinados.”

Muitas lideranças destes últimos eram con-vidadas a participar do governo. Esse com-portamento denota que o inimigo da dita-dura era o trabalhador, eram as liderançasoperárias. Já os patrões eram os aliados.Essa linha de pensamento predominoudurante quase todo o governo militar”,observou o advogado, Antônio Modestoda Silveira, que defendeu inúmeros sindi-calistas julgados durante o regime.

Estudante tenta escapar da truculênciapolicial durante conflito em 1968, ano

em que os militares promoveram orecrudescimento da ditadura com a

edição do AI5.

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“Relembrando os 40 anosdo golpe, a reportagemda ‘Unificar’ reconstituiparte da trajetória delíderes que sacrificaramsuas vidas e carreirasem defesa da democraciae da justiça social, heróisque deixaram um legadovalioso para as geraçõesque fazem sindicalismonos dias de hoje”

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Em um primeiro momento, muitasentidades sindicais foram fechadas, suascontas bloqueadas, e seus dirigentespresos e banidos. Os militares visavamtransformar os sindicatos em órgãosassistencialistas e intermediários entreo Estado e as classes trabalhadoras. Proi-biram qualquer tipo de greve, ao mesmotempo em que aplicaram a política de arro-cho salarial e reformaram a lei de remessade lucros, favorecendo as multinacionais.As cerimônias do 1º de Maio continuaramcom o caráter oficial, com os discursosdo governo sobre as virtudes e contribui-ção dos trabalhadores brasileiros para odesenvolvimento nacional, além dos be-nefícios advindos da “revolução”. “No co-meço, o número de pessoas capturadasfoi muito grande, provocando a lotaçãodos quartéis e das prisões regulares. Asdelegacias chegaram a requisitar ao Lloydalguns navios mercantes para manter ospresos políticos. Foram usadas três ouquatro embarcações, que estavam para-das ou não tinham projetos de viagem pró-xima”, relatou Modesto.

O então presidente do Sindicato Na-cional dos Oficiais de Náutica da Mari-nha Mercante, o CLC Hertz Pereira dosSantos, ligado ao grupo de Bonfante, foidestituído do cargo e encaminhado aoPresídio Frei Caneca, sendo posterior-mente, transferido para um Distrito Co-mercial no Alto da Boa Vista, que chegoua abrigar cerca de 240 presos políticos.Seus companheiros na diretoria, AbelPortilho Magalhães (Tesoureiro) e Pierreda Costa e Silva (Secretário) também fo-ram para a cadeia. Um interventor do Mi-nistério do Trabalho foi nomeado paradirigir a entidade até as eleições de 1966.

Filiado ao Partido Comunista Brasi-leiro (PCB), Hertz foi inocentado de to-das as acusações pela auditoria da Justi-

ça Militar, em primeira instância, e peloSuperior Tribunal Militar, em segunda ins-tância. Naquele período, os processos po-líticos haviam sido transferidos, atravésde ato institucional, para o foro militar,porque os ditadores de plantão não con-fiavam na Justiça Comum a despeito dalei determinar que a competência para jul-gar prisioneiros era do Tribunal Civil. Amedida tinha como o objetivo facilitar acondenação de presos políticos. “Mes-mo assim, nós conseguimos absolver aimensa maioria dos perseguidos, prova-velmente uns 90% deles. Confiávamos nadignidade do juiz auditor ao analisar arealidade dos fatos dentro dos limites deaplicabilidade da lei. O juiz auditor, queera o técnico, dava o primeiro voto. Comisso, ele orientava os juízes militares so-bre o procedimento correto. O problemaé que nem sempre isso acontecia, ouporque o auditor não tinha essa grande-za, ou porque os quatro militares já esta-vam orientados por alguma autoridadesuperior para condenar sem provas. Aínão havia jeito. Era condenação contra alei mesmo”, admite Modesto.

Apesar de ter obtido a absolvição,Hertz Pereira dos Santos foi demitido semqualquer justificativa e ilegalmente doLloyd Brasileiro, após 18 anos de carreirana autarquia e, para sobreviver, obteve umalicenciatura em matemática e lecionou eminstituições do ensino médio. Alguns anosmais tarde, voltou a embarcar, atuando nascompanhias Frota Oceânica, Netumar e

O advogado Antônio Modestoda Silveira conseguiu a absolviçãoda grande maioria das liderançassindicais marítimas presasdurante o regime militar

foto: Evandro Teixeira (Jornal do Brasil)

