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SEGURANÇA

ANÁLISE DE RISCOS IIRosa Maria de Deus - Diógenes da Silva Costa

Autores

Rosa Maria de Deus de SousaGraduada em Engenharia de Alimentos – Faculdades Integradas da Terra de Brasília, Engenharia de Segurança do Trabalho – Instituto Laboro – Universidade Estácio de Sá, Pós-graduada em Direito do Trabalho – PUC – MG Pós-graduada em Vigilância Sanitária e Tecnologia de Alimentos Vegetais, Mes-trado em Nutrição Humana – UnB, Doutoranda – UnB, Produção sustentável, professora da Faculdade de Ciência e Educação Sena Aires – FACESA. Participa da comissão de implementação do Programa de Extensão Promovendo Saúde nas Escolas. Coordenadora do projeto de Iniciação Científica e Incentivo ao consumo de frutas e hortaliças por crianças em fase escolar. Orientadora de TCC e membro do Co-legiado do Curso de Farmácia e do corpo editorial da REVISA (Revista de Divulgação Científica Sena Aires), consultora e perita de Engenharia de Segurança do Trabalho.

Diógenes da Silva CostaGraduado em Engenharia Química – Universidade Federal da Paraíba, Pós-graduado em Engenharia de Segurança do Trabalho – Instituto Laboro – Universidade Estácio de Sá, Pós-graduado em Gestão Política e Ambiental – Faculdade Unireal, Pós-graduando em Direito do Trabalho – PUC – MG, Professor no CEP – Saúde da disciplina Saúde e Segurança no Trabalho, Responsável Técnico do Curso Técnico em Segurança do Trabalho, Consultor em Engenharia de Segurança do Trabalho.

RevisãoBruna VasconcelosNT Editora

Projeto GráficoNT Editora

Editoração EletrônicaNT Editora e Figuramundo

IlustraçãoNT Editora

CapaFiguramundo

NT Editora, uma empresa do Grupo NTSCS Q. 2 – Bl. D – Salas 307 e 308 – Ed. Oscar NiemeyerCEP 70316-900 – Brasília – DFFone: (61) [email protected]

V 1.0

Análise de Riscos II. / NT Editora.

-- Brasília: 2014. 150p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

ISBN - 978-85-8416-078-5

1. Ambiente de trabalho. 2. Risco de acidente. 3. Laudo pericial. 4. Prevenção de acidentes.

Copyright © 2014 por NT Editora.Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por

qualquer modo ou meio, seja eletrônico, fotográfico, mecânico ou outros, sem autorização prévia e escrita da NT Editora.

LEGENDA

ÍCONES

Prezado(a) aluno(a),Ao longo dos seus estudos, você encontrará alguns ícones na coluna lateral do mate-rial didático. A presença desses ícones o(a) ajudará a compreender melhor o conteúdo abordado e também como fazer os exercícios propostos. Conheça os ícones logo abaixo:

Saiba MaisEsse ícone apontará para informações complementares sobre o assunto que você está estudando. Serão curiosidades, temas afins ou exemplos do cotidi-ano que o ajudarão a fixar o conteúdo estudado.

ImportanteO conteúdo indicado com esse ícone tem bastante importância para seus es-tudos. Leia com atenção e, tendo dúvida, pergunte ao seu tutor.

DicasEsse ícone apresenta dicas de estudo.

Exercícios Toda vez que você vir o ícone de exercícios, responda às questões propostas.

Exercícios Ao final das lições, você deverá responder aos exercícios no seu livro.

Bons estudos!

4 NT Editora

Sumário

1. HISTÓRICO DOS ACIDENTES DE TRABALHO ................................................ 71.1 A descoberta dos acidentes no ambiente de trabalho ........................................... 101.2 Evolução na prevenção de acidentes de trabalho .................................................... 151.3 Avaliação de risco e práticas relacionadas ................................................................... 22

2. ANÁLISE DAS ATIVIDADES INSALUBRES E PERIGOSAS ........................... 322.1 Conceitos e Normas ............................................................................................................. 342.2 Identificar as condições insalubres ................................................................................. 422.3 Controle das atividades insalubres ................................................................................ 44

3. ELABORAÇÃO DE LAUDOS PERICIAIS ........................................................ 513.1 Responsabilidade técnica .................................................................................................. 543.2 Laudo técnico ......................................................................................................................... 583.3 Impugnação de laudo ......................................................................................................... 65

4. LEGISLAÇÃO BÁSICA APLICADA ................................................................ 764.1 Importância da aplicação da legislação no controle dos riscos ........................... 78

5. TÉCNICAS DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL .................................................... 1055.1 Equipamentos de avaliação no ambiente de trabalho ..........................................1065.2 Doenças adquiridas no ambiente de trabalho .........................................................1105.3 Legislação pertinente ........................................................................................................116

6. DOENÇAS RELACIONADAS AO AMBIENTE DE TRABALHO .................... 1236.1 Identificar as principais causas das doenças ocupacionais ..................................1246.2 Formas de prevenção de doenças ocupacionais .....................................................1316.3 Checar os ambientes que oferecem riscos eminentes para propor medidas preventivas ...................................................................................................................................138

BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 147

GLOSSÁRIO ...................................................................................................... 148

APRESENTAÇÃO

5Análise de Riscos II

Olá! Seja bem-vindo(a) ao curso de Análise de Riscos II!

Neste curso você terá a oportunidade de conhecer as diferentes formas de se evitar um acidente no ambiente de trabalho e propor mudanças simples para se prevenir possíveis acidentes de trabalho.

É muito importante que você conheça os riscos eminentes de ocorrência de acidentes no am-biente de trabalho e as formas de prevenção. Ao concluir este curso, você ficará sabendo como é pos-sível e, na maioria das vezes, de forma simples, evitar acidentes de forma preventiva no ambiente de trabalho evitando sérias consequências à saúde do trabalhador.

Não perca tempo! Aproveite esta oportunidade para aprimorar os seus conhecimentos.

Bons estudos!

Autores:

Diógenes da Silva Costa

Glauco Bueno da Silva

Rosa Maria de Deus de Sousa

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1. HISTÓRICO DOS ACIDENTES DE TRABALHO

Objetivos

O presente capítulo tem como objetivo levar o aluno a entender, analisar e propor soluções para os possíveis riscos de acidentes dentro do ambiente de trabalho.

Ao finalizar esta lição, você deverá ser capaz de:

• Reconhecerosriscosdeacidentesnoambientedetrabalho;

• Entenderasetapasdeprevençãodeacidentes;

• Compreenderalegislaçãoeosconceitosutilizadosnaprevençãodeacidentesereconhecersua relevância para as organizações.

Estápreparadoparaentendera Prevenção de Riscos 2? Entãovamoscomeçar!

Lembre-se! É muito importante que você fique atento quanto às informações que serão repassa-das ao longo deste curso, pois só assim conseguirá compreender os riscos e as formas de evitá-los.

Os acidentes de trabalho fazem parte do mundo do trabalho desde o início dos tempos a que se têmregistros.Entretanto,passouaservisível,apósoséculoXIX,quandohouveumaevoluçãoemtodosos setores da economia e teve o princípio das lutas dos operários por melhores condições salariais.

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Enquantofenômenoquerompecomalógicadotrabalho,oacidentesempreexistiu.Maisdoque isso, podemos afirmar que ligados à dinâmica da sociedade, que está sempre em movimento, acidentes sempre farão parte do cenário social. (Daphne, 2000).

O termo acidente, de acordo com o significado etimológico, quer transmitir uma ideia de algo queacontecedeformaimprevisívelouumafatalidade.Estesignificadofazreferênciaaeventosdenatu-reza geral, caracterizando-se pela falta de controle dos interferentes que podem ocasionar um acidente.

Arevoluçãoindustrialtrouxeodesenvolvimentotecnológicoecientíficoejuntocomestesfa-tores veio à transformação das ações dos seres humanos, os quais passaram a ser responsáveis pela transformação dos bens e serviços.

