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    Profa. Vera L. S. N. Button DEB/FEEC/UNICAMP 1

    ELETROCARDIGRAFO E MONITOR CARDACO

    NDICE

    I. Introduo

    II. Histrico

    III. Anatomia e fisiologia do coraoIII.1. Corao como bombaIII.2. Propriedades das fibras cardacasIII.3. Potencial de ao das fibras cardacas

    IV. Caractersticas do sinal eletrocardiogrfico

    V. Vetor despolarizao

    VI. Principais derivaes

    VII. Aplicaes clnicas

    VIII. Equipamentos: eletrocardigrafo e monitor cardacoVIII.1. FunoVIII.2. Diagrama em blocos

    VIII.2.1. EletrocardigrafoVIII.2.1. Monitor Cardaco

    a. eletrodosb. seletor de derivaoc. circuitos de proteod. pr-amplificador

    e. circuitos de isolao eltricaf. detetor de falha de derivaog. restaurador de linha de baseh. eliminao de spike de marca-passo

    VIII.3. Interferncias no sinal de ECGVIII.4. Tabelas comparativas

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    I. INTRODUO

    Eletrocardigrafos: detectam os sinais eltricos associados atividade cardaca e produzem o eletrocardiograma, ECG, um

    registro grfico de tenso eltrica em funo do tempo.A atividade eltrica do corao humano pode ser detectado nasuperfcie do corpo (amplitude em torno de alguns miliVolts) eregistrado no eletrocardiograma.

    Eletrocardiograma: o ECG constitui um dos mais teis mtodosno-invasivos de diagnstico mdico. O ECG usado paradiagnosticar e acompanhar a evoluo de arritmias cardacas e

    diversas outras patologias do corao. Pode ser obtido noconsultrio mdico, durante um exame de rotina (12derivaes), com o paciente em repouso, para diagnosticarproblemas cardiovasculares.

    Monitor eletrocardiogrfico: usado principalmente no centrocirrgico e na UTI. O ECG pode ser obtido continuamente (sonecessrios pelo menos 2 eletrodos de registro e um terceiro

    de referncia), para monitorar a funo cardaca (freqncia debatimento) do paciente. Geralmente est associado monitorao de outros parmetros vitais, tais como taxarespiratria, presso sangnea, dbito cardaco, oxigenaodo sangue, etc.

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    II. HISTRICO

    1872: Gabriel Lippmann inventa o eletrodo capilar (capilar devidro com Hg e H2SO4e o menisco de vidro era lido com microscpio;1891: as 3 fases da atividade cardaca, ondas P e T e complexo

    QRS, so descritas (Burdon-Sanderson e Paige, em animais; Waller e,humanos);1895: Willem Einthoven aperfeioa o eletrodo capilar e descreve 5deflexes;1897: Clement Ader cria o galvanmetro de corda;1901: Einthoven constri o primeiro ECG com galvanmetro decorda;1903: Einthoven vende o primeiro ECG comercial;1905: Einthoven transmite sinais de ECG do hospital para olaboratrio por telefone;

    1906: Einthoven publica o primeiro atllas com ECGs normais eanormais diferenciados (ventriculares e atriais, direita e esquerda);1912: Einthoven descreve o tringulo equiltero formado pelasderivaes I, II e III e introduz os eletrodos de imerso;1917: Utilizao do eletrodos de metal com algodo embebido emsoluo salina;1924: Einthoven ganha o prmio Nobel por inventar oeletrocardigrafo;1932: Charles Wolferth e Francis Wood descrevem o uso clnico de

    derivaes no peito (V1 a V6);1938: Utilizao de vlvulas e TRC para amplificar e visualizar ossinais eletrocardiogrficos;1942: Emanuel Goldberg acrescenta as derivaes aVR, aVL eaVF completando as 12 derivaes atuais;1950: Primeiros ECGs transistorizados;1961: N. J. Holter cria o primeiro ECG porttil;1966: Utilizao de computadores IBM para reconhecimento depadres para diagnstico automtico;1969: Geddes usa eletrodos de Ag/AgCl e pastas eletrolticas

    base de Cl;

    a partir dos anos 70: utilizao de eletrodos descartveis; a introduode computadores teve grande impacto no desenvolvimento tecnolgicodos eletrocardigrafos, levando ao desenvolvimento da aquisioautomtica de dados, anlise, processamento e deteco automtica(inclusive em rede) de arritmias.

