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ESPECIAL Nº3 Reforma Sector Defesa e Segurança Voz di Paz A Guiné quer Paz, a solução está em MIM cu Janeiro 2010 Número 0 Edição1 ECO da Voz di Paz Boletim Informativo Julho 2010 Número 5 Ano 1 ECO da Voz di Paz Boletim Informativo Sumário: • Editorial………………………………………….………….........……....p.2 • Actividades da Voz di Paz….…………………….….............….p.2 • Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública POP........p.5 • Esquema da Reforma com base na Metodologia Participativa da Voz di Paz………………………….…..........p.16 Reforma do Sector de Defesa e Segurança DOCUMENTOS

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ESPECIAL Nº3 Reforma Sector Defesa e Segurança Voz di Paz

A Guiné quer Paz, a solução está em MIM

cu

Janeiro 2010 Número 0 Edição1

ECO da Voz di Paz Boletim Informativo

Julho 2010 Número 5 Ano 1

ECO da Voz di Paz     Boletim Informativo

Sumário: • Editorial………………………………………….………….........……....p.2 

• Actividades da Voz di Paz….…………………….….............….p.2 

• Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública ‐ POP…........p.5 

• Esquema da Reforma com base na Metodologia 

   Participativa da Voz di Paz………………………….….....….....p.16 

Reforma do Sector de Defesa e Segurança

DOCUMENTOS

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ECO da Voz di Paz Boletim Informativo

A reforma das Forças de Defesa e Segurança é uma necessidade. É uma evidência reconhecida por todos e proclamada pelos mais altos responsáveis do país. Como reformar? Tal é a questão que suscita divergências, hesitações e incertezas. Tal é a interrogação cuja resposta condiciona a evolução do processo que já não pode ser protelado sem pôr em causa o futuro do país. Lições das experiências anteriores: É claro que as respostas dadas através das experiências anteriores de reforma das forças de defesa e segurança fracassaram. É de notoriedade pública que este fracasso deve-se a causas como: a insuficiente importância dada às desigualdades denunciadas por certas categorias, nomeadamente os antigos combatentes; a insuficiente participação dos militares e paramilitares no processo da reforma desde a concepção até à implementação; a insuficiência das compensações distribuídas aos beneficiários; e a insuficiente sustentabilidade das medidas de reinserção. É notório que as experiências anteriores foram mal vividas pelas forças de defesa e segurança, e determinam atitudes de desconfiança e hostilidade face às novas iniciativas de reforma. Fazer, hoje, uma reforma que tenha hipóteses de sucesso pressupõe uma resposta apropriada e um tratamento adequado à herança negativa das tentativas anteriores de reestruturação do sector de defesa e segurança. A resposta susceptível de mudar o rumo do sector deverá ter base em três princípios: uma participação alargada, uma justa compensação e uma liderança nacional voluntarista. Os outros aspectos da reforma poderão girar em torno desta trilogia cujo segundo pilar vem a seguir desenvolvido à semelhança do primeiro, apresentado no Eco da Voz di Paz Nº4.

Fafali Koudawo

Director da «Voz di Paz»

EDITORIAL

«Como Reformar as Forças Armadas?»

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Parceria: Formação de radialistas No mês de Julho terminou a formação que a Voz di Paz organizou em parceria com a Rádio Sol Mansi. O pessoal de 22 rádios comunitárias parceiras da Voz di Paz recebeu em Junho e Julho uma capacitação ministrada a 44 jornalistas cuja escolha respeitava o princípio da paridade de género. Trata-se de uma iniciativa que teve início em 2009 com a rádio Sol Mansi, que sob a orientação do Padre Davide Sciocco, se transformou num media nacional que tem uma cobertura do país com três emissoras (Bissau, Mansoa e Bafatá) e aspira ser uma escola ao serviço da formação de recursos humanos de qualidade para este ramo da comunicação social. As características de abertura e tolerância desta emissora católica cujo pessoal é maioritariamente muçulmano permitiram o desenvolvimento desta parceria num quadro que serve ao mesmo tempo de exemplo vivo às rádios comunitárias. A formação tem por justificação o papel central que desempenham as rádios

ESPECIAL Nº3

Actividades Voz di Paz - Julho 2010

Justa compensação

A reforma do sector de defesa e segurança fracassou no passado devido à questão dacompensação financeira dos desmobilizados. Ela esbarra actualmente na mesma questãoe poderá tropeçar ainda, devido ao mesmo problema. É que a reforma tem sido vistacomo um simples exercício técnico que permitirá a reestruturação do sector. Naverdade, o aspecto técnico é apenas uma pequena dimensão do exercício. Trata-se, defacto, de um exercício complexo que possui dimensões política, histórica, afectivasociológica, e naturalmente económica. Quando se fala nas casernas de reforma quedignifique os beneficiários, é a esta complexidade que se quer referir. A reforma deverá ser o momento do apuramento definitivo de muitas contas passadas,soldando injustiças anteriores, e proporcionando novas perspectivas de vida para osdestinatários e beneficiários. A este respeito, a questão financeira é capital. Elapermitirá reparar injustiças passadas, e assegurar a durabilidade dos resultadosalmejados. É a este nível que se deve encarar a questão financeira sob o prisma de umajusta compensação, pois a “dignidade” subjacente às reivindicações não tem apenas a vercom valores morais e tratamentos honoríficos, mas também e fundamentalmente comreconhecimentos materiais. Por isso, a reforma será cara. Todos os actores nacionais e os parceiros internacionaisdevem aceitar que a reforma terá custos elevados. Não haverá reforma barata e durável.Mas, qualquer que seja o preço a pagar, valerá a pena ser assumido uma vez por todas,pois ele será sempre mais barato que o custo negativo de décadas de instabilidade,guerras e outras violências. Este preço será sempre mais barato que aquele que o paíspoderá ainda pagar no falhanço total do Estado, se um esforço substancial não for feitoagora para soldar definitivamente as contas. Aliás, o preço a pagar é um investimentocujos benefícios políticos, sociais e económicos serão largamente compensatórios.