Observou-se que, com a evolução, o perfil dos acidentes foi mudando, ou seja, os trabalhadores queatuavamemminasdecarvão,porexemplo,passaramatermaiscuidadoaoexecutarseusservi-ços e, com isso, o número de acidentes caiu, pois os operários passaram a se conscientizar e agir de for-ma preventiva, embora essas ações não fossem ainda suficientes para evitar o alto índice de acidentes. Entretanto,outrostiposdeacidentescomeçaramafazerparte das estatísticas, isso ocorreu devido ao fato dequeaevoluçãotrouxeoprogresso,aspessoas passaram a andar de carro e a se envolver em acidentes e mi-lhares perderam a vida.

Segundo Monteiro (1988), acidente de tra-balho pode ser definido como aquele que ocorre peloexercíciodotrabalhoprovocando lesão corpo-ral ou perturbação que cause a morte, a perda ou a redução da capacidade, permanente ou temporária, para o trabalho.

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Com a Constituição Federal de 1988 e a Lei Orgânica da Saúde, consagrando o SUS e em seu in-terior as ações de saúde do trabalhador, os acidentes de trabalho passaram a ser discutidos no âmbito da Saúde Pública.

Saiba Mais!

A lei orgânica 8.080 de 19 de setembro de 1999, foi chamada de lei orgânica da saúde, veio re-gulamentar a representação da primeira forma jurídica que delimitou e estabeleceu as diretrizes do Sistema Único de Saúde – SUS, foi o início de uma nova visão, mais humana das pessoas, por esta lei ficou estabelecido que o homem não mais seria visto como um órgão doente, mas um ser humano completo passando a ser tratado como paciente e não a doença propriamente dita, ou seja, quando uma pessoa possui algum problema de saúde e necessita de atendimento, não seráanalisadaapenasoqueelaestásentindo,massendoenxergadoevalorizadoohomemcomo sendo um todo, dessa forma trata-se a o paciente e não apenas o motivo que o levou a procurar uma unidade de saúde, e também o médico passou a ser visto como o médico da família, isso fez com que as pessoas se sentissem respeitadas tendo os seus direitos atendidos de forma concreta.

Essaleiabrangetodooterritórionacionaletodasasaçõesvoltadasparaasaúdedossereshu-manos em caráter permanente ou eventual.

Para conhecer mais sobre esta lei acesso: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

Exercitando o conhecimento...

Agora que você conheceu um pouco sobre a revolução e o perfil dos acidentes, marque aalternativaquerepresentaumavançodossetoreseconômicosdaépoca:

1) Os trabalhadores aprenderam a se cuidar e a aplicar metodologias científicas.

2)Arevoluçãotrouxeumavançotecnológicoecientíficoeatransformaçãodosbense serviços.

3)Arevoluçãotrouxeapenasmudançasnatransformaçãodosserviços.

...

Se você marcou a Alternativa 2 está correto. A revolução industrial trouxe o desenvolvimen-to tecnológico e científico e junto com estes fatores veio à transformação das ações dos seres humanos, que passaram a ser responsáveis pela transformação dos bens e serviços.

SUS: Sistema Único de Saúde

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Importante!

Você sabia que o Brasil é o quarto país em número de mortes por acidentes de trabalho?

De acordo com dados da OIT, que, desde 2003, adotou 28 de abril como Dia Mundial da Seguran-çaeSaúdenoTrabalho,ocorremanualmente270milhõesdeacidentesdetrabalhoemtodoomundo.Aproximadamente2,2milhõesdelesresultamemmortes.NoBrasil,segundoorelatório,são 1,3 milhão de casos, que têm como principais causas o descumprimento de normas básicas de proteção aos trabalhadores e más condições nos ambientes e processos de trabalho. O Brasil ocupa o 4º lugar em relação ao número de mortes, com 2.503 óbitos. O país perde apenas para China(14.924),EstadosUnidos(5.764)eRússia(3.090).

Fonte: http://meusalario.uol.com.br/main/trabalho-decente/acidentes-de-trabalho-brasil-e-o-quarto-em-numero-de-mortes-1

1.1 A descoberta dos acidentes no ambiente de trabalho

Olá! Do ponto de vista legal, você sabe o que é acidente de trabalho?

Então,conformedispõeoart.19daLeinº8.213/9:

“Acidentedetrabalhoéoqueocorrepeloexercíciodotrabalhoaser-viçodaempresaoupeloexercíciodotrabalhodosseguradosreferidosnoincisoVIIdoart.11destalei,provocandolesãocorporaloupertur-bação funcional que cause a morte, a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”.

Otrabalhoexistedesdeoadventodohomem,porémoconceitodesegurançanasceuapósumtempoatéconsideráveleextenso.

OIT: Organiza-ção Inter-nacional do Trabalho

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Emais,vocêsabiaque,pormeiodeumadescobertanãomuitorecente,anoçãodetrabalhopode ser responsável pela doença e pela morte? Pois é, as alusões concernentes à saúde, doença e o trabalho, ainda de forma muito restrita, são escritas de tempos bem remotos, desde a civilização egípcia, dos gregos e romanos.

As referências iniciais se deram por meio dos papiros egípcios, e também o atendimento médi-co estabelecido nas pirâmides e minas.

Há relatos de documentos judaicos que o tempo maior de servidão era de seis anos, por conse-guinte o “Amo” não poderia ordenar seu servo horas acrescidas que violassem os costumes culturais desonoevigília.Eexistiaoprovimentodetratamentoeressarcimentonosseisanos.

A carência de maiores relatos se dá ao fato de que, na antiguidade, os trabalhos mais laboriosos, bemcomoaquelesqueapresentavammaioresatrativosaos riscos,eramexercidospelosescravos,esses conquistados nas guerras estabelecidas entre as nações.

Numerosos escritos despontam quanto eram corriqueiras às deformações físicas, as enfermida-desediversasoutrassequelas,origináriasdosexcessoseabusosexercidospelospatrõesnotocanteaos seus trabalhadores.

Hipócrates(460-375a.C),omaiormédicodaAntiguidadeepercussordaobservaçãoclínica,jáexpunhaoquadroclínicode“intoxicaçãosaturnina” descoberta em trabalhador mineiro, omitindo, porém, qualquer alusão ao ambiente de trabalho e à atividade em si mesma.

Lucrécio,umséculoantesdoiníciodaEraCristã,mencionaascondiçõesdetrabalhonasminasde Siracusa, de quão eram apavorantes e árduos e cujas tarefas eram concretizadas em galerias de 1 metrodealturapor60centímetrosdelargura,noperíodode10horasdiárias.Apontoutambémumaapreensão pela patologia do trabalho, com as observações referentes aos trabalhadores do interior das minas: “não viste ou ouviste como morrem em tão pouco tempo, quando ainda tinham tanta vida pela frente?”.

Plínio,oVelho(23-79a.C)exibiuoaspectodostrabalhadoresexpostosaochumbo,aomercú-rioeàspoeiras;partindodaí,ainiciativadosescravosdeusaremmembranasdebexigasdecarneiroscomo máscaras, com o objetivo de diminuir a ação das poeiras minerais.

De modo geral, a preocupação com a segurança certamente já havia bem antes de Cristo, ao passoqueobrasamplasforamconcretizadasantesdoseunascimento,umexemplo,seriaasPirâmides.

NaBíblia,maisexatamenteemDeuteronômio,Capítulo22,versículo8,depara-secom:“Quan-do construíres uma nova casa, farás uma balaustrada em volta do teto, para que não derrame sangue sobre tua casa, se viesse alguém a cair lá de cima”.

No livro “Antiguidades Judaicas”, o historiador judeu Flávio Josefo interpreta e descreve que a razão da morte de José, o “pai” de Jesus, decorreu de um acidente de trabalho, haja vista que havia sido incumbido, como encarregado de obra, a restaurar e construir uma cidade, quando desabou de um andaime e morreu três dias depois, em função da seriedade do acidente.

Em1556,foirelatadaa“asmadosmineiros”,acometeuumnúmerotãograndedeindivíduos,e sua gravidade era tão alta, que mulheres chegavam a casar sete vezes pelas mortes prematuras dos esposos.

Ahistóriadasegurançadotrabalhoremontadosidosde1700,omédicoBernardinoRamaz-zini,conhecidocomoopaidaMedicinadoTrabalho,apartirdaobra “As doenças dos trabalhadores”, apresenta doenças em mais de 50 ocupações diferentes e acresce à anamnese de Hipócrates: qual a sua ocupação? O trabalho dele foi à base de estudo que cintilou o trabalho de grandes mentes da medicina ao longo dos séculos.

intoxicação saturnina: Diz-se que há Absorção de Chumbo quando o mesmo tendo penetrado por quaisquer vias, atinge os tecidos. Quan-do o chumbo absorvido pro-voca sintomas subjetivos e objetivos, diz-se que ocorre a Intoxicação Saturnina. 