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    Msculo atrial

    III. Anatomia e fisiologia do corao

    O suprimento sanguneo para as diversas partes do corpo mantido nosistema circulatrio de acordo com o aumento ou diminuio daresistncia sistmica ao fluxo de sangue.

    Quando em repouso, o fluxo de sangue no ser humano adulto deaproximadamente 5 l/min, o que equivale a 60-80 batimentos do coraopor minuto.

    Em exerccio, o fluxo aumenta para 15 a 25 l/min, e o nmero debatimentos do corao por minuto fica entre 120 a 160.

    Ventrculo esquerdo V

    Figura 1. No corte do corao apresentado so indicadas as 4 cmaras do corao:trios esquerdo e direito e ventrculos esquerdo e direito; a veia cava superior; e osistema de conduo eltrico do corao: nodos sino-atrial ou sinusal (AS) e trio-ventricular (AV), redes de Purkinje e feixe de His.

    Ndulo SA sinusal

    Ndulo AVtrio-ventricular

    Msculo ventricular

    Ramos dofeixe de His

    Feixe de His His

    Rede dePurkinje

    Ventrculoesquerdo

    trioesquerdo

    Veia Cava Superior

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    III.1. Corao como bomba

    O cor ao c on si st e em um a bomba m us cu lar p u lstilun id i rec iona l dup la , que t rabalha em do is tempo s.

    Bomba muscular pulstil:tem a funo de manter ativamente o fluxosangneo como principal mecanismo de transporte de substncias portodo o corpo. O fluxo exercido no momento da contrao dosventrculos, que seguida pelo relaxamento, e portanto, no contnuoe sim pulstil.

    Bomba dupla: o corao formado por duas bombas distintas e

    anlogas, que funcionam de forma sncrona: o corao direito (VD e AD)e o esquerdo (VE e AE). P primeiro responsvel pelo fluxo corao-pulmes, e o segundo pela circulao em todo o corpo, inclusive noprprio corao.

    Bomba unidirecional: cada cmara tem vlvulas que impedem orefluxo do sangue, garantindo sentido nico na circulao. As vlvulaspara baixa presso esto nas sadas do trio direito (tricspide), doventrculo direito (pulmonar) e do ventrculo esquerdo (artica). A maiorpresso na sada do trio esquerdo (vlvula mitral): quando estfechada, agenta o tranco da contrao do ventrculo esquerdo,impedindo o refluxo.

    Bomba em dois tempos: os dois lados so formados por cmarasuperior (trios) e inferior (ventrculos) que funcionam alternadamente. Acontrao dos trios leva ao enchimento dos ventrculos, que so osresponsveis pela atividade bombeadora principal. A fase de repouso

    dos msculos das cmaras inferiores ou ventrculos, a distole, e a decontrao a sstole.

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    III.2. Propriedades das fibras cardacas

    A fibra cardaca apresenta 4 propriedades: excitabilidade,contratilidade, ritmicidade e condutibilidade.

    Excitabilidade: a propriedade de responder a um estmulo. A respostada fibra cardaca representada pela contrao muscular.

    Contratilidade: em condies fixas, a resposta do corao

    mxima, qualquer que seja a intensidade do estmulo, desdeque supra-limiar.

    Ritmicidade ou automatismo: a fibra cardaca tem apropriedade de originar, dentro de si mesma, o impulso quedetermina sua contrao. Nem todas as partes do corao tmo mesmo automatismo.

    Condutibilidade: os estmulos ativadores da musculaturacardaca se originam numa regio restrita. Graas condutibilidade, o processo de ativao se propaga por toda amusculatura cardaca. A condutibilidade comum a todo tecidocardaco, porm, encontra-se particularmente desenvolvida nofeixe de His e seus ramos e na rede de Purkinje.

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    III.3. Potencial de ao das fibras cardacas

    A contrao do corao (trios e ventrculos) precedida por umaativao eltrica, de padro especfico e bem coordenado, dasestruturas musculares.

    Cada parte da estrutura cardaca especializada para uma funo.Distinguem-se os tecidos nodal (NSA e NAV), de His e de Purkinje emuscular (atrial e ventricular).

    Tecido nodal sino-atrial: o NSA tem a funo de auto-ritmicidade. Onodo sino-atrial, tambm chamado de marca-passo primrio, formadopor um agrupamento de clulas (1 a 2mm de comprimento e 2mm delargura). onde ocorre o primeiro PA.

