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PARANÁ GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA PARA CATÁLOGO
PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título O uso de tabelas e gráficos em situações práticas
Autor Mamoru Kurihara
Escola de Atuação Colégio Estadual Anchieta Ensino Médio e Normal
Município da escola Cruzeiro do Oeste
Núcleo Regional de Educação Umuarama
Orientador Prof. Dr. Sebastião Gazola
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá
Disciplina/Área (entrada no PDE) Matemática
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar Não Possui
Público Alvo Estudantes da 1ª série do Ensino Médio
Localização Colégio Estadual Anchieta Ensino Médio e Normal Avenida Wenceslau Brás, 356 – Cruzeiro do Oeste – PR.
Apresentação:
Observando que muitos alunos necessitam de um ensino voltado à formação de conceitos estatísticos, pensou-se numa produção que viesse a desenvolver conhecimentos nesta área. A aprendizagem do conteúdo de estatística depende da compreensão, interpretação e de escolhas de estratégias para a resolução das questões apresentadas, podendo inclusive, contribuir para a resolução das questões de outros conteúdos matemáticos. A matemática, por sua vez permite aos estudantes, ferramentas teóricas necessárias para a formulação de hipóteses, fazer análises, discutir, apropriar-se de conceitos e estabelecer relações que auxiliam a leitura do mundo. O projeto tem a pretensão de intervir na prática pedagógica e auxiliar a compreensão de leituras de tabelas, gráficos e textos informativos, situações que poderão ser analisadas e observadas, coletando dados com base na metodologia estatística para desenvolverem o raciocínio lógico e apresentarem soluções reais da vida cotidiana.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Estatística; Coleta de dados; Tabelas; Gráficos.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO ESTADO DO PARANÁ
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS
EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL.
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ
UNIDADE DIDÁTICA
TÍTULO: O USO DE TABELAS E GRÁFICOS EM SITUAÇÕES PRÁTICAS
MAMORU KURIHARA
Maringá - 2011
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCACÃO
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
UNIDADE DIDÁTICA
Projeto de Intervenção Pedagógica na Escola, (Unidade Didática) apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná, sob orientação do Prof. Dr. Sebastião Gazola, da Universidade Estadual de Maringá.
Maringá – 2011
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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Mamoru Kurihara
Área PDE: Matemática
NRE: Umuarama
Professor Orientador IES: Sebastião Gazola
IES vinculada: UEM – Universidade Estadual de Maringá
Título: O uso de tabelas e gráficos em situações práticas. Escola de Implementação: Colégio Estadual Anchieta Ensino Médio e Normal
Público objeto da intervenção: Estudantes da 1º série do Ensino Médio.
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1. INTRODUÇÃO
A Matemática, atualmente possui várias aplicações nas diversas situações, e
em particular no ramo da Estatística, e a sua utilização é cada vez mais acentuada
em qualquer atividade profissional da vida moderna.
Nos dias de hoje, quando lemos jornais, revistas, assistimos à televisão, ou
pesquisarmos via internet, temos acessos a várias informações que são
representadas nas mais diversas formas, como textos, imagens, tabelas e gráficos.
É importante termos conhecimento necessário para entender o significado
desses dados e, ao mesmo tempo, sabermos interpretar os diferentes instrumentos
utilizados para representá-los, facilitando a leitura e a interpretação dessas
informações.
A Matemática possui um papel fundamental, pois contribui para o
desenvolvimento da capacidade de interpretar, criticar, analisar, concluir e resolver
problemas.
Este trabalho tem a pretensão de auxiliar no desenvolvimento desses e de
outros potenciais, e oportunizar ao educando a construção do seu conhecimento
matemático e apresentá-lo, sempre que possível, no cotidiano.
2. A IMPORTÂNCIA DA ESTATÍSTICA
A estatística, a princípio, serviu de instrumento para que os governos
tivessem dados sobre a população. A necessidade de quantificar os dados exigiu a
sistematização de métodos estatísticos que, a partir de então, foram inseridos na
Matemática. No século XVI, quando foi concebida pelos ingleses, a estatística fazia
parte da ciência política, haja vista, seu intuito de gerar informações populacionais.
Atualmente o conteúdo é indispensável e presente no cotidiano (TOLEDO, 2008,
p.13).
O uso da estatística é cada vez mais evidente em qualquer atividade
profissional da vida moderna. As pessoas estão continuamente expostas à
estatística, nos diversos ramos de atuação, com maior ou menor intensidade. Isto se
deve às múltiplas aplicações que o método estatístico proporciona àqueles que dele
necessitam (GONZÁLEZ, 2008, p.3).
