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Quem assiste a uma gineteada pela primeira vez fica com pena dos animais. Veterinários, tradicionalistas e ONGs que acompanham o Rodeio Crioulo Nacional, carente de um órgão fiscalizador capacitado, garantem que em geral eles são bem tratados. Mas há exceções

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2Fotos: 10 e 12: Paulo Pasa/O Caxiense | 14: Henry S., SXC/O Caxiense

Customização de abadá para foliões sem coordenação

Jovens promovem solidariedade além do Facebook

Rodeio Crioulo Nacional aindachoca espectadores, mas tran-quiliza protetores dos animais

Yangos: gaúchos e gauchos às pampas

Você tem medo de quê?

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Aos tombos, derby roller ganha adeptascaxienses

Perseverança para crescerna firma

Bem-vindo àNova Rivera

Onde comprargasolina maisbarata

A aventura de Alceu, Dudu, Gaita e Mulata

MODA E BELEZA

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Claro que eu tenho dificuldade para acei-tar a lógica das rodeios. Vegetariana convicta há 16 anos em respeito aos animais, qualquer tipo de violência contra bichos (domésticos, selvagens, de pequeno ou grande porte) me causa repulsa. Mas esse sentimento é muito diferente de não entender que, apesar da aparente brutalidade, o rodeio, pelo menos o mais recente de Caxias, não tem registro de maus tratos aos bois e cavalos. Houve, sim, uma exceção. O CAXIENSE registrou o momento em vídeo que você pode assistir no site ou fazendo a leitura do código QR abai-xo com seu smartphone, tablet ou webcam.

Até mesmo as ONGs de proteção animal concordam que tudo ocorreu dentro da nor-malidade. Tradicionalistas, assim como os protetores, também apontam a necessidade de uma fiscalização mais eficaz. Porto Ale-gre, por exemplo, já tem uma Secretaria dos Direitos dos Animais. Pode ser um caminho a ser seguido por Caxias. Porto Alegre tam-bém – agora mudando de assunto – divulgou a lista com a situação das casas noturnas e os nomes das que foram interditadas. Outro caminho a ser seguido por Caxias. Na página 11, alguns das dezenas de comentários a par-tir das milhares de visualizações da notícia das casas noturnas interditadas em Caxias, mas cujos nomes não são divulgados pela prefeitura. Os comentários pedem transpa-rência e que o direito à informação seja cum-prido. Eu, que morei na Capital por alguns anos, nunca tinha passado por um momento de inferioridade por ser do Interior. Sem-pre achei Caxias do Sul melhor. Mas agora, fiquei desejando que Caxias fosse um pouco mais como Porto Alegre.

A edição passada repercutiu nas redes sociais, abaixo, alguns dos comentários:

A edição 164 está de parabéns. Reportagens de conteúdo histórico e polí-tico muito bons. Agenda cultural bem informati-va”. Marilise Cesa

Tá cada vez mais raro o jornalismo de verdade e O CAXIENSE está de parabéns por ser um dos mais confiáveis meios de comunicação. Cass Panchere

Fica o comentário que a edição 164 da revista é uma verdadeira aula de história. Minha mãe, que nasceu no Juá, adorou.Daniel Dalsoto

Neste mesmo espaço, na última semana, convidei os leitores para que assinassem o abaixo-assinado para que o Estado cumpra a liminar do TJ que obriga o fornecimento de um aparelho ao menino Jackson Bottim, morador de Caxias de 8 anos que ficou tetra-plégico após um acidente. Naquela semana, 2.686 pessoas haviam assinado o protesto virtual para o governador Tarso Genro (PT). A meta eram 5 mil assinaturas. Passada uma semana, já são 5.184 assinaturas e a nova meta é de 7 mil. Abaixo, o código QR leva direto ao abaixo-assinado.

Paula Sperb, diretora de Redação

O ROdeiO cOmO ele é | PORtO AlegRe melhOR que cAxiAs | sOlidARiedAde viRtuAl

Rua Os 18 do Forte, 422\1, bairro Lourdes, Caxias do Sul (RS) | 95020-471 | Fone: (54) 3027-5538

[email protected]

Diretor Executivo - PublisherFelipe Boff

Paula Sperb

Diretor AdministrativoLuiz Antônio Boff

Editor-chefe | revista Marcelo Aramis

Editora-chefe | site Carol De Barba

Andrei AndradeDaniela Bittencourt

Gesiele LordesLeonardo PortellaPaulo Pasa

DesignerLuciana Lain

COMERCIAL

Executiva de contasPita Loss

ASSINATURAS

AtendimentoEloisa HoffmannAssinatura trimestral: R$ 30Assinatura semestral: R$ 60Assinatura anual: R$ 120

fOTO DE CAPAPaulo Pasa/O Caxiense

AgRADECIMENTOSargento Olindo dos Santos e soldado Vander Rodrigues

TIRAgEM5.000 exemplares

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BASTIDORES

Uma Rivera muito mais em conta

lAçO, PeAlO e gineteiO | R$ 70 mil em dOAções AtRAvés dO FAcebOOk | guRiAs de PAtins | PReçO dA gAsOlinA

por Andrei Andrade

Para quem gosta de fazer muitas com-pras e economizar, Miami é logo ali. A distância parece não ser um obstácu-lo diante das vantagens de voltar de lá com as malas cheias de roupas, cosmé-ticos, aparelhos eletrônicos e utensílios domésticos. Dez vezes mais longe que a querida Rivera, no Uruguai – que tam-bém já foi chique – o paraíso das com-pras nos Estados Unidos promete com-pensar proporcionalmente nos bons negócios.

De acordo com o gerente da agência de viagens de Caxias do Sul Milletour, Maguil Marsilio, a frequência de passa-geiros procurando a Flórida como desti-no (além de Miami, Orlando é outra boa opção de turismo e compras) aumentou

em cerca de 70% nos últimos 10 anos. De 5 anos para cá, com o aumento de voos diretos e a baixa na cotação do dó-lar, o hábito consumista se popularizou ainda mais. “Proporcionalmente, é mais vantagem ir para Miami do que para Ri-vera, onde o preço já não é um atrativo tão grande, exceto para bebidas e produ-tos alimentícios. Em Miami, as promo-ções são incríveis. Uma peça de roupa de R$ 300 no Brasil pode custar cerca de R$ 40 por lá”, comenta. De olho em preços tão bons, há quem aproveite para trazer encomendas para os amigos e familia-res ou até produtos para revender. Para alguns, que preferem não se expor para evitar problemas fiscais, virou negócio mesmo.

A caxiense Roberta Lottin Velho, de 32 anos, funcionária de uma produtora de

vídeos, foi para Miami em maio de 2012, acompanhada pela sogra e pelo marido. Grávida de 5 meses, queria trazer de lá o enxoval completo do bebê e aproveitou a companhia para multiplicar a cota de compras aceita pela alfândega (U$ 500 por pessoa). Roberta se espantou com o tamanho da economia que fez. Ela afir-ma que o carrinho, que comprou por R$ 1 mil, não sairia por menos de R$ 4 mil no Brasil, encomendando de São Paulo. Só nessa compra, já compensou o gasto com as suas passagens. Roberta também comprou uma babá eletrônica, roupas de cama e muitas roupinhas. Não fez o cálculo, mas estima em pelo menos 50% a economia que fez em compras. Soma-dos os outros gastos, ainda saiu no lucro. “Acho que, no final das contas, gastei o que gastaria aqui, mas ganhando um

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passeio de uma semana nos EUA de brinde”, analisa. Uma dica que Roberta deixa para futuros compradores é a bus-ca em outlets, lojas em que grandes mar-cas vendem seus produtos de coleções anteriores com grandes descontos. “Não me interessa se as roupas do bebê não são os modelos do ano. O que vale é que são boas e bonitas”, comenta. Desde que voltou, Roberta já recomendou o passeio para amigas e algumas até já convenceu a ir. Ao contrário do que se pode pensar, ela diz que o roteiro não tem glamour nenhum. “As pessoas acham que é muito chique, mas é o contrário. Fui comprar em Miami porque não tinha dinheiro para pagar o que cobram aqui!”, brinca.

Miami também é destino preferencial para o casal Cristiane Smiderle Gonçal-ves, de 26 anos, e Maximiliano Gonçal-ves, de 35, realizarem seus sonhos de consumo. Enquanto o marido já viajou diversas vezes, voltando sempre com aparelhos eletrônicos, uma de suas pai-xões, Cristiane embarcou pela primeira vez em abril do ano passado. Trouxe na bagagem muitas roupas, mas tam-bém boa quantidade de suplementos esportivos (Cristiane é nutricionista), maquiagens e alguns eletrônicos. O que mais chamou a atenção foi um iPhone que compraram por U$ 250 (cerca de R$ 500), que na época custava R$ 2 mil no Brasil. Maximiliano e Cristiane pre-

tendem viajar novamente para os EUA entre março e abril desse ano. A passa-gem por Miami é inevitável, segundo ela, que ainda fala que é preciso ficar atento para não ceder às tentações. “Um risco é ir para lá e sair comprando por impulso, apenas porque é mais barato do que aqui. Se é algo que tu nem com-praria aqui, não adianta trazer só por ser barato”, observa.

Tanto para os habituados quanto para os que ainda planejam a primeira via-gem de turismo e compras, fica a dica: a companhia aérea American Airlines já anunciou que, ainda em 2013, irá im-plantar voos diretos Porto Alegre-Mia-mi. Vai resistir?

MISSÕES / FEIRAS 2013O SIMECS está intensificando os preparativos para

a realização de Missões Técnico-comerciais em 2013 a importantes feiras no Brasil e no exterior. Neste sen-tido, o diretor executivo da entidade, Odacir Conte de-verá manter novo contato com a Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), com o objetivo de firmar uma possível parceria, ben-eficiando a participação das empresas metalmecâni-cas. Em São Paulo o foco será Feira Internacional de Autopeças, Equipamentos e Serviços – Automec, de 16 a 20 de abril. Em nível internacional, o alvo será a Alemanha, onde estarão acontecendo no mês de setembro do próximo ano três importantes feiras téc-nicas. De 16 a 21 de setembro será realizada a Sch-weissen & Schneiden – Feira de Soldagem e Corte. Já no período de 12 a 22 de setembro será realizada a Feira IAA, voltada para o segmento de automóveis. Enquanto isso, de 16 a 21 de setembro será a vez da Feira EMO, especializada em máquinas e operatrizes. Por fim, em novembro, acontecerá a Feira Internacio-nal de Havana em Cuba – FIHAV e no México, a Feira Expotransporte. As empresas metalúrgicas interes-sadas em participar das Missões do SIMECS devem entrar em contato com a entidade, através do fone (54) 3228.1855.

ASSESSORIAS TÉCNICASEm 2013 o SIMECS continuará disponibilizando

para as empresas do seu segmento, o importante atendimento de suas assessorias técnicas. Para tanto, é necessário que as empresas do segmento metalmecânico estejam em dia com suas obrigações junto ao SIMECS. As Assessorias são compostas por experientes profissionais que estarão orientando e es-clarecendo as dúvidas das indústrias metalúrgicas em diversos campos. Atualmente o SIMECS conta com as seguintes Assessorias: Jurídica, Direito do Trabalho e Assessoria em Segurança do Trabalho. Mais informa-ções e agendamento, através do fone (54) 3228.1855.

COMISSÕES DE TRABALHOAs comissões de trabalho do SIMECS deverão ter

um período de intensas atividades em 2013. Os co-ordenadores das comissões já estão organizando a agenda do ano. Em pauta, constam ações relaciona-das à realização de eventos técnicos, voltados para as empresas do SIMECS em Caxias do Sul e região, en-tre outras atividades. A Comissão de Relações do Tra-balho, coordenada por Osmar Antônio Piola é formada por profissionais de Recursos Humanos das empresas do segmento metalmecânico. Por sua vez, a Comissão de Meio Ambiente é coordenada por Luciana da Ro-cha Rech é formada por engenheiros ambientais das empresas metalúrgicas. Já a Comissão de Segurança e Saúde Ocupacional é coordenada pelo engenheiro de segurança do trabalho, Vitor Hugo Facchin. Fazem parte desta comissão engenheiros e técnicos de segu-rança do trabalho das empresas do SIMECS.

PROJETO MÃO AMIGAAo apoiar o Projeto Mão Amiga que completou

três anos, o SIMECS está divulgando esta importante iniciativa social junto às empresas do segmento met-almecânico de Caxias do Sul e região. Trata-se de um projeto que atende crianças, de zero a seis anos, que não conseguem vaga nas escolinhas (creches) do município. São mais de duas mil crianças nessa situação. Em 2012, o Mão Amiga, através de padrin-hos/madrinhas, Imposto de Renda e parceria com o município, conseguiu atender 1.107 crianças. Para conseguir ser beneficiado, os pais deverão estar no mercado de trabalho. O Mão Amiga faz convênio com escolinhas particulares. Estas diminuem o valor da mensalidade. Os pais assumem 50% da valor e o Mão Amiga, os outros 50%. Além disso, uma equipe do Mão Amiga acompanha os pais, com palestras e orientações. Uma lei de 1990 permite que o cidadão e as organizações (Pessoa Jurídica) destinem percen-tual do Imposto de Renda ao COMDICA (Conselho Municipal da Criança e do Adolescente). Este, por sua vez, distribui valores para organizações atenderem cri-anças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Em 2012, o Mão Amiga recebeu R$ 300.000,00. Existe uma última oportunidade de destinar IR, Pessoa Físi-ca: quando da declaração, o governo faculta a destina-ção de 3% do imposto a pagar e poderá ser deduzido integralmente. Informações junto ao COMDICA, fone: 3202.2094 e Projeto Mão Amiga, fone: 3223.5420.

