dp especial - 16-10-08

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DPE (Rogrio Sanches)

DPE (Rogrio Sanches)16/10/08

(Seqestro e Crcere Privado

Qualificadoras: continuao: 1 - A pena de recluso, de dois a cinco anos: I se a vtima ascendente, descendente, cnjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redao dada pela Lei n 11.106, de 2005)(ascendente, descendente: no importa se ascendncia biolgica e civil, natural ou no natural. (cnjuge: antes da lei 11106/05 no abrangia companheiro, mas esta lei acrescentou.

Assim, antes de 2005 no podia sofrer a qualificadora se a vtima foi companheiro. (>60 anos: mas esqueceram novamente o de dizer agente = a 60 anos. Assim nem toda vtima idosa gera a qualificadora j que o idoso de 60 anos esta excludo.

Este rol do inciso I taxativo.

Obs. nesta qualificadora no esta abrangido o irmo.

Ainda no gera a qualificadora os colaterais em geral (irmos).

Tambm no gera a qualificadora parentesco por afinidade (ex. sogra, cunhado etc).

Claro que essas circunstancias tem que ingressar no dolo do agente para evitar a responsabilidade penal objetiva. II - se o crime praticado mediante internao da vtima em casa de sade ou hospital;

A doutrina chama de internao fraudulenta ou simulada. A vtima no precisa da internao mas so criados pretextos para internar.

Obs. neste caso o estatuto do idoso tem um tipo especial quando a vtima idosa.

III - se a privao da liberdade dura mais de quinze dias.

Tem que ser + de 15 dias. Tem razo de ser porque causa um maior sofrimento tanto para a vtima quanto para a famlia.

Esta qualificadora ganha importncia para reafirmar a corrente que entende que a durao do seqestro no significativa para a consumao mas sim para a aplicao da pena. IV se o crime praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Includo pela Lei n 11.106, de 2005)

Seqestrou a vtima < de 60 anos e libertou > de 60 anos = gera a qualificadora.

Seqestrou a vtima < de 18 anos e libertou > de 18 anos = gera a qualificadora.

Basta que a vtima tenha a imagem protegida em algum momento da execuo.

*Todos os comentrios deste inciso so validos para o > de 60 anos.

V se o crime praticado com fins libidinosos. (Includo pela Lei n 11.106, de 2005)

Esta uma novidade trazida pela lei 11106/05. -seqestrar com fins libidinosos:Antes da lei 11.106/05Depois da lei 11.106/05

(gerava:

-rapto consensual (art. 225).

-rapto violento (Art. 219)

-o rapto consensual foi abolido, e o rapto violento passou a figurar aqui (art. 148, 1, V do CP).

Existe aqui portanto a abolitio criminis quando ao rapto consensual.

J com relao ao rapto violento concretizou-se o princpio da continuidade normativo tpica.

Obs. aqui a pena foi aumentada de a 2 a 5. lembrando que trata-se de crime permanente assim se aplica a smula 711 do STF.

No rapto violento a ao penal era de APPrivada.Obs. hoje o rapto de APP Incondicionada. Praticou o crime antes da lei mas pode ser processado depois da lei 11106. Duas correntes:

-denncia: o MP quem tem a legitimidade. Fundamenta-se no princpio do tempus regit actun, ou seja, se aplica a lei vigente ao tempo do ato processual. exatamente a lei do CPP.

-queixa: tem que continuar a queixa sobre pena de retroatividade malfica j que na queixa possvel o perdo do ofendido.

ABOLITIO CRIMINISCONTINUIDADE NORMATIVO TPICA

-existe uma supresso formal: a inteno do legislador no mais considerar o fato como criminoso.-alterao formal: h uma alterao formal. Tem inteno de manter o carter criminoso do fato.

-existe uma supresso material-alterao material: manuteno do contedo criminoso.

Ex. art. 240.Ex. crimes da lei 6368 esto previstos na lei 11343/06. Ex. lei de falncias foram para novos tipos penais nas recentes leis sem perder o contedo criminoso.

Ex. lei de armas etc.

2 - Se resulta vtima, em razo de maus-tratos ou da natureza da deteno, grave sofrimento fsico ou moral: Pena - recluso, de dois a oito anos.

Tambm uma qualificadora.

*Podem incidir simultaneamente as duas qualificadoras. Ex. seqestra o < de 18 anos e aplica maus tratos. Mas se aplica a + grave (2 a 8 anos) servindo como a qualificadora e o 1 servindo como circunstancia judicial na fixao da pena base.