Sessão de encerramento da formação das rádios comunitárias

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organizado em 2011 com o objectivo de consolidar, aprofundar e diversificar o conhecimento adquirido assim como criar um corpo de monitores encarregue do seguimento da aplicação dos conhecimentos granjeados desde 2009, dar um apoio às rádios comunitárias na perspectiva da consolidação de uma comunicação social comunitária imbuída de ideais de paz. Em 2009 e 2010 a formação foi concebida e ministrada pelo jornalista António Pacheco que trabalhou durante longos anos na Rádio Renascença em Portugal, e actualmente dá os seus préstimos à Rádio das Nações Unidas, Fundação Prodignitate e Rádio Sol Mansi entre outros. Ele foi co-adjuvado por Mussa Sani, responsável da emissora da Sol Mansi em Mansoa.

Reforço de capacidade interna

Actividades da Voz di Paz – Julho 2010 Continuação

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Esta formação coincidiu com o processo da eleição presidencial e foi de grande utilidade na promoção de um clima pacífico nas rádios comunitárias, tendo os formandos entendido o papel da linguagem de paz e aprendido a traduzir as mensagens dos políticos em termos simples e livres de preconceitos ou avaliações. O ciclo de formação de 2010 enfatizou o papel do jornalista face à problemática da paz. Partindo do princípio de que o jornalista não tem por função primária a construção da paz mas a busca da verdade, que até pode originar conflitos, a formação mostrou como o jornalista pode ter por opção a paz. Ela ilustrou as condições em que o jornalista pode ajudar a consolidar a paz, sensibilizou à necessidade de ultrapassar as limitações individuais e os compromissos pessoais, nomeadamente os induzidos por preconceitos étnicos, religiosos, e de género. Ela desvendou também os meandros do relacionamento com o poder político, religioso e económico, esclareceu os textos que regem o trabalho jornalístico, mormente os aspectos da deontologia, dos direitos e dos deveres, clarificou a interpretação dos textos jurídicos internacionais de apoio aos jornalistas, e colocou os formandos em situações de aprendizagem pelo trabalho de terreno. Um outro ciclo de formação será

comunitárias na comunicação de proximidade e a necessidade de dar ao seu pessoal uma capacidade de ser um agente ao serviço de uma informação de qualidade virada para a procura da verdade. É levando em conta a importância das rádios comunitárias nos seus respectivos meios que a Voz di Paz, desde 2007 começou a estabelecer com o conjunto delas uma parceria ao serviço da paz. Assim, todas as rádios comunitárias activas no país fazem parte dos Espaços Regionais de Diálogo e colaboram nas actividades da Voz di Paz, beneficiando de um apoio em formação, material de funcionamento e alguns subsídios casuais para a energia. A formação iniciada em 2009 é muito prezada pelas rádios comunitárias cujo pessoal raramente tem uma preparação teórica e prática apropriada à sua missão. Assim, nos grupos formados em 2009 e 2010 um número elevado não tinha tido nenhuma formação específica em comunicação social. Para compensar estas deficiências, em 2009, o ciclo de formação visou ajudar os formandos a construir uma linguagem de paz, isenta de agressividade, pois, como dizem os formadores, “as palavras são armas em sociedades de oralidade como a da Guiné-Bissau”.

No plano interno, o mês de Julho viu a conclusão de um processo de reforço dos recursos humanos da Voz di Paz, com o recrutamento de três estagiários seleccionados entre 18 candidatos, e a finalização de um concurso interno de recrutamento de um assistente audiovisual.

Entrega dos Diplomas da formação das rádios comunitárias

Entrega dos Diplomas da formação das rádios comunitárias

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FOTOGALERIA Entrega dos Diplomas da Formação das

Rádios Comunitárias

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benefícios não menos relevantes, liberta valiosos recursos humanos para funções operacionais. Estes benefícios serão ainda ampliados com a dotação das forças de segurança com novos instrumentos de trabalho, desmaterializando actos e simplificando procedimentos através do uso articulado de novas tecnologias de informação e comunicação. É este objectivo de racionalização do modelo de organização e da utilização dos recursos da Polícia de Ordem Pública que determina a sua orgânica. Assim, é concebida uma estrutura de comando que compreende um Comissariado Nacional com os respectivos órgãos de conselho, de apoio e consultadoria, um gabinete de secretariado directo, três Comissariados Nacionais Adjuntos que asseguram a direcção e coordenação das unidades orgânicas de Operações, Recursos Humanos e Logística e Finanças, habilitando o Governo a definir o número, as competências e os serviços destes órgãos bem como o posto correspondente à respectiva chefia. Nos serviços directamente dependentes do Comissário Nacional, há que assinalar, a criação do Gabinete de apoio ao Comissário Nacional cujas competências passam por coadjuvar, assessorar e secretariar o comissário nacional no exercício das suas funções. Nos órgãos de conselho, o Conselho Superior de Polícia funciona em composição restrita ou alargada, conforme a natureza e importância das matérias em causa, sendo criado, por outro lado, o Conselho de Deontologia e Disciplina, órgão de consulta em matéria de justiça e

 

REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

TááxÅuÄx|t atv|ÉÇtÄ cÉÑâÄtÜ

Preâmbulo

A presente Proposta de Lei surgena sequência do Documento deEstratégias para a Reestruturaçãoe Modernização do Sector daDefesa e Segurança, aprovado pelaAssembleia Nacional Popular eapresentado em Genebra em 7 e 8de Novembro de 2006. Com a apresentação da presenteproposta de Lei o Governopretende desencadear o processode reforma que a AssembleiaNacional Popular aprovou,delineando as principais linhas deorientação que devem nortear apreparação dos actos legislativosnecessários à sua execução, entreos quais a lei que aprova aorgânica da Polícia de OrdemPública. Quanto à natureza da força, ficaestabelecido que a POP é umaforça de segurança, uniformizadae armada, com a natureza de umserviço público dotada deautonomia administrativa. No que se refere aos serviços aextinguir, atentos à natureza,estrutura, funções eimplementação territorial da GNGe da POP, o Governo após umaanálise técnica objectiva, entendeque a melhor solução para o país éa integração daqueles serviços naGuarda Nacional, com a excepçãoda Força de Intervenção Rápidaque será integrada na Polícia deOrdem Pública. Nesta perspectiva, a Polícia deOrdem Pública passa a ter ascompetências nas seguintes quatroáreas tradicionais da SegurançaInterna: prevenção, ordempública, investigação criminal e

