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DUPLA

IDENTIDADE

Quem sou eu???

Alexandre José Silva de Lima

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DUPLA

IDENTIDADE

Quem sou eu???

Alexandre José Silva de Lima

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COPIRIGHT © by Alexandre José Silva de Lima

Todos os direitos garantidos.

LIMA, Alexandre José Silva de

DUPLA IDENTIDADE: Quem sou eu???

Perse editora, 2015.

Prefácio: Eder G Costa.

Capa: Eduardo Eide Nagai.

Edição e revisão: Eduardo Eide Nagai.

Impressão e venda pela editora Perse.

www.perse.com.br

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DEDICATÓRIA

Ao Eterno Senhor Deus da minha vida que me leva a

encontrar-me com ele nos lugares e horários mais

inesperados, quer dia ou noite, chuva ou sol basta um olhar

mais apurado para a simplicidade que a vida nos apresenta ali

Ele esta para dizer o quanto nos ama, acolhe-nos e nos quer

bem.

À minha querida esposa Fernanda, uma mulher

maravilhosa que Deus tem colocado ao meu lado, a qual tem

sido importantíssima em meu ministério, ao meu filho

Leonardo, que, por muitas vezes me incentivou e me ajudou

na elaboração desta obra, a meus pais Pr. José de Lima e irmã

Nadir pelo ensino e o direito a vida.

Aos amigos, e irmãos, dezenas e dezenas de pessoas que

me deram a oportunidade de estudar o comportamento

humano, baseando assim minha tese de doutorado além de me

levarem a um pensamento hoje concretizado nas folhas deste

livro.

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SUMÁRIO

1. Domingo: o dia do Senhor. 2. Segundona dura 3. Terça-feira caprichada 4. Quarta-feira de muitas cinzas 5. Quinta-feira: uma madrugada que promete 6. A bem aventurada sexta-feira 7. Sábado, shopping, culto e pregação 8. O arrependimento de um pai 9. E o menino virou homem 10. O coração de uma mãe

11. O reencontro: pai e filho 12. O significado do evangelho 13. Considerações finais

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PREFÁCIO

Eder G Costa Teólogo e Diretor da FAETEO

Uma breve análise na história da raça humana mostra o quanto a religião e sua religiosidade influencia a sociedade em seus usos e costumes tornando muitas dessas práticas em verdadeiras tradições “santas”.

Karl Marx disse que “a religião é o ópio do povo” e ópio nada mais é que um tipo de droga. Creio que em certo sentido Karl Marx quis dizer que a religiosidade em si, de uma forma extrema, é maléfica para a sociedade e sua composição máter que é a família.

Ao longo da narrativa bíblica vemos que as pessoas que espiritualmente estavam certas sob a direção de Deus, em sua maioria, estavam na contramão da religião e sua religiosidade. Posso citar como exemplo no Antigo Testamento o Profeta Elias que venceu o desafio no Monte Carmelo contra os profetas de baal e mesmo assim, sentiu-se só pensando ser o único adorador verdadeiro daqueles dias.

No Novo testamento, posso citar o exemplo do Apóstolo Paulo que, de ignorante perseguidor religioso contra a Igreja Cristã, converteu-se verdadeiramente, e passou a sofrer ferrenha perseguição de seus antigos afetos religiosos que tornaram-se seus maiores opositores, os chamados judaizantes.Vejo que a religiosidade também assassinou nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Mestre perfeito. Será que dá para imaginar a religião achar algum defeito em Jesus Cristo? E achou, a ponto de penalizá-lo na cruz.

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Parabenizo Alexandre Lima pela coragem, ousadia e intrepidez ao escrever a obra Dupla Identidade, em que ele ressalta a destruição provocada pelo absurdo de um extremo religioso, uma baita ignorância e seus efeitos avassaladores sobre uma família e sua vizinhança. Ele ressalta que a religião sem a verdadeira espiritualidade é mórbida e mortífera em suas ações sem a presença de Deus.

Muitas pessoas já foram e estão sendo destruídas por ações religiosas desprovidas de amor e sabedoria espiritual, vítimas indefesas dos algozes religiosos que vestem um capa de santidade, que usam a Palavra e o nome Deus, mas não permitem que Deus em sua graça e misericórdia, os usem para ajudar vidas que buscam sinceramente a presença do Deus de amor.

Caro Alexandre Lima, oro que Deus use essa obra para libertar muitas vidas e famílias dessas drogas religiosas existentes em nossa Pátria e você, caro leitor, permita Deus impactá-lo ao ler as páginas seguintes libertando-o e usando-o segundo a Bíblia Sagrada, com graça e sabedoria diante de Deus e dos homens.

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INTRODUÇÃO: “Culto é vida”.