Ícones dosindicalismomarítimo sãocovardementesacrificados

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Pan Americana. Nesta última, comandouo navio Kalu, reabrindo a linha Brasil-Ja-pão na navegação de Longo Curso. Asmarcas da perseguição, contudo, perma-neceram durante boa parte de sua trajetó-ria profissional, como revela seu filho, oCLC Herez Pereira dos Santos. “Meu paiprecisou se esforçar muito e demonstrartoda a sua capacidade para conseguirretornar a vida a bordo. Ele ficou rotuladoe sofreu um rigoroso boicote de muitascompanhias.” Herez aguarda o julgamen-to de uma ação impetrada na 15ª Vara Fe-deral contra a União na qual a família exigeuma indenização por danos morais e opagamento da pensão integral referenteao período em que Hertz deixou de traba-lhar no Lloyd Brasileiro – o CLC acabou seaposentando como celetista e morreu em1997, aos 65 anos. “A Marinha Mercantesofreu um duro revés. Houve uma deban-dada logo depois do golpe e os naviosficaram temporariamente sem oficiais paraviajar. Os militares achavam que a Mari-nha Mercante era um ninho de comunis-tas que queriam incendiar o País e, porisso, tomaram conta de várias embarca-ções”, comenta o 1ON aposentado, ÉdioBarreira Vieira, de 78 anos, que, testemu-nhou os horrores da repressão militar. Naépoca, a Superintendência da Petrobras/Fronape vinha sendo ocupada por um ofi-cial da Marinha do Brasil, geralmente umAlmirante ou um Capitão de Mar e Guerra.“Muitos marujos estavam infiltrados naguarnição dos navios para fiscalizar o tra-

balho a bordo”, afirma o 1ON IvaldoMamede, que, atualmente cuida do De-partamento de Aposentados do SINDMAR.Os funcionários do quadro de terra da fro-ta eram reservas da Marinha, o que revelaa preocupação dos militares em obteremo controle total da atividade marítima.

Os efeitos da barbárie, contudo, sefizeram mais intensos sobre o CLC EmílioBonfante, que havia ganho projeção na-cional após comandar a bem-sucedidagreve dos marítimos em 1953, que parouo País por 10 dias. Os setores mais con-servadores da sociedade viam nele um ele-mento desagregador e temiam suas liga-ções com o PCB e a ascendência que exer-cia sobre os trabalhadores. Sem jamaisabrir mão de suas convicções e de seusideais, Emílio foi em frente e fundou o Pactode Unidade e Ação (PUA) dos Marítimos,Portuários, Estivadores e Ferroviários.Destacou-se na Luta de EmancipaçãoNacional de Defesa da Marinha MercanteBrasileira, do Petróleo e dos Minérios.

Inicialmente, o maior líder sindicalmarítimo foi transportado para o DOPSde Niterói, acompanhado do 1º Comis-sário, Nelson Pereira Mendonça, e dosoperários navais Benedito Joaquim dosSantos e Álvaro Ventura da Costa Filho,os dois últimos, Presidente do Sindicatodos Operários Navais do Rio de Janeiro eDelegado do IAPM, no Estado do Rio deJaneiro, respectivamente. “(...) Nesseambiente de terror, éramos qualifica-dos, sendo aberta a janela da sala da-quele sobrado e sugerido-nos verbal efreqüentemente, que nos suicidásse-mos, atirando-nos por ela a exemplo deoutros presos, para minorar os nossossofrimentos e poupar-lhes o trabalho defuzilamento. (...) Existiam já quase cempresos num local exíguo. Não havia ondedormir. Os degraus de uma escada deacesso ao sótão eram cedidos pelos de-mais aos companheiros mais idosos ecansados, para repousarem sentados. (...)Depois, fomos recolhidos à cela nº 7, deonde eu fui retirado logo a seguir, paraser mais espancado, como de fato o fui,sob a alegação de que diante das mi-nhas responsabilidades, merecia sermais castigado corporalmente. Golpes decassetetes, socos e pontapés atigiram-

O CLC Hertz Pereira dos Santosfoi afastado da Presidência doSindicato Nacional dos Oficiais

de Náutica pelos militaresgolpistas, em 1963.”

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me por todo o corpo (...)”, confessouEmílio Bonfante, que registrou, clandes-tinamente, todo o suplício em pequenospedaços de papel destacados dos cigar-ros durante o período em que esteve empoder dos militares. As anotações eramentregues ao advogado Antônio Modes-to. “Ele desmembrava a caixinha de ci-garros e escrevia à lápis tudo o que esta-va sofrendo. Pela lei, o advogado tem li-berdade de troca de informações com ocliente. Vivíamos sob uma ditadura quequeria permanecer disfarçada. Por isso,algumas coisas eram toleradas. Às vezes,

o policial não via, mas em outras oca-siões, ele queria evitar comprar uma bri-ga para o futuro”, explica Modesto. Taisinformações, posteriormente, foram re-passadas ao jornalista e deputado MárcioMoreira Alves, e serviram de inspiraçãopara o livro “Torturadores e Torturados”,de autoria do ex-parlamentar.

Emílio passou ainda pelo Centro deArmamento da Marinha (CAM), pelo Presí-dio da Guanabara, na Rua Frei Caneca, epelo ginásio de esportes do Caio Martins,em Niterói, que foi adaptado para receberpresos políticos. “No ginásio, permaneciaté o dia 19 de maio, quando fui levadonovamente para o CAM, porque estandopreso há mais de 50 dias, alguns amigosimpetraram habeas-corpus sem que eu osoubesse e como não tinha culpa forma-da, apesar de submetido a inquérito pelaCGI do Estado do Rio, com essa providên-cia a polícia pôde invalidar a medida, in-formando ao juiz que eu já não me achavapreso em suas dependências”, contouBonfante, que 95 dias após a transferên-cia, teve a prisão preventiva decretada peloJuiz da 1ª Auditoria da Marinha.