NÚMEROS SOCIAISAproximadamente R$ 370 milhões foram investidos

pelas empresas metalmecânicas em benefícios soci-ais aos seus funcionários. A informação que consta no Balanço Social 2012 do SIMECS, lançado recente-mente, mostra ainda que a média de investimentos das empresas metalúrgicas em benefícios sociais, por trabalhador, foi de R$ 439,00 mensais. As empresas também valorizam o programa de Participação nos

Lucros e Resultados. Por outro lado, somente os in-vestimentos em alimentação e transporte totalizaram mais de R$ 142 milhões, incentivos fundamentais para garantir qualidade de visa aos trabalhadores. Na área da saúde foram investidos aproximadamente R$ 87 milhões. Para se ter uma ideia, dos 496 municípios do Rio Grande do Sul, apenas dois superam as indústrias da base do SIMECS em investimentos nesta área. As empresas também investiram em creche, seguro de vida, auxílio escolar, equipamentos de segurança, meio ambiente, treinamento e capacitação.

APL METALMECÂNICOO Arranjo Produtivo Local Metalmecânico e Au-

tomotivo da Serra Gaúcha – APL MMeA, foi um dos contemplados pelo Governo do Estado com a libera-ção de recursos para projetos de governança, planos de desenvolvimento e núcleos de extensão produtiva. O anúncio ocorreu durante cerimônia realizada no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, com a participação do Governador Tarso Genro. Na oportunidade, Reo-mar Slaviero, vice-presidente do SIMECS e presidente do APL Metalmecânico e Automotivo, agradeceu o apoio do governo gaúcho, salientando a importância desta parceria para o andamento dos projetos previs-tos. Também ocorreu uma reunião de trabalho com representantes das Governanças dos Arranjos e uni-versidades, além do lançamento da Primeira Confer-ência Estadual de APLs. O APL MMeA é formado pelo SIMECS, Senai, Sebrae/RS, Prefeitura de Caxias, Uni-versidade de Caxias do Sul, Governo do RS, Simplás e Garantiserra.

LIVRO SIMECSA obra Por Que Somos Como Somos, editada re-

centemente pelo SIMECS, está sendo oferecida a um preço promocional para as empresas dos segmentos automotivo, eletroeletrônico e metalomecânico de Cax-ias do Sul e região. “Por que Somos Como Somos” é um estudo sobre as ideologias centrais da cultura empresarial do setor metalmecânico da Serra Gaúcha. O livro contou com o depoimento de 49 industriais da região. O SIMECS, ao lançar esta obra, resgatou a história do empreendedorismo do setor metalmecânico de Caxias do Sul e região. O livro pode ser adquirido nas livrarias de Caxias do Sul. Mais informações junto ao SIMECS, fone: (54) 3228.1855.

SIMECS - Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul. Rua Ítalo Victor Bersani, 1134 – Caixa Postal 1334 – Fone/Fax: (54) 3228.1855 – Bairro Jardim América. CEP 95050-520 – Caxias do Sul - Rio Grande do Sul. Web Site: www.simecs.com.br -

E - Mail: [email protected]

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por Leonardo Portella

Imagine um jogo de hockey, mas tro-que o gelo por uma pista de patinação. Substitua as largas camisetas dos tradi-cionais jogadores norte-americanos por roupas curtas e muita proteção, na cabe-ça, na boca, cotovelos e joelhos. Acres-cente boas doses de humor e disposição, capazes de enfrentar o sol forte de uma tarde de verão. É assim, sem medo de se machucar, que as meninas do Horrorcats treinam o roller derby em Caxias.

Pouco praticado no país, o roller der-by é um esporte de intenso contato físi-co, com empurrões e quedas. Cada time conta com 5 jogadores, sendo 4 chama-das de blockers (bloqueadoras) e uma denominada de jammer (aquela que marca o ponto). O objetivo do jogo é que a jammer passe pelas blockears adversá-rias e chegue ao outro lado da pista sem ser impedida. A lógica é: todas correm, fi-cam próximas umas das outras, e o risco de queda generalizada torna-se grande.

Para evitar contusões, o treino de 20 de janeiro, um domingo, ensinava as meninas do Horrorcats a cair. “A forma como a jogadora cai no chão é que pode influenciar um problema mais sério”, ex-plica Tauane Aguirre, de 21 anos, a trei-nadora do grupo. Semanalmente, Tauane se encontra com meninas praticantes do

roller derby em Porto Alegre. “Aprendo técnicas de bloqueio, de queda e de resis-tência física. E passo para as meninas em Caxias. Tem dado certo.” Quem apresen-tou o roller derby a ela foi Ana Maria dos Santos da Silva, também de 21 anos, que fundou o time, o primeiro da Serra Gaú-cha a praticar a modalidade esportiva. Ana conta que sempre gostou de patins na infância. “Manter o equilíbrio sempre foi o mais difícil, mas quando era supe-rado, virava diversão”, conta ela. Após ter abandonado os patins, ela assistiu pela televisão que o brinquedo poderia se tor-nar algo mais sério. “Uma reportagem mostrava um time de São Paulo que se preparava para uma competição”, explica. Ana gostou da ideia, pesquisou e encon-trou um time de roller derby na cidade de Três de Maio, região noroeste do Estado. “Conversei com a fundadora do time de lá e ela disse que me ajudaria a montar um time em Caxias. Aí a ideia começou a ganhar forma e se tornar real”, diz.

No começo dos treinos, em outubro do ano passado, o time contava apenas com 4 meninas. Atualmente, após mos-trarem o trabalho por meio de fotos no Facebook, o Horrorcats já conta com 15 jogadoras, nem todas prontas para o es-porte. “Ninguém já chega sabendo téc-nicas do roller derby logo no primeiro encontro. Treinamos para todas apren-

derem juntas”, explica Tauane. Além dos treinos semanais – o grupo se encontra na quadra de hockey ao lado do Ordovás todas as quartas e domingos –, o Horror-cats fez uma apresentação com as meni-nas do time de Porto Alegre (as mesmas que passam técnicas de jogo a Tauane) em uma quadra ao lado da Usina do Ga-sômetro.

Em meio a tantos perigos, devido à agressividade do esporte, apenas a joga-dora Uli Gonçalves, de 23 anos, se ma-chucou com mais gravidade. Em um dos treinos, Uli desequilibrou-se, caiu e fra-turou o cóccix. Recuperada, ela já treina novamente com o grupo. “É por isso que para praticar o roller derby, tem que ser maior de 18 anos, ter uma maturidade pra assumir a queda, e não responsa-bilizar as tuas colegas ou adversárias de jogo”, conta. Por precaução, Ana explica que cada jogadora conta com uma ficha de informações, para informar os pais e buscar socorro caso seja necessário.

As pretensões do Horrorcats são gran-des. Neste ano, o grupo pretende se ca-dastrar nos órgãos competentes e regis-trar seu primeiro estatuto. Enquanto isso, as meninas seguem treinando e buscando contatos para possíveis apresentações em outras cidades. “Pra mim, já virou uma família. Tudo gira em torno do time”, conta Ana.

Sem medo de cair

Horrorcats |Fotos: Leonardo Portella/O Caxiense

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71.fev.2012

Os postos de gasolina ainda estão se organizando em relação aos novos preços. Na quarta-feira (30), o Governo Federal anunciou o percentual de au-mento de 6,6 % para gasolina e 5,4 % para diesel. O CAXIENSE conversou com representantes de 5 dos principais postos de Caxias para saber quanto era cobrado ao consumidor final antes do reajuste (a ordem respeita os menores antes do aumento, con-siderando em primeiro lugar a gasolina comum; em caso de empate, a gasolina aditivada e, em caso de empate neste item, o diesel). Até receber a nova recarga, alguns deles mantêm o valor antigo. Corra.

Ipiranga | Avenida Rio Branco, entre a Igreja dos Capuchinhos e a Intral

A expectativa de nova recarga é para sexta-feira (1º), mas não há confirmação.

Com o novo estoque, deverão ter acréscimos os atuais valores de R$ 2,85, R$ 2,89 e de R$ 2,28 pagos pelos litros de gasolina comum, aditivada e diesel, respectivamente.

Posto Comboio Rua Pinheiro Machado, próximo ao Andreazza

Até quinta-feira (31), os valores eram de

R$ 2,97, R$ 3,06 e R$ 2,37, para gasolina comum, aditivada e diesel, respectivamente, mas ainda podem sofrer alterações. Antes do aumento, os valores eram de R$ 2,85, R$ 2,95 e R$ 2,30, respec-tivamente.

Sim | RS 122, em frente à SulpeçasDesde quarta (30), a gasolina comum

pode ser comprada por R$ 3,01, a aditiva-da, por R$ 3,08 e o litro do diesel por R$

2,39. Antes, os valores eram R$ 2,89, R$ 2,96 e R$ 2,29 respectivamente.

Tonolli | Rua Alfredo Chaves em frente a prefeitura

A gasolina comum passou de R$ 2,89 para R$ 3,02 e a aditivada, de R$ 2,96 para R$ 3,09. O diesel passa de R$ 2,39 para R$

2,49. Os novos valores estão valendo desde quarta-feira (30).

Rodeio | Rua Sinimbu, em LourdesAtualmente, o litro da gasolina comum

custa R$ 3,09; a aditivada R$ 3,69; e o die-sel R$ 2,39. Os valores anteriores eram de

R$ 2,89 para as duas gasolinas e R$ 2,29 para diesel.

Preço da gasolinaTOP5

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8

Jaime Schneider tem 37 anos e há 23 trabalha na mesma empresa. Mas sua vida está longe de ser rotineira. Porque de tempos em tempos, aliando muita competência e alguma sorte, esse caxien-se nascido em Passo Fundo alcança uma promoção na Randon Implementos, onde começou como auxiliar de pro-dução e chegou a gerente de produção, passando pelas funções de montador, soldador, analista e coordenador. Quan-do chegou na metalúrgica, não tinha completado o ensino fundamental. Hoje, possui MBA em Gestão e Marketing. Leia abaixo o relato de Jaime sobre sua trajetória profissional.

1989 | Em novembro, entrei na Randon Implementos como auxiliar de produção na área de carretas, ajudando a fazer o acabamento. Meu pai, que é montador na mesma empresa, foi quem me ajudou a conseguir meu primeiro emprego. Nessa época, ao contrário de hoje, era permitido menores de idade trabalharem na produção.

1993 | Obtive minha primeira promo-ção na empresa. Agora sou montador/soldador, também na área de carretas. Meu salário aumentou consideravelmen-te, mais que dobrou. Com uma ajuda do meu pai, consegui comprar meu primei-ro carro, um Chevette 1983. Também estou cursando Automação Industrial na Universidade de Caxias do Sul. Nesse início de anos 90, não é tão comum ver pessoas da produção cursando univer-

sidade.

1999 | Depois de 4 anos, deixei o servi-ço braçal para trás e subi mais um posto na firma. Ganhei a concorrência com umas 20 pessoas pela vaga de analista de produção. Por que eu? Acho que por unir os dois principais pré-requisitos da função: o conhecimento técnico da área e estar cursando uma faculdade, que é o principal diferencial. Como analista, faço a linha de frente na relação entre a gestão da empresa e o trabalhador, assim como da produção com diversas outras áreas da empresa.

2005 | Depois de 6 anos como ana-lista de produção, abriu uma vaga para coordenador de produção na área de vagões da empresa. Dessa vez a seleção foi um pouco diferente. Me formei em 2003 e essa foi a primeira vaga de nível superior a qual concorri. Fui selecionado e fiquei por 3 anos coordenando a área de vagões. Depois, passei para a área de plataformas, responsável por construir todos os chassis das carretas. Por estar de volta à mesma área em que ingressei na empresa, essa foi minha atividade preferida até aqui.

2011 | Os últimos anos foram de mudanças significativas na minha vida. Em 2007, concluí a construção da minha casa, onde vivo com minha esposa, que é assistente social. Naquele mesmo ano, nasceu minha primeira filha, Clarice, e também me inscrevi pela primeira

vez para o banco de sucessão, na vaga de gerente de produção. Mas não fui selecionado. De acordo com o feedback da empresa, eu deveria desenvolver melhor uma visão sistêmica, além de buscar mais qualificação. Foi por isso que comecei o MBA em Gestão Empre-sarial na Fundação Getúlio Vargas, que concluí em 2010. Naquele mesmo ano, houve outra disputa para a vaga, e dessa vez fui escolhido. Estou no banco para concorrer à próxima seleção.