informações, excluindo-se destaúltima as informações desegurança, ou, em sentido lato, aPOP exerce funções de políciaadministrativa e de polícia deinvestigação criminal, sem prejuízodas atribuições da Polícia Judiciárianeste domínio. A adequada articulação de áreas deresponsabilidade entre a Polícia deOrdem Pública e a GuardaNacional, pressupõe a inexistênciade situações de descontinuidade oude sobreposição de meios, emespecial no respectivo dispositivoterritorial. Importa, pois, prosseguir com aaprovação das leis orgânicas dasduas forças, e em especial osinstrumentos legais queestabelecem as respectivasatribuições e âmbito territorial. Neste sentido, estabelece-se que aPolícia de Ordem Pública exerce assuas atribuições em todo oterritório nacional, habilitando-se oGoverno, no caso de atribuiçõessimultaneamente cometidas àGuarda Nacional, definir, pordespacho do Ministro da tutela, aárea de responsabilidade da Políciade Ordem Pública. Por outro lado, a profunda reformaorgânica do Ministério do Interior,ao consagrar os instrumentosadequados à implementação deserviços partilhados nos domíniosda inspecção, da formação, dosserviços sociais, das relaçõesinternacionais, obras, aquisições,sistemas de informação ecomunicações, oferecem umimpulso decisivo às novas leisorgânicas das forças de segurança. A conjugação destes dois factorestorna possível uma redução semprecedentes do peso da áreaadministrativa ao longo da cadeiahierárquica, o que, entre outros

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Lei Orgânica da Polícia de Ordem Pública – POP -

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público e dotada de autonomia administrativa. 2. A POP tem por missão assegurar a legalidade democrática, garantir a segurança interna e os direitos dos cidadãos, nos termos da Constituição e da lei. 3. A POP está organizada hierarquicamente em todos os níveis da sua estrutura, estando o pessoal com funções policiais sujeito à hierarquia de comando.

Artigo 2.º Dependência

A POP depende do membro do Governo responsável pela área da segurança e a sua organização é única para todo o território nacional.

Artigo 3.º Atribuições

1. Em situações de normalidade institucional, as atribuições da POP são as decorrentes da legislação de segurança nacional e, em situações de excepção, as resultantes da legislação sobre a defesa nacional e sobre o estado de sítio e de emergência. 2. Constituem atribuições da POP: a) Garantir as condições de segurança que permitam o exercício dos direitos e liberdades e o respeito pelas garantias dos cidadãos, bem como o pleno funcionamento das instituições democráticas, no respeito pela legalidade e pelos princípios do Estado de direito; b) Garantir a ordem e a tranquilidade públicas, a segurança e a protecção das pessoas e dos bens;

 

disciplina. É, ainda, criada aJunta Superior de Saúde, atenta anatureza das matérias que lhecompete apreciar. Nas Unidades Orgânicas, aUnidade de Operações eSegurança compreende as áreasde operações, informaçõespoliciais e investigação criminal,armas e explosivos, segurançaprivada, sistemas de informação ecomunicações. A Unidade Orgânica de RecursosHumanos compreende as áreas derecursos humanos, formação esaúde e assistência na doença. A Unidade Orgânica de Logística eFinanças compreende as áreas delogística e gestão financeira. A definição das competências eda estrutura interna dos serviçosdas Unidades Orgânicas, emespecial daqueles que integramos Recursos Humanos e a Logísticae Finanças, será decisivamentedeterminada pelas competênciasdos serviços centrais do Ministériodo Interior, designadamente daSecretaria-Geral e daDirecção-Geral de Administração,Finanças e Património. Os Comandos Regionaisconstituem as Unidades Regionaisde Polícia, ajustando-se o seuâmbito territorial ao das ZonasNorte, Leste, Sul e Centro. Os Comandos Regionaisarticulam-se em comando, serviçoe subunidades. As subunidadesarticulam-se em Divisões eEsquadras. Com esta orgânica, é conseguidoo nível de enquadramentoadequado quer no ComissariadoNacional, quer nas unidadesterritoriais e suas subunidades. OsComandos Regionais sãocomandados por Intendente, asDivisões por Subintendente, asEsquadras por Subintendente ouoficial subalterno. Nas unidades especiais, o Grupo

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de Intervenção Rápida, constituiuma força de reserva à ordem docomissário nacional e articula-se em companhias e pelotões. Tem asatribuições de manter e repor aordem pública, combater aviolência concertada e prestarsegurança a altas entidades. Finalmente, o Grupo de Trânsito(GT) é a unidade especializada, noâmbito da fiscalizaçãoordenamento e disciplina dotrânsito, responsável pela uniformização de procedimentos epela formação contínua dosagentes. Articula-se em destacamentos de trânsito. Habilita-se o Governo, através do Ministro da tutela, a aprovar, pordespacho, a criação e extinção desubunidades das unidades regionaise especiais. Os serviços das unidades regionais,bem como os termos em que asunidades especiais são apoiadaspelos serviços do Departamentosde Apoio-geral e das Unidades Orgânicas, são igualmentedefinidos por despacho do Ministroda tutela. Assim: A Assembleia Nacional Populardecreta, nos termos da alínea c) don.º 1 do artigo 85.º da Constituiçãoda República da Guiné-Bissau, o seguinte:

LEI N.º /2010

LEI ORGÂNICA DA POLÍCIA DE ORDEM PÚBLICA

TÍTULO I

Disposições gerais

CAPÍTULO I Natureza, atribuições e símbolos

Artigo 1.º Definição

1. A Polícia de Ordem Pública,adiante designada por POP, é umaforça de segurança, uniformizada earmada, com a natureza de serviço

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segurança privada e respectiva formação, em cooperação com as demais forças e serviços de segurança e com a Inspecção-Geral do Ministério do Interior.

Artigo 4.º Conflitos de natureza privada

A POP não pode dirimir conflitos de natureza privada, devendo, nesses casos, limitar a sua acção à manutenção da ordem pública.

Artigo 5.º

Âmbito territorial 1. As atribuições da POP são prosseguidas em todo o território nacional. 2. No caso de atribuições cometidas simultaneamente à Guarda Nacional Guineense, a área de responsabilidade da POP é definida por despacho do Ministro da tutela. 3. Fora da área de responsabilidade definida nos termos do número anterior, a intervenção da POP depende: a) Do pedido de outra força de segurança; b) De ordem especial do ministro da tutela; c) De imposição legal. 4. A POP pode prosseguir a sua missão fora do território nacional, desde que legalmente mandatada para esse efeito.