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Entre1760e1830(séc.XVIIIeXIX),ocorreuumepisódiomarcantenaInglaterra,aRevoluçãoIndustrial,quecolaborouparaumgrandeimpactonasaúde.Suaorigemsedeu,apartirdoapare-cimento da máquina de fiar. Como sabe, até então, a fiação e a tecelagem eram desenvolvidas para acatarasnecessidadesdomésticas,aopassoqueseuexcedenteeracomercializadoapreçoelevado,em regiões onde essas atividades não estavam presentes.

Comoaparecimentodasmáquinasdetecelagemmovidasavapor(tearmecânico). Oartesãoesua família passam a trabalhar nas fábricas.

Máquina de fiar, que acelerou a fabricação de tecidos no início da Revolução Industrial

Com o surgimento das primeiras máquinas de fiação e tecelagem, o artesão perdeu o domínio dos meios de produção. As máquinas já começaram a substituir o artífice, numa fabricação muitíssimo elevada a do homem. A mão de obra necessária para a manipulação das máquinas era prontamente abonada pelas famílias pobres, sendo benquistos e aceitos como trabalhadores homens, mulheres e crianças, não importando a saúde nem quaisquer outros requisitos.

Osempregadores,apreensivosparaalcançarumsuprimentoinexauríveldemãodeobraba-rata, aceitavam uma criança deficiente mental para cada doze “sadias”. O número de acidentes de trabalho aumentava de maneira assustadora. A morte de crianças acontecia frequentemente, eram causadas por máquinas projetadas inadequadamente e que não ofereciam nenhuma segurança.

O empregador instituía as condições de trabalho que deviam ser desempenhadas pelos empre-gados. Não havendo regulamentação alguma nas relações de trabalho, o contrato derivava do livre acordodaspartese,narealidade,eraopatrãoqueafixavaasdiretrizesedavaporfinalizadaarelaçãode emprego ou a transformava de acordo com a sua vontade e o seu livre arbítrio.

O trabalho era penoso, longo e perigoso, além do fato de que os ambientes de trabalho eram extremamenteagressivosàsaúde;haviamruídosgeradospormáquinasprecárias;temperaturasele-vadas,correspondentesàfaltadeventilação;iluminaçãodeficiente,essesfatorescontribuíamdireta-mente para o alto número de acidentes.

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Semrestrições,ospatrõesfixavamaduraçãodiáriadetrabalho.Assumiamaliberdadede,con-forme suas necessidades e interesses próprios, determinar o número de horas de trabalho, sem distin-ção entre adultos, menores e mulheres, e sequer entre atividades penosas ou não.

Todoessequadroostentousituaçõestãogravesqueseriaincabívelconservar-sedesfavorecen-do e desprotegendo o próprio respeito humano. Aconteceram acidentes graves, muitos deles, muti-lantes e fatais.

Não só os acidentes aconteceram, mas também enfermidades típicas ou agravadas pelo am-biente profissional. Durante o período de inatividade, o operário não recebia salário e, assim, passou asentiraincertezaeinsegurançaemqueseencontrava,poisnãoexistiamleisqueoauxiliasse,eoempregador,salvoexceções incomuns,nãoapresentava interessenaexistênciadessas leisemuitomenos na consciência dos seus deveres.

Asmáquinasexistentesnosprimórdiosdascivilizaçõeserammuitorudimentareseoho-mem com todas as suas imperfeições e limitações, tornavam os riscos de acidentes constantes, até mesmo porque não havia ainda as ideias de treinamento e aprimoramento profissional. Com a evolução industrial houve o surgimento de toda uma maquinaria, em que não estavam presentes os métodos de segurança, por isso que eram consideravelmente perigosas e fáceis de provocar infortúnio nos trabalhadores.

Perantea inexistênciadeumalegislaçãodisciplinadoradacargahorária,dodescansonajornada diária e semanal, de normas, regrando o trabalho do menor e da mulher, das condições de insalubridade e periculosidade ambiental, tudo isso resultava no aumento da ocorrência de in-fortúnios no trabalho.

Exercitando o conhecimento...

Completeasquestõesabaixo:

A mão de obra necessária para a era pron-tamente abonada pelas famílias pobres, sendo benquistos e aceitos como trabalhado-res , e não importan-do a saúde nem quaisquer outros requisitos.

...

Gabarito:

A sequência de palavras corretas é: manipulação das máquinas; mulheres e crianças.

A frase fica da seguinte forma:

A mão de obra necessária para a manipulação das máquinas era prontamente abonada pelas famílias pobres, sendo benquistos e aceitos como trabalhadores homens, mulheres e crianças, não importando a saúde nem quaisquer outros requisitos.

Insalubridade: Diz o artigo 189 da CLT que, “serão conside-radas atividades ou operações insalubres aque-las que, por sua natureza, condi-ções ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixa-dos em razão na natureza e da intensidade do agente e do tem-po de exposição aos seus efeitos.

Periculosidade: O artigo 193 revela que são consideradas atividades ou operações peri-gosas, na forma da regulamen-tação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impli-quem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

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A título de curiosidade, é inte-ressante dizer que muitos traba-lhadores abandonaram o campo e decidiram ir para as cidades, e esclarecer e elucidar a preferên-cia por mulheres e crianças para as tarefas, pois essas não de-mandavamforçabraçal.Eexistiauma explicação no preconceitoindustrial burguês de que estes dois grupos de trabalhadores seriam domesticados de forma mais fácil, ou seja, não implica-vam dificuldades quando disci-plinados e intimidados.

Então,aRevoluçãoIndustrial,tevepapelevidentenamodificaçãodascondiçõesdevidasocialedetrabalho.NaInglaterra,emespecialemLondres,ascondiçõesdetrabalhoeramterríveis,asdoen-çaseosacidenteseramnumerososenãoexistiamlimitesnajornada,passando16horasdetrabalhopor dia em um ambiente fechado e com máquinas sem qualquer proteção. Além do fato que as doen-ças infectocontagiosas abundavam.

ARevoluçãoFrancesa(1789-1799)acordouomundoparaoestabelecimentodeliberdadespo-líticaseindividuais.Teveumpapelimportantíssimo,porqueextinguiuumacadeiadeinjustiçassociaise, no tocante aos trabalhadores, criou, inclusive, as regras de indenização às vítimas de acidentes do trabalhoecondenouaexploraçãoindustrial,entreoutrascoisas.

Entãomeucaro, foinessaépoca,quesurgiramasprimeiras leisdeproteçãoaotrabalho na Inglaterra, França, Alemanha e Itália.

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15Análise de Riscos II

Para refletir:

Emrelaçãoaosacidentesdetrabalho,ossetoresdaeconomiaqueapresentamaspiorescondi-ções de segurança em todo o mundo são a agricultura, a construção civil e a mineração. Apesar deestessetoreslideraremalistadeacidentes,alémdestessetores,noBrasilatualmenteexisteumalarmantenúmerodeacidentesemumacategoriadetrabalhoemexpansão:osmotoquei-ros. A prestação de serviços por meio de motociclistas reúnem vários fatores de risco: violência das ruas, roubos seguidos de mortes (latrocínios), acidentes de trânsito, entre outros.

1.2 Evolução na prevenção de acidentes de trabalhoAssim como você já conheceu o histórico dos aci-

dentes do ambiente de trabalho, desde os primórdios, agora chegou a hora de ver a evolução da prevenção dos acidentesdetrabalhoedasnormasqueasauxilia.

Como descrito anteriormente, em 1700, o médicoBernardino Ramazzini, publicou o livro “De Morbis Artificum Diatriba”, no qual ele delineou cerca de 100 profissões des-semelhanteseosriscosparticularesdecadaumadelas.Essarelação é a desbravadora da lista atual de doenças ocupa-cionais reconhecidas pela OIT (Organização InternacionaldoTrabalho)eadotadapormuitospaíses,inclusiveoBrasil.