2013 | Os últimos meses foram uma correira só. Há 2 meses, nasceu minha segunda filha, a Júlia (a primeira, Clarice, tem 5 anos). E finalmente, no dia 7 de ja-neiro, fui chamado para assumir o cargo de gerente de produção de toda a área de montagem da empresa. Fiquei feliz de-mais, essa é a primeira vez que um mon-tador assume a gerência na Randon. Mas para ser efetivado, ainda tenho um ano de provação, tendo que cumprir o plano de desenvolvimento e atingir as metas de entrega estipuladas. Ainda estou num momento de adaptação, mas estou bem e motivado. Não imaginava ter cresci-do tanto na empresa quando entrei. As coisas foram acontecendo passo a passo, tive que ir atrás de muita coisa, e hoje já vivi bem mais do que metade da minha vida aqui. Meu próximo objetivo? Pri-meiro é me firmar e me tornar referência como gerente. Em um processo natural, o próximo cargo que ocuparia seria o de Diretor de Produção. Mas esse ainda é um objetivo bem distante.

quem saiu do chão de fábrica para o próprio escritório23 ANOS NA vIDA DE...

Jaime Schneider |Paulo Pasa/O Caxiense

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91.fev.2012

quem saiu do chão de fábrica para o próprio escritório

As novidades tecnológicas desenvolvidas pela Apple ganham atenção da Ftec. Na última semana foi lançada a escola Ftec Aca-demy, equipada com computadores Macintosh, onde os alunos aprenderão a usar o iUser, iStar, iBusiness e iProf Developer. O investimento, segundo a instituição, foi de R$ 2 milhões. Outra novidade na Ftec Academy é o programa educacional Pré-eng, que desenvolve habilidades e competências na matemática e na robótica, um misto de atividades presenciais e virtuais, no ramo da engenharia. O programa é dividido em 4 módulos, cada um com 60 horas e aberto para para estudantes do final do ensino fundamental e de ensino médio.

CAMPUS

Aprendendo a usar o Mac

Alimentos saudáveis Fale espanholO ministro do Desenvolvimen-

to Agrário, Pepe Vargas, assinou um acordo de cooperação técnica e cientifica com a UCS e outras 13 instituições da região do Corede Serra. Na prática, o acordo prevê ações em 3 eixos: acesso a merca-dos, pesquisa e tecnologia e acesso à informação. Uma das primeiras ações será a realização do Semi-nário de Acesso a Mercados Insti-tucionais, que ocorre no dia 22 de fevereiro, no auditório do Bloco H, da Cidade Universitária, em Caxias do Sul.

+ MBAFaculdade da Serra Gaúcha A FSG já programou cursos de especialização e MBA, nas áreas de Negócios, Educação e Saúde, e Design e Engenharia. Veja abaixo a relação:Gestão Estratégica de Pessoas, Competências e Coaching. Inscrições até 22 de fevereiro. Iní-cio em 25 de fevereiro. Controladoria, Finanças e Auditoria. Inscri-ções até 8 de março. Início em 13 de março. Gestão da Inovação nas Empresas (com Ênfa-se em Fomento e Processo de Inovação). Ins-crições até 11 de março. Início em 15 de março. Gestão Empresarial. Inscrições até 4 de março. Início em 22 de março. Mestrado Profissional em Administração e MBA Executivo Internacional. Inscrições até 15 de março (processo seletivo)Gestão da Qualidade, Competitividade e Cer-tificações. Inscrições até 30 de março. Início em 3 de abril. Controladoria, Finanças e Auditoria. Inscri-ções até 8 de março. Início em 13 de março.

+ VESTIBULARAnglo-Americano/IDEAUVestibular agendado. Provas em 1º, 15 e 22 de fevereiro, sempre às 19:00. As matrículas ini-ciam toda segunda-feira posterior a realização da prova. R$ 30

Faculdade América LatinaProva em 20 de fevereiro, às 19:00. Inscrições até 19 de fevereiro. Sete opções de cursos. R$ 25

WWW.UCS.BR. 3218-2800 | WWW.FSG.BR. 2101-6000 | WWW.AMERICALA-TINA.EDU.BR. 3022-8600 | WWW.EU-SOUMAISANGLO.COM.BR. 3536-4404 |

Os estudantes forma-dos em Letras e que de-sejam obter habilitação em Espanhol já podem se inscrever no curso de Apostilamento em Lín-gua Espanhola, ofereci-do pela UCS. Os inte-ressados devem fazer a inscrição até o dia 27 de fevereiro, na Central de Atendimento da UCS. São 25 vagas. Informa-ções pelo site da UCS, no link Editais.

No último domingo (27), a professora Bianca Dalla Chiesa, de 31 anos, o biólogo Otávio Valente Ruivo, de 42 anos, e a estudante de engenharia am-biental Daniela Maria, de 27, poderiam ser apenas mais 3 caxienses chocados com o que viam na TV ou na internet sobre o incêndio que vitimou 235 pessoas em Santa Maria. Mas resolveram fazer mais. Após se encontrarem virtualmente no Face-book, decidiram formar uma equipe em busca de doações para ajudar as instituições de saúde que cuidavam das vítimas da tragédia. Às 5:00 de se-

gunda-feira, o trio estava em um posto improvisa-do na estação rodoviária de Caxias do Sul, coman-dando uma frente solidária que mobilizou a cidade e emocionou os envolvidos. “As redes sociais são usadas para tantas bobagens. Por que não usar para uma coisa bacana?”, opina Bianca. O grupo estima que tenham obtido cerca de R$ 70 mil em doações, o que extrapolou a ideia inicial de mandar o mate-rial em dois ônibus na segunda-feira. O transporte acabou ocorrendo também na terça e na quarta, tamanho o volume de doações – especialmente de utensílios hospitalares e alimentos de consumo rá-pido. A lamentar, apenas a reação de pessoas que circulavam pela rodoviária, que reagiam com des-confiança à causa. “A maioria virava a cara para o outro lado, ignorava. Uma pena, mas até acho que se for para doar de má vontade, é até melhor mes-mo que não doe.” Depois de um dia inteiro de mui-ta correria atrás de donativos, Bianca fez questão de ressaltar que a comunidade é que está de parabéns. “Muitas pessoas e entidades se mobilizaram para ajudar de verdade e todas foram muito importan-tes. Nós fomos só uma ponte.”

Solidariedade bem mais do que virtual

Paul

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por Andrei Andrade

“Para quem não conhece, esse é o ho-mem que conseguiu a maior votação de um candidato a prefeito na história de Caxias do Sul”. Foi assim que o locutor do Rodeio Crioulo de Caxias avisou ao público que o pedetista Alceu Barbosa Velho seria o próximo laçador a entrar na cancha montada nos Pavilhões da Festa da Uva. Enquanto Alceu, já montado na sua égua, Gaita, se preparava para sair em disparada atrás do boi, o locutor contava à plateia que ele e o prefeito são amigos desde 1968, quando, ainda crianças, aju-daram a construir um ginásio esportivo em São José dos Ausentes, terra natal de Alceu. O prefeito adentra a cancha de bombacha, camisa amarela, chapéu e óculos – que pouco usa no dia a dia e no rodeio só usou para laçar – e acerta a pri-meira armada. “Isso aqui é minha casa. É bem mais fácil do que governar”, comen-ta, enquanto recolhe o laço.

Na manhã de sábado (26), penúltimo dia do rodeio, Alceu acertou 9 armadas em uma série de 10, que realizou como treino para representar Caxias do Sul em um torneio entre prefeitos, que ocorrerá na 25ª Festa Campeira do Rio Grande do Sul, em março, em Campo Bom. Depois disso, se juntou a Eduardo, de 16 anos, para laçar na categoria Pai e Filho, na qual são bicampeões da Festa Campeira de Vila Oliva. Antes de participar com o pai, Eduardo, que estava na plateia vestindo a

jaqueta do piquete de laçadores do qual ele o pai fazem parte, deu uma breve aula sobre rodeio. Só parava de falar quando chegava a vez de Alceu laçar. “Lá vem o pai”, acompanhava com atenção. Também comentou que, especificamente no rodeio de Caxias, o pai estava “com zica”. Desde quarta-feira (24), tinha errado uma em cada 3 tentativas em todas as categorias que havia disputado: Sênior, Universitária (laçadores com título superior) e Crioulo (criadores da Raça Crioulo). O sábado es-tava sendo o melhor dia da semana para o prefeito com o laço na mão.

Eduardo, que monta a égua Mulata, laça junto com o pai desde os 8 anos. Na semana passada, ambos haviam partici-pado de um rodeio em São José dos Au-sentes, oportunidade em que Alceu “não laçou tão bem”, segundo Eduardo, por es-tar emocionado com a recepção na terra natal. Dudu é tão apaixonado por rodeios quanto o pai, talvez até mais. Explica as regras com propriedade, narra o histórico da dupla em rodeios dizendo quem er-rou em cada um e por quê. Às vezes erra o pai, às vezes ele. Diz que embora tenha menos experiência, eles estão no mesmo nível como laçadores, que nenhum com-promete o desempenho em dupla. O que às vezes ainda deixa o guri nervoso é a pressão que o locutor coloca. “Laçar com o locutor narrando é diferente de quando se está treinando. É como fazer uma pro-va de vestibular com o professor do lado, te olhando”, compara. E a presença do

prefeito não intimidaria os outros compe-tidores? Dudu acha que não. “Concorrer com o prefeito é normal. O que intimida é quando tu olha a lista e tem lá um que laçou 98 armadas seguidas sem errar. Aí tu respeita”, comenta, apontando em se-guida para um jovem laçador de Vacaria que, recentemente, faturou um prêmio de mais de R$ 100 mil. “Vinha bem, né?”, brinca.

Quando a prova começa, Alceu e Edu-ardo, a dupla número 1 da competição (por ordem de inscrição), não erram ne-nhuma laçada nas duas voltas classifica-tórias. Comemoram o sucesso batendo as palmas um na mão do outro. “Viu que fi-zemos 100%?”, perguntou Alceu enquan-to posava para a foto da dupla. Conforme a disputa vai afunilando, pai e filho avan-çam com perfeição. Na 5° rodada, Alceu erra a laçada. Fim da festa, dupla elimi-nada. O regulamento previa que a prova terminaria quando restassem no máximo 8 das 200 duplas da competição. E os ven-cedores dividiriam o prêmio de 25% das inscrições. Quando errou, o prefeito ain-da não sabia, mas estava muito próximo da vitória. Aquela foi a última rodada e apenas duas duplas venceram. Alceu, que um dia afirmou ter na vitória sua única superstição, ficou especialmente contra-riado pela derrota. “Eu relevei, mas o pai ficou meio nervoso. Ele odeia perder.” Só neste ano, a dupla já laçou em 3 rodeios. E não levou nenhum prêmio. Mas a tem-porada está apenas começando.

Eduardo e Alceu |Andrei Andrade/O Caxiense

Laços de família

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“Tá fácil então! Tem que divulgar SIM, para nós sabermos onde NÃO IR.” Matheus Pe-rini

“Eu acho que teriam que falar. Como as pes-soas que gostam de fre-quentar boates vão sa-

ber quais estão irregulares? Muito estranho isto... não divulgar os no-mes.” Sergio Luiz de Oliveira

“Se, como a matéria diz, as casas não es-tavam cumprindo normas de segurança, nada mais justo do

que a população saber quais são e quais as irregularidades para que possamos escolher locais que estão dentro de todas as normas. Con-corrência desonesta com proteção do poder público. Assim não dá!” Jaqueline Valim

“Nós caxienses temos que saber que casas são essas!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!” Odete Maria Valentini

Conforme a Secretaria do Urbanismo, o fechamento de 7 casas noturnas caxienses foi na sexta-feira (25), antes da tragédia em Santa Maria, quando morre-ram 235 jovens no incêndio da Kiss, na madrugada de domin-go (27). Mesmo que o secretário Fábio Vanin tranquilize a popu-lação, todos querem saber quais foram as casas noturnas. E não há motivos claros para a omis-são da prefeitura. O secretário, em entrevista a O CAXIENSE, declarou que não falaria os no-mes para “evitar mal estar” com as casas noturnas (5 delas não tinham alvará algum de funcio-namento e 2 tinham os alvarás inadequados). Visualizada por milhares de leitores nas redes so-ciais e compartilhada por deze-nas, a notícia gerou comentários exigindo a divulgação dos nomes e transparência por parte do po-der público. Aqui, alguns dos co-mentários:

“Isso é Brasil! Evo-luir só se for por baixo dos panos! Nada funciona com transparên-

cia!” Rosangela Borssatto

“Nós da sociedade temos o direito de saber quais são as casas fechadas. O

direito privado não pode se sobrepor ao direito público. Atualmente não pode haver sigilo em informações pú-blicas tão relevantes. Divul-guem. Já ouviram falar da Lei de Acesso à Informação?” Ana Paula Flores

“Quando foi feita esta fiscalização? Como assim na semana passada, se nada foi divul-

gado anteriormente! Tão querendo tirar as pessoas pra idiotas! Essa história tá muito mal contada. Quais são os es-tabelecimentos? Temos o di-reito de saber!” Lisiane Melo

Tranparência sobre casas noturnas

Advocacia tipo exportação

Empresários otimistas

10,28%

33%

foi a retração no fatura-mento da indústria local no ano passado. Para vi-sualizar os infográficos com os dados do Simecs, leia o código QR com seu smartphone, tablet ou webcam e interaja com os números.

das demissões na indústria em 2012 foram causadas pelos pró-prios funcionários, seja por faltas ou por baixo rendimento, por exemplo. O dado foi divulgado pelo Sindicato das Indústrias Me-talúrgicas, Mecânicas e de Ma-terial Elétrico de Caxias do Sul (Simecs) na última quarta-feira (30). “Aqui, o emprego é despre-zado. Precisamos trabalhar, em parceria com o sindicato dos trabalhadores e junto ao traba-lhador, a valorização do seu pos-to de trabalho”, defende Getúlio Fonseca, presidente do Simecs. Percebe-se, também no comér-cio e serviços, alta rotatividade e postos abertos. Contratantes sempre valorizarão o funcionário dedicado e com tempo de em-presa. Currículo com inúmeras contratações em pouco tempo é mau indicativo. Como sobram vagas e faltam trabalhadores, as seleções para vagas de trabalho já não são tão concorridas.