Ainda em 1964, Bonfante foi demiti-do da Costeira e teve seus direitos políti-cos cassados pelo Ato Institucional nº 1do governo do Marechal Castello Branco.Em 1969, foi condenado a quatro anosde prisão, no Rio de Janeiro. Em razãodisso, exilou-se na Rússia, de 1969 a1971. Durante esse período, morou emMoscou, estudou economia política, his-

Em homenagem ao maior líder da história da Marinha Mercante Brasileira e umadas maiores lideranças na história do sindicalismo nacional, em todos os tempos,os Oficiais de Náutica da Marinha Mercante, deram seu nome a sua Sedeinaugurada em outubro de 1999, que logo depois veio a se tornar a sede doSINDMAR, fruto da unificação dos Oficiais de Máquinas e de Náutica, em marçode 2000 e da união com os Eletricistas da Marinha Mercante, maisrecentemente, em agosto do ano passado. O nosso CMT Bonfantefaleceu em 19 de fevereiro de 1999, aos 75 anos de idade, ao ladode sua amada Rose, depois de uma vida inteiramente dedicada abusca da justiça social. Em seu nome, a Diretoria do SINDMARhomenageia todos aqueles que, a qualquer tempo, mobilizaram-see permanecem mobilizados em defesa da democracia e da justiça.

O 1ON aposentado Ivaldo Mamedeatuava como Imediato nos navios da

Fronape durante o governo militar. tória do movimento operário, teoria e tá-tica do movimento operário e psicologiasocial. De volta ao Brasil, foi novamentepreso e torturado, juntamente com suaesposa Rosemaria Bonfante, em São Pau-lo. “Ele foi capturado entre 1971 e 1972.Voltei a defendê-lo. Emílio foi a julgamen-to e absolvido finalmente. Os argumen-tos contra ele eram totalmente inconsis-tentes. Acusavam, por exemplo, o Emíliode ser comunista. Ora, a lei assegura queser ou não ser alguma coisa é irrelevante.O que é proibido é o cidadão cometer umato ilícito”, concluiu Modesto.

Bonfante e vários outras vítimas darepressão sobreviveram aos 20 anos degoverno militar, garantindo, em conse-qüência, a sobrevivência da organiza-ção sindical e dos ideais progressistas.Tais lideranças, surgidas nas décadasde 1950 e 1960, se destacaram por enxer-gar além dos limites do sindicato e de suaspróprias categorias. Elas enxergavam a na-ção como um todo, porque os problemasdo sindicato eram, na verdade, pequenosproblemas dentro das grandes questõesque afligiam a nação. “O Estado tinha queser beneficiado com o trabalho de todos,incluindo o do dirigente sindical, e aí seinsere o Emílio Bonfante como modelode uma geração extremamente generosa,que pensava o País de uma maneira dife-rente. Pensava-se no futuro da nação, nasperspectivas para nossos filhos e netos”,confessa, emocionado, o jornalista EloySantos.

Aos heróis, anônimos ou não,as homenagens dos homens do mar!

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Uma profissão em que a idade

m tempos de recessão econômi-ca com altas taxas de desempre-go e rendimentos em queda, a

Marinha Mercante vem se tornando oeldorado para muitos brasileiros que bus-cam estabilidade financeira e realizaçãoprofissional. Ao contrário do que ocorrecom empresas de outro setor, muitascompanhias de navegação não impõembarreiras de idade aos trabalhadores etêm proporcionado reajustes acima dosíndices oficiais de inflação, através deacordos coletivos assinados com os sin-dicatos marítimos. Este é o caso do Se-gundo Oficial de Máquinas e cirurgião-dentista, Alexandre Moreira de Sena Fi-lho, que, aos 49 anos, retorna à atividademarítima após 20 anos de afastamento.“A Marinha Mercante me dá suporte fi-nanceiro e a empregabilidade é muito boa.Não tive dificuldades em conseguir umarecolocação no mercado”, confessou oassociado, que atualmente tripula embar-cações da Pan Marine.

Além do entusiasmo expresso empalavras e gestos, uma das característi-cas marcantes de Alexandre é a determi-nação, o que contribuiu para que o ofi-cial conseguisse conciliar a Faculdade deOdontologia e o exercício da profissãode marítimo por cerca de cinco anos. “Naépoca (início da década de 1980) eu via-java pela Aliança. Procurava conciliar osembarques com o período de férias dafaculdade e, assim, fui levando até meformar”, contou.