( Reduo a condio anloga de escravo Art. 149. Reduzir algum a condio anloga de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condies degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoo em razo de dvida contrada com o empregador ou preposto: (Redao dada pela Lei n 10.803, de 11.12.2003) Pena - recluso, de dois a oito anos, e multa, alm da pena correspondente violncia.

Este crime tem um sinnimo: plagio. Significa a sujeio de uma pessoa ao domnio de outra.

TRF da 3 regio: se diz anloga de escravo e no diretamente a reduo de escravo porque a escravido uma situao de direito em virtude da qual o homem perde a prpria personalidade considerado simplesmente uma coisa. Sem amparo no nosso pas, o Brasil no reconhece este direito. Pune-se no art. 149 a reduo anloga de escravo e no a escravido porque um estado de fato proibido por lei. Se no tem como ser reduzido a algo que o Brasil no reconhece, s pode ser reduzido a uma coisa anloga a ele. (bem jurdico: duas correntes: (liberdade individual: argumentam segundo a sua posio topogrfica. O art. 149 esta no captulo dos crimes contra a liberdade individual. Ainda a exposio de motivos diz ser protegido o status libertatis. Quem adota esta corrente defende que em regra a competncia da JUSTIA ESTADUAL.(organizao do trabalho: a liberdade um bem jurdico mediato, secundrio. Quem adota esta corrente entende que a competncia em regra da JUSTIA FEDERAL.

Obs. mesmo que o bem jurdico seja a organizao do trabalho no de competncia da JF j que tratando-se de competncia federal a competncia taxativa e no tem nenhuma previso legal. Embora no art. 109, VI, diga assim este no esta sendo bem aplicado j que o STF e STJ entendem que s de competncia da JF se atingir os direitos dos trabalhadores coletivamente considerados.

STF e STJ pacificaram o entendimento de que a competncia da JF em crime contra a organizao depende de leso aos direitos dos trabalhadores coletivamente considerados. Quer dizer que na leso individual a competncia estadual.

No STF temos 3 votos no sentido de ser competncia da JE, + 3 votos dizendo que a competncia da JF (bem jurdico organizao do trabalho), e + 3 votos dizendo que depende sendo considerado federal se atingir os direitos dos trabalhadores coletivamente e considerados competncia da JE se atingir apenas direito do trabalhador individualmente considerado (RExt 398041-PA).

Na magistratura e MP do Trabalho eles adoram como bem jurdico a organizao do trabalho. (sujeitos: o crime bi-comum, qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo qualquer pessoa pode ser o sujeito passivo.

Rogrio Greco discorda dizendo que crime bi-prprio j que deve haver entre os sujeitos uma relao especial de trabalho.

Esta relao torna o sujeito passivo uma pessoa certa com qualidades e posies especiais. (conduta: escravizao de fato tornando uma pessoa no domnio da outra.

Obs. at o advento da lei 10803 este artigo dizia somente reduzir algum a condio anloga de escravo. Antes da lei 11803Depois da lei 11803

-era um crime de execuo livre. -passa a ser um crime de execuo vinculada. Assim s pratica o crime quem reduz a condio anloga de escravo praticando aquelas condutas. Fora essas condies no tem o art. 149.

Obs. este crime dispensa a pratica de maus tratos ou sofrimento da vtima. Assim pode cometer este crime mesmo tratando muito bem.

Se o meio utilizado a manter, o art. 149 absorve o art. 148 (seqestro ou crcere privado). Mas s pode defender isso quem da posio que entende que os dois protegem o mesmo bem jurdico que a liberdade individual.

J se entende que a organizao do trabalho no pode absolver porque o outro bem jurdico ficaria descoberto. (dolo: o caput punido a ttulo de dolo sem finalidade especial.

J o 1 a ttulo de dolo mas com finalidade especial: 1o Nas mesmas penas incorre quem: (Includo pela Lei n 10.803, de 11.12.2003) I cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de ret-lo no local de trabalho; II mantm vigilncia ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de ret-lo no local de trabalho. (consumao: quando o indivduo efetivamente reduzido a condio anloga de escravo.

Lembrando que dispensa o sofrimento da vtima, havendo sofrimento o juiz vai considerar este sofrimento na aplicao da pena.

O crime da espcie permanente em que a consumao se protrai no tempo. Por falar em crime permanente temos que lembrar de 3 coisas: flagrante a qualquer tempo, prescrio s comea a correr depois de cessada a permanncia e smula 711 do STF. (tentativa: perfeitamente possvel, a doutrina admite. O crime plurissubsistente.