Artigo 6.º Deveres de colaboração

1. A POP, sem prejuízo das prioridades legais da sua actuação, coopera com as demais forças e serviços de segurança, bem como com as autoridades públicas, designadamente, com os órgãos autárquicos e outros organismos,

substâncias proibidas, através davigilância e do patrulhamento daszonas referenciadas como locaisde tráfico ou consumo. m) Participar no cumprimentodas disposições legais eregulamentares referentes àprotecção do ambiente; n) Participar, nos termos dalei e dos compromissosdecorrentes de acordos, tratados econvenções internacionais, naexecução da política externa,designadamente em operaçõesinternacionais de gestão civil decrises, de paz, e humanitárias, noâmbito policial, bem como emmissões de cooperação policialinternacional e na representaçãodo País em organismos einstituições internacionais; o) Contribuir para a formaçãoe informação em matéria desegurança dos cidadãos; p) Garantir a segurançapessoal dos membros dos órgãosde soberania e de altas entidadesnacionais ou estrangeiras, bemcomo de outros cidadãos, quandosujeitos a situação de ameaçarelevante; q) Prosseguir as demaisatribuições que lhe foremcometidas por lei. 3. Constituem aindaatribuições da POP: a) Licenciar, controlar efiscalizar o fabrico,armazenamento, comercialização,uso e transporte de armas,munições e substâncias explosivase equiparadas que não pertençamou se destinem às Forças Armadase demais forças e serviços desegurança, sem prejuízo dascompetências de fiscalizaçãolegalmente cometidas a outrasentidades; b) Licenciar, controlar efiscalizar as actividades de

c) Prevenir a criminalidadeem geral, em coordenação com asdemais forças e serviços desegurança; d) Prevenir a prática dosdemais actos contrários à lei e aosregulamentos; e) Desenvolver as acções deinvestigação criminal e outras quelhe sejam atribuídas por lei,delegadas pelas autoridadesjudiciárias ou solicitadas pelasautoridades administrativas; f) Velar pelo cumprimentodas leis e regulamentos relativos àviação terrestre e aos transportesrodoviários e promover e garantira segurança rodoviária,designadamente através dafiscalização, do ordenamento e dadisciplina do trânsito; g) Garantir a execução dosactos administrativos emanados daautoridade competente que visemimpedir o incumprimento da lei oua sua violação continuada; h) Participar no controlo daentrada, saída e permanência depessoas e bens no territórionacional; i) Proteger, socorrer eauxiliar os cidadãos, defender epreservar os bens que seencontrem em situações deperigo, por causas provenientes daacção humana ou da natureza; j) Manter a vigilância e aprotecção de pontos sensíveis,nomeadamente infra-estruturasrodoviárias, aeroportuárias eportuárias, edifícios públicos eoutras instalações críticas; k) Garantir a segurança nosespectáculos, incluindo osdesportivos, e noutras actividadesde recreação e lazer, nos termosda lei; l) Prevenir e detectarsituações de tráfico e consumo deestupefacientes ou outras

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nos termos da lei. 2. As autoridades daadministração central, regional elocal, os serviços públicos e asdemais entidades públicas ouprivadas devem prestar à POP acolaboração que legitimamentelhes for solicitada para o exercíciodas suas funções. 3. As autoridades adminis-trativas devem comunicar à POP,quando solicitado, o teor dasdecisões sobre as infracções queesta lhes tenha participado.

Artigo 7.º

Estandarte nacional A POP e as suas unidades depolícia, incluindo as unidadesconstituídas para actuar fora doterritório nacional, têm direito aouso do estandarte nacional.

Artigo 8.º Símbolos

1. A POP tem direito a brasãode armas, bandeira heráldica, hinoe selo branco. 2. O Comissariado Geral e asunidades de polícia têm direito abrasão de armas, bandeirasheráldicas e selo branco. 3. O Comissário Nacional temdireito ao uso de galhardete. 4. Os símbolos previstos nosnúmeros anteriores são aprovadospor despacho do Ministro da tutela.

CAPÍTULO II Autoridades e órgãos de polícia

Artigo 9.º

Comandantes e agentes de força pública

1. Os elementos da POP noexercício do comando de forçastêm a categoria de comandantes deforça pública.

2. Considera-se força pública,para efeitos do número anterior, oefectivo mínimo de dois agentesem missão de serviço. 3. Os elementos da POP comfunções policiais são consideradosagentes da força pública e deautoridade quando lhes não devaser atribuído qualidade superior.

Artigo 10.º

Autoridades de polícia 1. São consideradas autori-dades de polícia: a) O Comissário Nacional; b) Os Comissários Nacionais-adjuntos; c) Os Comandantes dasunidades e subunidades até aonível de esquadra; d) Outros oficiais da POP,quando no exercício de funções decomando ou chefia operacional. 2. Compete às autoridades depolícia referidas no númeroanterior determinar a aplicaçãodas medidas de polícia previstasna lei.

Artigo 11.º Autoridades e órgãos de polícia

criminal 1. Para efeitos do disposto noCódigo de Processo Penal,consideram-se: a) Autoridades de políciacriminal», as entidades referidasno n.º 1 do artigo anterior; b) Órgãos de políciacriminal», todos os elementos daPOP com funções policiaisincumbidos de realizar quaisqueractos ordenados por autoridadejudiciária ou determinados poraquele Código. 2. Enquanto órgãos de políciacriminal, e sem prejuízo da

organização hierárquica da POP, opessoal com funções policiais daPOP actua sob a direcção e nadependência funcional daautoridade judiciária competente. 3. Os actos determinadospelas autoridades judiciárias sãorealizados pelos elementos paraesse efeito designados pelarespectiva cadeia de comando, noâmbito da sua autonomia técnicae táctica.

Artigo 12.º Medidas de polícia e meios de

coerção 1. No âmbito das suasatribuições, a POP utiliza asmedidas de polícia legalmenteprevistas e nas condições e termosda Constituição e da lei desegurança nacional, não podendoimpor restrições ou fazer uso dosmeios de coerção para além doestritamente necessário. 2. Quem faltar à obediênciadevida a ordem ou a mandadolegítimos, regularmentecomunicados e emanados deautoridade de polícia ou agentede autoridade da POP, é punidocom a pena legalmente previstapara a desobediência qualificada.