A mente humana é algo tão divino e maravilhoso que é fruto de pesquisas incessantes, é tão profundo o estudo deste organismo que a própria medicina especializou-se para estudá-la através de seus especialistas, e Deus que nos criou sabe o que passa a cada segundo dentro de nossas mentes. Como bem definiu o filósofo Francês Renê Descartes: “Penso logo existo”. Todo ser humano tem, em si, o desejo pelo saber. E esse saber se revela através do pensamento manifestado em suas faculdades mentais.

E foi assim, pensando, analisando e pesquisando, que ao ouvir uma ilustração apresentada pelo Pastor José de Lima, em um culto público de domingo, onde uma criança, após o culto, pede ao pastor que deixasse não só ela, mas toda a sua família, morarem dentro da igreja. E o pastor, sem entender nada no momento, perguntou-lhe o porquê da referida pergunta. E a criança, com toda sua simplicidade, respondeu de pronto que gostaria que seu pai… “O qual era o braço direito do pastor”... fosse dentro de casa como ele era na igreja. Diante do impacto que esta ilustração me causou, começou a surgir dentro de mim, questionamentos. Dentre estes, um me chamou a atenção de maneira toda especial.

A inquietação que saltava de dentro de meu ser me fez perguntar a mim mesmo: “Será que a vida que muitos de nós levamos é realmente a que Cristo deixou para nós? Ou será que estamos também passando por mais um dos inúmeros processos religiosos que se

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desenvolveu ao longo da história humana? Será que achamos que o que estamos fazendo está correto? E o mundo inteiro está errado?”.

Comecei então a tentar entender melhor o que se passou na mente de Cristo ao formar a igreja (o corpo). Afinal podemos perceber com clareza que nunca foi o objetivo dele criar mais uma religião, e sim transformar homens e mulheres para o reino de Deus na terra. Até porque se Cristo se interessasse por religiosos teríamos dele uma posição totalmente diferente da que ele tomou frente às religiões que existiam no estado de Israel diante de sua chegada.

Percebi então que o meio mais eficiente de entrar na mente do ser humano é através da leitura, e foi assim que, durante dois anos de estudos, para apresentação de minha tese de doutorado em teologia, realizei várias leituras científicas sobre o comportamento cristão ao longo dos séculos. Além de estudar em lócus nas mais diversas denominações evangélicas, o comportamento atual de um cristianismo capitalista agregador de bênçãos materiais, e que exclui aqueles que não conseguem bens materiais, pois os consideram pecadores, ou não estão sendo plenamente abençoados por Deus.

Cresceu em mim a necessidade de registrar em um livro sobre o verdadeiro significado do culto, frase muito bem explanada pelo Pastor Alãn da Igreja Vide da cidade de Uberlândia, em uma manhã de domingo, a qual antecedia o dia de finados do ano de 2010, quando ele abriu o culto com uma frase que me marcou “CULTO É VIDA”.

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É sobre esta vida que pretendemos estar passeando pelas folhas deste livro, uma vida tão linda oferecida por Deus ao homem, o qual não consegue observar na simplicidade dos momentos o prazer e a felicidade imensa de ter ao seu lado pessoas que realmente o amam, mas que sempre esperamos o amanhã para este reconhecimento. E como bem sabemos vida é o que acontece hoje o amanhã não sabemos e não nos pertence.

Conseguir colocar o dia a dia do Crentão brasileiro nestas páginas não foi fácil como parece. Afinal, vemo-nos inseridos em muitas destas circunstâncias e lutamos diuturnamente para nos livrarmos desta auréola de santidade que é representada pelo Crentão brasileiro, diante da sociedade. E, ao mesmo tempo, desmascarada frente à sua família com os quais o convívio é contínuo e sem máscaras.

Pretendemos trazer até você, leitor, a vida que se mascara frente à religiosidade e se desmascara diante das circunstâncias diárias no decorrer de uma semana comum a todos nós homens e mulheres de Deus. Seja bem vindo a este passeio da vida, que nos levará a entender a vida e para que realmente serve a vida.

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1 DOMINGO: O DIA DO SENHOR

Sabemos que existe uma discussão muito grande, e de certa forma polêmica. Existem aqueles que defendem a sacralidade do sábado como dia do Senhor, e outros cristãos que defendem o domingo como dia do Senhor. A história traz em seus registros que, em 7 de março de 321, o imperador Constantino primeiro decretou o domingo como dia do descanso civil, e foi em 325, no primeiro concílio de Nicéia, que se estabeleceu o primeiro dia da semana, como o dia sagrado decisão esta mantida pela maioria das igrejas cristãs até os dias atuais.

… “Buscai primeiro o reino de Deus e todas estas coisas vos serão acrescentadas” ... (Mateus 06:33)

E foi assim, vivendo dentro do contexto urbano social religioso atual, que o despertador do Crentão tocou às 07h00 da manhã avisando que o dia seria cheio, repleto de muitas obrigações ministeriais. A família se levantou, tomaram o café rapidamente e se dirigiram para a escola dominical, a qual iria começar às 09h00, e, não poderiam se atrasar, o Crentão era o professor escalado do dia, sua esposa dava aulas para as crianças, então precisavam estar prontos para o início de suas atividades, estavam então felizes e alegres por estarem cumprindo um mandamento bíblico.