Em 2012, a ZNA - Zulmar Neves Advo-cacia foi escolhida pela revista inglesa Ac-quisition International como o escritório de advocacia brasileiro do ano para operações de joint ventures. A revista é uma das publi-cações sobre finanças corporativas de maior credibilidade. Além disso, o advogado Zul-mar Neves figura no ranking dos mais ad-mirados do Brasil no direito societário e no setor automotivo, juntamente com o sócio João Carlos Franzoi Basso, apontado entre os mais admirados na área automotiva. O escri-tório está no ranking de escritórios e advo-gados mais respeitados do Brasil no Anuário 2012 Análise Advocacia 500. Zulmar Neves também recebeu a indicação da Chambers Latin America 2013, como um dos advoga-dos líderes na área do direito tributário no Brasil.

Se depender dos empresários que responde-ram pesquisa da CIC, também divulgada na úl-tima quarta (30), a economia de Caxias do Sul vai crescer. Metade dos empresários acredita no avanço da economia local. Veja a pesquisa na ín-tegra através do código QR no seu smartphone, tablet ou webcam.

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UMA PELEIA qUE PODE

ACABAR BEMEm 3 dias de observação, O CAXIENSE registou pelo menos uma cena chocante

no Rodeio Crioulo Nacional. Os homens de rodeio, os especialistas em animais e as ONGs que fiscalizaram o evento garantem que nem tudo o que choca o leigo é caso de maus tratos. Mas todos esperam que o poder público se organize e passe de mediador

para agente principal nesta relação, para garantir que nem tudo é o que parece

por Gesiele Lordes

O público quase lotava as arquibanca-das da cancha de rodeio nos Pavilhões da Festa da Uva para assistir a ginetea-da, a prova mais esperada do 25° Rodeio Crioulo Nacional. Desde as 21:00, a pla-teia vibrava com a performance dos ho-mens que têm o objetivo de ficar no mí-nimo 8 segundos sobre cavalos arredios. Quanto mais os animais corcoveiam, mais a plateia gosta e mais pontos o gine-te tem chance de alcançar. Mas as regras de julgamento que definem os melhores competidores, uma combinação do tem-po e da dificuldade de cada montaria, pareciam pouco importar. O público se manteve extasiado quase até a meia-noi-te, no final da prova. Poucos ficaram para conhecer o vencedor. Por volta das 23:00, a égua Remendada foi presa a um dos pa-lanques da cancha, onde seria vendada, teria o lombo molhado para proporcio-

nar mais aderência ao corpo do ginete, montada, posicionada para o centro da cancha e, finalmente, solta para deixar que o instinto de um animal mal domado derrubasse o homem o mais rápido pos-sível. Repetindo a birra dos animais de sua categoria, Remendada deitou no chão e se recusou a levantar. Rodeada por 4 homens, equipe responsável por posicio-nar o animal e ajudar o ginete a montar, a égua levou empurrões, tapas no pescoço e chutes ao lado do corpo. Ficou mais agi-tada quando teve o rabo puxado e levou chutes nos genitais, mas permaneceu dei-tada. Um rapaz na plateia, que até então estava curtindo a cena, começava a não gostar do que via e questionava os amigos sobre o tratamento que o animal recebia, imaginando que ela deitara por não ter forças para seguir a prova. Remendada só levantou quando um deles aplicou a

técnica de manejo mais recomendada na-quela situação: desfez o nó que a prendia ao palanque e puxou-a pela corda presa ao cabresto. Sem dor, sem traumas para o bicho e para quem assistia. E a desvanta-gem do animal irracional da cena ganhou análise direta do de um descontente na plateia. “Se esses bichos soubessem a for-ça que têm, ninguém montaria.”

Segundo o veterinário responsável pelo evento, Cassiano Ricardo Boff, o rapaz que associou a resistência da égua às con-dições de saúde do animal estava equi-vocado. Ele explica que é normal que os cavalos aporreados – como são chama-dos os animais mal domados, usados nas gineteadas – resistam à montaria se dei-tando no chão. Em caso de indisposição, afirma, ela não teria levantado quando o tropilheiro puxou-lhe pela corda, muito menos teria tido forças para competir.

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A resistência dos mal domados |Paulo Pasa/O Caxiense

Mas concorda que haveriam maneiras menos traumáticas, pelo menos para a plateia, de fazer o animal se levantar.

A reportagem d’O CAXIENSE filmou a cena (disponível no site www.ocaxien-se.com.br). Em entrevista à revista no sábado (26), dia seguinte ao ocorrido, o narrador e responsável pela prova, Raul Bittencourt, disse que os chutes no ani-mal partiram de um integrante do pú-blico, que acabou furando a segurança e entrando na cancha. Ele também disse que a equipe que trabalhava no palanque não é ligada à 25ª Região Tradicionalis-ta, mas sim à tropilha La Tormenta, de Gravataí, que alugou a égua. Bittencourt apresentou o responsável pela tropilha, Daniel Pithan. Antes que a entrevista ao tropilheiro começasse, Raul explicou a ele tudo o que havia dito à reportagem. Pithan sustentou a versão. Quando ques-tionado sobre como alguém do público conseguiu ficar entre os homens de sua equipe sem ter sido impedido de chutar a égua, Pithan afirmou que “é tanta cor-reria que...” e passou a enumerar os diver-sos rodeios dos quais havia participado, mudando de assunto. Sobre a demora em tomar a atitude mais adequada de puxar a corda, em vez de chutar a égua, ele disse que estava trabalhando no outro palan-que e que, quando chegou ali, fez do jeito certo. De fato o vídeo registra o momento em que Pithan puxa o animal e consegue erguê-lo. O mesmo vídeo derruba a ver-

são de que um desconhecido agrediu o animal. O mesmo homem que aparece chutando a égua é o que consegue fazê-la levantar: Pithan.

“Uma égua pode valer R$ 40 mil. Tu acha que eu arriscaria um patrimônio de R$ 40 mil?”, diz o tropilheiro, alegando que não teria motivos para maltratar um animal. Afinal, os cavalos garantem seu sustento. E os mal domados, segundo ele cada vez mais escassos, não têm serventia que não a competição. “Se não estives-sem aqui, estariam no frigorífico”, afirma. Exatamente com as mesmas palavras, o técnico em Ciências Equinas – formado pela Uniplac, em Lages – e amadrinha-dor (como são chamados os que ajudam os ginetes a montar no cavalo), Cristiano Lucas dos Santos Leal, afirmou que este tipo de cavalo só pode ser usados para esta atividade e que em cidades como São Gabriel e Pelotas, muitos são vendidos para frigoríficos, onde os ossos são desti-nados para fabricação de rações, o couro vai para cortumes e a carne é exportada para países como o Japão ou consumida na região da fronteira com Uruguai. Ele, que é da tropilha 3A, de Vacaria, conta que os 35 cavalos que formam a tropa possuem plenas condições para se de-senvolver e ainda são “alimentados com aveia no fim do dia”. Depois que um ca-valo ou égua não possui mais condições de competir, continuam sob os cuidados da tropilha e ficam livres no campo à es-

pera da morte natural, já que a doma é impossível.

O veterinário Ricardo Bordin, que atende animais de grande e pequeno por-te, culpa os rodeios country, como aqueles realizados em São Paulo, onde há provas que já resultaram em lesões nos animais, pela polêmica em torno dos rodeios. Ele explica que apesar de a doma no Rio Grande do Sul ser tradicionalmente ba-seada no medo, na dor e no cansaço, os rodeios regionais vêm apresentando a disciplina necessária para que o animal não seja prejudicado, que os cavalos de gineteada são naturalmente brutos e que os estímulos que recebem com tapas e chutes não representam danos. Segundo ele, cada situação deve ser analisada iso-ladamente para detectar se há prejuízos aos animais.

O vídeo citado nesta reportagem foi assistido por Bordin, que considerou dispensáveis os chutes na égua, mas pre-feriu não chamar de maus tratos aquelas agressões, porque o animal não sofreu danos físicos. Conforme o veterinário, maus tratos ocorrem quando o animal é abandonado, quando está doente e não recebe tratamento, quando é submetido a algum tipo de trabalho estando ferido ou dopado, quando está muito magro e/ou desidratado ou ainda quando é manejado com crueldade. Para ele, em função da subjetividade de cada caso, é normal que

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Ricardo Bordin |Fotos: Paulo Pasa/O Caxiense

Cassiano Ricardo Boff |

pessoas que não pertençam ao universo das atividades campeiras pensem que um tapa ou empurrões bruscos no cavalo se-jam atos de violência, enquanto para os competidores e organizadores são apenas métodos eficazes de manejo. Ele também acredita que o movimento para abolir os rodeios pode ser precipitado, já que, não havendo danos aos animais, a interação entre homem e cavalo é saudável para ambos. “Está comprovado que pessoas que têm contato com animais são pessoas melhores. Já aqueles que são cruéis com animais estão mais propensos a roubos, estupros e violência, sobretudo contra mulheres e crianças.”

O regulamento do Rodeio Crioulo Nacional prevê uma série de medidas para evitar que os animais sejam mal-tratados. Os bois utilizados nas provas de laço têm que pesar no mínimo de 250 kg; as esporas usadas na gineteada têm as pontas em formato de trapézio para não cortar os cavalos; entre outras normas de proteção. Conforme o diretor das provas campeiras da 25ª Região Tradicionalista (25ª RT), organizadora do evento, Ivam Rodrigues, o rodeio recebeu cerca de 2,5 mil bois, que intercalavam, correndo uma vez a cada semana, totalizando cer-ca de mil metros cada. O recebimento é acompanhado pela Inspetoria Veteriná-ria de Caxias do Sul, que emite o Guia de Trânsito Animal (GTA), documento que apresenta detalhes sobre origem e des-tino, além da finalidade da locomoção (esporte ou comércio, por exemplo). An-tes que o rodeio aconteça é preciso que

os organizadores tenham autorização da inspetoria (unidade municipal liga-da à Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio), que precisa se organizar para levar uma equipe ao local. Junto com o calendário de atividades, os organizadores entregam também a relação com o nome de todos os forne-cedores e a quantidade de animais que serão entregues. Por meio desta relação, a inspetoria consegue averiguar se o gado foi devidamente vacinado e se o proprie-tário está apto a alugar os animais. Este procedimento vem sendo cumprido em Caxias desde 2011, quando Ministério Público, Sociedade Amigos dos Animais (Soama) e 25ª RT, firmaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TCA). As três ONGs que acompanharam o rodeio afirmam que o evento obedeceu as nor-mas do TAC.

Diferentemente dos laçadores, que normalmente usam seus próprios cava-los, os ginetes usam animais alugados de criadores específicos. Como torneios são frequentes na cidade e região, e os competidores de cada evento se repetem, quase sempre os mesmos fornecedores são contratados. Transportados em ca-minhões, os animais vêm de Vacaria, Gravataí, São Francisco de Paula e Caxias do Sul, distâncias insuficientes para que seja feita a pausa obrigatória na viagem, a cada 10 horas. A 10 km dos pavilhões, fica a área onde os animais descansam à noite. Na gineteada, cada cavalo pode ser montado no máximo duas vezes, para provas que duram cerca de 8 segundos. O rodeio contou com 55 cavalos, sendo que

ocorreram 98 montarias, resultando em uma sobra de 12 montarias. Entre os ani-mais que competiram na sexta e aqueles que competiram no sábado, é feita uma seleção, pelo proprietário ou responsável da tropilha, dos mais preparados, que participam da semifinal (15 competido-res) e da final (disputa entre 5).

Segundo Boff, o veterinário que acom-panha a gineteada, os cavalos aporreados são difíceis de domar por questões gené-ticas e surgem da cruza de outros cavalos mal domados. Em geral, eles são levados aos rodeios a partir dos 3 anos e conse-guem competir até os 15, metade do tem-po médio de vida dos cavalos. Referente às provas de laço, são poucos os casos em que ele teve que pedir para que o com-petidor trocasse de cavalo, por detectar cansaço, indisposição ou ferimentos no animal. Criador de cavalos árabes – raça que se adapta facilmente a qualquer ativi-dade, Boff assume que as provas de laço e gineteada não lhe agradam. “Sou con-tra, mas respeito. Eu sempre torço para o cavalo derrubar logo o cara.” E o mesmo motivo que o leva a zelar pelos animais – sua carreira – é o que lhe aproxima das atividades que não aprova. “A gente pre-cisa um do outro. A maioria dos meus clientes é do laço.” Ele é pago pela 25ª RT para ficar exclusivamente à disposição dos competidores durante o rodeio – quando está fora dos pavilhões, pode ser acionado pelo celular, já que mora perto dali – e garante que os animais são bem tratados.