Após concluir o curso de formaçãono CIAGA, Alexandre fez a praticagem naNetumar pela qual, realizou, em 1979, seuprimeiro embarque como oficial. “Tiveuma experiência um pouco traumática em

uma travessia de 15 dias de Nova Iorqueao Brasil. Sofremos um acidente e fica-mos à deriva no Triângulo das Bermudas.Naquele tempo, não existia navegaçãopor satélite, usávamos o sextante e nãopodíamos saber a latitude nem a longitu-de de nada. Inclusive, foi difícil até para aguarda costeira nos localizar”, relatou. Ooficial se diz impressionado com a evo-lução dos equipamentos de bordo, que,segundo ele, proporcionam maior segu-rança às tripulações. “No entanto, a car-ga de trabalho a bordo aumentou, já quenós, marítimos, somos obrigados a fazerde tudo. Houve um acúmulo de funções.No início da minha carreira, embarcava

2OM Alexandre Sena retorna à Marinha Mercante após carreira bem-sucedida como dentista

com outros 34 companheiros. Hoje, asguarnições foram reduzidas a 23 tripu-lantes”, observou.

Apesar do 2OM ter novos planos emmente, como realizar um mestrado e mi-nistrar palestras sobre temas diversos,em especial sobre Programação Neuro-Lingüística, Alexandre pretende manterseu vínculo com a Marinha Mercante.“Tudo o que eu consegui construir emminha vida se deve ao meu trabalhocomo oficial mercante. Agora, voltei parao setor porque as condições começa-ram a ficar atrativas e tentarei adequarminhas atividades em terra à vida nomar”, concluiu.

O 2OM Alexandre Sena consulta a internet pelo terminal da sala dos associados do SINDMAR

não significa inaptidãoE

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Enilson Pires

1) Que avaliação pode ser feita do trabalho implementado peloDepartamento Jurídico após a unificação do Sindináutica e doSindimáquinas?

Enilson: Olhando criticamente o “antes” e o “depois”, verificamos que o depar-tamento jurídico das duas entidades eram “engessados”. Havia uma certa para-lisia e algumas coisas estavam sendo geridas de forma errônea nesse quesito.Esse problema foi sanado com a unificação dos dois sindicatos, que tornou-se oponto de partida para implantarmos uma nova gestão com maior dinamismo. Amodernidade, com suas exigências de diálogo e participação foi matéria constan-te nessa unificação, e isso tomou força na consciência dos nossos associados, eno caso específico, daqueles que possuíam ou possuem ainda ações em curso.Como conseqüência, houve uma cobrança natural pelos resultados e a luta pelosdireitos subtraídos dos trabalhadores tornou-se mais eficaz. Portanto, a unifica-ção trouxe crescentes melhorias não apenas na gestão do Departamento Jurídi-co, como na do SINDMAR.

2) Quais as maiores dificuldades que o Senhor enfrentoua frente do Departamento nos últimos quatro anos?

Enilson: As dificuldades foram muitas, começando pelo acúmulo de processosem curso dos dois sindicatos. Estes, se desdobrados em recursos, incluindo osarquivados, as liquidações e as execuções, por si só, já respondem a essequestionamento, o que nos leva a concluir que, com certeza, chegamos a dois milprocessos indiretamente. Há ainda a questão das suscetibilidades que não po-diam ser feridas. Foi um trabalho árduo implantar essa estrutura administrativa ea contribuição de advogados e estagiários foi fundamental. Outro ponto crucialfoi a organização para controle desses processos em arquivos manuais e virtuais,trabalho que levou pelo menos seis meses para ser concluído. Merecem desta-que neste ponto as nossas estagiárias que se desdobraram durante seis horas

Vinte e seis anos de serviços prestados àMarinha Mercante brasileira, sendo 10 deles abordo dos navios da Petrobras no segmento delongo curso e 14 na organização sindical. Movi-do por um senso de justiça apurado, o primeirooficial de Máquinas Enílson Pires cursou facul-dade de direito e, à frente do DepartamentoJurídico do SINDMAR, marcou sua atuaçãopela defesa tenaz dos interesses e direitos dostrabalhadores brasileiros. Dono de uma perso-nalidade forte, o dirigente prepara-se agora paraassumir um novo desafio: a diretoria de Previ-dência Social da entidade. “Eu gosto de ir abordo e estar com os colegas. Gosto de ir a cam-po e brigar pelo trabalhador. Insurjo-me contraqualquer tipo de injustiça. Nunca fugi de umaboa luta. As batalhas judiciais contra as em-presas de navegação têm como base e princípio odiálogo com os marítimos”, explica. Só nessesúltimos seis meses, o dirigente sindical visitoucerca de 50 navios. “O Enilson é parte inte-grante do sucesso do nosso movimento sindicalatual por ser um companheiro aguerrido e des-temido, fiel a seus princípios e firme em seuspropósitos. E essa fidelidade tem sido muitoimportante na relação diretoria-sindicato-as-sociados”, define o companheiro de diretoriaMarco Aurélio que trabalhou diretamente comEnilson nos últimos seis meses, e assumiu, emmarço, o Departamento Jurídico da entidade.