    Feixe de His: a ativao eltrica iniciada no NSA, transmitida(velocidade 1m/s) ao NAV atravs dos tratos internodais (anterior, mdioe posterior) e interatrial (primeiro o trio direito ativado, e depois oesquerdo).

    Tecido nodal trio-ventricular: o NAV o marca-passo secundrio.Quando a despolarizao chega ao NAV, suas fibras retardam aconduo (velocidade 0,05m/s) antes que ela continue pelo feixe de Hise pela rede de Purkinje. Para no haver contrao simultnea de trios

    e ventrculos.

    Rede de Purkinje: as fibras de Purkinje apresentam velocidade depropagao alta (1m/s), permitindo a contrao efetiva dos ventrculos.Mais de 50% da massa ventricular estimulada em aproximadamente10ms.

    As manifestaes eltricas da atividade cardaca refletem a atividademecnica, sendo teis do ponto de vista da prtica clnica, no

    diagnstico de patologias cardacas.Cada tipo de tecido exibe um potencial de ao caracterstico (figura 2).O sistema de conduo especializado representa uma pequena poroda massa cardaca. Assim, os trios e os ventrculos so quem maiscontribuem para o formato do potencial eltrico captado externamenteao corao.

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    apresenta plat de despolarizao, que deve ser rpida, para manter otnus muscular.

    O PA da fibra do NSA praticamente no exibe plat: despolariza erepolariza rapidamente e no tem perodo refratrio absoluto.

    Figura 3. Potenciais de ao de uma fibra ventricular (a) e de uma fibra do NSA (b).

    (b)

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    III. Caractersticas do sinal eletrocardiogrfico

    O ECG o registro da atividade eltrica do corao por meio deeletrodos colocados sobre a superfcie corporal. Representa a somatriade todas as atividades eltricas que ocorrem a cada instante do ciclocardaco:

    Figura 4. ECG tpico, mostrando as ondas P, T e o complexo QRS. A durao e aamplitude dessas formas tm significado clnico porque correspondem diretamenteao percurso de conduo eltrica do corao.

    A seqncia de eventos eltricos que resultam no ciclo sstole/distole(figura 5) propagam-se atravs do volume condutor do trax e pode sermedida na superfcie do corpo atravs de eletrodos: ECG (Trax,volume condutor linear: carga resistiva; Corao: gerador eltrico;

    Atenuao do potencial eltrico: com a distncia da fonte).

    Figura 5. Principais componentes que interessam num ECG tpico.

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    IV. Vetor despolarizao

    A cada instante da atividade ventricular, a atividade eltrica do corao pode serrepresentada por um vetor, com origem no centro eltrico do corao. A cadainstante, este vetor representa a contribuio total de todas as reas ativas docorao. A amplitude deste vetor proporcional quantidade de massa muscularativada (contrada) e o sentido deste vetor (resultante) acompanha o espalhamentoda frente de despolarizao (figuras 6 e 7).

    Figura 6. O vetor despolarizao seqncia 1.

    Figura 7. O vetor despolarizao seqncia 2.

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    V. Derivaes

    O ECG pode ser medido sobre qualquer ponto do corpo humano. Sobreo trax, a amplitude tpica de 5mV. O potencial medido sobre o traxou no pulso praticamente o mesmo. A corrente encontra um caminhode baixa resistncia atravs do corpo. Para facilidade de padronizao,

    os eletrodos correspondentes ao tringulo de Einthoven (figura 8) socolocados sobre os pulsos e no tornozelo esquerdo.

    Figura 8. Tringulo de Einthoven.

    A morfologia do ECG depende do estado do gerador do sinal eltrico, domeio condutor, e da distribuio e localizao dos eletrodos de registrosobre a superfcie do corpo, denominada derivao.

    Na prtica, existem pontos padronizados para colocao dos eletrodos:as 12 derivaes clssicas so obtidas de diversos sinais captadosatravs de 9 eletrodos: 2 nos braos, 1 na perna esquerda e 6 sobre opeito (figura 9). Um eletrodo adicional, tipicamente colocado na pernadireita, usado como referncia para reduzir a interferncia externa.

    Figura 9. Colocao dos 9 eletrodos utilizados para obter as 12 derivaesclssicas.

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    O sistema padro de 12 derivaes inclui 3 colocaes diferentes deeletrodos: derivao bipolar (figura 10), aumentada (figura 11) eprecordial (figura 12), como mostrado na tabela e figuras seguintes.