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O estudo da Estatística, como ramo da matemática aplicada, torna-se cada
vez mais importante na vida dos estudantes do ensino médio.
Desde a antiguidade, vários povos já registravam o número de habitantes,
de nascimentos, de óbitos, faziam estimativas das riquezas, individual e social,
distribuíam equitativamente terras ao povo, cobravam impostos e realizavam
inquéritos quantitativos por processos que, hoje, chamaríamos de “estatísticas”. Com
o passar do tempo as tabelas tornaram-se mais completas, com as representações
gráficas e cálculos das probabilidades, e a Estatística deixou de ser simples
catalogação de dados numéricos coletivos para se tornar o estudo de como chegar a
conclusões sobre o todo, partindo da observação da parte desse todo (CRESPO,
2009, p. 1).
3. CONCEITOS BÁSICOS DA ESTATÍSTICA
A ESTATÍSTICA é uma parte da Matemática aplicada que fornece métodos
para coleta, organização, descrição, análise e interpretação de dados e para a
utilização dos mesmos na tomada de decisões (CRESPO, 1993, p.13).
Lendo um jornal, revista, ou assistindo uma TV nos deparamos com “figuras”
do tipo:
Tabela 1: Classificação Final do Campeonato Paranaense de Futebol de Campo 2010-Terceira Divisão.
CLUBES PONTUAÇÃO
Alvorada Club 47
Iguaçu AGEX 39
Junior Team 34
Andraus 29
Grêmio Maringá 16
Tigrão 15
GRECAL 11
Colorado 10
PSTC 10
Matsubara 9
CA Cambé 6
Fonte: http://pt.wikipédia.org.
4
0
10
20
30
40
50
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CA
Cam
bé Clubes
Classificação Final do Campeonato Paranaense
de Futebol de Campo 2010-Terceira Divisão
Figura 1: Resultado final do campeonato paranaense de futebol de campo, terceira
divisão, 2010. Fonte: http://pt.wikipédia.org.
Observa-se que parte dos dados do Campeonato Paranaense de Futebol de
Campo – 2010 Terceira Divisão foram sistematizados nesta “figura”. Percebe-se que
as equipes participantes foram colocadas em ordem decrescente de classificação.
Note que a figura proporciona uma leitura direta e clara de uma informação,
portanto, vamos conhecer melhor alguns conceitos que são necessários para o
nosso estudo.
A estatística possui duas divisões: a descritiva e a indutiva.
A estatística descritiva é usada principalmente em pesquisa social, quando
frequentemente possuímos muitos dados que se torna difícil absorver
completamente a informação que se está procurando investigar. É preciso resumi-
las, através do uso de certas medidas-sínteses, procurar obter resultados não
distorcidos. Podemos resumir a estatística descritiva como sendo um número que
sozinho descreve uma característica de um conjunto de dados.
A inferência indutiva ou inferência estatística refere-se a um processo de
generalização, a partir de resultados particulares. Consiste em obter e generalizar
conclusões, ou seja, inferir propriedades para o todo com base na parte, no
particular. A indução estatística implica, pois, um raciocínio muito mais complexo do
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que o que preside a Estatística Descritiva. Entretanto, bem compreendida e utilizada,
pode converter-se em um instrumento muito importante para o desenvolvimento de
uma disciplina científica (TOLEDO, 2008, p.15).
No estudo da estatística temos alguns conceitos básicos que devemos
considerar:
População é o conjunto constituído por todos os indivíduos que apresentem pelo
menos uma característica comum, cujo comportamento interessa analisar (inferir)
(TOLEDO, 2008, p.16)
Exemplo: Os estudantes de uma escola constituem uma população, pois
apresentam pelo menos uma característica comum, são os que estudam.
Podem ser finita ou infinita, a primeira apresenta um número limitado de
indivíduos, ao passo que a infinita possui um número ilimitado.
Censo é o levantamento total da população (GONZÁLEZ, 2008, p.4).
Parâmetro: é uma medida que descreve certa característica dos elementos da
população (BARBETA, 2008, p.18)
3.1 AMOSTRAGEM
Amostra é um subconjunto da população, que terá a condição de representar o
conjunto inteiro (GONZÁLEZ, 2008, p.4)
Exemplo: vamos obter uma amostra representativa para a pesquisa da
estatura de 150 alunos de um colégio.