Enílson PiresDiretor de Previdência Social

Em entrevista a “Unificar”, o Diretor de

Previdência Social do SINDMAR, Enilson Pires,

e o novo Diretor-procurador, Marco Aurélio

fazem um balanço do trabalho implementado pelo

Departamento Jurídico da entidade,

destacam os avanços conquistados após a

unificação do SINDMAR com o Sindicato

Nacional dos Técnicos Eletricitas e comentam

suas perspectivas para os próximos quatro anos.

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diárias, encarando os percalços advindos dos programas testados. Hoje possodizer, com segurança, que a resposta dada aos nossos associados é mais eficaze veloz se comparada a de antes da unificação. Acredito que poderemos melhorarmuito mais, pois, as sementes já foram plantadas.

3) Quantas ações judiciais foram impetradas pelo SINDMAR desde a suacriação e, em quais delas a entidade obteve ganho de causa?

Enilson: Garanto que não foram poucas, mas prefiro falar do conjunto. Dosaproximadamente mil processos com os quais nos envolvemos, hoje temosuns setecentos em curso. Encerra-se um processo hoje e, em seguida adentra-se com outros dois ou três, sem contarmos com aqueles advindos do Sindi-cato dos Eletricistas. Tenho certeza de que o companheiro Marco Aurélio, queserá o novo Diretor do Jurídico, incorporará novos conhecimentos e práticas.Acredito que esse somatório de novos valores dará um up grade altamentebenéfico para as categorias. Aliás, desejo sucesso ao companheiro MarcoAurélio. Em relação ao ganho de causas, afirmo que fomos bem-sucedidosem muitas ações, mas também perdemos outras tantas, o que é natural. Alémdisso, a vitória tem o poder de tornar as pessoas de certa forma arrogantes,irônicas e boquirrotas, com o “rei na barriga”. Neste caso, prefiro ter a satis-fação de ver resgatado o direito subtraído de um companheiro. Esse é o com-bustível que move o Jurídico.

4) O que o Senhor considera a maior vitória do DepartamentoJurídico nesse período?

Enilson: Essa é uma pergunta difícil, diria que vão-se os aplausos, elogios,críticas, tapinha nas costas e também bofetadas na cara, todas, alternativas co-muns. Se fizéssemos essa pergunta ao sujeito que recebeu uma bela quantia, uns70 mil reais, por exemplo, e que não era associado, nem sabia que tinha umademanda em curso, e que tinha aversão a sindicato, com alvará no banco àdisposição, o que você acha que este cidadão iria dizer?! Certamente, concluiriaque o Jurídico é genial! Agora, vamos imaginar o inverso: um associado com abandeira toda em cima, se perde a demanda, vai dizer que o Jurídico agiu de formaestúpida! Moral da história: entre o burro e o gênio, a distância é curtíssima.Portanto, prefiro dizer que a nossa maior vitória foi o salto de qualidade, e comoconseqüência, conseguimos produzir frutos que estão sendo colhidos lenta-mente de maneira responsável e segura.

5) Quais as suas perspectivas à frente do Departamento de PrevidênciaSocial do sindicato?

Enilson: Para responder essa questão, necessito fazer alguns comentários pre-liminares. A Previdência Social e seus labirintos ambíguos e obscuros por contadas velozes mutações de suas leis e regulamentos deixam os trabalhadores commuitas dúvidas e receios. Montar uma estrutura para gerenciar os mais diversosproblemas é uma tarefa complexa que requer dedicação. Vou procurar me cercarde profissionais competentes, motivados, comprometidos e experientes paraatuar em prol da coletividade marítima. Acredito que, buscando as melhorespráticas e adaptando-as às nossas necessidades, conseguiremos assegurar aqualidade do atendimento prestado.

Marco Aurélio Lucas da SilvaDiretor-Procurador

Desde que passou a integrar o MovimentoSindical há quatro anos, parte desse tempo àfrente do Sindicato Nacional dos Técnicos Ele-tricistas, Marco Aurélio da Silva vem enxergan-do avanços obtidos pelo setor aquaviário, consi-derando como conquista mais significativa aunificação com o Sindicato dos Oficiais da Ma-rinha Mercante. O novo Diretor-Procurador doSINDMAR, com 24 anos de atuação em naviosda Petrobras, revela nunca ter visto dirigentessindicais irem a bordo com tanta freqüênciacomo agora. “Essa é uma preocupação nossa.Eu me sinto muito orgulhoso por fazer parte deuma geração que ouve o associado e o respeita,atendendo efetivamente suas reivindicações nolimite do que pode ser negociado com as empre-sas”, diz o sindicalista. Outro traço caracterís-tico de sua personalidade, além de sua naturalirreverência, é o companheirismo. “O Marco, ape-sar de estar chegando agora, tem uma vontadeextrema de contribuir para a construção de re-lações de trabalho mais justas. Além disso, eletem conhecimento técnico bastante apurado eexperiência na liderança sindical, já que foi pre-sidente do Sindicato dos Técnicos Eletricistas. Éum sujeito muito sério, justo e correto nos seusprocedimentos. Sempre apoiou o MovimentoSindical, atuando em defesa dos trabalhado-res. E isso ele faz com muita maestria”, lembrouo companheiro de diretoria Enílson Pires, queantecedeu Marco Aurélio no cargo de Diretor-Procurador.