Em1802, foiaprovadaa“leidesaúdeemoraldosaprendizes”, que foi a primeira lei de proteção aos traba-lhadores, que estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho diárias, proibia o trabalho noturno, obrigava os emprega-dos a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, e tornavaobrigatóriaaventilaçãodasfábricas.Essasmedidasforam ineficazes no que diz respeito à redução no número de acidentes de trabalho.

DuranteoperíododarevoluçãoindustrialnaEuropa,queaconteceuentreosanosde1763a1815,primeiramentenaInglaterraeemseguidanaAlemanha,Françaeemdemaispaíses;levandoaintensificaçãodoestudodosacidentesdotrabalho,poisessespaísesproduziamlegiõeseexércitosde incapacitados ao trabalho.

AcidadedeManchester,naInglaterra,pareciatersaídodeumaguerra,tendoemvistaoeleva-do número de aleijados, desempregados e desesperados zanzando pelas ruas.

Issofezcomqueosempresáriosdaépocaseinterrogassemsobreasbenfeitoriasdarevoluçãode mercado que eles estavam produzindo.

Em1831,instalou-seumgrupoparaavaliaroestadodostrabalhadores,aondeseconcluiupormeio de um relatório referindo que homens e mulheres, meninos e meninas, deparavam-se doentes, deformados, abandonados, uma amostra da brutalidade e crueldade do homem para com o homem.

Uma insensível condenação daqueles legisladores que quando em suas mãos detinham poder imenso, abandonaram os fracos à capacidade dos fortes.

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Comoconsequênciadisso,em1833,aInglaterradivulgoua1ªlegislaçãoverdadeiramentecom-petente e hábil na proteção e assistência do trabalhador, sob o título de “Factory Act” (Lei da Fábrica).

Documento este que apresentava como fundamentais itens as seguintes normas estatutárias:

• Proibiçãodotrabalhonoturnoaosmenoresde18anos;

• Restriçãoàshorastrabalhadaspormenoresadozehoraspordia,esessentaenovehorasporsemana;

• Asfábricasprecisavamterescolasparatrabalhadoresmenoresquetrezeanos;

• Aidademínimaparaotrabalhadordenoveanos;

• Ocuidadocomodesenvolvimentofísicocorrespondenteàidadecronológica.

Em1967,a“FactoryAct”,instituiuaampliaçãodalei;compreendeumoléstias;estipulouapro-teçãodemáquinaseventilaçãomecânicaparaocontroledepoeiras;coibiaoconsumodealimentosnos ambientes sob a atmosfera nociva da fábrica.

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17Análise de Riscos II

JánaInglaterra,em1880,surgeoAtodeResponsabilidadedaEmpresa,emquepermitiaosfa-miliares de um trabalhador, esse último que tivesse sofrido um acidente fatal, cobrassem os danos pela morte,estaseforcausadapornegligência.Tornando-seoprimeiroaspectoqueatribuilegalmenteaoempregador a responsabilidade pela segurança dos seus trabalhadores contra acidentes de trabalho.

Exercitando o conhecimento...

AgoraquevocêconheceuumpoucosobrerevoluçãoindustrialnaEuropa,marqueaalternativa que representa em que período esta revolução aconteceu?

1) 1760a1810

2) 1768a1820

3) 1763a1815.

...

Se você marcou a Alternativa 3 está correto. A revolução industrial na Europa aconteceu entre os anos de 1763 a 1815, primeiramente na Inglaterra e em seguida na Alemanha, França e em demais países; levando a intensificação do estudo dos acidentes do trabalho, pois esses países produziam legiões e exércitos de incapacitados ao trabalho.

Criou-se,em1897,a inspeçãodasFábricascomoórgãodoMinistériodoTrabalhoBritânico,comoobjetivoderealizarexamesperiódicosdesaúdenotrabalhador,alémdesugeriroestudoea pesquisa das doenças que acometiam os profissionais, sobretudo nas fábricas pequenas, estas ca-rentesdeserviçosmédicospróprios.EmoutrospaíseseuropeusenosEstadosUnidos,adota-seumalegislação progressista em defesa da saúde do trabalhador.

EmGenebra,em1919,éconstituídaefundadaaOr-ganizaçãoInternacionaldoTrabalho(OIT),comopartedoTratadodeVersalhes,quepôsfimàPrimeiraGuerraMun-dial, com o intuito de estudar, desenvolver, difundir e reco-mendar formas de relação de trabalho, sendo o Brasil um dos seus instituidores e signatários.

AOIT,comoobjetivodepromovera justiçasocial,é a única das Agências do Sistema das Nações Unidas que tem estrutura tripartite, ou seja, é formada por representan-tes do governo, empregados e empresas.

Asconvenções, umavezratificadaspordecisãoso-berana de um país, passam a fazer parte de seu ordena-mento jurídico.

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Ponderandoodesenvolvimentoeconômico,aOITtomaseispropostasdesignadasàproteçãoda saúde e à integridade física dos trabalhadores: proteção à maternidade, trabalho noturno para mulheres, limitação da jornada de trabalho, idade mínima para a admissão de crianças e o trabalho noturno para menores. No mesmo ano, arraigaram-se serviços de medicina ocupacional, com a inspe-çãodosambientesdetrabalhonasempresas,promulgadopormeiodoDecretoLegislativonº3.724.

Em1931,nosEstadosUnidosdaAmérica,HenriHeinrich,umestudiosodaciênciadeseguros,introduziupela1ªvezafilosofiadeacidentescomdanosàpropriedade.Colocandoumconceitoparaacidente de trabalho, descrevendo que é um evento não desejado, do qual resulta em dano físico a uma pessoa, danos à propriedade ou atrasos nas operações.

Analisandotodoocontexto,pósGuerra,foiaprovadaem1948,aDeclaraçãoUniversaldosDi-reitos Humanos avigorando o direito ao trabalho, condições justas e adequadas ao trabalho, propos-tas voltadas à proteção quando adviesse o desemprego, limitação de horas de trabalho, direito ao repouso e direito às férias periódicas remuneradas.

Saiba Mais!

AOrganizaçãoMundialdaSaúdefoifundadaem1948.Comointuitodeexercerumpapeldecomandoemmatériadesaúdeglobal,fixaraagendaparapesquisaemsaúdeestabelecernor-mas, proferindo opções políticas fundamentadas em evidências, prover apoio técnico aos paí-ses, monitoramento e avaliação das convergências de saúde.

EmumcomitêMisto,comaparticipaçãodaOITeaOMS,em1957,realizadoemGenebra,cons-tituíram os seguintes objetivos para a Saúde Ocupacional e propuseram o âmbito de atuação:

• Gerareconservarograumaiselevadodebem-estarfísico,mentalesocialdostrabalhadoresemtodasasocupações;

• Precavertodooprejuízoàsaúdedostrabalhadoresocasionadopelascondiçõesdoseutrabalho;

• Resguardaros trabalhadores,emseu trabalho,contraos riscos resultantesdapresençadeagentesnocivosàsaúde;

• Alocaremanterotrabalhadoremumafunçãoconformeassuasaptidõesfisiológicasepsicológicas;

• Adaptarotrabalhoaohomemecadahomemaoseutrabalho.

Comaampliaçãodaindustrializaçãodopaís,apartirdadécadade50,passaaexistirospri-meiros médicos de empresa, com a responsabilidade de espaçar aqueles que padeciam de algum mal ou um acidente e conservar nas linhas de produção os trabalhadores mais saudáveis. No entanto, nesta época, a única preocupação legítima era o detrimento de tempo e os danos acarretados pelos acidentes ao empregador, além de que eram escassas as atitudes ou quase coisa nenhuma se fazia em termos de prevenção.

OMS: Organiza-ção Mundial da Saúde

Saúde Ocu-pacional: É a parte da Saúde Pública que traz como objetivo a segurança e a higiene do ambiente do trabalho, de tal modo como a própria saúde do trabalhador. A concretização deste objeti-vo abrange um grupo de profissionais que compre-ende o médico do trabalho, o ergonomista, o engenheiro da segurança do trabalho, o toxicologista, o enfermeiro, o psicólogo, além do técnico de segurança do trabalho, bem como outros profissionais de nível médio ou superior.