1. Numeramos os alunos de 001 a150.
2. Escrevemos os números de 001 a150 em pedaços iguais de um mesmo
papel, colocando-o dentro de uma caixa e misturando bem.
3. Retiramos um a um, somente quinze números que formarão a amostra,
neste caso, 10% da população.
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As amostras devem ser tão grandes quanto possível, pois quanto maior o
tamanho da amostra maior é a confiança nos resultados. As amostras muito
pequenas, em geral, não dão boas estimativas.
A seleção dos elementos deve ser feita sob uma metodologia adequada, de
tal forma que os resultados da amostra sejam informativos para avaliar
características de toda a população e podem ser representadas por:
a) Amostra casual ou aleatória simples.
Este tipo de amostragem é equivalente a um sorteio lotérico.
b) Amostragem proporcional estratificada.
Procura dividir a população em subgrupos, denominados estratos. Os
estratos por sua vez devem ser internamente mais homogêneos do que a população
toda, com respeito às principais variáveis em estudo. A amostragem estratificada
proporcional garante que cada elemento da população tenha a mesma probabilidade
de pertencer à amostra.
Exemplo: Supondo, no exemplo anterior, que, dos 150 alunos, 84 sejam
meninos e 66 sejam meninas, vamos obter a amostra proporcional estratificada.
Temos dois estratos (sexo masculino e sexo feminino) e queremos uma
amostra de 10% da população.
Tabela 2: Cálculo do tamanho da amostra para cada estrato.
Sexo População 10% Amostra
Masculino 84 8,4 8
Feminino 66 6,6 7
Total 150 15,0 15
Para calcularmos 10% da população da tabela acima, recorremos a regra de
três simples:
- cálculo de 10% da população do sexo-M : x = (84 x100) : (150) = 8,4
- cálculo de 10% da população do sexo-F : x = (66 x 100) : (150) = 6,6
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A seleção dos 8 alunos do sexo masculino de dos 7 do sexo feminino pode
ser feita por sorteio.
c) Amostragem sistemática
É comumente utilizada quando os elementos da população estão
numerados. O processo consiste em sortear o primeiro elemento de um intervalo
denominado “intervalo de amostragem” e selecionamos sistematicamente os
demais.
Exemplo: Suponhamos uma rua contendo 400 casas, dos quais desejamos
obter uma amostra formada de 40 casas. Usando o seguinte procedimento: como
400:40 = 10, escolhemos por sorteio casual um número de 1 a 10 (inclusive) o qual
representaria o primeiro elemento sorteado para a amostra, os demais seriam
periodicamente considerados de 10 em 10. Assim, se o número sorteado fosse o 8,
tomaríamos, pelo lado direito da rua a 8ª casa, 18ª casa, 28ª casa, assim por diante,
até voltarmos ao início da rua, pelo lado esquerdo.
3.2 VARIÁVEIS.
As variáveis são o objeto da pesquisa, e podem ser: qualitativas quando
seus valores são expressos por atributos e quantitativas quando são
essencialmente numéricas.
Variáveis: São as características que podem ser observadas (ou medidas) em cada
elemento da população, sob as mesmas condições (BARBETA, 2008, p.29).
A pesquisa qualitativa pode ser nominal (sexo, cor dos olhos) e ordinal
(classe social, grau de instrução), a quantitativa pode ser contínua (peso, altura) e
discreta (número de filhos, número de carros).
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Qualitativa
Nominal: sexo, cor dos olhos.
VARIÁVEL
Ordinal: classe social, grau de instrução.
Quantitativa
Discreta: número de filhos, número de
carros
Contínua: peso, altura
Figura 2: Classificação das variáveis.
3.3 APRESENTAÇÃO TABULAER.
Para tornar os dados mais expressivos, é preciso dar algum tratamento
prévio que é a apuração ou sumarização, que consiste em resumir os dados, através
de sua contagem e agrupamento, é um trabalho de condensação e de tabulação dos
dados que se encontram na forma desorganizada.
Os dados poderão ter apresentação tabular que consiste em dispor os dados
em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado, ou uma apresentação gráfica
que constitui apresentação geométrica.
Tabela: É um quadro que resume um conjunto de observações (CRESPO, 2009,
p.17).
Elementos fundamentais de uma tabela:
1. Título – é a indicação contida na parte superior da tabela, onde deve estar
definido o fato observado, com especificação de local e época referente a esse fato.