    Tipo de derivao Eletrodos usados Definio

    Bipolar ou derivaode membros LA, RA, LL, RL

    I = LA RAII = LL RAIII = LL LA

    Aumentada ou deri-vao unipolar de ex-tremidade (Goldberg

    LA, RA, LL, RLaVR = RA - (LA + LL)aVL = LA - (LL + RA)aVF = LL - (LA + RA)

    Unipolares precor-diais (Wilson)

    V1, V2, V3, V4, V5 eV6 (mais 1 em cadabrao, 1 em cada perna,sendo a direita aterrada;eletrodo explorador = vi,i entre 1 e 6, uma dasposies pr-cordiais)

    V1 = v1 - (RA+LA+LL) / 3V2 = v2 - (RA+LA+LL) / 3V3 = v3 - (RA+LA+LL) / 3V4 = v4 - (RA+LA+LL) / 3V5 = v5 - (RA+LA+LL) / 3V6 = v6 - (RA+LA+LL) / 3

    Figura 10. Derivao bipolar. (a) derivao I; (b) derivao II; (c) derivao III. (d)tcnica para derivar o vetor cardaco (no centro de tringulo) a partir das projees

    geomtricas dos vetores de membros.

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    Figura 11. Terminal central de Wilson. (b) a (d): derivaes aumentadas aVR, aVL eaVF, respectivamente. (e) Relao entre os vetores das derivaes de membros eas derivaes aumentadas no plano frontal.

    Figura 12. Derivaes precordiais. O eletrodo ligado entrada no-inversora doamplificador o eletrodo explorador, colocado numa das posies precordiais, decada vez.

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    VI. Aplicaes clnicas

    A anlise interpretativa do registro eletrocardiogrfico inclui:1. determinao da freqncia cardaca, da durao de cada elemento

    (P. QRS, T, P-R, S-T e do ritmo ou seqncias e intervalos);2. determinao da freqncia respiratria, que modula a freqncia

    cardaca: aumenta na inspirao e diminui na expirao);3. anlise morfolgica de cada elemento; e4. determinao do eixo eltrico do corao: determinado a partir do

    vetor QRS mdio de duas derivaes frontais. Indica se h mudanana posio do corao no trax; variao da espessura da paredeventricular; distrbios na seqncia da conduo eltrica. O vetorgerado pela atividade eltrica do corao afetado pela massamuscular despolarizada. afetado por hipertrofia; infarte domiocrdio (uma parte do msculo substituda por tecido fibros,

    inerte eletricamente).

    As disfunes cardacas mais freqentes so decorrentes de atividadeeltrica anormal. As patologias relacionadas com ritmicidade e/oucondutividade, so conhecidas como arritmias cardacas. As maiscomuns incluem:

    Ritmo anormal do marca-passo natural (sino-atrial);Deslocamento do marca-passo sino-atrial para outras regies (extra-

    sstoles);Bloqueio (em diversos pontos) da transmisso do sinal eltrico;Vias anormais para conduo da onda de despolarizao;Gerao espontnea de disparo (extrra-sstoles);Silncio sinusal, condio causada por leso irreversvel do NSA.

    A seguir so apresentadas algumas da patologias mais comuns:

    Taquicardia: freqncia cardaca maior que 100 bpm- condio fisiolgica: pode representar uma tentativa de adaptao do

    corao a um aumento da demanda, como no caso de susto,exerccio, emoo, medo, stress, etc

    - condio patolgica: um componente do quadro de insuficinciacardaca

    Fibrilao: descoordenao entre as fibras por estmulos espontneos- no caso atrial, no ocorre contrao atrial; s ocorre complexo QRS e

    o rendimento cai;

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    Equipamentos: eletrocardigrafo e monitor cardaco

    Eletrodos

    Seletor deDerivao

    Detetor deFalha de

    Derivao

    Circuito deProteo

    Calibrao

    Rejeio demarca-passo

    Restaurao deLinha de Base

    Microprocessador

    Cardiotacmetro

    Programa deAnlise de ECG

    Circuito deIsolao

    Marcadorde Eventos

    DisplaydoOperador

    RegistradorPrAmplif.