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19Análise de Riscos II

Jánosanos60,começouadestacarem-seosconceitosdeprevençãoehigieneocupacional,quereceberam um impulso maior com a classificação e nomeação do Brasil como “Campeão Mundial de Aci-dentesdeTrabalho”,noiníciodosanos70,noperíododaDitaduraMilitar.Aindaassim,opaíssópassouaterumalegislaçãovastaearticulada,voltadaparaaprevenção,somenteaofinaldosanos70,depoisdeuma forte deterioração da imagem do país a nível internacional e da opinião pública nacional.

Desta forma, a questão da prevenção dos acidentes (e em raríssimas situações, das doenças profissionais), foi abordadanodomíniodoMinistériodoTrabalho (emalgumasépocas,Ministé-riodoTrabalhoePrevidênciaSocial), jáqueacoerênciadominanteeraadodesenvolvimentodocapitalismo no país, fundamentado na crescente industrialização e nos protótipos conceituais do Fordismo e do Taylorismo.

Saiba Mais!

Acidente de trabalho dá direito à indenização por dano moral.

Durante a reposição de mercadorias no estabelecimento comercial onde trabalhava, um fun-cionáriocaiudaescadaesofreulesãonopédireito.Combaseemtestemunhoseprovas,a4ªTurmadoTribunalRegionaldoTrabalhoda6ªRegião(TRT-PE)mantevepuniçãoa2empresas,com alteração no valor da indenização por dano moral arbitrada pelo Juízo de origem, que era de trezentos mil reais e passou a ser de cinquenta mil. Na decisão, a relatora do Acórdão, a de-sembargadora, foi acompanhada por outra desembargadora.

As magistradas consideraram que, da prova oral produzida, comprovou-se a responsabilidade dasempresassemsecogitarnaculpaexclusivadavítima,alémdaocorrênciadofatodescritopelo autor na fase inicial do processo. “Dos autos revela-se que o acidente narrado ocorreu por faltadediligêncianecessáriadaempresa,quedeixoudeobservarosprocedimentosdesegu-rançadotrabalhador.Essaconclusãosechegadosdepoimentoscolhidosduranteainstrução.Ressalte-se, ainda, que as próprias testemunhas da parte reclamada destacaram que a empresa nãoforneciaosdevidosEquipamentosdeProteçãoIndividualaostrabalhadores”,destacaare-latoraNisePedroso. 

Todaempresaéresponsávelpelotreinamentodadoaotrabalhadorepelasaçõespreventivas/corretivas contra acidentes de trabalho. O empresariado também deve fiscalizar se as medidas de segurança são cumpridas pelos empregados, como lembra a relatora. “Ficou certo que o aci-dente aconteceu, não por imprevidência da vítima, como pretendeu fazer crer a parte ré, mas porqueaempresanãotomoucuidadosextremamentenecessáriosà integridadefísicadoex-empregado,aodeixardeforneceraotrabalhadorequipamentosnecessáriosparaqueomes-mo pudesse realizar a tarefa para a qual fora designado. O laudo pericial acostado aos autos tambémtrilhounessalinha”,explicaadesembargadoraNisePedroso.

Quantoàreduçãodovalorreferenteaosdanosmorais,a4ªTurmalimitouareferidaindenizaçãoaopatamardecinquentamilreais.Paratal,ocaráterpunitivodacondenação,oporteeconô-mico da empresa, as circunstâncias do acidente e o fato da lesão ter provocado a incapacidade definitiva, porém parcial do empregado, foram considerados. No entendimento das magistra-das,trata-sedequantiajustaerazoávelàreparaçãododano,poisoreclamantepoderáexerceroutras atividades profissionais com o processo de readaptação.

Para saber mais acesse: http://www.granadeiro.adv.br/template/template_clipping.php?Id=14214

Fordismo: Ford (seguidor de Taylor), conhecedor da importância do consumo em massa, disseminou os princípios para que a produ-ção fosse mais ágil, suavizar custos e tempo de produção, em busca de melhores condições de trabalho.

Tayloris-mo: Palavra gerada a partir dos estudos de Taylor, este que esqua-drinhou uma organização científica do trabalho des-tacando tem-pos e métodos para obter o máximo de produção com o mínimo de custos.

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Apartirde1972,peranteasrequisiçõesdoaprofundamentododomíniodosriscosabarcadosnos procedimentos industriais, cunhando-se assim uma nova mentalidade baseada nas análises de riscos de processos, desenvolvido pelo engenheiro Willie Hammer, especialista em Segurança de Sis-temas,comexperiêncianaForçaAéreadosEstadosUnidosdaAméricaenosprogramasespaciais,aproveitando-se de técnicas de análise de risco permitindo que após adaptação pudessem ser aplica-das na indústria.

Na década de 80, grandes organizações planificaram as Análises de Risco, com programas de segurança do trabalho integrados às técnicas de confiabilidade.

É válido saber que, os acidentes não só comprometem e afetam as empresas e a sociedade em geral, como o custo em relação à perda de vidas e de sofrimento para os trabalhadores e as suas famílias. A redução dos acidentes denota também redução das carências por doença, dos custos e das perturbações do processo produtivo. Além disso, permite às entidades patronais economizar custos de recrutamento e constituição de um novo pessoal e amortizar os custos de reformas antecipadas e de prêmios de seguro.

Os motivos com maiores decorrências ocasionando os acidentes em todos os setores, seja na indústria transformadora pesada seja o trabalho de escritório, são os escorregões, tropeções e quedas. Dentre os diversos perigos, pode-se mencionar a queda de objetos, as queimaduras térmicas e quí-micas,incêndioseexplosões,substânciasperigosaseestresse.Paraprecaverosacidentesnolocaldetrabalho, as entidades patronais devem instituir um sistema de gestão da segurança que compreenda a avaliação de riscos e procedimentos de acompanhamento.

Você sabia que a Agência EuropeiaparaaSegurançaeSaúdenoTrabalhofezuma

lista para a verificação e pre-venção de acidentes?

Justamente.Elaécompostadeperguntasqueauxiliamnaprevenção,sãoessas:

• Foramclaramentedefinidososprocedimentoseasresponsabilidadesemmatériadesaúdeesegurança e todos conhecem as responsabilidades próprias e alheias?

• Sabeoquetemdefazerparacumpriralegislaçãoemmatériadesaúdeesegurança?Senãosabe, designou uma pessoa competente que o possa aconselhar?

• Identificouosprincipaisriscosparaasaúdeesegurança,etomoumedidastendoemvistaàsua eliminação ou redução?

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21Análise de Riscos II

• Assuasdisposiçõesrelativasàmanutençãodoequipamentodetrabalhosãoadequadas?

• Forneceuaosseustrabalhadoresoequipamentonecessárioparaseprotegeremcontrariscosquenão podem ser evitados por outros meios? Deu-lhes a informação sobre a utilização desse equipamento?

• Forneceuinformaçãoaostrabalhadoressobreosriscosexistentes,deu-lhesainformaçãoso-bre métodos de trabalho seguros e procedimentos de emergência?

• Consultaosseustrabalhadoressobrequestõesdesaúdeesegurança, incluindoalteraçõesem nível da política, dos métodos de trabalho e do equipamento?

• Osseustrabalhadoressabemcomocomunicarafaltadecondiçõesdesegurançaeaocorrên-cia de acidentes?

• Tomamedidasimediatasparainvestigaracidentes,quaseacidenteseproblemasassinalados?

• Inspecionaregularmenteolocaldetrabalhoeverificaseostrabalhadoresobservamospro-cedimentos de segurança no trabalho?

• Dispõedealgummecanismoparareverasuapolíticadesaúdeesegurança,bemcomoosmétodos de trabalho?

A realização dessa lista foi feita com o intuito de reduzir os acidentes no local de trabalho, com dicas para entidades patronais. Visando não somente o cuidado e a prevenção da saúde dos traba-lhadores,mascomotambémoscustosexcessivosedesnecessáriosparaospatrõesesuasempresas.

Exercitando o conhecimento...

Agora que você aprendeu um pouco mais sobre o histórico dos acidentes de trabalho, marqueaalternativaquerepresentaotítuloqueoBrasilrecebeunadécadade60emre-lação aos acidentes de trabalho?

1)“CampeãoMundialdeAcidentesdeTrabalho”

2)“CampeãoestadualdeAcidentesdeTrabalho”

3)“CampeãonacionaldeAcidentesdeTrabalho”

...