2 Corpo – é conjunto de linhas e colunas que contêm informações sobre a variável
em estudo.
3. Cabeçalho – é a parte da tabela que especifica o conteúdo das colunas.
4. Coluna indicadora – indica o conteúdo das linhas.
5. Linhas – retas imaginárias que facilitam a leitura, no sentido horizontal, de dados
que se inscrevem nos seus cruzamentos com as colunas.
6. Casa ou células – espaço destinado a um só número.
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Figura 3: Elemento de uma tabela. Fonte: CRESPO (1998)
Temos ainda elementos complementares de uma tabela estatística:
a) Fonte – entidade que fornecem os dados.
b) Notas – esclarecimento de natureza geral.
c) Chamadas – esclarecimento de natureza específica.
A apresentação tabular é de extrema importância, no sentido de facilitar a
análise numérica dos dados, mas não permite ao analista obter uma visão rápida,
fácil e clara do fenômeno e sua variação como conseguida através de gráfico.
3.4 APRESENTAÇÃO GRÁFICA.
Segundo TOLEDO (2008, p.75) a apresentação gráfica é um complemento
importante da apresentação tabular. A principal vantagem de um gráfico, sobre a
tabela prende-se ao fato de que ele permite conseguir uma visualização imediata da
distribuição dos valores observados. Propiciam os gráficos uma ideia preliminar mais
satisfatória da concentração e dispersão dos valores, uma vez que através deles os
dados estatísticos se apresentam em termos de grandezas visualmente
interpretáveis. Por outro lado, os fatos essenciais e as relações que poderiam ser
difíceis de reconhecer em massas de dados estatísticos podem ser observados mais
claramente através dos gráficos.
As características da representação gráfica são:
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1) Simplicidade – não deve conter detalhes de importância secundária.
2) Clareza – deve possibilitar uma correta interpretação dos valores representativos
do fenômeno em estudo.
3) Veracidade – deve expressar a verdade sobre o fenômeno em estudo.
Elementos de um gráfico.
1. Título – acima do gráfico, completo, claro e conciso;
2. Fonte – abaixo do gráfico;
3. Legenda – não deve prejudicar a leitura do gráfico.
4. Forma – a altura do gráfico deve ter, aproximadamente, 75% da largura, de modo
que, incluindo o título, legenda e o rodapé, a moldura do gráfico assuma mais ou
menos, a forma quadrada.
Os gráficos podem ter a seguinte classificação segundo ao critério de forma:
a) DIAGRAMAS.
Os diagramas são gráficos geométricos dispostos em duas dimensões e são
mais usados na apresentação de séries estatísticas e se apresentam através de
uma grande variedade de tipos.
a.1) Gráfico em linha ou em curva – utiliza a linha para representar a série
estatística, constitui uma aplicação do processo de representação das funções num
sistema de coordenadas cartesianas.
Tabela 3: População presente da cidade “Tutu” – 1960-2010.
ANO FREQUÊNCIA
1960 7.500
1970 15.000
1980 15.000
1990 20.000
2000 25.000
2010 27.500
Fonte: Fictícia
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População presente da cidadde de "Tutu" 1960 -
2010
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
1960 1970 1980 1990 2000 2010
ano
po
pu
lação
Figura 4: População da cidade de Tutu, 1960-2010. Fonte: Fictícia.
a.2) Gráfico de colunas – é a representação de uma série por meio de retângulos,
dispostos verticalmente.
Tabela 4: Rendimento de Alguns tipos de fogão-(2010)
TIPOS/ENERGIA RENDIMENTO(%)
Fogões a lenha 25
Fogões a carvão 30
Fogões a gasolina 40
Fogões a querosene 55
Fogões a gás 70
Fogões elétricos 80
Fonte: Fictícia
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Rendimento de alguns tipos de fogão 2010
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
Fogões a
lenha
Fogões a
carvão
Fogões a
gasolina
Fogões a
querosene
Fogões a
gás
Fogões
elétricos
Figura 5: Rendimento de certo tipo de fogão, 2010. Fonte: Fictícia.
a.3) Gráfico de barras – é a representação de uma série por meio de retângulos,
dispostos horizontalmente.
Rendimento de alguns tipos de fogão 2010
0 20 40 60 80 100
Fogões a lenha
Fogões a carvão
Fogões a gasolina
Fogões a querosene
Fogões a gás
Fogões elétricos
Figura 6: Rendimento de certo tipo de fogão, 2010. Fonte: Fictícia.
a.4) Gráfico em colunas ou em barras múltiplas – é a representação de mais de
uma variável em um mesmo gráfico.