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Marco Aurélio Lucas da Silva

1) Como o senhor avalia a unificação do SINDMAR com o Sindicatodos Eletricistas?

Marco Aurélio: A unificação trouxe várias conseqüências e vejo como a maisimportante o fortalecimento das categorias envolvidas. É notável o respeito como qual é tratada uma categoria unificada. Essa união também nos possibilitouelaborarmos um forte antídoto para as reformas sindical e trabalhista que, seforem aprovadas nos moldes propostos pelo governo Lula, trarão efeitos dano-sos aos trabalhadores. Porém, é relevante salientar que para unificar não bastafazer uma pura e simples troca de documentos entre as entidades envolvidas. Háde se ter uma forte conscientização das diretorias que, devem se mostrar dispos-tas a abrir mão de mandatos em prol das categorias. O SINDMAR é a prova do quepode ser realizado com uma unificação por não ter parâmetro algum de compara-ção com as entidades que lhe deram origem. E afirmo que este sindicato aindaproduzirá muito mais em favor das categorias representadas.

2) Como tem sido a reação das categorias à unificação?

Marco Aurélio: Desde a unificação, já tive a oportunidade de visitar cerca de 30navios e tanto os Oficiais como os Eletricistas com os quais conversei foramfavoráveis à união. Temos também a satisfação de sermos parabenizados porcompanheiros de outras categorias. E este é o nosso principal combustível parao fortalecimento da entidade em busca de um sindicalismo cada vez mais voltadopara as necessidades dos nossos associados.

3) Como novo Diretor-Procurador do SINDMAR, quais são as suasperspectivas à frente do Departamento Jurídico da entidade?

Marco Aurélio: Antes de falar da minha assunção ao cargo de Diretor-Procuradordo SINDMAR, quero primeiro lembrar o excelente trabalho desenvolvido pelo compa-nheiro Enilson Pires e por seus assessores que o acompanharam ao longo desteperíodo. Digo isso porque acomodar quase mil processos em uma estrutura total-mente nova, e que trazia processos dos Oficiais de Náutica e de Máquinas comrealidades parecidas, porém com peculiaridades, certamente exigiria muito esforço. Eisso foi feito para que os serviços fossem prestados com a qualidade existente hoje.Assumir o departamento jurídico significará enfrentar estes mesmos problemas deadequação, com a diferença de que hoje eles estão em uma escala menor, pois osprocessos oriundos do Sindicato dos Eletricistas são em número menor do queaqueles que foram herdados do Sindináutica e Sindimáquinas. Mas isso não diminuinossa responsabilidade, pois, certamente surgirão os problemas de readequaçãofísica que vamos realizar, visando otimizar o trabalho dos advogados e estagiáriospara que haja uma melhora significativa do atendimento ao associado.

4) Diante do quadro político brasileiro de mudanças, em sua opinião qualdeve ser o futuro do Movimento Sindical?

Marco Aurélio: O que se vislumbra no cenário de mudanças propostas pelo gover-no petista não deve animar nem a trabalhadores muito menos a nós, dirigentessindicais. Por outro lado, temos o antídoto correto, que é a união, concretizada naunificação de Náutica, Máquinas e Eletricistas. Este processo aliado a muito trabalho,que está referendado pela nossa base, nos deixa confiantes em um futuro cada vezmais promissor, no qual o SINDMAR garantirá um papel de destaque no movimentosindical marítimo brasileiro. Nosso sindicato não se furtará em cumprir sua missãoque é continuar lutando pelo fortalecimento da Marinha Mercante nacional.

Os diretores Enilson Pirese Marco Aurélio têmpautado suas atuaçõespelo intenso diálogo comos trabalhadoresmarítimos embarcados

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Darlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos PinheiroDarlei Santos Pinheiro

O CLC Darlei Santos Pinheiro é representante da CONTTMAF em Londres, junto a RPB-IMO.

O

Responsabilidade e Compensaçãorelativa às Reclamações por Morte,Dano Pessoal e Abandono de Marítimos

Comitê Legal da IMO em sua 77ªSessão, realizada em abril de1998, concordou em garantir,

através de instrumento internacionalapropriado, os direitos dos marítimospara adequada compensação por perdade vida, dano pessoal e proteção em casode abandono. O Comitê apoiou então aconstituição de um Grupo de TrabalhoConjunto IMO/OIT, aprovado pelo Con-selho da IMO e pelo corpo Diretor da OITque seria composto por peritos no as-sunto. Estaria criado, assim, o acordo decooperação entre as organizações.

Na 79ª Sessão do Comitê Legal daIMO, realizada em abril de 1999, foramnomeados oito Estados-membros1 eaprovada a livre participação de todas asdelegações, como observadoras, nos fu-turos debates do Grupo de Trabalho Con-junto IMO/OIT.