Segundo Boff, o acompanhamento

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das Organizações Não-Governamentais (ONG’s), é importante, mas deve se vol-tar também para os lugares onde vivem os animais fora do rodeio. Ele calcula que Caxias tenha cerca de 100 hotelarias de cavalos. Enquanto algumas possuem ótimas instalações, outras deixam a de-sejar. Entre as constatações do profissio-nal estão a pouca oferta de pastagens, o armazenamento inadequado de ração e a falta de bretes (estruturas onde os cava-los podem ser acomodados, facilitando a ação do veterinário). Um acompanha-mento deste tipo, no entanto, requer uma estrutura que as ONGs de Caxias ainda não têm. A disposição dos voluntários não é suficiente para que possam deixar de lado o emprego e demais responsabi-lidades. É por isso que no momento em que a égua Remendada foi chutada, não havia nenhum defensor do bem-estar dos animais que pudesse interferir: os voluntários já haviam ido embora.

Não fazia muito tempo que Greice Toi-go, voluntária da ONG Proteção Animal Caxias (PAC), havia saído dos Pavilhões quando a única ocorrência suspeita de violência contra os animais que se tem conhecimento ocorreu. Greice assistiu ao vídeo gravado pela reportagem. “No primeiro momento, quem não conhe-ce fica chocado”, disse a voluntária, que pediu explicações ao veterinário do ro-deio e aceitou os argumentos. Greice não concorda com a ação e confirmou sua suspeita de que chutar os genitais de um animal não é a melhor maneira de fazê-

lo levantar, mas amenizou sua postura depois da conversa com o veterinário. “Se tu colocar uma coleira em um ca-chorro que passou a vida inteira solto, ele também não vai aceitar. Vai se jogar no chão, resistir. Imagine um animal como esses usados em gineteadas, que são na-turalmente arredios. Mas ela não estava sentindo dor”, explica a voluntária, que não chutaria um cão por ele resistir ao passeio de coleira.

Conforme Greice, a PAC realizou uma reunião após o rodeio e, a partir da ob-servação de cada voluntário no evento, diagnosticou o que precisa ter mais aten-ção dos organizadores. A lista de recla-mações, que será apresentada em breve à 25ª RT, inclui a superlotação do espaço destinado aos bois nas provas de laço; a falta de uma balança para definir com precisão o peso dos bois adequados à competição, liberados “a olho” pelo ve-terinário; a falta de habilidade de alguns profissionais no manejo dos cavalos para gineteada; o formato das esporas que, embora não sejam pontiagudas ainda podem ser mais arredondadas.

Durante as duas semanas de evento, a PAC contou com 5 voluntários que esti-veram no local a fim de entender melhor como funciona o rodeio. Greice, que é advogada, foi menos compreensiva em dezembro de 2012, quando pediu a in-tervenção do Ministério Público (MP) na Festa Campeira de Vila Oliva, a par-tir de imagens do rodeio que ela viu no site de O CAXIENSE. As fotos mostra-

vam um cavalo de gineteada, vendado, tentando se desvencilhar da corda que o prendia ao palanque. Na ocasião, o MP pediu uma vistoria e um parecer da Pa-trulha Ambiental da Brigada Militar (Pa-tram) sobre as condições dos animais no evento. Nenhuma irregularidade foi en-contrada. No 25° Rodeio Crioulo, Greice viu cenas muito parecidas se repetirem, mas mudou a percepção. “Fotos de ro-deio são sempre muito cruéis.” Apesar de preferir não julgar a Festa Campeira, já que não participou do evento e não co-nhece o contexto geral daquela situação, Greice admite que hoje não tomaria uma atitude tão radical.

O presidente da PAC, Vladimir Flo-res, diz que sofre críticas por atuar de forma tão amigável com os organizado-res do evento. Conta que já tentou orga-nizar uma reunião entre todas as ONGs, mas não teve sucesso. Lamenta ser acu-sado de ser favorável ao rodeio. “Neste episódio dos rodeios, nossos maiores inimigos foram os próprios protetores. Eu queria que não tivesse nenhum ani-mal lá, mas, se é impossível acabar com o rodeio, então vamos fazer com a lei seja cumprida”, diz. Com as visitas, algumas situações foram desmitificadas, segun-do Flores. A PAC verificou que os bois não são derrubados nas provas de laço, que as esporas usadas não machucam os cavalos e que os rodízios de animais acontecem, diferentemente do que ima-ginava o grupo, que assim como a mui-

Prova de laço |Paulo Pasa/O Caxiense

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tas outras ONGs é formado por pessoas que zelam pelos cumprimentos de leis que defendem os animais, mas não pos-suem formação para fazer análise técni-ca. O caso que mais chamou a atenção foi a morte de uma égua, na tarde de sábado (26). Durante a prova de laço, o animal teve uma parada cardíaca e aca-bou batendo a cabeça nas estruturas que cercam a cancha. Imediatamente foi so-corrido por Boff. Os sintomas eram de uma doença grave, causada por fungos que se desenvolvem no milho, que pode se manifestar de 24 horas a 6 meses após a ingestão. Segundo o veterinário, quan-do o animal sobrevive, fica com sequelas, entre elas o comprometimento da capa-cidade motora. Apesar do apego, diante do diagnóstico, a família decidiu pela eu-tanásia. A PAC já solicitou os laudos de atendimentos realizados pelo veterinário e deverá, se necessário, solicitar mais informações. “Eles deram toda a assis-tência, fizeram o melhor possível. Agora se isso teria acontecido se o animal não estivesse lá, já é outra coisa”, diz Flores. Mesmo com a evolução no tratamento com animais, ele revela: “é um sonho, ter um coordenadoria ou secretaria de pro-teção animal”.

A Associação Caxiense de Proteção aos Animais São Francisco (Apas), pre-sidida pelo vereador Flávio Dias (PTB), contou com 15 voluntários para fisca-lizar o rodeio. Ele explica que não foi detectada nenhuma situação de maus tratos. O maior problema, apontado por

ele, é a própria relação entre as socieda-des protetoras. Assim como Vladimir, ele aposta em um trabalho conjunto. “Estamos defendendo a causa dos ani-mais e não a causa de uma ONG”. Mais discretos, agentes da Sociedade Amigos dos Animais (Soama) também estiveram no local, garante Romanci Bessegato, que além de ser ligado à entidade é in-tegrante da Rede Internacional de Pro-teção Animal (Ripa). Ele explica que os protetores estiveram presentes nos dias 18, 19, 20, 24, 25, 26 e 27, mas não ob-servaram nenhuma irregularidade. No entanto, a ONG acredita que não usar qualquer tipo de identificação, como ca-misetas, é a melhor forma de trabalhar. “A gente vai lá investigar, que nem a po-lícia”, compara. Bessegato acredita que a melhor alternativa é que cada ONG tra-balhe individualmente, já que nem sem-pre têm as mesmas ideias. Ele atribui aos vereadores que se elegeram sob a causa animal a tarefa de criar mecanismos que garantam a integridade e fiscalização de animais.

O vereador e coordenador da 25ª Re-gião Tradicionalista, Jó Arse (PDT), dis-se que o caso da égua Remendada já está sendo analisado e que, se comprovado abuso de violência, o responsável poderá ser punido com a suspensão de forneci-mento de animais a eventos promovidos pela entidade. “Quando soubemos disso, uma pessoa nossa sempre ficou ali junto e isso não aconteceu mais.” Arse, que foi supervisionado por pelo menos 3 enti-dades protetoras dos animais durante o

rodeio, diz que mantém um bom o re-lacionamento com a maioria das ONG’s. No entanto, também acredita que Caxias precise que a proteção aos animais – não só nos rodeios, mas em geral – seja regu-lamentada, projeto que pretende traba-lhar em seu mandato. O vereador tam-bém lembra que em algumas localidades de Caxias do Sul acontecem treinos de provas de laço. Apesar de ser em pro-priedades particulares, ele acredita que os animais mereçam supervisão.

É possível que o caso da égua Re-mendada seja um caso isolado e, de fato, como indicam os levantamentos das ONGs, o rodeio tenha ocorrido de forma adequada. Pelo menos, depois daquela sexta-feira e dos posteriores questiona-mentos de ONGs, nada parecido ocor-reu. As poesias declamadas durante as gineteadas, deram espaço a uma série de esclarecimentos para possíveis desenten-didos. Enquanto os animais atuavam na cancha, o narrador destacava o quanto eles eram bem tratados no rodeio. “Tem muito mais homem judiando de mulher do que a gente de cavalo.” No entan-to, Caxias ainda precisa de uma equipe que diferentemente das ONGs (mesmo que trabalhe paralelamente a elas), seja formada por especialistas que passem a devida credibilidade quando emitirem esclarecimentos sobre qualquer situação que envolva fiscalização e tenha a obri-gação de garantir que abusos contra os animais não aconteçam. Nem em rodeio, nem em lugar nenhum.

Entrte as reclamaçõs da PAC está a superlotação no espaço destinado aos bois |Paulo Pasa/O Caxiense

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O MEDO qUE PARALISADe elevadores a palhaços, as fobias geram estranhamento em quem está de fora da

situação e limitações em quem precisa lidar com elas

Paulo Pasa/O Caxiense

por Daniela Bittencourt

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191.fev.2012

Sônia Marlene da Silva |Paulo Pasa/O Caxiense

Era para ser só uma audiometria, exame que avaliaria a audição de Sônia Marlene da Silva, de 48 anos. Quando a auxiliar de limpeza soube que teria que entrar em uma cabine de 1m², acustica-mente isolada, e permanecer lá durante o exame, o que era aparentemente simples se tornou uma espera ansiosa. Foram dias tentando se preparar para a experi-ência. Racionalmente, Sônia sabia que o procedimento era rápido e não-invasivo. Mas só a ideia de estar dentro da cabine apertada já lhe causava pânico. Na data marcada para o exame, ela foi à clínica acompanhada pelo marido. A contragos-to, entrou na cabine, mas não conseguiu ficar muito tempo. “Tive que sair, empur-rei a porta, quase tirei tudo do lugar. A moça levou o maior susto, conversou co-migo, me acalmou”, conta. No fim, Sônia conseguiu fazer o exame, mas não sem sofrimento. A situação aconteceu há 8 anos, quase o mesmo período que ela não entra em um elevador. Um hábito que foi se instalando aos poucos, até ser incorpo-rado à rotina da mulher. “Eu sinto falta de ar. Tenho medo de ficar presa lá dentro. Noto que me dá um calorão na cabeça”, relata, ansiosa.

Assim como Sônia, cerca de ¼ da população mundial possui algum tipo de fobia, esclarece o médico psiquia-tra Antônio Egídio Nardi, professor da

Universidade Federal do Rio de Janeiro, coordenador do Laboratório de Pânico & Respiração do Instituto de Psiquiatria - UFRJ e membro da Associação Brasilei-ra de Psiquiatria. No Brasil, não existem números específicos sobre a doença, que é abrangente e costuma surgir na adoles-cência ou na fase adulta. “Na infância ela pode aparecer, mas tende a desaparecer rapidamente. A pessoa só começa a ter que enfrentar suas fobias mais adiante”, explica Egídio. É no início da adolescên-cia e da vida adulta, quando começa a ter liberdade de sair de casa sozinho, fre-quentar círculos sociais e trabalhar, que o paciente passa a se deparar com mais frequência com situações que desenca-deiam a fobia. Mais comum do que se costuma imaginar, a fobia se diferencia do medo por levar a uma reação exage-rada a determinado objeto ou situação. “O medo é uma função mental útil, nos ajuda. Quando temos medo de algo que pode nos ferir, tomamos medidas que nos protegem. A fobia é algo exagerado, ela limita nossa vida e cria empecilhos para o dia a dia”, define o psiquiatra. Para Sônia, ações que parecem comuns para a maioria das pessoas geram sofrimento e ansiedade. Moradora do bairro Ana Rech, em Caxias do Sul, ela conta que a sensação de se sentir presa é tão angus-tiante que sua casa não possui grades nem muros. “Também não durmo com

“O medo é uma função mental útil, nos ajuda. Quando

temos medo de algo que pode nos

ferir, tomamos medidas que nos

protegem. A fobia é algo exagerado, ela

limita nossa vida e cria empecilhos

para o dia a dia”, explica o

psiquiatra Antônio Egídio Nardi

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a luz apagada, e não fico em salas com a porta fechada. Preciso saber que posso sair dali se eu precisar.” Em prédios, ela ela usa as escadas, e garante que é uma pessoa de sorte: geralmente não precisa ir além do 5° andar. Se, inevitavelmente isso acontecer, o jeito é chegar com an-tecedência ao compromisso para vencer os lances de escada. Na universidade onde trabalha, seu posto fica no segundo andar. “Se alguém me pedir para entrar no elevador, eu não vou!”, garante. Via-jar, só de ônibus e desses que permitem abrir as janelas, diferente daquele que a levou ao Paraná em 2003, experiência que ela não gosta de lembrar. Na época, a claustrofobia era menos impeditiva do que hoje. “Era um daqueles ônibus com ar-condicionado, com janelas inteiras. Eu não sabia que era assim, nunca tinha via-jado em um ônibus desses. Acabei indo, porque foi de última hora. Se fosse hoje, não embarcaria”, lembra. Na ocasião, o marido precisou conversar com o moto-rista, que ofereceu um lugar para Sônia na cabine, caso ela precisasse.