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Fonte:Fictícia
Tabela 5: Importação Brasileira de vinhos e Whisky proveniente de vários países,
1980-(em litros).
PAÍSES VINHO(l) WHISKI (l)
PORTUGAL
ITÁLIA
CHILE
ARGENTINA
200.000
150.000
110.000
110.000
50.000
25.000
50.000
25.000
Fonte: Fictícia
0
50.000
100.000
150.000
200.000litros
PO
RT
UG
AL
ITÁ
LIA
CH
ILE
AR
GE
NT
INA
Países
Importação Brasileira de vinho e whisky
proveniente de vários países, 1980-(em litros)
VINHO
WHISKY
Figura 7: Importação Brasileira de vinho e whisky, 1980..
a.5) Gráfico de setores – é a representação de dados com base em um círculo, e é
empregado sempre que se deseja ressaltar a participação de uma parte em relação
ao total.
Segundo, TOLEDO (2008, p.90), o gráfico em setores também é conhecido
como gráfico circular ou cartograma em setores. Para construí-lo, parte-se do fato de
que o número total de graus de um arco de circunferência é 360°. Assim, o número
total de valores analisados (100%, se quisermos representar as porcentagens
complementares) corresponderá a 360°. Cada uma das parcelas componentes do
total dos valores poderá, então, ser expressa em graus, e a correspondência se fará
de uma regra de três simples. Exemplificando:
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Tabela 6: Produção Agrícola de um Município-X. Alguns Produtos – 1980.
Produto Quantidade Ângulos (graus) %
AÇÚCAR 50000 200 55,5
MILHO 25000 100 27,8
FEIJÃO 10000 40 11,1
ARROZ 5000 20 5,6
TOTAL 90000 360 100,0
Fonte: Fictícia
Produção agrícola de um Município X-
Alguns Produtos-1980
AÇÚCAR
MILHO
FEIJÃO
ARROZ
Figura 8: Produção Agrícola de um Município-X. Alguns Produtos – 1980. Fonte: Fictícia
Cálculo do setor correspondente ao açúcar:
(50.000 x 360°) : ( 90.000) = 200°
Cálculo do setor correspondente ao milho:
(25.000 x 360°) : ( 90.000) = 100°
Cálculo do setor correspondente ao feijão:
( 10.000 x 360°) : ( 90.000) = 40°
Cálculo do setor correspondente ao arroz:
( 5.000 x 360°) : ( 90.000) = 20°
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b) HISTOGRAMA
É formado por um conjunto de retângulos justapostos, cujas bases se
localizam sobre o eixo horizontal, de tal modo que seus pontos médios coincidam
com os pontos médios dos intervalos de classe (CRESPO, 2009, p.61).
Tabela 7: Número de funcionários com as respectivas faixas salariais da empresa Y-2010
SALÁRIO NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS
0 |------ 600 12
600 |------ 1200 10
1200 |------ 1800 4
1800 |------ 2400 2
2400 |------ 3000 1
Fonte: Fictícia
Número de Funcionários com as respectivas faixas salariais da
empresa Y - 2010
300018001200600 24000
2
4
6
8
10
12
14
Figura 9: Número de funcionários com as respectivas faixas salariais da empresa Y-
2010 Fonte: Fictícia
Para desenhar um histograma que possui intervalos de classes iguais,
devemos seguir os seguintes passos:
1. trace um eixo horizontal e marque, neste eixo, os intervalos de classe;
0 600 1200 1800 2400 3000
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2. trace um eixo vertical para apresentar as frequências;
3. desenhe retângulos com bases iguais aos intervalos de classe e alturas iguais as
respectivas frequências;
4. se quiser, feche a figura;
5. coloque título e legenda.
4. MATEMÁTICA NA AVICULTURA
Ao desenvolvermos este trabalho, estaremos procurando buscar a aplicação
da matemática dentro do contexto onde educandos e família estão inseridos, ou
seja, o campo, e mostrar as diversas maneiras de trabalhar a temática agricultura.
Poderíamos estar discutindo e abordando a matemática na cultura do café,
milho, suínos, leite entre outros, porém neste momento estaremos pesquisando a
matemática na criação de aves, especificamente frango de corte pela sua
importância na nossa região.
