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Dualidade Personagem e Ação

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Dualidade

Personagem e Ação

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Viver para Fora – Viver para Dentro

Eros - VidaThanatos -Nirvana

Impulso de vida geraAção para o grupo

Impulso de morte geraInação, esquecimento da

Vida, do mundo e doshomens

Conservação da individualidade

Sem diferenciação da individualidade

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Criar é se transportar para um nível de realização diferenciado (Estado Alfa) Pense na personagem do exercício anterior e

reflita como se verifica nela essas duas características: eros e thanatos.

Como ele (a) se resolve diante desse dilema conflituoso de querer a vida e, ao mesmo tempo, desejar o nirvana (morte)?

Existe alguma coisa que o (a) persegue? (pode ser de forma inconsciente). O quê?

Como ou onde ele (a) encontra refúgio ou alivia esse sentimento de perseguição?

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Continuando a exercitar a vivência

O que mais idealiza esse personagem? Segurança? Prazer? Esquecimento de si próprio? Retorno a algum lugar especial? O que mais exatamente? E por qual motivo?

E quanto aos sentimentos que ele (a) experimenta nessa busca por um objeto idealizado. De que tipos são? Culpa? Perseguição? Alívio? Enumere-os.

Reflita sobre a percepção interna (ética) do personagem em função das imposições externas que o influenciam (moral)

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Existe mágica na criação?

Continente Contido

O Personagem é continente da Ação (contido)

Para criar ação no personagem, ou seja, pensar o que ele pode conter dentro de si em termos de ação, o autor

cria e projeta no personagem através de uma realidade que podemos chamar de “última”, aquilo que está latente dentro dele.O autor passa para o computador os dados sobre o conhecimentodessa realidade última, isto é, transcreve de modo racionalizado

suas emoções (escreve algo sobre algo em forma de sonho vívidoe consciente) a respeito do que vivenciou e projetou

no ato da criação. Isto que faz da arte um ato de sublimaçãodo artista, fazendo do artista um indivíduo são.

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A Identificação projetiva funciona no ato psicanalítico e descobre realidades Novamente tome seu personagem. Qual é a

realidade “última” psíquica do personagem. Digamos que seja a sua percepção da verdade. Do fato que percebe como sendo bom ou mau. Sendo bom ou mau, ele cinde sua personalidade e projeta este aspecto (bom ou mau) em outro continente. Este outro continente é, digamos, outra personagem, da qual se utiliza para pensar seus pensamentos ou sentir seus sentimentos, quer dizer, espera que o outro elabore aquilo que espera compartilhar ou que não consegue suportar ou que é indesejável. Esse é o princípio da identificação projetiva, mecanismo mental que utilizamos desde quando bebês. E por tantas situações pelo mundo afora.

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Na descoberta de realidades, a força do inconsciente se mostra Suponhamos que a realidade última de um dado personagem é

o desejo de ser amado por uma mulher maravilhosa. Mas ele sabe que é difícil porque se sente muito feio, razão pela qual acredita que não irá conseguir. Como tem uma grande amiga, ele “projeta” nela tal identificação (tem sentimentos auto-depreciativos por se sentir feio) e, de modo inconsciente, passa a controlar (maniacamente) a amiga com isso. Essa amizade acaba propiciando com que ele acabe “ficando” com a amiga um tempo, o que resulta em alívio para a ansiedade do “feio”. No entanto, cresce nele um sentimento de culpa por ter misturado amizade com algo mais o que lhe causa uma baixa emocional de arrependimento. Surge então um modo de reparar isso, fazendo que ele encontre um modo peculiar de sublimar tais sentimentos: resolve pintar o seu auto-retrato, e o faz de modo espantoso, causando interesse até em um marchand que o que quer para uma exposição de sucesso.