CAPÍTULO III Prestação e solicitação de serviços

Artigo 13.º Solicitação de forças

1. As autoridades judiciáriase administrativas podem solicitarà POP, através do ministro datutela, a actuação de forças paraa manutenção da ordem etranquilidade públicas. 2. A solicitação de forças éapresentada junto da autoridadede polícia territorialmentecompetente, indicando a natureza

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do serviço a desempenhar e omotivo ou a ordem que as justifica. 3. As forças solicitadas actuam no quadro das suas competências ede forma a cumprirem a suamissão, mantendo totalsubordinação aos comandos de quedependem.

Artigo 14.º Prestação de serviços especiais

1. A POP pode manter pessoalcom funções policiais emorganismos de interesse público, em condições definidas pordespacho do ministro da tutela. 2. O pessoal da POP pode sernomeado em comissão de serviçopara organismos internacionais oupaíses estrangeiros, em função dosinteresses nacionais e doscompromissos assumidos no âmbitoda cooperação internacional, nostermos legalmente estabelecidos. 3. O pessoal referido no n.º 1cumpre, para efeitos de ordempública, as directivas do comandocom jurisdição na respectiva área. 4. A POP pode ainda prestarserviços especiais, mediantesolicitação, que, após seremautorizados pela entidadecompetente, são remuneradospelos respectivos requisitantes nostermos que forem regulamentados.

Artigo 15.º Prestação de serviços a outros

organismos públicos 1. Sem prejuízo da missão quelhe está cometida e no âmbito dodever de coadjuvação dostribunais, a POP pode afectarpessoal com funções policiais paraa realização das actividades decomunicação dos actos processuaisprevistos no Código de ProcessoPenal. 2. A POP pode ainda afectarpessoal com funções policiais para prestar serviço a órgãos e entidades

da administração central, regionale local. 3. A prestação e o pagamentodas acções previstas nos númerosanteriores, quando não reguladospor lei especial, são objecto dedespacho conjunto dos membros doGoverno responsáveis pelas áreasda segurança e das finanças.

Artigo 16.º Colaboração com entidades

públicas e privadas 1. Sem prejuízo documprimento da sua missão, a POPpode prestar colaboração a outrasentidades públicas ou privadas quea solicitem, para garantir asegurança de pessoas e bens oupara a prestação de outrosserviços, mediante pedidosconcretos que lhe sejamformulados, os quais serão sujeitosa decisão caso a caso. 2. A administração centralpoderá estabelecer protocolos comas autarquias locais para aexecução das responsabilidades deconstrução, aquisição oubeneficiação de instalações eedifícios para a POP sempre que asrazões de oportunidade econveniência o aconselhem. 3. O pagamento dos serviçosefectuados pela POP ao abrigo don.º 1 é regulado no despachoreferido no n.º 3 do artigo anterior.

TÍTULO II Organização geral

CAPÍTULO I

Disposições gerais

Artigo 17.º Categorias profissionais e postos

1. O pessoal da POP agrupa-sehierarquicamente nas seguintescategorias profissionais, sub-categorias e postos: a) Categoria profissional deoficiais:

i) Oficiais generais, que

compreende o posto decomissário;

ii) Oficiais superiores, que

compreende os postos de1º superintendente,superintendente eintendente;

iii) Oficiais subalternos, que

compreende os postos desubintendente, inspector esub-inspector;

b) Categoria profissional deChefes, que compreende os postosde chefe, subchefe principal,subchefe-ajudante, primeiro-subchefe, segundo-subchefe; c) Categoria profissional deagentes, que compreende os postosde agente principal, agente de 1ªclasse, agente de 2ª classe e agentede 3ª classe. 2. As condições e regras paraas promoções encontram-sereguladas no Estatuto dos Agentesda POP.

Artigo 18.º Estrutura geral

A POP compreende: a) O Comissariado Nacional; b) As Unidades de Polícia.

Artigo 19.º Comissariado Nacional

1. O Comissariado Nacionalcompreende: a) O Comissário Nacional; b) Os Comissários Nacionais-adjuntos; c) O Conselho Superior dePolícia, o conselho de deontologia

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e disciplina e a junta superior desaúde; d) As unidades orgânicas deoperações e segurança, de recursoshumanos e de logística e finanças. 2. Funcionam, ainda, nadependência do ComissárioNacional, o departamento de apoiogeral e serviços de consultadoriajurídica e relações públicas.

Artigo 20.º Unidades de polícia

1. Na POP existem asseguintes unidades de polícia: a) Os Comandos Regionais dePolícia, do Centro, do Norte, doLeste e do Sul; b) O Grupo de IntervençãoRápida; c) O Grupo de Trânsito. 2. Podem ser constituídasforças de polícia para ocumprimento de missões fora doterritório nacional, nos termos dalei.

CAPÍTULO II Comissariado Nacional

SECÇÃO I

Comissário Nacional Artigo 21.º

Competência 1. Ao Comissário Nacionalcompete, em geral, comandar,dirigir, coordenar, gerir, controlare fiscalizar todos os órgãos,comandos e serviços da POP. 2. Além das competênciaspróprias dos cargos de direcçãosuperior de 1.º grau, compete aocomissário nacional: a) Representar a POP; b) Presidir ao ConselhoSuperior de Polícia; c) Presidir ao Conselho deDeontologia e Disciplina;

d) Colocar e transferir opessoal com funções policiais enão policiais, de acordo com asnecessidades do serviço; e) Exercer o poderdisciplinar; f) Autorizar o desempenhopela POP de serviços de carácterespecial a pedido de outrasentidades; g) Determinar a realizaçãode inspecções aos órgãos eserviços da POP em todos osaspectos da sua actividade; h) Sancionar as licençasarbitradas pelas juntas de saúde; i) Homologar as decisões daJunta Superior de Saúde; j) Conceder licenças,autorizações e exercer as demaiscompetências administrativasprevistas na lei; k) Exercer as competênciasque lhe forem delegadas. 3. O Comissário Nacionalpode delegar em todos os níveisde pessoal dirigente as suascompetências próprias, salvo sea lei expressamente o impedir. 4. A competência referidana alínea a) do n.º 2 deste artigoé delegável em qualquerelemento do pessoal dirigentedos quadros de pessoal da POP. 5. O Comissário Nacional écoadjuvado por três ComissáriosNacionais-adjuntos, que dirigem,respectivamente, as unidadesorgânicas de operações esegurança, de recursos humanos,e de logística e finanças. 6. O Comissário Nacional ésubstituído, nas suas faltas ouimpedimentos, pelo ComissárioNacional-adjunto que dirige a

unidade orgânica de operações esegurança.