Figura 10: Vista parcial externa de um barracão de franco Fonte: Mamoru Kurihara
Na atualidade o frango de corte é o carro chefe na agricultura paranaense,
com bons números de produção e exportação e movimentam uma grande parte da
nossa economia. A avicultura de corte vem se estruturando há mais de 50 anos, com
a criação de pequenos animais nas milhares de propriedades espalhadas pelo
estado. Um dos grandes motivos do sucesso da avicultura se deve a topografia, com
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muitas terras planas e de clima temperado. A avicultura se destaca porque tem
comportamento mais direcionado, mais fixo, e específico, principalmente para
pequenas propriedades rurais.
Figura 11 :Vista parcial interna de um barracão de frango. Fonte: Mamoru Kurihara
É oportuno tratarmos este assunto, pois na nossa região encontramos
inúmeros barracões de frango de corte e por ser uma forma de produção agrícola
presente na “agricultura familiar”
A matemática do ensino médio pode ser determinante para a leitura das
informações que circulam na mídia e em outras áreas do conhecimento na forma de
tabelas, gráficos e informações de caráter estatístico. Contudo, espera-se que o
aluno nessa fase de escolaridade ultrapasse a leitura de informações e reflita mais
criticamente sobre seus significados. Assim, o tema proposto deve ir além da
simples descrição e representação de dados, atingindo investigação sobre esses
dados e a tomada de decisões (PCN+, 2002).
Para o homem do campo, especialmente neste ramo de avicultura, frango de
corte, o conhecimento sobre o cálculo matemático é indispensável para o seu
sucesso.
Não podemos distanciar a matemática de qualquer atividade do homem, o
correto é buscarmos o domínio sobre ela, afinal sabemos que sua necessidade, é
histórica, e seu aparecimento e seu avanço, foi e é um fator de necessidade
humana.
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O conhecimento matemático faz-nos seres mais pensantes, críticos e facilita
a exigirmos nossos direitos, com participação consciente na sociedade.
Nas últimas décadas, tem crescido a importância da Estatística, pois em
todas as decisões tomadas ou a tomar, leva-se em conta um grande número de
fatos. É, inegável que nem todos pensam da mesma maneira na hora da escolha. E
daí, a necessidade de conhecer fundamentos básicos de matemática para que se
disponha de condições que permitam ler e interpretar tabelas e gráficos, pois a
informação está nos diferentes meios de comunicação e vem acompanhada, muitas
vezes, de lista de dados, tabelas e gráficos de vários tipos (Diretrizes Curriculares,
2006).
Quando alguma pessoa for iniciar uma atividade nova, primeiramente deve
verificar a sua viabilidade, consultando órgãos técnicos competentes para um
levantamento preliminar sobre a instalação ou construção, quer na vila urbana ou
rural. Neste particular do barracão de frango de corte, temos no Estado, a EMATER
(Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural), no Município temos
a Secretaria Municipal da Agricultura e do Meio Ambiente que são parceiras dos
agricultores além de envolver questões ambientais. As próprias indústrias
abatedoras de aves também dão assistências necessárias para construções de
barracões e instalações ao produtor.
Para o nosso estudo, consideremos barracões prontos com as instalações
adequadas, visando receber pintos para posterior engorda.
O título acima nos dá margens a muitas indagações, por exemplo: a
matemática pode ajudar os produtores de frango de corte? Quais os conteúdos da
matemática são usados nessas questões? Se o produtor for leigo na matemática,
poderá ele ter sucesso nesta atividade? Esta atividade visa fixar o homem no
campo? A atividade é rentável para manter uma família?
São várias perguntas, que certamente teremos respostas positivas ou
negativas, além do surgimento de sugestões e muitas dúvidas.
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5. SUGESTÕES DE ATIVIDADES.
Em grupo de 5 a 6 alunos visitem um avicultor, produtor de frango de corte e
faça uma investigação, com as seguintes perguntas:
Questionário para coleta de dados.
Entrevista com o proprietário de Barracão – Frango de corte.