(majorantes:

2o A pena aumentada de metade, se o crime cometido: (Includo pela Lei n 10.803, de 11.12.2003) I contra criana ou adolescente (< de 18 anos) Obs. no existe o aumento se idoso.

Essas circunstncias tem que ingressar no dolo do agente II por motivo de preconceito de raa, cor, etnia, religio ou origem. Este rol taxativo, assim no abrange os preconceitos sexual, social e econmico. Esses portanto no aumentam a pena do crime de reduo anloga a de escravos.

( Furto Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia mvel: Pena - recluso, de um a quatro anos, e multa.(bem jurdico: correntes: -protege somente a propriedade(Hungria).-protege a propriedade + posse (Noronha).-protege a propriedade + posse + deteno ( LEGTIMAS. Esta adotada pela maioria. (Fragoso, Delmanto).

Quem detm o bem ilegitimamente o objeto no a vtima pois esta ser quem legitimamente devia ter a propriedade, a posse ou deteno deste objeto. Ex. ladro que furta ladro condenado pois a vtima no o possuidor mas sim a vtima do outro furto. (sujeito ativo: qualquer pessoa salvo o proprietrio da coisa. NO existe furto de coisa prpria.

O proprietrio que subtrai coisa sua na legtima posse de 3 pode configurar 2 crimes:

((art. 345 do CP: exerccio arbitrrio das prprias razes.((art. 346 do CP: maneira especial de exerccio arbitrrio das prprias razes.

*Aquele que subtrai coisa comum (scio, herdeiro, condmino etc) pratica tipo prprio (art. 156). Furto de coisa comum Art. 156 - Subtrair o condmino, co-herdeiro ou scio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detm, a coisa comum: Pena - deteno, de seis meses a dois anos, ou multa 1 - Somente se procede mediante representao. 2 - No punvel a subtrao de coisa comum fungvel, cujo valor no excede a quota a que tem direito o agente.

Este furto de AP Pblica Condicionada a Representao.

*Funcionrio pblico que subtrai coisa em poder da administrao:

-sendo facilitada pela qualidade de funcionrio cai no art. 312, 1 do CP

-no facilitada pela qualidade de servidor, age como qualquer outra pessoa agiria tratando-se de crime de furto comum.

(sujeito passivo: proprietrio, possuidor ou detentor da coisa. (condutas: subtrair significa apoderamento:

-direto: apreenso manual, contato agente coisa;

-indireto: se vale de 3 pessoa ou de animal. (objeto material: coisa alheia mvel.

Coisa bem economicamente aprecivel. S pode ser objeto de furto coisa que tenha interesse econmico.

*Obs. a coisa de relevante interesse sentimental (ex. dirio) ou moral tambm pode ser objeto de furto. Entende assim Nelson Hugria.

Subtrao de uma folha de cheque no furto segundo a jurisprudncia j que a folha por si s no tem valor econmico. Mas esta no a que prevalece. Ex. furta um talo de cheques e o correntista gastou R$3,00 por cheque para sustar.

Casustica:

((homem vivo: no pode ser objeto material de furto ele objeto material de seqestro ou crcere privado. (((cadver: no pode ser objeto material de furto salvo se destacado para a finalidade particular, ou seja, aquele cadver que serve para uma faculdade. Obs. pessoa que vai ao cemitrio, abre o caixo e pega o cadver no pratica furto mas sim vilipndio(. ((coisa de ningum: quando se diz que coisa alheia no abrange coisa de ningum j que no alheia, portanto no pratica o crime. ((coisa abandonada: j foi de algum mas no mais, ela deixa de ser alheia, portanto no h furto.

((coisa perdida: coisa alheia. Mas no pratica o furto j que tem crime especfico. Praticando apropriao indevida de coisa alheia cai no art. 169, U, II. ((coisa achada: tem crime especfico art. 169, U, II. ((coisa pblica de uso comum: no coisa alheia assim no pode ser objeto material de furto. Praticam dano ao patrimnio pblico. Ex. banco da praa, culos de Carlos Drumon de Andrade etc.

Obs. se a cosia pblica de uso comum foi destacada para atender interesses econmicos de algum a passa a ser coisa alheia podendo ser objeto material de furto. Ex. pega areia da praia, pinta e faz arte. Se concedeu valor a coisa pblica passa a ser alheia passando a ser vtima quem pegou esta areia.