São estas situações de evitação e li-mitação que caracterizam a fobia, além do medo irracional exagerado em situ-ações comuns, como a fobia de altura, por exemplo, em que o paciente pode se sentir mal ao subir uma escada; ou do

medo incompreensível, como a fobia de insetos que não chegam a ser ameaças re-ais. O médico psiquiatra Leonardo Prates de Lima lembra que a fobia também está intimamente relacionada à experiência pessoal do paciente. “O medo pode ser compartilhado por diversas pessoas, já a fobia é algo muito particular, depende da especificidade do trauma. Por exemplo, todo mundo, na frente de um leão, vai sentir medo, isso vai ser algo normal. Na fobia, só aquele indivíduo vai ter aquele tipo de medo, um medo irracional, que desencadeia uma reação emocional in-tensa”, define. A jornalista Cíntia Hecher, de 31 anos, tem um medo desses bem particulares: palhaços. A fobia começou a se manifestar no início da fase adulta, há cerca de 10 anos, quando um palha-ço distribuía balões para o público em uma Festa da Uva. “Eu tinha um pouco de medo de balão, porque me assustava com o estouro. Aí vi o palhaço, os balões, a multidão. Me deu um arrepio”, conta, lembrando que já passou por diversas situações constrangedoras por causa da fobia, muitas delas em público. Como a vez em que, enquanto tomava café com os amigos em um bar, um homem com pernas de pau, maquiagem e nariz de pa-lhaço se aproximou para interagir com o grupo. Cíntia foi amparada pela amiga. “Ela me abraçou, escondeu meu rosto

no colo dela e mandou ele ir embora. Eu tremia, chorava. Tivemos que sair dali”, lembra a jornalista, que hoje ri da cena. Nem os palhaços da televisão se salvam. É só avistar a dupla Patati e Patatá para a jornalista mudar de canal. Nas lojas de brinquedos, ela só entra em último caso – e mesmo assim, evita olhar os bonecos com tufos coloridos na cabeça e pintura no rosto. Antes de comparecer a festas infantis, precisa saber se haverá palha-ços, como animadores ou na decoração. “Só de pensar na situação já me dá uma agonia, um aperto no peito, uma ansie-dade. O que mais me apavora é o nariz vermelho. É um condutor do medo. Eu tenho consciência de que é ridículo, mas na minha razão isso faz sentido, eu real-mente acho que o palhaço vai me fazer algum mal”, afirma. Apesar de a jornalis-ta encarar a fobia com bom humor e rir das situações embaraçosas, a doença é séria e tem sintomas físicos que podem comprometer a qualidade de vida. “Um dos primeiros sintomas é a taquicardia e aumento da transpiração, além de tre-mores, sensação de tontura, sensação de desmaio e urgência para sair do lugar, en-contrar um canal para fugir do medo. É irracional: o medo que ele está sentindo não é proporcional à situação que ele está vivendo”, avalia Leonardo Prates, que já tratou pacientes com fobias distintas, al-

Juliana Anghinoni Andretta |Paulo Pasa/O Caxiense

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gumas incomuns, como caminhoneiros que desenvolveram o medo de atravessar pontes. É quando o fóbico passa a viven-ciar esses obstáculos que o psiquiatra re-comenda o tratamento. “Um indivíduo fóbico vai ter uma urgência em tratar sua fobia, mas isso depende do grau de inca-pacitação que aquela fobia está provocan-do. Quem tem medo de andar de eleva-dor e trabalha no 15° andar vai precisar tratar”, alerta, lembrando que algumas fobias são mais fáceis de conviver. “Tem fobias que são menos impeditivas, como a aracnofobia: não é sempre que se vai encontrar uma aranha, então talvez este indivíduo possa postergar o tratamento. Depende do grau de limitação que a fo-bia está provocando na sua vida, normal-mente o indivíduo já percebe se precisa ou não de ajuda.”

Para a escriturária administrativa Juliana Anghinoni Andretta, de 35 anos, a fobia de dirigir gerava, além de limi-tações para se deslocar, um sentimen-to de frustração. Mesmo com a carteira de motorista em mãos, que adquiriu na primeira tentativa de prova prática, em 2001, Juliana ficava ansiosa toda vez que precisava guiar um carro. “Quando co-

mecei a sair com carro do pai, do namo-rado, fiquei com muito medo de bater, estragar o carro, e acabei dirigindo cada vez menos. Por medo, fui deixando, me acomodando. Era mais cômodo andar de ônibus”, relata Juliana. Quando se mudou de Antonio Prado para Caxias, em 2002, o medo piorou, proporcional à intensida-de do trânsito. Foi só quando engravidou que Juliana decidiu vencer a fobia. Pro-curou uma empresa especializada neste tipo de medo, além de tratamento psico-lógico, quando a filha já tinha dois me-ses. “Precisava levar a nenê na escolinha. Foi extrema necessidade, eu não tinha outra opção. Se não fosse pela nenê, eu teria desistido. Foi muito difícil o enfren-tamento do medo, eu chorei bastante. E, quando comecei a dirigir sozinha, tremia de medo, passava mal. Depois fui fican-do mais segura”, conta. Hoje, o medo deu lugar à satisfação. “Para mim, está sendo uma conquista, cada vez que chego em casa. É um medo que não dá pra explicar, as pessoas que não têm não entendem.” A administradora Neide Fachin Guarda, de 59 anos, entende, mas prefere não mexer com sua fobia. Por enquanto, o medo in-tenso de sapos é administrável. “Acho que não preciso tratar, porque, como moro

na cidade, não tenho contato com esses bichos. Meu marido quer comprar uma chácara, mas eu já disse: pode comprar, mas troca de mulher”, brinca. Das situa-ções inusitadas que a fobia lhe proporcio-nou, Neide lembra da vez em que foi ao cinema com uma amiga: “Apareceu um sapo na tela, saí correndo, atropelando todo mundo. Não voltei para ver o filme, fiquei tomando um cafezinho”, conta. No cinema, na televisão ou em revistas, a simples visão de um sapo deixa Neide horrorizada. “Fico meio paralisada, fecho os olhos, me encolho. Dá até uma dor de cabeça, um arrepio. Os olhos daquele bi-cho, são horríveis.” Enquanto a maioria dos fóbicos desconhece a origem do seu medo, Neide acha que a aversão aos sa-pos está enraizada na infância, quando dois primos lhe deram um de “presen-te”, vivo, em uma caixinha de papel. “Na maioria dos casos, mas não em todos, não sabemos a causa. Tenta-se procurar um trauma. Os traumas podem levar à fobia, mas muitas fobias aparecem sem que os indivíduos associem a um acon-tecimento específico”, diz o médico Egí-dio. O importante é estar ciente de que o medo irracional tem cura. Mas, para isso, é preciso buscar coragem para tratá-lo.

“Fico meio paralisada,

fecho os olhos, me encolho. Dá

até uma dor de cabeça, um

arrepio. Os olhos daquele bicho, são

horríveis”, conta Neide, que não

gosta de ver sapos nem em fotografias

Neide Fachin Guarda |Paulo Pasa/O Caxiense

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PLATEIA

por Carol De Barba

Não espere que um portal para outra dimensão musical se abra quando você apertar o play e o novo CD do Yangos começar a tocar. E acho que nem é esse o objetivo. Em seu segundo trabalho, Às Pampas (2013, com apoio do Financiar-te), o quarteto instrumental formado pelos músicos César Casara (piano), Cristiano Klein (percussão), Rafael Sco-pel (acordeon) e Tomás Savaris (violão) mostra novamente que é possível pre-servar as tradições, e mais: renová-las.

Ao contrário do que muita gente pen-sa, ser tradicional não é nada quadrado ou sem graça. Muito pelo contrário. Significa criar livre de amarras, seguin-do um determinado caminho simples-mente porque é natural. É um momen-to de criação que só acontece quando

se conhece muito bem a matéria-prima, quando ela já se tornou inerente ao nos-so espírito, faz parte de quem a gente é. Fazendo uma analogia, espero, nos-tálgica para os campeiros de plantão: é como se, em vez de tirar um pote de milongas, chacareiras, valsas e tangos portenhos congelados do freezer e co-locar no microondas por 10 minutos na potência média, o Yangos deixasse tudo isso por horas em um fogo de chão. E não fui só eu que aprovei a gororoba (num ótimo sentido): Lúcio Yanel, “mestre da guitarra pampeana” e tutor de Yamandu Costa, passou por baixo da mesa, mandou soltar os cachorros e até participou de show do quarteto, menina.

Se comparado ao álbum de estreia, Tangos e Milongas (2009), Às Pampas parece que vem mais de dentro, do fun-

do, compreende? No primeiro CD, os tempos eram mais rápidos, havia mais oscilações em uma mesma música ou entre elas, e até os nomes das canções (li o título da faixa 7, Tarataratarataratatatá até decorar) eram mais engraçadinhos.

Cinco anos depois, os guris estão mais introspectivos. Mais constantes, mais observadores, menos falantes. Os nomes das 11 faixas, em vez de chamar para a brincadeira, convidam à refle-xão, à apreciação da paisagem gaúcha/gaucha (como Sombra dos Parreirais) e da vida no campo (Sereno, Com a Lua e Ferro, lenha e barro, por exemplo).

Um convite para lagartear, sossegar, estar “às pampas”.

Yangos – Lançamento do CD Às PampasQUA. (6). 20:00. R$ 18 e R$ 9 (meia entrada).

Teatro Municipal

Yangos: às pampas com os ritmos gaúchos e gauchos

O clássicO de victOR hugO nO cinemA | teAtRO de gRAçA nA PRAçA | A vOz e As cORes de cARmen miRAndA

Paulo Pasa, Divulgação/O Caxiense

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231.fev.2012

CINE

* Qualquer alteração nos horários e filmes em cartaz é de respon-sabilidade dos cinemas.

Hugh JACkMAN. Russell CROwE. De Tom HOOPER

Jamie FOx. Leonardo DICAPRIO. De Quentin TARANTINO

O LADO BOM DA VIDAUma crise agressiva levou o professor Pat

Solitano a ser internado em uma clínica psi-quiátrica. Ao sair, ele tenta retomar sua vida, o que inclui se reconciliar com a ex-esposa. No meio do percurso, porém, ele conhece Tiffany, uma mulher agressiva que tem dificuldade em aceitar a morte de seu marido. Termos sérios tratados com bom humor. Com Robert De Niro. Bradley Cooper. De David O. Russell. Estreia

CINÉPOLIS 14:10-17:00-19:40-22:20GNC 16:45-19:20-21:50 12 2:02

INATIVIDADE PARANORMALNão é somente mais uma paródia de filmes

de terror, como é mais uma paródia de filmes de terror com Marlon Wayans (de Todo Mun-do em Pânico e As Branquelas). Aqui, ele assina o roteiro e interpreta Malcolm, o protagonista que se muda para uma nova casa com a esposa Keisha. Lá, ela é possuída por um fantasma, o que causa problemas à vida sexual do casal. Com Marlene Forte. Nick Swardson. De Mi-chael Tiddes. Estreia

GNC 13:00-18:00 | 19:45 12 1:27

OS MISERÁVEISO musical, que rendeu críticas à performance vocal de Anne Hathaway, também lhe deu uma

indicação ao Oscar de Atriz Coadjuvante pela interpretação de Fantine. Na França do século XIX, Jean Valjean é um ex-prisioneiro que luta para sobreviver. Sua vida muda quando ele encontra a pequena Cosette, filha de Fantine. Adaptado da obra de Victor Hugo. 8 indicações ao Oscar.