01. Sexo do entrevistado 1 .( ) masculino 2 .( ) feminino 02. Idade: ............. anos. 03. Grau de instrução 1 ( ) 1ª a 9ª série 2 ( ) 2º grau 3 ( ) 3º grau 4( ) sem escolaridade 04.Há quanto tempo trabalha nesta atividade? 1 ( ) menos de 2 anos 2 ( ) 2 a 5 anos 3 ( ) mais de 5 anos 05. Quantas pessoas são envolvidas no trabalho diário? 1 ( ) 1 pessoa 2 ( ) 2 pessoas 3 ( ) 3 pessoas 4( ) 4 pessoas 06. Nesta atividade, o conhecimento da matemática contribui para a prática do trabalho? 1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) tenho dúvidas 07. Na nossa região, esta atividade (frango de corte), está evitando a evasão rural? 1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) tenho dúvidas 08. O investimento na construção de barracão possui a previsão de recuperação em: 1 ( ) menos de 4 anos 2 ( ) 4 a 6 anos 3 ( ) mais de 6 anos 09. A atividade desenvolvida “frango de corte” faz parte da denominada agricultura familiar, sendo assim, possui incentivo dos governos? 1 ( ) sim 2 ( ) não 3 ( ) um pouco 10. A assistência técnica por parte do governo municipal é: 1 ( ) ótima 2 ( ) satisfatória 3 ( ) deixa a desejar.
Como a atividade dos alunos é voltada para a pesquisa de produção de
frango de corte, deverão obter os dados quanto:
20
1. Quantidade de aves recebidas para engorda.
2. Peso das aves recebidas, em quilograma (kg).
3. Quantidade de aves mortas e descartadas.
4. Ração fornecida às aves, em quilograma (kg).
5. Água, em litro (l), consumida no barracão de engorda.
6. Energia em kWh consumida no período de engorda..
7. Esterco em kg, produzido durante a engorda das aves.
Tabela 8: para levantamento de dados, referente as aves alojadas, por
Barracões.
DIAS 1º 7º 14º 21º 28º 35º 42º 49º
Quantidade de aves recebidas para engorda.
Peso das aves recebidas, em quilograma (kg).
Quantidade de aves mortas e descartadas.
Ração fornecida às aves, em quilograma (kg)
Água, em litro (l), consumida no barracão de engorda.
Energia em kWh consumida no período de engorda.
Esterco em kg, produzido durante a engorda das aves.
5.1. FASE DAS ATIVIDADES QUE SERÃO DESENVOLVIDAS COM OS ALUNOS:
FASE - 1.
Os alunos acompanhados do professor farão visitas a 12 Barracões de
Frangos, a maioria situados não muito distantes da cidade e de fácil acesso, para
conhecerem as atividades desenvolvidas neste ramo de negócios.
Nesta primeira visita os alunos poderão propor aos proprietários
cronogramas de novos encontros, para colher dados para o objeto de estudo.
21
FASE -.2.
Os alunos farão a coleta, reunião e registro sistemático de dados, que é, um
passo essencialmente operacional que compreende a seleção das informações
propriamente ditas.
As informações são coletadas utilizando-se um questionário (“Questionário
para coleta de dados”, modelo citado no item 5) e uma tabela (“Tabela 8”, modelo
citado no item 5), produzida pelos próprios alunos em equipes e aplicados pelos
mesmos, junto aos proprietários de barracões.
Para se obter um questionário eficiente são necessários algumas
precauções, como:
- não ser muito longo;
- buscar as informações necessárias para a pesquisa;
- fornecer as informações para atender os objetivos da pesquisa.
FASE- 3.
Para tornar expressivas as análises dos dados, é conveniente que os alunos
façam um tratamento prévio.
Esta etapa do processo é a da apuração ou sumarização, que consiste em
resumir os dados, através da contagem e agrupamento. É um trabalho de
condensação e de tabulação que pode ser feito manualmente ou usando a máquina
de somar e de calcular.
Após a aplicação do instrumento de coleta de dados, os questionários são
enumerados e as informações contidas neles são organizadas em uma planilha de
dados.
Cada questionário é uma linha na planilha de dados e cada questão é uma
variável que é uma coluna. Exemplo:
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Planilha 1: Dados obtidos por meio dos questionários.
Nº Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7 Q8 Q9 Q10 Q11 Q12
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
Após a coleta de dados referentes aos barracões, estes são enumerados e
as informações contidas neles são organizadas em uma planilha de dados.
Cada barracão é uma linha na planilha de dados e cada informação Q1 com
as coletas das 7 semanas é uma variável que é uma coluna. Exemplo:
Planilha 2: Dados obtidos em cada barracão.
Barracões Q1 Q2
1ª semana 2ª semana … 7ª semana 1ª semana 2ª semana … 7ª semana
B1
B2
B3
B4
B5
B6
B7
B8
B9
B10
B11
B12
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A turma é dividida em grupos para fazer a planilha de dados, pois ela é
usada para a construção de tabelas.