Se você marcou a Alternativa 1 está correto. Nos anos 60, começou a destacarem-se os con-ceitos de prevenção e higiene ocupacional, que receberam um impulso maior com a classifi-cação e nomeação do Brasil como “Campeão Mundial de Acidentes de Trabalho”, no início dos anos 70, no período da Ditadura Militar. Ainda assim, o país só passou a ter uma legislação vasta e articulada, voltada para a prevenção, somente ao final dos anos 70, depois de uma forte deterioração da imagem do país a nível internacional e da opinião pública nacional.

A conscientização e a formação dos trabalhadores no local de trabalho se tornam a mais perfei-ta configuração de evitar acidentes. A isso deve adicionar a aplicação das medidas de segurança cole-tivas e individuais inerentes à atividade desenvolvida. Até porque os custos dos acidentes de trabalho, tanto para os trabalhadores acidentados quanto para as empresas, são altíssimos.

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ApalavrachaveéPREVENIR,sejanopontodevistadotrabalhadorsejanadoempregador.Essaé a melhor forma de precaver que os acidentes aconteçam. As ações e medidas destinadas a precaver acidentesdetrabalhoestãointeiramenteconectadasaotipodeatividadeexercida,doambientedetrabalho e das tecnologias e técnicas utilizadas.

Prevenção

CIPA e NRs.Acomissãointernadeprevençãodeacidentes(CIPA)easNormasRegula-mentadorasdoTEM(NRs)sãoinstruçõesnormativasquedevemserseguidaspelasem-presas regidas pela CLT.

EPIs e EPCs. Osequipamentosdeproteçãoindividual(EPIs)eosequipamentosdeprote-çãocoletiva(EPCs_,comodizemosnomes,servemparaprotegerosoperáriosdosriscosde acidentes iminentes.

Sinalização. Foi desenvolvida vasta gama de sinais gráficos para alertar os trabalhadores evisitantesdosperigosdeacidentes;desdefaixascoloridasereflexivas,atépictogramasemembalagensdeagrotóxicos.

Ginástica laboral.Umasériedeexercíciospodemserpraticadosantes,duranteeapósajornada de trabalho, com vistas a melhor disposição para o trabalho, alívio das tensões e relaxamentomuscular.

Análise de causas.Existeumasériedeprocedimentosinvestigativosdascausasdeaci-dentes, que objetivam evitar que ocorram novamente essas interrupções indesejáveis do trabalho, perdas materiais e até de vidas humanas.

Fonte: http://www.ufrj.br/institutos/it/de/acidentes//mma2.htm

1.3 Avaliação de risco e práticas relacionadasÉdeextremaimportânciaantesdadifusãodasinformaçõessobreboaspráticasnolocaldetra-

balho concretizar e fazer uma avaliação apropriada e suficiente à periculosidade e riscos do ambiente detrabalho.Estaavaliaçãonecessitalevaremconsideraçãotodososriscoseperigosdolocaldetra-balho,afimdecertificarumarealreduçãodaexibiçãodostrabalhadoresedemaispessoasaosdanose não apenas a transferência de um risco para outro.

As entidades patronais necessitam adotar medidas indispensáveis, tendo em vista a garantia da saúde e da segurança dos trabalhadores para que haja a prevenção de acidentes, deve ser estabeleci-do e instalado um sistema de gestão da saúde e da segurança que compreenda a avaliação de riscos, a gestão dos riscos e procedimentos de acompanhamento. Os princípios orientadores que precisam ser levados em consideração, neste processo de avaliação de riscos podem ser divididos em cinco etapas:

Etapa 1 – Identificação dos perigos e das pessoas em risco.

Análise dos aspectos do trabalho que possa futuramente causar danos e a realização da identi-ficaçãodostrabalhadoresquepodemestarexpostosaoperigo.

CIPA: Comis-são Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho.

CLT: Consoli-dação das Leis do Trabalho.

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23Análise de Riscos II

Etapa 2 – Avaliação e prioritarização dos riscos.

Apreciaçãodosriscosexistentes(suagravidadeeprobabilidade)eclassificaçãodessesriscospor ordem de importância. É essencial definir a prioridade do trabalho a ser realizado para que assim possa eliminar ou evitar os riscos.

Etapa 3 – Decisão sobre medidas preventivas.

Identificaçãodasmedidasadequadasdeeliminaçãooucontroledosriscos.

Etapa 4 – Adoção de medidas.

Aplicação das medidas preventivas e de proteção por meio da elaboração de um plano de prio-ridades (provavelmente não será possível resolver imediatamente todos os problemas) e especifican-doaquemcompetefazeroquêequando,osprazosdeexecuçãodastarefaseosmeiosafetadoscoma aplicação das medidas.

Etapa 5 – Acompanhamento e revisão.

A avaliação deve ser revista, com intervalos regulares já estabelecidos, para assegurar a sua atualização permanente. Deve ainda ser reavaliada sempre que forem verificadas na organização das mudanças relevantes ou na sequência dos resultados de uma investigação sobre um acidente ou um “quase acidente”.

A avaliação de riscos compõe o embasamento da abordagem comunitária para prevenir aci-dentes e problemas de saúde profissionais.

Há motivos suficientes apropriados e válidos para tal. Se o método de avaliação de riscos, sendo este o ponto inicial da abordagem da gestão da saúde e segurança – não for conduzido, realizado e avaliado de maneira correta, as medidas de prevenção apropriadas não serão possíveis e provavel-mente identificadas ou aplicadas.

Inúmeraspessoas, todososanos, lesionam-senoambientedetrabalhoousofremcompro-blemas e complicações de saúde graves, sendo todos estes relacionados com o próprio trabalho. A avaliação de risco se torna imprescindível e ganha tamanha importância por esse motivo, ao passo que se torna o fator-chave para tornar o local de trabalho em um local saudável.

A avaliação de riscos é um procedimento dinâmico que consente e permite às empresas e orga-nizações programarem uma política proativa de gestão dos riscos no local de trabalho.

Por diversas razões é essencial que todas as empresas, independentemente da sua categoria ou dimensão, realizem e atinjam avaliações regulares.

Uma avaliação de riscos apropriada compreende, entre outros aspectos, a garantia e a segu-rança de que todos os riscos proeminentes são levados em consideração (não somente os de mais imediatos ou óbvios).

A averiguação da eficácia das medidas de segurança adotadas, o registo dos resultados da ava-liação e a revisão da avaliação a intervalos regulares são indispensáveis para que essa avaliação se mantenha atualizada.

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Os resultados conseguidos com a avaliação de riscos pautados com base no trabalho devem ser arquivadosnumregistro.Esseregistropodeserempregadocomobasepara:

• Informaçõescomointuitodetransmitiràspessoasemcausa;

• Controledestinadoaavaliarseforamtomadasasmedidasnecessárias;

• Elementosdeprovaparaapresentaràsautoridadesdefiscalização;

• Umaeventualrevisão,emcasodealteraçãodascircunstâncias.

Recomenda-seoregistrode,nomínimo,osseguinteselementos: 

• Nomeefunçãodapessoaoupessoasqueprocederamàavaliação;

• Perigoseriscosidentificados;

• Gruposdetrabalhadoresexpostosariscosespecíficos;

• Medidasdeproteçãonecessárias;

• Informaçõessobreaaplicaçãodasmedidas,taiscomoonomedapessoaresponsáveleadata;

• Informações sobreasmedidasdeacompanhamentoede revisão subsequentes, incluindodatasenomesdaspessoasenvolvidas;

• Informaçõessobreaparticipaçãodostrabalhadoresedosseusrepresentantesnoprocessode avaliação de riscos.

Os registros das avaliações precisam ser feitos e organizados em consulta, de modo que é ne-cessárioqueostrabalhadorese/ouseusrepresentantesparticipem,disponibilizandoinformações.Ostrabalhadores que estiverem em casa carecem ser continuamente informados acerca dos resultados das avaliações alistadas com o seu local de trabalho e acerca das medidas que devem ser aplicadas na sequência da avaliação.

Saiba Mais!