Artigo 22.º Gabinete

1. O Comissário Nacional éapoiado por um Gabinete constituído por um chefe de gabinete, três assessores e um secretário pessoal. 2. Compete ao Gabinete doComissário Nacional coadjuvar, assessorar e secretariar o Comissário Nacional no exercício das suas funções. 3. O Gabinete é dirigido porum chefe de gabinete.

Artigo 23.º Comissários Nacionais-adjuntos

Compete aos Comissários Nacionais-adjuntos: a) Coadjuvar o comissárionacional no exercício das suas funções; b) Exercer a direcção ecoordenação da unidade orgânica que lhe for atribuída por despacho do comissário nacional; c) Exercer as competênciasdelegadas ou subdelegadas pelo comissário nacional.

SECÇÃO II Órgãos de consulta

Artigo 24.º

Órgãos de consulta Na dependência directa doComissário Nacional funcionam os seguintes órgãos: a) O Conselho Superior dePolícia; b) O Conselho de Deontologiae Disciplina; c) A Junta Superior de Saúde.

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Artigo 25.º Conselho Superior de Polícia

1. O Conselho Superior dePolícia (CSP) é um órgão consultivodo Comissário Nacional ao qualcompete pronunciar-se sobre osassuntos relativos à actividade daPOP e sua relação com aspopulações, apoiar a decisão doComissário Nacional em assuntos departicular relevância e, emespecial: a) Emitir parecer sobre osobjectivos, necessidades e planosestratégicos da POP e a suaexecução; b) Pronunciar-se sobre asprovidências legais ouregulamentares que digam respeitoà POP, quando solicitado; c) Pronunciar-se, a solicitaçãodo Ministro da tutela, sobrequaisquer assuntos que digamrespeito à POP. 2. Compõem o CSP emfuncionamento restrito: a) O Comissário Nacional, quepreside; b) Os Comissários Nacionais-adjuntos; c) Os Directores das áreas eserviços do Comissariado Nacional; 3. Compõem o CSP emfuncionamento alargado: a) As Entidades referidas nonúmero anterior; b) Os Comandantes dasunidades de polícia; c) Representantes dascategorias profissionais de oficiais,sargentos e agentes. 4. O regulamento defuncionamento do CSP é aprovadopor despacho do Ministro da tutela.

Artigo 26.º Conselho de Deontologia e

Disciplina 1. O Conselho de Deontologiae Disciplina (CDD) é um órgão decarácter consultivo do ComissárioNacional, ao qual compete apreciare emitir parecer sobre os assuntosque lhe sejam submetidos emmatéria de deontologia e disciplinae exercer as competências que a leie o regulamento disciplinar lheconferem. 2. Compõem o CDD: a) O Comissário Nacional, quepreside; b) Os Comissários Nacionais-adjuntos; c) Dois Comandantes Regionaisa designar pelo ComissárioNacional; d) O Director do serviço dedeontologia e disciplina; 3. O regulamento defuncionamento do CDD e a formade designação dos membros éaprovado por regulamento doministro da tutela.

Artigo 27.º Junta Superior de Saúde

1. A Junta Superior de Saúde(JSS) é o órgão a que competejulgar o grau de capacidade para oserviço do pessoal da POP que, porordem do Comissário Nacional, lhefor presente, bem como emitirparecer sobre os recursos relativosa decisões baseadas em pareceresformulados pelas juntas médicas daPOP. 2. A JSS é constituída peloComissário Nacional-adjunto daunidade orgânica de recursoshumanos, que preside, e por doismédicos nomeados pelo ComissárioNacional.

3. Quando funcionar comojunta de recurso, a JSS é composta pelo comissário nacional-adjunto da unidade orgânica de recursos humanos, que preside, por um médico designado pelo comissário nacional, que não tenha intervindo anteriormente no processo, e por um médico escolhido pelo requerente, o qual, não sendo indicado no prazo que para o efeito for fixado pelo comissário nacional, é substituído pelo médico que este designar.

SECÇÃO III Unidades orgânicas

Artigo 28.º

Operações e segurança A unidade orgânica de operações e segurança compreende as áreas de operações, informações policiais e investigação criminal, armas e explosivos, segurança privada, sistemas de informação e comunicações.

Artigo 29.º Recursos humanos

A unidade orgânica de recursos humanos compreende as áreas de recursos humanos, formação e saúde e assistência na doença. Artigo 30.º Logística e finanças A unidade orgânica de logística e finanças compreende as áreas de logística e gestão financeira.

Artigo 31.º Serviços

O número, as competências, a estrutura interna e os cargos de direcção das áreas das unidades orgânicas são definidos por despacho do Ministro da tutela.

SECÇÃO IV Apoio geral

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Artigo 32.º

Departamento de Apoio Geral 1. Ao Departamento de ApoioGeral (DAG) compete oenquadramento administrativo,para efeitos operacionais e dedisciplina, do pessoal, bem como aadministração e o controlo dasinstalações, dos equipamentos edemais material, e a recepção,expedição e arquivo de toda acorrespondência do ComissariadoNacional. 2. O DAG pode, ainda, prestarapoio administrativo a outrasunidades da POP. 3. Compete ainda ao DAGassegurar o funcionamento doArquivo Central.

CAPÍTULO III Unidades de polícia

SECÇÃO I

Unidades regionais de polícia

Artigo 33.º Caracterização

1. As unidades regionais depolícia tomam a designação decomandos regionais de polícia e sãounidades territoriais nadependência directa do comissárionacional que prosseguem asatribuições da POP na respectivaárea de responsabilidade. 2. O dispositivo territorial daPOP, compreende os seguintesComandos Regionais: a) Comando Regional doCentro, com sede em Bissau,responsável pelo cumprimento damissão da POP, no Sector Autónomode Bissau e na região de Biombo; b) Comando Regional doNorte, com sede em Bissorá,responsável pelo cumprimento damissão da POP, nas Regiões deCacheu e Oio; c) Comando Regional do Leste,

com sede em Bafatá, responsávelpelo cumprimento da missão daPOP, nas Regiões de Bafatá e Gabú; d) Comando Regional do Sul,com sede em Buba, responsávelpelo cumprimento da missão daPOP, nas Regiões de Quínara,Tombalí e Bolama.