CINÉPOLIS 14:00-18:20-21:50GNC 15:00-18:10-21:20 10 2:37

DJANGO LIVREO ex-escravo Django Freeman (Jamie Foxx) e o

dentista Dr. King Schultz (Christoph Waltz) for-mam uma dupla de caçadores de recompensas. Nos Estados Unidos pré-Guerra Civil, Django é com-prado por Schultz para ajudá-lo na busca de um trio de assassinos, ex-feitores da fazenda onde Django era escravo. Em troca, Schultz promete alforriá-lo. Os dois funcionam tão bem como parceiros, que decidem permanecer juntos. Entusiastas irão idola-trar Django Livre. Os simpatizantes vão gostar, mas a obra, por si só, não deve transformá-los de meros apreciadores em fãs incondicionais. 2ª semana

★ ★ ★ ★ ★CINÉPOLIS 18:00-21:30GNC 14:50 | 21:30 16 2:45

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De Ruben FLEISCHER

De Enrique GATO

Daniel DAy-LEwIS. De Steven SPIELBERG

De Sarah POLLEy

AS AVENTURAS DE TADEOO pedreiro Tadeo sonha desde crian-

ça ser arqueólogo. A oportunidade surge quando ele é confundido com um famoso profissional da área. Na confusão, acaba sendo levado para Ma-chu Picchu, onde tenta impedir uma quadrilha de saquear a cidade lendá-ria. Tem o mocinho divertido, o amigo atrapalhado, a mocinha bonitona e o cãozinho carismático. E tem também referência a Indiana Jones e a Star Wars (pequena, mas tem), o que é sempre bom. Pré-estreia

CINÉPOLIS 3D 13:30-15:50 (SOMENTE SÁB. (2) E DOM. (3)) L 1:32ENTRE O AMOR E A PAIXÃO

O título em português não é dos mais criativos, mas resume bem a trama. Em uma viagem a trabalho, a jovem Margot conhece Daniel, por quem desenvolve empatia. Um conjunto de coincidências faz com que os dois se apaixonem, en-quanto Margot trava uma luta interna: ela tem um relacionamento de 5 anos com o namorado Lou. Com Michelle Williams e Seth Rogen. 2ª semana

ORDOVÁS SEx. (1°) 19:30. SÁB. (2) E DOM. (3) 20:00 14 1:56

O RESGATEO criminoso Will Montgomery cumpriu

8 anos de prisão após um assalto a banco mal sucedido. Após a experiência, decidiu largar essa vida e se reconciliar com sua fi-lha de 14 anos. Só que o ex-parceiro de Will não se conforma de não ter recebido sua parte do dinheiro do assalto e o chantageia, sequestrando a garota. Will parte para um novo assalto, desta vez para salvar a vida da filha – motivo nobre, né?! Com Josh Lucas. Danny Huston. De Simon West. 2ª semana

CINÉPOLIS 13:10-19:10GNC 14:30 14 1:36

SAMMY: A GRANDE FUGAParece que os animais aquáticos tem

agradado roteiristas e diretores mundo afora. Depois de Procurando Nemo, vários outras animações tentaram pegar carona no cenário antes pouco explorado, como O Mar Não Está Para Peixe e O Espanta Tubarões. O belga Sammy, agora com uma segunda edição, tem até a trama parecida. Pode ser divertido, mas dificilmente alcan-çará o original. De Ben Stassen. 3ª semana

CINÉPOLIS 3D 13:30-15:50 (ExCETO SÁB. (2) E DOM. (3))

L 1:33

CAÇA AOS GÂNGSTERSEm 1949, o mafioso Mickey Cohen

(Sean Penn) é o chefão de Los Ange-les. Criminosos, policiais, políticos: todos estão sob seu controle. Isso até uma equipe secreta de policiais tentar acabar com a festa, o que não promete ser fácil. “Você está falando com Deus. Pode jurar por mim” é a resposta de Cohen à súplica “Sinto muito, sr. Co-hen, nunca mais vai acontecer. Juro por Deus”. Boooh. Com Josh Brolin. Ryan Gosling. Estreia

CINÉPÓLIS 14:20-17:10-20:00-22:30GNC 13:50-16:30-19:10-21:40

16 1:53

JOÃO E MARIA – CAÇADORES DE BRUXAS

A censura é de 14 anos – o que, apesar do que sugere graficamente o cartaz do filme, limita as cenas de sangue – e o conto é para crianças, mas os adultos que cresceram ou-vindo a história de João e Maria (os irmãos aprisionados em uma casa de doces) devem se interessar mais pelo longa do que a nova geração. Com Jeremy Renner. Gemma Ar-terton. De Tommy Wircola. 2ª semana

CINÉPOLIS 3D 13:20-17:40 | 3D 15:30-19:50-22:00GNC 3D 13:40-15:50 | 3D 17:50-20:00-22:00 14 1:23

LINCOLNEm 1865, o 16° presidente dos Esta-

dos Unidos, Abraham Lincoln (aque-le que estampa as notas de 5 dólares), tenta aprovar a emenda constitucional que acabaria com a escravidão. Conco-mitante, tenta conduzir os Estados do Norte à vitória durante a Guerra Civil, já que os sulistas são contra a abolição. Apesar da guerra como pano de fundo, não espere um Spielberg tradicional: longa se debruça muito mais sobre os diálogos e os bastidores do poder do que sobre a guerra em si – o que não o torna ruim (afinal, 12 indicações ao Oscar). Com Sally Field. 2ª semana

CINÉPOLIS 16:00-21:40GNC 15:30-21:10 10 2:33

DE PERNAS PRO AR 2Pronto, a comédia de Roberto Santucci já

conseguiu chegar a 4 milhões de espectado-res, ou seja: bateu a maior bilheteria nacio-nal de 2012. Já pode sair de cartaz, né? Com Ingrid Guimarães. Maria Paula. 6ª semana

GNC 13:30-18:45 (14:00-19:00, SOMENTE NO DIA 6, CI-NEMATERNA) 12 1:35

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251.fev.2012

10º Interpraias de PescaSÁB. (2). 8:00. Sociedade Amigos de Arroio do Sal (SAAS). Gratuito. Arroio do Sal

Circuito Futevôlei SescDOM. (3). 9:00. Sesc. Gratuito. Arroio do Sal

+ EVENTOS

LITORAL

Esporte na areia

Sons do cinema ao vivo

Luto na praia

Se a música e o teatro não ocorrem, no litoral terá futebol de areia. É mais uma rodada do Praiano 2013, em Torres. Veja abaixo os jogos deste final de semana, que têm entrada gratuita.

Dr. Pé x Adalma | DOM. (3). 16:00Unidos x Sta. Terezinha | DOM. (3). 17:00Anjos da Rua x Bebedores | DOM. (3). 18:00Passargada x Auto Brilho Car/Oberdan |DOM. (3). 19:00

A única atração que não foi cancelada é o espetáculo musical Clássicos de Cinema, da cantora lírica Cristina Sorrentino. Com luzes e projeções de vídeo, o ambiente será uma espécie de cinema com trilha sonora ao vivo. No repertó-rio, clássicos das telonas como As Time Goes By, de Frank Sinatra, do clássico romântico Casablanca; além de Smile, do filme Tempos Modernos, de Charles Chaplim e Manhã de Carnaval, trilha sonora do filme Orfeu Negro, além de outras canções que embalaram filmes do passado. Segundo o organizador San-dro Lopes, o não cancelamento do evento deve-se ao estilo do espetáculo, com canções eruditas e sem clima de festa. Uma homenagem às vítimas da tragédia em Santa Maria está sendo preparada.

SÁB. (2). 21:00. De R$ 20 a R$ 40. Centro de Eventos da Ulbra. Torres

Se não fosse a tragédia que vitimou 235 jovens em uma casa noturna em Santa Maria, na madrugada de domingo (27), o final de semana nas praias de Torres, Arroio do Sal, Areias Brancas, Curumim e Capão da Canoa teria 18 atrações, entre música e teatro. Porém, em respeito as vítimas da tragédia e seguindo o luto oficial de 7 dias decretado pelo governador do Estado, Tarso Genro, os eventos que seriam promovidos pelas prefeituras foram cancelados.

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Edital de Citação - Cível6ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (vinte} dias. Natureza: Cobrança Processo: 010/1.11.0011977-9 (CNJ:.0041069-40.2011.0.21.00/0}. Autor: Super Pneus Importação e Comér-cio Ltda. Réu: Maria Luiza Deon Bandeira e outros. Objeto: CITAÇÃO de Ma-ria Luiza Deon Bandeira e Airto Jose Bandeira, atualmente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articulados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 12 de dezembro de 2012. SERVIDOR, Maria Gorete Grisa. JUIZ: Silvia Muradas Fiori.

Edital da Citação - Cível 4ª Vara Cível - Comarca de Caxias do Sul

Prazo de: 20 (VINTE) dias. Natureza: Revisão de Contrato Processo: 010/1.08.0011152-7 (CNJ:.0111521-80.2008.8.21.0010). Autor: Renato Iplinski. Réu: Felipe Pedrosa. Objeto: CITAÇÃO de Felipe Pedrosa, atu-almente em lugar incerto e não sabido, para, no PRAZO de QUINZE (15) dias, a contar do término do presente edital (art. 232, IV, CPC), contestar, querendo, e, não o fazendo, serão tidos como verdadeiros os fatos articu-lados pelo autor na inicial.

Caxias do Sul, 01 de novembro de 2012.SERVIDOR: Osmar Cezar da Silva. JUIZ: Sergio Augustin.

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SEXTA-FEIRA (1)

The Cotton Pickers 22:30. R$ 20 e R$ 15. MississippiDaniel e Gaita 21:00. R$ 8 e R$ 6. PaiolDilemas 23:30. R$ 5. Cachaçaria Sarau

SÁBADO (2)

Noite Solidária 23:30. R$ 15 (verba revertida ao Hospital de Caridade de San-ta Maria). Nox versus Pátria & querência 22:00. R$ 8 e R$ 6. PaiolPagode Jr + DJ Gilson 22:30. R$ 20. Portal BowlingJack Brown + DJ Alemão 23:00. R$ 15 e R$ 20. Buku’s AnexoRogers e Guto Peixoto 23:00. R$ 5. Cachaçaria Sarau

DOMINGO (3)

Pagode Jr + Jackson & LuhAnne 22:30. R$ 20. Portal Bowling

qUARTA-FEIRA (6)

Rafa Gubert & Tita Sachet 22:00. R$ 20 e R$ 15. MississippiJhonatan e Carlos 21:00. Gratuito. Paiol

qUINTA-FEIRA (7)

Mersey Trio 22:00. R$ 18 e R$ 12. MississippiGrupo Macuco 21:00. R$ 8 e R$ 6. Paiol

+ SHOWS

MUSICA

Noite silencia em respeito aos mortos de Santa Maria

Pelo menos 8 casas noturnas de Caxias do Sul suspenderam sua programação neste final de semana, como forma de manifestar o luto pela tragédia ocorri-da em Santa Maria no último domingo (27), quando um incêndio deixou 235 mortos e mais de uma centena de feridos. Bistrô Brasil Tchê, Bulls, Level, Olim-po, Pepsi Club, Place des Sens, Upside, Xerife e Vagão Classic cancelaram ou adiaram os eventos programados. “...conclamamos a todos que neste momento aproveitem o final de semana que se aproxima com as pessoas que mais lhe são caras, e que por vezes, dada a rotina do dia a dia, esquecemos de valorizar”, su-gere a nota oficial divulgada pela direção do Vagão.

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Templo do bluesO palco do Mississippi vai ficar pequeno para os lajeadenses da Just Blues, que

conta com 6 integrantes: Xilo (guitarra solo e vocal), Guma (Baixo e backing vo-cal), Jones Fiegenbaum (Guitarra e backing vocal), Diego Gueno (Guitarra Solo e ritmo), Ito Feldens (bateria e backing vocal) e Vicente Breyer (Teclado e Ba-cking vocal). Formada em 2001, essa é a primeira vez da banda no bar que Joes Fiegenbaum define como “um templo do blues no Brasil e na América Latina”. No repertório, clássicos de B.B. King, Freddie King, Eric Clapton, The Animals e muito blues de Chicago.

SÁB. (2). 23:00. R$ 20 e R$ 15. Mississippi blues

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271.fev.2012

MUSICA

Charme argentino na pistaA bela DJ argentina Antonela Giampietro assume as pickups do Havana Café

com o melhor do gênero deep house, sua especialidade. Quem já assistiu a her-mana em ação, garante que sue groove é inconfundível. E que as mais de 11 mil curtidas em sua página oficial no Facebook não são graças apenas ao rostinho bonito.

SÁB. (2). 23:30. R$ 15 a R$ 40. Havana Eletrônica

O que é que a baiana temMarcada originalmente para o dia 31 de janeiro, mas adiada em razão de luto

pela tragédia em Santa Maria, a primeira edição de 2013 da série Grandes No-mes, que homenageia ícones da música brasileira e latino-americana, presta tri-buto à cantora e atriz luso-brasileira Carmen Miranda. O espetáculo terá apre-sentação de Ana Jardim e banda e a produção musical é de Lázaro Nascimento. O que é que a baiana tem, Chica Chica Boom Chic e Tico-Tico no fubá são alguns dos clássicos imortalizados na voz de Carmen Miranda.

QUI. (7). 21:00. Gratuito. Ordovás

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PALCO

Palhaços em crise

Exército de um homem só

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Dois palhaços, interpretados por Janio Nunes e Paulo Macedo, com supervisão de Davi de Souza, salvam a programação cultural deste fim de semana em Caxias. Em Cadê o Circo - Cia Garagem, os homens que trabalhavam na limpeza e organização do picadeiro perdem o empre-go quando o circo vai embora. Com o sonho de divertir plateias, eles administram a crise e decidem montar seu próprio espetáculo.

SÁB. (2). 10:00. Praça Dante Alighieri. | 17:30. Parque dos Macaquinhos |DOM. (3). 17:30. Parque dos Macaquinhos. Gratuito L 0:40

Sidnei Pereira de Oliveira, do Teatro Noscego, de Cara-zinho, é Aristão – e outros 29 personagens – em As faça-nhas de Aristão, o desafortu-nado. Aristão é um homem pobre que luta pela sobre-vivência. A história se passa durante a conquista da Pérsia pelo exército de Alexandre, O Grande, atá a sua morte na Babilônia. O que assisti-mos é a perspectiva de Aris-tão, que gastou oito décimos da vida fugindo e roubando para sobreviver, um décimo trabalhando honestamente e menos de um décimo viven-do como um rei, para morrer como tal. O texto e a direção são de Jocemar de Quadros Chagas.