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A escola começou. As classes foram divididas, a mulher do Crentão rapidamente se dirigiu para a sala das crianças, preparou o flanelógrafo e começou a trazer as histórias bíblicas ilustradas. E neste dia a ilustração é sobre os frutos do espírito, conceito cristão que foi muito bem apresentado pelo apóstolo Paulo a igreja.

.....“mas o fruto do espírito é; amor, o gozo, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a mansidão, o domínio próprio; contra estas coisas não há lei” … (Gálatas 05:22-23)

A aula foi muito bem explicada, cada fruto foi sendo representado por uma figura ilustrativa às quais as crianças também pegavam nas mãos. O aprendizado estava sendo desenvolvido de uma maneira muito agregadora. Os conhecimentos de Paulo Freire antes estudados pela professora da escola dominical estavam sendo colocados em pauta.

… “A aprendizagem se desenvolve entre educadores e educandos e elabora propostas de práticas pedagógicas” … (Paulo Freire)

Ela sabia que a criança de hoje estava muito diferente de trinta anos atrás, quando ela mesma frequentou a sala da escola dominical e começou a se especializar para alcançar os objetivos com facilidade e aprendizado. Sem ser uma professora ditadora e dona de toda a razão, o seu objetivo era sempre o aprendizado das crianças, as quais saíram da sala realizadas com o que haviam aprendido, suas fisionomias estampavam o quanto a aula foi boa.

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Enquanto isso, na outra sala, está o Crentão imponente com seu terno risca de giz, sua gravata combinando com a camisa, e seu estilo próprio em transmitir aula aos obreiros. A matéria do dia era específica aos diáconos, e o texto base estava contido nos ensinos do apóstolo Paulo a Timóteo.

… “Os diáconos (servos), sejam maridos de uma só mulher, e governem bem a seus próprios filhos e suas próprias casas; porque os que servirem bem como diáconos, adquirirão para si um lugar honroso e muita confiança na fé em Cristo Jesus” ... (I Timóteo 03:12-13)

A aula se desenvolveu dentro do esperado. Na verdade foi muito mais uma pregação do que especificamente uma aula. Apenas uma pessoa falava, os outros ouviam. E até pensavam em fazer alguma pergunta, mas, como sempre, o Crentão não dava espaço para este tipo de argumentação dentro da sala de aula. Ele era o dono da razão e suas alegações não podiam ser rebatidas, afinal, ali estava o braço direito do Pastor.

As aulas da escola dominical terminaram e já se aproximavam do meio dia. Conversas, risadas e muita alegria permeavam o lugar e as pessoas que ali estavam. Enquanto uns saíam correndo para preparar o almoço, outros nem sequer davam conta de que outras tarefas ainda tinham que ser realizadas.

Já era quase 13h30, quando chegaram de volta em casa, o Crentão foi tomar um banho, pois estava muito cansado e o dia estava apenas começando. Enquanto isso, sua mulher foi para a cozinha preparar o almoço, afinal, estavam todos com fome. Procurou então fazer

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algo rápido para eles almoçarem. O tempo não lhe permitia fazer um almoço mais elaborado. Na verdade, ela gostaria que seu marido tivesse, ao menos, passado em algum restaurante e comprado um marmitex para lhe poupar o tempo e a canseira. Afinal os dois haviam levantado na mesma hora, e, realizado os mesmos trabalhos ministeriais. Juntos parecia que apenas um estava cansado.

Depois de mais o menos uma hora que tinham chegado em casa, o almoço ficou pronto, o Crentão, como de costume, sentou na ponta da mesa e, ficou aguardando sua esposa colocar a comida em seu prato. Afinal, trabalho de mulher é trabalho de mulher. Homem não pode se meter em serviços de mulher, esta era a mentalidade do Crentão um machista ao extremo.

Acabou de almoçar, levantou-se da mesa e nem sequer tirou o prato do lugar, que dirá pensar em ajudar sua mulher com as louças. Dirigiu-se a seu quarto para descansar, nem mesmo pensou, por um instante, que sua mulher poderia também estar cansada, seu comportamento em casa não parecia nem de longe o que ele havia a alguns instantes atrás ensinado aos obreiros na igreja.

Mas, como a aparência é o que realmente importa, a noite foi se aproximando e lá estava o Crentão pronto novamente, de terno novo, sapato brilhante, todo perfumado, apressando sua esposa e filho para não se atrasarem o culto começaria as 19h00.

Aquele não era um dia comum, era dia em que seria realizada a Santa Ceia. E ele, como sempre, estaria lado a lado do Pastor para ministrar o ato litúrgico. As