Este é um momento oportuno para os alunos serem levados ao laboratório
de informática para organizar os dados em uma planilha do programa Excel ou Br
Office, adquirindo, assim, o aprendizado por meio do uso de informática. Porém,
para desenvolver o aprendizado por meio do uso da informática, os laboratórios
precisam ter número suficiente de microcomputadores e em perfeito funcionamento.
Ainda, o laboratório precisa estar equipado com Datashow para o professor ministrar
os conteúdos.
Porém, este material é desenvolvido de forma manual.
FASE - 4.
Os alunos poderão apresentar os dados de duas maneiras:
a) Apresentação Tabular – é a apresentação numérica dos dados Consiste em
dispor os dados em linhas e colunas distribuídas de modo ordenado (regras fixadas
pelo Conselho Nacional de Estatística), para obter em um só local uma visão global
mais rápida dos resultados obtidos.
Neste momento é proposto aos alunos que a partir das questões elencadas
no questionário construam tabelas.
a.1) Tabela simples.
Para uma variável qualitativa nominal, por exemplo, sexo.
Tabela 1: Sexo dos entrevistados – Proprietários dos barracões – Cruzeiro do Oeste
– 2011
Sexo Nº de Entrevistados %
Masculino
Feminino
Total
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Para uma variável qualitativa ordinal, por exemplo, escolaridade.
Tabela 2: Escolaridade dos entrevistados – Proprietários dos barracões – Cruzeiro do Oeste - 2011
Escolaridade Nº de Entrevistados %
1ª a 9ª série
2º grau
3º grau
Sem escolaridade
Total
Para uma variável quantitativa discreta, por exemplo, número de pessoas na
família.
Tabela 3: Número de pessoas na família – Proprietários dos barracões – Cruzeiro do
Oeste – 2011
Nº de Pessoas Nº de Entrevistados %
1
2
3
4
Total
a.2) Tabela de dupla entrada.
Tem a função de representar os valores de uma variável.
Nesta tabela é possível cruzar os dados da Tabela 1 e da Tabela 2.
Tabela 4: Grau de escolaridade por sexo dos entrevistados – Proprietários dos
barracões – Cruzeiro do Oeste – 2011.
Escolaridade Sexo
Total Masculino Feminino
1ª a 9ª série
2º grau
3º grau
Sem escolaridade
Total
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b) Apresentação Gráfica – é a representação dos dados numéricos numa
apresentação geométrica que permite uma visão rápida, fácil e clara do fenômeno e
sua variação.
No exemplo anterior, com a Tabela 1, os alunos poderão fazer a
representação gráfica de setores; Tabela 2 representação gráfica de colunas; Tabela
3 representação gráfica de hastes e com a Tabela 4, gráfico de colunas múltiplas.
Poderá representar, manualmente utilizando papel milimetrado e ou recorrer
a planilha Excel.
Os alunos deverão elaborar outras tabelas e apresentar gráficos de barras,
colunas, setor e histograma.
FASE - 5.
Através da leitura e interpretação dos dados apresentados em tabelas e
gráficos, os alunos deverão tirar conclusões das atividades trabalhadas.
Esta dinâmica busca estimular no aluno a compreensão de que fatos e
fenômenos do dia a dia podem ser observadas e descritas em meios de
comunicação de forma clara, sintética e objetiva.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2008
BIEMBENGUT, Maria Salete. Modelagem Matemática no Ensino. São Paulo:
Contexto, 2003.
COSTA, Sérgio Francisco. Introdução Ilustrada à Estatística. São Paulo: Harbra,
1988
CRESPO, Antônio Arnot. Estatística Fácil. São Paulo: Saraiva, 2009.
DIRETRIZES CURRICULARES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DO PARANÁ. Secretaria de
Estado da Educação, Curitiba: SEED, 2008
DOWNING, Douglas. Estatística Aplicada. São Paulo: Saraiva, 2006.
GONZÁLEZ, Norton. Estatística Básica. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008.
LONGEN, Adilson. Matemática. 2ª série. São Paulo: Positivo, 2004.
MARTINS, Gilberto de Andrade. Princípios de Estatística. São Paulo: Atlas, 1985
SILVA, Cláudio Xavier. Matemática Aula por Aula. 1ª série. São Paulo: FTD, 2005.
TOLEDO, Geraldo Luciano. Estatística Básica. São Paulo: Atlas, 2008.
VIEIRA, Sonia. Princípios de Estatística. São Paulo: Pioneira, 1999.