SEx. (1) e SÁB. (2). 20:30. R$ 20, R$ 15 (antecipado) e

R$ 10 (meia-entrada). Teatro Municipal.

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291.fev.2012

LEgENdADuração Classificação Avaliação ★ 5 ★ Cinema e TeatroDublado/Original em português Legendado Ação. Animação. Artes.Circenses. AventuraBonecos. Comédia. Documentário. Drama Fantasia. Ficção.Científica. Faroeste Infantil. Musical. Policial. Romance. Suspense. Terror.

MúsicaBlues. Coral. Eletrônica. Erudita. Folclórica. Funk. Hip.hop Indie. Jazz. Metal. MPB. Pagode. Pop. Reggae. Rock. Samba. Sertanejo. Tango. Tradicionalista

DançaClássico. Contemporânea. Flamenco. Folclore. Forró. Jazz. Dança.do.Ventre Hip.hop Salão.

ArtesAcervo. Desenho. Diversas Escultura. Fotografia. Grafite. Gravura. Instalação Pintura.

ENdERE OSCINEMAS:CINÉPOLIS. AV. RIO BRANCO,425, SÃO PELEGRINO. 3022-6700. SEG.QUA.QUI. R$ 12 (MATINE), R$ 14 (NOITE), R$ 22 (3D). TER. R$ 7, R$ 11 (3D). SEX.SÁB.DOM. R$ 16 (MATINE E NOITE), R$ 22 (3D). MEIA-ENTRADA: CRIANÇAS ATÉ 12 ANOS, IDOSOS (ACIMA DE 60) E ESTUDANTES, MEDIANTE APRESENTAÇÃO DE CARTEIRINHA. | GNC. RSC 453 - kM 3,5 - SHOPPING IGUATEMI. 3289-9292. SEG. QUA. QUI.: R$ 14 (INTEIRA), R$ 11 (MOVIE CLUB) R$ 7 (MEIA). TER: R$ 6,50. SEX. SAB. DOM. FER. R$ 16 (INTEIRA). R$ 13 (MOVIE CLUB) R$ 8 (MEIA). SALA 3D: R$ 22 (INTEIRA). R$ 11 (MEIA) R$ 19 (MOVIE CLUB) | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZZOLO. 3901-1316. R$ 5 (INTEIRA). R$ 2 (MEIA) |

MÚSICA:BIER HAUS. TRONCA, 3.068. RIO BRANCO. 3221-6769 | BOTECO 13. DR. AU-GUSTO PESTANA, S/N°, LARGO DA ESTAÇÃO FÉRREA, SÃO PELEGRINO. 3221-4513 | BUkUS ANEXO. RUA OSMAR MELETTI, 275. CINQUENTENáRIO. 3215-3987 | BULLS. DR. AUGUSTO PESTANA, 55. ESTAÇÃO FÉRREA. 3419.5201 | CACHAÇARIA SARAU. CORONEL FLORES, 749. ESTAÇÃO FÉRREA. 3419-4348 | COND. ANGELO MURATORE, 54. DELLAZZER. 3229-5377 | HAVANA. DR. AUGUSTO PESTANA, 145. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3215-6619 | LEVEL CULT. CORONEL FLORES, 789. 3223-0004 | MISSISSIPPI. CORONEL FLORES, 810, SÃO PELEGRINO. MOINHO DA ESTAÇÃO. 3028-6149 | NOX VERSUS. DARCy ZAPAROLI, 111. VILAGGIO IGUATEMI. 8401-5673 | OLIMPO MUSIC. PERIMETRAL BRUNO SEGALLA, 11655, SÃO LEOPOLDO. 3213-4601 | PAIOL. FLORA MAGNA-BOSCO, 306. 3213-1774 | PEPSI CLUB. RUA GUERINO SANVITTO, 1412. VILLAG-GIO IGUATEMI.3019-0809 | PORTAL BOWLING. RS 453, kM 2, 4140. SHOPPING MARTCENTER. 3220-5758 | VAGÃO CLASSIC. JÚLIO DE CASTILHOS, 1343. CENTRO. 3223-0616

TEATROS:TEATRO MUNICIPAL. DOUTOR MONTAURy, 1333. CENTRO. 3221-3697 | CASA DE TEATRO: RUA OLAVO BILAC, 300. SÃO PELEGRINO. 3221-3130

GALERIAS:CAMPUS 8. ROD. RS 122, kM 69 S/Nº. 3289-9000 | ESTAÇÃO SAN PELEGRI-NO. AV. RIO BRANCO, 425. SÃO PELEGRINO. 3022-6700 | GALERIA MUNICI-PAL. DR. MONTAURy, 1333, CENTRO, 3215-4301 | MUSEU MUNICIPAL. VIS-CONDE DE PELOTAS, 586. CENTRO. 3221-2423 | ORDOVÁS. LUIZ ANTUNES, 312. PANAZ ZOLO. 3901-1316 | SESC. MOREIRA CÉSAR, 2462. PIO x. 3221-5233 |

CAMARIMMarcelo araMis

DVD no palco

Arte

A estreia do Rei

Em época de vacas magras na agenda cultural, até um DVD vira atração no palco do Zarabatana. O Ordovás lançou uma programação especial até o final de fevereiro, o ha-ppy hour Clássicos de Verão. Com apoio da locadora San Remo, o bar exibe DVDs de música em um telão. O evento ocorre de segunda a quinta-feira, a partir das 18:30, com um dia para cada gênero: rock nacional nas segundas, samba às terças, rock inter-nacional às quartas e MPB às quintas. É o que tem para hoje. A atração tem entrada franca (era só o que faltava cobrar ingresso).

Pela primeira vez em 165 edições, O CAXIENSE não publica a página de Artes. Estão em cartaz a exposição Atelier Revisitado, de Márcia Casal, na Galeria Municipal e Capelinhas: Memória e Fé, no Museu Municipal. Ambas já foram destaque na nossa agenda cultural, que espera, na pró-xima semana, poder dar espaço para uma nova exposição. Além destas, somente Na Beleza de Caxias, a Na-tureza em Cores, com desenhos de crianças da rede municipal de ensino, que ilustram o Calendário 2013 da Secretaria do Meio Ambiente. O con-curso cultural que elegeu os 12 ven-cedores teve 1.185 inscritos. A mostra está na Estação San Pelegrino.

Com produção de Anderson Aguzolli, Elias Hoffman e FTF, o Submundo Alternativo lança neste domingo (3), com sessões às 17:00 e 17:30 no cinema do Ordovás, o curta O Rei está morto, contemplado pelo Financiarte. Produzido em stop mo-tion, o filme é inspirado no jogo de Xadrez. Após a morte do Rei Negro, o Rei Branco envia o príncipe Nescius para conquistar a Coroa da Escuridão e despojar a Rainha Interpretas. Entre a pré-produção (construção de cená-rios e de 8 bonecos principais e 35 co-adjuvantes e figurantes) e a gravação (12 mil fotos), o grupo dedicou um ano de trabalho aos 22 minutos do curta. Cerca de 15 pessoas se envol-veram na produção. Luis Feier Motta e Zica Stockmans fazem as vozes. A direção é de FTF.

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Estilo além da folia

Customize o abadá e faça bonito no Bloco da Velha

Beleza

Quem quer entrar no clima de carna-val mas dispensa o abadá pode apostar nos maxicolares coloridos e neons. O acessório também é uma ótima opção para quem não quer investir muito na fantasia, já que combinado com uma roupa em tom mais sóbrio pode ser usa-do o ano todo, especialmente no verão. A loja virtual Kamerata lançou, inclusi-ve, peças em cores que homenageam as principais escolas de samba do país.

Quem pensa que para participar do Bloco da Velha, no dia 10 de fevereiro, basta adquirir o abadá (à venda na livraria Do Arco Da Velha, por R$ 25), comparecer à concentração (começa às 14:00, ao lado da livraria) e seguir o trio elétrico, está muito enganado. Para muita gente, a função começa assim que a camiseta, obra da designer gráfica Camila Cornutti, cai nas mãos do folião: é hora de customizar o seu abadá.

Para te ajudar com essa tarefa, mesmo que você não tenha muitas habilidades manuais, a coluna tem dicas valiosas. Confira:

A primeira é para os mais habilidosos. O xadrez do abadá do Bloco da Velha é um verdadeiro convite aos trabalhos manu-ais. Experimente rebordá-los, ou bordar apenas os de uma determinada cor com miçangas, lantejoulas, pedrarias e linha de lurex. Alguns desses itens também podem ser aplicados usando cola para tecido, que facilita o trabalho.

Um simples recorte já pode deixar o abadá de cara nova. É possível transformá-lo, por exemplo, em uma regata com estilosas costas modelo nadador. Primeiro, recorte a ribana da gola (tente passar a tesoura bem rente à costura com o algodão, mas sem desmanchá-la, pois o acabamento fica melhor) e as mangas. Depois, as costas (use uma regata que você tenha em casa como referência. Se você tem mais dificuldade, coloque uma folha vegetal sobre ela, copie o formato, recorte, e risque no abadá com um lápis preto macio). Para finalizar, peque uma fita mi-mosa bem colorida, ou até mesmo uma tira de um tecido com paetês e brilho, e amarre o centro das costas, transformando num cordão.

Você também pode simplesmente acinturar o abadá usando a técnica da passamanaria. Essa dica é bacana para crianças, por exemplo, porque tem como transformar a camiseta em um vestido. E é bem simples: marque a linha da cintura usando lápis preto macio. Escolha a fita ou uma tira de tecido que fará as vezes de cinto (bem longa, de preferência, para abusar da criatividade nas amarrações) e meça a largura. Nessa medida, faça diversos cortes verticais onde você marcou a cintura da camiseta. Quando mais próximos, mais franzidinho e detalhado ficará. Amarre com um laço nas costas, nas laterais.

O Senac Caxias do Sul está com as inscrições abertas para o curso de Cabe-leireiro. A capacitação tem início no mês de março e as inscrições já podem ser realizadas na escola (Júlio de Castilhos, 3638). As aulas acontecerão de segunda a quinta-feira, das 13:30 às 17:30. Mais informações pelo 3225-1666.

MODA E BELEZApor Carol De Barba

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311.fev.2012

vITRINE

Hidraturbo | Natura | R$ 42,80

Creme Depilatório Man Depiroll | R$ 20

Shower Gel Cabelo e Corpo | O Boticário | R$ 20

Complexo Facial 5 em 1 Active Men Vita Derm | Natura | R$ 50

Espuma e Balsamo pós barba Extreme Confort | Nivea | R$ 13

Clear Men Anticaspa Queda Control | Clear | R$ 22

Um das maiores controvérsias entre os produtos de beleza para os homens está na desagradável sen-sação de pele melecada. Na busca da solução deste problema a Natura desenvolveu o Hidraturbo, um hidratante não oleoso e de rápida absorção que controla o brilho e a oleosidade da pele masculina.

Enriquecido com um coquetel de vitami-nas o Complexo Facial 5 em 1 foi desenvol-vido para proporcionar à pele efeito tensor, calmante, hidratante e antienvelhecimento. Por conter filtro solar fator 15 ainda protege contra os raios UVA e UVB, e pode ser utilizado mesmo após o barbear.

De textura cremosa e rápida aplica-ção, o creme depilatório é uma opção rápida e indolor para se livrar dos pelos no peito, costas, braços, pernas e axilas. O produto deve ser aplicado sobre a pele seca e limpa e removido após 10 minutos com o uso de uma toalha ou espátula, mas não deve ser utilizado no rosto ou cabeça.

Com perfume compatível com o perfil masculino e composição suave este shampoo é uma ótima opção para uso em viagens e academia.

Irritação por uso de lâminas de barbear é um problema que já tem solução. Produtos como o Extreme Confort tem uma fórmula eficiente que proporciona alívio imediato para as irritações causadas pelo barbear.

Por consequência de um cabelo quase sempre oleoso, homens sofrem inúmeras vezes com a caspa e cabelos quebradiços. Este shampoo da Clear não é aconselhado para uso diário em razão de sua composi-ção mais forte, mas a sensação de limpeza vem logo no primeiro dia de uso.

CARA LAVADA

INDOLOR

NA MALA

MAIS JOVEM

PÓS-BARBA

FAxINA

Baú de tesourosLembranças e brincadeiras de

infância. Do tempo em que a caixa de brinquedos era mágica, um verdadeiro baú de tesouros. Esse é o clima da coleção de Outono-Inverno 2013 da Dedeka. As peças das linhas bebê, primeiros passos e infantil vêm em cores mais claras, com estampas florais, poás, de ursi-nhos, pinguins, carrinhos antigos, peões e jogos de xadrez. A novi-dade é a linha homewear: jogos de lençóis para berço em meia malha e em microsoft, mantas, kits de paninhos de boca, naninhas, capas em malha polar e mais. Os produtos já começaram a chegar às lojas.

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