    Amplif.Driver

    Teclado

    Conversor A/D

    Medidor de

    Respirao

    Memria Alarmes

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    VIII.1. Funo

    Eletrocardigrafo usado por cardiologistas outcnicos treinados para, atravs das 12 derivaes,realizar em check up de rotina; interpretaoespecfica de doenas cardacas (por exemplo,infarto do miocrdio e doenas de conduoeltrica); superviso de implante de marca-passocardaco; pr-operatrio; follow up deprocedimentos cirrgicos; etc..

    Monitor cardaco para monitorao contnua doECG (1 derivao); usado em centros cirrgicos eUTI, juntamente com a monitorao detemperatura, respirao, presso sangnea, etc.alm da forma de onda do ECG, pode indicar afreqncia cardaca e o status das conexes doseletrodos.

    A norma IEC 601-2-25regulamenta os aspectos desegurana e funcionais dos eletrocardigrafos, e anorma IEC 601-2-27 faz o mesmo para monitorescardacos.

    Ambas as normas esto sob as exigncias danorma geral IEC 601-1, que regulamenta os

    aspectos de segurana em Equipamentos Mdico-Hospitalares

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    VIII.2. Diagramas em bloco

    VIII.2.1. Eletrocardigrafo

    Figura 14. Diagrama em blocos de um ECG diagnstico.

    O diagrama em blocos acima representa um sistema de 12 derivaespara ECG diagnstico.

    O sistema tpico de 12 derivaes utiliza 1 eletrodo em cada brao, 1 na

    perna esquerda, 6 nas posies precordiais. O circuito de perna direita usado para reduzir interferncia eltrica.

    Os eletrodos LL, LA e RA so conectados rede de resistoresconhecida como central de Wilson, a partir da qual obtm-se asderivaes de membros I, II, III e as aumentadas aVL, aVR e aVF.

    A funo primria de um sistema de aquisio de ECG amplificar osinal eltrico do corao, e rejeitar artefatos e rudos biolgicos eambientais, utilizando-se normalmente amplificadores diferenciais.

    Num estgio posterior de amplificao, ajusta-se a resposta emfreqncia, e a seguir o sinal registrado pode ser visualizado,digitalizado, processado, transmitido, etc.

    A isolao eltrica deve fornecer proteo ao paciente contra riscos dechoque eltrico.

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    Na tabela a seguir so indicadas algumas das caractersticas desejadaspara um eletrocardigrafo:

    PARMETRO ESPECIFICAO

    Eletrodos disponveis RA, LA, LL, RL, V1 a V6

    Derivaes I, II, III, aVR, aVL, aVF, V1 a V6

    Impedncia de entrada > 2,5 Ma 10 Hz

    Sensibilidade 20, 10 e 5 mm/mV

    Faixa de passagem 0,01 250 Hz (diagnstico)

    0,5 40 Hz (monitoramento)

    Rudo < 40 V pico-pico

    Rejeio de modo comum 120 dBLinearidade melhor que 5%

    Proteo (sobretenso) 5 kV (desfibrilador)

    Corrente de fuga < 10 A

    Tabela de especificaes de um eletrocardigrafo tpico parafinalidade de diagnstico

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    VIII.2.2. Monitor Cardaco

    Figura 14. Diagrama em blocos de um monitor cardaco.

    Na monitorao do ECG, a morfologia do sinal registrado no prioridade, e sim a deteco do complexo QRS.

    Assim, enquanto para o ECG diagnstico a faixa de freqncia estcompreendida entre 0,05Hz e 100Hz, para o monitor cardaco, a faixa menor, vai de 0,5Hz a 40Hz. O monitor deve ser sensvel principalmenteao complexo QRS, que tem contedo em freqncia principalmente nafaixa mdia.

    A prpria faixa de passagem do monitor j resulta em atenuao dosartefatos de movimento de baixa freqncia, e dos rudos de freqnciasmaiores, devidas ao EMG.

    O cardiotacmetro, que fornece apenas a taxa de batimento cardacotrabalha com uma faixa ainda mais estreita: 8-24Hz ou ainda 12-21Hz.

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    ELETRODOS

    Tipos mais

    comuns:

    (a) Sucousado

    em ECG diagnstico,

    para contatos no peito;

    (b) Placa usado

    em ECG diagnstico,contatos nas

    extremidades;

    (c) Descartvel

    (adesivo)usado em

    ECG diagnstico (de esforo), monitorao de longa durao (UTI,

    Holter); contatos no peito.

    Os eletrodos de ECG so feitos normalmente de prata clorada, sendo ocontato eltrico com a pele aumentado com o uso de gel eletroltico abase de cloro.