NormaparaprevençãoemSSTestáemconsultapública

A Norma Regulamentadora nº 01, que estabelece requisitos mínimos para prevenção em Se-gurançaeSaúdenoTrabalho–SST,estáemconsulta pública até 25 de setembro. As sugestões dasociedadepodemserencaminhadasaoDepartamentodeSegurançaeSaúdenoTrabalho–[email protected]émserádiscutidona“Audiência Pública – Nova Norma Regulamentadora N° 01 – Prevenção em Segurança e Saúde noTrabalho”.RealizadonaFundacentro,emSãoPaulo,oeventotemacoordenaçãotécnicadoauditorfiscaldoTrabalhoAirtonMarinhoedopesquisadordaFundacentroGilmarTrivelato.Uma das novidades é que o empregador terá autonomia para organizar e integrar o processo de prevençãoemSSTemplanos,programas,açõesesistemasdegestãoderiscosvoluntários,quepoderãoserconsideradospelaInspeçãodoTrabalhocomosubstitutosouequivalentesaospro-gramas de prevenção e gestão obrigatórios nas Normas Regulamentadoras. No entanto, deve ficardemonstradooatendimentoatodosospreceitoseexigênciasprevistoslegalmente.

Para saber mais acesse: http://www.fundacentro.gov.br/noticias/detalhe-da-noticia/2014/8/norma-para-prevencao-em-ss-t-esta-em-consulta-publica

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Paraqueocorraaneutralizaçãoe/oueliminaçãoderiscos,háainvestigaçãodoslocaisdetraba-lho,eestaexisteemduasformas,aavaliaçãoqualitativa,conhecidacomopreliminar,eaquantitativa,esta última que serve para a medição, comparação, além de estabelecer métodos de eliminação, neu-tralizaçãoe/oucontrolederiscos.

A forma de avaliação qualitativa mais usada é a ambiental. Utiliza-se a sensibilidade do avalia-dorparaaidentificaçãoderiscosexistentesounãonoambientedetrabalho.

Já para o modo quantitativo, a utilização de métodos científicos, instrumentos e equipamentos destinados à quantificação de riscos são imprescindíveis.

Os riscos ambientais são classificados como:

Riscos Físicos:Sãorepresentadosporfatoresouagentesexistentesnoambientedetrabalhoquepodemafetarasaúdedotrabalhador.Exemplos:

a) Ruídos:trânsito,máquinas,aviõesajato,motores,explosões,etc;

b) Vibrações:britadeiras,tratores,prensaseoutrasmáquinas;

c) Radiações:ionizantes(raios-xeoutros)enãoionizantes;

d) Temperatura:fornos,motores,trabalhosaoarlivre;

e) Pressão: mergulho, câmeras hiperbáricas.

Riscos Químicos: São identificados pelo grande número de substâncias que podem corromper e contaminar o ambiente de trabalho e gerar danos à integridade física e mental dos trabalhadores. Sãoexemplos:

a) Metaispesados:Ba,Zn,Pb,Cd,Hg,dosefluentesindustriais;

b) Agrotóxicos:resíduosdeembalagensdeprodutosusadosnalavoura;

c) Gasestóxicos:CO,CO²,eoutrosdeveículos,chaminés,lixo,etc.

Riscos Biológicos: Estãoassociadosaocontatodohomemcomvírus,protozoários,bactérias,parasitas,fungos,bacilos,eoutrasespéciesdemicro-organismos.Outrosexemplos:

a) Animaispeçonhentos:cobras,aranhas,escorpiões,abelhas,etc;

b) Águacontaminada:quecontemgermespatogênicos;

c) Materialhospitalar:sangue,urina,fezes,vísceras,seringas,etc;

d) Vetores de doenças: moscas, baratas, ratos, mosquitos e outros.

Riscos Ergonômicos: São elementos que podem danificar os trabalhadores a grau físico ou psicológico por meio de doenças ou desconforto.

a) LER/DORT;

b) Pesoeposturaincompatíveiscomobiótipoetarefa,respectivamente;

c) Jornada(duração,ritmo,turnoecontrolerígido);

d) Mobiliárioincompatível,ausenteoudesnecessárionotrabalho;

e) Estresseprovocadoporcausasimediatasoudistantes.

DORT: Doen-ças osteo-musculares relacionadas ao trabalho.

LER: Lesão por esforço Repetitivo.

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PREVINA-SE CONTRA A LER/DORT

Obs: Faça 10 minutos dos exercícios acima a cada 50 minutos de trabalho. Neuropatias compressivas.

Riscos de acidentes:Quaisquerfatoresquepõemotrabalhadoremcircunstânciavulnerávelequepossaafetarasuaintegridadeeseubem-estarfísicoepsíquico.Sãoexemplosderiscodeaciden-te:asmáquinaseosequipamentossemproteção,probabilidadeincêndioeexplosão,arranjofísicoinadequado, armazenamento inadequado, etc.

Fica a dica, é melhor preve-nir do que remediar!

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27Análise de Riscos II

É interessante ficar ciente de que há causas “ocultas” que colaboram diretamente para a ocorrência dos acidentes de trabalho, são elas:

• Aingestãodebebidasalcoólicas;

• As hipoglicemias, estas responsá-veis, muitas vezes, pelos desmaios ocasiona-dos por falta de alimentação, como a do café damanhã,porexemplo;

• A fadiga originada por noites desono mal dormidas.

Pararelembrareauxiliarnosestudos:

ACIDENTESDOTRABALHO

RISCOS

Físicos

Químicos

Biológicos

Ergonômicos

CAUSAS

PREVENÇÃO TIPOS

Homem

Ambiente

Máquinas

típico

trajeto

CIPAeNRs

EPIseEPCs

Sinalização

Ginástica laboral

Análise de causas

capacitação treinamento

antropometria

vícios → álcool → drogas →

tabagismo

EPIseEPCs

assédiomoral/sexual

sem proteção

inadequadas

com defeito

operadas sem autorização

arranjo físico

iluminação insuficiente

insolação

umidade

armazenamento inadequado

propício a incêndio e explo-

são

espaços confinados

não sinalizados

ocorrências de raios

ruídos

vibrações

radiações → ionizantes →

não ionizantes

temperatura

pressão

animais peçonhentos

água contaminada

material hospitalar

vetores de doenças

LER/DORT

peso e postura

jornada → duração → ritmo →

turno → controle

mobiliário

estresse

metais pesados

agrotóxicos

gasestóxicos

Fonte: http://www.ufrj.br/institutos/it/de/acidentes//mma2.htm

MEDIDAS PARA PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO

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Resumindo...

Ao se fazer uma análise de todo o conteúdo que foi discorrido até agora, sabemos que os aci-dentes de trabalho ocorrem há muito tempo e acometem muitas pessoas. A falta de documentação e o registro incorreto dificultam a análise e a intensidade nos primórdios.

Com o passar dos anos, grandes nomes começaram a ter uma visão mais específica para esses acidentes, sendo alguns destes: Hipócrates, Lucrécio, Plínio, e Ramazzinni, conhecido como o pai da MedicinadoTrabalho.

Grandes revoluções causaram impactos consideráveis na saúde, sendo a de maior gravidade aRevoluçãoIndustrial,comoadventodamáquinadefiar.Medianteashorasexaustivasdetrabalhorepetitivo, a contratação de crianças e mulheres, e a imposição de ritmos acelerados de trabalho, e diversas outras situações, acabaram ocasionando milhares de acidentes, muitos desses fatais, outros causaram mutilações e deformações.

Com o quadro de saúde entrando em declínio no ambiente de trabalho, começaram a estabe-lecer normas e leis para o controle e a prevenção das mesmas. Sendo que muitas dessas deveriam ser respeitadas pelos patrões e suas empresas.

Osacidentes influenciamtodosos setoresdaeconomia,masoproblemaéparticularmentegrave nas pequenas e médias empresas.

A avaliação de risco compõe o primeiro passo indispensável na prevenção dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais, sendo que esses riscos são classificados como: físicos, biológicos, ergonômicos,químicosedeacidente.

A participação do próprio trabalhador na avaliação dos riscos da empresa se torna imprescindí-vel,aopassoque,esseseosseusrepresentantesdispõemdeumconhecimentoedeumaexperiênciaque lhes permite saber como se trabalha e em que medida a sua atividade os afeta.

De acordo com o conteúdo descrito até agora, você se sente capaz de:

• Conheceradescobertadosacidentesqueacometemoambientedetrabalho;

• Entenderaevoluçãodeprevençãodosacidentesdetrabalho;

• Compreenderosignificadoeaimportânciadaavaliaçãoderiscoeaspráticasrelacionadas.