Artigo 34.º Organização

Os comandos regionais de políciacompreendem o comando, serviçose subunidades.

Artigo 35.º Comandantes regionais

1. Aos Comandantes regionaisde polícia, na sua área deresponsabilidade, compete: a) Representar a POP; b) Exercer o comando dorespectivo comando territorial,através da gestão e emprego dosmeios humanos, materiais efinanceiros que lhe estãoatribuídos; c) Propor a nomeação doscomandantes das subunidades; d) Colocar e transferir opessoal de acordo com asnecessidades do serviço; e) Exercer o poder disciplinar; f) Determinar inspecções atodas as actividades do comando edas subunidades; g) Exercer as competênciasdelegadas, ou subdelegadas, peloComissário Nacional, bem comoexecutar e fazer executar todas asdeterminações deste; h) Exercer as demaiscompetências em matéria desegurança pública e privadaprevista na lei. 2. Os comandantes regionais

de polícia podem delegar as suascompetências nos respectivoscomandantes adjuntos, salvo se alei expressamente o impedir. 3. Compete, em especial, aoscomandantes regionais de polícia: a) O comando de todas asforças da POP na área da respectivaregião; b) Promover as acções defiscalização do cumprimento dasdisposições legais e regulamentaressobre viação terrestre e transportesrodoviários; c) Manter informado oComissário Nacional da situação desegurança na respectiva região; d) Cooperar com os órgãos daregião em matérias do âmbito dasatribuições da POP e na resoluçãodos problemas relacionados com asfunções policiais quedesempenham. 4. A competência referida naalínea a) do n.º 1 é delegável emqualquer elemento dos quadros daPOP do respectivo comando.

Artigo 36.º Comandante Regional Adjunto

1. Os comandantes regionaisde polícia são coadjuvados por umcomandante regional adjunto. 2. Os comandantes regionaisadjuntos substituem, nas suasfaltas ou impedimentos, orespectivo comandante regional depolícia e, são substituídos, nas suasfaltas ou impedimentos, pelooficial mais graduado ou, se houvervários de igual graduação, pelomais antigo.

Artigo 37.º Subunidades

1. As subunidades doscomandos regionais de polícia são

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as divisões e as esquadras. 2. As esquadras sãosubunidades operacionais.

Artigo 38.º Comando de subunidades

1. O comando das subunidadesé exercido por um comandante,coadjuvado por um adjunto. 2. Salvo designação emcontrário do comandante regionalde polícia, o adjunto é o elementomais graduado colocado narespectiva subunidade. 3. Caso existam várioselementos com a mesmagraduação, prefere o mais antigo.

SECÇÃO II Unidades Especiais de Polícia

Artigo 39.º

Unidades Especiais São unidades especiais de polícia: a) O Grupo de IntervençãoRápida; b) O Grupo de Trânsito.

Artigo 40.º Grupo de Intervenção Rápida

1. O Grupo de IntervençãoRápida (GIR) constitui uma força dereserva à ordem do ComissárioNacional, especialmente preparadae destinada a ser utilizada em: a) Acções de manutenção ereposição de ordem pública; b) Combate a situações deviolência concertada; c) Gestão de incidentestácticos; d) Segurança pessoal de altasentidades, membros de órgãos desoberania, protecção policial detestemunhas ou outros cidadãossujeitos a ameaça.

2. O GIR colabora ainda com oscomandos regionais nopatrulhamento, em condições adefinir por despacho do ComissárioNacional. 3. O GIR articula-se emsubunidades de ordem pública, deoperações especiais, de segurançapessoal e de inactivação deengenhos explosivos. Artigo 41.º Grupo de Trânsito 1. O Grupo de Trânsito (GT) é aunidade especializada no âmbito dafiscalização ordenamento edisciplina do trânsito, e éresponsável pela uniformização deprocedimentos e pela formaçãocontínua dos elementos. 2. Quando se justifique, o GTpode realizar, directa eexcepcionalmente, acções especiaisde fiscalização em qualquer partedo território nacional abrangida pelacompetência territorial da POP, semprejuízo das competências dasrespectivas unidades territoriais.

SECÇÃO III Subunidades e serviços

Artigo 42.º

Subunidades A criação e extinção de subunidadesdos comandos regionais de polícia eunidades especiais de polícia sãoaprovadas por despacho do Ministroda tutela.

Artigo 43.º Serviços

A criação, extinção e ofuncionamento dos serviços doscomandos regionais de polícia eunidades especiais de polícia sãoaprovados por despacho do Ministroda tutela.

TÍTULO III Provimento

Artigo 44.º

Comissário Nacional

1. A nomeação para o cargode Comissário Nacional é feita, porescolha, de entre 1ºs

superintendentes, dos quadros decarreira policial. 2. O Comissário Nacional éum Comissário e o provimento docargo é feito mediante despachoconjunto do Primeiro-Ministro e doMinistro da tutela.

Artigo 45.º Comissário Nacional-adjunto

1. O recrutamento para ocargo de comissário nacional-adjunto é feito, por escolha, deentre os 1ºs superintendentes ousuperintendentes dos quadros decarreira policial. 2. Quando o recrutamentoreferido nos números anterioresrecair sobre um superintendente,este será promovido a 1ºsuperintendente. 3. O provimento é feitomediante despacho do Ministro datutela.

Artigo 46.º Recrutamento de comandantes

regionais e comandantes regionais adjuntos

1. O recrutamento para oscargos de comandante regional éfeito, por escolha, de entre osintendentes ou subintendentes 2. O recrutamento para oscargos de comandantes regionaisadjuntos é feito, por escolha, deentre subintendentes einspectores.

Artigo 47.º Recrutamento de comandantes e

comandantes adjuntos das unidades especiais

1. O recrutamento para oscargos de comandante de unidade

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especial é feito, por escolha, deentre os superintendentes eintendentes para o GIR eintendentes e subintendentes parao GT. 2. O recrutamento para oscargos de comandante adjunto éfeito, por escolha, de entre osintendentes ou subintendentes para o GIR e entre os subintendentes eos inspectores para o GT.