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Na ação dramática, isto é, na seqüência dos fatos, a vontade consciente domina Hegel define Ação Dramática como o movimento

interno do drama, movimento este que se produz a partir de personagens livres, conscientes, responsáveis, que têm vontade e podem dispor dela, que conhecem seus objetivos e os perseguem através de um todo que inclui outras vontades e outros objetivos colidentes com os primeiros. Dessas colisões, desses conflitos (posição 1 x posição 2, A x B, tese x antítese), emerge uma terceira posição, portanto, a síntese que, ou se constituirá numa nova tese a ser enfrentada, ou dará o resultado final e equilibrador do drama

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Note a peculiaridade

No exemplo dado anteriormente, o “feio”, em um processo inconsciente, envolve-se com sua amiga amorosamente e depois se arrepende. Tomado do ponto de vista do personagem, vemos como ele é levado pela fantasia inconsciente a fazer o que faz, no entanto, tomando o conceito de Hegel, quem poderá dizer que o “feio” não agiu conscientemente para fazer o que fez, se ele é dono de sua vontade e livre para exercê-la com a responsabilidade que julga ter?

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Importante

Esses exemplos demonstrativos que buscam a comparação servem para fazê-lo (a) refletir acerca de sua própria consciência. Como não podemos controlar o que vem do inconsciente, devemos pensar então na possibilidade de tomar consciência daquilo que faz com que façamos coisas que, no mais das vezes, são frutos de nosso conteúdo latente (para usar um termo psicanalítico). Conscientizar nossas emoções e sentimentos e retirar deles sentidos e significados tornam as coisas bem mais claras em nossa cabeça.

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Cápsula de luz

Não deixe os pensamentos e sentimentos negativos tomarem conta de seu cabeça, quando, sem perceber, eles já tomaram. Como dissemos, não há como evitarmos o processo inconsciente pois ele é base sobre a qual a nossa consciência atua. No entanto, atente para o que tal sentimento significa. Sob a capa de um pensamento, geralmente se esconde um sentimento. Na busca de compreendê-lo reside o segredo de sua inteligência.

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Não adianta se esconder

Tantas receitas de nada adiantam se não houver compreensão profunda sobre a necessidade de refletir nossas emoções. Um escritor manifesta suas emoções através das palavras, do pensamento, no ato de escrever. As emoções estão na base do que ele escreve, embora pareça que ele escreva com a cabeça, o que não é de fato verdade. É que as emoções afloram à consciência e servem de base para os pensamentos pensarem tais sentimentos, que, em última análise, vão revelar a visão de mundo de tal escritor. Com você é a mesma coisa.

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Tudo do que precisa está aí dentro de você O que você pensa? Ou melhor ainda: como você

pensa? Quais são os hábitos mentais, os pensamentos mais corriqueiros que lhe vêm à mente? É deles que você pode se valer, retirar sentidos, ter insights, obter percepções clarividentes das coisas e das pessoas. Lembre-se que ora estamos voltados para dentro (em nosso narcisismo), ora para fora (social-ismo). Nesse vai-e-vem mental podemos perceber que somos tanto continente de nossos pensamentos, quanto estes são projeções de nossos sentimentos. Uma pessoa alegre e bem-resolvida não é dádiva celestial, mas sim edificação emocional à custa de autoconhecimento. Mire-se fundo e resolva-se!

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Ação (contido) gera ato no personagem (continente) Voltamos a falar de personagens, esses

seres mentais que são criados e tomam vida própria. Os atos do personagem, assim como os nossos, são físicos, isto é, o fato de ele (a) estar em ou indo a algum lugar e fazendo alguma coisa, podemos aplicar a nós mesmos, para verificar que espécie de atitudes teríamos, tomando por base as nossas vontades, desejos e intenções já expostos anteriormente.

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Motivação gera ação Pense e descreva os atos que executaria em alguma situação

imaginada dentro do contexto da ação provável vivida pela protagonista ali na Savana Africana, procurando sempre ter em mente a motivação interior desses atos físicos (sentimentos, desejos, vontades, excitações, intenções etc.) Ex.: Eu, na pele dessa protagonista, ao caminhar (ato físico) ao lado de um guia no meio da selva, sinto-me seguro (a). (por identificação projetiva do objeto idealizado, ou seja, pela suposta proteção do guia.)