    A seguir so mostrados detalhes de eletrodos de suco e conectoresde cabos de eletrodos:

    Conector metlicoCorpoplsticoEspuma +

    adesivoAgAgCl

    Espuma + gel

    (a) (b)

    (c)

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    SELETOR DE DERIVAO

    Chaveamento: permite configurar as derivaes I, II e III a partir de

    4 eletrodos.

    Divisor Resistivo: a partir dos 4 eletrodos de extremidades

    permite obter as derivaes aumentadas; combinando chaveamento

    e eletrodos das precordiais, permite obter as demais derivaes.

    Seleo: pode ser feita por hardware (chaves mecnicas), ou

    software(algoritmos de controle via microcomputador).

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    CIRCUITOS DE PROTEO

    qNo s o paciente deve receber ateno quanto exposio

    a tenses ou correntes elevadas: os amplificadores e demais

    circuitos eletrnicos sensveis precisam ser protegidos.Situaes de maior risco:

    Uso de desfibrilador no paciente;

    Paciente tocar alguma rea energizada (110 V ou 220 V).

    Os circuitos deste bloco devem proteger o equipamento de

    tenses at 5 kV.

    Tra

    nsformador

    d

    eisolao

    Eletrodos

    centelhador

    non

    non

    non

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    PR-AMPLIFICADOR

    constitudo por um Amplificador de Instrumentao (a), que alia alta

    impedncia de entrada (2 buffers na entrada) com alta rejeio de modo

    comum "CMRR" (amplificador diferencial). O ganho limitado para

    prevenir saturaes pelos nveis DC na entrada:

    O terceiro estgio um Amplificador com Filtro passa-faixa (b), que

    estabelece o ganho final e a resposta em freqncia e do equipamento:

    Passa-altas: R6 C1

    Passa-baixas: R8 C2, R4 C3

    A faixa de freqncias deve eliminar os rudos ambientais e biolgicos

    sem distorcer o sinal de ECG. Valores tpicos para essa faixa so:

    0,5 a 40 Hz para monitorao;

    0,01 a 150 Hz para ECG diagnstico.

    (a b

    Circuitode

    Proteo

    Eletro

    dos

    CircuitodeIsolao

    Para circuitorecuperao delinha de base

    FonteAliment.isolada

    Sada

    eeco falha

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    Composio espectral dos sinais captados pelos eletrodos.

    A utilizao de filtros ocasiona algumas modificaes no sinal, quepodem comprometer o diagnstico:

    Potnciarelativa

    Freqncia [Hz]

    Rudo muscular

    Artefato demovimento

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    PROTEO ELTRICA

    Esta uma considerao muito importante nos equipamentos

    eletromdicos. As normas so muito restritivas em relao passagem

    de corrente eltrica pelo paciente:

    Corrente mxima tolerada = 10 A(60 Hz)

    A sensibilidade do corpo diminui com a freqncia = 1 mA(> 100

    kHz)

    So utilizadas diversas tcnicas para assegurar o isolamento eltrico

    do paciente em relao rede:

    qIsolao ptica:

    Tcnica simples, barata, mas no-linearcompensao por D1

    D1= D3i1= i3. Como i1=Vi /Rie i3=Vo /RfentoVo= (Rf /Ri)Vi

    Barreira de

    isolao

    TerraCircuito comum

    Sad

    FotodiodoFotodiodo

    Entrada

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    Sad

    Terra

    DemoduladorModulador

    Entrada

    Barreira deisolao

    Transformador

    Conversor CCCA

    Conversor CACC

    Circuitocomum

    Entrada depotncia

    Sada depotncia

    qTransformador de Isolamento:

    Tcnica mais linear, mas depende de eletrnica mais

    complexa (moduladores do sinal com portadora de alta

    freqncia, demoduladores, conversores para transmisso

    de potncia).

    qCaractersticas mais importantes de um sistema de isolao

    (ptica ou por transformador):

    Suportar tenso do desfibrilador (5kV);

    Fuga de corrente capacitiva menor possvel pela barreira deisolao;

    Mnima distoro do sinal e imunidade a rudos.

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    DETETOR DE FALHA DE DERIVAO

    Ocorrncia comum na prtica (descolamento do eletrodo, escape do

    condutor, gel condutivo insuficiente ou seco);

    Mtodo mais freqente a medida da impedncia entre os eletrodos(impedncia normal sob bom contato da ordem de 102a 100

    kHz);

    A freqncia de oscilao do multivibrador dada pela impedncia

    entre os eletrodos (Re), percebida pelo transformador e pelo

    capacitorC2.