No período de 11 a 15 de outubro de1999, na IMO, ocorreu a primeira reunião,com a participação de representantesdos grupos de armadores, marítimos egovernos. Após aquela ocasião, sucede-ram-se cinco encontros, o último acon-tecendo no período de 12 a 14 de janeirode 2004, quando esteve presente, parti-cipando dos debates como observadora,a Delegação do Brasil.2

Ao longo das reuniões, importantesdeliberações do Grupo de Trabalho Con-junto IMO/OIT fundamentaram a criaçãode duas resoluções e diretrizes, as quais,

1 Estados-membros: Chipre, França, Ghana, Grécia, Filipinas, República da Corea, Inglaterra e Estados Unidos.2 Observador: CLC – Darlei Santos Pinheiro.3 Matéria da página 24 da revista UNIFICAR, edição de agosto de 2003.4 Matéria da página 66 da revista UNIFICAR, edição de novembro de 2003.5 Neptunia Mediterrâneo, encontra-se desde novembro de 2003 no porto de Ushuaia, Argentina, “abandonado à própria sorte”, conforme ofício expedidopor seu Comandante em 16 de dezembro de 2003 ao Consulado Brasileiro em Buenos Aires, Argentina.

foram aprovadas previamente pelo Comi-tê Legal e adotadas, em novembro de 2001,pela 22ª Assembléia da IMO e pelo GrupoDiretor da OIT em sua 282ª Sessão, entãodenominadas: A.930 (22) sobre Provimen-to de Garantia Financeira em caso de Aban-dono de Marítimos e A.931(22) sobre Obri-gações dos Armadores em relação às Re-clamações Contratuais por Morte ou DanoPessoal de Marítimos. As duas resoluçõese diretrizes, entraram em vigor em 1º dejaneiro de 2002 e em outubro do mesmoano, o Comitê Legal da IMO, em sua 85a.Sessão, solicitou ao Secretariado do Gru-po de Trabalho Conjunto IMO/OIT, quedistribuíssem às administrações nacionaise organizações pertinentes, dois questio-nários que serviriam para monitorar a apli-cação das mesmas. O propósito seria co-letar informações dos governos em rela-ção ao cumprimento às diretrizes, as difi-culdades encontradas para efetivá-las eas medidas adotadas para resolver os ca-sos de morte, dano pessoal e abandonode marítimos.

Feito o breve histórico e de acordocom os questionários de implementação,no Brasil foi percebida a ausência demedidas para o cumprimento pelos ar-madores de tais Diretrizes. Não houvetambém alteração em leis, normas ouprocedimentos desde a adoção das re-soluções, embora casos conhecidoscomo o NM-Neptunia Mediterrâneo,3

NM- Marcos Dias4 e novamente o NM-

Neptunia Mediterrâneo5 sensibilizassemas autoridades. Contudo, decisões pre-cisam ser tomadas internamente no sen-tido de não só serem atendidas as dire-trizes, mas, haver o apoio do Brasilpara a criação de uma solução obri-gatória já na próxima reunião do Gru-po de Trabalho Conjunto IMO/OIT.

A dimensão dos problemas causadospor reclamações por morte, dano pessoale abandono, atinge marítimos do mundointeiro, sendo que entre as principais difi-culdades em lidar com marítimos estran-geiros abandonados no Brasil, é fazer con-tato com as autoridades do Estado daBandeira ou às Consulares, isso ocorreprincipalmente nos navios de bandeira deconveniência. Quanto aos nossos maríti-mos, os sindicatos necessitam entrar comações judiciais para tentar satisfazer ospleitos da classe, porém estas medidassão demoradas e os fatos exigem solu-ção imediata; uma vez que, essas pesso-as possuem necessidades básicas como:alimentação, cuidados médicos, aloja-mento, ajuda financeira para custear pe-quenas despesas e repatriamento.

Nos casos dos navios que arvoram abandeira nacional, faço uma pergunta:será que vale a pena manter umaempresa reincidente arvorando opavilhão nacional e denegrindo a tra-dição e o respeito à bandeira brasi-leira tão arduamente conquistado nomundo todo?

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ntre os dias 22 e 26 de março, oSINDMAR ministrou em sua sede,sob coordenação do Diretor José

Serra, e em parceria com a Cooperativados Profissionais do Poder Marítimo –COOMAR, os cursos de Ship SecurityOfficer (SSO) e Company Security Officer(CSO), integrantes do ISPS Code. A aulainaugural contou com a presença do Su-perintendente de Segurança do TráfegoAquaviário da DPC, o Capitão-de-Mar-e-Guerra, Fábio Lobo da Costa Ruiz, que,na oportunidade, leu para os 21 alunosparticipantes uma mensagem do Diretorde Portos e Costas, Vice-Almirante Auré-lio Ribeiro da Silva Filho.