Veja se você está apto a:

• Reconhecerosriscosdeacidentesnoambientedetrabalho;

• Entenderasetapasdeprevençãodeacidentes;

• Compreenderalegislaçãoeosconceitosutilizadosnaprevençãodeacidentesereconhecersua relevância para as organizações.

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29Análise de Riscos II

Parabéns,

você finalizou esta lição!

Agora responda às questões ao lado.

Exercícios

Questão 01 – Os acidentes de trabalho causam grandes prejuízos para a sociedade. AssinaleaalternativaquedefineacidentesdetrabalhoconformeoIncisoVIIdoartigo11dalei8.213/91:

a) Acidente de trabalho é apenas aquele que acontece durante o tempo de trabalho dentro de uma empresa que causa a morte, a perda ou a redução, permanente ou tempo-rária, da capacidade para o trabalho.

b)Acidentedetrabalhoéoexercíciodotrabalhodosseguradosprovocandolesãocor-poral que cause a morte do trabalhador.

c) Acidente de trabalho é o que provoca apenas lesão corporal funcional que cause a redução permanente da capacidade para o trabalho.

d)Acidentedetrabalhoéoqueocorrepeloexercíciodotrabalhoaserviçodaempresaoupeloexercíciodo trabalhodos segurados referidosno incisoVIIdoart.11desta lei,provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a re-dução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho.

Questão 02 – No que diz respeito às doenças ocupacionais, assinale a alternativa que representaonomedoestudiosoquedescobriuoquadroclínicodeintoxicaçãoSaturnina:

a) Lucrécio. b) Ramazzini. c) Plínio. d) Hipócrates.

Questão 03 – Considere as seguintes afirmativas sobre a revolução industrial:

I. Causoumaiorimpactonasaúde,resultandoemmilharesdecorposmutilados.

II. Causou a deformação de muitas pessoas ocasionadas pelas jornadas de trabalhoexaustivas.

III.Nãocausoudeformaçãoenãoexigiadostrabalhadoresjornadasdetrabalhoexaustivas.

IV.Asdescobertasiniciaisforamequivocadas,poisnãotratavamdarealidade.

Marque a alternativa correta:

a) SomenteoitemIestáincorreto.

b)SomenteositensIeIIestãocorretos.

c) SomenteoitemIIeIVestãocorretos.

d)Todosositensestãocorretos.

Questão 04 – Marque a alternativa que representa a Revolução que causou maior im-pacto na saúde, resultando em milhares de corpos mutilados, deformados, ocasionados pelasjornadasdetrabalhoexaustivas:

a) Revolução Francesa. c) Revolução Farroupilha.

b)RevoluçãoIndustrial. d)RevoluçãoRussa.

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Questão 05 – Marque a alternativa correta em relação à lei de saúde e moral dos apren-dizes de 1802, considerada a primeira lei de proteção aos trabalhadores:

a) Estabeleceu o limite de 12 horas de trabalho diárias, proibia o trabalho noturno,obrigava os empregados a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, e tornava obrigatóriaaventilaçãodasfábricas.Essasmedidasforamineficazesnoquedizrespeitoàredução no número de acidentes de trabalho.

b)Estabeleceuolimitede6horasdetrabalhodiárias,proibiaotrabalhonoturno,obri-gava os empregados a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, e tornava obriga-tóriaaventilaçãodasfábricas.Essasmedidasforamineficazesnoquedizrespeitoàredu-ção no número de acidentes de trabalho.

c) Estabeleceu o limite de 10 horas de trabalho diárias, proibia o trabalho noturno,obrigava os empregados a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, e tornava obrigatóriaaventilaçãodasfábricas.Essasmedidasforamineficazesnoquedizrespeitoàredução no número de acidentes de trabalho.

d)Estabeleceuolimitede8horasdetrabalhodiárias,proibiaotrabalhonoturno,obri-gava os empregados a lavar as paredes das fábricas duas vezes por ano, e tornava obriga-tóriaaventilaçãodasfábricas.Essasmedidasforamineficazesnoquedizrespeitoàredu-ção no número de acidentes de trabalho.

Questão 06 – Assinale a opção que representa a relação entre a conscientização e for-mação dos trabalhadores no local de trabalho com a prevenção de acidentes entre as eta-pasdescritasabaixo:

a) Essarelaçãodizrespeitoàatividadedesenvolvidaeoscustosdosacidentesdetraba-lho,tantoparaostrabalhadoresacidentadosquantoparaasempresassãobaixos.

b)Essarelaçãonãoéimportante,poisapenastratadaaplicaçãodemedidasdesegu-rança coletivas inerentes à atividade desenvolvida.

c) Essarelaçãoéumpoucoimportante,poistratadaaplicaçãodasmedidasdeseguran-ça individuais inerentes à atividade desenvolvida.

d)Essarelaçãosetornaimportantequantoàaplicaçãodasmedidasdesegurançacoleti-vas e individuais inerentes à atividade desenvolvida. Até porque, os custos dos acidentes de trabalho, tanto para os trabalhadores acidentados quanto para as empresas são altíssimos.

Questão 07 – Observeotextoabaixo:

Procedimento dinâmico que consente e permite às empresas e organizações programa-rem uma política proativa de gestão dos riscos no local de trabalho. Marque a alternativa que corresponde ao conceito deste enunciado:

a) Avaliação de risco.

b)AvaliaçãodeusodeEPIs.

c) Avaliação de custos.

d) Avaliação da qualidade.

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31Análise de Riscos II

Questão 08 – No processo de avaliação de riscos, os princípios orientadores precisam ser levadosemconsideraçãoepodemserdivididosemetapas.Dasassertativasabaixoquantas estão corretas:

I. Etapa1–Identificaçãodosperigosedaspessoasemrisco.

II. Etapa2–Avaliaçãoeprioritarizaçãodosriscos.

III.Etapa3–Decisãosobremedidaspreventivas.

IV.Etapa4–Adoçãodemedidas.

V. Etapa5–Acompanhamentoerevisão.

a) I,IIeVestãocorretas. c) ApenasaVestácorreta.

b) IIeIVestãocorretas. d)Todasasalternativasestãocorretas.

Questão 09 – Tendocomobaseoconteúdoestudadonessalição,assinaleentreasal-ternativasabaixoaquerepresentaosriscosambientais:

a) RiscosFísicos,RiscosBiológicos,RiscosErgonômicoseRiscosdeincidentes.

b) RiscosFísicos,RiscosQuímicos,RiscosBiológicos,RiscosErgonômicoseRiscosdeacidentes.

c) RiscosFísicos,RiscosQuímicos,RiscosErgonômicoseRiscosdeacidentes.

d)RiscosQuímicos,RiscosBiológicos,RiscosErgonômicosenuncaRiscosdeacidentes.

Questão 10 – Assinaleaalternativaabaixoquecorrespondeaostiposdeavaliaçãode riscos:

a) Existeaavaliaçãoqualitativaconhecidacomoterminal,sendosuaformamaisusadaalaboral,emqueseutilizaasensibilidadedoavaliadorparaaidentificaçãoderiscosexis-tentes ou não no ambiente de trabalho.

b)Existemavaliaçõesderiscosconhecidascomoavaliaçãopreliminar,emqueseutili-zaasensibilidadedoavaliadorparacorrigirtodososriscosexistentesounãonoambien-te de trabalho.

c) Existeaavaliaçãoambiental,emqueseutilizammarcadoresparaaidentificaçãoderiscosexistentesounãonoambientedetrabalhoeaeliminação,neutralizaçãoe/oucon-trole de riscos, a utilização de equipamentos destinados à qualidade de riscos.

d)Existeavaliaçãoqualitativa,conhecidacomopreliminar,sendosuaformamaisusadaa ambiental, em que se utiliza a sensibilidade do avaliador para a identificação de riscos existentesounãonoambientedetrabalho.Hátambémaquantitativa,serveparaamedi-ção,comparação,alémdeestabelecermétodosdeeliminação,neutralizaçãoe/oucontro-le de riscos, a utilização de métodos científicos, instrumentos e equipamentos destinados à quantificação de riscos são imprescindíveis.

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