    C1bloqueia os potenciais CC dos eletrodos.

    O multivibrador no oscila se a impedncia for muito alta. O sinal

    demodulado e comparado com um limite (set point) para acionar um

    eventual alarme.

    A freqncia de trabalho (100 kHz) completamente eliminada pelos

    filtros do ECG, no interferindo nas medidas nem oferecendo risco

    para o paciente.

    Detetor ecomparador

    Eletrodos

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    RESTAURADOR DE LINHA DE BASE

    A linha de base do eletrocardiograma pode ser deslocada

    por um sinal CC (transitrio) que satura os amplificadores.

    Esta saturao em decorrncia das elevadas constantes

    de tempo dos filtros (> 3 s), em resposta ao chaveamento

    para troca de derivaes ou mau contato (mesmo

    passageiro) nos eletrodos.

    desejvel um circuito que providencie o Resetautomticoem caso de saturao, restaurando a linha de base dentro

    da janela de operaes normal do ECG.

    feita uma comparao entre a sada do Amplificador A4e

    os nveis 10 V. Alm destes limites o rel acionado

    descarregando C1, levando a linha de base para um

    potencial central.

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    OUTROS RECURSOS

    Calibrao:Um sinal de 1 mV pode ser momentaneamente

    introduzido atravs do acionamento de um boto pelooperador. Esta marca no traado de ECG permite uma

    avaliao quantitativa da amplitude dos sinais no momento

    da interpretao e diagnstico pelo mdico.

    Marcador de Eventos: semelhante ao anterior, possibilita

    ao operador adicionar uma marca no traado, paracaracterizar algum evento de interesse ocorrido durante o

    exame, atravs de outro boto.

    Registrador grfico: dispositivo que registra o sinal final em

    papel. Pode utilizar diversas tecnologias, sendo mais comum

    a impresso em papel trmico e o uso de penas com tinta

    (alguns modelos tm um suporte para canetas comuns).

    O papel milimetrado, podendo ser uma fita de 6 cm de

    largura, at usar folhas formato A4 (montadas sobre tambor

    rotativo).

    A velocidade pode ser ajustada pelo operador em 25 mm/s

    ou 50 mm/s.

    Microcomputador:cada vez mais presente em ECGs, o

    microcomputador pode controlar toda a operao do

    equipamento (softwareproporciona ao operador opes de

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    derivaes, ajusta ganho, registra dados do paciente,

    mdico, etc., algoritmos para interpretao do ECG e pr-

    diagnstico, com reconhecimento de arritmias).

    Teclado e displayalfanumrico facilitam comunicao com o

    operador.

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    INTERFERNCIAS NO ECG

    Toda captao de biopotenciais sujeita a interferncias de outros

    sinais do ambiente e do prprio corpo do paciente. Estas interferncias

    so de diversas naturezas:

    Representao esquemtica de interferncia biolgicae ambiental no registro de ECG.

    qFontes Biolgicas e Artefatos:

    Potenciais de pele: a interface pele - gel - eletrodo pode acumular

    potenciais de 25 mV. Podem ser reduzidos pela raspagem oupuno da pele. Os potenciais CC so eliminados pelos filtros.

    Artefatos de movimento: so sinais produzidos pelo movimento

    relativo pele - eletrodo, com modificao da linha de base ou rudo no

    traado, dificultando a sua interpretao.

    Induoeletromagntica

    Rudo naamplificao

    Rede dealimentao

    Induoeltrica

    Potencialde pele

    Artefato demovimento

    Terra Terra

    Isolao

    CMRRECG

    EMG

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    Rudo muscular: potenciais de ao da musculatura esqueltica

    (EMG) tm mesma amplitude do ECG, mas com freqncia maior.

    So resolvidos com filtro passa-baixas, colocao adequada dos

    eletrodos e repouso do paciente.

    qInterferncias Ambientais:

    Rede de 60 Hz: interferncia por acoplamento capacitivo e induo

    eletromagntica. Reduz-se pela blindagem aterrada dos cabos das

    derivaes e reduo do lao de captao eletromagntico.

    Artefatos demovimento

    Variao dalinha de base

    Rudo

    Interfernciada rede 60 Hz

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    VIII.7. Tabelas comparativas entre fabricantes

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