No direito penal, como diferentemente do direito civil, dispe que coisa mvel aquele que pode ser transportado de um lugar para o outro sem perder a sua identidade. Ex. pessoa subtrai um dente de ouro de uma pessoa morta (do Micke Tayson) pratica: correntes:(-haver crime do art. 210 (violao de sepultura) ou 211 (violao, subtrao ou ocultao de cadver) porque os objetos materiais deixados no caixo deixam de ser alheios;

(-responde por furto. Isto porque ele no tem dolo nem de violar sepultura nem de violar cadver mas sim dolo de enriquecer-se, de locuplentar-se.

Ex. quem furta vaso deixado na sepultura, dependendo da corrente adotada, responde por furto ou por dano.

Obs. furto de quadro em museu pblico furto j que embora o museu seja pblico o quadro no pblico, e mesmo que fosse seria furto.

(dolo: crime de furto punido a ttulo de dolo com fim de apoderamento definitivo.

Quem se apodera com inteno de devolver ao proprietrio (furto de uso) pratica fato atpico porque no tem o dolo caracterizador do delito. Mas para isso necessrio o preenchimento de alguns requisitos: (a inteno desde o inicio seja de uso momentneo da coisa.

(seja coisa no consumvel. Tem que ser coisa infungvel. (restituio imediata e integral da coisa a furtada a vtima.

Obs. cuidado para no se apegar aos acessrios do furto. Ex. pega o carro e utiliza toda a gasolina, mesmo assim no tem furto.

*Furto Famlico: no crime pois gera estado de necessidade desde que:

(-a subtrao tenha finalidade de mitigar a fome; (-inevitabilidade do comportamento criminoso;(-subtrao de coisa capaz de diretamente mitigar a fome (tem que subtrair comida);(-insuficincia ou ausncia de recurso.

Obs. mesmo quem tem emprego pode alegar furto famlico. At quem tem carteira de trabalho assinada pode cometer furto famlico desde que o recurso seja insuficiente.

Obs. este furto pode ser para si ou para outrem.(consumao: correntes:

(Teoria da Contrectatio: a consumao se da com o simples contado entre o agente e a coisa alheia dispensando posse mansa e pacfica. (Teoria da Amotio: d-se a consumao quando a coisa subtrada passa para o poder do agente mesmo que por um curto espao de tempo, independentemente do deslocamento ou posse mansa e pacfica. (Teoria da Ablatio: a consumao ocorre quando o agente, depois de apoderar-se da coisa consegue desloc-la de um lugar para um outro.(Teoria da Ilatio: para ocorrer a consumao a coisa deve ser levada ao local desejado pelo agente e mantida a salvo, ou seja, posse mansa e pacfica.

STF e STJ adotam a teoria da amotio, ou seja, basta a vtima perder a disponibilidade, mesmo que a coisa esteja sobre sua esfera de vigilncia ou que o agente no tenha tido enriquecimento com a ao. Ex. pega a carteira da vtima e joga em alto mar. (tentativa: perfeitamente possvel.

*Vigilncia fsica ou eletrnica em estabelecimentos comerciais. A vigilncia por si s no gera crime impossvel, tem que se analisar a vigilncia em concreto. 1 - A pena aumenta-se de um tero, se o crime praticado durante o repouso noturno.

Repouso noturno: o perodo em que as pessoas se recolhem para o descanso dirio de um dia para o outro. o perodo a noite em que as pessoas se recolhem para o descanso dirio.

*A casa do guarda noturno que dorme de dia no abrangido pela lei. Se furta a casa dele de noite quando ele no esta trabalhando no tem causa de aumento.

O que importa o costume do local. Configura-se o costume interpretativo servindo para o direito penal.

S aumenta a pena se o crime praticado no local comum de repouso. Ex. casa onde a pessoa esta repousando mas o veculo esta parado na rua e subtrado as 3 horas da manh responde por furto sem aumento. J se o carro estivesse na garagem da casa incide a causa de aumento.

Este local da moradia tem que estar habitado e com os moradores repousando (Nelson Hungria e Cesar Roberto Bitencourt). Porem o STF e o STJ entendem que merece o aumento mesmo que momentaneamente desocupado ou mesmo que estejam acordados.

*O aumento do 1 s se aplica ao furto simples, no existe furto qualificado e tambm majorado. Isto devido a posio topogrfica do aumento, se ele quisesse colocar como qualificado teria colocado abaixo. PAGE 5