O código ISPS estabelece que embar-cações e instalações portuárias deverãodispor, de pessoal habilitado para exer-cer as funções de Oficial de Proteção deNavios (SSO), assim como os armadoresdeverão formar um Coordenador de Pro-teção de Companhia (CSO). A novacertificação é resultado da pressãoexercida sobre a Organização MarítimaInternacional pelos EUA, que após osatentados de 11 de setembro de 2001,passaram a exigir o aprimoramento dosmecanismos de proteção das nações con-tra o possível uso de navios em ataquesterroristas. A preocupação central gira em

torno do tipo e da origem da embarcaçãoe carga transportada. “A nossa firme de-terminação é lutarmos pela inclusão demais um Oficial a bordo, independente-mente da determinação do ISPS Code.Entendemos que isso aliviaria um pou-co a rotina de trabalho dos que lá estão.De qualquer forma, somos obrigados anos adequar a esse novo cenário sobpena de sofrermos graves danos econô-micos”, esclareceu o Presidente doSINDMAR, Severino Almeida.

Para o 2OM Claudio Silva Santos, daSeamar, o curso foi proveitoso, sobretu-do, porque alertou para os diversos cui-dados que devem ser tomados para ga-rantir a salvaguarda dos tripulantes, dasembarcações e dos portos de origem edestino. “Assistimos a demonstrações deuso de equipamentos de detecção de ex-plosivos, material tóxico e dispositivosque fazem o gerenciamento de todos osnavios que estão próximos ou cumprin-do rota semelhante”, destacou.

A partir do dia 1º de julho, os países-membros da IMO, cujas embarcações es-tiverem sem a certificação não poderãocontinuar servindo de base para expor-tação de mercadorias ou ancoradourode navios de passageiros em viagens in-ternacionais.

SINDMARcertificaprofissionaisde olho no

ISPSA nossa firme determinaçãoé lutarmos pela inclusãode mais um Oficial a bordo,independentemente dadeterminação do ISPS Code.Entendemos que isso aliviariaum pouco a rotina de trabalhodos que lá estão. De qualquerforma, somos obrigados a nosadequar a esse novo cenáriosob pena de sofrermos gravesdanos econômicos

CODEE

O Superintendente de Segurança do Tráfego Aquaviário da DPC, o CMG Fábio Lobo Ruiz, participa da aula inaugural do curso preparatório para o ISPS Code

Devido ao sucesso alcançado, oSINDMAR, em parceria com aCOOMAR, formou uma nova tur-ma nos cursos de Ship SecurityOfficer (SSO) e Company SecurityOfficer (CSO) entre os dias 17 demaio e 21 de junho. A diretoriainforma que, se houver demanda,outras edições serão programa-das. Fique atento e consulte a Se-cretaria do seu Sindicato!

Fique atento à aberturade novos cursos

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A excelênciana organização

sindical marítima temnome e lugar certo.

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Fazendo sindicalismo e enfrentando desafios com a coragem do homem do mar.

Todo apoio à

unicidade sindical

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Page 84: Edição 18 - Maio/2004

Você sabia? Seu sindicato sabia!Antes de votar, consulte seu sindicato.

Acompanhe em nosso site (www.sindmar.org.br) a composição desta lamentável galeria.

Ibrahim Abi-Ackel- Advogado graduado pelo UFRJ e Professor Universitário com doutorado em Direito Público.- Vereador por Manhuaçu, em Minas Gerais, pelo PSD (1955-1959).- Procurador-Geral da Prefeitura de Belo Horizonte (1960-1962).- Deputado Estadual pelo PSD (1 mandato) e pela ARENA (2 mandatos).- Deputado Federal pela ARENA (2 mandatos), pelo PDS (2 mandatos), pelo PPR (1 mandato) e pelo PPB (1 mandato).- Licenciou-se do mandato de deputado federal na legislatura 1979-1985 para exercer o cargo de Ministro da

Justiça no governo Figueiredo, de 1980 a 1985.- Suplente de Deputado Federal na legislatura 2003-2007 pelo PP-MG. Exerceu o mandato entre 15 de fevereiro e

18 de novembro de 2003, reassumindo o cargo em 19 de fevereiro de 2004.- Titular da Comissão Especial de Reforma do Judiciário.

• Votou a favor da exigência de idade mínima para aposentadoria pelo INSS.

• Defendeu a extinção do ano de 255 dias para fins de aposentadoria dos marítimos embarcados, atravésda PEC 33/95, que se converteu na Emenda Constitucional nº 20/98.

• Votou pela alteração do artigo 618 da CLT, estabelecendo a prevalência da convenção ou Acordo Coletivode Trabalho sobre a legislação infraconstitucional.

• Votou pela aprovação da PEC 07/95, regulamentada pela Lei 9.432/97, que desobrigou as companhias denavegação de manter nas embarcações inscritas no REB 2/3 de tripulação composta por brasileiros.

• Defendeu a restrição do acesso do trabalhador à Justiça do Trabalho, forçando a conciliação na empresa.

• Votou pela extinção do Regime Jurídico Único, instituindo a contratação pela CLT no serviço público, semdireito à negociação, estabilidade ou aposentadoria integral.

• Votou a favor da instituição da previdência complementar para o servidor público, com quebra de parida-de e de integralidade, além de oferta exclusiva de benefício de contribuição definida.

MalditaGaleria

Lamentável galeria de políticos dediscursos bonitos e práticas horríveis.