Outro exemplo: Pegaria minha filmadora e filmaria (ato físico) um grupo de macacos raros que vivem comunitariamente em árvores próximas, por me sentir excitado (a) com a possibilidade de extrair algumas imagens inesquecíveis... Enfim, quais seriam os seus atos, colocando-se como a personagem, em face de uma motivação interior? Conscientize-se do que está pensando e manifestando. Se precisar, releia o material de estudo sobre a Autoconsciência já enviado.

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Compreender a emoção é conhecer a verdadeira razão das coisas Para toda ação há uma reação, designa a lei da natureza.

Portanto, se adaptarmos essa lei ao nosso exercício de autoconsciência criativa, podemos pensar nas interpretações a respeito daquelas intenções, e/ou vontades, e/ou desejos, e/ou objetivos, quando se pensou na hipótese de estar dirigindo uma pesquisa sobre a quantidade e qualidade das espécies de animais existentes ali na África.

Exercite-se: relacione a cada interpretação e/ou expectativa um sentimento coerente. Por exemplo: se eu desejasse levar meu notebook porque achava ser ele útil na floresta, mas meu pai me convenceu o contrário alegando outras razões, me sentiria frustrado. (isso é uma reação emocional à altura das razões apresentadas por meu pai). O sentimento que imaginariamente senti é real, por isso negá-lo ou, simplesmente, racionalizá-lo é sinal de um truque inferior. Vale mesmo é compreendê-lo e retirar dele valiosas informações, com as quais superar o sentimento e continuar a minha expedição na Savana.

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O canto da sereia

Você já reparou como surgem em nós as intenções? Certamente elas são motivadas por algum desejo ou vontade. No entanto, existem tipos de intenções – a curto, a médio e a longo prazos – e são esses modos que nos conduzem, consciente ou inconscientemente, ao alvo desejado. Analise em você o que deseja. Um desejo verdadeiro. Algo que tenha ressonância dentro de você, como uma música que você precisa cantar para todo mundo ouvir. Cante!

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As intenções determinam os passos seguintes Procure reidentificar as intenções do (a) protagonista

- se são imediatos, aquilo que gostaria de conseguir hoje, ou numa determinada situação, ou durante a viagem na savana, ou se são desejos a longo prazo, aquilo que ele (a) gostaria de fazer quando voltar da viagem, talvez produzir um super-documentário para a tevê, ou então se preparar para um projeto radical de vida: agrupar todos os animais terrestres em um único lugar, onde estariam seguros, podendo ser controlados suas populações específicas etc. Crie motivações objetivas para o personagem. No fundo, este personagem deve servir como seu alterego, para que você também possa dialeticamente buscar insights.

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Atrás de toda intenção se esconde um sentimento.

Não devemos nos esquecer que as intenções podem nos parecer conflitantes, porque pode acontecer de ter duas vontades opostas no mesmo momento ou situação. Por exemplo: o (a) protagonista sentindo medo de continuar na mata, tem vontade de sair dali, mas como quer realizar seu trabalho, precisa se superar, pois é esta sua “intenção verdadeira”, e dela não quer fugir.

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Projeção da ação

Meditar sobre as possíveis vontades ou objetivos contrários (2ª posição) aos nossos (1ª posição) (ainda na pele da protagonista), e tente fazer emergir uma 3ª posição (síntese), buscando apropriar ou abranger ao exercício tanto as intenções imediatas como aquelas que supostamente poderiam fazer parte de um objetivo a longo prazo. É pôr-se na pele da protagonista, rever o que foi feito, pensar e criar os obstáculos e/ou dificuldades àquelas vontades e objetivos, tudo dentro do contexto apresentado.

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Entre você e ela, a personagem

Ao fim de todo esse desenvolvimento reflexivo-criativo, você deve ter a configuração de uma personagem e de uma ação dramática para ela. Compare a realidade dela com a sua. O que tem em comum e de diferente entre vocês duas. Enumere aquilo que na personagem tem que você não tem e que gostaria de ter e aquilo que você tem que falta personagem. Faça uma análise objetiva de sua autoconsciência – suas intenções, atos, sentidos, sentimentos e avaliações. Você consegue se ver objetivamente? Quem é você? Assuma a sua personagem e revele-se. Gostaria de conhecê-la melhor.

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Concepção

Felipe Moreno www.letrascriativas.com.br [email protected]