Artigo 48.º Provimento em comissão de

serviço 1. O provimento dos cargos decomandante regional ecomandantes de unidade especial éfeito em comissão de serviço porum período de três anos,renovável, mediante despacho doMinistro da tutela, sob a propostado Comissário Nacional. 2. A renovação da comissão deserviço é comunicada aointeressado pela entidadecompetente até 30 dias antes doseu termo, cessando a mesmaautomaticamente no final dorespectivo período na ausência decomunicação, caso em que odirigente se mantém no exercíciode funções de gestão corrente atéà tomada de posse do novo titulardo cargo. 3. Para efeitos de eventualrenovação da comissão de serviço,deve a entidade competente ser informada, com a antecedênciamínima de 90 dias do termo decada comissão, cessando estaautomaticamente no fim dorespectivo período sempre que nãoseja dado cumprimento àquelaformalidade. 4. Em qualquer momento epor conveniência de serviço, ascomissões de serviço podem serdadas por findas por despacho daentidade competente para anomeação, por sua iniciativa, porproposta do Comissário Nacional oua requerimento do interessado.

Artigo 49.º Outros cargos de comando

1. O provimento dos cargos decomandante de divisão e esquadraé feito por despacho do Comissáriogeral sob proposta do respectivocomandante regional. 2. O provimento dos cargos decomandante de subunidade dasunidades especiais de polícia éfeito por despacho do Comissáriogeral sob proposta dos respectivoscomandantes.

Artigo 50.º Cargos de direcção intermédia de

1.º grau 1. O recrutamento para cargode direcção intermédia de 1.º graué feito em comissão de serviço porum período de três anos, mediantedespacho do Comissário Nacional,por escolha de entreSuperintendentes ou Intendentes. 2. É aplicável aos dirigentes aque se refere o presente artigo odisposto nos nºs 2 a 4 do artigo 48.º

Artigo 51.º

Cargos de direcção intermédia de 2.º grau

1. O recrutamento para cargode direcção intermédia de 2.º graué feito em comissão de serviço porum período de três anos, mediantedespacho do Comissário Nacional,por escolha de entre Intendentesou Subintendentes. 2. Ao provimento erecrutamento para estes cargos éaplicável o disposto nos nºs 2 a 4 doartigo 48.º.

TÍTULO IV Disposições financeiras

Artigo 52.º Receitas

Constituem receitas da POP: a) As dotações atribuídas peloOrçamento Geral do Estado; b) O produto da venda de

publicações e as quantias cobradaspor actividades ou serviçosprestados; c) Os juros dos depósitosbancários; d) As receitas própriasconsignadas à POP; e) Os saldos das receitasconsignadas; f) Quaisquer outras receitasque lhe sejam atribuídas por lei,contrato ou a outro título.

Artigo 53.º Despesas do funcionamento

Constituem despesas da POP as queresultem de encargos decorrentesdo funcionamento dos seus órgãos eserviços e da actividadeoperacional, na prossecução dasatribuições que lhe estãocometidas.

Artigo 54.º Recrutamento excepcional

1. Por despacho do Ministro datutela, sob a proposta doComissário Nacional, pode o oficialde polícia com formação eexperiência adequadas desem-penhar funções correspondentes aoposto imediatamente superior. 2. O pessoal provido nostermos do número anterior tem osdireitos e deveres inerentes àfunção desempenhada. 3. O pessoal provido retoma aremuneração devida no posto deorigem, quando cessar as funçõesque desempenhava, sendo-lhecontado o tempo de permanênciano posto em que tiver sido provido,para efeitos de mudança de escalãoe antiguidade. 4. Se, durante o tempo emque estiver provido no postoimediato, ocorrer a sua promoção,o elemento manterá o escalão emque se encontrar até que, pelonormal desenvolvimento da

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progressão esse escalão lhecompetir, devendo, para efeitos deantiguidade, ser colocado naposição que lhe competiria nonormal desenvolvimento dacarreira.

Artigo 55.º

Taxas A actividade da POP pode implicara aplicação de taxas e a cobrançade despesas a cargo de entidadesque especialmente beneficiem comaquela actividade, nos termos aregular em diploma próprio.

TÍTULO V Disposições finais

Artigo 56.º

Regulamentação 1. São regulados por diplomapróprio: a) A aplicação de taxas e acobrança de despesas a cargo deentidades que especialmentebeneficiem com a actividade daPOP; b) O estatuto remuneratóriodo Comissário Nacional. 2. A prestação e o pagamentodos serviços requisitados à POP nos termos dos artigos 14.º a 16.º dapresente lei são objecto dedespacho conjunto do Ministro datutela e do membro do Governoresponsável pela área das finanças. 3. São aprovados por despachodo Ministro da tutela: a) O número, as competênciase a estrutura interna dos serviçosdas unidades orgânicas, bem comoo quadro de dirigentes da POP; b) A área de responsabilidadeda POP, no caso de atribuiçõessimultaneamente cometidas àGuarda Nacional Guineense, bemcomo dos comandos regionais depolícia e respectivas subunidades; c) As condições em que o

pessoal da POP com funçõespoliciais pode ser afecto aorganismos de interesse público; d) A criação e extinção desubunidades dos comandosregionais de polícia e das unidadesespeciais de polícia; e) A criação e extinção e ofuncionamento dos serviços doscomandos regionais de polícia e dasunidades especiais de polícia. 4. Os tipos de armas em usopela POP, bem como as regras dorespectivo emprego.

Artigo 57.º Entrada em vigor

A presente lei entra em vigor noprazo de 30 dias após a suapublicação no Boletim Oficial

Aprovada em 13 de Maio de 2010

Presidente da Assembleia

Nacional Popular, Raimundo Pereira

O Presidente da República,

Malam Bacai Sanhá ______________________________

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Imagens da participação da POP em sessões de auscultação realizadas

pela Voz di Paz

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FICHA TÉCNICA: Eco da Voz di Paz – Boletim Informativo Proprietário: Voz di Paz - Iniciativa para a Consolidação da Paz Coordenador: Fafali Koudawo Editora: Joacine Katar Moreira; Redactores: Fafali Koudawo; Joacine Katar Moreira; Manuela Lopes Concepção gráfica e fotocomposição: Joacine Katar Moreira Número: 5 Data: Julho 2010 Local: Guiné-Bissau Periodicidade: Mensal Tiragem: 1500 exemplares

Parceiro: Interpeace

Financiado pelo Governo da Finlândia

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Participativa da Voz di Paz

Elaborado por Joacine Katar Moreira

e Fafali Koudawo

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